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Dimensionamento de Perfis

Formados a Frio conforme


NBR 14762 e NBR 6355
DIMENSIONAMENTO DE PERFIS
FORMADOS A FRIO CONFORME
NBR 14762 e NBR 6355
Série “ Manual de Construção em Aço”

· Galpões para Usos Gerais


· Ligações em Estruturas Metálicas
· Edifícios de Pequeno Porte Estruturados em Aço
· Alvenarias
· Painéis de Vedação
· Resistência ao Fogo das Estruturas de Aço
· Tratamento de Superfície e Pintura
· Transporte e Montagem
· Steel Framing: Arquitetura
· Interfaces Aço­Concreto
· Steel Framing: Engenharia
· Pontes
· Steel Joist
· Viabilidade Econômica
· Dimensionamento de Perfis formados a Frio conforme NBR 14762 e NBR 6355
EDSON LUBAS SILVA
VALDIR PIGNATTA E SILVA

DIMENSIONAMENTO DE PERFIS
FORMADOS A FRIO CONFORME
NBR 14762 e NBR 6355

INSTITUTO BRASILEIRO DE SIDERURGIA


CENTRO BRASILEIRO DA CONSTRUÇÃO EM AÇO

RIO DE JANEIRO
2008
ã 2008 INSTITUTO BRASILEIRO DE SIDERURGIA/CENTRO BRASILEIRO DA
CONSTRUÇÃO EM AÇO

Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por quaisquer meio, sem a prévia autorização
desta Entidade.

Ficha catalográfica preparada pelo Centro de Informações do IBS/CBCA

S586d Silva, Edson Lubas


Dimensionamento de perfis formados a frio conforme NBR 14762 e NBR 6355 /
Edson Lubas Silva, Valdir Pignatta e Silva.­ Dados eletrônico. ­ Rio de Janeiro: IBS/
CBCA, 2008.
119p. – ( Série Manual de Construção em Aço)

Sistema Requerido: Adobe Acrobat Reader


Modo de acesso: World Wide Web: <HTTP://www.cbca ­ ibs.org.br/nsite/site/
acervo_item_lista_manuais_construcao.asp>
Bibliografia
ISBN 978­85­89819­16­9

1. Perfis formados a frio 2. Dimensionamento de perfis I. Títulos (série) II. Silva,


Valdir Pignatta e.
CDU 624.014.2 (035)

Instituto Brasileiro de Siderurgia / Centro Brasileiro da Construção em Aço


Av. Rio Branco, 181 / 28o Andar
20040­007 ­ Rio de Janeiro ­ RJ
e­mail: cbca@ibs.org.br
site: www.cbca­ibs.org.br
SUMÁRIO

Capítulo 1
Introdução 09

Capítulo 2
Fabricação e padronização de perfis formados a frio 13
2.1 Processo de fabricação 14
2.2 Tipos de aços 14
2.3 Efeito do dobramento na resistência do perfil 14
2.4 Padronização dos perfis formados a frio (NBR 6355:2003) 15

Capítulo 3
Comportamento estrutural de perfis de seção aberta 19

Capítulo 4
Flambagem local e o método das larguras efetivas 23
4.1 Fatores que influenciam no cálculo da largura efetiva 25
4.1.1 Condição de contorno 25
4.1.2 Distribuição de tensões 26
4.2 Cálculo das larguras efetivas 27
4.3 Elementos comprimidos com enrijecedor de borda 32

Capítulo 5
Flambagem por distorção da seção transversal 45
5.1 Seção do tipo U enrijecido submetida à compressão uniforme 47
5.2 Seções do tipo U enrijecido e Z enrijecido submetido à flexão em ao
eixo perpendicular à alma 49

Capítulo 6
Dimensionamento à tração 55

Capítulo 7
Dimensionamento à compressão 61
7.1 Força normal resistente de cálculo pela flambagem da barra por
flexão, por torção ou por flexo­torção 63
7.1.1 Cálculo de NE em perfis com dupla simetria ou simétricos em
relação a um ponto 64
7.1.2 Cálculo de NE em perfis monossimétricos 64
7.1.3 Cálculo de NE em perfis assimétricos 64
7.2 Força normal resistente de cálculo pela flambagem por distorção
da seção Transversal 71
Capítulo 8
Dimensionamento à flexão 75
8.1 Início de escoamento da seção efetiva 76
8.2 Flambagem lateral com torção 76
8.3 Flambagem por distorção da seção transversal 77
8.4 Força cortante 83
8.5 Momento fletor e força cortante combinados 83

Capítulo 9
Dimensionamento à flexão composta 87
9.1 Flexo­compressão 88
9.2 Flexo­tração 89
9.3 Fluxogramas 94

Referências Bibliográficas 103

Anexo
Anexo A ­Torção em perfis de seção aberta 107
Anexo B – Forças transversais não paralelas a um dos eixos principais 117
Apresentação

O CBCA – Centro Brasileiro da Construção em Aço tem a satisfação de oferecer aos profis­
sionais envolvidos com o emprego do aço na construção civil o décimo quinto manual de uma série
cujo objetivo é a disseminação de informações técnicas e melhores práticas.

Neste manual apresenta­se de forma didática os fundamentos teóricos e explicações práticas


para a utilização da norma brasileira ABNT NBR 14762 ­ Dimensionamento de estruturas de aço
constituídas por perfis formados a frio, juntamente com a norma ABNT NBR 6355 – Perfis estruturais
de aço formados a frio – Padronização.

O manual inclui o programa Dimperfil concebido com foco nas normas NBR 14762 e 6355 que
calcula os esforços resistentes em barras isoladas, bem como as propriedades geométricas da se­
ção bruta e efetiva que serão usadas no cálculo de deslocamentos.

Os perfis de aço formados a frio podem ser projetados para cada aplicação específica, com
dimensões adequadas às necessidades de projeto de elementos estruturais leves, tais como terças,
montantes, diagonais de treliças, travamentos, etc.

São eficientemente utilizados em galpões de pequeno e médio porte, coberturas, mezaninos,


engradamentos metálicos, moradias de interesse social, edifícios de pequeno e médio porte, entre
outras aplicações.

Centro dinâmico de serviços, capacitado para conduzir e fomentar uma política de promoção
do uso do aço na construção com foco exclusivamente técnico, o CBCA está seguro de que este
manual enquadra­se no objetivo de contribuir para a difusão de competência técnica e empresarial
no País.
Capítulo 1
Introdução

9
Introdução

Este manual trata do dimensionamento de Entretanto, para o correto dimensio­


perfis estruturais de aço fabricados a partir do namento desse elemento, é necessário conhe­
dobramento de chapas com espessura máxima cer com detalhes o seu comportamento estrutu­
igual a 8 mm, denominados perfis formados a ral, pois possui algumas particularidades em
frio. Tem por base as normas brasileiras ABNT relação às demais estruturas, tais como as de
NBR 14762:2001 ­ “Dimensionamento de es­ concreto ou mesmo as compostas por perfis
truturas de aço constituídas por perfis formados soldados ou laminados de aço. Por serem cons­
a frio” e ABNT NBR 6355:2003 ­ “Perfis estrutu­ tituídas de perfis com seções abertas e de pe­
rais de aço formados a frio – Padronização”. quena espessura, as barras, que possuem bai­
xa rigidez à torção, podem ter problemas de ins­
Os perfis de aço formados a frio são cada tabilidade, deformações excessivas ou atingir
vez mais viáveis para uso na construção civil, os limites da resistência do aço devido a esfor­
em vista da rapidez e economia exigidas pelo ços de torção. Essa susceptibilidade à torção
mercado. Esse elemento estrutural pode ser efi­ ocorre até mesmo em carregamentos aplicados
cientemente utilizado em galpões de pequeno no centro geométrico da seção transversal de
e médio porte, coberturas, mezaninos, em ca­ vigas e de pilares, podendo tornar­se crítico
sas populares e edifícios de pequeno porte. caso a estrutura não seja projetada com peque­
Podem ser projetados para cada aplicação es­ nas soluções técnicas que minimizam este efei­
pecífica, com dimensões adequadas às neces­ to. Os conhecimentos dos esforços internos
sidades do projeto de elementos estruturais le­ clássicos, ensinados nos cursos de resistência
ves, pouco solicitados, tais como terças, mon­ de materiais, momento fletores em torno dos
tantes e diagonais de treliças, travamentos, etc. eixos x e y, momento de torção e esforços cor­
A maleabilidade das chapas finas de aço per­ tantes paralelos aos eixos x e y, não são sufici­
mite a fabricação de grande variedade de se­ entes para compreender o comportamento das
ções transversais, desde a mais simples estruturas de seção aberta formadas por cha­
cantoneira (seção em forma de L), eficiente para pas finas. É necessário entender também um
trabalhar à tração, até os perfis formados a frio outro tipo de fenômeno que ocorre nessas es­
duplos, em seção unicelular, também conheci­ truturas: o empenamento. A restrição ao
dos como seção­caixão, que devido à boa rigi­ empenamento causa esforços internos e o en­
dez à torção (eliminando travamentos), menor tendimento desses esforços é muito importante
área exposta, (reduzindo a área de pintura) e e nem sempre é trivial. Para uma simples ilus­
menor área de estagnação de líquidos ou detri­ tração podemos citar o caso de um possível ti­
tos (reduzindo a probabilidade de corrosão) ofe­ rante constituído de um perfil Z, com o carrega­
recem soluções econômicas. mento (força de tração) aplicado no centro geo­
métrico da seção transversal que produz ten­
Como toda estrutura feita de aço, a cons­ sões de compressão nas mesas desse perfil.
trução pré­fabricada com perfis formados a frio Outro fenômeno comum nos perfis de seção
possui um tempo reduzido de execução. Sendo aberta é a distorção da seção transversal, que
compostos por chapas finas, possui leveza, fa­ consiste num modo de instabilidade estrutural
cilidade de fabricação, de manuseio e de trans­ onde a seção transversal perde sua forma inici­
porte, facilitando e diminuindo o custo de sua al quando submetida a tensões de compressão,
montagem – menor gasto com transporte, além causando perda significante na sua capacida­
de não necessitar maquinários pesados para de de resistir esforços.
içamento.
Neste manual, procura­se apresentar de
forma didática e prática os fundamentos teóri­

10
cos e explicar a utilização prática da norma bra­
sileira para o dimensionamento de perfis de aço
formados a frio: NBR 14762:2001. O objetivo é
que este texto seja utilizado juntamente com a
norma de perfis formados a frio, pois ele não
abrange todos os aspectos de dimensio­
namentos descritos na norma, mas ajuda no en­
tendimento das questões conceituais mais im­
portantes.
Certamente esse conhecimento proporci­
onará aos engenheiros melhor avaliar a viabili­
dade econômica de uma edificação incluindo
uma opção a mais a ser considerada na con­
cepção estrutural do projeto: o emprego de per­
fis formado a frio de aço.

11
Capítulo 2
Fabricação e padronização
de perfis formados a frio

13
Fabricação e padronização de perfis formados a frio

2.1 – Processo de Fabricação 300MPa para a resistência ao escoamento fy e


a resistência à ruptura fu, respectivamente.
Dois são os processos de fabricação dos
perfis formados a frio: contínuo e descontínuo. 2.3 ­ Efeito do dobramento na
O processo contínuo, adequado à fabrica­ resistência do perfil
ção em série, é realizado a partir do desloca­
mento longitudinal de uma chapa de aço, sobre O dobramento de uma chapa, seja por
os roletes de uma linha de perfilação. Os roletes perfilação ou utilizando­se dobradeira, provoca,
vão conferindo gradativamente à chapa, a for­ devido ao fenômeno conhecido como envelhe­
ma definitiva do perfil. Quando o perfil deixa a cimento (carregamento até a zona plástica, des­
linha de perfilação, ele é cortado no comprimento carregamento, e posterior, porém não­ imedia­
indicado no projeto. to, carregamento), um aumento da resistência
O processo descontínuo, adequado a pe­ ao escoamento (fy) e da resistência à ruptura
quenas quantidades de perfis, é realizado me­ (fu), conforme demonstram os gráficos apresen­
diante o emprego de uma prensa dobradeira. A tados na figuras 2.1 e2.2, com conseqüente re­
matriz da dobradeira é prensada contra a cha­ dução de ductilidade, isto é, o diagrama tensão­
pa de aço, obrigando­a a formar uma dobra. deformação sofre uma elevação na direção das
Várias operações similares a essa, sobre a resistências limites, mas acompanhado de um
mesma chapa, fornecem à seção do perfil a estreitamento no patamar de escoamento. A re­
geometria exigida no projeto. O comprimento do dução de ductilidade significa uma menor ca­
perfil está limitado à largura da prensa. pacidade de o material se deformar; por essa
O processo contínuo é utilizado por fabri­ razão, a chapa deve ser conformada com raio
cantes especializados em perfis formados a frio de dobramento adequado ao material e a sua
e o processo descontínuo é geralmente utiliza­ espessura, a fim de se evitar o aparecimento
do pelos fabricantes de estruturas metálicas. de fissuras.

2.2 – Tipos de aços

A NBR 14762:2001 “Dimensiona­


mento de estruturas de aço constituídas por per­
fis formados a frio – Procedimento” recomenda
o uso de aços com qualificação estrutural e que
possuam propriedades mecânicas adequadas
para receber o trabalho a frio. Devem apresen­
Figura 2.1 ­ Aumento da resistência ao escoamento e da
tar a relação entre a resistência à ruptura e a resistência à ruptura, num perfil formado a frio por
resistência ao escoamento fu/fy maior ou igual perfiladeira (fonte: Revista Portuguesa de Estruturas)
a 1,08, e o alongamento após ruptura não deve
ser menor que 10% para base de medida igual
a 50mm ou 7% para base de medida igual a
200mm, tomando­se como referência os ensai­
os de tração conforme ASTM A370.
A utilização de aços sem qualificação es­
trutural para perfis é tolerada se o aço possuir
propriedades mecânicas adequadas para rece­
ber o trabalho a frio. Não devem ser adotados
no projeto valores superiores a 180MPa e Figura 2.2 ­ Aumento da resistência ao escoamento e da
resistência à ruptura, num perfil formado a frio por prensa
dobradeira. (fonte: Revista Portuguesa de Estruturas)
14
O aumento das resistências ao escoamen­ Tabela 2.1 ­ Valores de Df y
to e à ruptura se concentra na região das curvas
Df y (1) Df y (2) Df y (3)
quando o processo é descontínuo, pois apenas C
MPa MPa MPa
a região da curva está sob carregamento. No
processo contínuo esse acréscimo atinge outras 0,01 2 2 2
regiões do perfil, pois na linha de perfilação toda 0,02 4 4 5
a parte do perfil entre roletes está sob tensão.
O aumento da resistência ao escoamento 0,05 10 10 12
pode ser utilizado no dimensionamento de bar­ 0,10 21 20 24
ras submetidas à compressão ou à flexão, que
0,15 31 30 37
não estejam sujeitas à redução de capacidade
devido à flambagem local, conforme a equação (1) fy = 250 MPa, fu = 360 MPa, r = t
2.1. (2) fy = 300 MPa, fu = 400 MPa, r = t
(3) fy = 355 MPa, fu = 490 MPa, r = 1,5 t

(2.1) Atenção especial deve ser dada ao cálcu­


lo das características geométricas dos perfis
formados a frio. A existência da curva, no lugar
sendo: do “ângulo reto”, faz com que os valores das
características geométricas (área, momento de
inércia, módulo resistente, etc.) possam ser,
dependendo das dimensões da seção, sensi­
velmente reduzidos.
A variação nas dimensões da seção devi­
da à estricção ocorrida na chapa quando do­
brada, pode, por outro lado, ser desconsiderada
para efeito de dimensionamento.
Dfy ­ acréscimo permitido à fy
fy ­ resistência ao escoamento do aço virgem 2.4 – Padronização dos Perfis
fyc ­ resistência ao escoamento na região da Formados a Frio (NBR 6355:2003)
curva
fu ­ resistência à ruptura do aço virgem A Norma NBR 6355:2003 – “Perfis Estru­
r ­ raio interno de dobramento; turais de Aço Formados a Frio”, padroniza uma
t ­ espessura. série de perfis formados com chapas de espes­
C ­ relação entre a área total das dobras e a suras entre 1,50 mm a 4,75 mm, indicando suas
área total da seção para barras submetidas à características geométricas, pesos e tolerânci­
compressão; ou a relação entre a área das do­ as de fabricação.
bras da mesa comprimida e a área total da A nomenclatura dos perfis também foi pa­
mesa comprimida para barras submetidas à dronizada. A designação dos nomes é feita da
flexão seguinte forma: tipo do perfil x dimensões dos
lados x espessura, todas as dimensões são
Apresentam­se na tabela 2.1 alguns valo­ dadas em mm. A tabela 2.2 mostra os tipos de
res de Dfy, em função de C, para aço com fy = perfis padronizados e forma de nomenclatura
250MPa (fu = 360 MPa), fy = 300 MPa (fu = 400 dos elementos.
MPa ) e fy = 355 MPa (fu = 490 MPa ). No anexo A da NBR 6355:2003
apresentam­se as seções transversais dos
perfis formados a frio.
15
Fabricação e padronização de perfis formados a frio

2.2

16
17
Capítulo 3
Comportamento estrutural
de perfis de seção aberta

19
Comportamento estrutural de perfis de seção aberta

Os estados limites últimos das barras de flambagem.


seção transversal aberta, formadas por chapas Neste manual, à semelhança da norma bra­
finas de aço, a serem considerados no sileira NBR 14762:2001, por simplicidade, os
dimensionamento, freqüentemente estão asso­ modos reais de deformação que podem levar à
ciados à instabilidade local, distorcional ou glo­ instabilidade são associados aos modos teóri­
bal. cos de flambagem e o termo “flambagem” é usa­
Cabe aqui uma consideração sobre no­ do indistintamente para estruturas teóricas ou
menclatura que, por vezes, afeta o entendimen­ reais.
to conceitual do fenômeno da flambagem. Tome­ No capítulo 4, discorre­se de forma deta­
se um pilar ideal, absolutamente reto, sem im­ lhada, sobre o fenômeno da instabilidade local
perfeições de fabricação e submetido a um car­ e sobre o método das larguras efetivas, proce­
regamento perfeitamente centrado. Incremente­ dimento simplificado para considerar­se a ins­
se esse carregamento gradativamente até atin­ tabilidade no dimensionamento do perfil. No
gir a chamada carga crítica, o pilar pode se capítulo 5, apresentam­se considerações sobre
manter na posição reta indeformada, de equilí­ a instabilidade distorcional. No capítulo 7, dis­
brio instável, ou, se houver uma perturbação, por corre­se sobre os fenômenos de instabilidade
menor que seja, procurar uma posição deforma­ global, quais sejam a instabilidade lateral com
da estável. Há, portanto duas soluções teóricas torção das vigas e a instabilidade por flexão,
de equilíbrio. torção ou flexo­torção de pilares.
Tome­se, agora, um pilar real, com imper­ A capacidade resistente das barras con­
feições geométricas. Novamente, aplica­se uma siderando as instabilidades globais relaciona­
força perfeitamente axial. Ao se incrementar o das com a torção está diretamente associada à
carregamento, a presença de imperfeições cau­ rigidez à flexão EIy, e à rigidez à torção da se­
sará flexão. Assim, desde o início, o pilar real ção. A parcela da torção, em especial, depende
estará submetido à flexão­composta e o estado não apenas do termo correspondente à chama­
limite último poderá ser alcançado para valores da torção de Saint Venant, GIt, mas igualmente
inferiores ao da força normal crítica. da rigidez ao empenamento da seção, ECw .
Em termos mais simples, há uma diferen­ Quanto mais finas as paredes da seção do per­
ça conceitual entre a resposta estrutural de um fil, menores os valores das propriedades It e
pilar ideal e a de um pilar real, imperfeito, mes­ Cw. Essas parcelas são proporcionais ao cubo
mo que ambos estejam sujeitos apenas à força da espessura t das paredes, sofrendo grandes
axial. variações para pequenas alterações no valor da
Para que não haja conflito entre o entendi­ espessura.
mento dos dois comportamentos distintos, as Além dos fenômenos de instabilidade, a
principais escolas brasileiras definem barra pode estar sujeita à torção.
flambagem como a ocorrência de um ponto de Nas vigas em que os carregamentos não
bifurcação no diagrama força x deslocamento são aplicados no centro de torção da seção,
de um ponto de uma barra ou chapa comprimi­ ocorre torção. As teorias de barras de Euler e
da. Em elementos estruturais reais, na presen­ de Timoshenko, comumente ensinadas nos cur­
ça de imperfeições, não ocorre ponto de bifur­ sos de Resistência dos Materiais, não abran­
cação e, portanto, segundo a definição não ocor­ gem esse comportamento das barras com se­
re flambagem. Em outras palavras distingue­se ção aberta.
a flambagem da flexão composta. Como, geral­ Para um entendimento geral do compor­
mente, as imperfeições das estruturas de aço tamento de um perfil de seção aberta, mostram­
são de pequeno valor, os modos de deforma­ se no Anexo A de forma simples e intuitiva, as­
ção das barras de aço lembram os modos de

20
pectos relacionados à torção e no Anexo B o
efeito de forças aplicadas em direções não­pa­
ralelas aos eixos principais da seção transver­
sal.

21
Capítulo 4
Flambagem local e o
método das larguras efetivas

23
Flambagem local e o método das larguras efetivas

No dimensionamento de perfis de chapa Para exemplificar o comportamento após


dobrada, cuja seção transversal é constituída por a ocorrência da flambagem local de uma cha­
elementos de chapas finas com elevada rela­ pa, considere uma placa quadrada simplesmen­
ção largura/espessura, é necessário verificar os te apoiada nas quatro bordas, sujeito a um es­
elementos quanto à flambagem local. No cálcu­ forço de compressão normal em dois lados
lo convencional de estruturas de aço compos­ opostos, como mostrado na figura 4.2.
tas de perfis laminados ou soldados a
flambagem local pode ser evitada pelo uso de
uma classe desses perfis, que tem uma relação
largura/espessura reduzida.
Os elementos planos que constituem a
seção do perfil nas estruturas de chapa dobra­
das podem deformar­se (flambar) localmente
quando solicitados à compressão axial, à com­
pressão com flexão, ao cisalhamento, etc (figu­
ra 4.1). Diferentemente da flambagem de barra,
a flambagem local não implica necessariamen­
te no fim da capacidade portante do perfil, mas,
apenas uma redução de sua rigidez global à
deformação.

