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Júri
Presidente: Prof. Doutor Paulo Miguel de Araújo Borges Montezuma de Carvalho
Arguente: Prof. Doutor Rui Miguel Amaral Lopes
Vogal: Prof. Doutor João Pedro Abreu de Oliveira
Fevereiro, 2020
Plataforma IoT Multi-sensor para Monitorização Integrada de Materiais PCM
Este documento foi gerado utilizando o processador (pdf)LATEX, com base no template “novathesis” [1] desenvolvido no Dep. Informática da FCT-NOVA [2].
[1] https://github.com/joaomlourenco/novathesis [2] http://www.di.fct.unl.pt
Para Orlando Ferreira
Ag r ad e c i m e n t o s
A todos,
Muito Obrigado!
vii
"The most important thing is to keep the most important thing
the most important thing."
- Donald P. Coduto
Resumo
xi
A b s t r ac t
Energy efficiency is a concept of great relevance today due to the current economic, energy
and environmental crisis. What was once a good efficiency factor may no longer be, so it
is necessary to research and implement new methods to improve the energy efficiency of
equipments. That said, it is intended with the implementation of phase change materials
to make this improvements, by storing the heat generated in a more practical and efficient
way using properties of thermal energy storage, however to determine if the implementa-
tion of these materials is indeed beneficial, it is essential to design a monitoring system
capable of providing the necessary metrics for calculating the energy performance of the
equipment before and after the introduction of PCM.
In this sense, this dissertation intends to carry out the projection and initial imple-
mentation of a multi-sensor internet of things platform for the integrated monitoring of
PCM. This platform is intended to be: versatile and modular, in order to accommodate
the largest number of systems that can be equipped with PCM; reconfigurable, so that it
is possible to establish communication to the IoT platform in various environments and
that the obtained metrics are adapted to the monitored system; finally, it is intended that
the platform has the ability to store and display data in a simple way to facilitate further
analysis.
The results obtained demonstrate that the implemented platform has a remarkable
performance, having the necessary stability to be active for long periods of time and an
accuracy similar to that verified in equipments commonly used in the industry. However,
it was found that, by changing the physical operating conditions, the system could behave
irregularly, however, it is possible to greatly improve the performance of the system in a
second iteration, thus allowing the monitoring of virtually any equipment.
Keywords: Energy efficiency, Phase Change Materials, Thermal Energy Storage, Internet
of Things, Monitoring, Multi-Sensor.
xiii
Índice
Listagens xxiii
Siglas xxv
1 Introdução 1
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Objectivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.3 Estrutura do Documento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
xv
ÍNDICE
4 Resultados Experimentais 51
4.1 Validação da plataforma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.1.1 Cenário 1 - Teste controlo utilizando uma carga conhecida. . . . . 51
4.1.2 Cenário 2 - Monitorização do funcionamento de um frigorífico com-
binado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
4.1.3 Cenário 3 - Monitorização do funcionamento de um jarro elétrico 64
4.1.4 Cenário 4 - Monitorização de uma chocolateira industrial . . . . . 66
4.2 Ensaio em equipamento com materiais PCM . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
4.2.1 Casos de estudo e montagem do sistema para o ensaio . . . . . . . 72
4.2.2 Análise dos dados obtidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Bibliografia 81
xvi
L i s ta d e Fi g u r a s
xvii
L I S TA D E F I G U R A S
xviii
L I S TA D E F I G U R A S
4.18 Esquerda para a direita: mistura de chocolate e leite, PCM (S34) encapsulado
e PCM (S34) aplicado na chocolateira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
4.19 Ensaio de controlo utilizando água e uma mistura de chocolate e leite. Carga
e descarga com armazenamento térmico sensível. . . . . . . . . . . . . . . . . 74
4.20 Ensaio utilizando PCM e uma mistura de chocolate e leite.Carga e descarga
com armazenamento térmico latente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
xix
L i s ta d e Ta b e l a s
xxi
L i s tag e n s
xxiii
Siglas
xxv
SIGLAS
xxvi
Capítulo
1
I n t r o d u ç ão
1.1 Motivação
Nos tempos de crise económica, energética e ambiental a Conservação Energética e Efici-
encia (CEE) são conceitos chave para o sector energético [1]. Os combustíveis fosseis têm
vindo a servir e cumprir todas as necessidades humanas ao longo desta era, no entanto,
ao mesmo tempo causaram os danos ambientais que vieram a levar aos mais emergentes
problemas ambientais com os quais lidamos. Sendo assim, é necessário desenvolver méto-
dos que visam o melhoramento da eficiência energética, de maneira a que a energia não
seja consumida de uma maneira irresponsável e com desperdício.
Com o intuito de dar mais um passo em direção à conservação e eficiência energé-
tica, esta dissertação focar-se-á na criação de uma plataforma Internet of Things (IoT)
multi-sensor para monitorização de sistemas que façam uso de Phase Change Materials
(PCM), sendo que a utilização desses mesmos materiais em sistemas térmicos é uma das
soluções com maior potencial na conservação e utilização eficiente de energia térmica,
nomeadamente o calor latente.
PCMs são substâncias que libertam ou absorvem energia (calor latente e sensível) no
processo de mudança de fase, de modo a fornecer um aquecimento ou arrefecimento de
uma maneira mais eficiente. Calor pode ser armazenado na forma de calor sensível e ou
latente. O armazenamento de calor latente é normalmente usado com transições de fase
sólido-liquido devido a limitações volumétricas das instalações [2].
1.2 Objectivos
Esta dissertação terá como objetivos principais os seguintes pontos:
1
CA P Í T U LO 1 . I N T R O D U ÇÃO
Gostaria também de se mencionar que este trabalho foi possível, em parte, pela colabo-
ração da empresa METALOGONDE Indústria Metalomecânica Lda. a quem se agradece
a contribuição para o protótipo experimental.
• Introdução;
• Resultados Experimentais;
2
1 . 3 . E S T R U T U R A D O D O C U M E N TO
sensores que se destacam no âmbito da monitorização, para que possam ser utilizados no
sistema a implementar.
O capitulo Projeto da Arquitetura e do Sistema de Monitorização para PCM, con-
siste na explicação das decisões tomadas para a criação da arquitetura e para a escolha,
dimensionamento e implementação dos diferentes sensores,MCU e plataformas IoT dis-
poníveis.
De seguida, no capitulo Resultados Experimentais, são introduzidos os diversos ce-
nários utilizados para o teste de características especificas do sistema de monitorização
implementado. Estes cenários focam-se primeiramente no teste do sistema de monitori-
zação em si, avaliando a precisão dos dados obtidos e a estabilidade de funcionamento
em longos períodos de monitorização. Por fim, serão efetuados ensaios experimentais
onde se pretende testar o funcionamento de um equipamento que utilize armazenamento
térmico latente. Após determinado o seu perfil de funcionamento, esse mesmo equipa-
mento foi equipado com PCM, passando efetivamente para um armazenamento térmico
sensível. Tendo um ponto de comparação os perfis de funcionamento são comparados, de
modo a determinar os benefícios e desvantagens da utilização de materiais PCM para o
armazenamento térmico.
Por fim, no capitulo Conclusões e Trabalhos Futuros, é averiguado se foi possível
corresponder ás características de implementação desejadas e é formulada uma conclu-
são à cerca de todo o trabalho desenvolvido, apresentando no final alternativas, desde
otimizações ao sistema desenvolvido, até novas implementações de serviços e funções que
se consideram úteis para o desenvolvimento de uma ferramenta capaz de ser utilizada
em todo o tipo de equipamentos, condições e funções.
3
Capítulo
2
R e v i s ão da L i t e r at u r a e Fu n da m e n t o s
Te c n o l ó g i c o s
Para que se entenda realmente o que é calor latente e sensível é necessário primeiro
compreender o conceito de calor, mais propriamente, energia térmica. Para tal, é habitual
fazer uma pequena analogia entre o conceito de trabalho e energia cinética.
5
CA P Í T U LO 2 . R E V I SÃO DA L I T E R AT U R A E F U N DA M E N TO S T E C N O LÓ G I CO S
1 Transformação termodinâmica que ocorre a temperatura constante num sistema fechado, sistema este
que permite trocas de energia com o exterior, mas não de matéria.
6
2 . 2 . A R M A Z E N A M E N TO D E E N E R G I A T É R M I CA
Calor armazenado
Temperatura
latente Sensível
Tf usao
Sensível
Calor armazenado
• Armazenamento de calor nas horas de baixa tarifa eléctrica, para uso posterior em
horas de tarifa alta;
7
CA P Í T U LO 2 . R E V I SÃO DA L I T E R AT U R A E F U N DA M E N TO S T E C N O LÓ G I CO S
Com base nas propriedades de mudança de fase dos materiais, a tipificação é composta
por três categorias distintas: PCMs sólido-sólido, PCMs sólido-liquido e PCMs liquido-
gás. Dentro da categoria sólido-liquido encontram-se os PCMs mais adequados para TES.
Nesta categoria, sólido-liquido, encontram-se três grupos distintos de PCMs os orgânicos,
inorgânicos e eutécticos [10]. Na figura 2.3 é possível observar um diagrama que organiza
os diferentes tipos de PCMs bem como o material constituinte.
PCM
Composto à Orgânico-
Hidratos de Sal
base de parafina Orgânico
Composto Orgânico-
Metais
sem parafina Inorgânico
Inorgânico-
Inorgânico
8
2 . 3 . M AT E R I A I S D E M U DA N ÇA D E FA S E ( P CM )
• Fusão Congruente: Dada uma temperatura especifica (Tf us ) é possível que estes ma-
teriais fundão e solidifiquem sem que exista uma segregação de fase ou degradação
do seu ∆Hf us ;
• Fusão Incongruente: Ocorre quando o sal não é inteiramente solúvel na água. Existe
elevada segregação de fase;
Na figura 2.4 é possível verificar que o PCM ao receber calor inicia o processo de fusão e
ao emitir calor inicia o seu processo de solidificação.
9
CA P Í T U LO 2 . R E V I SÃO DA L I T E R AT U R A E F U N DA M E N TO S T E C N O LÓ G I CO S
temperaturas de fusão e estão ausentes de super-arrefecimento2 . Ver tabela 2.1 para mais
detalhes.
As parafinas utilizadas como PCM para TES são normalmente mencionadas como ceras de
parafina, compostas maioritariamente por uma cadeia de n-alcanos em linha. É necessário
salientar que ceras de parafina puras são bastante dispendiosas e apenas ceras de parafina
de grau técnico devem ser utilizadas como PCM [11]. De acordo com [13], ao aumentar a
cadeia de alcanos, a temperatura de fusão(Tf us ) aumenta. Na tabela 2.2, encontram-se a
Tf us e ∆Hf us em função do numero de átomos que compõem a cadeia.
