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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

ESCOLA DE MINAS - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL


CIV 244 - MECÂNICA DOS SOLOS I
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ENSAIO DE ADENSAMENTO DO SOLOS

Equipe:
Hugo Macieira Marinho
Jéssica Adriana Honório
Jéssica Fernandes Cotta
João Batista da Silva Neto
João Paulo Lima Apolinário

Ouro Preto, 26 de junho


1.INTRODUÇAO
Todos os materiais sofrem deformação quando sujeitos a uma mudança de esforço. Com
o solo não é diferente.
As cargas de uma determinada estrutura ou, por exemplo, da construção de um aterro,
são transmitidas ao solo gerando uma redistribuição dos estados de tensão em cada
ponto do maciço (acréscimos de tensão), a qual irá provocar deformações em maior ou
menor intensidade, em toda área nas proximidades do carregamento, que por sua vez,
resultarão em recalques superficiais.
A deformação em solos finos não é instantânea, ou seja, não ocorre imediatamente após
a aplicação da solicitação.
Define-se portanto, alguns conceitos importantes:
Adensamento: Processo responsável pela diminuição dos seus vazios com o tempo,
devido a saída da água do seu interior. Ocorre devido a um acréscimo de solicitação
sobre o solo, seja pela edificação de uma estrutura, construção de um aterro,
rebaixamento do nível de água do lençol freático ou drenagem do solo, entre outros.
Devido a sua heterogeneidade, grau de saturação, umidade, fração mineral
predominante, o solo apresenta vários tipos de deformação quando solicitado e, cada
tipo, exige uma metodologia própria para a sua avaliação.
Compressibilidade: Relação independente do tempo entre variação de volume
(deformação) e tensão efetiva. É a propriedade que os solos têm de serem suscetíveis à
compressão.
Compressão (ou expansão): É o processo pelo qual uma massa de solo, sob a ação de
cargas, varia de volume (“deforma”) mantendo sua forma. Ocorrem por compactação e
pelo adensamento.
Para os níveis de tensões usuais aplicados na engenharia de solos, as deformações que
ocorrem na água e grãos sólidos são desprezadas (pois, são incompressíveis). Calculam-
se, portanto, as deformações volumétricas do solo a partir da variação do índice de
vazios (função da variação das tensões efetivas).
Assim, o ensaio de adensamento é feito em estágios de pressão aplicada em corpos de
prova, geralmente indeformados e saturados, confinados lateralmente com a
consequente aferição da redução de sua altura. Desse ensaio são interpretados
parâmetros fundamentais para o cálculo de recalques por adensamento.
Deste modo, o presente trabalho tem por objetivo realizar o ensaio de adensamento em
corpo de prova indeformado de solo, prescrita pela norma NBR-12007, e
posteriormente, construir as curvas que relacionam deformações com o tempo e índices
de vazios com pressões.

2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Para execução de projetos se faz necessário o estudo detalhado dos solos bem como do
seu comportamento, o que inclui a determinação dos parâmetros de compressibilidade:
Pressão de pré-adensamento,σ ’ vm.

Índice de compressão, C c.

Coeficiente de adensamento, C v .
Esses parâmetros são obtidos através dos ensaios de compressibilidade do solo, efetuado
com o auxílio de um aparelho denominado oedômetro, desenvolvido por Karl von
Terzagh, engenheiro austríaco considerado o pai da Mecânica dos Solos e da engenharia
geotécnica, e que nos permite conhecer as características de compressibilidade e da taxa
de compressão do solo com o tempo.

Figura 1. Oedômetro. Aparelhocriado por Terzagh.

2.1 MODELO MECANICO DE TERZAGHI

Para explicar o processo de adensamento, Terzagh idealizou um sistema pela qual o


solo saturado pode ser imaginado como uma mola dentro de um cilindro cheio de água.
O cilindro tem um pequeno furo no seuêmbolo, por onde a água pode sair lentamente
representando assim a sua baixa permeabilidade.

Figura 2. Esquema representativo do modelo de Terzaghi

O funcionamento se dá da seguinte forma:

1. O cilindro cheio d'água, e com a mola dentro, estão em equilíbrio e representam


o solo saturado;
2. É aplicado um carregamento sobre o pistão. No momento imediato ao
carregamento, a água (considerada incompressível) sustenta toda a carga.
3. À medida que a água é drenada pelo orifício, parte do carregamento passa a ser
suportado pela mola que vai encolhendo e aumentando sua resistência.
O solo está adensando;
4. O sistema volta ao equilíbrio pois a pressão da água foi toda dissipada e a mola,
que representa a estrutura sólida do solo, suporta a carga sozinha, finalizando o
processo de adensamento.

