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Rio de Janeiro
Março de 2018
ESTUDO DO PROJETO GEOTÉCNICO DE FUNDAÇÃO
DE UMA TURBINA EÓLICA
Rio de Janeiro
Março de 2018
ESTUDO DO PROJETO GEOTÉCNICO DE FUNDAÇÃO DE UMA TURBINA EÓLICA
Examinado por:
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
MARÇO DE 2018
Lôbo, Júlia Ramos
III
DEDICATÓRIA
IV
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por sua mão invisível, que tanto me guiou e abençoou
mesmo quando minha fé, estremecida pela correria do dia-a-dia, não era capaz de
retribuir.
Agradeço aos meus pais por sempre terem crido que eu era capaz. À minha
mãe, Lêda, pelos cuidados incansáveis e diários, tão gratuitos e cheios de amor, e que
tornaram a minha caminhada imensuravelmente mais fácil. Ao meu pai, Airton, por
sempre querer me passar tudo que a vida lhe ensinou através de seus incessantes
conselhos. Que eu seja sempre uma boa ouvinte.
À minha linda irmã, Natália, tão parecida e diferente de mim ao mesmo tempo,
por tanto amor e carinho. Agradeço por todo seu zelo e cuidado com sua caçula.
E por último, mas não menos importante, agradeço ao Imperial Colégio Militar
do Rio de Janeiro, por sete anos de uma formação que transcendeu os limites da
educação, e me deu muito mais do que os conhecimentos que me permitiram chegar
até aqui.
V
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte
dos requisitos necessários para obtenção do grau de Engenheira Civil.
Março/2018
VI
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Engineer.
March/2018
Having held the fifth position in the global ranking of expansion of the installed capacity
of wind energy generation in 2016, Brazil currently counts with approximately 457 wind
farms under operation. During the phase of construction of a wind farm, the execution
of the foundation of the wind turbines consists on a critical step. Since such turbines
are robust structures – with their height reaching up to 120m – the loads acting on their
foundation are of a high magnitude, requiring a careful investigation and
characterization of the local soil. In the present work, the geotechnical design of the
foundation of a 2.2MW wind turbine will be discussed. The turbine height is equal to
80m, and it will be part of a new wind farm, in the city of Mulungu do Morro, interior of
the state of Bahia, Brazil.
VII
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------------- 1
VIII
4. CONCEPÇÃO DO TIPO DE FUNDAÇÃO ------------------------------------------------- 57
IX
LISTA DE FIGURAS
Figura 2-1: Correlação gráfica entre o valor de N e o ângulo de atrito Φ’ proposta por
Peck, Hanson e Thornburn (1974). ------------------------------------------------------------------ 6
Figura 2-2: Dilatômetro Sísmico (Marchetti, [s.d.]) --------------------------------------------- 10
Figura 2-3: Arranjo do equipamento DMT no terreno. (Marchetti, [s.d.]) ------------------ 12
Figura 2-4: Classificação do solo com base no índice ID. (Marchetti, 1980) ------------- 13
Figura 2-5: Relação entre o módulo ED e o índice ID para classificação do solo.
(Marchetti e Crapps, 1981) -------------------------------------------------------------------------- 14
Figura 2-6: Fluxograma de etapas do ensaio dilatométrico. (Schnaid e Odebrecht,
2012) ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 15
Figura 2-7: Faixas de deformações em solos. (Freitas, 2010) ------------------------------ 19
Figura 2-8: Turbina eólica de eixo horizontal (Acervo técnico de empresa do ramo de
energia renovável, 2017). ---------------------------------------------------------------------------- 21
Figura 2-9: Turbina eólica de eixo vertical (Eólica Fácil, [s.d.]). ----------------------------- 22
Figura 2-10: Fundação do tipo mono-estaca para instalação de turbina em parque
eólico offshore. (Ramboll, [s.d.]) -------------------------------------------------------------------- 22
Figura 2-11: Fundação do tipo tripod para turbina em parque eólico offshore. (Rolf
Günter, 2013) ------------------------------------------------------------------------------------------- 23
Figura 2-12: Fundação superficial pré-fabricada para turbina em parque eólico
onshore. (Miceli, 2013)-------------------------------------------------------------------------------- 23
Figura 2-13: Sapata circular armada pronta para concretagem. (Fonte: Acervo técnico
de empresa do ramo de energia renovável, 2017) --------------------------------------------- 24
Figura 2-14: Estacas de fundação da turbina antes do arrasamento (Acervo técnico de
empresa do ramo de energia renovável, 2016) ------------------------------------------------- 25
Figura 2-15: Ruptura generalizada do solo de fundação. (Vesic, 1975) ------------------ 26
Figura 2-16: Ruptura localizada do solo de fundação. (Vesic, 1975) ---------------------- 27
Figura 2-17: Ruptura do solo de fundação por puncionamento. (Vesic, 1975) ---------- 27
Figura 2-18: Fatores de capacidade de carga de Terzaghi. (Terzaghi, 1943) ----------- 29
Figura 2-19: Carga inclinada e excêntrica atuando sobre a sapata. ----------------------- 31
Figura 2-20: Excentricidade do carregamento na fundação de formato retangular. --- 31
Figura 2-21: Inclinação da base da sapata (Velloso e Lopes, 1996) ---------------------- 34
Figura 2-22: Áreas efetivas de fundação, inclusive áreas retangulares equivalentes
(Velloso e Lopes, 2004) ------------------------------------------------------------------------------ 35
Figura 2-23: Sapata circular submetida à carregamento com excentricidade fora do
núcleo central. (Teng, 1962) ------------------------------------------------------------------------- 36
X
Figura 2-24: Rotação θ de uma sapata submetida a momento M (Adaptado de Bowles,
1988) ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 40
Figura 2-25: Isóbaras sob ação do carregamento de uma sobrecarga uniformemente
distribuída na superfície de um semi-espaço infinito, homogêneo e isotrópico,
representando o carregamento de uma fundação atuando no nível de um dado
terreno. (Bowles, 1977) ------------------------------------------------------------------------------- 42
Figura 2-26: Valores de λ para fundações circulares, considerando μ=0,3 (Barata,
1962) ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 43
Figura 2-27: Valores de λ para fundações retangulares (Barata, 1962) ------------------ 44
Figura 2-28: Sapata retangular submetida à carga vertical excêntrica (Danziger, 2014)
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 46
Figura 2-29: Forças atuantes na sapata (Bastos, 2016) -------------------------------------- 47
Figura 2-30: Forças atuantes sobre a fundação (Adaptado de Almeida, 2004) --------- 48
Figura 3-1: Localização do município de Mulungu do Morro no estado da Bahia (Abreu,
2006) ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 49
Figura 3-2: Foto de paisagem localizada no bioma da Caatinga (Gambarini, [s.d]) --- 50
Figura 3-3: Resultados do Dilatômetro Sísmico de Marchetti plotados na forma de
gráficos. SP-09-06 ------------------------------------------------------------------------------------- 52
Figura 3-4: Gráfico Ângulo de atrito x Profundidade. SP-09-06----------------------------- 53
Figura 3-5: Resultados do Dilatômetro Sísmico de Marchetti plotados na forma de
gráficos. SP-18-09 ------------------------------------------------------------------------------------- 54
Figura 3-6: Gráfico Ângulo de atrito x Profundidade. SP-18-09----------------------------- 54
Figura 3-7: Curva de distribuição granulométrica associada à base da sondagem SP-
09-06 ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 55
Figura 3-8: Curva de distribuição granulométrica associada à base da sondagem SP-
18-09 ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 56
Figura 4-1: Fundação direta em solo sem substituição de material. ----------------------- 58
Figura 4-2: Fundação direta em solo com substituição de material. ----------------------- 59
Figura 4-3: Tratamentos aplicáveis em caso de rochas com fraturas (Acervo técnico de
empresa do ramo de energia renovável, 2017). ------------------------------------------------ 59
Figura 4-4: Tratamentos com injeção de consolidação, aplicáveis para feições de
dissolução. ----------------------------------------------------------------------------------------------- 60
Figura 4-5: Início e fim de escavação para implantação da fundação. (Acervo técnico
de empresa do ramo de energia renovável, 2016) --------------------------------------------- 61
Figura 4-6: Aplicação do concreto de regularização para implantação da fundação.
