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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS, TECNOLOGIA E SAÚDE – CCTS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ALEXANDRE LIBERATO
ANTONIO EWERTON
FELIPE DE AZEVEDO
LUCAS MICAEL
NATHAN SILVA
VICTOR BRITO

ANÁLISE DO ENSAIO DE ANDESAMENTO DO SOLO

ARARUNA – PB
2023
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................3
2 OBJETIVOS................................................................................................4
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................5
4 METODOLOGIA....................................................................................... 12
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES..............................................................14
6 CONCLUSÃO...........................................................................................19
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 19
ANEXOS - CÁUCULOS 20
1. INTRODUÇÃO

O ensaio de adensamento dos solos é uma das principais ferramentas


utilizadas para avaliar o comportamento das camadas de solo sob carregamentos.
Ele consiste na aplicação de uma carga em uma amostra de solo, geralmente em
um cilindro, e na medição da sua deformação ao longo do tempo. Esse ensaio é
fundamental para a compreensão do processo de consolidação dos solos, que é a
redução do volume das camadas de solo devido à expulsão da água contida entre
suas partículas. A partir dos resultados do ensaio de adensamento, é possível
determinar importantes parâmetros geotécnicos, como a taxa de adensamento e a
compressibilidade do solo, que são utilizados no projeto de fundações e estruturas
em geral. Neste ensaio, é possível avaliar a resposta dos solos a carregamentos e
estimar o comportamento futuro das camadas de solo em uma determinada obra, o
que é fundamental para garantir a estabilidade e a segurança das construções.

O ensaio de adensamento dos solos é fundamental para o projeto e a


construção de estruturas em geral, como edifícios, pontes, barragens, entre outros.
Isso ocorre porque a capacidade de carga dessas estruturas depende, em grande
medida, das características geotécnicas do solo sobre o qual estão assentadas. Ao
realizar o ensaio de adensamento, é possível determinar a compressibilidade do
solo, ou seja, a capacidade do solo de se deformar sob carga. Isso permite aos
engenheiros e projetistas avaliar a magnitude e a duração das deformações que as
estruturas podem sofrer ao longo do tempo. Além disso, o ensaio de adensamento
também permite a determinação da taxa de adensamento do solo, ou seja, a
velocidade com que o solo se adensa sob carga. Essa informação é importante para
estimar o tempo necessário para que o solo alcance sua deformação final após a
aplicação da carga. Isso é particularmente importante em obras de grande porte,
onde a taxa de adensamento pode levar anos ou até décadas para se completar.
Por fim, o ensaio de adensamento também é importante para avaliar a estabilidade
de encostas e taludes, bem como para determinar a capacidade de suporte de solos
em projetos de pavimentação. Em resumo, o ensaio de adensamento é uma
ferramenta essencial para garantir a segurança e a eficiência de obras de
engenharia civil e geotécnica.
2. OBJETIVOS

O ensaio de adensamento dos solos tem como objetivo principal determinar a


capacidade de um solo em se deformar sob a aplicação de cargas, bem como a taxa
de adensamento do solo ao longo do tempo. Uma vez que ao realizar o ensaio de
adensamento, é possível determinar a compressibilidade do solo, que é a
capacidade do solo de se deformar sob carga. Isso permite aos engenheiros e
projetistas avaliar a magnitude e a duração das deformações que as estruturas
podem sofrer ao longo do tempo, garantindo assim a segurança e a eficiência
dessas obras. Além disso, o ensaio de adensamento também permite a
determinação da taxa de adensamento do solo, que é a velocidade com que o solo
se adensa sob carga. Essa informação é importante para estimar o tempo
necessário para que o solo alcance sua deformação final após a aplicação da carga.

A. OBJETIVO GERAL

Realizar a avaliação do solo que está cercado por limitações laterais e


estabelecer as alterações verticais que ocorrem nele durante um determinado
período. Essas modificações surgem em decorrência da imposição de uma carga
específica, que será minuciosamente analisada.

B. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Realizar o ensaio de adensamento em corpo de prova indeformado de solo;


 Construir curvas que relacionam deformações com o tempo e índices de
vazios com pressões;
 Encontrar o coeficiente de adensamento;
 Determinar o coeficiente de deformação volumétrica;
 Determinar o coeficiente de compressibilidade
 Determinar o coeficiente de permeabilidade;
 Encontrar a tensão de pré‐adensamento.
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A. EMBASAMENTO TEÓRICO

No Brasil, a norma que regulamenta o ensaio de adensamento dos solos é a


NBR 12996:2013 - Solo - Determinação da compressibilidade e da permeabilidade -
Ensaio de adensamento. A norma NBR 12996:2013 estabelece as condições e
procedimentos técnicos para a determinação da compressibilidade e permeabilidade
de solos através do ensaio de adensamento. Este ensaio é amplamente utilizado na
área de geotecnia para avaliar a deformação que um solo sofre ao ser submetido a
uma carga constante, durante um determinado tempo.
O ensaio de adensamento é de grande importância na engenharia civil, pois
fornece informações valiosas para o projeto e execução de obras de infraestrutura.
Por exemplo, o conhecimento da taxa de adensamento do solo é fundamental para a
determinação do tempo de consolidação, que é o tempo necessário para que um
solo atinja sua deformação final. Além disso, a determinação da compressibilidade
do solo permite avaliar a magnitude e duração das deformações que as estruturas
podem sofrer ao longo do tempo. A NBR 12996:2013 estabelece as condições de
ensaio, como a umidade, a temperatura e a pressão de confinamento das amostras
de solo. Além disso, a norma define as etapas do ensaio, como a preparação da
amostra, a aplicação das cargas, a medição das deformações e a interpretação dos
resultados. É importante ressaltar que a NBR 12996:2013 deve ser utilizada em
conjunto com outras normas técnicas relacionadas à geotecnia, como a norma NBR
12007:1991 - Investigação geotécnica - Sondagens de simples reconhecimento com
SPT - Método de ensaio, que define o procedimento para realização do ensaio de
SPT (Standard Penetration Test), que é amplamente utilizado para a investigação
geotécnica de solos.
Quando uma carga é aplicada no solo, ele sofre deformações que seguem
padrões mecânicos próprios, determinados pelas características do material. O solo
é formado por partículas sólidas e vazios preenchidos por ar, líquido ou ambos.
Quando submetido a pressão, o solo tende a se comprimir, o que pode ser causado
por três fatores: compressão das partículas, compressão do ar e do líquido nos
vazios, e saída de ar e líquido dos vazios.
Para analisar o comportamento de uma camada de solo compressível em
condições de deformação unidimensional e fluxo vertical, Terzaghi (1925) e Terzaghi
e Frolich (1936) apresentaram os procedimentos iniciais, entre os anos de 1925 e
1935. Esses procedimentos tornaram-se uma das teorias mais utilizadas na prática
da engenharia geotécnica.
.

B. HIPÓTESES SIMPLIFICADORAS

A teoria do adensamento unidimensional descreve o processo gradual que


envolve, simultaneamente, um lento processo de drenagem da água dos vazios de
um solo, tendo como consequência, um aumento gradual da tensão efetiva no
esqueleto sólido e a ocorrência de uma gradual compressão do solo. Terzaghi,
apresentou algumas hipóteses simplificadoras a serem consideradas para a
dedução da teoria, que são:

a) Solo homogêneo;
b) Solo saturado;
c) Compressibilidade dos grãos sólidos e da água são desprezíveis em
relação à compressibilidade do solo;
d) As deformações do solo são consideradas infinitesimais em relação a
espessura da camada compressível, de forma que esta é considerada constante.
e) A compressão é unidimensional;
f) O fluxo de água é unidirecional;
g) Fluxo governado pela lei de Darcy;
h) Alguns parâmetros físicos, que na realidade variam durante o processo,
são admitidos constantes, como o coeficiente de permeabilidade (kv) e o coeficiente
de compressibilidade (av);
i) Há uma única relação linear, independentemente do tempo, entre o índice
de vazios e a tensão vertical efetiva, durante o processo de adensamento;
j) Domínio dos pequenos deslocamentos e pequenas deformações.

