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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE PETRÓLEO

ALANA RAPHAELLA CORREA SÁ

“AVALIAÇÃO DE UM TROCADOR DE CALOR CASCO E TUBOS


PARA MONITORAMENTO DO DESEMPENHO OPERACIONAL DE
UM PROCESSO INDUSTRIAL”

Niterói
2/2016
ALANA RAPHAELLA CORREA SÁ

“AVALIAÇÃO DE UM TROCADOR DE CALOR CASCO E TUBOS


PARA MONITORAMENTO DO DESEMPENHO OPERACIONAL DE
UM PROCESSO INDUSTRIAL”

Projeto Final apresentado ao Curso de Graduação em


Engenharia Química, oferecido pelo departamento de
Engenharia Química e de Petróleo da Escola de
Engenharia da Universidade Federal Fluminense, como
requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em
Engenharia Química.

ORIENTADOR

Profo. Dr. Diego Martinez Prata

Niterói
2/2016
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Engenharia e Instituto de Computação da UFF
AGRADECIMENTO

Primeiramente, agradeço aos meus pais, Luiz e Rose, por sempre me incentivarem a
superar os desafios e também por todos os sacrifícios que eles fizeram, a fim de proporcionar
melhores oportunidades para o meu futuro.

Agradeço a toda a minha família pelo apoio, principalmente a minha irmã, Daniella, por
me aguentar nos momentos de dificuldade e aos meus tios, Márcia e Gustavo, por oferecerem
um lar durante a faculdade, diminuindo assim as distâncias e facilitando meu desempenho
durante esse período.

Agradeço às meninas da república, em especial a Maria e a Amanda, que sempre me


apoiaram e ajudaram a diminuir o fardo durante a Universidade, proporcionando momentos que
lembrarei para sempre.

Aos meus amigos que fiz no intercâmbio que fizeram parte de uns momentos mais
extraordinários da minha vida. Agradeço a University of Minnesota por toda a hospitalidade e
em especial ao ballroom competition team por ter me acolhido como parte da família e me
proporcionado a experiência sem igual de representar a universidade no campeonato nacional.

Agradeço ao Professor Christopher Macosko, pela imensa experiência e aprendizado


durante o estágio de verão realizado em seu laboratório e também a Saibom Park, por sua
paciência e grande habilidade de ensinar cada processo antes desconhecido por mim.

Agradeço à UFF por me desenvolver no âmbito acadêmico e pessoal durante os anos da


minha graduação e a todos os amigos que me acolheram durante essa caminhada.

Agradeço ao meu namorado Raphael, pois sem ele grande parte desse trabalho não teria
sido realizado, assim como todo o apoio emocional nos momentos em que pensei que não seria
capaz de prosseguir.

Agradeço à Braskem por ter ajudado a me desenvolver como profissional, bem como
por disponibilizar um equipamento para estudo, tema principal abordado nesse projeto.

Por último agradeço ao meu orientador professor Dr. Diego Prata, por ter me ajudado
no desenvolvimento desse projeto.

Alana Raphaella Corrêa Sá


RESUMO

Esse trabalho é voltado para o estudo de trocadores de calor e sua aplicabilidade na


indústria química. Esses equipamentos são utilizados a fim de realizar a troca térmica entre dois
fluidos, sendo um de trabalho e outro responsável pela troca requerida (quente ou frio,
dependendo da ação de interesse). Em posse dos dados da planta de polipropileno localizada
no Rio de Janeiro, realizou-se um estudo entre a folha de dados e simulações computacionais,
a fim de confirmar o projeto original. Esses valores mostraram-se não satisfatórios devido ao
superdimensionamento do equipamento no plano inicial. Dessa forma, criou-se um programa
responsável pela facilitação do acompanhamento do coeficiente de troca térmica, U, do trocador
crítico estudado nessa monografia.

Palavras-Chaves: Trocador de calor, Polipropileno, Simulação e Programação.


ABSTRACT

This work is aimed at the study of heat exchangers and its application in the chemical
industry. These devices are used to perform thermal exchange between two fluids, one is the
interest fluid and the other is responsible for the required exchange (hot or cold, depending on
the action of interest). In possession of the polypropylene industrial records located in Rio de
Janeiro, a study of the data sheet and computer simulations in order to confirm the original
design was carried out. These values proved to be unsatisfactory due to oversizing of the
equipment in the original plan. Thus, a software was developed to facilitate the monitoring of
the heat transfer coefficient, U, in the critical heat exchanger studied in this thesis.

Key words: Heat exchanger, Polypropylene, Simulation e Programming.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 16
1.1 CONTEXTO 16
1.2 OBJETIVO 18
1.3 ESTRUTURA 19

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 21

2.1 TROCADOR DE CALOR 21


2.2 TROCADOR DE CALOR CASCO E TUBO 27
2.2.1 Classificação dos trocadores casco e tubo baseados em sua construção 28
2.2.2 Esquema de tubos 31
2.2.3 Chicanas 33
2.2.4 Passes 34
2.2.5 Mudança de fase 34
2.3 PROJETO DE UM TROCADOR (MÉTODO KERN) 35
2.4 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL 43
2.4.1 Aspen 44
2.4.2 Minitab 45

3. O TROCADOR DE CALOR INDUSTRIAL 47

3.1 APRESENTAÇÃO 47
3.1.1 Especificação do equipamento 50
3.2 ESTUDO DAS CORRENTES 52
3.2.1 Fluido quente 52
3.2.2 Fluido frio 53
3.3 HISTÓRICO DE LIMPEZA 54
3.4 CRITICIDADE DO EQUIPAMENTO 56
3.5 DESAFIO 56
3.6 RESUMO DO PROCESSO 56

4. METODOLOGIA 58

4.1 DADOS DO PROCESSO 58


4.2 SOFTWARES E HARDWARES 60

5. RESULTADOS 62

5.1 CÁLCULOS DO PROCESSO 62


5.1.1 Balanço de energia 62
5.1.2 Cálculo do LMTD 63
5.1.3 Cálculo do U 66
5.2 SIMULAÇÃO - UNISIM 67
5.3 SIMULAÇÃO - ASPEN EXCHANGER DESIGN RATING 70
5.4 COMPARAÇÃO ENTRE AS SIMULAÇÕES 73
5.5 COMPARAÇÃO ENTRE DADOS REAIS E A SIMULAÇÃO 74
5.6 TRATAMENTO ESTATÍSTICO E ACOMPANHAMENTO AUTOMÁTICO 75
DO U
5.7 ACOMPANHAMENTO DO U 77
5.7.1 Proposta de monitoramento 78

6. CONCLUSÕES E SUGESTÕES 82
6.1 CONCLUSÕES 82
6.2 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS 84

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 85

APÊNDICE 91
LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Figura 2.1 - Funcionamento no interior de uma torre de resfriamento 23

Figura 2.2 - Transferência indireta de calor de um fluido A para um B através de uma 23


parede

Figura 2.3 - Trocador de calor bitubular com escoamento paralelo 24

Figura 2.4 - Trocador de calor do tipo tubo e carcaça 25

Figura 2.5 - Serpentina de passe único 25

Figura 2.6 - Trocador de calor compacto 26

Figura 2.7 - Construção típica de um trocador a placas 26

Figura 2.8 - TEMA design para diferentes tipos de trocadores de calor 28

Figura 2.9 - Trocador de tubo fixo 29

Figura 2.10 - Trocador de calor do tipo U 29

Figura 2.11 - Trocador de calor do tipo TEMA S 30

Figura 2.12 - Trocador de calor do tipo TEMA T 30

Figura 2.13 - Tipo de passo 32

Figura 2.14 - Chicanas segmentadas 33

Figura 2.15 - Disposição dos tubos conforme número de passagens 34

Figura 2.16 - Perfil de condensação de um fluido quente 36

Figura 2.17 - Perfil de escoamento cocorrente 36

Figura 2.18 - Perfil de escoamento contracorrente 37

Figura 2.19 - Fatores de correção LMTD para trocadores 1-2 38

Figura 2.20 - Relação entre Reynolds (Re) e o fator de transferência de calor (Jh) 39

Figura 2.21 - Relação de hi a partir da velocidade de escoamento através dos tubos 42


Figura 2.22 - Fluxograma UNISIM 45

CAPÍTULO 3 – O TROCADOR DE CALOR INDUSTRIAL

Figura 3.1 - Esquemático simplificado do equipamento estudado 48

Figura 3.2 - Folha de dados do E-2402 50

Figura 3.3 - Temperatura de condensação 52

CAPÍTULO 5 – RESULTADOS

Figura 5.1 - Esquemático de temperatura considerando escoamento cocorrente 63

Figura 5.2 - Esquemático de temperatura considerando escoamento contracorrente 64

Figura 5.3 - Diferença de temperatura entre os fluidos 64

Figura 5.4 - Simulação do trocador industrial no ambiente UNISIM 68

Figura 5.5 - Detalhamento do comportamento do fluido quente 69

Figura 5.6 - Performance global 69

Figura 5.7 - Projeto trocador 71

Figura 5.8 - Layout dos tubos no trocador 72

Figura 5.9 - Folha de dados projeto 73

Figura 5.10 - Acompanhamento do U 77

Figura 5.11 – Lógica SDCD 79

Figura 5.12 - Planilha Excel acompanhamento do U 80

Figura 5.13 - Planilha Excel acompanhamento do U -Alarme 80

Figura 5.14 - Lógica alternativa em VBA para Excel 81

Figura 5.15 - Pop up carga baixa 81


LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Tabela 2.1 - Fragmento dos dados sobre trocadores de calor e condensação 41


em tubos.

CAPÍTULO 3 – O TROCADOR DE CALOR INDUSTRIAL

Tabela 3.1 - Resumo das informações do equipamento E-2402 48

Tabela 3.2 - Descrição das correntes e propriedades do fluido quente 53

Tabela 3.3 - Descrição das correntes e propriedades do fluido frio 54

CAPÍTULO 4 – METODOLOGIA

Tabela 4.1 - Resumo das informações do equipamento E-2402 58

Tabela 4.2 - Descrição software simulação 59

Tabela 4.3 - Descrição software tratamento de dados estatísticos 60

CAPÍTULO 5 – RESULTADOS

Tabela 5.1 - Resultados projeto x Folha de dados 67

Tabela 5.2 - Resultados Simulação 1 x Folha de dados 67

Tabela 5.3 - Resultados Simulação 2 x Folha de dados 70

Tabela 5.4 - Desvio resultados Simulação 2 x Folha de dados 70

Tabela 5.5 - Desvio entre as simulações 74

Tabela 5.6 - Resultados Simulação 2 x Dados reais 74

Tabela 5.7 - Desvio dados reais vs. Dados calculados pela correlação MINITAB 76
LISTA DE ABREVIATURAS

ABIPLAST Associação Brasileira da Indústria do Plástico

ASME American Society of Mechanical Engineers

GR&R Gauge Repeatability and Reproducibility

ONU Organização das Nações Unidas

SDCD Sistema digital de controle distribuído

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SPC Statistical Process Control

STHE Shell-and-tube heat exchangers

TEMA Tubular Exchanger Manufacturers Association

UFF Universidade Federal Fluminense

VBA Visual Basic for Applications


LISTA DE SÍMBOLOS

ΔH Variação de entalpia do fluido

Δt Diferença de temperatura (Saída – entrada)

∅E Correção da viscosidade

μ Viscosidade do fluido

ρ Massa específica

A Área

ɑs Área de escoamento no casco

ɑt Área de escoamento nos tubos

ɑ’t Área por ft lienar

B Espaçamento das chicanas

c Calor específico do fluido na temperatura média de operação.

C’ Passo – diâmetro dos tubos

D Diâmetro dos tubos

d0 Diâmetro externo

De Diâmetro equivalente

DI Diâmetro interno do casco

FC Controlador de vazão

Ft Fator de correção para LMTD

FW Vazão do fluido frio

Gs Fluxo mássico do fluido no casco

Gt Fluxo mássico do fluido nos tubos

he Coeficiente de calor para o fluido externo

hi Coeficiente de calor para o fluido interior

hi0 Valor de hi referente ao diâmetro externo do tubo


CONTINUAÇÃO DA LISTA DE SÍMBOLOS

Jh Fator de transferência de calor

K Condutividade térmica

LC Controlador de nível

LMTD Média logarítmica da diferença de temperatura

LMTDp Média logarítmica da diferença de temperatura ponderada

n Número de passes no fluido dos tubos

Nt Número de tubos

PC Controlador de pressão

PI Indicador de pressão

PI Plant Information System

Pt Passo

Q Calor total

Q1 Calor latente

Qs Calor sensível

Re Número de Reynolds

Tcond Temperatura de condensação

te Temperatura de entrada do fluido frio

Te Temperatura de entrada do fluido quente

TI Indicador de Temperatura

ts Temperatura de saída do fluido frio

Ts Temperatura de saída do fluido quente

U Coeficiente de troca térmica

Uc Coeficiente global de polimento

Ud Coeficiente de projeto
CONTINUAÇÃO DA LISTA DE SÍMBOLOS

v Velocidade

W Vazão do fluido quente


16

CAPÍTULO 1

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTO

O aumento da população mundial tem se mostrado significativo nos últimos anos. A


previsão da ONU é de que a população mundial atinja 8,5 mil milhões até 2030, o que
acarretaria em um aumento de demanda energética e do consumo de produtos fornecidos pelas
indústrias (UNRIC, 2015). Como consequência desse aumento, as indústrias mostram-se cada
vez mais preocupadas em manter sua produtividade elevada através de melhorias contínuas e
gestão estratégica de custos. Assim, no cenário atual, deve-se estudar cada etapa do processo
detalhadamente a fim de mantê-lo otimizado (DEWAN et al., 2004).

