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EXP.

2 – BOMBA VIBRATÓRIA – ANAUGER


DESLOCAMENTO POSITIVO - LEVANTAMENTO DE CURVA CARACTERÍSTICA

2.1 - Apresentação

A bomba vibratória ANAUGER 800, é uma bomba de deslocamento positivo. Ape-


sar de ser uma bomba deste tipo, normalmente é utilizada para água, servindo para ali-
mentação de caixas-d’água ou de pequenos reservatórios. É utilizada também como
bomba “sapo”, ou seja, localizada no fundo de reservatórios para esgotá-los. Observe na
fig. 2.1 os componentes internos de uma bomba vibratória (de um modelo antigo) com a
descrição dos mesmos.

No seu interior existe um martelete (C), que vibra com movimento ascendente/des-
cendente, acionando o conjunto canopla/ventosa (J; L). Na descida a ventosa libera a
entrada de água, e na subida, com a ventosa obstruindo a entrada, a canopla empurra o
fluido na direção da saída (R).
A bomba é pendurada por um tubo (recomendado de polietileno) que é acoplado na
curva suporte (U). Esta curva é colocada numa barra que suporta o conjunto. Observe na
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Fig. 2.2 em dois desenhos a entrada e a saída do fluido, em função da subida e descida
do conjunto canopla/ventosa. Na Fig. 2.3 uma bomba real (antiga) em corte mostra em
detalhes os componentes internos e a bomba Anauger 800 atualmente instalada no La-
boratório.

Fig. 2.2

Fig. 2.3
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Segundo o fabricante a Anauger 800 deu início à quarta geração das bombas vi-
bratórias produzidas pela fábrica e caracteriza-se pelo excelente rendimento. Indicada
para poços e cisternas, no abastecimento doméstico e pequenas irrigações agrícolas. Pode
fornecer até 1970 litros por hora de água elevando o fluido até 65 m, com uma potência
nominal de 380 W (220 V / 6,5 A). Suas dimensões são: 165 mm de diâmetro e 290 mm
de altura. Na Fig. 2.4 a sugestão do fabricante para instalação da mesma.

Fig. 2.4

O princípio de funcionamento das bombas ANAUGER é a variação da força eletro-


magnética num eletroímã, gerada por uma corrente alternada, ou seja, não possui motor
elétrico rotativo, o que proporciona ao produto grande durabilidade, baixa manutenção e
capacidade de atingir grandes elevações com baixo consumo de energia elétrica. Não há
restrições quanto ao número de acionamentos (liga/desliga) ou tempo de funcionamento.
Na sequência a curva característica da bomba fornecida pelo fabricante na Fig. 2.5.

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Fig. 2.5

A fábrica atualmente está com uma linha de produtos mais moderna que inclui até
bombas acionadas por energia solar, como podemos ver na Fig. 2.6.

Fig. 2.6

2.2 – Objetivo da Experiência

Além de tomar contato com o equipamento, vamos levantar a curva característica


HB  f (Q) , nas unidades utilizadas pelo fabricante, comparando com a curva fornecida
pelo mesmo.

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2.3 - Características da Bancada e Instruções

A bancada foi montada no reservatório principal (manancial). Levantando (abrindo)


a tampa de madeira próxima do reservatório metálico, podemos observar uma mangueira
vermelha que suporta a bomba dentro do tanque (Fig. 2.7).

Fig. 2.7

Como o reservatório principal (manancial) não tem saída para esgoto, utilizamos
esta bomba nas trocas de água que são realizadas periodicamente. Abrindo a válvula ga-
veta (pintada de verde) instalada no tubo de PVC, a água poderá ser fornecida para outros
usos, como escorva das bancadas, enchimento do reservatório que alimenta o carneiro
hidráulico ou simplesmente seguir para o esgoto quando é feita a limpeza e renovação da
água do tanque. Devemos fechar esta válvula e abrir completamente a válvula globo que
permite que a bomba forneça água para o reservatório metálico, que pode ser vista na
Fig. 2.8 e no detalhe da Fig. 2.9.

Fig. 2.8
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Fig. 2.9

Abrindo totalmente a válvula globo (Fig. 2.9) e ligando a bomba através da botoeira
de acionamento que está na parede em frente à instalação, vide Fig. 2.10, a vazão que
será fornecida ao tanque será a máxima possível.

Fig. 2.10

Para fazer o levantamento da curva desta bomba, deveremos ensaiar com várias
vazões diferentes para determinarmos a variação da carga manométrica. Começando com
a vazão máxima, válvula totalmente aberta, deveremos ir fechando esta válvula, entre-
tanto à medida que a válvula globo vai sendo fechada, a pressão na saída da bomba vai
aumentando. Como a bomba é de deslocamento positivo, o fechamento completo da vál-
vula provocaria um aumento significativo da pressão, danificando o equipamento.

Para resolver este problema foi colocada uma válvula de segurança (ou alívio), que
abre quando é atingida uma determinada pressão. A válvula de alívio é uma válvula de
retenção, cujo elemento de vedação é pressionado por uma mola. Podemos, através da
regulagem da força aplicada pela mola, alterar o valor da pressão de abertura da válvula
por intermédio de um parafuso, utilizando uma chave de fenda. Na figura 2.7 podemos
ver a válvula de alívio, ou então no close da Fig. 2.11.