(Acervo técnico de empresa do ramo de energia renovável) -------------------------------- 62
XI
Figura 4-7: Sequência de concretagem da fundação enumerada (Acervo técnico de
empresa do ramo de energia renovável). -------------------------------------------------------- 63
Figura 4-8: Bloco de fundação ao fim do processo de cura do concreto (Acervo técnico
de empresa do ramo de energia renovável). ---------------------------------------------------- 64
Figura 5-1: Fundação superficial em sapata circular que será verificada.---------------- 65
Figura 5-2: Sistema de eixos considerado para aplicação dos esforços. ----------------- 69
Figura 5-3: Área efetiva da sapata circular e seu retângulo equivalente para o caso de
carregamento normal, obtidos através do software AutoCAD. ------------------------------ 75
Figura 5-4: Área efetiva da sapata circular e seu retângulo equivalente para o caso de
carregamento extremo, obtidos através do software AutoCAD. ---------------------------- 78
Figura 5-5: Esquema simplificado de rotação da base da fundação. Fora de escala. 81
XII
LISTA DE TABELAS
Tabela 2-1: Valores médios para a relação 𝐸N60 (MPa) propostos por (Clayton, 1986
apud Schnaid e Odebrecht, 2012) ------------------------------------------------------------------- 7
Tabela 2-2: Formulações para obtenção da tensão admissível através de correlação
com o ensaio SPT. (adaptada de Noguchi, 2012)------------------------------------------------ 9
Tabela 2-3: Valores do fator de conversão 𝐹 (Lutenegger, 1988 apud Schnaid e
Odebrecht, 2012) --------------------------------------------------------------------------------------- 17
Tabela 2-4: Rigidezes de Acordo com os Graus de Liberdade (adaptado de N-1848 [6]
da Petrobrás) -------------------------------------------------------------------------------------------- 18
Tabela 2-5: Fatores de capacidade de carga de Vesic (1975) ------------------------------ 29
Tabela 2-6: Fatores de forma da fundação segundo Vesic (1975) ------------------------- 30
Tabela 2-7: Índices de rigidez críticos (Velloso e Lopes, 2004) ----------------------------- 33
Tabela 2-8: Valores para o coeficiente 𝒌. (Teng, 1962) -------------------------------------- 36
Tabela 2-9: Fatores de forma IS para carregamentos na superfície de um meio de
espessura infinita (Ih = 1,0) (Perloff, 1975 apud Velloso e Lopes, 2004) ---------------- 38
Tabela 2-10: Valores de IS ∙ Ihpara carregamentos na superfície (Ih = 1,0) de um meio
de espessura finita (Harr, 1966 apud Velloso e Lopes, 2004. Adaptada) ---------------- 39
Tabela 2-11: Fatores de forma Impara a rotação θ de uma sapata submetida a
momento M (Adaptado de Bowles, 1988) -------------------------------------------------------- 40
Tabela 2-12: Valores de α para a estimativa da profundidade atingida pelo bulbo de
tensões de uma fundação de comprimento L e largura B. (Barata,1984) ---------------- 41
Tabela 2-13: Fatores de forma 𝑐∆ - considerando as sapatas como rígidas - a serem
empregados no método de Barata (1984) ------------------------------------------------------- 44
Tabela 2-14: Sugestões de valores de coeficiente de Poisson (Barata, 1983)---------- 44
Tabela 2-15: Valores de K para correlação entre a resistência de ponta do ensaio de
cone 𝑞𝑐 e o número 𝑁 do ensaio SPT (Danziger, 1982) ------------------------------------- 45
Tabela 2-16: Valores para o coeficiente de Buisman (Barata, 1984) ---------------------- 45
Tabela 3-1: Tabela de resultados do ensaio Dilatômetro Sísmico de Marchetti. Base
SP-09-06. ------------------------------------------------------------------------------------------------ 52
Tabela 3-2: Tabela de resultados do ensaio Dilatômetro Sísmico de Marchetti. Base
SP-18-09. ------------------------------------------------------------------------------------------------ 53
Tabela 5-1: Carregamentos oriundos da turbina eólica (Fonte: fabricante da turbina de
estudo) ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 68
XIII
Tabela 5-2: Tabela auxiliar para o cálculo de momentos estabilizantes e de
tombamento. Caso de Carregamento Normal. -------------------------------------------------- 71
Tabela 5-3: Tabela auxiliar para o cálculo de momentos estabilizantes e de
tombamento. Caso de Carregamento Extremo. ------------------------------------------------ 73
Tabela 5-4: Rigidez translacional mínima de acordo com valores de rigidez rotacional
(Fabricante da turbina eólica) ----------------------------------------------------------------------- 82
XIV
1. INTRODUÇÃO
1
Análise de resultados da investigação geotécnica para determinação de
perfis geotécnicos típicos;
Concepção do tipo de fundação que será executada, podendo esta ser do
tipo rasa ou profunda;
Dimensionamento geotécnico do tipo de fundação escolhido, empregando
as verificações necessárias.
Uma vez definidos os perfis típicos de trabalho, será feita a concepção do tipo
de fundação que será utilizada baseando-se na competência do solo observada na
primeira análise dos boletins de sondagem.
Por fim, partindo do tipo de fundação adotada, serão feitas as verificações que
se fazem necessárias para garantir segurança ao conjunto solo-fundação de acordo
com as recomendações normativas relativas ao tema. Serão feitas, portanto, a
verificação da capacidade de carga do solo, uma previsão de recalques e verificação
da segurança da obra quanto aos estados últimos de deslizamento e tombamento do
conjunto fundação-estrutura.
2
1.4. Apresentação dos Capítulos
O primeiro capítulo tem por finalidade apresentar uma introdução ao tema, bem
como elencar os principais objetivos que se pretendem atingir no decorrer do trabalho.
Por fim, no sexto capítulo são feitas considerações acerca dos resultados
encontrados no capítulo anterior, bem como são propostas sugestões para novas
pesquisas na linha de fundações de aerogeradores.
3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4
Segundo Schnaid e Odebrecht (2012), algumas das principais
desuniformidades na execução do ensaio estão relacionadas à fatores como método
de perfuração, diâmetro do furo, geometria do amostrador e mecanismo de suspensão
e liberação de queda do martelo. Em adição a estes fatores, têm-se as características
e condições do solo, as quais também exercem influência no valor do índice N.
Desta forma, Décourt (1989) adotou como uma média da eficiência brasileira o
valor de 72%, o qual introduzido na equação anterior leva a um fator multiplicador de N
igual a 1,20, conforme mostra a equação 2-2:
N × 0,72 (2-2)
N60 = = 1,20 × N
0,60
Onde:
A seguir serão descritos alguns métodos a partir dos quais é possível fazer a
previsão de parâmetros constitutivos dos solos. Cabe salientar que, ao fazer uso de
um método - direto ou indireto - para a obtenção de um parâmetro geotécnico que será
utilizado em projeto, é importante verificar as limitações envolvidas na concepção de
5
tal método. Isto é, cumpre conhecer as condições para as quais o autor do método
afirma que o mesmo é válido.
