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Lavras – MG
2022
SUMÁRIO
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO 1
2 – OBJETIVOS 1
2.1 - Objetivo geral 1
2.2 - Objetivos específicos 1
3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1
3.1 – Câmara de Poeira 1
3.1.1 – Definição 1
3.2 – Caracterização de partículas 2
3.2.1 – Peneiramento 2
3.2.2 – Análise Granulométrica 2
3.2.3 – Modelos de Distribuição Granulométrica 2
3.3 – Eficiência de coleta 2
4 – MATERIAIS E MÉTODOS 2
4.1 –Materiais 2
4.2 – Instrumentos 2
4.3 – Métodos 2
4.3.1 – Peneiramento 2
4.3.2 – Cálculo da Eficiência 2
4.3.2.1 - Eficiência Global de Coleta 3
4.3.2.2 - Eficiência de cada Compartimento 3
4.3.3 - Modelos de Distribuição Granulométrica 3
4.3.4 - Cálculo Teórico para as Faixas Granulométricas de cada Compartimento 3
4.3.5 - Montagem da Câmara de Poeira 4
4.4 - Custo Final 4
4.5 - Mudanças e Adaptações Realizadas 5
6 – RESULTADOS E DISCUSSÕES 5
7 – CONCLUSÃO 8
8 – REFERÊNCIAS 9
1 – INTRODUÇÃO
Em uma indústria é muito comum as misturas entre sólidos e fluidos (BASTOS e AFONSO, 2015),
portanto observa-se a importância de um procedimento a fim de separá-los, seja para limpeza dos fluidos ou
para recuperar sólidos particulados. Existem diversas Operações Unitárias que podem ser utilizadas para esse
tipo de separação, dentre elas podemos citar a separação mecânica que acontece na câmara de poeira,
utilizada para separar uma corrente gasosa de partículas sólidas e, também muito eficiente para classificar
essas partículas por sua faixa granulométrica (MANGUCCI et al., 2020).
Esse tipo de equipamento é comumente visto em indústrias que produzem gases sujos por sólidos
particulados e, faz-se muito importante pois auxilia no cumprimento de normas de saúde e segurança devido
à emissão de gás, reduz a chance da vizinhança se expor à poeira e seus consequentes danos, além de garantir
melhores condições de trabalho uma vez que reduz a exposição dos trabalhadores ao pó (MANGUCCI et al.,
2020). A análise dimensional das partículas, classificando-as por sua faixa granulométrica, por sua vez,
também possui grande importância, já que em algumas ocasiões necessita-se que o material particulado
esteja em um tamanho específico para iniciar outros processos ou, até mesmo, é possível atribuir usos ao
material (LORENA, 2019).
Um cálculo feito a fim de descobrir as melhores condições que um equipamento pode operar é
chamado de dimensionamento. Esse dimensionamento possui extrema relevância, uma vez que com ele é
possível obter maior eficiência na operação, além de garantir a qualidade do resultado final (CONSEQ, s. d.).
Portanto conclui-se a importância de se dimensionar uma câmara de poeira, bem como fazer uma análise dos
dados granulométricos.
2 – OBJETIVOS
2.1- Objetivo geral
Realização de um protótipo de uma câmara de poeira que tem como alimentação uma mistura de gás
e particulado, sendo este, areia e ar. O protótipo foi construído e operado aplicando e consolidando conceitos
aprendidos durante a disciplina de Operações Unitárias I.
2.2 - Objetivos específicos
(i) Construção de uma câmara de poeira em escala de bancada com materiais de baixo custo;
(ii) Análise de eficiência do protótipo através da análise granulométrica do particulado alimentado e
coletado nos compartimentos das câmaras.
3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 – Câmara de Poeira
3.1.1 – Definição
Amplamente utilizadas em indústrias que possuem gases muito sujos em termos de material
particulado, as câmaras de poeira são sedimentadores gravitacionais que têm o objetivo de retirar poeiras de
correntes gasosas. Baseia-se no método da sedimentação livre, considerando o próprio peso e a velocidade
terminal das partículas. Estas câmaras apresentam área transversal suficientemente grande, através da qual
gases passam com baixa velocidade, dando tempo suficiente para que as partículas possam sedimentar no
fundo ou na base da câmara. O funcionamento da câmara pode ser melhorado incluindo-se chicanas ou telas,
permitindo, com isto, o aumento da velocidade (GOMIDE, 1980).
