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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL


CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL
CMEC – EEC – UFG

DANILLO DE ALMEIDA E SILVA

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DO ÍNDICE DE FORMA DO AGREGADO


GRAÚDO NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO
EMPREGANDO AGREGADO GRAÚDO DISPONÍVEL DA REGIÃO DE
GOIÂNIA

Goiânia
2012
DANILLO DE ALMEIDA E SILVA

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DO ÍNDICE DE FORMA DO AGREGADO


GRAÚDO NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO
EMPREGANDO AGREGADO GRAÚDO DISPONÍVEL DA REGIÃO DE
GOIÂNIA

Dissertação apresentada ao curso de


mestrado em Engenharia Civil da
Universidade Federal de Goiás para
obtenção do titulo de Mestre em
Engenharia Civil.

Área de Concentração: Estruturas e


Materiais
Orientador: Prof. Dr. André Luiz
Bortolacci Geyer

Goiânia
2012

2
Silva, Danillo de Almeida

Estudo da Influência do Índice de Forma do Agregado Graúdo


nas Propriedades Mecânicas do Concreto Empregando Agregado Graúdo
Disponível da Região de Goiânia. Goiânia-GO, 2012.

Orientados: Prof. Dr. André Luiz Bortolacci Geyer.

Pg. 110

Dissertação de (Mestrado) - Universidade Federal de Goiás.


Escola de Engenharia Civil.

Bibliografia: f 103 - 110


Lista de Figuras e de tabelas.
Lista de Tabelas.

1. Forma do Agregado Graúdo 2. Índice de Forma 3. Influencia


da Forma do Agregado. Universidade Federal de Goiás. Escola de
Engenharia Civil.

3
Universidade Federal de Goiás
Escola de Engenharia Civil
Curso de Mestrado em Engenharia Civil
CMEC – EEC – UFG

Estudo da influência do índice de forma do agregado graúdo nas propriedades


mecânicas do concreto empregando agregado graúdo disponível da região de Goiânia

Danillo de Almeida e Silva

Dissertação defendida e aprovada em 30 de novembro de 2012

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________________
Prof Dr. André Luiz Bortolacci Geyer
Orientador e Presidente da Banca

________________________________________________
Prof. Dr. Edagard Bacarji (EEC/UFG)
Membro Interno

________________________________________________
Prof . Dr. Paulo Sergio Lima Souza (UFPA)
Membro Externo

Sumário

4
LISTA DE FIGURAS vii
LISTA DE TABELAS x
RESUMO xiii
ABSTRACT xiv
1. INTRODUÇÃO 15
1.1 JUSTIFICATIVA E IMPORTÂNCIAS DA PESQUISA 17
1.2 OBJETIVO DA PESQUISA 17
1.2.1 Objetivo geral 17
1.2.2 Objetivos específicos 17
1.3 ESTRUTURA DA PESQUISA 18
1.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA 18
2. AGREGADO GRAÚDO PARA CONCRETO 20
2.1 DEFINIÇÕES 20
2.2 CLASSIFICAÇÃO 20
2.3 VANTAGENS TÉCNICAS E ECONÔMINCA DO USO DE
PEDRA BRITADA NO CONCRETO 21
2.4 TIPOS DE ROCHAS UTILIZADAS PARA A PRODUÇÃO
DE AGREGADO GRAÚDO 21
2.4.1 Extração da rocha 22
2.4.2 Rochas mais usadas para a produção de brita 22
2.4.3 Processo de britagem 26
2.5 FORMA DO AGREGADO 28
2.5.1 Generalidades 29
2.5.2 Influência da forma na trabalhabilidade do concreto 29
2.5.3 Influência da forma nas propriedades mecânicas 30
3. DETERMINAÇÃO DA FORMA DO AGREGADO GRAÚDO 31
3.1 MÉTODOS PARA ANALISE DA FORMA 31
3.1.1 Método direto 31
3.1.2 Método indireto 31
3.1.3 Outros métodos 31
3.2 AGREGADO GRAÚDO - DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE
FORMA PELO MÉTODO DO PAQUÍMETRO - NBR 7809 31

5
3.3 MATERIAIS DE PEDRA E AGREGADOS NATURAIS
NBR 7225 31
3.4 NORMA EUROPEIA NP EN 933-3 32
3.5 NORMA EUROPEIA NP EN 933-4 32
3.6 NORMA AMERICANA ACI E1-07 33
3.7 NORMA AMERICANA ASTM D 4791 34
3.8 NORMA AMERICANA ASTM D 5821 35
3.9 NORMA BRITÂNICA BS 812: SECTION 105.1/1.989 35
3.10 NORMA BRITÂNICA BS 812: SECTION 105.2/1.990 36
3.11 NORMA BRITÂNICA BS 822: PARTE 1: 1975 37
3.12 OUTRAS REFERÊNCIAS 37
3.13 COMPARAÇÃO ENTRE AS DIFERENTES NORMAS 43
3.14 INTERPRETAÇÃO DA FORMA DO AGREGADO GRAÚDO
BRITADO 46
3.15 MÉTODO PROPOSTO PARA CLASSIFICAÇÃO DA
FORMA DO AGREGADO GRAÚDO NESTA PESQUISA 49
4. MECANISMOS QUE INFLUENCIAM A FORMA DO
AGREGADO GRAÚDO 50
4.1 MECANISMOS INTERNOS 50
4.2 MECANISMOS EXTERNOS 51
5. INFLUÊNCIA DA FORMA NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS
DO CONCRETO 53
5.1 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO SIMPLES 54
5.2 RESISTÊNCIA À TRAÇÃO 55
5.2.1 Compressão Diametral 55
6. PROGRAMA EXPERIMENTAL: PARTE I - CLASSIFICAÇÃO
DOS MATERIAIS 56
6.1 CLASSIFICAÇÃO DA AMOSTRA DE AGREGADO GRAÚDO 57
6.2 CLASSIFICAÇÃO DA AMOSTRA DE AGREGADO MIÚDO 59
6.3 CLASSIFICAÇÃO DO CIMENTO 60
6.4 MÉTODO DE CLASSIFICAÇÃO E SEPARAÇÃO
DAS QUATRO FORMAS DO AGREGADO GRAÚDO BRITADO 61

6
6.4.1 Primeira análise - Método 100% Paquímetro 65
6.4.2 Segunda análise - Método 100% Paquímetro 67
6.4.3 Terceira análise - Método Parcial 68
6.4.4 Análises 4º a 10º - Método Parcial 69
6.4.5 Análises 11º a 20º - Método Parcial 70
6.4.6 Resumo das análises experimentais 73
6.5 ENSAIOS E PROCEDIMENTOS SOBRE A FORMA DO
AGREGADO GRAÚDO 73
6.5.1 Forma cúbica 74
6.5.2 Forma alongada 75
6.5.3 Forma lamelar 76
6.5.4 Forma alongada-lamelar 77
6.6 RESULTADOS OBTIDOS 78
7. PROGRAMA EXPERIMENTAL: PARTE II - DOSAGEM 79
7.1 DOSAGENS DO CONCRETO 79
7.2 CLASSES DE RESISTÊNCIAS DEFINIDAS PARA
COMPARAÇÕES - COMPRESSÃO 87
7.3 CLASSES DE RESISTÊNCIAS DEFINIDAS PARA
COMPARAÇÕES - TRAÇÃO 87
7.4 CONCRETO FRESCO 88
7.5 RESULTADO DA DOSAGEM - CONCRETO ENDURECIDO 89
8. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 93
8.1. RESULTADOS E ANÁLISES DO CONCRETO FRESCO 93
8.2. RESULTADOS E ANÁLISES DO CONCRETO ENDURECIDO 93
8.2.1 Resistência à compressão 93
8.2.1.1 Análise comparativa de consumo de cimento
de concretos produzidos com agregados de diferentes
formas 93
8.2.2 Tração por compressão diametral 97
8.2.2.2 Análise comparativa de consumo de cimento
de concretos produzidos com agregados de diferentes
formas 97

7
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 101
10. SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS 102
11. REFERÊNCIAS 103

Agradecimentos

8
Primeiramente a Deus, pelas grandes oportunidades da minha vida e pela sabedoria para
aproveitá-las.
Aos meus pais, Sebastião e Rozalina, que, pela resistência e bravura, puderam me dar
possibilidades de ser hoje o que sou.
Aos meus professores, que me ensinaram tudo que sei, e aos meus amigos e parceiros de
trabalho, que me ajudaram a conseguir toda a experiência que tenho hoje.
Ao meu anjo e grande amor da minha vida, Dra. Liane Sousa, que constantemente me apoia e
me auxilia em tudo o que faço, e aos meus irmãos Bruno e Blainer, grandes amigos.
Aos meus primos, tios, tias, avós e a todos os parentes que me proporcionaram uma família
perfeita.

E um agradecimento aos profissionais que contribuíram para o desenvolvimento deste


trabalho; Orientador Prof. Dr. André Luiz Bortolacci Gayer, MSc. Eng. Civil Deusair e
Agnaldo funcionário do laboratório de materiais da UFG.

Aos profissionais que me forneceram o material literário necessário para a conclusão e


interpretação dos resultados obtidos nos experimentos.

Muito obrigado!

Lista de Figuras

9
FIGURA 2.1 Forma de fraturas em rochas ( Honório, 2010)...................................................27
FIGURA 3.1 Neville, 1997 ( Concrete Tecnology, pg 43) .................................................... 37
FIGURA 3.2 Determinação do arredondamento dos grãos. Powers, 1953 (Fernando, 2008)..39
FIGURA 3.3 Método físico-matemático O’reilly Díaz, (Método de Dosagem de Concreto de
Elevado Desempenho, 1998, pg. 55, 56) ................................................................................ 40
FIGURA 3.4 Forma triangular de Sneed e Folk (Foweler, 2005, pg 14) ............................... 41
FIGURA 3.5 Equação de arredondamento (1) (Fabro, 2011) ................................................ 41
FIGURA 3.6 Equação da relação de aspecto (2) (Fabro, 2011) ............................................ 42
FIGURA 3.7 Equação de coeficiente de forma (3) (Fabro, 2011) ......................................... 42
FIGURA 3.8 Imagem digital dos agregados miúdos (Fabro, 2011) ...................................... 43
FIGURA 1.9 Forma cúbica ..................................................................................................... 46
FIGURA 3.10 Forma alongada ............................................................................................... 46
FIGURA 3.11 Forma lamelar .................................................................................................. 47
FIGURA 3.12 Forma alongada-lamelar .................................................................................. 47
FIGURA 3.13 Interpretação da forma do agregado graúdo britado pelo autor ...................... 48
FIGURA 3.14 Projeção da forma perfeita da partícula sobre a verdadeira ............................ 49
FIGURA 4.1 Determinação do índice de forma (Arndt, 2007) ............................................. 53
FIGURA 5.1 Relação entre resistência à compressão e resistência à tração por compressão
diametral (Fonte: Neville, 1997) ............................................................................................ 56
FIGURA 6.1 Agregado utilizado (agregado graúdo de 19 a 25mm) ..................................... 57
FIGURA 6.3 Curva granulométrica do agregado graúdo ....................................................... 58
FIGURA 6.2 Peneirador mecânico ......................................................................................... 59
FIGURA 6.4 Agregado miúdo areia média ............................................................................ 60
FIGURA 6.5 Curva granulométrica do agregado miúdo ........................................................ 60
FIGURA 6.6 Características do cimento CP II Z 32 ............................................................... 61
FIGURA 6.7 Forma equidimencional (forma cúbica) ........................................................... 62
FIGURA 6.8 Caracterização (análise 1) ................................................................................ 63
FIGURA 6.9 Separação (análise 1) ........................................................................................ 64
FIGURA 6.10 Catalogação (análise 1) .................................................................................. 64
FIGURA 6.11 Paquímetro digital ........................................................................................... 65
FIGURA 6.12 Análise 1 .......................................................................................................... 66
FIGURA 6.13 Fluxograma da análise 1 .................................................................................. 66

10
FIGURA 6.14 Imagem das partículas conforme sua classificação ......................................... 67
FIGURA 6.15 Fluxograma da análise 2 .................................................................................. 68
FIGURA 6.16 Fluxograma da análise 3 ................................................................................. 68
FIGURA 6.17 Análise 3 método parcial ................................................................................. 69
FIGURA 6.18 Curva granulométrica (Forma cúbica) ........................................................... 72
FIGURA 6.19 Curva granulométrica (Forma Alongada) ...................................................... 73
FIGURA 6.20 Curva granulométrica (Forma lamelar) .......................................................... 74
FIGURA 6.21 Curva granulométrica (Forma alongada-lamelar) .......................................... 75
FIGURA 6.22 Gráfico comparativo da forma do agregado .................................................... 78
FIGURA 7.1 Fluxograma do programa experimental ............................................................ 79
FIGURA 7.2 Mistura dos materiais ......................................................................................... 82
FIGURA 7.3 Traço C-I: Slump test .......................................................................................... 82
FIGURA 7.4 Moldagem CPs .................................................................................................. 82
FIGURA 7.5 Cura Câmara úmida ........................................................................................... 82
FIGURA 7.6 Ensaio Compressão ........................................................................................... 82
FIGURA 7.7 Ensaio Tração Diametral ................................................................................... 82
FIGURA 7.8 Diagrama de dosagem compressão - Forma Cúbica ........................................ 84
FIGURA 7.9 Diagrama de dosagem tração - Forma Cúbica ................................................. 84
FIGURA 7.10 Diagrama de dosagem compressão - Forma Alongada ................................... 85
FIGURA 7.11 Diagrama de dosagem tração - Forma Alongada ............................................ 85
FIGURA 7.12 Diagrama de dosagem compressão - Forma Lamelar ..................................... 86
FIGURA 7.13 Diagrama de dosagem tração - Forma Lamelar .............................................. 86
FIGURA 7.14 Diagrama de dosagem compressão - Forma Along.Lamelar .......................... 87
FIGURA 7.15 Diagrama de dosagem tração - Forma Along.Lamelar ................................... 87
FIGURA 8.1 Consumo de cimento x forma do agregado (Compressão) ............................... 91
FIGURA 8.2 Detalhe esquemático forma cúbica .................................................................... 93
FIGURA 8.3 Detalhe esquemático forma along.lamelar ........................................................ 93
FIGURA 8.4 Consumo de cimento x forma do agregado (Tração) ....................................... 95
FIGURA 8.5 Detalhe da compressão diametral ...................................................................... 96

Lista de Tabelas

11
TABELA 1.1 ANEPAC - Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados
para Construção Civil – 2012 .................................................................................................. 16
TABELA 3.1 Interpretação da norma pelo autor (ABNT NBR 7809) .................................. 32
TABELA 3.2 Classificação da forma do corpo-de-prova (Fonte: ABNT 7225/93) .............. 33
TABELA 3.3 Interpretação da norma pelo autor (NP EN 933-4) ......................................... 34
TABELA 3.4 Interpretação da norma pelo autor (ACI E1-07) .............................................. 34
TABELA 3.5 Interpretação da norma pelo autor (ASTM D 4791/99) .................................. 35
TABELA 3.6 Interpretação da norma pelo autor (BS 812 : Section 105.1/1989) ................. 36
TABELA 3.7 Interpretação da norma pelo autor (BS 812 :Section105.2/1990) ................... 37
TABELA 3.8 Determinação do índice de forma (referência das normas). Interpretação do
autor. ....................................................................................................................................... 45
TABELA 3.9 Determinação do índice de forma ..................................................................... 50
TABELA 6.1 Ensaios .............................................................................................................. 58
TABELA 6.2 Ensaios do agregado miúdo .............................................................................. 60
TABELA 6.3 Determinação do índice de forma ..................................................................... 60
TABELA 6.4 Análise 1 (índice de forma) ............................................................................. 67
TABELA 6.5 Análise 2 (Índice de forma) ............................................................................ 68
TABELA 6.6 Comparação das análises 1, 2 e 3 (índice de forma) ....................................... 69
TABELA 6.7 Análises 4 a 10 (índice de forma) .................................................................... 70
TABELA 6.8 Análises 11 a 20 (índice de forma) .................................................................. 70
TABELA 6.9 Análise 1: resumo ............................................................................................. 71
TABELA 6.10 Percentual das amostras (análises 1 a 10) ...................................................... 71
TABELA 6.11 Percentual das amostras (análises 11 a 20) .................................................... 71
TABELA 6.12 Ensaios forma cúbica ...................................................................................... 72
TABELA 6.13 Ensaios forma alongada .................................................................................. 73
TABELA 6.14 Ensaios forma lamelar .................................................................................... 74
TABELA 6.15 Ensaios forma alongada-lamelar .................................................................... 75
TABELA 6.16 Ensaios dos agregados ....................................................................................... 76
TABELA 7.1 Ensaios CPs dos traços de formas cúbica, alongada, lamelar e along.lamelar . 80
TABELA 7.2 Quantidade de CPs ........................................................................................... 80
TABELA 7.3 Legenda ............................................................................................................ 80
TABELA 7.4 Dosagem forma cúbica ..................................................................................... 81

12
TABELA 7.5 Dosagem forma alongada ................................................................................. 81
TABELA 7.6 Dosagem forma alongada ................................................................................. 81
TABELA 7.7 Dosagem forma alongada-lamelar .................................................................... 81
TABELA 7.8 Abatimento de tronco de cone de Abrams C-I, A-I, L-I e AL-I ....................... 88
TABELA 7.9 Abatimento de tronco de cone de Abrams C-II, A-II, L-II e AL-II ................. 88
TABELA 7.10 Abatimento de tronco de cone de Abrams C-III, A-III, L-III e AL-III .......... 88
TABELA 7.11 Porcentagem de irregularidade do agregado graúdo ....................................... 89
TABELA 8.1 Dosagem do concreto para suas respectivas resistências (compressão) ........... 91
TABELA 8.2 Dosagem do concreto para suas respectivas resistências (Tração) .................. 95

Resumo

13
O presente trabalho apresenta um estudo sobre a influência da forma do agregado
graúdo nas propriedades mecânicas do concreto.
Como metodologia da pesquisa, se partiu da caracterização da forma, parâmetros
estabelecidos por normas nacionais, internacionais e outras referências que estabeleceram
diretrizes para classificação da forma do agregado graúdo. Com base nessas referências,
foram estabelecidos critérios e parâmetros utilizados pelo autor para determinar a forma do
agregado graúdo britado em quatro categorias: forma cúbica, forma alongada, forma lamelar
e forma alongada-lamelar.
Foi utilizado o método EPUSP-IPT, como método de dosagem para a produção dos
concretos com forma cúbica, alongada, lamelar e alongada-lamelar, e, com base neste, foram
estabelecidos traços teóricos para as resistências de 20, 30 e 50 MPa para resistência a
compressão, 5, 7 e 9 MPa para resistência a Tração.
Utilizou-se a forma cúbica como parâmetro de comparação. Foi definido o abatimento
de tronco de cone, slump test de 9 ±1 cm.
Analisando o comportamento da forma dos agregados, percebe-se a influencia que as
mesmas exercem nos esforços submetidos à compressão simples e tração por compressão
diametral e suas relações no desempenho versos consomem de cimento para os respectivos
esforços.
Para os ensaios a compressão simples as formas lamelar e along.lamelar apresentaram
os maiores consumo de cimento para as dadas resistências de 20, 30 e 50MPa.
A forma cúbica apresentou o menor consumo de cimento para uma resistência de 20
MPa e para resistência de 30 e 50 MPa a forma alongada obteve os melhores desempenhos,
seguida da forma cúbica com resultados aproximados.
Para os ensaios a tração por compressão diametral os concretos com alto índice de
forma do agregado graúdo obtiveram os melhores resultados para os menores consumos de
cimento.

