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Jonas Feitosa Dos Santos

Fundações

Palmas-TO, 2021
Jonas Feitosa Dos Santos

Fundações

Trabalho exigido como nota parcial da

disciplina de Sistemas Construtivos 1,


ministrado pelo professor Dr. Gilson
Marafiga Pedroso.

Palmas-TO , 2021
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Introdução

Em qualquer a obra a fundação é a parte mais importante de uma construção. Esse elemento é
imprescindível para que a edificação se mantenha intacta com o Tempo, ou seja que não ocorra nenhuma
ruptura na estrutura. e que, com o tempo, não haja ruptura na estrutura. Esse intento é alcançado
mediante a escolha bem feita entre os inúmeros os tipos de fundações existentes, que devem estar de
consonância com o porte da obra. Em virtude desse fato o conhecimento aprofundando e de qualidade é
importante para que se obtenha uma excelente aplicação, isso é necessário para reduzir manutenções e
riscos desnecessários.

A função da fundação é promover a distribuição das cargas e tensões da edificação para solo. Sendo assim
a fundação constituem uma das primeiras etapas a ser executada durante a construção de qualquer obra.
Devido aos diversos tipos de fundações é necessário levar em consideração alguns fatores no momento da
escolha; essa análise é feita levando em conta as características do solo, peso da edificação, materiais
utilizados, projeto estrutural, entre outros.

O desempenho de uma construção está diretamente relacionado com a fundação. Isso ocorre em virtude
dessa estrutura receber os carregamentos provenientes da edificação e depois transferi-los esses
resultados para o terreno aonde ela está apoiada. De forma simplificada a fundação é um elemento
intermediário que possui a incumbência de fazer a comunicação entre a edificação e o solo, esse contato
é importante porque permite a passagem das tensões atuantes sobre a edificação para o terreno.

Fundações

Fundações são os elementos estruturais com função de transmitir as cargas da estrutura ao terreno onde
ela se apoia. Assim, as fundações devem ter resistência adequada para suportar às tensões causadas pelos
esforços solicitantes. Além disso, o solo necessita de resistência e rigidez apropriadas para não sofrer
ruptura e não apresentar deformações exageradas ou diferenciais estrutura da construção para o solo.

As fundações é uma das partes constituintes da estrutura cujo um colapso da fundação leva toda a obra à
ruína, mais o seu colapso ao todo não é o único problema, pequenas falhas na fundação podem trazer
trincas, fissuras, tirar janelas e portas do eixo entre outros que podem reduzir a vida útil da estrutura. A
escolha da fundação mais adequada, deve-se conhecer os esforços atuantes sobre a edificação, as
características do solo e dos elementos estruturais que formam as fundações.

Para Rodrigues ( 2001) é essencial conhecer as características do solo é um fator determinante para
escolher o tipo de fundação numa obra. A análise das características do subsolo do terreno sobre o qual
será executada a edificação é normalmente feito através de sondagens de simples reconhecimento
(sondagem à percussão), mas dependendo da complexidade da obra ou se os dados conseguidos
apresentarem inconsistências, outros tipos de levantamentos precisam serem realizados (por exemplo,
poços exploratórios, ensaio de penetração contínua, ensaio de palheta).

Para Brito (1987) é necessário de um profissional qualificado e com bastante experiência para coletar
informações como o número de pontos de sondagem, seu posicionamento no terreno (levando-se em
conta a posição relativa do edifício) e a profundidade a ser atingida. Tendo-se executado as sondagens
corretamente, as informações são condensadas e apresentadas em um relatório escrito e outro gráfico,
que deverá conter as seguintes informações referentes ao subsolo estudado:
– locação dos furos de sondagem;

– determinação dos tipos de solo até a profundidade de interesse do projeto;


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– determinação das condições de compacidade, consistência e capacidade de carga de cada tipo de solo;

– determinação da espessura das camadas e avaliação da orientação dos planos que asseparam;

– informação do nível do lençol freático.

Estes dados obtidos através de sondagem retratam as características e propriedades do subsolo e, depois
de avaliados e minuciosamente estudados, servem de base técnica para a escolha do tipo de fundação da
edificação que melhor se adapte ao terreno.

