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Universidade Metodista de Angola

Faculdade de Engenharia
Departamento de Construção Civil

Curso: Engenharia Civil


Disciplina: Mecânica de Solos e Fundações II
Ano: 3ro

Professor: Dr. Silva Pereira Ginga (PhD)


Ano lectivo: 2017
INTRODUÇÃO

• Quase todas as obras de


engenharia têm, de
alguma forma, de
transmitir as cargas sobre
elas impostas ao solo.
INTRODUÇÃO
• Todas as obras de engenharia civil, de uma forma ou de
outra, apoiam-se sobre o solo, e muitas delas, além disso,
utilizam o próprio solo como elemento de construção, como
por exemplo as barragens, e os aterros de estradas.

• Portanto, a estabilidade e o comportamento funcional


e estético da obra serão determinados, em grande parte,
pelo desempenho dos materiais usados nos maciços
terrosos
Objectivo Geral
• Propiciar aos alunos o conhecimento
necessário ao pleno entendimento do que o
solo representa para fins de Engenharia no
que diz respeito as suas propriedades físicas
e ao seu comportamento mecânico e
hidráulico.
Objectivos Específicos
Como objetivo específico, conhecer:
• Deformações elásticas;
• Deformações devido a compressibilidade;
• Estado de tenções e critérios de ruptura;
• Resistência ao cisalhamento dos solos;
• Empuxos de terras;
• Estruturas de arrimo;
• Capacidade de Carga;
• Fundações Diretas;
• Fundações Profundas
Ementa
- Deformações devido a carregamentos;
Teoria de adensamento; Estados de tensões
e critérios de ruptura; Resistência das areias;
Resistência das argilas; Empuxos de terra e
estruturas de arrimo; Estabilidade de taludes
e obras de contenção; Fundações Diretas;
Fundações Profundas
Sistema de Avaliação
i. Duas frequências escritas ou exame final

ii. Relatório de grupo das aulas práticas laboratoriais

iii. Relatório individual das visitas de estudo, assiduidade


e participação nas aulas.
Capítulo I
COMPRESSIBILIDADE,
ADENSAMENTO E ASSENTAMENTO
NO SOLO

1.1 Introdução
1.2 Deformações devidas a carregamentos verticais
1.3. O fenômeno de adensamento dos solos
1.4. Analogia mecânica do processo de adensamento
1.5. Teoria do adensamento de Terzaghi

Karl Von Terzaghi é internacionalmente reconhecido como o fundador da


mecânica dos solos, pois seu trabalho sobre adensamento de solos é considerado
o marco inicial deste novo ramo da ciência na engenharia
Introdução
Compressibilidade (Deformação) dos Solos

•É a propriedade de um solo relativa à sua suscetibilidade de diminuir


de volume sob o efeito de uma carga (força), que pode ser interna ou
Externa

•É uma característica de todos os materiais de quando submetidos a


forças externas (carregamentos) se deformarem.

•O que difere o solo dos outros materiais é que ele é um material


natural, com uma estrutura interna o qual pode ser alterada, pelo
carregamento, com deslocamento e/ou ruptura de partículas.

•Portanto, devido a estrutura própria do solo (multi-fásica), possuindo


uma fase sólida (grãos), uma fase fluída (água) e uma fase gasosa
(ar) confere-lhe um comportamento próprio, tensão-deformação, o
qual pode depender do tempo.
Composição e Propriedades Físicas do Solo
•Os solos minerais são constituídos por uma mistura de partículas
sólidas de natureza mineral e orgânica, ar e água, formando um
sistema trifásico: sólido, gasoso e líquido

•As propriedades fisicas influenciam de forma marcante o


comportamento mecânico do solo

•O comportamento de um solo depende das quantidades


relativas de cada uma das fases constituintes. Chamamos de
índices físicos as relações entre as fases.
Considerando-se que o solo é um sistema trifásico, composto
de partículas sólidas (minerais), ar e água nos seus vazios, as
deformações que ocorrem no elemento podem estar associadas
à:
• deformação dos grãos individuais;
• compressão da água presente nos vazios (solo
saturado);
• variação do volume de vazios, devido ao deslocamento
relativo entre partículas.

