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EXP.

4 – VARIADOR DE FREQUÊNCIA

4.1 - Apresentação

Esta experiência será feita numa bancada que ficou pronta em Julho de 1999 e foi
projetada e montada por um grupo de alunos que cursou a disciplina no primeiro semes-
tre de 1998. Agradecemos aos ex-alunos: Alexandre Martins Sousa (Mecânica – Au-
tomobilística), Fernando Augusto Callado (Mecânica – Produção) e Marcelo Dietrich
Martini (Mecânica - Produção), formados em Julho/2000, que deixaram esta contribui-
ção para o curso, de grande valor didático. Agradecemos também a Newtronic que do-
ou o variador de freqüência e a Mark que fez a doação da bomba utilizada. A fábrica da
Mark foi adquirida pela Grundfos, atual Grundfos-Mark.

O variador de freqüência é um equipamento eletrônico que está instalado entre a


rede e o motor elétrico da bomba. Sabemos que a freqüência da rede é de 60Hz e sendo
o motor de 2 pólos, teremos uma rotação de 3600rpm que com o escorregamento cairá
para um valor em torno de 3500rpm. Através deste equipamento poderemos, por inter-
médio de um potenciômetro, alterar a freqüência, diminuindo-a, e com isto diminuir
também a rotação da bomba, alterando a sua curva característica e diminuindo a vazão
recalcada pela mesma. Esta forma de alteração de vazão permite uma economia de po-
tência consumida pela bomba em relação à alteração de vazão provocada pelo fecha-
mento de válvula e é muito utilizada quando a bomba tem que atender a uma faixa de
vazões.

Fig. 4.1

Na Fig.4.1 podemos observar parcialmente a bancada. Numa caixa foram coloca-


dos o variador de freqüência e os manômetros que medem as pressões na entrada e na
saída da bomba. A bomba centrífuga radial é a DBC – 105mm / 3500rpm da MARK,
cuja curva de rendimento foi retirada do catálogo do fabricante e fornecida na Fig. 4.2.

______________________________________________________________________________ 4.1
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Curva de Rendimento - DBC/MARK

80,0

70,0

Rendimento (%) 60,0

50,0

40,0

30,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0
Q (m3/h)

Fig. 4.2

4.2 - Objetivo da Experiência

Nesta experiência serão levantadas duas curvas de carga manométrica em função


da vazão, uma para a freqüência de 60Hz (f1), curva B1, ( HB1  f (Q1 ) ), que seria a fre-
quência que aconteceria se o motor fosse ligado diretamente na rede, sem o uso do va-
riador de frequência e outra para uma freqüência menor que 60Hz (curva B2) que será
determinada pelo professor, f2 Hz ( HB2  f (Q2 ) ), acionando o variador.

Com a válvula globo, localizada logo depois da saída da bomba, totalmente aber-
ta, obviamente, a vazão que será conseguida pela bomba B1 (60Hz) será maior do que a
conseguida com a bomba B2 (f2 Hz) nas mesmas condições, ou seja, válvula totalmente
aberta. Chamando a vazão máxima recalcada pela bomba B2 de Q2máx, este valor de
vazão, menor do que Q1máx, poderia também ser conseguido pela bomba B1, entretan-
to, para que isto aconteça teremos que fechar parcialmente a válvula globo, sem usar o
variador de frequência..

O objetivo desta experiência, que poderá ser acompanhado na Fig. 4.3 abaixo, se-
rá calcular a potência NB destas duas bombas na mesma vazão, no caso Q2máx, compa-
rando a potência exigida do motor elétrico quando esta vazão é conseguida com a válvu-
la totalmente aberta, utilizando o variador de freqüência para diminuir a rotação (B2 –
ponto F), com a potência exigida quando esta mesma vazão é conseguida com o fecha-
mento parcial da válvula, sem o uso do variador de freqüência (B1 – ponto G). Resumin-
do, calcular e comparar as potências dos pontos F e G, NBF e NBG, respectivamente.

______________________________________________________________________________ 4.2
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HB

G
CCB B1 (60 Hz)

CCB B2 (f2 Hz)

Q
Q2máx Q1máx

Fig. 4.3

Nesta comparação verificaremos que a potência do ponto F (NBF), utilizando o va-


riador de freqüência, será menor do que a potência do ponto G (NBG), conseguida com o
fechamento da válvula, pois, sendo o mesmo fluido e a mesma vazão, sem levar em
consideração a alteração do rendimento, a carga do ponto G é bem maior do que a car-
ga do ponto F.

Calculando percentualmente a diminuição de potência necessária com o uso do


variador de freqüência, em relação ao fechamento de válvula, poderemos comprovar a
vantagem da utilização industrial deste equipamento.

Fig. 4.4

4.3 – Operação do Variador de Freqüência

Para iniciar o ensaio abra totalmente a válvula globo localizada logo após a saída
da bomba. Em seguida, acione o botão verde da botoeira (Fig. 4.4), ligando o variador
de frequência.

______________________________________________________________________________ 4.3
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Fig. 4.5 Fig. 4.6

O Variador vai mostrar no visor uma freqüência de 60Hz (Fig. 4.5). Nesta fre-
qüência o grupo poderá fazer o levantamento de dados para conseguir a curva da bomba
B1 ( HB1  f (Q1 ) ). Para tanto, deverá apertar a tecla “RUN” (verde) do Variador, acio-
nando a bomba.

Em seguida, através do potenciômetro, como mostra a Fig. 4.6, regular para a


freqüência f2 , indicada pelo professor e neste outro valor o grupo poderá fazer um novo
levantamento de dados para conseguir a curva da B2 ( HB2  f (Q2 ) ). Quando o levanta-
mento de dados desta experiência for encerrado, para desligar o equipamento deverá
ser pressionada a tecla “STOP” (vermelha) do Variador e em seguida deverá ser pressi-
onado o botão vermelho da botoeira liga/desliga (Fig. 4.4).