Na área industrial, o setor de engenharia dos plásticos é um dos que mais cresce
segundo a Associação Brasileira de Plástico (ABIPLAST, 2014). Por esse motivo, o processo
o qual este trabalho faz referência é o de produção de polipropileno.

O polipropileno é obtido através da polimerização do gás propileno utilizando


catalisadores do tipo Ziegler-Natta, onde o monômero é obtido através do craqueamento
catalítico do petróleo, na indústria de primeira geração. Seus respectivos tipos são
homopolímero, copolímero alternado e copolímero randômico (MONTENEGRO et al., 1996).
Na produção de polipropileno, o produto final são os pellets, ou seja, trata-se de uma indústria
de segunda geração, que engloba a produção de resinas ou intermediários. Os seus clientes são
as indústrias de terceira geração, onde podem ser utilizados na fabricação de embalagens,
fraldas, sacarias e peças automotivas (SATO e OGAWA, 2009).
17
Dessa forma, ao se analisar um processo produtivo, os processos de troca térmica
ganham relevância. O processo de transmissão de calor estuda a energia em trânsito devido à
diferença de temperaturas (BELL, 2003). Adicionalmente, segundo a primeira lei da
termodinâmica, o calor manifesta-se como uma forma de energia que possibilita a conversão
entre trabalho e calor (MANJUNATH e KAUSHIK, 2014).

Um dos equipamentos mais comuns para realizar essa transferência de energia sob a
forma de calor, é o trocador de calor, onde há a presença de dois fluidos a diferentes
temperaturas apresentando um contato direto ou não (BELL, 2003). Os trocadores de calor
podem ser aplicados em diferentes operações, sendo elas, aquecimento, resfriamento,
condensação, evaporação, entre outras. Essas incontáveis aplicações levam uma necessidade de
classificação dos trocadores (BOLMSTEDT, 2002).

No presente trabalho, dentre essas operações supracitadas como possíveis em um


trocador de calor, encontram-se presentes o resfriamento do fluido de trabalho, sua consequente
condensação e seu subresfriamento dentro do trocador. O trocador de calor escolhido é um
trocador de calor casco e tubo, amplamente utilizado na indústria petroquímica. Esses são mais
versáteis, devido à fabricação, custos e desempenho térmico (ASADI et al., 2014).

As variáveis do processo em um dimensionamento de trocador de calor a serem


consideradas são: temperaturas de operação, pressão de operação, velocidade de escoamento,
perda de carga admissível, fator de sujeira e localização dos fluidos (YANG et al., 2014). Esse
último, para um trocador casco e tubo, é uma das decisões mais importantes a ser tomada no
início do projeto, ou seja, deve-se definir qual dos fluidos deve circular pelo lado interno (tubos)
e qual pelo lado externo (casco). Uma localização mal feita, implica num projeto não otimizado
e em uma possível operação com problemas frequentes (BELL, 2003).

Além disso, deve-se considerar os aspectos básicos, dentre eles se destacam a limpeza
do equipamento, a manutenção, problemas decorrentes de vazamento e a eficiência de troca
térmica. Por essa razão, a água é muito utilizada como fluido de resfriamento (apresenta
coeficiente de troca térmica muito elevado). Quanto a escolha da localização dos fluidos, leva-
se em consideração a tendência de incrustação, corrosividade, velocidade de escoamento e grau
de periculosidade (BOLMSTEDT, 2002).

As demais variáveis são fatores essenciais e calculadas durante um projeto de trocador


(velocidade de escoamento, perda de carga admissível...). Um dos métodos mais utilizados para
dimensionamento de um trocador casco e tubo, é o método de Bell-Delaware. Este, consiste no
18
cálculo de fatores que descrevem a transferência de calor e a perda de carga em um feixe de
tubos modificados (SERTH e LESTINA, 2014). Outro método muito utilizado é o método
Kern, onde é realizado o cálculo do coeficiente global combinando a área de troca térmica e a
taxa de calor trocado, baseando-se na diferença logarítmica da temperatura (KERN, 1980).

Além do projeto, uma ferramenta importante para um resultado mais rápido e eficiente
é a simulação computacional. Sua utilização pode ocorrer de diferentes formas de acordo com
a demanda específica: otimização, no projeto de equipamentos, além de validação de variáveis
de fluidos através de diferentes pacotes termodinâmicos (YANG et al., 2014). Os softwares
mais utilizados para desenho e simulação de plantas industriais (químicas e petroquímicas) são
o Aspen/HYSYS e o UNISIM®.

Por último, após o dimensionamento e simulação, deve-se comparar o que se espera,


com o cenário real. Tal comparação é importante, a fim de identificar possíveis erros de projeto,
otimizações e comportamento das variáveis durante a operação deste equipamento (ASADI et
al., 2014).

Nesse contexto, a motivação desse trabalho consiste na indicação do comportamento


de um trocador de calor em uma indústria petroquímica, bem como uma análise de seu
desempenho real comparado com os valores de referência apresentados pela folha de dados do
equipamento, pelos dados calculados em seu projeto e pelos resultados indicados no software
UNISIM e Aspen Plus1.

1.2 OBJETIVO

Este trabalho visa o dimensionamento de um trocador de calor casco e tubo para que
a corrente polimérica de uma unidade de produção de polipropileno seja resfriada de 110°C a
50,7°C. Os dados de processo referem-se a um trocador existente numa planta industrial
localizada no Rio de Janeiro, propriedade da empresa Braskem2.

1
O software Unisim é licenciado para a Universidade Federal Fluminense, enquanto que o software
Aspen Plus utilizado é licenciado para a utilização pela empresa Braskem.
2
A autorização para a utilização dos dados reais de produção de modo normalizado, está anexada ao
final do presente trabalho
19
Os resultados obtidos foram comparados com a avaliação térmica do trocador em
operação na planta. Essa avaliação foi realizada a partir da folha de dados do equipamento,
contida no capítulo 3.

Além disso, avaliou-se o trocador de calor via simulação computacional e dados reais
para monitoramento do desempenho operacional de um processo na indústria de polimerização.

Como objetivo específico, desenvolveu-se uma planilha de acompanhamento com as


principais variáveis e métrica de previsão de manutenção deste equipamento com base em
dados de projeto. A planilha será utilizada pelos operadores e engenheiros para auxiliar no
processo de tomada de decisão, ou seja, na retirada do trocador de calor para limpeza.

Finalmente, desenvolveu-se também uma sugestão de lógica para acompanhamento


automático no painel de controle através de pequenas mudanças na planta.

1.3 ESTRUTURA

Além desta introdução, que apresenta a contextualização, cenário atual, motivação e


os objetivos, este trabalho apresentará a seguinte estrutura:

Capítulo 2: é realizada uma revisão bibliográfica sobre trocadores de calor, seus tipos
e definições de projeto. Além de apresentar o processo industrial que esse trocador está inserido,
e discussão dos fluidos inseridos nesse contexto. Por último, esse capítulo explicita a
importância da simulação no projeto do trocador de calor e na avaliação de adequação ou não
do projeto através de software.

Capítulo 3: é apresentado os detalhes do processo, o histórico do equipamento


estudado, sua criticidade, a folha de dados utilizada como recurso principal no
dimensionamento do equipamento e as variáveis calculadas.

Capítulo 4: é apresentada a metodologia empregada no formato de tabelas, o software


utilizado, incluindo os critérios de avaliação de desempenho para a simulação.

Capítulo 5: são apresentados e discutidos os resultados do projeto, simulação,


comparação com os dados reais normalizados apresentados e as lógicas sugeridas.
20
Capítulo 6: são apresentados a conclusão do trabalho, bem como sugestões para
desenvolvimento de trabalhos futuros.

Finalmente são apresentadas as referências bibliográficas consultadas e citadas durante


o trabalho.

Este trabalho foi desenvolvido como projeto final do curso de graduação do


Departamento de Engenharia Química e de Petróleo da Universidade Federal Fluminense –
UFF e está inserido nas linhas gerais de modelagem, simulação, programação, controle e
desenvolvimento de processos.
21

CAPÍTULO 2

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 TROCADOR DE CALOR

Trocador de calor é o dispositivo utilizado quando se deseja realizar troca térmica entre
dois fluidos em diferentes temperaturas e em diferentes fases, gasosa ou líquida (KREITH et
al., 2011). Este equipamento pode ser utilizado na recuperação de calor, na produção de energia,
nos processos químicos, entre outros.

Os trocadores de calor mais comuns são aqueles em que os fluidos se encontram


separados por meio de uma parede, por onde o calor é transferido, sendo tais equipamentos
denominados recuperadores. Existe uma grande variedade na forma a qual estes equipamentos
são construídos, variando do simples, tubo no interior de outro, até os condensadores e
evaporadores de superfície complexa. Nessa gama, está presente o conjunto de trocadores de
calor do tipo tubulares, que são largamente utilizados devido à possibilidade de serem
construídos com grandes superfícies de transferência de calor, porém em um volume
relativamente pequeno. Além disso, há a possibilidade da fabricação com ligas metálicas
resistentes à corrosão e que podem ser melhor adaptadas para o aquecimento, resfriamento,
evaporação e condensação de diferentes fluidos (LIENHARD IV e LIENHARD V, 2008).

O projeto completo de um trocador de calor pode ser dividido em três partes principais:
22
i. Análise Térmica – Essa etapa tem como foco principal, a determinação da área
de troca térmica necessária para condições de temperaturas e escoamento de
fluidos pré-definidas;

ii. Projeto Mecânico Preliminar – Precisa-se conhecer características como as


temperaturas, pressões de operação, as propriedades corrosivas de um ou de
ambos os fluidos, a relação de troca de calor, as tensões térmicas, e as
expansões térmicas relativas;

iii. Projeto de Fabricação – É necessário conhecer as características físicas e as


dimensões da unidade. Esta pode ser fabricada a baixo custo (dependendo dos
tipos de materiais), e os procedimentos da fabricação devem ser definidos.

A maioria das indústrias adota linhas padrões para a produção de trocadores de calor.
Isso ocorre devido a uma maior economia, tendo em vista que as características como diâmetro
dos tubos e relações de pressão utilizadas são realizadas através de desenhos e procedimentos
de fabricação padrão. Apesar disso, os trocadores não são necessariamente retirados de uma
prateleira; o tipo de serviço deve ser considerado. Desse modo, a seleção é realizada por um
engenheiro especialista em instalações dos equipamentos de troca térmica em unidades de
energia, onde o mesmo seleciona a unidade que mais se adequa ao processo específico. A
escolha do equipamento requer uma análise térmica, a fim de determinar se a unidade
padronizada (que é mais barata) com tamanho e geometria especificados, pode preencher os
requisitos de aquecimento ou resfriamento de um dado fluido. Adicionalmente, para esse tipo
de análise, deve ser levado em consideração o custo do equipamento, levando em conta sua
vida útil, facilidade de limpeza e seu espaço necessário, respeitando sempre os requisitos do
código de segurança da ASME (CHEREMISINOFF, 2000).

Atualmente, existem vários tipos de configurações de trocadores de calor no mercado,


sendo que cada uma apresenta características diferentes. As configurações mais simples
consideram somente o mecanismo de transferência de calor, o arranjo do escoamento e o tipo
de construção (LIENHARD IV e LIENHARD V, 2008). Considerando o primeiro, mecanismo
de transferência, o trocador de calor pode apresentar contado direto ou indireto. Segundo
Bolmstedt (2002), no caso de contado direto, o intermediário utilizado para a troca térmica é
23
misturado com o produto, este processo é usualmente aplicado para aquecer água, onde uma
corrente de vapor é injetada diretamente no fluido, e na fabricação de alguns tipos de produtos
lácteos, a fim de esterilizar o leite (através da injeção de vapor na corrente ou infusão do produto
no vapor). A Figura 2.1 ilustra um exemplo de um trocador de contato direto, especificamente
em uma torre de resfriamento.

Fonte: Hall (2012)

Figura 2.1: Funcionamento no interior de uma torre de resfriamento.


Já o trocador de calor de contato indireto é o mais comumente utilizado. Seu processo
consiste em um mediador, como demonstrado na Figura 2.2, que realizará a troca térmica, sem
que haja o contato entre as duas correntes (SERTH e LESTINA, 2014).

Fonte: Adaptado de Bolmstedt (2002)

Figura 2.2: Transferência indireta de calor de um fluido A para um B através de uma parede.
24
Adicionalmente, nesse tipo de trocador é levado em consideração vários fatores, como
a velocidade das correntes na parede e no meio da tubulação, a temperatura de parede e no meio
da corrente, a perda de calor da parede, entre outros (BOLMSTEDT, 2002).

