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EFICIÊNCIA ENERGÉTICA INDUSTRIAL

VENTILADORES E EXAUSTORES
Augusto Nelson Carvalho Viana

Autor: Augusto Nelson Carvalho Viana

Prof. Jamil Haddad


ELETROBRÁS – Centrais Elétricas Brasileiras S.A.
www.eletrobras.com

PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica


www.eletrobras.com/procel

procel@eletrobras.com

Ligação gratuita 0800 560 506

PROCEL INDÚSTRIA – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA INDUSTRIAL


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Ventiladores e exaustores

2
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

Trabalho elaborado no âmbito do PROCEL INDÚSTRIA

Ventiladores e Exaustores – Rio de Janeiro, dezembro/2004

Augusto Nelson Carvalho Viana

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – é proibida a reprodução total ou parcial


de qualquer forma ou por qualquer meio. A violação dos direitos de autor (Lei nº
9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 1

2 CONCEITOS BÁSICOS DE TERMODINÂMICA E TRANSFERÊNCIA DE CALOR 3

2.1 Temperatura 3
2.2 Calor 4
2.2.1 Calor sensível 6
2.2.2 Calor latente 7
2.3 Mudanças de Estado 8
2.3.1 Fusão, solidificação, vaporização, 8
liquefação e sublimação
2.3.2 Tipos de vaporização 9
2.4 Transferência de Calor por Condução, 10

Ventiladores e exaustores
Convecção e Irradiação
2.4.1 Condução 10
2.4.2 Convecção 11
2.4.3 Radiação 13
2.5 Condições de Conforto 15
2.5.1 Radiação, convecção, 15
evaporação e metabolismo 3
2.5.1.1 Radiação 15
2.5.1.2 Convecção 16

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


2.5.1.3 Evaporação 19
2.5.1.4 Metabolismo 20
2.5.1.5 Equilíbrio térmico – carga calórica 21
2.5.2 Umidade absoluta e umidade relativa 22
2.5.2.1 Definição de umidade absoluta 22
e umidade relativa
2.5.2.2 Medida de umidade relativa 23
2.5.3 Requisitos de ventilação 23
2.5.3.1 Ventilação para conforto térmico 23
2.5.3.2 Ventilação para redução de calor sensível 30
2.5.4 Taxa de ventilação 30
3 CIRCULAÇÃO DE AR 33

3.1 Revisão de Mecânica dos Fluidos 33


3.1.1 Massa específica, peso específico, volume 33
específico e densidade relativa de um fluido
3.1.1.1 Massa específica 33
3.1.1.2 Peso específico 33
3.1.1.3 Volume específico 34
3.1.1.4 Densidade relativa 34
3.1.2 Pressão 35
3.1.2.1 Definição 35
3.1.2.2 Escalas de pressão 35
3.1.2.3 Medidas de pressão 37
3.1.3 Lei dos gases perfeitos 40
Ventiladores e exaustores

3.1.4 Viscosidade 41
3.1.5 Escoamento dos fluidos em condutos 43
3.1.5.1 Experiência de Reynolds – 43
Tipos de escoamento
3.1.5.2 Velocidade média de escoamento 46
3.1.5.3 Vazão mássica e vazão volumétrica 47
4 3.1.5.4 Equação da continuidade 48
3.1.6 Teorema de Bernoulli 49
3.2 Perdas de Carga em Dutos 52
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

3.2.1 Perdas de carga distribuídas 52


3.2.2 Perdas de carga localizadas 53
3.2.3 Determinação das perdas de carga 53
3.2.3.1 Perdas distribuídas 53
3.2.3.2 Perdas localizadas 57

4 VENTILADORES 61

4.1 Definição 61
4.2 Classificação 61
4.3 Características dos Ventiladores 64
4.3.1 Vazão volumétrica 64
4.3.2 Pressão 65
4.4 Rotação Específica 67
4.5 Curvas Características 68
4.5.1 Curvas características dos ventiladores 68
4.5.2 Curva característica da instalação 71
4.6 Comportamento dos Ventiladores 73
4.6.1 Fatores que modificam a curva do ventilador 73
4.6.1.1 Curvas do ventilador 73
com rotação variável
4.6.1.2 Curvas do ventilador com 76
variação do diâmetro do rotor
4.6.1.3 Curvas do ventilador com aletas 77
reguláveis na entrada do rotor
4.6.1.4 Curvas do ventilador com pás 78

Ventiladores e exaustores
reguláveis ou ajustáveis no rotor
4.6.2 Fatores que modificam a curva da instalação 80
4.6.2.1 Abertura e fechamento da válvula 80
na rotação constante do ventilador
4.6.2.2 Análise do ventilador operando 81
com rotação constante e variável
4.7 Ruído Provocado por Ventiladores 83
5
4.7.1 Velocidade tangencial ou periférica 83

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4.7.2 Níveis de ruído permissíveis 84
4.8 Fatores que Influenciam o Desempenho 86
Energético dos Ventiladores
4.8.1 Seleção do ventilador 86
4.8.2 Instalação do ventilador 89
4.8.3 Operação do ventilador 90
4.8.4 Manutenção do ventilador 92
4.9 Ensaios de Ventiladores 92
4.9.1 Finalidade dos ensaios 92
4.9.2 Tipos de ensaios 94
4.9.3 Campos de funcionamento 95
4.9.3.1 Campo básico de funcionamento 95
4.9.3.2 Campo básico de funcionamento 96
de um ventilador
4.9.4 Bancos de Ensaios 98
4.9.4.1 Instrumentação necessária 98
4.9.4.2 Normas 99
4.9.4.3 Tipos de bancos de ensaios 100
4.9.4.4 Medidas de vazão 102
4.10 Balanço de Energia no Conjunto Motor Ventilador 106
4.10.1 Potências 106
4.10.2 Rendimentos 107
4.11 Considerações e Comentários 108

5 APLICAÇÕES 113
Ventiladores e exaustores

BIBLIOGRAFIA 119

6
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL
1 INTRODUÇÃO
A recessão pela qual tem passado a sociedade nos últimos tempos
tem exigido a minimização dos custos, de maneira a otimizar os
investimentos, levando-nos inexoravelmente à conservação de energia.
Isto é feito diminuindo-se as perdas de energia no processo produtivo,
especificando os equipamentos com eficiência máxima e operando os
mesmos o mais próximo desta condição.

No caso dos ventiladores, esse procedimento não é diferente, pois eles


possuem um ponto melhor de funcionamento para uma determinada
vazão, diferença de pressão e rotação, em que suas perdas inerentes
ao melhor escoamento são mínimas. Entretanto, a maioria das
instalações exige do ventilador operação fora desse ponto de melhor

Ventiladores e exaustores
funcionamento, em função da necessidade de variação de vazão.

Normalmente na indústria e em outras aplicações, as instalações de


ventilação operam suas máquinas na rotação constante e, para obter a
variação de vazão, principalmente na sua diminuição, utilizam válvulas
que estrangulam a tubulação, aumentando a pressão do ventilador,
com o aumento das perdas do sistema. Essa prática, normalmente, 1
penaliza energeticamente a instalação se comparada com a variação de
vazão através da rotação variável.

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Depois das bombas hidráulicas, os ventiladores são os equipamentos
mais utilizados na indústria nas mais variadas aplicações. Essas
máquinas, que têm tipos variados, são utilizadas em processos
industriais, como em siderúrgicas nos altos-fornos e em sinterização,
em instalações com caldeiras, em pulverizadores de carvão, em
queimadores, em certos transportes pneumáticos e em muitas outras
aplicações como, por exemplo, em transformadores elétricos.

Além disso, os ventiladores são utilizados nas instalações de renovação


de ar por insuflamento ou por exaustão e por ambos. Essa
renovação tem como fim primordial a obtenção, no interior de um
recinto dito fechado, de ar com um grau de pureza e velocidade de
escoamento compatíveis com as exigências fisiológicas para a saúde
e o bem estar humano e uma adequada distribuição do mesmo no
local. A renovação consegue controlar, dentro de certos limites, a
temperatura e a umidade ambientes. Entretanto, o controle rigoroso
dessas duas grandezas só se realiza de um modo praticamente perfeito
em instalações de climatização designadas como instalações de ar
condicionado. É importante salientar que a ventilação industrial
não visa apenas a atender as condições favoráveis para aqueles que
trabalham no interior das fábricas ou nos limites das mesmas, mas
também impedir o lançamento na atmosfera, através de chaminés ou
outros recursos, de fumaças, poeiras, gases, vapores e partículas que
venham a contaminar o ar ameaçando a saúde e a vida da população
Ventiladores e exaustores

das vizinhanças e até mesmo de locais relativamente afastados.

Dentro da importância da ventilação industrial, dos processos


industriais, aliados a todos os tipos de utilização dos ventiladores,
como o uso doméstico para conforto térmico, essas máquinas têm um
papel fundamental e merecem ser tratadas em destaque.
2
Assim, estudos e pesquisas para melhorar esses equipamentos são
necessários não só pensando no aspecto de qualidade, como também
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pensando na conservação de energia e seu uso racional.


2 CONCEITOS BÁSICOS DE
TERMODINÂMICA E
TRANSFERÊNCIA DE CALOR
2.1 Temperatura

Entende-se temperatura como sendo o número associado a um corpo


para traduzir o estado da agitação das partículas que o constituem.

A temperatura t de uma substância indica seu estado térmico e a


sua habilidade de trocar energia com outra substância que esteja em
comunicação térmica. Neste sentido, uma substância a uma temperatura
mais alta pode ceder calor à outra a uma temperatura mais baixa.

Ventiladores e exaustores
A medida da temperatura dos corpos é realizada através dos
termômetros. Os mais conhecidos são os que se baseiam nas variações
que o calor provoca em líquidos termométricos, como mercúrio
ou álcool colorido. Os líquidos termoelétricos são os que atingem
rapidamente o equilíbrio térmico com os corpos cuja temperatura está
sendo medida. Esses termômetros são formados por um depósito de
vidro e um tubo muito fino chamado capilar, por onde o líquido sobe 3
ao ganhar volume pelo aumento da temperatura.

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Os termômetros têm uma escala graduada a partir de dois pontos fixos
ou pontos de referência, que são o ponto de fusão do gelo (0oC) e o
ponto de ebulição da água (100oC).

Uma escala termométrica é um conjunto de valores numéricos (de


temperaturas), cada um associado a um determinado estado térmico
preestabelecido. Entre as escalas elaboradas, três são as mais conhecidas:
a Kelvin (K), a Celsius (oC) e a Fahrenheit (oF). As duas primeiras no
sistema internacional de unidades e a última no sistema inglês.
A escala Kelvin, denominada escala absoluta, foi obtida através do
comportamento do gás perfeito, quando, a volume constante, fez-se
variar a pressão e a temperatura do mesmo. A cada pressão do gás, a
volume constante, corresponde uma temperatura diferente. A escala
Kelvin tem origem no zero absoluto (0K). O zero absoluto é o estado
térmico teórico, no qual a velocidade das moléculas de um gás perfeito
se reduziria a zero, ou seja, sem agitação. No zero absoluto esta escala
corresponderia a –273oC.
A escala Celsius é definida pela relação seguinte.

(2.1)

A escala Fahrenheit no ponto de fusão do gelo assinala 32oF e no ponto


de ebulição da água 212oF. A figura 2.1 mostra a escalas dos termômetros,
enquanto a equação 2.2 apresenta a relação entre o Celsius e o Fahrenheit.
Ventiladores e exaustores

(2.2)

Ponto de
100˚C 212˚F 373˚K
ebulição
da água

4
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Ponto de
0˚C 32˚F 273˚K fusão
do gelo

Escala Escala Escala


Celsius Fahrenheit Kelvin
Figura 2.1 – Escalas dos termômetros.

2.2 – Calor

A energia transferida entre corpos de diferentes temperaturas chama-


se calor. A transferência de calor de um corpo para outro ocorre
até que os dois atinjam a mesma temperatura, ou seja, entrem em
equilíbrio térmico.

A figura 2.2 mostra um corpo A com uma temperatura TA e um corpo


B com uma temperatura T B, com TA > TB. Espontaneamente haverá
transferência de energia térmica do corpo de temperatura maior para
o de menor. Assim a temperatura do corpo A diminui e a do corpo B
aumenta até atingir a temperatura de equilíbrio térmico Tf, onde cessa
a troca de calor.

O calor pode ser quantificado pelas unidades de calor e é medido em


joule (J) no sistema internacional. Há outra unidade de calor, a caloria
(cal), que é a quantidade de calor necessária para aumentar em um grau
(nas escalas Celsius ou Kelvin) a temperatura de um grama de água. A

Ventiladores e exaustores
equivalência entre Joule e caloria está mostrada na equação 2.3.

(2.3)

5
TA
A Diminui

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Energia
térmica (Calor)
Tf

Aumenta
B
TB
Figura 2.2 – Troca de calor e equilíbrio térmico.
2.2.1 – Calor sensível

Quando um corpo recebe calor ou cede calor e o efeito no mesmo


for somente variação de temperatura o calor é chamado sensível.
Por exemplo, caso se coloque um pedaço de ferro em uma chama,
observa-se que o calor fornecido pela chama provoca uma variação de
temperatura no ferro.

Para a determinação da quantidade de calor sensível, suponhamos


que um corpo A de massa m receba uma quantidade de calor sensível
Q S, que lhe provoca um aquecimento ∆T, como mostra a figura
2.3. Verifica-se experimentalmente que a quantidade de calor QS é
proporcional à massa m e à variação de temperatura ∆T. A equação 2.4
mostra a determinação da quantidade de calor sensível.
Ventiladores e exaustores

m m
T
6 A A
Qs
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Figura 2.3 – Quantidade de calor sensível


de um corpo de massa m.
T1 T2

onde:

Q S = quantidade de calor sensível [J ou kJ];

m = massa do corpo [kg];


cp = calor específico à pressão constante [J/kg.K ou kJ/kg.K];

∆T = diferença de temperatura [K].

O calor específico à pressão constante é o coeficiente de


proporcionalidade da substância, que fornece a energia térmica
necessária para que uma unidade de massa da substância sofra a
alteração de uma unidade na sua temperatura. A tabela 2.1 apresenta
calores específicos de algumas substâncias, com pressão constante.

Substância cp[kJ/kg.K]

Ar seco 1,0

Água líquida 4,19

Ventiladores e exaustores
Vapor d’água 1,88
Tabela 2.1 – Calores específicos

Outro parâmetro importante é a capacidade térmica ou capacidade


calorífica de um corpo, que determina a quantidade de calor que esse
corpo necessita para variar sua temperatura de uma unidade. Para a
determinação da capacidade térmica pode-se utilizar a equação 2.5.
7
(2.5)

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onde:

C = capacidade calorífica do corpo [J/K ou kJ/K].

2.2.2 – Calor latente

Quando um corpo recebe calor ou cede calor e o efeito no mesmo for


somente mudança de estado o calor é chamado latente. Por exemplo, ao
colocar um pedaço de gelo em uma chama, observa-se que o calor fornecido
pela chama provoca uma mudança de estado no gelo, ou seja, uma fusão.
Para a determinação da quantidade de calor latente, suponhamos QL o
calor latente necessário para provocar uma dada mudança de estado na
massa m de uma substância, sem variação de temperatura. Verifica-se
experimentalmente que a quantidade de calor QL é proporcional à massa
m. A equação 2.6 mostra a determinação da quantidade de calor latente.

(2.6)

onde:

Q L= quantidade de calor latente [J ou kJ];

m = massa da substância [kg];


Ventiladores e exaustores

L = calor específico latente [J/kg ou kJ/kg].

O calor específico latente é o coeficiente de proporcionalidade da


substância, que fornece a energia térmica necessária para que uma
unidade de massa da substância sofra uma mudança de estado.

8 2.3 – Mudanças de Estado

2.3.1 – Fusão, solidificação, vaporização, liquefação e sublimação


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>>Fusão: é a passagem de uma substância do estado sólido para


o estado líquido.

>> Solidificação: é a passagem de uma substância do estado


líquido para o estado sólido (inverso da fusão).

>>Vaporização: é a passagem de uma substância do estado


líquido para o estado gasoso.

>>Liquefação ou condensação: é a passagem de uma substância


do estado gasoso para o estado líquido (inverso da vaporização).
>>Sublimação: é a passagem de uma substância diretamente do
estado sólido para o estado gasoso ou do gasoso para o sólido.

A figura 2.4 ilustra as mudanças de estado.

Sublimação

Q1 Q2

Fusão Vaporização
Sólido Líquido Gasoso
Solidificação Liquefação

Q1 Q2

Ventiladores e exaustores
Sublimação
Fig 2.4 Mudanças de estado

2.3.2 – Tipos de Vaporização


>> Evaporação: é a passagem de uma substância do estado
líquido para o estado gasoso mediante um processo lento que se
verifica apenas na superfície do líquido (caso da evaporação na 9
superfície dos lagos).

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>>Ebulição: é a passagem de uma substância do estado líquido
para o estado gasoso mediante um processo tumultuoso que se
verifica em toda a massa líquida (caso da água fervendo em uma
chaleira). A ebulição ocorre em uma determinada temperatura,
característica do líquido, denominada de ponto de ebulição, e
que depende da pressão exercida em sua superfície.

>>Calefação: é a passagem de uma substância do estado líquido


para o estado gasoso mediante um processo de aquecimento
brusco (caso da água jogada em uma chapa quente).
2.4 – Transferência de Calor por Condução,
Convecção e Radiação

2.4.1 – Condução

É o processo de transmissão de calor em que a energia térmica passa


de um local para outro através das partículas do meio que os separa.
A condução de calor é um processo que exige a presença de um meio
material para a sua realização, não podendo ocorrer no vácuo. Um
exemplo de transmissão de calor por condução poderia ser o calor se
propagando através da parede de um forno de uma pizzaria.

