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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE INFORMÁTICA


TECNOLOGIA EM ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS

THAISA KARINA KOGOS

PROTÓTIPO PARA MONITORAR E ANALISAR TEMPERATURA E


UMIDADE

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PONTA GROSSA
2021
THAISA KARINA KOGOS

PROTÓTIPO PARA MONITORAR E ANALISAR TEMPERATURA E


UMIDADE

Trabalho de Conclusão de Curso apresen-


tado como requisito parcial à obtenção do
título de Tecnólogo em Análise e Desen-
volvimento de Sistemas, do Departamento
Acadêmico de Informática da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná.

Orientador: Prof. Dr. Augusto Foronda

PONTA GROSSA
2021
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus Ponta Grossa
Diretoria de Graduação e Educação Profissional
Departamento Acadêmico de Informática
Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

TERMO DE APROVAÇÃO

PROTÓTIPO PARA MONITORAR E ANALISAR TEMPERATURA E UMIDADE


por
THAISA KARINA KOGOS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado em 11 de maio de 2021 como


requisito parcial para a obtenção do título de Tecnólogo em Análise e Desenvolvi-
mento de Sistemas. O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos
professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o
trabalho aprovado.

Prof. Dr. Augusto Foronda


Membro Titular

Prof. Dr. André Pinz Borges Prof. Dr. Richard Duarte Ribeiro
Membro Titular Membro Titular

Prof. Me. Geraldo Ranthum Prof. Dr. André Pinz Borges


Responsável pelos TCC Coordenador do Curso

– O Termo de Aprovação assinado encontra-se na Coordenação do Curso –


Dedico este trabalho a minha família, em
especial aos meus pais Julio e Sirlei.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela vida, saúde e disposição por me permitir concluir mais
essa etapa importante de formação em minha vida.
Aos meus pais, Julio e Sirlei pelo incentivo durante essa caminhada nunca
deixando desistir, sendo suporte emocional e financeiro sempre que necessário.
A todos os familiares por todo apoio prestado durante todo o decorrer do curso
em especial ao meu avô Lourival que se foi durante esse período.
Aos amigos, colegas de classe e de trabalho que me apoiaram com solidarie-
dade e compartilharam conhecimento, em especial ao Lucas que me auxiliou muitas
vezes traduzindo textos em inglês, além de todo o apoio nesse período.
Ao meu orientador Prof. Dr. Augusto Foronda pela oportunidade de me orien-
tar na conclusão deste trabalho, todo o auxilio e contribuição, muitas vezes dedicando
tempo fora de seu horario disponibilizado.
Aos membros da banca examinadora: Prof. Dr. André Pinz Borges e Prof. Dr.
Richard Duarte Ribeiro por suas correções e contribuições importantes dedicadas a
este trabalho e no decorrer que guiaram para meu aprendizado.
Agradeço ao Departamento Acadêmico de Informática da Universidade Tec-
nológica Federal do Paraná – Campus Ponta Grossa o qual disponibilizou o material
para a realização do trabalho, a todos os mestres que transmitiram a sabedoria e o
conhecimento, com amor e dedicação, aos demais servidores e funcionários que con-
tribuiram de forma indireta.
Ao Curitiba Coworking por ceder o espaço o qual foi possível realizar a valida-
ção do protótipo e os testes de aquecimento e resfriamento e ao Rafael Soares Bem
Dembicki, quem concedeu a liberação para as realizações dos experimentos no Cyber
Data Center.
Efim, a todos que participaram na minha vida acadêmica e que de alguma
forma contribuíram de forma direta e indireta durante esse periodo.
"Nós só podemos ver um pouco do futuro,
mas o suficiente para perceber que há
muito a fazer."(TURING, Alan)
RESUMO

KOGOS, Thaisa. Protótipo para Monitorar e Analisar Temperatura e Umidade .


2021. 88 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnologia em Análise e
Desenvolvimento de Sistemas) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta
Grossa, 2021.

Este trabalho exibe um estudo a respeito dos conceitos de Internet das Coisas (Inter-
net of Things - IoT) para sistemas embarcados microcontrolados, com enfoque no am-
biente Arduino, culminando no desenvolvimento de um protótipo para monitoramento
de temperatura e umidade relativa do ar em um ambiente fechado. O protótipo é com-
posto por um sensor DHT11 e pelo módulo de desenvolvimento NodeMCU, contendo
um ESP8266 com conexão WiFi integrada. Após a leitura e o tratamento da medi-
das, a placa NodeMCU envia os valores em tempo real por WiFi para o Firebase, um
banco de dados em nuvem. Ao final, os dados ficam disponiveis de forma mais clara
ao usuário final em uma página web para análises futuras.

Palavras-chave: Internet das Coisas. Microcontrolador. NodeMCU. Temperatura.


Umidade.
ABSTRACT

KOGOS, Thaisa. Prototype To Monitor And Analyze Temperature And Humidity .


2021. 88 p. Work of Conclusion Course (Graduation in Analysis and Systems
Development ) – Federal University of Technology – Paraná. Ponta Grossa, 2021.

This term paper presents a study about the concepts of internet of things for on-board
microcontrolled systems, focusing on the Arduino open-source platform. This work led
to the development of a prototype to monitoring the temperature and the relative hu-
midity of air in a closed ambient. The prototype is formed by a DHT11 sensor combi-
ned with the NodeMCU development kit, containing an ESP8266 with integrated WiFi
connection. After the acquisition and processing of the measurements, the NodeMCU
board sends the results in real time to the Firebase cloud database. At the end, the
data is available on a web site for the final user to carry out clearly analyzes.

Keywords: Internet of Things. Microcontroller. NodeMCU. Temperature. Humidity.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Rede Device-to-Gateway . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17


Figura 2 – Diagrama básico de um sistema embarcado dotado de um micro-
controlador monitorando o ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Figura 3 – NodeMCU: Chip, Módulo e Placa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Figura 4 – Gerações NodeMCU . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Figura 5 – Placa Adaptadora de Base NodeMCU . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Figura 6 – Sensor DHT11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Figura 7 – Fluxograma de Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Figura 8 – Topologia do protótipo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 9 – NodeMCU . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 10 – Sensor de temperatura e umidade do ar - DHT11 . . . . . . . . . . . 31
Figura 11 – Esquema elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Figura 12 – Definições do código do NodeMCU . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Figura 13 – Inicialização do sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Figura 14 – Etapa cíclica: programa principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Figura 15 – Função <leituraSensor()> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Figura 16 – Função <calculo()> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Figura 17 – Função <comunicaSerial()> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Figura 18 – Função <firebaseJson()> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Figura 19 – Árvore do projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Figura 20 – Conexão com o banco de dados Firebase . . . . . . . . . . . . . . . 40
Figura 21 – Sala dos experimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Figura 22 – Comunicação serial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Figura 23 – Inserção no Firebase: (a) Banco de dados antes da aquisição 12,
(b) Momento de inserção da aquisição 12, (c) Dados da aquisição
12 salvos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Figura 24 – Retransmissão de valores: (a) Valor atual no banco de dados (b)
Valor atual organizado pela Interface . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Figura 25 – Página principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Figura 26 – Página de histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Tipos de Arduino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19


Tabela 2 – Comparativo de NodeMCU . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Tabela 3 – Comparativo entre temperatura ar condicionado e temperatura pro-
tótipo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Tabela 4 – Cálculo de erros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Tabela 5 – Cálculo de erro Cyber X protótipo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÔNIMOS

SIGLAS

A/D Analógico/Digital
ADC Conversor Analógico Digital
BD Banco de Dados
BTUs British Thermal Unit
CAM Controller Area Network
CI Circuito Integrado
CSS Cascading Style Sheetse
HTML Hypertext Markup Language
IDE Integrated Development Environment
IIoT Industrial Internet of Things
I/O Input/Output
IoT Internet of Things
IP Internet Protocol
I2C Inter-Integrated Circuit
JS JavaScript
JSON JavaScript Object Notation
LCD Liquid Crystal Display
LED Light Emitting Diode
M2M Machine to Machine
NoSQL Not Structured Query Language
NTC Negative Temperature Coeficient
NTP Network Time Protocol
PCBA Printed Circuit Board Assembly
PWM Pulse Width Modulation
RAM Random Access Memory
RFID Radio Frequency Identification
SDK Software Development Kit
SGBD Sistema Gerenciador de Banco de Dados
TCP Transmission Control Protocol
UDP User Datagram Protocol
URL Uniform Resource Locator
USB Universal Serial Bus
UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.1 O BJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.1.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.1.2 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2 E SCOPO DO T RABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2 REVISÃO DA LITERATURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.1 INTERNET DAS COISAS (I OT) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.1.1 Arquitetura IoT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.2 PLACAS MICROCONTROLADAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.2.1 Arduino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.2.2 NodeMCU . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.3 S ENSORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.4 B ASE DE DADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.5 I NTERFACES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3 MÉTODOS UTILIZADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.1 TOPOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.2 D EFINIÇÃO DOS COMPONENTES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.2.1 Conexões físicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.3 I MPLEMENTAÇÃO DO CÓDIGO DO N ODE MCU NA IDE A RDUINO . . . 32
3.4 B ANCO DE DADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.5 I NTERFACE Web . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.1 E XPERIMENTO 1: VALIDAÇÃO DO PROTÓTIPO . . . . . . . . . . . . . . 42
4.2 E XPERIMENTO 2: A NÁLISE DE TEMPERATURA E UMIDADE DO AR DO
AMBIENTE COM O AR CONDICIONADO NO MODO AQUECEDOR . . . . . 47
4.3 E XPERIMENTO 3: A NÁLISE DE TEMPERTURA E UMIDADE DO AR DO
AMBIENTE COM O AR CONDICIONADO NO MODO RESFRIADOR . . . . 48
4.4 E XPERIMENTO 4: C OMPARATIVO DE TEMPERATURA DATA C ENTER X
P ROTÓTIPO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
5 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS . . . . . . . . . . . . 51
5.1 C ONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
5.2 M ELHORIAS E A PLICAÇÕES DO P ROJETO . . . . . . . . . . . . . . . . 52
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
APÊNDICES 60
APÊNDICE A – CÓDIGO ARDUINO . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
APÊNDICE B – TABELA AR CONDICIONADO NO MODO AQUE-
CEDOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
APÊNDICE C – TABELA AR CONDICIONADO NO MODO RES-
FRIADOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
APÊNDICE D – TABELA CYBER DATA CENTER X PRÓTOTIPO . 86
12