A troca da temperatura de entrada é escolhida de acordo com o mediador, e sua


eficiência em transferir o calor (BOLMSTEDT, 2002). Por esse motivo, um fator de extrema
relevância nessa escolha é o coeficiente de troca térmica k, tendo em vista que é através dele
que se mede a eficiência na operação de transferência de calor. Esse fator indica quanto de calor
passa através de 1m² para cada 1ºC de temperatura diferencial, assim, quanto maior for o valor
de k, melhor será a troca térmica. O coeficiente de temperatura depende de:

 Viscosidade do liquido;

 Forma, espessura e material da divisão;

 Presença de contaminante;

 Queda de pressão das correntes.

O segundo deles, arranjo do trocador, pode ser classificado de três maneiras:


escoamento paralelo, contracorrente ou de fluxo cruzado. Na Figura 2.3, pode-se observar o
escoamento paralelo, onde os fluidos entram pelo mesmo lado do trocador de calor, e escoam
paralelamente até o ponto de saída.

Fonte: Adaptado de Lienhard IV e Lienhard V (2008)

Figura 2.3: Trocador de calor bitubular com escoamento paralelo.


O modelo em contracorrente é similar ao mostrado na Figura 2.3, porém deve-se
inverter o sentido de um dos fluidos (fluxo). Esse trocador é muito utilizado, pois apresenta
maior eficiência de troca térmica entre os fluidos. Isso ocorre, pois o gradiente de temperatura
entre os fluidos na entrada e na saída do trocador são menores e assim, a troca de calor é mais
homogênea ao longo de todo o trocador (KAKAÇ e LIU, 2002).
25
Já o fluxo cruzado, ocorre quando um dos fluidos apresenta fluxo espiral e o outro
fluxo cruzado. Pode ser utilizado quando um fluido apresenta uma vazão muito maior que o
outro (SERTH e LESTINA, 2014).

Com relação ao tipo de construção, pode-se ter o trocador de calor de tubos duplos
(um tubo dentro do outro, cada um deles transportando um dos fluidos de trabalho, vide Fig.
2.3), o trocador de tubos e carcaça, como indicado na Figura 2.4, além da serpentina na Figura
2.5 e os trocadores compactos, que têm uma grande área de troca de calor, conforme ilustrado
na figura 2.6 (KAKAÇ e LIU, 2002).

Fonte: Adaptado de Kern (1980)

Figura 2.4: Trocador de calor do tipo tubo e carcaça.

Fonte: Adaptado de Arnold e Stewart (1999)


Figura 2.5: Serpentina de passe único
26

Fonte: Adaptado de Gut (2003)

Figura 2.6: Trocador de calor compacto

O trocador de calor compacto, também conhecido como trocador de placas pode ser
utilizado com diferentes tipos de fluidos (mesmo aqueles com alta viscosidade), e apresenta três
classes diferentes: espiral, lamela e circuito impresso (GUT, 2003). Por ter tamanho pequeno e
possibilitar fácil limpeza, este equipamento é muito utilizado na indústria alimentícia,
principalmente para a pasteurização (BELL, 2003).

A Figura 2.7 ilustra a construção típica desse tipo de trocador, que consiste em placas
de metal onduladas e prensadas encaixadas entre um fino frame de aço carbono. Cada canal da
placa é selado com uma gaxeta (podendo apresentar uma combinação dos dois tipos).
Normalmente, um trocador de placa pode apresentar um coeficiente de transferência de calor
de três à cinco vezes maior do que em um trocador de casco e tubo (HASLEGO e POLLEY,
2002).

Fonte: Gut (2003)

Figura 2.7: Construção típica de um trocador a placas


27
2.2 TROCADOR DE CALOR CASCO E TUBO

Os trocadores de calor casco e tubo são equipamentos que consistem em um casco


cilíndrico e tubos em seu interior. Com esta configuração, um dos fluidos de trabalho escoa
pelo casco, enquanto o outro pelos tubos do feixe. A troca térmica é realizada através da parede
dos tubos, ou seja, apresenta uma troca através de um contato indireto (SOUZA, 2013).

Na indústria, os trocadores de calor são amplamente utilizados como refrigerador de


óleo, gerador de vapor em usinas nucleares, e em indústrias químicas. Diferente de vários outros
tipos de trocadores de calor, o casco e tubo pode ser modificado para qualquer tipo de
capacidade e condição de operação (KAKAÇ e LIU, 2002).

Ao projetar-se este tipo de trocador deve-se considerar uma série de fatores


importantes a fim de maximizar sua eficiência e manter sua eficácia, destacando-se dentre eles
os seguintes (EDWARDS, 2008):

 Tipo de fluido e localização (casco ou tubo);


 Seleção de temperatura nas correntes;
 Limites de velocidades e pressões de operação no casco e no tubo;
 Coeficiente de incrustação;
 Número de passagens;
 Comprimento de tubulação;
 Material.

Além disso, de acordo com Bolmstedt (2002), deve-se realizar um estudo aprofundado
sobre cada um dos parâmetros de operação. Normalmente na indústria, a configuração
geométrica é recomendada ser analisada no primeiro momento. Na segunda etapa, os valores
teóricos de operação são ajustados de acordo com as especificações anteriormente definidas.
No final são realizados testes para verificar a eficiência do processo e ajustar quaisquer valores
que desviaram do projeto inicial (YANG et al., 2014).

Nesse sentido, a “Standards of the Tubular Exchancher Manufacturers Association”


(TEMA), criou uma designação dos trocadores de calor multitubulares, considerando números
e letras. A designação dos tipos de equipamentos deve ser realizada por letras, que indicam a
natureza do carretel, do casco e da extremidade oposta ao carretel, nesta ordem específica,
conforme ilustra a Figura 2.8 (TOWLER e SINNOTT, 2013).
28

Fonte: Adaptado de Perry (1997)

Figura 2.8: TEMA design para diferentes tipos de trocadores de calor.

2.2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS TROCADORES CASCO E TUBO BASEADOS EM SUA


CONSTRUÇÃO

Como explicitado na Figura 2.8, existem vários tipos de configuração de trocadores de


calor, sendo que cada um apresenta características diferentes.

O primeiro a ser considerado é o trocador de tubo fixo, vide Figura 2.9, e é constituído
de uma tubulação reta presa no casco. Devido a tubulação ser fixa, o custo de construção do
trocador fica muito barato, podendo ser classificado como o mais barato de todos. Além disso,
os tubos do trocador podem ser limpos de forma mecânica e a vazão no interior do casco é
29
minimizada pois não há juntas flangeadas (MUKHERJEE, 1998). Entretanto, devido ao design
de tubos fixos, o exterior desses não pode ser limpo mecanicamente. Mais ainda, se houver uma
larga diferença de temperatura entre o casco e o tubo, o trocador não será capaz de absorver o
estresse gerado, sendo necessário a incorporação de juntas, que aumentariam o custo
(CHEREMISINOFF, 2000).

Fonte: Adaptado de Mukherjee (1998)

Figura 2.9: Trocador de tubo fixo.


Em segundo têm-se os trocadores de tubo em forma de “U”, que como o nome sugere,
são moldados em um formato que se assemelha a letra U, como mostra a Figura 2.10. Esses
trocadores apresentam somente uma malha de tubos em seu interior, mas mesmo assim, o custo
para modelar o tubo e em alargar o diâmetro do casco fazem ele comparável com o tubo fixo
(MUKHERJEE, 1998). Esse tipo de trocador apresenta uma vantagem de que uma das suas
extremidades está livre, podendo assim ser expandido quando necessário. Porém, por causa do
seu formato a limpeza de seu interior é muito complicada, necessitando de equipamentos
especiais para isso.

Fonte: Adaptado de Mukherjee (1998)

Figura 2.10: Trocador de calor do tipo U.


30
Por último existem os trocadores de flange com tampo flutuante, esses trocadores são
considerados os TEMA mais versáteis, além dos mais em conta. Seu design é composto de uma
malha de tubos fixada no casco, e uma outra malha que fica suspensa no casco. Isso permite
tanto uma expansão livre dos componentes no tubo, quanto a fácil limpeza de ambos os tubos
interiores e exteriores (MUKHERJEE, 1998). Existem vários tipos de flange com tampo
flutuante, porém as duas configurações mais comuns são o TEMA S e o TEMA T, como
ilustrado, respectivamente, pelas Figuras 2.11 e 2.12.

Fonte: Adaptado de Mukherjee (1998)


Figura 2.11: Trocador de calor do tipo TEMA S.

Fonte: Adaptado de Mukherjee (1998)

Figura 2.12: Trocador de calor do tipo TEMA T


O trocador do tipo TEMA S é o mais utilizado nas indústrias de processos químicos.
A cobertura da tampa flutuante é presa na malha flutuante mantendo-a segura através de um
31
anel de suporte. Para desmontar o trocador, é necessário primeiramente remover a cobertura do
casco, depois o anel de apoio, e então remover a cobertura da tampa (CHEREMISINOFF,
2000). Já os trocadores do tipo TEMA T apresentam a vantagem de que os componentes do
tubo podem ser removidos do casco sem ter que retirar o tubo ou a cobertura da tampa flutuante,
assim reduzindo o tempo de manutenção (CHEREMISINOFF, 2000). Esse design é
particularmente favorável para refervedores que apresentam um aquecimento médio sujo,
porém devido ao seu tubo alargado, esta construção apresenta o maior custo entre todos os
trocadores.

Além das configurações explicitadas anteriormente, deve-se levar em consideração


alguns componentes extras que podem ser adicionados ao trocador, modificando assim sua
eficiência no processo de troca térmica. Dentre eles, pode-se destacar o esquema de tubos e as
chicanas.

2.2.2 ESQUEMA DOS TUBOS

Para construir um trocador de calor casco e tubo, é necessário conhecer o número de


tubos que podem encaixar dentro do trocador para um diâmetro específico (TOWLER e
SINNOTT, 2013). O número de tubos no interior do trocador depende de fatores como:

 Diâmetro do casco;

 Diâmetro externo dos tubos;

 Padrão da tubulação;

 Tipo de trocador;

 Número de passes;

 Presença e tipo de chicana.

O padrão dos tubos é um dos fatores mais importantes, pois o trocador é construído
para arranjar o maior número de tubos em seu interior, assim, atingindo a maior área de
transferência de calor. Existem quatro tipos de padrões para a tubulação de um trocador de
calor, triangular (30°), triangular girado (60°), quadrado (90°) e quadrado girado (45°), como
ilustrado na Figura 2.13 (THULUKKANAM, 2013).
32

Fonte: Adaptado de Thulukkanam (2013)

Figura 2.13: Tipo de passo


A escolha do tipo de padrão depende dos seguintes parâmetros:

i. Compactação;
ii. Transferência de calor;
iii. Queda de pressão;
iv. Acessibilidade para limpeza mecânica;
v. Mudança de fase;

Adicionalmente, cada tipo de padrão apresenta uma vantagem em relação aos outros,
assim, é possível determinar o melhor tipo para uma aplicação específica. Como exemplo, os
padrões triangulares conseguem acomodar um maior número de tubos no interior do trocador,
provocam um regime mais turbulento em seu interior (aumentado o coeficiente de troca
térmica), porém devido ao seu formato os padrões triangulares apresentam limpeza mecânica
mais complexa (MUKHERJEE, 1998).

Entretanto, os padrões quadráticos são melhores para serviços mais sujos, mas
produzem menor turbulência. Assim, segundo Thulukkanam (2013), sugere seu uso para as
seguintes aplicações:

i. Se a queda de pressão é constante no lado do casco, o padrão quadrado de 90°é


usado para o regime turbulento, pois este apresente uma transferência de calor
superior com menor queda de pressão.
ii. Para refervedores, o padrão quadrático é preferencial para melhor estabilidade, pois
este permite que haja um escape para o vapor.
33
2.2.3 CHICANAS

As chicanas são normalmente utilizadas no casco como suporte para os tubos, manter
o espaçamento e para direcionar o fluido do casco no interior do trocador (ou entre os tubos)
(LEI et al., 2008). Existem diversos números e tipos de chicanas que promovem diferentes
padrões de correntes para aplicações específicas.

Os tipos de chicanas que são mais utilizadas são em formato de bastão ou chapa. Além
disso, as chicanas podem ser de segmento simples, duplo, ou triplo, conforme indicado na
Figura 2.14 (MUKHERJEE, 1998).

Fonte: Adaptado de Mukherjee (1998)

Figura 2.14: Chicanas segmentadas


O espaçamento das chicanas é o parâmetro mais vital no design do STHE (“shell and
tube heat exchanger”), sendo que o padrão TEMA, especifica que o espaçamento mínimo da
chicana é de 1/5 do diâmetro interno do casco, ou 2 polegadas, qual for o maior
(THULUKKANAM, 2013). Um espaçamento muito próximo resultará em uma penetração
muito baixa pelo fluido no casco e dificuldades para limpeza do equipamento. Porém, um
espaçamento largo, provocará uma predominância da corrente longitudinal (que é menos
eficiente do que uma corrente cruzada) e apresentará um número muito grande de tubos sem
suporte, o que pode provocar a quebra do equipamento devido à vibração do fluido
(THULUKKANAM, 2013). Dessa maneira, de acordo com Towler e Sinnott (2013), o
espaçamento ótimo da chicana em relação ao diâmetro no interior do casco está entre 0,3 e 0,5.
34
2.2.4 PASSES

O fluido no interior do tubo geralmente é obrigado a fluir para trás e para frente, através
de grupos de tubos dispostos em paralelo, em um número específico de passes, que faz com que
o comprimento que fluido circula seja maior (TOWLER e SINNOTT, 2013). O número de
passagens é selecionado de acordo com a velocidade definida no projeto para realizar a troca
térmica (COKER, 2015). Além disso, o número de passes de um trocador pode variar entre 1
até 16, e os tubos são dispostos de acordo com o número de passagens necessárias ao dividir o
número de canais (cabeçote do trocador) pela placa de partição, como indica a Figura 2.15
(COKER, 2015).

