Você está na página 1de 35

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MINAS

Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais

DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE TRABALHO EM MOINHO DE


BOLAS EM ESCALA DE LABORATÓRIO

Junho 2013
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MINAS
Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais

MONOGRAFIA

Determinação do Índice de Trabalho em Moinho de Bolas em Escala de


Laboratório

Aluno: Euler Fernandes Vieira Victoria


Orientador: Prof. Roberto Galery

Junho 2013
Dedico este trabalho
aos meus pais, irmão e noiva.
AGRADECIMENTOS

- Ao Prof. Roberto Galery, meu orientador, pela sua atenção durante a preparação do
trabalho.

- Aos colegas de trabalho pelo incentivo, Vânia Andrade e William Kaiser.

- Aos Prof. e Luiz Cláudio Monteiro Montenegro, membro da Banca Examinadora, pela
leitura do texto, pelas sugestões oferecidas ao trabalho, e pelos ensinamento
transmitidos.

- Aos amigos e amigas que não foram citados e que sempre estiveram comigo me
auxiliando.

- A Marina Matilde Fonseca de Rezende, pela revisão dos meus textos e apoio
incondicional, em todos os momentos.

- Aos meus amigos de curso, Tarcísio Domingues e Pedro Lopes, pelos valorosos
conselhos dados nesse trabalho.
SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO..........................................................................................................07

2. OBJETIVO E RELEVÂNCIA.................................................................................09

3. REVISÃO BIBLIOGRAFICA.................................................................................10
3.1. Ensaio a Seco...........................................................................................10
3.2. Procedimentos do Ensaio a Seco.............................................................10
3.3. Críticas à Previsão do Índice de Trabalho em um Moinho de Laboratório,
para um Ensaio em Via Seca...........................................................................13
3.4. Ensaio a Úmido........................................................................................14
3.5. Procedimentos do Ensaio a Úmido..........................................................15
3.6. Críticas à Previsão do Índice de Trabalho em um Moinho de Laboratório,
para um Ensaio em Via Úmido.......................................................................18

4. DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS............................................................19
4.1. Operações do Ensaio a Seco....................................................................19
4.2. Resultados Ensaio a Úmido.....................................................................25
4.2.1. Ensaio a Seco Com Abertura de 106μm...................................26
4.2.2. Ensaio a Seco Com Abertura de 38 μm....................................27

5. CONCLUSÕES..........................................................................................................30

6. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS...................................................31

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................32
LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 – Distribuição de corpo moedor....................................................................10

Tabela 3.2 – Acompanhamento dos ensaios....................................................................11

Tabela 3.3 – Parâmetros do ensaio a úmido....................................................................15

Tabela 3.4 – Parâmetros do moinho................................................................................17

Tabela 4.1 – Densidade do material................................................................................19

Tabela 4.2 – Constantes do processo...............................................................................20

Tabela 4.3 – Variáveis dependentes................................................................................20

Tabela 4.4 – Análise granulométrica da alimentação......................................................21

Tabela 4.5 - Diâmetro máximo de bolas, por Azzaroni...................................................22

Tabela 4.6 – Distribuição da carga de bolas....................................................................22

Tabela 4.7 – Consumo da energia especifica para os tempos..........................................23

Tabela 4.8 – Análise granulométrica dos ensaios de 5 e 10 minutos..............................23

Tabela 4.9 – Análise granulométrica dos ensaios de 15 e 20 minutos............................23

Tabela 4.10 – Índices de trabalho....................................................................................24

Tabela 4.11 – Distribuição granulométrica alimentação ensaio a seco...........................25

Tabela 4.12 – Ensaio a seco na malha de 106μm............................................................27

Tabela 4.13 – Ensaio a seco na malha de 38μm..............................................................28

Tabela 4.14 – Segundo ensaio a seco na malha de 38μm................................................29


RESUMO

A determinação do índice de trabalho, em escala de laboratório é um importante


parâmetro no dimensionamento de moinhos, e devido ao seu caráter empírico e a
dificuldade de sua determinação no caso de alguns materiais, o índice de trabalho obtido
em laboratório pode diferenciar do obtido em escala industrial.

Neste estudo, é apresentado duas metodologias para a obtenção do índice de trabalho,


sendo uma delas o método convencional de Bond, no qual os ensaios são feitos a seco, e
o método proposto na tese intitulada: “Um método para prever o consumo específico de
energia na (re)moagem de concentrados de minério de ferro em moinhos de bolas”, na
qual sua principal diferença para o ensaio de Bond, é a realização dos ensaios em via
úmida.

O material utilizado no estudo é um minério de ferro friável, oriundo da Mina do Pico


em Minas Gerais, devidamente preparado para os dois testes, com o objetivo de compor
uma mesma população, para os dois ensaios aqui executados. A escolha desse material
em especifico objetivava avaliar algumas desvantagens já esperadas, tanto no ensaio de
Bond, por se tratar de um material com uma grande quantidade de finos, quanto para o
ensaio a úmido, pois os parâmetros de moagem foram estabelecidos para outra
variabilidade de minério de ferro.

Através dos resultados obtidos em laboratório, nos dois testes, foi avaliado o quão
próximo estão os dois resultados, a facilidade na execução de ambos os ensaios, e
observado as limitações de cada metodologia.
ABSTRACT

The determination of work index on a laboratory scale is an important parameter in the


design of mills and because of its empirical character and the difficulty of its
determination in the case of some materials the work index obtained in the laboratory
may differ from the obtained scale industrial.