As hipóteses mais questionáveis dizem respeito às hipóteses (d), (h), (i) e (j).
Em solos reais, à medida que o solo adensa, o coeficiente de permeabilidade e o
coeficiente de compressibilidade variam. O comportamento dos solos (reais) não é
elástico linear, a variação do índice de vazios com as tensões efetivas é não linear, e
varia com o logaritmo das tensões efetivas, na condição normalmente adensada.
Para o uso de uma correlação mais adequada, a não-linearidade da curva tensão
versus deformação pode ser tratada em análises numéricas, fato que torna, a
solução matemática muito mais complexa.

C. EQUAÇÕES DO ADENSAMENTO
Para o cálculo dos coeficientes e elementos do ensaio, foram usadas
as seguintes equações:

i. EQUAÇÕES BASE
Área do Corpo de Prova

2
A=π ∙ r
Onde:
r = Raio do corpo de prova, em cm.

Volume do Corpo de Prova

V = A ∙ H0
Onde:
A = Área do corpo de prova, em cm ² ;
H 0= Altura do corpo de prova, em cm.

Correção de Cargas

P PS
σ PS=
A

Onde:
σ PS = Tensão provocada pela placa superior em kgf/cm²;
P PS = Peso da placa superior em kgf;
A = Área da seção, em cm².
Umidade Média da Amostra

P BU −PBS
W N=
PBS−P C
W 1+W 2
W=
2
Onde:
PBU = Peso bruto úmido, em Kg;
PBS = Peso bruto seco, em Kg;
PC = Peso do cadinho, em Kg;
W = Média das umidades, em %

Índice de Vazios Inicial

i. Peso Específico Natural do Solo

PT
γ N=
VT
Onde:
γ N = Peso Específico Natural do Solo, em g/cm³;
PT = Peso total, em g;
V T = Volume total, em cm³

ii. Peso Específico do Solo Seco

100 ∙ γ N
γ D=
100+W

Onde:
γ D = Peso Específico do Solo Seco, em g/cm³;
γ N = Peso Específico Natural do Solo, em g/cm³;
W = Umidade, em %
iii. Índice de Vazios Inicial

γS
e 0= −1
γD
Onde:
e 0 = Índice de Vazios Inicial;
γ S = Peso específico aparente do solo seco, em g/cm³;
γ D = Peso Específico do Solo Seco, em g/cm³

Altura Média

H0
HS=
1+ e0
Onde:
H S = Altura Média, em cm;
H 0 = Altura do corpo de prova, em cm;
e 0 = Índice de Vazios Inicial.

ii. EQUAÇÕES PARA TENSÃO

Correção de Tensão

σ
σ n= −σ PS
g
Onde:
σ n = Correção de Tensão, kgf/cm²;
σ = Tensão para o ensaio; em kPa;
g = Gravidade, em m/s 2;
σ PS = Tensão provocada pela placa superior; kgf/cm².

Carga Corrigida

σ n∙ A
Qn (COR )=
g
Onde:
Q n (COR ) = Carga Corrigida; em kg;
σ n = Carregamento aplicado corrigido, em Kgf/cm²;
A = Área da seção, em cm ² ;
g = Gravidade, em m/s 2.

Recalque Total

−1
R=Σdh ∙10
Onde:
R = Recalque Total, em cm;
Σdh = Somatório do recalque, em cm.

Altura Final

H F=H 0−R
Onde:
H F = Altura Fina, em cm;
H 0 = Altura do corpo de prova, em cm;
R = Recalque Total, em cm.

Índice de Vazios Final

HF
ef = −1
Hs

Onde:
e f = Índice de Vazios Final;
H F = Altura do corpo de prova ao final do estágio, em cm;
H s = Altura dos sólidos, em cm.
Altura para 50% de Adensamento

H0+ HF
H 50=
2

Onde:
H 50 = Altura para 50% de Adensamento, em cm;
H 0 = Altura do corpo de prova, em cm;
H F = Altura Final, em cm.

