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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

Campus Florestal
2º semestre de 2011

Notas de Aula
Topografia

Professora: Selma Alves Abrahão


Ramal: 3396
selma.abrahao@ufv.br

Florestal - MG
Agosto de 2011
1

I. Bibliografia recomendada:
 Notas de aula.
 PINTO, F.A. 2007. EAM 301 – Topografia Básica (notas de aula). Viçosa: DEC/UFV.
 COMASTRI, J.A. 1977. Topografia: planimetria. Viçosa: UFV.
 COMASTRI, J.A. e GRIPP JR., J. 1998. Topografia aplicada: medição, divisão e demarcação. Viçosa:
UFV.
 COMASTRI, J.A. e TULER 1999. Topografia: altimetria. Viçosa: UFV.
 RODRIGUES, D.D. 2008. Topografia: planimetria para engenheiros Agrimensores e Cartógrafos
(apostila em desenvolvimento). Viçosa: DEC/UFV.
2

AULA TEÓRICA 01: INTRODUÇÃO, CONCEITOS E APLICAÇÕES

 Paralelo entre Topografia e Geografia

Conceitos:
Topografia - do grego topos = lugar, local, região, e graphein = descrição, é a ciência que tem por objetivo
a descrição de um local, ou seja, parte da superfície da Terra.
Geografia - do grego geo = terra e graphein = descrição, é a ciência que tem por objeto a descrição da
superfície da Terra.

Dos conceitos citados acima, pode-se observar semelhanças e diferenças entre estas duas ciências.
Enquanto a Geografia preocupa-se com a descrição de uma ampla superfície da Terra, a Topografia trata da
descrição minuciosa de um local. Na superfície terrestre, aproximadamente esférica, entende-se por local, uma
região limitada por um raio de, aproximadamente, trinta quilômetros, por outro lado, vale observar, que não se
atribui um limite inferior de ação a nenhuma das duas ciências.
A topografia é uma ciência aplicada, baseada na geometria e na trigonometria, cujo objetivo é representar
graficamente em um papel (desenhar), parte da superfície terrestre, considerada plana, com todos os detalhes
naturais (montanhas, vales, rios, lagos, serras etc.) e artificiais (casas, estradas, divisas, povoados, pontes etc.).
A planta topográfica constitui-se a representação gráfica (desenho), em escala reduzida, do local a ser
descrito. É sob a planta topográfica que o Arquiteto projeta a edificação, o Engenheiro civil a ponte, o Agrônomo a
irrigação e o Engenheiro agrimensor o sistema cartográfico. A partir da planta também é possível extrair
informações topográficas e redigir o memorial descritivo.
Para atingir o objetivo da Topografia é necessário fazer o levantamento topográfico, que consiste no
conjunto de operações realizadas no campo e no escritório, utilizando métodos e equipamentos adequados com a
finalidade do trabalho, para obter dados necessários para representar graficamente parte da superfície terrestre.
 Operações realizadas no campo: medidas de ângulos e distâncias; e
 Operações realizadas no escritório: processamento dos dados obtidos em campo e desenho da
planta topográfica.
Didaticamente, pode-se subdividir a Topografia em:
 Planimetria: que se ocupa em medir, tratar e representar informações de um local, em um plano
horizontal (levantamento planimétrico);
 Altimetria: onde as medidas, o tratamento e representação são realizadas em um plano vertical
(levantamento altimétrico); e
 Planialtimetria: onde se trabalha com o espaço tridimensional (levantamento planialtimétrico).
A Topografia pode ser aplicada a várias áreas. Qualquer trabalho de Engenharia, Arquitetura ou
Urbanismo se desenvolve em função do terreno sobre o qual se assenta como, por exemplo, obras viárias,
núcleos habitacionais, edifícios, aeroportos, hidrografia, irrigação e drenagem, usinas hidrelétricas,
telecomunicação, sistemas de água e esgoto, cadastramento e planejamento urbano e rural, paisagismo etc.

Exercícios:
1. O que é topografia?
2. Qual o objetivo da topografia?
3. Quais são as subdivisões da topografia?
3

REVISÃO DE MATEMÁTICA

Nesta nota é realizada uma revisão de unidades de medida e trigonometria, necessário para o estudo das
próximas aulas.

 Unidades de medidas
1. De medida linear:
1.1. Sistema métrico decimal (SMD):
O metro é a unidade básica para representação de medidas no Sistema Internacional (SI). O metro (m)
e seus derivados: quilômetro (km), hectômetro (hm), decâmetro (dam), decímetro (dm), centímetro
(cm) e milímetro (mm).
1 km = 1000 m 1 m = 0,001 km
1 hm = 100 m 1 m = 0,01 hm
1 dam = 10 m 1 m = 0,1 dam
1 dm = 0,1 m 1 m = 10 dm
1 cm = 0,01 m 1 m = 100 cm
1 mm = 0,001 m 1 m = 1000 mm
1.2. Sistema antigo brasileiro de pesos e medidas:
1 légua = 3000 braças = 6600 m
1 quadra = 60 braças = 132 m
1 corda = 15 braças = 33 m
1 braça = 2 varas = 2,2 m
1 vara = 5 palmos = 1,1 m
1 palmo = 22 cm
1.3. Nos EUA e na Inglaterra:
1 pé = 30,48 cm
1 polegada = 2,54 cm
1 milha = 1609,344 m
2. De medida angular:
2.1. Radianos:
Radiano (rad) corresponde ao ângulo central subtendido por um arco de circunferência de
comprimento igual ao raio desta mesma circunferência (Figura 1).
Existem 2πrad numa circunferência completa, portanto:
2πrad = 360º

Meia circunferência:
πrad = 180º

Figura 1.

2.2. Sistema sexagesimal (graus, minutos e segundos):


Uma circunferência completa tem 360º.
grau = º 1º = 60’
minuto = ’ 1’ = 60”
segundo = ” 1º = 3600”
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2.3. Sistema centesimal (grados):


Uma circunferência completa tem 400 grados.
grado = g 1g = 100’
minuto = ’ 1’ = 100”
segundo = ” 1g = 10000”
3. De superfície
3.1. Sistema métrico decimal: m 2
Unidades agrárias: hectare, are e centiare:
1 hectare (ha) = 10000 m2
1 are (a) = 100 m2
1 centiare (ca) = 1 m2

3.2. Sistema antigo brasileiro de pesos e medidas (SABPM):


Neste sistema a unidade principal é o alqueire, que é derivado da braça e tem variações regionais.
Utiliza-se ainda a quarta (1/4 do alqueire), o prato (968 m 2) e o litro (605 m2).
Principais tipos de alqueires:
Dimensões (braças) SABPM SMD (m2) Unidade agrária (ha)
50 x 50 20 litros 12100 1,2100
100 x 100 (mineiro ou geométrico) 80 litros 48400 4,8400
50 x 75 30 litros 18500 1,8500
80 x 80 32 pratos 30976 3,0976
50 x 100 (paulista) 40 litros 24200 2,4200
200 x 200 320 litros 193600 19,3600

Exercícios:
1. Transforme os seguintes ângulos em graus, minutos e segundos:
a) 30,4560 graus =
b) 355,2559 graus =
2. Transforme os seguintes ângulos em graus:
a) 30º45’30” =
b) 183º43’59” =
3. Calcule os ângulos:
a) 30º20’30” + 20º52’33” =
b) 28º41’15” + 39°39’45” =
c) 42º30’45” – 20°40’14” =
4. Transforme a área de 21005 m2 em hectare. Transforme a área de 51 ha em m 2.
5. Transformar a área de 21 alqueires (mineiro), 3 quartas e 15 litros em hectare.
6. Transformar a área de 21 alqueires (paulista), 3 quartas e 15 litros em hectare.

 Geometria plana: relações trigonométricas


1. Triângulo retângulo
É um triângulo que possui um ângulo reto, isto é, um dos seus ângulos mede 90º (Figura 2).
ângulo cateto oposto cateto adjacente
α b c
β c b
Propriedades: α + β + 90º = 180º α + β = 90º

Figura 2.
5

A partir da Figura 2 podem ser estabelecidas as seguintes relações:


seno: cosseno: tangente:

Exercício:
1. A partir da Figura 2, faça as relações trigonométricas para o ângulo β.

2. Teorema de Pitágoras
O quadrado do comprimento da hipotenusa é igual a soma dos quadrados dos comprimentos dos catetos.

Exercícios:
1. No triângulo abaixo, determinar as relações.

2. Um observador na margem de um rio vê o topo de uma torre na outra margem segundo um ângulo de
56º. Afastando-se de 20 m, o mesmo observador vê a mesma torre segundo um ângulo de 35º.
Calcule a largura do rio (d).

2. Triângulo qualquer
a) Lei dos senos
Num triângulo qualquer a razão entre cada lado e o seno do ângulo oposto é constante e igual ao
diâmetro da circunferência circunscrita.
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b) Lei dos cossenos


Num triângulo qualquer, o quadrado da medida de um lado é igual à soma dos quadrados das medidas dos
outros dois, menos o dobro do produto das medidas dos dois lados pelo cosseno do ângulo que eles formam.

Exercícios:
1. Faça a mesma relação da lei dos cossenos para os lados b e c.
2. Um topógrafo, a partir dos pontos A e B, distantes de 20 m, realiza a medição dos ângulos horizontais
a duas balizas colocadas em D e C, com o auxílio de um teodolito. Calcule a distância entre as balizas.
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AULA TEÓRICA 02: SISTEMAS DE COORDENADAS

Os sistemas de coordenadas são necessários para representar a posição dos pontos sobre uma
superfície, seja ela um elipsóide, uma esfera ou um plano.
Em uma região pequena, num raio de aproximadamente 30 km, campo de atuação da topografia,
pode-se admitir a Terra como uma superfície plana (superfície topográfica). Para uma região um pouco maior,
pode-se admitir um modelo esférico para a forma da Terra. Para a Terra como um todo, o modelo que mais se
adapta à Terra é o elipsóide de revolução, obtido girando uma elipse em torno de seu eixo menor. Todos estes
são modelos matemáticos, figuras exatas, para a forma da Terra. Em verdade ela se diferencia de todos eles.
O modelo físico para a Terra é o Geóide, superfície de mesmo potencial gravitacional à altura do nível médio
dos mares, Figura 1.
Para uma superfície plana, ou seja, superfície topográfica, um sistema de coordenadas retangulares X
e Y é usualmente empregado. Para a esfera terrestre usualmente empregamos um sistema de coordenadas
geográficas, representado pelos meridianos e paralelos (Figura 2).

Figura 1. Superfícies que se aproximam da forma Figura 2. Sistema de coordenadas geográficas.


da Terra.

Os meridianos são planos que passam pelo eixo da Terra e interceptam sua superfície segundo um
círculo, supondo-a esférica. O meridiano de origem é o Greenwich (0º). Os paralelos são planos
perpendiculares ao eixo terrestre. O paralelo de origem é o equador terrestre. Os planos meridianos definem a
longitude e os paralelos a latitude.

Coordenadas geográficas de Florestal:


Latitude: 19°52'55'' S
Longitude: 44°25'09'' W
Altitude: 776 m (altura do ponto em relação ao geóide ou elipsóide)
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Plano topográfico:
Em Topografia, como as áreas são relativamente pequenas as projeções dos pontos são feitas em um
plano topográfico (também conhecida como superfície topográfica). O plano topográfico é um plano horizontal
tangente à superfície terrestre num ponto que esteja situado dentro da área a ser levantada.
Ao substituir a forma da Terra, considerada esférica, pelo plano topográfico comete-se erro
denominado de erro de esfericidade (Figura 3).
Determinação do erro de esfericidade:
O erro de esfericidade corresponde a diferença entre
os comprimentos do segmento AB e do arco AF:
erro = AB – AF
 Determinação do segmento AB:
do triângulo retângulo ABC, temos:
AB = R.tgα
em que R é o raio da Terra.
 Determinação do arco AF (regra de três):
2πR  360º
AF  α
AF = π.R.α/180º
Figura 3.  Assim:
erro = R.tgα – π.R.α/180º

Se fizermos o ângulo central igual a 30’ (entrar na calculadora α = 00º30’00”) e utilizando um raio médio de
6366193 m, qual seria o erro de esfericidade?
Resposta: AB = 55556,9 m; AF = 55555,5 m; e = 1,4 m.

Em topografia, o erro de 1,4 m para a distância em torno de 55 km pode ser considerada insignificante. Por
essa razão em vez de corrigir o erro ocasionado pela esfericidade terrestre, procura-se limitar a extensão do
terreno a ser levantado pelos recursos da Topografia a uma área correspondente à de um círculo de raio
inferior a 50 km. Considerando esse raio a extensão é de aproximadamente 785398 hectares. As propriedades
agrícolas, em geral, não atingem essa área.

Exercícios:
1. Se fizermos o ângulo central igual a 1º (α = 1º) e utilizando um raio médio de 6366193 m, qual seria o
erro de esfericidade?
Resposta: AB = 111122 m; AF = 111111 m; e = 11 m.
2. Se fizermos o ângulo central igual a 2º (α = 2º), qual seria o erro de esfericidade?
3. Se fizermos o ângulo central igual a 3º (α = 3º), qual seria o erro de esfericidade?
4. Se fizermos o ângulo central igual a 4º (α = 4º), qual seria o erro de esfericidade?
5. Se fizermos o ângulo central igual a 5º (α = 5º), qual seria o erro de esfericidade?
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AULA TEÓRICA 03: MEDIÇÃO DE ÂNGULOS


Levantamento topográfico é definido como conjunto de operações, no campo e no escritório, por meio
de métodos e instrumentos adequados a finalidade do trabalho, destinados à obtenção de elementos
necessários para representação do terreno.
 Operações realizadas no campo: medidas de ângulos e distâncias; e
No trabalho de campo os pontos são os elementos necessários para representação do terreno. Estes
pontos são definidos pela medição de ângulos e distâncias. Desta forma, os instrumentos utilizados em
levantamentos topográficos são divididos em duas partes: instrumentos para medição de ângulos e
instrumentos para medição de distâncias.
Os instrumentos que medem ângulos são chamados de goniômetros.
Em topografia trabalha-se com os seguintes ângulos: horizontal e de inclinação do terreno.

1. Ângulos horizontais
Ângulo horizontal é qualquer ângulo medido no plano horizontal (plano normal à vertical que passa
pelo ponto topográfico), Figura 1.
Os pontos A, B e C da Figura 1 são chamados de pontos topográficos. O ponto A, onde instala o
instrumento de medição é chamado de Estação.
A materialização de um ponto topográfico é feita por meio de um piquete e de uma estaca, geralmente
de madeira. O piquete a ser cravado no terreno, deve ter sua parte superior a uma altura de 1 a 2 cm em
relação a superfície. A estaca é utilizada para identificação do ponto. Na medição do ângulo utiliza-se, ainda,
uma baliza para assinalar o ponto sobre o piquete (Figura 2).

Figura 1. Ângulo horizontal. Figura 2. Materialização de um ponto topográfico.


Os ângulos horizontais que têm origem na ponta norte do meridiano e são contados no sentido horário
da graduação de 0º a 360º do limbo são chamados de azimutes (Figura 3). Os ângulos horizontais que têm
origem tanto na ponta norte como na ponta sul do meridiano e são contados em quadrantes (0º a 90º) são
chamados de rumos (Figura 4).

Figura 3. Azimutes. Figura 4. Rumos.


Os azimutes são empregados para orientar plantas topográficas em relação ao eixo de rotação da
Terra, ou seja, em relação ao Norte. As bússolas são instrumentos que medem azimutes e rumos magnéticos
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diretamente, mas, estão em desuso para fins topográficos. A tendência atual é utilizar receptores de sinais de
satélites de navegação (GPS) para determinarem coordenadas de dois pontos e a partir destas, obter o
azimute geográfico (ou verdadeiro).

O cálculo de ângulos horizontais, horários ou anti-horários, entre alinhamentos a partir de azimutes,


tarefa bastante comum em topografia, pode ser generalizado da seguinte forma:
 Ângulos horários (se o ângulo for menor que 0º, somar 360º):

 Ângulos anti-horários (se o ângulo for menor que 0º, somar 360º):

Embora a tendência seja padronizar o uso de azimutes, rumos ainda são empregados e se torna
necessário conhecer a relação entre eles. A Figura 5 mostra para cada quadrante a equação que relaciona
azimutes e rumos.

Figura 5. Relação entre rumos e azimutes.

1º quadrante: RAB = AZAB NL (ou NE) 3º quadrante: RAD = AZAD – 180º SO


AZAB = RAB AZAD = 180º + RAD
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2º quadrante: RAC = 180º - AZAC SL (ou SE) 4º quadrante: RAE = 360º - AZAE NO
AZAC = 180º - RAC AZAE = 360º - RAE

Resumo:
Ângulo horizontal: Origem: Sentido: Graduação:
Azimute ponta Norte Horário 0º a 360º
ponta Norte (1º e 4º quadrante) horário (1º e 3º quadrante)
Rumo 0º a 90º
ponta Sul (2º e 3º quadrante) anti-horário (2º e 4º quadrante)

Exercício:
1. Dados a Figura e a caderneta a seguir, calcular os ângulos internos a partir dos azimutes lidos.
Transformar o azimute lido em rumo. Preencher a caderneta e identificar sobre a Figura os Azimutes e os
ângulos internos.
Estações Pontos visados Azimutes Rumos Ângulos internos
B 101º04’02”
A
C 149º55’55”
C 234º14’42”
B
A 281º04’05”
A 329º55’52”
C
B 54º14’45”

2. Ângulos de inclinação do terreno


Ângulo de inclinação do terreno é qualquer ângulo medido no plano vertical (plano que contém a
vertical que passa pelo ponto topográfico), ele define a altimetria do mesmo ponto e serve de elemento básico
para redução da distância inclinada ao horizonte (distância horizontal), Figura 6.
Quando a origem de contagem do ângulo de inclinação do terreno é no plano horizontal, o ângulo é
denominado vertical (Figura 7). Quando a origem de contagem corresponde a vertical do ponto, o ângulo é
chamado de zenital (Figura 8).

Figura 6. Ângulo de inclinação. Figura 7. Ângulo vertical. Figura 8. Ângulo zenital.


Conversão dos ângulos zenitais para verticais: Exercícios:
V = 90º- Z 1. Transforme o ângulo vertical 07º33’05” em ângulo
zenital.
2. Transforme o ângulo zenital 8º25’55” em ângulo
vertical.
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AULA TEÓRCIA 04: DECLINAÇÃO MAGNÉTICA

Declinação Magnética: como os pólos geográficos (pólos verdadeiros), de modo geral, não coincidem com os
pólos magnéticos, há um desvio do meridiano magnético em relação ao geográfico. O ângulo compreendido
entre esses meridianos é denominado declinação magnética (Figura 4).

Figura 4.

Em 2005, o pólo norte magnético estava localizado aproximadamente a 118º a oeste de Greenwich e a 83º
acima do equador. Já o pólo sul magnético situava-se, aproximadamente, na longitude 138º leste e latitude 64º
sul.
Tipos de declinação magnética: a posição do norte magnético pode estar à esquerda, à direita ou mesmo
coincidir com a posição do norte geográfico. Dessa forma, têm-se três tipos de declinação magnética:
 Declinação negativa ou ocidental: o norte magnético (NM) está a esquerda do norte verdadeiro (NV),
sentido anti-horário (Figura 5).
 Declinação positiva ou oriental: o norte magnético (NM) está a direita do norte verdadeiro (NV), sentido
horário (Figura 6).
 Declinação nula: o norte magnético coincide com o norte verdadeiro, NM = NV (Figura 7).

