Você está na página 1de 18

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CENTRO DE TECNOLOGIA
ENGENHARIA QUÍMICA

CINTHYA APARECIDA CRUZ FERREIRA

Bombas simples com singularidades, em série e em paralelo

Maceió - AL
Setembro-2021
CINTHYA APARECIDA CRUZ FERREIRA

Bombas simples com singularidades, em série e paralelo

Este relatório faz parte do sistema de


avaliação da disciplina: Laboratório de
Química Engenharia 1, do curso de
Engenharia Química, pelo centro de
tecnologia da Universidade Federal de
Alagoas, sob orientação da professora:
Maritza M. Urbina.

Maceió - AL
Setembro-2021
RESUMO

As bombas industriais são designadas para bombear fluidos e a realizar a


transferência deles, a partir do deslocamento de um líquido, podendo ser também um
fluido gasoso ou pequenos sólidos. As indústrias têm a necessidade de transferir
fluidos e líquidos e para isso é importante possuir tubulações e bombas que se
adequem as suas necessidades. Em uma estação elevatória que precise operar com
variações de descarga e pressão pode ser necessário instalar várias bombas que
poderão ser associadas em série ou paralelo. Neste trabalho será mostrado os
diferenciais de pressão e vazão nos diversos sistemas de bombeamento, sendo:
simples, série e em paralelo.

Palavras-chave: bombas; pressão; vazão.


SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO 5
2.0 PARTE EXPERIMENTAL 7
2.1 Materiais utilizados 7
2.2 Método: Descrição do procedimento 8
3.0 OBJETIVOS 9
4.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 10
5.0 CONCLUSÃO 17
6.0 REFERÊNCIAS 18
1.0 INTRODUÇÃO

As bombas hidráulicas têm sido amplamente utilizadas na indústria e fazem


parte de um sistema. Em um circuito hidráulico as bombas são equipamentos
rotativos utilizados para converter energia mecânica em energia hidráulica (vazão) de
fluidos pressurizados podendo aumentar a sua velocidade (energia cinética) com o
objetivo de efetuar ou manter o deslocamento de um líquido por escoamento.
As bombas fornecem a pressão necessária a um líquido para vencer a
resistência ao escoamento num sistema de tubagens.
Atualmente, suas aplicações são inúmeras, como nas bombas para irrigação,
abastecimento de água, de gasolina e outros combustíveis, bem como em sistemas
de condicionamento de ar, refrigeração e no deslocamento de produtos químicos.
Elas também são úteis no combate a enchentes, serviços em embarcações e em
demais processos industriais, entre outras funções.
Podendo operar por meio de motor ou turbina as bombas, as bombas podem
ser divididas em:
 Bombas de engrenagens: operam diferentes líquidos e correspondem a
cerca de 70% do uso nas industrias devido a sua versatilidade,
atendendo setores como: petroquímico, siderúrgico, têxtil, metalúrgico
e alimentício.
 Bombas centrífugas: capazes de transferir altos volumes de fluidos e
depende da energia cinética para realizar sua operação. São aplicadas
em transferência de fluidos limpos com densidade próxima à da água.
A bomba centrífuga é formada por duas partes principais: o rotor e a
carcaça. O rotor é constituído por paletas ou lâminas por entre as quais
o fluido escoa suavemente, a carcaça além de atuar como um conversor
de energia irá atuar como um contentor do líquido oferecendo uma
entrada e saída para a bomba.
 Bombas de deslocamento positivo: bombeia os fluidos por impulsão,
com baixas vazões e alta viscosidade é indicada para fluidos viscosos.
 Bombas pneumáticas: facilitam a operação de fluidos que são de difícil
bombeamento. São eficientes contra falhas de operação e são
versáteis, pois atendem processos de líquidos com baixa, média e alta
viscosidade, sendo capaz de bombear água e substâncias solidas.
Em inúmeras aplicações industriais bem como em sistemas elevatórios de
água ou esgoto, o campo de variação da descarga e da altura manométrica pode ser
excessivamente amplo, para ser abrangido pelas possibilidades de uma única bomba,
por isso se o sistema excede a faixa de operação de bombas simples a solução é a
associação de bombas. Essa associação pode ocorrer em série ou em paralelo.
As associações em série são necessárias quando se necessita variar muito a
altura manométrica da elevação. O sistema é empregado quando a elevatória deve
atender a reservatórios em níveis ou distâncias diferentes ou a processamentos
industriais onde reservatórios sob pressões diferentes devam ser sucessivamente
abastecidos, ou ainda quando num processo houver condições de pressões bastante
diversas. Esse tipo de associação não altera a vazão, mas a pressão é aumentada a
medida que passa pelo equipamento.
As associações em paralelo são necessárias quando se necessita variar muito
a vazão. O emprego de bombas em paralelo permitirá uma vantagem operacional de
que havendo falha no funcionamento em uma das bombas, não acontecerá a
interrupção completa e, sim, apenas uma redução da vazão bombeada pelo sistema,
a associação em paralelo possibilitará uma flexibilização operacional no sistema, pois
como a vazão é variável poderemos retirar ou colocar bombas em funcionamento em
função das necessidades e sem prejuízo da vazão requerida. Esse tipo de associação
altera a vazão e a pressão é aumenta e a altura manométrica se mantem praticamente
constante.
Figura 1: Representação de bombas em série e paralelo

