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Renivaldo Panganane Lunabo Mafundisse

Ensaio CBR

Licenciatura em Engenharia de Construcao Civil

Universidade Licungo

Beira

2019
Renivaldo Panganane Lunabo Mafundisse

Ensaio CBR

Licenciatura em Engenharia de Construcao Civil

Trabalho apresentado ao Departamento de


ESTEC, Delegação da Beira, para
avaliação na cadeira de Vias Rodoviárias II

Docente:

Msc. Nádia Farinha

Universidade Licungo

Beira

2019
Índice

Introdução ....................................................................................................................................... 1
Ensaio CBR..................................................................................................................................... 2
Etapas do ensaio CBR..................................................................................................................... 5
Ensaio de Capacidade de Suporte Mini CBR ................................................................................. 5
Execução do ensaio ......................................................................................................................... 6
Conclusão........................................................................................................................................ 8
Bibliografia ..................................................................................................................................... 9
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Introdução

No âmbito do presente trabalho, irei abordar sobre o ensaio CBR, também ao long do trabalho irei
abordar sobre as suas etapas, Ensaio de Capacidade de Suporte Mini CBR, execução do ensaio e
outros assuntos relacionados ao tema.

O solo é um elemento muito presente na construção civil, podendo ser utilizado tanto como
material de construção, quanto como base para receber as estruturas. Diversos ensaios são
realizados para classificar os diferentes tipos de solo quanto às suas características e
comportamentos, bem como suas possíveis aplicações em diferentes áreas da construção civil. Tais
ensaios podem ser realizados tanto in situ, ou seja, no local onde está o solo, quanto em laboratório,
por meio de amostras colhidas em campo. O ensaio abordado no presente trabalho é o CBR
(California Bearing Ratio) ou Índice de Suporte Califórnia.
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Ensaio CBR
O ensaio de Capacidade de Suporte Califórnia (CBR) foi concebido pelo Departamento de
Estradas de Rodagem da California (USA) para avaliar a resistência dos solos.

No ensaio de CBR, é medida a resistência à penetração de uma amostra saturada compactada


segundo o método Proctor. Para essa finalidade, uma pistão com seção transversal de 3 pol² penetra
na amostra à uma velocidade de 0,05 pol/min. O valor da resistência à penetração é computado em
porcentagem, sendo que 100% é o valor correspondente à penetração em uma amostra de brita
graduada de elevada qualidade que foi adotada como padrão de referência.

O Ensaio de CBR é determinado pela relação entre a pressão necessária para penetrar um pistão
cilíndrico padronizado em um corpo de prova de um determinado solo e a pressão necessária para
penetrar o mesmo pistão em uma brita graduada padrão. Assim sendo, ao se deparar com um
resultado de CBR=10%, entende-se que aquele solo representa 10% da resistência à penetração da
brita padronizada.

O ensaio de CBR permite ainda obter o índice de expansibilidade do solo, uma vez que, em uma
etapa do ensaio, o solo é imerso em água por no mínimo 4 dias e isso possibilita uma análise da
expansão da amostra ensaiada. Significa a obtenção de um parâmetro importante, relacionado à
durabilidade. É esse o ensaio mais comumente adotado por projetistas de pavimentos em órgãos
rodoviários, O ensaio de CBR em três fases:

Figura 1: Curva de Compactação


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Compactação do corpo de prova: É realizada a compactação com energia padrão (Proctor),


obedecendo-se ao número correto de golpes e de camadas, correspondentes à energia desejada,
normal ou modificada. É comum moldar no mínimo 5 corpos de prova, variando o teor de umidade
para que seja possível caracterizar a curva do CBR.

Expansão: Depois da moldagem dos corpos de prova, é hora de obter os valores de expansão. Para
isso, o conjunto já preparado para o ensaio, é imerso em água por no mínimo 4 dias, devendo ser
realizado leituras no extensómetro a cada 24 horas.

Figura 2: Curva de Expansão.

Resistência à penetração: É retirado o corpo de prova, depois do período de imersão, e deixado


para ser drenado naturalmente por 15 minutos. Em seguida, leva-se o corpo de prova para a prensa
(Figura 4), onde deverá ser rompido através da penetração de um pistão cilíndrico, a uma
velocidade de 1,27 mm/min. Utilizando um anel dinamômetro na prensa, registra-se os valores
necessários para o cálculo das pressões de cada penetração.
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Figura 3: Curva de CBR.

Figura 4: Prensa de Ruptura do Corpo de Prova (CP).