Figura 5. Ocidental (do) ou negativa (-). Figura 6. Oriental (de) ou positiva (+). Figura 7. Nula.

Atualmente, em grande parte do território brasileiro, a direção norte dada pela agulha imantada se encontra à
esquerda do norte verdadeiro, ou seja, a declinação é ocidental (“do” ou “-”). Em Florestal-MG, atualmente, a
declinação está em torno de 21º56’ ocidental.

Variação da declinação magnética:


a) Posição geográfica e época do ano: a declinação magnética varia com a posição geográfica em que é
observada e para cada época do ano.
b) Seculares: são aquelas observadas no decorrer dos séculos. Tem origem no interior da Terra e deve-se ao
movimento das cargas elétricas da parte líquida do núcleo terrestre (formado por níquel e ferro), que
funciona como um ímã cujo magnetismo dá origem ao campo magnético terrestre. Já foram observados
variações de 25º oriental até 25º ocidental.
c) Locais: são perturbações ocasionadas pela presença ou proximidade de algum material metálico, linhas de
transmissões de energia etc.
Distâncias mínimas a serem observadas nas operações com bússolas:
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 Linha de alta tensão: 140 m;


 Linha telefônica: 40 m;
 Cerca de arame farpado: 10 m.

Atualmente, para atualizar as declinações e suas variações emprega-se “cartas magnéticas digitais” e
programas computacionais específicos para tal fim.

a) Cartas magnéticas digitais:


Os pontos da superfície que têm o mesmo valor de declinação num determinado instante, se unidos formam as
linhas isogônicas, originando os mapas de isogônicas. Os pontos da superfície que tem a mesma variação
anual de declinação são mostrados em mapas denominados isopóricos.
Os mapas de isogônicas e isopóricos são publicados periodicamente pelos observatórios astronômicos. Na
Figura 8 tem-se um esboço de parte, região de Viçosa – MG, da carta magnética do Brasil de 2000.

Figura 8. Parte de uma carta magnética para a região de Viçosa-MG para o ano 2000.

A declinação magnética em um determinado local, para uma determinada época “t”, pode ser calculada
realizando interpolações na carta magnética confeccionada para uma época “to” empregando a seguinte
Equação:
em que,
to = época, para a qual foi confeccionado a carta isogônica (em anos),
t = época, para a qual se deseja calcular a declinação magnética (em anos),
dt = dto + dtom.(t – to) dto= declinação magnética, para o local, extraída da carta isogônica (em minutos
sexagesimais),
dtom = variação da declinação, para o local, extraída do mapa (em minutos por ano),
dt = declinação magnética, para o local, na época t (em minutos).

b) Programas computacionais:
Na página http://www.ngdc.noaa.gov/geomagmodels/struts/calcDeclination é possível determinar diretamente,
para qualquer lugar a declinação magnética (Declination, de acordo com o programa computacional). Quanto
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ao período de validade dos cálculos depende do modelo que está sendo empregado pelo programa.
Normalmente, o período de uso de um modelo é de cinco anos.
Correção de rumos e azimutes:
Uma vez que o norte magnético sofre variações até mesmo diárias, uma planta topográfica deve ser orientada
pelo norte geográfico e não pelo magnético. No entanto, este pode ser determinado a partir daquele, se a
declinação para uma época t é conhecida, empregando as seguintes Equações:

Rumos: Azimutes:
RV = RM ± declinação magnética AZV = AZM – do
Obs.: o sinal + ou – vai depender do quadrante do AZV = AZM + de
rumo magnético e do tipo de declinação.

Ainda hoje é comum encontrar-se plantas orientadas pelo norte magnético. Porém, se a data de medição do
azimute constar na planta, o azimute geográfico, e consequentemente o meridiano geográfico, pode ser
resgatado através das Equações citadas acima. A tendência atual é utilizar receptores de sinais de satélites de
navegação (GPS) para determinarem coordenadas de dois pontos e a partir destas, obter diretamente o
azimute geográfico. Bússolas e declinatórias estão em desuso para fins topográficos.

Exercícios:
1. Transforme rumo magnético em rumo verdadeiro: 2. Transforme azimute magnético em azimute
a) RM = 45º NE, do = 19º e RV = ? verdadeiro:
b) RM = 15º NE, do = 19º e RV = ? a) AZM = 35º, de = 15º e AZV = ?
b) AZM = 115º, do = 15º e AZV = ?
3. Na Figura ao lado ilustra-se uma operação topográfica em
Florestal-MG que foram medidos os ângulos horizontais, α, β e γ.
O rumo magnético do alinhamento de 0 para 1 foi medido em
janeiro de 2000, sendo que naquela época a declinação
magnética era 21º18’ ocidental. Sabendo-se que a variação da
declinação magnética daquela época para hoje foi de 30’ para o
ocidente, pede-se encontrar os rumos magnéticos e rumos
verdadeiros atuais para os alinhamentos 0 para 2, 0 para 3 e 0
para 4. Mostrar todos os cálculos.
Dados: RM01 (Rumo magnético de 0 para 1) = 12º55’13” NE, α =
51º27’53”, β = 147º29’39” e γ = 357º40’34”
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AULA TEÓRICA 05: MEDIÇÃO DE DISTÂNCIAS

As medições de distâncias e ângulos possibilitam o posicionamento de pontos em um determinado sistema de


referência (X e Y).

A distância entre dois pontos (Distância Inclinada – DI) pode ser decomposta em (Figura 1):
 Distância Horizontal (DH): também conhecida como distância reduzida. É a distância entre dois pontos
medida em um plano horizontal. Esta distância é a que, por força de lei, consta em escrituras
imobiliárias, por isso é também denominada distância legal.
 Distância Vertical (DV) ou Diferença de Nível (DN): é a distância entre dois pontos medida ao longo da
vertical.

Figura 1. Distância inclinada, horizontal e vertical entre dois pontos.

Processos de medição de distâncias: direto e indireto.

1) Processo direto: a distância entre dois pontos pode ser determinada percorrendo o alinhamento do início ao
fim, medindo diretamente a grandeza procurada. Entretanto, obstáculos como lagos, rios, construções etc.,
entre os extremos do seguimento a ser medido, impedem o emprego desse processo.

Instrumentos (ou diastímetros) mais utilizados:


 Trena de invar (liga de aço e níquel – 36% de níquel).
 Trena de aço: constitui-se de uma lâmina de aço inoxidável devidamente graduada. Comprimentos
disponíveis no mercado: 1, 2, 3, 5, 10, 20 e 50 metros.
 Trena de fibra de vidro: feita de material bastante resistente (produto inorgânico obtido do próprio vidro por
processos especiais). Comprimentos disponíveis no mercado: 20 e 50 metros.
 Trena de lona: feita de pano oleado ao qual estão ligados fios de arame muito finos que lhe dão alguma
consistência e invariabilidade de comprimento. Comprimentos disponíveis no mercado: 20 e 50 metros.
 Roda Contadora: instrumento utilizado para medir distâncias curvas.

Quando a distância a ser medida é maior que a trena utilizada ou o terreno é muito íngreme, divide-se o
alinhamento em seções de comprimento menor ou no tamanho da trena (Figura 2). Os extremos de cada
seção devem ser alinhados com os extremos do alinhamento com auxílio de um teodolito. O operador
posicionado em A visa uma baliza colocada em B e em seguida prende o movimento do limbo horizontal,
movimentando a luneta verticalmente orienta-se o balizeiro para marcar o primeiro ponto da seção e os
próximos pontos.
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Figura 2.

Fontes de erros na medição direta de distâncias horizontais com trenas:


a) Erros de leitura: embora seja muito simples fazer leituras em uma trena, é bom tomar cuidado,
principalmente para não inverter a origem da trena e não misturar leitura no sistema métrico com leitura em
polegadas (sistema EUA e Inglaterra).
b) Dilatação: depende do material de composição e do comprimento da trena e da diferença entre a
temperatura ambiente e a de aferição. Se houver dilatação o valor lido (VL) será menor que o valor
procurado (VP).
c) Elasticidade: depende do material de composição, do comprimento, da espessura e da largura da trena e
da diferença entre a tensão aplicada na medição e na aferição. Com a distensão da trena o valor lido torna-
se menor que procurado (VL < VP).
d) Catenária: curvatura ou barriga que se forma ao tencionar a trena. É função do seu peso, do seu
comprimento e da tensão aplicada (Figura 3a). Devido à catenária o valor lido é sempre maior que o
procurado (VL > VP).
e) Falta de verticalidade da baliza: qualquer inclinação na baliza na direção do alinhamento provocará um
aumento ou diminuição na distância que está sendo medida, caso esteja incorretamente posicionada para
trás ou para frente, respectivamente. Este tipo de erro só poderá ser evitado se for feito uso do nível de
cantoneira ou substituindo a baliza por um fio de prumo (Figura 3b).
f) Falta de horizontalidade da trena: com a trena inclinada o valor lido será sempre maior que o procurado (VL
> VP), Figura 3c. Uma forma de eliminar esse erro é oscilar a trena em torno da linha de referência, por
exemplo, uma baliza, e anotar o menor valor.
g) Erro de alinhamento das seções: ocorre quando as seções não estão alinhadas com os pontos extremos
(Figura 3d). Neste caso VL > VP.
17

(a) (b)

Vista superior

(c) (d)
Figura 3. Principais fontes de erros na medição com trenas, catenária (a), falta de verticalidade da trena (b), falta de
horizontalidade da trena (c) e erro de alinhamento entre as seções (d).

Medir distâncias horizontais pelo processo direto pode ser muito demorado e impreciso se a equipe de trabalho
não estiver bem treinada e o relevo for muito acidentado. Caso haja algum obstáculo no alinhamento deve-se
empregar o processo indireto.

2) Processo indireto: a distância entre dois pontos pode ser determinada a partir de observações que estejam
implícita ou explicitamente ligadas à distância procurada.

Instrumentos e métodos:
a) Teodolito + mira horizontal ou mira vertical = Taqueometria ou Estadimetria;
b) Estação total + refletor. Dependendo do tipo de estação total e da distância a ser medida, o refletor pode
ser dispensado;
c) Satélites de navegação + receptor + antena: não há necessidade da intervisibilidade entre as estações;
d) Quasares + antenas parabólicas (VLBI – “Very Long Baseline Interferometry”). Para distâncias longas,
como a distância entre a América e a África, por exemplo. É, atualmente, a técnica que propicia maior
precisão na medição de tais distâncias.

a) Taqueometria ou Estadimetria
O goniômetro que além de medir ângulos horizontais e de inclinação do terreno é dotado de fios estadimétricos
(ou fios do retículo) pode ser chamado de taqueômetro ou simplesmente teodolito. A Figura 4 mostra os fios
estadimétricos de um teodolito com o qual se pode também determinar as distâncias horizontal e vertical.
18

Figura 4. Fios estadimétricos, fio superior (FS), fio médio (FM), fio inferior (FI) e fio vertical (FV).

Princípio de funcionamento:
Existem taqueômetros denominados normais e autoredutores, trataremos aqui dos taqueômetros normais.

1. Medição com a luneta na horizontal (ângulo zenital = 90º ou ângulo vertical = 0º)
A Figura 5 realça o centro do teodolito e a posição dos fios estadimétricos. A razão entre a distância da
localização dos fios ao centro do aparelho, distância Ob, e a distância do fio superior ao inferior, distância ac, é
conhecida como constante estadimétrica (g). A constante estadimétrica, na maioria dos instrumentos, é igual a
100 (esta informação encontra-se no manual do instrumento), ou seja, ac é cem vezes menor que Ob.

Figura 5.
A Figura 6 esquematiza a medição de uma distância horizontal, DH, por taqueometria com a luneta na posição
horizontal. O teodolito está num dos extremos do seguimento a ser medido e no outro está uma régua
graduada, denominada mira, perfeitamente na vertical. FS, FM e FI são as leituras realizadas na mira,
observando, pela ocular, as posições dos fios superior, médio e inferior, respectivamente.
Da Figura 6, verifica-se que o triângulo Oac é semelhante ao triângulo OAC e, portanto:

Mas Ob/ac é a constante estadimétrica do teodolito e de acordo com a Figura 6:

Sendo (FS – FI) conhecida com leitura estadimétrica e representada pela letra m. Assim:

Se as observações forem realizadas com a luneta na horizontal, a Equação utilizada para calcular distância
horizontal (DH) será:
19

Figura 6.
Fontes de erro:
a) Leitura na mira: é função da refração atmosférica, da capacidade de aumento da luneta, de defeitos na
graduação da mira, da paralaxe etc.;
Para minimizar os erros devido à refração atmosférica recomenda-se não realizar medidas, na mira, abaixo
de 0,5 m, principalmente em dias e/ou lugares quentes. Erros devido à paralaxe são evitados se as leituras
FS, FM e FI são feitas de uma única vez, sem que o observador altere seu ponto de vista de leitura. O
problema com a capacidade de aumento da luneta é resolvido evitando medir distâncias grandes, acima de
70 m.
b) Imprecisão na constante estadimétrica;
c) Não verticalidade da mira.
A verticalidade da mira pode ser garantida empregando um nível de cantoneira ou um fio de prumo. Para
minimizar o erro recomenda-se não realizar leituras na parte mais alta da mira.

2. Medição com a luneta inclinada


Neste caso, devido a diferença de nível entre os extremos do seguimento a ser medido, para visar a mira
há necessidade de inclinar a luneta para cima ou para baixo, de um ângulo vertical (V), ou ângulo zenital
(Z), em relação ao plano horizontal, como indicado na Figura 7.
Se o ângulo de inclinação do terreno lido é o vertical, tem-se que a distância horizontal (DH) e distância
vertical (DV) são calculadas por:

Se o ângulo de inclinação do terreno lido é o zenital, tem-se que a distância horizontal (DH) e distância
vertical (DV) são calculadas por:

 observe que a Equação para calcular a distância vertical não se alterou!


 i = altura do instrumentos.
20

Figura 7.

Além daquelas que ocorrem quando a luneta está na horizontal têm-se como fontes de erro:
a) Leitura do ângulo vertical e
b) A hipótese simplificativa adotada para se chegar à Equação (não demonstrada aqui).

Exercícios:
1. De uma estação A foi visada, com a luneta na horizontal, uma mira colocada em um ponto B. Foram feitas
as seguintes leituras: fio inferior = 0,855 m e fio superior = 2,005 m. Calcule a distância horizontal entre os
pontos (AB). E se a leitura no fio superior fosse 2,000 m em vez de 2,005, qual seria a nova distância?
Calcule a diferença entre as distâncias encontradas, em centímetros.
2. Foram visados, a partir do ponto A, os pontos B e C e feitas as seguintes leituras:
 Em B: FI = 2,000; FM=2,504; FS = 3,008; ângulo vertical = 01º06’;
 Em C: FI = 1,000; FM= 1,478; FS = 1,956; ângulo vertical = 02º12’.
Sabendo-se que a altura do teodolito era 1,55 m, calcule:
c) As distâncias horizontais entre A e B e entre A e C;
d) O valor máximo e mínimo que pode ter a distância horizontal entre os pontos B e C;
e) As diferenças de nível ou distâncias verticais entre A e B, A e C, e entre B e C.
21

AULA TEÓRICA 06: LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO

Feito os estudos dos métodos e instrumentos empregados na medição dos ângulos e das distâncias, é
necessário agora, que utilizamos bem deste estudo no levantamento topográfico. Levantamento topográfico de
uma determinada região consiste em obter, com precisão, informações necessárias para o desenho da sua
planta, em escala conveniente. Essas informações são as coordenadas (ângulos e distâncias) que definirão no
desenho as posições tanto planimétrica como altimétrica dos pontos topográficos.
Assim, definimos levantamento topográfico como conjunto de operações realizadas no campo e no
escritório, por meio de métodos e instrumentos adequados a finalidade do trabalho, destinados à obtenção de
elementos necessários para representação gráfica do terreno (ou seja, parte da superfície terrestre).
 Operações realizadas no campo: medidas de ângulos e distâncias; e
 Operações realizadas no escritório: processamento dos dados obtidos em campo e desenho da planta
topográfica.
O procedimento básico para levantar uma determinada área é: instalar o instrumento em um determinado
ponto devidamente materializado, cravando no local um piquete de madeira ou de concreto, e proceder à
medição dos ângulos e distâncias. Este ponto materializado é chamado de ponto de apoio ou Estação. Os
pontos mapeados em torno dele são chamados de pontos de interesse, pontos de detalhes ou pontos
temáticos.
Etapas de um levantamento planimétrico:
1) Planejamento: no planejamento deve-se definir, principalmente, a finalidade (construção de um pátio de
secagem de grãos, construção de um viveiro para criação de peixes, projeto de irrigação e de drenagem, de
conservação de solo e água, de saneamento básico etc.), a escala máxima, os equipamentos e os métodos
de levantamento.
2) Reconhecimento da área e elaboração de croqui: consiste em percorrer a área a ser levantada, através de
um mapa em escala pequena (por ex. 1/50000), de uma foto aérea ou de imagens orbitais, e fazer um
croqui da área definindo a posição dos pontos de apoio e dos pontos de interesse que caracterizam o
contorno do terreno e a posição dos acidentes naturais (lagos, rios, mata, relevo etc.) e artificiais
(benfeitorias, pontes, estradas, cercas etc.) que deverão ser levantados.
3) Levantamento da poligonal básica: consiste na materialização e levantamento dos pontos de apoio
empregando método adequado (poligonação, triangulação, trilateração, triangulateração ou levantamento
por satélites de posicionamento). Desses métodos, somente poligonação e levantamento por satélites de
posicionamento serão enfatizados nesta disciplina.
4) Levantamento dos pontos de detalhes: consiste em definir os acidentes naturais e artificiais na área a ser
levantada empregando os diferentes métodos (ordenadas, irradiação e interseção).
5) Processamento dos pontos de apoio e detalhes: consiste em corrigir os erros (fechamento angular,
altimétrico etc.), avaliar a qualidade do levantamento (se está dentro da tolerância) e determinar as
coordenadas.
6) Desenho da planta topográfica: transformar a descrição numérica do terreno em descrição gráfica, uma
forma de visualizar a área levantada e possibilitar a concepção de projetos.
7) Redação do memorial descritivo: texto que descreve o limite do lote urbano ou rural levantado. É o
documento legal que possibilita a confecção da “escritura do terreno”.
8) Redação do relatório técnico: texto que descreve a finalidade do levantamento bem como os métodos e
instrumentos empregados.

1. Métodos de levantamento topográfico:


a) Levantamento por irradiação
b) Levantamento por interseção
c) Levantamento por ordenadas
d) Poligonação
e) Levantamento por satélites de posicionamento
22

a) Levantamento por irradiação


Este método consiste em escolher um ponto no interior do terreno a ser levantado e a partir deste ponto
determinar os elementos necessários (ângulos e distâncias) para definir a posição dos pontos topográficos.
A posição escolhida para instalar o instrumento deve permitir a visada de todos os pontos que
caracterizam o perímetro (contorno) e os acidentes naturais e artificiais do terreno. Deste modo, este
método é empregado para levantamento de áreas pequenas, regulares e descampadas. Geralmente, o
método irradiação é empregado como auxiliar ao método poligonação para levantamento de pontos de
detalhes.
As direções das linhas de visada podem ser obtidas com a bússola ou a partir da medição de ângulos
horizontais, tomando como referência a primeira linha de visada (primeiro alinhamento). As distâncias
podem ser obtidas por processo direto e indireto.