Fonte: Adaptado de Towler e Sinnott (2013)

Figura 2.15: Disposição dos tubos conforme número de passagens

2.2.5 MUDANÇA DE FASE

A mudança de fase já foi investigada em diversos estudos que visavam o seu design,
otimização, comportamento transiente e a sua performance na indústria. Tais pesquisas foram
realizadas focando a produtividade, concentração e resolução da mudança de fase específica
dos materiais e substâncias, além de características de novos materiais (AGYENIM et al, 2010).

Na condensação e na vaporização, podem ocorrer variações significativas do


coeficiente de transferência de calor com mudança de fase e, caso a resistência térmica
correspondente seja relevante, a hipótese de coeficiente global constante fica
prejudicada, podendo comprometer a acurácia dos resultados obtidos (SILVA et al.,
2005, p.02)
35
2.3 PROJETO DE UM TROCADOR (MÉTODO KERN)

O método de KERN (KERN, 1980) tem como objetivo o cálculo do coeficiente total
de transmissão de calor. Para obtê-lo, deve-se primeiramente calcular o calor trocado entre as
correntes (fluidos), respeitando as seguintes considerações:

 Em todo comprimento da trajetória o coeficiente total de transmissão de calor é


constante;

 A influência do calor específico na temperatura é desprezada pois este é constante


em todos os pontos da trajetória;

 As perdas de calor são desprezíveis.

As propriedades do fluido fornecidas para um projeto de trocador calor casco e tubo


são: temperatura de entrada do fluido quente (Te), temperatura de condensação do fluido quente
(Tcond), temperatura de saída do fluido quente (Ts), temperatura de entrada do fluido frio (te),
temperatura de saída do fluido frio (ts), vazão mássica do fluido quente (W), vazão mássica do
fluido frio (FW), calor específico do fluido (c), viscosidade (µ) e variação de entalpia (ΔH).

O calor sensível Qs pode ser representada conforme Equação (2.1):

𝑄𝑠 = wcΔt (2.1)

Na Equação (2.1), o parâmetro Δt é definido como a diferença ente as temperaturas


inicial e final.

Quando há uma mudança de fase no fluido quente, condensação ou vaporização, deve


se considerar também o calor latente. Para isso, esse calor pode ser representado conforme a
Equação (2.2).

𝑄𝑙 = wΔH (2.2)

Cabe salientar também que devido a essa mudança de fase, o calor total Q (que é a
soma dos calores sensíveis com o latente) deve ser calculado. Assim, o calor sensível é
determinado até que este atinja a temperatura de condensação ou vaporização, em seguida
calcula-se o calor latente e por último o calor sensível responsável pelo subresfriamento do
condensado, ou superaquecimento do vapor. O perfil de mudança de fase para o primeiro deles
é apresentado pela Figura 2.16.
36

Figura 2.16: Perfil de condensação de um fluido quente


Com os valores do calor total, calcula-se a diferença de temperatura média logarítmica
(LMTD). Essa diferença é somente utilizada quando os valores das temperaturas dos fluidos
em questão são conhecidos, conforme Equação (2.3).

∆Tmax − ∆Tmin
LMTD =
∆T (2.3)
ln ∆Tmax
min

Na Equação (2.3), ΔTmax e ΔTmin representam as diferenças de temperatura máxima e


mínima, respectivamente. Essas diferenças podem ser alteradas de acordo com o tipo de
escoamento considerado, cocorrente ou contracorrente, ambos demonstrados nas Figuras 2.17
e 2.18, respectivamente.

Figura 2.17: Perfil de escoamento cocorrente


37

Figura 2.18: Perfil de escoamento contracorrente


Além disso, quando ocorre a mudança de fase de um dos fluidos, a LMTD também
deve ser separada da mesma maneira que o calor total (Q). Por esse motivo, a LMTD final
considerada deverá ser a LMTD ponderada, caracterizada pela Equação (2.4).

Q
LMTDp = (2.4)
Qi
∑ni
LMTDi

Na Equação (2.4) o subscrito “i” representa o índice característico de cada etapa


representada no processo, ou seja, resfriamento, condensação e subresfriamento.

O valor da LMTD ponderada refere-se ao valor final de LMTD. Porém, deve-se


considerar a correção do valor encontrado pela Equação (2.4), por meio dos valores de S e R
obtidos através das Equações (2.5) e (2.6), respectivamente.

ts − te
S= (2.5)
Ts − t e

T𝑒 − T𝑠
R= (2.6)
ts − te

Em posse dos valores de R e S, deve-se utilizar a Figura 2.19, para fazer a correção da
LMTD. Além disso, como apresentado nessa figura, é possível estimar o valor do fator de
correção Ft. Assim, o valor final para a LMTD após a correção é dado pela Equação (2.7).

LMTD = LMTDp . Ft (2.7)


38

Fonte: Kern (1980)

Figura 2.19: Fatores de correção LMTD para trocadores 1-2


Após realizar a estimativa da LMTD, inicia-se a etapa para o cálculo de projeto do
trocador. Esse deve ser dividido em três etapas principais: cálculo do coeficiente de película
externo, he (casco), cálculo do coeficiente de película interno corrigido pelo diâmetro externo
do tubo, hio (tubos) e cálculo do coeficiente global de troca térmica (U). Além disso, pode-se
calcular a perda de carga admissível.

Considerando inicialmente o casco, o primeiro fator a ser calculado é a área de


escoamento, ɑs. Tal área é obtida através da Equação (2.8).

(C′ . B)
ɑs = DI. (2.8)
144. Pt

Onde:

DI = Diâmetro interno do casco;

B = Espaçamento das chicanas;

Pt = Passo;

C’ = Passo – diâmetro dos tubos.


39
O segundo fator a ser calculado é o fluxo mássico, Gs, conforme Equação (2.9):

𝑊
𝐺𝑠 = (2.9)
𝑎𝑠

É necessário realizar o cálculo do fluxo mássico, pois com ele pode-se obter o valor
do número de Reynolds (Re), que define o tipo de escoamento do fluido (laminar ou turbulento),
informação de extrema relevância para o projeto. O cálculo do número Re é realizado de acordo
com a Equação (2.10).

De Gs
Re = (2.10)
μ

O valor do diâmetro equivalente (De) pode ser obtido de duas maneiras. A primeira
delas utiliza-se a tabela presente na Figura 2.20. Já a segunda, é baseada de acordo com o passo
dos tubos, apresentada de duas maneiras diferentes, já que existem duas possibilidades de passo,
triangular e quadrado, conforme as Equações (2.11) e (2.12), respectivamente.

Fonte: Kern (1980)

Figura 2.20 Relação entre o número de Reynolds (Re) e o fator de transferência de calor (Jh).
40

𝜋. 𝑑𝑜 2
(0,44. 𝑃𝑡2 −
1 8 )
𝐷𝑒 = . (2.11)
3 0,5. 𝜋. 𝑑𝑜
[ ]

𝜋. 𝑑𝑜 2
(𝑃𝑡2 −
1 4 )
𝐷𝑒 = . (2.12)
3 𝜋. 𝑑𝑜
[ ]

Na Equação (2.11) e (2.12) do representa o diâmetro externo.

Em posse do número de Reynolds, pode-se obter o valor de Jh, que é o fator de


transferência de calor. A correlação entre eles é obtida graficamente conforme Figura 2.20 e
pode ser utilizada para fluidos como: hidrocarbonetos, compostos orgânicos, água, soluções
aquosas e gases.

Com o valor de Jh definido, e os valores de calor específico (c), condutividade térmica


(k), diâmetro equivalente (De) e viscosidade (µ), o cálculo final do casco, he, pode ser obtido
pela Equação (2.13).

k c. μ 1/3
he = jh . . ( ) . ∅e (2.13)
De k

Na Equação (2.13) o fator ∅e, representa uma correção da viscosidade, mas como
medida para facilitar os cálculos, este valor pode ser aproximado para 1.

Considerando os tubos, deve-se calcular a área de escoamento. Para isso, utiliza-se a


Equação (2.14). Nessa equação, o parâmetro ɑ’t é utilizado. Esse valor pode ser obtido na quinta
coluna da Tabela 2.1 e corresponde a área de escoamento por tubo em polegadas ao quadrado.

𝑎𝑡 = 𝑁𝑡 . 𝑎′ 𝑡 /144𝑛 (2.14)

 O valor de Nt faz referência ao número de tubos;

 O valor de n refere-se ao número de passes do fluido nos tubos.


41
Tabela 2.1: Fragmento dos dados sobre trocadores de calor e condensação em tubos.

Fonte: Kern (1980)

Da mesma forma que no casco, a área de escoamento é utilizada a fim de se obter o


fluxo mássico, portanto segue a mesma equação que o caso anterior, Equação (2.9),
substituindo-se apenas o ɑs por ɑt.

Obtendo-se o valor de fluxo mássico e de massa específica do fluido (ρ), pode-se


calcular a velocidade do fluido no interior dos tubos, v, conforme a Equação (2.15).

Gt
v= (2.15)
3600. ρ

Além da velocidade, o fluxo mássico é utilizado no cálculo do número de Reynolds.


Diferentemente do caso anterior o valor a ser utilizado para o diâmetro é o parâmetro D. Esse
valor pode ser obtido através da Tabela 2.1, na coluna DI. Assim, a formulação final para o
número de Reynolds é dada pela Equação (2.16).

D. Gt
Re = (2.16)
μ

O cálculo de hi depende do fluido de escoamento. Assumindo-se que o fluido de


escoamento dentro dos tubos é a água, o valor de hi é obtido diretamente pela Figura 2.21.
42

Fonte: Kern (1980)

Figura 2.21: Relação de hi a partir da velocidade de escoamento através dos tubos


Finalmente, o último fator a ser considerado no tubo, é a correção do hi em função do
diâmetro externo, hio, conforme Equação (2.17).

D
hio = hi . (2.17)
De

Após a determinação dos fatores nas duas primeiras etapas, os parâmetros calculados
em ambas, he e hio, são utilizados para o cálculo do coeficiente global de polimento (Uc),
Equação (2.18).

hi 0 . he
Uc = (2.18)
hi 0 + he

O coeficiente global de projeto é calculado pela Equação (2.19), onde:


43
A = área total [Nt x comprimento x área por ft linear externa (Tabela 2.1)]

∆t= LMTD

Q = calor total trocado

𝑄
𝑈𝐷 = (2.19)
𝐴. ∆𝑡

O método Kern, pode ser calculado quando se trata de um trocador conhecido, ou por
um método iterativo, quando não se têm todos os parâmetros. Dessa maneira, é utilizado o
seguinte método, para a determinação de seus valores:

Dadas as condições de processo: Te, Ts, te, ts, vazões, perdas de carga admissíveis e
fatores de incrustação disponíveis de acordo com os fluidos utilizados. O comprimento do tubo,
o diâmetro externo do tubo e o passo serão especificados pela prática de projetos.

i. Calcular a taxa de transferência de calor por meio de balanço de energia (Eq. 2.1);
ii. Calcular a diferença de temperatura média logarítmica (LMTD) (Eq. 2.3);
iii. Supor um número de passagens nos tubos (n);
iv. Obter a correção da diferença de temperatura para o arranjo considerado, Ft (Figura
2.19), considerando os valores dos parâmetros R e S;
v. Estimar o valor de Ud, o coeficiente global de projeto;
vi. Cálculo da área total, A (Equação 2.19) e o número de tubos;
vii. Selecionar um trocador para o número mais próximo de tubos de acordo com a
contagem de tubos;
viii. Corrigir o valor de Ud para a área correspondente ao número real de tubos que
podem estar contidos no casco.

As iterações devem ocorrer até o valor de Ud corrigido apresentar uma diferença (erro)
aceitável em relação ao estimado. Caso isso não ocorra, deve-se retomar ao passo cinco com o
valor Ud corrigido tomando-o como nova estimativa.

2.4 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL

A simulação computacional tem como uma de suas finalidades reproduzir a realidade


física de um determinado sistema em uma plataforma digital, sem a necessidade do gasto de
44
material, e por um valor monetário menor (ESTEVES, 2009). Além disso, através dessa
simulação é possível conhecer melhor a planta industrial ou equipamento, identificando
gargalos de produção ou possíveis melhorias no sistema (ESTEVES, 2009).

2.4.1 ASPEN

Aspen Plus é um software produzido pela Aspen Technology Inc. que é um programa
utilizado na simulação computacional de processos industriais. Na maioria dos processos
químicos e petroquímicos, há o uso de componentes que estão sujeitos ao tratamento químico
ou físico, em diversas etapas na operação, bem como sujeitos às leis da termodinâmica. O
programa é capaz de realizar diferentes tipos de simulações para um componente especifico
para diferentes parâmetros de operações e com alta confiabilidade (SANDLER, 2015).