In this study, two methods are presented for achieving work index, one of the
conventional Bond wherein the testing is done dry and the method proposed in the
thesis entitled "Um método para prever o consumo específico de energia na (re)moagem
de concentrados de minério de ferro em moinhos de bolas" in which its main difference
to test Bond is conducting the tests in the wet.

The material used in the study is an iron ore friable arising from the Mina do Pico in
Minas Gerais properly prepared for the two tests in order to compose the same
population for the two tests performed here. The choice of this specific material aimed
to evaluate some disadvantages as expected to the Bond test because it is a material with
a large amount of fine as for the wet test because the grinding parameters were
established for other variability iron ore.

The results obtained in the laboratory, the two tests was evaluated how close are the two
results, the ease of application of both tests and noted the limitations of each method.
7

1. INTRODUÇÃO

Com o objetivo de adequar a matéria prima proveniente das frentes de lavra, a etapa de
cominuição assume um papel importante, tanto para futuras etapas de concentração,
pelotização e transporte, ou mesmo adequação para as próximas etapas na cadeia
produtiva.

A necessidade de se atingir granulometrias cada vez menores e rochas de elevada


competência, tornam a etapa de cominuição fator limitante em projetos de plantas de
beneficiamento mineral, pois com isso geram grandes gastos, sejam eles energéticos, ou
de reposição de peças pelo desgaste gerado por materiais abrasivos.

A moagem é em geral a última etapa da fragmentação, recebe material abaixo de 20 mm


e possui maior grau de redução que as etapas de britagem, e dessa forma maior consumo
de energia para executar a fragmentação.

A relação energia consumida e fragmentação, é intuitiva e amplamente empregada, pois


além de sua relação direta, a cominuição é responsável por um grande gasto de energia,
se considerar todas as etapas das atividades de extração e beneficiamento do minério.

Sendo assim, a otimização do consumo de energia é vital para manter a competitividade


e qualidade do produto. Teste de laboratório e consequentemente em plantas piloto são
importantes para o melhor dimensionamento do equipamento e a partir das teorias e
ensaios feitos por Bond, possibilitou a criação de um parâmetro necessário para a
previsão do consumo de energia do moinho, o índice de trabalho.

Com a fragmentação do material e o controle da sua distribuição de tamanho, antes e


depois da moagem, podemos então determinar o indicie de trabalho, o que chamaremos
de WI; desenvolvido em 1952 após estudos laboratoriais. É uma lei empírica e podemos
determina-lo pela equação:

W – Energia aplicada (KWh/ton curta);


8

WI – Índice de trabalho (KWh/ton curta);


P – Diâmetro que passam 80% da massa do produto (μm);
F – Diâmetro que passam 80% da massa da alimentação (μm).

Segundo Bond, o WI é uma constante especifica de cada material, e trata-se do valor


estabelecido pela fragmentação de um determinado material de tamanho teoricamente
infinito, até 80% passante em uma malha de 100 μm.

Sua utilização foi consagrada, ao longo dos anos, no dimensionamento de moinhos de


barras e bolas, apesar de suas limitações.

A determinação do WI em laboratório pelo método convencional ocorre a seco, o que


pode gerar alguns inconvenientes, mesmo porque as operações de moagem em sua
maioria ocorrem a úmido. Esse e outros fatores prejudicam a determinação do índice de
trabalho por meio de moinhos de laboratório, obtendo resultados diferentes dos valores
industriais.

Ensaios para determinação do índice de trabalho em planta piloto demandam maiores


custos comparados a ensaios de laboratório, além de maior mobilização de tempo e
pessoas qualificadas para a operação. Dessa forma seriam desejáveis ensaios de menor
escala que obtenham resultados o mais próximo possível da realidade industrial, e se
possível, de fácil operação e apropriado para uma maior gama de materiais.
9

2. OBJETIVO E RELEVÂNCIA

Este trabalho irá comparar dois ensaios distintos para a determinação do WI, em via
úmida e em via seca, considerando a facilidade de execução dos ensaios, a sua
confiabilidade e se possível comparar os resultados obtidos.

Realização do ensaio em via seca será testada para material com grande quantidade de
finos e para uma malha teste, com abertura menor do que a praticada.

Os resultados do ensaio de via úmida serão avaliados, para um material diferente ao


realizado no trabalho: “Um método para prever o consumo específico de energia na
(re)moagem de concentrados de minério de ferro em moinhos de bolas”
10

3. REVISÃO BIBLIOGRAFICA

3.1. Ensaio a Seco

Para a determinação do WI, utilizando a moagem a seco descrita pela ABNT MB-3253,
método esse determinado por Bond em seus ensaios.

A moagem ocorre em circuito fechado, sendo realizados os testes até que o sistema
atinja seu equilíbrio, em outras palavras até que se obtenha uma carga circulante de
250%. O moinho possui diâmetro e comprimento de 12 polegadas, e opera em 70 rpm.
O corpo moedor é fixo em 285 bolas de aço pesando 20,13 kg, com a seguinte
distribuição:

Tabela 3.1 – Distribuição de corpo moedor


Número de bolas Diâmetro (mm)
43 36,5
67 30,2
10 25,4
71 19,1
94 15,9

3.2. Procedimentos do Ensaio a Seco

Devemos antes de se iniciar o ensaio, executar o preparo da amostra, sendo a mesma


reduzida toda ela a 100% passante em uma malha de 3,4mm.