Figura 1.

A seguir é apresentada uma caderneta de campo típica de um levantamento por irradiação a bússola e
medição direta de distâncias.

Caderneta de campo:
Estação Pontos visados Azimute Distância (m) Observações
0
1
2
A 3
4
5
6

b) Levantamento por interseção


Neste método os pontos topográficos serão definidos pelas interseções dos lados de ângulos horizontais
medidos das extremidades de uma base estabelecida no terreno. A única distância a ser medida em
campo neste método é aquela correspondente ao comprimento da base (por exemplo, a base AB da
Figura 2), geralmente obtida com uma trena. As distâncias entre as extremidades da base e os pontos
topográficos (por exemplo, as distâncias AP, AQ, BP e BQ da Figura 2) podem ser determinadas por
relações trigonométricas.
23

Figura 2.

Este método é empregado para levantamento de áreas pequenas, regulares e descampadas. Geralmente,
o método de levantamento por interseção é empregado como auxiliar ao método poligonação para
levantamento de pontos de difícil acesso ou muito distantes.

Exemplo 1: Determinar a distância da extremidade A ao ponto I. Dados: AB = 50,00 m, αA = 40º e αB = 85º.


Resposta:
αA + αB + αC = 180º  αC = 180º - (αA + αB)
αC = 180º - (40º + 85º) = 55º

Então:

Figura 3.

Exemplo 2: Dada a Figura 2, mostrar como encontrar a distância do ponto P ao ponto Q, onde P é um
ponto de difícil acesso, do outro lado da margem do rio.
Resposta: Do triangulo ABQ, temos que:
Do triângulo ABP, temos que:

Do triangulo AQP, temos que:


Mas,
Portanto:

c) Levantamento por ordenadas


Neste método a posição do ponto topográfico é definida pela medição de suas respectivas coordenadas
retangulares (abscissas e ordenadas).
Assim, o ponto P7 da Figura 4 será determinado medindo-se no campo a abscissa A1 = x1 e a ordenada 1P7 =
y1. As distâncias são obtidas pelo método direto, com trenas. Os ângulos normais às abscissas serão definidos
por meio de goniômetros.
24

Este método é também empregado como auxiliar ao método poligonação para levantamento de detalhes
sinuosos, como linhas divisórias (cercas), cursos de água, estradas etc.

Figura 4.

d) Poligonação
É um método para levantamento de pontos de apoio, também conhecido como levantamento por
caminhamento, consiste na medição sucessiva de ângulos e distâncias entre pontos consecutivos de uma
poligonal (Figura 5).
Existem outros métodos de levantamentos de pontos de apoio como: triangulação (somente ângulos),
trilateração (somente distâncias) e triangulateração (ângulos e distâncias). Desses métodos, somente
poligonação será enfatizado nesta disciplina.

Procedimentos para coleta de dados em campo:


Levantamento por caminhamento (poligonação), como próprio nome diz, consiste em um caminhamento onde,
instalado o instrumento em um ponto de apoio, é necessário que sejam visíveis dois outros pontos de apoio:
um anterior, chamado de ré e um posterior, chamado de vante. Os vértices e os lados da poligonal são
utilizados para levantamento dos pontos de detalhes (acidentes naturais e artificiais no terreno) com emprego
de métodos auxiliares.
Na Figura 5, os pontos de apoios (ou as estações) são identificados com números variando de 0 a 4. O ponto 0
é o ponto de referência (ou inicial), ele pode ter coordenadas conhecidas ou ser simplesmente um ponto onde
fez a leitura do azimute. Os ângulos horizontais horários, com origem a ré, são identificados com a letra α e
com o número da estação subscrito. As distâncias entre a estação e ponto de vante, são identificadas com a
letra d e com o número da estação subscrito. Inicialmente, instala-se o instrumento no ponto de referência,
estação 0, e observa-se o ângulo horizontal horário α0, com origem no ponto 4 (ré) e término no ponto 1
(vante). Observa-se a distância horizontal entre pontos 0 e 1, d0. Muda-se o instrumento para a estação 1 e
observa-se α1 e d1. Muda-se para 2 e observa-se α2 e d2. E assim por diante. Verifica-se que, é necessário
passar pelo ponto 1, mesmo que seja possível medir, da estação 0 o ângulo e a distância até a estação 2.
25

(b)
(a)
Figura 5. Método poligonação, caminhamento sentido horário (a) e caminhamento sentido anti-horário (b).

O método caminhamento (poligonação) é caracterizado pela natureza dos ângulos que se mede, daí classifica-
se em:
i. Caminhamento pelos ângulos horários;
ii. Caminhamento pelos ângulos de deflexões;
iii. Caminhamento à bússola;

i. Caminhamento pelos ângulos horários

Ângulos horários são ângulos horizontais medidos sempre no sentido horário. Dependendo do sentido do
caminhamento, os ângulos horários podem ser internos ou externos. Quando o caminhamento é feito no
sentido horário, os ângulos horários são externos, ver Figura 5a. Quando o caminhamento é feito no sentido
anti-horário, os ângulos horários são internos, ver Figura 5b.
 Fórmula para cálculo dos azimutes:
menor que 180º  + 180º
Azimutecalculado = Azimuteanterior + ângulo horário maior que 180º e menor que 540º  - 180º
maior que 540º  - 540º

Exemplo 1. Dados a caderneta de campo e o croqui, obtidos utilizando o levantamento por caminhamento
pelos ângulos horários para levantar pontos de apoio (vértices da poligonal) e o método auxiliar irradiação para
levantar pontos de detalhes (quina de uma casa), determinar: os azimutescalculados dos outros pontos, verificar o
erro angular de fechamento, e se o erro tiver dentro da tolerância, fazer a correção do erro angular de
fechamento.
Observação: o azimute do ponto de referência (inicial) é lido no instrumento em campo.
Croqui:
26

Caderneta de campo:
Pontos visados Azimutes
Estação Ângulo horário OBS.
Ré Vante lido Calculados
0 5 1 267º40’ 145º00’
1 0 2 116º00’ -
2 1 3 295º00’ -
3 2 4 263º30’ -
3 2 a 310º45’ - casa
4 3 5 227º30’ -
5 4 0 270º30’ -

Resposta:
a) Azimute calculado:
Azimutecalculado = Azimuteanterior + ângulo horário
Azimute01 = 145º00’ (lido em campo)
Azimute12 = Azimute01 + ângulo horário12
Azimute12 = 145º00’ + 116º00’ = 261º00’ (> 180º e < 540º  - 180º) = 261º00’ - 180º00’ = 81º00’
Azimute23 = 81º00’ + 295º00’ = 376º00’ (> 180º e < 540º  - 180º) = 376º00’ - 180º00’ = 196º00’
Azimute34 = 196º00’ + 263º30’ = 459º30’ (> 180º e < 540º  - 180º) = 459º30’ - 180º00’ = 279º30’
Azimute3a = 196º00’ + 310º45’ = 506º45’ (> 180º e < 540º  - 180º) = 506º45’ - 180º00’ = 326º45’
Azimute45 = 279º30’ + 227º30’ = 507º00’ (> 180º e < 540º  - 180º) = 507º00’ - 180º00’ = 327º00’
Azimute50 = 327º00’ + 270º30’ = 597º30’ (> 540º  - 540º) = 597º30’ - 540º00’ = 57º30’
Azimute01 = 57º30’ + 267º40’ = 325º10’ (> 180º e < 540º  - 180º) = 325º10’ - 180º00’ = 145º10’

Pontos visados Azimutes


Estação Ângulo horário OBS.
Ré Vante lido Calculados
0 5 1 267º40’ 145º00’ 145º10’
1 0 2 116º00’ - 81º00’
2 1 3 295º00’ - 196º00’
3 2 4 263º30’ - 279º30’
3 2 a 310º45’ - 326º45’ casa
4 3 5 227º30’ - 327º00’
5 4 0 270º30’ - 57º30’

b) Verificação do erro angular de fechamento:


I. Método 1
A soma dos ângulos externos de um polígono = 180º(n+2)
em que, n=número de lados (ou vértices) do polígono. Então:
soma dos ângulos externos de um polígono = 180º(6+2) = 1440º00’
soma dos ângulos externos de um polígono = 267º40’ + 116º + 295º + 263º30’ + 227º30’ + 270º30’ = 1440º10’
erro angular de fechamento = 1440º10’ - 1440º00’ = 10’
II. Método 2
erro angular de fechamento = Azimute01 (calculado) - Azimute01 (lido)
erro angular de fechamento = 145º10’ - 145º00’ = 10’

c) Tolerância do erro angular de fechamento (T):


então: = 12’14,85”  Conclusão: o erro angular de fechamento cometido durante as
operações de campo, igual a 12’14,85”, é permito. Nesse caso, o erro deve ser distribuído para a seqüência do
trabalho de escritório.
27

d) Correção do erro angular de fechamento


O erro angular de fechamento do polígono, igual a 10’, deverá ser distribuído nos últimos lados. A correção é
cumulativa, sendo somada ou subtraída de acordo com o azimute lido e calculado do alinhamento 01. Não se
corrige os azimutes dos pontos levantados por processos auxiliares, ou seja, os pontos de detalhes.

Pontos visados Azimutes OBS.


Estação
Ré Vante Lido calculados Corrigidos
0 5 1 145º00’ 145º10’ = 145º10’ – 10’ = 145º
1 0 2 - 81º00’ = 81º00’
2 1 3 - 196º00’ = 196º00’ – 2’ = 195º58’
3 2 4 - 279º30’ = 279º30’ – 4’ = 279º26’
3 2 a - 326º45’ = 326º45’ casa
4 3 5 - 327º00’ = 327º00’ – 6’ = 326º54’
5 4 0 - 57º30’ = 57º30’ – 8’ = 57º22’

OBS.: se o caminhamento fosse no sentido anti-horário, o procedimento seria o mesmo, porém os ângulos
medidos no campo, seriam ângulos internos do polígono.

ii. Caminhamento pelos ângulos de deflexões

Ângulo de deflexão: é o ângulo formado pelo prolongamento do alinhamento anterior à estação do instrumento
e o alinhamento seguinte. O ângulo de deflexão varia de 0º a 180º à direita ou à esquerda do prolongamento
do alinhamento.

Operações para medição do ângulo de


deflexão do alinhamento 12:
1) Centralizar e nivelar o teodolito na
estação 1;
2) Inverter a luneta e visar a estação à ré
(estação 0), zerar o limbo horizontal;
3) Voltar a luneta à posição normal;
4) Soltar o movimento do limbo
horizontal e visar a vante (estação 2);
Figura 6. 5) Ler o ângulo de deflexão no limbo
horizontal do instrumento.

 Controle do erro de medição angular:


O levantamento por caminhamento pelos ângulos de deflexões permite o controle de medição angular quando
o teodolito é dotado de bússola. Pode-se calcular o rumo (ou azimute) de um alinhamento a partir do ângulo de
deflexão do mesmo e do rumo (ou azimute) do alinhamento anterior. O ângulo calculado é comparado com
aquele lido no limbo da bússola. Caso a diferença entre eles seja significativa, as medidas devem ser
repetidas.
28

1. Caso de bússola graduada para medição de rumos:


Não existe fórmula para calcular o rumo, sempre teremos que desenhar!

R23 = R12 + D

R23 = R12 - E

2. Caso de bússola graduada para medição de azimutes:


Azimutecalculado = Azimuteanterior + D
Azimutecalculado = Azimuteanterior – E
29

 Verificação do erro angular de fechamento:


A verificação do erro angular de fechamento é feita com bases nas estações da poligonal. Dessa forma, os
pontos levantados por processos auxiliares não são incluídos.
Considerando a poligonal da Figura 7, pode-se escrever:

Figura 7.

D1 + β1 = 180º θ1 – E1= 180º


D2 + β 2 = 180º θ 2 – E2 = 180º
D3 + β 3 = 180º
D4 + β 4 = 180º (Equação 02)
D5 + β 5 = 180º
D6 + β 6 = 180º

(Equação 01) k = número do vértice


Fazendo Equação 01 + Equação 02, temos:

 n = número de lados ou vértices do polígono

Então:

(Equação 04)

Exemplo 1: De um levantamento por caminhamento pelos ângulos de deflexões, foram anotados os seguintes
dados: D1 = 76º10’; D2 = 108º30’; D3 = 92º10’; D4 = 34º00’; D5 = 111º04’; E1 = 62º05’. Fazer o cálculo do erro
angular de fechamento e verificar se o erro está dentro da tolerância.
Resposta:
76º10’ + 108º30’ + 92º10’ + 34º00’ + 111º04’ = 421º54’
62º05’
421º54’ - 62º05’ 359º49’
Erro angular = 360º00 - 359º49’ = 11’
então: = 12’14,85”  Neste caso, o erro angular de fechamento cometido durante as
operações de campo, igual a 11’, é permito. Nesse caso, o erro deve ser distribuído para a seqüência do
trabalho de escritório.
Observação: o erro angular obtido no levantamento deve coincidir com a diferença entre o primeiro rumo lido e
o calculado. Caso contrário, há erros no cálculo.
30

iii. Caminhamento à bússola

Neste método de levantamento, os alinhamentos da poligonal são definidos por meio de rumos ou azimutes,
além das distâncias. Para locais sujeitos a interferências magnéticas o presente método não é indicado,
tornando-o de baixíssima precisão.
 Controle da medição angular:
a) Bússolas graduadas com rumos
Os rumos deverão ter o mesmo valor numérico, porém em quadrantes opostos.
b) Bússolas graduadas com azimutes
O valor do azimute de ré deve diferir de 180º em relação ao azimute da primeira estação.

Figura 8. Figura 9.

Exercícios:
1) Dada a caderneta de campo abaixo obtida por um levantamento por caminhamento pelos ângulos
horários internos, calcular: os azimutes calculados, o erro angular de fechamento, e se o erro angular
estiver no limite de tolerância, os azimutes corrigidos.
Pontos
Ângulo Azimutes
Estação visados
interno
Ré Vante lidos calculados corrigidos
0 5 1 89º59’ 127º30’
1 0 2 89º59’
2 1 3 89º59’
3 2 4 269º59’
4 3 5 89º59’
5 4 0 89º59’

2) Dada a caderneta de campo abaixo obtida por um levantamento por caminhamento pelos ângulos
horários externos, calcular: os azimutes calculados, o erro angular de fechamento, e se o erro angular
estiver no limite de tolerância, os azimutes corrigidos.
Pontos
Ângulo Azimutes
Estação visados
interno
Ré Vante lidos calculados corrigidos
0 5 1 270º01’ 137º30’
1 0 2 270º01’
2 1 3 270º00’
3 2 4 90º02’
4 3 5 270º01’
5 4 0 270º01’
31

AULA TEÓRICA 07: OPERAÇÕES TOPOGRÁFICAS DE ESCRITÓRIO

As operação topográficas de escritório são:


a) Verificação do erro angular de fechamento (apresentado nas aulas anteriores)
b) Distribuição do erro angular (apresentado nas aulas anteriores)
c) Preparo das cadernetas de escritório
d) Confecção da planta topográfica

 Preparo das cadernetas de escritório


Para confecção da planta topográfica é necessário obter a distância horizontal (ou reduzida) dos alinhamentos
medidos no campo que juntamente com a direção (rumos ou azimutes corrigidos) dos mesmos permitirá a
representação planimétrica do terreno. A representação altimétrica é obtida a partir das diferenças de nível
(distâncias verticais), ou seja, cotas ou altitudes.

Exemplo 1. Dada a caderneta de campo abaixo, obtida utilizando o levantamento por caminhamento pelos
ângulos horários para levantar pontos de apoio e o método auxiliar irradiação para levantar pontos de detalhes,
no caso quinas de uma casa e um poste, preencher a caderneta de escritório.
Caderneta de campo:
Azimutes leitura de mira ângulo
Estação i OBS.
Calculados FI FM FS vertical
0-1 109º50’ 1,200 1,500 1,800 1,540 3º30’
1-a 200º20’ 1,300 1,540 1,780 1,600 2º10’ casa
1-2 69º15’ 1,300 1,705 2,110 1,600 6º23’
2-b 205º00’ 1,310 1,620 1,930 1,600 3º10’ poste
2-3 161º20’ 1,240 1,667 2,094 1,600 4º00’
3-4 211º20’ 1,300 1,672 2,044 1,650 - 4º40’
4-5 277º25’ 1,000 1,575 2,150 1,620 - 3º00”
4-c 338º40’ 1,280 1,540 1,800 1,620 1º00’ casa
5-0 357º00’ 1,000 1,605 2,210 1,540 - 2º55’
FI = fio inferior; FM = fio médio; FS = fio superior; i = altura do instrumento.
Respostas:
Caderneta de escritório:
Azimutes Cotas
Estação DH (m) DN (m) Cotas (m) OBS.
calculados Corrigidas
0–1 109º50’ 59,78 + 3,70 23,70 23,67 Cota0 = 20,00 m
1–a 200º20’ 47,93 + 1,87 25,57 25,54 casa
1–2 69º15’ 80,00 + 8,84 32,54 32,48
2–b 205º00’ 61,81 + 3,40 35,94 35,88 poste
2–3 161º20’ 84,98 + 5,88 38,42 38,33
3–4 211º20’ 73,91 - 6,06 32,36 32,24
4–5 277º25’ 114,69 - 5,97 26,39 26,24
4–c 338º40’ 51,98 + 0,99 33,35 33,23 casa
5–0 357º00’ 120,69 - 6,21 20,18 20,00
DH = distância horizontal; DN = diferença de nível.
32

 Cálculo das cotas do terreno:


O cálculo deve ser feito a partir de um valor inicial de cota arbitrário para o ponto inicial (ponto 0). A escolha do
valor inicial deve ser feita de modo que ao calcular as demais cotas os valores obtidos sejam positivos.
Cota0 = 20,00 m (valor de cota arbitrário para o ponto 0) Cota3 = Cota2 + DN2-3 = 32,54 + 5,88 = 38,42 m
Cota1 = Cota0 + DN0-1 = 20,00 + 3,70 = 23,70 m Cota4 = Cota3 + DN3-4 = 38,42 – 6,06 = 32,36 m
Cotaa = Cota1 + DN1-a = 23,70 + 1,87 = 25,57 m Cota5 = Cota4 + DN4-5 = 32,36 - 5,97 = 26,39 m
Cota2 = Cota1 + DN1-2 = 23,70 + 8,84 = 32,54 m Cotac = Cota4 + DN4-c = 32,36 + 0,99 = 33,35 m
Cotab = Cota2 + DN2-b = 32,54 + 3,40 = 35,94 m Cota0 = Cota5 + DN5-0 = 26,39 – 6,21 = 20,18 m

 Erro altimétrico
Método 1: A soma algébrica das diferenças de nível dos pontos da poligonal deve ser igual a zero. Caso
contrário, há erro, que é denominado de erro altimétrico.
Erro altimétrico = 3,70 + 8,84+ 5,88- 6,06- 5,97- 6,21 = 0,18 m
Método 2: O erro altimétrico pode ser obtido comparando-se o valor arbitrário para a cota do ponto 0, no início
dos cálculos, com a cota calculada para o ponto 0 no fechamento do polígono.
Erro altimétrico = 20,00 - 20,18 = 0,18 m.

