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Laboratório de Pavimentação Questões

1. Porque o CBR deve ser realizado na umidade


Ensaio CBR ótima?

2. Na metodologia mecanística de dosagem e


Prof. Dr. Getúlio Francisco Manoel dimensionamento de pavimentos, qual seria
o ensaio que substituiria o ensaio de CBR?

Notas de aula 5 - 2021 1 2

C.B.R. Estrutura básica dos pavimentos flexíveis

A capacidade de suporte de um solo compactado Numero N:


pode ser medida através do método do índice de
Determina a carga de tráfego
suporte, que fornece o “Índice de Suporte para o pavimento projetado,
Califórnia - ISC” (California Bearing Ratio - convertido em valor de eixo
CBR), idealizado pelo engenheiro O. J. Porter, padrão rodoviário.
em 1939, no estado da California - USA
Cálculo:

N = 365 x VDM x P x Fc x Fe
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Dimensionamento - método DNER

Fundamento

 Consiste na determinação da relação entre a


pressão necessária para produzir uma penetração
de um pistão num corpo de prova de solo, e a
pressão necessária para produzir a mesma
penetração numa mistura padrão de brita
estabilizada granulometricamente. Essa relação é
expressa em porcentagem.
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Síntese: Ensaio CBR
DNER ME - 049

C → California
O ensaio pode ser realizado de duas formas:
B → Bearing (suporte)
R → Ratio (relação ou índice)  Moldando-se um corpo de prova com teor de umidade
próximo ao ótimo (determinado previamente em ensaio
 Ensaio CBR: de compactação)
– Medida da capacidade de suporte e expansibilidade do material
– Material Compactado
 Moldando-se corpos de prova para o ensaio de
– Expresso em porcentagem compactação (em teores de umidade crescentes), com
– Razão entre: posterior ensaio de penetração desses mesmos corpos de
◼ Carga necessária para penetração de um pistão padrão numa prova, obtendo-se simultaneamente os parâmetros de
amostra de solo; compactação e os valores de CBR
◼ Carga necessária para penetração do mesmo pistão numa
mistura padrão (brita graduada de excelente qualidade) 7 8

Veículo e estrada na época do surgimento


Índice de suporte Califórnia - CBR do ensaio CBR (1929)

 Sequencia do ensaio

1. Ensaio de compactação

2. Ensaio de expansão

3. Determinação do índice de suporte (CBR)

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Iowa roads in the 1920s. Fonte: TR Circular Number E-C116 10

1. Ensaio de compactação
Ensaio de um corpo de prova, na umidade ótima: d) Para realização do ensaio na energia normal, a
Moldagem do corpo de prova: compactação deve ser realizada em cinco camadas, com
a) No dia anterior à moldagem, retirar duas amostras do solo 36 golpes do soquete pequeno por camada, de modo a se
acondicionado em saco plástico obter uma altura total de 12,7cm
b) As amostras devem ser colhidas em cápsulas de alumínio, e) Antes da compactação da primeira e da última camada
pesadas e levadas à estufa devem ser retiradas amostras do solo, para determinação
c) No dia do ensaio, inicialmente deve-se determinar o teor de do teor de umidade em que foi realizada a compactação
umidade em que o solo se encontra, pesando-se as amostras
f) Terminada a compactação, retirar o colar, rasar a amostra
secas
pela borda superior do cilindro de compactação, retirar a
d) Calcular a quantidade de água a se acrescentar, para que o
base circular e o disco espaçador e pesar o conjunto
solo atinja a umidade ótima
cilindro + amostra compactada.
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Energia de Compactação
Equipamentos
 Corpos de prova compactados em 5 camadas
 Energias de Compactação
• Soquete ◼ Normal: 12 golpes de soquete grande (4,5 kg) por
camada
• Colarinho do cilindro ◼ Intermediária: 26 golpes de soquete grande por
camada;
• Disco espaçador ◼ Modificada: 56 golpes de soquete grande por camada.

• Molde de compactação
• Medidor de altura de
camada
• Conjunto de sobrecargas

padrão

13 Fonte: Velejos at al, 2005 14


Fonte: Heliana Barbosa Fontenele

Durante a compactação Após a compactação

Montagem para imersão e medida de expansão


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Fonte: Heliana Barbosa Fontenele Fonte: Heliana Barbosa Fontenele

2. Determinação da expansão

a) o cilindro contendo a amostra compactada deve ser e) nível da água deve ficar 1 cm acima do bordo superior
do cilindro
fixado à base circular, deixando-se o espaço
deixado pelo disco espaçador na parte superior f) o extensômetro e a haste do disco perfurado devem ser
ajustados de tal maneira que a leitura inicial seja de
b) colocar sobrecarga 1,00 mm, para que possa ser acusada retração, caso
c) adaptar tripé com extensômetro ocorra

d) imergir o conjunto em água, por quatro dias (96h) g) após 4 dias, realizar a leitura final da expansão

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Medida de expansão Cálculo da Expansibilidade

Extensômetro (sensibilidade
◼ Serão anotadas 4 leituras e o valor final (em %) é obtido a
de 0,01 mm) partir de:
Sistema móvel de medida de
expansão
Conjunto de sobrecarga
Cilindro de CBR
Base do cilindro

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Fonte: Heliana Barbosa Fontenele

