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INTRODUÇÃO
O ensaio “Adensamento” consiste em procedimentos pelos quais através da
aplicação de uma determinada carga é possível realizar a diminuição do índice de vazios
do solo, quebrando também suas estruturas sólidas.
O adensamento pode ser considerado como o fenômeno principal para a causa
da ocorrência de recalques no solo, de maneira que seu volume é diminuído pela ação
de cargas aplicadas em uma camada de solo saturada e confinada lateralmente.
O processo de realização deste ensaio necessita de embasamento nas seguintes
Normas Técnicas:
ABNT NBR 6457/2016 – Amostras de solo – Preparação de amostras de
solo para ensaios de compactação e caracterização;
ABNT NBR 6458/2016 – Solo – Grãos de solo que passam na peneira
4,8 mm – Determinação da massa específica;
ABNT NBR 12007/1990 (MB-3336) – Solo – Ensaio de adensamento
unidimensional.
A ABNT NBR 12007 foi cancelada em 2015 por motivo de não ser mais
utilizada pelo setor, no entanto, como não houve nenhuma Norma Técnica substituta até
o momento, usa-se esta para embasamento.
Desta maneira, após a realização dos procedimentos previstos nas Normas
citadas, é possível determinar as propriedades do adensamento do solo em amostra,
assim como o teor de umidade, o grau de saturação, entre outras características.
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2. OBJETIVOS
Este ensaio tem como finalidade principal a descrição e entendimento da
determinação, através da velocidade e magnitude das deformações quando o solo sofre
confinamento lateral e é axialmente carregado e drenado, as propriedades de
adensamento deste solo, bem como o teor de umidade, o grau de saturação, os índices
de vazios, a massa específica aparente e a tensão de pré-adensamento.
3. MATERIAIS
Para realização deste ensaio faz-se necessário a utilização dos seguintes
materiais:
Prensa de adensamento;
Célula de adensamento (base rígida, anel, pedra porosa, cabeçote);
Talhador;
Balança;
Cronômetro;
Termômetro;
Paquímetro;
Espátula.
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4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O ensaio de adensamento é realizado com um solo saturado, ou seja, com o solo
apresenta todos seus poros preenchidos com água, podendo ser exemplificado na figura
abaixo:
O adensamento do solo pode ser definido como o processo pelo qual o solo sofre
uma carga aplicada, provocando a expulsão da água de seus vazios.
Desta maneira, pode-se dizer que o adensamento consiste na redução do índice
de vazios do solo e na quebra de suas estruturas sólidas. Assim, resultando na
diminuição de seu volume total. De acordo com Homero Pinto Caputo, pode-se dizer
que:
“Como a camada está confinada
lateralmente, a diminuição de volume se dará por
diminuição de altura. Esta diminuição de altura é
que se denomina recalque por adensamento.”
(CAPUTO, H. P.)
Assim, pode-se dizer que o adensamento é o processo pelo qual o solo torna-se
mais denso e mais compacto, de maneira que é ocorrida a redução de se volume através
da expulsão lenta e gradual de água, simultaneamente a uma transferência de pressão do
fluido para a parcela sólida do solo.
Ao aplicar uma carga em um solo saturado, são desenvolvidos recalques. A
teoria do adensamento trata-se da maneira como os recalques evoluem com o tempo.
Terzaghi desenvolveu uma analogia mecânica para o adensamento, permitindo
uma avaliação do excesso de pressões hidrostáticas em um determinado tempo. Assim,
sua teoria diz que o solo deve ser homogêneo e completamente saturado, as partículas
sólidas e a água devem ser incompressíveis, além de o adensamento dever ser
unidirecional, com carregamento uniforme.
Desta maneira, Terzaghi desenvolveu a equação fundamental do adensamento:
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Na qual:
k = coeficiente de permeabilidade;
ei = índice de vazios inicial;
u = pressão neutra;
z = profundidade;
v = coeficiente de compressibilidade;
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5. PROCEDIMENTOS
Inicialmente é necessário a realização da preparação do ensaio com temperatura
constante, da seguinte maneira:
São medidos a massa, diâmetro interno e altura do anel de adensamento,
possibilitando então o cálculo da massa específica dos sólidos.
Em seguida, com o uso de um instrumento adequado, a amostra indeformada
deve ser talhada nas dimensões do anel de adensamento. Assim, determina-se o teor de
umidade inicial com o restante da amostra.
Então, mede-se a massa do corpo de prova para que seja calculada a massa
específica aparente inicial.
