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Capítulo 7

Uniões Cubo-Eixo por Adaptação de Forma

7.1 Introdução e Conceitos Fundamentais


Neste capítulo serão abordadas as uniões cubo-eixo através de diversos métodos.
Abordando a sequência clássica de projeto, a especificação da união a ser utilizada deve abordar
os aspectos de custo, método de montagem e desmontagem, ferramental disponível e esforços
transmitidos.
No que se refere ao custo, o projetista deve considerar que alguns tipos de união são
adequados para lotes pequenos, como é o caso de chavetas e uniões por interferência, enquanto
que outros exigem maquinário especializado que somente é justificável no caso de grandes lotes.
Deve-se também levar em conta que algumas uniões permitem fácil desmontagem (chavetas e
ranhuras) enquanto outras somente são desmontadas com grande dificuldade e risco de danificar o
eixo ou o cubo. Isso é particularmente verdadeiro no caso das uniões por interferência e adesivos.
O ferramental para fabricação disponível também apresenta certos aspectos interessantes
pois alguns tipos de uniões necessitam a utilização de máquinas ou ferramentas construídas
especialmente para elas (brochadeiras ou cortadoras de dentes de engrenagem), enquanto que
outras podem ser confeccionadas até mesmo em oficinas mecânicas rudimentares com o uso de
fresadoras universais. Finalmente, os esforços transmitidos entre o cubo e o eixo desempenham
uma parte importante na seleção deste tipo de união, pois certos tipos somente podem ser utilizados
se os esforços transmitidos forem puramente torcionais, caso das ranhuras, entalhes e chavetas
paralelas, enquanto outros podem transmitir também esforços axiais.

7.2 Chavetas
Uma chaveta é uma peça metálica, geralmente fabricada em aço, que é introduzida entre o
cubo e o eixo. O processo de fabricação tradicional envolve fresamento do eixo e do cubo.
Alternativamente os rasgos nessas peças podem ser obtidos por eletro-erosão ou brochamento. A
chaveta em si pode ser obtida por inúmeros processos. Alguns distribuidores de aço já fornecem
barras com seções transversais normalizadas necessitando apenas o corte no comprimento
indicado no projeto. Uma união chavetada típica requer um trabalho de ajustagem para uma boa
fixação no alojamento. É o caso das chavetas DIN 6886 e DIN 6885.

Figura 7.1: Elementos principais em uma união chavetada

Uma chaveta é utilizada para fixar tangencialmente o cubo e o eixo, permitindo a transmissão
de torques entre as peças. Com chavetas inclinadas ou com linguetas é possível também a fixação
axial, permitindo a aplicação de forças axiais em apenas um sentido.

7- 1
,
Figura 7.2: Esforços possíveis de transmissão com
chavetas: Fa = força axial e Ft = força tangencial

As chavetas, de acordo com a maioria das normas, são divididas em duas categorias
distintas: chavetas retangulares e chavetas meia-lua. Chavetas retangulares podem ser planas ou
inclinadas, de forma alta ou baixa, de acordo com a norma utilizada. Podem ainda possuir lingueta
(cabeça) para fixação axial.
A tabela 7.1 ilustra os principais tipos de chaveta indicando suas vantagens e desvantagens.
Existem, é claro, outros tipos de chaveta, variando a norma utilizada. No entanto, pode-se dizer que
os principais tipos adotados pelos projetistas de máquinas são, no máximo, variações daquelas
expostas abaixo.

Tipo de chaveta Normas Características


inclinada sem cabeça Torna o cubo excêntrico em relação ao
DIN 6886 eixo, causando desbalanceamento e
NBR 6441 cargas radiais dinâmicas.
Não é empregada em máquinas de
qualidade. Confecção econômica.
Suporta esforços axiais unidirecionais
inclinada com cabeça
DIN 6887 Mesmas características da chaveta
NBR 6441 sem cabeça e pode ser utilizada
quando o outro lado do cubo for
inacessível.

paralela plana forma baixa e forma alta


DIN 6885
NBR 6441 De uso generalizado, podem ser
NBR 6345 utilizadas em altas rotações.
NBR 6375 Variação: chaveta paralela forma alta
para máquinas operatrizes DIN 6885
são normalizadas com dimensões da
chaveta forma baixa.

chaveta meia-lua (Woodruff)


Não exigem ajustagem na montagem.
DIN 6887 Indicadas para produção seriada.
SAE J502 Transmitem torques pequenos.
Não devem ser utilizadas em seções
de eixo submetidas a grande momento
fletor pois o canal no eixo causa
enfraquecimento sob tensão

TABELA 7.1: Tipos de chaveta

7- 2
7.2.1 Dimensionamento de chavetas retangulares

Essa classe inclui as chavetas planas e inclinadas, com ou sem cabeça. Os modos de falha
considerados no dimensionamento de chavetas são o cisalhamento simples e o esmagamento por
compressão excessiva do cubo ou do eixo.

a) Falha devido ao esmagamento:


A figura 7.3 mostra a união de um eixo com o cubo de uma engrenagem onde é aplicado um
momento torçor T. O esforço aplicado deve ser transferido para o eixo e tende a pressionar a lateral
direita da chaveta com a força de contato FC. A chaveta sofre, ainda, uma pressão na sua lateral
esquerda pelo contato com o eixo. Assume-se, por simplicidade, que a pressão de contato nas
superfícies em contato esteja uniformemente distribuída ao longo da área lateral da chaveta. Através
dessa hipótese, a pressão exercida pelo cubo contra a lateral da chaveta pode ser calculada
facilmente.

Figura 7.3: Esforços de contato em uma chaveta retangular

A relação entre a força de contato entre o cubo e a chaveta e o momento torçor aplicado no
cubo é obtido considerando o braço de alavanca da força FC:

d 3
T = FC ( − h1 + h) . (7.1)
2 4

Considerando, por hipótese, que a pressão p é uniforme na lateral da chaveta, um critério possível
de dimensionamento seria, então, limitar a pressão a pressão lateral Ac = ½hL a um certo valor
crítico, obtido experimentalmente:

FC 2T
p= = ≤ padm (7.2)
A d 3
h L (2 − h1 + 4 h)

onde padm é a pressão máxima admissível na interface e L é o comprimento da chaveta. O valor de


padm leva em conta das condições do carregamento, o material do cubo e a forma da chaveta. Para
chavetas de aço, esses valores podem ser obtidos através da tabela 7.2.
Os valores recomendados por Roloff e Matek (2011) são indicados para chavetas não
temperadas com dureza superficial variando entre 25 e 35 HRC. Para peças temperadas, o valor de
padm aumenta devido à maior resistência ao escoamento da camada temperada próxima à superfície.
Nesses casos recomenda-se aumentar padm em 50%.

7- 3
VALORES RECOMENDADOS DE padm - MPa
chavetas
Tipo de material do chavetas
retangulares,
carregamento cubo côncavas
entalhes e dentados
Choques leves ferro fundido 40 60
Carga I ou II aço 65 100
Choques fortes ferro fundido 25 40
Carga I ou II aço 50 80
Choques leves ferro fundido 20 30
Carga III aço 33 50
Choques fortes ferro fundido 13 20
Carga III aço 25 35

Tabela 7.2: Valores recomendados da pressão de contato admissível (Roloff e Matek. 2011)

b) Falha devido ao cisalhamento:


Outro tipo de falha comum em chavetas é a que ocorre por cisalhamento. Nesse caso admite-
se que o torque externo provoca na área longitudinal da chaveta um esforço de cisalhamento Q.