Do ponto de vista de Engenharia Civil, a magnitude dos


carregamentos aplicados às camadas de solo não são
suficientes para promover deformações das partículas sólidas. A
água, por sua vez é considerada como incompressível. Assim
sendo, as deformações no solo ocorrem basicamente pela
variação de volume dos vazios.
 Somente para casos em que os níveis de tensão são muito elevados,
a deformação total do solo pode ser acrescida da variação de volume dos
grãos.

 Sempre que se projeta uma estrutura sobre solos compressíveis


(deformáveis) é fundamental prever as deformações (recalques) e sua
evolução com o tempo submetidos, a fim de avaliar a sua repercussão
sobre a estrutura e decidir com acerto sobre o tipo de fundação a ser
adotada.

Muitas vezes as condições de fundação são tão desfavoráveis que


resultam na necessidade de emprego de soluções de custo mais
elevado; por exemplo, fundações profundas

Para a estimativa da ordem de grandeza dessas deformações o


engenheiro precisa, após o reconhecimento do subsolo, conhecer:

O estudo da distribuição de pressões no solo;

O estudo das propriedades do solo através de ensaios de laboratório.


Principais causas associadas aos decréscimos de volume
(as deformações volumétricas) dos solos

1. Compressão das partículas sólidas (desprezada) ;


2. Compressão dos espaços vazios do solo, com a
consequente expulsão da água (no caso de solo saturado);
3. Compressão da água (ou do fluido) existente nos vazios do
solo (desprezada).
Deformações (Compressibilidade) no solo

As cargas de uma determinada estrutura são transmitidas ao


solo gerando uma redistribuição dos estados de tensão em
cada ponto do maciço (acréscimos de tensão), a qual irá
provocar deformações em maior ou menor intensidade, em toda
área nas proximidades do carregamento, que por sua vez,
resultarão em recalques superficiais.
Um dos aspectos mais importantes em projetos e obras
associados à Engenharia Geotécnica é a determinação das
deformações (recalques) devidas a carregamentos verticais
aplicados na superfície do terreno ou em camadas próximas à
superfície

No caso de projetos de edificações com fundações


superficiais (sapatas) ou de aterros construídos sobre os
terrenos é importante o cálculo destas deformações sob
ação das cargas aplicadas.

A magnitude destas deformações deve ser avaliada e


comparada com aquelas admissíveis para o bom
funcionamento da construção projetada, ao longo da sua
vida útil.
No caso dos solos, as deformações sob ação das cargas é muito
mais complexo em comparação a outros materiais:

Podem ser causadas por deformação ou deslocamento das partículas


sólidas, ou ainda, por expulsão de ar ou água dos vazios;

São comparativamente maiores que as dos materiais de construção


(cerca de 0,005% a 2,5% nos solos);

Podem ser imediatas ou ocorrerem durante um período de tempo


elevado após a aplicação do carregamento (em linhas gerais:
deformações em solos arenosos ou argilosos não saturados são rápidas;
nos solos argilosos saturados os recalques são lentos e estão associados
à saída de água dos vazios do solo);

Podem não ser uniformes – o que pode acarretar em danos (trincas,


rachaduras, etc.) as estruturas assentes sobre o solo de fundação
(deformações ou recalques diferenciais) e inviabilizar à sua utilização
Conceitos: COMPRESSIBILIDADE E ADENSAMENTO
Definem-se então alguns conceitos importantes:

1. Compressão (ou expansão): É o processo pelo qual uma massa


de solo, sob a ação de cargas, varia de volume mantendo sua
forma.

Os processos de compressão podem ocorrer por compactação


(redução de volume devido ao ar contido nos vazios do solo) e pelo
adensamento (redução do volume de água contido nos vazios do
solo).

2. Compressibilidade: É uma relação independente do


tempo entre: variação de volume (deformação) e • tensão
efetiva. É a propriedade que os solos têm de serem suscetíveis
à Compressão.
3. Adensamento: Processo dependente do tempo. É
diminuição dos seus vazios com o tempo (variação de volume:
deformação), devido a saída da água do seu interior
A deformação dos solos, principalmente os solos finos, não
é instantânea, isto é, não ocorre imediatamente após a
aplicação da solicitação, mas sim com o tempo
Adensamento:
•.
FATORES QUE INFLUENCIAM A COMPRESSIBILIDADE DOS
SOLOS: Estrutura dos Solos

•A estrutura dos solos é um factor importante na definição da sua


compressibilidade.
•Solos granulares podem ser arranjados em estruturas fofas, densas e
favo de abelha (solos finos),

•Considerando que os grãos são admitidos como incompressíveis,


quanto maior o índice de vazios, maior será a compressibilidade do solo.
FATORES QUE INFLUENCIAM A COMPRESSIBILIDADE DOS
SOLOS: Estrutura dos Solos
.
•Devido à importância da estrutura na definição da compressibilidade
dos solos, ensaios de laboratório para determinação das características
de compressibilidade devem ser sempre executados em amostras
indeformadas.