Assim, inicia-se a montagem do ensaio, da seguinte maneira:
Monta-se a estrutura de baixo para cima, seguindo a ordem: base rígida, pedra
porosa inferior (como trata-se de um solo saturado, esta pedra porosa deve ser mantida
imersa em água), papel filtro, corpo de prova, papel filtro, pedra porosa superior,
cabeçote metálico.
Então, a célula de adensamento unidimensional é montada de acordo como
demonstrado abaixo:
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Ao término deste processo, realiza-se o descarregamento de forma análoga ao
carregamento em, no mínimo, três estágios.
Após atingir a pressão de 10 kPa no descarregamento e a altura do corpo de
prova estiver estabilizada, o anel com corpo de prova da célula de adensamento é
retirado imediatamente, de maneira que utiliza-se um papel absorvente para enxugar a
superfície.
Desta maneira, é possível determinar a massa final e, utilizando alguma porção
da amostra, calcula-se o teor de umidade final.
6. RESULTADOS
Anteriormente à inicialização do ensaio, ainda durante a preparação, é possível
determinar a massa específica dos sólidos e a massa específica aparente inicial da
amostra.
Assim, após a finalização dos procedimentos experimentais, é possível calcular a
massa específica aparente seca inicial, o índice de vazios inicial, o grau de saturação, a
altura dos sólidos, o índice de vazios ao final de cada estágio, o grau de saturação ao
final de cada estágio, o coeficiente de adensamento, o índice de compressão, a tensão
pré-adensamento, além da realização da plotagem do gráfico Índice de Vazios x Pressão
Aplicada, a curva de altura do corpo de prova em função do tempo para cada estágio de
pressão e a curva do coeficiente de adensamento em função da pressão média no
estágio.
Para tais cálculos são utilizadas as seguintes equações:
Na qual:
pi = massa específica aparente úmida inicial [g/cm3];
hi = teor de umidade inicial.
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Na qual:
ps = massa específica dos sólidos [g/cm3].
Na qual:
pw = massa específica da água [1,0 g/cm3].
Na qual:
Hi = altura inicial do corpo de prova [cm].
Na qual:
H = altura final de cada estágio [cm].
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Na qual:
wf = teor de umidade final;
ef = índice de vazios final.
Por sua vez, o coeficiente de adensamento pode ser calculado utilizando dois
métodos: Processo de Casagrande e Processo de Taylor.
Para Processo de Casagrande, o coeficiente de adensamento é determinado da
seguinte maneira:
100% de adensamento primário: realiza-se a interseção das retas
tangentes que definem a compressão primária e secundária.
0% de adensamento primário: selecionar 2 pontos onde t2 = 4 * t1,
obtendo H1 e H2. A altura referente a 0% de adensamento primário é
dada por:
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Na qual:
t50 é o tempo correspondente na curva a 50% de adensamento primário [s].
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Na qual:
t90 é o tempo correspondente à ocorrência de 90% do adensamento primário [s].
Na qual:
e1 e e2 = índices de vazios correspondentes a 2 pontos quaisquer do trecho de
compressão virgem;
p1 e p2 = pressões associadas aos índices de vazios correspondentes.
A pressão de pré-adensamento pode ser definida com a utilização dos seguintes
gráficos:
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7. CONCLUSÃO
Por meio do ensaio “Adensamento” foi possível descrever os procedimentos
experimentais pelos quais é realizada uma aplicação de determinada carga,
possibilitando a diminuição do índice de vazios do solo, quebrando também suas
estruturas sólidas.
Desta maneira, utilizando este ensaio pode-se determinar diversas características
do solo como o teor de umidade, o índice de vazios inicial, o grau de saturação, o índice
de compressão, entre outros. Além de determinar o coeficiente de adensamento e
realizar a plotagem do gráfico Índice de Vazios x Pressão Aplicada.
Assim, conclui-se que foram atingidos os objetivos principais de descrever e
entender a determinação das propriedades de adensamento deste solo, através da
velocidade e magnitude das deformações quando o solo sofre confinamento lateral e é
axialmente carregado e drenado.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações. Volume 1.
PINTO, C.S. Curso básico de mecânica dos solos.
ABNT NBR 6457/2016 – Amostras de solo – Preparação de amostras de solo
para ensaios de compactação e caracterização;
ABNT NBR 6458/2016 – Solo – Grãos de solo que passam na peneira 4,8 mm –
Determinação da massa específica;
ABNT NBR 12007/1990 (MB-3336) – Solo – Ensaio de adensamento
unidimensional.
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