1
3.2 – Caracterização de partículas
3.2.1 – Peneiramento
Para separar as partículas de acordo com seu diâmetro, um método muito utilizado e bastante eficaz
é o peneiramento. A peneiração é a passagem de uma amostra por uma peneira, que são equipamentos ideais
de separação. Se o diâmetro de uma dada partícula for maior do que a abertura da peneira, ela vai ficar retida,
enquanto partículas com diâmetro menor vão passar por ela.
A abertura da peneira são os espaços vazios e indicam o diâmetro da maior partícula que pode passar
por ela (ou da menor que fica retida). O Mesh Tyler ou o número da peneira são números que podem ser
relacionados para se saber o diâmetro de abertura de uma peneira.
3.2.2 – Análise Granulométrica
A análise granulométrica consiste na determinação das dimensões das partículas que constituem as
amostras e no tratamento estatístico dessa informação. Basicamente, o que é necessário fazer é determinar as
dimensões das partículas individuais e estudar a sua distribuição. (DIAS, 2004).
3.2.3 – Modelos de Distribuição Granulométrica
É possível descrever uma distribuição granulométrica por modelos matemáticos como o de Gates,
Gaudin e Schumann (GGS) e o de Rosin, Rammler e Bennet (RRB). A partir desses modelos e de seus
parâmetros associados é possível estabelecer equações para o cálculo do diâmetro médio de Sauter, que
determina o diâmetro médio das partículas daquela amostra. (DIAS, 2004)
3.3 – Eficiência de coleta
A eficiência de coleta global demonstra a porcentagem de material que não é escoado para fora da
câmara durante o processo de separação.
A eficiência por compartimento é utilizada para saber a quantidade de material que se depositou em
um compartimento dentro de uma faixa granulométrica especificada.
4 – MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 –Materiais
Vasilhas de plásticos; cola de isopor; silicone; placa de isopor; papel paraná; secador de cabelos; funil;
folha de papel; areia; fita adesiva; tesoura; estilete.
4.2 – Instrumentos
Anemômetro; balança analítica; peneiras/peneirador; picnômetro.
4.3 – Métodos
4.3.1 – Peneiramento
Este procedimento foi realizado a fim de se encontrar a faixa granulométrica para cada compartimento
após o funcionamento da câmara de poeira.
4.3.2 – Cálculo da Eficiência
Foi feito o cálculo da eficiência global de coleta da câmara de poeira e a eficiência de cada
compartimento para análise da aplicabilidade do equipamento projetado.
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4.3.2.1 – Eficiência Global de Coleta
Para o cálculo da eficiência global de coleta será utilizada a soma das massas coletadas em
cada compartimento dividido pela massa alimentada na câmara de poeira, dada pela Equação [1], sendo Eg a
eficiência global de coleta, Mc a massa coletada em cada compartimento e Ma a massa alimentada na câmara
de poeira.
⅀𝑀𝑐
𝐸𝑔 = 𝑀𝑎
[1]
𝐷𝑖 𝑛⎤
⎡
𝑋𝑖 = 1 − 𝑒𝑥𝑝⎢−
⎢
⎣
( ) ⎥⎥⎦
𝐷'
[4]
O diâmetro médio de Sauter será calculado através da Equação [5], a qual é usada para o modelo RRB,
onde 𝑑𝑝𝑠 é o diâmetro médio de Sauter, n e D’ são os parâmetros do modelo.
𝐷'
𝑑𝑝𝑠 = [5]
(
Γ 1− 𝑛
1
)
4.3.4 - Cálculo Teórico para as Faixas Granulométricas de cada Compartimento
Para o cálculo da velocidade terminal das partículas foi usada a Equação [6] onde Q é a vazão do ar, B
é a largura da câmara e L é a distância final em que o compartimento se encontra.
𝑄
𝑣𝑡 = 𝐵𝐿
[6]
Uma vez calculadas as velocidades terminais das partículas, emprega-se a correlação da Equação [7] para
cálculo de 𝐶𝐷/𝑅𝑒 , em que 𝐶𝐷 é o coeficiente de arraste sólido-fluido, ρ e ρ𝑝 são a densidade do fluido e das
partículas, respectivamente, em kg/m3; µ é a viscosidade (em kg/m.s) e Ø representa a esfericidade da
partícula, Ø=0,79 (R. Bras. Ci. Solo, 39:94-99, 2015).