Coeficiente de Adensamento

2
0,197 ∙ H 50
CV=
4 ∙ t 50

Onde:
C V = Coeficiente de Adensamento, em cm2 /s ;
H 50= Altura para 50% de Adensamento, em cm;
t 50= Tempo para 50% de Adensamento, em s.

Coeficiente de Deformação Volumétrica

∆H 1
mv = ∙
HF σn

Onde:
mv = Coeficiente de Deformação Volumétrica, em cm²/g;
∆ H = Recalque, em cm;
H F = Altura Final, em cm;
σ n = Carregamento aplicado corrigido, em kgf/cm².

Coeficiente de Compressibilidade
a v =mv ∙ ( 1+ e f )
Onde:
a v = Coeficiente de Compressibilidade, em cm²/g;
mv = Coeficiente de Deformação Volumétrica, em cm²/g;
e f = Índice de Vazios Final.

Coeficiente de Permeabilidade

−4
K=C V ∙ mv ∙ γ a ∙ 1 , 7∙ 10
Onde:
K = Coeficiente de Permeabilidade, em cm/s
C V = Coeficiente de Adensamento, em cm2 /s ;
mv = Coeficiente de Deformação Volumétrica, em cm²/g;
γ a = Peso específico da água. g/cm³.

4. METODOLOGIA

Para executar o teste, empregou-se uma amostra de solo disponível no


laboratório do Campus VIII da UEPB. O procedimento foi realizado nesse local,
seguindo as diretrizes da ABNT-MB-3336, que se refere ao teste de adensamento.
Com base nisso, demos início ao processo de preparação do experimento.

A. MATERIAIS UTILIZADOS

 Paquímetro;
 Régua;
 Espátula;
 Prensa e célula de adensamento;
 Anel de adensamento de 79,4mm de diâmetro, com altura de 20mm;
 Pedra porosas;
 Balança;
 Extensômetro;
 Cronômetro;
 Relógio;
 Estufa.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Determinação das dimensões do molde

De início, foi necessário determinar as dimensões e o peso do molde de


adensamento. Utilizando um paquímetro, mediu-se a altura (20 mm), o diâmetro
interno (79,4mm), já para determinação do peso, utilizou uma balança de precisão
(190,25 g).

Pedras Porosas

A norma estabelece que a amostra precisa ser posicionada entre duas


pedras porosas, as quais devem ser uniformes, sem fissuras e não possuir
resquícios de materiais relacionados ao solo ou à água. O tamanho das partículas
das pedras deve permitir apenas a passagem de água, e não de partículas do solo.
Com o objetivo de restringir ainda mais a passagem de solo e facilitar a limpeza da
pedra após o teste, foi decidido incluir um papel filtro entre a pedra porosa e a
amostra durante o processo de preparação.

Confecção do corpo de prova no molde

Para realizar a confecção, utilizou-se a amostra de solo mencionada


anteriormente. O processo consiste em adicionar água destilada ao solo até que ele
atinja a umidade ótima. Em seguida, o interior do molde é untado com vaselina para
facilitar a remoção da amostra após a compactação. O solo é então compactado e
cravado no molde, e o processo de talhagem é executado com um raspador,
visando minimizar quaisquer perturbações ou falhas. De acordo com a norma, é
necessário cortar a amostra 2 cm acima da altura do molde para reduzir a
possibilidade de erro. Após remover o molde, o excesso de solo é cortado e retirado
para garantir que a amostra esteja totalmente contida dentro dos limites do molde.

Montagem do Corpo de Prova

O primeiro passo consiste em colocar a pedra porosa e o papel filtro na base


da célula de adensamento. No caso de solo saturado, a pedra porosa deve ser
mergulhada em água até entrar em contato com a amostra. Em seguida, a amostra
contida no anel é transferida com muito cuidado para o local desejado, evitando
quaisquer rachaduras ou perda de material. Em seguida, adiciona-se outro papel
filtro e, em seguida, uma segunda pedra porosa. Por fim, o cabeçote de metal é
instalado e o dispositivo final é ajustado ao sistema de aplicação de carga.