Fonte: At087 – Aula 06: Associação de bombas centrifugas.


2.0 PARTE EXPERIMENTAL

2.1 Materiais utilizados

 Duas bombas;
 Um rotâmetro;
 Manômetro vacuômetro;
 Manômetro de Bourdon;
 Válvulas;
 Tubulações em PVC contendo singularidades.
2.2 Método: Descrição do procedimento

O sistema foi alimentado com água para a determinação das variações de pressão
e vazão utilizando diferentes configurações do módulo experimental por meio da
abertura ou fechamento de válvulas e da utilização de uma ou duas bombas.

 Bomba 1 (B1) simples:

Foram abertas as válvulas V1 e V5 e fechadas as válvulas V2, V3 e V4. Em seguida


a bomba B1 foi ligada, foram feitas as leituras de pressão do rotâmetro e identificação
da vazão dada pelo rotâmetro, em cinco vazões diferentes, então a mesma foi
desligada.

 Bomba 2 (B2) simples:

Foram abertas as válvulas V2, V4 e V5 e fechadas as válvulas V1 e V3. Assim a


bomba B2 foi ligada, foram feitas as leituras de pressão dos manômetros e de vazão
dada pelo rotâmetro, a vazão foi diminuída fechando a válvula V 5 e foram tomadas
medidas em cinco vazões diferentes, então a mesma foi desligada.

 Bombas em série:
Foram abertas as válvulas V2, V3 e V5 e fechadas as válvulas V1 e V4. Assim as
bombas B1 e B2 foram ligadas, foram feitas as leituras de pressão dos manômetros e
identificação da vazão dada pelo rotâmetro a vazão foi diminuída fechando a válvula
V5 e foram tomadas medidas em cinco vazões diferentes, então as bombas B1 e B2
foram desligadas.
 Bombas em paralelo:

Foram abertas as válvulas V1, V2, V4 e V5 e fechadas a válvula V3. Assim as


bombas B1 e B2 foram ligadas, foram feitas as leituras de pressão dos manômetros e
identificação da vazão dada pelo rotâmetro, a vazão foi diminuída fechando a válvula
V5 e foram tomadas medidas em cinco vazões diferentes, então as bombas B1 e B2
foram desligadas.
3.0 OBJETIVOS

O experimento tem como objetivo apresentar ao aluno os diferenciais de


pressão e vazão nos diversos sistemas de bombeamento, permitindo que, possa
determinar as curvas características e avaliar o melhor tipo de sistema para o
processo aplicado
4.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com o experimento realizado foi possível determinar as pressões e vazões


dos diferentes sistemas.
A carga da bomba (Hb) é calculada através da equação 1

Hb=mi-miV +Hg (1)

Onde:
mi é a pressão medida pelo manômetro i na saída da bomba em mca;
miV é a pressão do vacuômetro na entrada da bomba em mca;
Hg é a diferença de nível entre recalque e sucção da bomba (Hg=0,125 m).
Os dados obtidos foram dispostos na tabela 1.

Tabela 1: Dados obtidos experimentalmente

Sistema M1 M2 M3 MV1 MV2 Vazão Carga da Rend. Rend.