É dentro desta categoria que se encontra a maior quantidade de PCMs com as mais
diversas propriedades físicas e químicas. Estes compostos, à semelhança dos compostos
à base de parafina (em 2.3.1.1) são inflamáveis e possuem uma baixa condutividade
2 Estado particular de um material que se encontra liquido enquanto a sua temperatura é inferior à
temperatura de congelamento.
10
2 . 3 . M AT E R I A I S D E M U DA N ÇA D E FA S E ( P CM )
térmica, ver tabela 2.1 para mais detalhes. Estes compostos podem ser consequentemente
divididos nas seguintes categorias:
• Ácidos Gordos: Possuem um elevado calor latente de fusão (∆Hf us ) comparável aos
valores das ceras de parafina e apresentam um comportamento estável aquando da
fusão e solidificação, estando também ausentes de super-arrefecimento. No entanto
possuem a desvantagem de serem 2-2.5 vezes mais dispendiosos que as ceras de
parafina de grau técnico e são ligeiramente corrosivos [14]. Na tabela 2.3, é possível
observar Tf us e ∆Hf us em função do numero de átomos que compõem a cadeia.
11
CA P Í T U LO 2 . R E V I SÃO DA L I T E R AT U R A E F U N DA M E N TO S T E C N O LÓ G I CO S
reduzida [13].
2.3.2.1 Metálicos
Apesar de serem raramente utilizados na maioria das aplicações, existem condições e apli-
cações especiais onde se torna vantajoso o uso destes PCMs, nomeadamente em condições
onde o espaço de trabalho é reduzido, (e.g. no campo da Astronáutica). Estes materiais
são assim utilizados, pois possuem um calor latente de fusão por unidade de volume e
condutividade térmica superior aos outros tipos de PCMs [14]. Na tabela 2.5, é possível
ver uma lista de PCMs e as suas características.
Tabela 2.5: Características de metais. (Adaptado de [14]).
É nesta categoria que se encontram os PCMs mais conhecidos e mais estudados. Estes
compostos, caracterizados pela formula química AB · nH2 O (AB representa um sal inorgâ-
nico), são ligas de sais inorgânicos e água [13, 16]. Além das características descritas na
tabela 2.1, estes materiais possuem também:
• Toxicidade ligeira.
Aquando da fusão existem três comportamentos que podem ser esperados por estes ma-
teriais: fusão congruente, fusão incongruente e fusão semi-congruente. Uma explicação
destes tipos de comportamentos encontra-se na secção 2.3.
A tabela 2.6, resume as características dos hidratos de sal pertencentes à categoria dos
materiais inorgânicos.
12
2 . 4 . M É TO D O S D E I N CO R P O R AÇÃO D E P CM S
2.3.3 Eutécticos
Um material eutéctico é uma composição de dois ou mais componentes. Sendo que, cada
um destes materiais possui propriedades congruentes na fusão e solidificação, formando
uma mistura de cristais no momento da cristalização [17].
Adicionalmente, estão ausentes de segregação de fase e possuem uma temperatura de
fusão bastante regular. Sendo esta, um pouco inferior à temperatura de fusão dos materi-
ais de que é constituído o PCM, a esta temperatura chama-se "temperatura eutéctica" [7,
14]. Na tabela 2.7, encontram-se alguns materiais eutécticos e as suas características.
13
CA P Í T U LO 2 . R E V I SÃO DA L I T E R AT U R A E F U N DA M E N TO S T E C N O LÓ G I CO S
14
2 . 4 . M É TO D O S D E I N CO R P O R AÇÃO D E P CM S
2.4.1 Aplicações
Em adição às propriedades descritas nas secções anteriores e de acordo com [19], existem
duas características chave que fazem com que a indústria procure a implementação de
PCM nos seus sistemas. Estas características são: a capacidade de estabilizar termicamente
um sistema, reduzindo assim variações de temperatura do sistema e a capacidade de
armazenar energia calorifica. Posto isto, destacam-se assim as seguintes aplicações de
PCM na indústria:
15
CA P Í T U LO 2 . R E V I SÃO DA L I T E R AT U R A E F U N DA M E N TO S T E C N O LÓ G I CO S
• Segurança remota;
16
2.5. INTERNET OF THINGS PARA A MONITORIZAÇÃO INTEGRADA DE SISTEMAS
Qualidade Arquitectura
Custo
e Confia- e esca-
Beneficio
bilidade lamento
Nó de Pro-
Eficiência
cessamento IoT
Energética
Local
Comunicação
Segurança Nó sensorial com/sem
fios
transmitir dados. Na figura 2.7, está presente um diagrama com diferentes conceitos, que
podem ou devem, estar presentes numa aplicação IoT.
De modo a obter um nó IoT operacional, é necessário projectar uma arquitectura que
se adeque ao projecto em questão. Para tal, é necessário a utilização de diversos módulos,
cada um com uma função especifica, para que o objectivo final seja alcançado. De entre
esse módulos, estão alguns como:
• MCU ou micro-controlador;
• Módulos de comunicação;
• Módulos de Sensores;
2.5.1 Micro-Controladores
17
CA P Í T U LO 2 . R E V I SÃO DA L I T E R AT U R A E F U N DA M E N TO S T E C N O LÓ G I CO S
• Arduino;
• ESP;
• Psoc.
• Raspberry Pi;
2.5.1.1 Arduino
18
2.5. INTERNET OF THINGS PARA A MONITORIZAÇÃO INTEGRADA DE SISTEMAS
2.5.1.2 ESP32
O Programmable System-on-Chip (PSoC) presente na figura 2.10, foi criado nos Estados
Unidos da América pela Cypress Semiconductor em 2002. Com a ajuda de um desafio, PSoC
Design Challenge, patrocinado na revista Circuit Cellar, começou a ser comercializado em
quantidades elevadas.
19
CA P Í T U LO 2 . R E V I SÃO DA L I T E R AT U R A E F U N DA M E N TO S T E C N O LÓ G I CO S
Na figura 2.11 é possível observar o diagrama de blocos do PSoC 5lP, mais espe-
cificamente da familia CY8C58LP. Onde é possível observar que o MCU se encontra
dividido em quatro secções contendo grupos específicos de blocos que se encontram
inter-conectados por um barramento de sistema. Estas quatro secções são:
• Recursos gerais do sistema: Esta secção engloba dois blocos distintos, o primeiro
é responsável pela geração das diferentes frequências de clock do sistema, estando
o mesmo equipado com um gerador variável de clock interno projectado para alta
estabilidade e precisão. O segundo é responsável pela regulação da tensão de alimen-
tação, podendo ser alimentado com tensões desde 0,5V até 5V, devido à utilização
conversor de tensão síncrono em modo boost;
• Sistema analógico: Tem como função o roteamento de sinais analógicos para inte-
rior e exterior do dispositivo através de um barramento analógico. Adicionalmente,
contem todos os periféricos analógicos do MCU, sendo os mais relevantes um ADC
sigma-delta configurável até 20bits e 2 do tipo SAR com uma capacidade de 12bits;
20
2.5. INTERNET OF THINGS PARA A MONITORIZAÇÃO INTEGRADA DE SISTEMAS
Figura 2.11: Diagrama de blocos PSoC 5Lp, famila CY8C58LP. (Adaptado de [25]).
Em suma, o PSoC está munido de um processador 32bits ARM Cortex-M3 com uma
frequência até 80MHz, com imensos componentes e recursos à sua disposição, desde
Digital to Analog Converter (DAC), filtros, Operational Amplifier (OpAmp), Real Time Clock
(RTC), Interfaces do comunicação, entre outros. Por fim, à semelhança do Arduino, o PSoC
possui um IDE próprio com o nome de PSoC Creator onde é possível tomar partido de
todas as funcionalidades oferecidas pelo PSoC.
2.5.1.4 Raspberry Pi
O Raspberry Pi (figura 2.12), apesar não ser um micro-controlador encontra-se nesta sub-
secção, visto que, devido ao seu tamanho e preço é comummente utilizado para a realiza-
ção tarefas mais exigentes, onde não é possível a utilização de um MCU convencional ou
a implementação de um processador de alta performance. O Raspberry Pi é um pequeno
computador do tamanho de um cartão de crédito, lançado em 2012 no Reino Unido pela
fundação Raspberry Pi. Ao longo dos anos tem havido inúmeras iterações deste pequeno
computador, sendo que a primeira possuía um processador com um único núcleo a funci-
onar a 700MHz com apenas 256MB de Random Access Memory (RAM), o último modelo,
no entanto, já possui um processador com quatro núcleos a 1.4GHz e 1GB RAM .
Este computador, está munido de várias entradas de periféricos e I/O, sendo capaz
21
CA P Í T U LO 2 . R E V I SÃO DA L I T E R AT U R A E F U N DA M E N TO S T E C N O LÓ G I CO S
de ser utilizado com vários sistemas operativos. Podendo também, ser utilizado para
aplicações que necessitem de um poder de processamento elevado. No entanto, não possui
ADC, nem um RTC fazendo com que aplicações que necessitem de um controlo em tempo
real, ou de análise de dados provenientes de sensores analógicos necessitem de módulos
complementares.
Como demonstrado nos capítulos supracitados, existe uma quantidade bastante abran-
gente de micro-controladores disponíveis no mercado. Sendo assim, esta secção tem como
objectivo expor os pontos forte de cada micro-controlador presente na tabela 2.8. É de
notar, que os factores de comparação, devem ser adaptados à aplicação que se está a im-
plementar, e não de uma maneira generalista. Deste modo, foram escolhidos os seguintes
pontos: Sistema Operativo, Linguagem de programação, ADCs, RTCs, Wi-Fi, Bluetooth,
potência, dimensão e preço.
22
2.5. INTERNET OF THINGS PARA A MONITORIZAÇÃO INTEGRADA DE SISTEMAS
23
CA P Í T U LO 2 . R E V I SÃO DA L I T E R AT U R A E F U N DA M E N TO S T E C N O LÓ G I CO S
S&H
Dout=0,
i=nbits − 1
Douti = 1
Sim
Vin > Dac
Não
Douti = 0
i = i−1
Douti = 0
i>1
Sim
Não
Fim
Clk
24
2.5. INTERNET OF THINGS PARA A MONITORIZAÇÃO INTEGRADA DE SISTEMAS
Ao utilizar um filtro de noise shaping é possível deslocar, mas não eliminar, o ruído
restante para fora da banda do sinal que se quer converter. Na seguinte figura 2.16 é
possível observar o efeito do filtro de noise shaping.