Figura 7.4: Esforços cortantes em uma chaveta retangular

De forma similar ao problema do esmagamento, a força de cisalhamento Q pode ser


calculada através do momento torçor externo:

d
T=Q (7.3)
2

e a tensão média de cisalhamento na chaveta é, simplesmente:

Q 2T
τ= = ≤ τadm (7.4)
bL bLd

onde adm é a tensão de cisalhamento máxima admissível na área transversal da chaveta. Os valores
de adm dependem da classe de resistência do material da chaveta e das condições do carregamento.
Para chavetas de aço, esses valores podem ser obtidos da tabela 7.3

7- 4
VALORES RECOMENDADOS DE adm - MPa carga tipo I

Tipo de carregamento
Material da chaveta
I II III
Classe 4.6
54 40 20 carga tipo II
R=400 MPa
Classe 5.8
72 52 26
R=500 MPa
Classe 6.8
87 64 32
R=600 MPa carga tipo III

Classes 8.8 e 10.9


102 74 37
R=800 MPa e 1000 MPa

Tabela 7.3: Valores recomendados da tensão de cisalhamento admissível (Roloff e Matek, 2011)

De forma diferente da falha por esmagamento, ainda não existe evidências experimentais
que comprovam a influência do processo de têmpera no comportamento de adm. As dimensões
normalizadas das chavetas DIN 6885 encontram-se na tabela 7.6 e o toleranciamento recomendado
encontram-se na figura 7.8

7.2.3 Dimensionamento de chavetas meia-lua

Essa classe de chaveta requer um rasgo usinado no eixo na forma de meia-lua. Uma vez
que o rasgo das chavetas meia-lua tende a ser mais profundo do que o das chavetas retangulares,
esse tipo de chaveta não deve ser utilizado em seções de eixo submetidas a grandes esforços de
flexão.

Figura 7.5: Elementos principais em uma união por chaveta meia-lua

a) Falha devida ao esmagamento:


Admitindo novamente que a força de contato é uniformemente distribuída na área de contato
AC  L (h – h1) tem-se:

d
T = FC (7.5)
2

onde d/2 é aproximadamente a distância da linha de ação da força de contato ao centro do eixo. A
pressão de contato da chaveta com o cubo é calculada, então, como:

7- 5
FC 2T
p= = ≤ padm (7.6)
AC d (h − h1 )L

b) Falha devido ao cisalhamento:


Quanto ao cisalhamento, uma chaveta meia-lua se comporta de forma similar a uma chaveta
retangular, uma vez que a área cisalhada é aproximadamente a mesma e a resultante da força de
cisalhamento Q atua no plano de interface entre o cubo e o eixo. Sendo assim utilizam-se as mesmas
equações desenvolvidas para chavetas retangulares:

d
T=Q (7.7)
2
portanto:

Q 2T
τ= = ≤ τadm (7.8)
bL b L d

A tabela 7.5 fornece as dimensões normalizadas para este tipo de chaveta.

7.2.4 Recomendações para o projeto de uniões chavetadas

Para garantir o projeto adequado dessas uniões, as seguintes recomendações servem como
guia para um projeto adequado:

a) a fim de garantir que a pressão de contato esteja distribuída uniformemente na lateral da


chaveta, o comprimento L deve ficar na faixa 1.25d  L  2d, com exceção das chavetas meia-
lua, onde os comprimentos são definidos diretamente pela norma.
b) para proteger o eixo e o cubo caso de sobrecarga, a chaveta deve ter resistência à ruptura
menor que o material do eixo. No caso de eixos em ABNT 1045, a escolha padrão cai sobre os
aços carbono 4.6. Em eixos em ABNT 4340 é comum a utilização de chavetas 5.8 e 6.8.
c) no caso de chavetas temperadas, multiplicar o valor de padm por 1,50
d) algumas vezes uma única chaveta não é capaz de transmitir todo o torque necessário sem ter
um comprimento excessivo. Nesses casos permite-se a utilização de 2 chavetas, dispostas em
um ângulo de 120º ao redor do eixo. Dessa forma, o comprimento de cada chaveta será ⅔ do
comprimento calculado da chaveta original, uma vez que as forças de contato e cisalhamento
não se distribuem igualmente devido a variações no processo de fabricação.

7.3 Eixos entalhados e ranhurados


Uma alternativa eficiente para a o uso de chavetas é a utilização de eixos ranhurados e
entalhados. Ranhuras e entalhes são uma extensão do conceito de chavetas quando um número de
chavetas maior que 2 é necessário.
Estas uniões são mais eficientes que chavetas e uniões por interferência, pois transmitem
mais torque por comprimento do dentado, permitindo ainda uma fácil desmontagem. Entretanto, tais
uniões são mais difíceis de fabricar e somente são economicamente viáveis quando se trabalha com
grandes lotes que justificam a compra de um ferramental caro ou quando se tem à disposição
maquinários avançados, tais como centros de torneamento. Tais máquinas permitem a fabricação
de ranhuras e entalhes na mesma máquina em que o eixo é usinado. Alternativamente, esse tipo de
união pode ser fabricado por brochamento ou corte por eletro-erosão.
A tabela 7.4 ilustra os principais tipos de ranhuras e estrias.

7- 6
tipo norma características
eixo entalhado
De uso generalizado e confecção
mais econômica. Transmite
DIN 5462/63 esforços intermediários. A
centragem do cubo se dá pelo
DIN 5471/72 diâmetro interno ou pelos flancos.

DIN 5471/72: máquinas-ferramenta

eixo ranhurado triangular

De uso generalizado. Indicado para


altas rotações.
Grande número de dentes permite
DIN 5481 um ajuste deslizante praticamente
sem folgas. Permite a transmissão
de altos torques.

eixo ranhurado com perfil Requer ferramenta para geração


evolvente de perfil (hobbing).
Utiliza um ângulo de pressão =30º
com fator de deslocamento x1
variável.
Indicado para produção seriada.
DIN 5480
Comum na indústria automotiva.
DIN 5482 Grande número de dentes permite
um ajuste deslizante praticamente
sem folgas. Permite a transmissão
de altos torques.

d = diâmetro primitivo do dentado

Tabela 7.4: Principais tipos de uniões entalhadas e dentadas

7.3.1 Dimensionamento de entalhes e dentados

Devido ao maior número de dentes em contato, uniões entalhadas e dentadas não sofrem
cisalhamento. A falha mais comum que se observa nesse tipo de união se dá por esmagamento,
seja no eixo ou no cubo. Assim, considerando a hipótese de pressão de contato distribuída de forma
uniforme, pode-se dizer que, no caso de uma união com Z dentes, o torque pode ser dado em função
da força de contato FC em cada dente é dada por:

3
T = FC Z r (7.9)
4

onde Z é o número de entalhes ou dentes, e r é o raio equivalente da união. O fator ¾ da fórmula é


devido a erros comuns do processo de fabricação. Admite-se, a favor da segurança, que apenas
75% dos dentes do eixo estão em contato permanente com o cubo, resultando em uma distribuição
desigual do carregamento.