Quando existe um gradiente de temperatura num corpo, a experiência


mostra que ocorre uma transferência de energia da região de mais
Ventiladores e exaustores

alta temperatura para a de mais baixa temperatura. Por exemplo,


sejam dois meios 1 e 2 em temperaturas diferentes T1 e T2 (T2 >
T 1), separados por uma placa de área A e espessura e, como mostra
a figura 2.5. A taxa de transferência de calor por condução em um
sólido é proporcional à diferença de temperatura e à área transversal
e inversamente proporcional à espessura da placa. A expressão 2.7,
10 desenvolvida por Fourier é válida para um problema unidimensional.
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T2 T1
q

(1)
(2)

e
Figura 2.5 – Condução de calor
unidimensional em um corpo.
(2.7)

onde:

q = fluxo de calor por condução [W];

k c = coeficiente de condutividade térmica [W/m.K];

A = área da seção transversal da placa [m2];

∆T = diferença de temperatura [K];

e = espessura da parede [m].

A tabela 2.2 apresenta coeficientes de condutividade térmica de alguns

Ventiladores e exaustores
materiais. Tabela 2.2 – Coeficientes de condutividade
térmica (Stoecker e Jones)

Material t [oC] kc [W/m.K]

Alumínio 20 204

Cobre 20 286

Tijolo 20 1,32

Vidro (janela) 20 0,78 11


Água 21 0,604

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Madeira (pinho) 23 0,147

Ar 27 0,026

2.4.2 – Convecção

Uma placa de metal aquecida irá se resfriar mais rapidamente quando


colocada em frente a um ventilador do que quando exposta ao ar parado.
Este processo é chamado de transferência de calor por convecção.

Por exemplo, seja uma placa aquecida com temperatura Ts mostrada na


figura 2.6. A temperatura do fluido escoando é Tf e a área da superfície é A.
Escoamento v

Tf
vm

qc
Ts
Placa
Figura 2.6 – Transferência de calor por A
convecção de uma placa.

A expressão matemática da taxa de transferência de calor por


convecção foi proposta por Newton em 1701, baseado em estudos
experimentais e está apresentada na equação 2.8.

(2.8)

onde:
Ventiladores e exaustores

q = fluxo de calor por convecção [W];

hc = coeficiente de transferência de calor por convecção [W/m2.K];

A = área da superfície da placa [m2];


12
Ts = temperatura da superfície da placa [K];
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Tf = temperatura do fluido [K].

A transferência de calor por convecção possui uma dependência da


viscosidade do fluido, da condutividade térmica, do calor específico e
da densidade.

Se uma placa aquecida estiver exposta ao ar ambiente sem uma fonte


externa de movimentação do fluido, o movimento do ar será devido
aos gradientes de velocidade nas proximidades da placa e a convecção
é denominada natural. No caso de utilizar-se um ventilador para
movimentar o ar sobre a placa a convecção é forçada.
O coeficiente de transferência de calor por convecção é obtido
experimentalmente. A tabela 2.3 apresenta faixas de alguns coeficientes
de transferência de calor.

Tabela 2.3 – Faixas típicas do coeficiente


Processo Coeficiente h [W/m2.K] de transferência de calor por convecção
(Stoecker e Jones)
Convecção natural, ar 5 – 25
Convecção natural, água 20 – 100
Convecção forçada, ar 10 – 200
Convecção forçada, água 50 – 10000
Água em ebulição 3000 – 100000

2.4.3 – Radiação

No processo da radiação, em contraste com a convecção e condução, o

Ventiladores e exaustores
calor pode ser transferido em regiões onde existe o vácuo perfeito. O
mecanismo neste caso é a radiação eletromagnética que é propagada
como resultado de uma diferença de temperatura, denominada neste
caso de radiação térmica.

Da termodinâmica mostra-se que um radiador ideal ou corpo


negro emite energia numa taxa proporcional à quarta potência da 13
temperatura absoluta do corpo. O poder emissivo do corpo negro é
dado por:

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(2.9)

onde:

En = poder emissivo do corpo negro [W/m2];

σ = Constante de Stefan-Boltzmann (σ = 5,669.10-8 W/m2.K4) [W/m2.K4];

T = temperatura absoluta [K].


Como os corpos reais não são negros, eles irradiam menos energia
que um corpo negro à mesma temperatura. A relação entre o
poder emissivo real E [W/m2] e o poder emissivo do corpo negro é
denominada emissividade e está mostrada na equação 2.10.

(2.10)

onde:

ε = emissividade [-];

E = poder emissivo real [W/m2];

E n = poder emissivo do corpo negro [W/m2].


Ventiladores e exaustores

Outra característica importante da transferência de calor é o


fato da radiação que deixa a superfície ser uniforme em todas as
direções. Assim o posicionamento geométrico das superfícies deve
afetar a troca de calor por radiação entre elas. A relação geométrica
pode ser determinada e é conhecida como fator de forma FA. As
14 características óticas das superfícies como a emissividade, absortância,
a transmissividade e a refletividade também afetam a transferência
de calor por radiação e podem ser agrupados em um fator Fε. Assim
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quando dois corpos trocam calor por radiação, a troca líquida de calor
pode ser determinada na equação 2.11.

(2.11)
onde:

q = fluxo de calor [W];

σ = Constante de Stefan-Boltzmann [W/m2.K 4 ];

A = área da superfície [m2];


FA = fator de forma [-];

F ε = fator de emissividade [-];

T1 = temperatura absoluta do corpo 1 [K];

T 2 = temperatura absoluta do corpo 2 [K].

Os métodos para determinação de FA e Fε podem ser encontrados nos


manuais de transferência de calor.

2.5 – Condições de Conforto

O corpo humano é um organismo com uma extraordinária

Ventiladores e exaustores
capacidade de adaptação. Assim, desde que haja o tempo necessário
de aclimatação, o corpo humano pode suportar condições térmicas
bastante adversas. Entretanto é preciso salientar o fato de que
condições ambientais adversas de calor, traduzidas por uma
temperatura e grau de umidade elevado ou uma secura excessiva do
ar e baixa temperatura podem abalar a resistência do organismo,
favorecendo o estabelecimento de uma série de doenças. 15
Para uma melhor compreensão do modo segundo o qual o ar em

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movimento é favorável ao conforto ambiental, convém lembrar
que a temperatura do corpo é regida por três processos físicos de
transmissão de calor, ou seja, a radiação, a convecção e a evaporação.

2.5.1 Radiação, convecção, evaporação e metabolismo

2.5.1.1 Radiação

O corpo humano transmite ou recebe calor por radiação, conforme sua


temperatura seja maior ou menor que as das superfícies existentes no
ambiente. Caso as paredes do ambiente forem frias, o corpo humano
perderá calor por radiação para as mesmas. Se as superfícies forem
mais quentes do que a pele, a temperatura do corpo aumentará por
efeito da radiação. A transferência de calor por radiação depende
das temperaturas do corpo e das superfícies circundantes, mas não
necessita da movimentação de ar para que se processe, uma vez que a
propagação se realiza sob a forma de energia radiante.

Para determinação do fluxo de calor transferido por radiação do corpo


humano utiliza-se a equação 2.11 com as simplificações para o caso em
questão. A área do corpo efetiva para radiação é menor do que sua área
superficial e em geral, em torno de 70% desta. As emissividades da pele
e da vestimenta são próximas da do corpo negro, ou seja, em termos
práticos, consideram-se os fatores de emissividade e forma iguais a 1.
Ventiladores e exaustores

Assim a equação 2.12 representa a determinação do fluxo de calor por


radiação do corpo humano.

(2.12)
onde:

16 qr = fluxo de calor por radiação do corpo humano [W];

σ = Constante de Stefan-Boltzmann [W/m2.K 4 ];


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A = área da superfície do corpo [m2];

T p = temperatura absoluta da pele [K];

Ta = temperatura absoluta do ar [K].

2.5.1.2 Convecção

Quando a temperatura do ar ambiente é inferior à da pele, processa-


se uma perda de calor do corpo para o ar por efeito de condução e
convecção. A condução se dá pelo contato do corpo com a película
de ar que o envolve. Na condução o calor se propaga de molécula
a molécula sem transporte de massa. Estando o corpo em repouso
e o ar circundante tranqüilo, o ar se aquece através de um fluxo de
calor por condução. Caso esse ar aquecido pela pele do corpo seja
removido por uma corrente de ar, estabelece-se com o ambiente uma
corrente de convecção, com a velocidade de convecção aumentando
e a temperatura do corpo diminuindo. Isto explica porque a corrente
de ar proporcionada por um ventilador produz sensação de frescor. As
correntes de ar por convecção se realizam porque o ar quente, de menor
densidade que o ar frio, tende a elevar-se, à medida que o ar frio, de
maior densidade, desce, ocupando o espaço do ar quente ascendente.

A determinação da taxa de transferência de calor ou fluxo de calor por

Ventiladores e exaustores
convecção de um corpo humano pode ser determinada pela equação
2.13, baseada na equação 2.8.

(2.13)
onde:

qc = fluxo de calor por convecção do corpo humano [W]; 17


hc = coeficiente de transferência de calor por convecção [W/m2.K];

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


A = área da superfície do corpo [m2];

T p = temperatura da superfície da pele ou da roupa [K];

Ta = temperatura do ar [K].

A área da superfície de um corpo varia de 1,5m2 a 2,5m2, dependendo


do tamanho da pessoa. O homem padrão é definido como sendo
jovem, de físico e saúde superiores ao normal, aclimatado ao calor,
com peso de 70kgf, de estatura 1,73m, com superfície do corpo 1,86m 2
e com a temperatura da pele 35oC (Mesquita et al, 1977).

O coeficiente de transferência de calor por convecção depende da


velocidade de ar que circula pelo corpo. No caso da convecção natural,
o coeficiente de transferência de calor está entre 5 a 25[W/m2.K]
(Stoecker e Jones, 1985). Para convecção forçada esse coeficiente pode
ser determinado pela equação 2.14, (Stoecker e Jones, 1985).

(2.14)
onde:

hc = coeficiente de transferência de calor por convecção [W/m2.K];


Ventiladores e exaustores

v = velocidade do ar [m/s].

A figura 2.7 mostra a zona de bem estar considerando a temperatura


do ar local e sua velocidade.
0,50

18
0,40
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

DESAGRADÁVEL
0,30
Velocidade do ar, (m/s)

0,20

DESAGRA-
DÁVEL

0,10
AGRADÁVEL

Figura 2.7 – Zona de bem estar para 0


valores da temperatura do ar local e
12 14 16 18 20 22 24 26 28
velocidade do ar, segundo Roedler
(Macintyre, 1988). Temperatura do ar local (˚C)
2.5.1.3 – Evaporação

A remoção de calor do corpo pela evaporação do suor é um


importante mecanismo de liberação de calor. A evaporação sempre
se constitui em um meio de rejeição de calor. Em ambientes quentes,
a evaporação do suor constitui-se no mecanismo mais importante de
remoção de calor do corpo.

O fluxo de calor por evaporação do suor pode ser calculado pela


equação 2.15, (Mesquita et al, 1977).

(2.15)

onde:

Ventiladores e exaustores
qev = fluxo de calor por evaporação do corpo humano [W];

v = velocidade do ar [m/min];

pvp = pressão de vapor da água na temperatura da pele [mmHg];


19
pva = pressão de vapor na temperatura do ar [mmHg].

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


A tabela 2.4 apresenta os valores da pressão de vapor da água em
função da temperatura.
Tabela 2.4 – Pressão de vapor da água
Temperatura Pressão de vapor
[oC]
[mmHg] [N/m2]
15 12,7 1693,2
20 17,4 2319,8
30 31,5 4199,7
35 41,8 5572,9
40 54,9 7319,4
50 92,0 12265,7
60 148,8 19838,4
70 233,1 31077,5
80 354,6 47276,1
90 525,4 70047,6
100 760,0 101325,0
110 1070,5 142721,6
120 1491,0 198783,7
Ventiladores e exaustores

2.5.1.4 Metabolismo

Por definição é o conjunto de transformações que o organismo


provoca nas moléculas de seu alimento quer para construir sua
própria estrutura celular, denominada anabolismo, quer para liberar

20 a energia necessária ao seu funcionamento vital, denominada


catabolismo. O balanço energético desse conjunto de transformações
constitui o metabolismo.
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

O metabolismo basal é a produção calórica por metro quadrado


de superfície corpórea de um indivíduo em repouso, em jejum
e em equilíbrio térmico com o meio exterior. Isto corresponde
à quantidade mínima de energia despendida para a manutenção
da respiração, circulação sanguínea, tono muscular, temperatura
corporal e outras funções do organismo. Esse valor é determinado em
clínica médica e sua avaliação se mede em watts por metro quadrado
de superfície corporal.
A tabela 2.5 apresenta, segundo Missenard (Macintyre, 1988), a taxa de
calor médio em Watts que o homem padrão perde (libera), conforme a
atividade desempenhada.

Tabela 2.5 – Emissão média de calor por


Atividade Taxa de calor um homem padrão, segundo Missenard
[W] (Macintyre, 1988)

Deitado 85,9
Sentado e imóvel 111,5
De pé e imóvel 125,4
Vestindo-se e despindo-se 137,0
Com pequena atividade de pé 162,5
Escrevendo à máquina 164,9
Executando um trabalho pouco fatigante, de pé, 174,2
atrás de um balcão
Encadernador 180,0

Ventiladores e exaustores
Trabalho leve de bancada 249,6
Carpinteiro 278,6
Empregado de mesa 290,3
Em marcha, velocidade 5[km/h] 313,5
Dança ou marcha a uma velocidade de 6,5[km/h] 406,4
Pedreiro, canteiro 435,4
Operário serrando madeira 522,5
Corrida a uma velocidade de 8,5 a 9[km/h] 673,4 21
Esforço máximo segundo a força e resistência 870,8-1393,2
individuais

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


Para o caso de mulheres e crianças, para efeito de cálculo do calor metabólico,
utilizam-se, respectivamente, 85% e 75% dos valores da tabela 2.5.

2.5.1.5 Equilíbrio térmico – carga calórica

Seja qm a taxa de calor gerado no corpo humano devido ao


metabolismo. Para ser mantido o equilíbrio térmico em um corpo
humano (homem nu) requer-se a evaporação de uma quantidade de
suor qev, representada na equação 2.16 (Mesquita et al, 1977).

(2.16)
onde:

qm = taxa de calor gerado pelo corpo humano devido ao metabolismo [W];

qev = taxa de calor por evaporação do corpo humano [W];

qc = taxa de calor por convecção do corpo humano [W];

qr = taxa de calor por radiação do corpo humano [W].

2.5.2 Umidade absoluta e umidade relativa

2.5.2.1 Definição de umidade absoluta e de umidade relativa


• Umidade absoluta – é a quantidade total de umidade
Ventiladores e exaustores

presente no ar. É a massa de água contida em 1kg de ar seco. A


determinação da umidade absoluta pode ser feita utilizando a
equação dos gases perfeitos.

• Umidade relativa – é a relação, expressa em porcentagem,


entre a pressão parcial de vapor d’água no ar, a uma dada

22 temperatura, e a pressão de vapor d’água de saturação, à


mesma temperatura. Pode ser definida como a relação entre
o número de quilogramas de umidade existente em 1m3 de ar
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

em determinado ambiente numa determinada temperatura, e a


quantidade máxima de quilogramas de umidade que o ar nessa
mesma temperatura poderá conter quando estiver saturado. A
umidade relativa aumenta, portanto, com o conteúdo de água
no ar e com a diminuição da temperatura ambiente. Quanto
maior a umidade relativa do ar, mais lento se torna o processo
de evaporação, e, portanto, menor será a taxa com o qual o suor
evapora do corpo. Considera-se como faixa de conforto aquela
que corresponde a temperatura entre 22oC a 26oC e umidades
relativas entre 45% e 50% (Macintyre, 1988).
2.5.2.2 Medida da umidade relativa

O aparelho que mede a umidade relativa é o psicrômetro.


Basicamente consta de um dispositivo onde dois termômetros
estão montados, um dos quais com o bulbo coberto por um tecido
umedecido com água destilada. Devido à evaporação da água, o
termômetro de bulbo úmido indicará uma temperatura menor que
a do termômetro de bulbo seco. Com as duas temperaturas, vai-se à
carta psicrométrica e determina-se a umidade relativa, ou em alguns
medidores existe a escala dessa umidade.

A figura 2.8 mostra uma carta psicrométrica para determinação da


umidade relativa.

Ventiladores e exaustores
2.5.3 Requisitos de ventilação

2.5.3.1 Ventilação para conforto térmico

Várias medidas podem ser tomadas para se evitar a exposição de


pessoas a condições de alta temperatura. Por exemplo, enclausuramento
e isolamento de fontes quentes, vestimentas e barreiras protetoras, 23
diminuição do tempo de exposição e outras situações. Neste curso,
restringir-se-á a medidas relativas a ventilação de ambiente sem entrar

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


em detalhes em condicionamento de ar. Pretende-se neste item atingir
um grau admissível para o nível de poluição ambiental, reduzindo
a temperatura local, embora não se consiga realizar uma perfeita
climatização, uma vez que não faz parte de seus objetivos reduzir a
umidade do ar com o rigor proporcionado por uma instalação de ar
condicionado.

Não é sempre possível conseguir apenas com a ventilação os níveis ideais


de temperatura de bulbo seco e de umidade relativa, mas a título de
referência, a tabela 2.6 mostra os valores recomendáveis e máximos em
ambientes mais gerais.
35 40 45 50

0,034
35
0,032

Volu
m
0,030

e es
pec

0,94
ífico
30 0,028

,
mp
or k
0,026

Umidade absoluta, kg de vapor/kg ar seco


g
d3e a
rs
0,024

eco
30

0,022
25
0,020

0,018

%
90
%
, ˚C 80 25
ão 0,016
raç 20

0,92
0,90
atu 70
%
des
ura 0,014
rat 60%
m pe
Te
0,012
50% 20

0,88
15 Tem
pera
tura
d
40% e bu
lbo
0,010
úm ida,
˚C
10 15 0,008

0,86
30%
Ventiladores e exaustores

5 0,006
20%

0,84
10
va
ad e releti
0,82

0 Umid 0,004
5
10%
0,80

0
0,78

0,002

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Temperatura de bulbo seco, ˚C

Figura 2.8 – Carta psicrométrica.

