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GUARATINGUETÁ - SP
2023
1
LEONARDO SANTANA DA SILVA
GUSTAVO MATIAS PINTO
GUARATINGUETÁ - SP
2023
DADOS CURRICULARES
Nos últimos anos no Brasil tem se apresentado uma grande problemática que é a
questão dos rejeitos de mineração, mais especificamente por conta de acidentes
envolvendo barragens de rejeitos. Neste sentido, este trabalho visa avaliar a
possibilidade do uso de geotêxteis para o desaguamento destes rejeitos de mineração,
diminuindo assim seu teor de umidade e contribuindo para sua inertização pela
transformação em uma massa sólida estável. Para realizar esta avaliação foi utilizado o
Ensaio de Cone, no qual o rejeito é vertido em um filtro manufaturado com o geotêxtil,
podendo ser o rejeito previamente polimerizado. Para avaliar a eficiência do processo,
foram determinados parâmetros como teor de umidade, teor de sólidos, turbidez e
volume de água percolada no desaguamento. Foram avaliados três tipos de geotêxteis, e
diferentes polímeros floculantes, obtendo-se então como resultado um geotêxtil, que
apresentou os melhores resultados de desaguamento. Ao se utilizar um polímero N300
da Kemira para floculação e posterior desaguamento através do geotêxtil tecido de
polipropileno e manufaturado especificamente para esta função, obteve-se resultados
positivos, diminuindo-se a umidade do rejeito em 70% aproximadamente.
In recent years in Brazil, a major problem has been presented, which is the issue of
mining tailings, more specifically due to accidents involving tailings dams. This work
aims to evaluate the possibility of using geotextiles for dewatering these mining tailings,
thus reducing its moisture content and contributing to the inertization of the tailings,
transforming it into a stable solid mass. To carry out this evaluation, the Cone Test was
used, in which the tailing is poured into a filter manufactured with the geotextile, the
tailings which may be the previously polymerized. Three types of geotextiles were
evaluated, and different flocculant polymers, obtaining a geotextile, which presented
better dewatering results, when using a Kemira N300 polymer for flocculation and
subsequent dewatering through the geotextile, thus proving positive results in the use of
geotextiles to drain mining tailings, reducing the humidity of the tailings by
approximately 70%.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO 15
2 OBJETIVOS 17
2.1 OBJETIVO GERAL 17
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 17
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 18
3.1 POLÍMEROS E GEOSSINTÉTICOS 18
3.2 PROPRIEDADES DOS GEOSSINTÉTICOS, ENSAIOS E NORMAS 20
3.2.1 Propriedades mecânicas 20
3.2.1.1 Ensaio de tração faixa larga (ABNT NBR ISO 10319, 2013) 20
3.2.2 Propriedades hidráulicas 21
3.2.2.1 Abertura aparente dos poros (ABNT NBR ISO 12956, 2022) 21
3.2.2.2 Permeabilidade normal ao plano (ABNT NBR ISO 11058, 2021) 21
3.3 GEOSSINTÉTICOS: APLICAÇÕES USUAIS 22
3.3.1 Filtração e drenagem 23
3.4 CONFINAMENTO E DESSECAGEM DE LODOS E LAMAS 25
3.4.1 Mineração 26
3.4.2 Alternativas para desaguamento de resíduos 29
3.4.3 Espessamento de lodo 29
3.4.4 Dessecagem de lodo 31
3.4.5 Barragens de rejeito 32
3.4.6 Fôrmas Têxteis tubulares (FTT) para dessecagem de resíduos úmidos 33
3.4.6.1 Materiais de confecção 37
3.4.6.2 Polimerização 38
3.4.6.3 Tensões na Geoforma 40
3.4.7 Ensaios para desaguamento em formas têxteis tubulares 41
3.4.7.1 Hanging Bag Test 42
3.4.7.2 Pillow Test 43
4 MATERIAIS E MÉTODOS 44
4.1 MATERIAIS 46
4.1.1 Rejeito de mineração utilizado 46
4.1.2 Geotêxteis utilizados 47
4.1.3 Polímeros floculantes 49
4.2 MÉTRICAS DE ANÁLISE 50
4.3 PROCEDIMENTOS DE ENSAIO 52
4.3.1 Ensaios preliminares 52
4.3.2 Ensaio de polimerização 53
4.3.3 Ensaios de cone 53
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 56