ABSTRACT

14
This paper presents a study on the influence of the shape of the coarse aggregate on
the mechanical properties of concrete.
As a research methodology, broke the characterization of form parameters established
by national, international and other references that established guidelines for classification of
coarse aggregate shape. Based on these references were established criteria and parameters
used by the author to determine the shape of the coarse aggregate crushed into four categories:
cubic shape, elongated, elongated shape and form lamellar-lamellar.
Method was used EPUSP-IPT as determination method for producing concrete with
cubic shape, elongated lamellar-lamellar elongate, and on this basis have been established
theoretical traces for the resistors 20, 30 and 50 MPa for compressive strength, 5, 7 and 9
MPa for resistance to traction.
We used the cubic form as a benchmark. It set the rebate truncated cone, slump test of
9 ± 1 cm.
the behavior of the form of aggregates, one realizes the influence that they exert
efforts subjected to compressive and tensile diameter compression performance and their
relationships in verses consume cement for their efforts.
For testing compression and simple forms lamellar along.lamelar had the highest
cement consumption for the given resistors 20, 30 and 50MPa.
The cubic form had the lowest consumption of cement to a strength of 20 MPa and 30
to resistor 50 MPa and the elongated obtained the best performances followed by the cubic
form with similar results.
For testing the concrete traction with high shape of coarse aggregate obtained the best
results for the lowest intakes of cement

1. INTRODUÇÃO

15
Os agregados para a indústria da construção civil são as substâncias minerais mais
consumidas e, portanto, as mais significativas em termos de quantidade produzidas no mundo
(Ezequiel et al., 2009). Estudos realizados pelo SINDPEDRAS revelam que a brita (agregado
graúdo), representa em média 2% do custo global de uma edificação e 60% do seu volume.
Segundo Ezequiel (ANEPAC), no ano de 2012 o mercado consumidor brasileiro de
pedras britadas apresentava a seguinte distribuição1:
O quadro abaixo indica os principais segmentos consumidores de Brita e Areia, a
participação do produto mineral em cada mercado.

TABELA 1.1. ANEPAC - Associação Nacional das Entidades de


Produtores de Agregados para Construção Civil - 2012.

Brita (%) Segmento Areia (%)


32 Concreteiras 20
24 Construtoras 15
Indústrias de pré-
14 10
fabricados
10 Revendedores/Lojas 10
Pavimentadoras/ Usinas
9 5
de Asfalto
7 Órgãos Públicos 3
4 Outros 2
– Argamassa 35

No ano de 2010, segundo dados do DNPM, o mercado consumidor brasileiro de


pedras britadas apresentava 70% do seu consumo destinados à mistura com cimento e os
outros 30% destinado à mistura com asfalto betuminoso. Segundo a ANEPAC, o Estado de
São Paulo tem o maior consumo per capita de agregado no país com 3,4 t/hab/ano vindo logo
a seguir Goiás e o Distrito Federal (Ezequiel e Felix, 2012).
O consumo de agregados per capita é um importante indicador da situação econômica
e social de um país, bem como seu nível de desenvolvimento, uma vez que o uso de
agregados é relacionado com a melhoria da qualidade de vida e geração de conforto
(ANEPAC, 2012).

1
Dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
16
A forma do agregado graúdo é importante do ponto de vista reológico. Durante a
britagem, partículas a grosso modo equidimensionais (também chamadas cúbicas ou
esféricas) devem ser geradas mais do que partículas lamelares e alongadas. Estas últimas são
fracas: elas podem algumas vezes ser quebradas com os dedos e tendem a produzir misturas
ásperas, exigindo água adicional ou superplastificante para a trabalhabilidade desejada
(Aitcin, 2000).
Deve-se atentar para o fato de que a forma das partículas britadas varia de acordo com
seu tamanho. Grãos menores, em geral, são mais alongados. Para os agregados graúdos, deve-
se dar preferência à forma equidimensional. Partículas que se distanciam dessa forma tendem
a ter maior área superficial. Partículas alongadas ou lamelares tendem a se acomodar segundo
um plano e se rompem em flexão quando compactadas, funcionando como pequenas vigas bi-
apoiandas sobre outras partículas (Marques et al., 2007).
É importante destacar que os agregados graúdos de formas lamelares ou com
granulometria inadequada não se enquadram nos métodos de dosagem que se baseiam, por
exemplo, nas curvas granulométricas ideais, e tem influência sobre as propriedades do
concreto e seu consumo de cimento (O’reilly, 1998).
Neville, (1997) enfatiza que, além dos requisitos físicos, não se deve esquecer o
aspecto econômico: o concreto deve ser produzido com materiais que possam ser produzidos
com baixo custo. Os principais fatores que determinam a viabilidade econômica do agregado
são: sua área superficial, visto que influencia a quantidade de água necessária para molhagem
completa dos sólidos; o volume relativo ocupado pelo agregado; a trabalhabilidade da mistura
e a tendência de segregação.
O conhecimento das características petrográficas dos agregados, bem como de suas
propriedades físicas e mecânicas, permite uma melhor previsão de seu comportamento como
componente da obra civil. Com a evolução da tecnologia, os critérios de qualificação e
seleção dos agregados avançam e estão plenamente a disposição da engenharia de construção
(Tannús et al., 2007).

1.1 JUSTIFICATIVA E IMPORTÂNCIA DA PESQUISA

17
As limitações tecnológicas na produção dos concretos de muitos países levam a um
consumo excessivo de cimento, questão que se reflete não somente nos indicadores de
produção, mas também nas propriedades mecânicas desses indicadores. Além de outros
fatores, essa situação desfavorável é originada pela granulométrica lamelar e pela forma
irregular dos agregados graúdos utilizados que contêm uma grande quantidade de partículas
lamelares (com forma inadequada) e que, do ponto de vista dos regulamentos tecnológicos
gerais, podem ser considerados como alternativa negativa (O’reilly, 1998).
Estudos realizados por vários autores são concordes ao afirmar que o procedimento de
dosagem de concreto depende das características da forma dos agregados e de sua superfície.
Isto significa dizer que depende de sua britagem, rugosidade e textura (O’reilly, 1998).
A importância da pesquisa sobre a forma do agregado graúdo se justifica pela
necessidade de se conhecer melhor à influência que esta propriedade exerce sobre a
trabalhabilidade, economia e resistência mecânica no concreto de cimento Portland, com
agregados da Região de Goiânia.

1.2 OBJETIVO DA PESQUISA

1.2.1 Objetivo geral

Realizar um estudo da forma do agregado graúdo produzido para concreto e


avaliar a influência nas propriedades mecânicas do concreto fresco e
endurecido.

1.2.2 Objetivos específicos

 Classificar a forma do agregado graúdo;


 Apresentar uma proposta alternativa como metodologia para
caracterizar o índice de forma do agregado graúdo;
 Avaliar a influência do índice de forma na trabalhabilidade, resistência
à compressão simples, tração por compressão diametral e no consumo
de cimento do concreto.

18
1.3 ESTRUTURA DA PESQUISA

O trabalho está estruturado em 12 capítulos, de acordo com os assuntos específicos.


No capítulo 1 é apresentada a introdução, contemplando a importância do tema estudado, a
justificativa, os objetivos e a estrutura da pesquisa.
O Capítulo 2 é uma revisão bibliográfica sobre aspectos da formação, classificação,
extração e ensaios da rocha como matéria prima, e posteriores utilizações na construção civil.
No capítulo 3, tem-se o objetivo de analisar as referências bibliográficas e normas
nacionais e internacionais que estabelecem meios de determinar e classificar a forma do
agregado graúdo utilizado para produção de concreto, e por final uma interpretação da forma
do agregado graúdo com parâmetros e classificações, segundo o autor.
O capitulo 4 faz uma análise sobre os mecanismos influenciadores das formas, como
os mecanismos internos e externos.
No capítulo 5 faz-se um levantamento sobre as influencias que a forma do agregado
graúdo exerce nas propriedades mecânicas do concreto.
No capítulo 6 inicia-se a primeira parte do programa experimental com a
caracterização, classificação e análises dos materiais utilizados para produção do concreto.
A segunda parte do programa experimental, 7 é apresentado a dosagem do concreto
partindo da descrição do planejamento dos ensaios, em seguida à produção dos traços e
ensaios dos corpos-de-prova.
No capítulo 8 são apresentados os resultados e interpretações dos ensaios.
No capítulo 9 apresentam-se as considerações finais.
O capítulo 10 apresenta algumas sugestões para futuras pesquisas.
O capítulo 11 são as referências citadas no texto.

1.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA

Na realização deste estudo encontraram-se algumas limitações, descritas a seguir:

 A pesquisa se limitou a um tipo de agregado, dentre os três comumente


produzidos na Região de Goiânia; micaxisto, granulito e calcário.

19
 A pesquisa se limitou a agregados britados por britadores de mandíbula e
britadores de cone.
 Foi utilizado agregado graúdo de 19 a 25 mm, devido à facilidade de seu
manuseio e classificação.

2. AGREGADO GRAÚDO PARA CONCRETO

2.1 DEFINIÇÕES

20
Os agregados são materiais granares, com forma e volume definidos, com dimensões e
propriedades adequadas para uso em obras de engenharia civil. Podem ser classificados
levando-se em conta a origem, a densidade e o tamanho dos fragmentos (Paraguassu e
Frazão, 1998).

2.2 CLASSIFICAÇÃO

A norma NBR 7211:2005 - Agregados para concreto classifica os agregados como


naturais e artificiais:
Naturais: encontrados na natureza e podem requerer processos simples de lavagem ou
seleção. Ex: areias e pedregulho.
Artificiais: materiais processados industrialmente, incluindo-se britagem, a partir de
matérias-primas naturais. Ex: brita, pedrisco, argila expandida, concreto reciclado de
demolições, etc.
Segundo, (Paraguassu e Frazão, 1998). Quanto à origem, são denominados naturais
aqueles extraídos diretamente na forma de fragmentos (como areia e pedregulho), e artificiais,
os que passam por processos de fragmentação (como pedra e areia britadas).
A brita, ou pedra britada, é um bem mineral que pode provir de diferentes tipos de
materiais rochosos. As pedras britadas usualmente utilizadas são predominantemente
originárias de rochas de composição granítica (granitos e gnaisses). O restante provém de
rochas calcárias e basálticas.
O conhecimento de certas características dos agregados é uma exigência para a
dosagem dos concretos. A massa específica, a porosidade, a composição granulométrica, a
forma e a textura superficial dos agregados determinam as propriedades dos concretos no
estado fresco e endurecido.

2.3 VANTAGENS TÉCNICA E ECONÔMICA DO USO DE PEDRA BRITADA NO


CONCRETO

21
Segundo Valverde ( 2001), a produção de pedra britada caracteriza-se pelo baixo valor
unitário e pela produção de grandes volumes. O transporte corresponde a cerca de 50 a 65%
do custo final do produto, o que impõe a necessidade de ser produzido o mais próximo
possível do mercado consumidor. Em regiões metropolitanas, como São Paulo, Rio de
Janeiro, Distrito Federal, Goiás e outros centros, quase toda a areia e brita consumida pela
construção civil está sujeita a transporte por distâncias que variam de 20 a 100 km.
O crescimento do consumo de agregados britados tem exigido uma exploração mais
racional das pedreiras, de modo a atingir maior rendimento da jazida e atender às
necessidades da construção civil. A utilização de equipamentos mecânicos e adequados para a
exploração de determinados tipos de rochas permitem aumentar a produção e reduzir a mão
de obra, fatores importantes no custo do agregado (Dafico, 1993).

2.4 TIPOS DE ROCHAS UTILIZADAS PARA PRODUÇÃO DE AGREGADOS


GRAÚDOS

Na Engenharia, trabalha-se com uma grande variedade de tipos rochosos. Todavia,


cada tipo tem características intrínsecas (mineralógicas, textura, estrutura, forma) que devem
ser conhecidas para que as obras sejam planejadas e executadas com o menor custo e maior
segurança, resultando na melhoria da qualidade final do trabalho realizado (Heloísa e Luiz,
1998).
As rochas, de acordo com seu modo de formação, constituem três grandes grupos:
ígneas, sedimentares e metamórficas, cada qual com características peculiares.
Os calcários sedimentares são, em geral, de baixa resistência e pouco indicado como
material de construção. Os dolomitos, por sua vez, costumam apresentar características físicas
e mecânicas compatíveis com certas funções do material de construção. Os mármores, as
ardósias, os gnaisses e os quartzos são os que mais se prestam ao uso como material de
construção, com destaque para os gnaisses, que são, dentre estes, os mais usados para
produção de pedra britada. (Frazão, 2007).
Apesar de a pedra apresentar naturalmente requisitos de maior resistência e
durabilidade, sua seleção requer cuidados. Devido à alta gama de variedades, sempre existirá
a mais apta a atender às exigências de uma dada obra. Cabe aos engenheiros saber fazer uma

22
seleção judiciosa daquelas que melhor atenderão aos objetivos pretendidos para elas no
projeto (Tannús et al., 2007).

2.4.1 Extração da rocha

A produção e extração de agregados para construção civil envolvem diversos fatores:


tipo de uso da pedra, características das jazidas, tipo de equipamento, propriedades da rocha.
Esses fatores, dentre outros, são geralmente interdependentes e definem o tipo de trabalho a
ser adotado para cada ocasião. A instalação de pedreiras para produção de agregados
apresenta duas finalidades: uma, somente comercial, para atender à demanda de uma cidade
ou de uma região; outra, para suprimento de material para uma dada obra (ou conjunto de
obras). A distância entre a pedreira e o mercado consumidor, ou uma determinada obra, deve
ser a menor possível, para baratear os custos de transportes (Frazão, 2007).

2.4.2 Rochas mais usadas para a produção de brita

São diversos os tipos de rochas da quais se obtêm os materiais de construção. Algumas


rochas servem para todos os tipos de uso; outras só para alguns, e isto se deve às suas
características petrográficas (composição mineralógica, estrutura e textura) e mecânica.
Apresentam-se a seguir, de forma resumida, as características das principais rochas usadas
para produção de agregados (Paraguassu e Frazão, 1998).
Granitos: são rochas ígneas (plutônicas) ácidas, constituídas por cristais de fedspatos
potássicos (ortoclásio ou microclínio), plagioclásio, quartzo e mica (biotita e muscovita) como
minerais essenciais, podendo o anfibólio ocorrer como acessório.
São muitas as variedades dos granitos, diferenciadas na textura (grossa, média ou fina)
e na coloração (avermelhada, rosada, amarela e cinza). Em geral, apresentam estrutura
compacta.
Têm resistência mecânica relativamente alta e pequena alterabilidade e, por isto, são
muito adequados para a produção de pedra britada.
Sienitos: são rochas ígneas (hipoabissais) intermediarias, constituídas por feldspatos
potássicos (ortoclásio ou microclínio) como minerais essenciais. O quartzo raramente atinge
mais do que 5%. Os feldspatóides podem estar presentes. Quando isso ocorre, o quartzo é

23
ausente e o nome da rocha passa a ser precedido do nome desse mineral: nefelina-sienito,
sodalita-sienito etc.
Como pedra britada, apresenta características semelhantes às dos granitos.
Monzonitos: são rochas ígneas (hipoabissais) intermediarias, contendo os mesmos
minerais dos granitos com a diferença de que são mais pobres em quartzo. Geralmente são
mais escuros que os granitos por apresentarem maior teor de anfibólio, biotita ou piroxênio.
Como pedra britada, apresenta características semelhantes às dos granitos.
Dioritos: são rochas (hipoabissais) de intermediárias a básicas, constituídas por
plagioclásio, anfibólio e pequeno teor de biotita; o quartzo e o feldspato potássico são
praticamente ausentes. A coloração é escura e são trivialmente chamadas de “granitos pretos”.
Como pedra britada, apresenta as mesmas características dos granitos.
Gabros, Diabásios e Basaltos: são rochas básicas constituídas essencialmente de
plagioclásio e piroxênios, podendo estar presentes olivina ou anfibólio. É frequente nos
basaltos a presença de argilominerais expansivos por absorção de d água (esmectitas). São de
cor preta. O gabro (plutônico) tem granulação grossa, o diabásio (hipoabissal), média e o
basalto (extrusivo), fina. Apresentam alta resistência mecânica. Quanto à durabilidade, os
basaltos são mais alteráveis nas condições de clima tropical. Caso ocorra vidro (sílica amorfa)
na sua composição, este poderá gerar reações com álcalis do cimento Portland ter adesividade
insatisfatória a ligantes betuminosos.
Gnaisses: são rochas metamórficas com estrutura orientada ou bandada (gnáissica). A
composição mineralógica depende da composição da rocha original. Assim, tem-se: gnaisse
granítico, gnaisse diorítico e gnaisse sienítico.
Como pedra britada, os gnaisses apresentam boas características físicas e mecânicas,
mas uma indesejável alta frequência de fragmentos achatados e alongados, o que é, porém,
corrigível por rebritagem.
Arenitos: são rochas sedimentares constituídas por grãos de quartzo, frequentemente
imersos numa matriz argilosa ou siltosa, cimentados ora por sílica amorfa, ora por óxidos de
ferro, ora por carbonatos. Os silicosos e os carbonáticos são muito mais resistentes que os
ferruginosos. Os carboonaticos, porém, desagregam-se na presença de águas aciduladas. Os
silicosos têm dureza maior que os outros. A maioria apresenta, entretanto, alta porosidade. A
resistência mecânica e a durabilidade são variáveis, pois dependem da natureza e do teor do
cimento. Como pedra britada, só os arenitos silicosos apresentam características mais