24
Recomendável Máxima
Local
Temperatura de bulbo seco [ C] o
Temperatura de bulbo seco [oC]
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

Escritórios 23 a 25 26,5
Auditórios 24 a 26 27
Restaurantes 24 a 26 26,5

Tabela 2.6 – Condições ambientais de Em termos de taxa de ocupação dos recintos devem ser utilizados de
conforto (Macintyre, 1988)
um modo geral para salas de escritório 6 m2 /pessoa, auditório 1,5 m2/
pessoa e restaurantes 2 m 2/pessoa.

A tabela 2.7 apresenta a indicação de suprimento de ar externo


necessário por pessoa, de acordo com o tipo de local ou ocupação.
Tipo de espaço ou ocupação Quantidade Tabela 2.7 – Quantidades
recomendadas de ar externo por
[m3/min/pessoa] pessoa (Macintyre, 1988)
Locais de grande pé direito como auditórios, lojas
de departamento, salas com proibição de fumo. 0,142 a 0,283
Apartamentos, salas com pouco fumo. 0,283 a 0,425
Lanchonetes, cafeterias, escritórios, salas de
jantar públicas, restaurantes, salas com fumo 0,425 a 0,566
moderado.
Escritórios particulares, salas com fumo 0,566 a 0,850
abundante.
Salas de conferência, salas cheias de pessoas 0,850 a 1,7
fumando.
Para não fumantes 0,142 a 0,212
Para fumantes 0,708 a 1,133

Na ventilação em ambientes normais ou onde possam se concentrar


muitas pessoas como auditórios, salas de reunião, salas de projeto, de
contabilidade, entre outras, devem-se considerar os contaminantes

Ventiladores e exaustores
produzidos pelo homem e as exigências de conforto impostas pelo
mesmo. Os contaminantes humanos reduzem-se a odores, fumaça
de cigarros e o CO2 exalado dos pulmões pela respiração. Por outro
lado, para realização do metabolismo, o homem tem necessidade de
consumir pela respiração, cerca de 0,025 m 3 de oxigênio por hora, o
qual é fornecido pelo ar que se faz passar pelo interior do recinto.
25
O gráfico da figura 2.9 indica as demandas de ar de diluição, isto é,

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


o volume do recinto correspondente a cada pessoa (Mesquita et al,
1977).

Na figura 2.9 tem-se:

• Curva A – volume de ar que cada pessoa necessita para obter o


oxigênio indispensável;

• Curva B – ar necessário para evitar que a concentração de


CO 2 no ambiente ultrapasse 0,06%;

• Curva C – ar necessário para remover odores do corpo de


adultos sedentários;
• Curva D – os mesmos dados da curva C, aumentados de 50%
para prever uma atividade física moderada.

A tabela 2.8 apresenta o número de renovações completas de ar do


recinto por hora, no caso de ambientes normais, com poucas pessoas
no recinto, onde a ventilação visa apenas ao conforto. Nessa tabela, os
valores mais elevados aplicam-se a casos em climas quentes e onde haja
fumaça de cigarros.

Figura 2.9 – Volume de ar exterior/minuto/


pessoa em função da cota de volume de 1.20

Metros Cúbicos por Minuto de Ar Exterior Necessários por Pessoa


recinto por pessoa.

0.80
Ventiladores e exaustores

0.40

C D
B
26 0.00
A
0.00 5.00 10.00 15.00 20.00 25.00
Metros Cúbicos de Espaço por Pessoa
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

Recinto de ar ventilado Duração em minutos de cada Renovações de ar por hora


renovação de ar
Tabela 2.8 – Renovações de ar
recomendadas (Macintyre, 1988) Auditórios 3a6 10 a 20
Salas de conferência 1,7 a 2,7 25 a 35
Restaurante 3 a 10 6 a 20
Escritórios 3 a 10 6 a 20
Oficinas 5 a 7,5 8 a 12
Cozinhas 2a3 20 a 30
Fundições 3 a 12 5 a 20
Casas de caldeira 2a3 20 a 30
Sanitários 3 a 7,5 8 a 20
A norma brasileira NB-10/1978 apresenta recomendações para a
determinação da vazão de ar necessária para a ventilação, mostrada na
tabela 2.9.
Tabela 2.9 – Vazão de ar necessária para
m3/pessoa/hora Porcentagem de ventilação (NB-10, 1978)
Local pessoas fumando
Recomendável Mínima

Escritórios 25 17 Baixa
Escritórios 50 25 Grande
Sala de Diretores 85 50 Muito grande
Restaurante 25 a 35 20 Considerável
Salas de reunião 85 50 Muito grande
Salas de reunião 35 25 Baixa
Salas de aula 50 40 Nenhuma

A velocidade normal do ar ambiente está compreendida entre

Ventiladores e exaustores
os valores 1,5m/min e 10m/min. Entretanto, em muitos casos a
temperatura ambiente fica relativamente elevada, ou seja, acima de
27oC. Haverá, portanto, necessidade de insuflar o ar para diminuir
a temperatura. A tabela 2.10 apresenta valores da velocidade do ar
aceitável conforme a natureza do trabalho realizado pelo trabalhador,
considerando a temperatura em torno de 27oC.

Exposição contínua Velocidade do ar [m/min]


27
Local com ar condicionado 15,24 a 22,86

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


Local de trabalho fixo com ventilação geral ou
sopro sobre o local 22,86 a 38,10 (sentados)
Exposição intermitente Velocidade do ar
Pouca carga calórica e pouca atividade 304,8 a 609,6
Moderada carga calórica e atividade moderada
609,6 a 914,4
Forte carga calórica e grande atividade 914,4 a 1219,2 Tabela 2.10 – Movimentação de ar aceitável
sobre o trabalhador (Macintyre, 1988)

Em muitos casos, por questões econômicas, não é possível uma


instalação de ar condicionado. Por exemplo, algumas indústrias
possuem auditórios e salas de aulas para seus empregados e desejam
colocar uma instalação de ventilação para um mínimo de conforto
térmico. Deseja-se, portanto, eliminar os odores do corpo devido ao
suor, o calor sensível liberado pelas pessoas, que eleva a temperatura
do ar ambiente e o calor latente liberado pelas pessoas, que eleva a
umidade do ar ambiente com a evaporação do suor.

Para a eliminação dos odores do corpo pode-se utilizar o gráfico


da figura 2.9 e a tabela 2.8. No caso da elevação de temperatura
causada pelo calor sensível e o aumento de umidade causado pelo
calor latente deve-se determinar da vazão de ar necessária da maneira
descrita a seguir.

A tabela 2.11 mostra a quantidade de calor sensível e latente liberados


por pessoa correspondente à temperatura do recinto considerado.

Tabela 2.11 – Calor liberado por pessoa

Atividade Aplicação Temperatura de bulbo seco da sala Taxa


Ventiladores e exaustores

típica meta-
27,7 C
o
26,7 Co
25,5 C
o
23,9 C
o
21,1 C
o
bólica
qS qL qS qL qS qL qS qL qS qL (homem)
[W] [W] [W] [W] [W] [W] [W] [W] [W] [W] [W]

Sentado e Salas de
em repouso aula e
conferência 51,2 51,2 57,1 45,4 61,5 41,0 67,3 35,1 76,1 26,3 114,1

28
Sentado, Escola
trabalho secundária
leve 52,7 64,4 57,1 60,0 62,9 54,1 70,2 46,8 80,5 36,6 131,7
Empresa de Escritório
escritórios
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

52,7 79,0 58,5 73,2 62,9 68,8 71,7 60,0 83,4 48,3 139,0
Trabalho Fábricas,
leve em trabalho
bancada leve 55,6 163,9 64,4 155,1 71,7 147,8 86,3 133,1 106,8 112,7 234,1
Andando, 3 Fábricas,
milhas/h trabalho
pesado 79,0 213,6 58,5 204,8 96,6 196,0 111,2 181,4 134,6 158,0 292,6
Trabalho Fábricas
muito
pesado 131,7 292,6 136,1 288,2 141,9 282,4 153,6 270,6 177,0 247,3 438,9

A determinação da vazão volumétrica de ar para remover o calor


sensível pode ser determinada utilizando a equação 2.4. Considerando
a massa específica do ar igual a 1,23kg/m3, o calor específico 1kJ/kg.K,
pode-se escrever a equação 2.17.

(2.17)

onde:

.
Vs= vazão volumétrica de ar para remover o calor sensível [m3/s];

q s = fluxo de calor sensível [kW];

t i = temperatura do ar no interior do recinto [oC];

te = temperatura do ar exterior [oC].

A determinação da vazão volumétrica de ar para remover o calor

Ventiladores e exaustores
latente pode ser determinada utilizando a equação 2.6. Considerando a
massa específica da água igual a 1000kg/m 3 , o calor específico latente
2268kJ/kg, pode-se escrever a equação 2.18.

(2.18)

onde:
29
.

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


VL = vazão volumétrica de ar para remover o calor latente [m3/s];

q L = fluxo de calor latente [kW].

As quantidades de ar calculadas pelas equações 2.17 e 2.18 não devem


ser somadas para se chegar à vazão volumétrica total de ar requerida.
Adota-se o maior dos valores encontrados, uma vez que o calor
sensível e o calor latente são absorvidos simultaneamente. Na maioria
dos casos a carga de calor sensível excede a carga de calor latente.
Sendo assim, a equação 2.17 poderá ser utilizada para determinar a
vazão total necessária.
2.5.3.2 Ventilação para redução de carga térmica total

No item anterior, considerou-se apenas a carga térmica devido às


pessoas presentes no ambiente, principalmente no que se refere ao
calor sensível proveniente das mesmas e ao calor latente devido ao
suor evaporado. Para um cálculo mais rigoroso devem ser consideradas
outras fontes que produzirão cargas térmicas. Podem ser citadas:

>>a irradiação solar sobre os vidros, paredes externas e


coberturas (calor sensível);

>> a condução pelas paredes, pisos, tetos e vidros (calor sensível);

>>infiltração do ar exterior pelas portas e janelas (calor


sensível e latente);
Ventiladores e exaustores

>>a carga de energia elétrica dissipada no recinto pelos


aparelhos de iluminação e seus acessórios (calor sensível);

>> funcionamento de motores elétricos (calor sensível);

>>funcionamento de outros equipamentos eventualmente

30 existentes no recinto (calor sensível).

Em um projeto de ventilação deve ser determinada a carga térmica


PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

total proveniente das fontes de calor mencionadas e, através da mesma,


ser determinada à vazão de ar necessária para reduzi-la a um valor
correspondente a um nível razoável de conforto ambiental.

Neste curso não se pretende entrar em detalhes com relação a esses itens,
que poderão ser consultados na bibliografia citada no final dos capítulos.

2.5.4 Taxa de ventilação

A taxa de ventilação é a vazão volumétrica de ar introduzida ou


retirada do ambiente. Quando em um ambiente ou recinto de volume
V, um sistema de ventilação geral faz atravessar em um certo tempo
um volume de ar igual ao volume do ambiente, diz-se que ocorre uma
troca de ar nesse ambiente, mostrado na equação 2.19.

(2.19)

A taxa de ventilação no sistema internacional é dada em m3/s e o


volume do recinto em m3. Assim, tem-se a troca de ar do ambiente em
trocas/s. Entretanto, em ventilação é normal expressá-la em termos de
trocas por minuto ou trocas por hora. A tabela 2.8 apresenta o número
de trocas ou renovações completas de ar do recinto por hora, onde a
ventilação visa apenas ao conforto das pessoas.

Existem equações que determinam a taxa de ventilação em função do

Ventiladores e exaustores
fluido que se quer diluir. No caso do gráfico da figura 2.9 determina-se
a taxa de ventilação ou vazão volumétrica, por exemplo, para diluir o
CO 2 exalado dos pulmões pela respiração.

31

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL Ventiladores e exaustores

32
3 CIRCULAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE AR
3.1 Revisão de Mecânica dos Fluidos

3.1.1 Massa específica, peso específico,


volume específico e densidade
relativa de um fluido

3.1.1.1 Massa específica: ρ

A massa específica de um fluido é a quantidade de massa que ocupa


uma unidade de volume.

(3.1)

Ventiladores e exaustores
onde:

ρ = massa específica do fluido [kg/m3];

m = massa de fluido [kg];

v = volume de fluido [m3]. 33


3.1.1.2 – Peso específico: γ

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


O peso específico de um fluido é a relação entre seu peso e seu volume.

(3.2)
onde:

γ = peso específico do fluido [N/m3];

F p = peso de fluido [N];

v = volume de fluido [m 3].


3.1.1.3 – Volume específico: υ

O volume específico de um fluido é o volume ocupado pela unidade de


massa, ou seja, é o inverso da massa específica.

(3.3)

onde:

υ = volume específico do fluido [m3/kg];

v = volume de fluido [m3];

m = massa de fluido [kg].


Ventiladores e exaustores

3.1.1.4 – Densidade Relativa: d

A densidade relativa de um fluido é a relação entre a massa específica


ou peso específico desse fluido e a massa específica ou peso específico
de um fluido de referência em condições padrão. Para substância em
34 estado líquido ou sólido, a substância padrão é a água, enquanto que
para substâncias gasosas a referência é o ar.
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

(3.4)

onde:

d = densidade relativa (adimensional) [-].

A condição padrão da água se refere em relação à pressão atmosférica


ao nível do mar. Para o caso da temperatura, os padrões podem ser
três:
• 4°C - temperatura em que a água apresenta maior peso
específico ou massa específica;

• 20°C - temperatura recomendada pela ISO (International


Standartization Organization);

• 15°C - temperatura usada como padrão pela API (American


Petroleum Institute).

A condição padrão do ar se refere em relação à pressão atmosférica, ao


nível do mar, na temperatura de 25oC.

3.1.2 Pressão

3.1.2.1 Definição

Ventiladores e exaustores
A pressão de um fluido sobre uma superfície é a força normal que este
fluido exerce sobre a unidade de área dessa superfície:

(3.5)

onde:
35

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


p = pressão [N/m2 ou Pa];

F = força perpendicular à área [N];

A = área [m2].

3.1.2.2 Escalas de pressão

A pressão é apresentada de duas formas. Primeiramente na forma


de pressão absoluta, ou seja, referida à pressão zero absoluto. A
outra, denominada pressão manométrica, que é referida à pressão
atmosférica no local da medição. A figura 3.1 apresenta as escalas de
referência para medidas de pressão.

Tem-se da figura 3.1:

>> pressão atmosférica - depende da altitude do local;

>>pressão manométrica - pode ser positiva (acima da pressão


atmosférica); pode ser negativa (abaixo da pressão atmosférica);.

>>pressão absoluta - é a soma da pressão atmosférica


local e a manométrica.

Valores da pressão atmosférica padrão:

1 atm = 1,03323 kgf/cm 2 = 101325 Pa = 10,33 m H2O =


Ventiladores e exaustores

760 mm Hg = 33,90 ft H2O = 29,92 in Hg = 1,01325 bar

QUALQUER PRESSÃO ACIMA DA ATMOSFÉRICA

36 PRESSÃO
MANOMÉTRICA
(POSITIVA)
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

PRESSÃO ATMOSFÉRICA

PRESSÃO
ABSOLUTA PRESSÃO
VACUOMÉTRICA
QUALQUER PRESSÃO ABAIXO (NEGATIVA)
DA ATMOSFÉRICA

PRESSÃO
BAROMÉTRICA
PRESSÃO
ABSOLUTA

PRESSÃO ZERO ABSOLUTO


Figura 3.1 – Escalas de referências
para medidas de pressão.
3.1.2.3 – Medidas de pressão
>> Manômetro de Bourdon ou de mola

O manômetro de Bourdon é um transdutor de pressão empregando


elemento elástico que é muito comum no meio industrial. Consiste
basicamente de um tubo curvo, flexível e de seção transversal oval,
tendo sua tomada de pressão em uma de suas extremidades, fixada,
sendo a outra selada e livre para se movimentar.

Quando a pressão é aplicada em sua entrada, a seção oval vai se


tornando circular, havendo então uma deflexão da extremidade
do tubo. Medindo-se esta deflexão pode-se inferir sobre o valor da
pressão. Isto é feito empregando-se um transdutor de deslocamento,
ou mais simplesmente, associando-se um ponteiro à extremidade

Ventiladores e exaustores
móvel do tubo. A figura 3.2 ilustra o exposto.

37

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


Figura 3.2 – Manômetros de
Bourdon (Bortoni,2002).

Pode-se também encontrar manômetros de Bourdon de precisão,


usados como padrão. Possuem, neste caso, escalas maiores, com um
maior número de divisões, resultando em alta resolução.
>> Manômetro de colunas

O manômetro de colunas consiste de um tubo de vidro, normalmente


no formato da letra U, contendo em seu interior um fluido específico
para cada aplicação - fluido manométrico. Quando se deseja
medir pressão absoluta, a pressão desconhecida é aplicada em uma
extremidade, fazendo-se vácuo entre a outra extremidade selada e
o fluido. Quando este manômetro é utilizado para medir pressão
manométrica, ambas as extremidades do tubo serão abertas, estando
a outra exposta à pressão atmosférica. Este manômetro também pode
ser usado para medir diferenças de pressão - pressão diferencial,
aplicando-se pressões desconhecidas em ambas às extremidades. Tais
alternativas são, respectivamente, mostradas na figura 3.3.
Ventiladores e exaustores

Pressão a ser Pressão a ser Pressão Pressão a ser Pressão a ser


medida Vácuo medida Atmosférica medida medida
1 1 1 2
2 2

h p h p h p

38
a) b) c)
Figura 3.3 – Manômetros
de colunas (Bortoni, 2002).
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

A diferença entre as pressões aplicadas nas extremidades do


manômetro está relacionada com a diferença da altura h entre os níveis
do líquido através da equação 3.6.

