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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA

CURSO: ENGENHARIA CIVIL


LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS SOLOS

ROTEIRO – DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA (CBR)

1. NTRODUÇÃO

O índice de Suporte Califórnia é um índice amplamente utilizado no


dimensionamento de pavimentos flexíveis. O ensaio de Índice de Suporte Califórnia
(ou CBR, California Bearing Ratio) nos fornece informações acerca das
propriedades de resistência, deformabilidade e expansividade dos solo, permitindo
assim um julgamento de suas potencialidades para o uso como leito, subleito ou
base de pavimentos rodoviários.
O Índice de Suporte Califórnia (ISC ou CBR – California Bearing Ratio) é a relação,
em percentagem, entre a tensão exercida por um pistão de diâmetro padronizado
necessária à penetração no solo até determinado ponto (0,1” e 0,2”) e a tensão
necessária para que o mesmo pistão penetre a mesma quantidade em uma de brita
graduada.

Através do ensaio de CBR é possível conhecer qual será a expansão de um solo sob
um pavimento quando este sofrer um processo de saturação e estimar as
características do solo, em termos de deformabilidade e resistência, em condições
saturadas. Apesar de ter caráter empírico, o ensaio de CBR é mundialmente
difundido e serve de base para o dimensionamento de pavimentos flexíveis.

2. OBJETIVO

O objetivo deste ensaio é determinar o Índice de Suporte Califórnia do solo


ensaiado.

3. EQUIPAMENTOS

Para a realização deste ensaio, a aparelhagem a ser utilizada é a seguinte:


- Molde cilíndrico grande com base e colarinho
- Disco espaçador
- Prato perfurado com haste central ajustável
- Peso de 4,5Kg

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- Extensômetro mecânico ou transdutor elétrico de deslocamento


- Papel-filtro
- Prensa com anel dinamométrico ou com célula de carga elétrica
- Tanque de imersão
- Cápsulas para a determinação da umidade
- Estufa
- Balança
- Peneira 19mm

4. PREPARAÇÃO DA AMOSTRA

Com o material recebido para a realização do ensaio de CBR, trabalha-se da


seguinte maneira:
1°) Seca-se ao ar a amostra de solo recebida, destorroando-a no almofariz com a
mão de grau, homogeneizando-a e a reduzindo, com o auxílio do repartidor de
amostras ou por quarteamento, até se obter uma amostra representativa de massa
de solo, em quantidade necessária para realização do ensaio.
2°) Passa-se esta amostra de solo na peneira 19mm e havendo material retido
nessa peneira, procede-se a substituição deste solo por quantidade igual em peso
do material passado na peneira 19mm e retido na peneira de 4,8mm.
3°) Determina-se a umidade higroscópica da amostra de solo ensaiada.
4°) Adiciona-se água à amostra de solo ensaiada até atingir uma umidade prevista
para o ensaio (normalmente a umidade ótima).

5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Neste ensaio o procedimento experimental divide-se em três etapas associadas:


I- Moldagem do corpo de prova
II- Expansão
III- Penetração

I - MOLDAGEM DO CORPO DE PROVA

A moldagem do corpo de prova para o ensaio de CBR é feita na umidade ótima


obtida no ensaio de compactação e sua execução é semelhante à obtenção de um
ponto da curva de compactação. Deve-se notar portanto, que para a execução do
ensaio para a determinação do ISC, é necessária a realização prévia de um ensaio
de compactação, determinando-se assim o valor de wot, para uma energia de
compactação específica (no ensaio do CBR, ou ISC, a energia normalmente utilizada
para determinação de wot corresponde à energia do Proctor modificado, ou seja, 26
kgf×cm/cm). Neste caso, são moldados três corpos de prova na umidade ótima,
utilizando-se 12, 26 e 55 golpes, em cinco camadas, no cilindro grande de
compactação. Estas especificações acabam por promover a compactação dos solos

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em três energias distintas, as quais correspondem aproximadamente às energias


do Proctor normal, modificado e intermediário.
Para a moldagem de cada corpo de prova, segue-se os passos a seguir:
1°) Coloca-se o disco espaçador no molde cilíndrico, cobrindo-o com papel filtro.
2°) Compacta-se o corpo de prova, na umidade ótima do ensaio de compactação,
em 5 camadas, com um dos números de golpes especificados anteriormente, com o
soquete caindo a uma altura de 45cm.
3°) A seguir, com uma quantidade da amostra excedente da compactação,
determinasse a umidade de moldagem que poderá variar apenas de ± 0,5% da
umidade ótima obtida no ensaio de compactação.

