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FACULDADE DE CIÊNCIAS NATURAIS MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA

DEPARTAMENTO DE FÍSICA
Curso de Licenciatura em Física
Física experimental II. Ano Lectivo de 2024
Experiência 01: Balança de Torção.

1. Introdução

Na pratica é mais fácil extrair electrões de um átomo, ficando um ião positivo, com
excesso de protões, ou transferir mais electrões para um átomo neutro, ficando um ião
negativo, com excesso de electrões, no entanto, para extrai um protão ou neutrão, requer uma
grande quantidade de energia.
De facto, sempre que dois objectos diferentes entram em contacto muito próximo,
passam electrões dos átomos de um dos objectos para o outro. O objecto que for mais
susceptível a perder electrões ficará electrizado com carga positiva (protões a mais) e o
objecto que for menos susceptível a perder os seus electrões ficará com a mesma carga, mas
negativa (electrões a mais).
Franklin na sua descoberta, conclui que a força eléctrica entre partículas com carga
deveria ser também proporcional ao inverso do quadrado da distância entre as partículas. No
entanto, uma diferença importante entre as forças eléctrica e gravítica é que a força gravítica
é sempre atractiva, enquanto que a força eléctrica pode ser atractiva ou repulsiva:
 A força eléctrica entre duas cargas com o mesmo sinal é repulsiva.
 A força eléctrica entre duas cargas com sinais opostos é atractiva.

Vários anos após o trabalho de Franklin, Charles-Augustin de Coulomb, fez


experiências para estudar com precisão o módulo da força electrostática entre duas cargas
pontuais. Ele desenvolveu um dos primeiros instrumentos para o efeito que é conhecido
como a balança de torção de Coulomb, que foi apresentada na sua versão final em 1785 na
Academia Real de Ciências em Paris.

A balança de torção de Coulomb consiste em várias partes pequenas. Dentro de uma


caixa de vidro, que evita que a brisa ou outros factores ambientais afectem os resultados,
uma agulha pendurada em um fio, tipicamente de seda. Um tubo de vidro estreito se estende
através da parte superior da caixa de vidro. No topo do tubo é uma esfera metálica, a partir
da qual a agulha trava pelo fio.
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Uma pequena esfera metálica está em uma extremidade da agulha, que pode balançar
livremente devido ao seu estado suspenso. É importante dizer sobre a parte superior da caixa
de vidro também é uma haste de metal com esferas metálicas em ambas as extremidades
(uma dentro da caixa, uma fora).

Pela sua Natureza, a balança de torção, é caracterizada pelo deslocamento linear (ou
angular) a que se encontra o sistema (ou sua parte) em relação a posição de equilíbrio. O
deslocamento varia periodicamente tanto em módulo como em sentido. A força pode ser
medida avaliando a torção do fio numa balança de torção.

Figura 01: Balança de torção Eléctrica

Balança de Coulomb Projecção das forças

Quando o conjunto é girado de um ângulo Ө, o fio faz um torque restaurador proporcional a


este ângulo

  k . (1)

O valor de k é próprio do fio onde o conjunto está suspenso, e, numa analogia com as
molas, faz o papel da constante elástica.

Assim, conhecendo-se o valor da constante k, e medindo-se o ângulo de giro, é


possível determinar o torque a que este fio está submetido, portanto, Sob acção deste
momento de forças elástica a barra carregada por duas massas iguais C, situadas
simetricamente a uma distância r do centro O, move-se com uma aceleração angular α cujo
o valor é determinado pela lei fundamental do movimento de rotação do corpo rígido, isto é:

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d d 2
  I .  I I 2
dt dt (2)
Em que I é o momento de inércia do sistema. Logo, combinando a equação (1) e (2) obtém-
se:
d 2 k
 0
dt 2 I (3)
Que é a equação do movimento harmónico do sistema.
 I 
 t  m cos 2  
 T  (4)

Onde:
 m é o deslocamento angular máximo, T é o período das oscilações livres que

é igual a:

I
T  2
k (5)
E pode ser medido directamente. O módulo de torção k encontra-se indirectamente.
Para isso escrevamos o momento de inércia do sistema dos corpos que fazem parte do

sistema numa forma conveniente, isto é: I1  I 02mR1


2
(6)

Em que 2mR1 é o momento de inércia das massas C; R1 é a distância do eixo OO até ao
2

I0
centro de massa C, é o momento de inércia do resto dos corpos do sistema, se for uma
M .L2
I 0
barra rectilínea 12 , M massa da barra, L comprimento da barra.

Se uma esfera fixa é electrizada e colocada próxima a uma das esferas suspensas,
também electrizada, ela provocará uma força eléctrica entre elas e produzirá um torque sobre
o conjunto de esferas suspensas, que vai girar até ocorrer o equilíbrio dos torques.