Figura 2-1: Correlação gráfica entre o valor de N e o ângulo de atrito Φ’ proposta por
b) Teixeira (1996)
6
c) Hatanaka e Uchida (1996)
Tabela 2-1: Valores médios para a relação 𝐸⁄N (MPa) propostos por (Clayton, 1986
60
𝑬⁄
N 𝐍𝟔𝟎 (MPa)
Média Limite inferior Limite Superior
4 1,6 - 2,4 0,4 - 0,6 3,5 - 5,3
10 2,2 - 3,4 0,7 - 1,1 4,6 - 7,0
30 3,7 - 5,6 1,5 - 2,2 6,6 - 10,0
60 4,6 - 7,0 2,3 - 3,5 8,9 - 13,5
b) Schnaid (2000)
Schnaid (2000) propôs, também para solos granulares, a equação 2-6 abaixo
para a relação 𝐸⁄N :
60
7
c) Freitas, Pacheco e Danziger (2012)
d) Solos Residuais
2 (2-10)
𝐸 = 2,01 × N60 + 0,611√N60 − 19,79N60 + 184,63 [𝑀𝑃𝑎]
(𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟)
2 (2-11)
𝐸 = 2,01 × N60 + 0,611√N60 − 19,79N60 + 184,63 [𝑀𝑃𝑎]
(𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟)
8
Segundo Schnaid e Odebrecht (2012), uma equação comumente utilizada para
o cálculo da estimativa de tensões admissíveis do solo é dada por:
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝑘 × 𝑁 (2-12)
Autor Formulação
𝑁−3 𝐵+1
Terzaghi e Peck (1967) 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 440 ∙ ( )∙( )
10 2𝐵
10∙𝑁∙𝜌𝑎𝑑𝑚 𝐵+1 2
Meyerhof (1965) 𝜎𝑎𝑑𝑚 = ( )∙( )
12 𝐵
Em que:
9
2 (2-14)
𝑞𝑎𝑑𝑚 = 9,54 × N60 + 6,41√N60 − 20,3N60 + 167,3
(𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟)
2 (2-15)
𝑞𝑎𝑑𝑚 = 9,54 × N60 − 6,41√N60 − 20,3N60 + 167,3
(𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟)
10
Uma grande vantagem do ensaio dilatométrico é dada ao fato de que seu
procedimento de execução é padronizado internacionalmente. Tal padronização
dispensa a necessidade de eventuais correções nas medidas de seus resultados,
diferentemente do que ocorre no ensaio SPT, que pode ser executado com diferentes
energias ao redor do globo, gerando resultados desuniformes.
11
Figura 2-3: Arranjo do equipamento DMT no terreno. (Marchetti, [s.d.])
Desta forma, pode-se dizer que há três índices intermediários, que são obtidos
diretamente com base nos resultados das leituras de pressões do ensaio. Estes
índices intermediários, por sua vez, servirão de base para as correlações que
fornecerão os parâmetros de interesse na prática da engenharia geotécnica.
𝑃1 = (𝐵 − 𝑍𝑚 − ∆𝐵) (2-17)
𝑃2 = (𝐶 − 𝑍𝑚 − ∆𝐵) (2-18)
Onde:
12
∆A – Correção de “A” referente à resistência oferecida pela membrana no início
da expansão;
(𝑃1 − 𝑃0 ) (2-19)
𝐼𝐷 =
(𝑃0 − 𝑢0 )
Figura 2-4: Classificação do solo com base no índice ID. (Marchetti, 1980)
(1 − 𝜐²) 2 (2-20)
𝜌 =𝐷×𝜎× ×
𝐸 𝜋
Onde:
13
𝜌– Deslocamento radial do centro da membrana;
𝐷 – Diâmetro da membrana;
14
Na obtenção do índice 𝐾𝐷 , são utilizadas a medida da pressão imediatamente
antes da expansão da membrana (P0), e a altura da coluna hidrostática em campo
antes da inserção da lâmina do ensaio (𝜇0 ), além da tensão vertical efetiva, vide a
equação 2-22 que se segue:
(𝑃0 − 𝜇0 ) (2-22)
𝐾𝐷 = ′
𝜎𝑣0
2012)
15
2.1.2.2.1. Ângulo de Atrito
∆𝜎𝑣′ (2-24)
𝑀=
∆𝜀𝑣
𝑀 = 𝑅𝑀 × 𝐸𝐷 (2-25)
Onde:
16
R M0 = 0,14 + 0,15(ID − 0,6) (2-30)
𝐸 = 𝐹𝐸𝐷 (2-31)
Lutenegger (1988) apud Schnaid Odebrecht (2012) apresentou uma tabela com
os valores do fator de conversão 𝐹 levantados por ele, de acordo com o tipo de solo:
Odebrecht, 2012)
17
Esta teoria também pode ser utilizada no caso de fundações retangulares,
contanto que seja calculado o raio equivalente das mesmas.
Tabela 2-4: Rigidezes de Acordo com os Graus de Liberdade (adaptado de N-1848 [6]
da Petrobrás)
32(1−𝜐)
Translação em Y 𝑘𝑦 = × 𝐺 × 𝑟𝑦
7−8𝜐
3
8𝐺×𝑟𝜃𝑥
Rotação em torno de X 𝑘𝜃𝑥 =
3×(1−𝜐)
3
8𝐺×𝑟𝜃𝑦
Rotação em torno de Y 𝑘𝜃𝑦 =
3×(1−𝜐)
Onde:
18
Módulo de Cisalhamento Dinâmico
𝐸 (2-32)
G=
2(1 + 𝜐)
Cabe ressaltar que para ser compatível com análises de deformações devidas
a vibrações de máquinas, o módulo de cisalhamento dinâmico, Gdin, deve ser obtido
para níveis de deformação baixos, conforme figura 2-7.
19
No presente trabalho, será adotado um fator de redução igual a 0,35 para o
valor obtido com a correlação proposta pela norma Petrobrás N-1848 [6], uma vez que
a investigação geotécnica da obra de estudo não contemplou ensaios do tipo Cross-
Hole.
20
No que tange ao eixo de giro das pás, existem basicamente dois tipos de
turbinas eólicas, à saber:
Constituem o tipo mais comum de turbina, usualmente equipadas com três pás
que giram em torno do eixo horizontal que passa pelo rotor. É possível, porém
encontrar aerogeradores de uma ou duas pás, cuja desvantagem é a menor
estabilidade que estes dois tipos garantem à turbina. A figura 2-8 mostra um exemplar
deste tipo de aerogerador.
Este tipo de turbina é mais eficiente em relação à turbina de eixo vertical e, por
esta razão, seu custo de instalação também é superior (Silva, 2014).
Figura 2-8: Turbina eólica de eixo horizontal (Acervo técnico de empresa do ramo de
21
Figura 2-9: Turbina eólica de eixo vertical (Eólica Fácil, [s.d.]).
Tripod:
22
35m, este tipo de fundação é feita de partes que são soldadas entre si, e é fixada ao
solo através de três estacas de aço, vide figura 2-11.
Figura 2-11: Fundação do tipo tripod para turbina em parque eólico offshore. (Rolf
Günter, 2013)
Pré-fabricada:
Esta fundação é do tipo superficial, sendo, portanto, mais indicada para solos
de maiores capacidades resistentes. Podendo ter um formato circular ou poligonal, é
caracterizada por uma laje superior de concreto armado, equipada com nervuras na
parte inferior, também de concreto armado, as quais tem por finalidade garantir maior
rigidez ao conjunto, vide figura 2-12. Naturalmente, tem como grande vantagem a
economia de tempo na execução em relação às sapatas tradicionais (Silva, 2014).
Bem como nas demais estruturas da engenharia civil, as sapatas são um tipo
de fundação superficial indicadas para solos de maior capacidade resistente. Para
suportar as elevadas cargas, essencialmente excêntricas, a sapatas de um
aerogerador tem de ter dimensões expressivamente maiores que as sapatas de um
23
edifício, por exemplo. Estas fundações, em planta, podem ter formatos retangulares,
trapezoidais, sendo, no entanto, mais comum a seção circular, conforme figura 2-13.
Figura 2-13: Sapata circular armada pronta para concretagem. (Fonte: Acervo técnico
Estacas:
24
Figura 2-14: Estacas de fundação da turbina antes do arrasamento (Acervo técnico de
25
aquele carregamento por meio da fundação escolhida sem romper nem recalcar
excessivamente, ao passo que o segundo tem por finalidade dimensionar a estrutura e
quantificar sua armadura para resistir estruturalmente ao carregamento a que será
submetida.
Segundo Vesic (1975), há três modos de ruptura possíveis para uma fundação
superficial, à saber:
a) Ruptura generalizada
b) Ruptura localizada
26
16. Os deslocamentos já são maiores conforme ocorre o acréscimo de carga; e o solo
adjacente à fundação sofre aumento de volume.
