FUNDAÇÕES DIRETAS: Vantagens e desvantagens, Tipologia,

Classificação e Métodos Construtivos.

Isaac Couto Santos
zaccouto1575@gmail.com

Peterson Lima Carpenter da Cruz

petersonlccruz@gmail.com

RESUMO: Em toda estrutura que existe um tipo de fundação seja ela estaca, tubulão, sapata ou radier,
sendo essa responsável por transmitir os carregamentos da estrutura ao solo através de tensões. Há diferentes
formas de agrupar os tipos de fundações, mas o mais comum é levando em consideração a profundidade que
estão cravadas e a forma como transmitem a tensão no solo, sendo elas classificadas em fundações rasas e
fundações profundas. Porém iremos nos restringir apenas às fundações rasas que são aquelas que são
superficiais e transmitem as cargas unicamente pela base. Com o intuito de expandir o conhecimento sobre
as mesmas.

PALAVRAS-CHAVE: Fundação Rasa, Superficial, Fundação

I. INTRODUÇÃO
projetista de fundações calcula o deslocamento
Fundações são elementos estruturais destinados a
desses elementos e compara com os recalques
transmitir ao terreno as cargas da estrutura.
admissíveis da estrutura, ou seja, primeiro
Devem ter resistência adequada para suportar as
elabora-se o projeto estrutural e depois o projeto
tensões causadas pelos esforços solicitantes. O
de fundação. Quando o projeto estrutural é
solo deve ter resistência e rigidez apropriada para
elaborado em separado do projeto de fundação,
não sofrer ruptura e não apresentar deformações
considera-se, durante o dimensionamento das
exageradas ou diferenciais. O sistema de
estruturas, que a fundação terá um
fundações é formado pelo elemento estrutural do
comportamento rígido, indeslocável. Na
edifício que fica abaixo do solo (podendo ser
realidade, tais apoios são deslocáveis e esse fator
constituído por bloco, estaca ou tubulão, por
tem uma grande contribuição para uma
exemplo) e o maciço de solo envolvente sob a
redistribuição de esforços nos elementos da
base e ao longo do fuste. Sua função é suportar
estrutura. Essa redistribuição ou nova
com segurança as cargas provenientes do
configuração de esforços nos elementos
edifício. Convencionalmente, o projetista
estruturais, em especial nos pilares, provoca uma
estrutural repassa ao projetista de fundação as
transferência das cargas dos pilares mais
cargas que serão transmitidas aos elementos de
carregados para os pilares menos carregados.
fundação. Confrontando essas informações com
Geralmente, os pilares centrais são mais
as características do solo onde será edificado, o
carregados que os da periferia. Ao considerarmos
a interação solo-estrutura no dimensionamento
da fundação, os pilares que estão mais próximos
do centro terão uma carga menor do que a
calculada,havendo uma redistribuição das
tensões. Dessa forma, é possível estimar os
efeitos da redistribuição dos esforços na estrutura
do edifício, bem como a intensidade e a forma
dos recalques diferenciais. Consequentemente,
teremos um projeto otimizado, podendo-se obter
uma economia que pode chegar a até 50% no
custo de uma fundação. Torna-se clara a
importância da união entre o projeto estrutural e
o projeto de fundações em um único grande
projeto, uma vez que os dois estão totalmente
interligados e mudanças em um provocam
reações imediatas no outro.
II. TIPOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO
As fundações são classificadas em fundações
diretas/rasas e indiretas/profundas.
As fundações diretas ou rasas são aquelas
em que a carga da estrutura é transmitida
diretamente ao solo pela fundação. São
executadas em valas rasas, com profundidade
máxima de 3,0 metros, e caracterizadas por
blocos, alicerces, sapatas e radiers. Quando a
camada resistente à carga da edificação ou seja,
onde a base da fundação está implantada, não
excede a duas vezes a sua menor dimensão ou se
encontre a menos de 3 m de profundidade;
As fundações indiretas ou profundas são
sua menor dimensão, e a mais de 3 m de
profundidade.
O que caracteriza, principalmente uma
fundação rasa ou direta é o fato da distribuição
de carga do pilar para o solo ocorrer pela base do
elemento de fundação, sendo que, a carga
aproximadamente pontual que ocorre no pilar, é
transformada em carga distribuída, num valor tal,
que o solo seja capaz de suportá-la. Outra
característica da fundação direta é a necessidade
da abertura da cava de fundação para a
construção do elemento de fundação no fundo da
cava. A fundação profunda, a qual possui grande
comprimento em relação a sua base, apresenta
pouca capacidade de suporte pela base, porém
grande capacidade de carga devido ao atrito
lateral do corpo do elemento de fundação com o
solo. A fundação profunda, normalmente,
dispensa abertura da cava de fundação,
constituindo-se, por exemplo, em um elemento
cravado por meio de um bate estaca
Exemplo de Fundação Superficial

aquelas que transferem a carga por efeito de

atrito lateral do elemento com o solo e por meio
de um fuste. Estas estruturas de transmissão
podem ser estacas ou tubulões. são aquelas cujas
bases estão implantadas a mais de duas vezes a
 alvenarias causando desconforto visual, danos a
saúde e depreciação do patrimônio entre outras
perdas . A impermeabilização pode ser feita com
o uso de diversos tipos de impermeabilizantes,
com bases betuminosas, em mandas ou até
mesmo com cimentos aditivados. A NBR
6122:2019 não define viga de fundação.