(3.6)
onde:

∆p = diferença de pressão nas extremidades das colunas [N/m 2];

ρ = massa específica do líquido manométrico [kg/m2];


γ = peso específico do líquido manométrico [N/m2];

g = aceleração local da gravidade [m/s2].

No caso do manômetro a, a pressão medida é absoluta, ou seja, p2 = 0


(vácuo). No caso do manômetro b, a pressão é manométrica, ou seja,
p2 = pman = 0 (em relação à pressão atmosférica). Finalmente, no caso
do manômetro c, a pressão é conhecida como diferencial.

A faixa de aplicação deste tipo de manômetro é bastante extensa, já


que o líquido manométrico também pode ser mudado. Normalmente
usa-se água, mercúrio ou álcool. Para a medição de grandes pressões
costuma-se empregar mercúrio, para pressões muito baixas utiliza-
se álcool. Uma alternativa para a medição de pequenas pressões
é a utilização do manômetro em u em uma posição inclinada,

Ventiladores e exaustores
denominado de manômetro inclinado, aumentando-se o espectro de
medição e sensibilidade. A figura 3.4 ilustra um manômetro diferencial
inclinado, enquanto que a equação 3.7 mostra a correção da medida
através do ângulo α. Esse tipo de manômetro poderá ser utilizado para
medidas pontuais de pressão, ou seja, pressões manométricas, sendo
que uma das extremidades estará aberta para a atmosfera.
39
(3.7)

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


P1

h
P2

a
Figura 3.4 – Manômetro de colunas
diferencial e inclinado.
>> Transmissores ou transdutores de pressão

Os transmissores, em geral, são uma junção de um elemento transdutor


e um circuito de transmissão de sinal, seja este sinal em tensão, corrente,
freqüência ou outros. Os mais comuns têm a seguinte configuração:

Figura 3.5 – Transdutores de pressão.

A equação do transdutor é dada por:

onde:
Ventiladores e exaustores

p = pressão [N/m 2];

V = tensão [mV];

I = corrente [mA];
40
a, b, c e d = constantes obtidas na calibração do transdutor [-].
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

3.1.3 Lei dos gases perfeitos

A denominação gás perfeito é dada a um modelo teórico de gás, cujas


grandezas físicas associadas, pressão (p), temperatura (T) e massa
específica (ρ), estão relacionadas através da equação de Clapeyron,
apresentada na equação 3.9.

(3.9)
ou

(3.10)
onde:

p = pressão do gás [N/m 2];

V = volume do gás [m 3];

m = massa do gás [kg];

ρ = massa específica do gás [kg/m 3];

R = constante universal do gás perfeito [N.m/kg.K].

A constante R é determinada considerando as condições normais de


temperatura e pressão. No sistema internacional tem-se para o ar:
p = 101.325 Pa; T = 0 oC = 273 K e ρ = 1,293 kg/m3. Assim pode-se

Ventiladores e exaustores
determinar a constante R pela equação 3.11.

3.1.4 Viscosidade

A figura 3.6 mostra duas placas planas, sendo uma fixa e a outra se
movimentando com velocidade v, tendo uma massa de fluido entre as
41
placas. A distância entre as placas é y. O movimento da placa superior em

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


relação a inferior transfere um movimento relativo entre as partículas do
líquido, resultando a viscosidade, que por sua vez causa o atrito do fluido.
τ é a tensão de cisalhamento próximo à placa móvel, F é a força aplicada
na placa, A é a área da placa e v a velocidade da placa.

Área A v
F

Fixa
Figura 3.6 - Placas planas paralelas com
movimento da placa superior.
De acordo com a lei da viscosidade de Newton, tem-se a tensão de
cisalhamento dada pela equação 3.12.
(3.12)

ou

(3.13)
onde:

τ = tensão de cisalhamento na placa [N/m2];

F c = Força de cisalhamento [N];

A = área da placa [m2];


Ventiladores e exaustores

µ = coeficiente de viscosidade ou viscosidade absoluta [N.s/m2 ou Pa.s];

v = velocidade da placa [m/s];

y = distância da placa móvel a placa fixa [m].

42 Define-se como sendo coeficiente de viscosidade cinemático ou


viscosidade cinemática a relação mostrada na equação 3.14.
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

(3.14)
onde:

ν = viscosidade cinemática do fluido [m2/s];

µ = coeficiente de viscosidade ου viscosidade absoluta [N.s/m2 ou Pa.s];

ρ = massa específica do fluido [kg/m 3].


A tabela 3.1 apresenta a massa específica, a viscosidade absoluta e a
viscosidade relativa do ar nas temperaturas de 0oC a 50oC.

Temperatura Massa específica Visc. absoluta Visc. Cinemática


t [oC]  [kg/m3] µ.105 [Pa.s] .105 [m2/s]
0 1,293 2,299 1,778
10 1,247 2,208 1,771
20 1,204 2,189 1,818
30 1,164 2,172 1,865
40 1,127 2,155 1,912
50 1,092 2,140 1,959 Tabela 3.1 – Dados do ar

3.1.5 Escoamento dos fluidos em condutos


3.1.5.1 Experiência de Reynolds – Tipos de escoamentos

Ventiladores e exaustores
A figura 3.7 mostra a experiência de Reynolds, que visualizou os tipos de
escoamentos dos fluidos. Deixando a água escorrer pelo tubo transparente
juntamente com o líquido colorido, forma-se um filete desse líquido. O
movimento da água está em regime laminar. Aumentando a vazão da
água, abrindo-se a válvula, nota-se que o filete vai se alterando podendo
chegar a difundir-se na massa líquida. Nesse caso o movimento está
em regime turbulento. Entre esses dois regimes ocorre o regime de
43
escoamento transitório. A figura 3.8 apresenta uma ampliação do conduto

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


transparente, mostrando os três tipos de escoamento.

LÍQUIDO COLORIDO

ÁGUA

FILETE DO LÍQUIDO COLORIDO

VÁLVULA

TUBO TRANSPARENTE

ÁGUA
Figura 3.7 - Experiência de Reynolds.
ESCOAMENTO
LAMINAR

ESCOAMENTO
TRANSITÓRIO

ESCOAMENTO
Figura 3.8 - Ampliação do tubo
TURBULENTO
transparente para visualização dos tipos
de escoamento.

Assim define-se o número de Reynolds como sendo:

(3.15)
onde:
Ventiladores e exaustores

Re = número de Reynolds [-];

v = velocidade média de escoamento [m/s];

ρ = massa específica do líquido [Kg/m3];


44
Dc = dimensão característica ou diâmetro hidráulico da seção [m];
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

µ = viscosidade absoluta [Pa.s];

ν = viscosidade cinemática [m2/s].

A dimensão característica ou diâmetro hidráulico de uma seção é


definido e apresentado pela equação 3.16.

(3.16)
onde:

R h = raio hidráulico [m];


e ainda:
(3.17)

A figura 3.9 apresenta duas seções de escoamento de um fluido, sendo


uma seção circular e uma seção retangular.

D
b

Figura 3.9 – Seções de escoamento


a para determinação da dimensão
característica.

Ventiladores e exaustores
Na seção retangular a dimensão característica será:

(3.18)

Enquanto na seção circular a dimensão característica será:


45
(3.19)

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


Conclui-se que para condutos circulares a dimensão característica
é o diâmetro interno da tubulação. Assim para tubos, o número de
Reynolds é dado pela equação 3.20.

(3.20)

Para o número de Reynolds, no caso de escoamento em tubos, valem


os limites apresentados na tabela 3.2.
Tabela 3.2 – Limites do Número
de Reynolds para escoamento de Re ≤ 2000 escoamento laminar
fluidos em tubos
2000 < Re ≤ 4000 escoamento transitório

Re > 4000 escoamento turbulento

3.1.5.2 Velocidade média de escoamento

No escoamento dos fluidos, o perfil de velocidades na seção transversal


varia de acordo com o número de Reynolds e com o tipo de seção. A
figura 3.10 apresenta os perfis de velocidades para os escoamentos
laminar e turbulento em uma tubulação.

v méd v méd
Ventiladores e exaustores

D
v máx v máx r

dr

LAMINAR TURBULENTO
Figura 3.10 - Perfis de velocidades para
os escoamentos laminar e turbulento.

A definição de velocidade média é:


46
(3.21)
onde:
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

.
V= vazão volumétrica do fluido [m3/s];

A = área de seção transversal [m2].

No escoamento laminar, considera-se o perfil de velocidade parabólico


do tipo mostrado na equação 3.22.

(3.22)
onde:
vmax = velocidade máxima do fluido [m/s];

r = raio menor [m];

R = raio maior [m].

Aplicando o perfil parabólico na equação 3.21, demonstra-se a equação 3.23.

(3.23)
O escoamento turbulento é um pouco mais complicado. Prandtl propôs
a aproximação do perfil de velocidades mostrado na equação 3.24.

(3.24)
Aplicando o perfil de Prandtl na equação 3.21, demonstra-se a equação 3.25.

Ventiladores e exaustores
(3.25)

A equação 3.25 é válida para Re ≤ 105 e para tubo liso.

3.1.5.3 Vazão mássica e vazão volumétrica


47
>> Vazão mássica

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


A vazão mássica é a massa de fluido que escoa na unidade de tempo,
como mostra a equação 3.26.

(3.26)
onde:
.
m = vazão mássica [kg/s];

m = massa de escoamento [kg];

θ = tempo [s].
>> Vazão volumétrica

A vazão volumétrica é o volume de fluido que escoa na unidade de


tempo, como mostra a equação 3.27.

(3.27)
onde:
.
V = vazão volumétrica [m 3/s];

V = volume de escoamento [m3];

θ = tempo [s];

v = velocidade média de escoamento [m/s];


Ventiladores e exaustores

A = área da seção transversal [m2].

>> Relação entre as vazões mássica e volumétrica

(3.28)

48 3.1.5.4 Equação da Continuidade


PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

Seja o escoamento de um fluido entre uma seção 1 e uma seção 2,


como mostra a figura 3.11.
Figura 3.11 – Escoamento de um
fluido entre duas seções. 1

m1

v1
2
V1

A1 m2
v2
A2
V2
Do teorema da conservação de massa, para escoamento permanente
tem-se que a vazão mássica que passa pela seção 1 é igual à vazão
mássica que passa na seção 2 e está mostrado na equação 3.29.

(3.29)

Assim, pode-se ter as equações 3.30 e 3.31.

(3.30)

(3.31)
onde:

v1 = velocidade média na seção 1 [m/s];

Ventiladores e exaustores
A 1 = área da seção 1 [m2];

v 2 = velocidade média da seção 2 [m/s];

A 2 = área da seção 2 [m2].

As equações 3.29, 3.30 e 3.31 valem para fluidos compressíveis.


49
Para fluidos incompressíveis, a massa específica é constante com a

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


variação de seção. Desta forma, as equações 3.30 e 3.31, para fluidos
incompressíveis simplificam-se como mostradas em 3.32 e 3.33.
(3.32)

(3.33)

3.1.6 Teorema de Bernoulli

Condições:

>> Fluido incompressível

>> Escoamento sem atrito


>> Escoamento permanente

>> Mesma linha de corrente

“Ao longo de qualquer linha de corrente, a soma das energias


cinética, piezométrica e de posição é constante”.

>> Energia Cinética:

onde:

E c = energia cinética [N/m2];

v = velocidade média do fluido [m/s];


Ventiladores e exaustores

ρ = massa específica do fluido [kg/m3].

>> Energia de Pressão (ou Piezométrica):

onde:

50 Ep = energia de pressão [N/m 2];

p = pressão do fluido [N/m2].


PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

>> Energia de Posição (ou Potencial):

onde:

E z = energia de posição [N/m 2];

ρ = massa específica do fluido [kg/m3];

z = altura em relação a uma referência fixa [m].


(normalmente a referência é o nível do mar)
Desta forma, de acordo com Bernoulli, entre duas seções de um
escoamento tem-se a equação 3.34.

(3.34)

A figura 3.12 ilustra a equação de Bernoulli entre as seções 1 e 2.

2
r v1
2
2
r v2
p1 2
v1

Carga total
p2
A1
Tubo de
corrente

Ventiladores e exaustores
r .g.z 1
A2 v2
r .g.z 2
Plano de referência
Figura 3.12 – Ilustração do
teorema de Bernoulli

É muito importante lembrar que, na equação 3.34, Bernoulli não


considerou o atrito entre as partículas do líquido, ou seja, o atrito nas 51
paredes do tubo e a viscosidade.

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


Na realidade, existem esses atritos e conseqüentemente perda de energia.
Desta maneira, a equação 3.35 e a figura 3.13 representam essa situação.

(3.35)
>> Energia Perdida:

onde:

Ep = energia perdida [N/m 2];

H p = perda de carga [m].


2
r .v 1 Carga total
2
Linha de r .g.Hp
c arga
2
p1 Linh
a pie r .v 2
zom
v1 étric 2
a

A1 p2
Trajetór
ia
r .g.z 1
A2
v2 r .g.z 2
Figura 3.13 – Ilustração do teorema de Plano de referência
Bernoulli considerando o atrito.

3.2 Perdas de carga em dutos


Ventiladores e exaustores

As perdas de carga de escoamento ocorrem devido ao atrito entre as


partículas fluidas com as paredes do tubo e mesmo devido ao atrito
entre essas partículas. Em outras palavras, é uma perda de energia ou
de pressão entre dois pontos de um escoamento de fluido.

52 3.2.1 Perdas de carga distribuídas

As perdas de carga distribuídas são aquelas que ocorrem em um trecho


PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

reto de tubulação. A figura 3.14 ilustra a perda de carga em um trecho


reto de conduto.

P1 P2
P1 > P 2

m
1 2
V
Figura 3.14 – Perda de carga
distribuída em um conduto.
3.2.2 Perdas de carga localizadas

As perdas de carga localizadas são perdas de pressão pelas peças e


singularidades ao longo do conduto, tais como, curvas, válvulas,
derivações, reduções, expansões etc. A figura 3.15 ilustra uma perda de
carga localizada em um acessório (por exemplo uma válvula) colocado
em um conduto.

Figura 3.15 – Perda de carga


P1 > P 2 localizada em um conduto.

P1 P2

m
1 2
V

Ventiladores e exaustores
3.2.3 Determinação das perdas de carga

As perdas de carga distribuídas e localizadas no escoamento dos


fluidos em condutos podem ser determinadas através das medidas de
pressão, como mostram as figuras 3.14 e 3.15. Por outro lado, estas
53
perdas podem ser calculadas através de fórmulas experimentais ou

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


empíricas, conhecendo-se as dimensões do conduto, características do
fluido e das conexões.

3.2.3.1 Perdas distribuídas

A equação universal ou de Darcy-Weisback é a fórmula mais


tradicional para a determinação de perdas de carga distribuídas e está
representada na equação 3.36.

(3.36)
onde:

∆pd = perda de carga distribuída [N/m2];

ρ = massa específica do fluido [kg/m3];

g = aceleração da gravidade [m/s2];

H p = perda de carga distribuída [m];

f = coeficiente de atrito [-];

L = comprimento da tubulação [m];


Ventiladores e exaustores

D e = diâmetro interno do conduto circular ou equivalente a outro


retangular ou diâmetro característico [m];

v = velocidade média de escoamento do fluido [m/s].

54 O diâmetro equivalente ou dimensão característica para condutos


circulares é o próprio diâmetro do tubo, enquanto que para seções
retangulares pode ser determinado pela equação 3.37. Conhecendo-se
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

a seção retangular de lados a e b, mostrada na figura 3.16, deseja-se


determinar o diâmetro equivalente do duto circular de mesma vazão
e mesma perda de carga. Huebscher (Stoecker e Jones, 1985) propõe a
equação 3.37.
Figura 3.16 – Diâmetro equivalente de
uma seção retangular. a
b
(3.37)

O fator f é um coeficiente sem dimensões do qual é função do número


de Reynolds e da rugosidade relativa do conduto.

(3.38)
onde:

Re = número de Reynolds [-];

ε = rugosidade absoluta da parede do conduto (tabelado) [m];

ε/D e = rugosidade relativa [-].

Ventiladores e exaustores
Os valores das rugosidades das paredes dos condutos para alguns
materiais estão na tabela 3.3.

Tabela 3.3 – Valores das rugosidades absolutas de alguns materiais novos

Material Rugosidade absoluta - ε[m]

Chapa de aço galvanizado 0,00015 – 0,00020

Chapa de aço soldada 0,00004 – 0,00006 55


Ferro fundido 0,0004

Plástico e vidro Lisos

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


A determinação do coeficiente de atrito pode ser realizada por vários diagramas
e fórmulas empíricas. A seguir são mostrados métodos para sua determinação,
ou seja, através do diagrama de Moody e utilizando algumas equações.

a) Utilizando o diagrama de Moody, que está representado na figura 3.17.

>> Determinação de f:

Retira-se a rugosidade absoluta ε[m] (tabela 3.3);


Calcula-se a rugosidade relativa: ;
Determina-se o número de Reynolds:

No diagrama de Moody, com Re e , determina-se f

>> Determina-se a perda de carga:

b) Utilizando as equações apresentadas em 3.39, 3.40 e 3.41:

>>para escoamento laminar (0 < Re ≤ 2.000), para tubo de


qualquer rugosidade, equação 3.39.

>> para escoamento turbulento (Re até 105), utilizando-se tubo


liso, equação 3.40.
Ventiladores e exaustores

>>para escoamento turbulento (Re > 4000), utilizando tubo de


rugosidade comercial, equação 3.41.