•No caso dos solos granulares, de difícil amostragem, os ensaios devem


ser realizados em amostras moldadas segundo o índice de vazios de
campo.

Resultados de ensaios
realizados para o estudo da
compressibilidade de areias
(Vesic e Clough,1968)
FATORES QUE INFLUENCIAM A COMPRESSIBILIDADE DOS
SOLOS : Nível de tensões

•O nível de tensões a que o solo está sendo submetido interfere na


sua compressibilidade tanto no que diz respeito à movimentação
relativa entre partículas, quanto na possibilidade de acarretar em
processos de quebra de grãos.

•Quando, por exemplo, um solo arenoso fofo é comprimido, as


partículas vão se posicionando em arranjos cada vez mais densos,
diminuindo a compressibilidade do solo.

•A medida que o nível de tensões é aumentado, elevam-se as


tensões intergranulares acarretando em fraturamento e/ou
esmagamento das partículas. Com a quebra de grãos, a
compressibilidade aumenta sensivelmente.

A maioria das obras de engenharia os níveis de tensão não atingem os


patamares necessários para causar deformações ou quebra nos grãos.
A diminuição do
índice de vazios e a
quebra de estruturas
sólidas, em função da
aplicação de cargas,
geram redução de
volume e assim uma
estrutura mais densa.
ANALOGIA MECÂNICA DO PROCESSO DE ADENSAMENTO

Teoria do Adensamento – Analogia Mecânica

•Ao aplicar um carregamento em um solo saturado os


recalques (Assentamentos) desenvolvem-se ao longo do
tempo.

•A teoria do adensamento trata de como os recalques


evoluem com o tempo.

•Para entender o fenômeno do adensamento será utilizada a


analogia mecânica de Terzaghi.
ANALOGIA MECÂNICA DO PROCESSO DE ADENSAMENTO
ANALOGIA MECÂNICA DO PROCESSO DE ADENSAMENTO
ANALOGIA MECÂNICA DO PROCESSO DE ADENSAMENTO
ANALOGIA MECÂNICA DO PROCESSO DE ADENSAMENTO
ANALOGIA MECÂNICA DO PROCESSO DE ADENSAMENTO
ANALOGIA MECÂNICA DO PROCESSO DE ADENSAMENTO
ANALOGIA MECÂNICA DO PROCESSO DE ADENSAMENTO
ANALOGIA MECÂNICA DO PROCESSO DE ADENSAMENTO
ANALOGIA MECÂNICA DO PROCESSO DE ADENSAMENTO
ENSAIOS DE COMPRESSÃO
As propriedades de compressibilidade dos solos podem ser
definidas a partir de ensaios de compressão, que podem ser
classificados de acordo com o grau de confinamento, ou seja:
- Não confinados;
- Confinados parcialmente;
- Confinados integralmente.

ENSAIO DE COMPRESSÃO NÃO CONFINADA

Este ensaio também é chamado de ensaio


de compressão simples ou compressão
uniaxial. O ensaio consiste na moldagem de
um corpo-de-prova cilíndrico e no seu
carregamento pela ação de uma carga axial.
A carga é aplicada em uma única direção,
dando liberdade ao corpo de prova para
deformar-se nas outras direções sem
qualquer restrição.
ENSAIOS DE COMPRESSÃO
ENSAIO DE COMPRESSÃO PARCIALMENTE CONFINADA

É normalmente conhecido como ensaio de compressão triaxial.