Exemplo de Fundação Profunda

Viga Baldrame em fase de concretagem

As principais fundações diretas são:

A) VIGA DE FUNDAÇÃO (BALDRAME)

A viga baldrame pode ser considerada a

própria fundação. No caso de terrenos firmes e
cargas pequenas, pode- se utilizar este tipo de
fundação rasa e bem econômica que, nada mais é
do que uma viga, calculada como viga sobre base
elástica e construída em uma cava com muito
Viga Baldrame impermeabilizada
pouca profundidade, destinada a suportar a carga
de todas as paredes de uma construção, B) BLOCOS DE FUNDAÇÃO
transferindo-a ao solo
Segundo Velloso e Lopes (2004), o Bloco é um
A escolha correta do sistema de
elemento de fundação rasa que tem como
impermeabilização adotado para as vigas
baldrames das edificações é fundamental para se característica o recebimento de apenas um

evitar situações indesejáveis em sua fase de único pilar. Os blocos se diferem das Sapatas
utilização. Dentre elas podemos destacar as por serem dimensionados sem a precisão de
patologias comumente denominadas “mofo de
armadura. A NBR 6122:2019, define como
rodapé” que, na verdade, são o efeito da umidade
bloco “elemento de fundação superficial de
presente no solo através da ascensão capilar dos
concreto, dimensionado de modo que as
materiais, se revelando nas superfícies das
tensões de tração nele resultantes sejam

resistidas pelo concreto, sem necessidade de

armadura” (NBR 6122:2019, P. 3). A Norma,

NBR 6122:2019, ainda determina que tanto

para os blocos, como para as sapatas, sua

Bloco de Fundação Escalonado
dimensão mínima em planta deve ter 60 cm e Ainda de acordo com os autores, a altura do

se a fundação estiver próximo a divisas, exceto bloco deve ser calculada para que o concreto
absorva as tensões de tração que irão atuar sobre
quando estiver sobre rochas, a sua
ele, reforçando assim, a teoria de Velloso e
profundidade deve ser de no mínimo 1,5 m.
Lopes, que o bloco não necessita ser armado.
Ainda de acordo com os autores Velloso e
C) SAPATAS
Lopes, geralmente o dimensionamento dos

blocos são feitos adotando α ≥ 60º, levando em A sapata em Fundações rasas é um “elemento
de fundação superficial de concreto armado,
consideração a figura a seguir:
dimensionado de tal modo que as tensões de
tração sejam resistidas por armadura (por isso, a
sapata tem menor altura que o bloco)”
(VELLOSO E LOPES, 2004, P. 11).
Considerando todos os elementos de fundação
rasa, a sapata é o mais usual, isso se dá “devido à
Dimensionamento do Bloco
grande variabilidade existente na configuração e
Segundo Teixeira e Godoy (1998), os blocos, que forma dos elementos estruturais que nela se
são constituídos de concreto simples, tem como apoiam” (BASTOS, 2016, P. 6)
característica uma grande altura, se comparado às
demais fundações rasas, essa altura se dá devido
a necessidade que o bloco trabalhe a compressão.
É importante atentar-se que a altura do bloco
deve possibilitar a ancoragem dos ferros do pilar,
segundo Velloso e Lopes (2004), assim como
expresso na última imagem. “Normalmente, os
blocos assumem a forma de um bloco
escalonado, ou pedestal, ou de um tronco de
cone.” (TEIXEIRA e GODOY, 1998, P. 227)
Execução de Sapata

As sapatas são divididas em: Sapatas isoladas,

sapatas corridas e sapatas associadas. tem que obedecer ao limite que a maior grandeza
da sua base seja menor que cinco vezes a sua
largura. Como podemos observar na imagem a
seguir.

1) SAPATA ISOLADA

As sapatas isoladas recebem um único pilar,

logo, o centro de gravidade do pilar irá ser o
mesmo da base da sapata, independentemente da
forma do pilar. As sapatas isoladas conseguem
sustentar ações centradas ou excêntricas e é a
mais utilizada. (DELALIBERA, 2006). A Sapata isolada de fundação superficial
retangular é a sua forma mais comum, segundo
Bastos (2016), isso se dá devido aos pilares
serem usualmente retangulares, porém, podem as
sapatas isoladas podem apresentar diversas
formas.