(mca) (mca) (mca) (mca) (mca) (m3/h) bomba Experi Fabrican
exp. (m) mental te (%)
(%)

Bomba 1 10,0 0,0 4,0 1,0 1,0 3,0 30,40 38,00


9,15
1

2 12,0 0,0 8,0 1,0 1,0 2,5 11,16 30,88 42,00

3 13,5 0,0 11,0 1,0 1,0 2,0 12,66 28,04 40,00

4 15,0 0,0 13,5 1,0 1,0 1,5 14,17 23,52 36,00

5 15,5 0,0 15,0 1,0 1,0 1 14,67 16,24 30,00

Bomba 1 0,0 11,0 6,5 1,0 0,5 2,5 10,5 35,39 38,00
2

2 0,0 13,0 10,5 1,5 1,0 2,0 13,0 33,66 42,00


3 0,0 15,0 13,0 1,5 1,0 1,5 15,0 31,37 40,00

4 0,0 16,0 14,5 1,5 1,0 1,0 16,5 25,19 36,00

5 0,0 17,0 16,0 1,5 1,0 0,5 18,0 17,90 30,00

Série 1 10,0 18,0 12,0 1,5 10,0 3,0 19,2 55,38 76,00

2 12,5 23,0 18,0 1,5 12,5 2,5 24,5 60,03 84,00

3 14,0 27,0 24,0 1,5 14,5 2,0 28,6 55,79 80,00

4 16,0 30,0 28,0 1,5 16,0 1,5 31,7 47,68 72,00

5 17,0 33,0 31,0 2,0 17,5 1,0 34,9 30,72 60,00

Paralelo 1 15,0 16,0 10,0 1,5 1,5 2,5 16,5 40,60 76,00

2 16,0 16,0 12,0 1,5 1,5 2,0 17,7 32,48 84,00

3 16,5 17,0 14,0 2,0 1,5 1,5 18,3 26,02 80,00

4 17,0 17,0 15,0 2,0 1,5 1,0 18,9 17,35 72,00

5 17,0 17,5 15,5 2,0 1,5 0,5 18,5 8,95 60,00

Fonte: Autora, 2021

Dessa forma, os dados obtidos foram comparados com os dados fornecidos pelo
fabricante e foi possível ser calculado o rendimento de acordo os dados fornecidos,
em seguida foi plotado um gráfico o gráfico da altura manométrica em função da
vazão (Figura 2).
Figura 2: Gráfico da altura manométrica em função da vazão
Gráfico 1 : Altura manométrica em função da vazão
40

35
Bomba 1
30
Bomba 2
25 Bomba em série
Hm(m)

Bomba em paralelo
20
Fabricante
15 Polinômio (Bomba 1)
Polinômio (Bomba 2)
10
Polinômio (Bomba em série)
5 Polinômio (Bomba em paralelo)
Polinômio (Fabricante)
0
0 1 2 3 4 5
Vazão (m³/h)

Fonte: Autora, 2021

Através do gráfico, podemos observar que os pontos e as curvas das bombas


1 e 2 são muito semelhantes e em alguns pontos se sobrepõem. Além disso os
mesmo se aproximam da curva dos dados fornecidos pelo fabricante o que indica que
o experimento seguiu conforme o esperado. Os pontos do sistema em série
apresentaram resultados satisfatórios, visto que as alturas manométricas são
praticamente o dobro se comparar aos demais pontos das outras configurações,
assemelhando bastante a literatura. De acordo com os pontos da associação em
paralelo nota-se teve aumento na vazão, em que ela foi quase dobrada para o mesmo
valor de Hm visto que essa associação é usada quando se deseja uma grande
variação de vazão os resultados foram satisfatórios.
Com os valores de rendimento obtidos foi possível plotar o gráfico do
rendimento em função da vazão (Figura 3).

Figura 3: Gráfico do rendimento em função da vazão


Gráfico 2: Rendimento em função da vazão
70
Bomba 1
60
Bomba 2

50
Bomba em série

40 Bomba em paralelo

30 Polinômio (Bomba 1)

Polinômio (Bomba 2)
20

Polinômio (Bomba em série)


10
Polinômio (Bomba em
0 paralelo)
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5

Fonte: Autora, 2021

De acordo com o gráfico acima, podemos notar que os pontos das bombas 1
e 2 não se assemelham como aconteceu em relação a altura manométrica. A curva
em série apresenta um maior rendimento que as demais, enquanto que a associação
em paralelo apresenta um rendimento aceitável, isso pode ser explicado devido ao
uso de algumas singularidades que provocam uma perda de carga muito acentuada
nessa configuração, levando a uma diminuição do rendimento.
Para se obter a curva característica resultante de duas bombas em série, iguais
ou diferentes, basta somar as alturas manométricas totais, correspondentes aos
mesmos valores de vazão, em cada bomba. A curva característica de uma associação
em paraleloé a soma das curvas originais de cada bomba, seguindo o critério de que
ambas as bombas estão sujeitas à mesma pressão manométrica. Como a pressão é
a mesma e as bombas contribuem cada uma com a sua vazão, referente àquela
pressão, a curva da associação em paralelo é obtida pela soma das vazões de cada
curva, para cada pressão.(ANDRADE). Logo abaixo, nas figuras, estão as curvas
características para as bombas em serie e paralelo.
Figura 4: Curva característica para bombas em paralelo
Fonte: At087 – Aula 06: Associação de bombas centrifugas
Figura 5: Curva característica para bombas diferentes associadas em série