Sendo assim, este ADC devido ao seu funcionamento, oferece uma maior resolução
e uma maior mitigação de ruído em relação ao ADC do tipo SAR, no entanto, estas ca-
racterísticas são restringidas pelas sua velocidade, limitando assim as suas aplicações e
fazendo com que não seja aconselhado a utilização do mesmo para gamas superiores às
das frequências sonoras. Adicionalmente, este ADC encontra-se utilizado por apenas um
dos micro-controladores analisados na secção anterior, sendo este o PSoC 5lP.
Os módulos de sensores são possivelmente o elemento mais básico presente num nó IoT.
No entanto, são também um dos mais importantes, pois sem estes torna-se impossível
captar dados de um dado ambiente. De acordo com dados presentes nos capítulos, é
possível determinar que poderão ser necessários os seguintes sensores:
• Sensor de temperatura;
• Sensor de nível;
A medição da temperatura em vários pontos de um sistema é crucial para o estudo dos be-
nefícios que o PCM poderá trazer. Dadas as condições em que o sistema poderá estar, será
necessário que este seja compatível em uma vasta gama de temperaturas, e que seja de
25
CA P Í T U LO 2 . R E V I SÃO DA L I T E R AT U R A E F U N DA M E N TO S T E C N O LÓ G I CO S
alguma maneira á prova de água. Adicionalmente, será benéfico se estes sensores possuí-
rem um, ou mais, protocolos de comunicação, sendo estes one-wire, I2C, Serial Peripheral
Interface (SPI) ou qualquer forma de comunicação wireless.
De entre os diversos tipos de sensores de temperatura é possível destacar três, sendo
estes: termistor, termopar e o Resistance Temperature Detector (RTD) ou em português
detector de temperatura por resistência.
O termistor é um dispositivo semi-condutor com uma ligação de 2 fios, estes sen-
sores têm como funcionamento básico a variação da sua resistência interna em função
da temperatura. Dentro desta categoria de sensores existem duas classes, os NTC e os
PTC. Os sensores NTC estão associados à diminuição da sua resistência em função do
aumento da temperatura e os PTC estão associados ao aumento da resistência em função
do aumento da temperatura. Por fim, este sensores são bastante utilizados devido à sua
elevada estabilidade e precisão associadas as suas dimensões e preços reduzidos.
De seguida tem-se os sensores de temperatura do tipo termopar, estes são compostos
pela junção de dois metais diferentes, que devido ao efeito de Seebeck geram uma diferença
de potencial entre os mesmos. É possível, com este tipo de sensores, medir uma variada
gama de temperaturas ao alterar o tipo de junção, ou seja, alterar os tipos de metais que
constituem a mesma.
Por último, tem-se os sensores de temperatura RTD que à semelhança do termistor
variam a sua resistência em função da variação de temperatura. No entanto, estes não são
um semi-condutor, mas sim uma termo-resistência composta normalmente por platina
ou níquel. Um exemplo bastante conhecido de um sensor RTD é a famosa PT-100, sendo
esta uma termo-resistência de platina que apresenta uma resistência de 100Ω a 0°C.
Posto isto, foi possível encontrar dados sobre dois sensores, presentes na tabela 2.9,
que se adequam as especificações, sendo estas: a capacidade de medir uma vasta gama de
temperaturas, possuir algum tipo de protocolo de comunicação e a capacidade de ser à
prova de água.
Como o nome indica, este sensor tem como função medir o nível de um certo liquido,
garantindo assim que o sistema poderá trabalhar com a quantidade adequada de fluido.
Estes sensores podem ser divididos em duas classes: medição continua ou medição dis-
creta. Medição continua indica continuamente o nível do fluido enquanto este sobe e
26
2.5. INTERNET OF THINGS PARA A MONITORIZAÇÃO INTEGRADA DE SISTEMAS
desce, por outro lado, medição discreta indica quando um fluido está em certos pontos
definidos (e.g. máximo, metade e mínimo). Existem vários tipos de sensores disponíveis,
sendo estes os mais comuns:
• Ópticos;
• Ultra sónicos;
• Flutuantes;
• Capacitivos;
• Resistivos.
27
Capítulo
3
P r o j e t o da A r q u i t e t u r a e I m p l e m e n taç ão d o
S i s t e m a d e Mo n i t o r i z aç ão pa r a P CM
29
CA P Í T U LO 3 . P R O J E TO DA A R QU I T E T U R A E I M P L E M E N TAÇÃO D O S I S T E M A
D E M O N I TO R I Z AÇÃO PA R A P CM
Após uma análise do funcionamento deste equipamento, foi possível determinar que
o mesmo é composto por:
De maneira a estudar o efeito que os PCM poderão ter na eficiência energética deste sis-
tema, pretende-se introduzir sensores de temperatura no compartimento onde estará a
água utilizada no painel de aquecimento, na cuba de aquecimento, no exterior do equi-
pamento e monitorizar a potência elétrica que este sistema consome. Após completar os
testes de controlo, pretende-se substituir a água utilizada no painel de aquecimento por
um PCM e proceder a mais testes. No diagrama 3.2, é possível observar, com recurso a
um diagrama de blocos o funcionamento do equipamento que se pretende utilizar
Condições exteriores
Temperatura
desejada Controlo e.g. Elemento de
Sistema
termostato aquecimento
−
Temperatura
do sistema
30
3 . 2 . A R QU I T E T U R A D O S I S T E M A
Módulo de
Módulo de Módulo IoT
Módulos de sensores Aquisição de Dados Comunicação
Power Meter
Como módulo de mais baixo nível temos o módulo de sensores, onde é feita a interface
com o equipamento a monitorizar e a recolha de dados físicos para o meio digital. Este
será o modulo que mais alterações vai sofrer conforme o equipamento que se pretende
monitorizar, visto que, cada equipamento terá um grupo de características e pontos críti-
cos diferentes que se pretendem observar, fazendo assim com que os sensores necessários
variem consideravelmente. Em seguida, temos o módulo de aquisição de dados, onde é
feita a interface e recolha dos dados provenientes dos sensores presentes no módulo des-
crito anteriormente, caso seja necessário algum processamento de dados o MCU presente
neste módulo estará encarregue dessa tarefa.
Ao fazer a divisão desta maneira será também possível agrupar os módulos de sen-
sores ao modulo de aquisição de dados numa camada superior, criando assim, o modulo
de monitorização. Com este modulo é então possível fazer um sistema altamente versá-
til, onde é possível recolher e transmitir dados de inúmeros módulos de monitorização
em simultâneo. Adicionalmente, ao agrupar o módulo de monitorização ao modulo de
comunicação obtém-se então o Nó IoT como se pode ver na figura 3.4.
31
CA P Í T U LO 3 . P R O J E TO DA A R QU I T E T U R A E I M P L E M E N TAÇÃO D O S I S T E M A
D E M O N I TO R I Z AÇÃO PA R A P CM
Nó IoT
Módulo de
monitorização
Módulo de
monitorização
Por último, o módulo IoT que representa a plataforma e os seus serviços tem a capaci-
dade de receber dados de inúmeros nós IoT, fazendo então com que seja fácil implementar
um sistema sobre uma área de grandes dimensões. No entanto, ao tentar implementar
este sistema sobre uma grande área existe um problema que se torna evidente, sendo
este, a comunicação entre o nó IoT e plataforma IoT. Posto isto, ao equipar o nó IoT com
módulos de comunicação com diferentes métodos de comunicação, com ou sem fios, é
possível colmatar esta falha fazendo assim com que o sistema seja facilmente aplicável a
virtualmente qualquer ambiente. Na seguinte figura 3.5, é possível observar um exemplo
onde três nós IoT estabelecem uma conexão com a plataforma utilizando diferentes tipos
de comunicação, neste caso, Wi-Fi, Ethernet e por último 5G.
Nó IoT
Nó IoT
32
3 . 3 . M Ó D U LO D E S E N S O R E S
3.3.1.1 Implementação
Atendendo ao facto de que para os sistemas a monitorizar a não existe a necessidade de ter
um numero relativamente elevado de sensores, decidiu-se então, utilizar os sensores em
modo "single-drop", sendo que este modo consiste em ter uma linha de dados para cada
sensor. Na figura 3.6 é possível observar o esquema de ligação entre o sensor DS18B20 e
um MCU, utilizando o modo "single-drop" com fonte de alimentação.
Posto isto, deixa de ser necessário a utilização de um algoritmo de pesquisa e arma-
zenamento de números de serie presentes no barramento de dados One-wire, pois este
sensor tem a possibilidade de receber comandos que não sejam endereçados a um sensor
especifico, utilizando o comando "Skip rom - (CC)h " presente no datasheet [31], seguido
do comando que se pretende utilizar, e.g. a ordem de conversão de temperatura.
1 Modo onde o sensor deriva a própria alimentação da linha de comunicação, eliminando assim a necessi-
dade de uma fonte de alimentação externa.
33
CA P Í T U LO 3 . P R O J E TO DA A R QU I T E T U R A E I M P L E M E N TAÇÃO D O S I S T E M A
D E M O N I TO R I Z AÇÃO PA R A P CM
Vcc
1
Vcc
DS18B20
MCU
Rp 4.7kΩ
Vcc Data Gnd
1 2 3
2
Data
3 Gnd
Gnd
34
3 . 3 . M Ó D U LO D E S E N S O R E S
Sensores preparados
Não
Pedido de dados
Sim
Interrupt
_DataReady
Sim
Leitura de dados
Figura 3.8: Fluxograma referente ao funcionamento do bloco utilizado para fazer a inter-
face com os sensores DS18B20.
35
CA P Í T U LO 3 . P R O J E TO DA A R QU I T E T U R A E I M P L E M E N TAÇÃO D O S I S T E M A
D E M O N I TO R I Z AÇÃO PA R A P CM
solução simples, efetiva e de baixo custo com a capacidade de monitorizar no mínimo ten-
são, corrente e fator de potência, grandezas estas que podem ser posteriormente utilizadas
para calcular a potência consumida pelo equipamento.
Adicionalmente funções como, medição automática de potência ativa, aparente, rea-
tiva e frequência, bem como, protocolos de comunicação I2C ou SPI são chave para um
sistema de monitorização eficiente.
Para tal, foi escolhido o Integrated Circuit (IC) ACS71020 descrito em 2.5.3.3, visto que,
este possui todas as características supracitadas. Além do mais são necessários pouquís-
simos componentes externos, a gama de correntes suportadas é bastante ampla e os pro-
tocolos de comunicação são adequados a este tipo de sistemas, fazendo então com que a
solução final seja de baixo custo e com a possibilidade de ter dimensões físicas reduzidas.
O ACS71020 é um IC de monitorização de potência de 16bits equipado com uma
Electrically-Erasable Programmable Read-Only Memory (EEPROM) programável pelo utili-
zador, um condutor primário de 0.85mΩ de modo a reduzir as perdas por efeito de joule
e isolamento reforçado até 517V rms, certificado pela Underwriters Laboratories (UL).