1 INTRODUÇÃO

Internet of Things é um termo em inglês que traduzido para o português, sig-


nifica Internet das Coisas e segundo Atzori é um paradigma que conecta sistemas
embarcados, como sensores e atuadores, através de redes sem fio (ATZORI; IERA;
MORABITO, 2010), a IoT permite a comunicação de sistemas embarcados entre si
em escala global (MUKHOPADHYAY, 2013).
A primeira tecnologia na qual se utilizou o conceito de IoT foi a Identificação
por Radiofrequência (Radio Frequency Identification – RFID), com os transponders
nos aviões durante a Segunda Guerra Mundial (OLIVEIRA, 2017). Um dos principais
benefícios da IoT é a vasta coleta de informações do ambiente aliada à disponibilidade
dos dados em servidores (JUNIOR, 2018).
A IoT está permitindo uma heterogeneidade de equipamentos sejam conec-
tados à Internet, como televisores, automóveis, smartphones, câmeras e outros. A
previsão é que, em 2020, estariam conectados à rede mundial de computadores mais
de 40 bilhões de dispositivos (FORBES, 2014). Com esta gama de elementos em
rede, novas possibilidades de aplicações surgem, entre elas Smart Cities, Healthcare
e Smart Homes (SANTOS, 2017).
Na perspectiva industrial, a IoT, conhecida como Industrial Internet of Things
(IIoT), reúne diversos conceitos como, supervisão, manutenção, sinais de sensores,
comunicação Machine to Machine (M2M) e automação (JUNIOR, 2018). Nas indús-
trias, o controle de temperatura ajuda no monitoramento de equipamentos, apontando
por exemplo defeitos quando as temperaturas são muito altas ou baixas demais, co-
mum em indústrias alimentícias ou de produtos químicos. É também possível monito-
rar a temperatura e umidade em ambientes de ensino, monitorar o consumo de ener-
gia, que influência a vida útil dos equipamentos e o conforto dos docentes, discentes
e servidores (GUN, 2018).
Um sistema de IoT para monitorar temperatura e umidade é composto de vá-
rios elementos. O primeiro componente é um Smart Sensor, que tem um sensor e
uma placa microcontroladora, além de um meio de comunicação para enviar os valo-
res medidos. Os sensores são os elementos que captam as informações produzidas
em um ambiente externo e os atuadores controlam dispositivos que interagem com o
13

ambiente, modificando-o (ASSIS, 2014). Já o microcontrolador é um pequeno sistema


computacional com uma grande capacidade de processamento onde, microprocessa-
dor, interfaces Input/Output (I/O) digitais e analógicas, memórias flash e de acesso
aleatório (Random Access Memory - RAM), temporizadores, contadores, converso-
res analógico/digital (A/D) e interfaces de comunicação, como serial, Controller Area
Network (CAM) e Inter-Integrated Circuit (I2C), estão compreendidos em um único
circuito integrado (CI) (CHASE, 2007).
Um exemplo de sistema embarcado é a plataforma eletrônica Arduino, com
seu hardware e software baseados em código aberto, e sua linguagem de progra-
mação em C e C++. É possível utilizá-lo com sistemas operacionais Windows, Linux,
Mac OS (ARDUINO, 2019). Uma de suas vantagens são os periféricos já conec-
tados. Dentre as diversas variações de modelos, pode-se encontrar nesse sistema
embarcado, pinos de I/O digitais e analógicos, diodos emissores de luz (Light Emit-
ting Diode - LED), botões, display de cristal liquido (Liquid Crystal Display - LCD),
pinos de alimentação (3,3 V e 5V), porta serial universal (Universal Serial Bus - USB),
saídas com modulação de largura de pulso (Pulse Width Modulation - PWM), cristal
oscilador para clock, placa de rede Wi-Fi entre outros, além disso, todos os Arduinos
apresentam microcontroladores da fabricante ATMEL (CHASE, 2007).
Os sistemas embarcados muitas vezes estão atrelados a outras tecnologias
como o Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD), é um software que auxilia
na criação, construção e manipulação de um Banco de Dados (BD). São confiáveis,
seguros, de fácil acesso e eficientes, localizam-se em redes fixas e podem muitas
vezes funcionar como servidores locais (COELHO, 2014).
Um sistema de IoT completo para temperatura e umidade envolve a medição
destas grandezas, a medição do consumo de energia e o controle automático do ar
condicionado. Um exemplo de uso dos dados obtidos é extrair informações para mi-
nimizar o gasto de energia com um conforto térmico para as pessoas no ambiente,
utilizando as informações armazenadas em um banco de dados, visualização dos va-
lores e controle dos dispositivos.
O foco deste trabalho é uma parte deste sistema, que consiste na medição e
análise de temperatura e umidade de uma sala de escritório comercial com o armaze-
namento das informações e análise das mesmas.
14

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

O objetivo do presente trabalho é o estudo e desenvolvimento de um protótipo


para medir e analisar temperatura e umidade em ambiente fechado.

1.1.2 Objetivos Específicos

Este trabalho apresenta os seguintes objetivos específicos:

• Projetar o hardware para a medição de temperatura e umidade relativa do ar;

• Implementar o banco de dados e a plataforma web para armazenar as informa-


ções;

• Definir os componentes de hardware e software para o protótipo;

• Medir os dados de temperatura e umidade por um determinado tempo;

• Analisar os dados de temperatura e umidade;

1.2 ESCOPO DO TRABALHO

Este trabalho está dividido da seguinte forma:

• O Capítulo 2 apresenta de maneira geral os conceitos e arquitetura relacionados


a IoT, destinada a revisão de literatura discriminando o conceito do Arduino, e
do NodeMCU exibindo a particularidade de seus módulos e banco de dados e
sistema web.

• O Capítulo 3 aborda os métodos utilizados no trabalho, destinado às definições


da topologia, características e componentes do protótipo, elaboração esquemá-
tica física do circuito, implementações dos códigos e coleta de dados.

• O Capítulo 4 é destinado à parte de configurações, experimentos, e demonstra-


ções da aplicação do protótipo.
15

• Por fim, o Capítulo 5 apresenta as conclusões do trabalho realizado, sugere me-


lhorias a serem realizadas e estudos que podem ser desenvolvidos a partir do
protótipo.
16

2 REVISÃO DA LITERATURA

Este capítulo contempla os conceitos relacionados a Internet das Coisas (IoT)


e os recursos lógicos e físicos que compõem seu funcionamento, as placas microcon-
troladoras Arduino e em específico o NodeMCU e seus módulos, sensores e atua-
dores. É explicado onde serão armazenados os dados coletados com seus sensores
pelo banco de dados Firebase e onde estarão disponíveis os mesmos.

2.1 INTERNET DAS COISAS (IOT)

A maioria dos seres humanos está conectada a Internet, seja por meio de
celulares, computadores, tablets, ou até mesmo, através das “coisas”, sendo muitas
vezes um facilitador para o dia a dia das pessoas (SANTAELLA, 2008).
A Internet tem impacto na comunicação, educação, negócios, ciência, saúde,
governo, economia, etc. Por sua vez, a IoT vem sendo considerada como a evolução
da Internet, podendo coletar, analisar e distribuir dados, transformando-os em infor-
mação, conhecimento e sabedoria (EVANS, 2011). Espera-se da IoT que os objetos
tornem-se partes ativas dos processos, estando habilitada a interagir e se comunicar
entre si e com os ambientes, de forma autônoma (CERP-IOT, 2009).
No momento da IoT atual, o número de “coisas” conectadas a Internet já é
maior que a quantidade de pessoas no mundo (EVANS, 2011). Com essa evolução
da Internet, podem-se inserir objetos, sensores e atuadores, possibilitando a comuni-
cação e a interação destes com o ambiente sendo ainda possível manipulá-los para
interagirem uns com os outros e também com as pessoas (SANTOS, 2017). O papel
dos sensores e atuadores está na compreensão e alteração dos ambientes, sendo
possível programá-los para realizarem determinadas ações, tornando-os comunican-
tes e dinâmicos (SANTAELLA, 2008).
Na IoT, os hardwares tem as seguintes características: unidades de proces-
samento, unidades de memória, unidades de comunicação, unidades sensitivas e uni-
dades atuantes (MATTERN; FLOERKEMEIER, 2010), (RUIZ et al., 2014).
17

2.1.1 Arquitetura IoT

Existem quatro modelos básicos de comunicação IoT: Device-to-Device


(Dispositivo para dispositivo), Device-to-Cloud (Dispositivo para Nuvem), Device-to-
Gateway (Dispositivo para Gateway ) e Back-End Data Sharing (Análise de Dados). A
arquitetura definida para o presente trabalho é a topologia Dispositivo para Gateway,
uma arquitetura que utiliza a rede WiFi e o Gateway é o Access Point (MOMOTE,
2016).
A Figura 1 mostra um dispositivo, composto por um sensor de monitoramento
de temperatura e uma placa microcontrolada com interface WiFi, que envia as infor-
mações a um banco de dados, que retransmite os dados para a Internet, deixando-os
disponíveis para análise dos usuários através de uma plataforma web, . Um exemplo
desse tipo de aplicação de comunicação que existe no mercado hoje, são as casas
inteligentes que possuem vários dispositivos conectados à rede e com acesso remoto
(MEDONÇA; PAGIATO; JUNIOR, 2018).