A massa de minério contida no moinho é determinada a partir de uma proveta de 1L,


aonde executamos em triplicata o preenchimento com amostra até a marca de 700 mL,
obtemos então o valor médio da massa. A massa determinada dessa maneira
corresponde à quantidade total, isso é então a alimentação nova mais carga circulante,
que quando atingido o equilíbrio corresponde a 250%.

É necessária a realização da análise granulométrica da alimentação, assim como do


produto do último ciclo quando o equilíbrio é atingido.
11

A escolha da abertura da peneira que fechará o ciclo pode corresponder a aquela que
fechará o circuito industrial, porem na falta desse valor é usual a peneira de 150μm.

Para o acompanhamento do teste, é utilizada a tabela abaixo:

Tabela 3.2 – Acompanhamento dos ensaios


Massa total no moinho
Alimentação nova em regime
1 2 3 4 5 6 7 8
Massa
Número
Número passante massa massa passante
de Desvio Mob
de ciclo inicial do retida passante liquido
rotação
ciclo
1
2
3
...

Abaixo, se descreve o uso das colunas e das duas primeiras linhas:

 Massa total no moinho – É a massa determinada anteriormente pela proveta


de 1L;

 Alimentação nova em regime – Com o valor da alimentação determinada


pela proveta de 1L, obtemos da seguinte maneira a alimentação nova em
regime:

 Coluna 1 – São realizados o numero suficientes de ciclos até que se atinja o


equilíbrio. É de se esperar para materiais mais finos que sejam necessários
mais ciclos para que se atinja o ponto desejado;

 Coluna 2 – O primeiro valor da rotação é determinado pelo conhecimento


prévio do material, é aconselhável que para materiais mais competentes se
inicie com cerca de 200 rotações, já para material mais friável é
aconselhável 50 rotações. A partir da segunda rotação podemos determinar
seu valor pela formula:
12

Aonde i corresponde ao ciclo;

 Coluna 3 – Corresponde à massa da alimentação nova que está abaixo da


peneira que irá fechar o circuito, esse valor pode ser obtido por meio dos
resultados da analise granulométrica da alimentação, ou mesmo executando
uma pré-classificação da massa que será adicionada;

 Coluna 4 – Ao final do ciclo, classificamos o material na peneira escolhida,


e obtemos então a massa retida;

 Coluna 5 – O valor da massa passante é obtido pela diferença da


alimentação pelo valor retido no ciclo;

 Coluna 6 – É o valor que efetivamente foi fragmentado pelo moinho, e


obtemos com a subtração da coluna 3 pela coluna 5;

 Coluna 7 – O desvio é calculado com base na diferença entre os valores


contidos na coluna 5 e a alimentação nova em regime;

 Coluna 8 – A moabilidade é determinada pela seguinte formula:

No primeiro ciclo o moinho é alimentado com a massa total obtida pela proveta de 1L.
Os valores subsequentes ao primeiro ciclo da alimentação do moinho, são os valores
obtidos na coluna 5.

A obtenção do estado de equilíbrio é tida quando os três últimos valores da coluna 8


(moabilidade) não possuem uma variação maior que 3%, outro indicativo é quando o
valor da coluna 5 se iguala ao valor da alimentação nova em regime.

Para o calculo do WI são então necessários à obtenção no teste dos seguintes valores:

 Moabilidade (coluna 8) quando o sistema atinge o equilíbrio;


13

 Analise granulométrica da alimentação e produto;

 Calculo de 80% passante no produto e alimentação, por meio de interpolação.

Calculamos o índice de trabalho pela formula:

Onde:
Am – Abertura da malha de classificação do ensaio (μm);
WI – Índice de Trabalho (kWh/t);
P – Abertura na qual passam 80% da massa do produto;
F – Abertura na qual passam 80% da massa da alimentação;
Mob – Valor médio dos três últimos valores da moabilidade.

3.3. Críticas à Previsão do Índice de Trabalho em um Moinho de Laboratório,


para um Ensaio a Seco.

O método não leva em consideração a eficiência do classificado, gerando uma grande


propagação de erros, devido a grande quantidade de etapas de classificação que o teste
solicita.

O método também não avalia as diferenças no corpo moedor, isso é o tamanho das bolas
utilizadas, carga circulante, geometria de revestimento, reologia da polpa e variações no
nível da polpa no interior do moinho. O ensaio não considera os diferentes graus de
enchimento do moinho, e a única informação avaliada na analise granulométrica é o
d80.

O ensaio apresenta um forte caráter empírico, e não avalia as diferentes variáveis da


operação de moagem, e para uma melhor eficiência do experimento, é desejável uma
menor presença de finos.
14

3.4. Ensaio a Úmido.

O método utilizado para obtenção do WI, através de um ensaio de moagem a úmido em


escala de laboratório, foi o proposto na tese de doutorado de Joaquim Donizetti Donda,
intitulado: “Um método para prever o consumo especifico de energia na (re)moagem de
concentrados de minério de ferro em moinho de bolas”. A seguir é apresentada uma
síntese da execução do método.

O ensaio consiste em fixar variáveis operacionais, tais como percentual de enchimento


do moinho, percentual de sólidos, diâmetro interno do moinho e porcentagem da
velocidade crítica dentre outras variáveis e suas relações com as demais. O estudo de
Donda foi estabelecido para um minério de ferro proveniente da Mina do Germano.