4 [(ρ𝑝−ρ )µ𝑔]
𝐶𝐷/𝑅𝑒 = 3 2 3 [7]
ρ 𝑣𝑡
Através da Equação [8] estima-se o 𝑅𝑒 da partícula, com auxílio dos parâmetros 𝐾1 (Equação [9]) e
𝐾2 (Equação [10]), responsáveis por colocar o efeito da não esfericidade da partícula. A partir da definição
3
do Re (Equação [11]) e isolando 𝑑𝑝, ou seja, o diâmetro da partícula, foi possível encontrá-lo para cada
compartimento e assim encontrar a faixa granulométrica para cada distância.
1
1,3
⎡ 1,3
1,3⎤
( ) ( )
𝐾2
2
⎢ 24 ⎥
𝑅𝑒 = ⎢ 𝐾1𝐶𝐷/𝑅𝑒
+ 𝐶𝐷/𝑅𝑒 ⎥ [8]
⎢ ⎥
⎣ ⎦
𝐾1 = 0, 843𝑙𝑜𝑔 ( ϕ
0,065 ) [9]
𝐾2 = 5, 31 − 4, 88ϕ [10]
𝑑𝑝𝑣𝑡 ρ
𝑅𝑒 = µ
[11]
Para os cálculos, a densidade das partículas utilizadas foi de 22630 kg/m3 , com esfericidade Ø =
0,79. Para o ar a 25ºC, tem-se que a viscosidade usada foi µ = 18,431x10-6 kg/m.s e uma densidade ρ = 1,169
kg/m3, encontrada através da picnometria.
Figura 1 - (a) Estruturas de vasilhas (compartimentos). (b) Estruturas de isopor e papel paraná.
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Tabela 1 - Relação da quantia e preço de cada item utilizado na construção da câmara de poeira.
6 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir dos dados do material e das equações de [6] a [11] foi calculada a distribuição
granulométrica correspondente às distâncias dos compartimentos da câmara de poeira e obteve-se uma faixa
granulométrica que teoricamente deveria estar contida em cada compartimento.
Com base nessas faixas, foi escolhido o tamanho das peneiras que seriam utilizadas no peneiramento
do material pós-funcionamento da câmara. As peneiras escolhidas foram de 32 Mesh (1,05 cm); 60 Mesh
(0,025 cm); 80 Mesh (0,018 cm); 115 Mesh (0,0125 cm); 150 Mesh (0,0106 cm) e 200 Mesh (0,0075 cm).
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Tabela 2 - Distribuição granulométrica.
Comparando o tamanho das peneiras escolhidas com as faixas granulométricas calculadas foi
observado que para uma eficiência de 100% o 1º compartimento deveria compreender apenas partículas que
ficaram retidas na peneira de 32 Mesh, o 2º compartimento deveria compreender as partículas que passaram
na peneira de 32 Mesh e ficaram retidas na de 150 Mesh, o 3º compartimento deveria compreender as
partículas que passaram na peneira de 150 Mesh e ficaram retidas na de 200 Mesh e no 4º compartimento
deveriam se depositar as partículas que passaram na peneira de 200 Mesh.
Após o funcionamento da câmara de poeira com uma massa de alimentação de 900,16 gramas foi
feito então o peneiramento do material contido em cada compartimento e também do material que escoou
pela saída de ar do protótipo, pois este poderia conter as partículas mais finas que não foram depositadas em
nenhum compartimento. A Tabela 3 apresenta os resultados obtidos com o peneiramento, onde Mc é a massa
coletada em cada repartimento de distância L.
Tabela 3 - Dados obtidos no peneiramento.
Apresenta-se abaixo os gráficos que foram obtidos, através do software Microsoft Excel, com os
dados coletados no peneiramento da areia retida em cada compartimento da câmara.