56 A equação 3.41 foi desenvolvida por Colebrook e White em 1939 e é


também conhecida como fator de atrito para escoamento hidraulicamente
misto. Nessa equação o fator f foi explicitado por Nackab (1988).
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

0,1 ESCOAMENTO
LAMINAR ZONA DE
0,09
Figura 3.17 – Diagrama de Moody. LAMINAR
ZONA
CRÍTICA
TRANSI-
ÇÃO COMPLETA TURBULÊNCIA
0,08
TUBOS RUGOSOS
0.05
0,07
0.04
0,06
0.03

0,05 0.02

0.015
0,04
0.01
0.008
v2

e
D
2g
Hp

0.006
0,03
D
L

0.004
COEFICIENTE DE ATRITO f =

0,025
RUGOSIDADE RELATIVA,

0.002

0,02 0.001
0.0008
0.0006

0.0004
0,015
0.0002

0.0001
TUBOS LISOS
0.00005
0,01
0.000001 0.000005
0,009

0,006 0.00001
3 4 5 6
7 9 2(10 ) 3 4 5 6 7 9 2(10 ) 3 4 5 6 7 9 2(10 ) 3 4 5 6 7 9 2(10 ) 3 4 5 6 7 9 2(10 ) 7 3 4 5 6 7 9
3 4 5 6 7 8
10 10 10 10 10 10
v.D
NÚMERO DE REYNOLDS= UNIDADES COERENTES
n
3.2.3.2 Perdas localizadas

Uma das maneiras de se determinar às perdas localizadas é através


do coeficiente k determinado experimentalmente para cada peça ou
acessório do conduto. Desta forma a perda de carga localizada de um
acessório é calculada pela equação 3.42.

onde:

∆pL = perda de carga localizada [N/m2];

k = coeficiente de perda [-];

ρ = massa específica do fluido [kg/m3];

Ventiladores e exaustores
v = velocidade média de escoamento [m/s].

As figuras 3.18 a 3.22 mostram os coeficientes dos acessórios


principais dos condutos escoando ar.
Figura 3.18 – Coeficientes k

v v
60˚
v
para entrada de duto.
57
k=0,9 k=0,5 k=0,2

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


v v v
D d

k=1,0 k=1,0
d/D k
0,2 2,6
0,4 2,3
0,5 1,75
0,6 1,5
0,8 0,7
0,9 0,2

k a =60˚ ou mais
1,0

0,8 a =45˚
a =30˚
0,6
v a =20˚
d 60˚ D
0,4 a =10˚

0,2

1 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 D/d


Figura 3.19 –
Coeficientes V V V
k para d A
mudanças
de direção,

45˚
B

R
R
R
curvas e
cotovelos K=0,10

Seção Retangular

Seção Circular A/B=1 2 3 4 V


R/D k K

45˚
1,0 0,9 0,8 0,75
0,4 0,4 0,39 0,32 K=0,5
0 0,8 0,2 0,2 0,19 0,16
0,25 0,4-0,5 0,13 0,3 0,13 0,10
0,5 0,25
1,0 0,16

Figura 3.20 –
Coeficientes >=4d
k para
expansões e
reduções.
k A
Ventiladores e exaustores

v v a=60˚ ou mais
d a D d D 0,5
a =30˚
0,4
a =20˚
Ver gráfico Ver curva A 0,3
B
a =12˚
0,2

0,1
D v D v
60˚ d d
1 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 D/d

58 k=0,06 Ver curva B


PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

Figura 3.21 – >2d


Coeficientes
k para
derivações.. v
d D

a
a
a

v v
R
v
D

Em curva D
Reto a k
15˚ 0,09
k k
R/D 20˚ 0,12
a =90˚ a =45˚ a k 30˚ 0,18
0 1,0 0,60 90˚ 1,0 45˚ 0,28
0,25 0,5 0,35 60˚ 0,5 50˚ 0,32
0,50 0,3 0,20 45˚ 0,3 60˚ 0,44
1,00 0,2 0,15 30˚ 0,13 90˚ 1,00
R
a a

Bifurcações

k k R/D k k
a a =90˚ a =135˚
90˚ 1,0 1,5 0,25 0,43 0,30
135˚ 0,6 0,9 0,25 0,28 0,18 Figura 3.22 – Coeficientes k
para bifurcações.

Existe outra maneira de determinar a perda de carga localizada, que não será
objeto de estudo neste curso. Os manuais de ventilação industrial apresentam
em detalhes o método, ou seja, o procedimento do comprimento equivalente.

Ventiladores e exaustores
O método consiste em adicionar à extensão do conduto, para efeito de cálculo,
comprimentos tais que correspondam à mesma perda de carga que causariam
as peças existentes no conduto. A figura 3.23 mostra um conduto com certo
comprimento, que possui uma singularidade ao longo de sua linha, tendo
uma perda de carga total que será a soma das perdas ao longo do conduto
mais a perda localizada na singularidade.
59
Assim determinado o comprimento equivalente, que é tabelado,
determina-se à perda de carga total utilizando um dos métodos da perda

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


de carga distribuída. A equação 3.43 apresenta este cálculo através da
equação universal. Figura 3.23 - Comprimento
equivalente

D pd1 D pL D pd2 D pt

De De

L1 2 L = L1 + L 2 + L e
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL Ventiladores e exaustores

60
4 VENTILADORES
4.1 Definição

Os ventiladores são definidos como máquinas de fluxo geradoras que


trabalham com fluido no estado gasoso, provocando uma diferença de
pressão inferior a 0,20 kgf/cm2.

Portanto, com essa diferença de pressão, a massa específica do fluido


praticamente não se altera. Desta forma, os ventiladores são considerados
máquinas de fluxo hidráulicas.

4.2. Classificação

Ventiladores e exaustores
Os ventiladores podem ser classificados de várias maneiras que estão a seguir.

4.2.1. De acordo com a pressão de operação


>> baixa pressão

>> média pressão 61

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


>> alta pressão

4.2.2. De acordo com a forma do rotor

>> centrífugos ou radiais;

>> fluxo misto;

>> axiais.
Os ventiladores centrífugos operam pequenas vazões e grandes
pressões; os mistos operam médias pressões e médias vazões; os axiais
operam grandes vazões e pequenas pressões.

A figura 4.1 mostra os desenhos dos rotores centrífugo (a), misto


(b) e axial (c).

Figura 4.1 – Desenhos dos


Ventiladores e exaustores

a) b) c)
rotores de ventiladores.

A figura 4.2 ilustra os rotores de ventiladores de um fabricante


nacional, Aerovento Equipamentos Industriais.

62
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

Figura 4.2 – Rotores de ������ ����� ����


ventiladores (Aerovento).

4.2.3. De acordo com o modo de entrada do fluido no rotor


>> Simples sucção;

>> Dupla sucção.


O rotor de simples sucção tem apenas uma entrada de fluido, enquanto
o de dupla sucção, denominado de rotor gêmeo, apresenta duas
entradas e opera o dobro da vazão. A figura 4.3 ilustra os rotores de
simples e dupla sucção.

SIMPLES SUCÇÃO DUPLA SUCÇÃO Figura 4.3 – Rotores centrífugos de


simples e dupla sucção.

Ventiladores e exaustores
A figura 4.4 mostra um ventilador centrífugo de simples sucção e um
ventilador axial, ambos de eixo horizontal.

63

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


���������� ������ ��
���������� ����� Figura 4.4 – Ventiladores axial e centrífugo
����������
de simples sucção (Aerovento).

4.2.4. De acordo com a posição das pás do rotor


>> Pás curvadas para trás (β2 < 90o);

>> Pás retas (β2 = 90o);

>> Pás curvadas para frente (β2 > 90o).


A figura 4.5 apresenta os três rotores, respectivamente, para pá curva
para trás (β2 < 90o), pás retas (β2 = 90o) e pás curvadas para frente
(β2 > 90o).
n n n
b2 b2

b2

D2 D2 D2
Figura 4.5 – Rotores com Ângulos na D1 D1 D1

saída de β2 < 90o, β2 = 90o, β2 > 90o.

O rotor de pás curvadas para trás possui pás aerodinâmicas, tem


estabilidade no seu funcionamento, é silencioso e tem bom rendimento.
O rotor de pás retas tem construção simples, mas tem rendimento
baixo. O rotor de pás curvadas para frente apresenta também um baixo
rendimento, mas quando é construído com muitas pás permite operar
vazões de ar maiores, com baixa rotação, tendo como conseqüência
um ruído pequeno. Por este motivo são utilizados em instalações de ar
Ventiladores e exaustores

condicionado. A figura 4.6 mostra esse tipo de ventilador denominado


de siroco.

64
b
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

Figura 4.6 – Ventilador com rotor


de pás curvadas para frente ou
siroco (Tarda, 1965).

4.3 Características dos Ventiladores

4.3.1 Vazão Volumétrica

É o volume de ar ventilado em um segundo. No sistema internacional,


tem-se a unidade m3/s. A vazão nominal é aquela para a qual o
ventilador foi especificado e considera-se, neste caso, o ponto de
máximo rendimento.

4.3.2 Pressão
>>pressão estática – é a pressão manométrica em um
determinado ponto de escoamento.

>>pressão dinâmica – é a pressão devido à velocidade média de


escoamento em uma determinada posição.

pressão total – é a soma algébrica da pressão estática


>>

mais a dinâmica.

A pressão total pode ser:

Ventiladores e exaustores
onde:

p t = pressão total [N/m2];

pe = pressão estática [N/m2];

pd = pressão dinâmica [N/m2].


65

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


Para os ventiladores, as pressões podem estar na unidade em
milímetros de coluna d’água (mmca) ou em metros de coluna d’água
(mca) em vez de N/m 2.

>> Diferença de pressão total de ventilador.

É a diferença de pressão total na saída (2) e na entrada (1) do ventilador.


A diferença de pressão total nominal de um ventilador é aquela pela
qual o ventilador é especificado e considera-se, neste caso, o ponto de
máximo rendimento.A figura 4.8 ilustra uma instalação com ventilador,
com as posições 1 e 2, representando a entrada e saída do ventilador,
enquanto as posições 0 e 3, a entrada e saída da instalação.
Da instalação da figura 4.7 podem-se determinar as equações do
ventilador, sob o ponto de vista de ensaio (entre os pontos 1 e 2) e sob
o ponto de vista da instalação (entre os pontos 0 e 3). As equações 4.2
e 4.3 ilustram, respectivamente, a equação de ensaio e da instalação em
[N/m2]. As instalações com ventiladores podem também ser das mais
variadas e, desta forma, a equação 4.3 modifica-se em função do arranjo.

Figura 4.7 – Instalação com ventilador


v3

z 3

Filtro
v2
Ventiladores e exaustores

0
2
z 0 1 z 2
z1

66 onde:
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

∆p t = diferença de pressão total do ventilador [N/m2];

pt1, pt2 = pressões totais na entrada e saída, respectivamente [N/m2];

∆pe = diferença de pressão estática entre saída e entrada do ventilador [N/m2];

∆p d = diferença de pressão dinâmica entre saída e


entrada do ventilador [N/m2];

ρ = massa específica do fluido [Kg/m3];


v 3 = velocidade média de escoamento em 3 [m/s];

g = aceleração da gravidade [m/s2];

Hp = perda de carga na linha de sucção e na pressão da instalação [m].

4.4 Rotação Específica

A rotação específica é uma grandeza que define a geometria ou o tipo de rotor


do ventilador mais adequado. Assim, tem-se para o sistema internacional:

onde:

n qA = rotação específica [-];

Ventiladores e exaustores
n = rotação [rps];

Q = vazão [m3/s];

∆pt = diferença de pressão total [N/m2];


67
3
ρ = massa específica do fluido [kg/m ].

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


As rotações específicas no sistema internacional de rotores dos
Figura 4.8 – Rotações específicas
ventiladores estão ilustradas na figura 4.8. no sistema internacional de rotores
de ventiladores.

5
5 5
5 5
5
4 5
4 4 4 4 4 4
CL

nq A 300 400 1700


VENTILADORES
Radiais ou Centrífugos Mistos Axiais
4.5 Curvas Características

4.5.1 Curvas características dos ventiladores

As curvas características dos ventiladores têm um comportamento


diferente para cada tipo. A figura 4.9 mostra as curvas características
dos ventiladores centrífugos de pás curvadas para trás ventiladores de
fluxo misto e os axiais. Essas curvas representam o comportamento da
diferença de pressão total, da potência de eixo e do rendimento total do
ventilador versus a vazão volumétrica, operando com rotação constante.

No aspecto de curvas características nota-se que o comportamento da


potência de eixo, em função da vazão, na rotação constante, é diferente
para os ventiladores centrífugos, mistos e axiais. No caso dos centrífugos,
Ventiladores e exaustores

a potência aumenta com o aumento da pressão e, para os mistos, a


potência é praticamente constante com o aumento da vazão, enquanto
que, para os axiais, a potência decresce com o aumento da vazão.
Figura 4.9 – Curvas
características dos ventiladores
operando com rotação constante.

68 Altura
Rendimento
Altura Rendimento Alt
ura
Rendimento
Potência
Potência
Potência
Pressão

Pressão
Pressão
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

Vazão Vazão Vazão

BOMBAS CENTRIFUGAS FLUXO MISTO AXIAL


Conclui-se que, para a partida de um ventilador, para a proteção do
motor elétrico, deve-se verificar se a válvula de saída do mesmo está:

>> ventilador centrífugo – válvula fechada;

>> ventilador misto – válvula aberta ou fechada;

>> ventilador axial – válvula aberta.

É importante também enfatizar que mesmo que o motor de


acionamento tenha proteção ou esteja em condições de suportar
uma sobrecarga, o consumo de energia na partida torna-se maior,
caso não se obedeça a essas regras de operação.

A comparação do comportamento do rendimento de um ventilador

Ventiladores e exaustores
centrífugo e um ventilador axial, versus vazão, caracterizados na
figura 4.9, mostra que a primeira curva tem um patamar mais
achatado que a segunda. Isto quer dizer que o ventilador centrífugo
pode operar com uma certa variação de vazão com pouco
decréscimo do rendimento, enquanto o ventilador axial opera
praticamente em um ponto no rendimento máximo e fora deste há
um decréscimo acentuado de rendimento. 69
O ventilador de pás curvadas para frente é um ventilador silencioso,

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


opera pressões elevadas e apresenta rendimento máximo da ordem
de 70%. Possui um ramo instável na operação da diferença de
pressão, como mostra a figura 4.10.

O ventilador de pás retas opera médias pressões, possui um trecho


instável e apresenta rendimentos inferiores a 70%. A figura 4.11
ilustra o comportamento desse tipo de ventilador.
Figura 4.10 – Curvas características do
ventilador com pás curvadas para frente,
operando na rotação constante.
Ventiladores e exaustores

Figura 4.11 – Curvas características do


ventilador de pás retas.

70
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

Em termos de rendimento, o ventilador de pás curvadas para trás


apresenta o melhor rendimento (80% a 90%), principalmente aqueles
de rotação específica entre 300 a 350.
Os ventiladores axiais também possuem um bom rendimento
(80%). Os mais simples não possuem aletas estacionárias. Quando o
ventilador está munido de aletas, as mesmas podem ser anteriores ou
posteriores ao rotor, fixas ou reguláveis, dependendo da aplicação.
A utilização de aletas posteriores fixas é uma forma de possibilitar
um acréscimo adicional de energia de pressão, além de melhorar
o escoamento do fluido na saída do rotor, melhora também seu
rendimento. A figura 4.12 ilustra uma comparação entre ventiladores
axiais com e sem aletas de recuperação.
Figura 4.12 – Ventiladores axiais.

Ventiladores e exaustores
Sem aletas posteriores Com aletas posteriores

4.5.2 Curva característica da instalação 71


A equação 4.3 pode ser representada em função da vazão volumétrica,

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


como mostra a equação 4.5. A diferença de pressão total é função do
quadrado da velocidade ou do quadrado da vazão. Portanto, neste caso,
a diferença de pressão total está na forma de pressão dinâmica.

onde:

∆pt = diferença de pressão total [N/m2];


.
V= vazão volumétrica [m3/s];

ρ = massa específica do fluido [kg/m3];


A = área da seção [m2];

g = aceleração da gravidade [m/s2];

Hp = perda de carga [m].

Com a utilização da equação 4.5 pode-se representar a curva


característica da instalação da figura 4.8, mostrada na figura 4.13.

Figura 4.13 – Curva


característica da instalação.
Ventiladores e exaustores

As curvas características de um ventilador centrífugo e de uma


72 instalação são mostradas na figura 4.14. Nesta figura, o ponto do
funcionamento F da instalação coincide com o rendimento máximo
do ventilador. Este ponto caracteriza-se como ponto nominal ou
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

condições nominais de funcionamento. Caso a instalação não


solicitasse do ventilador uma alteração da vazão, o projetista
deveria selecionar o mesmo para operar no ponto de máximo
rendimento. Quando existe variação de vazão, este ponto varia
e cabe ao projetista, antes da seleção do ventilador, analisar as
solicitações da instalação e qual será o ponto de vazão que estará
mais tempo em operação. Neste caso, deve-se selecionar o ventilador,
no seu rendimento máximo, para atender esta vazão. Esta é uma
preocupação de um consumo menor de operação.
p
t P=PONTO DE FUNCIONAMENTO
nt n=nn =Constante
Pe
CURVA CARACTERÍSTICA DA
INSTALAÇÃO
pt
n tn
pt
n F nt
p din Pe
Pe
n

CURVA CARACTERÍSTICA DO
p est
VENTILADOR

Vn V Figura 4.14 – Curvas características de


ventilador centrífugo e da instalação.