Assim o funcionamento deste aparato experimental estará em conformidade da


simulação da balança de torção, que incorpora um mecanismo semelhante ao que Coulomb
usou para estudar a força eléctrica entre duas cargas. O ângulo de torção ajusta-se segundo
a distância entre as duas cargas (Q1 e Q2), cujo valor pode ser determinado durante o
deslocamento da Q1, este pode também manipular a posição da carga Q2.

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2.Objectivos

Depois de realizar esta experiência, você deve ser capaz de:


 Construir um protótipo de uma balança de torção
 Analisar o comportamento da rotação das esferas
 Estudar as leis da funcionalidade balança de torção.
 Determinar a constante de torção
 Determinar a carga eléctrica

3. Material necessário:
 Um tubo ou ferro de PVC
 2 copos descartáveis;
 Uma barra fina de madeira de 15 cm
 3 canudinhos dobráveis;
 Papel de alumínio.
 Cola de madeira ou quente
 Um fio que pode ser Barbante ou linha de costura
 Um suporte de madeira de 40 cm
 Três esferas de 50mm feitas por placa de isopor
 Uma régua
 Um transferidor
 Uma balança
 Uma fita métrica

Observe a Fig. 2, que mostra um aparato que pode justificar a funcionalidade de uma balança
de torção, portanto, pela sua natureza é frágil e sujeito a varias forças que podem afectar no
mau funcionamento, nesta perspectiva, para minimizar erros, durante o manuseio deve evitar
aproximar as esferas de corpos metálicos, e não realizar num lugar húmido.
Deve-se considerar que o fio não pode ser muito espesso, para não ter sua flexibilidade à
torção atenuada. Além disso, não deveria ser torcido por ângulos com valores muito elevados,
para não enrijecer e consequentemente, apresentar imprecisões indesejadas

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4. Esquema do aparato
Figura 02: Montagem do aparato

Esfera
Haste
Fio

Copos

Régua

Transferidor Canudinhos

5. Procedimentos quando a concepção do protótipo


1. Por meio de medição encontre o comprimento e massa do fio,
2. Pese a esfera e canudinho e depois meça o comprimento de canudinho,
3. Fixe o suporte de madeira num lugar livre e plana,
4. Em role o papel de alumínio nas esferas produzidas por placa de isopor,
5. A cada copo descartável cole um canudinho,
6. Numa das extremidades de canudinho colado no copo, por meio de cola fixe uma
esfera,
7. Procure uma barra muito fina para colar na outra extremidade do canudinho colado
no copo para equilibrar-se com a esfera,
8. Cole a 3ª esfera num outro canudinho, e encurve de modo a fazer um angulo de 90º e
afie a outra extremidade para servir de ponteiro,
9. Amare o canudinho encurvado e pendure no suporte de madeira.
Agora seu aparelho está pronto e você pode começar seu experimento, mas não se esqueça
de não tocar com as mãos as esferas durante a realização do experimento.

6. Procedimento da funcionalidade
1. Posicione o suporte de madeira, de modo que o canudinho fique na posição paralela
a linha horizontal traçada no papel A4.
2. Coloque o transferidor por cima do papel traçado, e ajuste de modo que a ponta afiada
do canudinho fique na posição 0 do transferidor.

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3. Posicione a régua de forma perpendicular com o canudinho encurvado, para permitir
medir a distância que começa a se observar o fenómeno.
4. Posicione um dos copos descartável de forma paralela com a régua,
5. Movimente lentamente a esfera que se encontra no canudinho paralelo a régua, até
aproximar a esfera pendurada, verifique o que acontece
6. Friccione bem tubo de PVC com um pano de lã ou outro pano capaz de electrizar o
papel de alumínio.
7. Faz a electrização por contacto entre o PVC e a esfera do canudinho paralelo a régua
e a do canudinho pendurado.
8. Movimente lentamente a esfera que se encontra no canudinho paralelo a régua, até
aproximar a esfera pendurada, verifique o que acontece.
9. Leve a outra esfera toque na esfera do canudinho paralelo a régua, verifique o que
acontece.
10. Repetir 5 vezes os procedimentos 5, 6, 7 e 8, e regista os valores da distância e ângulo
numa tabela.
Tabela 1.1: Distância e ângulo de torção
Nr de X (cm) ɵ (rad) Q (C)
ordem

1
2
3
4
5
6

 Estude a relação entre a distância com a repulsão ou atracção das esferas


 Estime a quantidade da carga em cada atracção ou repulsão

Bibliografia
Assis, A K T. (1962). Tradução Comentada das Principais Obras de Coulomb sobre
Electricidade e Magnetismo, Ebook, Canada.
Silva, M. F. da & Monteiro, M. A (2015). Abordagens imagético-verbais relacionadas à
balança eléctrica de Coulomb em livros didácticos de Física. CBEF, v. 32, n. 2, p. 320-350.
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