5.1 ENSAIOS PRELIMINARES 56
5.2 ENSAIO DE POLIMERIZAÇÃO 57
5.3 ENSAIOS DE CONE 58
6 CONCLUSÃO 64
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 66
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Polímeros. 18
Figura 2: Cadeias poliméricas 19
Figura 3: Método de carga constante 22
Figura 4: Método da carga variável 22
Figura 5: Geotêxteis em aplicados como material filtrante em (a) margem de canais, (b)
gabiões e (c) proteção de fundações submersas 24
Figura 6: Geotêxteis aplicados em sistemas de drenagem em (a) obras rodoviárias, (b) muros
de arrimo e (c) em base de solo reforçado. 25
Figura 7: Gráfico de fração rejeitada em processamento de minérios 26
Figura 8: Unidades de operação 28
Figura 9: Desenho esquemático de tanque adensador por gravidade, vista em corte. 30
Figura 10: Espessador de lodo de flotação por ar dissolvido, vista em corte 31
Figura 11: Tipos de represamento para barragens de rejeitos 33
Figura 12: Fase inicial de preenchimento 34
Figura 13: Início da primeira fase de desaguamento 35
Figura 14: Fim da fase de desaguamento inicial 35
Figura 15: Final da fase de preenchimento subsequente 36
Figura 16: Início da fase subsequente de desaguamento 36
Figura 17: Fim da fase subsequente de desaguamento 37
Figura 18: Processo de floculação 39
Figura 19: Chicanas misturadoras 39
Figura 20: Esforços de tração na geoforma 40
Figura 21: Rasgo na costura em forma têxtil de tubular 41
Figura 22: Hanging Bag Test 43
Figura 23: Ensaio Pillow Test 44
Figura 24: Fluxograma da sequência de ensaios 45
Figura 25: Fluxograma dos ensaios de cone realizados 45
Figura 26: Curva granulométrica dos sólidos do rejeito 46
Figura 27: Corpos de prova circulares. Da esquerda para direita: GTX-A, GTX-B e GTX-C 49
Figura 28: Polímeros e dosagens escolhidas. A) Polímero A137 na dosagem de 200 ppm, B)
Polímero N300 na dosagem de 300 ppm, C) Polímero A100 na dosagem de 170 ppm 54
Figura 29: Ensaio de cone e turbidez. (A) GTX-A com polímero N300 na dosagem de 300
ppm, (B) GTX-B com polímero N300 na dosagem de 170 ppm 55
Figura 30: Ensaio de cone do GTX-C 55
Figura 31: Ensaio preliminar polímero A100 56
Figura 32: Ensaio preliminar polímero A137 56
Figura 33: Ensaio preliminar polímero N300 57
Figura 34: Teor de sólidos em peso alcançados 59
Figura 35: Umidade alcançada após deságue 59
Figura 36: Volume de percolado no deságue 44
Figura 37: Turbidez do percolado após desaguamento 62
LISTA DE TABELAS
15
sendo uma técnica consolidada que apresenta diversas vantagens, tanto do ponto de vista
operacional como de eficácia.
No ramo da mineração existe um problema de grande importância que vem
comprometendo os empreendimentos nesta área: a disposição segura de rejeitos de mineração.
Após dois grandes desastres brasileiros, ambos em Minas Gerais, em 2015 no município dem
Mariana, e em 2019 em Brumadinho, existe um grande esforço para otimizar as estruturas de
disposição de rejeitos, no caso as barragens de rejeitos. Além disso, novos métodos de
gerenciamento de rejeitos de mineração estão surgindo e sendo viabilizados. As FTTs
(Fôrmas Têxteis tubulares) se apresentam como uma dessas alternativas, sendo capazes de
diminuir o volume de rejeitos através do deságue, ao mesmo tempo tornando-o mais inerte e
estável devido à elevação do teor de sólidos e confinamento temporário ou permanente.
Neste contexto, este trabalho visa investigar o processo de dessecagem do rejeito de
mineração gerado em uma mina de ferro no Estado de Minas Gerais no Brasil. Para investigar
este processo qualitativa e quantitativamente serão realizadas análises do rejeito em seu
estado original, observando parâmetros físicos, e também o processo de dessecagem
utilizando-se ensaios de polimerização e de dessecagem em cone têxtil, um ensaio comum na
indústria, devido a sua grande praticidade, tendo sido estudado no trabalho de Fonseca et al.