7- 7
Figura 7.6: Esforços em uma união ranhurada

Dessa forma a pressão de contato entre os dentes do cubo e do eixo é calculada por:
FC 4T
p= = ≤ padm (7.10)
hL 3hLZr

onde h é a altura de engajamento entre cubo e eixo e padm pode ser encontrada na tabela 7.2. As
características dimensionais dos eixos entalhados e ranhurados, bem como os ajustes mais
utilizados são fornecidos nas tabelas 7.6 e 7.7.

7.3.2 Detalhes construtivos de uniões entalhadas e ranhuradas

Durante o projeto desse tipo de união o desenhista deve prever, nas fases iniciais do projeto
certos detalhes construtivos necessários para a sua manufatura. Do ponto de vista do eixo, deve-se
prever folga axial suficiente para a saída da ferramenta. Isso, é claro, vai depender do raio da
ferramenta utilizada para a usinagem das ranhuras. Além disso deve-se prever a existência de anéis
elásticos ou porcas de eixo (por exemplo, porca KM + arruela de trava). Do ponto de vista do cubo,
o projeto deve levar em conta a existência de encostos

Figura 7.7: Usinagem de ranhuras. A folga F depende do raio da ferramenta e da altura do


encosto. O comprimento de cálculo L também está indicado na figura.

7- 8
7.4 Dimensões normalizadas

A seguir são apresentadas as dimensões normalizadas de chavetas e ranhuras extraídas das


normas DIN 6885, DIN 6888, DIN 5462/63, DIN 5471/72 e DIN 5481/82.

CHAVETA MEIA LUA DIN 6888

diâmetro série B
série A
dados da chaveta máquinas
do eixo uso geral
operatrizes
<d b h L D h1 h2 h1 h2
3a4 1 1,4 3,82 4 1 0,5 1 0,5
4a6 1,5 2,6 6,76 7 2 0,7 2 0,7
2 2,6 6,76 7 1,8 0,9 1,8 0,9
6a8
2 3,7 9,66 10 2,9 0,9 2,9 0,9
2,5 3,7 9,66 10 2,9 0,9 2,9 0,9
3 3,7 9,66 10 2,5 1,3 2,8 1
8 a 10
3 5 12,65 13 3,8 1,3 4,1 1
3 6,5 15,72 16 5,3 1,3 5,6 1
4 5 12,65 13 3,5 1,6 4,1 1
10 a 12 4 6,5 15,72 16 5 1,6 5,6 1
4 7,5 18,57 19 6 1,6 6,6 1
5 6,5 15,72 16 4,5 2,1 5,4 1,2
12 a 17 5 7,5 18,57 19 5,5 2,1 6,4 1,2
5 9 21,63 22 7 2,1 7,9 1,2
6 7,5 18,57 19 5,1 2,5 6 1,6
6 9 21,63 22 6,6 2,5 7,5 1,6
17 a 22
6 10 24,49 25 7,6 2,5 8,5 1,6
6 11 27,35 28 8,6 2,5 9,5 1,6
8 9 21,63 22 6,2 2,9 7,5 1,6
22 a 30 8 11 27,35 28 8,2 2,9 9,5 1,6
8 13 31,43 32 10,2 2,9 11,5 1,6
10 11 27,35 28 7,8 3,3 9,1 2
30 a 38 10 13 31,43 32 9,8 3,3 11,1 2
10 16 43,08 45 12,8 3,3 14,1 2

Tabela 7.5: Dimensões principais da chaveta DIN 6888, woodruff ou meia lua (em mm)

NOTA: utilizar ajuste h9 para a largura b da chaveta e h12 para a altura h

7- 9
CHAVETA RETANGULAR DIN 6885

diâmetro
dados normalizados da chaveta chanfro comprimento
do eixo
<d seção b h h1 h2 min max min max
6a8 2x2 2 2 1,2 1 0,08 0,16 6 20
8 a 10 3x3 3 3 1,8 1,4 0,08 0,16 6 36
10 a 12 4x4 4 4 2,5 4,8 0,08 0,16 8 45
12 a 17 5x5 5 5 3 2,3 0,16 0,25 10 56
17 a 22 6x6 6 6 3,5 2,8 0,16 0,25 14 70
22 a 30 8x7 8 7 4 3,3 0,16 0,25 18 90
30 a 38 10 x 8 10 8 5 3,3 0,25 0,40 22 110
38 a 44 12 x 8 12 8 5 3,3 0,25 0,40 28 140
44 a 50 14 x 9 14 9 5,5 3,8 0,25 0,40 36 160
50 a 58 16 x 10 16 10 6 4,3 0,25 0,40 45 180
58 a 65 18 x 11 18 11 7 4,4 0,25 0,40 50 200
65 a 75 20 x 12 20 12 7,5 4,9 0,40 0,60 56 220
75 a 85 22 x 14 22 14 9 5,4 0,40 0,60 63 250
85 a 95 25 x 14 25 14 9 5,4 0,40 0,60 70 280
95 a 110 28 x 16 28 16 10 6,4 0,40 0,60 80 320
110 a 130 32 x 18 32 18 11 7,4 0,40 0,60 90 360
130 a 150 36 x 20 36 20 12 8,4 0,70 1,00 100 400

Comprimentos normalizados para chavetas retangulares (L):

6 , 8 , 10 , 12 , 14 , 16 , 18 , 20 , 22 , 25 , 28 , 32 , 36 , 40 , 45 , 50 , 56 , 63 , 70 , 80 ,
90 , 100 , 110 , 125 , 140 , 160 , 180 , 200 , 220 , 250 , 280 , 320 , 360 , 400

Tabela 7.6: Dimensões principais para chavetas retangulares (em mm)

7 - 10
Figura 7.8: Tolerâncias para chavetas retangulares e entalhes

DIMENSÕES PARA UNIÕES ENTALHADAS

MÁQUINAS FERRAMENTA
DIN 5471 DIN 5472
DIN 5462 DIN 5463
SÉRIE LEVE SÉRIE MÉDIA centragem centragem
interna interna
4 entalhes 6 entalhes
Z d1 d2 b Z d1 d2 b d1 d2 b d1 d2 b
6 23 26 6 6 11 14 3 11 15 3 21 25 5
6 26 30 6 6 13 16 3.5 13 17 4 23 28 6
6 28 32 7 6 16 20 4 16 20 6 26 32 6
8 32 36 7 6 18 22 5 18 22 6 28 34 7
8 36 40 7 6 21 25 5 21 25 8 32 38 8
8 42 46 8 6 23 28 6 24 28 8 36 42 8
8 46 50 9 6 26 32 6 28 32 10 42 48 10
8 52 58 10 6 28 34 7 32 38 10 46 52 12
8 56 62 10 8 32 38 7 36 42 12 52 60 14
8 62 68 12 8 36 42 7 42 48 12 58 65 14
10 72 78 12 8 42 48 8 46 52 14 62 70 16
10 82 88 12 8 46 54 9 52 60 14 68 78 16
10 92 98 14 8 52 60 10 58 65 16 72 82 16
10 102 108 16 8 56 65 10 62 70 16 78 90 16
10 112 120 18 8 62 72 12 68 78 16 82 95 16
10 72 82 12 88 100 16
10 82 92 12 92 105 20
10 92 102 14 98 110 20
10 102 112 16 105 120 20
10 102 125 18 112 130 20

