Você está na página 1de 33

MECÂNICA DOS SOLOS

AVANÇADA E OBRAS DE
TERRA

-DEFORMAÇÕES NO SOLOS – RECALQUES,


PARTE I
Faculdade Anhanguera de Pelotas
Curso de Engenharia Civil
Prof. Me. Jorge Luiz Saes Bandeira
INTRODUÇÃO
Um dos aspectos de maior interesse da Engenharia
Geotécnica determinação das deformações devido a
carregamentos verticais na superfície do terreno cálculo de
recalques

– Tipos de deformações
Deformações rápidas observadas em solos arenosos e solos argilosos
não saturados
Deformações lentas observadas em solos argilosos saturados
aplicação da Teoria do Adensamento

– Formas de análise
• Cálculo de recalques pela Teoria da Elasticidade
• Cálculo de recalques pela compressibilidade oedométrica
INTRODUÇÃO
A Compressibilidade

Uma das principais causas de recalques é a compressibilidade


do solo, ou seja, a diminuição do seu volume sob a ação das
cargas aplicadas.
Em particular, um caso de grande importância prática é aquele
que se refere à compressibilidade de uma camada de solo,
saturada e confinada lateralmente.

Tal situação condiciona os chamados recalques por


adensamento, que alguns autores preferem denominar
recalques por consolidação.
RELAÇÃO CARGA-DEFORMAÇÃO

Todos os materiais deformam-se pela ação de uma carga


aplicada , fornecendo a Resistência dos Materiais, para os
diversos materiais (madeira, aço etc.) empregados em
construção, as características da correlação entre as cargas e
as respectivas deformações.

Na Mecânica do Solos o problema é mais complexo;


as deformações dos solos, além de comparativamente maiores
que a dos materiais de construção, não se verificam
instantaneamente com a aplicação da carga, mas sim em
função do tempo, como exemplo característico é o que
acontece com as argilas.
RECALQUES

Nos solos as deformações, geralmente não são uniformes,


podem não ser prejudiciais ao solo propriamente dito, mas
comprometer as estruturas que assentam sobre ele.

Surgem, assim os recalques diferenciais, os quais


provocam nas estruturas esforços adicionais que , por vezes,
se tornam bastante comprometedores à sua própria
instabilidade .

O problema do cálculo de recalques, como se verifica, é


também de interesse do engenheiro de estruturas, que
necessita conhecer esses recalques para poder avaliar sua
repercussão sobre a obra.
RECALQUES

Para a estimativa da ordem de grandeza dos recalques por


adensamento, além do conhecimento do subsolo, que nos
dará a conhecer a espessura, posição e natureza das
camadas que constituem, bem como os níveis d'água,
o

necessita-se ainda conhecer:

a) a distribuição das pressões produzidas em cada um dos


pontos do terreno,

a) as propriedades dos solos que interessam ao problema em


exame.
Recalques pela Teoria da Elasticidade
– Ensaios de compressão axial e triaxial

Aplicação de carga vertical em corpo de prova cilíndrico


• com confinamento (ensaio de compressão triaxial) ou
• sem confinamento (ensaio de compressão axial ou
compressão simples)

Medições:
• deformações axiais (ea)
• deformações radiais (er)
Recalques pela Teoria da Elasticidade
Recalques pela Teoria da Elasticidade
Cálculo dos recalques pela Teoria da
Elasticidade
Cálculo dos recalques pela Teoria da
Elasticidade
Cálculo dos recalques pela Teoria da
Elasticidade
Recalques pela compressibilidade oedométrica

O ensaio edométrico ou ensaio de adensamento


lateralmente confinado, é um tipo de ensaio utilizado para
medir as propriedades mecânicas dos solos: resposta do solo
a uma dada solicitação no que diz respeito a deformações
verticais. Através desse ensaio é obtido o coeficiente de
adensamento.
Recalques pela compressibilidade oedométrica

Uma situação típica onde a análise de recalques é feita


pela compressibilidade oedométrica uma camada de
argila mole saturada entre duas camadas
de areia permeável
Recalques pela compressibilidade oedométrica

Nesta situação existe duas condições importantes:

a) Existe uma importante componente de deformação


volumétrica.

É empregado o termo compressibilidadepropriedade de


certos corpos de mudarem de forma e/ou volume quando
lhes são aplicadas cargas externas.
Recalques pela compressibilidade oedométrica
Recalques pela compressibilidade oedométrica

b) No caso de estratos compressíveis pouco permeáveis


deformações diferidas no tempo:

Teoria do Adensamento
Teoria do Adensamento - Introdução
 O Princípio das Tensões Efetivas estabelece que as
variações de volume são devido tão somente a variações
nas tensões efetivas.

 Supondo um elemento de solo saturado tem-se duas fases


distintas: fase sólida esqueleto mineral e fase líquida 
água nos poros.
Teoria do Adensamento - Introdução

 Aplicando uma pressão de compressão sobre este


elemento, a variação de volume decorrente se dá por
redução nos vazios, visto que os grãos são relativamente
incompressíveis.