Limite para sapata retangular

Se este limite for ultrapassado a sapata deixa

de ser considerada isolada e passa a ser
considerada corrida.

Sapatas Isoladas 2) SAPATA CORRIDA

D) RADIER
De acordo com Bastos (2016) Sendo um
É considerado uma fundação rasa que se
elemento de fundação, as forças que agem nas
assemelha a uma placa de concreto que abrange
sapatas são os momentos fletores (podendo
todos os pilares da edificação. Consiste em uma
variar, em uma ou duas direções), as forças
laje de concreto armado que é implantada sobre a
normais (N) e as forças horizontais (H). Para que
superfície do terreno onde será executada a
a sapata retangular seja considerada isolada, ela
construção da obra, sendo especificado conforme funções.
o projeto. Outro aspecto a se detectar, segundo a
norma NBR 6122:2010 define radier como sendo
fundação superficial que abrange toda a base da
edificação. Indicando, que se a fundação ocupar
mais de 70% da área total da obra o radier é
recomendado.

Fundação tipo radier

Segundo (Delalibera, 2006), esse tipo de

fundação é bastante usado em construções de
casas populares, pois além de ser fácil de
executar é mais econômico. Alguns fatores
devem ser levados em consideração para uso
desse tipo de fundações como o ensaio SPT do
solo não pode sofrer variação com
profundidade, pois se tornaria um solo instável.
De acordo com Dória (2007), esse tipo de
fundação pode ser usada também quando deseja
uniformizar os recalques existentes, além de que
pode ser utilizada quando o solo apresentar baixa
capacidade de carga ou lençol freático muito
superficial. Entretanto, os radiers podem ser
classificados quanto a sua geometria, quanto à
rigidez à flexão e quanto à tecnologia, a ser
empregada por sua resistência.
A seguir será apresentado uma tabela, detalhando
cada especificação que possui a fundação radier e
parâmetros que ela apresenta, com suas devidas
Tabela elaborada, com referências em Dória,2007.
III. MÉTODOS CONSTRUTIVOS
a
A) Execução das vigas baldrames
Com as demarcações já feitas, o próximo passo é
realizar a escavação no terreno para iniciar o
encaixe das vigas baldrame. E aqui é importante
citarmos que existem três tipos de viga baldrame:
● Viga executada in loco: É quando a
concretagem é feita no local da obra;
● Viga pré-moldada: São as vigas que já estão
prontas. O único trabalho aqui é encaixar as
vigas nos locais demarcados e já previamente
escavados;
● Viga de blocos de concreto: Esta opção de
viga baldrame é composta por blocos de
concreto em formato de “U”, os quais são
posteriormente devidamente preenchidos com
concreto.
O seguimento desse passo será de acordo com o
tipo de viga escolhida. Uma viga pré-moldada,
por exemplo, o único trabalho será para encaixá-
la no local adequado.
Entretanto, no caso de uma viga executada in
loco, há algumas considerações a serem feitas.
Tais quais a colocação das fôrmas, normalmente
compostas por tábuas de madeira (comumente
conhecidas como “caixaria”), e a adição da
armadura de aço. Aqui é importante assegurar
que as fôrmas estejam devidamente firmes, de
modo que, após a concretagem, não ocorram
vazamentos. Uma vez com as fôrmas e a
armadura devidamente posicionadas, e após
garantir o cobrimento nominal de no mínimo 2
cm da armadura até a tábua, é hora de realizar a
concretagem.
de fundação e suas definições geométricas. De
acordo com a NBR 6122, os blocos de
fundação não devem ter dimensão menor do
que 60cm. Com isso, devem ser
dimensionados por meio de cálculo estrutural
e geométrico.
Escavação do terreno: o primeiro passo é a
abertura da vala para a execução do bloco.
Deve-se realizar a escavação de acordo com
as cotas e dimensões estabelecidas em projeto.
Execução das fôrmas: Após a verificação das
cotas de apoio e as marcações dos pilares, faz-
se a montagem das formas para que seja feita
a concretagem posteriormente.
Lastro: Se o bloco não for assentado
diretamente em rocha, é necessária a
realização de uma camada de concreto
simples de no mínimo 5 cm que ocupe toda a
extensão do bloco para proteger o elemento da
umidade do solo.