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Fig. 2.11

Poderíamos controlar a pressão máxima através da regulagem da válvula, entre-


tanto, a experiência com a mesma mostra que a abertura ou fechamento não acontece
como deveria numa determinada pressão, em função da oxidação ou de um mau fecha-
mento da válvula provocado por um fluido não muito limpo, fazendo com que ela abra
bem antes da pressão pretendida.
Para resolver o problema vamos utilizar o manômetro que esta ligado à saída da
bomba, que pode ser visto na Fig. 2.12 e no close da 2.13.

Fig. 2.12
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Fig. 2.13

Para não comprometer o levantamento de dados, o equipamento e também o ma-


nômetro de saída da bomba que tem fundo de escala de 6 kgf/cm2, vamos limitar a pres-
são do último ensaio entre 3,5 e 4,0 kgf/cm2 ( ) (valor bem menor do que o do fundo
de escala), procedendo da seguinte forma:

 Abrir totalmente a válvula globo da Fig. 2.9;


 Ligar a bomba;
 Fazer a leitura do manômetro de saída da bomba e anotar como sendo a pressão
do 1º ensaio (pressão mínima);
 Retirar o capuz da válvula de alívio;
 Com uma chave de fenda apertar a mola da válvula de alívio, de forma que ela não
abra, desativando a mesma, para não prejudicar a experiência;
 Escolher um valor entre 3,5 e 4,0 kgf/cm2 como sendo a pressão do último
ensaio (pressão máxima);
 Na tabela do levantamento de dados, preencher a coluna da pressão de saída utili-
zando os valores mínimo e máximo, dividindo convenientemente entre os ensaios
que serão realizados;
 Iniciar os ensaios a partir da pressão mínima (válvula globo totalmente aberta),
efetuando as outras leituras;
 Fechar parcialmente e lentamente a válvula globo até que a pressão do segundo
ensaio seja alcançada, efetuando as outras leituras e assim sucessivamente até o
último ensaio.
 CUIDADO: Lembre-se que a válvula globo não poderá ser fechada total-
mente, pois a função da válvula de segurança ou alívio foi desativada.
 Se esta válvula for fechada, não haverá nenhum acidente mais grave, simplesmente
a bomba vai queimar provocando um prejuízo, já que terá que ser comprada uma
nova bomba;
 Obs.: No fim do levantamento de dados soltar o parafuso da válvula de alívio par-
cialmente, para que no intervalo entre aulas, caso a bomba seja acionada, a válvula
possa abrir numa baixa pressão (por segurança).
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Na Fig. 2.14
temos um esquema da bancada onde existem três cotas, h1, h2 e h3:

 h1  cota que não será medida e considerada como uma das incógnitas;
 h2  cota da parte superior do tampo de madeira (que cobre o tanque) até o
nível da água no reservatório. Cota que deverá ser medida;
 h3  do centro do manômetro até a parte superior do tampo de madeira. Cota
constante e fornecida abaixo.

Fig. 2.14

Dados necessários:
 Atanque = 0,25 m2
 Ds = 20 mm
 h3 = 66 cm
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2.4 - Cálculo das Grandezas Envolvidas

2.4.1 – Vazão – Q

A vazão será obtida cronometrando o preenchimento de um volume no tanque:

V h  A tanque
Q 
t t

Para levantar os valores de vazão, a válvula gaveta que descarrega a água do tan-
que deve ser fechada e o enchimento do tanque deve ser acompanhado pelo tubo gradu-
ado de vidro, como pode ser visto nas figuras: Fig. 2.15 e Fig. 2.16.

Fig. 2.15

Fig. 2.16

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Como a vazão da bomba é muito pequena não convém manter o h constante.
Devemos iniciar com o maior valor no primeiro ensaio (vazão máxima), e à medida que a
vazão vai diminuindo, diminuir também o h de 10 em 10 mm, de forma que no último
ensaio (correspondente à pressão máxima em torno de 4 kgf/cm2) o h seja igual a 30
ou 20 mm.

2.4.2 - Carga Manométrica - HB

Aplicando a equação da energia do nível (0) do reservatório principal, até a saída


da bomba (s); (com PHR em (s)):

H0  HB  Hs  HPo,e (perda desprezível  tanque de grandes dimensões)

v2 p
z0  HB  s  S ps  pms  .h3  .h2  .h1
2g 

substituindo ...

v2 p   h3   h2   h1
h1  HB  s  ms   
2g    

v2 p
HB  s  ms  h3  h2
2g 

2.5 - Relatório

Com os valores levantados da tabela do próximo item, construir uma tabela tipo
“desenvolvimento”, para facilitar a execução do relatório, que contenha todas as grande-
zas necessárias para a obtenção da carga manométrica HB e da vazão Q.

Utilize “m” para a carga, e “L/h” para a vazão, que são as unidades utilizadas pelo
fabricante. Levante a curva HB  f (Q) , comparando-a com a fornecida pelo fabricante na
Fig. 2.5.

Para a montagem do relatório, siga as orientações do modelo fornecido pelo Depar-


tamento de Engenharia Mecânica, complementado pelas informações que serão dadas nas
aulas de Laboratório da disciplina.

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2.6 – Tabela para anotação dos dados

h2 = ________

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ensaios
h t pms
Unid.

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