27
fundação rompe (Danziger, 2014). Desta forma, certamente é um aspecto
determinante na engenharia de fundações.
Terzaghi (1943) propôs uma teoria para ruptura generalizada, supondo uma
fundação do tipo corrida e de comprimento “infinito”. A equação que exprime essas
condicionantes é dada pela equação 2-34:
1 (2-34)
qrup = c ∙ Nc + q ∙ Nq + 2 ∙ γ ∙ B ∙ Nγ
Onde:
B – largura da fundação;
28
Figura 2-18: Fatores de capacidade de carga de Terzaghi. (Terzaghi, 1943)
ɸ 𝑵𝒄 𝑵𝒒 𝑵𝜸 𝑵𝒒 ⁄𝑵𝒄 𝒕𝒂𝒏 ɸ
0 5,14 1,00 0,00 0,20 0,00
3 5,90 1,31 0,24 0,22 0,05
5 6,49 1,57 0,45 0,24 0,09
7 7,16 1,88 0,71 0,26 0,12
10 8,35 2,47 1,22 0,30 0,18
13 9,81 3,26 1,97 0,33 0,23
15 10,98 3,94 2,65 0,36 0,27
17 12,34 4,77 3,53 0,39 0,31
20 14,83 6,40 5,39 0,43 0,36
25 20,72 10,66 10,88 0,51 0,47
30 30,14 18,40 22,40 0,61 0,58
32 35,49 23,18 30,22 0,65 0,62
35 46,12 33,30 48,03 0,72 0,70
40 75,31 64,20 109,41 0,85 0,84
43 105,11 99,02 186,54 0,94 0,93
47 173,64 187,21 403,67 1,08 1,07
50 266,89 319,07 762,89 1,20 1,19
29
No intuito de abranger as diversas singularidades que podem acometer o
projeto de uma fundação, Vesic (1975) propõe fatores que deverão multiplicar cada
uma das parcelas da equação 2-34, transformando-a na equação 2-37 abaixo:
1 (2-37)
qrup = c ∙ Nc ∙ fc ∙ ic ∙ bc ∙ cc + q ∙ Nq ∙ fq ∙ iq ∙ bq ∙ cq + 2 ∙ γ ∙ B′ ∙ Nγ ∙ fγ ∙ iγ
∙ bγ ∙ cγ
Fatores de forma
Os fatores de forma fc ,fq , fγ podem ser obtidos a partir da tabela 2-6, abaixo
exposta:
Forma da Base 𝐟𝐜 𝐟𝐪 𝐟𝛄
30
Figura 2-19: Carga inclinada e excêntrica atuando sobre a sapata.
A′ = B′ × L′ (2-38)
Onde:
B ′ = B − 2eB ;
L′ = L − 2eL
31
1 − iq (2-39)
ic = iq −
Nc ∙ tg(ɸ′ )
m
P (2-40)
iq = [1 − ]
Q + B ′ ∙ L′ ∙ c ′ ∙ cotg(ɸ′ )
m+1 (2-41)
P
iγ = [1 − ]
Q + B ′ ∙ L′ ∙ c ′ ∙ cotg(ɸ′ )
Onde:
(2 + 𝐵⁄𝐿) (2-42)
mB =
(1 + 𝐵⁄𝐿)
(2 + 𝐿⁄𝐵) (2-43)
mL =
(1 + 𝐿⁄𝐵)
Sendoθn o ângulo que o lado maior faz com a projeção horizontal da carga.
G (2-47)
Ir =
c + σ ∙ tan ɸ
32
Utilizando a equação (2-33), que relaciona o módulo de cisalhamento G com
módulo de Young 𝐸 e coeficiente de Poisson 𝜐 do solo, tem-se, também, para o índice
de rigidez a equação 2-48.
E (2-48)
Ir =
2(1 + υ) ∙ (c + σ ∙ tan ɸ)
Em que:
As equações 2-45 e 2-46 devem ser utilizadas enquanto seus resultados forem
menores que a unidade. Para tanto, segundo Velloso e Lopes (2004), o índice de
rigidez calculado através da equação 2-48 deve ser menor que o índice de rigidez
crítico, o qual é dado pela equação 2-49.
1 ɸ (2-49)
Ir,crít = exp [(3,30 − 0,45 ∙ B⁄L) ∙ cot (45° − 2 )]
2
A partir da expressão (2-49), foi construída a tabela 2-7 para diversos valores
de ɸ, para os casos de sapatas corridas (𝐵⁄𝐿 = 0) e sapatas quadradas (𝐵⁄𝐿 = 1). A
relação (𝐵⁄𝐿 = 1) se aplica também à sapatas circulares.
33
Fatores de inclinação da base da sapata
1 − bq (2-50)
bc = bq −
Nc ∙ tg(ɸ′ )
bq = bγ = (1 − α ∙ tg ɸ′ )2 (2-51)
34
excentricidade existente no carregamento. Desta forma, a referida área efetiva é
calculada de maneira tal que a resultante das cargas atuando sobre a fundação passe
pelo centróide desta nova área.
Desta forma, uma vez calculada a área efetiva e, por conseqüência, eliminada
a excentricidade ora existente, a tensão na base é dada por:
V (2-53)
𝑞𝑚á𝑥 =
𝐴′
Onde:
Segundo Teng (1962), o núcleo central de uma sapata circular é limitado a 1⁄4
do raio da mesma. Assim, para excentricidades até este valor, isto é, para 𝑒 ≤ 𝑟⁄4 -
35
quando a base estará totalmente comprimida - é válida a equação 2-54 para o cálculo
das tensões de contato máxima e mínima.
Onde:
𝑒 - excentricidade;
𝑟 - raio da base;
𝑉 (2-55)
𝑞𝑚á𝑥 = 𝑘 ∙ ( )
𝐴
O valor de 𝑘 pode ser obtido através da tabela 2-8, com a razão entre a
excentricidade e o raio da base.
36
2.3.2. Previsão de recalque
Caracterizado como o deslocamento vertical descendente da fundação, o
recalque é, certamente, um dos grandes pontos de atenção durante o projeto de uma
fundação. Este deslocamento é inevitável, devendo-se garantir, no entanto, que sua
magnitude seja compatível com a estrutura em questão.
De forma geral, é possível dizer que o recalque é composto por duas parcelas,
sendo uma delas o recalque que ocorre imediatamente após o carregamento, e a
outra parcela refere-se ao recalque que ocorre com o decorrer do tempo (Velloso e
Lopes, 2004).
Teoria da Elasticidade
1 − υ2 (2-56)
w=q∙B∙ ∙ IS ∙ Id ∙ Ih
E
Onde:
37
E - módulo de Young do solo;
Id - fator de profundidade/embutimento;
espessura infinita (Ih = 1,0) (Perloff, 1975 apud Velloso e Lopes, 2004)
F l e x í v e l Rígido
Forma Centro Borda Média
Círculo 1,00 0,64 0,85 0,79
Quadrado 1,12 0,56 0,95 0,99
Retângulo
L/B = 1,5 1,36 0,67 1,15
2 1,52 0,76 1,30
3 1,78 0,88 1,52
5 2,10 1,05 1,83
10 2,53 1,26 2,25
100 4,00 2,00 3,70
1000 5,47 2,75 5,15
10000 6,90 3,50 6,60
Já para o caso de um meio com espessura finita, isto é, quando Ih ≠ 1,0, tem-
se na tabela 2-10, os valores para o produto dos fatores IS ∙ Ih.