Neste caso aplicam-se, além da tensão axial, pressões laterais que
impedem parcialmente a liberdade de deformação. Em geral, o corpo-
de-prova é cilíndrico, com relação altura/diâmetro (h/d) mínima igual a
2,5.
O módulo de elasticidade do solo depende da pressão a que o solo
está confinado.
O ensaio consiste inicialmente na aplicação de uma pressão
confinante hidrostática (σ3), depois se mantendo constante a pressão
confinante, aplica-se acréscimos Δσ na direção axial. Durante o
carregamento medem-se, em diversos intervalos de tempo, o acréscimo
de tensão axial que está atuando e a deformação vertical do corpo-de-
prova.
Notas:
􀂃 Como ordem de grandeza, pode-se indicar os valores tabelados, e
indicados como módulo de elasticidade para argilas sedimentares
saturadas, em solicitações rápidas, que não permite a drenagem da
mesma
Para as areias, os módulos de elasticidade que interessam são os
correspondentes à situação drenada, pois a permeabilidade é alta
em relação ao tempo de aplicação da carga.

Os ensaios devem ser feitos com confinamento dos corpos-de-


prova. A tabela a seguir mostra uma ordem de grandeza de seus
valores, para pressão de confinamento da ordem de 100 kPa:
ENSAIOS DE COMPRESSÃO

ENSAIO DE COMPRESSÃO TOTALMENTE CONFINADA


Também chamado de ensaio de compressão edométrica.

Neste caso, o corpo-de-prova a comprimir é colocado dentro de


um recipiente (anel) indeformável, sendo aplicada externamente a
tensão axial.
O anel impede qualquer tendência de deformação lateral e o
confinamento é total.
ENSAIO DE COMPRESSÃO TOTALMENTE CONFINADA
Também chamado de ensaio de compressão edométrica.
TERIA DO ADENSAMENTO UNIDIMENSIONAL DE TERZAGHI.
A partir dos princípios da Hidráulica, Terzaghi elaborou a sua teoria,
tendo, entretanto, que fazer algumas simplificações, para o modelo
de solo utilizado.

As hipóteses básicas de Terzaghi são:


O solo é homogêneo e completamente saturado (Sr = 100%);
A água e os grãos são incompressíveis;
O escoamento obedece à Lei de Darcy ( v = k . I ) e se processa na
direção vertical;
 O coeficiente de permeabilidade se mantém constante durante o
processo;
O índice de vazios varia linearmente com o aumento da tensão efetiva
durante o processo do adensamento.
 A compressão é unidirecional e vertical e deve-se à saída de água dos
espaços vazios;
As propriedades do solo não variam durante o adensamento
Variação Linear do Índice
de Vazios com a Tensão
Efetiva
Percentual de Adensamento em Função da Poropressão
Coeficiente de Compressibilidade

Considerando linear o comportamento da curva índice de vazios x


tensão vertical efetiva, pode-se definir a inclinação da reta
correspondente como um coeficiente que dá indicações da
compressibilidade do solo.

Esse coeficiente é denominado Coeficiente de Compressibilidade


vertical, av, definido conforme a equação:

Como a cada variação de tensão efetiva corresponde uma variação de


pressão neutra, de mesmo valor mas de sentido contrário, pode-se dizer
que:
HIPÓTESES DE TERZAGHI
Dedução da Teoria do Adensamento de Terzaghi:

Objetivo: Determinar para qualquer instante (tempo – “t”) e em


qualquer posição (profundidade - “z”) o grau de adensamento
de uma camada, ou seja, as deformações, os índices de
vazios, as tensões efetivas e as pressões neutras
correspondentes.
ANALOGIA MECÂNICA DO PROCESSO DE ADENSAMENTO
Processo de Adensamento e Teoria de Terzaghi:
Sendo a equação de fluxo (não há variação de volume) num solo
saturado, indicando a variação de volume pelo tempo, dada abaixo
EQUAÇÃO DE ADENSAMENTO DE TERZAGHI

O coeficiente do primeiro membro da equação de adensamento


reflete as características do solo (permeabilidade, porosidade e
compressibilidade)

E é denominado Coeficiente de Adensamento – Cv.