A) Execução dos blocos de fundação Concretagem: neste tipo de fundação não se

faz necessária a utilização de armaduras.
Passo a passo de cada processo:
● Escavação;
B) Execução das sapatas
● Apiloamento da base;
Escavação (folga de pelo menos 10 cm -
● Lastro de concreto magro (5 a 10 cm);
opcional);
● Execução do embasamento;
De acordo com a NBR 6122, a profundidade de
● Construção da cinta de amarração em
escavação com equipamentos mecânicos deve
concreto armado;
ser paralisada no mínimo 30 cm acima da cota
● Camada de impermeabilização.
de assentamento prevista, sendo a parcela final
removida manualmente. Deve haver inspeção
Serão apresentados o detalhamento dos blocos
 da capacidade de suporte do material por um
engenheiro.
● Limpeza do fundo da vala;
● Apiloamento da base;
● Lastro de concreto magro (mínimo de 5
cm);
● Nivelamento da base;
● Preparação das laterais ou execução das
formas;
● Marcação dos pilares
● Posicionamento da armadura;
● Concretagem; Caminhão betoneira –
calha para evitar segregação Espera do
pilar
● Reaterro compactado
Serão apresentados o detalhamento das sapatas
por suas definições geométricas.
➔ Sapata isolada: Para sua construção, são
executadas as seguintes etapas:
1. Fôrma para o rodapé, com folga de 5 cm
para execução do concreto “magro”;
2. Posicionamento das fôrmas, de acordo
com a marcação executada no gabarito de
locação;
3. Preparo da superfície de apoio;
4. Colocação da armadura;
5. Posicionamento do pilar em relação à caixa
com as armações;
6. Colocação das guias de arame, para
acompanhamento da declividade das superfícies
do concreto;
7. Concretagem: a base poderá ser vibrada
normalmente, porém para o concreto
inclinado deverá ser feita uma vibração
manual, isto é, sem o uso do vibrador.
Com isso, com andamento das etapas
compreende que a limpeza do fundo da vala de
materiais soltos, lama, o apiloamento com
soquete ou sapo mecânico e a execução do
concreto “magro”, que é um lastro de concreto
com pouco cimento, com função de regularizar
a superfície de apoio e não permitir a saída da
água do concreto da sapata, além de isolar a
armadura do solo. A vala deve ser executada
com pelo menos 10 cm de folga a mais da
largura da sapata para permitir o trabalho dos
operários dentro dela.
➔ Sapata Corrida: Para sua construção,
são executadas as seguintes etapas:
1. Abertura de vala:
● Profundidade nunca inferiores a 40cm;
● Largura das valas:
- parede de 1 tijolo = 45cm
- parede de ½ tijolo = 40cm
● Em terrenos inclinados, o fundo da vala é
formado por degraus;
● Sempre em nível mantendo-se o valor “h” em
no mínimo 40 cm e h1, no máximo 50cm.
2. Apiloamento:
● Se faz manualmente com soquete (maço)
de 10 a 20kg, com o objetivo unicamente
de conseguir a uniformização do fundo da
vala e não aumentar a resistência do solo.
3. Lastro de concreto:
● Sobre o fundo das valas devemos
aplicar uma camada de concreto magro
de traço 1:3:6 ou 1:4:8 (cimento, areia
grossa e pedra 2 e 3) e espessura
mínima de 5cm com a finalidade de:
Diminuir a pressão de contato visto ser
a sua largura maior do que a do
alicerce; Uniformizar e limpar o piso
sobre o qual será levantado o alicerce
de alvenaria.
4. Alicerce de alvenaria (Assentamento dos
tijolos):
- Ficam semi-embutidos no terreno;
- Tem espessuras maiores do que a das
paredes sendo:
● - paredes de 1 tijolo - feitas com tijolo e
meio.
● - paredes de 1/2 tijolo - feitas com um tijolo.
- Seu respaldo deve estar acima do nível do
terreno, a fim de evitar o contato das
paredes com o solo;
● O tijolo utilizado é o maciço queimado ou
requeimado;
● Assentamento dos tijolos é feito em nível;
● A argamassa de assentamento é de
cimento e areia traço 1:4.
5. Cinta de amarração:
É sempre aconselhável a colocação de
uma cinta de amarração no respaldo dos
alicerces. Normalmente a sua ferragem
consiste de barras "corridas", no caso de
pretender a sua atuação como viga deverá
ser calculada a ferragem e os estribos.
Sobre a cinta será efetuada a
impermeabilização. Para economizar
formas, utiliza-se tijolos em espelho,
assentados com argamassa de cimento e
areia traço 1:3. A função das cintas de
amarração é "amarrar" todo o alicerce e
distribuir melhor as cargas, não podendo
contudo serem utilizadas como vigas.
6. Re-aterro das valas:
Após a execução da impermeabilização
das fundações, podemos re-aterrar as
valas. O re-aterro deve ser feito em
camadas de no máximo 20 cm bem
compactadas.
7. Tipos de alicerces para construção
simples:
São exemplificados alguns métodos para
amarração em travamento de conter os
esforços que na parede é exercido. São
adotados ao mecanismo de manter os
ferros corridos da cinta de amarração na
posição, devem ser usados estribos,
 espaçados de mais ou menos 1,0m. A ● Lastro de brita de 7 cm;
função útil desses estribos é somente ● Colocar uma lona e posicionar a armação;
posicionar as armaduras. ● Colocar uma lona e posicionar a armação;
● Posicionar as demais tubulações e
eletrodutos;
● Concretagem.