Figura 1 – Rede Device-to-Gateway

Fonte: Adaptado de (WIZNET, 2016).

Para que exista o gerenciamento dos recursos na IoT, uma placa microcontro-
ladora é necessária. É nela que está armazenado o código com o controle de sensores
e atuadores, além das interfaces de comunicação com o gateway (SOUZA, 2016).
18

2.2 PLACAS MICROCONTROLADAS

Um microcontrolador pode ser definido como um computador de pequeno


porte inserido em um circuito integrado, conhecido como chip, possuindo a capaci-
dade de gerenciar dispositivos conectados a ele (MONK, 2017).
Sua principal característica está no seu desenvolvimento para execução de
tarefas especificas. Na área da IoT, o microcontrolador se torna uma ferramenta ideal,
realizando leituras de sinais externos, os quais são processados de maneira previa-
mente programada, resultando em ações de controle por meio de atuadores. A figura
2 é um exemplo de diagrama de um sistema o qual monitora uma variável do ambiente
e controla algum dispositivo através do atuador (CHASE, 2007).

Figura 2 – Diagrama básico de um sistema embarcado dotado


de um microcontrolador monitorando o ambiente

Fonte: (CHASE, 2007).

2.2.1 Arduino

O Arduino é uma placa de componentes eletrônicos criada em 2005 na Itália.


A placa é composta de um microcontrolador de prototipagem eletrônica da fabricante
ATMEL (microchip) e seu objetivo é o desenvolvimento para controle de sistemas in-
terativos de baixo custo (ARDUINO, 2019).
O hardware é simples, mas bastante eficiente. O microcontrolador possui en-
tradas e saídas acopladas podendo ser conectadas a outros circuitos (FONSECA;
19

BEPPU, 2010). Com o Arduino é possível conectar diferente tipos de periféricos, en-
tre eles, displays, botões, sensores, LEDs, buzzers, componentes eletrônicos, além
disso, também pode ser utilizado com diversas shields (placas conectadas em cima
da Printed Circuit Board Assembly - PCBA).
Existem várias versões de Arduino, como Arduino Uno, Arduino Mega, Ar-
duino Leonardo, Arduino Due, Arduino ADK, Arduino Nano, Arduino Pro-Mini, Arduino
Esplora, entre outros, cujas diferenças estão no modelo do microcontrolador, na quan-
tidade de memórias, portas digitas, analógicas e PWM, frequência de clock, tipo de
conexão e alimentação, tensão de alimentação e operação, e no limite de corrente. A
tabela 1 apresenta o comparativo das características para os Arduinos mencionados.
Outra grande vantagem do Arduino é a programação em sua própria Integrated De-
velopment Environment (Ambiente de Desenvolvimento Integrado - IDE), a qual está
disponível em software e via online (ARDUINO, 2019).
Tabela 1 – Tipos de Arduino
MEGA LEO- PRÓ ESPLO-
UNO DUE ADK NANO
2560 NARDO MINI RA
ATmega
Microcon- ATmega ATmega ATmega AT915 ATmega 168 / ATmega ATmega
trolador 328 2560 32u4 AM3X8E 256 ATmega 168 32u4
328
Portas
14 54 20 54 54 14 14 -
digitais
Portas
6 15 7 12 15 6 6 -
PWM
Portas
6 16 12 12 16 8 8 -
analógicas
Memória 32K 256K 32K 512K 256K 16K 16K 32K
Clock 16Mhz 16Mhz 16Mhz 84Mhz 16Mhz 16Mhz 8Mhz 16Mhz
Serial /
Micro Micro USB Módulo Micro
Conexão USB USB USB
USB USB MiniB USB USB
externo
Conector
Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Não
alimentação
Tensão 3,3
de 5V 5V 5V 3,3V 5V 5V ou 5V
operação 5V
Corrente
max 40mA 40mA 40mA 130mA 40mA 40mA 40mA -
portas E/S
3,35-12V
Alimenta-
7-12Vdc 7-12Vdc 7-12Vdc 7-12Vdc 7-12Vdc 7-12Vdc ou 5V
ção
5-12V

Fonte: Adaptado (THOMSEN, 2014)

O Arduino possui vários recursos ao mesmo tempo em que se mostra como


20

uma placa genérica. Entretanto não é a única que existe, apesar de ser a mais co-
nhecida. Outra placa é a NodeMCU, bastante atrativa decorrente da sua característica
especifica para projetos de IoT (OLIVEIRA, 2019b).

2.2.2 NodeMCU

Assim como o Arduino, o NodeMCU é uma plataforma de prototipagem ele-


trônica, lançada em 2014, que possui microcontroladores da fabricante Espressif cujo
seu desenvolvimento foi voltado para projetos de IoT. Sua linguagem de programa-
ção para desenvolvimento é o Lua, Software Development Kit (Kit de desenvolvimento
de software - SDK) estão disponíveis no gitHub (plataforma de hospedagem de có-
digo fonte), em que usuários colaboram em projetos privados ou públicos em qualquer
lugar do mundo (EQUIPE NODEMCU, 2018).
Uma placa NodeMCU é composta pelos seus periféricos, I/Os externos, LEDs,
interface de comunicação serial, entre outros e por seu módulo de controle, o qual
possui um chip microcontrolador e componentes para comunicação WiFi. As placas
NodeMCU apresentam módulos de controle da família dos ESPs. Na Figura 3 é possí-
vel ver a composição da placa NodeMCU juntamente com seu módulo, ESP12, e chip
ESP8266 (MORAIS, 2017).

Figura 3 – NodeMCU: Chip, Módulo e Placa

Fonte: Adaptado (BAUERMEISTER, 2018).

Os ESPs são bastante utilizados em projetos como robótica e automação, pela


sua facilidade de conexão, pois o mesmo já possui WiFi integrado (MORAIS, 2017). O
primeiro módulo pertencente a família dos ESPs foi o ESP01, com um chip ESP8266,
contendo apenas dois pinos disponíveis para I/O, deixando suas aplicações restritas,
21

entretanto se tornando um hardware bastante promissor para sua época. Seu inicio foi
de difícil disseminação, pois a maior parte de sua documentação estava disponível so-
mente em chinês, mas seu grande diferencial foi a conexão WiFi integrada no próprio
módulo. Com o aumento de sua fama, foram criados diferentes módulos, em 2016 foi
lançado o modelo ESP32, sendo o modelo mais atual até o momento, o qual integra a
família NodeMCU-32, apresentando modelos como NodeMCU-32S e NodeMCU-32S
OLED (OLIVEIRA, 2019c).
O funcionamento da placa NodeMCU é parecido com uma placa Arduino e
sua grande característica e vantagem é possuir tudo o que precisa para a conexão
com Internet sem fio. Outro aspecto vantajoso da placa em questão é o seu tamanho
reduzido, o que facilita em projetos compactos, além disso, é compatível com módulos
e sensores Arduino e utiliza sua IDE, ou seja, as mesmas plataformas de linguagem
de programação para Arduino (MORAIS, 2017).
O NodeMCU da família ESP12 possui três gerações, apresentadas na Figura
4. A primeira geração apresenta grandes dimensões e um módulo microcontrolador
ESP12, na segunda geração o processador ESP12 foi substituído pelo ESP-12E, foi
incluído o espaçamento de 2,54mm entre os pinos, o qual permite que os pinos se
encaixem perfeitamente em uma protoboard. Já na terceira geração, o conversor USB
serial utilizado é o CH340 e apresenta placas auxiliares, como exemplo a placa adap-
tadora de base, exibida na Figura 5, a qual é ideal para facilitar as conexões da placa
e alimenta-lá externamente (MORAIS, 2017).

Figura 4 – Gerações NodeMCU

Fonte: Adaptado (OLIVEIRA, 2019b).

A tabela 2 exibe um comparativo entre os modelos mais utilizados de cada


família, NodeMCU ESP12 v3 e NodeMCU ESP-32S (ZERYNTH, 2020).
22

Figura 5 – Placa Adaptadora de Base NodeMCU

Fonte: Adaptado (OLIVEIRA, 2019a).

Tabela 2 – Comparativo de NodeMCU


NodeMCU ESP12 v3 NodeMCU ESP-32S
Módulo ESP-12E ESP-WROOM-32
Tensilica 32-bit Tensilica 32-bit
Microcontroador
RISC CPU Xtensa Single-/Dual-core
Tensão de operação 3,3V 3,3V
Tensão de alimentação 7 -12V 4,5 - 9V
Pinos I/O digitais 16 28
Pinos I/O analógicos 1 8
Pinos de saídas analógicas 0 2
UARTs 1 3
SPIs 1 2
I2Cs 1 3
Memória Flash 4MB 4MB
SRAM 64KB 520KB
Frequência de
80MHz 240MHz
Clock
WiFi IEEE 802,11 b/g/n IEEE 802,11 b/g/n/e/i
Bluetooth Não possui Bluetooth 4.2
Fonte: Adaptado (ZERYNTH, 2020).