 A redução dos vazios implica no estabelecimento de um


gradiente hidráulico determinante de um fluxo de dentro
para fora do elemento drenagem.

 Sendo o fluxo governado pela Lei de Darcy verifica-se que


este fluxo será tão mais rápido quanto mais permeável for
o solo.
Teoria do Adensamento - Introdução

 Logo, assim como a drenagem, a variação de volume se


dá com o tempo e é governada por interações entre
tensão total, efetiva, poropressão, permeabilidade e
compressibilidade.

 Solos granulares (areias) a água flui facilmente devido a


alta permeabilidade. O gradiente gerado é rapidamente
dissipado.

 E EM SOLOS ARGILOSOS COMO SE DÁ?


Teoria do Adensamento - Introdução

 Solos finos (solos argilosos) devido a baixa


permeabilidade, a água encontra dificuldade de percolar.
Logo, a água inicialmente “absorve” a pressão aplicada 
geração de excesso de poropressão.
 Este excesso de pressão neutra é dissipado lentamente
com a drenagem do elemento.
 A medida que dissipa o excesso de poropressão na água,
a pressão aplicada é transmitida aos contatos dos grãos
representando acréscimo de tensão efetiva 
responsável pela variação volumétrica do elemento

fenômeno de adensamento.
O processo de adensamento - modelo
mecânico de Terzaghi

Adensamento:
Fenômeno pelo qual os recalques decorrentes da variação
volumétrica dos solos sob carga se dão a medida que a água
nos poros é expulsa e portanto são diferidos no tempo.

 O estudo do adensamento nos solos é realizado para


depósitos de baixa permeabilidade e de moderada a
elevada compressibilidade (constituídos de argilas e solos
argilosos).
O processo de adensamento - modelo
mecânico de Terzaghi

Adensamento:
Fenômeno pelo qual os recalques decorrentes da variação
volumétrica dos solos sob carga se dão a medida que a água
nos poros é expulsa e portanto são diferidos no tempo.

 O estudo do adensamento nos solos é realizado para


depósitos de baixa permeabilidade e de moderada a
elevada compressibilidade (constituídos de argilas e solos
argilosos).
O processo de adensamento - modelo
mecânico de Terzaghi
O processo de adensamento - modelo
mecânico de Terzaghi - (sistema pistão/água/mola)

O solo saturado é representado por uma mola dentro de um pistão cheio


de água, cujo êmbolo apresenta um pequeno orifício dotado de uma
válvula, que permite fechar e abrir a saída d’água.
O processo de adensamento - modelo
mecânico de Terzaghi - (sistema pistão/água/mola)
O processo de adensamento - modelo
mecânico de Terzaghi - (sistema pistão/água/mola)
O processo de adensamento - modelo
mecânico de Terzaghi

Analogia: carga no pistão carregamento vertical ; cilindro


confinamento do solo; água no cilindro água nos vazios
do solo e mola esqueleto mineral (estrutura formada pelos
grãos).

 O grau de abertura da válvula representa a


permeabilidade, enquanto a rigidez da mola a
compressibilidade do solo.
Ensaio de adensamento

– Nomenclatura relacionada aos objetivos do ensaio


O ensaio de compressão oedométrica (ou compressão
confinada)
destina-se a medir as propriedades de compressibilidade dos
solos em compressão oedométrica deformações laterais
impedidas.
Quando associada a avaliação da compressibilidade, tem-se
a quantificação da velocidade do processo de adensamento
ensaio de adensamento.
Solos permeáveis e/ou não saturados avaliação da
compressibilidade
Solos pouco permeáveis e saturados além da
compressibilidade justifica-se a avaliação do adensamento
Ensaio de adensamento

– O ensaio:
Consiste na compressão do solo contido em um anel que
impede qualquer deformação lateral simula o
comportamento do solo quando este é comprimido pela ação
de uma carga de grande área (em relação a espessura da
camada), como por um aterro de grande extensão.

Pela simplicidade os parâmetros obtidos são também


empregados em situações de carregamento externo de área
limitada (p.ex. sapatas), admitindo-se que as deformações
são somente verticais.
Ensaio de adensamento
Ensaio de adensamento - Procedimentos

Normatização: NBR 12002/90 - Solo: Ensaio de adensamento unidimensional


Uma amostra de solo (indeformada ou amolgada) é moldada num anel rígido
(fde 50 a 120mm e altura de 19 a 32mm).

O anel é ajustado a uma célula de compressão oedométrica.

A célula é colocada em uma prensa onde recebe cargas axiais de forma incremental
cada incremento costuma ser o dobro do incremento do estágio anterior valores
comuns: 6.25, 12,5, 25, 50, 100, 200, 400, 800 e 1600 kPa.

Cada estágio de carga é aplicado após cessadas as deformações do anterior


 argilas saturadas estágios de 24 horas (em média).

Em ensaios de adensamento são feitas leituras das deformações ao longo do


tempo em cada estágio de carga.

As deformações são geralmente relacionadas.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Você também pode gostar