Tipos de fundações

Para classificar uma fundação é imprescindível conhecer a forma como ocorre a transferência de cargas da
estrutura para o solo onde ela se apoia. Essa transmissão das cargas podem ocorrer de forma direta ou
indireta.

Fundações diretas são aquelas que transferem as cargas para camadas de solo capazes de suportá-las ,
sem deformar-se exageradamente. Esta transmissão é feita através da base do elemento estrutural da
fundação, considerando apenas o apoio da peça sobre a camada do solo, sendo desprezada qualquer outra
forma de transferência das cargas. As fundações diretas podem ser subdivididas em rasas e profundas.

A fundação rasa se caracteriza quando a camada de suporte está próxima à superfície do solo
(profundidade até 2,5 m), ou quando a cota de apoio é inferior à largura do elemento da fundação. Por
outro lado, a fundação é considerada profunda se suas dimensões ultrapassam todos os limites acima
mencionados.

Fundações indiretas são aquelas que transferem as cargas por efeito de atrito lateral do elemento com o
solo e por efeito de ponta. As fundações indiretas são todas profundas, devido às dimensões das peças
estruturais.

Radier

De acordo com a NBR 6122 (2010) radier é definido como um “elemento de fundação superficial que
abrange parte ou todos os pilares de uma estrutura, distribuindo os carregamentos.” Essa fundação é
caracterizada pela distribuição uniforme de toda a carga da edificação no terreno, ou seja no radier as
cargas provenientes da estrutura são distribuídas numa grande área, que abrange todo o perímetro da
edificação. O radier é recomendado para terrenos onde o solo tem fraco suporte, ou os recalques
diferenciais devem ser baixos.
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Figura 01 - Radier

Fonte: blogspot - 2012

O radier requer um solo de apoio com capacidade de resistir aos esforços previstos. O terreno que servirá
como suporte para edificação pode estar sujeita a recalques por adensamento, quando o solo é mole, ou
por colapso, em caso de terrenos porosos. Quando isso ocorrer o emprego do radier como fundação
demanda a elaboração de projetos geotécnicos específicos, isso é imprescindível para evitar o risco de
colapsos futuros.

O radier se apoia diretamente na superfície do solo, sendo constituído por lajes de concreto armado que
abrangem toda a projeção da edificação. Devido a isso não é recomendado utilizar esse tipo de fundação
em estruturas em que as cargas se concentrem em pontos de apoio isolados. Isso ocorre sobretudo por
causa da dificuldade de efetuar a transmissão das tensões de maneira uniforme.

O radier também não pode ser empregado em edificações verticais que possuem comprimento excedendo
mais do dobro da largura. Essa restrição acontece devido a impossibilidade de obter o efeito de corpo
rígido. Em virtude da deformação do solo de suporte poderá ser praticamente impossível o enrijecimento
do radier, a ocorrência disso é imprescindível para que possa ocorrer uma distribuição

O custo do radier é relativamente baixo em relação a outros tipos de fundações. Isso ocorre por causa do
menor tempo de execução e também da redução de mão de obra. No entanto, o radier possuem como
desvantagem a necessidade de complementar a resistência para suportar as cargas que atuam sobre a
laje. Isso encarece a obra por causa do maior uso de concreto.

Para Rodrigues ( 1991) o radier é empregado em terrenos de baixa resistência e com a espessura da
camada do solo relativamente profunda. A cravação de estacas devido ao seu pequeno comprimento fica
praticamente inviabilizada quando a camada de solo resistente é mais profunda. Quando isso ocorre o
radier pode ser uma solução porque é caro retirar a camada fraca do solo.

Figura 02 – Radier em execução


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Fonte: Escola de Engenharia - 2016

Para Brito ( 1987) a fase de concepção das dimensões e disposição dos elementos deste tipo de fundação
é uma das fases mais importante do projeto. Durante a execução é importante a uniformidade da base, a
qualidade do concreto utilizado e o acabamento da superfície. Porém o fator que dita toda a concepção
do radier, e é o mais importante, é a capacidade de suporte do solo, por isso, devem-se conhecer as
características e propriedades do mesmo.