24
favoráveis; há, entretanto, a possibilidade de reação da sílica com os álcalis do cimento
Portland e de má adesividade a ligantes betuminosos. Os fragmentos são em geral angulosos
e isso diminui a trabalhabilidade dos concretos.
Quartzitos: são rochas metamórficas constituídas quase exclusivamente de quartzo.
Podem apresentar micas ou feldspatos como acessórios comuns. Em geral, são de dureza
elevada e, às vezes, facilmente transformáveis em placas; tem baixa alterabilidade e são
porosos.
Quanto à resistência mecânica, o comportamento também é dependente da posição da
estrutura em relação à linha de aplicação de cargas.
Como pedra britada, não apresenta formatos adequados e, ainda, podem reagir com
álcalis eventualmente presentes no cimento Portland e gera produtos deletérios aos concretos.
Mármores e Calcários: são rochas metamórficas originadas de calcários e dolomitos.
A cor é branca quando apresentam somente calcita e dolomita. Quando contêm também
outros minerais ou impurezas (argilas, matéria orgânica), apresentam coloração variada. Os
mármores apresentam, em geral, baixa dureza.
Podem ser usados como pedra britada para concreto, pois possuem boa aderência à
argamassa; em pavimentos betuminosos, apresentam boa adesividade, mas tem o
inconveniente de serem pouco resistente ao desgaste.
Os calcários, por sua vez, podem ser de origem sedimentar ou metamórfica de
composição mineralógica, principalmente calcítica e, secundariamente, dolomítica. Sua cor é
diversificada, variando de bege-claro, amarelada a cinza-clara e esbranquiçada. Os de origem
metamórfica são mecanicamente mais resistentes, mas ainda de dureza relativamente baixa, se
comparada à das rochas silicatadas.
Como pedra britada, apresenta boas propriedades e, por isto, se prestam ao uso como
agregados. Apresentam bom comportamento em concreto hidráulico, mas sua relativa baixa
dureza não os credencia para uso em revestimento betuminoso de rodovias, por serem
desgastáveis no transcurso das solicitações do tráfego.
Lateritos: são produtos da ação intempérica, em clima quente e úmido, sobre
diferentes tipos de rochas e que leva à acumulação de sílica, óxidos de ferro e de alumínio,
com remoção concomitante de elementos alcalinos (K, Na etc) e alcalino-terrosos (Ca, Mg
etc), num processo denominado laterização. Quando a laterização tende para um
enriquecimento maior em ferro, tem-se a ferralitização. Quando o enriquecimento é em

25
alumínio tem-se a alitização (“bauxitização”). Nesses casos a própria sílica, que é pouco
móvel, é quase totalmente lixiviada. O termo laterito ou laterita é, porém, comumente
associada à laterita ferruginosa.
O produto em um aspecto de concreção é de coloração castanha-avermelhda e se
apresenta em diferentes tamanhos, que variam desde argila laterítica (< 0, 005 mm), passando
por silte laterítico (0, 005–0, 05mm), areia laterítica (0,05–5mm), pedregulho laterítico (5–
75mm), pedra lateritico (75mm–25cm), matacão de couraça laterítica (25cm–1m) e bloco de
couraça laterítica (> 1m). Apresenta uma porosidade, grande quantidade de finos aderidos e
tem relativamente baixa resistência mecânica.
Granulito: é uma rocha metamórfica formada em grande profundidade, alta pressão e
temperatura e na ausência de água. De composição química pouco variada, é pouco sujeita ao
intemperismo. Pode ser reconhecida, em campo, por suas camadas alternadas de coloração
verde e clara. Contém minerais granulares ou tabulares, mas não prismáticos. Quartzo e
feldspato podem ocorrer na forma de lentes. Forma parte significativa do Escudo Sul-
Brasileiro sendo, nesta região, bastante antigo (mais de 2,5 bilhões de anos).
Mineralogia principal - feldspato potássico, plagioclásio, quartzo. Constituintes
menores - ortopiroxênio (hiperstênio), clinopiroxênio (diopsídio), biotita, granada,
hornblenda, apatita, zircão, magnetita, etc. Composição Química - normalmente de natureza
cálcio-alcalina. Estrutura - foliada, maciça. Texturas - granoblástica, porfiroblástica. Tipo de
metamorfismo - metamorfismo regional. Fácies metamórfica - granulito. Principais rochas
pré-metamórficas - Rochas ígneas e sedimentares diversas. Observações - é conhecida
também como leptito, leptinito, gnaisse charnockitico, enderbito. Via de regra não ocorrem
minerais micáceos e minerais hidratados.
Basalto: é uma rocha ígnea eruptiva, de granulação fina, afanítica, isto é, os cristais
não são vistos à vista desarmada, podendo, ainda, conter grandes quantidades ou ser
constituído integralmente de vidro (material amorfo). Esta rocha é constituída principalmente
de plagioclásio e piroxênio e, em muitos casos, de olivina. Como minerais acessórios
encontram-se, principalmente, óxidos de ferro e titânio. A rocha basáltica geralmente possui
cor escura acentuada (rocha máfica), sendo muito explorada para a construção civil.
Micaxistos: são rochas metamórficas de xistosidade acentuada e é uma rocha muito
dura, formada essencialmente, por quartzo e mica (moscovite e/ou biotite), podendo conter
feldspato, e alguns aglomerados provenientes do cimento, granadas, estaurolite, silimanite e

26
horneblenda e agramitilotiotenatoliotenato. Provêm geralmente de rochas argilosas, é formada
por metamorfismo regional. Apresentam textura porfiroblástica e foliada.

2.4.3 Processo de britagem

Os britadores mais comuns são os de mandíbulas que apresentam movimentos


alternados (de simples efeito e de duplo efeito). Outros tipos de britadores apresentam
movimento contínuo (giratório ou de rolos). Após a fragmentação, a rocha passará por um
processo de britagem, que consiste em reduzir suas dimensões a tamanhos utilizáveis como
material de construção. Para execução de britagem podem ser utilizados britadores de
diversos tipos. A escolha do tipo de britador é baseada nas características físicas e mecânicas
da rocha, na capacidade de produção (qualitativa e quantitativa), na facilidade de
funcionamento e de manutenção e na facilidade de montagem, de desmonte e de substituição
de peças (Frazão, 2007).
A britagem consiste da quebra de partículas principalmente pela ação de esforços
compressivos ou de impacto. Os esforços compressivos são aplicados, em geral, por meio do
movimento periódico de aproximação e afastamento de uma superfície móvel contra outra
fixa. Esse e o caso dos britadores de mandíbulas, britadores giratórios e britadores cônicos
(Honório, 2010).
Segundo Paraguassu e Frazão (1998) os britadores de mandíbulas fragmentam a pedra
pelo esmagamento da mesma contra uma superfície triturante (mandíbula fixa), devido à ação
de outra superfície triturante dotada de movimento alternativo (mandíbula móvel). A pedra
fragmentada escoa por um funil a cada alternância da mandíbula móvel. No britador de
simples efeito, a parte inferior da mandíbula móvel é fixa a um eixo e a parte superior é ligada
a um excêntrico. No britador de duplo efeito, a mandíbula móvel tem sua parte superior fixa e
a inferior é movimentada por excêntrico ligado a duas articulações.
Quando uma partícula é submetida a esforços mecânicos superiores a sua resistência a
ruptura, ocorre a propagação de trincas já existentes e a iniciação de novas trincas em seu
interior, o que causa a fragmentação da partícula. Os esforços mecânicos aplicados podem ser
normais (compressão ou tração) ou tangenciais (cisalhamento). A resposta de qualquer sólido
a aplicação de tais esforços se da na forma de deformações, as quais podem ser classificadas
como elásticas e inelásticas (Honório, 2010).

27
Figura 2.1 Forma de fraturas em rochas (Fonte: HONÓRIO 2010)

Os materiais rochosos em sua maioria se deformam de forma elástica, até muito


próximo do instante de sua ruptura, como mostra a Figura 2.1. Entretanto, em alguns casos,
podem apresentar comportamento inelástico, caracterizando-os como elasto-plásticos, caso
em que o resultado da aplicação de esforços é a deformação permanente do material (CETEM
- Tratamento de Minérios 4a Edição).
Segundo (Honório, 2010 apud King, 2001) Durante a fragmentação, as forças de
contato deformam as partículas criando um campo de tensões e as partículas respondem
criando trincas ou se deformando inelasticamente. Conforme a Figura 2.1, esse processo pode
ocorrer pelos mecanismos de abrasão, clivagem ou estilhaçamento os quais dependem do
nível de energia aplicada.

2.5 FORMA DO AGREGADO

28
As referências quanto à determinação da forma do agregado graúdo para uso em
concreto é baseada em normas regulamentadoras e outros, com intuito de caracterizar a forma
do agregado, abaixo segue algumas normas:

 NBR 7809. ABNT, 2005. Agregados graúdos: Determinação do índice de forma pelo
método do paquímetro - Método de ensaio.
 NBR 7225. ABNT, 1993. Materiais de pedra e agregados naturais.
 EN 933-3 Determination of particle shape: flakiness index. European Standard. EN,
2002.
 EN 933-4 Determination of particle shape: shape index. European Standard. EN, 2008.
 ACI - Aggregates for Concrete E1/2007 – Cap. 3, 3.5: Particle shape, angularity, and
surface texture.
 ASTM D 4791 - Flat Particles, Elongated Particles, or Flat and Elongated Particles in
Coarse Aggregate.
 Standard Test Method for Determining the percentage of Fractured Particles in
Coarse Aggregate (ASTM, 2001).
 British Standard. Testing aggregates - Part 105. Methods for determination of
particle shape, Section 105.1 Flakiness index.
 British Standard. Testing aggregates - Part 105. Methods for determination of
particle shape, Section 105.2 Elongation index of coarse aggregate.
 BS 812 : part 1: 1975 Testing aggregates. Methods for sampling. In: Neville, 1997.

Existem métodos para a avaliação da forma das partículas, que basicamente podem ser
definidas em dois processos:
 Método direto, que consiste em fazer medições geométricas sobre cada uma das
partículas, daí determinar parâmetros (índice de cubicidade, índice de
lamelação, índice de alongamento);
 Método indireto, que determina certas propriedades do conjunto de partículas
do agregado, através de mecanismos que relacionam as dimensões e permitem
classificar o grau de cubicidade ou por meio de índices de frequências de cada
tipo de forma.
Outro método, porém pouco utilizado, é a classificação pelo nível de arredondamento
do agregado, que será abordado com mais detalhes no capítulo 3.

2.5.1 Generalidades

29
A forma dos agregados se refere à sua geometria tridimensional. Como é difícil
representar corpos tridimensionais irregulares, é mais conveniente definir certas
características geométricas desses corpos, tais como alongamento, achatamento, cubicidade,
esfericidade, angulosidade etc (Nunes e Marques, 2007).
Segundo Paraguassu e Frazão (1998), os métodos comumente utilizados para
determinar a forma dos fragmentos, se baseiam na medição de dimensões dos fragmentos por
meios de linhas imaginarias que definem comprimento, largura e espessura.
As normas comumente utilizadas classificam a forma do agregado britado em: cúbica,
alongada, lamelar e alongada-lamelar, que será abordado no capítulo 3.

2.5.2 Influência da forma na trabalhabilidade do concreto

A influência da forma é um fator preponderante nas propriedades do concreto, tanto no


agregado graúdo quanto no agregado miúdo, porém mais acentuada nos agregados miúdos.
Por isso, algumas especificações proíbem o emprego de “areia artificial”. Os agregados
contendo partículas lamelares são prejudiciais, pois estes elementos dificultam o adensamento
do concreto, impedindo a interpenetração dos grãos (Fabro et al., 2011)
Segundo Carneiro (1953), a forma dos grãos pode ser arredondada, como os seixos
rolados que constituem os pedregulhos naturais, ou achatada, como os obtidos por britamento
de certas rochas, bem como o estado de sua superfície, que pode ser lisa ou áspera, são fatores
de grande influência, na consistência ou na trabalhabilidade dos concretos.
A trabalhabilidade dos concretos é a maior ou menor facilidade com que eles podem
ser lançados e adensados, envolvendo eficazmente as armaduras, e preenchendo perfeitamente
os moldes, sem deixar vazios, os maiores dos quais são denominados ninhos (Carneiro, 1953).
No entanto, esta trabalhabilidade tão desejada pode ser prejudicada quando um índice de
formas lamelares presente em uma amostra excede um limite tolerável, comprometendo assim
as propriedades mecânicas do concreto, tanto no estado fresco quanto endurecido.
Ha uma diferença nítida entre uma partícula cúbica britada e uma partícula
arredondada rolada; enquanto a primeira tem faces planas e arestas vivas, a segunda tem faces
arredondadas e suas arestas desaparecem. Assim, o ângulo de atrito interno do concreto
confeccionado com o agregado rolado é menor, o que conduz uma maior compacidade e boa
trabalhabilidade do concreto (Coutinho, 1999). Porém, enfraquece sua aderência pasta de

30
cimento/agregado, já no concreto com partículas cúbicas e arestas vidas a trabalhabilidade não
é prejudicada devido à forma equidimencional e sua aderência entre pasta de
cimento/agregado deixa de ser um problema.
Os agregados contendo partículas lamelares e alongadas são prejudicados, porque
estes elementos dificultam o adensamento do concreto, impedindo a interpenetração das
partículas e diminuindo sua trabalhabilidade.
Segundo Frazão (2007), agregados com graus mais elevados de cubicidade apresentam
resistência mais elevada e propiciam melhor trabalhabilidade do concreto de cimento
Portland.
Segundo Fowler (Fowler apud Rao et al., 2002), partículas de formas equidimensional
são geralmente preferíveis ao invés de partículas planas ou alongadas para uso como
agregados em concreto, pois apresentam menos área de superfície por unidade de volume e
geralmente produzem melhor empacotamento das partículas. As partículas lamelares
produzem uma mistura com baixa trabalhabilidade com determinado teor de água, o que leva
à compactação pobre e um alto conteúdo de vazios, resultando em baixa resistência e
durabilidade.

2.5.2 Influência da forma nas propriedades mecânicas

Este tópico será abordado no capítulo 5. INFLUÊNCIA DA FORMA NAS


PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO.

3. DETERMINAÇÃO DA FORMA DO AGREGADO GRAÚDO

31
3.1 MÉTODO PARA ANALISE DA FORMA

O estudo sobre a classificação da forma do agregado produzido para concreto é


relativamente nova. (Powers, 1953) foi o primeiro a propor um método de classificação para a
forma do agregado. Atualmente existem alguns métodos, alguns propostos por alguns
estudiosos e outros exigidos por normas como NBR 7809 ABNT 2005, EN 933-3, ACI
E1/2007, British Standard. Testing aggregates, BS 812 : part 1: 1975.
As normas analisadas podem ser classificadas basicamente em dois tipos de métodos,
para avaliação da forma do agregado graúdo britado: método direto e método indireto.

3.1.1 Método direto

Método direto: definem diretamente a forma do fragmento através de medidas diretas


das amostras. É comum expressar a forma dos agregados graúdos britado através de medidas
de cubicidade, geralmente estes fatores ou índices expressam o quanto a partícula do agregado
se aproxima de uma partícula perfeitamente cúbica. Estes índices de forma são determinados
a partir da área do perímetro do agregado em análise. Contudo, torna-se trabalhoso medir
manualmente as dimensões, comprimento, largura e espessura de todos os agregados de uma
amostra com a utilização de instrumentos adequados.
O método exige a medida de três dimensões do fragmento e calculo intermediário para
definição de sua forma.

3.1.1 Método indireto

Método indireto: consiste no uso de dispositivos mecânicos para obtenção das


características das partículas que relacionam automaticamente as dimensões e permitem
classificar seu grau de cubicidade ou por meio de um número (índice), ou pela freqüência de
cada tipo de forma.

3.1.1 Outros métodos

32
Outro método utilizado para classificar o agregado é segundo o nível de arrendamento
utilizado por alguns pesquisadores, descrito como o grau de abrasão de um grão
demonstrando quão agudas são suas bordas e cantos. Podem ser classificados em: muito
anguloso, anguloso, sub-anguloso, sub-arredondado, arredondado e bem arredondado.
Pesquisadores utilizam desta classificação para determinar a forma do agregado miúdo
natural, muito abordado na área de Geologia da Engenharia, para determinar as propriedades
físicas do solo. Porém, pesquisadores utilizam o nível de arredondamento para determinar a
forma do agregado graúdo, não sendo muito satisfatório, contudo, e pouco abordado por
entidades normalizadoras.

3.2 AGREGADO GRAÚDO - DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE FORMA PELO


MÉTODO DO PAQUÍMETRO - NBR 7809

Método de ensaio (NBR 7809. ABNT, 2005): define o grau de cubicidade do agregado
graúdo, usando duas dimensões obtidas com o método do paquímetro.
O índice do agregado graúdo permite avaliar sua qualidade em relação à forma das
partículas, considerando que os agregados com partículas de forma cúbica, tida como ótima
para agregados britados, terão índice próximo a um. As partículas lamelares e alongadas
apresentarão valores bem mais altos, sendo considerado aceitáveis o limite de 3. O índice se
baseia na medida da relação entre o cumprimento e a espessura do agregado.
O método consiste na relação do comprimento sobre a espessura. O comprimento
refere-se à maior dimensão da partícula; a espessura, sendo a menor, à dimensão
perpendicular ao comprimento.