Tabela 7.8: dimensões normalizadas para as uniões entalhadas DIN 5462/63 e DIN 5471/72

7 - 11
PERFIL TRIANGULAR PERFIL EVOLVENTE
DIN 5481 DIN 5482
seção d1 d2 seção d1 d2
r Z  r Z m
d1 x d2 A11 a11 d1 x d2 H11 h11
7x8 6,9 8,1 3,75 28 15 x 12 12 14,5 6,4 8
8 x 10 8,1 10,1 4,5 28 17 x 14 14 16,5 7,7 9
10 x 23 10,1 12 5,5 30 18 x 15 15 17,5 8 10
1,6
12 x 25 12 14,2 6,5 31 20 x 17 17 19,5 9,6 12
15 x 28 14,9 17,2 8 32 22 x 19 19 21,5 10,4 13
17 x 20 17,3 20 9,25 33 25 x 22 22 24,5 11,2 14
21 x 24 20,8 23,9 11 34 28 x 25 25 27,5 26,25 15
60º
26 x 30 26,5 30 14 35 30 x 27 27 29,5 28 16
1,75
30 x 34 30,5 34 16 36 32 x 28 28 31,5 29,75 17
36 x 40 36 39,9 17 37 35 x 31 31 34,5 31,5 18
40 x 44 40 44 21 38 38 x 34 34 37,5 36,1 19
45 x 50 45 50 23,75 39 40 x 36 36 39,5 38 20 1,9
50 x 55 50 54,9 26,25 40 42 x 38 38 41,5 39,9 21
55 x 60 55 60 28,6 41 45 x 41 41 44,5 44 22
60 x 65 60 65 30,75 42 48 x 44 44 47,5 46 23
65 x 70 65 70 33,75 45 50 x 45 45 49,5 48 24
70 x 75 70 75 37,5 48 52 x 47 47 51,5 50 25 2,0
75 x 80 75 80 38,25 51 55 x 50 50 54,5 52 26
80 x 85 80 85 41,25 55 58 x 53 53 57,5 54 27
85 x 90 85 90 43,5 58 60 x 55 55 59,5 56 28
90 x 95 90 95 45,75 61 55º 62 x 57 57 61,5 60,9 29
95 x 100 95 100 48,75 65 65 x 60 60 65,3 63 30
100 x 105 100 105 51 68 68 x 62 62 67,3 65,1 31
102 x 110 105 110 53,25 71 70 x 64 64 69,3 67,2 32
110 x 115 110 115 56,25 75 72 x 66 66 71,3 69,3 33 2,1
115 x 120 115 120 58,5 78 75 x 69 69 74,3 73,5 34
120 x 125 120 125 60,75 81 78 x 72 72 77,3 74,3 35
80 x 74 74 79,3 75,6 36
82 x 76 76 81,3 83,25 37
85 x 79 79 84,3 85,5 38
88 x 82 82 87,3 87,75 39
90 x 84 84 89,3 90 40
2,25
92 x 85 86 91,3 92,25 41
95 x 89 89 94,3 94,5 42
98 x 92 92 97,3 96,75 43
100 x 94 94 99,3 99 44

Tabela 7.9: dimensões normalizadas para as uniões dentadas DIN 5481/82

7 - 12
7.5 Exemplos
7.5.1 Chaveta paralela
A polia de aço da figura deve ser fixada ao eixo por meio de uma chaveta DIN 6885. Considere
choques fortes e variação do torque aplicado conforme o gráfico abaixo. Determine as dimensões
da chaveta e o material a ser utilizado na sua fabricação .

SOLUÇÃO:
Na tabela 7.2, considerando choques fortes, carga II (variação no tempo sem troca de sentido), cubo
em aço e chaveta retangular obtém-se padm = 80 MPa.
Considera-se que a chaveta é dimensionada em função do máximo torque nominal. Pelo gráfico
esse valor é de T = 200 Nm. De acordo com a DIN 6885 para d=30 mm obtém-se b=8 mm, h=7 mm,
h1=4 mm e Lmin = 18 mm. O comprimento máximo da chaveta deverá ser menor que 52 mm pois
este é a largura do cubo considerando ainda o adoçamento do eixo.
Portanto, pelo critério de esmagamento:

2T 2T 2 . 200x103
≤ padm → L ≥ = = 43,96 mm
d 3 d 3 3
h L ( − h1 + h) padm h ( − h1 + h) 80. 7. (15 − 4 + 4 . 7)
2 4 2 4

e pela DIN 6885 normaliza-se com L=45 mm. Finalizando, a classe de resistência do aço da chaveta
é obtida pelo critério de cisalhamento:

2T 2 . 200x103
τadm ≥ = = 37,04 MPa
bLd 8 . 45 . 30

Da tabela 7.3 para carga II e τadm ≥ 37,04 MPa seleciona-se o aço classe 4.6 com τadm = 40 MPa.

7.5.2 Chaveta DIN 6888


A engrenagem da figura abaixo é fabricada em ferro fundido e deve ser fixada ao eixo de diâmetro
20 mm através de uma chaveta meia-lua DIN6888 classe 5.8 série A com L= 21,63 mm conforme o
desenho. A chaveta foi temperada. Determine o máximo torque em regime constante que a união
pode transmitir. Considere que a carga é aplicada de forma gradual e praticamente sem choques.

7 - 13
SOLUÇÃO:
Na tabela 7.5 para d=20 mm e L=21,63 mm obtém-se as demais dimensões constantes na figura
acima. Assim, na tabela 7.2 para cubo em ferro fundido, carga aproximadamente constante, choques
leves e chaveta meia lua obtém-se padm = 1,5x40 = 60 MPa.
Na tabela 7.3 para carga constante e aço 5.8 obtém-se τadm = 72 MPa. Assim, pelo critério de
esmagamento:

2T 1 1
≤ padm → T ≤ d (h − h1 ) L padm = 20. (9 − 6,6) . 21,63 . 60 = 31147,2 Nmm
d (h − h1 )L 2 2

e pelo critério de cisalhamento:

2T 1 1
τadm ≥ → T ≤ τadm b L d = . 60. 6. 21,63. 20 = 93441,6 Nmm
bLd 2 2

Comparando as soluções de ambos os critérios chegamos a um torque máximo de 31,15 Nmm .

7.5.3 Entalhes e dentados


As engrenagens de aço do eixo de transmissão a seguir são fixadas através das uniões indicadas.
Determine a distância L necessária para o ajuste DIN 5481. Considere choques fortes e carga III.