Este IC, representado no diagrama de blocos presenta na figura 3.9, utiliza tecnologia
de medição de corrente em modo diferencial com isolamento galvânico baseada em efeito
de Hall. Estas características fazem com que o IC não só, tenha a capacidade de rejeitar
erros introduzidos por campos magnéticos em modo comum, mas também evite o uso de
componentes caros e de dimensões elevadas como bobinas de rogowski, transformadores
de corrente, OpAmp’s isolados ou a perda de energia em resistências shunt.
Para efetuar uma medição de tensão este IC recorre ao uso de um divisor de tensão,
de modo a reduzir a tensão de entrada nos pinos V inp e V inn a um máximo de 275mV .
Após reduzida a tensão à entrada do IC é feita a polarização da entrada V inn para que
posteriormente se possa medir a diferença de potencial entre as duas entradas recorrendo
ao uso de amplificadores de instrumentação.
36
3 . 3 . M Ó D U LO D E S E N S O R E S
Observa-se também na figura 3.9 que as duas medições analógicas são convertidas
para o domino analógico por via de dois ADC’s e introduzidas no bloco Metrology Engine.
Este bloco tem como função a correção e compensação, devido a fenómenos térmicos, de
ambas as medidas de acordo com os dados fornecidos pelo bloco Temperature Compensa-
tion Logic. Após corrigidas as medições estas encontram-se prontas a serem utilizadas nos
restantes cálculos e guardadas em registos que podem ser lidos pelo utilizador.
3.3.2.1 Implementação
R1 R2
Fase V inp
1MΩ 1MΩ
Rsense
R3 R4
Neutro V inn
1MΩ 1MΩ
Rsense
Vsense = ·v (3.1)
Rsense + (R1 + R2 + R3 + R4 ) in
Como R1 , R2 , R3 e R4 são conhecidas podem ser agrupadas, fazendo RT = R1 + R2 + R3 + R4
obtém-se:
Rsense
Vsense = ·v (3.2)
Rsense + RT in
Desenvolvendo a expressão em ordem a Rsense obtém-se a seguinte expressão:
Vsense · RT
Rsense = (3.3)
vin + Vsense
Sabendo que se deve deixar uma margem de 40% da escala total pode-se calcular então
Vsense que será por sua vez os restantes 60%, Vin e RT são também valores conhecidos
37
CA P Í T U LO 3 . P R O J E TO DA A R QU I T E T U R A E I M P L E M E N TAÇÃO D O S I S T E M A
D E M O N I TO R I Z AÇÃO PA R A P CM
sendo estes valor de pico da tensão da rede de baixa tensão e a soma das restantes resis-
tências presentes no circuito.
−3 −3
Vsense = 0, 6 · 275 · 10 = 165, 6 × 10 V
√
(3.4)
Vin = 2 · 230V
R = 4 × 106 Ω
T
Posto isto é então possível substituir os valores conhecidos de modo a obter o valor da
resistência Rsense :
4 × 106
! !
RT −3
vin_max = Vsense · 1 + = 275 × 10 · 1 + = 550, 275V (3.6)
Rsense 2 × 103
Sabendo que o IC que foi adquirido tem um limite de 30A(Ipr ) de medição, e pos-
suindo agora o valor de pico da tensão máxima que o mesmo é capaz de medir é então
possível calcular o pico máximo de potência ativa, utilizando a formula da potência 3.6.
38
3 . 3 . M Ó D U LO D E S E N S O R E S
Figura 3.11: Bloco de comunicação SPI com tensão de referencia de 3,3V gerada por DAC
de tensão.
iguais a 1 com uma frequência compreendida entre 1MHz e 10MHz com 8bits de dados
em formato Least Significant Bit (LSB).
Estando agora todas as configurações feitas resta então realizar uma leitura de dados
do IC. De maneira a efetuar a leitura de um registo presente no IC basta enviar recorrendo
as funções pertencentes ao bloco de SPI, o endereço do registo em questão alterando o
bit mais significativo para 1 ou 0 caso se pretenda uma leitura ou escrita respetivamente,
sendo necessário a função "SP IM_1_W riteT xData(Address)".
Feito o pedido de leitura o IC ira retornar uma resposta de 32bits, pela linha MISO,
com o conteúdo do registo que se pretende ler, para se efetuar a leitura desta resposta
é necessário criar uma rotina que faça quatro leituras consecutivas de 8bits, de modo a
perfazer 32bits lidos, utilizando a seguinte função "SP IM_1_ReadRxData()". Na seguinte
tabela 3.1 é possível observar os registos referentes as leituras de tensão e corrente RMS,
bem como as potências, o fator de potência, o tipo de valor que se pode obter e o fator de
escala.
Tabela 3.1: Registos do ic ACS71020, grandezas correspondentes e fator de escala
39
CA P Í T U LO 3 . P R O J E TO DA A R QU I T E T U R A E I M P L E M E N TAÇÃO D O S I S T E M A
D E M O N I TO R I Z AÇÃO PA R A P CM
40
3 . 4 . M Ó D U LO D E AQU I S I ÇÃO D E DA D O S
3.4.2 Implementação
41
CA P Í T U LO 3 . P R O J E TO DA A R QU I T E T U R A E I M P L E M E N TAÇÃO D O S I S T E M A
D E M O N I TO R I Z AÇÃO PA R A P CM
Após configurar o endereço ao qual este módulo irá responder será necessário inici-
alizar dois buffers um para o envio e outro para a receção de dados e por fim, conectar
as linhas SDA e Serial Clock (SCL) a dois pinos bidirecionais, configurados em modo de
coletor aberto de maneira a fazer drive de ambas as linhas a ground sinalizando assim
1bit.
Início
Escrita I2C
Master-Slave Leitura I2C
Slave-Master
Não
Sim
Introduz os dados
correspondentes ao comando no
buffer de resposta I2C
Fim
42
3 . 5 . M Ó D U LO D E COM U N I CAÇÃO
3.5.1 Implementação
43
CA P Í T U LO 3 . P R O J E TO DA A R QU I T E T U R A E I M P L E M E N TAÇÃO D O S I S T E M A
D E M O N I TO R I Z AÇÃO PA R A P CM
Escrita I2C do
Início
comando 'x'
Tentativa de
Periodo de espera
conexão Wi-fi
Sim
Envio dos
Tentativa de conexão
dados atraves de
MQTT a AzureIoT
MQTT
Conexão Sim
MQTT ? Periodo de espera
Não
44
3 . 6 . P L ATA FO R M A I O T
45
CA P Í T U LO 3 . P R O J E TO DA A R QU I T E T U R A E I M P L E M E N TAÇÃO D O S I S T E M A
D E M O N I TO R I Z AÇÃO PA R A P CM
3.6.1 Implementação
De modo a satisfazer as necessidades supracitadas é necessário utilizar vários tipos de
serviços, na figura 3.15 é possível observar todos os serviços utilizados e as ligações entre
os mesmos.
Primeiramente, para conectar qualquer tipo de dispositivo IoT será necessário a imple-
mentação do serviço IoT Hub, figura 3.16, este serviço habilita uma comunicação segura e
fiável com os dispositivos, possuindo apenas um canal de output contendo todos os dados
recebidos. Adicionalmente este serviço possui algumas funções de gestão e aprovisiona-
mento, de modo ligar e gerir os dispositivos IoT conectados.
Ao criar este serviço é necessário ter em atenção o nome que será dado ao Resource
Group, apesar de a utilização de caracteres como espaços ser autorizada estes podem criar
conflitos ao serem utilizados com os serviços seguintes, a região onde este se encontra
é também importante estar correta visto que possui um grande impacto na latência do
serviço e nos custos associados à transferência de dados entre servidores.
46
3 . 6 . P L ATA FO R M A I O T
Criado o serviço é então necessário adicionar um dispositivo, para que seja gerada
uma chave única de acesso primário, bem como um ID único associado ao dispositivo.
Após aceder ao menu IoT devices e adicionar um dispositivo, obtêm-se algumas chaves de
acesso, na figura 3.17 encontra-se delineada a vermelho a chave que é necessário adicionar
ao módulo de comunicação descrito anteriormente. Estando adicionado um dispositivo
IoT será necessário aceder ao menu Built-in endpoints, para que seja criado um Consumer
Group que terá como função a associação dos dados recebidos num grupo definido.
47
CA P Í T U LO 3 . P R O J E TO DA A R QU I T E T U R A E I M P L E M E N TAÇÃO D O S I S T E M A
D E M O N I TO R I Z AÇÃO PA R A P CM
Os dados gerados pelo nó IoT são considerados não estruturados devido ao facto
de alterarem consideravelmente consoante o sistema que se pretende monitorizar, e.g.
para um sistema de dimensões reduzidas poderá ser necessário apenas um sensor de
temperatura enquanto que, num sistema de dimensões elevadas poderão ser necessários
vários sensores de temperatura, alterando assim a estrutura dos dados que são enviados
para a plataforma IoT.
Estando criada a conta de armazenamento é então necessário indicar ao serviço o for-
mato de dados que se pretende armazenar, sendo o formato não estruturado é necessário
48
3 . 6 . P L ATA FO R M A I O T
a adição de um container.
Estando todos os serviços criados é necessário adicionar ao Stream Analytics o IoT Hub
como um serviço de entrada, visto que este é a fonte de dados, e os serviços Blob Storage e
PowerBI serão adicionados da mesma forma no entanto serão serviços de saída.
Para a adição destes serviços é necessário aceder ao menu Job topology selecionando
inputs ou outputs consoante o que se deseja adicionar. Em relação ao Power Bi basta
efetuar a vinculação do serviço, sendo que não serão necessárias configurações adicionais.
Quanto aos dois restantes serviços que se pretendem adicionar, será necessário definir
algumas configurações, para o IoT Hub é necessário adicionar o Consumer group criado
anteriormente e definir o Shared access policy name de modo a que o nome do serviço esteja
seguido de ”owner”. Para a adição de um serviço Blob Storage é necessário a utilização do
container criado previamente, na figura 3.19, encontram-se as definições utilizadas em
detalhe.
Figura 3.19: Definições detalhadas sobre a adição dos serviços IoT Hub e Blob Storage ao
Stream Analytics.
Por fim, de modo a efetuar o roteamento dos dados para os diferentes serviços é
necessário a criação de uma Query, utilizando os serviços adicionados previamente aos
49
CA P Í T U LO 3 . P R O J E TO DA A R QU I T E T U R A E I M P L E M E N TAÇÃO D O S I S T E M A
D E M O N I TO R I Z AÇÃO PA R A P CM
inputs e outputs. No anexo III é possível analisar a Query implementada para visualizar e
armazenar os dados provenientes do módulo de comunicação.
