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EXP.

3 - LEVANTAMENTO DE CURVA CARACTERÍSTICA


COM CORREÇÃO DE ROTAÇÃO - BOMBA IMBIL

3.1 - Apresentação

Esta experiência será realizada na bancada dupla. Esta bancada pode operar com
duas bombas centrífugas radiais, INI - BLOC – 32-125 da IMBIL. A construção é do
tipo monobloco, ou seja, um flange especial liga a bomba diretamente ao motor elétrico,
não existindo o acoplamento. A fixação normalmente é feita pela base do motor elétrico,
mas no caso desta, também pela carcaça da bomba (Fig. 3.1).
Esta bomba também é construída no sistema BACK-PULL-OUT (Fig. 3.2), com des-
montagem pela parte traseira, como a bomba utilizada na desmontagem, mesmo sendo
do tipo monobloco.

Fig. 3.1

Esta bomba é comercializada com rotores de 108 mm (mínimo), até 139 mm


(máximo) de diâmetro. As bombas utilizadas na nossa bancada foram doadas pelo fabri-
cante utilizando o rotor máximo, ou seja, 139 mm. Estão acopladas a motores de dois
pólos, com 3500 rpm de rotação normal, com 6 CV de potência nominal. Na Fig. 3.3
uma das bombas já instalada no LAB.

Fig. 3.2
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Fig. 3.3

3.1.1 – Mais informações sobre a bomba

A bomba INI – BLOC da IMBIL é indicada para os segmentos de abastecimento em


geral, irrigação, instalações prediais, ar condicionado, serviços de refrigeração, indús-
trias em geral, saneamento, indústrias químicas e petroquímicas, refinarias. Papel e ce-
lulose, têxteis, alimentícias, usinas de açúcar e álcool e destilarias. A linha proporciona
vazões até 700m3/h e cargas manométricas até 200 m, para fluidos com temperaturas
até 350º C.

Observe na fig. 3.4 o gráfico utilizado pelo fabricante para mostrar as faixas de car-
gas manométricas e vazões atendidas por este tipo de bomba. Este gráfico recebe diver-
sos nomes: diagrama de tijolos; campo de aplicação; diagrama de pré-seleção; gráfico
para seleção, ou carta de aplicação, como é utilizada no catálogo da IMBIL.

______________________________________________________________________________ 3.2
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Fig. 3.4

3.1.2 - Sobre a rotação

Se o motor da bomba utilizada é de dois pólos, podemos calcular a rotação da se-


guinte forma:

120.f 120.60
n   3600rpm (f = freqüência =60 Hz; p = número de pólos).
p 2

No entanto, devido ao escorregamento, a rotação diminui. Como a rotação cai pa-


ra um valor em torno de 3500 rpm, os fabricantes resolveram adotar este valor como
padrão, ou rotação normal ( nn ).Da mesma forma se o motor é de quatro pólos (60 Hz –
1800 rpm) as rotações são corrigidas para a rotação normal ( nn ) de 1750 rpm.
Durante o ensaio de uma bomba, à medida que a vazão vai sendo alterada, temos
uma variação de carga e conseqüentemente de rotação. No ensaio feito por um fabrican-
te, para cada vazão é anotada a rotação correspondente com o auxílio de um tacômetro.
A carga manométrica é calculada e utilizando as leis da semelhança, os valores de carga
e de vazão são corrigidos para 3500 rpm. Estes valores são utilizados para o levanta-
mento das curvas características. Observe na Fig. 3.5 as curvas fornecidas no catálogo,
enquanto que nas Fig(s). 3.7 e 3.6, temos os dados levantados pelo fabricante para uma
das bombas doadas, mostrando as correções da rotação e a CCB principal levantada.

______________________________________________________________________________ 3.3
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Fig. 3.5

Fig. 3.6

______________________________________________________________________________ 3.4
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Fig. 3.7

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3.2 - Objetivo da Experiência

Experiência semelhante já foi executada no ciclo básico, no Laboratório de Mecâ-


nica dos Fluidos. No entanto, o objetivo agora é a comparação da curva característica
principal de uma bomba, HB  f(Q) , com a curva fornecida pelo fabricante. Para tanto,
devemos levantar o valor da rotação de cada ensaio, corrigindo os valores de vazão e
carga manométrica que foram calculados para estas rotações, para os valores corres-
pondentes a uma rotação de 3500 rpm (normal) ( nn ), do mesmo modo que é feito pelo
fabricante.

3.3 - Cálculo das Grandezas Envolvidas

3.3.1 - Vazão (Q)

A vazão será obtida cronometrando o preenchimento de um volume no tanque:

V h  A tanque
Q 
t t

A vazão será levantada no tanque superior, onde podemos recolher um volume


(V), num determinado tempo (t). O visor de nível do tanque superior está graduado em
unidade de comprimento e devemos anotar o h preenchido (ATanque = 1,916 m2).

Para minimizar os erros, utilize para o h, no mínimo, 250 mm. Não permita que
durante as leituras seja ultrapassada a garra superior do visor de nível e quando isto
acontecer abra a válvula de retorno para o manancial, localizada no piso (Fig. 3.8), es-
vaziando o reservatório.