Tabela 3.1 Interpretação da norma pelo autor (Fonte: ABNT NBR 7809)
Dimensões Razão Classificação
Comprimento / espessura Próximo a 1 Cúbica
Comprimento / espessura <3 Lamelar
Comprimento / espessura >3 Partícula rejeitada

3.3 MATERIAIS DE PEDRA E AGREGADOS NATURAIS - NBR 7225

33
Materiais de pedra e agregados naturais – NBR 7225 (ABNT, 1993): define o grau de
cubicidade do agregado graúdo, usando três dimensões para definir duas relações entre lados
do agregado, obtidas com o método do paquímetro.
O índice de forma do agregado é dado pela relação comprimento/largura e pela relação
largura/espessura. Se imaginado uma partícula inscrita em um paralelepípedo imaginário,
torna-se a sua dimensão maior (comprimento, c), sua dimensão intermediaria (largura, l), e
sua dimensão menor (espessura, e).

Tabela 3.2 Classificação da forma do corpo-de-prova (Fonte: ABNT 7225/93)


Média das relações b/a e c/b Classificação
c/ l > 2 e l /e ≤ 2 Alongada
c/ l ≤ 2 e l /e ≤ 2 Cúbica
c/ l > 2 e l /e > 2 Lamelar
c/ l ≤ 2 e l /e > 2 Quadrática

3.4 DETERMINATION OF PARTICLE SHAPE: FLAKINESS INDEX, EN 933-3.


EUROPEAN STANDARD. EN, 2002

A norma europeia define que o ensaio consiste em duas operações de peneiração.


Utilizando peneiros de barras, a amostra é separada em várias frações granulométricas.
Este método é comumente usado nos países europeus como um dos requisitos para
agregados para uso em concreto. O teste consiste de duas operações de peneiramento. Durante
a primeira operação de peneiras de ensaio, são usadas para separar a amostra em frações de
vários tamanhos de partículas. Cada uma das frações são então peneiradas utilizando peneiras
de barras com larguras das ranhuras entre (40mm ± 0,3 e 2,5mm ± 0,1). O índice de partículas
achatamento pode ser calculado para cada fração da amostra e para toda a amostra. O índice
global é calculado como a massa total de partículas que passam na barra da peneiras, expressa
em porcentagem da massa seca total da amostra.

3.5 DETERMINATION OF PARTICLE SHAPE: SHAPE INDEX, EN 933-4.


EUROPEAN STANDARD. EN, 2008.

34
Esta norma europeia determina que o índice de forma é um método para determinar o
alongamento de agregados graúdos para confecção de concreto. O teste é realizado em
conjunto com granulométrica variando entre 4 mm até 63 mm. O comprimento da partícula é
descrito como a dimensão máxima de uma partícula, tal como definido pela maior distância
que os separa dos dois planos paralelos tangentes à superfície de partículas. Espessura das
partículas é descrito como a dimensão mínima de uma partícula, tal como definido pela menor
distância entre dois planos paralelos tangentes à superfície de partículas.
As partículas individuais numa amostra de agregado graúdo são classificadas com
base na relação entre o comprimento e a espessura, utilizando um paquímetro. O índice de
forma é calculado com uma razão entre comprimento/espessura < 3, expressa em
percentagem da massa total seca das partículas ensaiadas.

Tabela 3.3 Interpretação da norma pelo autor (Fonte: ÖNORM NP EN 933-4)


Dimensões Razão Classificação
Espessura/Comprimento <3 Cúbica
Espessura /Comprimento >3 Não cúbica

3.6 AGGREGATES FOR CONCRETE E1/2007 – CAP. 3, 3.5: PARTICLE SHAPE,


ANGULARITY, AND SURFACE TEXTURE.

A norma americana orienta que a porcentagem de partículas planas ou alongadas em


um agregado é determinada medindo o comprimento, largura e espessura de cada partícula em
uma amostra usando um paquímetro para determinar se a largura/espessura superior a 3
(partículas plana ou lamelares), ou o comprimento/largura superior a 3 (partículas alongadas).
Outras especificações têm sido utilizadas como procedimento, por vezes, também
determinar se a proporção entre o comprimento/espessura superior a 5 (alongadas-lamelares).
Tabela 3.4 Interpretação da norma pelo autor (Fonte: ACI E1-07)
Dimensões Razão Classificação
Largura/Espessura > 3 Partículas planas ou lamelares
Comprimento/Espessura >3 Partículas alongadas
Comprimento/Espessura >5 Alongadas-lamelares

3.7 ASTM D 4791 - FLAT PARTICLES, ELONGATED PARTICLES, OR FLAT


AND ELONGATED PARTICLES IN COARSE AGGREGATE.

35
O método de teste especifica a determinação da porcentagem de partículas planas,
partículas alongadas, ou partículas plano-alongadas em agregados graúdos. Essa norma requer
a utilização de um paquímetro dimensional que determina as razões entre os diâmetros de
uma determinada unidade de agregado. Cada agregado deve ser medido um a um, a partir de
uma amostra representativa recomendada pela norma. De acordo com a norma, os agregados
podem ser planos, alongados ou plano-alongados, dependendo das relações entre seus
diâmetros. Com um paquímetro dimensional determina-se a largura/espessura superior a 3
(partículas plana ou lamelares), ou o comprimento/espessura superior a 3 (partículas
alongadas).
Este método requer que o operador meça cada partícula individual com um paquímetro
proporcional configurados de acordo com a especificação em uma 2:1, 3:1, ou 5:1.

Tabela 3.5 Interpretação da norma pelo autor (Fonte: ASTM D 4791/99)


Dimensões Razão Classificação
Largura / espessura > 3 Partículas planas ou lamelares
Comprimento / espessura >3 Partículas alongadas
Comprimento / espessura >5 Alongada-lamelares

3.8 STANDARD TEST METHOD FOR DETERMINING THE PERCENTAGE OF


FRACTURED PARTICLES IN COARSE AGGREGATE (ASTM, 2001).

Esta norma envolve a contagem manual de partículas a fim de determinar as faces


fraturadas. O Procedimento é feito através da inspeção visual de cada partícula e
contabilizado o número de faces fraturadas de cada agregado para a determinação da
porcentagem de partículas fraturadas em cada peneira. Quanto mais faces fraturadas possuir o
agregado, menor será a sua esfericidade.
Esta avaliação é feita nos agregados maiores que 4,75 mm que tenham uma ou mais
faces fraturadas. Uma face fraturada é definida como sendo qualquer superfície fraturada que
ocupe mais do que 25% da área do agregado visível, será considerada face fraturada se a
projeção da área fraturada da partícula for maior que 25% da projeção máxima visível da
partícula. Desta forma, devido à tridimensionalidade das partículas de agregados, podem
existir partículas com nenhuma, uma, duas ou até mais faces fraturadas. A norma aconselham
a determinação da angularidade segundo o número de partículas com uma e/ou duas faces
fraturadas.
36
3.9 BRITISH STANDARD. TESTING AGGREGATES - PART 105. METHODS
FOR DETERMINATION OF PARTICLE SHAPE, SECTION 105.1 FLAKINESS ÍNDEX.

Esta seção da BS 812 descreve o método para determinação do índice de achatamento


do agregado graúdo. O índice de achatamento de uma determinada amostra é medido
indiretamente em termos de índices, que são definidos como percentual de massa de
partículas classificadas como instáveis. As partículas são classificadas como instáveis de
acordo com os pressupostos bastante arbitrários que uma partícula é achatada. As amostras
dos agregados são classificadas como achatadas quando têm uma espessura (menor dimensão)
inferior a 0,6 cm do seu tamanho médio da peneira, esta dimensão deve ser tomada como a
média das aberturas de peneira usada para limitar o cálculo da fração de tamanho em que
ocorre a partícula. O índice de achatamento de uma amostra é encontrado separando as
partículas achatadas, e assim determina-se esta porcentagem expressa pela sua massa em
porcentagem da massa da amostra testada. O teste não é aplicável ao material que atravessa na
peneira 6,30 mm ou retido por um peneiro 63,0 mm.

Tabela 3.6 Interpretação da norma pelo autor (Fonte: BS 812 : Section 105.1/1989)
Dimensões Razão Classificação
Espessura/comprimento < 0,6 Partículas chatas

3.10 BRITISH STANDARD. TESTING AGGREGATES - PART 105. METHODS


FOR DETERMINATION OF PARTICLE SHAPE, SECTION 105.2 ELONGATION ÍNDEX
OF COARSE AGGREGATE.

Esta secção da BS 812 determina o índice de alongamento de uma amostra. Este é


calculado como a porcentagem de massa das partículas dos agregados que são considerados
como alongados. São classificados como alongadas quando tem um comprimento (maior
dimensão) superior a 1,8 cm da sua dimensão média da peneira. Esta dimensão deve ser
tomada como a média das aberturas de peneira limitante para a determinação da fração de
tamanho em que ocorre a partícula.
O índice de alongamento é encontrado separando as partículas e determinando sua
porcentagem expressa pela sua massa em porcentagem da massa da amostra testada. O índice
37
de partículas falha ou escamosa de uma amostra para utilização em concreto hidráulico, de
forma a não prejudicar suas propriedades mecânicas, não deve exceder a 30% da amostra.
O teste não é aplicável ao material que atravessa um peneiro 6,30 mm de teste ou
retido por um peneiro 50,0 mm.

Tabela 3.7 Interpretação da norma pelo autor (Fonte: BS 812 :Section105.2/1990)


Dimensões Razão Classificação
Comprimento / espessura < 1,8 Partículas cúbicas
Comprimento / espessura > 1,8 Partículas alongadas

3.11 BS 812 : PART 1: 1975 TESTING AGGREGATES. METHODS FOR


SAMPLING. IN: NEVILLE, 1997.

A designação das partículas quanto à forma é apresentada na figura a seguir:

Figura 3.1 Neville, 1997 (Fonte: Concrete Tecnology, pg 43)

3.12 OUTRAS REFERÊNCIAS

A forma do agregado, na maioria das vezes, é usada para descrever a forma geral de
uma partícula (agregado graúdo ou miúdo). Frequentemente usado como um parâmetro que

38
descreve a sua forma geométrica, define a forma como medidas da relação entre as três
dimensões de uma partícula, com base em razões entre as proporções, eixo maior
comprimento, eixo intermediário largura e eixo menor espessura referentes à partícula
analisada (Foweler apud Hudson, 1999).
Uma forma simplificada de classificar a partícula de um agregado, utilizado em
algumas referências normativas, levando em consideração as relações de suas dimensões, é
classificando-a em partículas lamelares ou achatadas (relação espessura/outras dimensões,
menor que dado valor), e partículas alongadas ou cúbicas (relação comprimento/outras
dimensões, superior que dado valores).
Segundo Foweler (2005), dois outros parâmetros sugeridos para descrever a forma das
partículas, como alongamento, é relacionar a maior dimensão da partícula com a dimensão
intermediária, ou pelo achatamento, que relaciona a dimensão intermediária com a menor
dimensão.
Alguns pesquisadores descrevem a forma do agregado com base em dois parâmetros
básicos: esfericidade e arrendamento.
A esfericidade refere-se à forma geral da partícula e reflete a similaridade entre o
comprimento da partícula, espessura e largura. A esfericidade pode ser determinada pela
relação entre a maior e menor dimensão.
O arredondamento é descrito como o grau de abrasão de uma partícula demonstrando
por quão agudas são suas bordas e cantos. É determinado pela razão do raio médio da
curvatura de diversos pontos junto às bordas ou cantos da partícula ao raio da curvatura da
esfera inscrita máxima.
Segundo Fernando (2008), uma das abordagens mais conhecidas é a classificação de
Zingg. Nesta classificação, consideram-se os três diâmetros principais dos agregados (a – eixo
maior; b – eixo intermediário; e c – eixo menor) e determinam-se as razões: a/b e b/c.
Tradicionalmente é utilizada a referência de Powers para comparar e expressar
descritivamente o grau de arredondamento em: muito anguloso, anguloso, sub-anguloso, sub-
arredondado, arredondado e bem arredondado. Segundo Fernando (2008), porém, estes seis
termos são utilizados para determinar a forma dos grãos de areia (agregado miúdo), sendo
muito utilizados na área da Engenharia da Geologia.

39
Segundo Das (2007), os geólogos usam termos como angular, sub-angular, sub-
arredondado e arredondado para descrever as formas de partículas volumosas (pequenas
partículas de areia).

Figura 3.2 Determinação do arredondamento dos grãos. Powers, 1953 (Fonte: Fernando, 2008)

As partículas formadas por atrito tendem a ser arredondadas, pela perda dos vértices e
arestas. Areias de depósitos eólicos, assim como areia e pedregulho oriundo de regiões
marítimas ou de leito de rio, geralmente têm forma arredondada (Metha e Monteito, 2008).
O método utilizado pelo Prof. Vitervo O’reilly Díaz, método físico-matemático para
determinar as características dos agregados, introduzido por Wadell Schaffner, é referenciado
por Powers como dos mais aceitáveis para expressar a características da forma dos agregados.
Segundo este autor, as propriedades da forma podem ser caracterizadas por dois fatores:
esfericidade e redondeza.
Segundo O’reilly Díaz (1998), Wadell utiliza o fator de esfericidade plana (  ), ao
medir este valor com 20 grãos de uma mesma fração de um agregado, porém, as diferenças
dos valores de  (superfície), encontrados em medições de até 100 grãos, são tão pequenas
que 20 medições em 20 grãos podem ser consideradas como suficiente. Esse número de
medições permite substituir, para fins práticos, a esfericidade estereométrica pela esfericidade
plana.
O procedimento consiste em selecionar 20 grãos aleatoriamente de cada fração do
agregado a analisar, fotografar a partícula em duas posições, nos eixos a/b e b/c, girando em
90º em relação ao outro, o que equivale a determinar os fatores de 40 medições em cada
agregado. Logo em seguida é feita uma circunferência sobrepondo o gabarito sobre a

40
fotografia dos grãos, determinando a área de cada grão, escolhendo o círculo que mais se
aproxima em área do grão médio, compensando visualmente as áreas faltantes e excedentes.
Os valores de  podem ser determinados pela média dos valores obtidos pelas fotos de cada
posição.

Figura 3.3 Método físico-matemático O’reilly Díaz, (Fonte: Método de Dosagem de Concreto de Elevado
Desempenho, 1998, pg. 55, 56)

Segundo Foweler (Foweler, 2005 apud Sneed e Folk, 1958), utilizou-se um diagrama
triangular para traçar T/L (profundidade/comprimento) e (comprimento-espessura)/(
comprimento-profundidade-) (L-W)/(L-T), produzindo um esquema para a especificação da
forma combinada. O esquema mostra este diagrama (A notação I é usada ao invés de W, e S é
usado em vez de T, na figura).
A esfericidade aumenta com o tamanho crescente, e essa relação é mais apropriada em
materiais naturais do que com materiais britados (Foweler, 2005 apud Ozol, 1978). O
mecanismo e as operações e equipamentos de britagem influenciam a forma das partículas
britadas. Os parâmetros sugeridos para descrever a forma das partículas tais como

41
alongamento, que relaciona a maior dimensão da partícula para a dimensão intermediária e
achatamento, que relaciona a dimensão intermediária para a menor dimensão (Foweler, 2005).

Figura 3.4 Forma triangular de Sneed e Folk (Fonte: Foweler, 2005, pg 14)

Em 1998, Mora apresentou o primeiro trabalho utilizando a análise digital de imagens


para a avaliação da distribuição granulométrica dos agregados graúdos, no entanto Fabro
constatou que a distribuição granulométrica de um agregado não é suficiente para avaliar a
forma dos grãos deste agregado (Fabro, 2011 apud Kwan et al., 2001 ).
D’Agostino utilizou imagens digitalizadas para obter parâmetros que caracterizassem
a forma dos grãos de agregados miúdos e calculou os parâmetros arredondamento e a relação
de aspecto, obtidos a partir das equações 1 e 2, respectivamente (D’Agostino, 2004):

Figura 3.5 Equação de arredondamento (1) (Fonte: Fabro, 2011)

42
Figura 3.6 Equação da relação de aspecto (2) (Fonte: Fabro, 2011)

A análise de imagens é um processo de extração de informações com base na imagem


digitalizada. Porém é preciso discriminar os objetos dos quais se deseja extrair informações.
Algumas técnicas são utilizadas para esse fim, como, por exemplo, a segmentação, a
eliminação de ruídos e a filtragem.
Segundo Fabro (2011), devido à dificuldade para a avaliação da forma dos agregados
miúdos Weidmann (2008) utilizou o processamento digital de imagens para medir a maior
dimensão de cada grão do agregado miúdo e calcular o coeficiente de forma do mesmo. Com
o resultado das análises das imagens, obtém-se a maior dimensão do grão, com a qual,
baseando-se na norma francesa (Weidmann, 2008 apud AFNOR XP P18-540, 1997), pode-se
calcular o coeficiente de forma para cada fração, segundo a equação (3):

Figura 3.7 Equação de coeficiente de forma (3) (Fonte: Fabro, 2011)

A forma dos grãos dos agregados miúdos foi avaliada por meio dos seguintes
parâmetros: relação de aspecto, esfericidade, indicador de lamelaridade e coeficiente de
forma.
Para o cálculo destes parâmetros, fez-se necessária a obtenção das seguintes
dimensões dos grãos: maior e menor dimensão, área da projeção e perímetro. Estas dimensões
foram obtidas por meio da análise digital de imagens, sendo as imagens obtidas por um
scanner (HP PSC 1210) e as medições feitas por meio do programa de análise de imagens
Image Tool, de acordo com o Método Gtec-UFSC apresentado por Weidmann (2008).