50
Capítulo
4
R e s u ltad o s E x p e r i m e n ta i s
Neste capitulo serão apresentados alguns cenários de teste, realizados com o intuito de
testar o desempenho e o funcionamento da arquitetura proposta no capitulo anterior.
Após a validação da plataforma, será apresentado um ensaio onde se pretende estudar os
efeitos da utilização de materiais PCM para o armazenamento térmico de energia.
51
CA P Í T U LO 4 . R E S U LTA D O S E X P E R I M E N TA I S
Figura 4.1: Módulo de monitorização de potência. (A) - Alimentação 3,3v, (B) - Comuni-
cação e alimentação, (C) - Divisor resistivo, (D) - Bloco de terminais para Fase e Neutro.
52
4 . 1 . VA L I DAÇÃO DA P L ATA FO R M A
presente na figura 4.3. Este medidor foi equipado com uma ficha monofásica para se co-
nectar à rede de baixa tensão e duas tomadas monofásicas para que seja possível conectar
os dispositivos a serem medidos.
Para efetuar o teste de controlo foi escolhida como carga conhecida uma lâmpada de
incandescência de 70W presente na figura 4.4, esta possui apenas um elemento resistivo
no seu interior fazendo assim com que não existam consumos de corrente não lineares,
visto que o seu fator de potência é aproximadamente 1, ou seja, uma carga puramente
resistiva. A lâmpada foi conectada ao módulo de monitorização de potência utilizando o
casquilho apropriado e para se obter uma leitura de temperatura foi colocado um sensor
de temperatura o mais perto possível da lâmpada, na seguinte figura é possível observar
a montagem descrita.
53
CA P Í T U LO 4 . R E S U LTA D O S E X P E R I M E N TA I S
Agora que o cenário de testes se encontra estruturado, resta então proceder ao teste.
Para tal, conectou-se a montagem à rede de baixa tensão, fazendo com que o medidor
PM9C seja o primeiro equipamento de medição seguido pelo módulo de monitorização
de potência e por fim a carga. Na figura 4.5 encontram-se representados os dados de
potência e temperatura da carga em função do tempo.
50 60
40 40
30 20
20 0
0 1 2 3 4 5 6 7
Tempo [Minutos]
54
4 . 1 . VA L I DAÇÃO DA P L ATA FO R M A
V2
P= (4.1)
R
Utilizando a formula 4.1 é possível retirar o valor da resistência da lâmpada de in-
candescência, visto que o valor da resistência altera pouco com a temperatura é seguro
ignorar esta variação.
V 2 2302
R= = = 755, 7143Ω (4.2)
P 70
Tendo agora o valor da resistência da lâmpada será possível calcular o valor real da po-
tência consumida (Preal ).
2332
Preal = = 71, 83W (4.3)
755, 7143
Sabendo agora que a potência real consumida pela carga é de 71, 83W , resta então
calcular o erro associado à medição de potência de maneira confirmar se o pico de 75, 3W
estará dentro do intervalo de erro aceite. Para tal, foi realizada uma análise de monte
carlo sobre o circuito presente na figura 3.10, onde se utilizou resistências com 1% de
erro, obtendo-se como valor de pior caso possível uma tensão Vsense de 117, 1mV quando
são aplicados 230V no divisor resistivo, sendo que o valor teórico calculado é de 114, 9mV .
Posto isto é possível calcular que o erro relativo de medição da tensão é de aproximada-
mente 1, 915%.
100
Er_V = (117, 1 × 10−3 − 114, 9 × 10−3 ) · = 1, 915% (4.4)
114, 9 × 10−3
Atendendo ao datasheet do IC ACS71020 é possível verificar que o erro relativo da
medição de corrente (Er_I ) é de aproximadamente 3%. Tendo agora dados suficientes
relativamente ao erros associados às medidas efetuadas é então possível calcular o erro
associado à medição de potência (Er_P ot ). Sendo a potência o produto de duas grandezas
o seu erro relativo será a soma dos erros relativos respetivos ao produto (Er_V e Er_I ).
55
CA P Í T U LO 4 . R E S U LTA D O S E X P E R I M E N TA I S
De modo a verificar se o pico de 75, 3W estará dentro do intervalo de erro aceite, será
necessário utilizar a potência real consumida e o erro relativo associado à medição de
potência para obter um intervalo de potências aceites.
Einf = 71, 83 · (1 − 0, 04915) = 68, 3W
(4.6)
Esup = 71, 83 · 1, 04915 = 75, 4W
Visto que este intervalo se encontra compreendido entre [68, 3; 75, 4]W , é seguro dizer
que a medição de 75, 3W está correta de acordo com o erro relativo presente no módulo
de monitorização de potência.
O frigorífico que foi escolhido para ser monitorizado é um frigorífico combinado, signifi-
cando isto que possui um compartimento de refrigeração leve e um compartimento onde
a refrigeração é mais intensa, sendo estes o compartimento do frigorífico e do congelador
respetivamente.
Adicionalmente, o circuito termodinâmico deste frigorífico é composto por dois ci-
clos de refrigeração, cada um com um compressor e um evaporador partilhando uma
única unidade condensadora de maiores dimensões no exterior, a unidade exterior pode
também ser chamada de radiador. A unidade evaporadora ou interior tem como função
efetuar a permutação de calor do meio, considerado quente, para o fluido refrigerante
fazendo com que este aumente a sua temperatura e evapore dentro das tubagens. Após
a receção de calor por parte da unidade evaporadora, o fluido percorre as tubagens com
alguma assistência do compressor, ao chegar à unidade condensadora é comprimido com
56
4 . 1 . VA L I DAÇÃO DA P L ATA FO R M A
auxilio de um tubo capilar em junção com o compressor aumentado assim a sua tempe-
ratura, o seu ponto de ebulição e o seu estado físico vê-se alterado. Estando no estado
liquido a uma temperatura elevada, a permutação de calor para o exterior é efetuada por
meio da unidade condensadora ou radiador, fazendo com que o liquido refrigerante dimi-
nua a sua temperatura. Visto que, a sua temperatura foi reduzida o liquido encontra-se
pronto para ser utilizado de novo nas unidades evaporadoras.
Na figura 4.6 encontra-se o esquema termodinâmico do frigorífico onde é possível
identificar as ligações entre os diferentes componentes descritos.
Visto que o sistema termodinâmico é composto por dois ciclos, onde a ativação de
um deles é completamente independente do outro, prevê-se que existiram momentos
durante o funcionamento do frigorífico e a monitorização do mesmo que exista consumo
energético de apenas um dos ciclos, de ambos em simultâneo ou de nenhum.
Posto isto, será possível utilizar os perfis de carga de um frigorífico e congelador
convencionais para modelar um perfil de carga teórico para este frigorífico combinado,
de acordo com [42, 43] e visto que ambos utilizam como elemento consumidor de energia
um compressor, espera-se que os perfis de carga sejam relativamente semelhantes tanto
no seu formato como nos picos de arranque, variando apenas no consumo de energia e na
sua duração.
Na figura 4.7 encontram-se três perfis de carga, o primeiro perfil refere-se ao fri-
gorífico estando representados três períodos de carga. O segundo perfil é referente ao
congelador onde é apresentado apenas um período para o mesmo espaço de tempo, visto
que possui um ritmo de funcionamento inferior ao frigorífico. O terceiro perfil trata-se
de uma sobreposição dos dois perfis mencionados anteriormente, onde é possível ver três
casos possíveis, sem consumo, consumo de apenas uma carga e consumo das duas cargas
em simultâneo.
57
CA P Í T U LO 4 . R E S U LTA D O S E X P E R I M E N TA I S
0.5 0.5 1
0 0 0
58
4 . 1 . VA L I DAÇÃO DA P L ATA FO R M A
30 130
25 120
20 110
Potência Ativa [W]
Temperatura [ºC]
15 100
10 90
5 80
0 70
-5 60
-10 50
-15 40
-20 30
-25 20
-30 10
-35 0
0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5 1.75 2 2.25 2.5 2.75 3 3.25 3.5
Tempo [Horas]
59
CA P Í T U LO 4 . R E S U LTA D O S E X P E R I M E N TA I S
40 150
Pico de 903W
35 com FP de 0.74 140
30 130
25 120
20 110
15 100
10 90
5 80
0 70
-5 60
-10 50
-15 40
-20 30
-25 20
-30 10
-35 0
0 0.25 0.5 0.75 1 1.25
Tempo [Horas]
Um dos pontos que é importante referir é facto de que no perfil de carga teórico não
existe período de estabilização da carga, no entanto nos dados obtidos na figura 4.9, fa-
cilmente se observa que após ligarem os circuitos de refrigeração existe uma pequena
sobre-elevação para o circuito de refrigeração do frigorífico e um comportamento de de-
caimento exponencial para o congelador. Estas diferenças entre os perfis de carga teóricos
e reais devem-se ao facto de o frigorífico não ser novo, possuindo aproximadamente 25
60
4 . 1 . VA L I DAÇÃO DA P L ATA FO R M A
anos, fazendo com que exista algum desgaste nos circuitos de refrigeração. Adicional-
mente o frigorífico e o congelador encontravam-se com produtos no interior, existia uma
massa de gelo no compartimento do congelador e a temperatura ambiente era de aproxi-
madamente 27°C, sendo todos estes fatores que contribuem para uma alta inercia térmica
e o aumento de dificuldade para efetuar a permutação de calor, fazendo com que o com-
pressor tenha um maior esforço para efetuar a deslocação e consequente compressão do
gás na unidade condensadora resultando assim num maior consumo energético durante
este período.
61
CA P Í T U LO 4 . R E S U LTA D O S E X P E R I M E N TA I S
100
15
90
10
80
5
70
0
Abertura da porta do frigorífico
60
-5
50
-10
-15 40
-20 30
-25 20
-30 10
-35 0
0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5 1.75 2 2.25 2.5 2.75 3 3.25 3.5 3.75 4 4.25
Tempo [Horas]
62
4 . 1 . VA L I DAÇÃO DA P L ATA FO R M A
50 160
45
40 140
35
30 120
25
20 100
15
10 80
5
0 60
-5
-10 40
-15
-20 20
-25
-30 0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 5.5 6 6.5 7 7.5
Tempo [Horas]
Inspecionando o gráfico presente na figura 4.11 é possível determinar que nas pri-
meiras duas horas do teste ocorreram 5 aberturas da porta do frigorífico, onde cada uma
destas aberturas provoca um comportamento idêntico ao comportamento observado na
teste anterior. De modo a despistar falsos positivos todos as aberturas da porta do frigorí-
fico ou do congelador, caso existissem, foram anotados no momento. Posto isto é possível
confirmar que as 5 aberturas que se podem observar na gráfico são reais e não existe um
único falso positivo.