Seu valor é admitido como constante para cada acréscimo de
tensões.
PARÂMETROS DE COMPRESSIBILIDADE
• O Coeficiente de Compressibilidade Volumétrica

• Seu valor é obtido pela inclinação da curva de compressão do


diagrama ev x s’v. Logo, podemos escrever o coeficiente de
adensamento como:
Para a solução da equação acima, foram consideradas as
condições de contorno desta equação, conforme apresentadas
no quadro abaixo (*),
SOLUÇÃO PARA A EQUAÇÃO DE ADENSAMENTO DE
TERZAGHI
Para a solução analítica da equação são introduzidas duas
variáveis adimensionais, a saber :

Factor de profundidade:

onde z é distância do topo da camada compressível até o ponto


considerado e Hd o comprimento de drenagem,

Factor tempo:

onde t é o tempo expresso em unidades compatíveis com o cv.


Condições de Drenagens
• Para melhor entender fisicamente a forma da solução gráfica da equação de adensamento,
apresenta-se, na Figura 4.5 a tendência esperada para a solução da equação de
adensamento em função das condições de contorno. Nesta figura estão representadas duas
situações típicas: (a) camada compressível intercalada entre duas camadas drenantes e
(b) camada compressível assente sobre superfície impermeável. No caso de drenagem
dupla (Figura 4.5(a)), após a aplicação do carregamento infinito, toda a camada sofre um
acréscimo de poropressão igual à tensão aplicada. Com o tempo, os excessos de
poropressão na região próxima às fronteiras drenantes são imediatamente dissipados;
na região central, entretanto, a velocidade de dissipação é menor, acarretando em uma
distribuição senoidal de excesso de poropressão.
• Define-se como superfície impermeável àquela que não permite a passagem de fluxo de
água. Para casos de drenagem dupla, o centro da camada representa um plano
impermeável, já que não há fluxo interceptando este plano.
• Para casos em que o excesso inicial de poropressão é constante
ao longo da profundidade e a drenagem é permitida em ambas
extremidades, tem-se a
• É interessante ressaltar que, para situações de dupla face
drenante, o fator de profundidade varia entre Z = 0 e Z = 2, já que
o comprimento de drenagem é igual à metade da espessura da
camada (Hd = Ho/2); isto é:

• Para situações em que uma das extremidades é impermeável, o


fator de profundidade (Z) varia entre 0 e 1, já que o comprimento
de drenagem é igual à espessura da camada (Hd = Ho).
Relações Aproximadas entre os Recalques e o Factor
Tempo
• Duas equações empíricas ajustam-se muito bem à equação
teórica do adensamento de Terzaghi, cada uma a um trecho dela.
São elas:
• O recalque que se observa na superfície do terreno é o resultado da
somatória das deformações dos diversos elementos ao longo da
profundidade.
• Se calcularmos a média dos Graus de Adensamento, ao longo da
profundidade z, obteremos o Grau de Adensamento médio, que é
dado pela equação 19.
Ensaio de Adensamento
PRINCIPAIS RESULTADOS DO ENSAIO DE ADENSAMENTO

a) Para cada estágio de carregamento se determina o Coeficiente de


adensamento vertical (Cv): pelos métodos de Casa grande e
Taylor.

b) Com os resultados dos estágios:


DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE ADENSAMENTO (CV)

DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE
ADENSAMENTO (CV)

• Sendo 0,197 o Fator Tempo correspondente a 50% de


adensamento, t50 o tempo em que ocorreu 50% de recalque e Hd a
metade da altura média do corpo-de-prova (com drenagem pelos
dois lados).
DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE ADENSAMENTO (CV)

• (2) Método de Taylor: Baseia-se em uma curva da altura do


corpo-de-prova em função da raiz quadrada do tempo. Do
início do adensamento primário, traça-se uma reta com
abscissas iguais a 1,15 vezes as abscissas correspondentes
da reta inicial. A intersecção dessa reta com a curva do
ensaio indica o ponto em que teriam ocorrido 90% do
adensamento.
TENSÃO DE PRÉ-ADENSAMENTO
• Tensão de pré-adensamento (σA’ ou σ’vm): é a máxima tensão
efetiva pela qual o solo foi submetido no passado (está na
“memória” do solo).
TENSÃO DE PRÉ-ADENSAMENTO
• Tensão de pré-adensamento (σA’ ou σ’vm): é a máxima tensão
efetiva pela qual o solo foi submetido no passado (está na
“memória” do solo).
RAZÃO DE PRÉ-ADENSAMENTO (RPA)
• Razão de pré-adensamento (RPA) OU over conservation ratio
(OCR)