As variáveis foram fixadas a partir de ensaios fatoriais e a partir do resultado calculado


a correlação linear múltipla entre as variáveis e dessa forma obtendo uma regressão
linear das referidas variáveis operacionais. Com esse estudo estatístico foi determinado
às condições que melhor se adequaram ao produto desejado (faixa de 89 a 91% passante
em uma abertura de 0,044mm ou blaine de 1600 até 1700). As variáveis fixadas foram:

 Diâmetro do moinho
 % enchimento
 % velocidade critica
 Vpolpa/Vvazios
 % sólidos em volume
15

3.5. Procedimentos do Ensaio a Úmido

Os valores fixados são semelhantes aos utilizados na moagem primária, determinados


no trabalho de Donda. São eles:

Tabela 3.3 – Parâmetros do ensaio a úmido


Condições
Parâmetro
Estabelecidas
Diâmetro interno do moinho (m) 0,2032 (8 pol)
Comprimento interno do moinho (m) 0,2032 (8 pol)
% Enchimento 29,6
Relação Vpolpa/Vvazios 1,07
% sólidos em volume 49,75
% velocidade critica 70
100% passante (mm) 9,53

É necessária a obtenção do valor do peso especifico do material, para dessa forma


calcularmos a massa necessária para o ensaio.

Para a realização do teste é recomendado à adição em camadas de bolas, material e água


já no moinho.

A distribuição corpo moedor é dada a partir do tamanho máximo de bola, calculado pela
equação de Ettore Azzaroni, dada abaixo:

dB – Diâmetro máximo de bolas (mm);


F80 – Tamanho 80% passante na alimentação (µm);
Wi – Índice de trabalho (KWh/t);
ρs – Densidade do material (t/m³);
N – Percentual da velocidade critica (%);
D – Diâmetro do moinho (pés).
16

Determinado o tamanho máximo de bolas, o próximo passo é determinar a distribuição


da carga de bolas, feito pela equação:

dB – Diâmetro máximo de bolas (mm);


dn – Diâmetro de bola utilizada (mm);
Yn – massa de bola inferior ao tamanho dn (%).

Temos que dn assume valores positivos e decrescentes ao longo da serie, e para o qual
quando n=0 temos que dn=dB .

Tendo fixado as variáveis operacionais, e determinado à carga de bolas, calculamos:

 Volume da carga (L) – determinado a partir da porcentagem de enchimento do


moinho, diâmetro do moinho e comprimento em mm;
 Volume de polpa (L) – função do volume da carga e da relação volume de polpa
dividido por volume de vazios;
 Peso da amostra (Kg) – determinado a partir do peso especifico do minério, o
volume de polpa e o percentual de sólidos em volume;
 Percentual de sólidos em peso – função da massa, volume da polpa e percentual
de sólidos em volume;
 Peso da Carga (Kg) – determinado a partir das cargas de bolas e volume de
carga;
 Volume de água (mL) – função do peso da amostra e % de sólidos em peso.

As variáveis operacionais utilizadas na (re)moagem, no minério específico da Mina do


Germano, são mostradas na tabela abaixo:
17

Tabela 3.4 – Parâmetros do moinho


Bola Peso específico (Kg/m³) 4,65
Tipo de Corpo Moedor Bolas
Relação Vpolpa/Vvazios 1,21
% Sólidos em volume 37,73
% Vel. Crítica 65
% Enchimento 30,08
Comprimento (m) 0,254
Diâmetro (m) 0,254
Minério Peso específico (N/m³) 4,95

O tempo dos ensaios é determinado pelo cálculo da potência consumida, por tonelada de
bolas em KWh/t de carga. Utilizando a equação corrigida de Rowland para o calculo da
potência.

kWb – Potência consumida pelo moinho de bolas, por tonelada de bolas de carga
(KWh/t);
D – Diâmetro interno do moinho (m);
Vp – Fração do volume do moinho ocupado pelas bolas;
Cs – Fração da velocidade critica.

Depois de obtido a potência consumida no moinho por tonelada de carga de bolas


calcula-se a potência por unidade de carga de bolas, posteriormente calculamos a taxa
horária da potência consumida por tonelada de minério, obtendo assim um fator de
energia pelo tempo de moagem.

Depois de efetivado os testes, (quatro ensaios, para tempos diferentes de moagem)


construímos o gráfico de % passante pela energia no eixo do pinhão (kWh/t), abaixo é
apresentado um gráfico, com a curva de consumo de energia por % passante.
18

Grafico 1 - % retida por energia no eixo do pinhão.

Com a equação do consumo de energia determinamos pela lei de Bond o WI do


material, para a 80% passante na malha de interesse.

3.6. Críticas à Previsão do Índice de Trabalho em um Moinho de Laboratório,


para um Ensaio em Via Úmida.

Com o grande aspecto empírico do ensaio, é de se esperar que os resultados do teste


para materiais diversificados obtenham maiores desvios da realidade industrial, pois as
constates operacionais foram fixadas em um ensaio fatorial que visava contemplar a
melhor condição para o minério especifico do quadrilátero ferrífero. Dessa forma, faz se
a necessidade de uma nova analise estatística, e um novo ensaio fatorial, por se tratar de
populações distintas, para assim proceder de maneira mais eficiente nas operações de
determinação do Índice de Trabalho.
Outro ponto a ser considerado é a falta da interferência da carga circulante no ensaio.
Assim como o ensaio a seco, o teste só avalia o P80 da analise granulométrica.
19

4. DESENVOLVIMENTO

Os ensaios a seguir são todos eles provenientes de um mesmo espaço amostral, no caso
a alimentação da usina da Mina do Pico, um minério de ferro friável, totalizando 80 kg
de amostra.

