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ENSAIOS DE PERMEABILIDADE
20 de outubro de 2023
1. INTRODUÇÃO
O fluxo da água intersticial nos solos, em sua maioria, pode ser considerado laminar.
E em 1850, de forma experimental, Darcy verificou que, para um fluxo laminar em um meio
poroso, a velocidade média do fluxo é proporcional ao gradiente hidráulico i (relação entre a
carga h que se dissipa na percolação e a distância L ao longo da qual a carga se dissipa). O
coeficiente de proporcionalidade desta relação é chamado de condutividade hidráulica ou
coeficiente de permeabilidade do solo (K), está associado à facilidade pela qual o fluxo passa
através de um meio poroso e é costumeiramente expresso em m/s ou cm/s.
Vários fatores influenciam o fluxo da água intersticial nos solos, como o estado, o
grau de saturação, a estrutura e a anisotropia do solo. Nos solos granulares, a permeabilidade
aumenta com o índice de vazios, sendo mais elevada em solos em estado mais fofo. Além
disso, o coeficiente de permeabilidade é menor nos solos não saturados em comparação com
os saturados, e a determinação convencional é feita para os solos saturados. Solos
compactados a um menor teor de umidade para o mesmo índice de vazios, apresentam maior
condutividade hidráulica. Em geral, o solo não é isotrópico em relação à permeabilidade,
sendo maior na direção horizontal do que na vertical em solos sedimentares ou compactados.
Os coeficientes de permeabilidade dependem também da viscosidade do líquido, que varia
com a temperatura.
A condutividade hidráulica de um solo pode ser determinada a partir de ensaios de
laboratório utilizando permeâmetros de carga constante ou carga variável. O método para a
determinação do coeficiente de permeabilidade à carga constante se aplica aos solos
granulares e é normatizado pela NBR 13292 “Solo - Determinação do coeficiente de
permeabilidade de solos granulares à carga constante” (1995). A NBR 14545 “Solo -
Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos argilosos à carga variável” (2000)
especifica os métodos para determinação do coeficiente de permeabilidade à carga variável e
se aplica aos corpos de prova talhados ou moldados, obtidos, respectivamente, a partir de
amostras indeformadas ou da compactação de amostras deformadas, com o coeficiente de
permeabilidade menor que 10-3 cm/s (10-5 m/s) após o ensaio.
Este relatório aborda a execução de ensaios laboratoriais para determinar o coeficiente
de permeabilidade à carga constante e à carga variável, com percolação de água através do
solo em regime de escoamento laminar, de amostras reconstituídas.
2. OBJETIVOS
3. METODOLOGIA
3.1. ENSAIO DE PERMEABILIDADE COM CARGA CONSTANTE
Em seguida, a válvula da base do corpo de prova foi aberta de modo a ser realizada a
saturação do corpo de prova, elevando-se gradualmente o reservatório de água. A entrada de
água no corpo de prova ocorreu pela ação da gravidade, de baixo para cima, de modo a
remover o ar remanescente nele. Com todas as válvulas abertas, aguardou-se a estabilização
das cargas nos tubos piezométricos, até não apresentarem variações apreciáveis nos níveis de
água e mediu-se e registrou-se a diferença de carga (Dh) nos tubos piezométricos, a
temperatura (T), o intervalo de tempo (Dt) e o volume (V) percolado pela seção transversal do
corpo de prova (A) neste período de tempo, veja a Figura 2. Foram realizadas quatro
medições, aumentando-se gradativamente a carga, de modo a estabelecer adequadamente a
região do fluxo laminar, na qual a velocidade é diretamente proporcional ao gradiente
hidráulico, veja a Figura 3, e coeficiente de proporcionalidade desta relação é o coeficiente de
permeabilidade K do solo (v = K x i).
Figura 2 – Realização de leituras de carga nos piezômetros, temperatura, intervalo de tempo e volume para
cálculo da velocidade de percolação
Figura 3 - O coeficiente angular, no regime laminar, da curva velocidade de percolação versus gradiente
hidráulico é o coeficiente de permeabilidade K
Figura 6 - Montagem do permeâmetro: filtros de areia, o’rings, anéis de borracha, tela metálica, posicionamento
do corpo de prova reconstituído e aplicação do selo de bentonita.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. ENSAIO DE PERMEABILIDADE COM CARGA CONSTANTE
Foi realizado o ensaio de permeabilidade com carga constante com quatro gradientes
hidráulicos diferentes, conforme a Tabela 3, e, assim, traçada a curva velocidade (20º C)
versus gradiente hidráulico.
Do gráfico, representado pela Figura 7, foi extraído o coeficiente angular da reta, que
corresponde à condutividade hidráulica ou coeficiente de permeabilidade do solo K 20ºC,
referido à temperatura de 20 °C, da areia grossa ensaiada, igual a aproximadamente 5,1 x 10-1
cm/s.
Condutividade Hidráulica - Areia Grossa
0.040
0.035
f(x) = 0.51254418455733 x
Velocidade 20 (cm/s) 0.030
0.025
0.020
0.015
0.010
0.005
0.000
0.0400 0.0450 0.0500 0.0550 0.0600 0.0650 0.0700 0.0750
h0 (cm) hf (cm)
Leitura T h0 hf href K mT/ K20°C
Corrigid Corrigid Dt (s)
s (°C) (cm) (cm) (cm) (cm/s) m20 (cm/s)
o o
1,474E- 1,448E-
1 20,8 27,0 21,0 94,0 88,0 138,0 0,982
05 05
1,518E- 1,491E-
2 20,8 27,0 21,0 67,0 94,0 88,0 134,0 0,982
05 05
1,471E- 1,445E-
3 20,8 27,0 14,0 94,0 81,0 312,0 0,982
05 05
1,488E- 1,461E-
Média
05 05
6. REFERÊNCIAS
Pinto, C. S. Curso Básico de Mecânica dos Solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2006, 3 ed.