Figura 4.2 ­ Comportamento pós­flambagem

Admitindo­se faixas como um sistema de


grelha, nota­se que, as faixas horizontais contri­
buem para aumentar a rigidez à deformação das
barras verticais comprimidas. Nesse modelo, as
Flexão Compressão faixas horizontais se comportam como se fos­
Figura 4.1 ­ Flambagem local sem apoios elásticos distribuídos ao longo do
comprimento das barras comprimidas. Quanto
As chapas de aço ainda possuem consi­ maior for a amplitude da deformação da barra
derável capacidade resistente após a ocorrên­ comprimida, maior será contribuição das “mo­
cia da flambagem local. Sua capacidade resis­ las” para trazê­la à posição vertical novamente.
tente chegará ao limite somente quando as fi­ Essa condição estável após a deformação per­
bras mais comprimidas atingirem a resistência pendicular ao seu plano é considerada no
ao escoamento do aço. Isso significa que o cor­ dimensionamento dos perfis formados a frio.
reto dimensionamento desses elementos de­
pende de uma análise não­linear. Costuma­se
substituí­la por expressões diretas, deduzidas a
partir de teorias simplificadas e calibradas
empiricamente. Atualmente, na norma brasilei­
ra para o dimensionamento de perfis formados
a frio, NBR 14762:2001, é recomendado o mé­
todo das larguras efetivas.
Figura 4.3 ­ Comportamento associado a grelha
24
Esse conceito de grelha pode ser
extrapolado para uma chapa retangular com a (eq. 4.1)

dimensão longitudinal muito maior do que a


transversal, figura 4.3, e esse é o caso dos per­ 4.1 ­ Fatores que influenciam no
fis formados a frio. Nesse caso, a chapa apre­ cálculo da largura efetiva
sentará comportamento equivalente a uma su­
cessão de chapas aproximadamente quadra­ 4.1.1 ­ Condição de contorno
das, sendo válido estender a conclusão sobre o
comportamento das chapas quadradas às cha­ A condição de contorno dos elemen­
pas longas. tos de chapa, tal qual nas barras, influi na capa­
A rigidez à deformação da chapa é maior cidade resistente.
junto aos apoios “atraindo” maiores tensões atu­ A NBR 14762 designa dois tipos de
antes. O máximo esforço suportado pela chapa condição de contorno para os elementos de cha­
ocorre quando a tensão junto ao apoio atinge a pa, AA e AL, conforme exemplificado na figura
resistência ao escoamento, fy. 4.5.
A figura 4.4 mostra a distribuição das ten­
sões na chapa com o aumento gradual do car­
regamento aplicado. De início, a distribuição
das tensões é uniforme com valor inferior ao da
tensão crítica de flambagem, figura 4.4a. Aumen­
tando o carregamento a chapa se deforma e há
uma redistribuição das tensões internas (figura
4.4b) até atingir a resistência ao escoamento, Figura 4.5 ­ Condições de contorno (extraída da
fy, figura 4.4c. NBR14762:2001)

O conceito de larguras efetivas consiste Os enrijecedores e as mesas não­


em substituir o diagrama da distribuição das enrijecidas dos perfis de aço, figura 4.6, são ele­
tensões, que não é uniforme, por um diagrama mentos com um dos lados constituídos de bor­
uniforme de tensões. Assume­se que a distri­ da livre, AL indicados da figura 4.5. Essa condi­
buição de tensões seja uniforme ao longo da ção reduz significativamente a capacidade re­
largura efetiva “bef” fictícia com valor igual às ten­ sistente, pois, não ocorrem na configuração de­
sões das bordas, figura 4.4d. A largura “bef” é formada (figura 4.6), as diversas semi­ondas que
obtida de modo que a área sob a curva da dis­ aproximam seu comportamento ao de uma cha­
tribuição não­uniforme de tensões seja igual à pa quadrada e nem há colaboração de “barras
soma de duas partes da área retangular equi­ horizontais” como um modelo de grelha. Em ele­
valente de largura total “bef” e com intensidade mentos muito esbeltos, ou seja, com altos valo­
“fmáx”, conforme a equação 4.1. res da relação largura/espessura, a largura efe­
tiva calculada é muito pequena.
O coeficiente de flambagem, k, é o fator
inserido nas expressões para o cálculo das lar­
guras efetivas que quantifica as diversas condi­
ções de contorno e de carregamento das cha­
pas, sendo obtido por meio da Teoria da Esta­
bilidade Elástica. A tabela 4.1 mostra alguns va­
lores clássicos para o coeficiente k.

Figura 4.4 ­ Distribuição de tensões


25
Flambagem local e o método das larguras efetivas

Os elementos com enrijecedores de bor­


da não podem ser incondicionalmente conside­
rados como biapoiados. Como se pode notar
no modelo adotado para representar o
enrijecedor de borda na figura 4.7, um
enrijecedor pode não ser suficientemente rígido
para se comportar como um apoio adequado e
Figura 4.6 ­ Elementos com bordas livres assim, comprometer a estabilidade da mesa
enrijecida. A capacidade adequada de um
enrijecedor depende essencialmente do seu
momento de inércia, Ix, portanto, os valores da
largura efetiva das mesas enrijecidas dos per­
fis dependem da dimensão D do enrijecedor.
Por outro lado, o enrijecedor não deve ser muito
esbelto, ou seja, ter a dimensão D elevada, por­
que ele próprio pode se instabilizar. O valor mais
Figura 4.7 ­ Enrijecedor de borda adequado para a largura do enrijecedor está
entre 12% a 40% da mesa do perfil a ser
Tabela 4.1 – Valores de k para algumas condi­ enrijecida, conforme mostra a figura 4.8, que foi
ções de contorno e carregamento construída por meio de uma análise paramétrica
a partir das expressões da norma brasileira,
para alguns casos de perfis tipo Ue.

(fig. 4.9a)
4.1.2 – Distribuição de tensões

A forma da distribuição de tensões aplica­


(fig. 4.6)
da (figura 4.9) no elemento de chapa também
influência o cálculo da largura efetiva.

(fig. 4.9e)

(por ex. mesas de


perfis Ue ­ Fig. 4.7)

Figura 4.9 ­ Distribuição de tensões

Figura 4.8 ­ Largura efetiva em função de D/bf

26
Quando o carregamento na chapa não é Nos casos onde há tensões de tração e
uniforme, há uma diminuição dos esforços de compressão no elemento, somente para ele­
compressão ao longo da borda carregada, mentos com borda livre, calcula­se as largu­
consequentemente aumentando a largura efeti­ ras efetivas, substituindo na equação, a largura
va calculada. total do elemento pela largura comprimida, bc,
conforme a eq. 4.4 e figura 4.10.
O valor da tensão, obviamente, é funda­
mental na determinação da largura efetiva. Al­
tos valores de tensões atuantes conduzem a
menores larguras efetivas.

4.2 Cálculo das larguras efetivas

Calcula­se a largura efetiva de uma chapa


comprimida (NBR 14762 item 7.2) por meio da
eq. 4.2.

Figura 4.10 – largura efetiva para elementos sob compres­


æ 0, 22 ö são e tração
b ç1 - ÷
ç l p ÷ø
è (eq. 4.2)
bef = £b æ 0, 22 ö
lp bc ç1 - ÷
ç l p ÷ø (eq.4.4)
bef = è £b
b lp
lp = t
kE (eq. 4.3) onde bc é o comprimento da parte compri­
0, 95 mida do elemento AL.
s

Sendo As tabelas 4.2 e 4.3 mostram as equações


b – largura do elemento para o cálculo do coeficiente de flambagem k.
λp ­ índice de esbeltez reduzido do elemento Como era de ser esperar o coeficiente k depen­
t – espessura do elemento de das condições de contorno e carregamen­
E – módulo de elasticidade do aço = 20 500 kN/ tos dos elementos. A condição de carregamen­
cm2 to é avaliada em função da relação entre a má­
xima e mínima tensão atuante no elemento ψ.
s ­ tensão normal de compressão definida por: Para o cálculo dos deslocamentos, deve­
s = ρ.fy, sendo ρ o fator de redução associado se considerar também, a redução de rigidez à
à compressão centrada e s = ρFLTT.fy, sendo ρFLT flexão da seção devido à flambagem local. Para
o fator de redução associado à flexão simples. isso, utilizam­se as mesmas expressões do cál­
k – coeficiente de flambagem local culo das larguras efetivas (equações 4.2 e 4.3)
substituindo­se a máxima tensão permitida no
Os valores do coeficiente de flambagem elemento, s , pela tensão de utilização, s n .
k, para elementos classificados como AA e AL
(figura 4.5) são dados nas tabelas 4 e 5. s n ­ é a máxima tensão de compressão
calculada para seção efetiva (portanto é neces­
Nota­se que para valores de bef < 0,673 a sário fazer interação), na qual se consideram as
equação 4.2 resulta em bef = b combinações de ações para os estados limites
de serviço.

27
Flambagem local e o método das larguras efetivas
4.2

<0

Tabela 4.3

28
Exemplos de cálculos de larguras efetivas máxima no perfil:
em elementos comprimidos AL: σ1= 21,32 kN/cm2
σ2= 21,32 kN/cm2
Exemplo 01 ­ Cálculo da largura efetiva Somente tração no elemento!
da al ma e m es as do perfil padronizado
U250x100x2,65 mm submetido ao esforço de 1.2 ­ Largura efetiva elemento[3]
momento fletor em relação ao eixo x, sob uma Elemento AL
tensão de 21,32 kN/cm2: b= 9,47 cm
σ1= ­21,32 kN/cm2
Perfil U: bw= 25 cm bf= 10 cm t= 0,265 cm σ2= ­21,32 kN/cm2
aço: fy= 25 kN/cm2 E= 20500 kN/cm2 ψ=1

1.2.1 ­ NBR14762 ­ Tab05.caso a (Tabela 4.3)


k= 0,43
b 9, 47
t 0,335
lp = =
kE 0, 43.20500
0,95 0,95
s 21,32

λp=1,85 [λp > 0,673]

æ 0, 22 ö 0, 22 ö
b ç1 -
ç ÷÷ 9, 47 æç 1 - ÷
lp ø è 1,85 ø £ b
bef = è =
lp 1,85
1 ­ Cálculo das Larguras Efetivas
σ = 21,32 kN/cm2 bef= 4,51 cm
bef,1= 4,51 cm
admitindo distribuição linear de tensões,
com o valor máximo na fibra mais distante do 1.3 ­ Largura efetiva do elemento [2]
centro geométrico igual a σ = 21,32 kN/cm2 e Elemento AA
zero no centro geométrico pode­se calcular as σ1= ­20,64 kN/cm2
tensões em qualquer coordenada y da seção. σ2= 20,64 kN/cm2
ψ = ­1
1.1 ­ Largura efetiva do elemento [1]
Elemento AL 1.3.1 ­ NBR14762 ­ Tab04.caso d (Tabela 4.2)
b= 25 – 4.t = 25 – 4 . 0,265
A largura, b, é o comprimento da parte reta do b= 23,94 cm
elemento, descontados os trechos curvos: k= 24
b= 10,0 – 2.t = 10,0 – 2 . 0,265 b= 23,94 cm
b= 9,47 cm bc= 11,97 cm
bt= 11,97 cm
­ pode­se tomar, neste caso, a tensão na fibra
média da mesa. Nos exemplos deste manual,
por simplificação e a favor da segurança, admi­
te­se que a tensão na fibra média é a tensão

29
Flambagem local e o método das larguras efetivas

inércia, y, para uma resistência ao escoamento


da fibra mais solicitada igual a 25,0 kN/cm2:

Perfil U: bw= 25 cm bf= 10 cm t= 0,265 cm


Aço: fy= 25 kN/cm2 E= 20500 kN/cm2

Seção submetida a esforço de momento fletor


em relação ao eixo Y

1 ­ Cálculo das Larguras Efetivas


σ = 25 kN/cm2

Admite­se variação linear de tensões, sendo o


valor máximo igual a 25 kN/cm2

1.1 ­ Largura efetiva do elemento [1] = elemento


[3]
b 23, 94
t 0, 265
lp = = Elemento AL
kE 24.20500
A largura, b, é o comprimento da parte reta do
0,95 0, 95
s 20, 64 elemento, descontados os trechos curvos:
b= 9,47 cm
λp=0,616 [λp < 0,673] tensão na extremidade livre da mesa:
bef = b
posição da fibra em relação ao CG.:
Propriedades geométricas: x1 = 7,66 cm
Ix da seção bruta= 1120,17cm4 σ1= ­25 kN/cm2
Ix da seção efetiva= 893,70cm4 tensão na extremidade conectada à alma:
posição do CG:
Para se calcular o momento de inércia da xg = 2,34 cm
seção efetiva é necessário calcular o novo cen­ posição da fibra:
tro geométrico (CG) da seção transversal, des­
contando a parte “não­efetiva” dos elementos x = 2,34 – 2*t = 1,812 cm
com larguras efetivas reduzidas. Calcula­se en­ 25
tão, o momento de inércia em relação aos no­ σ2= ´ 1, 81 =
vos eixos de referência. Pode­se utilizar proces­ 7, 66
sos automatizados para calcular essas proprie­ σ2= 5,905 kN/cm2
dades geométricas como, por exemplo, o Excel
ou um programa específico para esse fim. O
Programa DimPerfil realiza esses cálculos e
exibe os resultados.
(Tração)

Exemplo 02 ­ Cálculo da largura efetiva


da al ma e m es as do perfil padronizado (Compressão)

U250x100x2.65 mm submetida ao esforço de


momento fletor em relação ao eixo de menor

30
ψ = 5,905 / (­25,0)
ψ = ­0,236

1.1.1 ­ NBR14762 ­ Tab.05 caso d


k= 0,624 (Tabela 4.3)

λp=1,66 [λp > 0,673]


æ
0, 22 ö
b çç1 - ÷÷ 9, 47 æç 1 - 0, 22 ö÷
lp ø è 1, 66 ø £ b
bef = è =
lp 1, 66

bef= 4,94 cm à bef,1= 4,94 cm

1.2 ­ Largura efetiva do elemento [2]


Exemplo 03 ­ Cálculo da largura efetiva das
Elemento AA
abas do perfil padronizado L80x80x3.35 mm
xg = 2,34 cm
submetida ao esforço de compressão, sob uma

σ = σ = 25 ´
1 2
( 2, 34 - 0, 265 )
2
tensão de 8,6 kN/cm2:

7 , 66 Perfil L:
b= 8,0 cm t= 0,335 cm
σ1= σ2= 7,20 kN/cm2 (tensão na fibra média da
fy= 25 kN/cm2 E= 20500 kN/cm2
alma)
Somente tração no elemento!
1 ­ Cálculo das Larguras Efetivas
bef = b = 23,94 cm
σ = 8,6 kN/cm2

1.1­ Largura efetiva do elemento [1] = elemento


[2]
Elemento AL
b= 8,0 – 2.t = 8,0 – 2 . 0,335
b= 7,33 cm
σ1= ­8,6 kN/cm2
σ2= ­8,6 kN/cm2
ψ=1

1.1.1 ­ NBR14762 ­ Tab.05 caso a (Tabela 4.3)


k= 0,43

b 7,33
t 0,335
lp = =
Propriedades geométricas: kE 0, 43.20500
0,95 0,95
Iy da seção bruta= 112,82 cm4 s 8, 6
Iy da seção efetiva= 20,76 cm4
λp=0,72 [λp > 0,673]

31
Flambagem local e o método das larguras efetivas

æ 0, 22 ö de de enrijecedor para aumentar sua capacida­


0, 22 ö
b ç1 -
ç ÷÷ 7,33 æç 1 - de resistente de compressão e sua largura efe­
è lp ø è 0, 72 ÷ø tiva será igual à largura bruta. Para elementos
bef = = £b
lp 0, 72 esbeltos o enrijecedor de borda deverá servir
como um apoio “fixo” na extremidade do elemen­
bef= 7,07 cm to. Nesse caso a largura efetiva calculada de­
bef,1= 7,07 cm penderá da esbeltez do elemento (b/t), da es­
beltez do enrijecedor de borda (D/t) e da inércia
do enrijecedor de borda (Is ­ momento de inér­
cia do enrijecedor em relação ao seu centro
geométrico, figura 4.11).

Além de servir como apoio, o enrijecedor,


também, se comporta como um elemento de
borda livre (AL) sujeito à flambagem local. A ocor­
rência da flambagem local do enrijecedor indu­
zirá a flambagem local na mesa enrijecida. Um
enrijecedor de borda adequado é aquele que
tem condições de se comportar como um apoio
à mesa. Para isso, ele precisa ter uma rigidez
mínima, ou seja, um momento de inércia míni­
mo, denominada de Ia. Se o enrijecedor for ina­
dequado, ou seja Is<Ia, o comportamento da cha­
pa da mesa, será mais próximo a uma chapa
Propriedades geométricas: com borda livre, portanto o valor do coeficiente
A da seção bruta= 5,18 cm2 de flambem local para mesa, k, será pequeno
A da seção efetiva= 5,00 cm2 aproximando­se ao da chapa livre. Quando as
dimensões do enrijecedor não respeitam os li­
4.3 ­ Elementos comprimidos com mites de adequação, será necessário, também,
enrijecedor de borda reduzir a largura efetiva do enrijecedor de bor­
da, ds da figura 4.12, a fim de se reduzir as ten­
sões nele aplicadas.

O procedimento para o cálculo das largu­


ras efetivas para elementos com enrijecedores
de borda, na norma brasileira é feito da seguin­
te forma:

Figura 4.11 ­ elemento enrijecido

Para calcular a largura efetiva de um ele­


mento com enrijecedor de borda é necessário
considerar as dimensões do elemento (b) e as
do enrijecedor de borda (D) (figura 4.11). Se o
elemento b for pouco esbelto (valor de b/t pe­
queno ­ até cerca de 12) não haverá necessida­

32
Caso I – l p 0 < 0,673 ­ Elemento pouco
esbelto. Mesmo que a mesa fosse de borda livre
(AL) sua largura efetiva seria igual a largura bru­
ta. Nesse caso então, não seria necessária a
ajuda do enrijecedor de borda.
bef = b à para a mesa comprimida

Caso II – 0,673 < l p 0 < 2,03 – Elemento


medianamente esbelto, precisa ser apoiado
pelo enrijecedor para aumentar sua capacida­
de resistente.
O cálculo da largura efetiva é feito por meio
da equação 4.2, onde o coeficiente de
flambagem k, é calculado conforme a equação
(a) 4.6.

Is (eq. 4.6)
k= ( ka - 0, 43) +, 043 £ ka
Ia

O momento de inércia de referência (ade­


quado) para o enrijecedor é determinado con­
forme a equação 4.7.