Determinação do Teor de Umidade

Inicialmente, procedeu-se à pesagem de dois cadinhos vazios, e, em


seguida, colocou-se cerca de 30 gramas da amostra em cada um deles. Depois de
determinar os pesos, os cadinhos foram levados à estufa, onde permaneceram por
cerca de 24 horas a uma temperatura média de 105°C, o que permitiu a completa
eliminação da umidade. Após esse período, realizou-se uma nova pesagem,
obtendo-se o peso bruto seco (Pbs), necessário para o cálculo e determinação da
umidade do solo.

Realização do Ensaio

Após a etapa de preparação da amostra, o molde foi fixado na célula de


adensamento e transportado para o sistema de aplicação de cargas. O
extensômetro foi então calibrado antes de iniciar as cinco etapas de aplicação de
tensão no corpo de prova, a saber: 20kPa, 40kPa, 80kPa, 160kPa. Durante cada
carga, a leitura no extensômetro foi realizada em intervalos de tempo
predeterminados, a saber: 0s, 15s, 30s, 1min, 2min, 4min, 8min, 15min, 30min, 1h,
2h, 4h, 8h, 16h e 24h. A duração desses intervalos se estendeu até a deformação do
corpo de prova estabilizar, isto é, a deformação final foi registrada no extensômetro
após o término de cada intervalo de tempo.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Abaixo serão expostos os resultados obtidos e posteriormente serão


discutidos os principais aspectos relacionados ao ensaio de adensamento
endométrico, seguindo a metodologia descrita anteriormente. Utilizando as seis
cargas crescentes mencionadas na metodologia, foram obtidos os seguintes dados
referentes aos pesos aplicados em cada estágio do ensaio.

Tabela 1 – Cargas corrigidas usadas no ensaio


Estágio Peso da Carga (Kg)
Primeiro 1,02
Segund
2,05
o
Terceiro 4,10

Quarto 8,22

Após a execução de análises laboratoriais na amostra de solo utilizada, foi


possível obter parâmetros iniciais que servirão como referência para as próximas
fases do ensaio, a saber:

Tabela 2 – Parâmetros iniciais da amostra


Parâmetros Amostra 01
Área do corpo de prova (cm²) 49,489
Volume do corpo de prova (cm³) 98,978
Fator de Correção (kgf/cm²) 5,66 ∙ 10-3
Umidade Média (%) 21,20
Peso específico natural do solo 1,995
(g/cm³)
Peso específico do solo seco (g/cm³) 1,990
Índice de vazios inicial 0,306
Altura média (cm) 1,531

Com base nos parâmetros iniciais definidos na etapa anterior, a realização


do ensaio de adensamento permitiu relacionar, de forma gráfica, a altura do corpo
de prova em relação ao tempo de aplicação da carga nos diferentes estágios
estabelecidos.
Para 20kPa:

Gráfico 1 – Perfil de adensamento para 20kPa

Para 40 kPa:

Gráfico 2 – Perfil de adensamento para 40kPa


Para 80 kPa:

Gráfico 3 – Perfil de adensamento para 80kPa

Para 160kPa:

Gráfico 4 – Perfil de adensamento para 160kPa


Observando os gráficos, é perceptível que a altura do corpo de prova diminui
com o tempo e o aumento da carga aplicada, seguindo a teoria do adensamento.
Essa redução ocorre principalmente nos primeiros 10 minutos de cada estágio,
correspondendo ao adensamento primário do solo. No entanto, os resultados não
são confiáveis devido à falta de compactação adequada da amostra, excesso de
umidade durante a preparação e interrupção do ensaio por dois dias. Apesar disso,
é possível obter informações relevantes a partir dos dados, como o tempo de 50%
do adensamento, que permite estabelecer coeficientes para avaliar o
comportamento do solo sob diferentes carregamentos.