2.3 SENSORES

O objetivo dos sensores é informar aos circuitos eletrônicos quando algo


ocorre. São eles os responsáveis pela captação das informações do ambiente e trans-
formação destas para sinais elétricos, as quais serão interpretadas pelas placas micro-
controladas. Os sensores são elaborados para reconhecer uma determinada informa-
ção do ambiente, existindo assim diversos tipos de sensores, como exemplo sensores
de luminosidade, temperatura e umidade, entre outros (WENDLING, 2010).
O sensor utilizado no presente trabalho é o módulo medidor de temperatura e
23

umidade DHT11, exibido na Figura 6, apresentando um sensor resistivo de umidade


e componentes com coeficiente negativo de temperatura (Negative Temperature Co-
eficient - NTC). Suas principais características são baixo custo, estabilidade térmica,
robustez, resposta rápida e tamanho reduzido (12x22,5x5mm).
A transmissão das grandezas físicas mensuradas é realizada de maneira digi-
tal serial por um único canal, processada por seu interno microcontrolador de 8 bits de
alta performance. Sua faixa de operação de temperatura está entre 0𝑜 C a 50𝑜 C, com
precisão de ±2𝑜 C e de 20% a 90% com precisão de ±5% de umidade relativa do ar.
Suas principais aplicações são conforto térmico ambiental interior, teste e inspeção de
equipamentos e reguladores de umidade (THOMSEN, 2013).

Figura 6 – Sensor DHT11

Fonte: (THOMSEN, 2013).

2.4 BASE DE DADOS

Um Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD) é um sistema compu-


tadorizado que permite a manutenção de registros, que tem a finalidade de acumular
informações, e sempre que necessário é possível consultar e atualizar. Pode-se dizer
que é o equivalente a um armário de arquivo, porém computadorizado. Seus usuários
podem realizar diversas operações como inserir, buscar, excluir, alterar e remover os
dados. Esses sistemas gerenciadores de banco de dados possuem quatro componen-
tes principais sendo, dados, hardware, software e usuários (J., 2004).
Banco de dados (BD) é uma organização computacional compartilhada e in-
tegrada que coleciona um conjunto de dados de um usuário final, o qual permite ser
24

gerenciado, normalmente são utilizados em sistemas de empresas, como hospitais,


universidades, unidades governamentais, fábricas e entre outros (CORONEL; PETER,
2013).
O crescimento dos dados digitais e as melhorias nas instalações de Internet
banda larga em conjunto com a computação em nuvem levaram ao surgimento dos
Bancos de Dados em Nuvem (BDN) (RAJKUMAR BUYYA, 2009). Um BDN consiste
em um acervo de dados relacionais armazenados na web, os quais podem ser geren-
ciados e controlados através de um Sistemas de Gerenciamento de Dados em Nuvem
(SGDN) (ARRUDA DARLAN FLORENCIO DE, 2011).
Com um BDN online, tarefas como backups, restores, pesquisas, inserções e
deleções podem ser feitas com facilidade através de qualquer navegador de Internet
(BARROS, 2011). Desta forma, além da informação distribuída (acesso da informação
de qualquer lugar), os BDNs apresentam vantagens como, flexibilidade, escalabilidade
e menor custo, em comparação com bancos de dados convencionais (ARRUDA DAR-
LAN FLORENCIO DE, 2011). Grandes portais de Internet como Google, Facebook e
Twitter, devido sua massiva quantidade de dados, utilizam BDNs para o armazena-
mento de seus dados (ARRUDA DARLAN FLORENCIO DE, 2011). Amazon’s Sim-
pleDB, Amazon RDS, Google’s BigTable, Yahoo’s Sherpa, Microsoft’s SQL Azure e
Firebase Realtime Database estão entre os bancos de dados em nuvem mais utiliza-
dos (ORACLE, 2011).
O banco de dados Firebase Realtime Database é um banco NoSQL, ou seja,
não relacional. Seus dados são sincronizados em tempo real e armazenados direta-
mente em nuvem. Tais dados são salvos como JavaScript Object Notation (Notação
de Objetos JavaScript - JSON). O mesmo pertence à empresa do Google e pode ser
utilizado gratuitamente, possui integração para vários sistemas em JavaScript (JS)
(DATABASE, 2020).

2.5 INTERFACES

A web faz parte do dia a dia, é possível perceber que está presente ao re-
alizar uma pesquisa nos navegadores como compra online, uma pesquisa em um
e-commerce, ou acesso a um portal para inscrição de concursos, consultas de notas,
gerenciamento de conteúdo e infinitas coisas que podemos realizar, para sua criação
25

se necessário algumas ferramentas que geram as páginas web, como a linguagem de


formatação o Hypertext Markup Language (Linguagem de Marcação de Hipertexto -
HTML), o Cascading Style Sheetse (Folhas de Estilo em Cascata - CSS) e o JavaS-
cript (JS).
A linguagem HTML teve seu inicio nos anos 90, e seu propósito era oferecer a
criação de páginas para Internet de forma simples e prática. Sua expansão aconteceu
junto com a Internet e hoje é a mais usada para criação de páginas web. Uma página
HTML nada mais é que um arquivo de texto comum, que inclui textos, imagens, vídeos
e hiper-links, contém comandos de tags, que apresentam o designer final na janela
dos navegadores (CAMARGO; MENEZES, 2008). O HTML era a única linguagem que
criava sites, então foi proposto o CSS uma linguagem que facilita a criação de layouts.
O HTML e o CSS possuem uma forte ligação e andam juntos, ficando o HTML
com o alicerce do site e o CSS com toda a estética do site (GONCALVES, 2019).
Com o CSS se faz o controle de layouts e várias páginas web de uma só vez, in-
cluindo desing e layouts e inúmeras variações de exibição, e ainda uma economia de
tempo em alterações de aparência de um site inteiro, alterando apenas um arquivo
(W3SCHOOLS, 2020).
O JavaScript é uma linguagem de script, desenvolvida para implementação
com funcionalidades complexas de páginas web. Os conteúdos são atualizados em
tempo real, mapas interativos, animações gráficas em 2D e 3D, vídeos, entres outros.
É bastante usado para programar o comportamento da página web. É mantido pelo
projeto Mozilla oferecendo duas implementações, a original criada por Brendan Eich
(Netscape) e a atualizada ao padrão ECMA-262 Edition5, em algumas versões mais
recentes, é ultilizada por vários navegadores como o Google Chrome, Opera, Internet
Explorer, sua sintaxe parecida ao Java e C++, além de estruturas como, if, for, while,
switch entre outras, o JavaScript da Mozilla apresenta uma API pública, podendo que
desenvolvedores utlizem e integrem seus softwares (MOZILLA, 2020).
Bootstrap é um framework que contribui para aplicações em HTML, tem um
kit de ferramentas de código aberto que teve seu lançamento em 2011 é mantido por
uma equipe de desenvolvedores no gitHub. É capaz de criação de projetos responsi-
vos para web contendo biblioteca de componentes front-end, seu desenvolvimento é
HTML, CSS e JS, na própria página do bootstrap se encontra toda a documentação,
instalação, temas, ícones e exemplos a serem utilizados pois oferecem aparências já
26

elaboradas em um padrão (BOOTSTRAP, 2020).


27

3 MÉTODOS UTILIZADOS

Este capítulo apresenta as etapas desenvolvidas no presente trabalho e as


tecnologias utilizadas, sendo dividido em sete seções:

• Definição da topologia;

• Definição dos componentes e suas conexões físicas;

• Implementação do código do NodeMCU na IDE Arduino;

• Criação do banco de dados;

• Implementação da Interface Web;

• Confecção do protótipo.

A Figura 7 exibe o fluxograma do desenvolvimento do projeto.

3.1 TOPOLOGIA

Para o desenvolvimento deste trabalho foi utilizado um kit de desenvolvimento


microcontrolado NodeMCU, um sensor DHT11, para medições de temperatura e umi-
dade relativa do ar, o banco de dados Firebase Realtime Database para salvar as
informações coletadas e o frameork Bootstrap, para a realização da interface, onde
foram disponibilizado os dados salvos web. Na Figura 8 é possivel ver em detalhes as
conexões entre os elementos descritos.
O processo inicia-se com o microcontrolador NodeMCU e o sensor DHT11
coletando as informações de temperatura e umidade relativa do ar do ambiente ana-
lizado. Os dados obtidos são enviados para o banco de dados via WiFi onde ficam
salvas as informações, bem como horário e data da amostragem. Com a criação da
interface é possível buscar esses dados, analizá-los e disponibilizá-los de forma mais
clara ao usuário final.
28

Figura 7 – Fluxograma de Desenvolvimento

Fonte: Autoria própria (2021)


29

Figura 8 – Topologia do protótipo

Fonte: Autoria própria (2021)

3.2 DEFINIÇÃO DOS COMPONENTES

A placa de prototipagem escolhida foi a NodeMCU ESP-12F, ilustrado na Fi-


gura 9, contendo um dos microcontroladores mais completos pertencente a família
ESP8266, possuindo arquitetura interna bastante completa com componentes para
processamento e interfaces de entrada e saída para os mais variados protocolos e
aplicações. Sua pinagem é um facilitador para montagem e desenvolvimento de pe-
quenos circuitos(OLIVEIRA, 2019b).
Figura 9 – NodeMCU

Fonte: (OLIVEIRA, 2019b)

Suas principais caracteristicas são (SYSTEMS, 2019):

• Módulo NodeMCU ESP-12F ;

• Conexão Wireless;
30

• Antena embutida;

• Conector micro-usb;

• Suporta 5 conexões Transmission Control Protocol (Protocolo de Controle de


Transmissão - TCP) / Internet Protocol (Protocolo da Internet - IP);

• Portas GPIO: 11;

• Suporta Upgrade remoto de firmware;

• Conversor analógico digital (ADC).