I a = 400t 4 ( 0, 49l p 0 - 0, 33 )
3
(eq. 4.7)

O momento de inércia da seção bruta do


enrijecedor em relação ao seu centro geométri­
co em torno do eixo paralelo ao elemento
enrijecido é determinado conforme a equação
(b) 4.8.

d 3t.sen 2q (eq. 4.8)


Is =
12
Figura 4.12 ­ Enrijecedor de borda
O valor de ka é calculado pela equação 4.9
Primeiramente se calcula l p 0 , que é o va­ ou 4.10, conforme o caso.
lor da esbeltez reduzida da mesa como se ela 1 ­ para enrijecedor de borda simples com
fosse um elemento de borda livre (AL):
D
40o £ q £ 140 o e b £ 0,8 , onde q é mostrado na
b b
t t figura 3.9a:
lp0 = = (eq. 4.5)
0, 43 E E
0,95 0, 623
s fy æDö (eq. 4.9)
ka = 5, 25 - 5 ç ÷ £ 4, 0
èbø

33
Flambagem local e o método das larguras efetivas

tálico, Aef, Ixef, Iyef são calculadas considerando


2 ­ para outros tipos de enrijecedor:
a largura ds do enrijecedor de borda.
ka = 4,0 (eq. 4.10)

Com o valor de k obtido da equação 4.6 ­ Para demais enrijecedores de borda (figura
obtém­se a largura efetiva por meio da equa­ 4.12b):
ção 4.2 já apresentada, que aqui se repete.
Is
As = A £ Aef - ( Aef - área efetiva do enrijecedor )
æ 0, 22 ö I a ef
b ç1 - ÷
ç l p ÷ø (equação 4.2) (eq. 4.14)
bef = è
lp
Sendo Caso III – l p 0 > 2,03 – Elemento muito esbelto.
b O enrijecedor precisa ter alta rigidez para apoi­
lp = t
(equação 4.3) ar a mesa adequadamente.
kE O cálculo da largura efetiva é feito por meio da
0,95
s equação 4.2, onde o coeficiente de flambagem
k, é calculado conforme a equação 4.15.
A largura efetiva do elemento é divido em
dois trechos próximos às extremidades do ele­
mento, o primeiro trecho de comprimento bef,1 Is (eq. 4.15)
k= 3 ( ka - 0, 43) + 0, 43 £ ka
no lado da alma do perfil e o segundo trecho Ia
bef,2 no lado do enrijecedor de borda, esses va­
Sendo
lores são obtidos por meio das equações 4.11
e 4.12.
I a = ( 56l p0 + 5 ) t 4 (eq. 4.16)
I s æ bef ö bef (eq. 4.11)
bef ,2 = ç ÷£ bef, bef,1, bef,2, ds, ka e As são calculados da mes­
Ia è 2 ø 2
ma forma que no caso II.
bef,1 = bef – bef,2 (eq. 4.12)
Exemplos de cálculos de larguras efetivas em
perfis com mesas enrijecidas:
Caso a inércia (Is) do enrijecedor de bor­
da não seja adequada para servir como um
Exemplo 04 – Cálculo da largura efetiva da
apoio para a mesa enrijecida, este deve ter sua
alm a e mes as do perfil padronizado Ue
área efetiva reduzida, afim de que se diminuam
250x100x2,65 mm submetido ao esforço nor­
as tensões nele atuantes, conforme equações
mal de compressão, sob uma tensão de 25,00
4.13 e 4.14.
kN/cm2:
­ Para enrijecedor de borda simples (figu­
ra 4.12a):
Aço: fy= 25 kN/cm2 E= 20500 kN/cm2
Is G= 7884,615 kN/cm2
ds = d £ def (eq. 4.13) Seção submetida a esforço normal
I a ef
1 ­ Cálculo das Larguras Efetivas
A largura efetiva do enrijecedor de borda
σ = 25 kN/cm2
deve ser previamente calculada tratando­o como
um elemento de borda livre, AL e as proprieda­
des geométricas da seção efetiva do perfil me­

34
1.1 ­ Largura efetiva dos enrijecedores de bor­
I a = 400t 4 ( 0, 49l p 0 - 0,33)
3

da
Elemento AL 3
b= 1,97 cm Ia = 400 ´ 0, 2654 ( 0, 49 ´1,891 - 0,33)
σ1= ­25 kN/cm2 σ2= ­25 kN/cm2 Ia=0,419 cm 4
ψ = σ1 /σ2= 1,0
Is
1.1.1 ­ NBR14762 ­ Tab.05 caso a (tabela 4.3)
k= ( ka - 0, 43) +, 043 £ ka
Ia
k= 0,43
Is/Ia=0,403
b 1.97
t 0, 265 k = 0, 403 ( 3,85 - 0, 43) + 0, 43
lp = = = 0,417
k.E 0, 43.20500
0,95 0,95 k=2,602
fy 25
b 8,94
t 0, 265
como λp < 0,673, então: lp = = (eq. 4.3)
bef = b kE 2, 62.20500
0,95 0,95
bef= 1,97 cm s 25

1.2 ­ Largura efetiva das mesas enrijecidas Como 0.673 < λp0 < 2,03, então:
1.2.1 ­ NBR14762. 7.2.2.2 ­ Elemento com
enrijecedor de borda: Caso II:

σ1= ­25 kN/cm2


σ2= ­25 kN/cm2
b=8,94 cm
D=2,5 cm t= 0,265 cm def=1,97 cm
d=1,97 cm σ=25 kN/cm2
θ=90 º

b 8,94
t 0, 265
lp0 = = = 1,891
E 20500
0, 623 0, 623
fy 25

d 3t.sen2q 1, 973.0, 265.sen2 (90) λp=0,769


Is = =
12 12
como λp > 0,673 – então:
Is= 0,1689 cm4
æ 0, 22 ö 0, 22 ö
æDö æ 2,5 ö
ka = 5, 25 - 5 ç ÷ = 5, 25 - 5 ç
b ç1 - ÷÷ 8,94 æç 1 -
÷ £ 4, 0 ç lp ø è 0, 769 ø
÷
(eq. 4.2)
èbø è 8,94 ø bef = è =
lp 0, 769
ka= 3,85 < 4,0 bef=8,301 cm

35
Flambagem local e o método das larguras efetivas

I s æ bef ö bef
bef ,2 = ç ÷£
Ia è 2 ø 2

æ 8,301 ö
bef ,2 = 0, 403 ç ÷
è 2 ø

bef,2= 1,672 cm
bef,1 = bef – bef,2= 8,301 – 1,672
bef,1= 6,629 cm

como Is < Ia, então:

Is
ds = d ef £ def
Ia

ds= 1,97 . 0,43= 0,794 cm


Exemplo 05 ­ Cálculo da largura efetiva da alma
1.3 ­ Largura efetiva da alma e m es as do perfil padronizado Z 45
Elemento AA 100x50x17x1,2 mm submetido ao esforço nor­
b= 23,94 cm mal de compressão, sob uma tensão de 25,00
σ1= ­25 kN/cm2 kN/cm2:
σ2= ­25 kN/cm2
ψ=1 Aço: fy= 25 kN/cm2 E= 20500 kN/cm2
G= 7884,615 kN/cm2
1.3.1 ­ NBR14762 ­ Tab.04 caso a (tabela 4.2)
k= 4 Seção submetida a esforço normal
23,94
0, 265 1 ­ Cálculo das Larguras Efetivas
lp = σ = 25 kN/cm2
4.20500
0,95
25
1.1 ­ Largura efetiva dos enrijecedores
λp=1,66 [λp > 0,673] Elemento AL
b= 1,565 cm
æ 0, 22 ö σ1= ­25 kN/cm2
23,94 ç 1 -
è 1, 66 ÷ø σ2= ­25 kN/cm2
bef = (eq.(eq. 4.2)
3.2) ψ=1
1, 66

bef= 12,508 cm 1.1.1 ­ NBR14762 ­ Tab.05 caso a (tabela 4.3)


bef,1= bef,2= bef/2 k= 0,43
bef,1= 6,254 cm 1,565
bef,2= 6,254 cm 0,12
lp = = 0,731
0, 43.20500
Propriedades geométricas: 0,95
25
A da seção bruta= 12,79 cm2
A da seção efetiva= 8,80 cm2 [λp > 0,673]

36
æ 0, 22 ö
1,565 ç 1 - ÷
bef = è 0, 731 ø = 1,497 cm
0, 731
bef,1= 1,497 cm

1.2 ­ Largura efetiva das mesas


1.2.1 ­ NBR14762. 7.2.2.2 ­ Elemento com
enrijecedor de borda (com inclinação de 45º):
σ1= ­25 kN/cm2
σ2= ­25 kN/cm2
b=4,625 cm D=1,70 cm
t=0,12 cm def=1,497 cm
d=1,565 cm σ=25 kN/cm2 λp=0,805 [λp > 0,673]
θ=45 º
æ 0, 22 ö
4, 625 ç1 -
b 4, 625 è 0,805 ÷ø
t 0,12 bef =
lp0 = = = 2,161 0,805
E 20500
0, 623 0, 623 bef=4,175 cm
fy 25
I s æ bef ö bef æ 4.175 ö
bef ,2 = ç ÷£ bef ,2 = 0, 734 ç ÷
Como λp0=2,161 > 2,03, então: Ia è 2 ø 2 è 2 ø

d 3t.sen 2q 1, 5653.0,12.sen2 (45) bef,2= 1,532 cm


Is = =
12 12 bef,1 = bef – bef,2= 4,175 – 1,532
Is= 0,0192 cm 4 bef,1= 2,642 cm
æDö æ 1, 7 ö como Is < Ia, então:
ka = 5, 25 - 5 ç ÷ = 5, 25 - 5 ç ÷ £ 4,0
èbø è 4,625 ø
Is
ds = d ef £ d ef
ka= 3,40 Ia
I a = ( 56l p 0 + 5 ) t 4 = ( 56 ´ 2,161 + 5) 0,124 ds= 0,734 . 1,497 = 1,099 cm
Ia= 0,026 cm 4
1.3 ­ Largura efetiva da alma
I Elemento AA
k = 3 s ( ka - 0, 43) + 0, 43 £ ka
Ia b= 9,52 cm
σ1= ­25 kN/cm2
Is/Ia= 0,734 σ2= ­25 kN/cm2
k = 3 0, 734 ( 3, 41 - 0, 43) + 0, 43 ψ=1

k=3,10 1.3.1 – Tabela 4.2 – caso a (NBR14762 ­ Tab04)


4, 625 k= 4
0,12
lp =
3,10.20500
0,95
25

37
Flambagem local e o método das larguras efetivas

9, 52 Seção submetida a esforço de momento fletor


0,12 em relação ao eixo X
lp =
4.20500
0,95
25 1 ­ Cálculo das Larguras Efetivas
σmáx= 25 kN/cm2
λp=1,458 [λp > 0,673]
æ 0, 22 ö O cálculo das tensões nas extremidades de cada
9,52 ç 1 - ÷ elemento é feito considerando diagrama linear
bef = è 1, 458 ø de tensões ao longo da altura do elemento com
1, 458 a linha neutra passando pelo centro geométrico
bef= 5,544 cm e perpendicular ao plano de aplicação do mo­
mento e o máximo valor de tensão igual a 25
bef,1= 2,772 cm kN/cm2 (tração ou compressão) na fibra mais
bef,2= 2,772 cm distante da linha neutra:

Propriedades geométricas:
A da seção bruta= 2,8 cm2
A da seção efetiva= 2,10 cm2

1.1 – Largura efetiva do enrijecedor de borda


e do enrijecedor de borda adicional:

O valor de b/t máximo em elementos com borda


livre (AL) submetidos a uma tensão de 25 kN/
cm2 para ter a largura efetiva igual a largura bru­
ta (bef = b) é dado pela equação 4.3 ao igualar­
Exemplo 06 ­ Cálculo da largura efetiva da alma
e mesas do perfil Ue com enrijecedor de borda se a esbelteza reduzida, λp, a 0,673:
adicional, Uee 200x100x25x10x2,65 mm sub­ b
metido a momento fletor em relação ao eixo de lp = t = 0, 673 è
maior inércia, X, sob uma tensão máxima de k.20500
0,95
25,00 kN/cm2: s

Aço: fy= 25 kN/cm2 E= 20500 kN/cm2


b = 0,95 0, 43.20500 0, 673
G= 7884,615 kN/cm2 t 25
Uee: bw= 20,0 bf= 10,0 D= 2,5 De= 1,0
t= 0,265 α=0 β=90 θ=90
38
b/tmax= 12 – (máximo valor de b/t no qual não Como 0,673 < λp < 2,03 – então:
será necessário reduzir a largura do elemento
de borda livre, para uma tensão de 25kN/cm2)
Caso II
3
Como neste exemplo as relações largura/espes­ I a = 400t 4 ( 0, 49l p 0 - 0,33) =
sura dos enrijecedores de borda e enrijecedores 3
adicionais do perfil são bem pequenas, respec­ 400 ´ 0, 2654 ( 0, 49 ´ 1,891 - 0,33)
tivamente 5,4 e 1,8, então as larguras efetivas
Ia=0,419 cm4
desses elementos são iguais suas larguras bru­
tas. Is
b/t = 1,44 / 0,265= 5,4 – enrijecedor de borda k= ( ka - 0, 43) +, 043 £ ka
Ia
b/t = 0,47 / 0,265= 1,8 – enrijecedor adicional
Is/Ia=0,591
1.2 ­ Largura efetiva da mesa enrijecida
­ NBR14762. 7.2.2.2 ­ Elemento com enrijecedor
ka = 4,0 – para enrijecedores de borda que não
de borda e enrijecedor de borda adicional:
sejam os simples
­ Por simplificação e a favor da segurança, será
admitido que a máxima tensão dada ocorre na k = 0, 591 ( 4 - 0, 43) + 0, 43
fibra média do elemento :
k=3,175
σ1= ­25 kN/cm2
σ2= ­25 kN/cm2 8, 94
b=8,94 cmt=0,265 cm 0, 265
lp =
Is= 0,247 cm4 3,175.20500
σ=25 kN/cm2 0,95
25

λp=0,696
como λp > 0,673 – então:

æ 0, 22 ö 0, 22 ö
ç
b ç1 - ÷ 8,94 æç 1 -
l p ÷ø è 0, 696 ø
÷
bef = è =
lp 0, 696
bef= 8,785 cm

I s æ bef ö bef
bef ,2 = ç ÷£
Ia è 2 ø 2
8,94
0, 265 æ 8, 785 ö
lp0 = = 1,891 bef ,2 = 0,591ç ÷
20500 è 2 ø
0, 623
25 bef,2= 2,596 cm

39
Flambagem local e o método das larguras efetivas

bef,1 = bef – bef,2= 8,785 – 2,596


bef,1= 6,188 cm

como Is < Ia, então a área efetiva do enrijecedor


de borda a ser considerada nas propriedades
geométricas de deve ser reduzida na propor­
ção Is/Ia

Is
As = Aef
Ia
Isso pode ser obtido diminuindo a
espessura efetiva do enrijecedor de borda:

Is
= 0, 591
Ia

tef = 59.1% . 0,265 = 0,157 cm Exemplo 07 ­ Cálculo da largura efetiva da alma


e m es as do perfil padronizado Cr
1.3 ­ Largura efetiva da Alma: Elemento AA 100x50x20x2,0 mm submetido a momento fletor
b= 18,94 cm em relação ao eixo X, sob uma tensão máxima
σ1= ­23,993 kN/cm2 de 25,00 kN/cm2 com os enrijecedores voltados
σ2= 23,993 kN/cm2 para o lado das tensões de compressão :
ψ = ­1 Aço: fy= 25 kN/cm2 E= 20500 kN/cm2
G= 7884,615 kN/cm2
1.3.1 ­ NBR14762 ­ Tab04.caso d (tabela 4.2) Perfil: Cr: bw=10 bf=5 D=2 t=0,2
k= 24
b= 18,94 cm
bc= 9,47 cm
bt= 9,47 cm
b 18,94
t 0, 265
lp = = = 0,525
kE 24.20500
0,95 0, 95
s 25

como λp=0,525 < 0,673 então,


bef= 18,94 cm
bef = b Nota: Mesas enrijecidas sob tensões de
compressão não uniformes, como é o caso des­
Propriedades geométricas: te exemplo (momento fletor aplicado no eixo
Ix da seção bruta= 767,09 cm4 perpendicular às mesas), não possuem nas nor­
Ix da seção efetiva= 743,88 cm4 mas em vigor um procedimento de cálculo es­
pecífico. É necessário, portanto, a favor da se­
gurança, considerar que estes elementos estão
uniformemente comprimidos.

40
Seção submetida a esforço de momento fletor b 9, 2
em relação ao eixo X t 0, 2
lp0 = =
1 ­ Cálculo das Larguras Efetivas E 20500
σmáx= 25 kN/cm2 0, 623 0, 623
fy 25

1.1 ­ Largura efetiva dos enrijecedores λp0=2,50


Elemento AL
Como λp0 > 2,03, então:
b= 1,6 cm
σ1= ­25 kN/cm2
σ2= ­25 kN/cm2
Caso III:
ψ = σ1/ σ2= 1,0
d 3t.sen 2q 1, 63.0, 2.sen 2 (90)
1.1.1 ­ NBR14762 ­ Tab05.caso a (tabela 4.3)
Is = =
12 12
k= 0,43
Is= 0,068 cm4
1.6
0, 2 æDö æ 2 ö
lp = = ka = 5, 25 - 5 ç
0, 43.20500 ÷ = 5, 25 - 5 ç ÷ £ 4, 0
0,95 èbø è 9, 2 ø
25
ka=4
λp=0,448462
I a = ( 56l p 0 + 5) t 4 = ( 56 ´ 2,50 + 5 ) 0, 24
como λp < 0,673, então
bef= 1,6 cm Ia=0,232 cm4
bef = b Is
k=3 ( k - 0, 43) + 0, 43 £ ka
Ia a
1.2 ­ Largura efetiva das mesas enrijecidas
­ NBR14762. 7.2.2.2 ­ Elemento com enrijecedor Is/Ia=0,294
de borda:
y1 = 4,78 (posição da extremidade junto ao k = 3 0, 294 ( 4 - 0, 43) + 0, 43
enrijecedor)
y2 = ­4,42 (posição da extremidade junto a alma k=2,80
do perfil) 9, 2
0, 2
ymáx= 5,08 ymín= ­4,72 lp =
2.8.20500
0,95
4, 78 25
σ1 = ´ -25 = ­23,523 kN/cm2
5, 08 λp= 0,98 [λp > 0,673]
4, 42 æ 0, 22 ö
σ2 = ´ 25 = 21,78 kN/cm2 9, 2 ç1 - ÷
5, 08 è 0,98 ø
bef =
0,98
(obs. para o divisor dessa equação use sempre
a coordenada mais distante do CG do perfil, em bef= 7,283 cm
módulo).
b=9,2 cm D=2 cm bef= 7,283 cm
t=0,2 cm def=1,6 cm
d=1,6 cm σ=23,52 kN/cm2
θ=90 º
41
Flambagem local e o método das larguras efetivas

I s æ bef ö bef
bef ,2 = ç ÷£
Ia è 2 ø 2

æ 7, 283 ö
bef ,2 = 0, 294 ç ÷
è 2 ø

bef,2=1,071cm
bef,1 = bef – bef,2= 9,2 – 1,071
bef,1= 6,212 cm

como Is < Ia, então:

Is
ds = d £ def
I a ef

ds= 1,6 . 0,294= 0,471 cm


ds= 0,471 cm

1.3 ­ Largura efetiva da mesa


Elemento AA
b= 4,2 cm
σ1= 23,257 kN/cm2
σ2= 23,257 kN/cm2
Elemento somente sob tensões de tração!

Propriedades geométricas:
Ix da seção bruta= 69,98 cm4
Ix da seção efetiva= 47,78 cm4

42
43
Capítulo 5
Flambagem por distorção da
seção transversal

45
Flambagem por distorção da seção transversal

A flambagem por distorção é caracteriza­


da pela alteração da forma inicial da seção
transversal ocorrendo uma rotação dos elemen­
tos submetidos à compressão.

Esse fenômeno torna­se mais evidente em:


­ aços de alta resistência
­ em elementos com maior
largura da mesa
relação ,
largura da alma

­ elementos com menor largura do


enrijecedor de borda,
­ seção cujos elementos são poucos es­
beltos (menor b/t). Nesse caso, a carga crítica
Figura 5.3 ­ Modelo simplificado proposto por Hancock &
de flambagem distorcional pode ser menor do Lau
que a da flambagem local.
A NBR 14762:2001 utiliza o método sim­
plificado proposto por Hancock, para calcular a
força crítica de flambagem por distorção dos
perfis formados a frio. Esse modelo simplifica­
do dispensa a solução numérica que demanda­
ria programas de computador.
Hancock idealizou um modelo de viga
composto apenas pela mesa do perfil e do seu
enrijecedor, submetido à compressão. A ligação
da mesa com a alma é representada por dois
Figura 5.1 ­ Flambagem local e distorcional apoios de molas, um para restringir à rotação e
outro para restringir o deslocamento horizontal,
Uma característica que diferencia a conforme esquematizado na figura 5.3. Esse
flambagem local da distorcional é a deformada modelo procura considerar, de forma aproxima­
pós­crítica. Na flambagem por distorção a se­ da, a influência da alma sobre a mesa compri­
ção perde sua forma inicial (figuras 5.1 e 5.2), o
que não ocorre na flambagem local. mida, por meio de coeficientes de mola kf e kx ,
respectivamente, à rotação e translação. É fácil
notar que quanto mais esbelta for a alma (maior
bw/t), menor serão os valores de e kf e kx .
A partir desse modelo matemático, com
algumas simplificações, é possível determinar­
se a tensão crítica de distorção do perfil e, con­
seqüentemente, a força normal e o momento
fletor críticos. Esses esforços podem ser deter­
a) compressão centrada b) momento fletor minados conforme os itens 7.7.3 e 7.8.1.3 da
NBR 14762.
Figura 5.2 – Distorção da seção transversal

46
As expressões para o cálculo da tensão a1 = (h/b1)(b 2 + 0,039It L d2) (eq. 5.5)
crítica de distorção,σdist , encontram­se no anexo
D da NBR 14762 e são apresentada a seguir. O coeficiente de mola à rotação (equação
5.4) depende do valor da tensão no qual a alma
5.1 Seção do tipo U enrijecido está solicitada. Quanto maior for essa tensão,
submetida à compressão uniforme menor será a restrição que ela poderá oferecer
para a mesa. No caso da compressão uniforme
Para as seções transversais com relação admite­se que o perfil está sob tensão unifor­
bf / bw compreendida entre 0,4 e 2,0 a tensão me, o que significa que a alma estará solicitada
crítica à distorção pode se determinada por a, no máximo, à tensão σdist. Sendo assim, é
meio da equação 5.1. necessário fazer uma iteração para a obtenção
da tensão crítica da flambagem por distorção.
sdist = (0,5E/A d){a1 + a2 – [(a1 + a2)2 ­ 4 3]0,5} Admite­se, inicialmente, que kf = 0 ao substituir
(eq. 5.1) a equação 5.2 pela equação 5.5 para a obten­
ção do primeiro valor de σdist da iteração . A se­
Onde: guir, com o valor da primeira tensão crítica en­
contrada calcula­se o (equação 5.4) e, em fim,
a1 = (h/b1)(b2 + 0,039It Ld 2) + kf /(b1hE) calcula­se σdist.
(eq. 5.2) Sendo assim, é necessário fazer esta pe­
quena interação na obtenção da tensão crítica
a2 = h(Iy ­ 2 yob3/b1) da flambagem por distorção. Admiti­se inicial­
a3 = h(a1Iy ­ hb32/b1) mente que a rigidez kf = 0 ao substituir a
b1 = hx2 + (Ix + Iy)/Ad equação 5.2 pela equação 5.5 na obtenção do
primeiro σdist. Depois com a primeira tensão
b2 = Ixbf2
crítica encontrada calcula­se o kf (equação 5.4)
b3 = Ixybf
e, em fim, calcula­se σdist definitivo admitindo,
b4 = b2 = Ixbf2 desta vez, a contribuição da rigidez a rotação
que a alma exerce sobre a mesa.
h = (p/Ld)2
As propriedades geométricas do modelo
Ld = 4,8(b4 bw /t3)0,25 (eq.5.3) estudado, Ad; Ix; Iy; Ixy; It; hx e hy devem ser calcu­
ladas para a seção transversal constituída ape­
Sendo Ld o comprimento teórico da semi­ nas pela mesa e do enrijecedor de borda (figu­
onda na configuração deformada. ra 5.4), cujas expressões são apresentadas a
seguir:
2
Et 3 é 1,11s æ b w 2L d ö ù
kf = ê1 - dist ç 2 ÷ ú
5,46( b w + 0,06 L d ) ê Et 2 çb +L 2 ÷ ú
ë è w d ø
û
(eq. 5.4)

σ dist pode ser calculada, em primeira apro­


ximação, pela equação 5.1 com a1 conforme in­
dicado na equação 5.5.
Figura 5.4 – Propriedades geométrica da mesa e o
enrijecedor de borda

47
Flambagem por distorção da seção transversal

Ad = (bf + D)t Tabela 5.1 – Valores mínimos da relação D/b w


de seções do tipo U enrijecido submetida à
Ix = bf t3/12 + tD3/12 + bf t hy2 + Dt(0,5D + compressão centrada para dispensar a verifi­
hy ) 2 cação da flambagem por distorção.

