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MARTINS, Roberto de Andrade.

As máquinas simples na “Mecânica” de Heron de


Alexandria. Vol. 2, pp. 15-30, in: SILVA, Ana Paula Bispo; SILVEIRA,
Alessandro Frederico da (eds.). História da ciência e ensino: fontes primárias. São
Paulo: Editora Livraria da Física, 2018. ISBN 978-85-7861-523-9

AS MÁQUINAS SIMPLES NA “MECÂNICA” DE HERON DE ALEXANDRIA

Roberto de Andrade Martins 1

Introdução
Todos sabem que Arquimedes estudou a alavanca (embora não a tenha
inventado). No entanto, os livros didáticos não costumam se referir aos autores
antigos que trataram dos outros tipos de máquinas simples. A própria expressão
“máquinas simples”, bem como a descrição dos cinco tipos fundamentais, aparece
na obra de Heron de Alexandria (aprox.. 10-70 d.C.), intitulada Mecânica (Μηχανική),
composta no primeiro século da era cristã. Certamente Heron não foi o inventor
dessas máquinas, nem mesmo de suas descrições, mas é o autor mais antigo que
conhecemos que as analisou de modo sistemático, procurando descobrir um
princípio geral a partir do qual podem ser deduzidas suas propriedades.
Sabe-se pouco sobre Heron de Alexandria (ver Drachmann, 1972). Esse autor
escreveu obras sobre pneumática, máquinas de guerra, autômatos, óptica,
geometria e outros temas. Ele escrevia em grego, mas algumas de suas obras só
foram conservadas sob forma de tradução para outros idiomas. Não são conhecidos
manuscritos da Mecânica em grego; o texto só foi conservado através de uma
versão árabe.
Apresentamos a seguir a tradução de uma seleção de trechos do Livro 2 da
Mecânica de Heron. A tradução foi realizada indiretamente, a partir de diversas
versões (Heron, 1894; Heron, 1976; Cohen & Drabkin, 1958). Todas as ilustrações
utilizadas neste capítulo são reproduzidas a partir da tradução francesa de Heron
(1894).

1
Professor aposentado, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Professor colaborador,
Fundação Municipal de Ensino Superior de Bragança Paulista (FESB) e Universidade Federal do
Estado de São Paulo (UNIFESP). Email: roberto.andrade.martins@gmail.com

1
A “Mecânica” de Heron de Alexandria: seleção do Livro 2
1. As máquinas simples pelas quais se move um dado peso com uma dada
potência são cinco. Vamos indicar quais são suas formas, seus modos de uso e
seus nomes. Essas máquinas são fundamentadas em um princípio natural único,
embora sejam muito diferentes em aparência. Eis seus nomes: roda, alavanca, polia,
cunha, parafuso.
[Primeira máquina simples] A roda [fig. 1] é construída desta forma: toma-se
um pedaço de madeira dura desbastada como uma viga; suas extremidades são
aplainadas e arredondadas, guarnecidas por anéis de cobre, feitos com cuidado,
destinados a tornar insensíveis as asperezas do eixo. Dessa forma, cada uma de
suas extremidades sendo introduzida em um furo arredondado e revestido de cobre,
aberto em uma parede sólida e fixa, ela gira aí facilmente. O pedaço de madeira,
assim trabalhado, se chama eixo. Monta-se em seguida no meio dele uma roda
perfurada com um furo quadrado com a mesma seção reta que o eixo; ajusta-se
bem para que a roda e o eixo montados um sobre o outro girem juntos. Essa roda se
chama peritrochium, cujo significado é: aquilo que envolve. Terminada essa
construção, separamos no eixo, de cada lado do tambor, uma parte curva, em torno
da qual se enrolará a corda. Depois perfuramos a parte externa da roda com furos,
tão numerosos quanto exija a comodidade, e medidos exatamente de forma que,
quando se introduzirem lá pinos de madeira, seja possível fazer girar com esses
pinos a roda e o eixo.