Dentre essas características, o diferencial para a escolha desse componente


no projeto foi o WiFi embutido, além da compatibilidade com os módulos e sensores
do Arduino, o que torna bastante utilizado em aplicações para Internet das Coisas.
Para haver a comunicação é necessário um ambiente que se possa criar e
integrar o projeto, sendo assim foi escolhido a IDE do Arduino, uma plataforma para
desenvolvimento de sistemas embarcados, que possui biblioteca para o NodeMCU
(ESP8622). A IDE Arduino está pronta para a utilização e integração, facilitando os
projetos, contando também com bibliotecas para o sensor de temperatura e umidade
relativa do ar e comunicação WiFi para interligação a outros dispositivos (OLIVEIRA,
2017).
O sensor DHT11 identifica a temperatura e umidade relativa do ar e seu mó-
dulo pode ser utilizado em aplicações como Internet das Coisas. Possui um microcon-
trolador de 8 bits de alto desempenho, que oferece resposta rápida e de excelente
qualidade, com baixo consumo de energia, seu sinal de transmissão é de até 20 me-
tros via cabo (ELECTRONICS, 2020). O componente apresenta um formato de 4 pinos
em linha, como mostrado na Figura 10, sua conexão foi ligada da seguinte forma: no
pino VCC foi ligado o positivo da fonte continua de tensão (3,3𝑉 ), enquanto no pino
GND foi conectado o negativo da fonte de alimentação, o pino DATA foi conectado a
uma entrada de dados do microcontrolador e o pino N/A não apresenta funcionalidade.
A transmissão das medidas de temperatura e umidade relativa do ar do sensor
DHT11 para o microcontrolador, se inicia com uma sinalização de 40 bits, na sequên-
cia são transmitidos os valores de temperatura e umidade respectivamente, ambos
com comprimento de 16 bits, por fim são enviados 8 bits destinados a sequência de
31

Figura 10 – Sensor de temperatura e umidade do ar - DHT11

Fonte: (LIMA, 2017)

erros. Na IDE Arduino foi utililizada a biblioteca DHT.h, específica para leitura dessa
família de sensores, incluindo o sensor utilizado no projeto, possuindo as funções
de leitura de temperatura (readtemperature) e umidade relativa do ar (readHumidity )
(OLIVEIRA, 2017).

3.2.1 Conexões físicas

Na Figura 11 é mostrado um esquema elétrico representando as conexões


físicas entre os componentes. Foi utilizado uma protoboard, facilitando as conexões
entre o sensor DHT11 e a placa NodeMCU. Em paralelo aos pinos VCC e DATA foi
inserido um resistor pull-up, de 4,7𝑘Ω, limitando a corrente em um valor inferior ao
máximo suportado pela entrada da placa NodeMCU (12𝑚𝐴) (ELECTRONICS, 2020),
além de garantir que a mesma não ficará em um estado flutuante.

Figura 11 – Esquema elétrico

Fonte: Autoria própria (2021).


32

3.3 IMPLEMENTAÇÃO DO CÓDIGO DO NODEMCU NA IDE ARDUINO

Na IDE Arduino é possível programar o módulo do NodeMCU, bem como qual-


quer microcontrolador da família ESP8266, em sua grande maioria é possivel carregar
bibliotecas e exemplos de programas do Arduino neste microcontrolador. Para a pro-
gramação na IDE Arduino foi necessário fazer o download do ambiente para o desen-
volvimento, instalá-lo e realizar as configurações para a utilização da placa NodeMCU
(OLIVEIRA, 2017). Após todas as configurações de instalação do NodeMCU, foi reali-
zada a programação do mesmo. O Código foi estruturado em quatro segmentos:

• Cabeçalho, bibliotecas, definições e variáveis globais do código;

• Sequência de inicialização;

• Programa principal;

• Funções utilizadas no projeto.

A descrição do código elaborado se inicia com as bibliotecas utilizadas.

• <ESP8266WiFi.h> para a conexão do ESP8266 com a WiFi;

• <FirebaseArduino.h> para a conexão do NodeMCU com o banco de dados fire-


base;

• <DHT.h> para a leitura do sensor de umidade e temperatura;

• <WiFiUdp.h> para comunicação do processo de transmissão de informações;

• <TimeLib.h> para sincronismo de data e hora com o serviço de Network Time


Protocol( Protocolo de Tempo para Redes - NTP) da Internet;

• <ArduinoJson.h> para criação do JSON.

Em seguida foram realizadas as seguintes definições: a rede WiFi com sua se-
nha, a hospedagem da base de dados e sua chave de acesso, o modelo do sensor de
umidade e temperatura e o pino utilizado pelo sensor. A Figura 12 exibe o cabeçalho,
as bibliotecas e as definições do código.
Na sequência foram declaradas as variáveis globais do código, estando divi-
didas em :
33

Figura 12 – Definições do código do NodeMCU

Fonte: Autoria própria (2021).

• Variáveis do servidor NTP;

• Variáveis WiFi;

• Variável do sensor DHT11;

• Variável de sincronismo de horário;

• Variáveis de indicação de tempo para porta COM e Interface Web (data e hora);

• Variável do banco de dados;

• Variáveis de cálculos;

• Variáveis de funções.

A exibição individual da declaração de todas as variáveis do código, bem como


o programa completo pode ser observada no Apêndice A.
Na inicialização do sistema (setup) é iniciada a comunicação serial, em se-
guida a placa NodeMCU se conecta com a WiFi da rede local por meio da função
<WiFi.begin>, passando o SSID e a senha, na sequência é inicializado o protocolo
User Datagram Protocol (Protocolo de Datagramas - UDP) para o sincronismo com o
servidor NTP.br. Para a comunicação com o banco é iniciado o Firebase passando a
Uniform Resource Locator (Localizador Uniforme de Recursos - URL) e a chave do
Realtime Database e por fim o sensor DHT11 é ativado, conforme a Figura 13.
A etapa cíclica (loop) do código, programa principal, apresentada na Figura
14, é dividida em cinco funções. A primeira função, <atualizaTempo()>, utiliza a bi-
blioteca <TimeLib.h> para sincronizar o NodeMCU com o horário oficial de Brasília
34

Figura 13 – Inicialização do sistema

Fonte: Autoria própria (2021).

através do Network Time Protocol em conjunto com o código de exemplo <TimeNTP_-


ESP8266WiFi>, disponibilizado na IDE Arduino. O NTP.br, protocolo utilizado no pro-
jeto, é um serviço gratuito que permite a sincronização dos relógios dos dispositi-
vos conectados à Internet, como roteadores, computadores, servidores, equipamento
IoTs, entre outros, com o horário legal brasileiro (NTP.BR, 2020).

Figura 14 – Etapa cíclica: programa principal

Fonte: Autoria própria (2021).


35

A segunda função, exibida na Figura 15, <leituraSensor()>, é responsável pela


atualização da temperatura e umidade relativa do ar detectadas pelo sensor DHT11,
além de verificar se o mesmo se encontra operacional.

Figura 15 – Função <leituraSensor()>

Fonte: Autoria própria (2021).

Em seguida, a função <calculo()>, conforme a Figura 16, realiza os cálculos


da média e amplitude máxima da temperatura e umidade relativa do ar e o comparativo
para obtenção dos valores máximos e mínimos das variáveis medidas.

Figura 16 – Função <calculo()>

Fonte: Autoria própria (2021).

Após os cálculos, a função <comunicaSerial()>, envia os dados de aquisição,


temperatura e umidade atual, média, maxima, mínima e amplitude para a porta COM-
36

USB em conjunto com as variáveis de tempo (hora, minuto, segundo, dia, mês e ano),
quando o dispositivo estiver conectado em um computador com a IDE Arduino insta-
lada. A função <comunicaSerial()> pode ser observada na Figura 17.

Figura 17 – Função <comunicaSerial()>

Fonte: Autoria própria (2021).

A última função do código cíclico, <firebaseJson()>, presente na Figura 18,


transpõe os dados coletados e calculados para uma variável única do tipo objeto
JSON, que em seguida é enviados a cada ciclo de programa ao banco de dados
através da funções <Firebase.set> e <Firebase.push>. A primeira é responsável por
substituir os valores atuais, mantendo sempre a última medida, enquanto a segunda,
adiciona os valores na memória de armazenamento contínuo. Ao final da função é
realizado o tratamento de erros do Firebase, informando pela porta COM-USB se os
dados foram enviados com sucesso ou não ao banco de dados.
Por fim, o número de aquisição é incrementado e é realizado um delay de
tempo para a reinicialização do laço principal, sendo este, o tempo de amostragem
37

Figura 18 – Função <firebaseJson()>

Fonte: Autoria própria (2021).

das leituras das grandezas físicas abordadas no projeto.


Ao final do código estão programadas as funções utilizadas no decorrer do
projeto. Além das funções utilizadas na etapa cíclica, estão também as funções
<getNtpTime>, <digitalClockDisplay >, <printDigits> e <sendNTPpacket> as quais fa-
zem parte da função <atualizaTempo()>, utilizadas para o sincronismo de data e hora.