A resistência do solo é muito importante para o desempenho de fundação do tipo radier, principalmente
para suportar carregamentos elevados. Esta resistência do solo é influenciada pelo grau de compactação
e pelo teor de umidade.

A execução do radier requer um nivelamento e compactação do solo, e se necessário ainda deve ser feita
a execução de um sistema de drenagem ou estabilização do solo. Devido as suas dimensões elevadas os
carregamentos são distribuídos de forma que as pressões na base sejam baixas, porém esta deve ser
uniforme.

As etapas de construção de um radier são as seguintes:

- Serviços preliminares: execução de embasamento de tijolos furados, a fim de receber o aterro de


nivelamento;

- Movimentações de terra: aterro de nivelamento ou apiloamento de substrato, se necessário;

- Impermeabilizações: pode ser usada lona plástica;

- Fundações: contempla as etapas de colocação de armadura, colocação de formas (bordas), esperas de


instalações elétricas e hidrossanitárias e lançamento do concreto com fck especificado

Para Brito ( 1987) a execução do radier deve ser precedida de limpeza prévia da superfície do terreno
assim como o nivelamento e compactação. Quando esses serviços forem executados coloca-se um lastro
de brita para proteger a armadura do radier. Em torno da fundação em radier coloca-se as formas de
madeira, com largura de 10 cm aproximadamente, na lateral fazendo o fechamento da área a ser
concretada de acordo com as dimensões previstas no projeto estrutural ou de fundações. Qualquer
tubulação hidrossanitária ou elétrica deve ser assentada no solo sob o radier com saída através da laje,
evitando que sejam feitos futuros cortes na laje já executada, evitando assim o retrabalho e aumento do
custo da fundação.
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Figura 03 – Fundação em radier depois da concretagem

Fonte: AECweb - 2016

Blocos

Bloco é um elemento de fundação que possuem sua base em formato quadrada ou retangular. De acordo
com a NBR 6122/2010, os blocos de fundação são dimensionados sem a necessidade de utilização de
armadura pois as tensões de tração atuantes nesses elementos podem ser resistidas pelo concreto devido
as dimensões do bloco. Esse tipo de fundação é adequada para pequenas obras em solos resistentes.
Como os blocos são elementos de transmissão de carga praticamente pontual, é necessário que se
verifique no momento de sua execução, se a locação de obra foi feita corretamente para não haver
excentricidade. Podem ser realizados com concreto simples, usinado ou ciclópico.

Figura 04 – Bloco

Fonte: blogspot - 2015

De acordo com Brito ( 1987) blocos são usados quando as tensões transferidas para o terreno pequenas,
isso é constatado em um como sobrado. Esse tipo de fundação corresponde a elementos estruturais de
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grande rigidez, ligados por vigas denominadas “baldrames”, que suportam predominantemente esforços
de compressão simples provenientes das cargas dos pilares. Os eventuais esforços de tração são
absorvidos pelo próprio material do bloco. Podem ser de concreto simples (não armado), alvenarias de
tijolos comuns ou mesmo de pedra de mão (argamassada ou não). Geralmente, usa-se blocos quando a
profundidade da camada resistente do solo está entre 0,5 e 1,0 m de profundidade.

Os blocos é um tipo de fundação que é facilmente executada e possui um custo baixíssimo quando é
comparado com tipos de fundação. Os blocos são elementos que transferem com eficiência pequenas
cargas ou seja não é aconselhável utiliza-lo em obras de maior envergadura. Como é uma fundação não
armada, é possível economizar na sua execução pela não necessidade de compra de barras de aço. Para
conseguir êxito em fundações blocos é imprescindível estar atento para qualidade do concreto usado e sua
resistência.

A execução de uma fundação bloco envolve as seguintes procedimentos.

Escavação do terreno: Abrir a vala para execução do bloco, essa operação deve ser realizada levando em
conta as cotas e dimensões estabelecidas em projeto.

Execução das formas: Para realizar a montagem das formas é necessário verificar as cotas de apoio e as
marcações dos pilares, isso é importante para posteriormente a concretagem seja feita.