Figura 1. A roda (Heron, 1894, p. 96).

2
Acabamos de expor como deve ser construída a roda. Vamos agora explicar o
modo de usá-la. Quando quiser mover um grande peso com um poder menor do que
ele, prenda a corda na qual o peso está atado à parte do eixo que foi separada dos
dois lados da roda; depois, introduza pinos de madeira nos furos que foram
perfurados na roda e, empurrando de cima para baixo esses pinos, você fará a roda
girar. Então o peso é movido com um pequeno poder, e as cordas se enrolam sobre
o eixo, ou pelo menos suas voltas se superpõem, se elas não se enrolam ao longo
do eixo. A dimensão desse instrumento deve ser proporcional à grandeza dos
corpos pesados que ela se destina a erguer. A razão entre suas partes deve estar
na medida da razão do peso a mover para o poder motriz; nós o demonstraremos
adiante.

Figura 2. Alavanca (Heron, 1894, p. 106).

2. A segunda máquina simples é aquela que se chama alavanca [fig. 2]. Talvez
esta máquina tenha sido a primeira a ser inventada para mover um corpo muito
pesado. De fato, quando os homens quiseram mover um objeto com um peso
excessivo, o que eles teriam que fazer inicialmente para colocá-lo em movimento
seria erguê-lo acima do solo; e como eles não tinham como segurá-lo, pois todas as
partes da base estavam em contato com a terra, eles deveriam recorrer a um
artifício: então eles perfurariam uma pequena cavidade na terra abaixo do corpo
pesado; depois, tomando um longo pedaço de madeira, eles introduziriam sua
extremidade nessa escavação, e empurrariam a outra extremidade; o peso pareceria
mais leve. Eles colocariam sob esse pedaço de madeira uma pedra cujo nome é
hypomochlium, que significa: colocado sob a alavanca; e empurrando de novo,
descobririam que o peso estava ainda mais leve. Quando essa força tivesse sido
evidenciada, saber-se-ia que era possível mover desse modo pesos consideráveis.
Esse pedaço de madeira se chama alavanca, seja ela redonda ou quadrada; e

3
quanto mais se aproxima a pedra colocada abaixo dela do peso que deve ser
movido, mais fácil é o movimento, como demonstraremos mais abaixo.

Figura 3. Sistema de polias (Heron, 1894, p. 99).

3. A terceira máquina simples é um sistema de polias [fig. 3]. Quando


queremos elevar um peso qualquer, prendemos nele cordas, e tentamos puxar as
cordas até erguê-lo. Precisamos para isso de um poder igual ao peso que queremos
erguer. Se, depois de ter soltado as cordas do peso, nós prendemos uma de suas
extremidades em uma viga fixa, depois introduzimos a outra extremidade sob uma
polia presa no meio do fardo, e puxando então as cordas, nós moveremos o peso
mais facilmente.
Se prendermos uma outra polia à viga fixa, e fizermos passar por ela a
extremidade da corda, puxando-a, moveremos o peso com mais facilidade ainda. Se
prendermos ainda outra polia ao fardo para aí deslizar a extremidade da corda, essa
facilidade que temos para mover o peso aumentará. Seguindo esse procedimento,
multiplicaremos as polias presas à viga fixa e ao peso que queremos erguer;
introduziremos sucessivamente a extremidade da corda em cada uma das polias
fixas e em cada uma das que estão presas ao fardo e, trazendo a nós essa ponta da
corda para puxá-la, veremos aumentar a facilidade com a qual elevaremos o peso.
Quanto mais multiplicarmos as polias sobre as quais passam as cordas, maior será