3.4 BANCO DE DADOS

O banco de dados Firebase Realtime Database é um BD hospedado na nu-


vem. Seu diferencial é o armazenamento e sincronismo em tempo real dos dados,
auxiliando desenvolvedores em aplicações web e móveis sem um servidor, possuindo
um sistema de autenticação e hospedagem (DATABASE, 2020). Além disso, possui
facilidade de conexão com os dispositivos Arduino, através da biblioteca <FirebaseAr-
duino>, conforme explicado na seção 3.3.
O Firebase Realtime Database possui dois tipos de serviços para a utilização,
38

o Plano Blaze (pago) e o Plano Spark (gratuito), o qual foi utilizado neste trabalho,
disponibilizando 1GB para armazenamento e hospedagem do conteúdo, após o pre-
enchimento do cadastro no site firebase.google.com.
Além de salvar os dados em tempo real, caso ocorra algum problema de perda
de conexão, o banco de dados sincroniza as alterações realizadas com as atualiza-
ções remotas que estavam sem conexão, realizando a combinação dos dados automa-
ticamente, ou seja, funcionando off-line. Seu armazenamento utiliza o formato JSON,
sendo um banco de dados não-relacional (NoSQL) (DATABASE, 2020), em que, a ma-
nipulação dos dados não ocorre de forma estruturada, dando liberdade à semântica
dos mesmos conforme a sitação, onde a leitura e escrita podem ser realizadas de
diferentes formas (COUCHBASE, 2020). O Realtime Database possui regras básicas
de segurança, podendo bloquear ou dar acesso a leituras e gravações dos dados.
Elas são mapeadas nas rules, presente na plataforma de gerenciamento do banco de
dados. Basicamente existem três regras, read, write e validate para leitura, escrita e
determinação da estrutura de dados, respectivamente.
A opção escolhida dentro do Firebase foi Realtime Database, após a criação
do projeto o Firebase cria uma chave secreta a qual foi utilizada para a conexão com
o NodeMCU e também pode ser utilizadas para outros projetos.
A árvore do projeto no Firebase foi estruturada da seguinte maneira: Um nó
pai foi criado pelo Firebase conforme a denominação do projeto de banco de dados
(tcc), na sequêcia é criado um nó com o nome da aplicação (nodemcu), seguido de
outros nós filhos de chaves associadas, cada chave criada pelo Firebase, possui as
informações finais enviadas pelo NodeMCU. As chaves são criadas seguindo a progra-
mação do objeto JSON do Arduino, fazendo com que os dados fiquem agrupados de
acordo com sua aquisição. Nas ultimas informações dessa árvore estão a temperatura
e umidade atual também enviadas, pelo NodeMCU, que, entretanto, substituem-se a
cada ciclo do código principal do ESP12E. Além disso, Realtime Database oferece a
opção de exportar um Json com todas informações salvas até o momento. A Figura
19 apresenta a estrutura da árvore de dados descrita.
39

Figura 19 – Árvore do projeto

Fonte: Autoria própria (2021).


40

3.5 INTERFACE WEB

Uma aplicação web pode auxiliar trazendo informações diretamente do banco


do dados, colaborando para o gerenciamento dos dados coletados e realizando anali-
ses de acordo com as necessidades dos usuários.
Para a interface web deste projeto foi utilizado o framework Bootstrap. Esse
framework possibilita o desenvolvimento de interfaces e sites responsivos utilizando
HTML, CSS e JS (BOOTSTRAP, 2020).
A interface do protótipo foi criada de forma descomplicada para que aten-
desse o objetivo deste trabalho, contendo duas páginas web. A primeira com o intuito
de apresentar as medidas atuais de temperatura e umidade relativa do ar e a segunda
com uma tabela de histórico contendo todas as informações coletadas e calculadas.
Assim foram criados, o <index.html> (primeira pagina: principal) e <tabela.html> (se-
gunda página: histórico), sendo a parcela front end do projeto, contendo a parte vísual
da aplicação, com imagens, valores organizados em tabelas e botões. Já os scripts,
<nodeMCU.js> e <script.js> ficam com a conectividade da interface com o banco de
dados, back end, trazendo as informações do Firebase e as atualizando-as sempre
que necesário na interface.
Para que haja interação entre interface de usuário e banco de dados, foi ne-
cessário realizar a conexão entre elas, atraves do script <nodeMCU.js>, foram adi-
cionado as informações do banco de dados de configuração, geradas pela própria
plataforma Realtime Firebase Database. A Figura 20, exibe as informações disponibi-
lizadas pelo Firebase inseridas no código back end da aplicação.

Figura 20 – Conexão com o banco de


dados Firebase

Fonte: Autoria própria (2021).


41

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O seguinte capítulo descreve os testes e os resultados do protótipo de medi-


ção de umidade e temperatura para os algoritmos descarregados no kit NodeMCU e
na interface de aplicação.
Ao todo foram realizados quatro experimentações, as três primeiras foram re-
alizadas em uma sala de ambiente de escritório, com 12,32𝑚2 , capacidade para até
seis pessoas e contendo um ar condicionado comercial com energia térmica de 9000
British Thermal Unit (Unidade Térmica Britânica - BTUs) com capacidade de aqueci-
mento e resfriamento como mostrado na Figura 21. O quarto experimento foi execu-
tado no salão principal de um Cyber Data Center localizado em Curitiba, onde estão
instalados os servidores de armazenamento de dados de diversas empresas.

Figura 21 – Sala dos experimentos

Fonte: Autoria própria (2021).

O primeiro teste, teve como objetivo validar o funcionamento do código em-


barcado e da montagem do hardware, além das inserções automáticas em tempo real
no banco de dados, junto com a exibição das medições na plataforma de usuário final.
Após a validação, a segunda e a terceira experimentação tiveram como enfoque a uti-
lização do protótipo como analisador das alterações das grandezas físicas, em que, o
equipamento de ar condicionado foi utilizado como aquecedor e resfriador respectiva-
42

mente. Para os testes 1, 2 e 3 o protótipo foi posicionado em uma mesa no centro da


sala, enquanto que para o experimento 4 o protótipo foi alocado próximo aos sensores
do Data Center. O tempo de aquisição para todas as experimentações foi definido em
aproximadamente um minuto.

4.1 EXPERIMENTO 1: VALIDAÇÃO DO PROTÓTIPO

O primeiro experimento que foi realizado teve como proposta a validação do


protótipo desenvolvido. Para isso, foram coletados 60 dados de temperatura pela placa
NodeMCU em conjunto com o sensor DHT11 e comparados com as leituras disponi-
veis no display do controle remoto do ar condicionado. Desta forma, foi verificado, con-
forme a Equação 1, o erro percentual (𝐸%) entre as medidas do protótipo (𝑇𝑝𝑟𝑜𝑡𝑜𝑡𝑖𝑝𝑜 )
com os valores do equipamento comercial (𝑇𝑎𝑟𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜 ). Os limites de aceitação fo-
ram estabelecidos em 7% para o erro percentual máximo (𝐸%𝑚𝑎𝑥 ) e 5% para o erro
percentual médio (𝐸%𝑚𝑒𝑑 ).

⃒ ⃒
⃒ 𝑇𝑝𝑟𝑜𝑡𝑜𝑡𝑖𝑝𝑜 − 𝑇𝑎𝑟𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜 ⃒
𝐸% = ⃒⃒ ⃒ * 100 (1)
𝑇𝑎𝑟𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜 ⃒

A tabela 3 exibe os valores de temperatura obtidos pelo protótipo e as leituras


do display do ar condicionado junto com o erro percentual individual de cada aquisição.
Já na tabela 4 estão apresentados os valores máximos, mínimos e médios das tem-
peraturas coletadas e dos erros percentuais calculados. Observa-se então, conforme
as expressões 3 e 4, que os erros percentuais máximo (𝐸%𝑚𝑎𝑥 ) e médio (𝐸%𝑚𝑒𝑑 )
calculados foram inferiores aos limites definidos. Além disso, foram apresentadas me-
didas com erro percentual nulo, mostrando que em dadas amostras os sensores da
placa NodeMCU e do equipamento de resfriamento mensuraram valores idênticos.
Conclui-se então, que o projeto desenvolvido tem suas medidas condizentes com um
equipamento disponivel comercialmente no mercado.