43
A obtenção das imagens foi realizada para cada amostra de agregado miúdo analisado
conforme os procedimentos relacionados:

Figura 3.8 Imagem digital dos agregados miúdos (Fonte: Fabro, 2011)

3.13 COMPARAÇÃO ENTRE AS DIFERENTES NORMAS

Foram analisadas dez normas de diferentes países para a determinação da forma do


agregado graúdo britado (ver Tabela 3.8), sendo todas para uso em concreto de cimento
Portland.
As normas analisadas são semelhantes: utilizam a relação de suas dimensões para
determinar sua forma. Porém, diferenciam-se em determinados pontos, como o método direto
e indireto e/ou suas relações.
No método direto algumas normas utilizam apenas duas dimensões da partícula
comprimento/espessura para determinar a sua forma, tendo uma relação de suas dimensões.
Outras normas utilizam as três dimensões de uma partícula comprimento/largura e
largura/espessura, tendo duas relações de suas dimensões para determinar sua forma. Outro
ponto distinto entre as normas é sua razão.
A norma NBR 7809/05 utiliza para concreto hidráulico a razão entre suas dimensões
de 3:1, sendo predominante entre as normas analisadas para uso em concreto. Entretanto, a

44
norma ACI E1-07 e ASTM D 4791/99 têm uma aceitação de até 5:1 para agregados britados,
tendo uso para concreto hidráulico.
Outras normas, como a NBR 7225/1993, utilizam uma razão de 2:1 para determinação
da forma do agregado britado. A norma BS 812 : Section 105.1/1989 determina o índice de
achatamento do agregado graúdo como a razão entre suas dimensões espessura/comprimento
menor que determinado fator < 0,6.
A norma BS 812 : Section105.2/1990 determina o índice de alongamento, estabelece
parâmetros de classificação entre forma cúbica e forma alongada, utiliza a razão entre suas
dimensões e define até qual índice é classificado como forma cúbica e a partir de qual índice é
classificado como forma alongada.
Um dos fatores predominantes em quase todas as normas analisadas é a inexistência
de uma faixa de aceitação e rejeição das partículas para seu determinado uso.
A tabela 3.8 apresenta a interpretação das normas analisadas, determinação do índice
de forma (Fonte: referência das normas). Interpretação do autor.

45
Tabela 3.8 Determinação do índice de forma (Fonte: referência das normas). Interpretação do autor.

46
3.14 INTERPRETAÇÃO DA FORMA DO AGREGADO GRAÚDO BRITADO

Com base nas interpretações das normas analisadas e outras referências para
determinação da forma do agregado graúdo britado, e levando considerações como processo
de extração e processo de produção do agregado, tem-se como produto partículas angulares
com cantos e bordas bem definidas, característico dos mecanismos de britagem.
O processo de britagem produz partículas com tamanhos e formas variadas. Uma das
formas comumente utilizadas pelas normas é classificar suas dimensões e analisar as
proporções. Algumas normas utilizam uma proporção de 2:1, na qual a maior dimensão
(comprimento) é até duas vezes a menor dimensão (espessura). Outras utilizam uma
proporção de 3:1 sendo, a mais abordada entre as normas para a determinação da forma do
agregado graúdo britado. Outras, porém pouco abordodado, utilizam a proporção de 5:1, em
que o comprimento pode ser até cinco vezes a menor dimensão, espessura.
Para uma análise de um agregado em uma amostra definem-se seus eixos e se obtém a
maior dimensão denominada comprimento, dimensão intermediaria denominada largura e
menor dimensão espessura. A classificação do agregado graúdo britado é dada conforme o
grau de cubicidade da partícula, e, conforme as normas analisadas, as partículas de um
agregado podem ser classificadas em cúbica, alongada, lamelar e alongada lamelar.

Figura 3.9 Forma cúbica

 Forma cúbica: partícula que possui as três dimensões semelhantes e pouca


variação entre suas dimensões. Quando observadas, assemelham a um cubo.

Figura 3.10 Forma alongada

47
 Forma alongada: partícula em que uma dimensão é significativamente maior do
que as outras duas dimensões.

Figura 3.11 Forma lamelar

 Forma lamelar: partícula em que duas dimensões são aproximadas, e


significativamente menor em relação que à terceira dimensão.

Figura 3.12 Forma alongada-lamelar

 Forma alongada-lamelar: partícula que tem três dimensões significativamente


diferentes, por exemplo: o comprimento consideravelmente superior a largura e
a largura superior a espessura.

A forma desejada de uma partícula é a cúbica, e adotando-se a proporção de 3:1, a


mais abordada entre as referências, e tendo o produto da britagem partículas de diversas
formas e tamanhos, podemos classificá-las segundo sua forma.
Considerando a forma ideal desejada no processo de britagam, um agregado
classificado segundo sua granulométrica com partículas de 0,25 a 0,38 mm, e considerando as
dimensões exatas (imaginando uma forma perfeita), podemos classificar a forma do agregado
graúdo segundo a razão de suas dimensões comprimento/espessura e largura/espessura.

48
Figura 3.13 Interpretação da Forma do agregado graúdo britado pelo autor

Há algumas noções gerais que podem ser utilizadas para classificar as diferentes
definições das propriedades referentes à forma ou parâmetros criados para definir a forma de
um agregado. Como uma breve elucidação sobre o assunto, a ideia é que a forma de uma
partícula pode ser definida como imaginada em uma projeção da forma perfeita da partícula

49
sobre a verdadeira (a área de uma projeção arbitrária (bidimensional) da partícula, ou seja,
exata, com o volume verdadeiro, ou área de superfície real, medido em três dimensões).

Figura 3.14 Projeção da forma perfeita da partícula sobre a verdadeira

3.15 MÉTODO PROPOSTO PARA CLASSIFICAÇÃO DA FORMA DO


AGREGADO GRAÚDO NESTA PESQUISA

O agregado graúdo britado deve ser classificado na seguinte ordem: cúbico, alongada,
lamelar e alongada-lamelar, sendo aconselhado o uso em concreto a forma cúbica, conhecida
como forma equidimencional.
A norma 7809/05 estabelece critérios de aceitação e rejeição para o agregado graúdo
com base na razão de suas dimensões c/e < 3 ou c/e > 3, e a norma BS 812 :
Section105.2/1990 determina o índice de alongamento e estabelece critérios que define a
forma cúbica em relação a forma alongada, esta norma determina em até que índice é
classificado como forma cúbica e a partir de que índice e classificado como forma alongada e
a norma BS 812 : Section 105.1/1989 determinação do índice de achatamento e/c < 0,6.
De forma sucinta, o agregado britado ideal deve ser cúbico, angular, limpo e com um
mínimo de partículas lamelares e alongadas.

50
Na tabela 3.9 estabelece critérios de classificação da forma do agregado graúdo
britado.
Tabela 3.9 Determinação do índice de forma
Forma Razão Índice
Cúbica c/e < e l/e < 1,8
Alongada c/e > e l/e < 1,8
Lamelar c/e > e l/e > 2,4
Along.-Lamelar c/e > e l/e > 3,0

51
4. MECANISMOS QUE INFLUENCIAM A FORMA DO AGREGADO GRAÚDO

Segundo Sbrighi e Frazão (1984) a forma dos agregados graúdos britados está sujeita a
influências de mecanismos internos e externos, como propriedades petrográficas do material
rochoso e do processo de britagem utilizado para produção do agregado graúdo.

4.1 MECANISMOS INTERNOS

Segundo Metha e Monteiro (2008) as características do agregado britado, dependem


da microestrutura da rocha matriz, expressas pela sua porosidade, massa específica e
composição mineralógica, bem como de sua exposição prévia (grau de intemperismo).
Calcários laminados, arenitos e folhelhos tendem a produzir fragmentos alongados e
achatados.
Segundo Frazão (2007), rochas de origem metamórficas com estruturas orientadas ou
bandadas, quando britadas apresentam boas características físicas e mecânicas, mas uma
indesejável frequência de fragmentos achatados e alongados. A forma dos fragmentos é
influenciada pela estrutura da rocha e, em menor grau, por sua textura. As rochas com
estrutura marcadamente estratificada, bandadas ou xistosas tendem a produzir formas
lamelares e alongadas, tais como alguns quartzitos, arenitos estratificados e silicificados,
gnaisses e xistos. As rochas de estrutura maciça tendem a apresentar uma frequência maior de
fragmentos de forma cúbica.
Uma das características mais importantes no que respeita as propriedades físicas e
mecânicas do concreto é a resistência à compressão das rochas utilizadas como agregado, a
qual depende da mineralogia, textura, geoquímica e grau de alteração das rochas (Fernando,
2005 apud Moore e Gribble, 1980).
A textura da rocha matriz deve ser coesa e não muito grossa, com baixa porosidade,
ausência de plano de fraqueza ou estrutura isotrópica. Não é recomendável utilizar rochas
xistosas, com acamamento, foliações finas, micro fraturas.
Segundo Chiossi (1979) quanto aos minerais, devem-se evitar rochas que predominem
os minerais deletérios: micas (especialmente biotita e clorita, em percentagem superior a
20%), assim como, os óxidos, sulfetos e carbonatos em grãos grossos. É preferível rochas
com ausência de minerais desagregados ou em decomposição feldspato, micas e máficos.

52
4.2 MECANISMOS EXTERNOS

A forma das partículas do agregado afeta o comportamento do concreto, tanto no


estado fresco como estado endurecido, pois tem influencia na trabalhabilidade, no ângulo de
atrito interno, compacidade, entre outros fatores que são influenciados pela quantidade de
água de amassamento.
Quando uma rocha é submetida à fragmentação por processos mecânicos de britagem,
o produto será constituído de fragmentos com formas e dimensões variadas. Os tipos de forma
que ocorrem na rocha britada recebem diferentes designações: cúbicas (ou esférica), lamelar
(ou achatada, ou discóide), alongada (ou prismática) e alongada-lamelar.
Agregados com graus mais elevados de cubicidade apresentam resistência mais
elevadas, propiciam melhor trabalhabilidade do concreto de cimento (Frazão, 2007).
Segundo Eduardo (2002) a forma do agregado graúdo depende da rocha de origem e
do tipo de britador, o agregado britado pode conter uma proporção considerável de partículas
lamelares ou alongadas, que afetam negativamente as propriedades do concreto.
A rocha submetida à fragmentação mecânica produz fragmentos com diferentes
tamanhos e formas. A forma dos agregados é bastante influenciada pela estrutura e textura da
rocha mãe. Rochas de estruturas maciças, como os basaltos compactos, produzem britas de
formas cúbicas. Por outro lado, rochas com estrutura xistosa, como é típico em rochas
sedimentares e alguns tipos de rochas metamórficas, formada a partir destas, com freqüência
produzem fragmentos de formas alongadas e lamelares. O processo de britagem influencia no
formato dos agregados (Marques et al., 2007).
A forma característica do agregado britado e influenciada pelas condicionantes do
processo de extração e fabricação, tais como uso de explosivos, tipo de britadores etc (Metha
e Monteiro, 2008).
A forma equidimencional determina baixa porosidade, menor consumo de cimento,
melhores características mecânicas e durabilidade do concreto, maior fluidez e economicidade
e com tudo a textura superficial áspera melhora a aderência do cimento.
A britagem do agregado graúdo tende a produzir fragmentos alongados e achatados,
especialmente quando o mesmo é feito por britadores de mandíbulas. Aquelas partículas, cuja

53
espessura é pequena em relação às outras duas dimensões, são chamadas de lamelares ou
achatadas, (Metha e Monteiro, 2008).
Segundo Sbrighi e Frazão ( 1984) relata que há uma diminuição da porcentagem de
fragmentos cúbicos com a redução da granulométrica, porém a diminuição da cubicidade com
a redução da granulométrica deve-se, possivelmente, às condições de britagem e às
características petrográficas intrínsecas do material. A fração granulométrica acima de 2”
(50mm), contém uma nítida predominância de cubicidade.
Outros estudos realizados na determinação do índice de forma de agregado graúdo,
utilizando diferente processo de britagem, compactador de mandíbula e de eixo vertical, a
análise utilizou a mesma faixa granulométrica (brita entre 19mm a 25mm), pelo Método do
Paquímetro NBR 7809/05, cujo resultado apresentaram o índice de 4,0 c/e para os agregados
britados pelo compactador de mandíbula e 1,8 c/e para os agregados britados com o
compactador de eixo vertical.
Porém, pela norma analisada o critério de aceita para agregado britados para produção
de concretos não deve exceder o índice de 3.

Figura 4.1 Determinação do índice de forma (Fonte: Arndt, 2007)

O tipo de britador, também afeta o índice de forma. Britadores de impacto e de cone


deixam os agregados com mais angulosidade, sendo os de eixo vertical os mais recomendados
quanto à forma equidimencional (Ester, 2010 apud Juan, 2004).
Do ponto de vista de resistência do concreto, as partículas angulosas são preferíveis,
pois implicam melhor entrosamento entre as partículas individuais, contribuindo assim para a
54
resistência do concreto. Por outro lado, partículas angulosas têm maior área superficial e
exigem uma maior quantidade de água para a mesma consistência dos concretos, o que pode
ocasionar uma diminuição na resistência à compressão (Fabro, 2011).
Segundo Carneiro (1953), os concretos produzidos com pedra britada, por exemplo,
exigem, para um mesmo grau de trabahabilidade, uma pasta mais fluida que os concretos
executados com pedregulho natural.

55
5. INFLUÊNCIA DA FORMA NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO

A forma equidimencional são preferíveis devido ao bom empacotamento que as


partículas dos agregados graúdos e miúdos podem ocasionar, assim eliminado os vazios e
diminuindo a rede de poros, que em excesso é prejudicial à qualidade do concreto. Já as
partículas lamelares são prejudiciais devido à má qualidade do empacotamento de suas
partículas, necessitando de uma quantidade elevada de água para concretos trabalháveis,
alterando a relação a/c para determinada resistência e consequentemente diminuindo o nível
de qualidade desejáveis nos concretos.
Isabel ( 2005). Sugere a determinação da razão entre a maior e a menor dimensão da
partícula. Os dados experimentais indicam que, quando a maior parte das partículas tem uma
razão menor do que 3:1, a forma das partículas tem pouca influência na qualidade do
concreto. A resistência do concreto é afetada se mais de 50% das partículas tiverem uma
relação de 5:1, o que pode provocar baixa compacidade e elevado índice de vazios, resultando
em baixa resistência e menor durabilidade do concreto.
Os concretos com agregados britados geralmente apresentam maior resistência à
tração na flexão e resistência à tração direta, propriedades estas que são influenciadas pela
aderência agregado pasta de cimento, portanto, pela rugosidade e angulosidade das partículas
(Eduardo, 2002 apud Almeida, 1990).
As partículas lamelares e alongadas são frágeis e facilmente quebráveis, prejudicando
a obtenção de maiores resistência no concreto. Além disso, a angulosidade acentuada das
partículas provoca o aumento no consumo de água necessária para uma dada trabalhabilidade.
Por fim, com o aumento no tamanho e quantidade de partículas lamelares e alongadas,
associadas a acúmulo de água próximo à superfície do agregado, enfraquecendo a aderência
na zona de transição (Mehta e Monteiro, 2008).

5.1 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO

A resistência à compressão de um material homogêneo é definida como sendo a tensão


de compressão correspondente à ruptura, em um estado de tensão uniaxial uniforme. É sabido
que a ruptura não se dá por esmagamento, mas por deslizamento, seguindo planos

56
correspondentes, nesse estado de tensão, a combinação mais desfavorável da tensão de
cisalhamento com a tensão normal (Carneiro, 1953).
A forma angular e uma superfície rugosa, como a maioria das partículas britadas,
proporcionam concretos com maiores resistências do que partículas arredondadas e lisas,
como seixo rolado. A justificativa para isto é a maior aderência mecânica desenvolvida entre a
pasta matriz e as partículas angulares e rugosas (Eduardo, 2002).
Segundo Eduardo (2002 apud Giaccio e Zerbino, 1996), a redução na resistência à
compressão pode chegar a 15% quando se utiliza um agregado arredondado e liso (seixo
natural de rio), comparado com agregados britados.
Segundo Neville (1997), tanto a forma quanto a textura do agregado exercem forte
influência sobre a resistência à compressão do concreto principalmente nas primeiras idades,
o efeito da forma e da textura é mais significativo em concretos de alta resistência. Ao
mantermos a mesma mineralogia do agregado, os concretos com agregados de superfície mais
rugosa, tendem a apresentar maior resistência que os concretos com agregados de superfície
mais lisa e arredondadas.
Estudos realizados por Sbrighi e Frazão (1984) determinaram que para uma
determinada trabalhabilidade, quanto maior o índice de forma cúbico do agregado graúdo,
maior será a resistência à compressão do concreto. Contudo, para as mesmas idades e mesmas
resistências a compressão do concreto, os concretos com elevados índices de forma cúbica
obtiveram uma redução de até 40 kg de cimento por m³ de concreto, quando comparados com
traços com formas lamelares.
Os resultados relacionados de índice de forma do agregado graúdo e resistência a
compressão do concreto, mostram que valores de índice de forma (relação comprimento /
espessura) abaixo do limite estabelecido pela ABNT NBR 7809:1983, resultam em resistência
à compressão maiores do concreto. Por outro lado, os resultados de índice de forma
considerados reprovados, ou seja, valores superiores à 3,0 obtiveram resistência à compressão
menores nos concretos ( Junior, 2009).
Segundo Fowler (Fowler, 2005 apud Rao et al., 2002), as partículas lamelares ou
planas orientadas na vertical pode causar uma fraqueza estrutural na compressão e também
diminuir a resistência do concreto.

57
5.2 RESISTÊNCIA A TRAÇÃO

Segundo Isabel (2002), os agregados graúdos britados geralmente apresentam maior


resistência à tração na flexão e resistência à tração direta comparadas com agregados naturais
(seixo rolado).

5.2.1 Compressão Diametral

A escolha deste ensaio está relacionada com as vantagens que ele apresenta: maior
facilidade de ser executado permite o uso do mesmo tipo de corpo-de-prova do ensaio de
compressão, emprega menor quantidade de concreto e apresenta resultados mais uniformes do
que os obtidos com ensaios de tração direta (Mendes, 2002 apud Neville, 1997).
Segundo Junior (Junior, 2009 apud Neville, 1997), a relação entre a resistência à
compressão e à tração por compressão diametral depende do tipo de agregado graúdo usado,
pois as propriedades do agregado, especialmente a forma e a textura superficial. Na figura 5.1;
Apresenta a resistência à compressão e resistência à tração por compressão diametral em
concretos produzidos com diferentes agregados. Os resultados mostram que para concretos
com agregados completamente lisos a resistência foi 10% menor em relação aos concretos
com agregados britados.

Figura 5.1 Relação entre resistência à compressão e resistência à tração por compressão diametral (Fonte:
Neville, 1997.)

58
6. PROGRAMA EXPERIMENTAL: PARTE I - CLASSIFICAÇÃO DOS
MATERIAIS

Neste capítulo é apresentada toda a seleção, seguida da caracterização dos materiais


utilizados no programa experimental para a produção dos concretos.