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essa facilidade. É conveniente que a primeira extremidade da corda seja fixada,
presa à viga fixa, e que a corda vá de lá para o peso.
As polias que são presas ao suporte fixo [fig. 3] devem ser fixadas por meio de
uma outra peça de madeira e devem girar em torno de um mesmo eixo que é
chamado manganum; essa peça de madeira é presa à viga fixa por outras cordas.
Quanto às polias presas ao fardo, elas são arranjadas sobre um outro eixo igual ao
primeiro e preso ao fardo. É necessário que as polias sejam montadas sobre o eixo
de modo tal que não possam se aproximar umas das outras porque, se elas se
tocarem, sua rotação se tornará difícil. Dissemos que quanto mais as polias forem
multiplicadas, maior será a facilidade de elevar o peso, e que a extremidade da
corda deve ser presa ao suporte; isso será provado mais adiante.
4. A quarta máquina simples, que segue as precedentes, é chamada cunha.
Ela serve para algumas das preparações dos perfumistas e para produzir a adesão
das partes disjuntas em certas obras de carpintaria. Seus usos são variados; mas,
geralmente, é utilizada para quebrar a parte inferior de pedras que queremos
destacar, depois que elas foram primeiramente separadas, dos lados, da massa da
qual se quer destacá-las. Não se poderia, para isso, usar qualquer outra das
máquinas, mesmo associando-as todas; só a cunha pode agir nesse caso. Ela atua
pelo golpe que a atinge, qualquer que seja esse golpe, e ela não cessa de agir
depois do golpe. Isso é claro: muitas vezes, de fato, sem que a cunha seja atingida,
ela faz barulho e rompe, pois fende por sua própria força. Quanto mais agudo for o
ângulo da cunha, mais facilmente ela age, como mostraremos.
5. A quinta máquina simples é chamada de rosca ou parafuso [fig. 4]. Os
instrumentos de que falamos se baseiam em princípios muito claros e são completos
em si mesmos. É o que se constata em muitas ocasiões em que eles são usados. A
rosca, pelo contrário, apresenta certa dificuldade em sua construção e seu uso, seja
ela usada sozinha ou com a associação de outra máquina. Ela é apenas um tipo de
cunha curva, que não recebe golpes mas que é colocada em movimento por uma
alavanca. O que vamos apresentar tornará evidente essa proposição.
Definimos assim a natureza da linha traçada sobre a rosca: suponhamos que
uma das arestas de uma figura cilíndrica se move sobre a superfície do cilindro, e
que um ponto se mova sobre essa aresta a partir de sua extremidade; esse ponto
percorre a aresta toda no tempo em que a aresta faz uma volta em torno da

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superfície cilíndrica e retorna à posição inicial de que partiu. A curva descrita pelo
ponto sobre a superfície é uma volta da rosca; e é isso que se chama de rosca. [...]
Quando queremos utilizar a rosca, fazemos uma perfuração seguindo essa
linha enrolada sobre o cilindro, com uma ranhura que penetre suficientemente na
espessura do cilindro para que seja possível lá introduzir um pino de madeira
chamado tylos. O parafuso é utilizado em seguida deste modo: suas extremidades
são arredondadas e polidas, fazendo-o passar por duas aberturas redondas feitas
em suportes fixos, de modo que gire com facilidade. Depois se coloca verticalmente
e paralelamente ao cilindro do parafuso uma régua de madeira chamada kanon;
essa régua tem uma ranhura com bordas paralelas aberta na sua superfície, do lado
voltado para o parafuso. Introduz-se uma extremidade do pedaço de madeira
chamado tylos na ranhura do parafuso e a outra extremidade na ranhura da régua.
Quando queremos mover um fardo pesado com esse instrumento, tomamos uma
das cordas chamadas syzyx, prendemos uma de suas pontas no fardo que
queremos erguer, e a outra na peça de madeira chamada tylos. Perfuramos em uma
das extremidades do parafuso diversos furos, em diferentes direções; introduzidos
nesses furos pinos de madeira, com a ajuda dos quais giramos o parafuso. O
pedaço de madeira se eleva, movendo-se na ranhura perfurada no parafuso;
subindo, ele puxa a corda, que ergue o fardo ao qual ela está presa [fig. 4]. [...]