Ao efetuar este teste, foi também possível determinar que a temperatura a que o
circuito de refrigeração do frigorífico desligou foi diferente da temperatura em que o
circuito de refrigeração desligou no primeiro teste do sub-cenário 2.1. Sendo que, sem
estímulos exteriores o circuito de refrigeração parou o seu funcionamento quando a sua
temperatura interna era de 1°C enquanto que neste teste desligou ao chegar a 7°C e
voltou a ligar ao chegar aos 10°C como nos teste anteriores. Isto deve-se ao facto de o
63
CA P Í T U LO 4 . R E S U LTA D O S E X P E R I M E N TA I S
termostato encarregue desta função estar embutido nas paredes do frigorífico, causando
assim alguma latência e ou insensibilidade a variações rápidas e pontuais de temperatura,
como aquelas que estão presentes neste teste.
Posto isto, ao fazer esta sequência de testes em diferentes cenários, foi possível testar
a estabilidade do sistema de monitorização ao efetuar testes de longa duração, chegando
mesmo a consumir todas as mensagens disponíveis na plataforma. Foi possível também,
obter um entendimento geral sobre a sensibilidade do sistema a variações de temperatura
e potência sejam estas de grandes ou pequenas magnitudes e do funcionamento interno
do equipamento a testar, graças ao facto de ser possível relacionar estas variações com o
funcionamento seu teórico e a ocorrência de estímulos não controláveis.
64
4 . 1 . VA L I DAÇÃO DA P L ATA FO R M A
90 1750
Inferior
80 P. Activa 1500
70 1250
60 1000
50 750
40 500
30 250
20 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Tempo [minutos]
220 9
Corrente [A]
Tensão [V]
0.5
170 6
120 3
Tensão
0
Corrente
70 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8
Tempo [minutos] Tempo [minutos]
Posto isto, foi possível determinar, ainda que sem certezas, que existe um problema
no isolamento do IC ACS71020, fazendo com que a medição de tensão fique incorreta,
originando assim medições menores do que o esperado quando a carga não está ligada,
e medições demasiado elevadas quando a carga está ativa, estás medições de tensão in-
corretas são consequentemente utilizadas pelo IC para calcular a potência e o fator de
potência, propagando assim o erro.
Visto que existe uma maior facilidade de determinar e modelar exatamente a causa
65
CA P Í T U LO 4 . R E S U LTA D O S E X P E R I M E N TA I S
do problema caso este se intensifique foi decidido efetuar alguns testes a chocolateira
industrial descrita em 3.1, com o intuito de verificar se o problema encontrado neste
teste persistia com a mesma intensidade ou se aumentava ao utilizar um equipamento de
maiores dimensões, suportando consequentemente uma maior massa de agua e com um
exterior metálico.
Para tal, a chocolateira foi equipada com três sensores de temperatura em pontos
específicos, sendo estes a cuba de aquecimento do chocolate e o compartimento onde
foi utilizado PCM, tendo sempre o cuidado de utilizar os sensores e o IC ACS71020 em
condições semelhantes ao cenário anterior de maneira a ser possível recriar o problema.
66
4 . 1 . VA L I DAÇÃO DA P L ATA FO R M A
35
2100
1800
30 1500
1200
900
25
600
300
20 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo [minutos]
0.8
220 12
0.6
Corrente [A]
Tensão [V]
0.4
170 8
0.2
120 4 0
Tensão
Corrente -0.2
70 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo [minutos] Tempo [minutos]
Ao efetuar uma análise mais detalhada é possível verificar que, a tensão medida antes
e durante o período onde a chocolateira está ativa é de aproximadamente 185V, sendo
que este valor é consideravelmente menor que o valor de tensão de 225V medido no cená-
rio anterior. Adicionalmente após completado o aquecimento da chocolateira é possível
verificar que a tensão medida decresceu para valores próximos de 80V. Comparando estes
dados com os dados provenientes do medidor PM9C foi possível determinar que os mes-
mos se encontram incorretos, sendo o valor real da tensão 231V, confirmando-se assim
que o problema se intensificou ao efetuar um teste na chocolateira.
67
CA P Í T U LO 4 . R E S U LTA D O S E X P E R I M E N TA I S
68
4 . 1 . VA L I DAÇÃO DA P L ATA FO R M A
Para a resistência R11 foram utilizados dois valores resistivos específicos, com o intuito
de simular se o equipamento se encontra conectado ou não à terra de proteção.
Para a resistência R5 foram utilizados todos os valores resistivos que esta pode tomar
desde 1Ω até 1GΩ, significando os mesmo um curto-circuito à massa ou isolamento total
respetivamente. Será de notar que ao utilizar este software de simulação é necessário
que todos os circuitos possuam como referencia a massa, posto isto de modo a simular o
isolamento são utilizadas resistência de valores na ordem dos MΩ ou GΩ.
Examinando as curvas presentes na figura 4.16, é possível identificar dois comporta-
mentos distintos, sendo estes o aumento da queda de tensão em Rsense ou a diminuição,
caso a terra de proteção se encontre conectada ou não respetivamente, sendo que o for-
mato das curvas estará diretamente dependente da intensidade da corrente de fuga im-
posta por R10. Esta corrente de fuga dependerá de como o equipamento está construído,
no entanto para efeitos de simulação foi utilizado um valor de aproximadamente 288mA
sendo este um valor plausível e indetetável por um interruptor diferencial de 500mA
comummente utilizado.
Será de notar que tanto no circuito simulado presente na figura 4.15, como no gráfico
da figura 4.16 foram utilizados valores de tensão eficazes com o intuito de simplificar a
leitura dos mesmos.
No caso de não se possuir terra de proteção, sendo este o caso que se observou tanto
na figura 4.12 e na figura 4.14, a corrente de fuga criada por R10 é injetada partir da
resistência R5 na massa do IC ACS71020, fazendo com que a tensão em Vinn aumente,
visto que a tensão em Vinp se encontra com um valor estático a diferença de potencial
entre os dois nós diminui, diminuindo assim a tensão Vsense medida pelo IC.
No caso de a terra de proteção estar conectada é possível verificar o comportamento
inverso, visto que a tensão em Vinn diminui a diferença de potencial entre os dois nós
69
CA P Í T U LO 4 . R E S U LTA D O S E X P E R I M E N TA I S
aumenta, aumentando assim a tensão Vsense medida pelo IC chegando mesmo a um ponto
onde o amplificador de instrumentação satura corrompendo por completo todas as medi-
ções efetuadas.
150
100
50
0
10 1 10 2 10 3 10 4 10 5 10 6 10 7 10 8 10 9
Resistência [ ]
Para ambos os casos simulados foi utilizada uma margem de ±5mV, identificada a
verde, centrada no valor teórico calculado no capitulo anterior, no entanto visto que o
circuito interno utilizado pelo IC é extremamente sensível a este tipo de estímulos, não é
possível determinar um valor de resistência à massa baixo e próximo o suficiente do valor
real onde seja possível obter uma medição de tensão correta.
Apesar de os resultados obtidos neste teste não estarem corretos ao efectuar esta simu-
lação tornou-se óbvio o porquê de o isolamento do IC ACS71020 ser uma característica
essencial para o bom funcionamento do mesmo, visto que caso o isolamento seja quebrado
é praticamente impossível efectuar uma medição correta com a topologia utilizada.
Posto isto, é possível retificar os erros causados pela medição de tensão, pois a medição
de corrente se encontra correta e está imune ao problema de falta de isolamento, adicio-
nalmente como a carga é puramente resistiva o facto de as medições de fator de potência
estarem erradas não afetarão o novo calculo de potência, visto que podem também ser
corrigidas.
Substituindo o valor de tensão por 231V, valor este medido pelo equipamento de
medição PM9C e recalculando os novos valores de potência obtém-se o gráfico seguinte
presente na figura 4.17.
No entanto, apesar de ser possível corrigir os dados obtidos é importante mencionar
que estes nunca poderão substituir uma medição efetuada corretamente, mesmo assim os
70
4 . 1 . VA L I DAÇÃO DA P L ATA FO R M A
35 3000
2500
30 2000
1500
25 1000
500
20 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo [minutos]
0.8
220 12
Corrente [A]
Tensão [V]
0.6
170 8
0.4
120 4
Tensão 0.2
Corrente
70 0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo [minutos] Tempo [minutos]
Figura 4.17: Teste de monitorização de uma chocolateira industrial de 3000W com valores
de tensão e fator de potência corrigidos.
71
CA P Í T U LO 4 . R E S U LTA D O S E X P E R I M E N TA I S
Ao realizar estes diferentes cenários de teste foi possível determinar as limitações catu-
ais do sistema de monitorização implementado, sendo o problema da falta de isolamento
catastrófico, pois sem a utilização do medidor PM9C para confirmação os dados obtidos
todas as medições efetuadas teriam sido inutilizadas.
Estes resultados, apesar de não serem satisfatórios, pois o sistema de monitorização
não funcionou como se pretendia no cenário 3 e 4, são extremamente úteis para o desen-
volvimento de uma ferramenta robusta a todo o tipo de ambientes e situações, no entanto
é importante não invalidar que o sistema para ambientes menos inóspitos mantém-se
funcional com um grau de precisão bastante aceitável. Posto isto, ao saber exatamente os
pontos fracos do sistema é possível em uma segunda iteração efectuar a retificação dos
mesmos, obtendo assim um sistema de monitorização extremamente robusto.
72
4 . 2 . E N SA I O E M E QU I PA M E N TO COM M AT E R I A I S P CM
O PCM escolhido (S34) possui uma temperatura de fusão de 34°C, que se adequa à
temperatura de fusão da mistura de chocolate e leite. É encapsulado recorrendo a um
polímero plástico retangular, dividido em bolsas retangulares de menor dimensão, de
modo a diminuir o risco de segregação do sal. Este método de encapsulamento providen-
cia também a flexibilidade mecânica necessária para que o PCM (S34) possa ser aplicado
ao painel de aquecimento de uma forma adequada. Na figura 4.18, da esquerda para a
direita, observam-se a mistura de chocolate e leite na cuba de aquecimento, o material
PCM (S34) onde é possível observar o tipo de encapsulamento utilizado e, por último, o
material PCM aplicado ao painel de aquecimento.
Figura 4.18: Esquerda para a direita: mistura de chocolate e leite, PCM (S34) encapsulado
e PCM (S34) aplicado na chocolateira.
73
CA P Í T U LO 4 . R E S U LTA D O S E X P E R I M E N TA I S
de controlo, visto que se utiliza água, o armazenamento térmico é do tipo sensível. Por
sua vez, ao utilizar um PCM, o armazenamento é do tipo latente.