 Tolerância (T):

em que, d = perímetro da poligonal (m) e n = número de lados ou vértices da poligonal.


No exemplo: d = 59,78 + 80,00 + 84,98 + 73,91 + 114,69 + 120,69 = 534,05 m e n = 6, então:

Neste caso, o erro altimétrico cometido durante as operações de campo, igual a 0,48 m, é permito e deve ser
distribuído nos vértices do polígono. A correção é cumulativa e é efetuada a partir do vértice 1, ou seja, Cota1.
No exemplo, como temos 6 vértices, pode-se distribuir 0,18 m nos 6 vértices, isto é, 0,03 m em cada um. Como
a cota calculada do ponto 0, 20,18 m, foi superior ao valor arbitrado no início dos cálculos, 20,00 m, a correção
deve ser negativa.
Nas irradiações, corrige-se o mesmo valor correspondente ao da estação em que foi visado o ponto. Por
exemplo, no ponto a, a correção a ser feita é de 0,03 m, isto é, igual àquela que foi feita para estação 1.
Cota1 = 23,70 – 0,03 = 23,67 m Cota4 = 32,36 – 0,12 = 32,24 m
Cotaa = 25,57 – 0,03 = 25,54 m Cota5 = 26,39 – 0,15 = 26,24 m
Cota2 = 32,54 – 0,06 = 32,48 m Cotac = 33,35 – 0,15 = 33,23 m
Cotab = 35,94 – 0,06 = 35,88 m Cota0 = 20,18 – 0,18 = 20,00 m
Cota3 = 38,42 – 0,09 = 38,33 m

A fase seguinte ao preparo da caderneta de escritório é a execução do desenho do terreno, ou seja, a planta
topográfica.

 Confecção da planta topográfica

Planta topográfica é o desenho do terreno levantado topograficamente.

Existem dois processos para execução do desenho:


1. Coordenadas polares: o desenho é executado por meio da transferência de ângulos e distancias no
papel. Os ângulos são transferidos por meio de transferidores comuns ou tecnígrafos e as distâncias
por meio de réguas comuns ou escalímetros.
2. Coordenadas retangulares: o desenho é executado por meio da transferência de distancias apenas. O
processo será enfatizado na próxima aula.
33

AULA TEÓRICA 08: COORDENADAS RETANGULARES

No processo de coordenadas retangulares o desenho da planta topográfica é executado por meio da


transferência de distancias apenas. As distâncias a serem transferidas correspondem às projeções do
alinhamento num sistema de eixos coordenados originando as abscissas e ordenadas, que são as
coordenadas retangulares de cada ponto definido no campo.

Cálculo do caminhamento: consiste em transformar coordenadas polares em retangulares.

Coordenadas polares Coordenadas retangulares

Quando se utiliza rumos os sinais das abscissas e ordenadas dependem do quadrante do rumo:
Exemplo 1: Transforme as coordenadas polares,
rumo = 50º20’ SE e distância = 90,00 m, do
alinhamento 01, em coordenadas retangulares, X1 e
Y1.
Resposta:
X1 = 90,00.sen 50º20’ = 69,28 m
Y1 = 90,00.cos 50º20’ = 57,45 m
Como o alinhamento 01 está no segundo quadrante,
o valor da abscissa deve ser positivo e da ordenada
negativo, assim:
X1 = 69,28 m e Y1 = - 57,45 m.

Quando se utiliza azimutes, os sinais das coordenadas são dados diretamente nas operações de cálculo:
Exemplo 2: Transforme as coordenadas polares, azimute = 140º30’ e distância = 80,00 m, do alinhamento 01,
em coordenadas retangulares, X1 e Y1.
Resposta:
X1 = 80,00.sen 140º30’ = 50,89 m
Y1 = 80,00.cos 140º30’ = - 61,73 m

Observação: as coordenadas obtidas nos cálculos acima são denominadas coordenadas relativas.
34

Erro linear de fechamento (e):


A soma algébrica das projeções dos lados de um polígono regular sobre dois eixos retangulares deve ser nula,
caso contrário, há erro angular de fechamento.
O erro linear de fechamento é representado pela hipotenusa de um triângulo retângulo que tem como catetos o
erro das abscissas e o erro das ordenadas relativas.
ex = soma algébrica das abscissas;
ey = soma algébrica das ordenadas;
e = erro linear de fechamento.

Tolerância – T(m):

em que: t = precisão do levantamento (depende das exigências cadastrais), varia de 0,2 a 2,0 m, e k =
perímetro do polígono (km).

Exemplo 3: Na caderneta abaixo estão representadas os dados obtidos a partir de um levantamento


topográfico de uma poligonal de seis lados e três pontos de detalhes internos. Determine as coordenadas
retangulares relativas dos pontos e o erro linear de fechamento.
Estação Azimutes corrigidos Distância (m) Resposta:
0-1 109º50’ 59,78  Cálculos das coordenadas relativas:
1-2 69º15’ 80,00  X1 = 59,78.sen 109º50’ = 56,23 m
 Y1 = 59,78.cos 109º50’ = - 20,28 m
1-a 200º20’ 47,93
 X2 = 80,00.sen 69º15’ = 74,81 m
2-3 161º20’ 84,98  Y2 = 80,00.cos 69º15’ = 28,34 m
2-b 205º00’ 61,81  Xa = 47,93.sen 200º20’ = -16,65 m
3-4 211º20’ 73,91  Ya = 47,93.cos 200º20’ = - 44,94 m
4-c 338º40’ 51,98
4-5 277º25’ 114,69 Os cálculos dos outros pontos encontram-se
5-0 357º00’ 120,69 na caderneta a seguir:

Estação Azimutes corrigidos Distância Abscissa relativa Ordenada relativa


0-1 109º50’ 59,78 56,23 - 20,28
1-2 69º15’ 80,00 74,81 28,34
1-a 200º20’ 47,93 - 16,65 - 44,94
2-3 161º20’ 84,98 27,20 - 80,51
2-b 205º00’ 61,81 - 26,12 - 56,01
3-4 211º20’ 73,91 -38,43 - 63,13
4-c 338º40’ 51,98 - 18,91 48,42
4-5 277º25’ 114,69 - 113,73 14,80
5-0 357º00’ 120,69 - 6,32 120,52
35

 Determinação do erro linear de fechamento:


 ex = 56,23 + 74,81 + 27,20 + (- 38,43) + (- 113,73) + (- 6,32) = - 0,24 m
 ey = (- 20,28) + 28,34 + (- 80,51) + (- 63,13) + 14,80 + 120,52 = - 0,26 m
 e2 = ex2 + ey2  e = 0,35 m
 T = 0,73 m (t = 1 m e k = 0,53405)

Nesse caso, o erro é menor que a tolerância, portanto deve ser corrigido. A correção do erro é feita por
meio de coeficiente obtidos a partir dos erros as abscissas e das ordenadas.
Esses coeficientes podem ser determinados por dois métodos: método do coeficiente de
proporcionalidade relacionado ao perímetro do polígono ou método do coeficiente de proporcionalidade
relacionado à soma das coordenadas.

 Método 1: Método do coeficiente de proporcionalidade relacionado ao perímetro


Consiste em distribuir os erros das abscissas e das ordenadas proporcionalmente ao tamanho dos lados da
poligonal base. Os lados maiores estarão sujeitos às correções maiores.

 Coeficiente para correção das abscissas (C x):


C x = ex / d
em que, d = perímetro da poligonal (m).
Cx = - 0,24 m / 534,05 m = - 0,0004494
 Coeficiente para correção das ordenadas (C y):
C y = ey / d
Cy = - 0,26 m / 534,05 m = - 0,0004868

A correção a ser feita em cada vértice da poligonal é igual ao coeficiente de correção das abscissas ou das
ordenadas, multiplicando pela distância de cada alinhamento.
OBS.: Recomenda-se utilizar o máximo de dígitos do coeficiente ao fazer essa multiplicação, deixando as
aproximações para quando apresentar o resultado.

 Correção do erro linear:


abscissacorrigida = abscissacalculada – distância.Cx
ordenadacorrigida = ordenadacalculada – distância.Cy

abscissacorrigida = abscissacalculada – distância.Cx ordenadacorrigida = ordenadacalculada – distância.Cy


X1 = 56,23 – 59,78.(- 0,0004494) = 56,26 Y1 = - 20,28 – 59,78.(- 0,0004868) = - 20,25
X2 = 74,81 – 80,00.(- 0,0004494) = 74,85 Y2 = 28,34 – 80,00.(- 0,0004868) = 28,38
X3 = 27,20 – 84,98.(- 0,0004494) = 27,24 Y3 = - 80,51 – 84,98.(- 0,0004868) = - 80,47
X4 = - 38,43 – 73,91.(- 0,0004494) = - 38,40 Y4 = - 63,13 – 73,91.(- 0,0004868) = - 63,09
X5 = - 113,73 – 114,69.(- 0,0004494) = - 113,68 Y5 = 14,80 – 114,69.(- 0,0004868) = 14,85
X0 = - 6,32 – 120,69.(- 0,0004494) = - 6,27 Y0 = 120,52 – 120,69.(- 0,0004868) = 120,58

OBS.: Os pontos levantados por processos auxiliares, como é o caso dos pontos a, b e c, não são
submetidos à correção do erro linear.

A partir das coordenadas corrigidas é feito o cálculo das abscissas e ordenadas absolutas que serão utilizadas
para o desenho da planta. As coordenadas absolutas serão obtidas acumulando-se a partir de um valor inicial
arbitrário as coordenadas corrigidas.
36

Azimute Abscissa relativa Ordenada relativa Abscissa Ordenada


Estação Distância
corrigido Calculada Corrigida calculada corrigida absoluta absoluta
0 200,00 200,00
1 109º50’ 59,78 56,23 56,26 -20,28 -20,25 256,26 179,75
2 69º15’ 80,00 74,81 74,85 28,34 28,38 331,11 208,13
1- a 200º20’ 47,93 -16,65 -44,94 239,61 134,81
3 161º20’ 84,98 27,20 27,24 -80,51 -80,47 358,35 127,66
2–b 205º00’ 61,81 -26,12 -56,01 304,99 152,12
4 211º20’ 73,91 -38,43 -38,40 -63,13 -63,09 319,95 64,57
4–c 338º40’ 51,98 -18,91 48,42 301,04 112,99
5 277º25’ 114,69 -113,73 -113,68 14,80 14,85 206,27 79,42
0 357º00’ 120,69 -6,32 -6,27 120,52 120,58 200,00 200,00
 Confecção do desenho:

 Método 2: Método do coeficiente de proporcionalidade relacionado à soma das coordenadas


 Coeficiente para correção das abscissas (C x):
Cx = ex / Sx
em que, Sx = soma dos módulos das abscissas (m).
Cx = - 0,24 m / 316,72 m = - 0,0007577671
 Coeficiente para correção das ordenadas (Cy):
C y = e y / Sy
em que, Sy = soma dos módulos das ordenadas (m).
Cy = - 0,26 m / 534,05 m = - 0,0007936992
A correção a ser feita em cada vértice é igual ao coeficiente de correção das abscissas ou das
ordenadas multiplicando pelo valor de cada ordenada.
 Correção do erro linear:
abscissacorrigida = abscissacalculada – abscissacalculada.Cx
ordenadacorrigida = ordenadacalculada – ordenadacalculada.Cy
abscissacorrigida = abscissacalculada – abscissacalculada.Cx ordenadacorrigida = ordenadacalculada – ordenadacalculada.Cy
X1 = 56,23 – 56,23*(- 0,0007577671) = 56,27 Y1 = - 20,28 – [- 20,28*(- 0,0007936992) = - 20,26
X2 = 74,81 – 74,81*(- 0,0007577671) = 74,87 Y2 = 28,34 – 28,34*(- 0,0007936992) = 28,36
X3 = 27,20 – 27,20*(- 0,0007577671) = 27,22 Y3 = - 80,51 – [- 80,51*(- 0,0007936992) = - 80,45
X4 = - 38,43 – [- 38,43*(- 0,0007577671)] = - 38,40 Y4 = - 63,13 – [- 63,13*(- 0,0007936992) = - 63,08
X5 = -113,73 – [- 113,73*(- 0,0007577671)] = - 113,64 Y5 = 14,80 – 14,80*(- 0,0007936992) = 14,81
X0 = - 6,32 – [- 6,32*(- 0,0007577671)] = - 6,32 Y0 = 120,52 – 120,52*(- 0,0007936992) = 120,62
Vantagens do método:
 Permite determinar a precisão do levantamento antes de executar o desenho;
 Para executar o desenho transferem-se apenas distâncias;
 Permite obter área do terreno analiticamente (será apresentado nas próximas aulas).
37

AULA TEÓRICA 09: ALTIMETRIA

Altimetria é a parte da Topografia que trata dos métodos e instrumentos empregados no estudo e na
representação gráfica do relevo do solo.
O estudo e a representação do relevo do terreno, planimetricamente conhecido, consiste na determinação das
alturas de seus pontos característicos, relacionados com uma superfície de nível de comparação.
Altura de um ponto, em altimetria, é a distância vertical que separa o ponto de um plano horizontal denominado
superfície de nível de comparação (SNC).

hA = altura do ponto A, hB = altura do ponto B, hC = altura do ponto C, hD = altura do ponto D, hE = altura do ponto E e hF =
altura do ponto F.

Esta superfície de nível de comparação pode ser tomada arbitrariamente, e as alturas dos diferentes pontos
característicos com ela relacionados recebem a denominação de cotas ou alturas relativas. Porém, quando se
toma como superfície de nível de comparação o nível médio dos mares, suposta prolongada por baixo dos
continentes, as alturas dos pontos recebem a denominação de altitudes ou alturas absolutas.

A superfície de nível de comparação nível médio dos mares corresponde à forma da Terra, supondo-a isenta
de suas elevações e depressões, também denominada superfície de nível verdadeira. Porém, nas operações
topográficas (na prática), não é possível obter a superfície de nível verdadeira (SNV), utiliza-se uma superfície
de nível aparente (SNA). A superfície de nível aparente corresponde ao plano tangente à superfície de nível
verdadeira e é materializada, na prática, pelo plano horizontal de visada dos instrumentos de nivelamento.
38

Erro de nível aparente (ENA): é o erro ocasionado pela substituição da SNV pela SNA.
Determinação do erro:
Observe na Figura ao lado que os pontos A e B
pertencem à superfície de nível verdadeira, portanto,
entre eles, não deve existir diferença de altura. No
entanto, o plano de visada do instrumento intercepta
a mira em M em vez de B, ocasionando, dessa forma,
o erro de nível aparente corresponde ao seguimento
MB.
Resolvendo o triângulo retângulo AÔM temos:
OM2 = AM2 + OA2 (Equação 01)
OM = OB + BM (Equação 02)
OB = raio terrestre = R
BM = erro de nível aparente = e
OM = R + e (Equação 03)
(R + e)2 = AM2 + OA2 (Equação 04)
AM = distância entre os pontos considerados = D
OA = raio terrestre = R
(R + e)2 = D2 + R2 (Equação 05)
R2 + 2Re + e2 = D2 + R2
e(2R + e) = D2
e = D2/(2R + e)  e = D2/2R
R = 6378137 m

Observações:
a) Na prática, o erro de nível aparente torna-se menor em razão do efeito da refração atmosférica sobre a
linha de visada, que desvia a linha de visada para baixo (Tabela 1).
Tabela 1. Valores de erro de nível aparente em função da distância de visada
Distância (m) ENA (mm)
40 0,10
60 0,23
80 0,42
100 0,66
120 0,95
140 1,29
160 1,69
180 2,14
39

b) Nas operações topográficas, considera-se sem efeito o erro do nível aparente inferior a 1 mm. Por essa
razão, em vez de corrigirmos o erro, limitamos a distância de visada em 120 m (conforme Tabela anterior).

Processos e instrumentos de nivelamento:


Para calcular as cotas ou altitudes dos pontos, é necessário que se determinem, primeiramente, as diferenças
de nível entre os pontos definidores da altimetria do terreno em estudo.
Diferença de nível: é a distância vertical que separa os pontos topográficos. Na Figura abaixo, a diferença de
nível entre os pontos A e B está representada pelas letras DVAB.

A diferença de nível pode ter valor positivo ou negativo, conforme os pontos estudados estejam acima (valor
positivo) ou abaixo (valor negativo) daquele tomado como termo de comparação.
Para determinar as diferenças de nível entre os pontos é necessário proceder uma operação topográfica
denominada nivelamento.
Nivelamento: é uma operação topográfica que consiste em determinar a diferença de nível entre dois ou mais
pontos topográficos.
Esta operação topográfica é realizada empregando métodos e instrumento adequados, uma vez que a
diferença de nível pode ser determinada diretamente, com emprego de níveis, ou indiretamente, com base em
relações trigonométricas ou com base em princípios barométricos.
Métodos de nivelamento:
1. Direto
1.1. Nivelamento Geométrico Simples
1.2. Nivelamento Geométrico Composto
2. Indireto
2.1. Trigonométrico
2.2. Barométrico
2.3. Estadimétrico
Instrumentos de nivelamento:
1. Instrumentos cujo plano de visada é sempre horizontal
1.1. Instrumentos com princípio de equilíbrio dos líquidos em vasos comunicantes
 nível de mangueira: consiste em um tubo plástico transparente contendo líquido (água)
40

1.2. Instrumentos com nível de bolha


 Nível de pedreiro

 Nível ótico

2. Instrumentos cujo plano de visada tem movimento ascendente ou descendente em relação ao plano
horizontal
Estes instrumentos permitem a determinação do ângulo de inclinação e/ou a declividade do terreno.
Exemplos: clinômetros (apoiado na mão), eclímetros (montados em tripé), clisímetros (fornece
declividades) e teodolitos.

Aplicações dos nivelamentos:


Projetos de irrigação (canais e drenos);
Locação de curvas de nível;
Determinação de desníveis (altura de elevação de água para bombeamento);
Construções: aplainamento de áreas, nivelamento de pisos etc.;
Determinação de declividades do terreno (estradas, conservação de solos etc.)
41

AULA TEÓRICA 10: NIVELAMENTO GEOMÉTRICO SIMPLES E COMPOSTO

Nivelamento Geométrico Simples: é o nivelamento executado a partir da instalação do instrumento em apenas


uma posição escolhida no terreno.
Nas operações de nivelamento, os pontos que definem o relevo são materializados no terreno por meio de
piquetes. Costuma-se utilizar estaqueamento com distâncias fixas de 5, 10, 20 ou 50 m dependendo da
finalidade do nivelamento.
A instalação do instrumento geralmente é afastada dos pontos para permitir as leituras de mira dos mesmos.
Exemplo:

Caderneta de campo:
Estaca Leitura de mira Diferença de nível Cota Obs.
0 2,90 - 20,00 Estacas a cada 10 m

1 2,00 + 0,90 20,90


2 2,40 + 0,50 20,50

3 1,50 + 1,40 21,40

3 + 4,6 m 0,90 + 2,00 22,00

4 0,90 + 2,00 22,00

Desenho do perfil:

Limitações:
 Em terrenos com diferença de nível superior ao comprimento da mira;
 Em eixos ou áreas muito extensos, há limitações em razão do erro de nível aparente torna-se significativo
e ainda problemas de focalização dos fios do retículo e mira.
42

Nivelamento Geométrico Composto:é uma sucessão de nivelamentos geométricos simples, interligados por
estacas de mudança.