Serão apresentados o detalhamento da fundação

em radier por suas definições e procedimentos
de construção.
Sem cinta de amarração

● Executar o escoramento adequado na

escavação das valas com profundidades
maiores que 1,5 m, quando o solo for
instável;
● Consolidar o fundo da vala, com a
regularização e compactação do material
Parede de um tijolo (apiloamento);
● Executar o lastro de concreto magro (5
a 10 cm de espessura), para melhor distribuir
as cargas quando se tratar de alicerces de
alvenaria de tijolos ou pedras, ou proteger o
C) Execução da fundação em radier
concreto estrutural, quando se tratar de
sapatas;
Passo a passo de cada processo:
● Determinar um sistema de drenagem
● Marcar as cotas de nivelamento
para viabilizar a execução, quando houver
● Nivelar o terreno;
necessidade;
● Compactação com rolo compressor
● Construir uma cinta de amarração a
(95%); Retirar amostra para verificação
fim de absorver esforços não previstos,
do nível de compactação.
recalques diferenciais, distribuir o
● Abrir vala em todo o perímetro do radier;
carregamento e combater os esforços
● Abrir vala para passagem das tubulações
horizontais;
hídricas;
● Determinar um processo de
● Inserir as formas nas valas para delimitar
impermeabilização da fundação acima do
o radier;
soco, para não permitir a percolação capilar;
● Fazer o alinhamento e nivelamento das
● Controlar a locação do centro dos
formas;
 blocos e das linhas das paredes e a cota do
fundo da vala.
III. Vantagens e Desvantagens
A) Viga baldrame
VANTAGENS
● Um conjunto de vigas baldrame eleva casas
para protegê-las de inundações e umidade.
● Entre a casa e o chão é um espaço de
rastreamento alto o suficiente para rastejar,
permitindo que utilitários, incluindo
encanamento e fiação elétrica/unidades a
serem instaladas e de fácil acesso, se
ocorrerem problemas. Na verdade, esta é
provavelmente a maior vantagem que a viga
tem sobre as fundações de laje. Se houver
algum problema de encanamento no último,
por exemplo, pode exigir ter que abrir o chão
de concreto para obter qualquer tubo
danificado. Geralmente, o primeiro tem
menos problemas fundamentais do que as
estruturas de laje e pode ser menos
dispendioso para reparar.
● Há também um pouco de isolamento do
ar sob a casa, economizando-o em custos
de energia. Algumas pessoas preferem a
sensação da plataforma de madeira sobre
um piso de concreto. Embora isso possa
atrair cupins, eles são realmente mais
fáceis de detectar graças ao espaço de
rastreamento. Enquanto os profissionais
podem fazer com que pareça uma escolha
superior para as fundações, também há
muitos conselhos que você deve
considerar.
DESVANTAGENS
A maior desvantagem de usar a Viga
Baldrame em comparação com estruturas de
laje é o custo. Embora os fundamentos de
pequenos galpões e edifícios possam ser mais
baratos com um cais e estrutura de feixe,
elevar sua casa é quase sempre mais caro do
que deixá-lo sentar-se diretamente no chão.
Aqui estão algumas outras desvantagens das
vigas, que poderiam ser obstáculos potenciais
ao comprar ou vender uma casa:
● Pisos flacidez ou rangendo;
● Acumulação de chuva e problemas de
umidade;
● Ventilação pobre.
O design fraco adiciona ainda a lista de
problemas, especialmente o espaçamento
impróprio entre as vigas e as falhas da calha
em função de materiais inferiores. Felizmente,
reparar essas questões é muitas vezes mais
fácil e mais barato do que os problemas de
laje. Na verdade, se a base do último começar
a quebrar, pode ser impossível corrigi-lo.
B) Blocos de fundação
 VANTAGENS geram problemas com cupins, como
acontece em casas de madeiras e afins.
● Destaca-se a rapidez na sua execução;

● O baixo custo (se comparado com outros

DESVANTAGENS
tipos de fundação);