Iy = tbf 3/12 + Dt3/12 + Dt(bf + hx)2 + bft(hx


+ 0,5bf)2
Ixy = bf t hy(0,5bf + hx) + Dt(0,5D + hy)(bf +
h)
It = t3(bf + D)/3
hx = ­ 0,5(bf 2 + 2bfD)/(bf + D)
hy = ­ 0,5D2/(bf + D)

bf ; bw ; D ; t são indicados na figura 5.2.


A tabela 5.1 é válida para barras em que
Outro fator que deve ser observado na aná­ Lx, Ly e Lt são iguais. As barras em que os com­
lise da flambagem por distorção é o limite de primentos de flambagem mencionados são di­
validade das expressões normatizadas, ou seja, ferentes, por exemplo, barras com travamentos
0,4 < bf / bw < 2,0. Essa limitação se deve à intermediários, devem ser verificados à
calibaração da equação 5.4 para o cálculo de distorção pela equação 5.1

kf . Para perfis fora dessa faixa é necessário Exemplo 08: (exemplo de utilização da tabela
empregar métodos mais precisos. 5.1)
Qual deve ser o comprimento mínimo do
A tabela 5.1 indica as dimensões mínimas enrijecedor do perfil Ue 200x100xDx3 mm de
que deve ter o enrijecedor de borda (em rela­ uma barra submetida à compressão centrada
ção a dimensão da alma, D/bw) de perfis Ue de para não ser necessário a verificação da
forma a dispensar maiores verificações à flambagem por distorção?
flambagem por distorção. Essa tabela, retirada
do anexo D da NBR 14762, foi construída com bf 100 bw 200
base nas tensões críticas de flambagem, em bw = 200 = 0, 5 t = 3 = 67
regime elástico, pelo método das faixas finitas.
Para cada modo de flambagem, global, local ou Da tabela 5.1, por interpolação linear, tem­se:
distorcional, há uma tensão crítica diferente (veja
a figura 7.2). bw / t

As dimensões recomendadas pelas bf / bw 100 67 50


tabela 5.1 garantem que o modo distorcional não
0,4 0,04 0,0664 0,08
será o modo crítico de flambagem .
0,5 0,0929

0,6 0,06 0,1194 0,15

D
bw = 0, 0929 è D= 0,0929 . 200= 18,58 m m
48
Para uma barra onde os comprimentos de Tabela 5.2 – Valores mínimos da relação
flambagem são iguais, Lx=Ly=Lt, o menor valor D/b w de seções do tipo U enrijecido e Z
de enrijecedor de borda para dispensar a verifi­ enrijecidos submetida à flexão para dispensar
cação da flambagem por distorção é D= 19mm. a verificação da flambagem por distorção.

5.2 Seções do tipo U enrijecido e Z


enrijecido submetidas à flexão em
relação ao eixo perpendicular à alma

A tensão crítica de flambagem elástica por


distorção σdist para seções do tipo U enrijecido
e do tipo Z enrijecido submetidas à flexão em
relação ao eixo perpendicular à alma pode ser
determinada conforme a equação 5.1 substitu­
indo­se apenas as equações de Ld (eq. 5.3) e
kf (eq. 5.4) pelas equações 5.6 e 5.7
Exemplos para o cálculo da tensão de
respectivamente.
distorção no perfil:
Ld = 4,8(0,5Ix bf 2 bw /t3)0,25 (eq. 5.6)
Exemplo 09 ­ Cálculo da tensão crítica de
flambagem elástica à distorção do perfil padro­
é 1,11s dist æ 4 2
öù
kf =
Et 3
ê1 - ç
b w Ld
÷ nizado Ue 250x100x25x2.65 mm submetido ao
2,73(b w + 0,06Ld ) ëê Et 2 ç 12,56L + 2,192 b + 13,39L 2 b 2 ÷ ú
4 4
è d w d w øû ú esforço normal de compressão:
(eq. 5.7)
1 ­ Cálculo de σdist [NBR 14762­Anexo D]
NBR 14762 ­ Anexo D3: Seções Ue submeti­
De mesma forma que no caso da compres­
dos a compressão uniforme
são uniforme, σdist deve ser calculada, em pri­
t=0,265 cm bw=25 cm bf=10 cm
meira aproximação utilizando­se a equação 5.1,
D=2,5 cm E=20500 kN/cm2
mas substituindo a equação de 5.2 pela equa­
ção 5.5.
Propriedades geométricas da mesa e
Se o valor de kf . resultar negativo, kf . enrijecedor (ver item 5.1 e figura 5.4):
deve ser novamente calculado com σdist=0. Ad= 3,05661 cm2 Ix= 1,00392 cm4
Se o comprimento livre à flambagem por Iy= 28,20113 cm 4

distorção (Ldist ­ distância entre seções com res­ Ixy= 2,83349 cm4 It= 0,07145 cm4
trição total à distorção da mesa comprimida) for Cw= 0,00079 cm 6

inferior a Ld teórico, calculado conforme equa­ hx= ­5,556 cm hy= ­0,2454 cm


ção 5.6, então Ld pode ser substituído pelo com­ x0= 3,73896 cm y0=­0,24098 cm
primento livre à flambagem por distorção.
A tabela 5.2 indica as dimensões mínimas Equação da tensão crítica de flambagem
que deve ter o enrijecedor de borda (em rela­ elástica por distorção é dada por (eq. 5.1):
ção a dimensão da alma, D/bw) de perfis Ue e
Ze de forma a dispensar maiores verificações sdist = (0,5E/A d){a1 + a2 – [(a1 + a2 )2 ­ 4a3]0,5 }
à flambagem por distorção . Essa tabela foi re­
tirada do anexo D da NBR 14762.

49
Flambagem por distorção da seção transversal

b4 = b2 = Ixbf2 = 1,004 . 102 a2=0,033289


b4=100,392 a 3 = h(a 1 I y ­ hb 3 2 /b 1 ) = 0,001166
b2=100,392 (0,0035776 . 28,20113 ­ 0,001166
(28,3349)2/ (40,4193))
a3=0,00009066
Para o primeiro cálculo de s di st
(considerando kf = 0 ):
sdist = (0,5 . 20500 / 3,0566).{0,00358+
0,03329– [(0,00358+0,03329) 2 – 4,0 .
0,0000907]0,5}
sdist,1ªaprox=17,70 kN/cm2
comprimento teórico da semi­onda na configu­ então o coeficiente à rotação da mola para a
ração deformada: tensão calculada será:
2
Et 3 é 1,11s æ bw 2Ld ö ù
Ld = 4,8(b4 bw /t ) 3 0,25
kf = ê1 - dist ç 2 ÷ ú
5,46( b w + 0,06 L d ) ê Et 2 çb +L 2 ÷ ú
Ld = 4,8(100,392 . 25 /0,2653)0,25 ë è w d ø
û
Ld=91,985 cm 20500. ( 0, 265)
3
é 1,11´17, 70 æ 252 ´ 91, 985 ö ù
2

kf = ê1­ 2 ç 2 ÷
ú
5, 46 ( 25 + 0, 06. ( 91,985 ) ) êë 20500 ´ 0, 265 è 25 + 91,985 ø úû
2
h = (p/Ld)2= (p/91,985)2
h=0,0011664511
kf =1,0336
b1 = h 2
+ (Ix + Iy)/Ad
x a1 = (h/b1)(b2 + 0,039It Ld 2) + kf /(b1hE)
b1 = (­5,556)2 + (1,004 + 28,201)/3,057
a1 = 0,0035776 + 1,0336 / (40,419 .
b1=40,4193
0,001167 . 20500 )
b3 = Ixybf = 2,83349 . 10
a1=0,0046470723
b3= 28,3349
a3 = h(a1Iy ­ hb32/b1) = 0,00117 (0,004647
sdist deve ser calculada em primeira
. 28,201 ­ 0,00117 (28,335)2/ (40,419))
aproximação com,
a3=0,0001258402
a1 = (h/b1)(b2 + 0,039It Ld2)
a1 = (0,001166 / 40,419)(100,392 + 0,039 finalmente o valor da tensão crítica, σdist:
. 0,07145.(91,985)2
sdist = (0,5E/Ad){a1 + a2 – [(a1 + a2)2 ­ 4a3]0,5}
a1,1ªaprox= 0,0035776
æ 0,5 ´ 20500 ö
{ }
0,5
2
s dist = ç ´ 0,00465+ 0,03329­ é( 0,00465 + 0,03329 ) ­ 4 ´ 0,0001258 ù
a2 = h(Iy ­ 2 yob3/b1) = 0,001166 (28,201 – è 3,057 ÷ø ë û

2(­0,24098).28,33349 / 40,4193)

50
σdist= 24,63 kN/cm2 b1=15,22775
b3 = Ixybf = 0,757 . 6
Exemplo 10 ­ Cálculo da tensão crítica de b3= 4,54386
flambagem elástica à distorção do perfil Ue
150x60x20x2 mm submetido ao esforço de
momento fletor no plano perpendicular a alma: σdist deve ser calculada em primeira aproxima­
Ue: bw=15 cm bf=6 cm D=2 cm t=0,2 cm ção com,
E= 20500 kN/cm2
σ1 = (h/b1)(b2 + 0,039It Ld2)
1 ­ Cálculo de σdist [NBR 14762­Anexo D]
NBR 14762 ­ Anexo D4: Seções Ue e Ze sub­ a1 = (0,0038324789/15,22775)( 13,32612+ 0,039 .
metidos a flexão em relação ao eixo perpendi­ 0,01936.( 50,7469)2
cular à alma
a1,1ªaprox= 0,0038432481
Propriedades geométricas da mesa e enri­
jecedor:
Ad= 1,454 cm2 Ix= 0,370 cm4 Iy= 4,7879 cm4 a2 = h(Iy ­ 2 yob3/b1) = 0,0038324789 (4,7879 –
Ixy= 0,757 cm4 It= 0,01936 cm4 Cw= 0,00014 2(­0,24568). 4,54386 / 15,227749)
cm6
hx= =­3,4177 cm hy= ­0,2504 cm x0= 2,05286
a2= 0,018911515
cm
y0= ­0,24568 cm
a 3 = h(a 1 I y ­ hb 3 2 /b 1 ) = 0,003832479
Equação da tensão crítica de flambagem (0,003843248 . 4,7879 ­ 0,0038325 (4,5439)2/
elástica por distorção é dada por (eq. 5.1): (15,228))
sdist = (0,5E/A d ){a1 + a2 – [(a1 + a2 )2 ­ 4a3]0,5 }
a3= 0,0000506074
b4 = b2 = Ixbf2 = 0,370 . 62
b4=13,32612 Para o primeiro cálculo de σdist (considerando
kf = 0 ):
b2=13,32612
comprimento teórico da semi­onda σdist = (0,5 . 20500/ 1,454).{ 0,003843+0,01891–
[(0,003843+0,01891)2–4,0 . 0,00005061 ]0,5}
na configuração deformada:
Ld = 4,8(0,5Ix bf 2 bw /t3)0,25 adist,1ªaprox= 35,22 kN/cm2
Ld = 4,8(0,5 . 0,370 . 6 2 15 / 0,23)0,25 coeficiente de mola à rotação:
2
Et 3 é 1,11s æ b w 2L d ö ù
Ld=50,7469 cm kf = ê1 - dist ç 2 ÷ ú
5,46( b w + 0,06 L d ) ê Et 2 çb +L 2 ÷ ú
h = (p/Ld)2= (p/50,7469)2 ë è w d ø
û
h= 0,0038324789 3
20500. ( 0, 2) é 1,11´ 35, 218 æ 152 ´ 50, 749 ö 2 ù
kf = ê1­ ç ÷ ú
b1 = hx2 + (Ix + Iy)/Ad 5, 46 (15 + 0, 06. ( 50, 749 ) ) ê 20500 ´ 0, 22 è 152 + 50, 749 2 ø ú
ë û
b1 = (­3,4177)2 + (0,370 + 4,7879) / 1,454
kφ =3,10215 > 0 (ok!)

51
Flambagem por distorção da seção transversal

a1 = (h/b1)(b2 + 0,039It Ld 2) + kf /(b1hE)


a1 = 0,0038432481+ 3,10215 /
(15,2277496434. 0,0038324789.20500)
a1= 0,0064361959
a3 = h(a1Iy ­ hb32/b1) = 0,0038432
(0,00384325 . 4,7879 ­ 0,003843
(4,54386)2/ (15,22775))
a3= 0,0000981869

sdist = (0,5E/Ad){a1 + a2 – [(a1 + a2)2 ­ 4a3]0,5}

æ 0,5 ´ 20500 ö
s dist = ç
è 1,454 ø
÷ {
´ 0,006436+ 0,01891­ é( 0,006436+ 0,01891) 2 ­ 4 ´ 0,000098187 ù
ë û
0,5

}
σdist= 67,27 kN/cm2

52
53
Capítulo 6
Dimensionamento à tração

55
Dimensionamento à tração

Antes de adotar os valores das dimensões to do aço. A segunda verificação, denominada


dos perfis a serem utilizadas no projeto é ne­ de verificação da capacidade última da seção
cessário estar atento aos limites geométricos efetiva, é feita na região das ligações, onde exis­
imposto pela norma em especial as relações te a interferência dos furos para passagem dos
largura/espessuras máximas que consta no item parafusos, que reduzem a área tracionada em
7.1 da NBR 14762:2001. determinadas seções. A excentricidade da en­
É apresentada na tabela 6.1 alguns dos trada de carga de tração no perfil também é
limites impostos pela norma quanto aos valores considerada no dimensionamento. Na região da
máximos da relação largura­espessura: ligação, onde o esforço normal é transmitido de
um elemento para outro, as tensões não são, no
Tabela 6.1 ­ Valores máximos da relação caso geral, uniformes na seção. Sendo neces­
largura­espessura para elementos comprimidos sário introduzir um coeficiente na expressão do
esforço resistente que represente este efeito, Ct.
O valor do coeficiente Ct é obtido empiricamente
e a NBR 14762:2001 apresenta tabelas para
sua obtenção. A verificação da capacidade últi­
ma da seção efetiva é feita com a tensão última
de ruptura a tração do aço, fu, pois permite­se
plastificação na seção para a distribuição das
tensões.
As peças tracionadas não devem ter
índice de esbeltez superior a 300:

kL
l= £ 300
r
r – raio de giração
L – comprimento da barra
k – coeficiente para comprimento de flambagem

A força normal de tração resistente de cál­


culo Nt,Rd deve ser tomada como o menor valor
entre as equações 6.1 e 6.2:

Nt,Rd = Afy / g com g = 1,1 (eq. 6.1)

Nt,Rd = CtAnfu / g com g = 1,35 (eq. 6.2)

A ­ área bruta da seção transversal da barra;


An ­ área líquida da seção transversal da barra.
No dimensionamento a tração dos perfis
An = 0,9 ( A- n f d f t + Sts 2 / 4 g ) (eq. 6.3)
metálicos são necessários fazer dois tipos de
verificações: a primeira, denominada verifica­
Para ligações soldadas, considerar An =
ção ao escoamento da seção bruta ,
A. Nos casos em que houver apenas soldas
corresponde verificar se, ao longo da barra, as
transversais (soldas de topo), An deve ser con­
tensões são menores que o limite de escoamen­

56
siderada igual à área bruta da(s) parte(s) d ­ diâmetro nominal do parafuso;
conectada(s) apenas.
Em casos de espaçamentos diferentes,
df ­ dimensão do furo, tomar sempre o maior valor de g para cálculo de
nf ­ quantidade de furos contidos na linha de rup­ Ct;
tura analisada, figura 6.1; Nos casos em que o espaçamento entre
s ­ é o espaçamento dos furos na direção da furos g for inferior à soma das distâncias entre
solicitação, figura 6.1; os centros dos furos de extremidade às respec­
g ­ espaçamento dos furos na direção perpen­ tivas bordas, na direção perpendicular à solici­
dicular à solicitação, figura 6.1; tação (e1 + e2), Ct deve ser calculado substituin­
t ­ espessura da parte conectada analisada do g por e1 + e2.
Ct ­ coeficiente de redução de área líquida con­
forme item 7.6.1 da NBR 14762:2001 mostra­ Havendo um único parafuso na seção ana­
dos nas tabelas 6.2 a 6.4. lisada, Ct deve ser calculado tomando­se g como
a própria largura bruta da chapa.
Nos casos de furos com disposição em zig­
zag, com g inferior a 3d, Ct deve ser calculado
tomando­se g igual ao maior valor entre 3d e a
soma e1 + e2.

Tabela 6.3 ­ Chapas com ligações soldadas

Figura 6.1 – Linha de ruptura

Tabela 6.2 ­ Chapas com ligações parafusadas

Figura 6.2 – Ligações parafusadas

Figura 6.3 – Ligações soldadas

57
Dimensionamento à tração

Tabela 6.5 – Perfis com ligações parafusadas Nt,Rd = Afy / g


A= 3,468 cm2
fy = 25,0 kN/cm2
dois ou mais g = 1,1
parafusos
Nt,Rd = 3,468 . 25,0 / 1,1 = 78,83 kN
2

dois ou mais
parafusos 2) Verificação da ruptura da seção efetiva:
2
Nt,Rd = CtAnfu / g

b ­ largura da chapa; g = 1,35


L ­ comprimento da ligação parafusada (figura
6.2) ou o comprimento da solda (figura 6.3); An = 0,9 ( A - n f d f t + Sts 2 / 4 g )
x ­ excentricidade da ligação, tomada como a nf = 2
distância entre o plano da ligação e o centróide df = 1,25+0,15 cm
da seção transversal do perfil (figuras 6.2 e 6.3). s = 3 cm
g = 4 cm

Exemplos de tirantes: æ
An = 0,9 ç 3, 468 - 2.(1, 25 + 0,15).0, 2 +
0, 2.32 ö
÷ =2,72 cm
2
è 4.4 ø
Exemplo 11 ­ Cálculo da capacidade resisten­ Ct – tabela 6.2 – perfis com ligações parafusa­
te à tração de um tirante de 3,5 m de compri­ das:
mento em perfil padronizado L 100x40x2 mm,
com a ligação feita por meio de 4 parafusos com Perfis U com dois ou mais parafusos na dire­
diâmetro de 12,5 mm na alma conforme dispos­ ção da solicitação
tos na figura abaixo: Adotar aço fy= 25 kN/cm2 e Ct = 1 – 0,36(x/L) < 0,9 (porém, não inferior a
fu= 40 kN/cm2 0,5)
L = 3+3+3 = 9 cm x = 0,98 cm (coordenada
1) Verificação ao escoamento da seção bruta: do centro geométrico)
Ct = 1 – 0,36 (0,98 / 9) = 0,96

Nt,Rd = 0,96 . 2,72 . 40 / 1,35 = 77,36 kN

Nt,Rd é o menor valor calculado:


Nt,Rd = 77,36 kN

Verificação da esbeltez da barra:


rmin = ry = 1,23

kL 1 × 350
l= £ 300 à l = £ 300 à l = 285 £ 300 ­ ok!
r 1, 23

58
Exemplo 12 ­ Cálculo da capacidade resisten­ Ct = 1 – 1,2(x/L) < 0,9 (porém, não inferior a 0,4)
te à tração de um tirante de 5,0 m de compri­
mento em perfil padronizado L 100x4,75 mm, L = 4 cm x = 2,48 cm (coordenada do centro
com a ligação feita com 2 parafusos com diâ­ geométrico)
metro de 16 mm conforme dispostos na figura
abaixo: Adotar aço fy= 25 kN/cm2 e fu= 40 kN/ Ct = 1 – 1,2 (2,48 / 4) = 0,25 à Ct = 0,4
cm2
(rmin = 1,95 cm) Nt,Rd = 0,4 . 7,47 . 40 / 1,35 = 88,53 kN

1) Verificação ao escoamento da seção bruta: Nt,Rd é o menor valor calculado:


Nt,Rd = 88,53 kN

Verificação da esbeltez da barra:


rmin = 1,95

kL 1 × 500
l= £ 300 à l = £ 300 à l = 256 £ 300 ­ ok!
r 1,95

Nt,Rd = Afy / g
A= 9,129cm2
fy = 25,0 kN/cm2
g = 1,1

Nt,Rd = 9,129 . 25,0 / 1,1


Nt,Rd = 207,47 kN

2) Verificação da ruptura da seção efetiva:


Nt,Rd = CtAnfu / g
g = 1,35
An = 0,9 ( A - n f d f t + Sts 2 / 4 g )
nf = 1
df = 1,6+0,15 cm
s = 0; neste caso a linha de ruptura abrange
apenas um furo (figura 6.1 linha de ruptura 2)
An = 0,9 ( 9,129 - 1.(1, 6 + 0,15).0, 475 + 0 ) = 7,47
cm2

Ct – tabela 6.2 – perfis com ligações parafusa­


das:

Perfis L com dois ou mais parafusos na direção


da solicitação

59
Capítulo 7
Dimensionamento à
compressão

61
Dimensionamento à compressão

Barras comprimidas estão sujeitas à


flambagem por flexão (ou flambagem de Euler),
à flambagem por torção ou à flambagem por
flexo­torção. Essas denominações devem­se às
formas da deformação pós­critíca, como se pode
ver na figura 7.1

Figura 7.2­ Perfil que ocorre a flambagem distorcional

Figura 7.3­ Perfil que não ocorre a flambagem distorcional

Para uma faixa de esbeltez intermediária


a) flambagem por torção b) flambagem por flexo­torção
Figura 7.1 da barra, não excessivamente esbelta ou curta,
pode ocorrer um fenômeno que é desacoplado
da flambagem local e global: a flambagem por
O aumento da esbeltez da barra diminui distorção. A ocorrência desse fenômeno depen­
sua capacidade para resistir aos esforços de da geometria da seção transversal e do com­
solicitantes. Isso significa que a máxima tensão primento longitudinal da barra comprimida ou
que poderá atuar num elemento de chapa será fletida (Lx, Ly e Lt). Existem perfis em que a
a tensão crítica de flambagem global e não mais flambagem por distorção não ocorre. Isso acon­
a tensão de escoamento do aço, s máx = s crít . As tece quando o comprimento crítico para a
flambagem distorcional (Ldist crítico) é elevado o
larguras efetivas dos elementos da seção são,
suficiente para ocasionar flambagem global an­
portanto, calculadas para esse valor de tensão.
tes de atingir esse comprimento, (figura 7.3).
Em peças excessivamente esbeltas a ten­
As figuras 7.2 e 7.3 mostram exem­
são crítica de flambagem global é muito peque­
plos de curvas da capacidade resistente e com­
na, menor que da flambagem local (figura 7.1a),
primento de barras submetidas à compressão
não havendo redução das larguras efetivas, a
centrada. Os modos de flambagens que ocor­
seção efetiva é a própria seção bruta. Nesses
rem para cada comprimento da barra são iden­
casos é a flambagem global que determina a
tificados. O perfil representado na figura 7.2 terá
capacidade resistente do perfil.
ocorrência de flambagem por distorção quando
Em peças curtas as cargas críticas da
seu comprimento estiver dentro de uma peque­
flambagem global são altíssimas e a capacida­
na faixa próximo ao comprimento de distorção
de resistente do perfil é determinada pela resis­
crítico, Ld. Os valores apresentados nas tabelas
tência do material (o aço) somado aos efeitos
das relações mínimas bw/D para se dispensar a
da flambagem local.
verificação da flambagem por distorção, foram
extraídas de análises desse tipo, utilizando um

62
programa de faixas finitas para encontrar os
esforços críticos e identificar os casos onde Ndist
< N0, conforme a figura 7.3. Aef f y
6­ Cálculo de λ0 = (2º cálculo de λ0).
Cálculo da capacidade resistente de bar­ Ne
ras submetidas à compressão centrada confor­
7­ Cálculo de ρ usando o segundo valor de λ0 (2º
me a norma brasileira NBR 14762:2001:
A força normal de compressão resistente cálculo de ρ).
de cálculo Nc,Rd deve ser tomada como o menor
valor calculado entre: r f y Aef
8­Cálculo da força resistente Nc , Rd = (eq.
1 – Força normal resistente de cálculo pela g
flambagem da barra por flexão, por torção ou 7.3)
por flexo­torção.
2 ­ Força normal resistente de cálculo pela A força normal de compressão resistente
flambagem por distorção da seção transversal. de cálculo Nc,Rd deve ser calculada por:
A primeira verificação engloba a interação
dos modos de flambagem global e local do per­ Nc,Rd = r Aef fy / g ,com g = 1,1 (eq. 7.1)
fil. A flambagem por distorção ocorre de modo
independente das demais e de forma súbita, ρ ­ fator de redução associado à flambagem
sendo sua verificação realizada em separado calculado pela equação 7.2 ou por meio das tabelas
na segunda verificação. 7.2 a 7.4.