Efetuando uma análise comparativa entre casos de ensaio, determinou-se que, com a
introdução de um material PCM, apesar do consumo energético ser superior, a capacidade
de armazenamento térmico foi melhorada, o ritmo de perda de temperatura foi reduzido,
a estabilidade térmica do material foi melhorada e o período de operação foi prolongado.
Ensaio de carga e descarga térmica com 11,5L água, chocolate e sem PCM
Período de amostragem = 21,7segundos
45
Centro da mistura PCM Extremidade da mistura P. Activa
40
35 3000
30 2400
25 1800
20 1200
15 600
10 0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Tempo [Horas]
Figura 4.19: Ensaio de controlo utilizando água e uma mistura de chocolate e leite. Carga
e descarga com armazenamento térmico sensível.
74
4 . 2 . E N SA I O E M E QU I PA M E N TO COM M AT E R I A I S P CM
40
35
30
3500
25 3000
2500
20 2000
1500
15 1000
500
10 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Tempo [Horas]
Figura 4.20: Ensaio utilizando PCM e uma mistura de chocolate e leite.Carga e descarga
com armazenamento térmico latente.
75
Capítulo
5
Co n clu s ão e Tr a ba l h o s Fu t u r o s
77
CA P Í T U LO 5 . CO N C LU SÃO E T R A BA L H O S F U T U R O S
fizeram com que existissem alguns problemas de falta de isolamento, provocando assim
alterações nos dados obtidos provenientes do equipamento responsável pela medição de
potência.
O módulo de aquisição de dados encontra-se implementado em conjunto com o nó
de comunicação utilizando um protocolo de comunicação simples, fazendo com que alte-
rações aos dados transmitidos sejam efetuadas com facilidade para que este se adeque a
qualquer tipo de combinação de sensores e dados adquiridos.
A plataforma IoT escolhida, encontra-se como uma das melhores não só no seu de-
sempenho e características mas também relativamente ao seu custo, a implementação de
funções futuras encontra-se também simplificada devido à documentação detalhada que
é fornecida aos utilizadores.
Após efetuada a validação da plataforma foi realizado um ensaio onde se testou o fun-
cionamento de um dado equipamento, antes e depois de ser introduzido o material PCM.
Neste ensaio foi possível determinar que, ao utilizar PCM para efetuar o armazenamento
de energia térmica latente o ciclo de operação e a estabilidade térmica do equipamento
eram melhorados sem que existisse a necessidade de reativar o elemento de aquecimento,
no entanto, o consumo energético deste mesmo equipamento aumentou em 54,9%. Sendo
assim, caso exista possibilidade de alimentar a carga recorrendo a fontes renováveis, em
períodos de baixa exploração das mesmas ou em períodos horários onde a tarifa seja
menor, será possível obter um ganho de eficiência e flexibilidade energética.
Posto isto, o nó IoT implementado cumpre todas as especificações impostas, forne-
cendo armazenamento de dados e um método de monitorização dos mesmos em tempo
real com uma precisão notável, exceto em algumas condições pontuais. Este sistema de
monitorização devido às métricas que monitoriza, possui a capacidade de se tornar uma
ferramenta útil no controlo e estudo da implementação de PCM para o armazenamento
térmico latente.
78
5 . 1 . T R A BA L H O S F U T U R O S
Depois, sugere-se a alteração dos sensores de temperatura a utilizar caso estes neces-
sitem de estar imersos em líquidos condutores. Visto que com o aquecimento e arrefeci-
mento sucessivo dos sensores pode surgir falhas no invólucro, criando assim situações
problemáticas difíceis de processar e descobrir, tornando uma implementação simples e
rápida num processo moroso e ineficiente.
Por último, sugere-se a utilização de algumas funções presentes na plataforma Azure
for IoT de maneira a acelerar e melhorar o desempenho da mesma. A utilização do meca-
nismo de adição automática de dispositivos IoT ao serviço IoT Hub é vista como uma boa
adição ao melhoramento e facilidade de implementação dos sistemas de monitorização.
A adição de serviços de inteligência artificial e machine learning poderão também, trazer
mais-valias ao sistema de monitorização, visto que estes podem ajudar na descoberta
de padrões de utilização, fenómenos difíceis de relacionar e na deteção preventiva de
problemas e falhas.
79
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84
Anexo
I
Có d i g o u t i l i z ad o n o M C U P S o C 5 L p
85
A N E XO I . CÓ D I G O U T I L I Z A D O N O M C U P S O C 5 L P
86
80 SPIM_1_WriteTxData (0x00 );}
81 if(rw ==0){
82 SPIM_1_WriteTxData (Address );
83 SPIM_1_WriteTxData (p);
84 SPIM_1_WriteTxData (s);
85 SPIM_1_WriteTxData (t);
86 SPIM_1_WriteTxData (q);}
87 while (!( SPIM_1_ReadTxStatus () & SPIM_1_STS_SPI_DONE ));
88
89 }
90
91 void resetvars (){
92 / * ******************************************************************
93 /* Reset a variaveis globais ( VRMs IRMs P S Q and PF)
94 / ****************************************************************** * /
95 VRMs = 0.0000; // Tensao RMS
96 IRMs = 0.0000; // corrente RMS
97 P = 0.0000; //Potência activa
98 S = 0.0000; //Potência aparente
99 Q = 0.0000; //Potência Reactiva
100 PF = 0.0000; // Factor de potência
101
102 }
103
104 void V_I_RMS (){
105 / * ******************************************************************
106 /* Transforma uma resposta de 32 bits em VRMS(V) and IRMS(A) values
107 /* output variaveis globais VRMs IRMs
108 / ****************************************************************** * /
109 uint8 primeiro = 0;
110 uint8 segundo = 0;
111 uint8 terceiro = 0;
112 uint8 quarto = 0;
113 uint16 V = 0;
114 uint16 I = 0;
115 uint16 aux = 0;
116 uint16 aux2 = 0;
117 for(uint8 i = 0u; i<5u; i++){
118 // ignorar o primeiro
119 switch(i){
120 case 0: SPIM_1_ReadRxData (); break; // ingorar o primeiro
121 case 1: primeiro = SPIM_1_ReadRxData (); break;
122 case 2: segundo = SPIM_1_ReadRxData (); break;
123 case 3: terceiro = SPIM_1_ReadRxData (); break;
124 case 4: quarto = SPIM_1_ReadRxData (); break;
125 default:break;
126 }
127
128 }
129 // Tensao é um numero fraccionario de 15 bits , 16 obit
87
A N E XO I . CÓ D I G O U T I L I Z A D O N O M C U P S O C 5 L P
88
180
181 if( aux == 0x8000 ){ unid = 1.0;}
182 else if(aux == 0){ unid = 0.0;}
183
184 frac= Power & (0 b0111111111111111 ); // retirar a parte fraccionaria
185
186 P=MxPwr * neg * ( unid + (( float)frac /( float )0 x8000) );
187
188
189 }
190
191 void ApparentPower (){
192 / * ******************************************************************
193 /* Transforma uma resposta de 32 bits em VoltAmpere
194 /* output variaveis globais S
195 / ****************************************************************** * /
196 uint8 primeiro = 0;
197 uint8 segundo = 0;
198 uint16 Power = 0;
199 uint16 aux =0;
200 uint16 unid =0;
201 uint16 frac =0;
202 for(uint8 i = 0u; i<5u; i++){
203 // ignorar o primeiro
204 switch(i){
205 case 0: SPIM_1_ReadRxData (); break; // ingorar o primeiro
206 case 1: primeiro = SPIM_1_ReadRxData (); break;
207 case 2: segundo = SPIM_1_ReadRxData (); break;
208 default:break;
209 }
210
211 }
212 Power = (( segundo <<8) | primeiro );
213
214 aux = Power & (0 b1000000000000000 );
215 if( aux == 0x8000 ){ unid = 1.0;}
216 else if(aux == 0){ unid = 0.0;}
217
218 frac= Power & (0 b0111111111111111 );
219 S = (unid + (frac * Vstep )) * MxPwr;
220
221 }
222
223 void ReactivePower (){
224 / * ******************************************************************
225 /* Transforma uma resposta de 32 bits em VoltAmpereReactive
226 /* output variaveis globais Q
227 / ****************************************************************** * /
228 uint8 primeiro = 0;
229 uint8 segundo = 0;
89
A N E XO I . CÓ D I G O U T I L I Z A D O N O M C U P S O C 5 L P
90
280 neg = phi & (0 b0000010000000000 );
281 if( neg == 0x400 ){neg = -1.0; phi= ~phi;}
282 else if(neg == 0){ neg = 1.0;}
283 aux = phi & (0 b0000001000000000 );
284 if( aux == 0x200 ){ unid = 1;}
285 else if(aux == 0){ unid = 0;}
286
287 frac= phi & (0 b0000000111111111 );
288
289 PF = neg * ( unid +( frac * PFstep ));
290
291 }
292
293 void customermode(uint8 addr , uint8 p, uint8 s, uint8 t, uint8 q){
294 / * ******************************************************************
295 /* Envia o codigo de cliente depois de um pequeno delay envia a mensagem
296 /que se pretende escrever na eeprom
297 /* inputs uint8 addr , uint8 p, uint8 s, uint8 t, uint8 q
298 /(P is least significant byte and Q most significant byte ...
299 / out of a 32bit message)
300 / ****************************************************************** * /
301 CyDelay (40);
302 SPIrequestData32 (0,0x2f ,0x6e ,0x65 ,0x70 ,0x4f);
303 CyDelay (40);
304 SPIrequestData32 (0,addr ,p,s,t,q);
305 }
306
307 void avg50 (){
308 / * ******************************************************************
309 /* media de 50 leituras
310 / ****************************************************************** * /
311
312 float v = 0.0000; // Tensao RMS
313 float i = 0.0000; // corrente RMS
314 float p = 0.0000; //Potência activa
315 float s = 0.0000; //Potência aparente
316 float q = 0.0000; //Potência Reactiva
317 float pf = 0.0000; // Factor de potência
318
319
320 for(uint8 j = 0u; j <50; j++){
321 resetvars ();
322 SPIrequestData32 (1, Pactive ,0,0,0,0);
323 SPIrequestData32 (1, Pactive ,0,0,0,0);
324 ActivePower ();
325 // CyDelay (10);
326
327 SPIrequestData32 (1, VrmsIrms ,0,0,0,0);
328 SPIrequestData32 (1, VrmsIrms ,0,0,0,0);
329 V_I_RMS ();
91
A N E XO I . CÓ D I G O U T I L I Z A D O N O M C U P S O C 5 L P
92
380 uint8 wrBuf [10] = {0};
381 char rdBuf [10] = {0};
382 char function = ’0’;
383 I2C_Start (); // inicializaçao do bloco i2c
384 // inicializaçao do buffer de escrita do I2C Slave <-Master
385 I2C_SlaveInitWriteBuf (( uint8 * ) wrBuf , 10);
386 // inicializaçao do buffer de leitura do I2C Master <-Slave
387 I2C_SlaveInitReadBuf (( uint8 * ) rdBuf , 10);
388 // *************************
389 // *** iniciar sensores **
390 // inicializaçao do bloco de comunicaçao com os sensores de temperatura
391 DS18B20_Start ();
392 DS18B20_CheckPresence ();
393 //SPI start
394 SPIM_1_Start ();
395 VDAC8_1_Start ();
396 SPIM_1_EnableRxInt ();
397 // *************************
398
399 CyDelay (5000);
400 SPIrequestData32 (1, VrmsIrms ,0,0,0,0);
401 CyDelay (500);
402
403 TRIM =1;
404
405 LED_Write (1);
406
407
408 for (;;) // main loop
409 {
410 // escrita i2c do master
411 // Espera que o master acabe de escrever
412 if( I2C_SlaveStatus () & I2C_SSTAT_WR_CMPLT ){
413 // retorna o numero de bytes escritos pelo master
414 byteCnt = I2C_SlaveGetWriteBufSize ();
415 // retorna o estado de escrita e dá reset a flag de slave write status
416 I2C_SlaveClearWriteStatus ();
417 for(int i=0; i<byteCnt; i++){
418 // tranferir dados do buffer de escrita para um buffer que se possa
419 // utilizar com segurança
420 userArray[i]= wrBuf[i];
421 }
422 I2C_SlaveClearWriteBuf ();
423 LED_Write( ! LED_Read () );
424 function = userArray [0];
425 // neste caso ao receber qualquer tipo de comunicaçao i2c o psoc
426 //irá fazer logo o pedido de temperatura ao sensor
427 if( function == ’x’){ DS18B20_SendTemperatureRequest (); avg50 ();}
428 // pedido de temperatura ds18b20 e potencia ACS71020
429 }
93
A N E XO I . CÓ D I G O U T I L I Z A D O N O M C U P S O C 5 L P
430
431 // leitura i2c do master
432 if( I2C_SlaveStatus () & I2C_SSTAT_RD_CMPLT ){
433 // passar a resposta para o buffer de leitura i2c
434 I2C_SlaveClearReadStatus ();
435 I2C_SlaveClearReadBuf ();
436 }
437 if( DS18B20_DataReady ){
438 DS18B20_ReadTemperature ();
439 T1 = DS18B20_GetTemperatureAsFloat (0);
440 T2 = DS18B20_GetTemperatureAsFloat (1);
441 T3 = DS18B20_GetTemperatureAsFloat (2);
442 T4 = DS18B20_GetTemperatureAsFloat (3);
443
444 }
445
446 switch(function ){
447 case ’l’:
448 sprintf(rdBuf ,"%.4f", T1 );
449 break;
450 // pedido de leitura ao ds18b20
451 case ’k’:
452 sprintf(rdBuf ,"%.4f",T2 );
453 break;
454 // pedido de leitura ao ds18b20
455 case ’j’:
456 sprintf(rdBuf ,"%.4f",T3 );
457 break;
458 // pedido de leitura ao ds18b20
459 case ’h’:
460 sprintf(rdBuf ,"%.4f",T4 );
461 break;
462 // pedido de leitura ao ds18b20
463 case ’p’:
464 sprintf(rdBuf ,"%.2f",P);
465 break;
466 // pedido de potencia activa
467 case ’c’:
468 sprintf(rdBuf ,"%.2f",PF);
469 break;
470 // pedido de factor de potencia
471 case ’y’:
472 sprintf(rdBuf ,"%.2f",VRMs );
473 break;
474 // pedido de tensao rms
475 case ’i’:
476 sprintf(rdBuf ,"%.2f",IRMs );
477 break;
478 // pedido de corrente rms
479 case ’x’: break;
94
480 // comando de pedido de mediçoes sem funçao nesta parte
481 // Qualquer outro comando que nao esteja ainda implementado ou errado
482 default: strcpy(rdBuf , "NEC");
483 }
484
485 }
486 }
487
488 / * [] END OF FILE * /
95
Anexo
II
Có d i g o u t i l i z ad o n o M C U E S P 3 2
97
A N E XO I I . CÓ D I G O U T I L I Z A D O N O M C U E S P 3 2
30
31 const char * messageData = "{\" deviceId \":\"%s\",\" messageId \":%d,
32 \" Temperature1 \":%s,\" Temperature2 \":%s,\" Temperature3 \":%s,
33 \" Temperature4 \":%s,\" ActiveP \":%s,\" PowerFactor \":%s}";
34
35 // const char * messageData ="{\" deviceId \":\"%s\", \" messageId \":%d,
36 \" TemperatureS \":%f,\" Temperaturel \":%f}";
37
38 int messageCount = 1;
39 static bool hasWifi = false;
40 static bool messageSending = true;
41 static uint64_t send_interval_ms ;
42 // /////////////////////////////////////
43 //I2C Communication Variables
44 String responser = "";
45 String responsep = "";
46 String responsec = "";
47 String response1 = "";
48 String response2 = "";
49 String response3 = "";
50 String response4 = "";
51 char x = ’0’;
52 String responsey = "";
53 String responsei= "";
54 // /////////////////////////////////////
55 // Utilities
56 static void InitWifi ()
57 {
58 Serial.println("Connecting ...");
59 WiFi.begin(ssid , password );
60 while (WiFi.status () != WL_CONNECTED) {
61 delay (500);
62 Serial.print(".");
63 }
64 hasWifi = true;
65 Serial.println("WiFiconnected");
66 Serial.println("IPaddress:");
67 Serial.println(WiFi.localIP ());
68 }
69
70 static void SendConfirmationCallback ( IOTHUB_CLIENT_CONFIRMATION_RESULT result)
71 {
72 if (result == IOTHUB_CLIENT_CONFIRMATION_OK )
73 {
74 Serial.println("SendConfirmationCallbackfinished.");
75 }
76 }
77
78 static void MessageCallback (const char * payLoad , int size)
79 {
98
80 Serial.println("Messagecallback:");
81 Serial.println(payLoad );
82 }
83
84 static void DeviceTwinCallback ( DEVICE_TWIN_UPDATE_STATE updateState ,
85 const unsigned char * payLoad , int size)
86 {
87 char * temp = (char * ) malloc(size + 1);
88 if (temp == NULL)
89 {
90 return;
91 }
92 memcpy(temp , payLoad , size );
93 temp[size] = ’\0’;
94 // Display Twin message.
95 Serial.println(temp );
96 free(temp );
97 }
98
99 static int DeviceMethodCallback (const char * methodName ,
100 const unsigned char * payload , int size ,
101 unsigned char ** response , int * response_size)
102 {
103 LogInfo("Trytoinvokemethod%s", methodName );
104 const char * responseMessage = "\" Successfullyinvokedevicemethod \"";
105 int result = 200;
106
107 if (strcmp(methodName , "start") == 0)
108 {
109 LogInfo("Startsendingtemperatureandhumiditydata");
110 messageSending = true;
111 }
112 else if (strcmp(methodName , "stop") == 0)
113 {
114 LogInfo("Stopsendingtemperatureandhumiditydata");
115 messageSending = false;
116 }
117 else
118 {
119 LogInfo("Nomethod%sfound", methodName );
120 responseMessage = "\"Nomethodfound \"";
121 result = 404;
122 }
123
124 * response_size = strlen( responseMessage) + 1;
125 * response = (unsigned char * ) strdup(responseMessage );
126
127 return result;
128 }
129 // funcoes criadas individualmente para evitar
99
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100
180 Wire.requestFrom(addr ,I2C_msg_size );
181 while( Wire.available () ){
182 x = Wire.read ();
183 responsey += x;
184 }
185 }
186 static void Data_Readi(int addr ){
187 Wire.requestFrom(addr ,I2C_msg_size );
188 while( Wire.available () ){
189 x = Wire.read ();
190 responsei += x;
191 }
192 }
193 // /////////////////////////////////////
194 // Arduino sketch
195 void setup ()
196 {
197 Serial.begin (115200);
198 Serial.println("ESP32Device");
199 Serial.println("Initializing ...");
200
201 // Initialize I2C
202 Wire.begin(SDA ,SCL);
203
204 // Initialize the WiFi module
205 Serial.println(">WiFi");
206 hasWifi = false;
207 InitWifi ();
208 if (! hasWifi)
209 {
210 return;
211 }
212 randomSeed(analogRead (0));
213
214 Serial.println(">IoTHub");
215 Esp32MQTTClient_SetOption (OPTION_MINI_SOLUTION_NAME , "GetStarted");
216 Esp32MQTTClient_Init (( const uint8_t * ) connectionString , true );
217
218 Esp32MQTTClient_SetSendConfirmationCallback ( SendConfirmationCallback );
219 Esp32MQTTClient_SetMessageCallback ( MessageCallback );
220 Esp32MQTTClient_SetDeviceTwinCallback ( DeviceTwinCallback );
221 Esp32MQTTClient_SetDeviceMethodCallback ( DeviceMethodCallback );
222
223 send_interval_ms = millis ();
224 }
225
226 void loop ()
227 {
228 if (hasWifi)
229 {
101
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102
280 Serial.print("ReceivedVrms:");
281 Serial.println(responsey );
282 Serial.print("ReceivedIrms:");
283 Serial.println(responsei );
284 // *******
285 // Envio dos dados recebidos por i2c
286 char messagePayload [MESSAGE_MAX_LEN ];
287 snprintf(messagePayload ,MESSAGE_MAX_LEN , messageData , DEVICE_ID ,...
288 messageCount ++, response1 , response2 , response3 , response4 ,...
289 responsey , responsei , responsep , responsec );
290 Serial.println(messagePayload );
291 EVENT_INSTANCE * message = ...
292 Esp32MQTTClient_Event_Generate (messagePayload ,MESSAGE );
293 Esp32MQTTClient_Event_AddProp (message , "temperatureAlert ", "true");
294 Esp32MQTTClient_SendEventInstance (message );
295 response1 = "";
296 response2 = "";
297 response3 = "";
298 response4 = "";
299 responsey = "";
300 responsep = "";
301 responsec = "";
302 responsei = "";
303 x=’0’;
304 send_interval_ms = millis ();}
305 else{ Esp32MQTTClient_Check (); } }
306 delay (10);}
103
Anexo
III
Query u t i l i z ada n o s e r v i ç o Stream Analytics
105