● Custo do material, pensando apenas no

● A sua boa capacidade de suporte para
fator da aquisição de material, construir
obras de pequeno porte;
com blocos de concreto é uma alternativa
um pouco mais cara. O custo dos blocos
● Como é uma fundação não armada, é
de concreto pode sair mais alto quando
possível economizar na sua execução pela
comparado com outros materiais, como a
não necessidade de compra de barras de
madeira e o tijolo. Por outro lado, quando
aço.
pensamos em todos os benefícios que os
blocos de concreto nos proporcionam,
● Para um melhor desempenho dos blocos
como, por exemplo: aumento da
de fundação é preciso observar a
produtividade, redução de mão de obra,
qualidade do concreto utilizado e sua
redução de custos com outros materiais,
resistência, suas dimensões e sua
maior resistência, entre outros; podemos
profundidade.
dizer que eles são uma das alternativas
que apresentam maior custo-benefício no
● Isolamento de temperatura e som, como o
projeto final de uma construção.
concreto é o principal elemento de
fabricação dos blocos de concreto, eles
● Estrago com água e perfuração, em casos
garantem o isolamento acústico da obra
de inundações, a água pode penetrar na
quase que por completo devido à
base dos blocos, gerando acúmulo e
absorção de sons internos e externos.
estragando as paredes. Neste caso, torna-
Além disso, eles também são ótimos
se necessário utilizar métodos de
isoladores de temperatura, tanto no frio
prevenção. Outro problema que acontece
quanto no calor.
devido à porosidade do material são as
perfurações. Se perfurados, blocos que
● Resistente a insetos, por serem muito
não passam por um controle de qualidade
resistentes, os blocos de concreto
rigoroso podem desenvolver rachaduras e
permitem a isolação contra diversos tipos
buracos rapidamente. É necessária a
de insetos. Além disso, obras que os
certificação de que o fornecedor realiza
utilizam como material principal não
 testes em laboratório para garantir a construção com pouquíssima escavação e
resistência e evitar problemas na obra. baixo consumo de concreto.

C) Sapatas DESVANTAGENS - SAPATA ISOLADA

VANTAGENS - SAPATA ISOLADA ● O modelo isolado não é recomendado

para qualquer tipo de terreno. Sendo
● A principal vantagem do uso da sapata assim, a recomendação se restringe a
isolada é o custo mais acessível, além da terrenos com solo firme e de boa
rapidez de execução e também a resistência, sendo necessária uma análise
capacidade de construção sem prévia do solo para definir o tipo de
necessidade de muitas ferramentas ou fundação.
equipamentos especiais.
● As desvantagens do uso da sapata isolada
● Se a sapata isolada for bem irão depender muito das características da
dimensionada, é possível construí-la com obra ou do solo, o que pode indicar ser
pouquíssima escavação e baixo consumo mais positivo o uso de outro método de
de concreto. Além disso, as sapatas fundação. Por exemplo, nos casos em que
isoladas conseguem suportar uma as sapatas se aproximam uma das outras
quantidade de carga muito maior quando ou até se sobrepõem, a sapata isolada
comparadas a outros métodos de pode deixar de ser vantajosa, sendo
fundação, como os blocos não armados, o preferível optar pelo radier.
baldrame ou o radier.

● A sapata isolada também pode ser usada

em construções com qualquer número de VANTAGENS - SAPATA CORRIDA
pavimentos e pode ser amarrada a outras
através de vigas baldrames ou de cintas. ● Excelente custo-benefício;
● Execução simples e ágil;
● A rapidez na execução dessa estrutura é
uma das características positivas. Além ● Versatilidade;
de ser rápida de construir, esse tipo de ● Possibilidade de construir sem
sapata também não exige a necessidade ferramentas ou peças especiais no
de ferramentas ou equipamentos canteiro de obras;
específicos, sendo possível uma
● A sapata corrida pode ser realizada com DESVANTAGENS:
baixo uso de concreto e pouca escavação.

● Em alguns casos o custo pode ser

considerado uma desvantagem;
DESVANTAGENS - SAPATA CORRIDA

● Impossibilidade de fazer adaptações

futuras nas tubulações subterrâneas;

● Não é indicado para edifícios esbeltos e

também construções com cargas
concentradas.