Fig. 4. Parafuso (Heron, 1894, p. 103).

6
[...]
7. Acabamos de expor a construção das cinco máquinas simples cuja
descrição foi apresentada, e de explicar seu modo de uso. Quanto à causa que faz
com que cada um desses instrumentos mova pesos consideráveis com um poder
muito fraco, vamos agora falar sobre isso.
Suponhamos dois círculos [fig. 5] tendo um mesmo centro ; sejam seus
diâmetros as duas linhas , ; esses dois círculos se movem em torno do ponto ,
que é seu centro comum, e estão perpendiculares ao plano do horizonte.
Suspendamos nos dois pontos   dois pesos iguais, designados por  e. É
evidente que os círculos não se movem para um lado nem para o outro, pois os dois
pesos são iguais e as distâncias ,  são iguais. Consideremos  como o braço
de balança móvel em torno de um ponto de suspensão que é o ponto . Se
transportarmos para  o peso que está aplicado em , o peso  se moverá para
baixo, e fará os círculos girarem. Mas se aumentarmos o peso para , ele de novo
equilibrará o peso ; e a razão do peso  para o peso  será igual à razão da
distância  para a distância  Assim, a linha  tem o papel de um braço de
balança, que se move em torno do ponto de suspensão que é o ponto .

Figura 5. Explicação do princípio das máquinas simples (Heron, 1894, p. 106).

Arquimedes já apresentou essa proposição no seu livro sobre o equilíbrio dos


pesos. É evidente, por isso, que podemos mover um corpo muito pesado com um
poder fraco, quando, sendo dados dois círculos concêntricos, e um grande peso
aplicado a um arco qualquer do grande círculo, a razão entre a linha traçada do
centro do grande círculo até a linha que sai do centro do pequeno é maior do que a

7
razão entre o grande peso e o fraco poder que o move. O fraco poder supera então
o grande peso.
8. Vamos agora aplicar às cinco máquinas simples a demonstração que
acabamos de fazer no exemplo do círculo; de acordo com essa análise, sua
exposição adquirirá total clareza. Os antigos sempre a faziam preceder por este
lemma.
[...]
20. As cinco máquinas simples que movem os pesos se associam a círculos
montados sobre um só centro; é o que demonstramos nas diversas figuras que
descrevemos anteriormente. Indico, no entanto, que elas se reduzem ainda mais
diretamente à balança do que aos círculos; vimos, de fato, que os princípios da
demonstração dos círculos vieram daqueles da balança; demonstra-se que a razão
entre o peso suspenso no pequeno braço da balança, para o peso suspenso no
braço maior, está na mesma razão que o braço maior para o menor. [...]
21. [...] Propomos inicialmente mover um grande peso com uma fraca potência,
por meio da roda, superando o obstáculo indicado. Suponhamos que o peso que
queremos mover seja de 1.000 talentos, e a potência motriz de 5 talentos 2. É
necessário primeiramente fazer com que o poder equilibre o peso pois, uma vez
conseguido esse equilíbrio, será possível fazer com que o poder supere o peso,
adicionando um pequeno excesso às relações entre as peças do instrumento.
O eixo em torno do qual se enrola a corda que prende o peso está em ; a roda
montada sobre o eixo está no ponto . Para facilitar a construção do instrumento,
façamos o diâmetro da roda igual a apenas 5 vezes o diâmetro do eixo. Então, a
potência que deve ser aplicada à roda, e que deve equilibrar um peso de 1.000
talentos, será de 200 talentos; mas a potência que nos é dada é de apenas 5
talentos. Portanto, não nos é possível mover, com a roda  e com essa potência, o
peso dado. Façamos então um eixo munido de dentes, como o eixo , que tem uma
engrenagem que prende os dentes da roda ; de modo que, quando o eixo  é
colocado em movimento, seu movimento se transmite à roda  e ao eixo indicado
anteriormente; então, quando o eixo  se move, o peso também se move [fig. 6].