6.1 CLASSIFICAÇÃO DA AMOSTRA DE AGREGADO GRAÚDO

O agregado graúdo selecionado para o programa experimental foi o granulito


proveniente da pedreira Anápolis, devido o processo de britagem e origem da rocha.
Rocha de origem metamórfica de alto grau de metamorfismo, com textura
granuloblástica e estrutura gnáissica, que se assemelha ao granito (rocha ígnea rica em
quartzo, feldspato e mica), devido à sua mineralogia e textura.
A extração da rocha se dá por explosivos na jazida a céu aberto, após o desmanche da
rocha é transportada por caminhões por uma distancia de 500 m até o britador primário
(britador de mandíbulas), após a britagem primaria é transportado por esteiras para o britador
secundário (britador de cone) a rocha fica no processo de britagem secundário até adquirir
granulométria desejada, e em seguida transportada por esteiras para o britador terciário
(britador de cone) e quando adquirida agranulométria requerida é transportada por caminhões
para o consumidor final.
A dimensão máxima característica (DMC) apropriada para o agregado graúdo,
considerando o método utilizado para análise e as referências literárias, é aconselhado um
agregado de dimensão > 25 mm, devido à dificuldade de manuseio, e segundo (Sbrighi e
Frazão, 1984), quanto menor a granulométrica do agregado, maior será o índice de formas
lamelares, isto para agregados britados.
Com base na literatura é sugerido a brita >25, com intervalo entre 25 mm a 38 mm.
Porem, para confecção de concretos convencionais, no qual se enquadra o presente trabalho,
são utilizados agregados classificados segundo sua granulométrica entre 19 mm a 25 mm.
A utilização do agregado graúdo de 25 mm a 38 mm, sugerida pela literatura, sendo
empregada para produção de concretos convencionais, ocasionaria um mal empacotamento
dos agregados graúdos e miúdos, devido à granulométrica descontinua, e consequentemente

59
uma má qualidade do concreto. Com base nos termos citados acima, optamos por utilizar com
intervalo entre 19mm a 25mm, o que melhor se enquadra ao experimento.
Os ensaios para a caracterização da granulometria, massa específica, massa unitária e
índice de forma do agregado graúdo utilizado para o experimento, foi realizada no
Laboratório de Materiais da Escola EEC/UFG, com a seguinte determinação da composição
granulométrica e outros.

Figura 6.1 Agregado utilizado (agregado graúdo de 19 a 25 mm)

A figura 6.1 apresenta o agregado graúdo selecionado para o experimento.


A caracterização dos materiais foi realizada seguindo a metodologia especificada nas
respectivas normas brasileiras. Composição granulométrica, Módulo de finura e Dimensão
máxima característica. Determinada pelo método descrito na NBR NM 248/01 Agregados –
Determinação da composição granulométrica e NBR 7211 Agregado para concreto –
Especificação.
A tabela 6.1 apresenta os resultados dos ensaios submetidos ao agregado graúdo
selecionado.

Tabela 6.1 Ensaios


Ensaio Norma 19 a 25mm
Módulo de finura NBR 7217/87 7,48
DMC (mm) NBR 7217/87 25
Massa unitária (kg/dm³) NBR 7251/82 1,37
Massa específica (kg/dm³) NBR 9937/87 2,67

60
Figura 6.2 Curva granulométrica agregado graúda

Na figura 6.2 apresenta os resultados dos limites granulométricos do agregado graúdo


ensaiado, que se mantiveram dentro do esperado, entre a curva 9,5/25 e a curva 19/31,5.

Figura 6.3 Peneirador mecânico

A figura 6.3 apresenta o peneirador mecânico utilizado para os ensaios de


granulometria do agregado graúdo.

61
Foi utilizado o método descrito pela NBR 7809/06 Agregado graúdo – Determinação
do índice de forma pelo método do paquímetro – Método de ensaio. Porém foi analisado
100% da amostragem de 10 kg, ao contrario da NBR 7809/06, que estabelece uma quantidade
mínima de 200 partículas de uma amostra a serem analisadas.

6.2 CLASSIFICAÇÃO DA AMOSTRA DE AGREGADO MIÚDO

O parâmetro para a escolha do agregado miúdo para a produção do concreto se fez


pelo MDC, com intuito de se obter um melhor empacotamento entre as partículas. Com base
disto foi utilizado areia natural grossa de rio, com Diâmetro Maximo de 4,75mm, Módulo de
finura 2,76, Massa específica de 2.62 kg/dm³ e Massa unitária 1,53 kg/dm³, de acordo com a
ABNT NBR 7211.

Figura 6.4 Agregado miúdo, areia média

A figura 6.4 apresenta o agregado miúdo selecionado para o experimento.

62
Figura 6.5 Curva granulométrica agregado miúdo
A figura 6.5 apresenta os resultados dos limites granulométricos do agregado miúdo
ensaiado, que se mantive dentro dos limites aceitáveis para a produção do concreto.

A tabela 6.2 apresenta os resultados dos ensaios do agregado miúdo selecionado.


Tabela 6.2 Ensaios agregado miúdo
Diâmetro Máximo (mm) 4.75
Módulo de Finura 2.76
Massa Específica (kg/dm3 2.62
Massa Unitária (kg/dm3 1.53

6.3 CLASSIFICAÇÃO DO CIMENTO

No proposto trabalho optou-se, pela utilização do cimento Portland CP II-Z-32 devido


aos seguintes aspectos:

 Ser facilmente encontrado em fábricas e lojas de materiais de


construção em Goiânia.
 Conter em sua composição de 6 a 14% de adições de pozolana.
 Ser considerado um dos cimentos mais utilizados no Brasil, cerca de
64% de todo o cimento consumido no Brasil é do tipo composto, seja
ele E, F ou Z.
Segue abaixo especificações técnicas fornecidas pelo fabricante.

63
Figura 6.6 Características do cimento CP II Z – 32
A figura 6.6 apresenta as características técnicas do cimento selecionado para o
experimento.

6.4 MÉTODO DE CLASSIFICAÇÃO E SEPARAÇÃO DAS QUATRO FORMAS


DO AGREGADO GRAÚDO BRITADO

A fim de caracterizar adequadamente a forma de um agregado graúdo, é necessário as


informações de três dimensões da partícula, maior dimensão (comprimento), da dimensão
intermediária (largura), e menor dimensão (espessura). A forma equidimicional são índices
que são expressos em termos de três dimensões.

64
Figura 6.7 Forma equidimencional (forma cúbica)
A figura 6.7 apresenta a forma cúbica e suas respectivas demissões comprimento,
largura e espessura.
Os métodos utilizado para caracterização da forma do agregado graúdo britado, para o
proposto trabalho, teve como referência a NBR 7809/05 – Determinação do índice de forma
pelo método do paquímetro, que determina parâmetros de aceitação para o agregado graúdo
como forma ideal e forma inadequada, BS 812: SECTION 105.1/1989, que determina o
índice de achatamento, BS 812: SECTION 105.2/1990 que determina o índice de
alongamento e a NBR 6954 - Lastro-padrão: determinação da forma do material, que
classifica a forma em quatro categorias como forma cúbica, forma alongada, forma lamelar e
forma alongada-lamelar.
Com base nas referidas normas, foram classificadas quatro formas para o agregado
graúdo britado, tendo como referência a proporção de suas demissões, sendo considerado
como forma ideal partículas com índice c/e < 1,8 mm e formas aceitáveis c/e >1,8 a < 3,0
mm e forma inadequada c/e > 3,0 mm.
A tabela 6.3 apresenta a interpretação da forma do agregado graúdo britado pelo autor,
com base nas normas e outras referências, e seguiu a seguinte ordem:

Tabela 6.3 Determinação do índice de forma


Forma Razão Índice
Cúbica c/e < e l/e < 1,8
Alongada c/e > e l/e < 1,8
Lamelar c/e > e l/e > 2,4
Along.-Lamelar c/e > e l/e > 3,0

Esta parte do programa experimental teve como propósito, classificar e separar as


partículas e em quatro categorias, tendo como parâmetros a tabela 6.3, que analisa a

65
proporção entre suas dimensões, comprimento, largura e espessura, e com base na
classificação de sua forma analisar sua granulometria, massa específica, massa unitária e
índice de forma.
A primeira análise, amostra com 10 kg do agregado graúdo, seguiu-se a determinada
sequência, caracterização, catalogação e separação das amostras. A caracterização da amostra
seguiu a tabela 6.3, seguida da catalogação e separação das partículas em forma cúbica, forma
alongada, forma lamelar e forma alongada-lamelar.

Figura 6.8 Caracterização (Fonte: análise 1)

A figura 6.8 apresenta a metodologia utilizada para classificação e catalogação da


forma do agregado graúdo britado.
Para a caracterização das partículas foi utilizado um recurso do Programa Excel,
fórmula de condição SE.
Fórmula SE: (=SE(E12>3;"Alongada-lamelar";SE(E12>2,4;"Lamelar";SE(E12>1,8;
"Alongada";SE(E12<1,8;"Cúbica")))).

66
Figura 6.9 Separação (Fonte: análise 1)
A figura 6.9 apresenta o processo de separação da forma do agregado graúdo pelo
método utilizado.

Figura 6.10 Catalogação (Fonte: análise 1)


A figura 6.10 apresenta o processo de catalogação da forma do agregado graúdo pelo
método utilizado.
Esta etapa também teve como objetivo determinar as porcentagens que cada forma
representa em uma amostra de 10kg, ou seja, a quantidade que a forma cúbica, forma

67
alongada, forma lamelar e forma alongada-lamelar estão presentes em uma amostragem de
10kg.

6.4.1 Primeira análise - Método 100% Paquímetro

Na primeira análise foi utilizado uma amostragem de 10kg de brita 2, de dimensão


entre 19 a 25mm, para classificação, catalogação e separação das amostras conforme a sua
forma em: cúbica, alongada, lamelar e alngada-lameler.
Para a primeira análise, os 10kg correspondem a uma pequena fração de um total de
8.14 t, que será utilizado para o experimento, à coleta dos 10 kg foram retirados em vários
pontos do monte, de forma a manter uma amostragem homogênea das partículas.
Para a determinação da forma, foi utilizado o método descrito pela norma NBR
7809/05 – Determinação do índice de forma pelo método do paquímetro - Método de ensaio.
Porém com base nas proporções de suas dimensões como comprimento, largura e espessura as
partículas foram classificadas, separadas e catalogadas de acordo com a tabela 6.3 em: forma
cúbica, forma alongada, forma lamelar e forma alongada-lamelar.
Foi utilizado um paquímetro (stainless hardened), com leitura digital de exatidão + -
0,01mm para análise da forma.

Figura 6.11 Paquímetro digital

68
Figura 6.12 Análise 1

A figura 6.12 apresenta o agregado graúdo classificado, separado e catalogado com


base na sua forma.

Figura 6.13 Fluxograma da análise 1

A tabela 6.4 apresenta o resultado da análise 1, com o número de partículas, índice,


peso e porcentagem correspondente a cada forma, referente a análise de 10 kg. Para análise 1,
foram ensaiadas 100% da amostragem pelo método do paquímetro, seguida da classificação,
catalogação e separação das partículas conforme a sua forma.

69
Tabela 6.4 Análise 1 (índice de forma)
Análise 1-10 kg (Agregado graúdo entre 19 mm a 25mm)
Forma N de Partículas Índice Peso (kg) %
Cúbica C331 1,52 3,35 33,50%
Alongada A363 2,10 3,11 31,10%
Lamelar L204 2,71 1,61 16,10%
Alongada-Lamelar AL365 6,07 1, 927 19,27%
Prato 0, 003 0,03%
TOTAL 1.263 (Partículas) 3,20 10,00 100,00%

Figura 6.14 Imagem das partículas conforme sua classificação

A figura 6.14 apresenta a classificação e separação das partículas em forma cúbica,


forma alongada, forma lamelar e forma alongada-lamelar, com base em suas dimensões
comprimento/espessura (c/e).

70
6.4.2 Segunda análise - Método 100% Paquímetro

Para a segunda análise foi utilizada a mesma amostragem de 10 kg de brita, foram


ensaiadas 100% da amostragem pelo método do paquímetro, seguida de classificação e
separação das amostras conforme a sua forma.

Figura 6.15 Fluxograma da análise 2

Na tabela 6.5 apresenta os resultados da segunda análise do agregado graúdo


classificado e separado com base na sua forma.

Tabela 6.5 Análise 2 (Índice de forma)


Análise 2: 10 kg (Agregado graúdo entre 19 a 25mm)
Forma Peso (kg) %
Cúbica 3,29 32,90%
Alongada 3,19 31,90%
Lamelar 1,70 17,00%
Alongada-Lamelar 1, 817 18,17%
Prato 0, 003 0,03%
TOTAL 10,00 100,00%

6.4.3 Terceira análise - Método Parcial

Para a terceira análise foi utilizada a mesma amostragem de 10 kg de brita, e devido à


dificuldade do manuseio das partículas em análise para a coleta das informações necessárias,
comprimento e espessura, optou-se nesta etapa por caracterizar parte das amostras
manualmente.
A forma cúbica e alongada-lamelar é facilmente identificada a olho nu, sem o auxílio
do paquímetro. Já a forma alongada e lamelar dificilmente é identificada a olho nu,
necessitando o auxílio do paquímetro para a caracterização das partículas.
71
Figura 6.16 Fluxograma da análise 3

Figura 6.17 Análise 3 método parcial

Após a caracterização das partículas da análise 03 foi feita uma comparação das
porcentagens para cada forma, entre as análises 01, 02 e 03 para constatar se gerou alguma
diferença nítida entre os métodos, 01 e 02 – nomeado como 100% Paquímetro e 03 como
Parcial.

72
A tabela 6.6 apresenta uma comparação nos resultados das as três primeiras análise
com o objetivo de detectar falhas nos métodos utilizados.

Tabela 6.6 comparação das análises 1, 2 e 3 (índice de forma)


Análise 01 Análise 02 Análise 03
Forma
Peso (kg) Peso (kg) Peso (kg)
Cúbica 3,35 3,29 3,12
Alongada 3,11 3,19 3,21
Lamelar 1,61 1,70 1,95
Alongada-Lamelar 1,92 1,81 1,72
Método 100 % Paq. 100 % Paq. Parcial

Após a comparação dos métodos 100% Paquímetro e Parcial, não houve uma
diferença nítida nas porcentagens das formas que pudessem interferir no resultado.

6.4.4 Análises 4º a 10º - Método Parcial

Para as análises subsequentes foi utilizado o método proposto na análise 03. O Método
Parcial, na qual necessita de menos tempo é seu resultado e bem satisfatório comparado com
o método 100 % paquímetro.
A tabela 6.7 apresenta os resultados da 4º a 10º análise pelo método de classificação
Parcial.

Tabela 6.7 Análises 4º a 10º (índice de forma)


Análise 4º Análise 5º Análise 6º Análise 7º Análise 8º Análise 9º Análise 10º
Forma
Peso (kg) Peso (kg) Peso (kg) Peso (kg) Peso (kg) Peso (kg) Peso (kg)
Cúbica 3,09 3,20 3,30 3,25 3,10 3,09 3,35
Alongada 3,19 3,21 3,12 3,03 3,25 3,50 3,14
Lamelar 1,79 1,65 1,80 1,76 1,69 1,55 1,80
Alongada-Lamelar 1,93 1,94 1,78 1,96 1,96 1,86 1,71
Método Parcial Parcial Parcial Parcial Parcial Parcial Parcial

6.4.5 Análises 11º a 20º - Método Parcial

A tabela 6.8 apresenta os resultados da 11º a 20º análise pelo método de classificação
Parcial.

73
Tabela 6.8 Análises 11º a 20º (índice de forma)

11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º 19º 20º
Forma Peso Peso Peso Peso Peso Peso Peso Peso Peso Peso
(kg) (kg) (kg) (kg) (kg) (kg) (kg) (kg) (kg) (kg)
Cúbica 3,2 3,23 3,12 3,21 3,3 3,25 3,19 3,17 3,23 3,22
Alongada 3,26 3,2 3,29 3,19 3,21 3,2 3,25 3,25 3,3 3,14
Lamelar 1,71 1,82 1,9 1,83 1,74 1,8 1,83 1,8 1,73 1,77
Alongada-Lamelar 1,83 1,75 1,69 1,77 1,75 1,75 1,73 1,78 1,74 1,87
Método Parcial Parcial Parcial Parcial Parcial Parcial Parcial Parcial Parcial Parcial

Para o restante das análises foi utilizado o método parcial, porem não houve
necessidade de pesagens das amostras caracterizadas, apenas classificação e separação das
mesmas para o experimento.

6.4.6 Resumo das análises experimentais

Alguns pesquisadores fazem referência do índice de partículas lamelares ou que


podem ocasionar perda da qualidade do concreto. Segundo Neville (1997) é indesejável a
presença de mais de 10% a 15% de partículas irregulares no concreto. Metha e Monteiro
(2008). As partículas indesejadas devem ser evitadas ou limitadas a no máximo 15% em
massa (Isabel, 2005 apud French, 1991). A resistência do concreto é afetada se mais de 50%
das partículas tiverem uma relação de 5:1, o que as classifica segundo a tabela 6.9 como
forma alongada-lamelar, e que pode provocar baixa compacidade e elevado índice de vazios,
resultando em baixa resistência e menor durabilidade do concreto.

Tabela 6.9 Análise 1: resumo


Peso em
Análise 1º: 10 kg (Agregado graúdo entre 19 mm a 25 mm) média
Índice
Peso
Forma N de Partículas Índice (kg) % Peso (kg)
Cúbica C331 1.52 3.35 33.50% 0,0101
Alongada A363 2.10 3.11 31.10% 81% 0,0085 2.03
Lamelar L204 2.71 1.61 16.10% 0,0078
Alongada-
Lamelar AL365 6.07 1.928 19.28% 19% 0,0059 6.07
Prato 0.002 0.02%
1.263
TOTAL (Particulas) 3.20 10.00 100.00% 100%

74
A tabela 6.9 apresenta um resumo da primeira analise, determinando o índice da cada
forma e o índice geral da amostra e o numero de partículas analisadas.
A tabela 6.10 e 6.11 apresenta a porcentagem que cada forma está presente em uma
amostra.