O programa é relativamente simples de usar, e de acordo com Al-Malah (2016) pode-se


realizar uma simulação seguindo as seguintes etapas:

i. Especificar os componentes do processo.


ii. Especificar os pacotes termodinâmicos que representam os componentes já
escolhidos. Esses modelos já estão inclusos no programa Aspen Plus.
iii. Constrói-se fluxograma do processo.
a. Define-se as unidades de operação no processo.
b. Define-se as correntes de entrada e saída no processo.
c. Seleciona-se os modelos da biblioteca do Aspen Plus para descrever cada unidade
de operação (ou síntese) e os adicionam a simulação.
d. Nomeia-se cada tipo de corrente ou operação que faz parte do processo e conecta-
se os equipamentos as correntes.
iv. Especificar as taxas das correntes (alimentação) dos componentes, levando em
consideração as propriedades termodinâmicas (temperatura, pressão, composição,
entre outros).
v. Especificar as condições de operação para todas as unidades (blocos), até zerar os
graus de liberdade, ou seja, obter um modelo de processo com condições
necessárias e suficientes para sua solução.
45
Depois de construir o modelo de operação padrão, o qual está em operação, pode-se
modificar as propriedades físico-químicas das correntes e compará-las com o modelo atual.
Assim, têm-se melhor controle de quaisquer modificações em etapas, verificando se há
possibilidade de realizar otimização do processo (AL-MALAH, 2016).

A simplicidade e as etapas de elaboração da simulação do Aspen Plus são similares


para o software Aspen Hysys e o UNISIM. Por esse motivo, a Figura 2.22 apresenta o
fluxograma deste como exemplo de resposta de um software de simulação computacional.

Fonte: UNISIM

Figura 2.22: Fluxograma UNISIM

2.4.2 MINITAB

Minitab é um software muito utilizado nas indústrias, pois consegue realizar diversos
tipos de análises estatística, planejamento de experimentos, tratamento de dados, incluindo
análises de regressão. De acordo com Mathews (2004), o programa mesmo não sendo robusto,
apresenta uma interface muito simples e fácil de usar, tornando-se a melhor escolha para várias
empresas. Além disso, o software traz várias vantagens conforme:

i. O programa suporta diversos métodos avançados;


ii. Além das ferramentas básicas para o tratamento de dados e experimentos, o Minitab
tem suporte para a maioria das análises e métodos que o usuário possa precisar. Como
46
SPC (Statistical Process Control), estudos GR&R (Gauge Repeatability and
Reproducibility), confiabilidade de dados, capacidade do processo, entre outros;
iii. O programa apresenta um motor gráfico muito robusto e fácil de trabalhar. A maioria
dos gráficos gerados podem ser configurados e editados pelo usuário pelo próprio
programa, eliminando, assim, o uso de softwares de tratamento de imagens
adicionais;
iv. Há integrado no software ferramentas que possibilitam o cálculo de superfície e de
amostragem;
v. É possível criar subprogramas na forma de “macros”, o que facilita o usuário na hora
de trabalhar com dados diários de uma planta ou operação;
vi. O programa é relativamente livre de bugs e erros (com uma saída de dados precisa);
vii. Possui uma base de dados e informações online muito grande, com guias, e
assistência técnica.
47

CAPÍTULO 3

3 O TROCADOR DE CALOR INDUSTRIAL

3.1 APRESENTAÇÃO

O trocador de calor ao qual esse trabalho faz referência, trata-se de um trocador casco
e tubo real, localizado em uma planta industrial de polipropileno no estado do Rio de Janeiro.
O trocador apresenta o tag de E-2402 e localiza-se na área 24. Esse trocador comporta-se como
um resfriador, ou seja, o fluido de trabalho é o fluido quente, e há um fluido de resfriamento
adequado. O fluido de trabalho é o propileno, enquanto o fluido de resfriamento escolhido é a
água, pois possui grande coeficiente de troca térmica.

Como ponto de partida, aborda-se a definição do trocador, além de suas variáveis de


auxílio utilizadas no projeto. A Figura 3.1, mostra o esquemático do trocador, acompanhado da
instrumentação que auxilia no cálculo e acompanhamento do coeficiente de troca térmica (U)
do E-2402.

Todos os tags utilizados nessa monografia foram modificados dos tags reais, para se
manter o sigilo requerido referente ao processo industrial.
48

Figura 3.1: Esquemático simplificado do equipamento estudado


Para execução do método Kern, os dados mais importantes do projeto são as vazões e
as temperaturas de entrada e saída dos fluidos, pois é com elas, que pode-se obter o calor
trocado, Q e a diferença de temperatura logarítmica, LMTD. A seguir, segue a listagem dessas
variáveis (Tabela 3.1) com os seus respectivos tags representativos nesse trabalho, conforme
apresentado na Figura 3.1.

Tabela 3.1: Resumo das instrumentações do equipamento E-2402


Temperaturas

Entrada do fluido quente – TI2403 + TI24073

Saída do fluido quente – TI2402

Entrada do fluido frio – TI34014

Saída do fluido frio – TI2401

As limitações quanto a coleta dessas temperaturas no cotidiano da planta, são listadas


conforme:

3
O TAG TI2407, na verdade trata-se de uma média entre as temperaturas de dois equipamentos que
antecedem a entrada do E-2402, tendo em vista que o mesmo não possui indicação na linha.
4
Esta temperatura é considerada a mesma da de saída da torre de resfriamento, ou seja, considera-se
que não há variações significativas de temperatura na tubulação até a entrada efetiva do trocador
49
- Não há um medidor de temperatura que englobe a corrente de entrada do fluido
quente como um todo. Portanto esse cálculo é realizado pela média ponderada das temperaturas
correntes indicadas na Tabela 3.1, tags TI2403 e TI2407, e suas respectivas vazões, tags
FC2406 e FC2402, conforme a Figura 3.1.

- A temperatura de saída do fluido frio, tag TI2401, bem como a temperatura da


corrente lateral do fluido quente TI2407, não possuem indicação no software de
acompanhamento da planta, PI (Plant Information System). Por esse motivo, o
acompanhamento do U não pode ser feito de maneira automática e em tempo real, deve-se
então, ir na área coletar os valores representados nesses indicadores de temperatura.

Ao se considerar as vazões, a vazão de propeno é obtida pela soma entre as correntes


de entrada (FC2406 e FC2402).

Já a vazão de água (FW), não possui medidor, sendo portanto calculada através do
balanço de energia. Esse, é realizado igualando-se o calor recebido pelo propeno e utilizando-
se a Equação 2.1 a fim de obter a vazão da água.

Apesar dessa não indicação, as vazões a princípio não se apresentam como um


empecilho para automatização do processo de acompanhamento, considerando que todas as
vazões do propeno são obtidas pelo software PI. Embora não seja interpretada como um
potencial problema, tendo em vista que a temperatura de saída também não é realizada de
maneira automatizada, deve-se estudar qual variável é mais interessante prever de maneira
automática a fim de facilitar o balanço de energia e consequentemente o cálculo do U do
trocador.

Embora o instrumento de nível LC2402 não seja utilizado diretamente no cálculo do


projeto do trocador, esse controlador é de extrema importância para o processo. Isso ocorre pois
quando a eficiência de troca térmica não é atingida, esse controlador, que opera em
configuração “cascata”, é utilizado para variar o nível de fluido no interior do casco, ou seja,
aumentando ou diminuindo o nível de propileno. Com isso, a área de troca térmica também
varia.

Após apresentadas as variáveis de cálculo, outra importante ferramenta neste trabalho


é a folha de dados do equipamento apresentada na Figura 3.2, pois é nela que se encontra o
dimensionamento e dados de projeto relevantes do trocador avaliado.
50

Fonte: Data book E-2402

Figura 3.2: Folha de dados do E-2402

3.1.1 ESPECIFICAÇÃO DO EQUIPAMENTO

Após a explicação a despeito da instrumentação presente no trocador casco e tubo,


deve-se descrever o equipamento de maneira que todo o seu funcionamento seja conhecido.
51
Toda a caracterização foi realizada com o auxílio da folha de dados, Figura 3.2 e o Databook
do equipamento, presente na planta.

O material do E-2402 para ambos os lados, casco e tubo, é o aço acalmado. Esse
material foi escolhido devido a sua homogeneidade de estrutura e de composição química, onde
um agente antioxidante reduz o nível de oxigênio e consequentemente, não ocorre sua reação
durante a sua solidificação (SENAI-SP, 2015)

Além do material de fabricação, é importante ressaltar o tipo TEMA desse trocador e


suas características. O equipamento em questão é do tipo BEU. Considerando a classificação
explicitada na Figura 2.8, a letra B refere-se ao carretel com tampo inteiriço, a letra E ao casco
de um passe, e por último, o U faz referência ao feixe tubular em forma de U. Esse último,
levou-se em consideração a necessidade do grande gradiente de temperatura necessário,
explicado pelo fato de ocorrer mudança de fase no fluido quente.

O fluido quente, propeno, entra como gás nesse trocador de calor e na saída encontra-
se como líquido na pressão de operação, ou seja, esse equipamento opera como um
condensador. Sua principal função é recuperar o propeno gás não convertido na reação, que é
utilizado como fluido de arraste para o pó formado no reator, e retornar ao ambiente reacional.
Por esse motivo, denomina-se condensador de reciclo. Sem esse equipamento, o gás propeno,
principal matéria-prima da planta, seria descartado, obtendo uma menor eficiência tanto
energética quanto econômica. Além disso, já na forma gasosa esse propileno seria
provavelmente enviado para queima na tocha, aumentando a emissão de CO2.

Outro componente presente nesse trocador é a chicana. O passo utilizado é o triangular


visando acomodar um maior número de tubos no interior do trocador e consequentemente, uma
maior troca térmica. As chicanas são segmentadas e apresentam configuração vertical. O
espaçamento entre as chicanas é de 15,5 polegadas (39,37 cm). A última informação relevante
referente a esse componente é a porcentagem de corte, sendo esta de 28%. Esse valor é obtido
através da razão entre a altura do segmento da janela e o diâmetro interno do casco.

As principais informações para se definir o E-2402 em termos estruturais são as já


consideradas nessa seção. As demais informações relevantes citadas na Figura 3.2 e referentes
a operação e propriedades dos fluidos, serão explicitadas nas próximas seções e/ou capítulos.
52
3.2 ESTUDO DAS CORRENTES

3.2.1 FLUIDO QUENTE

Na pressão e temperatura de operação, o fluido quente propileno, encontra-se como


um gás e durante o processo de troca térmica, sofre condensação, para ao final, ocorrer um
subresfriamento do fluido.

A temperatura de condensação não é fornecida pela folha de dados, Figura 3.2. Por
esse motivo, a determinação dessa variável foi realizada no software UNISIM com base na
curva de uma corrente de propileno para as variações de entalpia e temperatura, conforme
indicado na Figura 3.3.

Fonte: UNISIM

Figura 3.3: Temperatura de condensação


Como pode ser observado na Figura 3.3, o software UNISIM indicou graficamente
como temperatura de condensação, aproximadamente 59°C, temperatura bem próxima do valor
considerado de 58,7°C. Esse último foi encontrado baseado na variação de temperatura, ou seja,
considerou-se a variação de temperatura na pressão fixa de operação até que a mesma indicasse
como fração de vapor um valor diferente de 1. Isso indicaria que a temperatura em questão é a
temperatura de condensação do propileno naquela determinada pressão, tendo em vista que o
53
gás agora se apresentaria parcialmente como líquido. Cabe salientar que esse valor sofreu
aproximação em termos de diminuição de casas decimais apresentadas. A composição do
propeno considerada foi de 100% e o pacote termodinâmico utilizado foi o Peng-Robinson.

A Tabela 3.2 considera as principais propriedades do polipropileno nas condições de


trabalho do trocador E-2402.

Tabela 3.2: Descrição das correntes e propriedades do fluido quente


Casco: Propeno – Fluido quente

Te, temperatura de entrada 110,0 °C

Ts, temperatura de saída 50,9 °C

Tcond, temp. de condensação 58,7 °C

ΔH, calor latente 61,4 kcal/kg

W, vazão mássica do fluido 24610 kg/h

W1, vazão mássica de propeno que entra no casco 24610 kg/h

W2, vazão mássica de condensáveis que sai do casco 24610 kg/h

W3, vazão mássica de vapor incondensável que sai do casco 0 kg/h

kv, condutividade térmica do fluido – vapor 24,8.10-3 kcal/h·m·°C

kl, condutividade térmica do fluido – líquido 79,1.10-3 kcal/h·m·°C

cv, calor específico do fluido – vapor 50,7.10-2 kcal/kg·°C

cl, calor específico do fluido – líquido 81,4.10-2 kcal/kg·°C

3.2.2 FLUIDO FRIO

O fluido frio é a água. Diferentemente do fluido quente, esse não sofre mudança de
fase. A Tabela 3.3 demonstra as características do fluido e suas condições de operação.
54
Tabela 3.3: Descrição das correntes e propriedades do fluido frio
Tubo: Água – Fluido frio

te, temperatura de entrada 34,0 °C

ts, temperatura de saída 41,0 °C

FW, vazão mássica de água que entra nos tubos 329503 kg/h

kc, condutividade térmica do fluido frio 0,7 kcal/h·m·°C

cc, calor específico do fluido 1,0 kcal/kg·°C

3.3 HISTÓRICO DE LIMPEZA

Nesta seção, é exposta o histórico de limpeza do equipamento e também as condições


do mesmo após sua abertura. Em ordem cronológica:

 27/12/2004
- Condições Físicas: Por ocasião de parada de operação da planta foi realizada
inspeção visual interna e verificou-se alvéolos próximos a sede de vedação do
espelho lado cabeçote, embora com a ocorrência o resultado é satisfatório, demais
partes não apresentam não conformidade.