SOLUÇÃO:
Neste exercício despreza-se o atrito nos
rolamentos e, em consequência, ambas as
engrenagens transmitem exatamente o mesmo
torque. A análise da união da coroa permite
determinar qual o máximo torque que pode ser
transmitido ao eixo.
Dessa forma, na tabela 7.2 para cubo fabricado
em aço, carga alternada, choques fortes e união
ranhurada obtém-se padm = 35 MPa.
Da tabela 7.8 obtém-se Z=6, d1=36 mm e d2=42
mm. Para essa norma o raio médio e a altura de
contato h são calculados como:

d2 + d1 d2 − d1
r= = 19,5 mm e h = = 3 mm
4 2

7 - 14
Pelo critério de esmagamento:

4T 3 3
≤ padm → T ≤ h L Z r padm = 3 . 45 . 6 . 19,5 . 35 = 418618,75 Nmm
3h L Z r 4 4

Considera-se, então, que o comprimento L da união do pinhão deverá ser tal que permita transmitir
um torque máximo de 414,62 Nm. Da tabela 7.9 para DIN 5481 26x30 obtém-se d1=26,5 mm, d2=30
mm, r=14 mm e Z=35 entalhes. A altura de contato h é dada por:

d2 − d1
h= = 1,75 mm
2

Pelo critério de esmagamento:


4T 4 T 4 414618,75
≤ padm → L ≥ = = 18,42 mm
3h L Z r 3 h padm Z r 3 1,75 . 35 . 35 . 14

Pela norma DIN 3, obtém-se um comprimento normalizado mínimo L=20 mm

7.5.4 Entalhes e dentados


A engrenagem de aço da figura abaixo transmite uma potência de 52 kW@1180 rpm e é montada
no eixo através de um ajuste DIN 5462. O eixo foi projeto para ter um diâmetro de 34 mm. Selecione
o ajuste e calcule o comprimento L utilizando choques leves e carga III.

SOLUÇÃO:
Este exemplo ilustra a diferença entre diâmetro de projeto e diâmetro de usinagem. Uma vez que o
diâmetro de 34 mm é o diâmetro mínimo do eixo, se as ranhuras fossem obtidas pela retirada de
material a partir deste diâmetro haveria uma diminuição na resistência exigida do eixo.
Dessa forma, o critério de seleção na tabela 7.6 é que d1 ≥ 34 mm. Obtém-se, portanto, d1=36 mm,
d2 = 40 mm e Z=8. Na tabela 7.1 seleciona-se padm = 50 MPa. Para esta norma, a altura de contato
e o raio médio são calculados através de:

d2 + d1 d2 − d1
r= = 19 mm e h = = 2 mm
4 2

O torque transmitido entre eixo e cubo a 1180 rpm é calculado por:

60. P 60 . 52x103
T= = = 420,8 Nm
2πn 2π. 1180

Finalmente, pelo critério de esmagamento:

7 - 15
4T 4 T 4 420,8x103
≤ padm → L ≥ = = 36,9 mm
3h L Z r 3 h padm Z r 3 2,0 . 50 . 8 . 19

Normalizando pela DIN 3 obtém-se o comprimento mínimo L = 38mm

7.6 Pinos e cavilhas.

Este é um método bastante popular de união semi-permanente. Pinos são definidos como
elementos de máquinas normalizados fixados por ajuste deslizante. As cavilhas são fixadas por
ajuste sob pressão. Enquanto os pinos são elementos cilíndricos e lisos, as cavilhas podem ser
cilíndricas, cônicas, vazadas, lisas ou com entalhes laterais. As cavilhas cônicas usualmente têm
inclinação 1:50. A tabela abaixo ilustra os principais tipos de pinos e cavilhas normalizados.

Tipo Normas Características


pino cilíndrico
FORMA A: pino liso
FORMA B: com furos de trava
DIN 1433
DIN 6325 Ajuste deslizante permite desmontagens
ISO 2340 frequentes. Chanfrado a 300 facilita a
montagem. Podem ser utilizados como
pinos de guia em junções aparafusadas.

cavilha cônica lisa

Variações:
a) cavilha lisa com ponta roscada
b) com rosca ou sextavado interno
DIN 1
Destinada a uniões semi-permanentes.
ISO 2339 Montagem sob pressão (martelo ou
prensa). Permite a montagem da cavilha
diretamente no furo aberto por broca.

cavilha entalhada cilíndrica

Variação: cavilha entalhada cônica.

DIN 1472 De uso generalizado, podem ser


DIN 1473 utilizadas em altas rotações.
ISO 8740 Uso dos entalhes permite a utilização de
tolerâncias menos apertadas que no
caso das cavilhas cônicas sem entalhe.

TABELA 7.10: Principais tipos de pinos e cavilhas

De maneira geral, pinos e cavilhas formam uniões resistentes a vibração e são especificados
com base nas diferentes normas utilizadas. A principal vantagem do uso de cavilhas, particularmente
aquelas com entalhes, é poderem ser utilizadas diretamente no furo aberto por broca, sem um

7 - 16
controle dimensional muito rígido. Nesses casos a utilização de cavilhas entalhadas é especialmente
indicada pelo fato dos entalhes reduzirem a rigidez tangencial da cavilha, permitindo a inserção no
furo com esforços menores. Quanto mais entalhes, mais fácil é a inserção. As tabelas 7-11 e 7-12
indicam algumas dimensões normalizadas dos pinos e cavilhas com as respectivas tolerâncias.

CAVILHA CÔNICA COM OU SEM ENTALHES

DIÂMETRO NOMINAL d (mm)


0,6 0,8 1 1,2 1,6 2 2,5 3 4 5 6 8 10 12 16 20 25 32 40 50
L(mm) cmax (mm)
0,08 0,1 0,12 0,16 0,2 0,25 0,3 0,4 0,5 0,63 0,8 1 1,2 1,6 2 2,5 3 4 5 6,3
5
6
8
10
12
14
16
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
TABELA 7.11: Dimensões de cavilhas cônicas pela DIN 1. Tolerância de conicidade: ± 2%. Os
comprimentos comerciais estão compreendidos na faixa escura.

7 - 17
PINOS OU CAVILHAS CILÍNDRICAS COM OU SEM ENTALHES

DIÂMETRO NOMINAL d (mm)


0,6 0,8 1 1,2 1,6 2 2,5 3 4 5 6 8 10 12 16 20 25 32 40 50
L(mm) cmax (mm)
0,08 0,1 0,12 0,16 0,2 0,25 0,3 0,4 0,5 0,63 0,8 1 1,2 1,6 2 2,5 3 4 5 6,3
5
6
8
10
12
14
16
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180

TABELA 7.12: Dimensões de pinos cilíndricos DIN 1433 e de cavilhas cilíndricas


DIN 1. Os comprimentos comerciais estão compreendidos na faixa escura.

7.6.1 Chavetas redondas

Pinos e cavilhas podem ser utilizadas como elementos de ligação entre o cubo e eixo, de
modo a transmitir um torque T. A figura a seguir ilustra a ligação entre um eixo de diâmetro D e o
cubo de diâmetro De através de uma chaveta de diâmetro nominal d. No caso de chavetas redondas,
a pressão de contato não se distribui uniformemente ao longo das laterais da chaveta. A pressão
máxima acontece junto à interface do eixo com o cubo.
A principal vantagem nesse tipo de elemento de ligação é que a concentração de tensão
provocada pelos rasgos no eixo e no cubo é bem menor que no caso de chavetas retangulares ou

7 - 18
meia-lua. Outra vantagem é que o número de elementos utilizados não fica limitado ao máximo de
2, como no caso de chavetas DIN 6885, podendo ser utilizados até um máximo de 6 chavetas.