4.6 Comportamento dos Ventiladores

Ventiladores e exaustores
4.6.1 Fatores que modificam a curva do ventilador

4.6.1.1 Curvas do ventilador com rotação variável

A equação 4.6 vale para pontos homólogos (de mesmo


rendimento) e representa a variação da vazão ( ), da diferença 73
de pressão total (∆pt) e da potência de eixo (Pe) de um ventilador,
em função da variação da rotação (n), enquanto a figura 4.16

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


mostra o gráfico da diferença de pressão total, rendimento e
potência de eixo do ventilador em função da vazão para a variação
da rotação.

Dentro de certos limites de variação de rotação, a equação 4.4


pode prever o comportamento do ventilador, considerando que o
rendimento não varia de ponto para ponto, como está mostrado
na figura 4.15.
n2 > n1
∆p t n1=Cte.
nt
n2=Cte.
P e ∆p nt1 nt2
t 1 A2

∆p A1
t2
B1 B2 Pe
2
Pe
1
C2
C1 n2
n1

V
Figura 4.15 - Influência da rotação Pontos A1 ,B1,C1 são homólogos respectivamente a A2 ,B2 ,C2
nas curvas características

Entretanto, no projeto de ventiladores, a alteração da rotação acarreta


a mudança da velocidade tangencial em qualquer raio entre entrada
Ventiladores e exaustores

e saída do rotor do mesmo. Esta modificação faz com que se alterem


outras velocidades envolvidas no escoamento, acarretando a queda de
rendimento. Desta forma, para se ter um resultado de um ventilador
com variação de rotação, ele deve ser obtido através de ensaios em
bancadas de testes em laboratórios especializados. O diagrama obtido
em laboratório representa o campo de um determinado ventilador com
74 uma faixa de rotação, mostrando as curvas de mesmo rendimento. Esse
diagrama é denominado campo básico de funcionamento. O campo
básico de funcionamento é a representação plana das várias variáveis
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

em questão, sendo duas tomadas como básicas. Normalmente faz-se o


campo diferença de pressão versus vazão, com curvas de rendimento e
rotação constantes. As figuras 4.16 e 4.17 representam, respectivamente,
os campos básicos de um ventilador centrífugo e axial.

Nas figuras 4.15 e 4.16, as curvas n 1 , n 2 ... n 5 representam as


curvas de mesma rotação, enquanto as curvas de η t1 , η t2 ... η t5
representam as curvas de mesmo rendimento. O rendimento máximo
ocorre no centro da elipse. Este ponto representa o melhor ponto de
operação do ventilador.
∆p t

h
t1 h
t2
h
t3
h h
t4 t3 h
t2
h
t1

h
t máx.
n4

n3

n2
d=Constante

Ventiladores e exaustores
n1
Figura 4.16 – Campo básico
V de funcionamento de um
ventilador centrífugo.

Dt
ht
1 ht
2
ht

75
3 ht
4

ht
4
ht ht
5
3 ht
2

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


ht
máx.

Figura 4.17 – Campo básico


V
de funcionamento de um
ventilador axial.
4.6.1.2 Curvas do ventilador com variação
do diâmetro do rotor

De acordo com (Karassik, 1989), para ventiladores centrífugos,


operando com rotação constante e com variação de diâmetro, têm-se
as seguintes relações obtidas experimentalmente.

Na equação 4.7 os diâmetros d1 e d2 referem-se aos diâmetros na saída


do rotor do ventilador centrífugo.

Os fabricantes de ventiladores aproveitam a mesma carcaça, de tal


forma que possa receber rotores de vários diâmetros, sem afetar
Ventiladores e exaustores

sensivelmente a hidráulica do conjunto. Desta forma, os rotores são


fornecidos pelo fabricante, em diâmetros padrões, cobrindo uma faixa
operacional do ventilador. A figura 4.18 mostra um campo básico
de funcionamento de um ventilador centrífugo de um determinado
fabricante, com rotores de diâmetro variável operando dentro de uma
mesma carcaça na rotação constante.
76 ∆p t
h
∆p t t1
d1 h h
t1 t2
d1 h
t2
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

h
t3
h h
d2 t 3 t máx. h
h t3
d2 t máx. h
t3 h
t2
h h
t2 t1
d3 h
t1
d3

d4
d4

n = Constante
n = Constante

V
Figura 4.18 – Curva do fabricante para
uma série de ventiladores centrífugos. V
4.6.1.3 Curvas do ventilador com aletas
reguláveis na entrada do rotor

No caso em que a operação do ventilador se dá em uma larga faixa


de vazão o uso de aletas reguláveis na entrada do rotor é indicado.
O objetivo nesse caso é garantir um controle estável de vazão, além
de melhorias de rendimento nas situações não nominais. Podem ser
utilizadas nos ventiladores axiais, como nos centrífugos. A figura 4.19
mostra uma aleta regulável, do tipo axial, na entrada do ventilador
centrífugo. Esse tipo de aleta altera a vazão e pressão do ventilador
com a mudança das velocidades absoluta e relativa, mantendo a
velocidade tangencial (n = constante) no triângulo de velocidades.

Outros tipos de aletas ou válvulas reguláveis existem em função do

Ventiladores e exaustores
arranjo a ser montado. Existem as válvulas conoidais e as venezianas
utilizadas na entrada do ventilador. A função dessas válvulas é
controlar a vazão e a pressão do fluido através de estrangulamento
e do turbilhonamento que elas provocam. A figura 4.20 apresenta
essas válvulas, enquanto a figura 4.21 mostra suas aplicações,
respectivamente, duas válvulas conoidais em um ventilador de dupla Figura 4.19 – Controle da vazão pela

sucção e duas válvulas venezianas em um ventilador centrífugo.


aleta axial regulável na entrada do
ventilador (Aerovento). 77

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


Figura 4.20 – Válvulas do tipo
Válvula Conoidal Válvula Veneziana
conoidal e veneziana.
Ventiladores e exaustores

Rotor duplo com controle da vazão através de duas


válvulas conoidais

78
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

Ventilador centrífugo com controle de vazão de


duas válvulas venezianas
Figura 4.21 – Aplicação de válvulas em
ventiladores centrífugos (Aerovento).

4.6.1.4 Curvas do ventilador com pás


reguláveis ou ajustáveis no rotor

As pás reguláveis no rotor são utilizadas nos ventiladores axiais.


Através do posicionamento das pás, provoca-se uma mudança de
ângulo, que por sua vez altera os triângulos de velocidades na entrada
e saída do rotor. Mesmo a rotação permanecendo constante, haverá
uma mudança na vazão e pressão do ventilador. A figura 4.22 ilustra
um rotor axial com pás ajustáveis, enquanto a figura 4.23 apresenta
a variação das curvas características em função do ajuste das pás do
rotor. Esse ajuste é realizado com o ventilador parado e em função da
necessidade da instalação.
Figura 4.22 – Rotor de um ventilador
axial de pás ajustáveis.

Ventiladores e exaustores
79

Figura 4.23 – Curvas PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


características de um ventilador
de pás ajustáveis, n = Constante.
4.6.2 Fatores que modificam a curva da instalação

4.6.2.1 Abertura e fechamento de válvula na


rotação constante do ventilador

O controle de vazão é realizado através de uma válvula na saída ou


na linha de pressão do ventilador. Normalmente a válvula é do tipo
borboleta ou do tipo veneziana com lâminas paralelas, cuja inclinação
se pode graduar manualmente ou automaticamente. Este tipo de
regulagem consiste em estrangular a passagem do fluido aumentando
a perda de carga do sistema. Quanto maior é o estrangulamento, maior
será a perda de carga e menor será a vazão ou vice-versa.

A figura 4.24 mostra o comportamento da curva do ventilador e da


Ventiladores e exaustores

abertura da válvula para variar a vazão. A variação da abertura faz


variar a perda de carga na válvula. No caso da figura, inicialmente
o ventilador está funcionando no ponto 1 ( 1;∆pt1) e em seguida
o sistema requer uma vazão 2. Para atender essa solicitação, o
ventilador, na mesma rotação, aumenta a pressão para vencer a perda
de carga e passa a operar com ∆pt2. Houve o fechamento da válvula
80 seguido de aumento de perda de carga.
Dp
t abertura 2 abertura 1 da válvula
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

Dp
t2

Dp
t1

curva do ventilador
(n = constante)

Figura 4.24 - Abertura e V2 V1 V


fechamento de válvula.
4.6.2.2 Análise do ventilador operando com rotação con-
stante e variável

Como foi visto, para atender a solicitação da instalação, em se tratando


de uma diminuição de vazão, com o ventilador operando com rotação
constante n, é comum utilizar estrangular a válvula na saída do
mesmo, alterando o ponto de funcionamento com o aumento da perda
de carga. A figura 4.25 mostra um ventilador centrífugo de exaustão,
succionando ar de um recinto e escoando-o na linha de pressão para a
atmosfera através de uma válvula borboleta.

O caso analisado na figura 4.25, com ventilador operando com rotação


constante, variando-se a vazão através de estrangulamento da válvula
pode ser analisado com rotação variável, enfocando principalmente
o aspecto da potência elétrica consumida. Desta forma, a figura 4.26

Ventiladores e exaustores
mostra a curva característica do ventilador operando com rotação
constante n1 no ponto de funcionamento F1( 1, ∆pt1). Através
do estrangulamento da válvula, ventilador passa a operar no ponto
F2( 2, ∆pt2). A diminuição da vazão solicitada pela instalação
poderia ser realizada pela diminuição da rotação de n 1 para n 2,
que proporcionaria o ventilador funcionar em F3( 2, ∆pt3).
Considerando o rendimento do motor elétrico ηel e do ventilador
81
ηt, no ponto F 3, a potência elétrica economizada está mostrada na

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


equação 4.8. Para efeito didático, o rendimento do ventilador e o
rendimento do motor foram considerados constantes.

Válvula borboleta Figura 4.25 – Instalação com ventilador e


válvula na saída.

Ventilador

mancal

Correia

Motor
Elétrico
Figura 4.26 – Curvas características
do ventilador – comparação entre ∆p
t abertura 2 abertura 1 da válvula
a operação com rotação constante
e variável.
∆p 2
t2

∆p 1
t1

curva do ventilador
(n1 = constante)

3
∆p n2=cte
t3

V2 V1 V
Ventiladores e exaustores

O arranjo convencional mostrado anteriormente, com o ventilador


operando com rotação constante, penaliza energeticamente o sistema.
A análise realizada reflete sobre o aspecto da conservação de energia.
Todavia, do ponto de vista do ventilador, o mesmo, apesar de ter
características flexíveis de operação, possui limites aceitáveis de
82 funcionamento, tanto do aspecto de rendimento, como também sobre
fenômenos estruturais que ocorrem quando há variações amplas de
vazão. Este assunto deverá ser analisado caso a caso.
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

A seleção do ventilador operando com velocidade variável muitas


vezes é preterida pelos projetistas pelo alto custo do acionador, se
comparado com um sistema de rotação constante. Entretanto, trata-se
de um custo inicial, com necessidade de análises do custo operacional
e de manutenção do equipamento relativos, respectivamente, ao
menor consumo de energia e menor desgaste do ventilador. Devem
ser analisadas também as solicitações do sistema no que se refere às
variações de vazão e do tempo de permanência em um determinado
ponto de operação, principalmente na diminuição da vazão.
4.7 Ruído Provocado por Ventiladores

4.7.1 Velocidade tangencial ou periférica

Não se deve operar com velocidades de ar elevadas tanto no rotor


quanto à saída do ventilador. Velocidades tangenciais elevadas
produzem vibração das pás e ruído acima do aceitável. A equação
4.9 determina as velocidades periféricas na entrada e saída do rotor
centrífugo mostrado na figura 4.27.

onde:

u1 = velocidade tangencial ou periférica na entrada do rotor [m/s];

Ventiladores e exaustores
u2 = velocidade tangencial ou periférica na saída do rotor [m/s];

D1 = diâmetro na entrada do rotor [m];

D 2 = diâmetro na saída do rotor [m];

n = rotação [rps]. 83
A tabela 4.1 indica os valores máximos para a velocidade periférica de

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


saída u2 do rotor e a velocidade de saída v da caixa do ventilador.

Figura 4.27 – Rotor centrífugo com


suas velocidades tangenciais.
Tabela 4.1 – Velocidades recomendadas (Macintyre,1988)

Pressão Estática na Velocidade Tangencial Velocidade na


Saída do Ventilador u2[m/s] Saída da Caixa
[mmH2O] v [m/s]
Pás para frente Pás para trás
6,34 7,62 17,27 5,05
9,52 8,88 19,55 5,58
12,69 10,17 21,33 6,10
15,87 11,43 24,38 6,87
19,04 12,70 26,92 7,61
22,22 13,97 29,47 8,38
25,39 15,23 31,50 9,15
31,73 16,52 34,55 10,17
38,05 17,78 38,1 11,18
44,43 19,05 41,65 12,20
50,78 20,32 45,72 13,22
Ventiladores e exaustores

4.7.2 Níveis de ruído permissíveis

Em geral, os ventiladores de alta rotação provocam um nível de ruído


maior que os de baixa rotação, pela maior freqüência de vibração do

84 ventilador, caixa e suportes. As velocidades de escoamento elevadas nos


dutos ocasionam também aumento do nível de ruído no ambiente.
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

A Norma Brasileira NB-10/1978 fixa níveis de ruído permissíveis,


expressos em decibéis, que são mostrados na tabela 4.2.
Tabela 4.2 -Níveis de ruído permissíveis segundo a NB-10/1978.

Finalidade do local DBa (*)

Residências

Casas particulares (zona urbana) 30-40


Apartamentos 35-45

Escritórios

Diretoria 25-35
Sala de reuniões 30-40
Gerência 35-45
Sala de recepção 35-50

Ventiladores e exaustores
Escritórios em geral 40-50

Sala de computadores 45-65


Banheiros e toaletes 45-55

Restaurantes 40-50
Lanchonetes
85
Lojas de muito público 45-55

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


Supermercados 45-55
Bibliotecas 35-45
Salas de aula 35-45
Laboratórios 40-50

Áreas de produção

Exposto durante 8h/dia < 90


Exposto durante 3h/dia < 97

(*)dBa é o nível de ruído na escala “A” de um medidor de nível de som, que, por
meio de um filtro eletrônico, despreza ruídos de baixa freqüência que, devido
à baixa sensibilidade nesta faixa, não são perceptíveis pelo ouvido humano.
O nível de ruído deve ser medido em 5 pontos do ambiente e a 1,2m do piso.

Uma das maneiras de reduzir a propagação da vibração da caixa do


ventilador no duto é intercalar entre ambos uma ligação ou guarnição
elástica de borracha. Outra maneira que pode ser adotada em conjunto
com a anterior consiste em colocar um atenuador de ruído na boca de
aspiração e insuflamento de ventiladores axiais.

4.8 Fatores que Influenciam no Desempenho


Energético dos Ventiladores

Não basta que um conjunto moto-ventilador tenha sido bem


selecionado e bem fabricado. É necessário também que seja
devidamente instalado, operado e sofra uma manutenção conveniente.
Ventiladores e exaustores

4.8.1 Seleção do ventilador

A seleção tem a finalidade de permitir a escolha correta do ventilador


adequado para determinado serviço, ou a de verificar se o ventilador
disponível poderá executar satisfatoriamente o serviço desejado.
86
Para selecionar um ventilador:
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

>> são conhecidos:

• Vazão de ar – [m3/s];

• Geometria dos dutos (por exemplo:diâmetros de sucção e


pressão);

• Material dos dutos - ε [m] – rugosidade absoluta (tabela);

• Desenho da Instalação (comprimentos, curvas e acessórios).

>> Determinação dos parâmetros

• Perdas de cargas nos dutos e acessórios


onde:

Hp = perda de carga total nos dutos e acessórios [m];

Hpd = perda de carga distribuída [m];

H pL = perda de carga localizada [m].

>> Diferença de pressão total (ver figura 4.7)

onde:

Ventiladores e exaustores
∆p t = diferença de pressão total do ventilador [N/m2];

ρ = massa específica do fluido [kg/m3];

v3 = velocidade média de escoamento em 3 [m/s];


87
g = aceleração da gravidade [m/s2];

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


Hp = perda de carga nos dutos e acessórios da instalação [m].

Com a vazão e a diferença de pressão total da instalação, consultar


primariamente os chamados gráficos de seleção, que definem dentro
da linha de produção de cada fábrica, o tipo de ventilador capaz de
atender ao ponto de funcionamento desejado. A figura 4.28 apresenta
as curvas características de ventiladores de um determinado fabricante.
Figura 4.28 – Gráfico de um fabricante
para seleção de ventiladores (Bernauer).
Ventiladores e exaustores

88
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

O gráfico da figura 4.28 apresenta de um modo geral uma linha de


fabricação de ventiladores axiais. Após a escolha deve-se conhecer
melhor o equipamento, principalmente seu rendimento, seu
comportamento, seu consumo de energia, custo, etc.. A seleção não
deve ficar restrita a um determinado fabricante, ou seja, sempre
procurar a melhor opção, que atenda perfeitamente às solicitações da
instalação e que tenha a melhor eficiência possível.

Finalmente deve ser determinada a potência necessária ao acionamento


do ventilador, ou seja, a potência de eixo, mostrada na equação 4.12.
onde:

Pe = potência do eixo do ventilador [kW];

= vazão [m 3 /s];

ηt = rendimento total do ventilador (retirado


o catálogo do fabricante) [-];

∆p t = diferença de pressão total [N/m 2 ].

De posse do valor da potência de eixo de acionamento do ventilador,


supondo que haja acoplamento direto (de preferência), selecionar o
motor com a potência de eixo padronizada imediatamente superior

Ventiladores e exaustores
à mesma. Alguns usuários costumam, antes de padronizar a potência
de eixo do motor, dar uma margem de segurança. Essa prática é
condenável em função do aumento de potência e do custo operacional
que isto acarreta.