Lastro: Quando bloco não estiver diretamente assentado numa rocha é imprescindível a construção de
uma camada de concreto simples de no mínimo 5 cm que ocupe toda a extensão do bloco para proteger o
elemento da umidade do solo.

Concretagem: neste tipo de fundação não se faz necessária a utilização de armaduras

Figura 5 - Execução dos blocos

Fonte: Librahaus - 2018


Tubulões
A construção de um Tubulão é o escavado no terreno em que, pelo menos na sua etapa final, há
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descida de pessoas, que se faz necessária para executar o alargamento de base ou pelo menos a limpeza
do fundo da escavação, uma vez que neste tipo de fundação as cargas são transmitidas
preponderantemente pela ponta. De acordo com NBR 6122/1996 tubulão é definido como.

Elemento de fundação profunda, cilíndrico, em que, pelo menos na sua etapa final, há descida de operário. Pode ser
feito a céu aberto ou sob ar comprimido (pneumático)e ter ou não base alargada. Pode ser executado com ou sem
revestimento, podendo este ser de aço ou de concreto. No caso de revestimento de aço (camisa metálica), este poderá
ser perdido ou recuperado.

De acordo com o método de sua escavação, os tubulões se classificam em:

Tubulão a céu aberto

Para Brito ( 19987) o tubulão a céu aberto é um tipo fundação que se assemelha a um poço escavado no
solo que é posteriormente concretado, esse poço dispõe de uma base alargada. O tubulão a céu
aberto pode ser escavado de forma manual ou mecânica través de equipamentos propícios para esse tipo
de empreitada. Durante a escavação as vezes é necessário há descida de pessoal para alargamento da base
ou limpeza do fundo quando o tubulão não dispõe de base.

Segundo Azeredo (1977) a escavação do tubulão a céu aberto geralmente não deve ultrapassar o nível
do lençol freático, mas quando isso ocorre é imprescindível que o solo se mantenha estável sem risco de
desmoronamento. Quando o tubulão recebe somente cargas verticais não é necessário que ele seja
concretado com concreto armado, nesses casos apenas uma ferragem de topo para ligação com o bloco
de capeamento é capaz de suportar as tensões e esforços advindos da superestrutura.

Figura 6 - Tubulão a céu aberto

Fonte: Escola de Engenharia - 2018


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Os tubulões a céu aberto podem ser executados com ou sem revestimento, podendo este ser de aço ou
de concreto. O fuste do tubulão normalmente é de seção circular, adotando-se 70 cm como diâmetro
mínimo para permitir a entrada e saída de operários. Já a projeção da base poderá ser circular ou em forma
de falsa elipse.

O tubulão é uma fundação profunda constituída por uma cabeça que corresponde ao segmento inicial
do tubulão. Esta parte é incumbida de realizar a redistribuição das tensões existentes na base do pilar. A
cabeça pode ser substituída por um bloco sobre o topo do fuste (bloco de transição). Além dessa parte
inicial o tubulão é composto por um fuste e uma base.

O Fuste é dimensionado como um pilar de concreto simples, submetido à compressão simples. Se existir
momento fletor na base do pilar, este deve ser considerado no dimensionamento do fuste. Já a base
corresponde ao segmento i

Fases de execução de tubulão a céu aberto

Escavação manual ou mecânica do fuste: A escavação manual do fuste é um processo realizado por
poceiros e a mecânica é feita por meio de perfuratrizes. É imprescindível verificar o prumo e o formato
do fuste quando a escavação ocorre de forma manual. A ocorrência de anomalias como o desalinhamento
do fuste e dificuldade de abertura e concretagem da base necessita de correção, caso isso não seja feito o
tubulão não consegue resistir as tensões.

Alargamento da base e limpeza: O alargamento da base é um serviço executado por um operário que
desce até o fundo do tubulão, isso é realizado de forma manual em virtude da inexistência de um
equipamento com preço razoável para alargar a base. Esse serviço de alargamento é uma atividade de alto
risco para o trabalhador e requer a adoção de todos os procedimentos de segurança e a utilização de epi’s
designados para esta operação. Após o término do alargamento da base é essencial promover a limpeza
da base, retirando terras soltas e impurezas do solo.