Tipos:
a) Visadas múltiplas de cada posição do nível (topográfico)
b) Duas visadas por posição de nível (geodésico) – não apresentado aqui.

Exemplo de nivelamento com múltiplas visadas:

Leitura de mira
Estaca Ponto visado Plano de visada Cota (m) OBS.:
Ré Vante
A 0 2,10 12,10 10,00 Estacas a cada 20,00 m.
1 0,80 11,30
2 0,70 11,40
B 2 2,00 13,40 11,40
3 1,00 12,40
4 1,50 11,90
5 2,40 11,00
C 5 0,60 11,60 11,00
6 1,20 10,40
7 0,70 10,90

 Verificação de erros nos cálculos das cotas:


Σré – Σvante(estaca de mudança) = DNtotal
Σré = 2,10 + 2,00 + 0,60 = 4,70 m
Σvante(estaca de mudança) = 0,70 + 2,40 + 0,70 = 3,80 m
Σré – Σvante(estaca de mudança) = 4,70 – 3,80 = 0,90 m
DNtotal = Cota7 – Conta0
DNtotal = 10,90 – 10,00 = 0,90 m
Caso a igualdade não se confirme, os cálculos deverão ser refeitos.
43

 Verificação do erro de nivelamento:


O erro cometido na operação de nivelamento é considerado com base em um outro nivelamento realizado no
mesmo eixo, porém, em sentido contrário ao anterior, chamando de contranivelamento. Nesse caso, basta
comparar a diferença de nível total do nivelamento com a do contranivelamento.
erro = |DN total nivelamento| - |DN total contranivelamento|

 Tolerância do erro de nivelamento:

Em que:
T – tolerância em mm;
C – precisão do nivelamento em mm/km;
k – comprimento do eixo em km.

Tabela 1. Classificação do nivelamento geométrico


Classe C (mm/km)
alta precisão 1,5 a 2,5
1ª ordem 2,5 a 5
2ª ordem 5 a 10
3ª ordem 10 a 15
4ª ordem 15 a 20
5ª ordem 20 a 50

 Correção do erro de nivelamento:


Na caderneta de campo a seguir estão representadas as cota obtidas das operações de nivelamento e
contranivelamento de um eixo. O erro de nivelamento é somado ou subtraído às cotas do contranivelamento.
As cotas compensadas são obtidas através da média entre as contas do contranivelamento corrigidas e as
cotas do nivelamento.

Cota Cota
Estaca contranivelamento Cota compensada OBS.:
Nivelamento Contranivelamento corrigida
0 100,000 100,030 100,000 100,000 Estacas
1 101,200 101,170 101,140 101,170 a cada
1 + 7,00 m 101,270 101,300 101,270 101,270 20,00 m
2 99,000 99,010 98,980 98,990
2 + 13,00 m 98,500 98,520 98,490 98,495
3 98,000 98,010 97,980 97,990
4 100,500 100,500 100,470 100,485
RN 104,500 104,480 104,450 104,475
5 103,700 103,690 103,660 103,680
6 105,100 105,100 105,070 105,085
44

DN total nivelamento = 105,100 – 100,000 = 5,100 m


DN total contranivelamento = 105,100 – 100,030 = 5,070 m
erro = |DN total nivelamento| - |DN total contranivelamento| = 5,100 – 5,070 = 0,03 m = 30 mm

erro < T, o erro deve ser distribuído.

 Procedimentos a serem adotadas no nivelamento geométrico:


1. Estaqueamento do eixo: distância horizontal e estacas intermediárias;
2. Evitar leituras no terceiro terço nas miras de encaixe (4 m);
3. Limitar as distâncias de visada a um máximo de 120 m;
4. Verificação do cálculo das cotas;
5. Determinar o erro de nivelamento;
6. Locar referências de nível nas proximidades do eixo nivelado.
45

AULA TEÓRICA 11: NIVELAMENTO TRIGONOMÉTRICO, ESTADIMÉTRICO E BAROMÉTRICO

Nivelamento trigonométrico: esse nivelamento tem por base o ângulo de inclinação do terreno. A diferença de
nível é por meio de relações trigonométricas, ou seja, resolução de triângulos retângulos.

Exemplos:
a) Nivelamento trigonométrico com clinômetro
Esse nivelamento é usado em serviços de conservação de solos, nivelamento de seções transversais
em estradas etc.
Croqui do nivelamento:

DNAB = 30,00 x tg 20º = 10,92 m


Caderneta de campo:
Estação Ângulo Distância (m) Diferença de nível (m) Cotas (m) OBS.
A–B 20º 30,00 + 10,92 60,92 Cota A = 50 m
B–C -18º 11,00 - 3,57 57,35
C–D 0º 15,00 0 57,35
D-E 9º 25,00 + 3,96 61,31

b) Nivelamento trigonométrico com teodolito


Esse nivelamento é utilizado quando se quer obter diferenças de nível para pontos de difícil acesso ou
distantes.

A distância AB’ é determinada indiretamente pelo método de interseção (visto na aula levantamentos
topográficos).
OBS.: para determinar o ângulo de inclinação do terreno, a visada é feita do eixo da luneta até a
superfície do terreno, portanto, deve-se acrescentar à diferença de nível a altura do instrumento.
DNAB = BB’ + B’C = BB’ + i
46

Nivelamento estadimétrico: neste método a diferença de nível é obtida por meio da equação estadimétrica:

Nivelamento barométrico: a diferença de nível é determinada a partir da relação que existe entre a altitude e a
pressão atmosférica. Esta relação é determinada exprimindo-se a densidade do mercúrio em relação à do ar.

Este valor indica que o mercúrio é 10518 vezes mais denso que o ar. Assim, ao posicionar o barômetro em
duas posições diferentes, cada variação de 1 mm na coluna barométrica deverá corresponder a uma variação
de 10518 mm na diferença de nível entre os pontos considerados.
Assim, para determinar a diferença de nível entre dois pontos:

DN = fator altimétrico x diferença de leitura na coluna barométrica

Os barômetros podem ser de mercúrios ou metálico, sendo o último denominado de aneróide ou altímetro.
47

AULA TEÓRICA 12: REFERÊNCIA DE NÍVEL


Referência de nível (RN) é um marco deixado no terreno, nas proximidades do eixo nivelado, cuja cota (ou
altitude) vem registrada em caderneta de campo.
Finalidade: servir como ponto de partida para nivelamentos futuros em trabalhos de locação. É uma referência
segura e permanente no terreno.
Materialização da RN: marcos de concreto ou madeira de lei ou alicerces de construções (piso).
Utilização da referência de nível: locação de obras e verificação de cortes e aterrros.
a) Locação de obras:
Exemplo: partindo-se de uma RN com cota igual a 20,00 m, calcular as alturas de cortes e aterros para
construção de um galpão cujo piso deve ficar 1,5 m abaixo da RN.
Croqui da área:
A (18,50 m) C (18,50 m)

 RN (20,00 m)

B (18,50 m) D (18,50 m)
Procedimentos:
 Instalar o nível próximo à RN;
 Determinar as leituras de mira da RN e dos pontos do projeto (no caso, A B C e D);
 Calcular as leituras de mira da obra a partir da leitura de mira feita na RN.
Caderneta de campo e locação:
Leitura de mira alturas OBS.
Estaca
terreno Calculada corte aterro
RN 1,40
A 3,40 2,90 0,50
B 3,60 2,90 0,70
C 2,70 2,90 0,20
D 2,62 2,90 0,28
Como o piso do galpão deve ficar 1,5 m abaixo da RN, a leitura de mira da obra deverá ser igual à da RN
acrescida de 1,5 m. Nesse exemplo, a leitura de mira na RN foi de 1,40 m, assim, a da obra deverá ser 2,90 m.
As alturas de cortes e aterros são obtidas comparando-se as leituras de mira calculadas com as do terreno.
b) Verificação de cortes e aterros
O esquema abaixo representa um projeto de uma rampa em um terreno irregular.

Procedimentos:
 Instalar o nível e visar a RN;
 Calcular a altura do plano de visada  plano de visada = Cota RN + visada na RN;
 Visar os pontos do projeto e calcular as cotas;
 Comparar os valores obtidos com aqueles projetados para o GREIDE.
48

AULA TEÓRICA 13: POSICIONAMENTO POR SATÉLITES – GPS

Os levantamentos topográficos podem ser realizados utilizando:


 Métodos clássicos, que se baseiam na medição sucessiva de ângulos e distâncias, obtidos por
equipamentos como teodolitos, estações totais e níveis;
 Métodos fotogramétricos, que se baseiam em informações obtidas por meio de fotografias ou
imagens digitais, adquiridas por câmaras acopladas em plataformas como balões, aviões e satélites artificiais;
 Sistema de posicionamento por satélites artificiais, mais conhecido como GPS, que utiliza
receptores de sinais de satélites para determinarem as coordenadas dos pontos.
Com o lançamento do primeiro satélite artificial de comunicação pelos russos, SPUTNIK I, década de
60, os cientistas observaram o conhecido efeito Doppler 1 nas transmissões de ondas eletromagnéticas e
descobriram que, medindo-se a variação deste efeito a partir de pontos com coordenadas conhecidas, era
possível determinar a órbita do satélite. Mais tarde, ficou demonstrado que esta técnica poderia ser utilizada ao
reverso, isto é, a posição do receptor poderia ser determinada desde que a órbita do satélite fosse conhecida.
Era interesse da Marinha dos Estados Unidos o desenvolvimento de técnicas de navegação de longo
alcance, assim, lançaram em 1963 os satélites artificiais de navegação do Sistema NNSS/TRANSIT, com
acurácia da ordem do decímetro. O Sistema TRANSIT chamou atenção pelo seu desempenho e em 1978, as
agências americanas, tais como Departamento de Defesa, da Administração Nacional da Aeronáutica e do
Espaço (NASA), da Administração Federal da Aeronáutica e de Transportes, lançaram o primeiro satélite do
Sistema NAVSTAR/GPS, que permite alcançar melhores precisões, da ordem do milímetro.
O Sistema GPS é um sistema de satélites de navegação que fornece a posição em três dimensões
(latitude, longitude e altitude) para pontos localizados em qualquer parte da superfície terrestre. O sistema
possui 24 satélites em órbita a uma altitude de aproximadamente 20200 km, com um período de 12h siderais,
distribuídos em 6 planos orbitais. Estes planos estão separados entre si por cerca de 60º em longitude e têm
inclinações próximas dos 55º em relação ao plano equatorial terrestre. Foi concebido de forma que existam no
mínimo 4 satélites visíveis acima do horizonte em qualquer ponto da superfície e em qualquer altura.
Com a finalidade de tornar compatíveis os usos civis e militares, foram criadas salvaguardas para
impossibilitar a navegação precisa de mísseis como:
 SA (Selective Avaliability) – disponibilidade seletiva. Com o SA ativado, a acurácia do sistema é de
30 a 100 metros, como na Segunda Guerra do Golfo.
 AS (Anti-Spoofing) – anti-burla;
 limites de altitude e de velocidade para o funcionamento de receptores.
Atualmente, existem dois sistemas de posicionamento por satélites em funcionamento, o GPS e o
GLONASS, e mais dois sistemas em implantação, o GALILEO e o COMPASS.
 GLONASS: sistema russo (antigo sistema soviético) desenvolvido para competir com o sistema
GPS, possui 24 satélites, sendo 3 reservas, distribuídos em 3 órbitas planas com inclinação de 64,8º, a uma
altitude em torno de 19100 km. O primeiro Ministro Vladimir Putin anunciou que até o fim do ano, o país planeja
lançar sete novos satélites, o que fará com que 28 estejam em operação.
 GALILEO: sistema europeu para uso civil com previsão de operação em 2013. O sistema completo
possuirá 30 satélites, sendo 3 reservas, distribuídos em 3 órbitas planas com inclinação de 56º, a uma altitude

1 Efeito Doppler: a freqüência de um sinal recebido por um observador depende da velocidade do observador e/ou da velocidade da
fonte produtora do sinal. O efeito pode ser explicado através de um satélite transmitindo continuamente para o receptor capaz de
receber a onda emitida pelo satélite. Quando o satélite aproxima do receptor o sinal recebido tem uma freqüência maior que a
transmitida. Quando o satélite afasta do receptor a freqüência vai diminuindo.
49

de 23616 km. O sistema terá as seguintes vantagens: maior acurácia (ainda a ser confirmado em testes reais),
maior segurança (possibilidade de transmitir e confirmar pedidos de ajuda em caso emergência) e menos
sujeito a problemas (o sistema tem a capacidade de testar a sua integridade automaticamente). Além disso, o
sistema terá interoperabilidade com os outros dois sistemas já existentes, permitindo uma maior cobertura de
satélites.
 COMPASS: Sistema chinês, atualmente conta com 4 satélites geoestacionários que cobrem o
território chinês. A previsão é de lançar até 2020 mais um satélite geoestacionário e 30 satélites em órbita.

Funcionamento do Sistema GPS:

1. Porque usamos satélites para o mapeamento?


O GPS é uma ferramenta de mapeamento efetiva por que:
 Não é necessário fazer visadas de ré e vante como na topografia clássica (Figura 1). Só é
necessária uma abertura no céu. Isso quer dizer que não pode haver impedimento físico entre a antena do
receptor e os satélites, como por exemplo, copa de árvores, coberturas etc.;
 Trabalha de dia e noite;
 Precisão do mapeamento planimétrico;
 Rapidez no mapeamento;
 Coleta de dados para Sistemas de Informações Geográficas.

Figura 1. Visada.
50

2. O sistema GPS

O sistema GPS é formado por três segmentos, o espacial, o de controle e o dos usuários (Figura 2).

Figura 2. Segmentos do GPS.

a) Segmento espacial

O segmento espacial é constituído por uma constelação de 24 satélites em órbita a uma altitude de
aproximadamente 20200 km, com um período de 12h siderais, distribuídos em 6 planos orbitais. Estes planos
estão separados entre si por cerca de 60º em longitude e têm inclinações próximas dos 55º em relação ao
plano equatorial terrestre (Figura 3). Foi concebido de forma que existam no mínimo 4 satélites visíveis acima
do horizonte em qualquer ponto da superfície e em qualquer altura.

Figura 3. Constelação de Satélites GPS.

Os satélites do segmento espacial devem assegurar as seguintes funções:


 Manter uma escala de tempo muito precisa, para isso, cada satélite possui relógios atômicos (césio,
rubídio etc.).
51

 Emitir sinais altamente estáveis em uma frequência, sobre essas frequências modulam-se os sinais
de navegação conhecidos como códigos:
- Frequência portadora da banda L1 - 1575,42 MHz
- Frequência portadora da banda L2 - 1227,60 MHz
- Frequência portadora da banda L5 - 1176,45 MHz (modernização)
- Código C/A - uso civil, modula a L1
- Código P - uso militar, modula a L1, L2 e L5
 Receber e armazenar informações provenientes do segmento de controle.
 Efetuar manobras orbitais para guardar a sua posição definida na constelação ou para substituir
outro satélite defeituoso.
 Efetuar alguns cálculos.
 Retransmitir informações (mensagens ou efemérides) ao solo.

Este segmento está sendo desenvolvido em blocos (ou gerações), cada um com características
particulares, incorporando novas mudanças ou desenvolvimento de equipamentos.
 BLOCO I (1978): Protótipos. Os 11 satélites desse bloco não possuíam degradação do sinal
(AS/AS) e possuíam relógios de quartzo. Foram construídos para durar 8 anos. Não há mais satélites ativos
deste bloco na constelação GPS.
 BLOCO II (1989): 1ª geração de satélites GPS (série operacional). Os 9 satélites têm comunicação
recíproca, armazenam apenas 14 dias de dados de navegação (memória) e relógios de césio e rubídio. Estes
satélites possuem degradação do sinal.
 BLOCO IIA (1990): 2ª geração de satélites GPS (satélites de reposição). Os 19 satélites têm
comunicação recíproca, armazenam 180 dias de dados de navegação e relógios de césio e rubídio. Estes
satélites possuem degradação do sinal.
 BLOCO IIR (1997): 3ª geração de satélites GPS (satélites de reposição). Os 20 satélites foram
desenvolvidos para substituir os dos blocos II e IIA; Estes satélites têm a habilidade de se comunicar com os
outros satélites, além da estação de controle em terra. Esta nova função elimina o problema de que um satélite
tenha almanaques desatualizados. Relógios de rubídio.
 BLOCO IIF: 4ª geração de satélites GPS (satélites de reposição). Serão lançados 33 satélites com
mais um novo sinal de navegação L5, além do L1 e L2. Relógios a Maser2 de hidrogênio. Oficiais da Força
Aérea Norte americana anunciam que o primeiro satélite do bloco GPS IIF, lançado em 27 de maio de 2010, já
começou a transmitir o novo sinal de navegação L5.
 BLOCO IIIA: deverá ter o seu primeiro lançamento em 2014.

b) Segmento de controle

O Segmento de Controle rastreia os satélites, atualiza as suas posições orbitais e calibra e sincroniza
os seus relógios. Outra função importante é determinar as órbitas de cada satélite e prever a sua trajetória nas
24h seguintes. Esta informação é enviada para cada satélite para depois ser transmitida por este, informando o
receptor do local onde é possível encontrar o satélite.

2 MASER é a sigla de “Microwave Amplification by Stimulated Emission of Radiation ” que é uma amplificação microondas por emissão estimulada de radiação.
52

Este segmento opera a partir da Base Falcon da Força Aérea Americana em Colorado Springs,
Colorado, USA. O segmento também contém quatro estações monitoras e três estações de carga distribuídas
ao redor do mundo. Diariamente cada satélite passa sobre uma estação monitora.
Esta dependência pelo bom funcionamento do GPS requer foco na manutenção e modernização do
sistema. Oficiais da Força Aérea Norte-Americana acabam de contratar a empresa Raytheon para o
desenvolvimento da próxima geração do segmento de controle, conhecido como OCX, que incluiu o
desenvolvimento e instalação de hardware e software nas estações de controle do GPS na base de
Vandenberg, na Califórnia, além da implementação de estações de monitoramento nos locais remotos e
suporte pelos próximos cinco anos. Com o novo sistema de controle em solo será possível comandar o
número adicional de satélites previsto na modernização do GPS. Enquanto o sistema atual pode controlar
apenas 32 satélites, o OCX terá capacidade de monitorar 64.
Usuários civis que experimentarem qualquer anomalia, durante o uso de receptores GPS, podem
reportar-se ao Centro de Navegação da Guarda Costeira, pelo telefone 703-313-5900.

c) Segmento dos usuários:

Incluem todos aqueles que usam um receptor GPS para receber e converter o sinal GPS em posição.
Inclui ainda todos os elementos necessários neste processo como as antenas e software de processamento.
Alguns autores classificam os receptores segundo a sua acurácia e investimento:
 Navegação: são equipamentos que fornecem a sua posição em tempo real baseado no código C/A
ou P (uso militar), obtendo-se acurácia na ordem de 5 a 15 m com código C/A e acurácia de 1 a 5 m
com código P;
 Topográficos: são equipamentos que trabalham com a frequência L1 (código C/A), com correção
pós-processada dos dados, obtendo-se acurácia na ordem de 1 cm;
 Geodésicos: são equipamentos que trabalham com duas freqüências, L1 (código C/A) e L2 (código
C/A e P), com correção pós-processada dos dados, obtendo-se acurácia na ordem de 5 mm + 1
ppm. São indicados para realizar transporte de coordenadas e controle de redes;
 DGPS: são equipamentos que possuem a capacidade de receber sinais de correção em tempo real
via link de rádio com acurácia da ordem de 1 m.