7.1 – Força normal resistente de 1


r= £ 1, 0 (eq.
(eq. 7.2)
7.4)
b + (b - l )
0 ,5
cálculo pela flambagem da barra por 2 2
0
flexão, por torção ou por flexo­torção.
b = 0, 5 éë1 + a ( l0 - 0, 2 ) + l02 ùû

Processo de cálculo ­ NBR 14762:2001:


a é o fator de imperfeição inicial. Nos ca­
1­ Cálculo das propriedades geométricas da sos de flambagem por flexão, os valores de a
seção bruta (A, Ix, Iy, Cw, rx, ry) variam de acordo com o tipo de seção e o eixo
da seção em torno do qual a barra sofrerá flexão
2­ Cálculo da força normal de compressão elás­ na ocorrência da flambagem global. Os valores
tica, Ne (sempre considerando a seção bruta)
de a são obtidos, conforme tabela 7.1 (Tabela 7
Abruta f y da NBR 14762), sendo:
3­Cálculo de λ0 = aproximado – (equa­ curva a:a = 0,21
Ne
ção 7.3) curva b:a = 0,34
curva c: a = 0,49
4­ Cálculo de ρ usando λ0 aproximado – (equa­
ção 7.2) ­ Nos casos de flambagem por torção ou
por flexo­torção, deve­se tomar a curva b.
5­ Cálculo de Aef com σ = ρ*fy ­ l0 é o índice de esbeltez reduzido para
barras comprimidas, dado por:
Aef f y
l0 = (eq.
(eq. 7.3)
7.5)
Ne
63
Dimensionamento à compressão

Aef é a área efetiva da seção transversal rx ; ry ­ raios de giração da seção bruta em


da barra, calculada com base nas larguras efe­ relação aos eixos principais de inércia x e y,
tivas dos elementos, adotando s = rfy. Para o respectivamente;
primeiro cálculo de r pode ser adotado de for­ x0 ; y0 ­ coordenadas do centro de torção
ma aproximada, Aef = A para o cálculo de l0. na direção dos eixos principais x e y, respecti­
vamente, em relação ao centróide da seção.
Ne é a força normal de flambagem elásti­
ca da barra, calculado conforme item 7.7.2 da 7.1.2 ­ Cálculo de Ne em perfis
NBR 14762, conforme mostra­se a seguir: monossimétricos

7.1.1 ­ Cálculo de Ne em perfis com dupla A força normal de flambagem elástica Ne


simetria ou simétricos em relação a um ponto de um perfil com seção monossimétrica, cujo
eixo x é o eixo de simetria, é o menor valor en­
A força normal de flambagem elástica Ne tre:
é o menor valor entre:
p 2 EI y
Ney = (eq. 7.8)
(eq. 7.10)
p 2 EI x (K y Ly ) 2
Nex = (eq.
(eq. 7.4)
7.6)
( K x Lx ) 2 é
N ex + N et 4 Nex N et [1 - ( x0 / r0 ) 2 ] ù
2 N ext = ê1 - 1 - ú (eq. 7.11)
p EI y 2[1 - ( x0 / r0 ) 2 ] êë ( N ex + N et ) 2 ú
Ney = (eq.(eq. 7.5)
7.7) û
( K y Ly ) 2 (eq. 7.9)

1 é p 2 EC w ù
Caso o eixo y seja o eixo de simetria, bas­
Net = ê + GI t ú (eq. 7.6)
(eq. 7.8)
r0 2 ëê ( Kt Lt ) 2 ûú ta substituir y por x e x0 por y0

Cw ­ constante de empenamento da seção; 7.1.3 ­ Cálculo de Ne em perfis


E ­ módulo de elasticidade; assimétricos
G ­ módulo de elasticidade transversal;
It ­ momento de inércia à torção uniforme; A força normal de flambagem elástica Ne
KxLx ­ comprimento efetivo de flambagem por de um perfil com seção assimétrica é dada pela
flexão em relação ao eixo x; menor das raízes da seguinte equação cúbica:
KyLy ­ comprimento efetivo de flambagem por
flexão em relação ao eixo y; r02(Ne ­ Nex)(Ne ­ Ney)(Ne ­ Net) ­ Ne2(Ne ­ Ney)x02 ­
KtLt ­ comprimento efetivo de flambagem por Ne2(Ne ­ Nex)y02 = 0
torção. Quando não houver garantia de impedi­ (eq.7.10)
mento ao empenamento, deve­se tomar Kt igual
a 1,0. Nex ; Ney ; Net ; x0 ; y0 ; r0 conforme definidos pelas
r0 é o raio de giração polar da seção bruta em equações 7.4 a 7.6.
relação ao centro de torção, dado por:

r0 = [rx2 + ry2 + x02 + y02]0,5 (eq. 7.7)

64
.11)

65
Dimensionamento à compressão

66
Exemplos de cálculo de pilares submeti­ p 2 EI x p 2 20500 × 61, 491
do à compressão: N ex = =
( K x Lx ) 2 (150 ) 2

Exemplo 13 ­ Cálculo da capacidade resisten­


Nex= 552,95 kN
te a esforços de compressão do montante de
uma treliça de seção do tipo U 100x50x2,0 mm
p 2 EI y p 2 20500 × 9, 726
e comprimento de 1,5m. Sem travamentos in­ N ey = =
termediários, apenas as ligações nas extremi­ ( K y Ly ) 2 (150 ) 2
dades (kx=ky=kt=1,0):
Ney= 87,46 kN
fy= 25 kN/cm2 E= 20500 kN/cm2
G= 7884,615 kN/cm2 2
1 é p EC w ù 1 é p 2 20500 ×159, 068 ù
N et = ê + GI t ú = 2 ê
+ 7884, 61× 0, 052 ú
2 2
r0 êë ( K t Lt ) úû 5, 298 ë (150)2 û
Barras submetidas à compressão centrada
[NBR 14762­7.7]
Net= 65,43 kN
1 ­ Flambagem da barra por flexão, por torção
ou por flexo­torção [NBR 14762­7.7.2]
Perfil monosimétrico: em relação ao eixo X
[NBR14762 ­ 7.7.2.2]
1.1 ­ Cálculo Ne
Lx= 150 cm Ly= 150 cm Lt= 150 cm é 2 ù
N ex + N et ê1 - 1 - 4 N ex N et [1 - ( x0 / r0 ) ] ú
r0= 5,298 cm x0= ­3,108 cm N ext =
Ix=61,491 cm4 Iy=9,726 cm4 It=0,052 cm4 2[1 - ( x0 / r0 ) 2 ] êë ( Nex + N et ) 2 ú
û
Cw=159,068 cm6 A=3,87cm2

67
Dimensionamento à compressão

é
­ Tabela 4.3 caso a: k= 0,43 (NBR14762 ­ Tab05)
552 , 95 + 65, 43 4 × 552 , 95 × 65, 43[1 - ( -3, 108 / 5, 298) 2 ] ù
N ext = ê1 - 1 - ú
2
2[1 - ( -3,108 / 5, 298) ] êë (552, 95 + 65, 43) 2 úû λp(b=4,6 t=0,2 k=0,43 =11,39 ):

Next= 62,67 kN λp=0,870 [λp > 0,673]


Ne é o menor valor entre Ney e Next: bef= 3,949 cm
Ne= 62,67 kN
modo de flambagem global: flexo­torção Largura efetiva da alma
Elemento AA
­ Nos casos de flambagem por torção ou por b= 9,2 cm
flexo­torção, deve­se tomar a curva b – a = 0, 34 . σ1= ­11,39 kN/cm2
σ2= ­11,39 kN/cm2
ψ=1
Cálculo do λ0 aproximado (calculado com a área
efetiva igual a área da seção bruta):
­ Tabela 4.2 caso a: k= 4 (NBR14762 ­ Tab04)
Aef = Ab = 3,87cm2
λp(b=9,2 t=0,2 k=4 σ=11,39 ):
Aef f y 3, 87 × 25 λp=0,571 [λp < 0,673]
l0 = =
Ne 62, 67 bef= 9,2 cm
bef = b
λ0= 1,242
b = 0, 5 éë1 + 0, 34 (1, 242 - 0, 2 ) + 1, 2422 ùû Portanto,
Aef= 3,61 cm2
β = 1,448 Cálculo de λ0 final
1
r= £ 1, 0 Aef f y 3, 61 × 25
b + ( b 2 - l02 )
0 ,5
l0 = =
Ne 62, 67

1 λ0= 1,20
r= £ 1, 0
( )
0 ,5
1, 448 + 1, 448 2 - 1, 242 2 b = 0, 5 éë1 + 0, 34 (1, 2 - 0, 2 ) + 1, 22 ùû

β = 1,39
ρ = 0,456 (aproximado, calculado com Aef = A) 1
r= £ 1, 0
b + ( b 2 - l02 )
0 ,5

σ = ρ .fy= 11,39 kN/cm2 (com ρ aproximado) 1


r= £ 1, 0
( )
0 ,5

Cálculo da área efetiva com a tensão = 11,39 1, 39 + 1, 39 2 - 1, 2 2


kN/cm2: ρ = 0,478

Largura efetiva das mesas γ = 1,1


Elemento AL r f y Aef
b= 4,4 cm Nc, Rd =
σ1= ­11,39 kN/cm2
g
σ2= ­11,39 kN/cm2 0, 478 × 25 × 3, 61
ψ=1 Nc , Rd =
1,1
Nc,rd= 39,22 kN
68
Exemplo14 ­ Cálculo da capacidade resisten­
1684, 94 + 841, 83 é 4 ×1684, 94 × 841, 83[1 - ( -7, 85 / 11, 86) 2 ] ù
te de flambagem por flexão de um pilar com N ext = 2
ê1 - 1 -
2[1 - ( -7, 85 / 11, 86) ] êë (1684, 94 + 841, 83) 2
ú
úû
seção do tipo Ue 200x100x25x2,65 mm e com­
primento de 3,0m com um travamento no meio Next= 657,444 kN
do vão na direção de menor inércia (kx= 1,0 ky=
kt=0,5): Para perfis monossimétricos Ne é o menor valor
entre Ney e Next:
fy= 25 kN/cm2 E= 20500 kN/cm2 Ne= 657,44 kN
G= 7884,615 kN/cm2 modo de flambagem global: flexo­torção

1 ­ Flambagem da barra por flexão, por torção ­ Nos casos de flambagem por torção ou por
ou por flexo­torção [NBR 14762­7.7.2] flexo­torção, deve­se tomar a curva b à a = 0, 34 .
1.1 ­ Cálculo Ne
Lx= 300 cm Ly= 150 cm Cálculo do λ0 aproximado (calculado com a área
Lt= 150 cm efetiva igual a área da seção bruta):
r0= 11,868 cm xc= ­7,858 cm Aef = Ab = 11,463 cm2
yc= 0 cm
Ix=749,504 cm4 Iy=157,365 cm4 Aef f y 11, 46 × 25
l0 = =
It=0,268 cm4 Ne 657, 44
Cw=12951,323 cm6 A=11,463 cm2
λ0= 0,66
p 2 EI x p 2 20500 × 749, 50
N ex = = b = 0, 5 éë1 + 0, 34 ( 0, 66 - 0, 2 ) + 0, 662 ùû
2 ( 300 )2
( K x Lx )
β = 0,796
Nex= 1684,942 kN
1
r= £ 1, 0
b + ( b 2 - l02 )
0 ,5
p 2 EI y 2
p 20500 ×157, 36
N ey = =
2 (150 )2
( K y Ly ) 1
r= £ 1, 0
( )
0 ,5
0, 796 + 0, 796 2 - 0, 66 2
Ney= 1415,074 kN

2
1 é p EC w ù 1 é p 2 20500 ×12951, 32 ù ρ = 0,806 (aproximado, calculado com Aef = A)
Net = ê + GI t ú = 2 ê
+ 7884 , 61 × 0, 268 ú
2 2
r0 êë ( Kt Lt ) úû 11, 868 ë (150 )2 û
σ= ρ.fy= 20,14 kN/cm2 (com ρ aproximado)
Net= 841,839 kN
Cálculo da área efetiva com a tensão ó= 20,14
Perfil monosimétrico: em relação ao eixo X kN/cm2:
[NBR14762 ­ 7.7.2.2] ­ Largura efetiva dos enrijecedores de borda:
Elemento AL
N ex + Net é 4 N ex N et [1 - ( x 0 / r0 ) 2 ] ù b= 1,97 cm
N ext = ê1 - 1 - ú
2[1 - ( x 0 / r0 ) 2 ] ëê ( N ex + N et ) 2 ûú σ1= ­20,14 kN/cm2
σ2= ­20,14 kN/cm2

69
Dimensionamento à compressão

ψ = 1 à Tabela 4.3 caso a (NBR14762 ­ Tabela05) k=3,24


k= 0,43 λp(b=8,94 t=0,265 k=3,24 σ=20,14 ):
b 1,97 λp=0,617 [λp < 0,673]
t 0, 265
lp = = bef=8,94 cm
kE 0, 43 × 20500
0,95 0, 95 bef = b
fy 20,14
como Is < Ia, então:
λp= 0,37 [λp > 0,673] Is
bef= 1,97 cm ds = d £ def
I a ef
bef = b
ds= 0,677 . 1,97 = 1,33 cm
­ Largura efetiva das mesas
ds=1,33 cm
­ NBR14762. 7.2.2.2 ­ Elemento com enrijecedor
­ Largura efetiva elemento da alma
de borda:
Elemento AA
σ1= ­20,14 kN/cm2
b= 18,94 cm
σ2= ­20,14 kN/cm2
σ1= ­20,14 kN/cm2
b=8,94 cmD=2,5 cm t=0,265 cm
σ2= ­20,14 kN/cm2
def=1,97 cm d=1,97 cm σ=20,14 kN/cm2
ψ=1
Is= 0,1688 cm4
– Tabela 4.2 – caso a à k= 4
b 8,94
t 0, 265 λp(b=18,94 t=0,265 k=4 σ=20,14 ):
lp0 = =
E 20500
0, 623 0, 623
fy 25 18,94
0, 265
lp = =1,179 [λp > 0,673]
λp0=1,69 4.20500
0,95
25
Como 0,673 < λp0 < 2,03, então:
Caso II:
æ 0, 22 ö
18,94 ç1 -
I a = 400t 4 ( 0, 49l p 0 - 0,33) =
3
÷
bef = è 1,179 ø = 13,06 cm
3 1,179
400 ´ 0, 2654 ( 0, 49 ´1, 69 - 0,33 )
Ia=0,2492 cm4
bef,1= 6,53 cm
æDö æ 2,8 ö bef,2= 6,53 cm
ka = 5, 25 - 5 ç ÷ = 5, 25 - 5 ç ÷ £ 4, 0
èbø è 8,94 ø
Área da seção efetiva: Aef= 9,57 cm2

Cálculo de λ0 final

Aef f y 9, 57 × 25
l0 = =
Ne 657 , 44

70
λ0= 0,603 ldist = (fy/sdist)0,5
b = 0, 5 éë1 + 0, 34 ( 0, 603 - 0, 2 ) + 0, 6032 ùû
σdist é a tensão convencional de flambagem
β = 0,75 elástica por distorção, calculada pela teoria da
estabilidade elástica ou conforme anexo D da
1 NBR 14762.
r= £ 1, 0
b + ( b 2 - l02 )
0 ,5

Exemplo15 ­ Cálculo da capacidade re­


1 sistente de flambagem por distorção de um pi­
r= £ 1, 0 lar com seção do tipo Ue 200x100x25x2,65 mm
( )
0 ,5
0, 75 + 0, 75 2 - 0, 6032
e comprimento de 3,0m:
ρ= 0,835
fy= 25 kN/cm2 E= 20500 kN/cm2
γ = 1,1 G= 7884,615 kN/cm2
r f y Aef
Nc, Rd = Flambagem por distorção da seção transversal
g [NBR 14762­7.7.3]:
0,835 × 25 × 9, 57
Nc , Rd = 1.1­ Cálculo da tensão crítica de flambagem por
1,1
distorção, σdist (Capítulo 4.2)
Nc,rd= 181,70 kN
­ NBR 14762 ­ Anexo D3: Seções Ue submeti­
dos a compressão uniforme
7.2 – Força normal resistente de
t=0,265 cm bw=20 cm bf=10 cm D=2,5 cm
cálculo pela flambagem por distorção
E=20500 kN/cm 2
da seção transversal
Propriedades geométricas da mesa e
Para as barras com seção transversal
enrijecedor:
aberta sujeitas à flambagem por distorção, a
Ad=3,05 cm2 Ix=1,003 cm4 Iy=28,201 cm4
força normal de compressão resistente de cál­
Ixy=2,833 cm4
culo Nc,Rd deve ser calculada pelas expressões
It=0,0714 cm4 Cw=0,000 cm6 hx=­5,555 cm
seguintes:
hy=­0,245 cm x0=3,74 cm y0=­0,2409 cm
Nc,Rd = Afy (1 – 0,25ldist2) / g
para ldist < 1,414

Nc,Rd = Afy {0,055[ldist – 3,6]2 + 0,237}/ g

para 1,414 £ ldist £ 3,6

onde, g =1,1

A é área bruta da seção transversal da


barra;
ldist é o índice de esbeltez reduzido referen­
te à flambagem por distorção, dado por:

71
Dimensionamento à compressão

Equação da tensão crítica de flambagem Para o primeiro cálculo de sdist


elástica por distorção é dada por (eq. 4.1):
(considerando kf = 0 ):
sdist = (0,5E/A d ){a1 + a2 – [(a1 + a2 )2 ­ 4a3 ]0,5 }
sdist = (0,5 . 20500 / 3,0566).{0,003919+
b4 = b2 = Ixbf2 = 1,004 . 102
0,037218– [(0,003919+0,037218)2 –
β4=100,392 β2= β4= 100,392
4,0 . 0,0001103 ]0,5}
comprimento teórico da semi­onda na con­
σdist,1ªaprox=19,35 kN/cm 2
figuração deformada:
Ld = 4,8(b4 bw /t3)0,25 então o coeficiente à rotação da mola para a
tensão calculada será:
Ld = 4,8(100,392 . 20 /0,2653)0,25
é 2ù
Et 3 æ b 2L ö
Ld=86,99 cm kf = ê1 - 1,11s dist ç w d ÷ ú
5,46(b w + 0,06L d ) ê Et 2 çb 2 +L 2 ÷ ú
h = (p/Ld)2= (p/86,99)2 ëê è w d ø ûú
η=0,001304 3 2
20500. ( 0,265 ) é 1,11´19,35 æ 20 2 ´ 86,99 ö ù
kf = ê1­ ç ÷ ú
b1 = hx2 + (Ix + Iy)/Ad 5, 46 ( 20 + 0, 06.( 86,99 ) ) ê 20500 ´ 0, 2652 è 202 + 86,99 2 ø ú
ë û
b1 = (­5,556)2 + (1,004 + 28,201)/3,057
kφ =1,98
β1=40,4193
a1 = (h/b1)(b 2 + 0,039It Ld 2) + kf /(b1hE)
b3 = Ixybf = 2,83349 . 10
a1 = 0,001304 / 40,419)(100,392 +
β3= 28,3349
0,039 . 0,07145.(86,99)2+1,98/
λdist deve ser calculada em primeira aproximação (40,4193 . 0,001304 . 20500) = 0,005753
com, a3 = h(a1Iy ­ hb32/b 1) = 0,001304 (0,005753 .
a1 = (h/b1)(b 2 + 0,039It Ld2) 28,201 ­ 0, 001304 (28,335)2/
a1 = (0,001304 / 40,419)(100,392 + (40,419)) = 0,0001778
0,039 . 0,07145.(86,99)2
finalmente o valor da tensão crítica, σdist:
α1,1ªaprox= 0,003919
sdist = (0,5E/Ad){a1 + a2 – [(a1 + a2)2 ­ 4a3]0,5}
a2 = h(Iy ­ 2 yob3/b1) = 0,001304 (28,201 –
2(­0,2409).28,33349 / 40,4193) æ 0,5 ´ 20500 ö
s dist = ç
è 3,057 ø { 2
÷ ´ 0,005753+ 0,03721­ ë( 0,005753 + 0,03721) ­ 4 ´ 0,0001778û
é ù
0,5

}
α2=0,037218
a3 = h(a1Iy ­ hb32/b 1) = 1.2 – Cálculo da força resistente:

0,001304 (0,003919 . 28,3349 – γ= 1,1

0,001304 (28,3349)2/ (40,4193)) ldist = (fy/sdist)0,5= (25/31,11)0,5


λdist= 0,896
α3=0,0001103

72
Como λdist < 1.414, então,
Nc,Rd = Afy (1 – 0,25ldist2) / g
A= 11,463 cm2
fy= 25 kN/cm2
Nc,Rd = 11,463 . 25 (1 – 0,25 . 0,8962) / 1,1
Nc,Rd = 208,194 kN

73
Capítulo 8
Dimensionamento à
flexão

75
Dimensionamento à flexão

O momento fletor resistente de cálculo MRd sa forma a rigidez envolvida nesse modo de
deve ser tomado como o menor valor calculado flambagem é a rigidez a flexão em torno do eixo
entre: y e também a rigidez a torção.
1 – Momento de cálculo que causa escoamento
na seção na fibra mais solicitada.
2 – Momento de cálculo referente à flambagem
lateral com torção.
3 – Momento de cálculo referente à flambagem
por distorção da seção transversal.