• Onde: σa’ ou σ’vm: é a pressão de pré-adensamento


determinada pelo método de Casagrande ou Pacheco Silva
e σ’ é determinada através do perfil do terreno levando em
conta o solo existente quando a amostra foi retirada.
 OCR > 1 (σa’ > σ’) → o solo já esteve sujeito a cargas maiores do
que as atuais, sendo chamado pré-adensado;
 OCR = 1 (σa’ = σ’) → a camada argilosa é dita normalmente
adensada;
 OCR < 1 (σa’ < σ’) → trata-se de um solo que ainda não atingiu
as suas condições de equilíbrio, solo parcialmente adensado ou
sub-adensado.
DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE (K)
RECALQUE
• Recalque ou Assentamento: É a deformação vertical da
superfície do terreno, proveniente da aplicação de cargas ou
devido ao peso próprio das camadas
Recalques ou Assentamentos
DETERMINAÇÃO DO RECALQUE TOTAL
• Quando uma camada de solo
sofre o efeito de uma
sobrecarga ela se deforma, em
consequência da diminuição do
valor de seu índice de vazios
inicial (e0) para um valor final
ef, motivada pela sua
compressibilidade.

• Sua espessura passa, portanto,


de um valor inicial H0 para um
valor final Hf, cuja diferença
(ΔH = H0 - Hf) corresponde ao
recalque total sofrido.
DETERMINAÇÃO DO RECALQUE TOTAL
DETERMINAÇÃO DO RECALQUE TOTAL
SOLOS NORMALMENTE ADENSADOS (OCR = 1)
DETERMINAÇÃO DO RECALQUE TOTAL: SOLOS PRÉ-ADENSADOS .
. (σA' > σ')
Quando o carregamento ultrapassa a tensão de pré-adensamento, o
recalque é calculado em duas etapas: da tensão existente até a
tensão de pré-adensamento e deste até a tensão final resultante do
carregamento.
DETERMINAÇÃO DO RECALQUE TOTAL

SOLOS SUB-ADENSADOS (OCR < 1)


ADENSAMENTO SECUNDÁRIO
Ocorre quando o excesso de pressão neutra é praticamente nulo (Δμ
≅ 0 ) e a tensão efetiva é praticamente igual à tensão total (σ ' ≅σ ).

Em geral, verifica-se que no ensaio de adensamento, a deformação


continua a se processar muito embora o excesso de pressão neutra
seja praticamente nulo. Este efeito é atribuído a fenômenos viscosos.
PARÂMETROS DE COMPRESSIBILIDADE

Uma vez determinado a compressibilidade do solo em função de


qualquer um dos parâmetros, é possível obter qualquer outro a partir
das correlações apresentadas na Tabela 2.1
Aplicação de Drenos Verticais para Acelerar o Adensamento
Algumas vezes, para acelerar os recalques, constroem-se drenos
verticais na camada argilosa responsável pelos recalques.

Estes drenos podem ser perfurações preenchidas com areia.


Aplicando-se uma carga na
superfície, a água sob
pressão pode percolar tanto
para as camadas drenantes
diretamente como pelos
drenos.
Os recalques se
desenvolvem muito mais
rapidamente, pois as
distâncias de percolação são
menores e os coeficientes de
permeabilidade são maiores
na direção horizontal do que
na direção vertical.
Exercícios
1) .

ΔH
Exercícios
2) Uma camada de argila de 1,5m de espessura está
localizada entre 2 camadas de areia. No centro da camada
de argila, a tensão total vertical é de 200kPa e a poro
pressão é 100kPa. O aumento de tensão vertical causado
pela construção de uma estrutura, no centro da camada de
argila será de 100kPa. Assumi solo saturado, Cr = 0,05, Cc
= 0,3 e eo = 0,9. Estimar o recalque primário da argila,
considerando as situações (i) solo normalmente adensado,
(ii) solo pré-adensado (OCR = 2), (iii) solo sub-adensado
(OCR = -1,5).
Relações Aproximadas entre os Recalques e o Factor
Tempo
• Duas equações empíricas ajustam-se muito bem à equação
teórica do adensamento de Terzaghi, cada uma a um trecho dela.
São elas:
DETERMINAÇÃO DO RECALQUE TOTAL
SOLOS NORMALMENTE ADENSADOS (OCR = 1)
DETERMINAÇÃO DO RECALQUE TOTAL

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