3. Os cinco passos para entender o GPS

Vimos na introdução que com o lançamento do primeiro satélite artificial SPUTNIK I, os cientistas
observaram o conhecido efeito Doppler nas transmissões de ondas eletromagnéticas e descobriram que,
medindo-se a variação deste efeito a partir de pontos com coordenadas conhecidas, era possível determinar a
órbita do satélite. Mais tarde, ficou demonstrado que esta técnica poderia ser utilizada ao reverso, isto é, a
posição do receptor poderia ser determinada desde que a órbita do satélite fosse conhecida.
Assim, conhecendo-se a órbita dos satélites e a distância de vários satélites ao receptor, o receptor
GPS pode calcular a sua posição por meio de triangulação.
53

3.1. Triangulação
Calcula-se uma posição do receptor GPS mediante o conhecimento da órbita dos satélites e a
distância de vários satélites ao receptor. Os satélites atuam como pontos de referência. O seguinte exemplo
explica a triangulação com maiores detalhes:

a) Primeira medição
Imagine que você está em algum lugar sobre a superfície terrestre e quer determinar a sua posição.
Você liga o seu receptor GPS e ele localiza um satélite e calcula a sua distância até o satélite, que é de 19000
km. Então, você pode estar em qualquer ponto sobre uma esfera de 19000 km em relação ao satélite (Figura
4).

Figura 4. Primeira medição.

b) Segunda medição
Ao receber o sinal de um segundo satélite, seu receptor GPS calcula que a distância até ele é de
20000 km. Então outra esfera de raio 20000 km é criada, e você está sobre essa esfera na região onde ela é
comum a outra esfera. Como a área de contato (interseção) entre duas esferas é uma elipse, sua posição só
pode estar em qualquer ponto desta área (Figura 5).

Figura 5. Segunda medição. Figura 6. Terceira medição.

c) Terceira medição
Ao receber o sinal de um terceiro satélite, uma terceira esfera é criada. Então a interseção de três
esferas são só dois pontos (Figura 6). Com estas três medições, o receptor seria capaz de determinar a sua
posição correta, pois um dos dois pontos apresenta um valor absurdo e poderia ser eliminado por
procedimentos matemáticos. Entretanto, esta posição é determinada em duas dimensões (latitude e longitude).
54

d) Quarta medição
Uma quarta medição decide entre as duas posições determinando assim a sua posição (Figura 7).
Em resumo, a triangulação é um processo mediante o qual se determina a distância de uma posição
desconhecida a quatro pontos de referência conhecidos. Isto permite calcular a posição em três dimensões
(latitude, longitude e altitude) de uma localização desconhecida.

Figura 7. Quarta medição.

3.2. Distância do receptor GPS ao satélite


Para medir a distância de um receptor até um satélite, necessitamos conhecer o tempo que leva entre
a saída do sinal do satélite e a chegada até o receptor (Figura 8).

Figura 8.

O sinal GPS viaja a velocidade aproximada da velocidade da luz (3x108 m/s). Conhecemos o tempo
exato em que o sinal deixou o satélite. Também conhecemos em que tempo o sinal chegou ao receptor.
Conhecendo esses dois tempos, o receptor determina a diferença e multiplica pela velocidade da luz para
calcular a distância entre o receptor e o satélite (distância = velocidade x tempo).
Para medir o tempo de viagem do sinal GPS, o receptor determina quando o sinal deixou o satélite.
Isso se realiza usando um código pseudo-aleatório que é gerado ao mesmo tempo em ambos, receptor e
satélite. O receptor examina o código de entrada e logo verifica quanto tempo faz desde que ele gerou o
mesmo código (Figura 9).
55

Figura 9.

Cada satélite emite um código pseudo-aleatório (PRN) único. Seu receptor GPS conhece cada código
e espera captá-los quando está ligado. Já que o receptor conhece o que tem que captar, o código se torna
facilmente reconhecível apesar de um ambíguo ruído atmosférico de fundo. Além do mais, os diferentes
códigos permitem ao satélite emitir informação e uma freqüência comum. Isso significa que os sinais GPS não
têm que ser poderosos e que os receptores podem usar antenas menores e econômicas.
A cronometragem é importante já que o código em ambos, o receptor e o satélite, devem estar
sincronizados. Os satélites têm relógios atômicos que são precisos até o nano segundos, porem estes relógios
são muitos caros para serem colocados nos receptores. Esses receptores usam relógios consistentes e
utilizam a medição de um quarto satélite para remover os erros do relógio.
Quando os relógios do satélite e do receptor estão sincronizados, a posição pode ser reduzida a
medição das distâncias até os satélites. A Figura 10 abaixo representa uma condição ideal onde os relógios
são precisos.
Se todos os relógios estão sincronizados, uma terceira medida interceptará perfeitamente, produzindo
uma posição precisa (Figura 11). Se os relógios do receptor e do satélite não estão sincronizados, a posição
resultante é alterada significativamente (Figura 12).

Figura 10.
56

Figura 11.

O grau de erro devido a relógios incorretos é mais evidente quando é mostrado com três medidas.
Perde-se a interseções das medições e se obtém como resultado uma grande área em que o ponto pode estar
localizado (Figura 13).

Figura 12.

.
Figura 13

Felizmente, o receptor ajusta seu relógio com o relógio do satélite, o que permite que as esferas dos
três satélites se intersectem em um único ponto.
Embora a cronometragem e os códigos sejam importantes, todos estariam perdidos se não
conhecesse a posição de cada satélite. As posições dos satélites são transmitidas aos satélites pela estação
57

de controle. Logo, o satélite transmite sua posição e outros dados para o seu receptor. Se um satélite falha em
manter sua órbita apropriada, são feitas as correções necessárias. Se existe um problema no satélite o
segmento de controle o considera “doente”.

i. Almanaque
Um almanaque é um conjunto de parâmetros usados para calcular a posição grosseira de cada
satélite. Este conjunto de parâmetros é usado para pré-planejamento da missão.
As mensagens de almanaque são enviadas ao receptor continuamente, predizendo as posições
futuras de todos os satélites. Antes de começar um novo projeto você deve re-coletar um almanaque, carregá-
lo em seu computador e usá-lo para planejar a missão através do software que acompanha os aparelhos.
Para re-coletar um almanaque, ligue o aparelho e deixe-o parado por mais de 15 minutos. Também se
podem obter os almanaques desde os arquivos base re-coletados por bases instaladas pelos fabricantes ou
representantes dos aparelhos. É importante que você não use um almanaque com mais de uma semana
anterior a data de coleta de dados, ou faça um planejamento com mais de uma semana de antecedência.

ii. Efemérides
Uma efeméride é um conjunto de parâmetros usados para determinar a posição exata de um satélite.
Sem as mensagens de Efemérides a triangulação seria impossível e não poderíamos obter posições GPS
confiáveis.

4. Acurácia do sistema

Definir a acurácia de um receptor GPS é uma tarefa difícil, já que existem muitas variáveis envolvidas.
Algumas destas variáveis são listadas mais abaixo.
a) Tempo de coleta de uma posição: quanto maior o número de posições (leituras) coletadas em uma
local, maior é a acurácia. O tempo de coleta é muito importante quando se utiliza receptores antigos, a nova
tecnologia tem minimizado a importância desta variável.
b) Tipo do receptor: os receptores de GPS são projetados para alcançar diferentes graus de acurácia,
por exemplo, os receptores de grau topográfico têm acurácia abaixo de 1 cm ao passo que os receptores de
grau navegação possuem acurácia de 5 a 15 metros.
c) Posição relativa dos satélites: como regra se tem que as melhores posições são obtidas quando se
usam satélites que possuem uma grande distância entre eles. Por esta razão, as posições mais precisas são
obtidas geralmente quando uma grande parte do céu está visível.
d) Configuração do receptor: a acurácia pode depender do nível de tolerância estabelecida na
configuração do receptor.
e) Métodos de posicionamento:
 Sem correção: menor acurácia. Ao se coletar posições com qualquer receptor GPS, ocorrerá um
erro de até 100 m.
 Correção Diferencial: é o processo de utilizar dados de satélites coletados por um receptor
localizado em uma posição conhecida, para ajustar as posições GPS calculadas por outros
receptores.
58

5. Vantagens, desvantagens e aplicações


O GPS é um sistema de posicionamento que apresenta inúmeras vantagens em relação aos métodos
clássicos usados nos levantamentos topográficos, dentre as vantagens pode-se destacar: a rapidez nos
levantamentos; a facilidade de integração com SIG; o baixo custo operacional e a possibilidade de se trabalhar
durante o dia ou à noite em qualquer condição de tempo.
Dentre as desvantagens pode-se destacar: dificuldade para trabalho em áreas urbanas (edificações
altas) ou com obstruções físicas (cobertura arbórea); o sistema pode ser desligado a qualquer momento pelo
Departamento de Defesa dos EUA; não tem acurácia altimétrica; não é indicado para levantamento de
pequenas áreas.
Atualmente ao redor do mundo os usuários civis são em maior número que os usuários militares.
Dentro da aplicação civil, podem-se imaginar algumas das aplicações possíveis:
 Navegação aérea, marítima e terrestre;
 Topografia;
 Serviços de emergência;
 Agricultura;
 Previsão de terremotos e tsunamis;
 Pesquisa;
 Outras.
O Sistema de Posicionamento Global (GPS) vem se tornando uma importante ferramenta para
profissionais que atuam na agricultura. Os aparelhos GPS podem ser usados na agricultura para se fazer
levantamentos de pontos, linhas e áreas. Além disso, o GPS, integrado a um sistema de barra de luz, vem
sendo usado para orientar os operadores de máquinas agrícolas durante as operações de campo, garantindo
uma melhor qualidade dessas operações. O GPS é também uma ferramenta básica em agricultura de
precisão. É utilizado em máquinas que fazem a aplicação à taxa variável, é utilizado para se fazer “scouting”
das áreas de produção e é componente importante nos sistemas de mapeamento de produtividade.
59

AULA PRÁTICA 01: GONIOLOGIA

É a parte da topografia em que se estudam os ângulos utilizados na execução dos trabalhos em campo. É
dividida em:
Goniometria: estuda os processos, métodos e instrumentos empregados na medição dos ângulos.
Goniografia: trata dos processos e instrumentos empregados para representação gráfica dos ângulos.
O goniômetro é todo aparelho usado para medir ângulos (teodolito). A parte especializada do goniômetro para
medição dos ângulos é o limbo.

 Classificação dos limbos:


1) Quanto aos tipos de limbos: limbo horizontal (medem ângulos horizontais) e limbo vertical (medem ângulos
de inclinação do terreno).

2) Quanto sistema de graduação:


a) Centesimal: limbo dividido em 400 unidades, em b) Sexagesimal: limbo dividido em 360 unidades, em
grados, Figura 1. graus, Figura 2.

Figura 1. Sistema centesimal. Figura 2. Sistema sexagesimal.

3) Quanto ao sentido de graduação:


a) Horário (Figura 3) b) Anti-horário (Figura 4) c) Quadrantes (Figura 5)

Figura 3. Sentido horário. Figura 4. Sentido anti-horário. Figura 5. Quadrantes.


d) Conjugado:
 Horário e anti-horário (Figura 6)  Sentido horário e em quadrantes (Figura 7)

Figura 6. . Figura 7.
60

Sempre que operarmos um instrumento pela primeira vez, devemos nos familiarizar bem com o modo
de graduação do limbo para evitar erros de medição dos ângulos.

 Leitura de ângulos:
O limbo é um círculo graduado, onde fazemos leituras dos ângulos. O valor angular de um limbo (L)
corresponde ao valor de sua menor divisão, Figura 8.

 L = 1º = 60’

 L = 30’

 L = 15’

Figura 8.
O limbo é um goniômetro grosseiro, pois não permite fazer leituras abaixo do valor angular. Para maior
precisão, introduziu-se o vernier no limbo dos goniômetros.
O vernier, também conhecido como nônio, é um arco adicionado ao limbo, de mesma curvatura (ou
mesmo comprimento) e mesmo sentido da graduação (horário ou anti-horário), porém graduado de modo
especial que permite fazer leituras menores do que o valor angular do limbo.
Em instrumentos que utilizam o limbo e vernier, o índice de leitura é o zero do vernier. Para entender
como fazer a leitura de ângulos, temos que entender primeiro o princípio básico de construção do vernier.
A graduação do vernier (lembra, ela é feita de modo especial) é feita de modo que para certo número
de divisões do limbo (m) correspondem a m+1 divisões do vernier (n), ou seja, o vernier terá sempre uma
divisão a mais do que o limbo (Figura 9).
em que:
L: valor angular do limbo (é
o valor da menor
graduação do limbo, ou
seja, menor ângulo em que
se pode ler);
α: valor angular do vernier;
L1: curvatura (ou
comprimento) do limbo;
L2: curvatura do vernier;
m: número de divisões do
limbo;
Figura 9. n: número de divisões do
vernier.
Na Figura 9, o m = 9 divisões do limbo, então o n = 9+1 = 10 divisões do vernier.
Vamos demonstrar como achar o valor da menor leitura angular feita por um goniômetro dotado de
vernier, chamada de aproximação efetiva. A aproximação efetiva é a diferença entre o valor angular do limbo e
do vernier, assim:
d = L - α → α = L - d;
m = n - 1;
L1 = L.m e L2 = α.n;
L1 = L2 → L.m = α.n → L.(n - 1) = (L - d).n → L.n – L = L.n – d.n → L = d.n
d = L/n ` (Equação 01)
61

A Equação 01 é aproximação efetiva do vernier. Para a Figura 9, a aproximação efetiva é igual a:


L = 15’ e n =10 → d = 15’/10 = 1,5’ = 1’30”
Assim, para fazermos a leitura do ângulo, lemos primeiro o ângulo do limbo com referência o zero do
vernier e somamos a leitura do ângulo do limbo a aproximação efetiva multiplicada pelo número de traços do
vernier anteriores ao que coincide com o do limbo e mais esse coincidido.

Exemplo:
1. Determinar a leitura da Figura abaixo.
L = 15’ e n =10 → d = 15’/10 = 1,5’ =
1’30”.
O traço do zero do vernier coincide
exatamente com o traço do limbo no
ângulo 12º. Então:
Leitura do ângulo = 12º.

d = 15’/10 = 1,5’ = 1’30”.


Número de traços do vernier anteriores
ao que coincide com o do limbo e mais
esse coincidido = 3.
Leitura do ângulo = 12º + 3.1’30” =
12º04’30”.

Exercício:
1. Determinar a leitura das Figuras abaixo.
62

AULA PRÁTICA 02: COMPONENTES E MANEJO DOS TEODOLITOS (MEDIÇÃO DE ÂNGULOS


HORIZONTAIS)

Teodolitos são goniômetros que medem tanto ângulos horizontais como verticais. Goniômetro é o nome dado a
todo equipamento que mede ângulos. Quando os teodolitos acumulam também a função de medir oticamente
as distâncias recebem a denominação de teodolitos taquiométricos.

 Recomendações sobre o uso dos instrumentos topográficos


Ao obter um instrumento exija do revendedor o catálogo com as especificações técnicas do instrumento
(manejo, sistema de graduação do limbo etc.). Quando operar um instrumento, lembre-se que tem nas mãos
um instrumento delicado e que qualquer acidente poderá inutilizá-lo.

1. Ao guardar o instrumento
 Ao tirar o instrumento dentro da caixa de transporte, deve-se verificar cuidadosamente a posição dos
diferentes órgãos para facilitar a sua colocação posterior (ou seja, guardar o instrumento dentro da caixa).
 Ao guardar o instrumento dentro da caixa, todos os parafusos de pressão devem estar frouxos (ou soltos).
Após colocar o instrumento em sua posição certa, todos os parafusos de pressão devem ser apertados sem
forçar.
 No caso das bússolas, o movimento da agulha imantada deve ser bloqueado, evitando danificar a parte
central da agulha e a ponta do pivô.
 Deve ser guardado, de preferência, fora da caixa e em local sem umidade, onde tenha um instrumento
desumidificador, ou em um armário com saquinhos contendo sílica gel.
 Ao guardar o equipamento sempre faça uma limpeza antes.

2. Ao transportar o instrumento
 O transporte do instrumento deve ser feito na sua caixa de transporte.

3. Ao trabalhar com o instrumento


 Para tirar ou colocar o instrumento no tripé (ou na caixa de transporte), solte o parafuso do movimento
geral.
 Nunca apertar demasiadamente os parafusos de fixação, pois as roscas espanam com facilidade. Sempre
que se notar resistência ao movimento de um órgão do instrumento, não forçar e sim verificar a sua causa.
 Nunca girar o instrumento sem soltar o correspondente movimento.
 Instale o instrumento sempre em terreno firme. As pernas do tripé devem ser bem fixadas no solo. No caso
das bússolas, instale longe de fios de alta tensão ou instrumentos com fontes magnéticas.
 Depois de instalado e nivelado o instrumento, evite tocar no tripé e faça o manejo com o máximo cuidado
possível.
 Nunca deixar o instrumento só no campo e também com pessoas sem experiência.
 Proteja sempre o aparelho contra sol, chuva e poeira.
 Evite que o aparelho receba choques ou movimentos bruscos, pois estes podem alterar as retificações do
aparelho.
 Ao dar movimentos ao aparelho, verifique se a agulha imanta está solta.
 Nunca sente sobre a caixa de transporte.
63

 Órgãos e partes componentes de um teodolito


O teodolito consta esquematicamente das seguintes partes, conforme a Figura 1, que podem variar segundo
os diversos modos de fabricação, porém os orgãos principais são escritos abaixo:

1. Órgãos de sustentação:
 Tripés
a) Fixos (as pernas são de uma única peça, instrumentos mais antigos);
b) Telescópicos, móveis ou reguláveis (as pernas são de duas peças extensíveis, facilidade na centralização
do teodolito em terreno acidentado, no manejo e transporte).
 Pratos dos tripés
a) Circulares;
b) Triangulares.
 Parafuso de fixação do instrumento (onde é adaptado o fio de prumo)

2. Órgãos de manobra:
 Parafusos calantes ou niveladores (finalidade nivelamento do instrumento, costuma ter de 3 ou 4 parafusos)
 Parafuso de fixação do movimento geral
 Parafuso de fixação do limbo horizontal
 Parafuso de fixação do limbo vertical e da luneta
 Parafuso ou alavanca de fixação da agulha da bússola

3. Órgãos de ajuste (dispositivos que permitem dar as partes mobilizadas pelos parafusos de fixação, um
movimento lento e de certa amplitude possibilitando, deste modo, obter uma coincidência perfeita da linha
de colimação com o ponto visado):
 Parafuso de chamada do movimento geral
 Parafuso de chamada do movimento do limbo horizontal
 Parafuso de chamada do movimento do limbo vertical e da luneta
 Parafuso de enfoque do objeto visado
 Parafuso de enfoque dos fios de retículo (ocular)
 Os parafusos de chamada também são conhecidos como parafusos tangenciais.