Conferência da base pelo engenheiro ou responsável da obra: Quando o operário conclui o alargamento
e limpeza da base é necessário que o engenheiro ou responsável da obra desça no poço para conferir o
serviço. Deve-se verificar as dimensões da base e o angulo formado entre o fuste e a base.

Colocação de armadura: A colocação da armadura do fuste é um processo que demanda paciência e deve
ocorrer sem que torrões de terra sejam derrubados para dentro do tubulão. Quando a armadura penetrar
na base, ela deve ser projetada de modo a permitir a concretagem adequada da base, devendo existir
aberturas na armadura de pelo menos de 30 x 30 cm.

Concretagem: A concretagem é realizada após a conclusão da escavação. Quando essa operação não é
efetuada de forma imediata após o término do alargamento e sua inspeção, é obrigatório realizar uma
nova inspeção para retirar o material solto ou eventual camada amolecida pela exposição ao tempo ou
por água de infiltração. A concretagem é realizada lançado o concreto diretamente na superfície e esse
concreto deve ter plasticidade suficiente para assegurar a ocupação do todo o volume da base.
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Figura 07 – Escavação do tubulão a céu aberto

Fonte: VWW fundações- 2019

Tubulões com ar comprimido

Segundo Azevedo ( 1977) os tubulões a ar comprimido são fundações profundas que podem ser escavadas
manualmente ou mecanicamente, quando se pretende executar tubulões abaixo do nível de água. Essa
técnica é utilizada quando a camada de solo resistente estiver abaixo do lençol freático ou se estiver algum
risco de desmoronamento. Para escavar o fuste é fundamental utilizar um revestimento de aço ou
concreto. A base alargada dependendo da situação pode ou não ser demandada, independente disso
haverá a necessidade de descida de um operário para realizar o alargamento da base ou limpeza do fundo
quando não há base.

A utilização do tubulão requer um solo coesivo e bem resistente, quando a camada de solo que atende
essas especificações se localiza a uma grande profundidade é praticamente inevitável não encontrar água
durante a escavação e também haver riscos de desmoronamento das paredes. Quando essa situação é
presenciada um tubulão a ar comprimido pode ser uma excelente opção de fundação, nesse caso a injeção
de ar comprimido nos tubulões impossibilita a entrada de água, isso acontece por causa da pressão interna
ser superior a pressão da água. Durante a escavação do poço pressão empregada no máximo de 3 atm,
limitando a profundidade em 30m abaixo do nível d’água. Isso permite que seja executados normalmente
os trabalhos de escavação, alargamento do fuste e concretagem.

O equipamento usado compõe de uma câmara de equilíbrio e um compressor. Durante a compressão, o


sangue dos homens absorve mais gases do que na pressão normal. Se a descompressão for feita muito
rapidamente, o gás absorvido em excesso no sangue pode formar bolhas, que por sua vez podem provocar
dores e até morte por embolia. Para evitar esse problema, antes de passar à pressão normal, os
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trabalhadores devem sofrer um processo de descompressão lenta (nunca inferior a 15 minutos) numa
câmara de emergência.
Tubulões a ar comprimido é uma fundação que acarretam inúmeros riscos de acidente de trabalho a todos
as pessoas envolvidas. Para evitar isso é necessário seguir e atender aos requisitos da legislação trabalhista
contidos na NR 18. Para Azevedo ( 1977) todo serviço realizado sob pressões superiores a 0,15 MPa devem
ser precedidos da adoção de algumas medidas de segurança, entre elas pode ser destacado a
disponibilização de equipe de socorro médico a disposição da equipe de obra, câmara de descompressão,
compressores e reservatórios de ar comprimido de reserva e equipamentos para injeção de ar nas camisas
de concreto ou aço para satisfazer as condições para o trabalho humano.
Figura 08 – Tubulão a ar comprimido