8.1 Início de escoamento da seção


efetiva
Figura 8.1 – Tensões em viga sob flexão

MRd = Wef fy / g (g = 1,1)


O momento fletor resistente de cálculo re­
W ef ­ módulo de resistência elástico da ferente à flambagem lateral com torção, toman­
seção efetiva calculado com base nas larguras do­se um trecho compreendido entre seções
efetivas dos elementos, com σ calculada para o contidas lateralmente, deve ser calculado por:
estado limite último de escoamento da seção, MRd = [rFLT Wc,ef fy] / g (g = 1,1)
σ = fy.
Deve­se observar nessa verificação que W c,ef ­ módulo de resistência elástico da
o centro geométrico da seção efetiva não coin­ seção efetiva em relação à fibra comprimida,
cide com da seção bruta, essa diferença modi­ calculado com base nas larguras efetivas dos
fica a coordenada da fibra mais solicitada, para elementos, adotando σ = ρFLT.fy;
o cálculo de W ef.
ρFLT ­ fator de redução associado à flambagem
lateral com torção, calculado por:
8.2 Flambagem lateral com torção
­ para λ0 < 0,6: ρFLT = 1,0
A flambagem lateral com torção ocorre em
vigas fletidas. Este modo de flambagem é re­ ­ para 0,6 < λ0 < 1,336:ρFLT = 1,11(1 – 0,278λ02)
sultado da instabilidade longitudinal da viga. É ­ para λ0 ³ 1,336: ρFLT = 1/λ02
possível entender a origem desse fenômeno
observando uma viga fletida e isolando λ0 = (W cfy/Me)0,5
esquematicamente a parte comprimida da
tracionada, figura 8.1. A região comprimida ao W c ­ módulo de resistência elástico da seção
longo do comprimento da barra pode ser anali­ bruta em relação à fibra comprimida;
sada como um “pilar” submetido a esforços de Me ­ momento fletor de flambagem lateral com
compressão e com apoios elásticos ao longo torção, em regime elástico. As equações para
de um de seus lados (que é formado pela re­ o cálculo de Me para os casos mais comuns
gião tracionada). Este pilar também está sujei­ encontram­se no item 8.8.1.2 da norma,
to flambagem a flexão de Euler, porém sua dire­ conforme a seguir:
ção de menor inércia, nesse caso é a do eixo y. As expressões apresentadas para o
Como a “barra” comprimida está apoiada num cálculo de M e foram deduzidas para
de seus lados, quando ocorrer a perda de esta­ carregamento aplicado na posição do centro de
bilidade à flexão, o perfil tenderá a torcer. Des­ torção. A favor da segurança, também podem
ser empregadas nos casos de carregamento
76
aplicado em posição estabilizante, isto é, que
tende a restaurar a posição original da barra Para balanços com a extremidade livre
(por exemplo, carregamento gravitacional sem contenção lateral e para barras submeti­
aplicado na parte inferior da barra). Em casos das à flexão composta, Cb deve ser tomado igual
de carregamento aplicado em posição a 1,0.
desestabilizante, consultar bibliografia Mmax é o máximo valor do momento fletor
especializada. solicitante de cálculo, em módulo, no trecho ana­
­ barras com seção duplamente simétrica lisado;
ou monossimétrica sujeitas à flexão em torno do MA é o valor do momento fletor solicitante
eixo de simetria (eixo x): de cálculo, em módulo, no 1o. quarto do trecho
analisado;
Me = Cbr0(NeyNet)0,5 MB é o valor do momento fletor solicitante
de cálculo, em módulo, no centro do trecho ana­
Em barras com seção monossimétrica, lisado;
sujeitas à flexão em torno do eixo perpendicular MC é o valor do momento fletor solicitante
ao eixo de simetria, consultar bibliografia espe­ de cálculo, em módulo, no 3o. quarto do trecho
cializada. analisado;
­ barras com seção Z ponto­simétrica (si­
8.3 Flambagem por distorção da
métricas em relação a um ponto), com carrega­
seção transversal
mento no plano da alma:
Me = 0,5Cbr0(NeyNet)0,5
Para as barras com seção transversal
aberta sujeitas à flambagem por distorção, o
­ barras com seção fechada (caixão), su­
momento fletor resistente de cálculo deve ser
jeitas à flexão em torno do eixo x:
calculado pela seguinte expressão:
Me = Cb(NeyGIt)0,5
Ney; Net; r0 conforme definidos no capítulo 7. MRd = Mdist / g (g = 1,1)
Onde:
Os valores de KyLy e KtLt podem ser to­
Mdist é o momento fletor de flambagem por
mados com valor inferiores a Ly e Lt, respecti­
distorção, dado por:
vamente, desde que justificados com base em
bibliografia especializada. Para os balanços ­ para λdist < 1,414: Mdist = Wcfy (1 – 0,25λdist2)
com a extremidade livre sem contenção lateral, ­ para λdist ³ 1,414: Mdist = Wcfy /λdist2
KyLy e KtLt podem resultar maiores que Ly e Lt,
respectivamente, em função das condições de
W c ­ módulo de resistência elástico da
vínculo, por exemplo, em barras contínuas
seção bruta em relacão a fibra comprimida;
conectadas apenas pela mesa tracionada, por­
tanto com deslocamentos laterais, rotação em λdist é o índice de esbeltez reduzido refe­
torno do eixo longitudinal e empenamento par­ rente à flambagem por distorção, dado por:
cialmente impedidos no apoio. Nesse caso
deve­se consultar bibliografia especializada. ldist = (fy/sdist)0,5
σdist é a tensão convencional de flambagem
Cb é o coeficiente de equivalência de mo­ elástica por distorção, calculada pela teoria da
mento na flexão, que a favor da segurança pode estabilidade elástica ou conforme anexo D da
ser tomado igual a 1,0 ou calculado pela seguinte norma (capítulo 5 deste manual).
expressão: Exemplo para as três verificações ao mo­
12,5M max mento fletor:
Cb =
2,5M max + 3M A + 4 M B + 3M C
77
Dimensionamento à flexão

Exemplo 16 ­ Cálculo do momento fletor Tabela 4.2 caso d (NBR14762 ­ Tabela04)


resistente em torno do eixo X do perfil padroni­ bc= 9,47 cm
zado U250x100x2,65 mm. O comprimento da bt= 9,47 cm
viga é de 320 cm, sem travamentos intermediá­ b= 18,94 cm
rios, submetido a um carregamento distribuído, k= 24
tensão de escoamento de 25,0 kN/cm2:
b 18,94
t 0, 265
1­ Início de escoamento da seção efe­ lp = =
tiva [NBR 14762­7.8.1.1] kE 24 × 20500
0,95 0,95
s 23,99
MRd = Wef fy / g (g = 1,1)
λp=0,667 [λp < 0,673]
Cálculo da seção efetiva é realizado para uma
bef= b
tensão de σ =25 kN/cm2:
bef,1= 5,98 cm
Seção submetida a esforço de momento fletor
bef,2= 11,97 cm
em relação ao eixo X
bef,1 + bef,2 > bc
Cálculo das Larguras Efetivas
bef = b
­ Largura efetiva da mesa inferior:
Somente Tração no elemento!
bef = b
­ Largura efetiva da mesa superior:
Elemento AL
b= 9,47 cm
σ1= ­25 kN/cm2
σ2= ­25 kN/cm2
ψ=1

Tabela 4.3 caso a (NBR14762 ­ Tabela05) ­


k= 0,43
b 9, 47
t 0, 265
lp = =
kE 0, 43.20500
0,95 0,95
s 25
Propriedade geométrica da seção efetiva:
λp=2,00 [λp > 0,673]
bef= 4,208 cm Para calcular o módulo resistente efetivo
bef,1= 4,208 cm (W ef) é necessário encontrar o novo CG da se­
ção efetiva e calcular o momento de inércia em
­ Largura efetiva da alma relação aos novos eixos de referência. O módulo
Elemento AA resistente é definido como sendo o momento
b= 23,94 cm de inércia da seção dividido pela distância da
σ1= ­24,19 kN/cm2 fibra mais distante (ymáx).
σ2= 24,19 kN/cm2
ψ= ­1 Pode­se utilizar processos automatizados
para calcular essas propriedades geométricas

78
como, por exemplo, o Excel ou um programa Cb= 1,13 (não depende do valor do carregamento)
específico para este fim. O Programa DimPerfil
realiza esses cálculos e exibe os resultados. Cálculo de Me:
Ix_ef= 878,00 cm4 Perfil monossimétrico
W x_ef = 878,00/14,04 = 64,58 cm3 Lx= 320 cm Ly= 320 cm

MRd = W ef fy / g Lt= 320 cm r0= 11,756 cm

MRd = 62,58 . 25 / 1,1 xc= 5,723 cm yc= 0 cm


MRd = 1421,08 kN.cm
Cw= 12013,76 cm2
2 ­ Flambagem lateral com torção [NBR
14762­7.8.1.2] p 2 EI x
N ex = = 2213,286 kN
( K x Lx ) 2
MRd = [rFLT Wc,ef fy] / g
p 2 EI y
2.1 ­ Cálculo Me N ey = = 222,911 kN
( K y Ly ) 2
Cálculo de Cb:
1 é p 2 EC w ù
N et = ê + GI t ú = 187,375 kN
12,5M max r0 2 êë ( K t Lt ) 2 úû
Cb =
2,5M max + 3M A + 4 M B + 3M C
Me= Cbr0(NeyNet)0,5= 2714,847 kN.cm

Para uma viga biapoiada submetida a car­


Cálculo de W c – módulo resistente do per­
regamento distribuído uniforme:
fil em relação à fibra comprimida (seção bruta):
qL q
M ( x) = × x - × x2 máxima coordenada Y= 12,367 cm (fibra com­
2 2
primida)

Ix= 1120,17 cm4


W c= 90,574 cm3

Cálculo de λ0:
λ0 = (W cfy/Me)0,5
λ0= 0,913
qL 2
momento máximo: M máx = como 0,6 < λ0 < 1,336,
8
ρFLT = 1,11(1 – 0,278λ02)
qL 2
momento em B: M B = ρFLT = 0,8526
8
3qL2
momento em A e C: M c = M A =
32

79
Dimensionamento à flexão

da seção transversal, nesses perfis fenômeno


da flambagem local (verificado pelo método das
larguras efetivas) será sempre crítico compara­
do com cálculo de distorção da seção pelo mo­
delo de Hancok mostrados no capítulo 04.

O momento resistente do perfil será o me­


nor valor calculado em 1 e 2:

MRd = 1242,9 kN.cm

Exemplo 17 ­ Cálculo da capacidade re­


sistente ao momento fletor em relação ao eixo
X de uma viga de 4,0m de comprimento, perfil
Ue 150x60x20x2, submetida a uma carga con­
centrada no meio do vão. Aço f y = 30 kN/cm 2;
O valor da tensão a ser tomada no cálculo das E= 20500 kN/cm2.
larguras efetivas é dado por:
1­ Início de escoamento da seção efe­
tiva [NBR 14762­7.8.1.1]
σ = ρFLT fy = 0,8526 . 25= 21,32 kN/cm2
MRd = Wef fy / g (g = 1,1)
O cálculo das larguras efetivas foi realizado no
exemplo 01. 1 ­ Cálculo das Larguras Efetivas para se­
ção submetida a esforço de momento fletor em
máxima coordenada da fibra comprimida Y= relação ao eixo X:
13,933 cm σ = 30 kN/cm2
γ = 1,1 ­ Largura efetiva do enrijecedor de borda inferi­
Ixef= 893,693 cm4 or e da mesa inferior do perfil:
Elementos tracionados! – bef = b
893, 693
W cef= = 64,14 cm3
13, 933 ­ Largura efetiva do enrijecedor de borda supe­
rior
­ módulo resistente em relação as fibras Elemento AL
comprimidas da seção efetiva
b= 1,6 cm
MRd = [rFLT W c,ef fy] / g = 0,8526 . 64,14 . 25 / 1,1 σ1= ­28,784 kN/cm 2
MRd= 1242,9 kN.cm σ2= ­22,297 kN/cm 2 ψ= 0,775
­ NBR14762 ­ Tab05.caso b (tabela 4.3)
3– Flambagem por distorção da seção
transversal [NBR 14762­7.8.1.3] 0 £ y = s2 / s1 < 1,0 à
k = 0,578 / (y + 0,34)
Perfis com mesa sem enrijecedor de bor­
da não estão sujeitos a flambagem por distorção k= 0,519

80
1, 61 b 5, 2
0, 2 t 0, 2
lp = = 0,438 lp = = = 0,574
0, 519 × 20500 kE 3,327 × 20500
0,95 0,95 0, 95
30 s 30

[λp <
? 0,673] [λp <? 0,673]

bef= 1,6 cm bef = b bef=5,2 (bef = b)


como Is/Ia=1,152 > 1,0, então
­ Largura efetiva da mesa superior
ds = def
­ NBR14762. 7.2.2.2 ­ Elemento com enrijecedor
‐ Largura efetiva da alma:
de borda:
σ1= ­30 kN/cm2 Elemento AA
σ2= ­30 kN/cm2 b= 14,2 cm
b=5,2 cm D=2 cm t=0,2 cm
def=1,6 cm d=1,6 cm σ=30 kN/cm2 σ1= ‐28,78 kN/cm2 σ2= 28,78 kN/cm2 è ψ= ‐1
θ=90 º
5, 2 ‐ NBR14762 ‐ Tab04.caso d (tabela 4.2)
0, 2
lp0 = =1,597 bc= 7,1 cm bt= 7,1 cm
20500
0, 623
30 k = 4 + 2(1­y) + 2(1­y)3 à k= 24

b 14, 4
Como 0.673 < λp0 < 2,03, então: t 0, 2
lp = = = 0,572
kE 24.20500
Caso II: 0,95 0, 95
s 28, 78
d 3t.sen2q 1,63.0, 2.sen 2 (90)
Is = = = 0,068267 cm4 [λp < 0,673]
12 12
æ Dö æ 2 ö bef= 14,2 cm (bef = b)
ka = 5, 25 - 5 ç ÷ = 5, 25 - 5 ç ÷ £ 4, 0
èbø è 5, 2 ø
W x da seção efetiva é igual ao W x da seção
ka=3,327 bruta!
I a = 400t 4 ( 0, 49l p 0 - 0,33) =
3

W xef = W x= 28,002 cm3


3
400 ´ 0, 24 ( 0, 49 ´ 1,597 - 0,33) MRd = 28 . 30 / 1,1
=0,059 cm4
MRd= 763,6 kN.cm
Is/Ia=1,152
2 – Flambagem lateral com torção [NBR
Is 14762­7.8.1.2]
k= ( ka - 0, 43 ) +, 043 £ ka
Ia
è k=3,327

81
Dimensionamento à flexão

MRd = [rFLT Wc,ef fy] / g Me= Cbr0(NeyNet)0,5= 399,27 kN.cm


máxima coordenada Y= 7,4 cm (fibra comprimi­
­ Cálculo Me da)
Cálculo de Cb: Ix= 207,211 cm4
W x= 28,002 cm3
12,5M max
Cb = λ0 = (Wcfy/Me)0,5= 1,45
2,5M max + 3M A + 4 M B + 3M C
0,6 < λ0 < 1,336
Para uma viga biapoiada submetida ρFLT = 1,11(1 – 0,278λ02)
a uma força concentrada no meio do vão:
ρFLT = 0,475

O valor da tensão a ser tomada no cálculo das


larguras efetivas é dado por:
σ = ρFLT fy = 0,475 . 30= 14,25 kN/cm2

No item anterior foi calculado as larguras efeti­


vas do perfil para uma tensão de 30,0 kN/cm2 e
o resultado foi que a seção efetiva é igual a se­
PL ção bruta. Como nesse caso que a tensão é
momento máximo: M máx =
4 menor, pode­se concluir a seção efetiva será
PL igual a seção bruta, σ =14,25 kN/cm2.
momento em B: M B =
4
máxima coordenada Y= 7,4 cm (fibra comprimi­
PL da)
momento em A e C: M c = M A =
8 γ = 1,1
Cb = 1,31 (não depende da carga P) Ixef= Ix = 207,211 cm4

Perfil monossimétrico 207, 211


W cef= =28,002 cm3
Lx= 400 cm Ly= 400 cm Lt= 400 cm 7, 4
r0= 7,845 cm xc= 4,645 cm
Cw=1440,47 cm2 MRd = [rFLT W c,ef fy] / g
Ix= 207,21 cm4 Iy= 30,05 cm4 It= 0,079 cm4 MRd= 362,9 kN.cm
3 – Flambagem por distorção da seção
p 2 EI x
N ex = = 262,028 kN transversal [NBR 14762­7.8.1.3]
( K x Lx ) 2
MRd = Mdist / g (g = 1,1)
p 2 EI y
N ey = = 37,999 kN
­ O cálculo de σdist foi realizado no exemplo 10:
( K y Ly ) 2
σdist=67,27 kN/cm2
2 λdist = (fy/sdist)0,5= (30/67,27)0,5
1 é p EC w ù
Net = ê + GI t ú = 39,726 kN
r0 2 ëê ( Kt Lt ) 2 λdist = 0,668
ûú
­ para λdist < 1,414:

82
Mdist = Wcfy (1 – 0,25λdist2) k v ­ coeficiente de flambagem local por
cisalhamento, dado por:
Mdist = 28,002 . 30 . (1 – 0,25 . 0,6682)
Mdist = 746,34 kN.cm
­ para alma sem enrijecedores transver­
MRd = Mdist / g
sais:
MRd = 746,34 / 1,1
MRd = 678,5 kN.cm
kv = 5,34
O momento resistente do perfil é o menor
­ para alma com enrijecedores transversais
valor calculado nos itens 1, 2 e 3:
dimensionado conforme as exigências do item
MRd = 362,9 kN.cm
7.5 da NBR 14762:2001.