As massas foram divididas no divisor de Rifles de grande porte, em duas amostras,


sendo uma destinada para o ensaio a úmido e a outra para o ensaio a seco.

4.1. Operação do Ensaio a Úmido

Toda a massa destinada para o ensaio foi adequada para 100% passante em uma malha
de 9,53 mm, o material retido na peneira foi fragmentado em um britador de rolos.

Todo o material foi amostrado em divisores de rifles de diferentes tamanhos e uma


pequena quantidade de amostra foi colhida para a determinação da densidade pelo
método do picnometro. A seguir vemos os resultados da determinação da densidade:

Tabela 4.1 – Densidade do material


1º Ensaio Massa (g)
Picnômetro vazio 37,50
Picnômetro mais amostra 84,72
Picnômetro mais amostra e água 176,31
Picnômetro mais água 142,54
Densidade do sólido 3,52
Massa (g)
2º Ensaio
Picnômetro vazio 37,50
Picnômetro mais amostra 82,53
Picnômetro mais amostra e água 174,71
Picnômetro mais água 142,43
Densidade do sólido 3,58
Densidade média 3,55
20

As constantes escolhidas para o ensaio são citadas na tabela abaixo. A justificativas para
sua utilização se baseiam nas mesmas utilizadas no referido trabalho do ensaio a úmido,
são elas utilizadas para a moagem primária.

Tabela 4.2 – Constantes do processo


Bola Peso específico (Kg/m³) 4,65
Tipo de Corpo Moedor Bolas
Relação Vpolpa/Vvazios 1,07
% Sólidos em volume 49,75
% Vel. Critica 70
% Enchimento 29,6
Comprimento (m) 0,2032
Diâmetro (m) 0,2032
Minério Peso específico (N/m³) 3,55
100% material abaixo de (mm) 9,53

Chamaremos de variáveis dependentes, as constantes obtidas a partir dos valores


fornecidos na tabela acima, seus cálculos foram enunciados no capitulo anterior. Abaixo
vemos seus valores:

Tabela 4.3 – Variáveis dependentes


Volume da carga (L) 1,88
Volume de polpa (L) 0,81
% de sólidos em peso 78,02
Rotação (RPM) 66,11
Peso da Carga (Kg) 8,77
Potência por tonelada de bolas (kW/tbolas) 3,20
Potência (KW) 0,03
Consumo Específico de Energia (kWh/t) 0,3266 x tmoagem*
Peso da amostra (kg) 1,432
Volume de água (mL) 403
* tmoagem – duração em minutos de uma dada moagem

É realizada a análise granulométrica da alimentação e por meio desta calculamos por


interpolação o tamanha no qual passam 80% do material. Abaixo vemos a tabela e o
gráfico da análise granulométrica:
21

Tabela 4.4 – Análise granulométrica da alimentação


% %
Abertura Massa % Retida
Retida Passante
(μm) (g) acumulado
Simples acumulado
9530 0,00 0,00 0,00 100,00
3350 69,52 12,41 12,41 87,59
2360 24,36 4,35 16,76 83,24
1000 37,34 6,67 23,42 76,58
600 17,12 3,06 26,48 73,52
425 12,59 2,25 28,73 71,27
212 28,70 5,12 33,85 66,15
150 26,50 4,73 38,58 61,42
75 105,30 18,80 57,38 42,62
45 83,22 14,86 72,23 27,77
-45 155,24 27,71 99,94 0,06
Total 560,20 100,00

Gráfico 2 – Distribuição granulométrica da alimentação

Para a determinação do maior tamanho do corpo moedor, utilizamos a formula de Ettore


Azzaroni e os valores de entrada da equação são:
22

Tabela 4.5 - Diâmetro máximo de bolas, por Azzaroni


dB (mm) 54,6 Diâmetro máximo de bolas
F (µm) 1699 D80 da alimentação
Wi (KWh/t) 5 (Valor estimado)
ρs (t/m³) 3,55 Densidade do material
N 70,00 Porcentagem da velocidade crítica
D (pés) 0,67 Diâmetro do moinho

A partir do maior tamanho de bola, determinamos o escalonamento da quantidade de


bolas pelo seu diâmetro, em detrimento dos tamanhos disponíveis no mercado.

Tabela 4.6 – Distribuição da carga de bolas


Peso Área Área % do peso
Diâmetro Peso Total Número Volume
unitário superficial superficial total de
(mm) (Kg) de bolas (cm³)
(g) (cm²) total (cm²) bolas
50,8 3,69 319,19 81,07 12 68,64 937,47 42
38,1 2,99 134,66 45,60 22 28,96 1012,79 34
31,8 1,12 78,29 31,77 14 16,84 454,17 13
25,4 0,96 39,90 20,27 24 8,58 489,93 11
Total 8,77 - - - - 2894,35 100

Através da equação abaixo, obtemos a energia consumida por tonelada de bolas. Ao


multiplicarmos o valor pela massa da carga de bolas obtemos a potência do moinho, e
para determinarmos o consumo especifico de energia dividimos o valor pela massa de
minério utilizada no teste, e multiplicamos pelo tempo de moagem.