38
Tabela 2-10: Valores de IS ∙ Ih para carregamentos na superfície (Ih = 1,0) de um meio
R e t â n g u l o
h/a Círculo m=1 m=3 m=5
0 0,000 0,000 0,000 0,000
0,2 0,096 0,096 0,098 0,099
0,5 0,225 0,226 0,233 0,236
1 0,396 0,403 0,435 0,441
2 0,578 0,609 0,727 0,748
3 0,661 0,711 0,910 0,952
5 0,740 0,800 1,119 1,201
7 0,776 0,842 1,223 1,346
10 0,818 0,873 1,309 1,475
∞ 0,849 0,946 1,527 1,826
Onde:
ℎ − espessura do meio;
𝑎 − 𝐵/2;
𝑚 − 𝐿/𝐵
M 1 − υ2 (2-57)
tan θ = ∙ ∙ Im
L ∙ B2 E
39
Onde, além dos parâmetros já apresentados na equação 2-54, tem-se :
M – momento aplicado;
1988)
O fator de forma Im pode ser encontrado na tabela 2-11 para o caso de sapatas
flexíveis e rígidas, e pela equação 2-58 para o caso de sapatas exclusivamente
rígidas.
16 (2-58)
𝐼𝑚 = 0,22∙𝐿
𝜋 ∙ (1 + 𝐵
)
40
2.3.2.1. Método de Barata
Bulbo de tensões
Nota-se, ainda pela figura 2-25, que o bulbo de tensões de uma sapata
quadrada (ou circular), segundo a definição acima, atinge uma profundidade de cerca
de duas vezes a largura de sua base, isto é, 2𝐵, sendo 𝐵 a largura ou diâmetro desta
fundação. Entretanto, para outros formatos de base, como no caso da base retangular,
por exemplo, foi observado que a profundidade que este bulbo de tensões atinge
cresce junto da relação 𝐿/𝐵, em que 𝐿 é o lado maior da fundação, e 𝐵 o menor.
Desta forma, foram propostos por Barata (1983) valores de α, conforme tabela
2-12, em que α 𝐵seria a profundidade atingida pelo bulbo de tensões (Danziger, 2014).
41
Figura 2-25: Isóbaras sob ação do carregamento de uma sobrecarga uniformemente
O Método
42
𝑝 (2-59)
∆ℎ = 𝜆 ∙ 𝑐∆ ∙ ∙ 𝐵 ∙ (1 − 𝜇2 )
𝐸𝑧
Sendo:
𝐸𝑧 – módulo de deformação.
𝐸𝑧 = 𝑎 ∙ 𝑞𝑐 (2-60)
𝑞𝑐 = 𝐾 ∙ 𝑁 (2-61)
1962)
43
Figura 2-27: Valores de λ para fundações retangulares (Barata, 1962)
Nota: É possível verificar que, na maioria dos casos da tabela 2-14, o valor de
𝜇 = 0,3 é aceitável. Adicionalmente, nota-se que, por estar elevado ao quadrado na
expressão de Barata, um equívoco na avaliação de 𝜇 conduzirá a um erro
praticamente desprezível (Danziger, 2014).
44
Tabela 2-15: Valores de K para correlação entre a resistência de ponta do ensaio de
Sugestões
Tipo de solo para valores de
K (kgf/cm²)
Areia 6,0
Areia siltosa; areia argilosa; areia silto-
5,3
argilosa ou areia argilo-siltosa
Silte; silte arenoso; argila arenosa 4,8
Silteareno-argiloso; silteargilo-arenoso;
3,8
argila silto-arenosa; argila areno-siltosa
Silte argiloso 3,0
Por fim, para os coeficientes de Buisman de acordo com o tipo de solo, tem-se
a tabela 2-16, com diversas referências (Danziger, 2014).
Coeficiente
Tipo de solo Referência
de Buisman
Silte arenoso, pouco argiloso (solo residual de
gnaisse, ao natural) 1,15 Barata (1962)
(local - Refinaria Duque de Caxias, Caxias, RJ)
Areia siltosa (solo residual de gnaisse, ao
natural) 1,20 Barata (1962)
(local - Refinaria Duque de Caxias, Caxias, RJ)
Silte argiloso (solo residual de gnaisse, ao
natural) 2,40 Barata (1962)
(local - Refinaria Duque de Caxias, Caxias, RJ)
Argila pouco arenosa (solo residual de gnaisse,
ao natural) 2,85 Jardim (1980)
(local - Adrianópolis, Nova Iguaçu, RJ)
45
Solo residual argiloso (aterro compactado)
4,40 Barata (1962)
(local - Refinaria Duque de Caxias, Caxias, RJ)
Figura 2-28: Sapata retangular submetida à carga vertical excêntrica (Danziger, 2014)
46
Outro ponto a ser verificado no caso de sapatas com carregamento excêntrico
é a possibilidade de giro, isto é, tombamento da estrutura. Esta verificação é feita
efetuando-se o equilíbrio de momentos em torno de um ponto na base da fundação,
vide figura 2-29.
Momento de tombamento:
𝑀𝑡𝑜𝑚𝑏 = 𝑀 + 𝐹𝐻 ∙ ℎ (2-62)
Momento estabilizante:
𝐴 (2-63)
𝑀𝑒𝑠𝑡𝑎𝑏 = (𝑁 + 𝑃) ∙
2
𝑀𝑒𝑠𝑡𝑎𝑏 (2-64)
𝐹𝑆𝑇𝑜𝑚𝑏𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = ≥ 1,50
𝑀𝑡𝑜𝑚𝑏
47
A verificação ao tombamento é usualmente dispensada quando a
excentricidade se encontra no núcleo central da base, isto é, quando 𝑒 ≤ 𝐵/6 - sendo
𝐵 a dimensão da fundação que está resistindo ao momento fletor atuante – no caso de
sapatas retangulares; ou quando 𝑒 ≤ 𝑅/4 - sendo R o raio da fundação – no caso de
sapatas circulares.
R d = (N + P) ∙ tg(ɸ′ ) (2-65)
Uma vez que a força horizontal atuante é dada por 𝐹𝐻 , o fator de segurança ao
deslizamento pode ser expresso pela equação 2-66:
(N + P) ∙ tg(ɸ′ ) (2-66)
FSDeslizamento = ≥ 1,50
𝐹𝐻 𝑑
48
3. ASPECTOS REGIONAIS E INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO
LOCAL
As turbinas eólicas - cuja fundação será o cerne de estudo deste projeto -
fazem parte da construção de um novo Parque Eólico na cidade de Mulungu do Morro,
localizada no interior do estado da Bahia, vide figura 3-1. Trata-se de um município
localizado na microrregião de Irecê, distante aproximadamente 470km da capital
Salvador. Com uma área de 646,620km² e cerca de 12.270 habitantes (IBGE, 2010), a
região conta com um clima do tipo semiárido.
2006)
49
orgânica, sendo bastante comum encontrar fragmentos de rocha no nível do terreno,
conferindo uma aparência pedregosa à superfície, vide figura 3-2.
50
De posse dos relatórios, é possível notar que os perfis de sondagem
apresentam solos com diferentes tipologias. De maneira geral, observam-se
horizontes com camadas de areia ora siltosa, ora argilosa, havendo, ainda, camadas
com fragmentos de arenito. As espessuras de tais camadas são variáveis, bem como
a compacidade deste material, cuja classificação pode ir de fofa a muito compacta.
51
Tabela 3-1: Tabela de resultados do ensaio Dilatômetro Sísmico de Marchetti. Base
SP-09-06.
Z A B P0 P1 𝜸 σ Ed M
Id Kd
(m) (kPa) (kPa) (kPa) (kPa) (𝒌𝑵/𝒎³) (kPa) (MPa) (MPa)
0,2 83 308 89 268 16,7 3 1,99 26,3 6,2 21,2
0,4 100 240 111 200 15,7 7 0,81 16,4 3,1 9,2
0,6 86 739 71 699 17,7 10 8,83 7,2 21,8 48,3
0,8 107 277 116 237 15,7 13 1,04 8,7 4,2 9,9
1,0 100 278 109 238 15,7 17 1,19 6,6 4,5 9,4
1,2 67 261 75 221 16,7 20 1,94 3,8 5,1 8,1
1,4 100 265 110 225 15,7 23 1,05 4,8 4,0 7,1
1,6 99 253 109 213 15,7 26 0,95 4,2 3,6 5,9
1,8 155 724 144 684 17,7 29 3,74 4,9 18,7 35,3
2,0 262 783 254 743 18,6 33 1,93 7,7 17,0 38,3
2,2 286 1030 267 990 18,6 37 2,71 7,3 25,1 55,7
2,4 300 1052 280 1012 18,6 40 2,61 7,0 25,4 55,2
2,6 325 1229 298 1189 18,6 44 3,00 6,8 30,9 66,8
2,8 328 1385 293 1345 18,6 48 3,59 6,1 36,5 75,8
3,0 418 1343 390 1303 18,6 51 2,35 7,6 31,7 71,2
3,2 635 1740 597 1700 19,6 55 1,85 10,8 38,3 98,5
3,4 712 1947 668 1907 19,6 59 1,85 11,3 43,0 112,5
gráficos. SP-09-06
52
Figura 3-4: Gráfico Ângulo de atrito x Profundidade. SP-09-06
SP-18-09.