Duvidas? 3. Ensaio de penetração

a) Recolocar os anéis de sobrecarga no cilindro contendo


o corpo de prova
b) Levar o conjunto para o prato da prensa e centralizar,
de modo que o eixo da prensa caia perfeitamente no
centro dos orifícios dos anéis de sobrecarga
c) Deslocar o pistão e o prato da prensa, de modo que a
ponta do pistão toque a superfície do corpo de prova e
faça sobre este uma pressão equivalente à carga total de
5 Kgf

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Ensaio de penetração Ensaio de penetração

c) Ajustar o extensômetro para medida do g) Curva de penetração:


deslocamento, com leitura inicial igual a zero e com os valores de carga e penetração, pode-se
mantendo-se a haste do extensômetro na vertical traçar uma curva, colocando-se no eixo das
d) Realizar a penetração com velocidade de 1,27 ordenadas os valores de carga (Kgf) e no eixo
mm/min das abscissas, os valores de penetração (mm).
e) Efetuar leituras de deformação do anel, que
forneçam as cargas correspondentes às ◼ Execução das correções
penetrações de 0,63; 1,27; 1,90; 2,54; 3,81; 5,08; ◼ Determinar o valor do CBR
6,35; 7,62; 8,89; 10,16; 11,43 e 12,70 mm
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Prensa para penetração Cálculo do CBR
Prensa de CBR

Anel dinamométrico com


extensômetro

Cronômetro

Extensômetro para medida de P= F/A


penetração Pressão padrão
2,5” => 70 Kfg/cm2
5,05” => 105 Kfg/cm2
macaco
d = 49,6 mm
Área = 19,32 cm2
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Fonte: Heliana Barbosa Fontenele

Exemplo numérico: Carga X penetração

Durante o ensaio são anotadas as cargas para penetrações padronizadas:


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Fonte: Velejos at al, 2005

Curvas Típicas do ensaio CBR


Curva carga x penetração

Equação da reta
Na curva carga X leitura
y = ax + c
a = inclinação da reta

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Fonte: Velejos at al, 2005 32

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:
Qualificação dos materiais das camadas
Observações  Reforço de subleito
◼ CBR ≥ 2%
◼ CBR rsl ≥ CBR subleito
 Ensaio executado para quantificar a capacidade de suporte
e deformabilidade do material: ◼ Expansão ≤ 1% (medida com sobrecarga de 10 lb)
 Sub-base
 Algumas características desejáveis para os materiais
◼ CBR ≥ 20%
geotécnicos componentes do subleito e camadas do
pavimento: ◼ IG = 0
◼ Expansão ≤ 1% (medida com sobrecarga de 10 lb)
◼ Resistência → elevada
 Base
◼ Deformabilidade → baixa
◼ CBR ≥ 40% (T. leve); ≥ 60% (médio); ≥80% (pesado)
 O desempenho dos materiais componentes do subleito e ◼ Expansão ≤ 0.5% (medida com sobrecarga de 10 lb)
das camadas granulares pode ser fornecido pelo Índice de ◼ Limite de liquidez ≤ 25%
Suporte Califórnia
◼ Índice de Plasticidade ≤ 6%
 O CBR deve executado na umidade ótima! ◼ Equivalente de areia ≥ 20%
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Casos especiais:
Exercício

 Para o caso de solos com limite de liquidez >25% e/ou índice Com uma amostra de solo argiloso, com areia fina, a ser usado num aterro,
foi feito um Ensaio Normal de Compactação (Ensaio Proctor). Na tabela
de plasticidade > 6%, o material pode ser empregado como abaixo estão as massas dos corpos de prova, determinadas nas seis
base, desde que o equivalente de areia seja superior a 30% moldagens de corpo de prova, no cilindro que tinha 990 cm3. Estão também
indicadas as umidades correspondentes a cada moldagem. A densidade dos
grãos é 2,650 g/cm3. entre
 Para N < 5 × 106, podem ser empregados materiais para base
com CBR ≥ 60 e as faixas granulométricas E e F da AASHTO Densidade do
CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6

CP (g/cm3) 1,748 1,817 1,874 1,896 1,874 1,823


 A fração que passa pela peneira nº 200 deve ser inferior a 2/3 %W 17,73 19,79 21,59 23,63 25,75 28,45

da fração que passa pela peneira n.º 40. A fração graúda deve a) Desenhar a curva de compactação e determinar a densidade
apresentar um desgaste por abrasão Los Angeles igual ou máxima e a umidade ótima.
inferior a 50%. b) Determinar o grau de saturação do ponto máximo da curva.
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Dúvidas? Referências
 MARQUES, Geraldo L. O; Pavimentação – TRN032; Notas de
aula – UFJF, 2008
 BASTOS, Cesar; Compactação de solo, Notas de aula – FURG,
2008

Segurança  BERNUCCI, Liede B.; MOTTA, Laura M. G.; CERATTI, Jorge A.


P.; SOARES, Jorge B.; - Pavimentação Asfáltica, RJ 2008
 MOTTA, Laura M. G.; Mini curso - Noções de mecânica dos
pavimentos; UFRJ, 2007
 DENIT ME 049/94 Determinação do Índice de Suporte
Califórnia
 VALEJOS, C. V.; BAZAN, H. W. D.; LOYOLA, J. M. T.; CECCON,
T. A.; Cálculo de ensaios de Laboratório de Mecânica dos Solos;
UFPR, Curituba, 2005

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