𝐸%𝑚𝑎𝑥 > 𝐸%𝑚𝑎𝑥𝑐𝑎𝑙𝑐 (2)

7,5% > 7,27%


43

Tabela 3 – Comparativo entre temperatura ar condicionado e temperatura protótipo


Aquisição Data Hora Temp. Ar Cond. ( ºC) Temp. Protótipo (ºC) Erro (%)
1 26/09/2020 09:30 22 23,5 6,82%
2 26/09/2020 09:31 22 23,6 7,27%
3 26/09/2020 09:32 23 23,8 3,48%
4 26/09/2020 09:33 23 23,9 3,91%
5 26/09/2020 09:34 23 24,1 4,78%
6 26/09/2020 09:35 23 24,3 5,65%
7 26/09/2020 09:36 23 24,4 6,09%
8 26/09/2020 09:37 23 24,5 6,52%
9 26/09/2020 09:38 24 24,6 2,50%
10 26/09/2020 09:39 24 24,5 2,08%
11 26/09/2020 09:40 24 24,3 1,25%
12 26/09/2020 09:41 24 24,1 0,42%
13 26/09/2020 09:42 24 23,9 0,42%
14 26/09/2020 09:43 24 23,6 1,67%
15 26/09/2020 09:44 23 23,3 1,30%
16 26/09/2020 09:45 23 23,1 0,43%
17 26/09/2020 09:46 23 22,8 0,87%
18 26/09/2020 09:47 23 22,7 1,30%
19 26/09/2020 09:48 23 22,4 2,61%
20 26/09/2020 09:49 23 22,1 3,91%
21 26/09/2020 09:50 22 21,9 0,45%
22 26/09/2020 09:51 22 21,7 1,36%
23 26/09/2020 09:52 22 21,6 1,82%
24 26/09/2020 09:53 22 21,4 2,73%
25 26/09/2020 09:54 22 21,3 3,18%
26 26/09/2020 09:55 22 21,2 3,64%
27 26/09/2020 09:56 21 21,1 0,48%
28 26/09/2020 09:57 21 21 0,00%
29 26/09/2020 09:58 21 20,9 0,48%
30 26/09/2020 09:59 21 20,8 0,95%
31 26/09/2020 10:00 21 20,6 1,90%
32 26/09/2020 10:01 21 20,5 2,38%
33 26/09/2020 10:02 21 20,4 2,86%
34 26/09/2020 10:03 21 20,2 3,81%
35 26/09/2020 10:04 21 20,2 3,81%
36 26/09/2020 10:05 21 20,1 4,29%
37 26/09/2020 10:06 21 20 4,76%
38 26/09/2020 10:07 21 20 4,76%
39 26/09/2020 10:08 21 19,9 5,24%
40 26/09/2020 10:09 21 19,9 5,24%
41 26/09/2020 10:10 21 19,9 5,24%
42 26/09/2020 10:11 20 19,8 1,00%
43 26/09/2020 10:12 20 19,7 1,50%
44 26/09/2020 10:13 20 19,6 2,00%
45 26/09/2020 10:14 20 19,6 2,00%
46 26/09/2020 10:15 20 19,6 2,00%
47 26/09/2020 10:16 20 19,7 1,50%
48 26/09/2020 10:17 20 19,8 1,00%
49 26/09/2020 10:18 20 20 0,00%
50 26/09/2020 10:19 20 20,1 0,50%
51 26/09/2020 10:20 21 20,2 3,81%
52 26/09/2020 10:21 21 20,5 2,38%
53 26/09/2020 10:22 21 20,8 0,95%
54 26/09/2020 10:23 21 21,1 0,48%
55 26/09/2020 10:24 21 21,3 1,43%
56 26/09/2020 10:25 21 21,6 2,86%
57 26/09/2020 10:26 22 22 0,00%
58 26/09/2020 10:27 22 22,3 1,36%
59 26/09/2020 10:28 22 22,7 3,18%
60 26/09/2020 10:29 22 23 4,55%

Fonte: Autoria própria (2021).


44

Tabela 4 – Cálculo de erros


Temp. Ar Condiconado ( ºC) Temp. Protótipo (ºC) Erro (%)
Mínima 20 19,6 0,00%
Máxima 24 24,6 7,27%
Média 21,75 21,69 2,59%
Fonte: Autoria própria (2021).

𝐸%𝑚𝑒𝑑 > 𝐸%𝑚𝑒𝑑𝑐𝑎𝑙𝑐 (3)

5% > 2,59%

Em paralelo as inserções dos dados no Firebase a placa microprocessada


também envia informações através da interface de monitoramento da comunicação
serial com o computador. Nesta interface estão disponiveis as informações de co-
nexão com a rede WiFi, endereçamento IP, inicialização UDP e sincronismo com o
servidor NTP, além das medições e cálculos das variáveis abordadas neste projeto.
Este meio de visualização está apenas disponível quando o protótipo está conectado
a um computador com a IDE Arduino instalada e com sua função de monitoramento
ativa, logo esta interface não é indicada ao usuário final, mas sim, aos mantenedores
do sistema. A Figura 22 apresenta o resultado da função descrita.
O projeto em questão apenas necessita da conexão com o notebook na pri-
meira vez que utilizado, pois é necessário o descarregamento do algoritmo para a
placa. Na utilização restante do protótipo é necessário que o mesmo apenas se en-
contre energizado.
Como resultado deste experimento, observa-se também a inserção dos valo-
res medidos e calculados no Realtime Database. A Figura 23 exibe a sequência de
adição dos dados referentes a décima segunda aquisição. Inicialmente em (a) verifica-
se o banco de dados contendo 11 aquisições, na sequência em (b), é exibido o mo-
mento em que os dados da aquisição 12 foram inseridos automaticamente pela placa
NodeMCU, apresentando-os na cor verde. Por fim em (c), os valores passam para a
cor cinza, informando que os dados foram salvos corretamente.
Com o hardware adquirindo medições validadas e as transmitindo em tempo
real para o banco de dados, foi realizado o teste da aplicação web. Na Figura 24,
é possível perceber essa retransmissão de valores de forma organizada, em que, o
banco de dados (a) apresentou os valores de temperatura (24,1) e de umidade (62),
45

Figura 22 – Comunicação serial

Fonte: Autoria própria (2021).

e a aplicação (b) os replicou, melhorando a visíbilidade para o usuário final. No index


são exibidos a logo da UTFPR, o títuto do trabalho de conclusão do curso, as variáveis
de temperataura e umidade atuais e um botão com link para o histórico de medidas.
No histórico de medidas, além do cabeçalho, é apresentada uma tabela com
os dados de aquisição, temperatura, umidade, temperatura maxima, tempertaura mi-
nina, umidade maxima, umidade minima, amplitude de temperatura, amplitude de umi-
dade, data e hora.
Conforme as aquisições vão sendo adicionadas no Firebase, a tabela de histó-
rico insere linhas de maneira automatica com os dados já organizados, possibilitando
que o usuário acompanhe a evolução das grandezas fisicas e calculadas através do
tempo. As Figuras 25 e 26 expõem os resultados da aplicação web (medidas atuais e
histórico de dados) para a décima segunda aquisição.
46

Figura 23 – Inserção no Firebase: (a) Banco de dados antes da


aquisição 12, (b) Momento de inserção da aquisi-
ção 12, (c) Dados da aquisição 12 salvos

Fonte: Autoria própria (2021).

Figura 24 – Retransmissão de valores: (a) Valor atual no banco


de dados (b) Valor atual organizado pela Interface

Fonte: Autoria própria (2021).

Figura 25 – Página principal

Fonte: Autoria própria (2021).


47

Figura 26 – Página de histórico

Fonte: Autoria própria (2021).

4.2 EXPERIMENTO 2: ANÁLISE DE TEMPERATURA E UMIDADE DO AR DO AM-


BIENTE COM O AR CONDICIONADO NO MODO AQUECEDOR

Com o hardware validado, código embarcado, banco de dados operando e in-


terface de usuário em funcionamento, foi realizada a segunda experimentação. Este
experimento teve como proposta a aplicabilidade do projeto a fim de verificar o com-
portamento das grandezas de umidade relativa do ar e de temperatura com o aparelho
de ar condicionado operando no modo aquecedor e agora com o protótipo apenas li-
gado a rede de energia elétrica.
Os dados foram coletados em uma noite típica de frio para a região de localiza-
ção dos testes, em que a temperatura ambiente estava próxima aos 16o C. A sequência
do experimento foi realizada da seguinte forma: após 30 aquisições do ínicio do mo-
nitoramento, aproximadamente 30 minutos, foi definido o setpoint de temperatura do
aparelho de ar condicionado em 24o C, em seguida foi verificado pela interface web o
tempo exigido para a temperatura da sala atingir a temperatura desejada. Logo após
a indicação da temperatura definida pelo sensor presente na placa NodeMCU, o equi-
pamento foi desligado e assim foi monitorado o tempo necessário para o retorno da
temperatura ambiente ao valor inicial.
48

Desta forma, observa-se na Tabela presente no Apêndice B que as aquisições


começaram às 19:30, exibindo uma oscilação de 1o 𝐶 até a inicialização do aquece-
dor, neste instante, 20:00, a aplicação web indicava que a sala se encontrava com
16o 𝐶. Aproximadamente após seis minutos do inicio do aquecimento, a temperatura
já havia sido elevada em 1o 𝐶, indicando a atuação do aparelho, pois em um tempo
cinco vezes menor reproduziu a amplitude térmica registrada com o aquecedor desli-
gado. Às 21:16, uma hora e dezesseis minutos após o acionamento do dispositivo, o
protótipo apresentou a temperatura pretendida de 24o 𝐶. Com os integrantes da sala
devidamente confortáveis termicamente o equipamento foi desligado e a temperatura
naturalmente retornou ao estado inicial, cerca de 16o 𝐶, contudo necessitando de um
tempo próximo a seis horas, totalizando as 450 aquisições desde o começo do expe-
rimento.
Para a umidade observa-se uma relação semelhante, entretanto inversamente
proporcional, ou seja, enquanto a temperatura se eleva, a umidade relativa do ar dimi-
nui. Evidência-se isto durante o intervalo de tempo do ínicio do teste com o aquecedor
desligado, em que a umidade variou entre 74% e 78%. Posteriormente ao aciona-
mento do dispositivo, a umidade relativa do ar sofreu um decréscimo até 55%, mo-
mento em que o equipamento foi desligado, chegando ao valor mínimo de 53% às
21:32, acompanhando a inércia térmica do ambiente. A partir deste instante a umi-
dade relativa do ar voltou a aumentar em conformidade com a diminuição da tempera-
tura, chegando ao fim do experimento com um valor de 73%, extremamente próximo
a umidade em que o ambiente se encontrava na origem.