4.4 - Cálculo das Grandezas Envolvidas

Antes de iniciar a comparação das potências teremos que levantar as duas curvas
características, HB1  f (Q1 ) e HB2  f (Q2 ) . Convém ressaltar que nesta experiência não
utilizaremos a correção de rotação. Muito embora aconteça o escorregamento, mesmo
com o uso do variador de freqüência, vamos considerar as rotações síncronas, pois não
faremos comparações com a curva fornecida pelo fabricante.

4.4.1 – Rotações

Sabendo que: rotação (n) = 120 x freqüência (f) / nº pólos (p)

B1 => f1 = 60 Hz => n1 = (120 . 60)/2 = “3600” rpm

B2 => f2 = f2 Hz => n2 = (120 . f2)/2 = “n2” rpm

O cálculo da rotação n2 deverá ser feito no relatório, pois o valor da segunda fre-
qüência será fornecido durante o levantamento de dados.

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4.4.2 - Vazão Q

A vazão será obtida diretamente no rotâmetro, que pode ser visualizado na Fig.
4.7.

Fig. 4.7

O rotâmetro é um medidor de vazão que opera com um flutuante. No rotâmetro


instalado na tubulação de recalque, o fluido é obrigado a passar por uma placa de orifí-
cio. A parte de baixo do visor transparente é ligada na tubulação antes da placa de orifí-
cio, enquanto a parte de cima é ligada após a placa de orifício. Esta placa de orifício pro-
voca uma diferença de pressão e pelas forças envolvidas o flutuante sobe, indicando a
vazão que está passando na tubulação.

A indicação da vazão é feita pelo alinhamento da parte superior do flutuante com


uma régua graduada. No caso do rotâmetro do Laboratório a vazão foi calibrada em
m3/h.

4.4.3 - Carga Manométrica - HB

Aplicando a equação da energia de (e) a (s); vide Fig(s) 4.8 e 4.9, observe que o
manômetro de entrada está alinhado (~) com a seção de entrada e o manômetro de sa-
ída está alinhado (~) com a seção de saída, portanto, as leituras dos manômetros cor-
respondem diretamente às pressões das seções.

______________________________________________________________________________ 4.5
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Fig. 4.8 Fig. 4.9

Sendo assim: He  HB  Hs

2 2
ve p v p
 e  z e  HB  s  s  z s
2g  2g 

2 2
ps  pe v  ve
HB   s  z  z  15,5cm
 2g

Para calcular as velocidades podemos utilizar a vazão que já foi levantada:

4.Q
Q=v.A v 
.D2

onde (e) sucção  De  52,5mm ( 2” nom )


(s) recalque  Ds  40,9mm (1 ½” nom )

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4.5 – Tabela para anotação dos dados

Exp. 4 Variador de Frequência


f1 =60Hz – 3600rpm f2 =___Hz – ______rpm
ensaios Q pe ps Q pe ps
Unid.

4.6 – Relatório e Comparação Final

Com os valores levantados da tabela da página anterior, construir uma tabela, ti-
po “desenvolvimento”, para calcular os valores necessários para o relatório, referente ao
levantamento das duas curvas, contendo:

...Q / v s / v e /ps /pe / z /HB /...

... por exemplo, para facilitar os cálculos e também a correção do relatório.

4.6.1 – Comparação das Potências

Levantadas as curvas das duas bombas poderá ser feita a comparação solicitada
no item 4.2. Observe na Fig. 4.10 os dados que deverão ser retirados das curvas.

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HB

HBG G
CCB B1 (60 Hz)

CCB B2 (f2 Hz)


HBF
F
(QF = QG = Q2máx)

Q
QF = Q G

Fig. 4.10

Potência do ponto G : NBG:

 .QG .HBG
NBG 
BG

O rendimento do ponto G da bomba B1 poderá ser retirado do gráfico da Fig. 4.2,


do catálogo do fabricante, fornecido para uma rotação de 3500. Note que apesar de es-
tarmos considerando a rotação desta bomba igual a 3600rpm, sabemos que acontece
um escorregamento e na realidade a rotação real está em torno dos 3500rpm, portanto,
o erro cometido ao considerar este rendimento será desprezível.

Potência do ponto F : NBF:

 .QF .HBF
NBF 
BF

O rendimento do ponto F da bomba B2 não poderá ser retirado do mesmo gráfico,


já que a rotação é bem menor, entretanto, lembrando que as bombas B1 e B2 são geo-
metricamente semelhantes, só acontecendo uma alteração de rotação, podemos utilizar
as leis da semelhança para conseguir este rendimento, localizando na curva da bomba
B1 o ponto completamente semelhante ao ponto F da bomba B2.

Assim:
Q1 Q2
1  2    D1  D2
n1D13 n2D23

n 3600
 Q1  Q2. 1  Q2.  n2  (item 4.4.1)
n2 n2

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Com a equação acima, utilizando o valor da rotação da bomba B2, também obtido
sem correção, o que pode compensar algum erro cometido já que as duas rotações da
equação acima não foram corrigidas, podemos obter a vazão (Q1) do ponto da bomba B1
completamente semelhante ao ponto F da bomba B2. Com esta vazão podemos retirar
da curva da Fig. 4.2 o rendimento do ponto F.
Calculadas as duas potências, podemos determinar percentualmente a economia
de potência quando usamos o Variador de Freqüência, em relação ao fechamento de
válvula na obtenção da mesma vazão.

(%)  NBG  NBF x100


NBG

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Alunos que construíram a bancada: Alexandre, Fernando e Marcelo

Novembro/1999

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