IV. Especificações técnicas

As fundações deverão ser projetadas em função

da exploração geotécnica do terreno e referente
D) Radier ao projeto padrão, sendo fornecido para execução
do mesmo e deverá ser elaborado projeto
VANTAGENS: compatível com o solo e ser emitida a anotação
de responsabilidade técnica, sendo
● Liberdade arquitetônica; responsabilidade do proponente a elaboração
destes documentos. O executor fará todo o
● Redução dos recalques diferenciais; movimento de terra necessário e indispensável
para o nivelamento do terreno nas cotas fixadas
● Tempo de execução reduzido; pelo projeto arquitetônico. As áreas externas,
quando necessário, serão regularizadas de forma
● Pouca mão de obra; a permitir, sempre, fácil acesso e perfeito
escoamento de águas superficiais. A execução
● Reduz a umidade em terrenos com a das fundações implicará na responsabilidade
presença de lençol freático elevado integral do executor pela resistência das mesmas
(Quando corretamente executado e e pela estabilidade da obra. Antes do lançamento
impermeabilizado). de qualquer fundação rasa, deve-se providenciar
a regularização do terreno, secamento das valas e
compactação do terreno subjacente.
 V. Prescrições normativas de execução e
projeto;
A) Viga baldrame
Métodos que devem ser adotados para prevenção
e cuidados, em relato ao projeto e nas execuções
apresentadas:
● Lembre-se sempre do contrapiso, ou seja,
na hora de fazer a fôrma, deixe sempre 10
cm de folga pensando no contrapiso;
● Ainda pensando no contrapiso, deixe tudo
sempre bem alinhado;
● Não “chute” diâmetro e quantidade de
aço, siga tudo de acordo com o projeto
estrutural;
● Não se esqueça do cobrimento nominal
entre a armadura e as fôrmas, ele serve
para que o aço não entre em contato com
o oxigênio e acaba oxidando;
● Os 5 cm de concreto magro no piso não
podem ser relevados, são eles que
impedem o contato direto da armadura
com o solo;
● A concretagem deve ser feita somente
após toda a estrutura está concluída;
● A largura da viga nunca é menor que o
tijolo ou bloco e geralmente segue a
mesma largura da coluna/pilar.
B) Blocos de fundação
Cuidados no processo de execução das
atividades atribuídas explícitas em cada fase,
conforme o projeto.
● Resfriamento do concreto
A principal medida a ser tomada na execução de
grandes blocos de fundação é a redução da
temperatura de lançamento do concreto com a
substituição total ou parcial da água da dosagem
por gelo na mistura. "De acordo com algumas
normas americanas, para qualquer sapata com
altura superior a 1 m é aconselhável usar gelo no
concreto ou usar concreto resfriado", lembra
Daniel Franco da Silva, do laboratório Falcão
Bauer. Em geral, o gelo deve ser moído e ficar à
disposição da central dosadora em caminhões
frigoríficos e só deve ser colocado no caminhão
betoneira momentos antes da carga, com
acompanhamento de um profissional capacitado.
● Cuidados com o traço
Além do resfriamento da água, é altamente
recomendado o uso de cimentos com baixo
calor de hidratação, como o CPIII. De acordo
com Daniel Franco da Silva, do laboratório
Falcão Bauer, outra solução indicada é a
redução do teor de agregado fino da massa.
"Quanto mais areia, maior será a quantidade de
água necessária na composição e,
consequentemente, de cimento", diz. Em alguns
casos, também é recomendável o resfriamento
dos agregados graúdos com água gelada. "A
brita absorve calor excessiva e rapidamente",
explica. Como geralmente o concreto usado
nesse tipo de fundação possui resistências de 30
MPa a 50 MPa, a elaboração do traço acaba
exigindo consumo elevado de cimento,
aumentando assim o calor de hidratação da
massa. Para diminuir o calor de hidratação
inicial (e ainda, de quebra, aumentar a
resistência final da massa), uma alternativa é
usar adições como sílica ativa, metacaulim ou
qualquer outro material aglomerante capaz de
trabalhar como substituto do cimento.
"Também podem ser usados nitrogênio líquido
e aditivos retardadores de pegas na composição.
● Avaliação e tratamento das fissuras
Caso o concreto não tenha sido corretamente
resfriado, as fissuras poderão ser percebidas já a
partir do segundo dia após a concretagem. Vale
ressaltar que nem todas as fissuras são
relevantes. No entanto, mesmo que superficiais,
devem ser investigadas. Caso estejam expostas
a ambientes agressivos e atinjam a armadura de
aço, devem ser preenchidas com argamassa
polimérica a fim de evitar possíveis danos à
estrutura. Em caso de fissuras importantes, que
"atravessem" o bloco, os reparos são
obrigatórios. "Esse tipo de fissura fragiliza a
fundação, podendo ocasionar cisalhamento e
ruptura do concreto. Recalques da estrutura
podem gerar fissuras nos andares superiores da
edificação", lembra Gabriel Meibach
Meneghin, gerente de obras da Brookfield
Incorporações. Na correção do problema, deve-
se aplicar produtos que restabelecem a
integridade e monoliticidade da estrutura, tais