5,34
8.4 ­ Força cortante kv = 4,0 + para a/h £ 1,0
( a / h) 2
No dimensionamento das peças submeti­
das ao esforço cortante, como nas demais es­ 4,0
kv = 5,34 + para a/h > 1,0
truturas de aço, as tensões de cisalhamento na ( a / h) 2
alma do perfil devem ser verificadas. Uma cha­
pa de aço (alma) sob esforços cisalhantes tam­
a é a distância entre enrijecedores trans­
bém está sujeita ao fenômeno da flambagem
versais de alma.
local. Sendo necessário, portanto, limitar as ten­
sões atuantes quando a chapa for esbelta. A
Para seções com duas ou mais almas,
norma brasileira apresenta expressões para
cada alma deve ser analisada como um elemen­
capacidade resistente ao esforço cortante para
to separado resistindo à sua parcela de força
três intervalos de esbelteza da alma (h/t).
cortante.
A força cortante resistente de cálculo VRd
deve ser calculada por:
8.5 Momento fletor e força cortante
combinados
­ para h/t £ 1,08(Ekv/fy) 0,5
Em peças onde existem esforços de mo­
VRd = 0,6fyht / g (g = 1,1)
mento fletor e esforço cortante (em todas as
barras com carregamento transversal aplicado)
­ para 1,08(Ekv/fy) 0,5 < h/t £ 1,4(Ek v/fy)0,5
o efeito associado das tensões normais devido
ao momento fletor com as tensões cisalhantes
VRd = 0,65t2(k vfyE)0,5 / g (g = 1,1)
deve ser verificado.
Para barras sem enrijecedores transver­
­ para h/t > 1,4(Ekv/fy) 0,5
sais de alma, o momento fletor solicitante de
VRd = [0,905Ek vt3/h] / g (g = 1,1) cálculo e a força cortante solicitante de cálculo
na mesma seção, devem satisfazer à seguinte
expressão de interação:
t ­ espessura da alma;
(MSd / M0,Rd)2 + (VSd / VRd)2 < 1,0
h ­ largura da alma (altura da parte plana da
MSd ­ momento fletor solicitante de cálculo;
alma);

83
Dimensionamento à flexão

M0,Rd ­ momento fletor resistente de cálcu­ ­ Cálculo do esforço cortante resistente:


lo pelo escoamento da seção efetiva, conforme h = 14,20 (altura da parte plana da alma)
o item 8.1; h= 14,2 cm kv= 5,34 h/t= 71
1,08(E.kv/fy) = 65,3
0,5

VSd ­ força cortante solicitante de cálculo; 1,4(E.kv/fy)0,5= 84,6

VRd ­ força cortante resistente de cálculo como,


conforme o item 8.4. 1,08(E.kv/fy)0,5 < h/t <= 1,4.(E.kv/fy)0,5 , então,
VRd = 0,65t2(kvfyE)0,5 / g
Para barras com enrijecedores transver­ VRd = 0,65 . 0,22 (5,34 . 30 . 20500)0,5 / 1,1
sais de alma, além de serem atendidas as exi­ VRd = 42,8 kN
gências do item 8.1 e 8.4 deste manual, quando
MSd/M0,Rd > 0,5 e VSd/VRd > 0,7 deve ser satisfei­ Verificação do efeito combinado momento fletor
ta a seguinte expressão de interação: e esforço cortante:

0,6(MSd / M0,Rd) + (VSd / VRd) £ 1,3 (MSd / M0,Rd)2 + (VSd / VRd)2 < 1,0

Exemplo 18 – Verificação quanto ao (400 / 763,6)2 + ( 2 / 42,8)2


cisalhamento do perfil do exemplo 17 para uma 0,274 + 0,002 = 0,276 < 1,0 – Verificado!
carga de cálculo concentrada no meio do vão
da viga biapoiada no valor de 4 kN ( Ue
150x60x20x2; L= 400 cm) .

Solicitações na barra:
Msd = P.L/4 = 4 . 400 / 4 = 400 kN.cm
Vsd = P/2 = 2 kN
M0,Rd = 763,6 kN.cm – Momento resistente
pelo escoamento das fibras mais solicitadas
(exemplo 17 item 1).

84
85
Capítulo 9
Dimensionamento à
flexão composta

87
Dimensionamento à flexão composta

A força normal solicitante de cálculo e os Nc,Rd ­ força normal de compressão resis­


momentos fletores solicitantes de cálculo devem tente de cálculo, conforme os itens 7.1 e 7.2;
satisfazer as equações de interação apresen­
tadas neste capítulo. N0,Rd ­ força normal de compressão resis­
tente de cálculo, calculada conforme 7.1, nesse
9.1 Flexo­compressão caso tomando­se para o cálculo o valor de ρ =
1,0 e calcula­se a aréa efetiva do perfil com a
Em perfis submetidos a flexo­com­
tensão σ = fy;
pressão é necessário verificar a combinação de
esforços por meio de duas equações, 9.1 e 9.2.
Mx,Rd ; My,Rd ­ momentos fletores resisten­
A equação 9.1 considera os efeitos de segun­
tes de cálculo, em relação aos eixos x e y, res­
da ordem na barra, a equação 9.2 apenas quan­
pectivamente, calculados conforme 8.1, 8.2 e 8.3
to a resistência do material. No entanto, quando
(no cálculo do momento resistente pela
o esforço normal da barra for relativamente pe­
flambagem lateral com torção, conforme 8.2 o
queno, (Nc,Sd < 0,15 . Nc,Rd) pode­se utilizar ape­
valor de Cb deve ser igual a 1,0).
nas a equação 9.3 para a verificação á flexo­
compressão.
Nex ; Ney ­ forças normais de flambagem
N c , Sd C mx M x , Sd C my M y , Sd elástica, em relação aos eixos x e y, respectiva­
+ + £ 1, 0 mente, calculadas por:
N c , Rd æ N c , Sd ö æ N c , Sd ö
ç1 - ÷M ç1 - ÷M Nex = p2EIx / (KxLx)2 Ney = p2EIy / (KyLy)2
è N ex ø x , Rd ç N ey ÷ y , Rd
è ø
(eq. 9.1) Ix ; Iy ­ momentos de inércia da seção bruta
em relação aos eixos x e y, respectivamente;
e
(KxLx) ; (KyLy) ­ comprimentos efetivos de
N c , Sd M x , Sd M y, Sd
+ + £ 1, 0 flambagem em relação aos eixos x e y, respec­
N 0 , Rd M x , Rd M y , Rd tivamente;

(eq. 9.2) Cmx ; Cmy ­ coeficientes de equivalência


de momento na flexão composta, em relação aos
eixos x e y, respectivamente, determinados con­
Quando Nc,Sd / Nc,Rd < 0,15 as duas expres­
forme a), b) ou c) seguintes:
sões anteriores podem ser substituídas por:

N c , Sd M x , Sd M y , Sd a) barras de estruturas indeslocáveis, sem


+ + £ 1, 0 (eq. 9.3) ações transversais entre as extremidades:
N c , Rd M x , Rd M y, Rd
Cm = 0,6 ­ 0,4(M1/M2)
Onde:
N c,Sd ­ força normal de compressão
M1 é o menor e M2 o maior dos dois mo­
solicitante de cálculo, considerada constante na
mentos fletores solicitantes de cálculo nas ex­
barra;
tremidades do trecho sem travamento lateral. A
Mx,Sd ; My,Sd ­ momentos fletores solicitantes
relação M1/M2 é positiva quando esses momen­
de cálculo, na seção considerada, em relação
tos provocarem curvatura reversa e negativa em
aos eixos x e y, respectivamente;
caso de curvatura simples.

88
b) barras de estruturas indeslocáveis, su­ Mx,Rd ; My,Rd ­ momentos fletores resisten­
jeitas à ações transversais entre as extremida­ tes de cálculo, em relação aos eixos x e y, res­
des: pectivamente, conforme 8.1, 8.2 e 8.3.
Caso não sejam determinados de manei­
ra mais precisa, os seguintes valores de Cm Exemplo 19 – Verificação da viga abaixo
podem ser adotados: quanto à flexo­compressão:
1) para ambas as extremidades da barra
engastadas: Cm = 0,85
2) para os demais casos: Cm = 1,0

c) barras de estruturas deslocáveis: Cm = *os carregamentos apresentados são valores de cálculo,


já considerados os devidos coeficientes de majoração.
1,0
Perfil Ue 150x60x20x2 mm. Aço fy = 30 kN/cm2;
9.2 ­ Flexo­tração E= 20500 kN/cm2.
Esforços solicitantes:
MxSd= 1 .42/8 = 2 kN.m = 200,0 kN.cm
M x , Sd M y , Sd N t , Sd
+ + £ 1, 0 Nc,Sd= 5,0 kN
M xt , Rd M yt , Rd N t , Rd Esforços resistentes:
Nc,Rd = 29,09 – cálculo é demonstrado a seguir.
e Nc,Rd / Nc,Sd = 5,0/29,09 = 0,17 > 0,15, portanto
na verificação da combinação dos esforços de­
M x , Sd M y, Sd N t , Sd vem ser satisfeitas as equações 9.1 e 9.2.
+ - £ 1, 0
M x , Rd M y, Rd N t , Rd
Mx,Rd = 277,08 kN.cm
Nt,Sd ­ força normal de tração solicitante Nex = 262,03 kN
de cálculo, considerada constante na barra; Ney = 38,00 kN
N0,Rd = 130,31 kN
Mx,Sd ; My,Sd ­ momentos fletores solicitantes
de cálculo, na seção considerada, em relação Os cálculos dos esforços acima relaciona­
aos eixos x e y, respectivamente; dos são demonstrados adiante.

Nt,Rd ­ força normal de tração resistente de Coeficientes:


cálculo, conforme o capítulo 7; Cb = 1,0 – para o cálculo do momento re­
sistente pela flambagem lateral com torção para
Mxt,Rd ; Myt,Rd ­ momentos fletores resisten­ momentos em torno dos eixos X e Y.
tes de cálculo, na seção considerada, em rela­ Cmx = 1,0 – critério b) para determinação
ção aos eixos x e y, respectivamente, calcula­ de Cm: estruturas indeslocáveis sujeitas à ações
dos com base no escoamento da fibra transversais entre as extremidades
tracionada da seção bruta, dados por
Mxt,Rd = W xtfy/g e 1ª verificação: equação 9.1 considerando
os efeitos de 2ª ordem.
Myt,Rd = W ytfy/g com g = 1,1;
N c , Sd C mx M x , Sd C my M y, Sd
+ + £ 1, 0
W xt ; W yt ­ módulos de resistência elásti­ N c , Rd æ N c , Sd ö æ N c , Sd ö
cos da seção bruta em relação aos eixos x e y, ç1 - ÷ M x , Rd çç 1 - ÷M
è N ex ø è N ey ÷ø y, Rd
respectivamente, referentes à fibra tracionada;

89
Dimensionamento à flexão composta

5, 0 1, 0 × 200 p 2 EI x
+ = 0, 908 £ 1, 0 N ex = = 262,028 kN
29, 09 æ 5, 0 ö
ç 1 - 262, 03 ÷ 277 , 08 ( K x Lx ) 2
è ø
p 2 EI y
2ª verificação: equação 9.2 verificando a N ey = = 37,999 kN
resistência do material. ( K y Ly ) 2
N c , Sd M x , Sd M y, Sd
+ + £ 1, 0
N 0, Rd M x , Rd M y, Rd 1 é p 2 EC w ù
Net = ê + GI t ú = 39,726 kN
5, 0 200 r0 2 êë ( Kt Lt ) 2 úû
+ = 0, 76 £ 1, 0
130, 31 277, 08
Me= Cbr0(NeyNet)0,5= 304,78 kN.cm
Conclusão: o perfil adotado resiste o car­
máxima coordenada Y= 7,4 cm (fibra comprimi­
regamento solicitado
da)
Ix= 207,211 cm4
Cálculo dos esforços resistentes no perfil: Mx,Rd;
W x= 28,002 cm3
Nex; Ney; N0,Rd; Nc,RD
λ0 = (Wcfy/Me)0,5 = 1,66
Cálculo de MxRd 0,6 < λ0 < 1,336
Barras submetidas à Flexão Simples [NBR
14762­7.8] ρFLT = 1,11(1 – 0,278λ02)
ρFLT = 0,363
1 ­ Início de escoamento da seção efetiva [NBR
14762­7.8.1]
O valor da tensão a ser tomada no cálculo das
­ calculado no exemplo 17 (item 1)
larguras efetivas é dado por:
MRd = 763,6 kN.cm

2 ­ Flambagem por distorção da seção trans­ σ = ρFLT fy = 0,363 . 30= 10,89 kN/cm2
versal [NBR 14762­7.8.1.3]
­ calculado no exemplo 17 (item 3) No exemplo 17 foi calculado as larguras
efetivas desse perfil para uma tensão de 30,0
MRd = 678,5 kN.cm ( flambagem por distorção) kN/cm2 e o resultado foi que a seção efetiva é
igual a seção bruta. Nesse caso que a tensão é
3 ­ Flambagem lateral com torção [NBR 14762­ menor pode­se concluir a seção efetiva é igual
7.8.1.2] a seção bruta, σ =10,89 kN/cm2.
Cálculo Me ­ semelhante ao realizado no máxima coordenada Y= 7,4 cm (fibra comprimi­
exemplo 17 (item 2), porém neste caso o valor da)
de Cb adotado deverá ser igual a 1,0. g = 1,1
Cb= 1
Ixef= 207,211 cm4
Perfil monossimétrico
W cef= 28,002 cm3
Lx= 400 cm Ly= 400 cm
Lt= 400 cm MRd = [ρFLT W c,ef fy] / g
r0= 7,845 cm xc= 4,645 cm MRd= 277,08 kN.cm
Cw= 1440,47 cm 2

Ix= 207,21 cm4 Iy= 30,05 cm4 O momento fletor resistente de cálculo MRd
It= 0,079 cm4 deve ser o menor valor calculado:

90
MRd= 763,679 kN.cm (escoamento da seção) ­Largura efetiva das mesas
[NBR14762. 7.2.2.2 ­ Elemento com enrijecedor
MRd= 277,08 kN.cm (flambagem lateral com tor­ de borda]
ção) σ1= ­30 kN/cm2
σ2= ­30 kN/cm2
MRd= 678,534 kN.cm (distorção da seção trans­ b=5,2 cm D=2 cm t=0,2 cm
versal) def=1,6 cm
d=1,6 cm σ=30 kN/cm2 θ=90 º
Mx,Rd = 277,08 kN.cm
5, 2
Cálculo de N0,Rd 0, 2
l p0 = =1,597
Para calcular N 0,Rd, utiliza­se mesmo 20500
0,623
procedimento do cálculo de NRd porém e tomado 30
o valor de ρ = 1 (este é o valor máximo de NRd
Como 0.673 < λp0 < 2,03, então:
para pilares curtos onde não ocorre flambagem
global) Caso II:

d 3t.sen 2q 3 2
1, 6 .0, 2.sen (90)
1 ­ Cálculo das Larguras Efetivas para seção Is = = = 0,068267 cm 4
submetida a esforço de compressão centrada: 12 12
σ= 30 kN/cm2 æDö æ 2 ö
ka = 5, 25 - 5 ç ÷ = 5, 25 - 5 ç ÷ £ 4, 0
è bø è 5, 2 ø
­ Largura efetiva dos enrijecedores de borda
Elemento AL k a=3,327
b= 1,6 cm
I a = 400t 4 (0, 49 l p 0 - 0,33 ) =
3
σ1= ­30 kN/cm2
σ2= ­30 kN/cm2
3
ψ= 1 400 ´ 0,2 (0, 49 ´1, 597 - 0,33 ) =0,059 cm 4
4

Is/Ia=1,152

Is
k= ( ka - 0, 43) + , 043 £ ka è k=3,327
Ia

b 5, 2
t 0, 2
lp = = = 0,574
kE 3,327 × 20500
0,95 0,95
– Tabela 4.3 caso a (NBR14762 ­ Tab05) s 30
k= 0,43
[λp = 0,673]
1, 6
0, 2 b ef=5,2 (b ef = b)
lp = = 0,491 [λp = 0,673]
0,43 × 20500 como Is/Ia=1,152 > 1,0, então d s = def
0,95
30
­ Largura efetiva da alma
bef= 1,6 cm
[NBR14762. 7.2.2.2 ­ Elemento com enrijecedor
bef = b
de borda]

91
Dimensionamento à flexão composta

σ1= ­30 kN/cm2


Cálculo de Nc,Rd ­ Barras submetidas à com­
σ2= ­30 kN/cm2 pressão centrada [NBR 14762­7.7]
b= 14,2 cm
1 ­ Flambagem por distorção da seção trans­
Tabela 4.2 caso a [NBR14762 ­ Tab04] versal [NBR 14762­7.7.3]
k=4
b 14, 2 1.1 ­ Cálculo de σdist [NBR 14762­Anexo D4]
t 0,2 NBR 14762 ­ Anexo D3: Seções Ue submeti­
lp = = = 1,43
kE 4.20500 dos a compressão uniforme
0,95 0, 95
s 28,78
Propriedades geométricas da seção composta
[λp > 0,673] da mesa e enrijecedor (ver ítem 5.1 e figura 5.4)
æ 0, 22 ö æ 0, 22 ö
b çç 1 - ÷ 14, 2 ç 1 - t=0,2 cm bw=15 cm bf=6 cm
l p ÷ø ÷
è 1, 43 ø D=2 cm Ad=1,45425 cm2
bef = è = £b
E=20500 kN/cm2
lp 1,85
Ix=0,37017 cm4 Iy=4,78792 cm4
bef = 8,4 cm
Ixy=0,75731 cm4
bef,1= b ef,2= 4,20 cm It=0,01936 cm4 Cw=0,00014 cm6
hx=­3,4177 cm
æ 0, 22 ö æ 0, 22 ö hy=­0,2504 cm x0=2,05286 cm
b çç1 - ÷ 14, 2 ç 1 -
l p ÷ø ÷
è 1, 43 ø y0=­0,24568 cm
bef = è = £b
lp 1,85
Cálculo dos coeficientes
bef = 8,4 cm
a1,1ªaprox=0,0028609
bef,1= b ef,2= 4,20 cm
a2=0,013372 a3=0,0000271634
β1=15,227749 β2=13,32612
β3=4,54386 β4=13,32612
Ld=60,348 cm σ=0,00270997
k =0,8941 adist,1ªaprox=26,70 kN/cm2
a1=0,0039178194 a3=0,0000408769
σdist = (0,5E/A d ){a1 + a2 – [(a1 + a2)2 ­ 4a3] 0,5}
σdist=39,84 kN/cm2

Cálculo da forma normal resistente devido a


distorção da seção transversal
λdist = (fy/σdist)0,5
A ef = 4,78 cm2 λdist = (30/39,84)0,5
N 0Rd = A ef . fy /γ (ρ = 1) λdist= 0,868
γ = 1,1
N 0Rd= 130,307 kN
92
Como, λdist < 1,414 então, b = 0, 5 éë1 + 0, 34 ( 2,179 - 0, 2 ) + 2,1792 ùû
Nc,Rd = Afy (1 – 0,25λdist2) / g β= 3,209
g = 1,1 1
r= £ 1, 0
A= 5,937 cm2 b + (b - l
fy= 30 kN/cm2
2
0 )
2 0 ,5

Ndist = 131,435 kN ρ= 0,18 (aproximado)

2 ­ Flambagem da barra por flexão, por torção σ= 5,39 kN/cm2 (com ρ aproximado)
ou por flexo­torção [NBR 14762­7.7.2]
Cálculo da área efetiva:
Resumo do cálculo das larguras efetivas:
Nex= 262,028 kN (demonstrado no cálculo de
MxRd deste exemplo)
σ = 5,39 kN/cm2
Ney= 37,999 kN (demonstrado no cálculo de
MxRd deste exemplo)
1 ­ Largura efetiva dos enrijecedores
Net= 39,726 kN (demonstrado no cálculo de
Elemento AL
MxRd deste exemplo)
b= 1,6 cm
σ1= ­5,39 kN/cm2 σ2= ­5,39 kN/cm2 ψ= 1
Perfil monosimétrico: em relação ao eixo X
[NBR14762 ­ 7.7.2.2]
­ NBR14762 ­ Tab05.caso a ­ k= 0,43
Nex + N et é 4 Nex Net [1 - ( x0 / r0 ) 2 ] ù
λp(b=1,6 t=0,2 k=0,43 σ=5,39 ) à λp=0,208
N ext = ê1 - 1 - ú
2[1 - ( x0 / r0 ) 2 ] êë ( Nex + N et ) 2 ú
û [λp < 0,673]
bef = b
Nex + N et é 4 Nex Net [1 - ( x0 / r0 ) 2 ] ù
N ext = ê1 - 1 - ú
2[1 - ( x0 / r0 ) 2 ] ê ( Nex + N et ) 2 ú 2 ­ Largura efetiva das mesas enrijecidas
ë û

­ NBR14762. 7.2.2.2 ­ Elemento com enrijecedor


Next= 37,527 kN
de borda:
Ne= 37,527 kN (menor valor entre Nex, Ney, Net e
σ1= ­5,39 kN/cm2 σ2= ­5,39 kN/cm2
Next)
b=5,2 cm D=2 cm t=0,2 cm
def=1,6 cm
modo de flambagem: flambagem por flexo­tor­
d=1,6 cm σ=5,39 kN/cm2 θ=90 º
ção ­ a= 0,34 (curva b)
(sempre que o modo crítico de flambagem for λp0=0,677
por flexo­torção toma­se a curva b de resistên­ Is= 0,068267 cm4
cia) ka=3,327

Aef f y 5, 937 × 30
l0 = = = 2,179
Ne 37, 527

( Aef = A para esse primeiro cálculo de λ0)

93
Dimensionamento à flexão composta

0,673 < λp0 < 2,03 ­ Caso II 9.3 ­ Fluxogramas

Ia=0,0001 cm4 k=3,327 A seguir apresentam­se fluxogramas


Is/Ia= 68267 orientativos para o dimensionamento de perfis
formados a frio.
λp(b=5,2 t=0,2 k=3,327 σ=5,39 ) à λp=0,243
[λp ? 0,673] à bef = b

3 ­ Largura efetiva da alma


Elemento AA
b= 14,2 cm
σ1= ­5,39 kN/cm 2
σ2= ­5,39 kN/cm 2 à ψ= 1
­ NBR14762 ­ Tab04.caso a à k= 4
λp(b=14,2 t=0,2 k=4 σ=5,39 ) à λp=0,606
[λp < 0,673]

Conclusão: para essa tensão, a área da seção


efetiva é igual a da seção bruta.

Aef= 5,937 cm2


λ0= 2,179 (usando a área efetiva calculada)
β = 3,209
ρ = 0,18 (novo valor de usando λ0 calculado com
Aef)
g = 1,1
Nc,Rd= 29,09 kN

A força normal de compressão de cálculo deve


ser o menor valor calculado: [NBR 14762­7.7.1]
Nc,Rd = 29,089 kN (flambagem por flexo­torção)
Nc,Rd = 131,435 kN (flambagem por distorção)

Nc,Rd = 29,089 kN

94
95
Dimensionamento à flexão composta

96
97
Dimensionamento à flexão composta

98
99
Dimensionamento à flexão composta

100
101
Referências
Bibliográficas

103
Referências Bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NOR­


MAS TÉCNICAS (2001). NBR 14762:
Dimensionamento de estruturas de aço cons­
tituídas por perfis formados a frio. Rio de Janei­
ro: ABNT

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NOR­


MAS TÉCNICAS (2003). NBR 6355: Perfis es­
truturais de aço formados a frio ­ Padronização.
Rio de Janeiro: ABNT

BATISTA, E. M.; MALITE, M.;


RODRIGUES, F. C. (2001). Perfis formados a
frio: Comportamento e dimensionamento. IV
Seminário Internacional O Uso de Estruturas
Metálicas na Construção Civil/ I Congresso In­
ternacional da Construção Metálica (ICICOM).