- Conclusão: Equipamento liberado para mais uma campanha.

 15/05/2006
- Condições Físicas: Exame visual interno constatou grande acúmulo de resíduos de
água de resfriamento nos tubos e espelhos do feixe tubular. Após hidrojatemaneto foi
observada perda de espessura por corrosão preferencial nas soldas de selagem dos
tubos com espelho, no feixe tubular. Sete tubos da periferia do feixe apresentaram
deformação proveniente da remoção inadequada do feixe tubular, ocorrida na
intervenção anterior. O casco e demais regiões apresentam bom estado físico.

- Conclusão: Equipamento apresenta estado físico satisfatório para operação.

 11/04/2008
55
- Condições Físicas: Feixe: Após remoção do tampo foi detectado no espelho e tubos
do feixe, um acúmulo de resíduos e detritos trazidos pela água de refrigeração. Após
remoção do feixe foi realizado uma limpeza. Durante a inspeção no espelho e tubos
foi verificado na solda de selagem dos tubos pequena corrosão preferencial da solda
com espelho e alvéolos esparços na região do espelho, sem comprometer a operação
do feixe. Casco: Após a remoção do feixe, foi encontrado uma pequena camada de
pó de produto na parede do equipamento, com maior acúmulo de produto na região
na região do fundo geratriz inferior. Foi realizada limpeza e após inspeção o
equipamento foi liberado.

- Conclusão: O equipamento apresenta boas condições físicas e operacionais.

 17/02/2013
- Condições Físicas: Espelho e Feixe. Espelho foi detectado algumas partes com
perdas de belzona, feita a recomendação para a sua reposição. O feixe foi todo
hidrojateado, internamente e externamente para retirada de qualquer anormalidade.

- Conclusão: de acordo com inspeções o equipamento encontra-se aprovado com nota


de recomendação para parada de 2014. Reparo de belzona.

A belzona citada durante o histórico de limpeza, trata-se de um produto que segundo


a Hita Comércio e Serviços Ltda (2016), reconstrói e protege espelhos de tubos
erodidos/corroídos, reconstrói barras divisórias e faces de vedação, protege caixas de água e
tampas de fechamento contra corrosão, repara revestimentos existentes, repara e veda carcaças
perfuradas, veda tubos com vazamento e vazamentos em juntas flangeadas. Portanto, sua perda
significaria que suas funções protetoras estariam prejudicadas.

A última limpeza no E-2402, ocorreu em 2013. Por esse motivo, há dificuldade na


detecção de um padrão de limpeza, pois o acompanhamento do U do equipamento só passou a
ser realizado a partir de dezembro de 2015, e como fator agravante, o processo não é
automatizado devido à falta de conexão entre toda a instrumentação necessária e o software de
acompanhamento da planta.
56
3.4 CRITICIDADE DO EQUIPAMENTO

O trocador de calor em questão é definido como crítico no processo produtivo. Tal


equipamento é caracterizado dessa maneira, pois é de vital importância para a manutenção e
funcionamento da planta. Na seção 3.1.1 foi explicitado que esse trocador aumenta a eficiência
do processo. Isso ocorre devido ao reciclo do fluido quente para a reação. Mais relevante ainda
é que na sua ausência ou na sua retirada de operação, a planta não possui autonomia para
permanecer operando, ocorrência que maximiza sua criticidade.

Cabe também salientar que ao se observar o fluxograma de processo, não há a


possibilidade de By-pass do equipamento.

3.5 DESAFIO

O principal desafio a ser resolvido nesse trabalho é a elaboração do acompanhamento


do U do trocador E-2402 de maneira automatizada e verificar as diferenças de um projeto
realizado no software, no PI e utilizando o método Kern.

3.6 RESUMO DO PROCESSO

O método utilizado para o projeto é o método Kern. Como o trocador em questão trata-
se de um trocador já existente, em outras palavras, todas as condições de temperatura, vazão e
outras necessárias para o projeto já eram conhecidas, o primeiro método foi escolhido como
mais pertinente para esse trabalho, método não-iterativo. Esse cálculo foi utilizado de maneira
adaptada como uma forma de confirmação dos dados fornecidos pela folha de dados, Figura
3.2.

A segunda parte do projeto foi realizada utilizando dois programas licenciados pela
Aspen Tech. O primeiro deles é o UNISIM. Com esse software, foi realizado a análise do
trocador casco e tubo, bem como o gráfico que auxiliou na determinação a temperatura de
57
condensação do fluido nas condições de operação indicadas no projeto. Já o segundo foi o
Aspen exchanger design and rating, de maneira similar ao primeiro, foi realizado o
dimensionamento do trocador de calor nas condições explicitadas na figura 3.2. Como esse
último é um programa especializado em design de trocadores de calor, os resultados oferecidos
foram mais detalhados, onde foi possível obter uma folha de dados padrão similar a já existente.
Esse fato, facilita a comparação entre os resultados adquiridos.

Finalmente, em posse de todos os resultados anteriores, os dados da planta industrial


normalizados foram demonstrados a fim de se comparar esse último com o esperado pelo
projeto do trocador de diferentes maneiras. Além disso, pôde-se escolher o melhor método, ou
seja, o que mais se aproximou da realidade e identificar as vantagens e desvantagens de cada
um deles.

Por último, foi realizado o estudo de automatização do processo de obtenção do U. De


maneira que não seja mais necessário a ida na área para obter informações de temperatura. Para
isso, contou-se com o auxílio do programa Minitab, a fim de obter uma boa correlação entre as
variáveis e também uma adequação das informações ainda não fornecidas no PI.

Toda o procedimento resumido nesse capítulo, juntamente com seus resultados serão
informados e descritos no Capítulo 5 referente aos resultados.
58

CAPÍTULO 4

4 METODOLOGIA

Esse capítulo consiste no resumo da metodologia aplicada para o desenvolvimento


desse trabalho. Todas as informações serão apresentadas em forma de tabela a fim de facilitar
o entendimento.

4.1 DADOS DO PROCESSO

A Tabela 4.1 caracteriza o trocador de calor estudado nesse trabalho, ou seja, suas
dimensões e características relevantes são destacadas.

Tabela 4.1: Resumo das informações do equipamento E-2402


Casco Tubo

Diâmetro interno (DI) = 25 in Número de tubos = 228

B (espaço da chicana) = 15,5 in Comprimento = 236,2 in

Passagens = 1 Diâmetro externo (DE) = 7,5.10-1 in

Comprimento = 236,2 in Passo= 93,7.10-2 in DI = 5,8.10-1 in

Passagens = 2
59
Com o auxílio das informações apresentadas nas Tabelas 4.1 e o método explicitado
no Capitulo 2, o projeto do trocador de calor pode ser realizado.

Prosseguindo, as simulações do equipamento nos softwares têm seu resumo


apresentado na Tabela 4.2. Além disso, também são demonstradas as comparações realizadas
nesse trabalho, juntamente com o valor da métrica considerada como aceitável.

Tabela 4.2: Descrição software simulação


Descrição

Equipamento: Trocador de calor apresentado no capítulo 3 (E-2402)

Software para Simulação: UNISIM e Aspen Exchanger design rating

Operação em estado estacionário: Sim

Alimentação: Propeno puro (casco), Água de resfriamento (tubos)

Simulação 1: Projeto trocador E-2402 utilizando o UNISIM

Simulação 2: Projeto utilizando o Aspen exchanger design rating

Pacote termodinâmico: Peng-Robinson

Dados experimentais reais (industriais): Sim

Comparação 1: Folha de dados x Projeto método Kern

Comparação 2: Folha de dados x simulação 1

Comparação 3: Folha de dados x simulação 2

Comparação 4: simulação 1 x simulação 2

Comparação 5: Dados reais5 x simulação6

Métrica: 10%

Por último, deve ser considerado um resumo do software utilizado para o tratamento
dos dados reais e facilitação do cálculo do U em oportunidades futuras, conforme Tabela 4.3.

5
Os valores considerados como dados reais são obtidos a partir da média de n pontos na planilha de
acompanhamento do U, tratando-se apenas como um valor de referência a fim de realizar a comparação 5.
6
A comparação com os dados reais será realizada considerando somente a simulação que mais se
aproximar do valor de projeto explicitado na folha de dados.
60
Para realização do tratamento de dados, foi analisada a variável mais pertinente para tal
avaliação.

Tabela 4.3: Descrição do software para tratamento de dados estatísticos


Descrição

Equipamento: Trocador de calor (E-2402)

Software: Minitab

Operação em estado estacionário: Sim

Alimentação: Propeno puro (casco), Água de resfriamento (tubos)

Simulação 1: Viabilidade do cálculo da variável temperatura de saída da água

Dados experimentais reais (industriais): Sim

Comparação: Dados industriais x simulação

A comparação apontada na Tabela 4.3 será realizada de maneira que a relação


escolhida apresente o menor erro possível em relação aos dados reais selecionados. Os
resultados obtidos, assim como a lógica sugerida para o cálculo automático do U do trocador,
serão apresentados no Capítulo 5.

4.2 SOFTWARES E HARDWARES

Neste presente trabalho foram utilizados os softwares: UNISIM®, da Honeywell, Aspen


Exchanger design rating, da Aspen Tech Inc., Minitab e Excel® e Word®, da Microsoft. Os
dois primeiros foram empregados na realização da simulação do trocador de reciclo de
polipropileno. O terceiro foi empregado para a elaboração da correlação que prevê a
temperatura de saída do fluido frio. O quarto foi utilizado para a realização da planilha de
acompanhamento alternativa, além de ter sido utilizado para a geração dos diversos tipos de
gráficos e tabelas. O último foi empregado na edição do texto. O sistema operacional (também
software) Windows® 8.1, da Microsoft foi utilizado para o gerenciamento dos demais
softwares.
61
A configuração de Hardware apresenta um processador Intel® Core™ i7 a 2,0 GHz,
disco rígido de 1 TB e 5400 rpm (convencional), além de uma memória de 8 GB DDR 3 de
1333 MHz.

Desta forma são apresentadas as partes integrantes da metodologia de estudo utilizada


neste trabalho. Os resultados e discussões são tratados no próximo capítulo.
62

CAPÍTULO 5

5 RESULTADOS

Neste capítulo são apresentados os resultados a partir dos dados de projeto e das
simulações baseadas nas informações obtidas pela Figura 3.2 e tabelas presentes no capítulo 4.
Além disso, são expostos os resultados do software Minitab que prevê os valores das variáveis
que não estão presentes no software PI para acompanhamento automático do U do trocador.

5.1 CÁLCULOS DO PROCESSO

Os fluidos de trabalho do serviço são a água e o propileno. A função do trocador no


serviço é resfriar o resíduo à temperatura de 50,7°C.

5.1.1 BALANÇO DE ENERGIA

Cálculo do calor recebido pela água no tubo utilizando a Equação (2.1):

Q = 329503 x 1 x (41 − 34) = 2306521 kcal/h

Cálculo do calor perdido pelo gás:


63
Como ocorre mudança de fase no fluido durante o processo, o calor perdido foi
dividido em dois subitens indicados a seguir:

 Calor sensível (Equação 2.1)

Cálculo do calor perdido pelo resfriamento do quente:

Q1 = 24610 x 0,507 x (58,7 − 110) = −640084 kcal/h

Cálculo do calor perdido pelo subresfriamento do condensado:

Q2 = 24610 x 0,814 x (50,9 − 58,7) = −156254 kcal/h

 Calor latente (Equação 2.2)

Este cálculo visa avaliar o calor latente que é perdido pelo gás que está no casco do
trocador.

Q3 = 24610 x (−61,4) = −1511054 kcal/h

Como não há saída de gás do trocador, o cálculo de Q2 em relação à Q3 retoma o valor


zero, portanto o calor total perdido resume-se à:

Q = Q1 + Q2 + Q3 = −2307392 kcal/h

5.1.2 CÁLCULO DO LMTD

O fluido pode ser avaliado de duas maneiras, sendo eles um escoamento cocorrente e
um escoamento contracorrente, conforme indicado nas Figuras 5.1 e 5.2, respectivamente.

Figura 5.1: Esquemático de temperatura considerando escoamento cocorrente


64

Figura 5.2: Esquemático de temperatura considerando escoamento contracorrente


A Figura 5.3 apresenta a síntese das diferenças entre as temperaturas dos fluidos
considerando o escoamento contracorrente ilustrado na Figura 5.2.