Com todas as vaiáveis determinadas, executamos os testes, para os tempos de 5, 10, 15


e 20 minutos, e a partir da potência calculada temos o consumo específico de energia
para os tempos citados:
23

Tabela 4.7 – Consumo da energia especifica para os tempos


W Tempo de
Ensaio
(kWh/t) moagem (min)
1 1,63 5,0
2 3,27 10,0
3 4,90 15,0
4 6,53 20,0
Taxa de energia pelo
0,3266
tempo

Após o término dos ensaios, executamos as análises granulométricas a úmido e obtemos


as tabelas e gráfico abaixo:

Tabela 4.8 – Análise granulométrica dos ensaios de 5 e 10 minutos


5 min. 10 min.
% %
Abertura Massa % Retida % Abertura Massa % Retida %
Retida Retida
μm (g) Acumulado Passante μm (g) Acumulado Passante
Simples Simples
1700 34,36 9,47 9,47 90,53 850 22,50 6,70 6,70 93,30
850 8,29 2,28 11,75 88,25 425 5,70 1,70 8,40 91,60
425 9,12 2,51 14,27 85,73 150 21,90 6,52 14,92 85,08
150 36,11 9,95 24,22 75,78 75 53,70 16,00 30,92 69,08
75 74,14 20,43 44,65 55,35 45 67,40 20,08 51,00 49,00
38 77,58 21,38 66,02 33,98 38 8,60 2,56 53,56 46,44
-38 123,30 33,98 100,00 0,00 -38 155,90 46,44 100,00 0,00
Total 362,90 100,00 Total 335,70 100,00

Tabela 4.9 – Análise granulométrica dos ensaios de 15 e 20 minutos


15 min. 20 min.
% % %
Abertura Massa % Retida % Abertura Massa % Retida
Retida Retida Passante
(μm) (g) Acumulado Passante (μm) (g) Acumulado
Simples Simples
850 20,74 5,81 5,81 94,19 850 7,34 2,02 2,02 97,98
425 5,90 1,65 7,47 92,53 425 0,40 0,11 2,13 97,87
150 16,60 4,65 12,12 87,88 150 7,03 1,93 4,06 95,94
75 64,92 18,20 30,32 69,68 75 54,87 15,09 19,16 80,84
45 68,75 19,27 49,60 50,40 45 68,93 18,96 38,12 61,88
38 8,10 2,27 51,87 48,13 38 7,85 2,16 40,28 59,72
-38 171,69 48,13 100,00 0,00 -38 217,08 59,72 100,00 0,00
Total 356,70 100,00 Total 363,50 100,00
24

Grafico 3 – Distribuição granulométrica do produto

O valor do P80 é obtido por interpolação e o índice de trabalho é determinado


indiretamente pela equação de Bond:

Obtemos então a tabela e gráfico para os índices de trabalho:

Tabela 4.10 – Índices de trabalho


Ensaios 5 min. 10 min. 15 min. 20 min.
P80 (μm) 267 126 118 74
W (kWh/t) 1,6 3,3 4,9 6,5
WI (kWh/t) 4,4 5,0 7,2 7,1
*F80 igual a 1699 μm

Grafico 4 – Indice trabalho em função do produto da granulometria


25

Através da equação gerada pelo ajuste polinomial de segundo grau, podemos então
determinar o índice de trabalho para o valor de 80% passante no produto na malha
desejada.

4.2. Operação do Ensaio a Seco

Os ensaios foram conduzidos conforme a norma da ABNT – NBR 11376. Atendendo as


dimensões de 12 polegadas de diâmetro e comprimento do moinho, operou a 70 rpm,
respeitado a carga moedora citada no capitulo 3.2.

Amostra destinada ao ensaio a seco foi classificada, e o material retido na abertura de


3,4mm foi fragmentado em um britador de rolos. Todo o material foi amostrado em
divisores de rifles de diferentes tamanhos. A massa da amostra para alimentação do
moinho foi determinada em triplicata preenchendo se uma proveta de um litro até
atingir a marca de 700 ml, dessa forma obteve se a massa de 1832,7g.

Para determinação da abertura na qual passam 80% da massa na alimentação, foi


realizada a analise granulométrica, e abaixo podemos constatar pela tabela e gráfico a
sua distribuição:

Tabela 4.11 – Distribuição granulométrica alimentação ensaio a seco


%
Abertura Massa % Retida %
Retida
(μm) (g) Acumulada Passante
Simples
3400 0,00 0,00 0,00 100,00
2362 45,65 9,12 9,12 90,88
1000 55,55 11,10 20,21 79,79
600 22,03 4,40 24,61 75,39
425 11,19 2,24 26,85 73,15
212 28,70 5,73 32,58 67,42
150 22,91 4,58 37,16 62,84
75 98,86 19,75 56,90 43,10
45 40,30 8,05 64,95 35,05
38 74,40 14,86 79,81 20,19
-38 98,00 19,57 99,38 0,62
Total 497,59 100,00
26

Grafico 5 – Distribuição granulométrica alimentação ensaio a seco


Obtivemos por interpolação a abertura de 1026μm, no qual passam 80% da massa na
alimentação, o que chamaremos de F80.

4.2.1 Ensaio a Seco Com Abertura de 106μm

O primeiro teste foi realizado em uma malha de 106μm. Essa abertura foi escolhida
visando a maior facilidade de execução do ensaio, devido a melhor eficiência de
classificação e dessa forma a execução de uma classificação a seco.