4. Órgãos de visada: 5. Órgãos de leitura:


 Luneta  Limbo horizontal e vernier
a) Terrestre: imagem direta  Limbo vertical e vernier
b) Astronômica: imagem inversa  Fios reticulares

6. Órgãos acessórios:
 Prumos  Niveis de bolha  Lupas (facilitar leituras nos
a) Fio de prumo a) Tubulares ou cilindricos limbos)
b) Bastão b) Esféricos ou circulares a) Fixas
c) Prumo ótico (o parafuso de  Bússolas b) Separadas
fixação do órgão de a) Circulares  Alça e massa de mira
sustentaçao é internamente b) Declinatórias (dispositivo simples de
oco). pontaria)
64

Figura 1.
65

 Marcha das operações para medição de um ângulo horizontal:

Material: marreta, piquete, estaca, baliza, tripé e teodolito.


Objetivo: operações necessárias para medir ângulos horizontais com o teodolito (Figura 2).

Figura 2.
1º Materialização: materializar os pontos topográficos “O”, “A” e “B”, com piquetes taxados.
2º Estacionamento:
 Coloque o tripé aproximadamente sobre o ponto “O”, que corresponde ao vértice do ângulo.
 Procure colocar o tripé de forma que a base fique mais horizontal possível e os pés do tripé bem firmes, caso
contrário, poderá forçar os parafusos calantes ou perder a centralização.
 Em terreno inclinado, coloque um dos tripés voltado para o lado mais alto para se ter maior estabilidade.
 O instrumento deve ser instalado de modo que o tripé não fique muito aberto e a luneta fique aproximadamente na
mesma altura do olho do observador.
2º Centralização do instrumento: centrar o instrumento o máximo possível sobre o ponto “O” materializado no terreno,
com o fio de prumo ou prumo ótico.
3º Nivelamento do instrumento (instrumentos com três parafusos calantes e dois níveis de referência):
 Deixar o parafuso de fixação do movimento geral solto.
 Colocar um dos níveis paralelo à linha que uni dois parafusos calantes, movimentar os parafusos até centrar a bolha.
Os movimentos nos dois parafusos calantes devem ser feitos simultaneamente com o auxílio do dedo polegar de
ambas as mãos, em sentido contrário.
 Atuar no outro parafuso calante e nivelar o outro nível (se o aparelho não possuir o outro nível, girar o movimento
horizontal 90º em relação à posição anterior).
 Girar o aparelho 180º, e se a bolha estiver um pouco fora do centro, atuar nos dois parafusos calantes para nivelá-lo.
Atuar também no outro calante para ajustar o outro nível, se necessário.
 Após as operações anteriores, se a bolha não permanecer no centro em qualquer posição, o instrumento está
necessitando de ajuste.
4º Coincidência do zero do limbo horizontal com o zero do vernier (ou nônio): soltar o movimento do limbo horizontal e
procurar coincidir o zero do limbo com o zero do vernier, prendendo a seguir o referido movimento. Atuando no parafuso
de chamada do movimento do limbo, fazer a perfeita coincidência dos zeros.
5º Fazer pontaria para “A”: com o movimento geral solto e o movimento do limbo horizontal fechado, visar a baliza em “A”
com auxilio da alça de mira. Fecha-se o movimento geral e atua-se no parafuso de chamada do movimento geral, para
fazer com que o fio vertical do retículo coincida com o eixo da baliza. Sempre que possível visar o pé da baliza.
6º Fazer pontaria em “B”: soltar o movimento do limbo horizontal e visar a baliza em “B” com auxilio da alça de mira.
Fecha-se em seguida o movimento do limbo horizontal. A seguir atuando no parafuso de chamada do limbo, fazer a
perfeita coincidência do fio vertical do retículo com a baliza colocada em “B”.
7º Fazer a leitura do ângulo horizontal e anotar numa caderneta apropriada:

Estação Pontos visados Ângulos internos OBS.


66

AULA PRÁTICA 03: MANEJO COM OS TEODOLITOS: MEDIÇÃO DE ÂNGULOS INTERNOS DE UM


TRIÂNGULO

Material: marreta, 3 piquetes, 3 estacas, baliza, tripé e teodolito.


Objetivo: operações necessárias para medir ângulos internos com o teodolito (Figura 1).

Figura 1.

1º Materialização: materializar os pontos topográficos “0”, “1” e “2”, com os piquetes e estacas.
2º Estacionamento:
 Coloque o tripé aproximadamente sobre o ponto “0”, que corresponde ao vértice do ângulo.
 Procure colocar o tripé de forma que a base fique mais horizontal possível e os pés do tripé bem firmes,
caso contrário, poderá forçar os parafusos calantes ou perder a centralização.
 Em terreno inclinado, coloque um dos tripés voltado para o lado mais alto para se ter maior estabilidade.
 O instrumento deve ser instalado de modo que o tripé não fique muito aberto e a luneta fique
aproximadamente na mesma altura do olho do observador.
3º Centralização do instrumento: centrar o instrumento o máximo possível sobre o ponto “O” materializado no
terreno, com o fio de prumo ou prumo ótico.
4º Nivelamento do instrumento (instrumentos com três parafusos calantes e dois níveis de referência):
 Deixar o parafuso de fixação do movimento geral solto.
 Colocar um dos níveis paralelo à linha que uni dois parafusos calantes, movimentar os parafusos até
centrar a bolha. Os movimentos nos dois parafusos calantes devem ser feitos simultaneamente com o
auxílio do dedo polegar de ambas as mãos, em sentido contrário.
 Atuar no outro parafuso calante e nivelar o outro nível (se o aparelho não possuir o outro nível, girar o
movimento horizontal 90º em relação à posição anterior).
 Girar o aparelho 180º, e se a bolha estiver um pouco fora do centro, atuar nos dois parafusos calantes para
nivelá-lo. Atuar também no outro calante para ajustar o outro nível, se necessário.
 Após as operações anteriores, se a bolha não permanecer no centro em qualquer posição, o instrumento
está necessitando de ajuste.
5º Coincidência do zero do limbo horizontal com o zero do vernier (ou nônio): soltar o movimento do limbo
horizontal e procurar coincidir o zero do limbo com o zero do vernier, prendendo a seguir o referido movimento.
Atuando no parafuso de chamada do movimento do limbo, fazer a perfeita coincidência dos zeros.
6º Fazer pontaria para “1”: com o movimento geral solto e o movimento do limbo horizontal fechado, visar a
baliza em “1” com auxilio da alça de mira. Fecha-se o movimento geral e atua-se no parafuso de chamada do
movimento geral, para fazer com que o fio vertical do retículo coincida com o eixo da baliza. Sempre que
possível visar o pé da baliza.
7º Fazer pontaria em “2”: soltar o movimento do limbo horizontal e visar a baliza em “2” com auxilio da alça de
mira. Fecha-se em seguida o movimento do limbo horizontal. A seguir atuando no parafuso de chamada do
limbo, fazer a perfeita coincidência do fio vertical do retículo com a baliza colocada em “2”.
8º Fazer a leitura do ângulo horizontal e anotar numa caderneta apropriada (próxima página).
9º Repetir as operações (estacionamento, centralização, nivelamento etc.) para os outros pontos (1 e 2).
10º Fazer a verificação do erro angular de fechamento:
A soma dos ângulos internos de um polígono regular é obtida por: Si = 180º.(n-2)
67

Como estamos sujeitos a erros nos processos de medição é necessário estabelecer uma tolerância para os
erros cometidos. Emprega-se como limite a Equação: Tolerância = , onde n = número de lados de uma
poligonal.
Quando o erro angular excede a tolerância deve-se repetir as operações de medição de ângulos em campo!

Estação Pontos visados Ângulos internos OBS.


68

AULA PRÁTICA 04: MANEJO COM OS TEODOLITOS - MEDIÇÃO DE AZIMUTES

Material: uma marreta, três piquetes, uma caderneta de campo, uma baliza, um tripé e teodolito com bússola.
Objetivo: operações necessárias para medição dos ângulos internos de um triângulo.
Procedimentos:
1) Materialização: materializar uma poligonal topográfica com três lados (triângulo) no campo, os pontos
topográficos “A”, “B” e “C” (Figura 1).

Figura 1. Croqui da aula prática.

2) Estacionamento: coloque o tripé aproximadamente sobre o ponto “A”, que corresponde um dos vértices do
triângulo.
3) Centralização do instrumento: centrar o instrumento o máximo possível sobre o ponto “A” materializado no
terreno, com o fio de prumo.
4) Nivelamento do instrumento:
 Deixar o parafuso de fixação do movimento geral solto.
 Colocar um dos níveis paralelo à linha que uni dois parafusos calantes, movimentar os parafusos até
centrar a bolha. Os movimentos nos dois parafusos calantes devem ser feitos simultaneamente com o
auxílio do dedo polegar de ambas as mãos, em sentido contrário.
 Atuar no outro parafuso calante e nivelar o outro nível (se o aparelho não possuir o outro nível, girar o
movimento horizontal 90º em relação à posição anterior).
 Girar o aparelho 180º, e se a bolha estiver um pouco fora do centro, atuar nos dois parafusos calantes para
nivelá-lo. Atuar também no outro calante para ajustar o outro nível, se necessário.
5) Zerar o instrumento: soltar o movimento do limbo horizontal e procurar coincidir o zero do limbo com o zero
do vernier, prendendo a seguir o referido movimento. Atuando no parafuso de chamada do movimento do
limbo, fazer a perfeita coincidência dos zeros.
6) Fazer pontaria para o meridiano magnético
 Soltar a alavanca de fixação da agulha imantada da bússola.
 Orientar a luneta para o meridiano magnético, com o movimento geral solto e o limbo horizontal zerado fixo.
Essa orientação consiste em deixar a luneta voltada para o Norte Magnético (NM).
 Após a orientação, bloquear o movimento geral.
7) Fazer pontaria para “B”:
 Com o movimento horizontal solto visar à baliza em “B” com auxilio da alça de mira. Fecha-se o movimento
horizontal e atua-se no parafuso de chamada, para fazer com que o fio vertical do retículo coincida com o
eixo da baliza. Sempre que possível visar o pé da baliza.
 Fazer a leitura do azimute do alinhamento AB e anotar numa caderneta de campo apropriada.
69

Caderneta de campo:
Pontos Ângulos
Estações Azimutes Rumos* OBS.
Visados Internos
B
A
C

C
B
A

A
C
B

8) Fazer pontaria para “C”:


 Com o movimento horizontal solto visar à baliza em “C” com auxilio da alça de mira. Fecha-se o movimento
horizontal e atua-se no parafuso de chamada, para fazer com que o fio vertical do retículo coincida com o
eixo da baliza. Sempre que possível visar o pé da baliza.
 Fazer a leitura do azimute do alinhamento AC e anotar na caderneta.
9) Repetir as operações 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 nos pontos topográficos “B” e “C”.
10) Fazer a verificação do erro angular de fechamento:
 Calcular os ângulos internos lidos a partir dos azimutes lidos.
 A soma dos ângulos internos (Si) de um polígono regular é obtida por Si = 180º(n-2), onde n = número de
lados de uma poligonal.
 Como estamos sujeitos a erros nos processos de medição é necessário estabelecer uma tolerância para os
erros cometidos: Tolerância = .

* A coluna referente aos rumos tem a finalidade de apenas verificar se os rumos de cada alinhamento
apresentados no limbo da bússola correspondem os azimutes lidos no limbo horizontal do teodolito.
70

AULA PRÁTICA 05: MEDIÇÃO INDIRETA DE DISTÂNCIAS - ESTADIMETRIA

Material: marreta, três piquetes, caderneta de campo, baliza, mira ou estadia, tripé e teodolito eletrônico (luneta
com fios estadimétricos).
Objetivo: operações necessárias para medição dos lados e ângulos internos de um triângulo.
Procedimentos:
1) Materialização: materializar um polígono com três lados, os pontos topográficos “0”, “1” e “2” (Figura 1).

Figura 1.
2) Estacionamento: coloque o tripé aproximadamente sobre o ponto “0”, que corresponde um dos vértices do
triângulo.
3) Centralização do instrumento: centrar o instrumento o máximo possível sobre o ponto “0” materializado no
terreno, com o prumo ótico.
4) Nivelamento do instrumento:
a) Deixar o parafuso do movimento do limbo horizontal solto.
b) Colocar um dos níveis paralelo à linha que uni dois parafusos calantes, movimentar os parafusos até
centrar a bolha. Os movimentos nos dois parafusos calantes devem ser feitos simultaneamente com o
auxílio do dedo polegar de ambas as mãos, em sentido contrário.
c) Girar o movimento horizontal 90º em relação à posição anterior e atuar no outro parafuso calante.
d) Girar o aparelho 90º e se a bolha estiver um pouco fora do centro, atuar nos dois parafusos calantes
para nivelá-lo, ou seja, repetir as operações b e c.
5) Visar a baliza sobre o ponto “1” e zerar o limbo horizontal:
 Com o movimento o movimento do limbo horizontal solto, visar o pé da baliza em “1” com auxilio da alça de
mira. Fecha-se o movimento do limbo horizontal e atua-se no parafuso de chamada do movimento do limbo
horizontal, para fazer com que o fio vertical do retículo coincida com o eixo da baliza. Zerar o limbo
horizontal apertando o botão “0 SET” do teclado do teodolito eletrônico.
 Ainda no ponto “0”, trocar a baliza sobre o ponto “1” pela mira e efetuar as leituras dos fios superior, médio
e inferior.
 Medir a altura do instrumento (i).
 Fazer a leitura do ângulo vertical.
 Anotar os valores lidos na caderneta de campo.
6) Visar a baliza sobre o ponto “2”:
 Soltar o movimento do limbo horizontal e visar a baliza em “2” com auxilio da alça de mira. Fecha-se em
seguida o movimento do limbo horizontal. A seguir atuando no parafuso de chamada do limbo, fazer a
perfeita coincidência do fio vertical do retículo com a baliza colocada em “2”.
 Fazer a leitura do ângulo horizontal.
 Ainda no ponto “0”, trocar a baliza sobre o ponto “2” pela mira e efetuar as leituras dos fios superior, médio
e inferior, anotando os valores lidos na caderneta de campo.
 Fazer a leitura do ângulo vertical.
71

Leitura da mira
Est. PV ângulo interno V i DH OBS.
FI FM FS
1
0
2

0
1
2

0
2
1

Est. = estação ocupada, PV = ponto visados, FI = Fio Inferior, FM = Fio Médio, FS = Fio Superior, V = ângulo vertical, i = altura do instrumento e DH =
Distância horizontal.

7) Repetir as operações 2, 3, 4, 5, 6 para os pontos topográficos “1” e “2”.


8) Fazer a verificação do erro angular de fechamento.
9) Completar a caderneta de campo calculando as distâncias reduzidas.
10) Fazer o desenho.
72

AULA PRÁTICA 06: LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO POR IRRADIAÇÃO

Obs.: Trabalho de campo em grupos. Desenho individual feito em casa e é para entregar na próxima aula
teórica!
Material: 1 marreta, 5 piquetes, 1 caderneta de campo, 1 baliza, 1 mira, 1 tripé e 1 teodolito com bússola.
Objetivo: levantamento topográfico por irradiação.
Procedimentos:
1) Materialização: materializar uma poligonal com cinco lados no campo. Materializar a sede de irradiação
(Estação A), Figura 1.

Figura 1. Croqui do levantamento.


2) Estacionamento e centralização do instrumento: coloque o tripé aproximadamente sobre o ponto “A”, que
corresponde a sede de irradiação. Centrar o instrumento o máximo possível sobre o ponto “A” materializado
no terreno, com o fio de prumo.
3) Nivelamento do instrumento:
 Deixar o parafuso de fixação do movimento geral solto.
 Colocar um dos níveis paralelo à linha que uni dois parafusos calantes, movimentar os parafusos até
centrar a bolha. Os movimentos nos dois parafusos calantes devem ser feitos simultaneamente, em sentido
contrário.
 Atuar no outro parafuso calante e nivelar o outro nível.
 Girar o aparelho 180º, e se a bolha estiver um pouco fora do centro, atuar nos dois parafusos calantes para
nivelá-lo. Atuar também no outro calante para ajustar o outro nível, se necessário.
4) Fazer pontaria para o meridiano magnético
 Soltar o movimento do limbo horizontal e procurar coincidir o zero do limbo com o zero do vernier,
prendendo a seguir o referido movimento. Atuando no parafuso de chamada do movimento do limbo, fazer
a perfeita coincidência dos zeros.
 Soltar a alavanca de fixação da agulha imantada da bússola.
 Orientar a luneta para o meridiano magnético, com o movimento geral solto e o limbo horizontal zerado fixo.
Essa orientação consiste em deixar a luneta voltada para o Norte Magnético (NM).
 Após a orientação, bloquear o movimento geral.
5) Fazer pontaria para “1” (quina da quadra):
 Com o movimento geral solto visar à baliza em “1” com auxilio da alça de mira. Fecha-se o movimento geral
e atua-se no parafuso de chamada do movimento geral, para fazer com que o fio vertical do retículo
coincida com o eixo da baliza. Sempre que possível visar o pé da baliza.
 Fazer a leitura do azimute do alinhamento “A1” e anotar numa caderneta apropriada (modelo abaixo).
 Ainda no ponto “1”, trocar a baliza pela mira e efetuar as leituras do fio inferior, fio superior e fio médio,
anotando os valores lidos na caderneta de campo.
 Medir a altura do instrumento, anotar na caderneta de campo.
 Fazer a leitura do ângulo vertical no limbo vertical, anotar na caderneta de campo.
 Repetir as operações para os pontos topográficos “2”, “3” e “4”.
73

6) Em casa:
 Completar a caderneta de campo calculando as distâncias reduzidas.
 Efetuar o desenho topográfico em escala conveniente.

Leitura da mira
Est. PV Azimute V i DH OBS.
FI FM FS
1

2
A
3

Est. = estação ocupada, PV = ponto visados, FI = Fio Inferior, FM = Fio Médio, FS = Fio Superior, V = ângulo
vertical, i = altura do instrumento e DH = Distância horizontal.
74

AULA PRÁTICA 07: LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO POR CAMINHAMENTO POR MEIO DE ÂNGULOS
HORÁRIOS

Material necessário: 1 marreta, 6 piquetes, 1 caderneta de campo, 2 balizas, 2 miras, 1 tripé,1 teodolito
eletrônico.
Procedimentos de campo:
1) Materializar uma poligonal básica com cinco lados no campo (Figura 1);

Figura 1. Croqui do levantamento.

2) Centralizar e nivelar o instrumento na Estação 0;


3) Ligar o aparelho e acionar o limbo vertical (girar a luneta);
4) Fazer pontaria para Estação anterior, ou seja, Estação 5 (ré);
5) Zerar o limbo horizontal;
6) Fazer pontaria para Estação 1, ou seja, vante;
7) Ler o ângulo horário;
8) Medir a altura do instrumento;
9) Fazer leituras dos fios estadimétricos na mira;
10) Ler o ângulo zenital (ou vertical);
11) Repetir os procedimentos nas próximas estações.