4.8.2 Instalação do ventilador


89
Quando se efetua a compra de um ventilador, solicita-se do fabricante

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


o desenho do conjunto e manual de instrução. O desenho do conjunto
traz as dimensões externas do conjunto moto-ventilador com:

>> dimensões de base;

>> locação;

>> diâmetro de chumbadores;

>> conexões de sucção e descarga;

>> conexões elétricas;

>> etc..
O Manual de Instrução de Instalação, Operação e Manutenção traz
essas instruções que devem ser rigorosamente seguidas, pois são
baseadas em muitos anos de experiências de muitos equipamentos e
instalações semelhantes. Além do mais, a observância das instruções
fornecidas está diretamente ligada à garantia do equipamento.

Os ventiladores devem ser instalados, nivelados e alinhados por


pessoas habilitadas. Quando esse serviço é executado incorretamente
traz como conseqüências transtornos na operação, desgastes
prematuros e tendência a maior consumo de energia.

4.8.3 Operação do ventilador

Depois da instalação correta do ventilador e das precauções


Ventiladores e exaustores

devidamente tomadas para o alinhamento do acionador, deve-se fazer


um check list para as providências da primeira partida. A presença
do fornecedor ou fornecedores do conjunto motor-ventilador é
fundamental para o primeiro funcionamento.

Para a primeira partida, deve ser feito o seguinte:


90 >> fixar o ventilador e o seu acionador firmemente na base;

fazer as ligações elétricas, certificando-se de que todos os


PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

>>

sistemas de proteção do motor encontram-se devidamente


ajustados e funcionando;

>>verificar o sentido de rotação do acionador, fazendo-a com o


ventilador desacoplado;

>> certificar-se manualmente de que o conjunto girante roda


livremente; se o rotor estiver preso ou raspando não se deverá
operar o ventilador até que se localize a causa do defeito e o
mesmo seja corrigido;
>>montar o protetor de acoplamento (se houver), certificando-
se de que o mesmo não está em contato com as partes girantes.

Verificados com cuidado e critério os pontos acima, dar partida na


máquina acionadora e desligar imediatamente, observando a parada do
conjunto a qual deve ser gradativa e suave. Constatada a normalidade,
dar a partida definitiva.

Tendo sido efetuada a partida e estando o ventilador em


funcionamento, observar os tópicos abaixo:

>>ajustar o ventilador para o ponto de operação (pressão


e vazão), abrindo-se lentamente a válvula após a saída do
mesmo, logo após o acionamento ter atingido sua rotação
nominal; para ventiladores com rotores axiais pode-se

Ventiladores e exaustores
necessitar fechar a válvula para ajustar o ponto de operação;

>>controlar a corrente consumida (amperagem) pelo


motor elétrico; o valor da corrente nominal encontra-se na
plaqueta do motor; pode-se acompanhar o valor da corrente
através de amperímetro no painel ou alicate amperímetro
colocado diretamente no cabo de alimentação. Controlar 91
ainda a tensão da rede;

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


certificar-se de que o valor da pressão de sucção é o previsto
>>

no projeto;

>>certificar-se de que o ventilador opera livre de vibrações e


ruídos anormais.

Na parada do ventilador, observar as seguintes providências em seqüência:

>>fechar a válvula após a saída do ventilador, exceto


ventiladores com rotores axiais;

>> desligar a máquina acionadora e observar a parada gradativa


e suave do conjunto.
4.8.4 Manutenção do ventilador

Se um ventilador foi bem comprado (especificado, inspecionado,


testado), bem instalado e se é bem operado, a manutenção do mesmo
torna-se mais fácil. Entretanto, sendo um equipamento rotativo e
dinâmico, sofre desgastes inevitáveis. Assim sendo, é de importância
fundamental que quaisquer conjuntos motor-ventiladores devam estar
sujeitos a uma manutenção realmente eficiente.

Com a manutenção eficiente deve-se ter sempre um equipamento


em boas condições de operação, trabalhando com bom rendimento e
tendo um consumo operacional menor possível.

Existem vários tipos de manutenção que não serão tratadas neste curso.
Ventiladores e exaustores

4.9 Ensaios de Ventiladores

4.9.1 Finalidades dos ensaios

92 Ao se projetar um ventilador, visa-se, especificamente, o fornecimento


de um par de valores, pressão e vazão, com máximo rendimento possível.
Contudo a máquina trabalhará na melhor condição, como também em
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

condições adversas de pressão e vazão (fora do ponto de projeto).

O estudo do comportamento de ventiladores tem a finalidade de se


fazerem análises tanto teóricas como experimentais dessas máquinas
trabalhando em diversas condições de funcionamento.

Os ventiladores são ensaiados com a finalidade de se verificarem as


qualidades reais, bem como obter dados que servirão para orientação
e pesquisas de novos tipos. A maioria dos ensaios em ventiladores
tem como finalidade verificar as garantias dadas pelo fabricante e
o bom funcionamento da máquina. Entretanto, com o intuito de
generalização, os ensaios se apresentam sob diferentes aspectos
conforme o fim a ser atingido, podendo ser os seguintes:

>> Ensaio Corrente de Máquinas de Pequena Potência

Não exige uma grande precisão, podendo o mesmo ser executado por
uma única pessoa. É o caso de ensaios feito visando o controle de
qualidade do produto.

>> Ensaio de Estudo e Desenvolvimento

Visa a pesquisa, através da análise dimensional e da estatística, de


coeficientes que permitam o pré-dimensionamento satisfatório de
máquinas semelhantes, melhoria do projeto e também pesquisas
de melhores formas para os diversos conjuntos. Estes ensaios

Ventiladores e exaustores
exigem aparelhos de alta precisão manejados por pessoal altamente
especializado e são realizados nas próprias indústrias e em laboratórios
diversos com a finalidade de se obter know-how.

>> Ensaio de Recepção

Este é um ensaio que interessa ao comprador da máquina, para se


verificar se as condições estão dentro das especificadas pelo fabricante.
93
Freqüentemente é operado na presença do cliente, na fábrica ou no

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


local da instalação, com finalidade de satisfazer cláusulas contratuais.
Exige conforme o caso aparelhos de precisão.

Além disso, após a compra da máquina, podem ser feitos ensaios


periódicos, que permitem analisar as falhas e desgastes que ocorram
com a mesma, para que se possa fazer uma manutenção preventiva.

>> Ensaio de Formação Profissional

São os chamados ensaios de instrução realizados nas escolas de


engenharia ou congêneres, com finalidade didática e de demonstração
na formação profissional.
De maneira geral os ensaios podem ser realizados seja no banco de
ensaios do fabricante, seja em plataforma projetadas especificamente,
ou seja, no próprio local de funcionamento. Se o ensaio é realizado no
local de funcionamento (condições de utilização real), as tolerâncias
das medidas deverão ser maiores devido às condições nem sempre
favoráveis de medição e devem ser previstas no contrato.

4.9.2 – Tipos dos ensaios

Quanto ao estado e ao modo de execução de ensaios, distinguem-se


dois tipos:

>> Ensaio em Estado de Equilíbrio

É conseguido através de um tempo suficiente de adaptação, antes do


Ventiladores e exaustores

início das leituras de tal forma que nenhuma das grandezas a medir
sofra variações no intervalo considerado. Teoricamente, para tal
ocorrência, esse tempo é infinito. Na prática consegue-se aproximação
do estado de equilíbrio quando os desvios das grandezas a medir forem
menores que a precisão dos aparelhos de medida. Com o estado de

94 equilíbrio, pretende-se eliminar as influências secundárias, que, se


computadas, podem falsificar totalmente os ensaios.

Ensaio em Estado Transitório


PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

>>

Onde justamente se procura analisar os processos armazenadores que


aparecem entre os estados de equilíbrio.

Os ensaios em estado transitório são bem mais difíceis de serem


realizados. Normalmente, são necessários aparelhos de medição com
registradores e analisadores, que permitem no pequeno intervalo um
registro eficaz das grandezas. A análise dessas grandezas é bem mais
complexa que as do ensaio em estado de equilíbrio, devido principalmente
ao grande número de variáveis de importância a ser considerado.
4.9.3 – Campos de Funcionamento

4.9.3.1 – Campo Básico de Funcionamento

São diagramas que retratam o comportamento de um ventilador,


mostrando o relacionamento de interdependência existente entre as
grandezas que caracterizam o seu funcionamento. Esses diagramas são
obtidos em bancadas de testes.

Nos ensaios em estado de equilíbrio, para qualquer tipo de máquina, é


fundamental o traçado do campo básico de funcionamento, diagrama
topográfico, ou, como às vezes é denominado, diagrama de colina.

O campo citado nada mais é que a representação plana das várias

Ventiladores e exaustores
variáveis em questão, sendo duas escolhidas como básicas e as demais
mantidas constantes.

Tais variáveis são principalmente:

– vazão de fluido operante;


95
∆p t – diferença de pressão total;

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


n – rotação;

ηt – rendimento total do ventilador;

Ph – potência hidráulica ou do fluido;

Pe – potência efetiva ou no eixo da máquina.

A determinação do campo básico do funcionamento é feita


através de três destas variáveis, convenientemente escolhidas como
independentes. Geralmente se dá preferência a , ∆Pt e n por serem
de simples determinação.
Para uma representação plana torna-se necessário fixar uma delas,
variando as outras duas. A escolha é arbitrária, mas normalmente é
feita da seguinte maneira:

∆pt e variáveis;

n constante.

Uma vez traçado esse campo, é possível traçar outras curvas com as
equações que interligam as variáveis e aquelas tomadas como básicas.

4.9.3.2 – Campo básico de funcionamento de um ventilador

Como foi visto, para o ensaio de um ventilador tem-se que fazer


Ventiladores e exaustores

leituras da vazão, da pressão, rotação e potência no eixo. Com isso


dentro dessas variáveis, escolhem-se três variáveis, ou seja, vazão
( ), diferença de pressão total (∆pt) e rotação (n). Como variáveis
derivadas têm-se a potência hidráulica (P h) e o rendimento total
(ηt). Necessitam-se escolher das três variáveis, duas como básicas.
Dessas duas, uma será dependente e a outra independente. Existem
96 assim, seis possibilidades, que deverão ser escolhidas conforme
conveniência. Normalmente, escolhe-se como variável independente
e dependente ∆pt. Assim sendo, traça-se o campo ∆pt versus ,
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

com curvas de rotação e rendimento constantes.

Para o ensaio, como a variável independente foi escolhida , deve-


se submeter a máquina a diversas vazões. Para variar a vazão, dão-se
diversas aberturas em uma válvula colocada na tubulação de saída.
Para cada posição da válvula, estabelecem-se várias rotações, fazendo
então as diversas leituras para cada rotação.

Uma vez obtidos os diversos valores lidos e calculados deve-se plotar


em um gráfico ∆pt x . Ligando-se os pontos correspondentes a cada
abertura, obtém-se a família de curvas a1, a2..., an. Cada uma destas
curvas foi obtida para uma determinada posição da válvula, elemento
que fornece a maior parte das perdas de carga que o ventilador deve
vencer; pode-se denominá-las como “características do sistema”.

Pode-se também, para uma rotação constante da máquina, variar a


vazão ( ), ou ainda colocar nos vários pontos das características de
campo, os valores das rotações, retirados do quadro de valores. Com
isso pode-se ligar os pontos de mesma rotação, aparecendo no gráfico
uma nova família de curvas, n1, n 2 ..., n n .

Ainda neste campo, podemos colocar os valores dos rendimentos.


Ligando os pontos de mesmo rendimento, tem-se uma nova família de
curvas, η1 , η2,..., ηmáx.

Ventiladores e exaustores
O campo resultante é semelhante ao obtido em topografia, quando se
faz a representação de colinas usando o sistema de projeções cotadas.
Este é o motivo da denominação diagrama topográfico ou colina. As
figuras 4.29 e 4.30 mostram os diagramas de colina de um ventilador
centrífugo e um ventilador axial.

97
4000
h =0,65
0,50

0,70
0,72

3500
0,73

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


3000
0,70
TO
LIMITE DE BOMBEAMEN

8
0,73

0,65

2500
0,50

300
0
p (N/m2 )

2000
280
0
260

1500
0
240
0
220

1000
0
200
0

500
180
0
n=1
600
rpm

0
0 0,5 1,0
V(m3 /s) Figura 4.29 – Campo Básico de um
Ventilador Centrífugo.
Figura 4.30 – Campo Básico de
um Ventilador Axial.

40

35 1750 rp
m

30
(POT. CONSUM.)

41%

42%
7,0
1750 rpm

h=
25 1450

40%
6,0

D p (mmca)
20

35%
5,0

30%
1150 1450 4,0
15

Pe (CV)
950 3,0
10 20%
850
1150
2,0
Ventiladores e exaustores

713 15%
5 950
850 1,0
713

0
0
3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0
VAZÃO (m3 /s)

Em seus catálogos, os fabricantes de ventiladores, ao invés de lançarem


98 mão da variação de rotação para ampliar o campo de emprego da
máquina, lançam mão da variação de diâmetro. O fabricante constrói
a carcaça de tal forma que a mesma possa receber rotores de vários
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

diâmetros, sem afetar sensivelmente a hidráulica do conjunto, como foi


citado no item 4.6.1.2.

4.9.4 – Bancos de ensaios

4.9.4.1 – Instrumentação necessária

Para realização dos ensaios de ventiladores deve-se ter, no mínimo, os


seguintes equipamentos e instrumentos para as diversas medidas:
>> manômetro de vários tipos, inclusive transdutores de pressão;

>> termômetros, barômetros;

tubos de Pitot estáticos, Tubos de Prandtl, bocais, diafragmas,


>>

para medições de vazões;

>>tacômetros de medida direta, contador eletrônico ou


estroboscópio;

>>dinamômetros de torção, dinamômetros eletromagnéticos


para medição de potência de eixo.

Além disso, a instalação elétrica deverá ter instrumentação para medição


de tensão da intensidade de corrente e, eventualmente, da potência
efetiva demandada pelo motor do ventilador à rede de energia elétrica.

Ventiladores e exaustores
4.9.4.2 – Normas

No Brasil não existe norma da ABNT para ensaios de ventiladores.


Desta forma, utilizam-se as mesmas normas dos fabricantes de
ventiladores norte-americanos, canadenses e europeus, que após
acertos e ajustes entre AMCA (Air Moving and Conditioning
Association) e EUROVENT, utilizam a norma AMCA 210, “Métodos
99
de Laboratório para Testes de Ventiladores”, como base para testes e

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


ensaios de ventiladores. Em alguns casos, fabricantes europeus usam
normas que diferem da AMCA-210. Todas essas normas podem ser
comparadas quanto à precisão das medições etc., porém existem
diferenças nas definições terminológicas que poderão alterar a
classificação final do ventilador perante um cliente potencial.

É, portanto, importante que os possíveis clientes exijam que os


fabricantes de ventiladores especifiquem se a classificação do seu
produto está em conformidade com as definições apresentadas na
norma AMCA-210.
4.9.4.3 – Tipos de bancos de ensaios

Em escoamento de fluidos realizados por ventiladores há necessidade


de obedecer a distâncias padronizadas para fazer medidas do mesmo.
Assim a figura 4.31 apresenta o desenvolvimento do escoamento em
ventiladores centrífugos e axiais.

>> Banco de Ensaios Convencional

A figura 4.32 mostra o esquema de um banco de ensaios convencional


de ventiladores do Laboratório de Mecânica dos Fluidos do Instituto
de Engenharia da Universidade Federal de Itajubá, conforme a norma
AMCA-210.

>> Banco de Ensaios de Tiragem


Ventiladores e exaustores

A figura 4.33 mostra o banco de ensaios de tiragem do Laboratório


Ventiladores do Instituto de Engenharia Mecânica da Universidade
Federal de Itajubá – UNIFEI.

100
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

Figura 4.31 – Escoamento na saída de


ventiladores centrífugos e axiais.
Figura 4.32 – Bancada de teste
convencional de acordo com a AMCA.

Ventiladores e exaustores
Figura 4.33 – Bancada de teste de
ventiladores, tipo de tiragem, da UNIFEI.

VÁLVULA SIMULADORA
DE CARGA

101
MEDIDOR DE VAZÃO
DO TIPO ORIFÍCIO VENTILADOR DE
TIRAGEM

D Pe Dh
MANÔMETRO

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


BETZ
QUADRO DE CONTROLE

CÂMARA G

FREIO ELETRODINAMOMÉTRICO

TACÔMETRO (n)

VENTILADOR A
SER ENSAIADO
4.9.4.4 – Medidas de vazão
>> Tubo de Prandtl

Figura 4.34 – Tubo de Prandtl, medidas de


velocidade de escoamento.

A velocidade de escoamento medida pelo tubo de Prandtl pode ser


Ventiladores e exaustores

determinada pela equação 4.13.

onde:

v = velocidade de escoamento do fluido em um ponto [m/s];

102 g = aceleração da gravidade [m/s2];


PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

∆hd = diferença de pressão dinâmica [mmca];

ρL = massa específica do líquido manométrico [kg/m3];

ρF = massa específica do fluido [kg/m3].

Para determinar a velocidade média de escoamento do fluido,


utilizando o tubo de Prandtl tem-se na equação 3.21 a definição de
velocidade média a seguir.
Sejam as figuras 4.35a e 4.35b, respectivamente, o perfil de velocidades
v em um tubo de raio R e o produto r.v, em uma posição qualquer de
raio r e elemento dr.

a) Figura 4.35 – Perfil de velocidade


vn
Centro do tubo
em um tubo.
v=F (r)

r dr

Parede do Tubo
v máx

0
R

b)
r.v n

r.v =F (r)
n

Ventiladores e exaustores
R
rn S= r.v.dr
0

r dr

Como se tem:
103
Resulta:

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


As posições do raio r padrão estão mostradas na figura 4.36.
1 2 3 4 5

1
rF R
1 2 0,316.R
D
0
2
0,548.R
Movimento do Prandtl
3
0,706.R

D hd 4
0,836.R

rL 5 Figura 4.36 – Posições padronizadas


0,948.R para determinação da velocidade de
escoamento (Troskolanski, 1965).
A vazão volumétrica será calculada pela equação 4.17.