A escolha das malhas de classificação para o ensaio a seco, não foram determinadas por
parâmetros industriais, mas com o intuído de obter melhores resultados, para em posse
dos mesmos executar a comparação dos dois métodos de obtenção do índice de trabalho
(WI).

O preenchimento com os dados do teste se seguiram com forme a tabela 2, e abaixo são
mostrados os resultados:
27

Tabela 4.12 – Ensaio a seco na malha de 106μm


Massa total no moinho 1832,7
Alimentação nova em regime 523,63
1 2 3 4 5 6 7 8
Massa
Número
Número passante Massa Massa Passante Desvio Mob
de
de ciclo inicial do retida passante liquido (g) (g/rot)
rotação
ciclo
1 15 983,20 777 1055,70 72,50 532,07 4,83
2 -6 552,553

Os testes foram interrompidos após a obtenção de uma rotação negativa, gerada pelo
valor do passante inicial (Coluna 3) na peneira de 106μm, valor esse superior a massa
de alimentação quando em regime, dessa forma para a possível realização do ensaio a
seco, concluímos que o teste deveria ser realizado em uma malha em que o seu passante
inicial não ultrapassa se o valor de 28,6%. Esse valor é consequência da carga circulante
estipulada no teste de 250%.

Segundo SEPULVEDA 1982, em um capitulo publicado pela Anaconda Minerals


Company de Tucson, Arizona, ele fala que a alimentação que apresenta uma grande
quantidade de material fino gera dificuldade devido ao peneiramento a seco, além de
grandes quantidades do produto final que prolongam a obtenção das condições de
estabilidade do moinho. Ele menciona ainda que é desejável que se realize o teste com
uma amostra que contenha no máximo 15% de passante inicial na abertura do teste.

4.2.2 Ensaio a Seco Com Abertura de 38μm

Em vista do ensaio na malha de 106μm, ter obtido resultados negativos para o número
de rotações e dessa forma, a partir das conclusões obtidas no teste anterior, buscamos a
malha em que se houve um passante inicial no mínimo inferior a 28,6%, para garantir
que os testes não gerassem valores negativos para o número de rotações.

Para a segunda batelada de ensaio foi então utilizada à malha de 38μm, pois a mesma
apresentava um passante inicial de cerca de 20%. Abaixo vemos a tabela do ensaio:
28

Tabela 4.13 – Ensaio a seco na malha de 38μm


Massa total no moinho 1832,7
Alimentação nova em regime 523,63
1 2 3 4 5 6 7 8
Massa
Número
Número passante Massa Massa Passante Desvio Mob
de
de ciclo inicial do retida passante liquido (g) (g/rot)
rotação
ciclo
1 170 369,66 1295,61 537,09 167,43 13,46 0,98
2 422 108,433 1556,1 276,60 168,17 -247,03 0,40
3 1173 55,8426

Optamos em cancelar novamente o ensaio, devido ao fato de que nessa segunda


tentativa obtivemos rotações extremamente altas, para um material excessivamente
friável, e concomitantemente valores retidos na peneira teste muitos altos. Entendemos
que o ensaio estava agora sendo comprometido pela eficiência de peneiramento; por se
tratar de uma malhar menor, a classificação a seco não estava ocorrendo e o material
que deveria passar na peneira, estava ficando em sua maior parte retido.

Dessa forma, os ciclos do teste, agora seriam classificados não mais em peneiramento a
seco e sim a úmido, para melhorar a eficiência do peneiramento.

O peneiramento agora por se tratar de uma massa considerável de material, a uma


granulometria menor, a classificação foi dividida em quatro massas menores, cada
porção foi então dividida em quatro peneiras, com o tempo de peneiramento de quinze
minutos, e a classificação foi então realizada a úmido, ao final o material retido era
então secado.

Os resultados do segundo testes do índice de trabalho a seco na malha de 38μm, são


apresentados a seguir:
29

Tabela 4.14 – Segundo ensaio a seco na malha de 38μm


Massa total no moinho 1832,7
Alimentação nova em regime 523,63
1 2 3 4 5 6 7 8
Massa
Número
Número passante Massa Massa Passante Desvio Mob
de
de ciclo inicial do retida passante liquido (g) (g/rot)
rotação
ciclo
1 100 369,7 1274,8 557,90 188,20 34,27 1,88
2 82 112,634 1524,5 308,20 195,57 -215,43 2,38
3 193 62,2223 1422,8 409,90 347,68 -113,73 1,80
4 245 82,7545 1433,3 399,40 316,65 -124,23 1,29
5 343 80,6347 1367,6 465,10 384,47 -58,53 1,12
6 384 93,8988 1363,1 469,60 375,70 -54,03 0,98
7 438 94,8073 1643,5 189,20 94,39 -334,43 0,22
8 2252 38,1975

Mesmo com as tentativas da melhora da eficiência de peneiramento, o teste indicou os


mesmo problemas do ensaio anterior.
30

5. CONCLUSÕES

Apesar de não se ter obtido o valor do índice de trabalho no ensaio a seco, podemos
fazer muitas considerações sobre os ensaios aqui abordados. Avaliando não só os
resultados obtidos, mas também a facilidade com que os ensaios foram executados, e as
vantagens e desvantagens dos métodos de determinação do WI.