Fonte: At087 – Aula 06: Associação de bombas centrifugas


Figura 06: Curva característica para bombas iguais associadas em série

Fonte: At087 – Aula 06: Associação de bombas centrifugas

O NPSH (Net positive Suction Head- Altura Positiva Liquida de Sucção) é um


fator importante na escolha da bomba, impactando sua durabilidade e o conforto da
instalação, essencial em muitos projetos. O NPSH representa a disponibilidade de
energia com que o líquido penetra na entrada da bomba. É necessário conhecer dois
valores de NPSH
• NPSHR – NPSH requerido: é o valor de NPSH mínimo necessário para o
funcionamento da bomba e deve ser fornecido pelo fabricante
• NPSHD – NPSH disponível: depende das condições do projeto e deve ser
calculado pelo proje
Em casos de uso das bombas é comum ocorrer o fenômeno denominado
cavitação. Esse fenômeno é conhecido por formar cavidades dentro da massa líquida.
A cavitação é um fenômeno físico que consiste na formação de bolhas de vapor pela
redução da pressão durante seu movimento e ocorre principalmente no interior de
sistemas hidráulicos.
Esse fenômeno vai ocorrer em determinados pontos onde a pressão pode cair
a um valor abaixo da pressão de vapor do líquido, então ocorrerá uma vaporização
do fluido formando bolhas de vapor, isso é o liquido entra em ebulição.
O teorema de Bernoulli que diz que um fluido escoando, ao ser acelerado, tem
uma redução da pressão, para que sua energia mecânica se mantenha constante
pode ajudar a entender melhor como ocorre esse fenômeno. Em um certo ponto
devido à aceleração do fluido a pressão pode cair a um valor menor que a pressão
mínima em que ocorre a vaporização do fluido em uma temperatura T0.
Figura 7: tubo de Venturi

Fonte: Cavitação e seus conceitos

Figura 8: Representação da cavitação


Fonte: Cavitação e seus conceitos

A condição para evitar cavitação é que NPSHD > NPSHR


Para evitar a cavitação, as seguintes condições são importantes: a) menor
velocidade do fluido (ou seja, maior diâmetro na sucção) b) menor cota zs possível (a
bomba o mais próximo possível do nível de sução c) menores perdas de carga
distribuídas e localizadas.
5.0 CONCLUSÃO

Podemos concluir que com os experimentos realizados foi possível calcular as


pressões e vazões em diversos sistemas de bombeamento, sendo possível analisar
também através de gráficos o comportamento desses sistemas em relação a altura
manométrica e ao rendimento. Esse experimentou apresentou poucos erros, visto
que os resultados obtidos foram dentro do esperado, e pode-se notar que as
bombas associadas em série operaram com um rendimento melhor.
6.0 REFERÊNCIAS

Definição – O que é bomba hidraúlica. Disponível em:


<https://www.cimm.com.br/portal/verbetes/exibir/625-bombas-hidraulicas>. Acesso
em 08 de setembro de 2021.

O que é e como funciona uma bomba hidráulica. Disponível em:<


http://www.asbombas.com.br/o-que-e-e-como-funciona-uma-bomba-hidraulica/ >. Acesso
em 08 de setembro de 2021.

Como funciona uma bomba centrífuga? Disponível em:


<https://propeq.com/como-funciona-uma-bomba-centrifuga/>. Acesso em 08 de
setembro de 2021.

Tipos de bombas industriais para sua aplicação. Disponível em:


<https://www.tetralon.com.br/as-especificacoes-das-bombas-industriais/>. Acesso em 09
de setembro de 2021.
Cavitação e seus conceitos. Disponível em:
<https://www.manutencaoemfoco.com.br/cavitacao-e-seus-conceitos/ >. Acesso em
11 de setembro de 2021

ANDRADE, A.S - At087 – Aula 06: Associação de bombas centrifugas. Disponível


em: <http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM120/APOSTILA_MH/AT087-
Aula06_ASSOC.PARALELO.PDF/>. Acesso 11 de setembro de 2021

Operações unitárias: Cavitação e NPSH. Disponível em: <


http://masimoes.pro.br/op_uni/4_npsh/cav_npsh_slides.pdf
>. Acesso em 11 de setembro de 2021

Você também pode gostar