(2022). Após os ensaios serão feitas avaliações de modo a determinar o melhor geossintético
e polimerização a serem utilizados no deságue, assim como outras análises a respeito do
rejeito e sua interação com o geossintético em questão, de modo a investigar a viabilidade do
método.
2 OBJETIVOS
1 (LEONEL, 2020).
Figura 1: Polímeros.
Fonte: Leonel, 2020.
3.2.1.1 Ensaio de tração faixa larga (ABNT NBR ISO 10319, 2013)
As FTTs quando preenchidas com uma substância fluida, se conformam sob a pressão
interna em formato de círculos achatados, sofrendo grandes esforços de tração na superfície
do geotêxtil. Este fenômeno, que será mais detalhado no capítulo 3.4.3.3, mostra a
importância de se determinar a resistência do geotêxtil à tração. Para esta finalidade é
utilizado o Ensaio de Tração Faixa Larga, normalizado pela ABNT NBR ISO 10.319 (2013).
Este ensaio é de simples execução, onde os corpos de prova de geotêxtil devem ter 200mm +-
1 mm de largura, com um comprimento variável, longo o suficiente para que possa ser preso
às garras do equipamento. A largura de 200m, é necessária para minimizar o efeito de
estricção que o geotêxtil sofre ao resistir esforços de tração. Este efeito é mais pronunciado
em seções estreita, e se caracteriza por uma queda abrupta na resistência.
Neste mesmo ensaio também é obtida a deformação máxima sob tração, que é de
extrema importância no âmbito das FTTs, pois conforme o geotêxtil de deforma, os poros se
alteram e ocorre uma mudança nas características hidráulicas. Portanto é desejável um
geotêxtil que sofra pouca deformação. Existem tecnologias que a costura dos geotêxteis
tecidos é feita de forma a preservar o tamanho dos poros, esta costura é conhecida como
“diamond weaven”.
3.2.2.1 Abertura aparente dos poros (ABNT NBR ISO 12956, 2022)
Esta norma visa determinar a abertura aparente dos poros de uma camada única de
geotêxtil ou material correlato, através do peneiramento úmido com o geotêxtil de um
material granular bem graduado. O resultado é expresso como O90, que é igual ao d90,
correspondente ao diâmetro da peneira na qual 90% da massa do material é passante.
Esta grandeza é extremamente importante no âmbito das FTTs, pois deve-se levar em
conta os critérios de filtração, que utilizam a abertura aparente dos poros para dimensionar o
melhor material filtrante. Caso os critérios de filtração não sejam atingidos, provavelmente
será necessário a polimerização do material, ou a utilização de uma dupla-camada de geotêxtil
com propriedades diferentes, de modo que seja possível atingir os critérios.
Geotêxtil X X X X X X X
Geogrelha X - - - - X -
Geomembrana X - - - - - X
Georrede - X - X - - -
Geocomposto - - - - - - X
Geocélula - X - - X X -
Geotubo - - - X - - -
Fonte: Adaptado de Vertematti (2015).
Figura 5: Geotêxteis em aplicados como material filtrante em (a) margem de canais, (b)
gabiões e (c) proteção de fundações submersas.
Fonte: Vertematti (2015).
Figura 6: Geotêxteis aplicados em sistemas de drenagem em (a) obras rodoviárias, (b) muros
de arrimo e (c) em base de solo reforçado.
Fonte: Vertematti (2015).
3.4.1 Mineração
Conforme exposto no tópico anterior, a geração de resíduos com alto teor de umidade
é um problema em diversos processos essenciais à infraestrutura de saneamento e também às
indústrias diversas, principalmente da mineração. Para lidar com essa situação, existem
diversas soluções para realizar o gerenciamento dos resíduos úmidos, onde o primeiro passo,
é diminuir o teor de umidade, aumentando a concentração de sólidos totais e diminuindo o
volume total de resíduo, sendo que a água que vier a ser separada pode ser reutilizada nos
processos originais. Esse processo pode ser dividido genericamente em duas etapas
complementares: o espessamento do lodo e a posterior dessecagem do mesmo.