3.PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

O ensaio de compressão oedométrica consiste na compressão de uma amostra de solo,


compactada ou indeformada, pela aplicação de tensões vertical, sob a condição de
deformação radial nula. Para isso, mantem-se a amostra saturada e utiliza-se de duas
pedras porosas (uma no topo e uma na base) de modo a acelerar a velocidade dos
recalques na amostra e, por conseguinte, diminuir o tempo de ensaio.

Figura 3.Esquema representativo do ensaio de compressão confinada (de adensamento)

Durante cada carregamento, são efetuadas leituras dos deslocamentos verticais do topo
da amostra e do tempo decorrido. As condições de contorno são apresentadas na figura .

Figura 4. Condições de contorno


3.1.EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

Usualmente, utiliza-se para realização dos ensaios os seguintes equipamentos:


-Prensa devidamente equipada com a célula de adensamento (edômetro);
- Instrumento (extensômetro mecânico ou transdutor elétrico de deslocamento) para a
realização das medidas de deformações;
- Jogos de pesos para transmissão de pressão ao corpo de prova;
- Cronômetro para o acompanhamento dos tempos de leituras.

Entretanto, no ensaio realizado e descrito neste presente relatório, utilizou-se de uma


prensa com características semelhantes à comumente utilizada, todavia eletrônica, onde
a magnitude dos carregamentos e tempo são programados e portanto, realizados
automaticamente, por auxilio de um programa desenvolvido pela Universidade de Ouro
Preto e a empresa .....

3.2 .PREPARAÇAO DO CORPO DE PROVA

Segundo a norma NBR-12007:


-Os corpos de prova devem ser preparados em ambiente onde a mudança da umidade do
solo, durante a preparação, não exceda a 0,2% (uma sala com umidade relativa elevada
é usualmente utilizada para esse proposito.

-Os corpos de prova podem ser obtidos a partir de amostras indeformadas (coletadas na
forma de blocos ou por meio de tubos amostradores de parede fina) ou de amostras
deformadas compactadas em laboratório. Essas amostras devem ser mantidas em
câmara úmida ate a execução dos ensaios, procurando minimizar o tempo de
armazenamento. O
No presente relatório, utilizou-se, para o ensaio de adensamento uma amostra de
milonito ( rocha alterada).

3.2- PROCEDIMENTO DO ENSAIO


O Procedimento do ensaio segundo a NBR 12007 MB 3336 (ABNT) – Solo –
Determinação de Adensamento Unidirecional, é apresentado abaixo, resumidamente:
− Saturação da amostra
− Aplicação dos carregamento
− Leituras, geralmente efetuadas em uma progressão geométrica do tempo (15s, 30s,
1min, 2min, 4min, 8min, ... 24hs), dos deslocamentos verticais do topo da amostra
através de um extensômetro
− Plotar gráficos com as leituras efetuadas da variação da altura ou recalque versus
tensões aplicadas
− A partir da interpretação dos gráficos, decidir se um novo carregamento deve ser
aplicado. Repetem-se os processos anteriores.
− Última fase: descarregamento da amostra.
Em geral são aplicados de 5 a 8 carregamentos. Todavia, no ensaio realizado foram
feitos apenas quatro carregamento, inicialmente com carga de 50 KPa , procedendo da
mesma forma para os outros três carregamentos com cargas de 100, 200, e 400 gramas.

Conclusão
Nesse ensaio de laboratório pode-se aprender na prática mais sobre o adensamento e o
método correto de realizá-lo, permitindo conhecer melhor o solo e suas características.
Permitindo saber o quanto de carregamento o solo ensaiado suporta e o quanto cederá a
pressa imposta sobre o mesmo, além de permitir traçar o gráfico que relaciona a altura
do corpo de prova com o tempo.
Para que esse experimento ocorra de maneira correta é necessário seguir a norma ABNT
MB3336 - Solo - ensaio de adensamento unidimensional tanto no na prática como nos
cálculos necessários para o estudo.
Com essa prática é possível prever como o solo se comportará quando sofrer um
determinado carregamento, quando uma tensão for aplicado sobre ele, com essa analise
é possível dimensionar corretamente a fundação necessária e com isso evitar o super
dimensionamento tão comum em obras.

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