Figura 7.8: Solicitação de uma chaveta redonda ao cisalhamento e ao esmagamento

As proporções deste tipo de união não são normalizadas, como é o caso das chavetas DIN
6885 e 6888. Ao invés, são utilizadas proporções “comerciais” adotadas como regras de projeto pela
maioria dos desenhistas. Essas proporções constam da tabela 7.14.

a) Falha devida ao esmagamento do cubo ou do eixo:


Na transmissão de torque por um pino montado longitudinalmente no eixo, a distribuição da força
de contato na lateral do pino não é constante. Admitindo uma distribuição aproximada de
pressões na forma p(θ) = pmax cos θ para θ entre 0 e 𝜋⁄2 a figura 7.9 ilustra a distribuição dass
forças de contato nos dois lados da chaveta

Figura 7.9: distribuição da pressão de contato em um pino ou cavilha cilíndrica utilizado como
elemento de ligação entre cubo e eixo

Equacionando a força de contato resultante em termos da distribuição de pressão obtém-se:


π⁄ π⁄
2 2 d
FC = ∫ p(θ) L rdθ = ∫ pmax cos θ L rdθ → FC = pmax L
0 0 2

e, portanto, o torque transferido entre o eixo e o cubo é dado por:

D d d D d 4T
T = FC ( + ) = pmax L ( + ) → pmax = ≤ padm (7.11)
2 4 2 2 4 d
L d (D + 2)

b) Falha devida ao cisalhamento do pino:


No caso de ruptura por cisalhamento puro, a força Q da figura 7.8 atua, por definição, na interface
entre o eixo e o cubo. Para este modo de falha pode-se utilizar, portanto, a mesma equação
empregada no cálculo de chavetas retangulares:

7 - 19
D Q 2T
T = Q. → τ= = ≤ τadm (7.12)
2 dL dDL

7.6.2 Pinos e cavilhas montados radialmente

A figura 7.10 ilustra uma união cubo-eixo através de um pino posicionado radialmente em
relação ao eixo e solicitado pelo momento torçor T. O pino é mantido no lugar através de dois anéis
(por exemplo DIN 471) ou contra-pinos. Em uma montagem alternativa, podem ainda ser utilizadas
cavilhas cilíndricas ou cônicas ranhuradas, o que elimina a necessidade dos anéis ou contra-pinos
mas gera esforços de desbalanceamento em altas rotações devido à dificuldade em posicionar a
cavilha radialmente.
Na figura estão representadas também as distribuições aproximadas da pressão de contato
ao longo da direção axial do pino devida ao torque T, onde pmax,e representa a pressão exercida
contra o pino pelo eixo e pmax,c é a pressão exercida pelo cubo. Uma vez que estes valores podem
ser distintos, é necessário verificar o esmagamento no eixo e no cubo separadamente.

Figura 7.10: montagem de eixo e cubo por pino ou cavilha radial submetido ao torque T

Os modos de falha prováveis para os pinos e cavilhas radiais transmitindo um torque T são:
esmagamento do cubo, esmagamento do eixo e cisalhamento do pino.

a) Cisalhamento do pino: considera-se as tensões médias de cisalhamento na área transversal


do pino e a força cortante distribuída igualmente (caso de cisalhamento duplo). Nesse caso
a tensão média de cisalhamento é dada por:

4T
τ̅ = ≤ τadm (7.13)
π D d2

b) Esmagamento do cubo: nesse caso, Niemann (1956) recomenda que a pressão exercida ao
longo do furo no cubo seja admitida constante ao longo da direção axial do pino. A pressão
máxima exercida pelo pino na área lateral do furo é dada por:

16 T
pmax,c = ≤ padm (7.14)
π d (De − D) (De + D)

7 - 20
c) Esmagamento do eixo: admitindo uma variação linear da pressão ao longo da direção axial
do pino, consistente com as hipóteses cinemáticas de torção de seções circulares, tem-se:

24 T
pmax = ≤ padm (7.15)
π d D2

O critério de esmagamento do eixo deve ser utilizado com


cuidado para evitar superdimensionamento pois, nos casos de
pinos montados com folga, existe espaço radial para uma
pequena flexão do pino. Essa flexão tende a diminuir a pressão
máxima na equação 7.15, distribuindo a pressão de forma mais
homogênea ao longo da direção axial.

A figura 7.11 ilustra a utilização de um pino ou cavilha em uma união cubo-eixo solicitada por
carregamento axial. Nesse caso admite-se que as pressões de contato no eixo e no cubo estão
distribuídas de modo uniforme ao longo da direção axial do pino.

Figura 7.11: montagem de eixo e cubo por pino ou cavilha radial submetido à força axial F

Os modos de falha para este tipo de solicitação são os mesmos da solicitação torcional.
Entretanto, se a montagem for feita através de pino cilíndrico com ajuste folgado no cubo ou no eixo,
há de se considerar também a hipótese de flexão do pino.

4F
a) Esmagamento do cubo: pmax = ≤ padm (7.16)
π d (De − D)

4F
b) Esmagamento do eixo: pmax = ≤ padm (7.17)
πdD
2F
c) Cisalhamento do pino: τ̅ = ≤ τadm (7.18)
π d2
4 F De
d) Flexão (pinos com folga): σf = ≤ σadm (7.19)
π d4

7.6.3 Pinos e cavilhas sob carregamento combinado de flexão e cisalhamento

A figura abaixo ilustra a aplicação de um pino ou cavilha sob a ação de uma força excêntrica
F. Nessa situação os critérios de falha utilizados na prática envolvem a flexão do pino e o
esmagamento da peça de suporte.

7 - 21
Figura 7.12: montagem de um pino ou cavilha sob efeito de um carregamento excêntrico F

4 F (1 + 1,5 h/s)
a) Esmagamento junto à placa de suporte: pmax = pf + pc = d .s
≤ padm (7.20)

32 F h
b) Flexão do pino junto à placa de suporte: σf = π d3 ≤ σadm (7.21)

Os valores de padm, τadm e σadm para os diversos tipos de solicitação e regime de


carregamento encontram-se na tabela 7.13. Ressalta-se que estes valores não são válidos para o
caso de pinos girantes. Para esses casos deve-se consultar o capítulo referente aos mancais de
deslizamento. Em sequência, a tabela 7.14 apresenta as proporções comerciais recomendadas por
Niemann (1956) para a utilização de uniões cubo-eixo através de pinos e cavilhas.

σadm (MPa) τadm (MPa) padm (MPa)


Elemento
carga aço: classe aço: classe classe de resistência
e ajuste FoFo AL
4.6 5.8 6.8 8.8 4.6 5.8 6.8 8.8 4.6 5.8 6.8 8.8
I 100 125 155 180 54 72 87 102 30 30 38 48 20 30
pinos lisos II 66 96 114 134 40 52 64 74 24 24 30 35 16 24
III 33 48 57 67 20 26 32 37 12 12 15 19 8 12
I 83 105 128 150 54 72 87 102 98 104 110 116 68 98
cavilhas
II 56 80 96 112 40 52 64 74 72 100 102 110 52 72
lisas
III 28 40 48 56 20 26 32 37 36 50 70 84 26 36
I 70 87 105 125 45 60 72 85 69 73 77 82 48 69
cavilhas
II 48 68 80 92 34 44 52 60 52 70 70 70 34 52
entalhadas
III 24 34 40 48 17 22 26 30 26 35 46 46 17 26

TABELA 7.13: valores limites de σadm , τadm e padm para pinos e cavilhas. Fonte: autores

PINOS COM MONTAGEM RADIAL


CHAVETAS REDONDAS
TORÇÃO AXIAL

d/D 0,13 a 0,16 d/D 0,2 a 0,3 d/D 0,6 a 0,7


L/d 6 a 11,2 De/D 2 (aço) e 2,5 (FoFo) De/D 1,6 a 2,0

TABELA 7.14: proporções recomendadas para as diversas uniões por pinos e cavilhas. Fonte:
Niemann (1956)

7 - 22
7.7 Uniões por atrito: ponta cônica e cubos bipartidos

A figura 7.12 ilustra uma união por ponta cônica típica. Este tipo de união é utilizado
principalmente em conjuntos que requerem uma desmontagem rápida do cubo, como é o caso de
mandris de máquinas-ferramenta, hélices de navios e buchas cônicas de rolamentos. Além disso, a
concentração de tensão no eixo é menor que nos casos de interferência, chavetas e ranhuras.