Para o cálculo, são utilizadas as pressões lidas entre as penetrações de 2,54 e 5,08 mm. O resultado
é determinando pela seguinte expressão:

𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠𝑎𝑜 𝑙𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 𝑜𝑢 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑎𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎


𝐶𝐵𝑅(%) = × 100
𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑎𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟𝑎𝑜

A pressão padrão dada na expressão acima, é 6,90 e 10,35 MPa para as penetrações de 2,54 e 5,08
mm respectivamente.

No resultado final, é considerado aquele que obtiver o maior valor de CBR.


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Etapas do ensaio CBR


O ensaio é padronizado pela norma ABNT 9895, sendo composto por três etapas:

 compactação do corpo de prova segundo o método Proctor.


 obtenção da curva de expansão: Após a compactação, sobre o corpo de prova dentro do
molde cilíndrico, no espaço deixado pelo disco espaçador, é colocado o prato com haste
perfurado e sobre este o disco anelar de aço que é dividido em duas, sendo que cada parte
da carga anular (5 lbs) corresponde a sobrecarga de aproximadamente 2,5 polegadas de
pavimento. Sobre a haste do prato perfurado, é apoiada a haste do relógio comparador
fixado no porta-extensômetro, anotando-se a leitura inicial. Coloca-se o corpo de prova
imerso por 4 dias, medindo-se a expansão que é definida como a relação entre o aumento
de altura do corpo de prova (expansão) e a sua altura inicial, expresso em porcentagem .
 medida da resistência à penetração: Retira-se o corpo de prova da embebição e de sobre
ele o prato perfurado com a sobrecarga e deixa escorrer (drenar) por 15 minutos. Após,
recoloca-se a sobrecarga e leva-se o corpo de prova à prensa para ser rompido através da
penetração do pistão a uma velocidade de 1,27 mm/min. São anotadas as leituras para as
penetrações de 0,63; 1,27; 1,90; 2,54; 3,17; 3,81; 4,44; 5,08; 6,35; 7,62; 8,89; 10,16; 11,43
e 12,70 mm, sendo que esta última leitura corresponde ao tempo de 10 minutos. A
velocidade de penetração do pistão é controlada com o auxílio de um cronômetro e do
acompanhamento dos valores da penetração registrados no relógio comparador fixado no
pistão e com a haste apoiada no molde.

Ensaio de Capacidade de Suporte Mini CBR


Esse ensaio, aliado aos ensaios de expansão e contração, gera resultados que possibilitam o
dimensionamento de pavimentos e a escolha de solos para reforço do subleito, sub-bases, bases e
acostamentos. O ensaio pode ser realizado com ou sem imersão e sobrecarga e dependendo da
finalidade para a qual o solo estudado será utilizado, emprega-se energia de compactação “normal’,
"intermediária" ou “modificada".

O ensaio Mini CBRic com imersão (i) e sobrecarga (c) é realizado para se estudar o comportamento
de solos do subleito ou solos para a execução de aterros.
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Quando do estudo da capacidade de suporte de solos para bases, realiza-se o ensaio sem sobrecarga
e sem imersão, pois bases de pavimentos econômicos não recebem camadas espessas de
revestimento, ou seja, sem sobrecarga. Medidas do teor de umidade de bases em serviços por vários
anos têm revelado ser a condição não imersa a mais representativa. Estudos revelam que mais de
95% das bases analisadas apresentam umidade de trabalho (umidade de equilíbrio) inferior, em
torno de 20% ã umidade ótima de compactação, quando de sua execução. Este fato demonstra a
não necessidade de execução do ensaio Mini CBR em condições imersas.

A metodologia MCT contempla também um coeficiente empirico denominado RIS, o qual é


definido pela relação Mini CBRis / Mini CBRhm para corpos de prova moldados na energia
intermediária. O emprego da energia intermediária se deve ao fato de que quando adotada a energia
modificada ocorre uma laminação da parte superficial da camada de base para alguns tipos de
solos.

O coeficiente RIS indica o quanto o solo perde de suporte após um longo período de exposição à
água. Quanto maior for o RIS, melhor é o solo, havendo uma menor variação de suporte em contato
com a água. Este coeficiente foi incorporado à Metodologia MCT, pois serve como indicio do
comportamento laterítico ou não do solo, sendo mais evidenciado em solos arenosos finos.