FRUCHTENGARTEN, J.. Notas de aula


da disciplina PEF 5734­ Estruturas Metálicas
II, do curso de pós graduação – Escola Politéc­
nica da Universidade de São Paulo, São Paulo.

CARVALHO, P. R. at al (2006). Curso bá­


sico de perfis de aço formados a frio. 2ª ed.
Porto Alegre.

SILVA, E. L. (2006). Sobre o


dimensionamento de perfis formados a frio.
Dissertação de Mestrado – Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo, São Paulo.

104
105
Anexo A
Torção em Perfis de Seção Aberta

107
Anexo A ­ Torção em perfis de seção aberta

A.1 – Carregamentos transversais A.1 que, em relação a um ponto arbitrário, o


fora do centro de torção momento de torção resultante é diferente de
zero: M t = å F .d = v1.d1 + ... + v5.d5 + V.d = 0,
em que “di” são as distâncias entre a linha de
aplicação das cortantes “vi” e o ponto conside­
rado.
Porém, é intuitivo pensar que existe um
ponto no plano da seção, em que, se as forças
transversais externas forem nele aplicadas não
ocorrerá torção na seção, pois o momento de
torção resultante das forças de cisalhamento
(V1.d1, ...V5.d5) será igual em módulo mas com
sentido contrário ao momento de torção causa­
do pelo carregamento externo. Esse ponto exis­
te e é definido, na teoria de flexão, como o cen­
tro de torção. Isso ocorre quando o carregamento
Figura A.1 – Seção aberta com força cortante fora do CT é aplicado numa linha que passa pelo CT da
seção (distante xc do centro geométrico), qv da
A figura A.1 mostra uma seção Ue, figura A.1.
monossimétrica, submetida a um esforço cor­
tante V cuja linha de ação não passa pelo cen­ Se o carregamento aplicado em uma
tro de torção. As forças v1, v2,...v5 representam viga não passar pelo centro de torção da
as resultantes das tensões de cisalhamento atu­ seção transversal, a viga estará submetida
antes nos elementos de chapa da seção. No­ à torção.
tam­se pela figura dois pontos importantes:
Observação: CT, centro de torção, é o cen­
1. fazendo o equilíbrio das forças verticais, tro de rotação da seção quando está submeti­
nota­se que o esforço cortante na alma do per­ da somente à torção. Nos perfis de seção aber­
fil, (v3), é maior que o esforço cortante atuante ta de paredes esbeltas, o centro de torção (CT)
na seção (V): coincide com o centro de cisalhamento da se­
ção. No caso particular de seção com um eixo
­ V + v3 – v5 – v 1 = 0 è v 3 = V + v1 + v5 de simetria, o CT encontra­se sobre esse eixo.
Nas seções duplamente simétricas o centro de
Como na verificação ao esforço cortante torção coincide com o centro geométrico da
nos perfis formados a frio admite­se que todo o seção, como são os casos dos perfis tipo I si­
esforço cortante é absorvido pela alma é impor­ métricos.
tante notar que esforço a ser resistido pela alma
deve ser maior que a cortante atuante na se­ A.2 ­ Torção
ção: VRd > v3 (onde VRd é o esforço cortante re­
sistente da alma do perfil). O empenamento de uma seção
corresponde a deslocamentos que ocorrem fora
2. fazendo o equilíbrio do momento das do seu plano ao ser submetida à torção (fig. A.4).
forças no plano da seção, constata­se a exis­ Ocorre apenas torção uniforme, quando não há
tência de um momento de torção (Mt) agindo na qualquer restrição ao livre empenamento na di­
seção transversal. É possível notar pela figura reção longitudinal. A torção uniforme é caracte­

108
rizada por causar na seção transversal um esta­ Mz
do de tensões de cisalhamento puro. Quando t máx = t (eq. A.2)
It
há restrição ao livre empenamento, ocorre a tor­
ção não­uniforme. A torção não­uniforme causa onde, It é o momento de inércia à torção
na seção transversal tensões normais de tração da seção transversal. Para perfis de seção aber­
e compressão (que podem ser vistas como ta e paredes finas, o momento de inércia à tor­
momentos fletores aplicados em determinadas ção é obtido pela equação A.3.
regiões da seção) e tensões de cisalhamento.
bit 3
O efeito do momento de torção (Mt) apli­ It = å (eq. A.3)
3
cado numa barra, portanto, deve ser considera­
do em duas parcelas: a primeira se refere à tor­ onde, b i são os comprimentos dos lados
ção de Saint Venant Mz, ou simplesmente tor­ da seção e t é a espessura.
ção uniforme, e a segunda ao efeito da restri­
ção ao empenamento, sendo denominada de O valor da rigidez a torção é dado por G.It,
torção com flexão Tù, ou simplesmente torção onde G é o módulo de elasticidade transversal
não­uniforme. Assim, temos a equação A.1. do material que a barra é formada. Para o aço,
tem­se G = 7.884 kN/cm2.
Mt = Mz + Tω (A.1)
A.2.2 Torção não­uniforme
A.2.1 ­ Torção Uniforme

Figura A.4 – Empenamento na torção uniforme


Figura A.2 – Tensões de cisalhamento na torção uniforme

O empenamento de uma seção


As tensões de cisalhamento de um perfil
corresponde a deslocamentos que ocorrem fora
de seção aberta submetido à torção uniforme
do seu plano. A presença do empenamento em
(sem restrição ao empenamento) têm distribui­
uma barra invalida as simplificações adotadas
ção linear ao longo da espessura do perfil, como
na resistência dos materiais, dentre as quais a
mostra o detalhe da figura A.2. O valor da máxi­
hipótese das seções permanecerem planas na
ma tensão de cisalhamento, t máx , numa seção configuração deformada da barra. A restrição
submetida ao esforço de torção uniforme, Mz, ao empenamento, ou seja, impedir que ocor­
pela teoria da torção uniforme (teoria de Saint­ ram deslocamentos fora do plano de uma se­
Venant) é dado pela equação A.2. ção, implica no surgimento de tensões normais

109
Anexo A ­ Torção em perfis de seção aberta

e de cisalhamento na seção transversal. Os efei­ mesas do perfil. Esse par de momentos repro­
tos da restrição ao empenamento devem ser duz a configuração original gerada pelo momen­
considerados tanto na análise de tensões quan­ to Mt.
to na avaliação da instabilidade da barra. As tensões normais e de cisalhamento
existentes na seção transversal, decorrentes da
A figura A.4 mostra um perfil Ue sob efeito restrição ao empenamento, são similares às
de torção uniforme (sem restrição ao tensões oriundas do par de momentos fletores
empenamento) provocada pela aplicação dire­ M, aplicados nos planos das mesas do perfil.
ta de um momento de torção. Não há restrições Esse par de momentos fletores multiplicado pela
a deslocamentos nas extremidades dessa bar­ distância entre eles é denominado de
ra, podendo se deformar livremente. Nesse caso, bimomento, Mω= M.h. Ao bimomento estão as­
percebe­se na configuração deformada da bar­
sociadas tensões de cisalhamento agindo nos
ra, deslocamentos fora do plano das seções,
elementos de chapa do perfil. A somatória dos
configurando o empenamento da seção.
momentos, no plano da seção, devido às resul­
Na figura A.5a, no entanto, a barra está tantes das tensões de cisalhamento, τ1, τ2, τ3 ... τn
com uma das extremidades engastada. Nesse (figura A.6) resulta em um momento de torção,
caso, o impedimento ao empenamento em uma Tω, denominado de torção com flexão, que
extremidade induz à flexão das mesas em seu
corresponde exatamente à parcela do esforço
próprio plano, o que conduzirá a tensões nor­
de torção aplicado, Mt, que é resistido pela res­
mais e de cisalhamento nas mesas. Esse tipo
trição ao empenamento da seção. O esforço de
de solicitação origina na barra uma configura­
torção com flexão ao longo da barra (também
ção de esforços internos que não podem ser
representados pelos esforços internos clássicos chamado de torção não­uniforme), Tω, tem o va­
(esforço normal, momento fletor, cortante e tor­ lor da derivada do bimomento ao longo da bar­
ção). ra, Mω, com o sinal oposto, equação A.4.

Tw = - Mw' (eq. A.4)

(a) (b)
Figura A.5 – Torção não­uniforme (a) e bimomento (b)

A figura A.5b apresenta o mesmo perfil da


figura A.5a separado em duas partes, substitu­ Figura A.6 – Tensões na torção não­uniforme
indo­se a solicitação externa original, Mt, por um A distribuição das tensões normais da se­
par de momentos, M, aplicados nos planos das ção transversal devido à restrição ao
empenamento assemelha­se ao mostrado na

110
figura A.6. Nota­se que as tensões de tração e alma da seção, similares ao caso da torção
compressão na seção, realmente comportam­ aplicada ao perfil, configurando o empenamento
se como se houvesse momentos fletores de da seção. Note que, algo similar ocorre, com
sentido opostos agindo nas mesas do perfil e sinal trocado, quando a força for de compres­
as tensões de cisalhamento são corresponden­ são, nesse caso, acoplando­se aos fenômenos
tes a essas tensões normais. Os deslocamen­ de flambagem.
tos normais ao plano da seção transversal acom­
panham a distribuição de tensões da figura A.6. O valor do bimomento, (Mω), causado pela
A resultante das tensões normais, nesse caso é
aplicação de uma força na direção longitudinal
nula, e por isso não acarreta nenhum esforço
(figura A.7), na seção onde a força é aplicada, é
normal adicional na seção transversal. A resul­
obtido pela equação A.5.
tante das tensões de cisalhamento é o momen­
to de torção Tω. Mω= T. w ( P ) (eq. A.5)
onde, w ( P ) é o valor da área setorial da
seção no ponto de aplicação da força T, figura
A.7 (nessa ilustração mostra­se uma força de
tração, mas ocorre o mesmo, com o sinal troca­
do, com uma força de compressão). Uma expli­
cação geral sobre a área setorial pode ser vista
no item A.3.

Também neste caso, de aplicação de for­


ça longitudinal excêntrica, há esforços internos
de torção induzidos pelas tensões cisalhantes
resultante da restrição ao empenamento (τ1, τ2,
τ3 da figura 2.6). O valor desse momento de tor­
ção não­uniforme, T, é determinado pela equa­
ção A.4. Em vista de o momento externo ser nulo,
o momento de torção não­uniforme é equilibra­
Figura A.7 – Empenamento na tração
do por um momento de torção uniforme na se­
O empenamento na seção transversal não ção, Mω, como mostram as equações A.6 e A.7.
ocorre somente quando submetida a momento
de torção, mas também, quando a seção é sub­ Mt = M z + Tw = 0 (eq. A.6)
metida a forças fora do seu plano. A figura A.7
M z = -Tw (eq. A.7)
procura mostrar de forma intuitiva o
empenamento na seção Ue quando submetida Para calcular os efeitos do empenamento
a uma força de tração (T) localizada próximo ao na seção transversal necessita­se das chama­
vértice do perfil.
das propriedades setoriais da seção, ω, Sω e Iω.
Parte das tensões provocadas pela força Uma explanação geral de como obter essas pro­
T será distribuída na mesa superior e parte irá priedades é mostrada no item A.3 .
para a alma do perfil. As excentricidades da for­ As expressões completas das tensões que
ça em relação a ambas conduzem à ocorrência atuam numa seção transversal, levando­se em
de momentos fletores nos planos da mesa e conta os efeitos do empenamento, são mostra­
das nas equações A.8 e A.9.
111
Anexo A ­ Torção em perfis de seção aberta

N I x M y - I xy M x I y M x - I xy M y M é objetivo deste texto detalhar o cálculo das pro­


s= - x + y+ w w priedades setoriais, mas, para um entendimen­
A I x I y - I xy
2
I x I y - I xy
2
Iw
to geral, serão apresentadas as equações que
(eq. A.8) as definem e as equações das propriedades
setoriais das principais seções transversais.
1 éV I + Vx I x V I +V I ù T s
t v = ê y xy S y ( s ) - x xy y2 y Sx ( s )ú + w Sw (s ) w(CT
s ) = ò - rn ds (eq. A.10)
t ëê I x I y - I xy
2
I x I y - I xy ûú Iw t 0

(eq. A.9)
w(CT
s ) da equação A.10 é chamada de área
Como pode ser visto na equação A.8, há
setorial do ponto s em relação ao pólo CT e a
uma parcela adicional àquelas da teoria da Re­
origem O, onde s e r n são vetores com sentido
sistência dos Materiais, correspondente ao efei­
e direção conforme mostrados na figura A.8. É
to da restrição ao empenamento. A distribuição
dessa parcela das tensões normais, na seção usual representar w( s ) por um diagrama traçado
transversal, portanto, é análoga à da área sobre a linha média da seção transversal, com
setorial ω(s) (figura A.7). o valor de ω indicado na direção normal ao con­
torno, como mostrado nas figuras A.8 e A.9.
Da mesma forma, nota­se na equação A.9,
também, uma parecela adicional, em relação
aos da teoria da Resistência dos Materiais. A
distribuição dessa parecela das tensões de
cisalhamento, na seção transversal, é análoga
à do momento estático setorial, Sw ( cuja a defi­
nição é mostrada mais adiante). As tensões de
cisalhamento da equação A.9 são constantes
na espessura do perfil, ou seja, não consta nes­
sa equação a parcela de tensões oriundas da
torção uniforme. A tensão de cisalhamento total
é determinada adicionando­se o valor obtido da
equação A.9 , ao da equação A.2.

A3 ­ Propriedades setoriais

Para calcular os efeitos do empenamento


na seção transversal necessita­se das chama­
Figura A.8 – Propriedades setoriais
das propriedades setoriais da seção. São pro­
priedades geométricas definidas por Vlasov na O momento estático setorial no ponto s,
teoria de torção não­uniforme. Pode ser feita definido na equação A.12, é a área sob o dia­
uma analogia entre as propriedades setoriais grama da área setorial no intervalo entre o pon­
(área setorial, ω, momento estático setorial, Sω to s e a origem s 0 multiplicada pela espessura t,
conforme mostra a figura A.8. A origem s0 deve
e momento de inércia setorial, Tω) e as proprie­
ser um ponto em que Sù é igual a zero, pode­se
dades das figuras planas (área, A, momento es­ tomar as extremidades do perfil onde o momento
tático, S e momento de inércia à flexão, I). Não estático setorial é sempre zero.

112
O momento de inércia setorial, Iω, é defini­
do pela equação A.13 e é também chamado de
constante de empenamento da seção transver­
sal, Cω. A rigidez da seção transversal ao
empenamento é definida pelo produto ECw.
s
Sw (s) = ò w.tds (eq. A.12)
s0

A seguir mostram­se os valores da área Figura A.10 – Área setorial de seções Z e Z90
setorial, ω, dos principais perfis formados a frio:
Seção Z90:
b f t æ bwb f ö
w1 = çç + bw D + D 2 ÷÷
Aè 2 ø
(eq. A.20)
b f bw
w2 = w1 - (eq. A.21)
2
w3 = w2 - b f D (eq. A.22)
Figura A.9 – Área setorial de seções Ue e U
Seção L:
Seção Ue e U: Nos perfis tipo L não existe empenamento.
ec bw Nesse caso há apenas torção uniforme quando
w1 = (eq. A.14) submetido a esforços de torção (figura A.11).
2
bwb f
w2 = w1 - (eq. A.15)
2
w3 = w2 - (ec + b f )D (eq. A.16)

ec = xc - xg (eq. A.17)
Figura A.11 – Seção L

Seção Z: w=0 (eq. A.23)


bwb f t
2

w1 = (eq. A.18) Para os perfis U, Ue, Cr, Z90 e Z45, os valo­


2A
res de Iω (ou Cω) podem ser encontrados nas
bwb f
w2 = w1 - (eq. A.19) tabelas da NBR 6355:2003 para os perfis pa­
2 dronizados ou utilizando­se das equações apre­
sentadas na mesma norma para os perfis não
padronizados.
No caso de perfil Z simples (não
enrijecido) o valor de Iω pode ser calculado utili­
zando­se as equações A.18 e A.19 introduzin­
113
Anexo A ­ Torção em perfis de seção aberta

do­as na equação de definição, A.13, como w1 e w2 são dados nas equações A.18 e
mostra­se a seguir: A.19 respectivamente.
I w = ò w dA = ò 2
w1 dA + 2 ò
2
w dA1 + 2 ò
1
2
w2 dA2
2
A alma mesa mesa
Exemplo A.1 ­ Determinar as máximas
tensões de tração e de compressão, na seção
onde A1 representa o trecho positivo e A2 onde é aplicado a carga, de um tirante constitu­
o trecho negativo da área setorial nas mesas, ído de perfil tipo Z, submetido a uma força con­
figura A.12. centrada de tração, no centro geométrico, no
valor de 100 kN.
Perfil Z 200x50x3

Figura A.12 – Áreas setoriais

òalma w 1
2
dA =w12bwt
Resolução:
2
b1 2 æ w ö b3 N Mw
òmesa w12 dA1 = ò ( k1 x) tdx = ç 1 ÷ 1 t s= + w
è b1 ø 3 A Iw
0

æ w2 ö b23
2 Mω= T. w ( P )
òmesa 2 2 çè b2 ÷ø 3 t
dA 2
w =
bwb 2f t
w( P ) = (Anexo A­ eq. A.18)
então, 2A
2 2 w ( P ) = 8,33
æ w ö b3 æ w ö b3
Iw = w b t + 2 ç 1 ÷ 1 + 2 ç 2 ÷ 2
2
1 w (eq. A.24) Mω= 100 × 8,33 = 833 kN.cm2
è b1 ø 3 è b2 ø 3
Iω= 1875cm6
onde,
(Anexo A­ eq. A.24)
w1
b1 = bf (fig. A.12) Mw 833
w1 + w2 sw = w= w
Iw 1875
w2
b2 = bf (fig. A.12) N 100
w1 + w2 sn = = = 11,1 kN/cm2
A 9

114
Tensão no CG do perfil (máxima tensão de
tração)
100 833
s= + 8, 33 = 11,1+3,7 =
9 1875
+14,8 kN/cm 2

Tensão na extremidade do perfil (máxima ten­


são de compressão)

100 833
s= - 41, 66 = 11,1­18,5 =
9 1875
­7,4 kN/cm 2

Pode­se visualizar as distribuições de ten­


sões na seção transversal no exemplo acima,
onde um tirante constituído de perfil tipo Z apre­
senta tensões de compressão consideráveis em
alguns pontos da seção pela figura A.13. Essas
tensões ocorrem na extremidade das mesas do
perfil, quando a parcela das tensões de tração,
N
, for menor que a parcela das tensões devido
A
ao empenamento, que são negativas (ou seja,
de compressão).

115
Anexo B
Forças transversais não­paralelas a um
dos eixos principais

117
Anexo B ­ Forças transversais não­paralelas a um dos
eixos principais

Nos casos em que os eixos principais não


coincidem com as direções das forças aplica­
das, a seção transversal do perfil ficará subme­
tida a momentos fletores em torno dos dois ei­
xos principais e não apenas a momento no pla­
no do carregamento. Se o carregamento apli­
cado não passar pelo centro de torção (CT) a (a)
seção estará sujeita, também, a esforços de
torção (vide Anexo A). No caso dos perfis tipo Z
e Z com enrijecedor de borda, o centro de tor­
ção (CT) coincide com o centro geométrico
(CG), não ocorrendo torção quando submetidos
a forças que passem pelo CG.

Uma força transversal vertical aplicada na


alma do perfil Z, não produzirá esforços de tor­
ção, porém, as resultantes das tensões de
cisalhamento, V1 e V3, nas mesas de um perfil Z
submetido a uma força transversal vertical apli­
cada na sua alma (passando pelo CG), resul­
tam em uma força agindo na direção x. Essa
força provoca um momento fletor em torno do
eixo y, como é mostrado na figura B.1b. Então, (b)
o resultado da força vertical qv, aplicado no CG
de um perfil Z é, além do momento fletor em tor­
no de x, deslocamento horizontal da seção ( Δ x
na figura B.1c) e momento fletor em torno do
eixo y, conforme a ilustração da barra deforma­
da mostrada na figura B.1.C.

Os efeitos das tensões de cisalhamento


horizontais, responsáveis pelo momento fletor
em torno do eixo y, podem ser analisados e
quantificados projetando­se a força vertical, qv,
nas direções principais de inércia do perfil e
estudando o comportamento do perfil (distribui­
ção das tensões na seção e os deslocamentos
na barra), a partir dos eixos principais de inér­
cia da seção (x’ e y’).
(c)

Figura B.1 – Efeitos de forças transversais não­paralelas a


um dos eixos principais

118
Fenômeno análogo ocorre na seção tipo
cantoneira. No entanto, como o centro de tor­
ção não coincide com centro geométrico, um
carregamento transversal que passe pelo CG
da cantoneira produzirá, também, esforços de
torção na seção, por isso, esse perfil não é indi­
cado quando há ocorrência de carregamentos
transversais, apenas para trabalhar à tração ou
à compressão.

As tensões e deslocamentos decorrentes


do momento fletor aplicado no perfil podem ser
calculados utilizando­se as equações comple­
tas da Resistência dos Materiais, válidas para
eixos de referências diferentes dos eixos prin­
cipais de inércia, conforme mostrado nas equa­
ções B.1 a B.4.

I x M y - I xy M x I M -I M
s=- 2
x + y x xy2 y y
I x I y - Ixy I x I y - I xy
(tensões normais) (eq. B.1)

Vy I xy + Vx Ix V I +V I
t.t = 2
Sy - x xy 2y y Sx
I x I y - I xy I x I y - Ixy
(tensões de cisalhamento) (eq. B.2)

- M x I y + M y I xy
Ev" =
I x I y - I 2xy
(deslocamento na direção y) (eq. B.3)

M y I x - M x Ixy
Eu" =
Ix I y - I 2xy
(deslocamento na direção x) (eq. B.4)

119
12-08

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