Figura 7.12: Geometria de uma união cônica por atrito

Em uma união por ponta cônica, a força de atrito entre as superfícies é causada pelo efeito
de cunha obtido pela aplicação de uma certa força axial FA. Geralmente se utilizam elementos
roscados, de maneira que a força de aperto do parafuso é transferida para o cubo. Para eixos de
diâmetro até 25mm, a utilização de porcas padronizadas é preferida mas, para diâmetros maiores,
porcas especiais são geralmente fabricadas.
O ângulo de conicidade α, é escolhido de acordo com a aplicação específica de acordo com
a tabela 7.15. Dessa forma, a força axial FA necessária para transmitir um torque T é dada por:

2 T k sen(α + φ)
FA ≥ (7.22)
d μ

onde d é o diâmetro médio do cone, k é um coeficiente de segurança e μ = tg(φ) é o coeficiente de


atrito. Na falta de dados experimentais, o coeficiente de atrito μ pode ser obtido no capítulo para
uniões por interferência para ajuste prensado e k=2. A utilização de um coeficiente de segurança se
justifica na equação 7.34 pois a pressão na interface entre cubo e eixo não é constante e a aplicação
da força axial através do rosqueamento da porca produz resultados imprecisos mesmo com a
utilização de torquímetros digitais devido à variação do coeficiente de atrito.
Valore limites para a força axial podem ser obtidos através da força de ensaio da norma
ABNT1088 tomando-se o cuidado de levar em conta reduções porque roscas usinadas tem
resistência menor que as obtidas por rolagem.

(d2 − d1 )
tg(α) = Aplicações
2L
1:10 - cubos facilmente desmontáveis
- cubos (caso geral)
1:20
- buchas reajustáveis
- buchas cônicas
1:24
- mancais de deslizamento
1:30 - hélices e rotores
- cone métrico
1:40
- cone morse (DIN 233)

Tabela 7.15: ângulo do cone de atrito em função da aplicabilidade

7 - 23
A figura 5 mostra um tipo de união por atrito que utiliza cubo bipartido. Nesse caso a força
de compressão entre as superfícies em contato é dada pela força FAP dos parafusos ou através de
pinos montados por dilatação térmica. Admite-se que os parafusos podem ser apertados até que a
folga inicial Δr seja eliminada pois, a partir do ponto que as metades do cubo entram em contato,
quase não há acréscimo na força de compressão no eixo.

Figura 7.12: esforços atuando em um cubo bipartido

Considera-se um cubo apertado por n parafusos. A pressão máxima na interface entre o cubo
e o eixo é calculada por:

4 n FAP
pmax = (7.23)
πdL

e a relação entre a força de aperto e o torque transmitido é dada por:

1
T≤ πμdnFAP (7.24)
2

onde d é o diâmetro do eixo, μ é o coeficiente de atrito, n é o número de parafuso e FAP é a força de


aperto nos parafusos. Niemann (1956) recomenda que a pressão máxima fique entre 30 MPa e 50
MPa para cubos de ferro fundido e entre 50 MPa e 90 MPa para cubos de aço. Na ausência de
dados experimentais, μ pode ser obtido na tabela 7.9 referente ao ajuste por dilatação térmica.
A utilização deste tipo de união, embora bastante comum, não deve ser empregada quando
o torque transmitido T for sujeito a choques ou quando o conjunto cubo/eixo for sujeito a variações
de temperatura que podem causar afrouxamento dos parafusos.

7.7 Exemplos
7.7.1 Análise de uma união por pino montado radialmente
Determinar o máximo torque que a polia de alumínio da figura é
capaz de transmitir para o eixo através do pino DIN 1433 de
diâmetro 8mm e classe 4.6. Considere carga II e eixo em aço
classe 5.8.

SOLUÇÃO:
A partir da tabela 7.13 obtém-se os seguintes dados:

- tensão de escoamento admissível para o pino: τadm = 40 MPa


- pressão de contato admissível para o cubo: padm, c = 24 MPa
- pressão de contato admissível para o eixo: padm, e = 24 MPa

7 - 24
Utilizando as equações 7.13 a 7.15 com De= 60 mm , D= 40 mm e d= 8 mm obtém-se:

a) cisalhamento do pino ou cavilha:

1 π. 40 . 82 . 40
T≤ π D d2 τadm = = 80424,8 Nmm
4 4

b) esmagamento do cubo:

π d (De − D) (De + D) padm π . 8 . (60 − 40) (60 + 40). 24


T≤ = = 75398,2 Nmm
16 16

c) esmagamento do eixo:
1 π . 8 . 402 . 24
T≤ π d D2 padm = = 40212,4 Nmm
24 24

Comparando os três critérios, obtém-se, aproximadamente, Tmax = 40,2 Nm

7.7.2 Projeto de uma união por chaveta redonda


A figura abaixo ilustra uma união cubo-eixo através de três pinos DIN 1433 classe 5.8 montados
axialmente em um eixo de diâmetro 36mm. Pede-se determinar as dimensões dos pinos de ligação
necessários para a transmissão de um torque alternado de 60 Nm.

SOLUÇÃO:
Considera-se o torque dividido igualmente entre os três pinos e, dessa forma, cada pino é
responsável por transmitir um torque alternado de 20 Nm. Pela tabela 7.14, para um eixo de diâmetro
36 mm, o diâmetro dos pinos de ligação varia entre 4,68 mm e 5,76 mm. Adota-se, portanto, um
diâmetro normalizado d = 5 mm. Pela tabela 7.13 para pino classe 5.8 montado em ajuste deslizante
sob carga alternada obtém-se padm = 12 MPa e τadm = 26 MPa.
Pelo critério de esmagamento, equação 7.11:

4T 4T 4 . 20x103
≤ padm → L ≥ = = 34,6 mm
d d 5
L d (D + ) padm d (D + ) 12 . 5 . (36 + )
2 2 2

e pelo critério de cisalhamento, equação 7.12:

2T 2T 2 . 20x103
≤ τadm → L ≥ = = 8,55 mm
dDL d D τadm 5 . 36 . 26

Finalmente, pela tabela 7.12 com d =5 mm adota-se um comprimento L = 35 mm.

