Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Araruna-PB
2022
1. INTRODUÇÃO
1.1. Ensaio Índice de Suporte Califórnia (CBR)
O ensaio CBR (California Bearing Ratio) ou ensaio ISC (Índice de suporte Califórnia)
consiste em um método para avaliar a resistência do solo a penetração de um cilindro
padronizado com relação a penetração em uma brita padrão, ou seja, compara as propriedades
mecânicas deste solo a uma brita padrão. Os resultados são apresentados de maneira percentual
sendo por exemplo um valor de CBR ou ISC de 15% significa que a resistência a penetração
do solo testado é de 15% do valor da brita padronizada. Este ensaio serve para determinar a
resistência do solo em comparação a uma brita padrão. Esse valor de resistência é fundamental
para a construção de pavimentações principalmente em estradas e rodovias. A norma que
regulamenta este ensaio é a DNIT 172/2016.
1.2. Permeabilidade
A permeabilidade dos solos é a propriedade relacionada à facilidade ou dificuldade de
escoamento de água. Ela é expressa em forma numérica pelo coeficiente de permeabilidade.
Conhecê-lo é fundamental para etapas como drenagem, rebaixamento do nível d’água,
saneamento e também para saber o recalque esperado das fundações.
Descobrir a permeabilidade do solo permite a resolução de diversos problemas comuns
na engenharia. Destes, um dos que causam grande número de patologias são os recalques de
fundações. Uma das principais causas deles é a compressibilidade do solo, que nada mais é do
que a diminuição do seu volume sob ação de cargas aplicadas. É o ensaio que permite obter o
coeficiente de permeabilidade do solo — podendo ser in situ ou em laboratório. Quando o
ensaio é in situ, a realização é por meio de furos de sondagens para medir o volume de água
absorvido ou retirado do solo, durante determinado intervalo de tempo, em função da aplicação
de diferenciais de pressão que é induzida por colunas d’água — resultante da injeção ou da
retirada de água do furo. A NBR 13292, regulamenta essa determinação do coeficiente de
permeabilidade de solos granulares à carga constante. No caso da carga variável a NBR 14545
é a que utilizada para regulamentar o ensaio.
2. OBJETIVOS E VANTAGENS
2.1. ENSAIO ISC OU CBR
Tem o objetivo determinar a resistência do solo em comparação a uma brita padrão,
como também definir a qualidade desse solo e a partir dessa informação possibilitar saber se o
solo serve para uso na construção civil ou se ele deve ser melhorado e até mesmo descartado.
Possui a vantagem de ser bastante econômica na sua realização, mostrando resultados
eficaz e por isso é bastante utilizado em projetos que pretendem alcançar qualidade e economia
em relação ao uso de piso industrial. Outra vantagem é que o ensaio pode ser feito e analisado
em tempo hábil da realização de uma obra e por isso é muito usado com frequência em estradas
e obras de pavimentação, pois são projetos que possui prazos curtos e exigem exatidão, critérios
que o ensaio atingi.
2.2. ENSAIO PERMEABILIDADE CARGA CONSTANTE E VARIÁVEL
Seu objetivo é determinar o coeficiente de permeabilidade à carga constante e a carga
variável, com percolação de água através do solo em regime de escoamento laminar. Na
aplicação destes métodos podem ser utilizados corpos-de-prova talhados ou moldados, obtidos
a partir de amostras indeformadas ou da compactação de amostras deformadas
Esse ensaio possui a vantagem de poder identificar solos que serão mais apropriados
para a construção de uma barragem segura e estável, pois com ele é possível quantificar a vazão
que escoará através da barragem e assim, pode -se constatar se o solo é apropriado.
3. METODOLOGIA
3.1. Ensaio de ISC ou CBR
O ensaio de ISC/CBR é dividido em três passos:
Compactação do corpo de prova: É realizada a compactação com energia padrão
(Proctor), obedecendo-se ao número correto de golpes e de camadas, correspondentes à energia
desejada, normal ou modificada. É comum moldar no mínimo 5 corpos de prova, variando o
teor de umidade para que seja possível caracterizar a curva do CBR.
Expansão: Depois da moldagem dos corpos de prova, é hora de obter os valores de
expansão. Para isso, o conjunto já preparado para o ensaio, é imergido em água por no mínimo
4 dias, devendo ser realizado leituras no extensômetro a cada 24 horas.