Fonte: blogspot- 2006

De acordo com Brito ( 1987) os tubulões ar comprimido são encamisados com camisas de concreto ou de
aço. No caso de camisa de concreto, a cravação da camisa, abertura e concretagem da base é feita sob ar
comprimido, pois o serviço é feito manualmente. Se a camisa é de aço, a cravação é feita a céu aberto com
auxílio de um bate estacas e a abertura e concretagem do tubulão são feitos a ar comprimido.
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Para Azeredo ( 1977) os tubulões a ar comprimido é necessário realizar a concretagem do revestimento


de concreto ou aprumar revestimento metálico diretamente sobre a superfície do terreno, essa atividade
requer bastante cuidado com o prumo e alinhamento da camisa. A escavação preliminar deve ter
dimensões maiores do que o diâmetro do revestimento. Os próximos segmentos do revestimento metálico
ou de concreto devem ser soldados ou concretados a medida que a escavação manual do poço vai sendo
realizada. O concreto utilizado para fazer revestimento necessita adquirir resistência suficiente para
suportar a escavação, caso contrário pode ocorrer desmoronamento de terra e até acidentes de trabalho.
Quando a escavação alcança o lençol freático é imprescindível a instalação da campânula de ar comprimido
no topo da camisa, isso possibilitam que os trabalhos sejam executados a seco. Quando a camisa for
constituída de concreto é necessário aguardar que o concreto adquira a resistência capaz de suportar as
tensões.

A execução do tubulão a ar comprimido é realizado nas seguintes etapas.

– locação do centro do tubulão;

– cota do fundo da base do tubulão;

– verticalidade da escavação;

– alargamento da base;

– posicionamento da armadura, quando houver, e da armadura de ligação;

– dimensões (diâmetro) do tubulão;

– concretagem (não misturar o solo com o concreto e evitar que se formem vazios na base alargada;

– tubulão a ar comprimido: pressão do ar no interior do tubulão, risco de acidentes.

Figura 09 – Tubulão a ar comprimido

Fonte: blogspot - 2014


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Conclusão

A fundação realizam a transmissão das cargas da estrutura para o terreno aonde ela serve de suporte.
Dessa forma as fundações devem possuir capacidade de resistência para suportar com êxito às tensões
ocasionadas pelos esforços solicitantes. Por outro lado o solo requer resistência e rigidez para que não
ocorra ruptura e nem deformações.

O conhecimento das tensões atuantes sobre a edificação, as características do solo e dos elementos
estruturais que constituem as fundações são informações imprescindíveis para escolher o tipo de fundação
mais adequada para qualquer obra. Dessa maneira é possível analisar e comparar as vantagens e
desvantagens de cada tipo de fundação, essa comparação é feita levando a crescente complexidade e
custos.

Para que uma fundação obtenha êxito e seja bem projetada o seu custo deve ser razoável e estar dentro
do intervalo 3% a 10% do custo total do edifício. No entanto se a concepção da fundação for realizada sem
nenhum critério técnico a possibilidade que seja mal projetada é bastante grande, isso é constatado
quando o custo de determinada obra ultrapassa 5 a 10 vezes que o gasto que seria efetuado se tivesse
empregado a fundação mais adequada.

Diante desse fato é imprescindível a realização de todos os estudos e análises necessárias para
compreender os diversos fatores que influenciam uma fundação. Isso é uma atividade que deve ser
realizado por engenheiro que possua incumbência nessa área, qualquer diagnóstico equivocado sobre o
melhor tipo de fundação a ser empregado nas mais variadas obras de engenharia podem acarretar danos
que ser irreversíveis. Não é incomum encontrar edificações que deve ser recuperadas ou até demolidas
em virtude da fragilidade da fundação.
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Referências bibliográficas

BRITO, José Luis Wey de. Fundações do edifício. São Paulo, EPUSP, 1987.

AZEREDO, Hélio Alves de. O Edifício Até sua Cobertura. São Paulo. Ed. Edgar Blucher Ltda.,1977.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 6122: Projeto e execução de fundações. Rio
de Janeiro: ABNT, 1996.

RODRIGUES, E. Técnicas das construções: estudo das fundações. Rio de Janeiro.

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