Tabela 6.10 Percentual da amostras (análises 1 a 10)


Análise 01 a 10
Forma
Peso (100kg)
Cúbica 32,14%
Alongada 31,95%
Lamelar 17,30%
Alongada-Lamelar 18,59%
Total 100%

Tabela 6.11 Percentual da amostras (análises 11 a 20)


Análise 11 a 20
Forma
Peso (100kg)
Cúbica 32,12%
Alongada 31,29%
Lamelar 17,93%
Alongada-Lamelar 17,66%
Total 100,00%

6.5 ENSAIOS E PROCEDIMENTOS

Após a classificação e separação dos agregados em quatro categorias em: forma


cúbica, forma alongada, forma lamelar e forma alongada-lamelar, pelos Métodos Parcial e
100% Paquímetro, as mesmas foram submetidas a ensaios para uma melhor compreensão de
suas características como granulometria, massa específica, massa unitária, módulo de finura e
índice de forma.

6.5.1 Forma cúbica

Após a classificação das partículas com forma cúbica, foram realizados alguns ensaios
como NBR 7211/NM:248, NBR 7217/87, NBR 7217/87, NBR 7251/82 e NBR 9937/87, para
uma melhor compreensão e interpretação dos resultados.

75
Figura 6.18 Curva granulométrica (Forma cúbica)

A figura 6.18 apresenta os resultados dos limites granulométricos para a forma cúbica
com índice de 1,52 (c/e).
A Tabela 6.12, são apresentados os resultados dos ensaios para a forma cúbica.

Tabela 6.12 Ensaios forma cúbica


Ensaio Método Brita 2
Módulo de finura NBR 7217/87 7,58
DMC (mm) NBR 7217/87 25
Massa unitária (kg/dm³) NBR 7251/82 1,562
Massa específica (kg/dm³) NBR 9937/87 2,57
Índice de forma NBR 7809/05 1,52

6.5.2 Forma alongada

Após a classificação das partículas com formas alongada, foram realizados alguns
ensaios como NBR 7211/NM:248, NBR 7217/87, NBR 7217/87, NBR 7251/82 e NBR
9937/87, para uma melhor compreensão e interpretação dos resultados.

76
Figura 6.19 Curva granulométrica (Forma Alongada)

A figura 6.19 apresenta os resultados dos limites granulométricos para a forma


alongada com índice de 2,10(c/e).
A Tabela 6.13, são apresentados os resultados dos ensaios para a forma alongada.

Tabela 6.13 Ensaios forma alongada


Ensaio Método Brita 2
Módulo de finura NBR 7217/87 7,44
DMC (mm) NBR 7217/87 25
Massa unitária (kg/dm³) NBR 7251/82 1,367
Massa específica (kg/dm³) NBR 9937/87 2,58
Índice de forma NBR 7809/05 2,10

6.5.3 Forma lamelar

Após a classificação das partículas com formas lamelar, foram realizados alguns
ensaios como NBR 7211/NM:248, NBR 7217/87, NBR 7217/87, NBR 7251/82 e NBR
9937/87, para uma melhor compreensão e interpretação dos resultados.

77
Figura 6.20 Curva granulométrica (Forma lamelar)

A figura 6.20 apresenta os resultados dos limites granulométricos para a forma lamelar
com índice de 2,71 (c/e).
A Tabela 6.14, são apresentados os resultados dos ensaios para a forma lamelar.

Tabela 6.14 Ensaios forma lamelar


Ensaio Método Brita 2
Módulo de finura NBR 7217/87 7,33
DMC (mm) NBR 7217/87 25
Massa unitária (kg/dm³) NBR 7251/82 1,358
Massa específica (kg/dm³) NBR 9937/87 2,63
Índice de forma NBR 7809/05 2,71

6.4.4 Forma alongada-lamelar

Após a classificação das partículas com formas alongada-lamelar, foram realizados


alguns ensaios como NBR 7211/NM:248, NBR 7217/87, NBR 7217/87, NBR 7251/82 e NBR
9937/87, para uma melhor compreensão e interpretação dos resultados.

78
Figura 6.21 Curva granulométrica (Forma alongada-lamelar)

A figura 6.21 apresenta os resultados dos limites granulométricos para a forma


alongada-lamelar com índice de 1,54 (c/e).
A Tabela 6.15, são apresentados os resultados dos ensaios para a forma alongada-
lamelar.

Tabela 6.15 Ensaios forma alongada-lamelar


Ensaio Método Brita 2
Módulo de finura NBR 7217/87 7,10
DMC (mm) NBR 7217/87 25
Massa unitária (kg/dm³) NBR 7251/82 1,279
Massa específica (kg/dm³) NBR 9937/87 2,72
Índice de forma NBR 7809/05 6,07

6.6 RESULTADOS OBTIDOS

Com a metodologia proposta foram classificados e separados em media 350 kg de


agregado graúdo britado em quatro categorias: forma cúbica, forma alongada, forma lamelar e
forma alongada-lamelar.
A classificação e separação dos agregados se deram em amostras de 10 kg.
Em cada amostra de 10 kg, as partículas cúbicas apresentaram a maior porcentagem
dentre as quatro formas classificadas uma media 34%, seguida da forma alongada com uma
media 31%, forma alongada-lamelar com uma media 19% e forma lamelar ± 16%.
Pelo processo mecânico de britagem temos partículas com diferentes tamanhos e
formas, e as mesmas podem ser classificadas em quatro formas distintas, forma cúbica, forma

79
alongada, forma lamelar e forma alongada-lamelar. E essas quatro formas do agregado graúdo
estão presente em porcentagem diferenciada.
Agregados produzidos por britador de cone, no caso das amostras utilizadas a forma
cúbica é predominante, seguida da forma alongada, forma alongada-lamelar e por ultimo
forma lamelar.
Pelo método proposto de classificação a forma alongada-lamelar com índice < 3, seria
a forma do agregado graúdo inadequada para a produção de concretos, pois o mesmo está
presente em porcentagem entre 17% a 20% em massa.
Segundo Neville (1997), a presença de partículas com forma inadequada em concretos
não deve ser maior que 10% a 15% em massa. (Metha e Monteiro, 2008). As partículas
indesejadas devem ser evitadas ou limitadas a no máximo a 15% em massa. (Isabel, 2005
apud French, 1991). A forma do agregado graúdo só causaria danos ao concreto se mais de
50% das partículas tiverem uma relação de 5:1, o que as classifica como forma alongada-
lamelar, e que pode provocar baixa compacidade e elevado índice de vazios, resultando em
baixa resistência e menor durabilidade do concreto.
Na primeira análise houve a catalogação das amostras com o objetivo de quantificar o
numero de partículas de cada forma presente em uma amostra de 10kg. Com base nestas
informações, foi observado que com o aumento da irregularidade há um decréscimo na
granulométrica.
Com base nos resultados, quanto menor a dimensão da partícula, maior é sua
irregularidade. Logo, para um agregado classificado como brita entre 19mm a 25mm se
enquadrar como um agregado de boa qualidade, granulometria contínua e bem graduada, é
necessário uma determinada quantidade de partículas de ordem decrescente, para que se
enquadre na curva granulométrica ideal.
Na Tabela 6.16 são apresentados os resultados para a forma cúbica, forma alongada,
forma lamelar e forma alongada-lamelar

Tabela 6.16 Ensaios dos agregados

Ensaios Cúbica Alongada Lamelar Along.Lamelar


Módulo de finura 7,58 7,44 7,33 7,10
DMC (mm) 25 25 25 25
Massa unitária (kg/dm³) 1,413 1,367 1,358 1,279
Massa específica (kg/dm³) 2,57 2,58 2,63 2,72
Índice de forma 1,52 2,10 2,71 6,07

80
Figura 6.22 Gráfico comparativo da forma do agregado
81
Na figura 6.22 são apresentados os resultados dos ensaios em forma de gráficos para a
forma cúbica, forma alongada, forma lamelar e forma alongada-lamelar. Segundo os
resultados, o índice de forma e massa específica aumenta com a irregularidade do agregado
graúdo, e a massa unitária e módulo de finura diminui com o aumento da irregularidade do
agregado graúdo.

82
7. PROGRAMA EXPERIMENTAL: PARTE II - DOSAGEM

7.1 DOSAGENS DO CONCRETO

Todo o programa experimental dosagem, moldagem dos corpos-de-prova e ensaios


mecânicos foram realizado no Laboratório de Materiais de Construção EEC/UFG.
Foram moldados, para a realização dos ensaios experimentais, corpos-de-prova
cilíndricos, nas dimensões de 10 cm de diâmetro e 20 cm de altura para o ensaio de resistência
à compressão, tração diametral, conforme a NBR 5739 (ABNT, 1980).
O propósito do programa experimental é elaborar o diagrama de dosagem dos
concretos produzidos com forma cúbica, forma alongada, forma lamelar e forma alongada
lamelar, e, pelo Método de Dosagem EPUSP-IPT obter os traços teóricos para as resistências
a compressão de 20, 30, 50 MPa e resistência a tração de 5, 7 e 9 MPa por serem as
resistências mais usuais.
A Tabela 7.1 apresenta esquema dos ensaios realizados para a forma cúbica, forma
alongada, forma lamelar e forma along.lamelar.

Tabela 7.1 Ensaios dos CPs para os traços de formas cúbica, alongada, lamelar e along.lamelar
TRAÇOS
Ensaios IDADES
7 14 28 CPs 10x20cm
Compressão 2 CPs 2 CPs 2 CPs 6
Tração (C. Diametral) 2 CPs 2
TOTAL 8 CPs

A tabela 7.2 apresenta a definição dos traços para cada forma.

Tabela 7.2 Quantidade de CPs


TRAÇOS
Forma 1:3,5 1:5 1:6,5 Sub. Total
Cúbica C-I C-II C-III 3
Alongada A-I A-II A-III 3
Lamelar L-I L-II L-III 3
Along.-Lamelar AL-I AL-II AL-III 3
TOTAL / TRAÇO 12
TOTAL / CPs 10x20cm 96 CPs

83
A tabela 7.3 apresenta a legenda utilizada nos traços para cada forma.

Tabela 7.3 Legenda

Legenda
Cúbica C
Alongada A
Lamelar L
Along.-Lamelar AL

A Figura 7.1 apresenta o fluxograma do programa experimental.

Figura 7.1 Fluxograma do programa experimental

Foram definidos, 12 traços divididos entre a forma cúbica, forma alongada, forma
lamelar e forma alongada-lamelar.
Segue as informações da dosagem utilizada para os traços com agregados de forma
cúbica, forma alongada, forma lamelar e forma along.-lamelar.
Para a produção dos traços, se fixou o Abatimento do Tronco de Cone de Abrams em
9 ±1cm, sem o uso de aditivo.
Foi estabelecido o teor de argamassa da forma cúbica (alfa em 0,52). Conforme o
índice de forma do agregado aumenta e consequentemente a irregularidade do agregado
graúdo, variou-se o teor de alfa em +0,01 para cada forma, para o traço de forma alongada
estabelecemos o teo.r de argamassa (alfa em 0,53), forma lamelar (alfa em 0,54) e forma
alongada-lamelar em (alfa em 0,55).

84
Este procedimento foi necessário para se manter o mesmo acabamento nos concretos
com diferentes agregados.
A produção dos concretos de forma cúbica, forma alongada, forma lamelar e forma
alogada-lamelar seguiram as seguintes dosagens.

Tabela 7.4 Dosagem forma cúbica


Areia Consumo de mat.
Traço C m Brita a/agl
media cimentício (kg/m³)
C–I 1:3,5 1,340 2,160 0,426 473,7
C – II 1:5 2,120 2,830 0,544 355,8
C – III 1:6,5 2,900 3,600 0,657 285,3

Tabela 7.5 Dosagem forma alongada


Areia Consumo de mat.
Traço A M Brita a/agl
media cimentício (kg/m³)
A–I 1:3,5 1,385 2,115 0,445 469,3
A – II 1:5 2,180 2,820 0,556 354,2
A – III 1:6,5 2,9975 3,525 0,714 280,6

Tabela 7.6 Dosagem forma lamelar


Areia Consumo de mat.
Traço L m Brita a/agl
media cimentício (kg/m³)
L–I 1:3,5 1,430 2,070 0,458 466,3
L – II 1:5 2,240 2,760 0,580 351,1
L – III 1:6,5 3,050 3,450 0,735 278,9

Tabela 7.7 Dosagem forma alongada-lamelar


Areia Consumo de mat.
Traço AL m Brita a/agl
media cimentício (kg/m³)
AL – I 1:3,5 1,470 2,025 0,468 464,0
AL – II 1:5 2,300 2,70 0,598 348,8
AL – III 1:6,5 3,125 3,375 0,785 274,9

A confecção dos concretos seguiram a seguinte sequencia na colocação dos materiais


na betoneira: brita II + areia + 30% de água → 30s betoneira ligada + cimento e adicionar
água aos poucos até a consistência desejada, a trabalhabilidade foi avaliada pelo Abatimento
do Tronco de Cone de Abrams que foi fixado em 9 ±1.

85
Figura 7.2 Mistura dos materiais Figura 7.3 abatimento do tronco de cone de Abrams

A figura 7.2 apresenta a mistura dos matérias na betoneira.


A figura 7.3 apresenta o ensaio de abatimento do tronco de cone de Abrams, para a
trabalhabilidade desejada.
Após a avaliação da trabalhabilidade pelo abatimento do tronco de cone de Abrams,
que se manteve dentro do esperado, partimos para a moldagem dos CPs de 10x20 cm e
posterior cura em câmara úmida.

Figura 7.4 Moldagem CPs Figura 7.5 Cura Câmara úmida

A figura 7.4 apresenta a moldagem dos CPs 10x20 cm.


A figura 7.5 apresenta cura dos CPs na câmara úmida.
Após a moldagem dos CPs, foram encaminhados para cura na para câmara úmida e
posterior ensaios.
Foram realizados ensaios de compressão simples e tração diametral dos traços
produzidos com agregados de forma cúbica, forma alongada, forma lamelar e forma
alongada-lamelar.

86
Figura 7.6 Ensaio Compressão Figura 7.7 Ensaio Tração Diametral

A figura 7.6 apresenta ensaio à compressão dos CPs


A figura 7.7 apresenta ensaio à tração dos CPs.
Foram realizados os mesmos procedimentos para produção dos concretos com forma
alongada, forma lamelar e forma alongada-lamelar.

7.2 CLASSES DE RESISTÊNCIAS DEFINIDAS PARA COMPARAÇÕES -


COMPRESSÃO

Nas centrais de concreto de Goiânia não são comumente produzidos concretos com
resistência superior a 30 MPa, e quando o fazem não superam o limite de 50 MPa e utilizam o
granulito como agregado graúdo, (PINTO, 2003).
Optou-se pela resistência de 20 MPa, por ser uma resistência muito utilizada em
construções de pequeno porte, já a resistência de 30 MPa é considerada uma resistência
moderada e utilizada em obras de médio e grande porte. Para uma resistência elevada se
utilizou a de 50 MPa, mais utilizada em obras de concreto de alto desempenho na região.
A partir destas classes de resistência a compressão, com base nos estudos de dosagem,
foi possível se estabelecer comparações entre os concretos produzidos com agregados de
diferentes formas.

7.3 CLASSES DE RESISTÊNCIAS DEFINIDAS PARA COMPARAÇÕES -


TRAÇÃO

Para à resistência à tração por compressão diametral foram avaliados valores de 5


MPa, 7 MPa e 9 MPa, que são usuais em concretos submetidos a esforço a tração.

87
7.5 CONCRETO FRESCO

Os ensaios do concreto fresco seguiram os padrões da norma “Determinação da


Consistência pelo abatimento do tronco de cone de Abrams: NBR 7223” (ABNT, 1982).
Os resultados de abatimento do tronco de cone foram obtidos pela dosagem do
concreto sem o uso de aditivo. Foi utilizado apenas água para a regulagem da trabalhabilidade
do concreto, até que conduzissem abatimento do tronco de cone de Abrams em 9 ±1 cm.
O abatimento do tronco de cone de Abrams em 9 ±1 cm foi estabelecido com objetivo
de alcançar uma determinada trabalhabilidade adequada e compatível com os concretos
utilizados no mercado.
Nas tabelas 7.9, 7.10 e 7.11 se apresentam os resultados referentes a teor de
argamassa, relação água/cimento e abatimento de tronco cone.

Tabela 7.9 Abatimento de tronco de cone de Abrams C-I, A-I, L-I e AL-I
TRAÇO I Alfa a/c slump
C-I 0,52 0,426 10 cm
A-I 0,53 0,445 10 cm
L-I 0.54 0,458 10 cm
AL-I 0,55 0,468 10 cm

Tabela 7.10 Abatimento de tronco de cone de Abrams C-II, A-II, L-II e AL-II
TRAÇO II alfa a/c slump
C-II 0,52 0,544 10 cm
A-II 0,53 0,556 10 cm
L-II 0.54 0,580 10 cm
AL-II 0,55 0,598 10 cm

Tabela 7.11 Abatimento de tronco de cone de Abrams C-III, A-III, L-III e AL-III
TRAÇO III alfa a/c slump
C-III 0,52 0,657 9 cm
A-III 0,53 0,714 9 cm
L-III 0.54 0,735 9 cm
AL-III 0,55 0,785 9 cm

O abatimento de tronco de cone de Abrams permaneceu dentro do esperado entre 9 ±1


cm para todos os traços.

88
Após a análise dos resultados dos ensaios de Abatimento de tronco de cone de
Abrams, com uma mesma consistência de 9 ± 1 cm, para todas as dosagens. Pode-se observar
que quanto maior o índice de irregularidade do agregado espessura/comprimento maior será a
necessidade de água para a mesma trabalhablididade.
Para as dosagens, utilizamos a forma cúbica como parâmetro de avaliação.
Estabelecemos alfa em 0,52 e conforme a irregularidade do agregado aumentava,
acrescentamos +0,01 em alfa, configurando alfa em 0,53 para forma alongada, 0,54 para
lamelar e 0,55 para alongada-lamelar. Desta forma esperou-se manter a trabalhabilidade
desejada e uma baixa a/c para os traços com alto índice de forma.
As formas irregulares funcionam como barreiras dificultando a mobilidade da pasta de
cimento, devido ao seu alto índice de área superficial característica da forma alongada-lamelar
forma indesejada para o concreto, com índice de >3,0 c/e que em porcentagem superior a 50%
de uma amostragem podem provocar queda de qualidade do concreto, como no caso do
concreto de forma along.lamelar com 100% dos agregados graúdos com índice de 6,07 c/e.