Q1 Q2 Q3
Propileno
110 58,7 58,7 58,7 58,7 50,9

Água
41,00 tint=39,06 tint=39,06 t1=34,47 t1=34,47 34,0

ΔT: 69,0 19,6 19,6 24,2 24,2 16,9

Figura 5.3: Diferença de temperatura entre os fluidos


Assim, as temperaturas t1, tint e ts podem ser calculadas pela Equação (2.1) isolando-se
a temperatura de saída.

(FW∙ Te −Q3 ) 329503 ∙34+156254


t1 = = = 34,47°C
FW 329503

(FW∙T1 −Q2 ) 329503 ∙ 34,47+1511054


t int = = = 39,06°C
FW 329503

(FW∙ tint −Q1 ) 329503 ∙ 39,06+640084


ts = = = 41,00°C
FW 329503

Este último, confirmando o valor apresentado na folha de dados, Figura 3.2.

Como há condensação do fluido no casco, o valor da LMTD, assim como o do calor


total, deve ser dividido em três etapas considerando a fórmula da LMTD, Equação (2.3).

Para o LMTD1, os valores considerados para o cálculo são:

∆Tmax = Te − t s

∆Tmax = 110 − 41 = 69°C

∆Tmin = Tcond − t int


65
∆Tmin = 58,7 − 39,06 = 19,64°C

O valor da temperatura de condensação não é fornecido na folha de dados, portanto


foi considerado um valor fixo, respeitando a curva de entalpia por temperatura, Figura 3.3.

16,9 − 24,23
LMTD1 =
16,9
ln 24,23

LMTD1 = 39,28°C

Para o LMTD2, os valores considerados para o cálculo são:

∆Tmax = Tcond − t1

∆Tmax = 58,7 − 34,47 = 24,23°C

∆Tmin = Tcond − t int

∆Tmin = 58,7 − 39,06 = 19,64°C

24,23 − 19,64
LMTD2 =
24,23
ln 19,64

LMTD2 = 21,85°C

Para o LMTD3, os valores considerados para o cálculo são:

∆Tmax = Tcond − t1

∆Tmax = 58,7 − 34,47 = 24,23°C

∆Tmin = Ts − te

∆Tmin = 50,9 − 34 = 16,9°C

24,23 − 16,9
LMTD3 =
24,23
ln
16,9

LMTD3 = 20,35°C

O valor do LMTD total do trocador pode portanto, ser calculado pela média ponderada
do LMTD individual (LMTDp) como indicado na Equação (2.4). Substituindo-se os respectivos
valores obtemos:

2307392
LMTDp = = 24,78°C
156254 1511054 640084
39,28 + 21,85 + 20,35
66
Após o cálculo do LMTD total, deve-se considerar a correção desse valor. Por este
motivo o S e o R são calculados pelas Equações (2.5) e (2.6), respectivamente.

41 − 34
S= = 0,092
110 − 34
110 − 50,9
R= = 8,44
41 − 34

Com esses resultados de R e S e observando Figura 2.19 para correçao de LMTD


obtem-se o valor de 0,96 para o fator de correção Ft. Portanto, o valor final para a LMTD (Eq.
2.7) é de:

LMTD = 0,96.24,78 = 23,79°C

5.1.3 CÁLCULO DO U

Para o cálculo do valor de U deve-se considerar os dados do processo. Esses podem


ser observados nas tabelas apresentadas nas Tabelas 4.1 e 4.2.

Nesse trabalho, apenas o cálculo do coeficiente de troca térmica global de projeto será
avaliado. Para esse cálculo, a Equação 2.19 deve ser considerada.

Área total, A = 2.Nt.comprimento.a”

O valor de a” pode ser obtido pela sexta coluna da Tabela 2.1, Área por ft linear, ft2
externa. Além disso, como o tubo apresenta a configuração da letra “U”, a área de troca térmica
apresenta duas vezes o comprimento fornecido na folha de dados. Por esse motivo, o fator dois
foi considerado na fórmula de área.

A = 2. 228.6.0,0598 = 163,613 𝑚2

2307392 kcal
UD = = 592,802
163,613.23,79 h ∙ °C ∙ m2

A Tabela 5.1 demonstra os resultados obtidos pelo método Kern, assim como os
desvios associados a cada cálculo realizado, considerando a folha de dados como parâmetro.
67
Tabela 5.1: Resultados projeto x Folha de dados
Resultados – Variáveis Simulação Folha de dados Desvio

U (kcal/h·m2·°C) 592,80 627,80 5,6%

Área (m2) 163,61 166,70 1,9%

Temperatura de saída água (°C) 41,00 41,00 0,0%

LMTD (°C) 23,79 22,04 -7,9%

Os desvios considerados na Tabela 5.1, assim como todos os demais desvios


apresentados nesse trabalho, respeitam a Equação (5.1).

Folha de dados − Projeto


Desvio = ( ) ∙ 100 (5.1)
Folha de dados

5.2 SIMULAÇÃO - UNISIM

A Tabela 5.2 apresenta um resumo dos resultados obtidos pela simulação no software
UNISIM, bem como o resultado compilado da folha de dados.

Tabela 5.2: Resultados Simulação 1 x Folha de dados


Resultados – Variáveis Simulação Folha de dados

U (kcal/h·m2·°C) 1131,18 627,80

Área (m2) 81,87 166,70

Temperatura de saída água (°C) 40,82 41,00

LMTD (°C) 34,99 22,04

Calculando-se o desvio para cada equipamento variável calculada temos:

Desvio U:

(627,8 − 1131,18)
U= . 100 = −80,2%
627,8
68
Desvio área (A):

(166,7 − 81,87)
A= . 100 = 50,9%
166,7

Desvio Temperatura (ts) de saída do fluido frio (água):

(41 − 40,82)
t𝑠 = . 100 = 0,4%
41

Desvio LMTD:

(22,04 − 34,99)
LMTD = . 100 = −58,8%
22,04

Considerando uma métrica estipulada de 10% para o desvio máximo admissível, o


modelo foi considerado não satisfatório ao representar o equipamento dimensionado na folha
de dados.

Apesar de não ser considerado satisfatório, são apresentadas as imagens obtidas pela
simulação computacional. A Figura 5.4 ilustra o trocador de calor simulado e seus principais
resultados.

Figura 5.4: Simulação do trocador industrial no ambiente UNISIM


Além disso, é importante destacar o comportamento do fluido quente ao longo da
passagem no casco do trocador, tendo em vista que esse equipamento se comporta como um
condensador, ou seja, ocorre mudança de fase, conforme Figura 5.5.
69

Figura 5.5: Detalhamento do comportamento do fluido quente


Finalmente, a Figura 5.6 apresenta o calor total trocado, bem como os resultados do
cálculo da LMTD e seu fator de correção encontrado Ft.

Figura 5.6: Performance global


O elevado desvio associado ao cálculo do valor da LMTD, aproximadamente 60%,
pode ser explicado pela mudança de fase ocorrida no equipamento, conforme ilustrado na
Figura 5.5. Quando há mudança de fase esse cálculo deve ser realizado por etapas, sendo
considerada uma LMTD ponderada.

Tal procedimento foi explicado no capítulo 2 e executado no início desse capítulo.


Para comprovar isso, ao se realizar o cálculo tradicional, considerando somente as variações
das temperaturas inicial e final, 110°C e 50,9°C para o fluido quente e 34°C e 41°C para o
fluido frio, e auxiliada pela Equação (2.3), o valor obtido é de 32,4°C, o que reduziria o desvio
entre a LMTD e o valor obtido pela simulação, 34,99°C, para 8%, valor aceitável para a
tolerância admissível. Observa-se também, que esse desvio em módulo, é idêntico ao contido
no projeto utilizando o método Kern, vide página 67 desse capítulo.
70
5.3 SIMULAÇÃO – ASPEN EXCHANGER DESIGN RATING

A Tabela 5.3 apresenta um resumo dos resultados obtidos pela simulação no software
Apen Exchanger design rating, bem como o resultado da folha de dados apresentado na Figura
3.2.

Tabela 5.3: Resultados Simulação 2 x Folha de dados


Resultados – Variáveis Simulação Folha de dados

U (kcal/h·m2·°C) 1113,50 627,80

Área (m2) 85,20 166,70

Temperatura do propeno saída (°C) 50,68 50,90

LMTD (°C) 24,12 22,04

Número de tubos em U 239 228

Velocidade casco (m/s) 8,94 1,47

Velocidade tubo (m/s) 2,23 2,44

A Tabela 5.4 apresenta os desvios encontrados para as variáveis, tomando como base
a folha de dados e utilizando a Equação (5.1).

Tabela 5.4: Desvio resultados Simulação 2 x Folha de dados


Variáveis Desvio

U (kcal/h·m2·°C) -77,4%

Área (m2) 48,9%

Temperatura do propeno saída (°C) 0,4%

LMTD (°C) -9,4%

Número de tubos em U -4,8%

Velocidade casco (m/s) -508,2%

Velocidade tubo (m/s) 8,6%


71
Assim como no tópico anterior, considerando a tolerância admissível para o desvio de
10%, o modelo foi considerado não satisfatório ao representar o equipamento dimensionado na
folha de dados. Retomando-se o método Kern, pode-se observar que a área é um fator
considerado tanto no cálculo do U quanto no da velocidade, e por esse motivo, ao se apresentar
uma área bem menor que o previsto pela folha de dados, as demais variáveis citadas,
consequentemente, também apresentam valores fora do esperado. Tomando como exemplo o
valor do coeficiente de troca térmica (U), que é inversamente proporcional ao da área, isso pode
ser comprovado. Ao se multiplicar o valor do U pela área fornecida na simulação e dividindo-
se pelo valor da folha de dados, ou seja considerando a nova área calculada pela simulação
como igual à da folha de dados. O valor obtido é de 569,107 kcal/h·m2·°C, o que diminui o
desvio para apenas 9,3%. Esse desvio resultante pode ser explicado pelo desvio da LMTD
apresentado na Tabela 5.4.

A Figua 5.7 apresenta o dimensionamento sugerido pela simulação para o trocador que
se adequa as características de troca térmica, vazão e pressão requeridas pelo projeto.

Figura 5.7: Projeto trocador


72
A Figura 5.8 define o número de tubos, bem como sua configuração no interior do
casco.

Figura 5.8: Layout dos tubos no trocador


Como pode ser observado na figura 5.8, a simulação considerou passo triangular, e
também um trocador BEU, TEMA B. Esse último é classficado para aplicações
químicas/petroquímicas, caso que ocorre no processo avaliado nesse trabalho.

Outra importante informação que facilita a comparação entre os dados obtidos por essa
simulação e os demais, é a folha de dados fornecida pelo programa segundo o padrão TEMA,
conforme Figura 5.9.
73

Figura 5.9: Folha de dados projeto

5.4 COMPARAÇÃO ENTRE AS SIMULAÇÕES

Ao se comparar o resultado entre ambas as simulações apresentadas nos tópicos 5.2 e


5.3, observa-se os desvios apresentados na Tabela 5.5.
74
Tabela 5.5: Desvio entre as simulações
Variáveis Simulação 1 Simulação 2 Desvio

U (kcal/h·m2·°C) 1131,18 1113,50 -1,6%

Área (m2) 81,87 85,20 3,9%

LMTD (°C) 34,99 24,12 -45,1%

Verifica-se que ambas as simulações apresentaram valores similares de U e área,


porém o valor da LMTD foi o fator determinante para indicar a simulação 2 como a mais
adequada para o processo. Considerando que o software utilizado na segunda simulação é um
software específico para design de trocadores de calor casco e tubo, esse pode apresentar o
cálculo da LMTD de maneira ponderada, caso que foi comentado no tópico anterior.

5.5 COMPARAÇÃO ENTRE OS DADOS REAIS E A SIMULAÇÃO

A Tabela 5.6 resume os valores de referência para o processo atual e os da simulação 2.

Tabela 5.6: Resultados Simulação 2 x Dados reais


Variáveis Dados reais Simulação 2

Vazão propeno (kg/h) 31131,7 24610

Vazão água (kg/h) 410378 329503

Temperatura do propileno saída (°C) 42,05 50,68

Temperatura da água saída (°C) 37,04 41,00

U (kcal/h·m2·°C) 687,74 1113,5

Observa-se na Tabela 5.6 que houve um aumento na carga em relação ao projeto


inicial. Como o trocador estava superdimensionado se comparado ao valor indicado pela
simulação, o trocador de calor E-2402 permanece eficiente para a troca térmica requerida. Esse
fato pode ser comprovado levando em conta que o equipamento ainda apresenta uma
temperatura de saída do propeno mais baixa que o projeto, ou seja, o resfriamento do fluido
75
quente e consequentemente a troca térmica, ainda ultrapassam os valores esperados pela Figura
3.2.

O valor das vazões da água e do propileno sofreu um incremento de aproximadamente


27% se comparado ao valor apresentado pela simulação 2, enquanto que as temperaturas de
saída do propileno e da água sofreram uma redução de 15% e 7%, respectivamente. Por último,
o U também sofreu uma redução de 37%.