>> Placa de orifício

A figura 4.37 apresenta uma placa de orifício dentro de um tubo que


escoa um fluido de massa específica ρF, provocando uma diferença de
pressão ∆h no manômetro de colunas de líquido de massa específica ρL.

Aplicando a equação de Bernoulli, demonstra-se que a vazão


volumétrica de escoamento é mostrada na equação 4.18.

Figura 4.37 – Esquema da


placa de orifício.
Ventiladores e exaustores

r D2
F
D1 D0

104
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

Dh

r
L

onde:

= vazão [m3/s]

A0 = área no diâmetro menor da placa [m2];


g = aceleração da gravidade [m/s2];

ρ F = massa específica do fluido [kg/m3];

ρ L = massa específica do líquido manométrico [kg/m3];

C o = coeficiente da placa [-].

O coeficiente da placa de orifício é obtido experimentalmente e é


determinado em função do número de Reynolds e pela relação de
diâmetro menor pelo diâmetro maior. Para maiores detalhes consultar
(Norma ISO,1980).

>> Venturi

Ventiladores e exaustores
O Venturi é constituído de: uma seção a montante pelo mesmo diâmetro
do tubo, (ponto 1), para medir a pressão estática; uma redução ou
garganta (ponto2), para medir também a pressão estática. A figura
4.38 mostra um Venturi. A vazão é função da diferença de pressão e
aplicando-se a equação de Bernoulli demonstra-se a equação 4.19.

Figura 4.38 – Esquema do Venturi. 105

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


onde:

= vazão [m3/s]

A2 = área no diâmetro menor do Venturi [m2];

g = aceleração da gravidade [m/s2];

p1 = pressão em 1 [N/m2];

p2 = pressão em 2 [N/m2];

ρ = massa específica do líquido (normalmente água) [kg/m3];


Ventiladores e exaustores

Cv = coeficiente do Venturi [-].

O coeficiente do Venturi é obtido experimentalmente e é determinado


em função do número de Reynolds, pela relação de diâmetro menor
pelo diâmetro maior e o material que o mesmo é construído. Para
106 maiores detalhes consultar a Norma ISO (1980).

4.10 – Balanço de Energia no Conjunto Motor-Ventilador


PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

4.10.1 – Potências

Seja a figura 4.39 uma instalação mostrando um conjunto moto-


ventilador, com potência elétrica de entrada Pel e potência hidráulica
de saída Ph. Assim deve-se calcular as potências.

As potências envolvidas são:

>> Pel – potência elétrica do motor;

>> Pem – potência no eixo do motor;


>> Pev – potência no eixo do ventilador;

>> Ph – potência hidráulica do ventilador.

Ph

P ev

VENTILADOR

ACOPLAMENTO
P el

Ventiladores e exaustores
MOTOR
ELÉTRICO
P em
Figura 4.39 – Conjunto moto-ventilador.

A determinação da potência hidráulica é dada pela seguinte equação:

(4.20) 107
onde:

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


P h = potência hidráulica do ventilador [kW];

∆p t = diferença de pressão total do ventilador [N/m2];

= vazão volumétrica [m 3/s].

4.10.2 – Rendimentos
Os rendimentos serão:
>> Rendimento do motor elétrico

(4.21)

>> Rendimento do acoplamento do ventilador

(4.22)

>> Rendimento do ventilador

(4.23)

>> Rendimento do conjunto motor-ventilador

(4.24)

No caso do acoplamento, o rendimento é 100% para acoplamento direto.


Ventiladores e exaustores

Para outros, o rendimento dependerá do tipo de acoplamento. O ideal,


quando possível, é executar o acoplamento direto, pois o grupo motor-
ventilador terá um rendimento maior. É muito importante também que
o rendimento do ventilador e o rendimento do motor sejam máximos
possíveis e que o motor não seja sobredimensionado, o que acarretaria
aumento de consumo operacional.
108
4.11 – Considerações e Comentários
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

Como foi visto anteriormente, os ventiladores operam em uma larga


faixa de vazões e pressões, apresentando uma flexibilidade no seu
funcionamento, seja variando-se a vazão através de uma válvula na
saída, de válvulas especiais na entrada, ambos na rotação constante,
ou obtendo-se essa variação com a mudança de rotação. Todavia, essa
flexibilidade tem que ser encarada dentro de certos limites. O ideal
seria que as máquinas funcionassem no ponto de máximo rendimento,
o que proporcionaria, além de um menor consumo, um melhor
desempenho e um menor desgaste na mesma. Isto se torna inviável na
maioria das aplicações, pois as instalações solicitam dos ventiladores
a operação fora do ponto de máximo rendimento, tanto para a
direita como para a esquerda desse ponto. A preocupação dos usuários
ultimamente é selecionar os conjuntos motor-ventiladores com a máxima
eficiência energética possível, utilizando essas máquinas que operariam
com rotação variável, principalmente na diminuição da vazão. Esta é uma
alternativa que consome menos energia se comparada àquelas do ventilador
funcionando com rotação constante e variando a vazão através de válvulas.

A seleção adequada do ventilador, escolhendo o de melhor rendimento,


é o primeiro passo visando a minimizar o consumo de energia. Não
basta somente a boa seleção do equipamento para contribuir com
a diminuição do consumo de energia, mas é necessário o conjunto
girante ser devidamente instalado e operado e ainda sofrer uma
manutenção conveniente.

Ventiladores e exaustores
Um dos pontos que mais contribui para o aumento de consumo de energia
é a seleção da máquina sobredimensionada. Muitas vezes, o técnico ou
usuário destina um tempo razoável para selecionar uma diferença pequena
de rendimento entre dois ventiladores, enquanto que, ao mesmo tempo,
economias em potencial de até 15% da energia são ignoradas através de
uma atitude muito conservadora na seleção das condições requeridas de
serviço. Isto quer dizer que sobre a margem de segurança imposta pelos 109
técnicos, de uma forma conservadora e muito usual, prevendo os desgastes
futuros de folgas internas, com o tempo, reduzir-se-á a capacidade efetiva

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do ventilador. A decisão do valor da margem de segurança é complexa e
depende de cada caso, pois o desgaste varia com o tipo de ventilador, com a
rotação escolhida, tempo de operação e outras variáveis. Entretanto, muitos
técnicos excedem na escolha da margem de segurança, proporcionando
um consumo maior de energia. Deve-se escolher uma margem menor de
segurança e fazer uma manutenção adequada e na hora certa, como um
item de diminuição de consumo de energia.

Deve-se ter a atenção, em termos de consumo excessivo de energia, para


o fato de usuários selecionarem apenas um ventilador operando com
rotação constante em uma instalação que solicita grandes variações de
vazão. A máquina em determinados momentos operará com vazões
reduzidas, conseguidas com o estrangulamento de uma válvula.

A solução seria escolher dois ou três ventiladores de menor capacidade,


operando em paralelo, para atender as variações da instalação. Os
três operariam para suprir a maior capacidade do sistema e, quando
fosse solicitada uma vazão menor, apenas uma máquina operaria
consumindo bem menos que no primeiro caso. Uma outra alternativa
para esse caso seria escolher um ventilador de rotação variável, como
já visto anteriormente.

Outro ponto importante na seleção dessas máquinas é analisar o tipo


de rotor. Os rotores fechados proporcionam melhores rendimentos se
comparados com os abertos, que possuem muitas perdas por fugas.
Ventiladores e exaustores

Rotores de pás retas ou pás curvadas para a frente, se comparados


com os rotores de pás curvadas para trás e com perfil aerodinâmico,
possuem menos rendimento.

Casos dos mais variados podem surgir na seleção dos ventiladores.


Além da análise técnica na operação da máquina, deverá ser feita
110 uma análise de custos relacionados com o consumo operacional, não
esquecendo que os custos iniciais, muitas vezes, podem ser altos para
que o operacional, ao longo de um tempo, torne-se baixo.
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As instalações com ventiladores utilizados no meio industrial e em


outros sistemas são das mais variadas possíveis. Para cada caso, deverá
ser selecionada a melhor máquina para atender as solicitações da
instalação, escolhendo o tipo do acionador mais viável e com bom
rendimento, seja com rotação constante ou variável, com o intuito
sempre de uma boa operação e boa eficientização energética. As análises,
com relação aos limites de funcionamento do ventilador, deverão
ser amplamente discutidas, principalmente na variação de vazão. É
importante lembrar que a máquina, operando com rotação constante e
com válvula de estrangulamento, poderá ser utilizada para vários casos,
em que a vazão do sistema se mantenha constante ou com pequenas
variações. Para este caso, a escolha da margem de segurança razoável e os
critérios de dimensionamento da válvula de controle são importantes e
podem trazer uma economia mais significativa de energia.

Ventiladores e exaustores
111

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL


PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL Ventiladores e exaustores

112
5 - APLICAÇÕES
5.1 – Qual a taxa de calor por convecção, radiação, evaporação e
metabolismo de um corpo humano padrão exposto em uma corrente
de ar de 0,25m/s e 24OC?

5.2 – Determinar a umidade absoluta e a umidade relativa sabendo-se


que a temperatura de bulbo seco é de 30OC e a temperatura de bulbo
úmido é 22,8OC.

5.3 – Qual deverá ser o suprimento de ar para a diluição de odores


corporais em uma sala onde se encontram 20 pessoas adultas sentadas
trabalhando moderadamente. A sala mede 5mx8,4mx3m.

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5.4 – Um recinto possui um volume de 180m3 e nele trabalham em
regime de atividade moderada 12 pessoas e o local é uma oficina.
Calcular o suprimento de ar para remover odores e eventuais fumaças
de cigarro.

5.5 – Deseja-se realizar uma instalação de ventilação com exaustão


mecânica (ventilação induzida) em uma sala de escritório de uma 113
indústria onde trabalham 22 funcionários. A entrada de ar se faz por
janelas amplas em uma das extremidades, como mostra a figura 5.1 a

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seguir. A remoção de ar se fará com dois ventiladores axiais na parede
oposta. Determinar a vazão necessária à obtenção de um razoável nível
de conforto, supondo que 40% das pessoas fumam.

5.6 – Determinar a massa específica do ar que escoa na sucção de um


ventilador centrífugo, sabendo-se que sua pressão estática é –300mmca
em uma temperatura de 19OC. A pressão atmosférica foi medida e vale
695mmHg

5.7 – Utilizando o diagrama de Moody, determinar a perda de carga do


ar escoando com uma vazão de 1,1m3/s, a uma temperatura de 30oC
em um conduto circular de diâmetro 450mm. O comprimento do tubo
é 25m e seu material é de aço galvanizado.

5.8 – Utilizando a fórmula de Nackab, determinar a perda de carga


do ar escoando com uma vazão de 1,8 m3/s, a uma temperatura de
20oC em um conduto retangular com a = 0,76m e b = 0,30m. O
comprimento do tubo é 25m e seu material é de aço galvanizado.

A A

SALA

8,00 m
S=160 m2
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20,00 m

PLANTA

114

0,30
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3,20 m
CORTE A-A
Figura 5.1 – Aplicação do exercício 5.5.

5.9 – Defina a característica de operação de um ventilador radial, com


relação à pressão e vazão.

5.10 – Qual é a função de um rotor gêmeo de um ventilador?

5.11 – O que define a rotação específica de um ventilador?


5.12 – Na partida de um ventilador centrífugo como deverá estar a
válvula de saída do mesmo? E no ventilador axial?

5.13 - Um ventilador centrífugo de eixo horizontal apresenta as


seguintes características:

Pede-se determinar:

a) a diferença de pressão total em mmca fornecida pelo


ventilador;

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b) a potência hidráulica do ventilador sabendo-se que a vazão
de ar é de 2 m3/s.

Sabe-se que as condições de ar são de 1,23 kg/m3 e 20 oC.

5.14 – Determinar a diferença de pressão total na instalação de


ventilação mostrada na figura 5.2. 115

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v3

z 3

Filtro
v2
0
2
z 0 1 z 2
z1
Figura 5.2 – Aplicação do exercício 5.14.
5.15 – O ventilador centrífugo de exaustão foi testado no Laboratório
de Ventiladores da Universidade Federal de Itajubá, operando com
rotação constante. O esquema da bancada de teste e os dados para
uma determinada condição estão na figura 5.3 e na tabela 5.1. Pede-
se determinar a diferença de pressão total, a potência hidráulica, a
potência de eixo e o rendimento total do ventilador, sabendo-se que o
rendimento do motor é 80% e do acoplamento 86%.
Tabela 5.1: Valores Lidos

pe1 t1 h1 pe nm nv Pel

[mmca] [ºC] [mmca] [mmca] [rpm] [rpm] [kW]


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7 -510 24 545,0 590 1786 2285 40,99


CONDIÇÕES AMBIENTES
Pb1 = 692 [mmHg] Pbf = 692 [mmHg]
1 = 72 [%] f = 70 [%]
t1 = 27 [oC] tf = 27,8 [oC]

116
PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

Figura 5.3 – Aplicação do exercício 5.15.


5.16 – A figura 5.4 mostra o campo básico de um ventilador centrífugo.
A curva da instalação encontra-se apresentada, e o ventilador operará
na rotação constante de 2800 [rpm], com uma vazão de 1,05m3/s.
A instalação solicita a operação do ventilador em 0,9m3/s, ou seja,
há necessidade de fechar a válvula na rotação constante. Pede-se
determinar a economia de energia por mês se o ventilador operasse
na rotação variável para atender a vazão solicitada. Sabe-se que o
ventilador opera 24 horas. Considerar o rendimento do motor elétrico
constante e igual a 85%.

Ventiladores e exaustores
117

PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL

Figura 5.4 – Aplicação do exercício 5.16.


PROGRAMA DE EFICIENTIZAÇÃO INDUSTRIAL Ventiladores e exaustores

118
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MG: UNIFEI, 2002. 250 p.
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ECK, B. Fans. London: Pergamon Press, 1973. 586 p.
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HOLMAN, J. P. Transferência de calor. São Paulo: Editora
MacGraw-Hill, 1983. 639 p.
MACINTYRE, A. J. Ventilação industrial e controle de
poluição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Dois, 1988. 403 p.

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MATAIX, C. Turbomaquinas hidraulicas. Madrid: Editorial
Icai, 1975. 1371 p.
MESQUITA, A. L. S.; GUIMARÃES, F. A.; NEFUSSI, N.
Engenharia de ventilação industrial. São Paulo: Editora Edgard
Blücher, 1977. 442 p.
Norma AMCA-210 (Air Movement and Control Association), 1974.
Norma ISO-5167, Measurement of fluid flow means of orifice 119
plates, nozzles and venturi tubes, 1975.
NACKAB, J. Calcul direct, sans itération, de la perte de charge

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en conduit par le formule de Colebook, La Houille Blanche. Número
1, 1998, p.61-62.
SÉDILLE, M. Ventilateurs et compresseurs centrifuges et
axiaux (tome 1), Paris: Eyrolles Editeur, 1973. 280 p.
STOECKER, W. F.; JONES, J. W. Refrigeração e ar
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TROSKOLANSKI, A. T. Des mesures hydrauliques. Paris:
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VARELLA, S. Ventiladores – seu dimensionamento e
características (apostila), Itajubá-MG: FUPAI, 1992. 120p.
VIANA, A. N. C. Seleção, instalação, operação e manutenção de
bombas centrífugas (Apostila). Itajubá-MG: Curso FUPAI, 1999. 160 p.
VIANA, A. N. C. Bombas de fluxo e ventiladores. Capítulo 7:
Livro Conservação de energia – eficiência energética de instalações e
equipamentos. Itajubá-MG: Editora EFEI, 2001. p.213-245.

SITES INTERESSANTES

www.bernauer.com.br
www.marelliventiladores.com.br.
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ELETROBRÁS / PROCEL
Presidência
Silas Rondeau

Diretoria de projetos especiais e desenvolvimento tecnológico industrial


Aloísio Vasconcelos

Departamento de desenvolvimento de projetos especiais


George Alves Soares

Divisão de projetos setoriais de eficiência energética


Fernando Pinto Dias Perrone

EQUIPE TÉCNICA
Ventiladores e exaustores

Autor
Agusto Nelson Carvalho Viana

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Coordenadora do PROCEL INDÚSTRIA
Vanda Alves dos Santos
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Equipe PROCEL INDÚSTRIA


Bráulio Romano Motta
Carlos Aparecido Ferreira
Carlos Henrique Moya
Frederico Guilherme S. M. Castro

CEPEL
Edson Szyszka
Osvaldo Luiz Cramer de Otero
Fabiane Maia
Evandro Camelo
REVISÃO*
Edson Szyszka (CEPEL)
Osvaldo Luiz Cramer de Otero (CEPEL)
Fabiane Maia (CEPEL)
Evandro Camelo (CEPEL)
Carlos Aparecido Ferreira (ELETROBRÁS)
Bráulio Romano Motta (ELETROBRÁS)

(*) O trabalho de revisão abrangeu: padronização de todas as publicações quanto à itemização, apresentação
de fórmulas, figuras e tabelas; verificação de ortografia e eventuais correções gramaticais; padronização de
figuras quanto à precisão, incluindo reelaboração e/ou escaneamento. As correções ou alterações do texto
limitaram-se aos aspectos citados e a eventuais adaptações requeridas pelas padronizações, não tendo havido
interferência quanto ao conteúdo técnico, que é de total mérito e integral responsabilidade do(s) autor(es).

PROJETO GRÁFICO
Núcleo Design PUC-Rio

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Projeto gráfico do miolo, tratamento das imagens, diagramação e
editoração eletrônica

Traço Design
Projeto gráfico das capas

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