Gerador Van de Graaff e interação entre corpos

carregados
Gabriel D. Brito; Gabriel de S. Cruz; Miquéias de S. Reis;
Rodrigo Vidal; Pedro Ygor Correia da S. e Silva

Física III – Engenharia Industrial Madeireira – CCAE

Universidade Federal do Espírito Santo – UFES
2019/2 - Alegre-ES

Resumo. Neste experimento foram estudados alguns assuntos característicos da física do

eletromagnetismo, que com ajuda do conhecimento teórico e experimental adquirido pôde-se ter um
melhor entendimento de certos fatores que estão presentes no dia a dia das pessoas, bem como:
eletrização por atrito, descargas elétricas em dias de tempestades, atração e repulsão entre cargas
elétricas, bons condutores e isolantes, entre outros. Por fim, serão fixados imagens e diagrama de
corpo livre que facilitará o entendimento de todo trabalho executado

Palavras chave: eletromagnetismo, atração, repulsão, condutores.

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1. Introdução
A carga elétrica é um conceito físico
que determina as interações
eletromagnéticas dos corpos
eletrizados. Dessa forma, cargas de
mesma natureza (positivo e positivo,
negativo e negativo) se repelem,
enquanto que as cargas opostas
(positivas e negativas) se atraem. Isso
ocorre pelo fato que as cargas elétricas
são formadas por partículas elementares
que constituem os átomos, conhecidas
como prótons (carga positiva), elétrons
(carga negativa) e nêutrons (carga
neutra). “[...] as centelhas e a ‘atração
eletrostática’, são em geral consideradas
uma mera curiosidade. Entretanto, se
você produz uma centelha elétrica ao
manipular um microcircuito de um
computador, o componente pode ser
inutilizado. E exemplos revelam que
existem cargas elétricas em nosso
corpo, nos suéteres, nos tapetes, nas
maçanetas e nas torneiras. Na verdade,
todos os corpos contêm muitas cargas
elétricas.” [1]
O termo “eletrostática” é usado para
chamar a atenção para o fato de que a força
a que se refere a lei de Coulomb é a força
que existe entre duas cargas mesmo que o
movimento relativo entre elas seja nulo.
Sobretudo, teoremas ativos diz que “uma
casca uniforme de cargas atrai ou repele
uma partícula carregada situada do lado de
fora da casca como se toda a carga da casca
estivesse situada no centro.” [2]
“No estudo das interações entre corpos
carregados, foi feito uso do termo carga
elétrica puntiforme. Quando dois corpos
carregados com cargas Q e q têm tamanhos
desprezíveis em relação a distância que os
separam, dizemos que estes corpos
possuem cargas puntiformes.
No estudo de forças elétricas por volta de
1785, Coulomb determinou através de
experimentos (balança de torção), a relação
da força elétrica F com as cargas Q1 e Q2
envolvida no experimento e a distância
entre elas.
A lei de Coulomb é expressa pela
fórmula matemática dada abaixo:” [3]
𝑄1 − 𝑄2
𝐹 = 𝑘0
𝑑2

2. Procedimento Experimental
Material necessário:
• Lâmpada fluorescente;
• Papel alumínio;
• Tesoura para corte de fitas de
papel alumínio;
• Bases isolantes para manter os
participantes isolados do chão;
• Fita adesiva;
• Algodão;
• Flanela para limpeza e retirada
de umidade;
• Óleo de rícino;
• Semente de grama;
• 2 cabos de ligação
(banana/banana).
A princípio, com a orientação do
professor, o experimento se iniciou com a
apresentação do equipamento. O gerador ao
ser ligado inicia-se um processo de
eletrização e transporte de cargas pelo
contato direto da polia com a correia do
gerador.
Um voluntário com ajuda de uma esfera
auxiliar em alumínio com cabo e borne
demonstra o experimento aproximando-a
bem pertinho da esfera de alumínio polido,
tendo como resultados algumas centelhas.
Em segundo momento, foi realizado o
corte de algumas lâminas bem estreitas de
papel alumínio e com ajuda de uma fita
adesiva elas foram presas na esfera de
alumínio polido, ao ligar o gerador em
rotação baixa, percebe-se interações de
cargas elétricas com o espaço físico. Em
mesmo instante, se aproximou fiapos de
algodão a esfera de alumínio polido, assim,
observando uma atração instantânea do
material. Logo, alguns voluntários tiveram
a curiosidade de sobrepor as mãos na esfera
(em momento o gerador descarregado),
havendo assim distribuição de cargas
elétricas em seu corpo.
Na terceira parte do experimento,
utilizou um pequeno torniquete
eletrostático para demonstrar o poder das
pontas, ou seja, uma perturbação que o
objeto metálico sofre por conta da carga
elétrica provocada pelo gerador.
Por fim, na quarta parte do experimento,
o objetivo era analisar o campo elétrico e
linhas de campo presentes no ambiente
próximo ao gerador, para alcançar este
estudo utilizou-se uma lâmpada
fluorescente aproximando-a da esfera do
gerador eletrostático em funcionamento,
como efeito deste método a lâmpada
apresentava leves e instantâneos sinais de
funcionamento.
Cabe frisar, tinha-se por objetivo
também analisar o comportamento de
sementes de grama em contato direto com
óleo rícino e assim o gerador já em
funcionamento. Mas infelizmente não se
pode realizar o experimento por falta de
materiais necessários.
3. Resultados e Discussão
➢ Campo elétrico uniforme:
Uma boa explicação para o
comportamento das fitas metálicas fixadas
ao domo é definida pela teoria do campo
elétrico uniforme, ou seja, uma região em
que todos os pontos possuem o mesmo
vetor campo elétrico em módulo, direção e
sentido. Sendo assim, as linhas de força são
paralelas e equidistantes.
Para produzir um campo com essas
características, basta utilizar duas placas
planas e paralelas eletrizadas com cargas de
mesmo módulo e sinais opostos.
Isso corrobora com a ideia proposta em
sala de aula que definia que a direção do
campo elétrico possui a representação de
uma linha ortogonal ao ponto localizado na
superfície, com sentido de saída da mesma,
demonstrado com a movimentação das fitas
de papel alumínio.