II- EXPANSÃO

Para a etapa de expansão, procede-se da forma indicada abaixo:


1°) Após a moldagem do corpo de prova, inverte-se o molde cilíndrico, retira-se o
disco espaçador substituindo-o pelo prato perfurado com haste de expansão e
pesos. Entre o prato perfurado e o solo, coloca-se um papel filtro. A sobrecarga
aplicada sobre o solo deverá simular o peso próprio do pavimento flexível e não
deverá ser inferior a 4,5Kg.
2°) Adapta-se na haste de expansão um extensômetro fixo ao tripé porta
extensômetro, colocado na borda superior do cilindro, com a função de medir as
expansões ocorridas no solo, que deverão ser anotadas de 24hs em 24hs, em
percentagens da altura inicial do corpo de prova.
3°) Imerge-se o cilindro com o corpo de prova e sobrecarga no tanque durante
96hs, de maneira que a água banhe o material tanto pelo topo do corpo de prova
quanto pela base.
4°) Realizam-se leituras de deformação (expansão ou recalque), com aproximação
de 0,01mm, a cada 24hs.
5°) Após este período de saturação, retira-se o molde com o corpo de prova da
imersão, deixa-se escorrer a água durante 15min e pesa-se o cilindro + solo úmido.

III- PENETRAÇÃO

Para a etapa de penetração, para cada corpo de prova, procede-se da forma


indicada abaixo:
1°) Instala-se o conjunto, molde cilíndrico com o corpo de prova e sobrecarga, na
prensa.
2°) Assenta-se o pistão da prensa na superfície do topo do corpo de prova,
zerando-se em seguida os extensômetros.
3°) Aciona-se a prensa e aplica-se o carregamento com velocidade de 1,27mm/min,
anotando-se a carga e a penetração a cada 30s, até decorrido o tempo de 6min.

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6. CÁLCULOS

A expansão do solo (dada em percentagem) é calculada com o auxílio da fórmula


abaixo:

Com os pares de valores da fase de penetração, traça-se o gráfico que relaciona a


carga, em ordenadas às penetrações, nas abscissas. Se a curva apresentar ponto de
inflexão, traça-se por ele uma reta seguindo o comportamento da curva, até que
intercepte o eixo das abscissas. Esse ponto de interseção será a nova origem,
provocando assim uma translação no sistema de eixos.
Do gráfico obtém-se, por interpolação, as cargas associadas às penetrações de 2,5 e
5,0mm. O valor preliminar do Índice de Suporte Califórnia, para cada amostra, é
calculado empregando-se a fórmula apresentada a seguir.

OBS: A tensão no solo é obtida dividindo a carga vertical aplicada pelo pistão pela
sua área transversal.
As tensões padrões (valores de tensão para penetração em pedra britada), para as
penetrações de 2,5 e 5mm, são de 70 e 105 kgf/cm2, respectivamente. O valor
preliminar do CBR para cada corpo de prova será o maior dos dois valores
encontrados, correspondentes às penetrações de 2,5 e 5,0mm.

7. RESULTADOS

Com os valores obtidos para os três corpos de prova, traça-se um gráfico contendo
na ordenada o valor do rd de cada amostra e na abscissa o valor do ISC obtido. O
valor do Índice de Suporte Califórnia é determinado como sendo igual ao valor
correspondente a 95% do rdmax determinado para a energia do Proctor Modificado.
Este valor é utilizado para avaliar as potencialidades do solo para uso na
construção de pavimentos.

8. NORMA

NBR-9895/ABNT – Ensaio do Índice de Suporte Califórnia; D1883-73/ASTM e


T193-83/AASHTO.

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9. RELATÓRIO E QUESTÕES

O aluno, tendo como base os dados obtidos em laboratório deverá:


a) Determinar as expansões para cada instante.
b) Construir a curva carga x penetração e determinar o valor preliminar do CBR
para a amostra considerada (comparar os CBRs para 2,5 e 5,0mm).
c) Em rodovias, bons subleitos são aqueles que apresentam expansões inferiores a
3%. O presente solo atende esse requisito?
d) Quais são as possíveis fontes de erro do ensaio?
e) Por que se escolhe como valor final do CBR aquele correspondente a um valor
de 95% do rdmax?

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