Tabela 2 – Parâmetros finais de cada estágio


1º Estágio 2º Estágio 3º Estágio 4º Estágio
Parâmetros
(20kPa) (40kPa) 80kPa) (160kPa)
Recalque Total (cm) 0,074 0,122 0,159 0,216
Altura Final (cm) 1,926 1,8 1,641 1,425
Índice de Vazios Final 0,258 0,175 0,0718 0,0692
Coeficiente de
0 , 05 0,0955 0,112 0,058
adensamento (cm²/min)
Coeficiente de deformação
0,0189 0,0166 0,0119 0,00925
volumétrica (cm²/g)
Coeficiente de
0,0237 0,0195 0,0127 0,00860
compressibilidade (cm²/g)
Coeficiente de −7 −7 −6 −7
1 , 6 ∙10 2 , 69∙ 10 2 , 26 ∙10 9 , 12∙ 10
permeabilidade (cm/s)

Como pode ser visto na tabela, conforme a carga aumenta, o recalque


aumenta, enquanto a altura final do corpo de prova diminui, e ao mesmo tempo o
índice de vazio diminui, pois durante o ensaio, a água é drenada do vazio. Observe
que o coeficiente não há variação não linear, o que pode ser causado por erros na
implementação, conforme mencionado anteriormente.
Continuando com a análise dos dados obtidos, pode-se determinar as
tensões de pré-adensamoento suportadas pelo solo pelo método de Pacheco silva,
onde:

Gráfico 5 – Tensão de pré-adensamento

Com base na tensão de pré-adensamento, é possível verificar que o


adensamento da amostra ocorreu de maneira mais lenta quando a carga aplicada foi
inferior a essa tensão. Já para cargas superiores à tensão de pré-adensamento, o
adensamento ocorreu de forma mais rápida. Essa relação é explicada pelo fato de
que a amostra já sofreu uma certa deformação durante o processo de pré-
adensamento, o que influencia na sua resposta ao carregamento.

6. CONCLUSÃO

Como já discutido anteriormente, o ensaio de adensamento é fundamental


para identificar características importantes do solo que influenciam na sua
estabilidade sob a aplicação de cargas. Esse ensaio permite determinar a magnitude
do recalque ao longo do tempo para uma carga aplicada em um determinado tipo de
solo.
Por essa razão, é de extrema importância que o ensaio de adensamento
seja executado corretamente e de forma contínua, de modo a fornecer dados
precisos e confiáveis sobre as características de adensamento do solo.
Embora os resultados do experimento realizado possam parecer
convincentes, é importante destacar que o ensaio apresentou erros significativos.
Como se tratava apenas de uma demonstração educacional, a metodologia utilizada
não seguiu rigorosamente os procedimentos recomendados pela literatura. Além
disso, ocorreram falhas durante a preparação da amostra e interrupções durante a
execução do ensaio, o que compromete a validade dos resultados obtidos.

REFERÊNCIAS

CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos Solos e suas Aplicações. 6. ed. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora, 1988.

PINTO, Carlos Souza. Curso Básico de Mecânica dos Solos. 3. ed. São Paulo:
Oficina de Textos, 2006. p. 13-355
ANEXOS

MEMORIAL DE CÁLCULO

2. Parâmetros Iniciais do Experimento


a. Área do Corpo de Prova

( )
2
2 7 , 94
A=π ∙ r → A=π ∙ =49,489 cm²
2
b. Volume do Corpo de Prova

3
V = A ∙ H 0 →V =49,489 ∙ 2=98.978 cm

c. Correção de Cargas

P PS 280 , 20 ∙10
−3
σ PS= → σ PS = ≅ 5 , 66 ∙ 10−3 kgf /cm2
A 49,489

d. Umidade Média da Amostra

P BU −PBS
W N=
PBS−P C

32 , 14−29.02
W 1= =21 ,59 %
29.02−14 , 57

34 ,33−31.15
W 2= =20 , 82 %
31.15−15 , 88

W 1+W 2 21 ,59+20 ,82


W= →W = =21 , 20 %
2 2

e. Índice de Vazios Inicial


i. Peso Específico Natural do Solo

PT 197.54
γ N= → γ N= =1,995 g/cm ³
VT 98,978

ii. Peso Específico do Solo Seco

100 ∙ γ N 100∙ 1,995


γ D= → γ D= =1,990 g/cm ³
100+W 100+0,212
iii. Índice de Vazios Inicial
γS 2 ,6
e 0= −1→ e 0= −1=0.306
γD 1,990

f. Altura Média

H0 2
HS= → H S= =1.531 cm
1+ e0 1+ 0,306

3. 1º Tensão – 20kPa
a. Correção de Tensão

σ 20 −3 2
σ 20= −σ PS → σ 20= −5 , 66 ∙10 =2 , 03 kgf /c m
g 9 , 81

b. Carga Corrigida

σ 20 ∙ A 2 , 03 ∙ 49,489
Q 20 (COR )= →Q 20( COR )= ≅ 1, 02 kg
g 9 , 81∙ 10

c. Recalque Total

−1 −1
R=Σdh ∙10 → R=0.74 ∙1 0 =0,074 cm

d. Altura Final

H F=H 0−R → H F =2−0,074=1,926 cm

e. Índice de Vazios Final

HF 1,926
ef = −1 → e f = −1=0,258
Hs 1.531

f. Altura para 50% de Adensamento


H0+ HF 2+1,926
H 50= → H 50= =1,963 cm
2 2

g. Tempo para 50% de Adensamento

t 50=3 ,5 min

h. Coeficiente de Adensamento

2 2
0,197 ∙ H 50 0,197 ∙ 1,963 2
CV= → CV= =0 , 05 cm /min
4 ∙ t 50 4 ∙3 , 5

i. Coeficiente de Deformação Volumétrica

∆H 1 0,074 1 2
mv = ∙ → mv = ∙ =0,0189 cm /g
H F σ 20 1,926 2 , 03

j. Coeficiente de Compressibilidade

2
a v =mv ∙ ( 1+ e f ) → av =0,0189 ∙ ( 1+0,258 )=0,0237 cm /g
k. Coeficiente de Permeabilidade

−4 −4
K=C V ∙ mv ∙ γ a ∙ 1 , 7∙ 10 → K =0 , 05∙ 0,0189 ∙ 1∙ 1 ,7 ∙ 10
−7
K=1.60 ∙ 10 cm/ s

4. 2º Tensão – 40kPa
a. Correção de Tensão

σ 40 −3 2
σ 40= −σ PS →σ 40= −5 ,66 ∙ 10 =4 ,07 kgf /c m
g 9 , 81

b. Carga Corrigida

σ 40 ∙ A 4 , 07 ∙ 49,489
Q 40 (COR )= → Q40 (COR )= ≅ 2.05 kg
g 9 , 81∙ 10

c. Recalque Total

−1 −1
R=Σdh ∙10 → R=1 , 22∙ 1 0 =0,122cm

d. Altura Final

H F=H 0−R → H F =1,926−0,122=1 ,8 cm

e. Índice de Vazios Final

HF 1,8
ef = −1 → e f = −1=0.175
Hs 1,531

f. Altura para 50% de Adensamento

H0+ HF 1,926+ 1 ,8
H 50= → H 50= =1,903 cm
2 2
g. Tempo para 50% de Adensamento

t 50=1 ,8 min

h. Coeficiente de Adensamento

2 2
0,197 ∙ H 50 0,197 ∙ 1,903 2
CV= → CV= =0,0955 cm /min
4 ∙ t 50 4 ∙1 , 8

i. Coeficiente de Deformação Volumétrica

∆H 1 0,122 1 2
mv = ∙ → mv = ∙ =0,0166 cm /g
H F σ 40 1 , 8 4 ,07

j. Coeficiente de Compressibilidade

2
a v =mv ∙ ( 1+ e f ) → av =0,0166 ∙ ( 1+0.175 ) =0,0195 cm /g

k. Coeficiente de Permeabilidade

−4 −4
K=C V ∙ mv ∙ γ a ∙ 1 , 7∙ 10 → K =0,0955 ∙0,0166 ∙ 1 ∙1 , 7 ∙10
−7
K=2, 69 ∙10 cm/s
5. 3º Tensão – 80kPa
a. Correção de Tensão