Execução do ensaio
Este ensaio foi desenvolvido na lowa State University, sendo que o valor obtido foi designado por
IBV (lowa Bearing Value). O mesmo caracteriza-se por utilizar corpos de prova de dimensões
reduzidas, com 50 mm de diâmetro, e pistão de penetração de 16 mm de diâmetro.

Nogami efetuou adaptações no método de ensaio de lowa, a fim de poder correlacionar seus
resultados com o CBR obtido segundo a norma do DNER. Os motivos que levaram ao
desenvolvimento dessa adaptação foram as limitações dos procedimentos tradicionais de previsão
do CBR, sobretudo com base nas propriedades índices dos solos (granulometria e limites de
Atterberg), e a sugestão do prof. Carlos de Souza Pinto, da EPUSPeIPT.

Mais tarde verificou-se que o ensaio Mini CBR permitia uma grande flexibilidade nas variáveis
que influenciam o valor de suporte. Assim, é possível se determinar a capacidade de suporte, sem
imersão em água, com vários tipos de sobrecarga, com vários teores de umidade e energias de
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compactação, com lâmina d’água na ocasião da penetração do pistão, etc. Com essas variações,
foi possível se caracterizar melhor as peculiaridades dos solos tropicais, sem contudo aumentar,
proibitivamente, a quantidade da amostra necessária, o esforço físico para a execução dos ensaios
e o seu custo.

Muitas das peculiaridades dos solos tropicais, penosamente determinadas com uso do CBR
tradicional, foram facilmente confirmadas com o uso do Mini CBR. Observe-se que o Mini CBR
pode ser determinado utilizando-se corpos de prova compactados segundo o procedimento Mini
MCV, de amostras indeformadas (tanto de solos naturais como compactados) e, inclusive, através
de ensaios "in situ” (ou de campo).

Uma correlação do Mini CBR com o CBR foi desenvolvida empiricamente por Nogami em 1972,
considerando os solos mais típicos do Estado de São Paulo e a condição de teor de umidade ótima
e massa específica aparente máxima da energia normal.

Em 1987, verificou-se, no Laboratório de Tecnologia de Pavimentação da EPUSP, que essa


correlação poderia ser substituída pelo uso da carga padrão. Para o Mini CBR, utilizam-se as
mesmas cargas padrões adotadas para o CBR tradicional (72,6 e 108,9 kgf/cm2 , respectivamente
para penetrações de 2,54 e 5,08mm. Devido à menor dimensão do pistão do Mini CBR, contudo,
essas cargas devem corresponder a 1/3 dessas penetrações, isto é, respectivamente 0,84 e 1,7 mm.

Analogamente ao procedimento CBR tradicional, constitui rotina a determinação da expansão, nos


corpos de prova submetidos à imersão em água. O procedimento adotado no caso do ensaio Mini
CBR é similar ao tradicional, menos o tempo de imersão, que é reduzido para 20 horas, e outras
adaptações decorrentes do uso de corpos de prova de pequenas dimensões.
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Conclusão

O ensaio do índice de suporte califórnia, também chamado pelo original em inglês – California
Bearing Ratio (CBR) – é o principal método de avaliação da resistência do solo para o
dimensionamento de pavimentos pelo método do DNER (1981). O Ensaio de índice de suporte
Califórnia tem por função determinar a resistência a penetração no solo através de um pistão
padronizado, de 20 centímetros quadrados de área, em relação a uma brita padrão e também a
expansão da amostra através da diferença inicial e final de volume.

No final da década de 1920 quando os engenheiros Foster e Proctor realizavam extensas


investigações sobre as causas de rupturas em pavimentos flexíveis em rodovias, às investigações
apontavam que as causas mais comuns da ruptura eram os deslocamentos do solo do subleito e a
consolidação diferencial das camadas. A Figura 1 ilustra os equipamentos utilizados no ensaio
CBR.
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Bibliografia

BALBO, José Tadeu, “PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA: Materiais, projeto e restauração”. São


Paulo, 2007.

BERNUCCI, L.B; MOTTA, L.M.G; CERATTI, J.A.P; SOARES, J.B. “PAVIMENTAÇÃO


ASFÁLTICA: Formação básica para Engenheiros”. Rio de Janeiro, 2008.

PEIXOTO, Creso de Franco; “GENERALIDADES DE PAVIMENTAÇÃO RODOVIÁRIA”. Rio


Claro, 2003.

PRIETO, Valter; “NOTAS DE AULA – SUPERESTRUTURA RODOVIÁRIA”. Centro


Universitário da FEI. São Bernardo do Campo, 2016.

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