5.6 TRATAMENTO ESTATÍSTICO E ACOMPANHAMENTO AUTOMÁTICO


DO U

Com o auxílio do software MINITAB e dos dados reais de operação presentes em uma
planilha de acompanhamento do U pôde-se obter uma correlação de R2=97,3 para o cálculo da
temperatura de saída da água. O modelo encontrado é apresentado na Equação (5.2).

ts=4,02 + 0,795.te + 0,0548.Ts + 0,000127.W + 0,0311.Te (5.2)

A tabela 5.7 apresenta os desvios percentuais encontrados no cálculo da temperatura


de saída do fluido frio, água, e do U do trocador, ao se utilizar os dados reais nas Equações (5.2)
e de U, respectivamente. Cada ponto é correspondente a uma data distinta de coleta das
variáveis no processo.

Considerando-se o desvio padrão das temperaturas de saída da água dos pontos


considerados na Tabela 5.7, obteve-se o valor de 1,93°C. Ao analisar-se os desvios
apresentados, nota-se que o maior apresentado foi de 1,59% (em módulo), e por esse motivo,
tal correlação foi considerada como satisfatória, podendo ser aplicada futuramente como
método facilitador para o cálculo do U do trocador.

Após a obtenção da temperatura de saída do fluido frio, conforme Equação 5.2, o


cálculo proposto nas lógicas a serem implementadas indicaria o valor da vazão de água presente
nos tubos. Essa estimativa só seria possível, se for considerado que o valor do calor total do
propeno já pode ser calculado em conjunto com a variação da temperatura da água supracitada.
76
Tabela 5.7: Desvio dados reais vs. Dados calculados pela correlação MINITAB
Ponto Desvio Tsaída_H2O Desvio U

1 0,16% 0,1%

2 -0,11% -0,07%

3 -0,44% -0,27%

4 0,92% 0,53%

5 -1,59% -1,07%

6 0,68% 0,45%

7 -0,32% -0,18%

8 0,48% 0,31%

9 -0,47% -0,23%

10 -0,07% -0,05%

11 0,49% 0,24%

12 1,49% 0,83%

13 -0,12% -0,97%

14 -1,53% -0,72%

15 -0,11% -0,06%

O procedimento do cálculo do U torna-se semelhante ao do projeto sugerido por Kern,


onde calcula-se a LMTD ponderada para finalmente obter o valor do coeficiente U. Apesar da
área variar conforme o tempo de operação do trocador (incrustações, corrosão, etc.), tais
fenômenos foram desconsiderados e a área considerada para o cálculo é sempre a área efetiva
demonstrada na folha de dados, 166,7m2.

Observando a Tabela 5.7, nota-se, ainda, que ao se calcular o valor do U utilizando o


valor da temperatura de saída da água pela Equação (5.2), obtém-se um desvio muito pequeno
quando se comparado ao valor calculado pela temperatura de saída real encontrada pelos
medidores presentes na área.
77
A planta pode apresentar erros grosseiros ao se considerar seus dados reais. Portanto,
é necessário implementar futuramente o procedimento de reconciliação de dados (PRATA,
2009).

Todos esses resultados foram obtidos considerando que o valor da temperatura de


entrada do fluido quente seria obtido diretamente pelo software PI. Para que isso ocorra, a
temperatura da corrente lateral TI2407 terá seu sinal cadastrado e transmitido para o software
de acompanhamento da planta. Essa temperatura, é obtida pela média da temperatura de dois
compressores presentes na área, que já possuem fornecimento digital.

Finalmente, após essas etapas o acompanhamento já pode ser realizado pelo painel de
controle de maneira instantânea e automática.

5.7 ACOMPANHAMENTO DO U

Primeiramente, a Figura 5.10 apresenta os dados do acompanhamento atual realizado


em Excel, onde a data, a temperatura de saída do fluido frio e a temperatura de entrada da
corrente lateral devem ser inseridos para que o cálculo seja realizado. Todos os dados foram
normalizados a fim de preservar os dados reais da planta de produção de polipropileno, devido
às condições de confidencialidade. Além disso, apenas o perfil é relevante a fim de se estudar
a representação do U ao longo do tempo.

0,9
0,8
0,7
U (kcal/h·m2·°C)

0,6 U sujo

0,5 U limpo
0,4
U trocador
0,3
0,2
0,1

Figura 5.10: Acompanhamento do U


78
Pode-se verificar na Figura 5.10, que o acompanhamento não é contínuo e possui
pontos espaçados. Isso ocorre devido ao fato da impossibilidade de ir na área para a coleta de
dados devido as tarefas diárias ou a uma possível redução da carga da planta. Esse último,
influencia diretamente no cálculo do U do trocador podendo indicar uma falsa necessidade de
abertura do E-2402 para limpeza.

A influência da vazão nesse cálculo afeta diretamente os cálculos das temperaturas t1,
tint e ts, que apresentam valores menores em carga baixa e como consequência, valores de
LMTD maiores. Cabe destacar que LMTD e U são inversamente proporcionais, portanto ao se
aumentar a LMTD, o valor de U diminui. Essa diminuição, já destacada no parágrafo anterior,
não é necessariamente verdadeira.

5.7.1 PROPOSTA DE MONITORAMENTO

A proposta sugerida nesse trabalho trata-se de uma lógica implementada diretamente


no sistema digital de controle distribuído (SDCD), onde quando o U ultrapassar o valor do
limite inferior da Figura 5.10, Usujo, um alarme seria acionado para o operador e o mesmo
poderia acrescentar na programação de manutenção uma inspeção em uma próxima parada de
oportunidade, e se necessário, realizar uma limpeza através de hidrojateamento.

A Figura 5.11 apresenta a lógica para implementação no PI. Como a lógica não foi
implementada ainda, não há como oferecer um histórico de acertos nesse acompanhamento, e
nem os agentes de cada alarme acionado, ou seja, qual o motivo de o trocador ter sujado, ou a
frequência com que isso ocorre e suas possíveis causas para abertura do E-2402.

Além disso, o valor da temperatura de entrada do fluido quente ainda não se encontra
cadastrado no SDCD, fato que inviabiliza essa automatização do processo. Por esse motivo,
esse trabalho também apresenta uma lógica no software Microsoft Excel em VBA apresentando
uma maneira mais eficiente no cálculo que a atual e alternativa, inserindo apenas a data da
análise e o valor da temperatura em questão.
79

Figura 5.11: Lógica SDCD


80
A lógica em VBA presente na planilha de acompanhamento vai ser demonstrada
através de Figuras (5.12, 5.13, 5.14 e 5.15) e deve ser realizada como alternativa até que a
corrente lateral seja cadastrada no sistema. Cabe salientar primeiramente, que como método
alternativo, esse será realizado manualmente e com acompanhamento semanal. Além disso, os
valores de vazão e temperatura já presentes no software PI possuem fórmulas específicas já
“inseridas” nos suplementos oferecidos pelo programa Excel, e portanto, serão suprimidas a
fim de preservar os tags e informações da planta. Assim, aparecerão somente como valores nas
células preenchidas.

Figura 5.12: Planilha Excel acompanhamento do U


Além do cálculo do U, ao se obter um valor menor que o valor do U sujo, aparece uma
mensagem de alerta na tela, juntamente com o preenchimento em vermelho da célula do
resultado do U como demonstrado na Figura a 5.13.

Figura 5.13: Planilha Excel acompanhamento do U -Alarme


A lógica em VBA, Figura 5.14, linguagem do programa Excel apresenta-se de maneira
similar a fornecida anteriormente para o SDCD, admitindo somente adequações para a sua
execução.
81

Figura 5.14: Lógica alternativa em VBA para Excel


Como observa-se na Figura 5.14 na primeira cláusula “If” da lógica, o cálculo só pode
ser realizado se a planta estiver operando com uma carga maior que 20t/h, caso contrário um
outro tipo de mensagem de alerta aparece na tela indicando que o cálculo não deve ser realizado
devido carga baixa na planta. A figura 5.15, demonstra tal ação no Excel.

Figura 5.15: Pop up carga baixa


Dessa forma, o monitoramento e controle do U do trocador pode ser realizado, mesmo
que de forma alternativa, com as devidas mensagens para a tomada de decisão.
82

CAPÍTULO 6

6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES

Este capítulo final apresenta as conclusões e sugestões para trabalhos futuros


relacionados ao estudo de automatização do cálculo do coeficiente de troca térmica de
trocadores críticos.

6.1 CONCLUSÕES

Os trocadores de calor são equipamentos essenciais na indústria, principalmente no


setor petroquímico. Definir o tipo de equipamento e suas respectivas propriedades como vazão,
temperatura e fluidos adequados de trabalho é fundamental a fim de garantir o funcionamento
conforme esperado da planta e maximizar seu potencial energético, minimizando os gastos
econômicos.

A primeira etapa desse trabalho consistiu na verificação do coeficiente de troca térmica


do trocador E-2402 através da reprodução do método Kern. O equipamento já possuía suas
características definidas e com isso teve sua LMTD calculada obtendo o valor de 23,79°C,
diferindo-se em 7,9% do valor explicitado na folha de dados, 22,04°C. Além disso, obteve-se
também os valores da área total de troca térmica, 163,61 m2 e do coeficiente de transferência
térmica de serviço (sujo), 592,802 kcal/h·m2·°C. Os desvios associados foram de
respectivamente 1,9% e 5,6%.
83
Em seguida, realizou-se uma simulação utilizando o software UNISIM. Nessa
simulação, comprovou-se a temperatura de condensação utilizada no dimensionamento do
equipamento de 58,7°C, além de ter encontrado uma LMTD com o valor de 34,99°C, 58,8%
acima do fornecido pela folha de dados. O desvio elevado foi explicado devido ao software não
calcular a LMTD de forma ponderada. Os dois últimos valores fornecidos por essa simulação
foram a área e o U do trocador, 81,87m2 e 1131,18 kcal/h·m2·°C, com os desvios em módulo
de 50,9% e 80,2%.

Adicionalmente, uma segunda simulação foi realizada utilizando o software Aspen


Heat Exchange Design. Esse software é especializado em projeto de trocador de calor casco e
tubo, portanto seus resultados foram mais detalhados que o anterior. Obteve-se como valores
de LMTD, área e U do trocador os valores, respectivamente de 24,12°C, 85,2m2 e 1113,5
kcal/h·m2·°C, com os desvios de 9,4%, 48,9% e 77,4% na mesma ordem.

Comparou-se então as duas simulações a fim de determinar a que mais se aproximava


dos valores fornecidos pela folha de dados original. Ao se considerar o cálculo da área e do U
do trocador, ambas apresentaram valores próximos de desvio. O fator determinante para a
escolha da segunda simulação foi o cálculo da LMTD, pois essa apresentou desvio pequeno, o
que o tornou similar ao desvio do projeto, demonstrando que o cálculo foi realizado de maneira
ponderada como o esperado. Além disso, como ambas as áreas foram menores que a folha de
dados independentemente do método utilizado para seu cálculo, concluiu-se que o equipamento
fornecido na folha de dados estava superdimensionado.

Os melhores resultados foram por fim comparados com os dados reais da planta. Com
isso, observou-se um aumento na carga em relação ao projeto indicado na folha de dados de
27%, enquanto as temperaturas reduziram-se em torno de 15% para o fluido quente e 7% para
o fluido frio. Verifica-se ainda que, o valor do U apresentou um valor 50% abaixo da simulação.

Finalmente, utilizando o histórico lançado em uma planilha de acompanhamento do


coeficiente de troca térmica do E-2402, foram criadas duas lógicas para o auxílio desse
monitoramento. A primeira delas em VBA para Excel, com o objetivo de ser utilizada de
maneira temporária enquanto a temperatura da corrente lateral não é cadastrada no painel de
controle e a segunda para ser utilizada de maneira definitiva. Essa última, seria realizada de
maneira automática, auxiliando os operadores e equipe de engenharia no controle do trocador
crítico, E-2402.
84
6.2 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS

Como próximos passos, espera-se que um “ponto” seja criado conectando as variáveis
fornecidas digitalmente nos compressores em área ao painel de controle. Com isso, o cadastro
das temperaturas poderá ser realizado no SDCD e consequentemente, o download do programa
fornecido pela lógica apresentada na Figura 5.11. Recomenda-se também a realização de testes
a fim de detectar qualquer erro nessa lógica antes de iniciar o acompanhamento de maneira
automática, implementando concomitantemente uma reconciliação de dados para este
equipamento, tal qual realizada por Prata.(2009) para o reator dessa mesma unidade industrial,
aumentando assim a credibilidade dos dados medidos e consequentemente, a estimativa de U e
das ações de controle.

Além disso, como o E-2402 não é o único trocador crítico da planta, sugere-se um
estudo quanto a instrumentação de cada um desses trocadores, de maneira que toda a
instrumentação e correlações necessárias sejam desenvolvidas para finalmente adaptar a lógica
apresentada para cada trocador específico. As mudanças ocorreriam principalmente no cálculo
da LMTD e do calor total trocado, dependendo do fluido sofrer ou não mudança de fase durante
o processo. Dessa maneira, a unidade se tornaria mais estável ao se considerar os equipamentos
de troca térmica, não precisando parar a operação após um longo período de operação com o
equipamento sujo.

Como proposta final, sugere-se a criação de um histórico de limpeza após a


implementação do acompanhamento e o desenvolvimento de uma correlação ou lógica que
preveja a data ou período de operação do equipamento, até sua possível saturação e necessidade
de parada e abertura para limpeza.
85

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