As curvas presentes na Figura 2 (a) representam a frequência com que cada compartimento reteve
certo diâmetro de partícula. É possível observar que a câmara não separou, como o esperado, a areia. O ideal
seria que conforme a distância aumentasse, o pico das curvas estaria mais à esquerda do gráfico, mostrando
que a maior porcentagem das partículas possuem diâmetros menores .É possível reparar que conforme a
distância aumenta, a frequência de distribuição das partículas de menor diâmetro aumenta um pouco, no
entanto, não aconteceu de forma adequada, uma vez que em todos os compartimentos a maior frequência de
distribuição ocorre na mesma faixa de diâmetro.
6
Fonte: Autores
Fonte: Autores
(b) Gráfico de Distribuição Cumulativa
Figura 2 - (a) Gráfico de Distribuição de
para cada compartimento
Frequência para cada compartimento
Através das curvas contidas na Figura 2 (b), também se observou que a maior parte das partículas
acumuladas em cada compartimento apresentavam o mesmo diâmetro.
Fonte: Autores
Figura 3 - Gráfico de Distribuição Cumulativa para cada compartimento
A Figura 3 expõe que as partículas capturadas em cada compartimento decresceram com seu
diâmetro conforme a distância na câmara de poeira aumenta, assim como o esperado, partículas mais finas
foram retidas nos últimos compartimentos.
Ainda com base nos dados de peneiramento, foi possível calcular a eficiência global de coleta da
câmara de poeira utilizando a Equação [1] e obteve-se um valor de 76,1%. Esse dado mostra que a câmara
apresentou falhas em sua construção, como vazamentos e volume morto, que acarretaram perda da amostra
alimentada.
Com o intuito de verificar a validade das faixas granulométricas calculadas e o peneiramento,
avaliou-se também a eficiência para cada compartimento utilizando a Equação [2], a Figura 4 exibe a
eficiência para cada compartimento, ou seja, cada distância do equipamento, que é dado em metros.
7
Fonte: Autores
Figura 4 - Gráfico da eficiência para cada compartimento.
7 – CONCLUSÃO
A construção de um protótipo de câmara de poeira apresentado neste trabalho foi útil para o
entendimento e a realização de conceitos aprendidos na disciplina de Operações Unitárias 1 como análise
granulométrica, peneiramento e cálculo de eficiência.
Entretanto, os resultados obtidos não foram coerentes com a teoria de separação sólido-gás de uma
câmara de poeira, consequência de diversos fatores que puderam ser diagnosticados a partir dos cálculos e
observações efetuadas.
Primeiramente, verificou-se uma eficiência global de coleta de apenas 76,1%, revelando problemas
no planejamento de construção do equipamento. Posteriormente, foi observado que os diâmetros médios das
partículas decresceram conforme a distância longitudinal da câmara, o que é esperado, e a eficiência do
primeiro compartimento apresentou valor significativo, no entanto, a separação total das partículas não foi
efetiva, havendo a deposição de partículas de variados diâmetros em todos os compartimentos.
O particulado empregado para a separação foi areia comum de construção civil, que pode apresentar
impurezas, irregularidades de forma e partículas com densidades diferentes. Essas propriedades influenciam
diretamente no cálculo da força de arraste e consequentemente na trajetória das partículas, podendo gerar
recirculação dentro do equipamento que acarretou em baixa eficiência na separação das partículas.
8
Além das propriedades do particulado, a estrutura do equipamento também interferiu na eficiência.
O isopor como material estrutural não forneceu uma boa vedação e sua rugosidade pode ter prejudicado o
escoamento da mistura fluido-particulado, o secador de cabelos não permite controle na vazão de ar que
deveria ser constante. e as medidas projetadas para a câmara podem ter sido subdimensionadas, uma vez que
foram determinadas sem cálculos prévios.
Outro fator que influenciou os resultados obtidos foi que a alimentação da areia na entrada da câmara
foi realizada sem controle de vazão e altura de queda, o que pode ter gerado um aumento na velocidade
vertical do particulado ao entrar no equipamento, que idealmente deveria ser nula.
Conclui-se então que não foi possível construir uma câmara de poeira de baixo custo e boa eficiência
devido a características do particulado e da estrutura projetada. Sugere-se, como forma de melhorar os
resultados obtidos a utilização de areia padronizada como particulado, a implementação de um controle de
vazão de fluido e a utilização de material plano para a parte estrutural, como madeira.
8 – REFERÊNCIAS
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