Z A B P0 P1 𝜸 σ Ed M
Id Kd
(m) (kPa) (kPa) (kPa) (kPa) (𝒌𝑵/𝒎³) (kPa) (MPa) (MPa)
0,2 185 809 172 769 17,7 3 3,48 50,5 20,7 83,6
0,4 132 585 127 545 17,7 7 3,29 18,3 14,5 44,6
0,6 214 913 197 873 18,6 10 3,44 18,8 23,5 72,7
0,8 308 850 299 810 17,7 14 1,71 21,0 17,7 56,9
1,0 332 917 321 877 17,7 18 1,74 18,1 19,3 59,1
1,2 262 795 253 755 18,6 21 1,98 11,9 17,4 46,4
1,4 268 986 250 946 18,6 25 2,79 10,0 24,2 60,4
1,6 225 749 217 709 17,7 29 2,27 7,5 17,1 38,3
1,8 272 923 257 883 18,6 32 2,43 8,0 21,7 49,8
2,0 279 955 263 915 18,6 36 2,48 7,3 22,6 50,2
2,2 281 1020 262 980 18,6 40 2,74 6,6 24,9 53,1
2,4 301 1056 281 1016 18,6 43 2,62 6,5 25,5 53,8
2,6 405 1055 390 1015 17,7 47 1,60 8,3 21,7 50,3
2,8 397 1173 376 1133 18,6 51 2,01 7,4 26,3 58,4
3,0 461 1370 433 1330 18,6 54 2,07 8,0 31,1 71,2
3,2 358 1132 337 1092 18,6 58 2,24 5,8 26,2 52,4
3,4 562 2373 489 2333 19,6 62 3,77 7,9 64,0 146,9
53
Figura 3-5: Resultados do Dilatômetro Sísmico de Marchetti plotados na forma de
gráficos. SP-18-09
54
3.2.3. Análise granulométrica
Um ensaio de laboratório que compôs a investigação geotécnica da obra em
estudo foi a Análise Granulométrica. As amostras representativas foram retiradas em
pontos adjacentes aos pontos onde se executaram as sondagens à percussão.
Novamente, não foi retirada amostra indeformada da base SP-09-02 por esta
apresentar solo predominantemente rochoso desde sua superfície.
09-06
Com 45,0% de sua composição constando de areia média, 34,6% de areia fina
e 3,6% de areia grossa, a curva granulométrica da base SP-09-06 confirma a
classificação do material encontrado nos primeiros 6,0m de sondagem, caracterizado
como “areia média pouco a muito compacta” de acordo com o boletim apresentado no
Anexo I.
55
Esta classificação também é coerente com os valores encontrados para o
índice de material no ensaio Dilatométrico Sísmico para esta base, os quais sugerem
um material predominantemente arenoso.
18-09
56
1) Perfis cujas camadas de solo mais superficiais (profundidades inferiores a 5m)
se apresentaram pouco competentes, com 𝑁 < 10;
2) Perfis cujo solo apresentou 𝑁 > 10 desde o primeiro metro;
3) Perfis com afloramento de rocha a menos de 1m de profundidade.
Como ponto em comum entre os três perfis comentados, pode-se citar o fato
de que a partir do momento que o ensaio encontra o material impenetrável, este se
prolonga até o fim da sondagem.
Outra forte motivação para optar por fundações diretas em detrimento de uma
solução de fundação profunda decorre, essencialmente, do fato de que, nos casos
estudados, as camadas de rocha aparecem em profundidades não superiores a
7,00m. Desta forma, entende-se que não haveria comprimento adequado para que o
atrito lateral das estacas fosse mobilizado, requerendo que o comprimento das
mesmas fosse muito elevado.
Sendo assim, adotou-se como critério de projeto que o valor mínimo aceitável
para o índice de resistência N na profundidade de assentamento do bloco de fundação
seja igual a 16. Nos casos em que isto não ocorre, deverá ser providenciada a
substituição do solo menos resistente por outro mais competente o qual, após ser
compactado, atenda ao critério enunciado. A espessura da camada a ser substituída
não deverá exceder 3,00m.
57
4.1. Fundação direta em solo sem substituição de material
Os requisitos para esse tipo de fundação são:
Para este caso, em que a fundação estará assente sobre o solo já ali existente,
o tratamento consistirá em regularização da superfície de fundação, seguida de
aplicação de uma camada de concreto de regularização (concreto magro), de
espessura mínima igual a 10cm, vide figura 4-1.
58
Figura 4-2: Fundação direta em solo com substituição de material.
Figura 4-3: Tratamentos aplicáveis em caso de rochas com fraturas (Acervo técnico de
59
Presença de maciço pouco coerente ou muito fraturado até 3,00m
abaixo da fundação da base do aerogerador.
dissolução.
4.4.1. Escavação
A escavação do poço é a primeira grande etapa do processo para a execução
do bloco de fundação. Previamente à escavação, porém, deve-se realizar a limpeza do
terreno.
60
Figura 4-5: Início e fim de escavação para implantação da fundação. (Acervo técnico
61
Figura 4-6: Aplicação do concreto de regularização para implantação da fundação.
4.4.3. Concretagem
Para a etapa de concretagem, o concreto deverá ser misturado completamente
com equipamento apropriado até ficar com aparência uniforme e homogênea.
Deve-se observar para não lançar o concreto junto à forma, uma vez que isto
pode causar o deslocamento da mesma. O concreto deverá, portanto, ser lançado
próximo à forma e adensado com auxílio do vibrador, de forma distribuída em
quadrantes. A vibração deve ser realizada uniformemente em toda a massa do
concreto, sem encostar o vibrador na armadura.
Antes da aplicação, é importante que o concreto seja testado para garantir sua
conformidade com os requisitos de projeto. Normalmente são realizados, a cada três
caminhões em média, os seguintes testes:
62
Slump Test, como é mais conhecido o ensaio de abatimento do concreto. Este
ensaio tem por objetivo checar a consistência do concreto. Importante
parâmetro para avaliar a conformidade do traço;
Teste de resistência do concreto: são moldados corpos de prova, os quais são
submetidos à carga crescente. Este teste tem por objetivo garantir o FCK de
projeto.
Desta forma, a sequência de concretagem pode ser descrita pela figura 4-7.
4.4.4. Cura
A cura do bloco de fundação após a concretagem é um passo crítico para que
o concreto atinja sua resistência requerida. A fundação deverá ser protegida até que
sua resistência seja suficiente para resistir por si própria às condições externas de
variação de temperatura, chuvas fortes, dentre outras situações climáticas adversas.
63
Figura 4-8: Bloco de fundação ao fim do processo de cura do concreto (Acervo técnico
4.4.5. Reaterro
Os serviços de reaterro só devem ser iniciados após a liberação das áreas pela
fiscalização. As superfícies das áreas escavadas devem se apresentar regularizadas,
niveladas, compactadas e ter drenagem adequada de modo a permitir a execução do
reaterro.