Fig. 3.8

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Para orientar as mudanças de vazão utilize o mesmo procedimento recomendado
na Mecânica dos Fluidos, ou seja, verifique o intervalo de pressões no manômetro de sa-
ída da bomba utilizada. Na vazão nula temos pressão máxima, e na vazão máxima te-
mos pressão mínima, que devem corresponder ao primeiro e ao último ensaio, respecti-
vamente.

Dividir este intervalo em 6 ou 7 ensaios, preenchendo a coluna da pressão de saí-


da da tabela utilizada no levantamento de dados. Durante o levantamento de dados, uti-
lize a válvula para ajustar as pressões programadas, levantando os demais dados neces-
sários. Desta forma teremos uma boa distribuição dos pontos da curva característica
pretendida.

3.3.2 - Carga Manométrica ( HB )

Aplicando a equação da energia de (e) a (s), na bomba da Fig.3.9:

v e 2 pe v s 2 ps
He  HB  Hs =>   ze  HB    zs
2g  2g 

ps  pe v s 2  v e2
HB    z
 2g














Fig. 3.9

z = hy  conforme Fig.3.6

Entretanto, os manômetros estão afastados das seções (e) e (s). Assim, como as
mangueiras estão cheias de água, em repouso, podemos então determinar as pressões
das seções por equação manométrica:

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ps  pms  .hx

pe  pme  .hx  .hy

Substituindo na equação acima, temos:

pms  .hx  pme  .hx  .hy v s2  v e2


HB    hy
 2g

pms  pme v s 2  v e2
HB   hx  hx  hy   hy
 2g

Cancelando algumas parcelas (hx e hy), temos:

pms  pme v s 2  v e2
HB  
 2g

Portanto, se os manômetros estão alinhados na horizontal, basta cancelar a


parcela z (z =0) e trabalhar com as leituras dos manômetros como se fossem as pres-
sões das seções.
Observe a Fig. 3.10 que mostra parte da bancada do Lab. Note que os manôme-
tros estão alinhados na horizontal e estão colocados acima da tomada de pressão da sa-
ída de uma das bombas (nota: esta bancada dupla é simétrica)

Fig. 3.10
______________________________________________________________________________ 3.8
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Para calcular as velocidades podemos utilizar a vazão que já foi levantada:

4.Q
Q=v.A  v 
.D2

onde : sucção  De = 52 mm recalque  Ds = 33 mm

3.3.3 – Rotação

Para medir a rotação da bomba utilizaremos um tacômetro digital (laser) (Minipa),


colocando a tecla na posição “rpm photo”, conforme pode ser visto na Fig. 3.11. A medi-
ção é feita apontando-se o tacômetro para o local e pressionando a tecla lateral existen-
te no mesmo, conforme Fig. 3.12.

Com o auxílio do tacômetro, verifique a rotação “n” do ensaio. No eixo de ligação


do rotor com o motor, que é visível no pequeno espaço entre a bomba e o motor elétri-
co, indicado na Fig. 3.13, foi colocado um adesivo branco utilizado para determinar o
número de rotações por minuto.

Fig. 3.11 Fig. 3.12

Posicione o tacômetro perpendicularmente ao eixo da bomba, mantendo uma dis-


tância de 15 a 20 cm do eixo onde está o adesivo branco. Depois de selecionar “rpm
photo” (Fig. 3.11) pressione o botão lateral (Fig. 3.12) para que a luz emitida por ele in-
cida no adesivo, fazendo a leitura digital da rotação em rpm, conforme Fig. 3.14. Existe
um adesivo também na ventoinha de refrigeração do motor elétrico que pode ser utiliza-
do.

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Fig. 3.13 Fig. 3.14

A rotação “n” levantada corresponderá ao par “Q” e “ HB ” calculados. No entanto,


para levantar a curva característica, devemos utilizar “ Qn e HBn ”, correspondentes à
rotação normal nn  3500rpm . Para isto, como foi visto na teoria, utilizamos as leis da
semelhança.

Partindo de n   e n   , temos :

nn 2 nn
H Bn  H B . e Qn  Q.
n2 n

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3.4 – Tabela para anotação dos dados

Exp. 3 IMBIL

h t n pme pms
ensaios

Unid.

3.5 - Relatório

Com os valores levantados da tabela da página anterior, construir uma tabela, ti-
po “desenvolvimento”, para calcular os valores necessários para o relatório, contendo:

… ∆ℎ ; 𝑉 ; 𝑄 ; 𝑉𝑠 ; 𝑉𝑒 ; 𝑃𝑚𝑠 ; 𝑃𝑚𝑒 ; 𝐻𝐵 ; 𝑛 ; 𝐻𝐵𝑛 ; 𝑄𝑛 …

... por exemplo, para facilitar os cálculos e também a correção do relatório.

Lembre-se que o objetivo da experiência é comparar a curva característica corrigi-


da levantada no Laboratório com as duas curvas fornecidas pelo fabricante. As duas cur-
vas do fabricante, também corrigidas, foram fornecidas pelas figuras 3.5 e 3.6.

Utilize uma capa simples (padrão do LAB) e organize o relatório com tabelas e
gráficos solicitados, não esquecendo as conclusões. Lembre-se que a apresentação, a
organização e a clareza das informações, também influem na nota do relatório. Uma su-
gestão para a montagem do relatório já foi dada na experiência anterior.

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