➢ Eletroscópio de folhas:
A forma mais simples dele é composta
de um recipiente (garrafa) constituído de
material isolante, tampado por um material
comumente isolante, na parte superior
externa do recipiente encontra-se uma
esfera de material condutor, ligada a mesma
existe um fio (também de material
condutor) que está ligado a duas fitas de
materiais distintos (ambos condutores).
Ao aproximar um corpo eletricamente
carregado da esfera localizada na parte
superior do eletroscópio ocorrerá indução
das cargas presentes no sistema, formando
uma “polarização” e por conseguinte as
fitas se afastarão (serão repelidas) pois no
processo de indução, os terminais ficarão
com as cargas de mesma polaridade,
acontecendo assim uma repulsão, que é
verificado com o afastamento das fitas.
Figura 1: diagrama de corpo livre do eletroscópio de
folha.
➢ Polaridade da carga:
No domo carregado há a presença de
elétrons livres (corrente elétrica), logo ao se
aproximar uma esfera neutra, ocorrerá
indução por atração das cargas negativas do
domo as positivas da esfera, assim a mesma
será carregada negativamente pelos
elétrons do domo, por conseguinte percebe-
se que as cargas transmitidas tem
polaridade negativa (-).
➢ Centelhador e o domo:
Ao aproximar-se o centelhador do domo
consegue-se diagnosticar dois momentos:
O primeiro demonstra-se como uma
atração exercida do domo ao centelhador, a
explicação física é que o domo carregado
negativamente exerce, por indução, atração
as cargas positivas do centelhador,
ocorrendo assim a aproximação dos corpos.
Nessa aproximação há transferência de
elétrons do domo pra esfera e nesse instante
a esfera passa a estar negativamente
carregada, e como o domo permanece
também negativamente carregado, gerando
assim o segundo momento.
Ambos estão negativamente carregados,
assim há repulsão dos corpos, fazendo com
que os mesmos se afastem.
No espaço entre o domo e o centelhador
percebe-se a formação de uma “faísca” que
é a descarga luminosa entre os dois corpos
condutores do sistema
Uma centelha ou faísca é uma descarga
elétrica que ocorre através de um gás
ionizado. É causada quando o campo
elétrico aplicado entre dois eletrodos é alto
o suficiente para provocar o rompimento da
rigidez dielétrica do gás. É constituída por
uma avalanche de elétrons e íonsatravés do
gás e é caracterizada pela emissão de luz e
som.
➢ Esteira transportadora:
A esteira deve ser constituída de material
isolante, pois no funcionamento do gerador,
a correia é eletrizada por atrito com uma
escova metálica ligada a um eletrodo
carregado (positivamente ou
negativamente), assim tais cargas
associadas a esteira devem ser levadas a
parte superior do gerador onde se encontra
uma outra escova, para que tal “transporte”
possa ser possibilitado, o material da
correia deve ser isolante, já que neste as
cargas não se movimentam com tanta
facilidade, possibilitando a chegada das
mesmas até a parte superior do gerador.

Figura 2: esquema ilustrativo da transportação de
cargas.
➢ Torniquete elétrico:
De acordo com a teoria do poder das
pontas, a carga elétrica distribuída na
superfície de um corpo pontiagudo tem a
tendência de acumular-se nas pontas,
tornando o ar condutor nas proximidades
desses locais.
Em virtude da alta concentração de
cargas, o campo elétrico e a densidade de
cargas são muito maiores nas extremidades
de qualquer objeto pontiagudo.
Figura 3: torniquete eletrostático em movimento.
Liga-se a haste h ao terminal negativo de
uma máquina eletrostática. Cada ponta,
sendo negativa, exerce sobre as moléculas
de ar próximas a ação já explicada acima,
produzindo-se o vento elétrico em torno de
cada ponta.
4. Conclusão
Após a realização do experimento
compreendeu-se de forma sintática o
funcionalismo do gerador de Van Graaff,
pode-se entender as fundamentações físicas
que demonstram a atuação da força do
campo elétrico, que possui um vetor
direção ortogonal ao ponto de saída
localizado na esfera (visualizado no
comportamento utilizando-se a
experimentação com as fitas de alumínio),
demonstrando assim que as cargas tendem
a ficar na região mais externa da esfera
facilitando assim a formação de corrente
elétrica e permitindo com que outros
objetos sejam eletrizados, como ocorreu
com o centelhador ao entrar em contato
com o domo eletrizado.
5. Referências
[1] (HALLIDAY), David et al. Fundamentos
de Física, “Eletromagnetismo”, 7ª Edição,
Ed. LTC, Vol.3, 2007, p. 01.
[2] (HALLIDAY), David et al. Fundamentos
de Física, “Eletromagnetismo”, 7ª Edição,
Ed. LTC, Vol.3, 2007, p. 06.
[3] Disponivel em:
https://vamosestudarfisica.com/forca-
eletrica-entre-corpos-carregados/ Acesso
em 26 de Agosto de 2019.