64
5. DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO DA FUNDAÇÃO
ADOTADA
Nesta seção, será verificado o projeto de uma fundação superficial em sapata
circular, com diâmetro igual a 16,75m e demais dimensões conforme indicadas na
figura 5-1, a qual estará assente nos pontos onde foram realizadas as sondagens
analisadas no item 3.2. O projeto de fundação abaixo indicado será idêntico para todos
os aerogeradores do complexo eólico.
Assim sendo, garante-se que, para todos os três perfis típicos elencados, bem
como para todas as outras bases das outras turbinas deste parque eólico, trabalhar-
se-á com um valor mínimo de N igual a 16 na profundidade de assentamento da
sapata. Por esta razão, este será o valor de N considerado em quaisquer cálculos que
envolvam esta grandeza.
65
5.1.1. Ângulo de atrito
Para a estimativa do ângulo de atrito, serão utilizados os métodos empíricos a
partir do valor de N descritos na seção 2.1.1.2.
a) Teixeira (1996)
a) Schnaid (2000)
Segundo a equação (2-7), proposta por Schnaid (2000) para solos granulares,
tem-se:
66
c) Dilatômetro Sísmico
𝐸 = 𝐹𝐸𝐷 (5-5)
𝐸 = 2,0 × 31,7 = 63MPa
Cabe ressaltar que o módulo adotado deve representar uma média ponderada
dos valores de 𝐸 ao longo do bulbo de tensões, com predominância para as
profundidades mais rasas, onde as tensões são maiores. Neste caso, entretanto,
adotar o valor de módulo correspondente à cota da base da fundação é a favor da
segurança, tendo em vista que o 𝑁 cresce com a profundidade.
67
5.2. Dados do problema e considerações
estudo)
Mres Fres Fz
(𝒌𝑵. 𝒎) (𝒌𝑵) (𝒌𝑵)
Caso
33.980 415 -2.346
Normal
Caso
40.640 511 -2.337
Extremo
Onde:
Vale ressaltar ainda que, em se tratando de uma base circular, tem-se por Mres
e Fres:
68
(5-7)
Mres = √Mx2 + My2
(5-8)
Fres = √Fx2 + Fy2
69
Caso Normal: (5-9)
∆Mxy = Fres × (ℎ𝑠𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎 + 0,19𝑚) = 415𝑘𝑁 × 3,12𝑚 = 1.294𝑘𝑁. 𝑚
Caso Extremo: (5-10)
∆Mxy = Fres × (ℎ𝑠𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎 + 0,19𝑚) = 511,4𝑘𝑁 × 3,12𝑚 = 1.596𝑘𝑁. 𝑚
5.3. Verificações
Para as verificações de segurança quanto a estabilidade global da fundação e
tensões na base, cumpre dizer que será utilizado o método dos valores admissíveis.
Desta forma, os valores dos esforços serão valores característicos, e, em paralelo,
serão utilizados fatores de segurança globais para as verificações.
Sendo assim, foram montadas as tabelas 5-2 e 5-3 para auxiliar o cálculo dos
momentos de tombamento e momentos estabilizantes nos casos de carregamento
normal e extremo, respectivamente. Nas referidas tabelas, foram considerados todos
os esforços atuantes sobre a base, tendo sido o peso do solo de reaterro considerado
como um carregamento vertical centrado. Ademais, os momentos de tombamento
foram calculados com o sinal negativo, ao passo que os momentos estabilizantes são
apresentados como positivos.
70
Tabela 5-2: Tabela auxiliar para o cálculo de momentos estabilizantes e de
Braço de
Volume 𝜸 Força Momento
Esforços alavanca (𝒎)
(𝒎𝟑 ) (𝒌𝑵⁄𝒎³) (𝒌𝑵) (𝒌𝑵. 𝒎)
𝒅𝒙 𝒅𝒚
Peso de
262,00 25,00 V1= 6.550,00 8,375 M1= 54.856,25
Concreto
Força Vertical
- - V2= 2.346,00 8,375 M2= 19.647,75
(turbina)
Força Horizontal
- - H1= -415,00 3,120 M3= -1.294,80
(turbina)
Peso do solo de
285,00 18,00 V3= 5.130,00 8,375 M4= 42.963,75
reaterro
Momento
- - - - - M5= -33.980,00
(turbina)
16,75𝑚 (5-15)
= 2,10𝑚
8
35.274𝑘𝑁. 𝑚 (5-16)
= 𝟐, 𝟓𝟏𝒎 > 2,10𝑚
14.026𝑘𝑁
71
Desta forma, verifica-se a necessidade de calcular o Fator de Segurança ao
tombamento.
117.467,75𝑘𝑁. 𝑚 (5-12)
𝐹𝑆𝑇𝑜𝑚𝑏𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = = 3,33 ≥ 1,50
35.274,80𝑘𝑁. 𝑚
∑𝐹𝑉 = 𝑉1 + 𝑉2 + 𝑉3 = 14.026𝑘𝑁;
Foi adotado um valor igual a 2⁄3 ∙ ɸ para o ângulo de atrito da interface solo-
concreto. Conclui-se, portanto, que, para o caso de carregamento normal, os
resultados das verificações ao tombamento e ao deslizamento do bloco de fundação
se mostram satisfatórias.
72
serão utilizados nos cálculos dos fatores de segurança ao tombamento e
deslizamento, e na avaliação da compressão da base da sapata.
Braço de
Volume 𝜸 Força Momento
Esforços alavanca (𝒎)
(𝒎𝟑 ) (𝒌𝑵⁄𝒎³) (𝒌𝑵) (𝒌𝑵. 𝒎)
𝒅𝒙 𝒅𝒚
Peso de
262,00 25,00 V1= 6.550,00 8,375 M1= 54.856,25
Concreto
Força Vertical
- - V2= 2.337,00 8,375 M2= 19.572,38
(turbina)
Força Horizontal
- - H1= -511,40 3,120 M3= -1.596,00
(turbina)
Peso do solo de
285,00 18,00 V3= 5.130,00 8,375 M4= 42.963,75
reaterro
Momento
- - - - - M5= -40.640,00
(turbina)
42.236𝑘𝑁. 𝑚 (5-21)
= 3,01𝑚 > 2,10𝑚
14.017𝑘𝑁
73
117.392,38𝑘𝑁. 𝑚 (5-18)
𝐹𝑆𝑇𝑜𝑚𝑏𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = = 2,77 ≥ 1,50
42.236𝑘𝑁. 𝑚
∑𝐹𝑉 = 𝑉1 + 𝑉2 + 𝑉3 = 14.017𝑘𝑁;
Caso Normal
Para o cálculo tensão de ruptura 𝑞𝑟𝑢𝑝 , será utilizada a equação (2-37), cujo
resultado será multiplicado pela área efetiva 𝐴’ para se encontrar a carga de ruptura
𝑄𝑟𝑢𝑝 .
Para chegar à área efetiva 𝐴’, será utilizado o conceito de Meyerhof (1953),
com auxílio do software AutoCAD. Primeiramente, entretanto, é necessário calcular a
74
excentricidade deste carregamento, dividindo-se o momento fletor total atuante pela
carga vertical total atuante. Sendo assim, tem-se:
35.274𝑘𝑁. 𝑚 (5-22)
𝑒= = 2,51m
14.026𝑘𝑁
Figura 5-3: Área efetiva da sapata circular e seu retângulo equivalente para o caso de
75
2+1
415kN 1+1
+1 (5-24)
iγ = [1 − ] = 0,927
14.026kN + 11m ∙ 12,5m ∙ 0 ∙ 1,428
70.000kPa (5-25)
Ir = 16,75m
= 188
kN
2(1 + 0,3) ∙ [0 + 18,6 m3
∙ ( 2 + 2,93m) ∙ (tan 35°)]
kN
Foi utilizado o valor médio de 18,6m 3 para peso específico do solo no cálculo da
Utilizando a equação 2-49, o índice de rigidez crítico para este solo é dado por:
1 35° (5-26)
Ir,crít = exp [(3,30 − 0,45 ∙ 1) ∙ cot (45° − 2 )] = 119,3
2
Desta forma, conclui-se que não haverá redução oriunda da aplicação dos
fatores de compressibilidade do solo 𝑐𝑞 e 𝑐𝛾 , uma vez que os mesmos serão maiores
que a unidade e, portanto, não serão considerados.