Resistência à penetração: É retirado o corpo de prova, depois do período de imersão,
e deixado para ser drenado naturalmente por 15 minutos. Em seguida, leva-se o corpo de prova
para a prensa, onde deverá ser rompido através da penetração de um pistão cilíndrico, a uma
velocidade de 1,27 mm/min. Utilizando um anel dinamômetro na prensa, registra-se os valores
necessários para o cálculo das pressões de cada penetração.
3.2. Ensaio de Permeabilidade
O ensaio consiste na cravação do tubo de revestimento de sondagem no terreno até a
cota determinada, que é a profundidade em que se deseja conhecer a permeabilidade. A carga
hidráulica é sempre considerada nula antes do ensaio. Porém, durante o processo ela é obtida
pela altura de água no furo acima do nível freático. Acabamos de passar parte dessas
informações no subtítulo acima. Para a execução, após a escavação do furo e cravação dos
revestimentos no mínimo 100 cm acima do nível do terreno, enche-se o furo de água até a boca
(esse é considerado o tempo zero). É importante desobstruir a parede do furo, no horizonte de
solo a ser ensaiado, com escarificador, que será utilizado para realizar uma raspagem.
Após isso, o nível de água no furo deve ser mantido constante, alimentado por uma fonte
apropriada, medindo-se o volume de água introduzido durante certo intervalo de tempo. As
informações tais como nível d’água, vazão, profundidade do furo, diâmetro, raio externo do
furo e comprimento devem ser registradas para que seja possível calcular o coeficiente
de permeabilidade. É importante ressaltar que, geralmente, o trecho de ensaio tem comprimento
entre 0,5 a 1 metro.
As medidas de absorção de água obtidas por meio do ensaio de infiltração podem ser
feitas com hidrômetro conectado à canalização da bomba, quando essas forem superiores a
0,01m³/min, ou com proveta graduada, quando forem inferiores a 0,001m³/min. Quando não
for observada variação progressiva nos valores lidos, se houver diferença entre leituras isoladas
ou se o valor médio não superar 20%, as leituras de absorção de água estarão estabilizadas.
Pode-se estimar um tempo médio de 20 minutos para cada ensaio realizado.
Para cargas hidráulicas superiores a 0,2 kgf/cm², recomenda-se o ensaio de
rebaixamento. Todos os fenômenos que ocorrerem durante o ensaio devem ser registrados e, ao
término do processo, deve-se elaborar um gráfico. Nele, serão lançados no eixo das abscissas o
tempo e no das ordenadas o volume acumulado, para observar a estabilização da vazão, que
será caracterizada pela reta obtida. Essa será a vazão utilizada para o cálculo da permeabilidade.
4. PRINCIPAIS RESULTADOS
4.1. PERMEABILIDADE CARGA CONSTANTE
Para determinar a permeabilidade de carga constante de um solo é necessário realizar os
cálculos. O primeiro a ser realizado é o que determina a velocidade de fluxo dado pela formula
(v = Q/St) Referir esta velocidade à temperatura de 20° C, multiplicando-a pela relação de
viscosidades da água (ver Tabela 1) VT/V20°C, onde T é a temperatura da água no ensaio.
Desta forma, obtém-se v20°C.
Tabela 1 – Relação de Viscosidades da água (𝑉𝑡 /𝑉20°𝑐 )
Fonte: NBR 13292/1995
Seguindo, ao se adquirir os dados pelo cálculo anterior é possível gerar um gráfico com
o valor de 𝑉20°𝑐 no eixo y e no eixo x usa o gradiente hidráulico:
𝐻
𝑖=
𝐿
Onde:
𝑖 = Gradiente hidráulico
H = carga dissipada na percolação
L = Distância na qual a carga é dissipada
Com isso traçasse uma reta a qual melhor se ajusta aos pontos de regime laminar, a qual
passa pela origem e dessa forma, determinasse o coeficiente angular desta reta que corresponde
ao coeficiente de permeabilidade (𝑘20°𝑐 ).