σ 80 −3 2
σ 80= −σ PS → σ 80= −5 , 66 ∙ 10 =8 ,14 kgf /c m
g 9 ,81

b. Carga Corrigida

σ 80 ∙ A 8 , 14 ∙ 49,489
Q 80 (COR )= → Q40 (COR )= ≅ 4.10 kg
g 9 , 81 ∙10

c. Recalque Total

−1 −1
R=Σdh ∙10 → R=1.59 ∙ 10 =0,159 cm

d. Altura Final

H F=H 0−R → H F =1, 8−0,159=1,641 cm

e. Índice de Vazios Final

HF 1,641
ef = −1 → e f = −1=0.0718
Hs 1,531

f. Altura para 50% de Adensamento

H0+ HF 1 , 8+1,641
H 50= → H 50= =1,720 cm
2 2

g. Tempo para 50% de Adensamento


t 50=1 ,3 min

h. Coeficiente de Adensamento

2 2
0,197 ∙ H 50 0,197 ∙ 1,720 2
CV= → CV= =0,112cm /min
4 ∙ t 50 4 ∙1 , 3

i. Coeficiente de Deformação Volumétrica

∆H 1 0,159 1 2
mv = ∙ → mv = ∙ =0,0119 cm / g
H F σ 80 1,641 8 ,14

j. Coeficiente de Compressibilidade

2
a v =mv ∙ ( 1+ e f ) → av =0,0119 ∙ ( 1+0.0718 )=0,0127 cm / g

k. Coeficiente de Permeabilidade

−4 −4
K=C V ∙ mv ∙ γ a ∙ 1 , 7∙ 10 → K =0,112∙ 0,0119 ∙1 ∙ 1, 7 ∙ 10
−6
K=2.26 ∙10 cm /s
6. 4º Tensão – 160kPa
a. Correção de Tensão

σ 160 −3 2
σ 160= −σ PS → σ 80= −5 , 66 ∙10 =16 , 30 kgf /c m
g 9 , 81

b. Carga Corrigida

σ 160 ∙ A 16 , 30 ∙ 49,489
Q 160 (COR )= → Q 40 (COR )= ≅ 8.22 kg
g 9 , 81 ∙10

c. Recalque Total

−1 −1
R=Σdh ∙10 → R=2 , 16 ∙1 0 =0,216 cm

d. Altura Final

H F=H 0−R → H F =1,641−0,216=1,425 cm

e. Índice de Vazios Final

HF 1,425
ef = −1 → e f = −1=−0.0692
Hs 1.531

f. Altura para 50% de Adensamento

H0+ HF 1,641+1,425
H 50= → H 50= =1,533 cm
2 2

g. Tempo para 50% de Adensamento


t 50=2 min

h. Coeficiente de Adensamento

2 2
0,197 ∙ H 50 0,197 ∙ 1,533 2
CV= → CV= =0,058 cm /min
4 ∙ t 50 4 ∙2

i. Coeficiente de Deformação Volumétrica

∆H 1 0,216 1 2
mv = ∙ → mv = ∙ =0,00925 cm /g
H F σ 160 1,425 16 ,30

j. Coeficiente de Compressibilidade

a v =mv ∙ ( 1+ e f ) → av =0,00925 ∙ ¿

k. Coeficiente de Permeabilidade

−4 −4
K=C V ∙ mv ∙ γ a ∙ 1 , 7∙ 10 → K =0,058 ∙0,00925 ∙ 1∙ 1 ,7 ∙ 10

−7
K=9.12∙ 10 cm/ s

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