2
Um talento romano equivale a aproximadamente 32 kg.

8
Figura 6. Sistema de engrenagens (Heron, 1894, p. 130).

[...] Consideremos ainda uma roda  fixa sobre esse eixo, e façamos, por
exemplo, seu diâmetro igual a 5 vezes o diâmetro do eixo . Então, a força que é
aplicada à roda  e que deve equilibrar o peso deve ser de 40 talentos. Suponhamos
que outro eixo  está engrenado a essa roda; a força motriz em  será também de 40
talentos. Montemos uma roda  sobre o eixo , e façamos seu diâmetro igual a 8
vezes o diâmetro do eixo , pois o poder de 40 talentos é oito vezes o poder de 5
talentos. O poder aplicado à roda  e capaz de equilibrar o peso de 1.000 talentos
deverá ser então de 5 talentos. É isso o que é fornecido. Para que o poder vença o
peso, devemos fazer a roda  um pouco maior, ou o eixo  um pouco menor. E
quando fizermos isso, o poder superará o peso.
22. Esse instrumento e todas as máquinas de grande força que parecem com
ele são lentos, porque quanto mais fraco for o poder comparado ao grande peso que
ele move, maior é o tempo exigido para o trabalho. Há uma mesma relação entre os
poderes e os tempos3. Por exemplo, quando um poder de 200 talentos é aplicado à
roda , e quando ela colocou o peso em movimento, é necessária uma volta inteira
de  para que o peso se mova o comprimento da circunferência do eixo . Se o
movimento é dado pela roda , o eixo  deve girar cinco vezes para que o eixo 
faça uma única volta, pois o diâmetro da roda  é cinco vezes a do eixo , e cinco
3
Na verdade, não é o tempo que entra nessa relação, e sim os espaços percorridos pelo peso e pela
força motriz. A força menor precisa percorrer uma maior distância, para mover um grande peso por
uma pequena distância. As forças e os deslocamentos são inversamente proporcionais.

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voltas de  equivalem a uma volta de . [...] Assim, a razão entre o peso e a força
motriz é igual ao inverso da razão entre os eixos e as rodas, por mais numerosos
que eles sejam. Isso completa a demonstração.

Considerações finais
A obra de Heron apresenta as cinco máquinas simples de um modo bastante
claro e correto (de acordo com nossos conhecimentos atuais). A tradução aqui
apresentada, que inclui apenas uma pequena parte da sua Mecânica, não deve
levar o leitor a imaginar que Heron estudou apenas isso. O objetivo do livro de
Heron não era apenas este; ele estudou máquinas muito mais complexas,
descrevendo seu funcionamento de forma detalhada. Espero que esta tradução de
parte da Mecânica de Heron contribua para uma melhor compreensão do estudo
sobre as máquinas na Antiguidade e também para ampliar o conhecimento do
trabalho desse autor, que praticamente só é lembrado nas obras didáticas por
causa de sua descrição de uma primitiva máquina a vapor, a eolípila.

REFERÊNCIAS

COHEN, Morris R.; DRABKIN, Israel E. (eds.). A source book in Greek science.
Cambridge, MA: Harvard University Press, 1958.

DRACHMANN, Aage Gerhardt. Hero of Alexandria. In: GILLISPIE, Charles Coulston


(ed.). Dictionary of scientific biography. New York: Scribner's Sons, 1972. Vol. 6,
p. 310-314.

HERON. Les mécaniques ou l'élévateur de Héron d'Alexandrie. Publiées pour la


primière fois sur la version arabe de Qostà ibn Lûqâ. Trad. Baron Bernard Carra de
Vaux. Paris: Imprimérie Nationale, 1894.

HERON. Heronis Alexandrini opera quae supersunt omnia. Volumen II.


Mechanica et Catoptrica. Ed. Ludwig Nix & Wilhelm Schmidt. Stutgart: B. G.
Teubner, 1976.

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