Após o devido espessamento, um grande volume de água já foi retirado dos devidos
resíduos, e então podem ser aplicados outros métodos que visam a dessecagem dos resíduos,
atingindo níveis de umidade ainda menores e possibilitando o descarte deles em aterros de
resíduos sólidos.
c) Fim da fase de desaguamento inicial. Existe uma zona consolidada e uma pequena
vazão de deságue, devido à lenta consolidação das partículas.
𝑇𝑆𝑃𝑙 𝑥 𝑌𝑙 𝑥 𝑉𝑙
𝑉𝑡 = 𝑇𝑆𝑃𝑡 𝑥 𝑌𝑡
(1)
3.4.5.2 Polimerização
As formas têxteis devem ser resistentes aos esforços mecânicos de tração, para que
possam confinar o lodo pressurizado, sendo assim, o tecido e as costuras que compõem a
bolsa devem ter resistência e durabilidade adequada de acordo com a aplicação. O
dimensionamento utilizado para determinar a tração solicitada na geoforma pode ser obtida
através do método por Leshchinsky (1996). Este método leva em conta as seguintes
premissas:
● O problema a ser determinado é bidimensional, considerando-se a seção transversal da
geofôrma sendo constante ao longo do tubo. A perda de pressão pelos poros é
desconsiderada e a pressão é determinada na entrada do bocal;
● O geossintético que compõem a forma é fino, flexível e tem a massa desprezível;
● O material de enchimento é considerado fluido, e, portanto, existe uma pressão
hidrostática no interior do tubo;
● Tensões de cisalhamento não ocorrem entre o geossintético e as paredes do tubo.
Assim, é possível através de cálculos determinar os esforços de tração no sentido
circunferencial e longitudinal da geoforma, que são mostrados na figura 28.
Este ensaio é normalizado pela ASTM D7880 (2013), e tem uma escala intermediária
entre o cone test e o hanging bag test, tendo em princípio, a mesma finalidade destes: verificar
a compatibilidade entre diferentes tipos de geotêxteis para o desaguamento de resíduos
úmidos, podendo utilizar polímeros floculantes, obtendo-se os parâmetros de importância:
taxa e volume de percolado, sufusão de partículas através do filtro e características da torta
após desaguamento. O teste consiste na utilização de um reservatório elevado de resíduos, que
por gravidade é inserido em uma bolsa têxtil no formato semelhante a uma almofada, por isso
o nome “Pillow Test”.
Avancini et al. (2021) realizou tanto o pillow test, quanto o cone test, e concluiu que
ambos os testes providenciaram parâmetros representativos dos processos em questão. A
seguir, a figura 31 ilustra o aparato utilizado para a realização do ensaio pillow test em sua
pesquisa.
Figura 23: Ensaio Pillow Test.
Fonte: Avancini et al. (2021).
4 MATERIAIS E MÉTODOS
Polímero - PP PP PP -
Na figura 35 a seguir são apresentados os corpos de prova circulares, feitos a partir dos
geotêxteis A, B e C. É possível observar que o GTX-C está dobrado, de modo a demonstrar
suas duas faces, a face interna de geotêxtil não-tecido e a face externa de geotêxtil tecido.
Figura 27: Corpos de prova circulares. Da esquerda para direita: GTX-A, GTX-B e GTX-C.
Fonte:Autores (2023).
Catiônico C-492
Catiônico C-496
Catiônico C-498
Não-Iônico N-300
Aniônico A-137
Aniônico A-150
Aniônico A-100
4.2 MÉTRICAS DE ANÁLISE
𝑉𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 𝑥 𝐶𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜
𝑃𝑃𝑀 = 𝑉𝑟𝑒𝑗𝑒𝑖𝑡𝑜
(2)
(𝑃−𝑃𝑠)
𝑊 = 𝑃𝑠
𝑥 100 (3)
𝑃𝑠
𝑇𝑆𝑃 = 𝑃
𝑥 100 (4)
TSP é o teor de sólidos em peso [%], resultando da relação entre Ps que é o peso dos
sólidos secos [g] e P, o peso total da amostra [g]. Uma informação importante para as relações
paramétricas que caracterizam o rejeito é a densidade seca dos sólidos fornecida pela equipe
de operação, e a densidade inicial da amostra úmida (equação 4).