4.3 EXPERIMENTO 3: ANÁLISE DE TEMPERTURA E UMIDADE DO AR DO AMBI-


ENTE COM O AR CONDICIONADO NO MODO RESFRIADOR

Dando sequência aos experimentos, foi realizado o terceiro teste, com uma
proposta inversa ao segundo, agora em uma tarde típica de calor com temperatura
ambiente próxima aos 24o C, a experimentação teve como propósito resfriar o ambi-
ente. Para isso, o setpoint definido no display do ar condicionado ficou 18o C, sendo
esta, a menor temperatura disponível pelo equipamento. Igualmente ao experimento
dois o aparelho de ar condicionado só foi ligado após 30 aquisições do inicio do mo-
nitoramento (30 minutos) e foi desacionado próximo ao valor desejado. Monitorando
49

assim os tempos necessários para o ar condicionado fornecer a temperatura desejada


e para o ambiente retornar a sua temperatura inicial naturamente.
Deste modo, verifica-se, no Apêndice C, que as aquisições se iniciaram às
14:00, tendo como valor de temperatura 23,6o C, apresentando uma baixa oscilação
até o momento de inicialização do resfriamento (0,2o C). Após nove minutos do aciona-
mento do equipamento, a temperatura havia baixado 1o C e passado aproximadamente
uma hora e vinte minutos a temperatura fico oscilando entre 19,5o C e 19,2o C, sendo
esta temperatura mais baixa registrada e mais próxima do valor definido, expondo a
saturação do disposito resfriado. Às 16:30 o ar condicionado foi desligado e apenas 45
minutos depois a temperatura havia retornado ao seu estado inicial, totalizando 208
aquisições.
A umidade relativa do ar, teve um comportamento diferente em relação ao ex-
perimento anterior, neste teste apresentou pouca variação, tanto para os instantes em
que o ar condicionado estava ligado, bem como nos momentos nos quais o aparelho
encontrava-se desligado. Assim, a umidade relativa do ar média foi de 45% , enquanto
seus valores máximo e mínimo foram de 50% e 42% respectivamente, produzindo as-
sim a amplitude máxima de 8%.
Portanto, analisando os dois experimentos de aplicabilidade do projeto, foi
possível constatar que o tempo de esforço necessário para o equipamento atingir um
setpoint, tanto no modo aquecedor, como no modo resfriador, foi próximo. Contudo
houve uma diferença considerável para o tempo de retorno da temperatura, sendo
maior quando o ambiente foi aquecido. Já para a umidade relativa do ar, foi verificado
que ao utilizar o ar condionado como aquecedor, a mesma apresentou uma relação
inversa com a temperatura, enquanto para o modo de resfriamento, a umidade teve
pouca variação.

4.4 EXPERIMENTO 4: COMPARATIVO DE TEMPERATURA DATA CENTER X PRO-


TÓTIPO

O ultimo experimento, realizado em um Cyber Data Center, teve como fina-


lidade a comparação entre um produto comercializado com o protótipo deste projeto
em um ambiente funcional, monitorando alterações de temperaturas com o objetivo
de garantir a segurança física dos equipamentos instalados. O sensor utilizado pelo
50

Data Center é um transdutor de temperatura da fabricante TMN Technologies, modelo


TMP-03. O transdutor TMP-03 é voltado para o monitoramento predial, possui um dis-
play em seu design para visualização local da temperatura e também disponibiliza
os dados remotamente pela porta serial RS-485 através do protocolo ModBUS-RTU
ou por sua saída analógica de 0-5V, sua faixa de medição está entre −10o 𝐶 a 60o 𝐶
(±0,5%) (TECHNOLOGIES, 2021).
O experimento foi realizado em quatro áreas distintas do salão do Cyber Data
Center, comparando as amostras coletadas pelo protótipo com quatro sensores distri-
buídos nesses locais. Ao todo o teste teve a duração de duas horas, com o protótipo
instalado próximo a cada transdutor pelo intervalo de trinta minutos. A Tabela presente
no Apêndice D apresenta o número, a data e o horário da aquisição das amostras de
temperatura do equipamento do Cyber e do protótipo desenvolvido, além do erro per-
centual calculado. A Tabela 5 exibe os valores máximos, mínimos e médios para as
temperaturas coletadas e os erros calculados.

Tabela 5 – Cálculo de erro Cyber X protótipo


Temp. Cyber ( ºC) Temp. Protótipo (ºC) Erro (%)
Mínima 17,50 17,90 0,00%
Máxima 20,50 21,20 6,00%
Média 18,66 18,89 2,81%
Fonte: Autoria própria (2021).

Desta forma, foi possível perceber que as aquisições do sensor do protótipo


ficaram próximas das medias dos sensores do Data Center, muitas vezes até se igua-
lando, apresentando um erro percentual máximo de 6% e um erro percentual médio de
2,81%, estando abaixo dos respectivos limiares de 7% e 5% estabelecidos no primeiro
experimento, mostrando assim que o trabalho elaborado apresentou resultados satis-
fatórios quando comparado com um instrumento de medição específico para controle
térmico de ambientes.
51

5 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS FUTURAS

O presente capítulo aborda os possíveis aprimoramentos que podem ser apli-


cados ao protótipo em futuro trabalhos, bem como exemplos de utilização do protótipo
na esfera da UTFPR.

5.1 CONCLUSÃO

A partir dos resultados obtidos pelos experimentos apresentados na seção 4,


foi constatado pelo Experimento 1 e 4 que o projeto desenvolvido teve a sua função
certificada, visto que os dados adquiridos apresentaram valores satisfatórios quando
comparados com medidas de um equipamento difundido comercialmente, enquanto
que nos Experimentos 2 e 3 o protótipo foi aplicado em um ambiente real, coletando
medidas e as tratando de maneira matemática e visual, possibilitando análises quan-
titativas e comparativas para o uso do aparelho de ar condicionado nos modos quente
e frio. Ou seja, o protótipo demonstrou eficácia tanto no seu conceito operacional bem
como na sua utilização como ferramenta de avaliação.
Com a elaboração deste trabalho em conjunto com as validação dos experi-
mentos de funcionabilidade e aplicabilidade, conclui-se que os objetivos geral e espe-
cíficos foram alcançandos, resultando em um projeto contendo um protótipo capaz de
realizar medições e cálculos de temperatura e umidade relativa do ar, armazenando
as informações em um banco de dados em tempo real na nuvem e disponibilizando os
dados de maneira clara e organizada para usuários finais por meio de uma interface
web.
Com isso, o presente trabalho disponibiliza um equipamento que pode ser
utilizado como instrumento de ensino para os discentes de Tecnologia em Análise e
Desenvolvimento de Sistemas, possibilitando futuros projetos de aprimoramentos do
protótipo, ou projetos em que o dispositivo pode ser usado como uma ferramenta de
coleta de dados, ou ainda contribuindo com a infraestrutura, segurança e eficiência
energética da UTFPR.
52

5.2 MELHORIAS E APLICAÇÕES DO PROJETO

No decorrer do processo de experimentos foram observadas algumas oportu-


nidades de melhorias para as próximas versões do protótipo, podendo ser implemen-
tadas em trabalhos de conclusão de curso futuros, entre elas estão:

• Solda dos componentes de hardware;

• Desenvolvimento de uma placa de circuito impresso e invólucro para o protótipo;

• Conexão de um display LCD para exibição local das varíaveis;

• Incremento de intrefaces com redes industriais;

• Adição de mais sensores DHT11 em vários pontos da sala;

• Criação de alertas de falhas da placa nodeMCU do banco de dados na interface


web;

• Implementação de alarmes nas saídas digitais da placa microcontrolada, acio-


nando LEDs, buzinas e outros dispositivos para valores de temperatura ou umi-
dade abaixo ou acima de limites definidos;

• Envio automático de e-mails e SMSs para os usuários finais;

• Implementação de um site permanente, adicionando domínio e hospedagem;

• Adição de cálculos estátisticos como, moda, variancia, desvio padrão, entre ou-
tros;

• Incremento de filtros de data e hora para a tabela de histórico e a disponibilização


dos dados de maneira gráfica.

Em seguida são apresentadas algumas aplicações em que o protótipo desen-


volvido pode auxiliar no ambiente da UTFPR:

• Utilização do protótipo como integrante de um projeto de automação predial,


fazendo parte de um sistema de sensores e atuadores conectados via WiFi (IoT);

• Utilização do protótipo para fornecimento de informações para um projeto de


analise de dados (Big Data);
53

• Otimização do uso de energia elétrica em equipamentos de ar condicionado em


laboratorios, salas de aula e ambientes comuns;

• Monitoramento de temperaturas críticas, como exemplo, sala de servidores e


estufas dos laboratórios de química, bioprocessos e alimentos.

• Variáveis de indicação de tempo para porta COM e Interface web (data e hora);

• Instalação do protótipo em ambientes com risco de incêndio como exemplo bibli-


oteca e salas de arquivos de documentos;

• Auxílio na pesquisa e desenvolvimento de projetos nas disciplinas que abordam


os conteúdos de transferência de calor;

• Auxílio em projetos de dimensionamento de dissipadores de calor de equipa-


mentos eletro-eletronicos, como desktops, racks de servidores, painéis eletricos,
entre outros.
54

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APÊNDICES
61

APÊNDICE A – CÓDIGO ARDUINO


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APÊNDICE B – TABELA AR CONDICIONADO NO MODO AQUECEDOR


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APÊNDICE C – TABELA AR CONDICIONADO NO MODO RESFRIADOR


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APÊNDICE D – TABELA CYBER DATA CENTER X PRÓTOTIPO


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88

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