Podemos constatar no ensaio a seco, que se torna inviável sua realização para materiais
em que a porcentagens de 28,6% do material é passante na abertura em que o teste é
realizado, e ainda a literatura recomenda valores abaixo de 15% passantes iniciais na
malha de teste. Observamos também que a eficiência de peneiramento é um fator que
pode afetar o andamento dos testes e claro o valor encontrado para o WI.

As grandes quantidades de peneiramentos necessários para a realização do teste pode


torna-lo inviável, pois gera um acumulo de incerteza muito grande, que crescem para
materiais friáveis e que contenham mais partículas finas. Pois tais aspectos são
diretamente ligados à eficiência de peneiramento.

O ensaio a seco, no entanto, por ser amplamente praticado possui uma grande
quantidade de banco de dados, o que facilita a forma como dimensionamos
equipamentos, e ainda obtendo bons resultados para o índice de trabalho da moagem
primaria.

Os testes realizados a úmido se destacam pela praticidade com que o método é


executado, porem caso haja a necessidade de um ensaio fatorial para fixarmos as
constantes operacionais do moinho, serão então necessários números de teste superiores
aos em ensaios de Bond.

Obtivemos valores compatíveis com um material friável, cerca de 7 kWh/t para 80%
passante em 100μm, porém acredito que para materiais compactos, ou mesmo para
materiais com maior variabilidade sejam necessários a mudança das variáveis
operacionais de moagem, pois se trata de uma população bem distinta da abordada no
trabalho de Donda.
31

6. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

A obtenção do índice de trabalho, para diferentes materiais, com resistências a


fragmentação distintas, de compactos a materiais friáveis, a partir de ensaios a seco e a
úmido, e em posse dos valores industriais, avaliarmos qual dos métodos obtém valores
mais próximos da realidade.

Desenvolver, maneiras para melhorar a eficiência do ensaio a seco, para materiais em


que a eficiência de classificação é um ponto a se observar. Acrescentado menores
massas as peneiras, e dessa forma aumentando o número de peneiramentos e executa lós
a úmido, caso esse procedimento não altere a resistência à fragmentação do material.
32

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

YAP R. F.; SEPULVEDA, J. L.;JAUREGUI, R. Determination of the Bond Work


Índex Using na Ordinary Laboratory Batch Ball Mill, In: MUÇAR, A. L.; GERALD
IIV. J. Design and Installation of Comminuition Circuits. New York, American Institute
of Mining, Metallurgical and Oetroleum Engineers, Inc p. 176-203. 1982.

MAZZINGHY, D. B. Modelagem e Simulação de Circuito de Moagem Através da


Determinação dos Parametros de Quebra e da Energia especifica de Fragmentação. Belo
Horizonte Escola de Engenharia da UFMG 2009. 128p.

VALADÃO, E. S. G; ARAUJO C. A. Introdução ao Tratamento de Minérios. Belo


Horizonte: Editoria UFMG, 2007. 234 p.

Montgomery, Douglas C.. Estatística Aplicada e probabilidade para Engenheiros. 4. ed.


Rio de Janeiro: LTC, 2009. 493 p.

BERALDO, J. L. Moagem de Minérios em Moinhos Tubulares. São Paulo: Editora;


Edgard Blücher LTDA, 1987.

CHAVES, P. A. Teoria e Prática do Tratamento de Minérios. 2ª Edição. São Paulo:


Signus Editora, 2009.

YOVANOVIC, A. P. Engenharia Da Cominuição e Moagem em Moinhos de Bolas.


Maio de 2006. 79 p.

Murray, R. S. Schiller, J. Probabilidade e Estatística Coleção Schaum. 4a ed. Editora


Bookman, 2000.

DONDA, J. D. Um método para prever o consumo específico de energia na (re)


moagem de concentrados de minérios de ferro em moinhos de bolas. Belo Horizonte
Escola de Engenharia da UFMG. 2003. 136p.

DONDA, J. D. PERES, A. E. C. Comparação entre cylpebs e bolas na moagem


secundária da Samarco Mineração. Belo Horizonte Escola de Engenharia da UFMG.
16p.
33

RABELO. P. J. B. DONDA. J. D. PERES. A. E. C. CHAVES. A. P. Rittinger, 1,4


séculos depois um demonstração de sua aplicação a uma instalação industrial. Lei de
Rittnger descreve bem o consumo de energia para geração de superfície na moagem.
Metalurgia e Materiais, Caderno Técnico.

Associação Brasileira de Normas Técnicas. Moinho de bolas, determinação do índice de


trabalho: NBR 11376. Rio de Janeiro, 1990.

Sampaio, J. A. e Almeida, S. L. M. (Ed.). Tratamento de Minérios. 4a ed. Rio


de Janeiro: CETEM/MCT, 2004, p.113-182.

Austin, L. G., Klimpel, R. R., Luckie, P. T. Process Engineering of Size Reduction,


SME AIME, 1984.

Sepúlveda, J. E. Methodologies for the Evaluation of Grinding Media Consumption


Rates at Full Plant Scale, Minerals Engineering, 17, 2004.

Azzaroni, E. Determinación de la Ley de Desgaste de Bolas y Aplicación de


Computadora, Chile, III Simposium de Molienda, Armco, 1977.

King, R. P. Modeling & Simulation of Mineral Processing Systems, Department of


Metallurgical Engineering, University of Utah, USA, Oxford, 2001.

Você também pode gostar