100 𝑥 ρ𝑤 𝑥 𝐺𝑠
ρ = [(100 𝑥 𝐺𝑠) − 𝑇𝑆𝑃 𝑥 (𝐺𝑠−ρ𝑤)]
𝑥 100 (5)
𝑇𝑆𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑇𝑆𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝐸𝐷 = 𝑇𝑆𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
(6)
Este parâmetro pode ser utilizado para comparar o aumento do Teor de Sólidos no
rejeito após o deságue, permitindo uma rápida avaliação e também comparação com outros
ensaios.
1. Solução polimérica foi preparada, com concentração conhecida, geralmente de 1,0 g/l;
2. Amostras de lodo foram separadas, com volume conhecido, geralmente 100 ml;
3. Dosagem estipulada de solução polimérica foi inserida no lodo e processo de mistura
por 14 quedas foi realizado. Cada “queda” corresponde ao ato de verter-se o líquido de
um recipiente para o outro para misturá-los.
4. Ao final da mistura, avalia-se qualitativamente a formação de flocos. Observando-se
seu tamanho, resistência e separação do clarificado.
Figura 28: Polímeros e dosagens escolhidas. A) Polímero A137 na dosagem de 200 ppm, B)
Polímero N300 na dosagem de 300 ppm, C) Polímero A100 na dosagem de 170 ppm.
Fonte:Autores (2023).
Figura 29: Ensaio de cone e turbidez. (A) GTX-A com polímero N300 na dosagem de 300
ppm, (B) GTX-B com polímero N300 na dosagem de 170 ppm.
Fonte:Autores (2023).
No caso do GTX-C não foi utilizado polímero, pois o geotêxtil não-tecido propicia
boa retenção do particulado fino. A figura 41 a seguir traz o registro do ensaio de cone com o
GTX-C.
Ao final destes ensaios, várias dosagens foram avaliadas, de tal modo que foi
perceptível a passagem de dosagem insuficiente de condicionante químico, passando pela
dosagem ótima e chegando em dosagem exagerada. A percepção das dosagens insuficientes é
indicada por flocos pequenos e quebradiços, com qualidade do sobrenadante turva, ou não
formação de flocos. As dosagens próximas da ótima possuem flocos de tamanho homogêneo,
resistentes, com boa separação do sobrenadante, este estando límpido. A percepção das
dosagens exageradas é vista através de flocos muito grandes, de tamanhos distintos, e com o
sobrenadante espesso e viscoso.
As dosagens definidas após o ensaio de polimerização são descritas na tabela 6 a
seguir.
N300 300
A100 170
A137 200
5.3 ENSAIO DE CONE
A partir dos ensaios descritos no item anterior, foram obtidos valores médios de teor
de umidade e teor de sólidos do material retido, onde foi possível observar um melhor
desempenho nas duas utilizações com o polímero N300, mas destacando-se o GTX-A, que
apresentou os menores teores de umidade (95,33%) e maiores teores de sólidos (51,20%) do
ensaio, conforme mostra a tabela 7.
N300 300 65
A137 200 32
N300 300 57
A137 200 21
GTX-C - - 44
N300 44.80
A137 25.20
N300 53.60
A137 180.80
GTX-C - 805
A partir dos dados acima é possível obter o seguinte gráfico, demonstrando a diferença
nos valores de turbidez obtidos com as diferentes combinações de geotêxteis e polímeros
(Figura 45).
Figura 37: Turbidez do percolado após desaguamento. (Fonte: AUTORES, 2022).
N300 116
A137 102
N300 115
A137 82
GTX-C - 67
ABNT NBR ISO 10.319 (2013) Geossintéticos - Ensaio de tração faixa larga.
AVANCINI, L. L. S., et al. (2021). Application of polyelectrolytes for improving the dewatering
performance of drinking water treatment sludge using geotextiles. Ambiente & Água - An
Interdisciplinary Journal of Applied Science.
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(1999). Noções gerais de tratamento e disposição final de lodos de estações de tratamento de
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KERR, T., ULRICH, B. Tailings impoundments and Dams. in DARLING, P. (2011). Mining
Engineering Handbook. Third Edition. Society for Mining, Metallurgy and Exploration. (U.S.)
KOERNER, G. R., KOERNER, R. M. (2006). Geotextile tube assessment using a hanging bag test.
Geotextiles and Geomembranes 24 (2006) 129–137
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tubes. GeoAmericas2020 – 4th Pan American Conference on Geosynthetics
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