Em seguida, determinasse a massa específica aparente seca do corpo de prova por meio
da formula:
𝑀1− − 𝑀2 𝑥 100
𝛾𝑠 =
𝑆 (𝐴1 − 𝐴2 ) (100 + ℎ)
Onde:
𝛾𝑠 = Massa específica aparente seca, em 𝑔/𝑐𝑚3
𝑀1− − 𝑀2 𝑜𝑢 𝑀 = Massa do corpo de prova em g
𝐴1 − 𝐴2 𝑜𝑢 𝐴 = Altura do corpo de prova em cm
h = Teor de umidade do corpo de prova em %
outra maneira de determinar a permeabilidade de carga constante é por meio da formula:
𝑄. 𝐿
𝑘=
𝐴 .ℎ .𝑡
Onde:
k = Coeficiente de permeabilidade em cm/s
Q = Volume de água percolada em 𝑐𝑚3
L = altura do corpo de prova em cm
t = Tempo decorrido em s
h = Carga hidráulica em cm
A = Área do corpo de prova em 𝑐𝑚2
Existe, também, uma tabela de permeabilidade que é muito utilizada, nela são
destacados os coeficientes de permeabilidade em função dos tipos de solo, ou seja, dependendo
do valor de K pode mudar o tipo de solo, assim se o cálculo for feito de maneira errada pode
classificar o solo
Tabela 2 – Coeficientes de permeabilidade em função dos tipos de solo
K 103 102 101 1 10−1 10−2 10−3 10−4 10−5 10−6 10−7 10−8 10−9
Sol Pedregulhos Areias Areias finas siltosas e Argilas
o argilosas, sites argilosos
Fonte: NBR 13292/1995
4.2. PERMEABILIDADE CARGA VARIÁVEL
Segundo a NBR 14545/2000 para determinar a permeabilidade de carga variável é
preciso calcular a área da secção e o volume do corpo de prova, depois calculasse os índices
físicos do corpo de prova antes do ensaio, ou seja, os índices iniciais. Para isso calculasse a
massa seca dos sólidos do corpo de prova através da formula:
𝑀
𝑀𝑠 = ( ) 100
100 + 𝑤
Onde:
𝑀𝑠 = Massa seca dos sólidos do corpo de prova em gramas
M = Massa do corpo de prova em gramas
w = Teor de umidade inicial em %
Posteriormente, calculasse a massa específica aparente seca inicial do corpo de prova e
se disponível a massa específica dos grãos, os demais índices físicos iniciais, através da
formula:
𝑀𝑠 𝑝𝑠 𝑝𝑠 𝑤
𝑝𝑑 = 𝑒𝑖 = −1 𝑆𝑟 =
𝑉𝑖 𝑝𝑑 𝑝𝑤 𝑒𝑖
Onde:
𝑝𝑑 = Massa específica aparente seca inicial do corpo de prova em 𝑔/𝑐𝑚3
𝑒𝑖 = Índice de vazios inicial do corpo de prova
𝑝𝑠 = Mass específica dos grãos em 𝑔/𝑐𝑚3
𝑆𝑟 = Grau de saturação inicial do corpo de prova em %
𝑝𝑤 = Massa específica da água em 1𝑔/𝑐𝑚3
Após isso é preciso determinar características do corpo de prova depois do adensamento
a primeira metodologia e para isso calcula a área do corpo de prova depois do adensamento
seguindo a formula:
𝑉𝑓
𝐴𝑖 =
𝐻𝑓
Onde:
𝐴𝑖 = área do corpo de prova depois do adensamento, correspondente ao diâmetro D em
2
𝑐𝑚
𝑉𝑓 = Volume do corpo de prova depois do adensamento em 𝑐𝑚3
É importante ressaltar que se não tiver o valor de altura do corpo de prova as suas
dimensões depois do adensamento, será calculado por intermédio das seguintes equações:
4 𝐷𝑖 𝑉𝑓 𝐻𝑖 𝐷𝑓 𝜋 𝐷2𝑓
𝐷𝑓 = ∛ 𝐻𝑓 = −1 𝐴𝑓 =
𝜋 𝐻𝑖 𝐷𝑖 4
Onde:
𝐷𝑓 = Diâmetro do corpo de prova depois do adensamento em cm
𝐷𝑓 𝑉′𝑓 = 𝐻 ′ 𝑓 . 𝐴′𝑓
𝐷′𝑖 = 𝐻′𝑓
𝐻𝑓
Onde;
𝐷′𝑖 = Diâmetro final do corpo de prova em cm
𝐻𝑓 = Altura final do corpo de prova em cm
𝑉′𝑓 = Volume final do corpo de prova 𝑐𝑚3
4.3. Cálculo do Índice de Suporte Califórnia
O cálculo do índice de Suporte Califórnia correspondente a leitura de cada corpo de prova, deve
ser feito utilizando-se a tabela abaixo: