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INSPETOR DE

DUTOS
TERRESTRES
NÍVEL 1
MÓDULO 1
INSPETOR DE DUTOS TERRESTRES NÍVEL 1
MÓDULO 1

1
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FBTS
Inspetor de Dutos Terrestres Nível 1/Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem. Rio de Janeiro, 2007.

235pp.

FBTS – Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem

R. Primeiro de Março, 23 – 7° andar – Centro


CEP: 20010-000 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil

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APRESENTAÇÃO

A Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem – FBTS há mais de 25 anos formando novos


profissionais para a área de Petróleo e Gás Natural, foi definida como instituição de referência e
executora pelo PROMINP (Programa de Mobilização Nacional para a Indústria do Petróleo e Gás
Natural) para a capacitação do profissional Inspetor de Dutos Terrestres Nível 1. Com o fim de contribuir
para a melhoria da qualidade na montagem e construção, na segurança dos profissionais envolvidos e na
proteção ao meio ambiente, reduzindo custos, tempo e re-trabalho, hoje de vital importância em qualquer
obra de grande porte, a FBTS apresenta, através de seu Departamento de Cursos, este material didático.
Destacamos que em nenhum momento tivemos o objetivo de exaurir os assuntos abordados, mas
sim apresentarmos de forma organizada e sistematizada, um escopo de conhecimentos técnicos
pertinentes à função, preparando os alunos para o processo de Qualificação e posterior Certificação junto
ao SEQUI-PETROBRÁS.
No intuito de atendermos aos anseios da comunidade técnica de Petróleo e Gás Natural, a FBTS
continua, pelos diversos Estados do país, a sua nobre missão de formar profissionais qualificados.

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4
INDICE

CÁLCULO
1.0 Perímetro 17
1.1 Área das Principais Figuras Geométricas 17
1.2 Volume dos Sólidos 18
2.0 Ângulos 18
2.1 Ângulos Especiais 19
2.2 Medida de Um Ângulo 20
3.0 Relações Métricas No Triângulo Retângulo 21
Exercícios 25

UNIDADES DE MEDIDA
1.0 Grandezas 31
2.0 Unidades 31
3.0 Sistema Internacional de Unidades 32
4.0 Unidades Derivadas do SI 33
5.0 Prefixos dos Múltiplos e Submúltiplos das Unidades Fundamentais 33
6.0 Grafia e Orientações Gerais 33
6.1 Exceção 33
6.2 Grafias Mistas 33
6.3 Plural dos nomes e símbolos 34
6.4 Grafia dos símbolos 34
6.5 Grafia dos números 34
7.0 Sistema Inglês 34
7.1 Unidades de Medição Angular 35
7.1.1 Sistema Sexagesimal 36
8.0 Outras Unidades de Medidas 36
8.1 Usando Potência de 10 37
8.2 Algarismos Significativos 38
8.2.1 Operações com Algarismos Significativos - Regras 39
9.0 Conversão de Unidades e Arredondamento 40
9.1 Conversão de Unidades 40
Exercícios 43

NOÇÕES DE FÍSICA
1.0 Propriedades Térmicas dos Materiais 47
1.1 Mudanças de Estado da Matéria 48
1.2 Temperatura 48
1.3 Escalas Termométricas 48
1.4 Conversão entre as Escalas Celsius, Fahrenheit e Kelvin 49
2.0 Hidrostática 50
2.1 Densidade 50
2.2 Peso Específico 51
2.3 Conceito de Pressão 51
2.4 Pressão Hidrostática 51
2.5 Medidores de Pressão 52
2.6 Teorema de Stevin 53
2.7 Teorema de Pascal 54
2.8 Teorema de Arquimedes 54
Exercícios 56

DESENHO TÉCNICO
1.0 Introdução 59
2.0 Perspectiva Isométrica 60

5
2.1 Eixos Isométricos 60
2.2 Linha Isométrica 61
3.0 Projeção Ortogonal 61
3.1 Plano de Projeção 62
3.2 Posições relativas das “vistas” no 1º Diedro 62
4.0 Desenhos de Tubulações 63
4.1 Fluxogramas 63
4.2 Convenções de Plantas de Tubulação 66
4.3 Isométricos 69
4.4 Desenho de Detalhes 73
5.0 Desenho de Perfil e Gradiente Hidráulico 74
6.0 Levantamento Topográfico e “as built” (conforme construído) 76

EQUIPAMENTOS
1.0 Introdução 79
2.0 Definições e Características Principais dos Equipamentos 79
2.1 Caminhão Guindaste 79
2.2 Retro Escavadeira 80
2.3 Moto-niveladora (Máquina patrol) 81
2.4 Pá-carregadeira 81
2.5 “Side-boom” 82
2.6 Boring-machine 83
2.7 Curvadeira 83
2.8 Caminhão de lubrificação 84
2.9 Perfuratriz 84
2.10 Dolly 85
2.11 Pay-Welder 85
2.12 Caminhão Basculante 86
2.13 Grupo Gerador 86
2.14 Rolo-compactador 87
2.15 Escavadeira Hidráulica de Esteira 87
2.16 Trator de lâmina 88
2.17 Valetadeira 88
2.18 Acopladeira 89
2.19 Bizeladeira 89
2.20 Golpeador Pneumático 90

INSTRUMENTOS BÁSICOS
1.0 Introdução 93
2.0 Normas Gerais de Medição 93
3.0 Recomendações 93
4.0 Trena 94
5.0 Régua 97
5.1 Graduações da Escala 99
6.0 Nível de Bolha 100
7.0 Prumo 101
8.0 Paquímetro 102
8.1 Cálculo da Precisão (Sensibilidade) do Paquímetro 102
8.2 Uso do Paquímetro 102
8.3 Erros de Medição 106
8.4 Precauções no uso dos Paquímetros 106
9.0 Goniômetro 109
10.0 Clinômetros 113
11.0 Micrômetros 113
11.1 Nomenclatura 114
11.2 Características 115
11.3 Micrômetro com resolução de 0,01 mm 118
Exercícios 120

6
APARELHOS E TESTES
1.0 Introdução 127
1.1 Termo-Higrômetro 127
1.2 Aparelho de Medição de Película Seca de Tinta 127
1.3 Holliday Detector 128
1.4 Balança de Peso Morto 128
1.5 Aparelho de Medição de Espessura – D-Meter 129
1.6 Manômetro 130
1.7 Termômetro 131
1.8 Pirômetro a Laser 131
1.9 Teodolito Convencional 132
1.9.1 Teodolito Eletrônico 132
1.10 GPS – Sistema de Posicionamento Global 133
1.11 GPR – Ground Penetrating Radar 133
1.12 Rugosímetro 134
1.13 Sistema de Controle de TH (digital) 135

ACESSÓRIOS DE TUBULAÇÃO
1.0 Classificação dos Acessórios de Tubulação 139
1.1 Classificação quanto a Finalidade 139
1.1.1 Fazer mudanças de direção em tubos 139
1.1.2 Fazer derivações em tubos 139
1.1.3 Fazer mudanças de diâmetro em tubos 139
1.1.4 Fazer ligações de tubos entre si 140
1.1.5 Fazer o fechamento da extremidade de um tubo 140
1.2 Classificação quanto ao Meio de Ligação 140
2.0 Identificação/Marcação Normalizada para Conexões 142
2.1 Identificação / Marcação Estampada 142
2.2 Visual/Controle Dimensional (Tolerâncias conforme ASME B16.9 / B16.11
conexões com Soldas de Topo) 142
2.3 Plano de Amostragem 143
3.0 Tipos de Flanges 143
3.1 Faceamento dos Flanges 145
3.2 Normalização de Flanges de Aço – Classes de Pressão Nominal 146
3.2.1 Exame Visual e Controle Dimensional 147
4.0 Juntas para Flanges 148
4.1 Dados para encomenda de Juntas 150
5.0 Parafusos e Estojos para Flanges 150
5.1 Tipos e Padronização 151
5.1.1 Aperto (torque) 151
5.1.2 Conseqüências do aperto excessivo 151
6.0 Niples 152
7.0 Curvas em Gomos 153
7.1 Derivações Soldadas 153
7.1.1 “Bocas de lobo” 153
8.0 Derivação com Conexão Forjada 154
8.1 Com luva Soldada 154
8.2 Com Colar 154
8.3 Com Sela 155
9.0 Outros Acessórios de Tubulação 155
10.0 Identificação/Marcação normalizada de conexões 156
10.1 Identificação 156
11.0 Exame Visual e Controle Dimensional 156
11.1 Obrigações durante a Inspeção 156
12.0 Armazenamento, Manuseio e Preservação 157
12.1 Armazenamento 157
12.2 Manuseio 157
12.3 Preservação 157
13.0 Amostragem 157

7
Exercícios 159

TUBOS
1.0 Introdução 163
1.1 Tubos 163
1.2 Tubulação 163
1.2.1 Classificação das Tubulações quanto ao emprego 163
2.0 Tubos: Principais Materiais, Normalização Dimensional, Processos de Fabricação 164
2.1 Principais Materiais 164
2.1.1 Tubos de aço carbono 164
2.1.2 Tubos de aço-liga 166
2.1.3 Tubos de aços inoxidáveis 166
2.1.4 Tubos de ferro fundido (FoFo) 167
2.1.5 Tubos de metais não ferrosos 167
2.1.6 Tubos não metálicos (plásticos) 168
2.2 Normalização dos Tubos de Aço 168
2.2.1 Dados para aquisição 169
2.2.2 Tubos de aço fabricados no Brasil (comerciais) 169
2.3 Processos de Fabricação 172
2.3.1 Laminação 172
2.3.2 Processos de extrusão, fundição e forjamento 173
2.3.3 Fabricação de tubos com costura 174
2.3.3.1 Métodos de soldagem dos tubos 175
2.4 Testes de fábrica nos tubos 176
3.0 Classificação Quanto aos Meios de Ligação 177
4.0 Identificação/Marcação Normalizada para Tubos 181
4.1 Identificação por pintura (API Espec 5L) 181
4.2 Marcação Normalizada 182
5.0 Inspeção Visual/Controle Dimensional (API 5L e especificação de projeto) 182
5.1 Espessura, ovalização e diâmetro 182
5.2 Chanfro e Ortogonalidade 183
5.3 Estado das Superfícies Internas e Externas 183
5.4 Empenamento 184
5.5 Estado de revestimento 184
5.6 Revestimento 184
6.0 Plano de Amostragem 184
7.0 Armazenamento, Manuseio e Preservação 188
Exercícios 199

VÁLVULAS
1.0 Definições 203
1.1 Válvulas 203
1.2 Diâmetro Nominal 203
1.3 Classe de Pressão 203
2.0 Classificação das Válvulas 203
3.0 Construção de Válvulas 204
4.0 Tipos de Válvulas 206
4.1 Válvulas de Gaveta 206
4.2 Válvulas de Esfera 207
4.3 Válvulas de Globo 209
4.4 Válvulas de Retenção 210
4.5 Válvulas de Segurança 210
4.6 Extremidades das Válvulas 211
5.0 Meios de Operação das Válvulas 212
5.1 Principais Normas 216
6.0 Identificação e Marcação 216
7.0 Inspeção de Recebimento 217
7.1 Documentação 217
7.2 Inspeção Visual 218

8
7.3 Inspeção Dimensional 219
7.4 Testes Hidrostáticos e de Vedação 219
7.4.1 Testes hidrostáticos 219
7.4.2 Teste de vedação ou teste de estanqueidade 220
7.4.3 Procedimento de teste hidrostático e de vedação 220
8.0 Armazenamento, Manuseio e Preservação 221
8.1 Válvulas Flangeadas 221
8.1.1 Válvulas até diâmetro de 4” 221
8.1.2 Válvulas de diâmetro de 6” e maiores 221
8.2 Válvulas Roscadas com Extremidades ou com Encaixe para Solda 222
8.3 Válvulas “Wafer” (Qualquer Diâmetro) 222
8.4 Tampão 222
9.0 Procedimento de Inspeção de Recebimento 223
10.0 Considerações Gerais 224
Exercícios 226

Gabarito do Módulo 1 227

Bibliografia 235

9
LISTA DE FIGURAS

CÁLCULO
Figura 1.1 – Perímetros usuais em dutos 17
Figura 1.1.1 – Áreas usuais em dutos 17
Figura 1.2.1 – Volumes mais usados em dutos 18
Figura 2.1 – Exemplo de ângulos 18
Figura 2.2 – Representação de ângulo 18
Figura 2.1.1 – Ângulo raso 19
Figura 2.1.2 – Exemplos de ângulos nulo e de uma volta formados através da coincidência de
duas semi-retas 19
Figura 2.1.3 – Tipos de ángulos 20
Figura 2.2.1 – Transferidor de acrílico 20
Figura 2.2.2 – Os quatro quadrantes 20
Figura 3.1 – Triângulo retângulo 21
Figura 3.2 – Ângulos internos no triângulo retângulo 21

UNIDADES DE MEDIDA
Figura 7.1 – Intervalo Referente a 1” (ampliado) 35
Figura 7.2 – Subdivisões da polegada (ampliado) 35
Figura 8.2.1 – Exemplo de Medição 38

NOÇÕES DE FÍSICA
Figura 1.1.1 – Ciclo de Mudanças de Estado 48
Figura 1.3.1 – Exemplo Prático de Mudança de Estado 49
Figura 1.3.2 – Escala Celsius 49
Figura 1.3.3 – Escala Fahrenheit 49
Figura 1.4.1 – Conversão entre as escalas Celsius, Fahrenheit e Kelvin 49
Figura 2.4.1 – Exemplo prático de pressão hidrostática 52
Figura 2.5.1 – Manômetro de tubo fechado 53
Figura 2.5.2 – Manômetro de tubo aberto 53
Figura 2.5.3 – Manômetro Analógico 53
Figura 2.7.1 – Exemplo de um elevador hidráulico 54
Figura 2.8.1 – Exemplo prático de diferença de densidades 55

DESENHO TÉCNICO
Figura 1.1 – Exemplos de desenhos técnicos 59
Figura 2.1 – Tipos de perspectivas 60
Figura 3.2.1 – vistas no 1º diedro (usual no Brasil) 62
Figura 4.1.1 – Exemplo de um Fluxograma de Processo 64
Figura 4.2.1 – Exemplo de Planta de Tubulação 68
Figura 4.3.1 – Exemplo de Desenho Isométrico 72
Figura 4.4.1 – Desenho de Detalhes de um projeto de derivação para drenagem de oleoduto 73
Figura 5.1 – Exemplo de Perfil com Gradiente Hidráulico – Sem Escala 75
Figura 6.1 – Exemplo de “as built” – Sem Escala 76

EQUIPAMENTOS
Figura 2.1.1 – Caminhão guindaste 25T 80
Figura 2.1.2 – Caminhão Munck 20T 80
Figura 2.2.1 – Retroescavadeira 81
Figura 2.3.1 – Moto-niveladora 81
Figura 2.4.1 – Pá-carregadeira 82
Figura 2.5.1 – Trator side-boom 82
Figura 2.6.1 – Equipamento de perfuração à trado 83
Figura 2.7.1 – Curvadeira à frio 83

10
Figura 2.8.1 – Caminhão lubrificante 84
Figura 2.9.1 – Máquina de perfuratriz hidráulica 84
Figura 2.10.1 – Equipamentos adaptado para transporte de tubos 85
Figura 2.11.1 – Trator adaptado para soldagem de juntas 85
Figura 2.12.1 – Caminhão para transportes pesados 86
Figura 2.13.1 – Grupo gerador de médio porte 86
Figura 2.14.1 – Rolo-compactador de solo 87
Figura 2.15.1 – Escavadeira com martelete pneumático 87
Figura 2.16.1 – Trator de lâmina 88
Figura 2.17.1 – Valetadeira adaptada 88
Figura 2.18.1 – Acopladeira Externa Manual 89
Figura 2.18.2 – Acopladeira Interna Pneumática 89
Figura 2.19.1 – Bizeladeira Mecânica 89
Figura 2.19.2 – Bizeladeira Pneumática 89
Figura 2.20.1 – Golpeador pneumático 90

INSTRUMENTOS BÁSICOS
Figura 4.1 – Trena graduada (graduação universal) 96
Figura 4.2 – Trenas 97
Figura 5.1 – Régua Graduada 98
Figura 5.1.1 – Graduações de escala 99
Figura 5.1.2 – Sistema métrico decimal 100
Figura 8.1.1 – Cálculo de sensibilidade do instrumento 102
Figura 8.2.1 – Coincidência de zeros das escalas 103
Figura 8.2.2 – Exemplo de medições e leituras com coincidências de traços de 1, 2 , 3 e 17mm 103
Figura 8.2.3 – Precisão do instrumento exemplo 1 103
Figura 8.2.4 – Precisão do instrumento exemplo 2 104
Figura 8.2.5 – Deslocamento do cursor para coincidência de traços – Sistema Decimal 104
Figura 8.2.6 – Exemplo de deslocamento do cursor com coincidência de traços – Sistema Inglês 104
Figura 8.2.7 – Deslocamento do cursor com coincidência de traços no Sistema Fracionário 105
Figura 8.2.8 – Exemplo de deslocamento do cursor com coincidência de traços – Sistema Inglês 105
Figura 8.4.1 – Vista transversal do paquímetro 106
Figura 8.4.2 – Tipos de leitura 107
Figura 8.4.3 – Inclinação do cursor causado por força excessiva 107
Figura 8.4.4 – Partes constituintes do Paquímetro 108
Figura 9.1 – Leitura do Goniômetro 12º 110
Figura 9.2 – Leitura do Goniômetro 25,5º 110
Figura 9.3 – Princípio físico do goniômetro 111
Figura 9.4 – Goniômetro e seus componentes 112
Figura 10.1 – Clinômetro analógico imantado 113
Figura 11.1 – Micrômetro de Palmer (1848) 113
Figura 11.2 – Princípio básico do micrômetro 114
Figura 11.3 – Elemento fundamental do projeto do “tambor” de um micrômetro 114
Figura 11.1.1 – Partes do micrômetro 114
Figura 11.2.1 – Coincidência de traços no tambor 115
Figura 11.2.2 – Hastes extras de extensão no conjunto 116
Figura 11.2.3 – Arco adaptável para medições de bordas 116
Figura 11.2.4 – Discos adaptáveis nas hastes 116
Figura 11.2.5 – Arco especial com haste móvel e contato a 90º 117
Figura 11.2.6 – Contador mecânico para produção seriada 117
Figura 11.2.7 – Digital com maior precisão das medidas 117

APARELHOS E TESTES
Figura 1.1.1 – Termo-higrômetro analógico 127
Figura 1.2.1 – Medidor de película seca digital 128
Figura 1.3.1 – Conjunto completo do holliday detector 128
Figura 1.4.1 – Balanças de peso morto portáteis 129
Figura 1.5.1 – Aparelho de medição de espessura por ultra-som 130
Figura 1.6.1 – Manômetro analógico “Bourdon” 130

11
Figura 1.7.1 – Termômetro analógico 131
Figura 1.8.1 – Pirômetro à laser 132
Figura 1.9.1.1 – Aparelho de Teodolito eletrônico 133
Figura 1.10.1 – Aparelho de GPS 133
Figura 1.11.1 – Aparelho de GPR 134
Figura 1.12.1 – Rugosímetro digital 134

ACESSÓRIOS DE TUBULAÇÃO
Figura 1.2.1 – Emprego de acessórios de tubulação 141
Figura 1.2.2 – Conexões mais usuais 141
Figura 3.1 – Tipos de flanges 145
Figura 3.1.1 – Flange para juntas tipo anel 146
Figura 4.1 – Juntas tipo anel – RTJ 149
Figura 4.1.1 – Tipos de juntas 150
Figura 5.1.2.1 – Parafusos para flanges 152
Figura 6.1 – Tipos de niples e exemplos de emprego 152
Figura 7.1 – Curvas em gomos e derivações soldadas 153
Figura 9.1 – Raquete e figura “8” 155

TUBOS
Figura 2.2.1 – Seções de transversais em tubos de 1” de diâmetro nominal 168
Figura 2.2.2 – Tipos de extremidades de tubos de aço 169
Figura 2.3.1.1 – Laminador oblíquo 173
Figura 2.3.1.2 – Laminadores Calibrador e com Mandril 173
Figura 2.3.3.1.1 – Etapas de fabricação e inspeção de tubos com costura a partir de chapas
planas comerciais 176
Figura 3.1 – Ligações rosqueadas de tubos 178
Figura 3.2 – Ligações de solda de encaixe para tubos 179
Figura 3.3 – Chanfros para solda de topo e tubos 180
Figura 3.4 – Ligação flangeada entre tubos 181
Figura 7.7.1 – Exemplo de empilhamento de tubos (armazenamento) 190
Figura 7.7.2 – Exemplos de armazenamento de tubos (segundo Norma 464-H) 191

VÁLVULAS
Figura 2.1 – Operação manual de válvula 204
Figura 3.1 – Válvula gaveta pequena, castelo rosqueado 204
Figura 3.2 – Válvula gaveta grande, castelo aparafusado 204
Figura 4.1.1 – Válvula de Gaveta passagem plena 206
Figura 4.1.2 – Válvula de Gaveta 207
Figura 4.2.1 – Válvula de esfera funcionamento 208
Figura 4.2.2 – Válvula de Esfera 208
Figura 4.2.3 – Válvula de Esfera Duplo Bloqueio 209
Figura 4.3.1 – Válvula de Globo 209
Figura 4.4.1 – Válvula de retenção tipo portinhola 210
Figura 4.5.1 – Válvula de Segurança 211
Figura 4.5.2 – Válvulas de Alívio de Pressão 211
Figura 4.6.1 – Válvula controladora de pressão flangeada 212
Figura 5.1 – Operação Manual de Válvulas 213
Figura 5.2 – Válvula de comando remoto 213
Figura 5.3 – Válvula de controle pneumático 214
Figura 5.4 – Válvula de esfera aberta com acionador elétrico 214
Figura 5.5 – Painel de acionamento automático de uma válvula de linha de gás 215
Figura 7.4.1.1 – Teste Hidrostático na válvula 221
Figura 8.3.1 – Válvula wafer 222
Figura 8.4.1 – Sistema de armazenamento e proteção (Norma 464-H) 223
Figura 10.3.1 – Exemplos de aplicação da graxa 225

12
LISTA DE TABELAS

CÁLCULO
Tabela 3.1 – Relação Trigonométrica do Triângulo Retângulo 24

UNIDADES DE MEDIDA
Tabela 3.1 – Fundamental do SI 32
Tabela 5.1 – Prefixos dos Múltiplos de 10 33
Tabela 8.1 – Sistemas de Unidades 37
Tabela 9.1.1 – Conversão de Unidades de Medidas 41

NOÇÕES DE FÍSICA
Tabela 2.1.1 – Quadro de Densidades 51

DESENHO TÉCNICO
Tabela 4.1.1 – Símbolos gráficos para fluxogramas de processo e de engenharia (Petrobrás N-58) 65
Tabela 4.2.1 – Convenções de plantas de tubulação 66
Tabela 4.2.1 – Convenções de plantas de tubulação 67
Tabela 4.3.1 – Simbologia de Isométricos 70
Tabela 4.3.2 – Siglas de Instrumentação 71

TUBOS
Tabela 2.2.2.1 – Tubos de Aço com dimensões normalizadas 170
Tabela 2.2.2.2 – Tubos de Aço com dimensões normalizadas 171
Tabela 6.1 – Planos de Amostragem Simples, Inspeção Comum (Tabela Principal) 185
Tabela 6.2 – Codificação de Amostragem 186
Tabela 6.3 – Plano de Amostragem Simples 187
Tabela 7.4.1 – Fator de resistência – Fr 188
Tabela 7.4.2 – Fator de material – Fm 189
Tabela 7.7.2.1 – Empilhamento (DN x Comprimento do vão) 190
Tabela 7.8 – Tubos de Aço – dimensões normalizadas 192
Tabela 7.8.1 – Tubos de Aço – dimensões normalizadas 193

13
14
INSPETOR DE DUTOS TERRESTRES NÍVEL 1
CÁLCULO

15
16
CÁLCULO

1.0 Perímetro

O perímetro de uma figura geométrica informa a extensão de linhas retas ou curvas que delimitam
o contorno de sua área, conforme figura 1.1.
Perímetro = 2p / Semi-perímetro = p

Quadrado Retângulo
a a b
2p = a + a + a + a = 4.a 2p = a + a + b + b = 2.a + 2.b
a a

d
c
e Polígono Qualquer Circunferência de Raio = r
2p = a + b + c + d + e + f
r 2p = 2π r
b f
a
Figura 1.1 – Perímetros usuais em dutos

1.1 Área das Principais Figuras Geométricas

a
Quadrado Retângulo
a a A = a . a = a2 b A=a.b

a a

Triângulo Equilátero b Trapézio


h A=b.h A= (B + b).h
h
2 2
B
b

r Círculo de Raio
A = πr2

Figura 1.1.1 – Áreas usuais em dutos

17
1.2 Volume dos Sólidos

O volume de um sólido pode ser obtido pelo produto da área da base pela altura, conforme figura
1.2.1.

Cubo
V = a . a . a = a3 Paralelepípedo
a V=a.b.c
b
a c
a a

Cilindro
h V = πr2.h

Figura 1.2.1 – Volumes mais usados em Dutos

2.0 Ângulos

Uma das idéias mais importantes em Geometria é a idéia de ângulo, que pode ser sugerida pela
figura 2.1:

Figura 2.1 – Exemplo de Ângulo

Denomina-se ângulo a região convexa formada por duas semi-retas não opostas que tem a mesma
origem, conforme figura 2.2.
Semi-Reta

Origem β Região Convexa

Semi-Reta

Figura 2.2 – Representação de Ângulo

18
2.1 Ângulos Especiais

Quando duas semi-retas são opostas, formam um ângulo raso ou de meia-volta (180º), conforme figura
2.1.1.

B A C

Figura 2.1.1 – Ângulo raso.

Quando duas semi-retas coincidem, obtemos dois ângulos, conforme figura 2.1.2:
Ângulo Nulo (0º) Ângulo de uma volta (360º)

A B=C
B=C A

Figura 2.1.2 – Exemplos de ângulos nulo e de uma volta formados através da coincidência de duas semi-retas.

Um ângulo pode ser, conforme figura 2.1.3:


• Reto – aquele em que a medida vale metade da medida do ângulo de meia-volta, ou seja, 90º.
• Agudo – aquele cuja medida é menor que 90º.
• Obtuso – aquele cuja medida é maior que o ângulo reto e menor que a medida de um ângulo de
meia volta.

A
ÂNGULO RETO
(AÔB) = 90º

0
B
A

ÂNGULO AGUDO
(AÔB) < 90º 0

A
ÂNGULO OBTUSO
90º < (AÔB) < 180º

0 B

19
A
B
ÃNGULOS ADJACENTES – Dois ângulos
consecutivos que não possuem pontos internos
C
comuns.

A
B
ÂNGULOS COMPLEMENTARES -
Dois ângulos adjacentes cuja a soma das suas
medidas é igual a 90º.
C
0

ÂNGULOS SUPLEMENTARES: B

Dois ângulos adjacentes cuja a soma das suas


A 0 C
medidas é igual a 180º.

Figura 2.1.3 – Tipos de ângulos.

2.2 Medida de um Ângulo


A unidade de medida usada para medir ângulos é o grau.
Podemos utilizar o transferidor para medir ângulos, conforme figura 2.2.1.

Figura 2.2.1 – Transferidor de acrílico.

Uma circunferência completa apresenta 360º, constituída de quatro quadrantes conforme figura 2.2.2:
90º

180º 0º = 360º

270º
Figura 2.2.2 – Os quatro quadrantes.

20
Cada grau é formado por minutos → 1º = 60’
Cada minuto é formado por segundos → 1’ = 60”
Operações com ângulos
30º + 15º = 48º - 23º =
13’ + 38’ = 33’ – 12’ =
12” + 25” = 52” – 47” =
38º + 45º = 330º - 148º =
33’ + 38’ = 28” + 49” =

3.0 Relações Métricas no Triângulo Retângulo

Características do Triângulo Retângulo:


• Um de seus ângulos tem medida 90º, conforme figura 3.1.
• O lado oposto ao ângulo de 90º chama-se hipotenusa.
• Os outros lados chamam-se catetos.
• O quadrado da hipotenusa é igual a soma do quadrado dos catetos. (TEOREMA DE
PITÁGORAS)

c
a
c
a b
A B

b
Figura 3.1 – Triângulos Retângulos

A soma dos ângulos internos de qualquer triângulo vale 180°, conforme figura 3.2:

O quadrado da hipotenusa é igual a soma do quadrado dos catetos: a = b + c


2 2 2

β
a
c

γ
A b C

β + γ = 90 o

Figura 3.2 – Ângulos internos no triângulo retângulo.

21
Seno

BC1 = 5m A1C1 3
BC2 = 10m = = 0,6
BC = 15m
BC1 5
BA1 = 4m
BA2 = 8m A2C2 6
BA = 12m = = 0,6
A1C1 = 3m BC2 10
A2C2 = 6m
AC = 9m AC 9
= = 0,6
BC 15

A1C1 A2C2 AC
Senβ = = = = 0,6
BC1 BC2 BC

Cateto oposto a β
Senβ =
hipotenusa

Cosseno

BC1 = 5m BA1 4
BC2 = 10m
= = 0,8
BC1 5
BC = 15m
BA1 = 4m
BA2 = 8m
BA = 12m BA2 8
A1C1 = 3m
= = 0,8
BC2 10
A2C2 = 6m
AC = 9m
BA 12
= = 0,8
BC 15

Utiliza-se o principio de semelhança de Triângulos no desenho acima.


BA1 BA2 BA
Cosβ = = = = 0,8
BC1 BC2 BC

Cateto adjacente a β
Cosβ =
hipotenusa

22
Tangente

A1C1 3
BC1 = 5m = = 0,75
BC2 = 10m BA1 4
BC = 15m
BA1 = 4m A2C2 6
BA2 = 8m = = 0,75
BA = 12m BA2 8
A1C1 = 3m
A2C2 = 6m
AC 9
AC = 9m = = 0,75
BA 12

A1C1 A2C2 AC
Tanβ = = = = 0,75
BA1 BA2 BA

Cateto oposto a β
Tanβ =
Cateto adjacente a β

Resumo:

B
b c b
Senβ = Cosβ = Tgβ =
a a c
β
a c b c
c Senγ = Cosγ = Tgγ =
a a b
γ
C β + γ = 90 º γ = 90 º − β
A b

β e γ são ângulos complementares

b b
Senβ = Cosγ = Senβ = Cos (90 º − β )
a a

c c
Cosβ = Sen γ = Cosβ = Sen (90 º − β )
a a

Relações entre seno, cosseno e tangente


b
b b Senβ
Tgβ = Tgβ = = a =
c c c Cos β
a

Para todo ângulo agudo vale a igualdade:

Senβ
Tgβ =
Cosβ

23
Tabela 3.1 – Relação Trigonométrica do Triângulo Retângulo

ÂNGULO SENO COSSENO TANGENTE

30º 1 2 3 3
2 3
45º 2 2 1
2 2
60º 3 1 2
3
2

24
EXERCÍCIOS

1)Se um polígono tem todos os lados iguais, então todos os seus ângulos internos são iguais.
Para provar que essa proposição é falsa, pode-se usar como exemplo a figura denominada:
(a) losango
(b) trapézio
(c) retângulo
(d) quadrado

2)Para combater um incêndio, os bombeiros utilizaram duas escadas AD e BE, que formavam
entre si um ângulo de 45º, conforme mostra a figura abaixo.

Considere: tg a= 0,5 e as distâncias AC = 17 metros e BC = 5 metros.

Determine:
(a) o comprimento CD;
(b) a altura CE do prédio.

3)PEQUENOS NOTÁVEIS
Aparelhos eletrônicos tornam-se cada vez menores e ainda mais poderosos
Os saudosistas que se conformem, mas a maior parte dos produtos eletrônicos está tomando outra
forma. Aparelhos de CD e rádio, calculadoras, computadores portáteis, câmaras de vídeo e telefones
celulares estão diminuindo rapidamente de tamanho, e vários equipamentos de uso corrente vêm
sofrendo tamanha transformação que alguns quase estão se tornando irreconhecíveis. Outra vedete no
mundo miniaturizado são os handhelds ou computadores que cabem na mão. Apesar do tamanho, pode-
se dizer que hoje eles deixam no chinelo o Eniac, o primeiro computador da história. Criado em 1946, o
Eniac media 3,5 metros de altura, 30 de comprimento, 1 de profundidade e pesava 30 toneladas. Um
handheld tem cerca de 2 centímetros de altura, 20 de comprimento, 10 de profundidade, pesa apenas
500 gramas e sua memória é 10 000 vezes mais poderosa.

(a) Imagine duas caixas com a forma de um paralelepípedo retângulo; uma, com as dimensões do
Eniac, e outra, com as do handheld. Calcule a quantidade máxima de caixas menores que podem ser
acomodadas na caixa maior.
(b) Determine o número de handhelds necessários para alcançar o peso do Eniac.

4)Observe a figura abaixo:

25
Ela representa um papel quadrado ABCD, com 10 cm de lado, que foi dobrado na linha, em que M
é o ponto médio do lado. Se, após a dobra, A, B, C, D e M são coplanares, determine (considerar
BM perpendicular a AB e o valor do ângulo B = 90º).
(a) o comprimento do segmento AM
(b) a distância entre o ponto B e o segmento AM;
(c) o valor de tg θ

5)Na construção de um hangar, com a forma de um paralelepípedo retângulo, que possa abrigar
um Airbus, foram consideradas as medidas apresentadas abaixo:

Calcule o volume mínimo desse hangar.

6)Um atleta está treinando em uma pista retilínea e o gráfico abaixo apresenta dados sobre seu
movimento. A distância percorrida pelo corredor, no intervalo entre 0 e 5 segundos, é igual à área
do trapézio sombreado. Calcule essa distância (considerar o gráfico em escala).

7)Três bolas de tênis, idênticas, de diâmetro igual a 6 cm, encontram-se dentro de uma
embalagem cilíndrica, com tampa. As bolas tangenciam a superfície interna da embalagem nos
pontos de contato, como ilustra a figura abaixo.

Calcule:
(a) a área total, em cm2, da superfície da embalagem;
(b) a fração do volume da embalagem ocupado pelas bolas. (Dado: Volume da esfera = 4/3π.r³)

26
8)A extremidade A de uma planta aquática encontra-se 10cm acima da superfície da água de um
lago (fig.1). Quando a brisa a faz balançar, essa extremidade toca a superfície da água no ponto B,
situado a 10 3 cm do local em que sua projeção ortogonal C, sobre a água, se encontrava
inicialmente (fig. 2). Considere OA, OB e BC segmentos de retas e o arco uma trajetória do
movimento da planta.

Determine:
(a) a profundidade do lago no ponto O em que se encontra a raiz da planta;
(b) o comprimento, em cm, do arco .AB

9)Observe a figura:

Depois de tirar as medidas de uma modelo, Jorge resolveu fazer uma brincadeira:
1º) esticou uma linha AB, cujo comprimento é metade da altura dela;
2º) ligou B ao seu pé no ponto C;
3º) fez uma rotação de BA com centro B, obtendo o ponto D sobre BC;
4º) fez uma rotação CD com centro C, determinando E sobre AC.
Para surpresa da modelo, CE é a altura do seu umbigo.
Tomando AB como unidade de comprimento, a medida CE da altura do umbigo da modelo é:(considerar
5 = 2,2)
(a) 1,3
(b) 1,2
(c) 1,1
(d) 1,0

27
28
INSPETOR DE DUTOS TERRESTRES NÍVEL 1
UNIDADES DE MEDIDA

29
30
UNIDADES DE MEDIDA

1.0 Grandezas

Paciência Felicidade Ódio

Comprimento tempo força

Para descrever uma grandeza, primeiro é necessário definir uma unidade, isto é, uma medida da
grandeza cujo valor é definido como exatamente igual a 1,0.

A propriedade fundamental de uma grandeza é a sua capacidade de ser medida.

As grandezas fundamentais são aquelas que se definem por si mesmas, isto é, não são
expressas em função de outras.

Comprimento
Tempo
Massa

As grandezas derivadas são aquelas definidas a partir das grandezas fundamentais e expressas
por fórmulas matemáticas.

Distância
Velocidade =
Tempo

2.0 Unidades

Medir uma grandeza consiste em compará-la com outra grandeza padrão que se toma como
unidade.

Unidade é toda medida padrão arbitrária à qual se atribui o valor unitário.

O metro (unidade de comprimento) foi definido inicialmente em termos da distância entre o Pólo
Norte e o Equador. Hoje em dia, é definido como a distância percorrida pela luz no vácuo durante um
intervalo de tempo de 1/299.792.458 de segundo.

31
O segundo (unidade de tempo) foi definido inicialmente em termos da rotação da Terra. Hoje em
dia, é o tempo necessário para que haja 9.192.631.770 oscilações da luz (num determinado comprimento
de onda) emitida por um átomo de Césio-133.
O quilograma (unidade de massa) é definido em termos de um padrão de platina-irídio, conservado
no Bureau Internacional de Pesos e Medidas (França), ao qual foi atribuída, por convenção internacional,
uma massa de 1 quilograma. Para medições em escala atômica, é usada em geral a unidade de massa
atômica, definida em termos do átomo de carbono-12.

3.0 Sistema Internacional de Unidades

As grandezas fundamentais do Sistema Internacional de Unidades (SI) são:


• Comprimento
• Massa
• Tempo
• Intensidade Elétrica
• Temperatura
• Intensidade Luminosa

Tabela 3.1 – Fundamental do SI

Unidade Símbolo Grandeza

ampère A Corrente elétrica

candela cd Intensidade luminosa

kelvin K Temperatura termodinâmica

metro m Comprimento

mol mol Quantidade de matéria

quilograma kg Massa

segundo s Tempo

esterradiano sr Ângulo Sólido

radiano rad Ângulo Plano

32
4.0 Unidades Derivadas do SI

São unidades deduzidas direta ou indiretamente das unidades de base e suplementares. Exemplo:
hora (h)

5.0 Prefixos dos Múltiplos e Submúltiplos das


Unidades Fundamentais
Tabela 5.1 – Prefixos dos Múltiplos de 10

6.0 Grafia e Orientações Gerais

6.1 Exceção

Com exceção do grau Celsius, que se escreve por extenso e com letra maiúscula, todas as outras
unidades se escrevem com letra minúscula. Ex: ampere, kelvin, newton, pascal, etc.

6.2 Grafias mistas

Não são admitidas grafias mistas com símbolo + extenso. Assim deve-se escrever “quilovolt por
milímetro” ou “kV/mm”, sendo mais usada esta última. Por exemplo, nunca escrever “quilovolt por mm”.

33
6.3 Plural dos nomes e símbolos

• Os prefixos SI são sempre invariáveis.


• Os nomes das unidades recebem “s” no final de cada palavra, exceto:
ü Quando terminam em s, x ou z;
ü Quando correspondem ao denominador de uma unidade composta. Ex.: quilômetro por hora,
lumens por watt;
ü Quando são elementos complementares de nomes de unidades e ligados por hífen. Ex.:
anos-luz, quilogramas-força.

6.4 Grafia dos símbolos

• Os símbolos são invariáveis sempre: não recebem “s” ou índices. Ex.: 1000m, 15W.
• Os símbolos de uma unidade composta por multiplicação podem ser formados pela justaposição dos
símbolos componentes que não cause ambigüidade (VA, kWh, etc.) ou mediante a colocação de um
ponto entre os símbolos componentes (N.m, m,s-1, etc).
• valem as grafias:
ü m/s
ü m.s-1

6.5 Grafia dos números

• A parte inteira deve ser separada da parte decimal por uma vírgula e não por um ponto, como se
costuma ver em alguns projetos.
• Quando os números representarem quantias em dinheiro ou quantidade de mercadorias, bens ou
serviços devem ser escritos em grupos de três, separados por um ponto. Ex.: R$1.434.728,47.

7.0 Sistema Inglês


1
Graduação em polegadas ( “ ). 1” = 12 pé

ATENÇÃO: Não confundir o símbolo ( “ ) de polegada de unidade de medida linear com o símbolo de
segundos de complementação de ângulos.

Sistema Inglês Comum


(”) , 1” = uma polegada
(in) , 1in = uma polegada
Representações da polegada (inch) , palavra inglesa que significa POLEGADA
Conforme modelo de escala da figura 7.1.

34
Figura 7.1 – Intervalo referente a 1” (ampliado)

As graduações da escala são feitas dividindo–se a polegada em 2, 4, 8 e 16 partes iguais,


existindo em alguns casos escalas com 32 divisões, conforme figura 7.2.

Figura 7.2 – Subdivisões da polegada (ampliado)

7.1 Unidades de Medição Angular

A técnica da medição não visa somente a descobrir o valor de trajetos, de distâncias ou de


diâmetros, mas se ocupa também da medição de ângulos.

35
7.1.1 Sistema Sexagesimal

O sistema que divide o círculo em 360 graus e o grau em minutos e segundos é chamado sistema
sexagesimal. É este o sistema freqüentemente utilizado em mecânica e caldeiraria. A unidade do ângulo
é o grau. O grau divide–se em 60 minutos, e o minuto divide–se em 60 segundos. Os símbolos usados
são: grau ( º ), minuto ( ‘ ) e segundo ( “ ).

Exemplo: 54O 31’ 12” lê–se: 54 graus, 31 minutos e 12 segundos.

Observação
Para somarmos ou subtrairmos graus, devemos colocar as unidades iguais sob as outras.

Exemplo: 90O – 25O 12’ =


90O = 89O 60’
89O 60’ – 25O 12’ = 64O 48’

Devemos operar da mesma forma, quando temos as unidades graus, minutos e segundos.

Exemplo: 90O – 10O 15’ 20” =

Convertendo 90O em graus, minutos e segundos, teremos:


90O = 89O 59’ 60”
89O 59’ 60” – 10O 15’ 20” = 79O 44’ 40”

Exemplo: 92O 43’ 10” + 41’ 56” =


Sabendo que:
1O = 60’;
1’ = 60”

temos:

66” = 1’ 6” [66” – 60” = 1’ 6”]


O O
84’ = 1 24’ [84’ – 60’ = 1 24’]

aí temos:
O O
92 84’ 66” = 93 25’ 6”

8.0 Outras Unidades de Medidas

Além do SI, existem outros sistemas de medidas utilizados para expressar grandezas:
• Sistema Cegesimal
• Sistema Terrestre
• Sistema Técnico

36
Tabela 8.1 – Sistemas de Unidades

Grandeza Unidade CGS SI Terrestre

Comprimento c cm m m

Tempo T s s s

Velocidade V m/s m/s m/s

Aceleração a cm/s² m/s² m/s²

Massa m g kg UTM*

Força F Dina newton quilogra-força

Trabalho e energia T, E Erg joule quilogrâmetro

Potência P erg/s watt kgfm/s


* UTM – Unidade Técnica de Massa

8.1 Usando Potência de 10

Todo número positivo pode ser escrito como uma potência de base 10. Vamos aprender que o
número 15 pode ser escrito como 101,176. Pode ocorrer um espanto que um número tão simples como o
n° 15 possa ser representado de uma forma tão complicada.
A complicação é apenas aparente. Na realidade essa nova forma de escrever os números
positivos vai permitir que cálculos complicados possam ser feitos de forma simples.
Todo número positivo pode ser escrito como potência de 10. Para alguns casos isso pode ser feito
com muita facilidade. Veja:

1 = 100
10 = 101
100 = 102

O mesmo ocorre para os números 0,1, 0,01 e 0,001, como se vê a seguir:

0,1 = 10-1
0,01 = 10-2
-3
0,001 = 10

No entanto, na maioria dos casos, fica difícil escrever um número como potência de base 10.
Cálculos muito trabalhosos são necessários para obter, por exemplo os seguintes resultados:

2 = 100,301
3 = 100,477
7 = 100,845

37
É necessário dizer que essas últimas igualdades não são exatas. Elas são apenas aproximadas,
porque os expoentes de 10 foram considerados até a terceira casa decimal. Uma aproximação melhor
para a primeira delas seria:

0,3010029995
2 = 10

8.2 Algarismos Significativos

Algarismos significativos são algarismos que expressam um valor de aproximação de uma medida,
cujo erro máximo, por falta ou por excesso, seja igual à meia unidade de sua ordem decimal.
O erro máximo de aproximação está sempre associado à precisão requerida para a medida a ser
executada e à escala do instrumento a ser utilizado.

Por exemplo:
Utilizando–se uma escala/régua graduada em milímetros executa–se a medição a seguir, conforme figura
8.2.1:

Figura 8.2.1 – Exemplo de Medição

Analisando-se esta medição, obtém-se um valor absolutamente correto que é 49mm e mais outro
valor duvidoso, que é obtido através de uma avaliação da escala.
Este segundo valor (decimal) é da ordem de 0,5, pois não há nenhum significado estabelecer-se
outro valor com precisão superior à menor divisão da escala, que é de 1mm. Como o valor da medição
está entre dois valores exatos, e mais próximo da metade da divisão, pode-se afirmar que o resultado é
49,5mm. Com a análise acima, obtém-se uma nova definição para algarismos significativos: “Algarismos
significativos de uma medida são aqueles que sabemos serem corretos mais o primeiro duvidoso.
(Observando–se o erro máximo de meia unidade de sua ordem decimal)”.
Quando se exprime o valor de uma medida, este deve ter um número de algarismos significativos
tal, que traduza a sua precisão. Por exemplo, o valor de uma medida obtida através de um paquímetro é
de 4mm. Este valor pode ser 4; 4,0; 4,00; 4,000, dependendo da precisão do instrumento. Se este
paquímetro possui uma precisão de 0,02mm, o valor da medida deve ser expresso com o mesmo
número de algarismos significativos dados pela precisão do instrumento. No caso acima, 4,00.

Observações:
(a) Zeros à esquerda de um número, com a finalidade de fixar a posição da vírgula, não são
significativos.
Exemplo: 0,034 tem 2 algarismos significativos.

38
(b) Zeros à direita, ou entre outros algarismos, são significativos.
Exemplo:
3,26 = 3 algarismos significativos
3,0 = 2 algarismos significativos
3,06 = 3 algarismos significativos

(c) Algarismos significativos não dependem do número de casas decimais.


Exemplo:
3,45m = 3 algarismos significativos
3
35,4 x 10 m = 3 algarismos significativos
3,48 x 103m = 3 algarismos significativos
0,308 x 103m = 3 algarismos significativos

Nota: O importante é a notação que estamos lendo. Em módulo o valor é igual, mas na forma de se
apresentar não.

Exemplo:
35,4 x 103 = 3 algarismos significativos
35400 = 5 algarismos significativos

(valores iguais; notação diferente).

8.2.1 Operações com Algarismos Significativos – Regras

A norma ASTM E–380 estabelece as seguintes regras:

a) Adição e Subtração
“Para somar ou subtrair com algarismos significativos, primeiramente arredonda–se os números de
modo que fiquem com um algarismo significativo a mais, para a direita, do que aquele que exprime
menor precisão, e executa–se normalmente a operação. O resultado deve então se arredondado de
modo que fique com os algarismos significativos daquele que exprime a menor precisão”.

Exemplo:
Adição: 30,00 + 21,5322 Subtração: 3,256 – 0,70

Resposta: 51,53 Resposta: 2,56

39
b) Multiplicação e Divisão
“Na multiplicação e na divisão o produto ou quociente não deve conter mais algarismos
significativos do que aqueles contidos no número com menor quantidade de algarismos significativos
entre os usados na multiplicação ou divisão”.
Exemplo:
Multiplicação: Divisão:
9,42 x 3,3 = 31,086=31 6,82 ÷ 5,4 = 1,262963=1,3
3,27 x 4,25 = 13,8975=13,9 76,91 ÷ 4,2 = 18,311905=18

9.0 Conversão de Unidades e Arredondamento

9.1 Conversão de Unidades

Quando se converte unidades deve–se manter a correspondência da precisão original com um


dado número de algarismos significativos. Ou seja, o resultado de uma conversão deve ter um número
de algarismos significativos que represente a ordem de grandeza da unidade a que se está convertendo,
sem que se altere a precisão original.

O procedimento correto de se proceder à conversão, é a multiplicação ou divisão do valor que se


quer converter por um fator de conversão exato, e então arredondar (quando necessário) o resultado da
multiplicação ou divisão, para o número correto de algarismos significativos, conforme regras já
estabelecidas.

Por exemplo:
Para converter 0,328 pol. para mm temos: (1” = 25,4 mm)

0,328 x 25,4 = 8,3312mm.

Utilizando a regra de multiplicação com algarismos significativos teremos que

0,328 x 25,4 = 8,33mm

IMPORTANTE

“NÃO SE DEVE NUNCA ARREDONDAR O FATOR DE CONVERSÃO E/OU VALORES DE MEDIDAS


QUE SE QUER CONVERTER, POIS HAVERIA UMA REDUÇÃO DA PRECISÃO”.

Para se obter as regras de arredondamento na numeração decimal ver norma ABNT NB–87.

40
Tabela 9.1.1 – Conversão de Unidades de Medidas

Para converter de Para Multiplique por


2
atmosfera técnica kgf/cm 1,000 000 x 10–3
atmosfera física kgf/cm2 1,01325
Btu – (British Thermal Unit) J 1,055056 x 103
Btu kWh 2, 930711x 10–4
Btu kcal 2,520000 x 10–1
Btu/h HP 3,931000 x 10–4
Btu/h W 2,930711 x 10–1
caloria Btu 3,968300 x 10–3
caloria kWh 1,163000 x 10–6
caloria J 4,186800
centímetro pé 3,280839 x 10–1
centímetro polegada 0,393700
9
grau Celsius grau Fahrenheit F = (OC x ) + 32
5
grau Celsius grau kelvin K = (OC + 273,3)
5
grau Fahrenheit grau Celsius ºC = (F – 32) x
9
HP Btu/min 4,24242 x 10
HP cv 1,013900
HP kcal/h 6,412000 x 102
HP kW 0,7460000
joule/segundo W 1,000 000
libra força/polegada2 atmosfera 6,412000 x 10–2
libra força/polegada2 kgf/cm2 7,030600 x 10–2
litro galão 2,641700 x 10–1
metro pé 3,280839
metro polegada 2,937 x 10
metro cúbico pé cúbico 3,53147 x 10
milímetro polegada 3,937000 x 10–2
pascal kgf/cm2 9,806500 x 10–6
pascal kgf/mm2 9,806500 x 10–8
polegada cm 2,540000
polegada m 2,540000 x 10–2
pé m 3,04800 x 10–1
–1
pé cúbico por minuto l/s 4,719475 x 10
quilograma libra 2,204600
quilocaloria Btu 3,962500
3
quilowatt – hora Btu 3,41214 x 10
quilowatt – hora cal. 8,598450 x 102
quilowatt – hora kcal 8568450 x 10–1
6
quilowatt – hora J 3,600000 x 10

Exemplos de Conversão de Unidades


O O
Exercício 1 – Transforme 50 F em C
Da tabela obtemos:

41
5 5
( O F - 32) x = (50 − 32) x =
9 9
5
= 18 x = 10 O C
9

Exercício 2 – Transforme25kgf/cm2 para MPa


De pascal para kgf/cm2 multiplicamos por 9,806500 x 10-6, conforme a tabela.
De kgf/cm2 para pascal dividimos 9,806500 x 10-6.

25 25 x 10 6
= = 2,549329 x 10 6
9,806500 x 10 −6 9,806500

Logo 25kgf/cm2 = 2,5 x 106 pascal arredondando-se para o número correto de algarismos significativos.
Como o prefixo mega significa 106
25kgf/cm2 = 2,5 MPa

Exercício 3 – Transforme 3mm em metros


3mm = 3 x 10-3m = 0,003m

Exercício 4 – Transforme 5/8” em milímetros


De polegada para milímetro multiplicamos por 25,4, conforme a tabela
5"
= 0,625"
8
0,625 x 25,4 = 15,875mm

Arredondando para o número próprio de algarismos significativos = 15,9mm

Exercício 5 – Transforme 1 3/4” em milímetros


Trata-se de um número misto. Inicialmente, transformamo-lo em uma fração imprópria e, a seguir,
operamos como no exercício 4.
3" 1 x 4 x + 3 7"
1 = = = 1,75"
4 4 4
1,75 x 25,4 = 44,45. Utilizando-se a regra de arredondamento temos 44,4mm.

Exercício 6 – Transforme 9,525mm em polegadas fracionárias.


Para transformar milímetro em polegada, dividimos a quantidade de milímetros por 25,4. Então
multiplicamos o resultado por uma das divisões da polegada, adotando-se como denominador a mesma
divisão tomada. A seguir, simplificamos a fração.
(9,525 : 25,4) x 128 0,375 x 128 48"
9,525mm = = =
128 128 128
48 24 12 6 3
= = = =
128 64 32 16 8
Assim, 9,525 = 3/8”.

42
EXERCÍCIOS

Usando unidades de medida

1) Identifique as medidas, escrevendo 1, 2, 3 ou 4 nos parênteses.


( 1 ) milímetros ( ) 0,5 mm
( 2 ) décimos de milímetro ( ) 0,008 mm
( 3 ) centésimos de milímetro ( ) 3 mm
( 4 ) milésimos de milímetro ( ) 0,04 mm
( ) 0,6 mm
( ) 0,003 mm

2) Você tem em casa uma furadeira e um conjunto de brocas medidas em milímetros. Para
instalar a secadora de roupas de sua mãe, é necessário fazer um furo na parede de 5/16". Qual
a medida (em mm) da broca que você precisa para fazer o furo?

3) Você recebeu um material cilíndrico com diâmetro de 3/8" e precisa torneá-lo de modo que
fique medindo 8 mm de diâmetro. Quantos milímetros deverão ser desbastados?

4) Na gaveta do ajustador mecânico existem chaves de boca, limas e brocas com medidas em
polegadas. Transforme as medidas em polegadas para milímetros:
Chaves de boca:
a)1/2"
b)7/16"
c)3/4"
d)7/8"
Limas:
a) 8”
b) 10"
c) 12"
Brocas:
a) 1/16”
b) 1/8”
c) 1/4”

5) No almoxarifado de uma empresa mecânica existem os seguintes materiais:


a) barra de aço quadrada de 19,05mm de lado;
b) barra de aço redonda de 5,08mm de diâmetro;
c) chapa de alumínio de 1,588mm de espessura;
d) chapa de aço de 24,606mm de espessura.

Converta essas medidas para polegada fracionária.

6) Converta as seguintes medidas para polegada decimal.


a) 1/16”
b) 13/32”
c) 1/2”
d) 1/8”
e) 15/32”

43
7) Converta as seguintes medidas para polegada fracionária:
a) 0,0625”
b) 0,125”
c) 0,40625”
d) 0,500”
e) 0,9375”

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