7 - 25
7.7.3 Projeto de uma união cubo eixo usando cavilhas
A polia de alumínio da figura é montada no
eixo de aço 5.8 através de 4 cavilhas ISO
2339 classe 4.6 sem estrias e dispostas
radialmente. A montagem da cavilha se faz
pelo aperto das porcas diretamente no cubo
A polia deve, como premissa de projeto,
transmitir um torque máximo de 150 Nm.
Admite-se o torque como aproximadamente
constante. Pede-se determinar o diâmetro
dos pinos de ligação.

SOLUÇÃO:
Considera-se que o momento torçor de 150 Nm é dividido igualmente entre todas as cavilhas, de
forma que cada cavilha é responsável pela transmissão de um torque de 37,5 Nm. Assim, a força
tangencial F que solicita cada cavilha é calculada como:

2. T T 2 . 37,5x103
F= → F= = = 694,4 N
D 2D 108

Uma vez que a força F é excêntrica em relação à cavilha,


os critérios de projeto a considerar são o esmagamento da
placa de suporte e a flexão da cavilha. A força F atua na
metade da altura da cavilha, conforme se verifica pelo
desenho.
Pela tabela 7.13 com chaveta lisa classe 4.6 e cubo em
aço 5.8 obtém-se, para carregamento tipo I, padm = 104
MPa e σadm = 105 MPa.

Utilizando em seguida as equações 7.20 e 7.21 com h= 22 mm e s= 26mm:

a) esmagamento do cubo:
4 F (1 + 1,5 h/s) 4 F (1 + 1,5 h/s) 4 . 694,4 . (1 + 1,5 . 22/26)
≤ padm → d ≥ = = 2,05 mm
d s s . padm 24 . 104

b) flexão da cavilha:
32 F h 3 32 F h 3 32 . 694,4 . 22
≤ σ adm → d ≥ √ = √ = 11,4 mm
π d3 π σadm π . 105

Para um comprimento nominal da cavilha L = 22+44 = 70 mm, os diâmetros normalizados de acordo


com a tabela 7.11 variam de 5 mm a 40 mm. Seleciona-se, portanto, um diâmetro d = 12 mm.

7.7.4 Projeto de uma união por ponta cônica

O cubo da hélice de bronze da figura a seguir é fixado ao eixo de aço classe 6.8 através de uma
ponta cônica de comprimento L= 46 mm. A força axial é dada pelo aperto de uma porca M16x1,5
(passo fino). O coeficiente de atrito aço/bronze é de 0,07. Pede-se determinar o máximo torque que
pode ser transmitido à hélice sem provocar deslizamento da união e o torque de aperto na montagem
da porca utilizando um coeficiente k = 2. Considere que o parafuso é apertado até 40% da força de
ensaio definida pela NBR 8855.

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SOLUÇÃO:
Da tabela 7.15, para a fixação da hélice será utilizado um eixo de
conicidade 1:30. Dessa forma, o diâmetro d1 do eixo é calculado
através de:
1
d1 = d2 − 2L. tg(α) = 28 − 2.46. = 24,93 mm
30

e, portanto, o diâmetro médio do cone é dado por:

d2 + d1 28 + 24,93
d= = = 24,47mm
2 2

Do capítulo 4, para parafuso M16x1,5 classe 6.8, a força de ensaio


pela NBR 8855 é de 100kN.
Pela equação 7.22:

d2 − d1 1
φ = tg −1 μ = 40 e α = tg −1 ( ) = tg −1 ( ) = 1,910
2L 30

2 T k sen(α + φ) FA d μ (0,40 . 100x103 ). 24,27 . 0,07


FA ≥ →T≤ = = 165x103 Nmm
d μ 2 k sen(α + φ) 2 . 2 . sen(1,910 + 40 )

O torque de aperto pode ser calculado por:

TAP = 0,20 FAP d = 0,20 . (0,40 . 100x103 ) . 16 = 128x103 Nmm = 128 Nm

7.8 Exercícios propostos


7.8.1 Projeto da união entre uma alavanca e o eixo
A alavanca de ferro fundido da figura abaixo deve ser fixada em um eixo de aço classe 8.8 para a
transmissão dos esforços mostrados no desenho. Considere carregamento alternado e choques
leves. Determine a distância L mínima que deve ser considerada para o desenho da alavanca
considerando:

a) chaveta DIN 6885 classe 4.8 temperada


b) união dentada DIN 5472
c) união ranhurada DIN 5481

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7.8.2 Análise e projeto de uniões chavetadas

a) Um eixo de aço com 25mm deve ser fixado a um cubo de engrenagem de ferro fundido por
meio de uma chaveta paralela. Considere choques fortes e carga II. Selecionar a chaveta
para um torque de 200Nm.

b) Um cubo de aço com furo de 70mm e largura de 150mm deve ser fixado a um eixo de aço
por meio de chaveta paralela. Considere choques leves e carga II. Selecionar a chaveta para
um torque de 300 Nm. Qual o máximo torque que o sistema é capaz de transmitir ?

c) Deseja-se transmitir uma potência de 10cv a um eixo que gira a 400rpm por meio de chaveta
paralela de aço, classe 5.8. O cubo é de aço, com comprimento L=2d. Considere carga III,
choques fortes. Qual o diâmetro d mais adequado e quais as dimensões da chaveta ?

7.8.3 Projeto das uniões cubo-eixo de um redutor de engrenagens


O sistema de engrenagens abaixo foi dimensionado para a transmissão de um torque de entrada
T=120 Nm. Como parte final do projeto deve-se especificar as uniões cubo-eixo para os eixos e1 a
e3. As engrenagens A e B são fabricadas em ferro fundido com ZA=23 e ZB=68. As engrenagens C
e D possuem ZC=25, ZD=60 e são fabricadas em aço.
Admite-se ηROL=0,99, ηENG=0,97, choques leves e carga III. Os diâmetros dos eixos indicados
referem-se aos diâmetros de projeto. Considere os seguintes dados adicionais:

a) engrenagem A: chaveta DIN 6885


b) engrenagens B e C: chavetas DIN 6885 temperadas
c) engrenagem D: união entalhada DIN 5463

7.8.6 União cubo-eixo através de ponta-cônica


A figura abaixo ilustra a união do eixo com uma polia de alumínio através de uma ponta cônica e 6
parafusos M10x1,25 classe 4.8. Os parafusos foram apertados com um torque de aperto de 15 Nm.
A parte cônica do eixo tem diâmetro médio de 50 mm e conicidade 1:20. Considere k=2. Pede-se
determinar a máxima potência que pode ser transmitida ao eixo sabendo-se que a rotação da polia
é de 1200 rpm.

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7.8.4 União cubo-eixo através de pinos DIN 1433
A figura abaixo ilustra a união do cubo de uma engrenagem
através de 6 pinos DIN 1433 classe 4.6 montados por
ajustes deslizantes. Pede-se determinar o diâmetro dos
pinos de ligação sabendo que a engrenagens deve, como
premissa de projeto, transmitir um torque de 160 Nm.
Considere choques leves e carga II. A engrenagem e o eixo
são fabricados em aço 6.8.

7.8.5 União cubo-eixo através de cavilhas cilíndricas


A figura abaixo ilustra a união do cubo de uma engrenagem
através de uma cavilha cilíndrica entalhada DIN 1472 classe
6.8. Pede-se determinar o diâmetro nominal da cavilha de
ligação para a transmissão um torque de 90 Nm. Considere
choques leves e carga III. A engrenagem e o eixo são
fabricados em aço 8.8.

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