18kN (5-27)
qrup = ( 3 ∙ 2,93m) ∙ 33,30 ∙ 1,70 ∙ 0,956 +
m
1 18,6kN
∙ ∙ 11m ∙ 48,03 ∙ 0,6 ∙ 0,927 = 𝟓𝟓𝟖𝟔𝐤𝐍/𝐦²
2 m3
76
Q rup = 5586kN/m² × 137,5m² = 768.195kN (5-28)
768.195kN (5-29)
FSCN = = 54 > 3
14.026kN
14.026𝑘𝑁 (5-30)
𝑞𝑚á𝑥 = 2,20 ∙ ( ) = 140kN/m²
220,35𝑚²
Assim, dividindo-se o valor obtido para 𝑞𝑟𝑢𝑝 pela equação 5-27 pelo valor da
tensão de contato máxima encontrada pela equação 5-30, tem-se, para o Fator de
Segurança:
5586kN/m² (5-31)
FSCN = = 40 > 3
140kN/m²
Nota-se, portanto, que a abordagem proposta por Teng (1962) para a tensão
máxima atuante em uma sapata circular leva a uma redução no Fator de Segurança
em relação a abordagem de Meyerhof (1953), na qual se utiliza o conceito de área
efetiva para o cálculo da tensão máxima de contato.
Caso Extremo
Para o cálculo da nova excentricidade, dividir-se-á o novo 𝑀𝑥𝑦 pelo novo valor
de 𝐹𝑧,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 , conforme equação 5-4.
77
42.236𝑘𝑁. 𝑚 (5-32)
𝑒= = 3,01m
14.017𝑘𝑁
Figura 5-4: Área efetiva da sapata circular e seu retângulo equivalente para o caso de
78
18kN (5-35)
qrup = ( 3 ∙ 2,93m) ∙ 33,30 ∙ 1,70 ∙ 0,946 +
m
1 18,6kN
∙ ∙ 10,1m ∙ 48,03 ∙ 0,6 ∙ 0,911 = 𝟓𝟐𝟗𝟎𝐤𝐍/𝐦²
2 m3
642.735kN (5-37)
FSCE = = 45 > 3
14.017kN
14.017𝑘𝑁 (5-38)
𝑞𝑚á𝑥 = 2,43 ∙ ( ) = 155kN/m²
220,35𝑚²
Assim, dividindo-se o valor obtido para 𝑞𝑟𝑢𝑝 pela equação 5-35 pelo valor da
tensão de contato máxima encontrada pela equação 5-38 acima, o Fator de
Segurança é dado por:
5290kN/m² (5-39)
FSCN = = 34 > 3
155kN/m²
Cumpre reforçar, ao fim desta verificação, que não foi encontrado nível d’água
nas sondagens de simples reconhecimento associadas ao SPT analisadas. Por esta
razão, a influência da posição do nível d’água na capacidade de carga não foi
abordada no presente trabalho.
79
5.3.3. Previsão de recalques
Para a estimativa de recalques da sapata em estudo, será utilizada a equação
2-56 para o cálculo do recalque absoluto oriundo da força vertical total aplicada no
centro da base. O resultado será combinado com o cálculo da rotação da base devido
à aplicação do momento resultante total, a ser realizado através da equação 2-57. Tal
combinação tem como objetivo avaliar os deslocamentos totais e diferenciais nas
extremidades da fundação. O valor limite admissível da rotação, segundo documento
da empresa fabricante do aerogerador, é de 3mm/m.
B: 16,75𝑚;
E: 70.000𝑘𝑃𝑎;
𝑘𝑁 1 − 0,32 (5-40)
w = 63,65 ∙ 16,75𝑚 ∙ ∙ 0,79 = 0,0109m ≈ 1,10cm
𝑚² 70.000
80
𝐸𝐷 - o qual é diretamente proporcional ao módulo de Young 𝐸 - cresce com a
profundidade.
M: 35.274𝑘𝑁. 𝑚;
E: 70.000𝑘𝑃𝑎;
𝐵 = L = 16,75m;
Im : fator de forma da base, igual a 5,53 de acordo com tabela 2-11, para uma
sapata circular rígida.
81
𝑥 (5-42)
tan θ = = 0,00054
8,38m
x = 8,38m × 0,00054 = 0,0045m = 4,5mm
Por fim, afirma que, para a total validade das cargas fornecidas, o valor mínimo
de rigidez rotacional requerido é igual a 25𝐺𝑁. 𝑚/𝑟𝑎𝑑, o qual deve ser correlacionado
com a rigidez translacional através da tabela 5-4, igualmente fornecida pela empresa
fabricante da turbina eólica.
Tabela 5-4: Rigidez translacional mínima de acordo com valores de rigidez rotacional
Rigidez
Rotacional 25 30 48 77 122 196 313 441 500
[𝐺𝑁. 𝑚/𝑟𝑎𝑑]
Rigidez
Translacional 49,0 17,5 8,2 6,1 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0
[𝑀𝑁/𝑚]
82
𝑘𝜃𝑥,𝑚í𝑛 ≥ 85𝐺𝑁. 𝑚/𝑟𝑎𝑑
𝑘𝑥,𝑚í𝑛 ≥ 6,1𝑀𝑁/𝑚
𝑟𝑥 = 𝑟𝜃𝑥 = 8,375𝑚;
G: 39𝑀𝑃𝑎;
32(1 − 0,3) 𝑴𝑵 𝑀𝑁
𝑘𝑥 = × 39𝑀𝑃𝑎 × 8,375𝑚 = 𝟏. 𝟓𝟗𝟎 𝒎 ≫ 6,1 𝑚
7 − 8 × 0,3
8 × 39 × (8,375)3 𝒎 𝑚
𝑘𝜃𝑥 = = 𝟖𝟕𝑮𝑵. > 85𝐺𝑁.
3 × (1 − 0,3) 𝒓𝒂𝒅 𝑟𝑎𝑑
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
83
terreno de estudo, cuja competência revelada na investigação do subsolo permitiu a
adoção de elevados parâmetros geotécnicos.
84
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
85
FREITAS, A. C., Contribuição ao estudo do efeito tridimensional de instalação e de
grupo em estacas cravadas em areias. Tese (Mestrado em Engenharia Civil) – Centro
de Tecnologia e Ciências, Faculdade de Engenharia, Universidade do Estado do Rio
de Janeiro, 2010.
FREITAS, A.C.; Pacheco, M.; Danziger, B.R., 2012, Estimating Young Moduli in Sands
from the Normalized N60 Blow Count. Soils & Rocks, v. 35, p. 89-98.
IEC 61400-1 third edition 2005-08 Wind turbines – Part 1: Design requirements,
International Electrotechnical Commission, IEC, 2005
MARCHETTI, S., [s.d.], Marchetti Flat Dilatometer and Seismic Dilatometer. Disponível
em: http://www.marchetti-dmt.it/. Acesso em: 20 jan. 2018
MARCHETTI, S., In Situ Tests by Flat Dilatometer. ASCE Jnl GE, Vol. 106, No. 3, Mar
1980, 299-321, 1980.
MARCHETTI, S. e Crapps, D.K. Flat Dilatometer Manual Internal Report of GPE Inc.
Distributed to Purchase of the DMT Equipment, 1981.
MICELI, F., Gestamp iConkrete wind turbine foundation.06 fev. 2013. Disponível em:
http://www.windfarmbop.com/category/foundations//. Acesso em: 25 fev. 2018.
NAVFAC. Foundations and earth structures. Design Manual 7.2, U.S. Department of
the Navy, Alexandria, 1982.
86
Geotecnia) – Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo , Universidade
Estadual de Campinas. Campinas, SP, 2012, 184 p.
87
ANEXO 1: BOLETINS DAS SONDAGENS À PERCUSSÃO E
MISTAS
88
Figura AI.2: Boletim de sondagem SP-09-06
89
Figura AI.3: Boletim de sondagem SP-18-09
90