Tabela 7.12 Porcentagem de irregularidade do agregado graúdo

Forma Razão Índice % Irregularidades


Cúbica c/e < e l/e < 1,8 0%
Alongada c/e > e l/e < 1,8 25%
Lamelar c/e > e l/e > 2,4 50%
Along.-Lamelar c/e > e l/e > 3,0 100%

7.5 RESULTADO DA DOSAGEM - CONCRETO ENDURECIDO

Os diagramas de dosagem apresenta os resultados dos experimentos laboratoriais que


correlacionam a resistência à compressão (fcj) – relação água/cimento (a/c) – traço (m) –
consumo de cimento (C).
Com base nos resultados obtidos foram feitos diagramas de dosagem, tanto para
resistência à compressão e tração de acordo com método EPUSP-IPT.
Nos diagramas foram estabelecidos traços teóricos para as resistências a compressão
de 20, 30 e 50 MPa e resistência a tração de 5MPa, 7MPa e 9MPa para a forma cúbica, forma
alongada, forma lamelar e forma alongada-lamelar.

89
Na figura 7.8 apresenta o gráfico de dosagem para resistência a compressão aos 7, 14 e
28 dias para agregados de forma cúbica.

Figura 7.8 Diagrama de dosagem compressão - Forma Cúbica

Na figura 7.9 apresenta o gráfico de dosagem para resistência a tração aos 28


dias para agregados de forma cúbica.

Figura 7.9 Diagrama de dosagem tração - Forma Cúbica


90
Na figura 7.10 apresenta o gráfico de dosagem para resistência a compressão aos 7, 14
e 28 dias para agregados de forma alongada.

Figura 7.10 Diagrama de dosagem compressão - Forma Alongada

Na figura 7.11 apresenta o gráfico de dosagem para resistência a tração aos 28 dias
para agregados de forma alongada.

Figura 7.11 Diagrama de dosagem tração - Forma Alongada

91
Na figura 7.12 apresenta o gráfico de dosagem para resistência a compressão aos 7, 14
e 28 dias para agregados de forma lamelar.

Figura 7.12 Diagrama de dosagem compressão - Forma Lamelar

Na figura 7.13 apresenta o gráfico de dosagem para resistência a tração aos 28 dias
para agregados de forma lamelar.

Figura 7.13 Diagrama de dosagem tração - Forma Lamelar

92
Na figura 7.14 apresenta o gráfico de dosagem para resistência a compressão aos 7, 14
e 28 dias para agregados de forma along.lamelar.

Figura 7.14 Diagrama de dosagem compressão - Forma Along.Lamelar

Na figura 7.15 apresenta o gráfico de dosagem para resistência a tração aos 28 dias
para agregados de forma along.lamelar.

Figura 7.15 Diagrama de dosagem tração - Forma Along.Lamelar

93
8. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo é apresentada a análise dos resultados obtidos nos ensaios do concreto
endurecido quanto à resistência à compressão e tração por compressão diametral dos
concretos produzidos com os agregados classificados em forma cúbica, forma alongada,
forma lamelar e forma alongada-lamelar.

8.2. RESULTADOS E ANÁLISES DO CONCRETO ENDURECIDO

8.2.1 Resistência à compressão

Neste item é apresentado o comportamento para diferentes classes de concreto,


utilizando traço teórico, para as resistências estimadas de 20, 30 e 50 MPa, produzidos com
agregado graúdo com forma cúbica, forma alongada, forma lamelar e forma alongada-
lamelar.
8.2.1.1 Análise comparativa de consumo de cimento de concretos
produzidos com agregados de diferentes formas.

Na tabela 8.1, apresenta a dosagem dos traços teóricos para resistência a compressão
simples de 20, 30 e 50 MPa.

Tabela 8.1 Dosagem do concreto para resistência a compressão de 20, 30 e 50MPa


Forma Cúbica Forma Lamelar
a/c M Cimentício (kg/m³)Areia Brita MPa a/c M Cimentício (kg/m³) Areia Brita MPa
0,58 5,52 327 2,39 3,13 20 0.58 4.86 356 2.17 2.17 20
0,46 3,93 431 1,57 2,37 30 0.46 3.56 461 1.47 1.47 30
0,34 2,35 585 0,74 1,61 50 0.34 2.26 673 0.76 1.5 50
Forma Alongada Forma Alonga.-lamelar
a/c M Cimentício (kg/m³)Areia Brita MPa a/c M Cimentício (kg/m³) Areia Brita MPa
0,59 5,23 338 2,30 230 20 0,53 4,16 403 1,84 2.32 20
0,49 4,05 418 1,68 2,37 30 0,43 3,24 497 1,33 1,91 30
0,37 2,82 564 1,02 1,80 50 0,33 2,30 664 0,81 1,48 50

Na figura 8.1 se pode visualizar o comportamento, quanto ao consumo de cimento dos


concretos avaliados.

94
Figura 8.1 Consumo de cimento x forma do agregado x resistência à compressão

Pode-se observar que quanto maior o índice de forma do agregado graúdo, ou seja
mais irregular for o agregado, maior será seu consumo de cimento para uma dada resistência.
As partículas irregulares necessitam de mais pasta de cimento para produzir misturas de
concreto trabalháveis. Logo, o custo de cimento aumenta (Metha e Monteiro, 2008).
Segundo, (Fowler apud Rao et al., 2002) as partículas lamelares apresentam maior
área de superfície e produzem uma mistura com baixa trabalhabilidade com determinado teor
de água, o que leva à compactação pobre e um alto conteúdo de vazios, resultando em baixa
resistência e durabilidade.
Par a resistência de 20MPa, a forma cúbica com índice de forma em 1,52 (c/e) obteve
o menor consumo de cimento com 327kg/m³, seguida da forma alonga com índice de forma
em 2,10 (e/c) e consumo de cimento 338kg/m³, seguida da forma lamelar com índice de forma
em 2,71 (c/e) e consumo de cimento 356kg/m³ e com o maior consumo de cimento a forma
along.lamelar com índice de forma em 6,07 (c/e) e consumo de cimento 403kg/m³.
Para a resistência de 30 MPa, a forma alongada obteve o menor consumo de cimento
com 418kg/m³ seguido a forma cúbica com consumo de cimento em 431kg/³, seguida da
forma lamelar com consumo de cimento em 461kg/m³ e com maior consumo de cimento a
forma along.lamelar com 497kg/m³.
Para uma resistência mais elevada de 50 MPa, a forma alongada obteve o menor
consumo de cimento com 564kg/m³, seguida da formas cúbicas com consumo de cimento em
585kg/m³, seguida da forma along.lamelar com consumo de cimento em 664kg/m³ e com o
maior consumo de cimento a forma lamelar com 673kg/m³.

95
Os concretos produzidos com formas cúbicos e alongados que apresentam menores
índices de irregularidades obtiveram os menores consumos de cimento para dadas
resistências.
Os concretos com autos índices de irregularidades como a forma lamelar com índice
de 2,71 (c/e), e along.lamelar com índice de 6,07 (c/e) obtiveram os maiores consumos de
cimentos para as respectivas resistências de 20, 30 e 50 MPa.
Segundo, (Junior, 2009). Valores de índice de forma abaixo do limite estabelecido
pela ABNT NBR 7809/02 apresentam maiores resistência a compressão. Por outro lado, os
resultados de índice de forma considerados reprovados, ou seja, valores superiores à 3,0
obtiveram resistência à compressão menores nos concretos.
Para o consumo obtidos para as resistências de 20 MPa a forma cúbica com índice de
forma em 1,52 (c/e) apresentou o menor consumo de cimento e comparando ao maior
consumo de cimento apresentado pela forma along.lamelar com índice de forma em 6,07
(c/e). A influencia negativa das irregularidades da forma do agregado graúdo representa um
aumento de 76k g/m³ no consumo de cimento para a mesma resistência. Segundo, (Mehta e
Monteiro 2008), as partículas irregulares são frágeis e facilmente quebráveis, prejudicando a
obtenção de maiores resistências no concreto endurecido.
Para a resistência de 30 MPa a forma along.lamelar apresentou um consumo de
cimento de 79 kg/m³ maior que a forma alongada que obteve o menor consumo para a mesma
resistência.
Para a resistência de 50 MPa a forma lamelar apresentou um consumo de cimento de
109 kg/m³ maior que a forma alongada que obteve o menor consumo de cimento para a
mesma resistência.
Os concretos com forma alongadas obtiveram menor consumo de cimento para uma
mesma resistência de 50 MPa, atribui-se a forma alongada características semelhantes a forma
cúbica com índice em 1,54 e 2,10 (c/e).
A forma equidimencional tem como características alta quantidade de arestas que
apresentam maior aderência entre pasta de cimento/agregado e consequentemente maior
compacidade. Segundo Neville (1997), a influencia da forma e da textura é mais significativo
em concretos com maiores resistência.

96
Figura 8.2 Detalhe esquemático forma cúbica

As partículas equidimencionas apresentam arestas vivas e servem como ancoragem


para a pasta de cimento/agregado, fortalecendo a zona de transição e consequentemente maior
compacidade e menor porosidade.
Segundo, (Marques e Fowler, 2007), partículas irregulares funcionando como
pequenas vigas bi-apoiandas sobre outras partículas e podem causar um enfraquecimento no
concreto endurecido. Estes fatores causam perda da qualidade nos concretos com altas
porcentagens de formas irregulares.
Segundo Metha (Metha e Monteiro 2008), a água de exsudação interna tende a se
acumular em torno das partículas irregulares. Nessas regiões, a zona de transição na interface
pasta-agregado tende a ser fraca e com grande tendência à microfissuração. Estas
interpretações podem ser observadas nos resultados do concreto produzido com formas
lamelares e alongada-lamelar, no qual o alto índice de irregularidade e o alto consumo de
cimento é presente.

Figura 8.3 Detalhe esquemático forma along.lamelar

97
Segundo Isabel (French, 1991 apud Isabel, 2005), a resistência do concreto é afetada
se mais de 50% das partículas tiverem uma relação de 5:1, no qual é característica do traço-
AL forma along.lamelar, e que pode provocar baixa compacidade, elevado índice de vazios e
resultando em baixa resistência e menor durabilidade do concreto como apresentado no
detalhe esquemático na figura 8.3.
As partículas irregulares têm influencia negativa no controle do concreto, os agregados
graúdos irregulares provocam acumulo de água, aparecimento de bolas e consequentemente
um aumento na porosidade do concreto, que provoca baixa resistência e diminui a vida útil da
estrutura de concreto.
As partículas irregulares apresentam maior área superficial e consequentemente maior
atrito entre as partículas que, quando submetidas à compressão, podem se romper como vigas
bi-apoiandas quando muito próximas.

8.2.2 Tração por compressão diametral

8.2.2.1 Análise comparativa de consumo de cimento de


concretos produzidos com agregados de diferentes formas

Na tabela 8.2, apresenta a dosagem dos traços teóricos para resistência a tração de 5, 7
e 9 MPa.

Tabela 8.2 Dosagem do concreto para suas respectivas resistências (Tração)


Forma Cúbica Forma Lamelar
a/c M Cimentício (kg/m³)Areia Brita MPa a/c M Cimentício (kg/m³)2,26 Brita MPa
0,76 7,81 246 3,58 4,23 5 0,83 7,60 246 3,65 3,95 5
0,60 5,80 314 2,54 3,26 7 0,69 6,05 297 2,81 3,24 7
0,50 4,49 387 1,86 2,64 9 0,59 5,01 348 2,25 2,76 9
Forma Alonga Forma Along.lamelar
a/c M Cimentício (kg/m³)Areia Brita MPa a/c M Cimentício (kg/m³) Areia Brita MPa
0,89 8,47 227 4,02 4,45 5 0,71 5,87 301 2,78 3,09 5
0,64 5,47 313 2,57 3,16 7 0,60 4,87 353 2,23 2,64 7
0,49 4,11 413 1,71 2,40 9 0,53 4,17 402 1,85 2,33 9

Na figura 8.4 apresenta a influencia da forma do agregado graúdo no consumo de


cimento para a resistência a tração

98
Figura 8.4 Consumo de cimento x forma do agregado x resistência à tração

Observa-se que o comportamento quanto à resistência a tração por compressão


diametral se mostrou diferente do comportamento quanto a resistência à compressão simples.
Para uma dada resistência a tração, os concretos produzidos com agregados com alto
índice de forma, apresentaram em boa parte os menores consumos de cimento para a mesma
resistência.
Para a resistência de 5 MPa, a forma alongada com índice de forma em 2,10 (c/e),
apresentou o menor consumo de cimento em 227kg/m³, seguida da forma cúbica e lamelar
que apresentaram o mesmo consumo de cimento em 246kg/m³ e com o maior consumo de
cimento a forma along.lamelar com índice de forma 6,07 (c/e) e consumo de cimento em
301kg/m³.
Para uma resistência de 7 MPa, a forma lamelar apresentou o menor consumo de
cimento em 3kg/m³, seguida da forma alongada com consumo de cimento em 313kg/m³,
forma cúbica com consumo de cimento em 314kg/m³ e forma alongada com consumo de
cimento em 353kg/m³.
Para a resistência de 9 MPa, a forma lamelar apresentou o menor consumo de cimento
em 348kg/m³, seguida da forma cúbica com consumo de cimento em 387kg/m³, forma
along.lamelar com consumo de cimento em 402kg/m³ e forma alongada com consumo de
cimento em 413kg/m³.

99
Para os ensaios a tração, os concretos produzidos com formas lamelares e alongada
lamelar apresentaram em boa parte os menores consumo de cimento para as mesma
resistência.
Para uma resistência a tração de 5 MPa, a forma alongada apresentou o menor
consumo de cimento com 227 kg/m³ e 74 kg/m³ menor em relação ao maior consumo
apresentado pela forma along.lamelar com 301 kg/m³, e pra resistência de 7 MPa, a forma
lamelar apresentou o menor consumo de cimento com 297 kg/m³ e 56 kg/m³ menor em
relação ao maior consumo apresentado pela forma along.lamelar com 353 kg/m³.
Para uma resistência a tração de 9 MPa, a forma lamelar apresentou o menor consumo
de cimento com 348 kg/m³ e 65 kg/m³ menor em relação ao maior consumo apresentado pela
forma alongada com 413 kg/m³.
Segunda, (Fabro, 2011) partículas angulosas têm maior área superficial.
A forma angular e uma superfície rugosa, como a maioria das partículas britadas,
proporcionam concretos com maiores resistências do que partículas arredondadas e lisas,
como seixo rolado. A justificativa para isto é a maior aderência mecânica desenvolvida entre a
pasta matriz e as partículas angulares e rugosas (Eduardo, 2002).

Figura 8.5 Detalhe compressão diametral

As partículas lamelares e alongada lamelar que apresentam maior área superficial e


maior área de aderência entre pasta de cimento e agregado e apresentaram maior resistência a
tração que as formas cúbicas e alongadas.
Segundo, (Coutinho apud Construction Materials, 1994) a aderência entre a pasta de
cimento e o agregado é influenciada pela rugosidade da superfície do agregado, e, (Fowler
apud Rao et al., 2002) as partículas lamelares apresentam maior área de superfície. Com base
100
na bibliografia, pode-se interpretar os resultados com base em que o aumento da área de
aderência entre agregado e pasta de cimento tem significativa influência no aumento da
resistência à tração nos concretos ensaiados.
As partículas lamelares e lang.lamelar com índice de 2,71 e 6,07 possuem maior área
superficial e com isso maior área de aderência, servindo como travamento, ancoragem nos
concretos submentidos a tração, e os mesmos apresentam desempenho superior os concretos
com formas cúbicas e alongadas.
A forma lamelar apresenta melhor desempenho que a forma along.lamelar. Portanto a
forma along.lamelar apresenta índice de irregularidade em torno de 6,07 (c/e) e maior área
superficial que forma lamelar com índice de 2,71 (c/e). com isso a forma along.lamelar se
torna mais esbelta e mais frágil e se rompem mais facilmente que as partículas lamelares
quando submetidas a esforços.
A pequena amostra ensaiada faz com que se restrinjam estas prováveis hipóteses de
avaliação dos resultados somente a esta pesquisa.

101
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando a metodologia utilizada e os resultados obtidos nos ensaios mecânicos,


pode-se chegar às seguintes considerações.
A metodologia utilizada para a classificação da forma do agregado graúdo britado em
4 (quatro) categorias mostrou poder ser uma alternativa à classificação da forma para o uso de
agregados em concreto. Todavia se ressalta a necessidade de realização de ensaios em
diferentes tipos geológicos de agregados e em amostra mais ampliada para que se possa
indicar a metodologia ao uso pelo meio técnico.

Quanto ao concreto fresco: todos os ensaios de slump teste obtiveram o resultado


esperado, porém, conforme o índice de forma dos agregados aumentava, aumentava
consequentemente a demanda de água, bem como que se incrementasse o teor de argamassa,
para que se mantivessem a trabalhabilidade e o mesmo acabamento entre os concretos.

Quanto à Resistência à compressão os concretos com formas alongada e cúbica


obtiveram as maiores resistência com um menor consumo de cimento.

Quanto à resistência à tração por compressão diametral os concretos com agregados


lamelares e alongada lamelar apresentaram melhores desempenho para uma dada resistência.

102
10. SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS

 Para as pesquisas que estão por iniciar, sugerem-se estudos similares com outros tipos
de agregados graúdos e outras faixas granulométricas.
 Realizar ensaios de Módulo de elasticidade aos 28 dias.
 Manter o teor de argamassa fixa dos traços experimentais.
 Fixar um slump test alto assim a/c seria mais expressiva.
 Realizar os ensaios em idades mais avançadas como 56 e 91 dias.
 Como metodologia mais simplificada utilizar apenas os extremos, como a forma
cúbica com índice de < 1,8 a forma alongada-lamelar com índice de > 3,0,

103
12. REFERÊNCIAS

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