como epóxi ou poliuretano estrutural. De
acordo com especialistas, o custo da correção
pode chegar a até 20% do valor gasto na
execução do bloco de concreto. "Por isso,
compensa muito mais investir em um estudo
prévio bem detalhado", acredita Kuperman. Já a
correção do traço do concreto na obra é muito
mais difícil e quase raramente indicada.
● Interrupção na concretagem
Quando ocorrer esse tipo de imprevisto, será
preciso preparar a superfície do concreto antes do
lançamento da camada seguinte. Essa preparação
pode ser feita por meio da técnica de corte verde,
quando o concreto, próximo à fase final de
endurecimento, recebe um jato d'água com
pressão de 7 kgf/cm² a 8 kgf/cm² para remoção
da nata da superfície e, depois de dois dias, é
limpo com água. "É possível também deixá-lo na
horizontal e, antes do início da próxima
concretagem, submeter sua superfície ao
processo de apicoamento para a retirada da nata e
da sujeira.
● Canteiro preparado
Dependendo da dimensão do bloco executado,
é recomendável prever espaço para a circulação
de guindastes de pequeno ou médio porte para o
transporte das armaduras até o local onde será
executado o bloco. "O aço já chega cortado e
dobrado à obra, mas quando são necessárias
grandes dimensões, é praticamente impossível
carregá-los para dentro do canteiro. Por isso, o
ideal é prever também um espaço para alocar
uma fábrica para cortá-los e dobrá-los conforme
a necessidade de projeto", explica Meneghin,
engenheiro da Brookfield. As rampas de acesso
também devem ser planejadas de modo a
permitir a entrada e a saída dos caminhões
betoneiras, que circulam em grande rotatividade
pela obra. "A situação mais confortável é contar
com duas rampas de acesso, uma para entrada e
outra para a saída dos caminhões." Local, dia e
hora para estacionar os caminhões na obra são
informações que precisam ser coletadas. O
melhor cenário é começar o lançamento do
concreto muito cedo, a partir das 6h ou 7h,
quando a temperatura ambiente ainda está mais
baixa.
C) Sapatas
Cuidados gerais na execução:
● Locação do centro da sapata e do eixo
central do pilar;
● Cota do fundo da vala;
● Limpeza do fundo da vala;
● Nivelamento do fundo da vala;
● Dimensões da forma da sapata;
● Armadura da sapata e arranque do pilar.
Propriedades em projeto:
● Recomenda-se que a dimensão mínima da
sapata seja de 60 a 80 cm;
● A profundidade mínima é de 1,5 m;
● Todas as sapatas não necessitam receber a
mesma pressão de cargas da estrutura, o que
deve ser uniforme é o desempenho da
edificação como um todo;
● A cota de apoio da sapata deve assegurar a
capacidade de suporte mesmo com variações
sazonais de clima ou alterações de umidade.
Quando não há nenhuma restrição de espaço
o formato mais usual para essa estrutura é o
retangular e piramidal, por ser mais prática e
econômica. Uma sapata com altura regular
gasta mais concreto, pois há
subaproveitamento de material e sapatas
com outros formatos como arredondado ou
escalonado exigem mais trabalho com as
formas;
● Algumas vezes, quando as dimensões da sapata
são grandes ou dependendo da especificação do
concreto é necessário acrescentar gelo à mistura
para evitar que a temperatura se eleve muito
durante a hidratação e cause fissuras na peça;
● Quando mais profunda estiver a sapata, mais
esbelto será o pilar;
● Em princípio o uso da sapata só é viável técnica
e economicamente quando a área ocupada pela
fundação abranger, no máximo, de 50% a 70%
da área disponível. De modo geral não deve ser
usada em:
a. Aterros não compactados;
b. Argila mole; da estrutura, ela parecerá bastante
c. Areia fofa e muito fofa; atraente. O especialista, contudo, pode
d. Solos colapsíveis; avaliar a opção de acordo com o projeto
e. Existência do lençol freático e o rebaixamento de imóvel e com as demais opções de
do mesmo não é viável economicamente. fundações disponíveis. Assim, o resultado
• Em sapatas com cotas diferentes, a de cota mais obtido na construção será o melhor
baixas deve ser executada primeiro, para evitar possível.
riscos de desmoronamento.

D) Radier
Cuidados no processo de execução das REFERÊNCIAS
atividades atribuídas explícitas em cada fase,
conforme o projeto.
● Para garantir economia na obra, é importante
pesquisar todos os materiais necessários em
diferentes lojas. Se possível, adquira todos
os insumos de uma só vez. Quando obtém
grande quantidade de produtos, o
consumidor tem maior facilidade em obter
descontos – especialmente se a compra for
feita à vista.

● Na contratação da mão de obra para a

execução, pode parecer simples, mas as
atividades na realização da fundação
armada requer cuidado imenso, pois a
superfície será a responsável por suportar
cada elemento do imóvel. Sua má
construção pode abalar todas as paredes,
e provocar o desgaste prematuro da
edificação.

● Antes de escolher o radier, invista

também em uma boa conversa com o
engenheiro ou arquiteto contratado. Por
vezes, considerando apenas as vantagens