Observação:
a) Os dados deverão ser anotados na caderneta a seguir;
b) Calcular as distâncias horizontais;
c) Os azimutes deverão ser calculados a partir da Estação 1;
d) Deve-se fazer a verificação do erro angular e corrigir os azimutes.
e) Entregar na próxima aula os cálculos e a caderneta preenchida.
75

Pontos
Leitura da mira Ângulo
Visados Ângulo Azimute Altura do
Estação Vertical ou OBS.
horário lido Fio Fio Fio instrumento
Ré Vante Zenital
Inferior Médio Superior
76

AULA PRÁTICA 08: TRABALHO PRÁTICO 1 – LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO (CAMINHAMENTO


POR ÂNGULOS HORÁRIOS)

1º TRABALHO PRÁTICO – Valor: 40 pontos


LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO PLANIALTIMÉTRICO
CAMINHAMENTO POR MEIO DOS ÂNGULOS HORÁRIOS

As aulas seguintes serão destinadas a elaboração do primeiro trabalho prático da disciplina. Trata-se de um
levantamento topográfico planialtimétrico de uma área a ser definida no campus da universidade. As
operações topográficas de campo serão feita em grupos. A seguir é apresentado o modelo da caderneta de
campo a ser utilizada. As operações topográficas de escritórios serão feitas individualmente. Esse trabalho
consta ainda do preenchimento de mais três planilhas (à mão) conforme modelos em anexos e da
apresentação da planta topográfica planialtimétrica, com a representação do relevo em curvas de nível com
espaçamento vertical a ser definido. A planta topográfica será feita por meio de coordenadas retangulares
absolutas, em papel milimetrado, formato A3, em escala.

CADERNETA DE CAMPO:
Pontos Ângulo
Leitura da mira
visados Ângulo Azimute Vertical Altura do
Estação OBS.
horário lido Fio Fio Fio ou instrumento
Ré Vante
Inferior Médio Superior Zenital
77

CADERNETA DE ESCRITÓRIO:
Azimutes Azimutes Distância Diferença Cotas
Estação calculados corrigidos reduzida Cotas OBS.
de nível corrigidas

CÁLCULO DAS COORDENADAS RETANGULARES:


Azimutes Distância Abscissa relativa Ordenada relativa Abscissa Ordenada
Estação
corrigidos reduzida calculada corrigida calculada corrigida absoluta absoluta

CÁLCULO ANALÍTICO DE ÁREA:


Soma binária Diferença binária Áreas duplas
Estação Abscissas Ordenadas
78

AULA PRÁTICA 09: DESENHO DA PLANTA TOPOGRÁFICA

Itens necessários para execução do desenho da planta topográfica:

1. Características dimensionais das folhas:


As dimensões das folhas seguem os formatos da série “A” (Tabela 1). O desenho deve ser executado em
menor formato possível, desde que não prejudique a sua clareza. O formato básico para desenhos técnicos,
designado por A0 (A zero), é o retângulo de área igual a 1 m 2. Deste formato básico, deriva-se a série "A" pela
bipartição ou pela duplicação sucessiva.

Tabela 1. Alguns formatos da série “A” e suas dimensões


Dimensões Margem
Formato Comprimento da legenda (mm)
(mm) Esquerda (mm) Outras (mm)
A0 841 x 1189 25 10 175
A1 594 x 841 25 10 175
A2 420 x 594 25 7 178
A3 297 x 420 25 7 178
A4 210 x 297 25 7 178

2. Leiaute:
a) Posição: as folhas podem ser utilizadas tanto na posição vertical (Figura 2a) como na posição horizontal
(Figura 2b).

(a) (b)
Figura 2. Posição das folhas: vertical (a) e horizontal (b).

Exemplo 1: Dados as coordenadas dos vértices de uma determinada poligonal a ser desenhada, determinar
qual deve ser a posição da folha.
Coordenadas
Pontos
X (m) Y (m)
1 156,000 72,000
2 74,000 41,000
3 62,000 20,000
4 30,000 51,000
5 46,000 68,000
6 100,000 80,000

Resposta:
79

A posição da folha do desenho é determinada por meio das diferenças de coordenadas máximas e mínimas,
ou seja:
 Posição vertical quando (XM – Xm) < (YM – Ym) e
 Posição horizontal quando (XM – Xm) > (YM – Ym)
em que,
XM = abscissa maior obtida na coluna das coordenadas, no Exemplo 1: XM = 156,000 m;
Xm = abscissa menor obtida na coluna das coordenadas, no Exemplo 1: Xm = 30,000 m;
YM = ordenada maior obtida na coluna das coordenadas, no Exemplo 1: YM = 80,000 m;
Ym = ordenada menor obtida na coluna das coordenadas, no Exemplo 1: Ym = 20,000 m.
Então, (XM – Xm) = 156,000 – 30,000 = 126,000 m e (YM – Ym) = 80,000 – 20,000 = 60,000 m.
Como 126,000 > 60,000, a poligonal tem sua maior parte na posição horizontal, então a posição da folha será
horizontal.

b) Margens e Quadro: as margens devem ter as dimensões constantes na Tabela 1. A margem esquerda tem
dimensão maior e serve para ser perfurada e utilizada no arquivamento. As margens são limitadas pelo
contorno externo da folha (limite do papel) e quadro. O quadro limita o espaço para o desenho (Figura 3).

Figura 3. Margem e quadro.

c) Posição e dimensão da legenda: a posição da legenda deve estar dentro do quadro e estar situada no
canto inferior direito da folha, tanto nas folhas posicionadas verticalmente (Figura 2a) como horizontalmente
(Figura 2b). A direção da leitura da legenda deve corresponder à do desenho.

A legenda deve conter todos os dados para identificação do desenho:


 Cabeçalho descrevendo tipo de levantamento:  Descrição e somatório das áreas
planimétrico, altimétrico ou planialtimétrico; (reserva legal e permanente, estradas etc.);
 Nome, matrícula, área e perímetro do imóvel;  Espaço livre para
 Nome do Município Comarca e Estado; por carimbos, registros e assinaturas
 Data da elaboração do trabalho; de órgãos oficiais.
 Assinatura do proprietário e do responsável  Escala (conforme NBR 8196): múltiplos de 100,
técnico contendo CREA e Qualificação 200, 250 e 500;
profissional.  Número do desenho.

d) Escrita: as principais exigências na escrita em desenhos técnicos são: legibilidade: os caracteres devem ser
claramente distinguíveis entre si, para evitar qualquer troca ou algum desvio mínimo da forma ideal;
uniformidade: para facilitar a escrita, deve ser aplicada a mesma largura de linha para letras maiúsculas e
minúsculas; adequação à microfilmagem e a outros processos de reprodução: para a microfilmagem e
outros processos de reprodução é necessário que a distância entre caracteres (a) corresponda, no mínimo,
à duas vezes a largura da linha (d), conforme Figura 5 e Tabela 2.

Condições específicas:
 A altura h das letras maiúsculas deve ser tomada como base para o dimensionamento.
80

 As alturas h e c não devem ser menores do que 2,5 mm. Na aplicação simultânea de letras maiúsculas e
minúsculas, a altura h não deve ser menor que 3,5 mm.
 A escrita pode ser vertical ou inclinada em um ângulo de 15° para a direita em relação à vertical.
 A escrita pode ser manual ou por instrumento. Na escrita manual as letras são sempre maiúsculas e
verticais.

Tabela 2. Proporções e dimensões de símbolos gráficos


Características Relação Dimensões (mm)
Altura das letras maiúsculas (h) h (10/10) 2,50 3,50 5,00 7,00 10,00 14,00 20,00
Altura das letras minúsculas (c) h (7/10) - 2,50 3,50 5,00 7,00 10,00 14,00
Distância mínima entre caracteres h (2/10) 0,50 0,70 1,00 1,40 2,00 2,80 4,00
(a)
Distância mínima entre linhas de h (14/10) 3,50 5,00 7,00 10,00 14,00 20,00 28,00
base (b)
Distância mínima entre palavras (e) h (6/10) 1,50 2,10 3,00 4,20 6,00 8,40 12,00
Largura da linha (d) h (1/10) 0,25 0,35 0,50 0,70 1,00 1,40 2,00

Figura 5. Características da forma de escrita.

e) Dobramento de todos os formatos das folhas: o dobramento é feito para facilitar a fixação das folhas em
pastas, elas são dobradas até as dimensões do formato A4.
Condições gerais:
 As cópias devem ser dobradas de modo a deixar visível a legenda (Figura 6);
 Efetua-se o dobramento a partir do lado direito em dobras verticais de 185 mm; a parte final “a” é dobrada
ao meio. Para o formato A2, por ser a parte final de apenas 14 mm, é permitido um dobramento
simplificado, com dobras verticais de 192 mm.
 Uma vez efetuado o dobramento no sentido da largura, a folha deve ser dobrada segundo a altura, em
dobras horizontais de 297 mm.
 Quando as folhas de formatos A0, A1 e A2 tiverem de ser perfuradas, para arquivamento, deve-se dobrar
para trás o canto superior esquerdo, de acordo com as indicações das Figuras 7, 8 e 9, respectivamente.
81

Figura 6. Figura 7.

Figura 8. Figura 9. Figura 10.

f) Escala: os desenhos técnicos são executados em folhas de papel com dimensões padronizadas por norma
técnica (ABNT), onde a área útil para executar o desenho é delimitada pelas margens, legenda, textos etc.
Desta forma se tivermos que desenhar uma planta topográfica, neste formato, esta deverá estar em
ESCALA. As escalas são encontradas em réguas próprias, chamadas de escalímetros.

As escalas são classificadas em dois tipos: numérica e gráfica.


Escala Numérica (E): indica a relação entre cada dimensão do desenho (D = Desenho = x) e a sua dimensão
real no objeto (R = Real = y). Aparece na forma de uma razão, x:y ou x/y.
E = D/R (Equação 01)
A escala numérica pode ser de ampliação ou de redução. É chamada de ampliação quando a representação
gráfica é maior do que o tamanho real do objeto. Exemplo: 3:1, 5:1 e 10:1. A escala de redução é mais
utilizada em desenho topográfico, quando o desenho é realizado em tamanho inferior ao que o objeto real.
Exemplo: 1:25, 1:50 e 1:100. Assim, a escala 1:y será chamada de escala de redução, pois a figura ficará
reduzida y vezes no desenho. A escala x:1 será chamada de escala de ampliação, pois a figura ficará ampliada
x vezes no desenho.
82

Escala Gráfica: é a representação da escala numérica ao longo de uma barra graduada (ou gráfico), Figura 11.
Ela é feita marcando-se as medidas reais da figura sobre uma linha horizontal na escala numérica do desenho.
O talão da escala gráfica sempre será desenhado à esquerda do corpo e corresponde a uma fração do corpo
da escala subdividida em 5 ou 10 partes iguais. O corpo da escala gráfica será composto por tantas frações
quanto forem necessárias. Tem a finalidade de facilitar as tomadas de medidas sobre o desenho e também
permitir a redução ou ampliação da figura por meios fotográficos, Xerox, etc., sem alterar a escala, fato
impossível com a escala numérica. É bastante utilizada e plantas topográficas.

Figura 11. Escala gráfica feita à mão.

Exemplo 2: Utilizando os mesmos dados do Exemplo 1, determinar a escala do desenho.


Podemos determinar duas escalas, uma para as abscissas (EX) e outra para as ordenadas (EY), essas
escalas são denominadas de escalas prováveis, pois devemos adotar uma única escala (E) a fim de não
deformar o desenho, de forma a conservar a forma do objeto.
Para o cálculo da escala, deve-se, primeiramente, determinar o formato e a posição da folha. Adotaremos o
formato A3 (297 x 420 mm) e a posição horizontal para folha (já determinada no Exemplo 1). Determinados o
formato e a posição, define-se a área útil para executar o desenho, que é delimitado pelas margens, legenda,
texto etc.
Para uma folha no formato A3 na posição horizontal, a área útil para o desenho é (Figura 6):
 dimensão útil para o desenho na horizontal (DH) = 420 mm (dimensão da folha A4 na horizontal) – 25 mm
(margem esquerda) – 7 mm (margem direita) = 388 mm
 altura da legenda = 6 linhas x 7 mm (1 mm + 5 mm (altura da letra) + 1 mm) = 42 mm
 dimensão útil para o desenho na vertical (DV) = 297 mm (dimensão da folha A4 na vertical) – 7 mm
(margem superior) – 7 mm (margem inferior) – 42 mm (altura da legenda) = 241 mm
 maior dimensão real do objeto na horizontal (RH) = (XM – Xm) = 126,000 m
 maior dimensão real do objeto na vertical (RV) = (YM – Ym) = 60,000 m
 EX = DH/RH = 388 mm / 126000 mm = 0,003 = 1/325
 EY = DV/RV = 241 mm / 60000 mm = 0,004 = 1/249
 Devemos adotar a menor escala, ou seja, E = 1/325, como na norma não existe esta escala outra (algumas
escalas da ABNT: 1/100, 1/200, 1/250, 1/500, 1/750, 1/1000, 1/2000), devemos adotar uma escala mais
próxima e menor, ou seja, E = 1/500.

g) Determinação das coordenadas centrais: coordenadas centrais (XC e YC) são coordenadas de um ponto
que se encontra no centro da área útil para executar o desenho e das coordenadas dos outros pontos
determinados em campo. Sabendo-se a área útil para executar o desenho, a escala e as coordenadas
centrais, inicia-se então o desenho da planta topográfica.
 XC = abscissa central = (XM + Xm)/2
 YC = ordenada central = (YM + Ym)/2.
 Do Exemplo 1, temos que XC = (156,000 + 30,000)/2 = 93,000 m e YC = (80,000 + 20,000)/2=50,000
m.
83

Convenções topográficas:
São símbolos representativos dos acidentes naturais e artificiais contidos no terreno na planta topográfica.
Vêm listados num quadro localizado normalmente dentro do quadro e estar situado no canto inferior esquerdo
da folha.
84

Orientação:
As plantas devem apresentar no canto superior esquerdo da folha um quadro com a sua orientação: Norte
Verdadeiro, Norte de quadrícula e o Norte verdadeiro. As plantas desenhadas no sistema de coordenadas
UTM deverão conter as informações referentes às origens das coordenadas, convergência meridiana,
declinação magnética, e às vezes, é necessário informar as coordenadas geodésicas de um ponto de partida.

COORDENADAS PLANAS SISTEMA UTM


ORIGEM DAS COORDENADAS
N - EQUADOR ACRESCIDO DE 10000000000 m
E - MERIDIANO DE ___ ACRESCIDO 50000000 m
DATUM VERTICAL: IMBUTUBA-SC
DATUM HORIZONTAL: CHUÁ-MG SAD69
CONVERGÊNCIA MERIDIANA NO PONTO ___
C = _____________
DECLINAÇÃO MAGNÉTICA DO DIA __/__/__
D = _____________

Memorial descritivo:
Cabeçalho contendo: propriedade, proprietário, município, comarca, área, perímetro e matricula do imóvel.
Descrição do perímetro contendo:
a) Descrição e localização do ponto inicial, com as respectivas coordenadas no sistema UTM, bem como
Meridiano Central e Datum Horizontal SAD 69 (Oficial - IBGE);
b) Descrição dos confrontantes, conforme desenvolvimento da descrição do perímetro do imóvel, não sendo
necessário repetir o confrontante em comum a cada lado de desenvolvimento;
c) A descrição deverá conter azimutes, seguido das respectivas distâncias e coordenadas N e E, no Sistema
UTM dos respectivos vértices, georreferenciados no Sistema Geodésico Brasileiro, separando cada lado
descrito por ponto vírgula ( ; );
d) Ao término da descrição do perímetro, informar a área em Hectares com 4 casas decimais.
e) A descrição do perímetro principal ou do imóvel propriamente dito deverá estar em folhas distintas com
assinatura somente do técnico responsável, seguido da qualificação profissional e CREA;
f) A descrição de áreas internas, tais como áreas de preservação permanente, de reserva legal e outras,
poderá ser de modo corrente, ou seqüencial com uma única assinatura do responsável técnico no final.
85

MEMORIAL PLANIMETRICO GEORREFERENCIADO

PROPRIEDADE: [Nome da propriedade] - [Município] - [UF]


PROPRIETÁRIO: [Nome do proprietário]
REFERÊNCIA CARTOGRÁFICA: [FUSO 22 - MC: 51 - SAD_69]

LOTE: [Nome da gleba] PERIMETRO: [Perímetro da gleba em metros]

CONFRONTAÇÕES GENÉRICAS
AO NORTE: [Descreva aqui as confrontações ao Norte]
À ESTE: [Descreva aqui as confrontações ao Norte]
À OESTE: [Descreva aqui as confrontações ao Norte]
AO SUL: [Descreva aqui as confrontações ao Norte]

O perímetro descrito abaixo está georreferenciado no Sistema Geodésico Brasileiro e tem inicio no vértice
denominado (1) de coordenadas Plano Retangulares relativas, sistema UTM, E: 444955,495 e N:
7668151,290, Datum SAD_69 referente ao meridiano 51°, localizado [ Descrever localização do ponto inicial];
fazendo divisa com terras de [Descrever divisa], seguindo dai com azimute de 199° 25' 44" e distância de
124,82 m, confrontado com [Descrever confrontação inicial], até o vértice (2) de coordenadas E: 444953,891 e
N: 7668146,744; segue com azimute de 290° 23' 50" e distância de 121,25 m, confrontando agora com
[Descrever nova confrontação, se existir], até o vértice (4) de coordenadas E: 444840,248 e N: 7668189,001;
segue com azimute de 290° 23' 31" e distância de 269,38 m até o vértice (7) de coordenadas E: 444587,749 e
N: 7668282,865; segue com azimute de 290° 19' 12" e distância de 283,46 m até o vértice (8) de coordenadas
E: 444321,926 e N: 7668381,300; segue com azimute de 291° 15' 28" e distância de 10,12 m até o vértice (9)
de coordenadas E: 444312,493 e N: 7668384,970; segue com azimute de 290° 10' 23" e distância de 2974,95
m até o vértice (26) de coordenadas E: 441520,034 e N: 7669410,898; segue com azimute de 289° 11' 16" e
distância de 633,00 m até o vértice (34)..... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... ....
.... .... ... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... . ... .... .... .... .... .... até o vértice
(329) de coordenadas E: 444752,101 e N: 7669461,795; segue com azimute de 110° 02' 09" e distância de
588,89 m até o vértice (336) de coordenadas E: 445305,352 e N: 7669260,036; segue, confrontando agora
com [Descrever confrontação final, se existir], fechando o perímetro, com azimute de 197° 27' 18" e distância
de 244,81 m até alcançar o vértice inicial (1).

O perímetro acima descrito encerra uma área de [Área] ha

[Local e data]
[Nome do engenheiro]
[Titulação profissional]
[Registro no CREA]
86

AULA PRÁTICA 10: CURVAS DE NÍVEL

Curvas de nível são linhas sinuosas que unem pontos de mesma cota (ou altitude) inteira (Figura 1).

Figura 1. Esquema de representação do terreno.


Características:
 As curvas de nível podem ser mestras (ou principais) e intermediárias. As mestras são múltiplas de 5 ou 10
m, são identificadas por traço contínuo grosso e são cotadas. As intermediárias não são cotadas e ficam
entre as mestras, identificadas por traço contínuo médio.
 Duas curvas de nível nunca se cruzam ou se tocam.
 Uma curva de nível não pode aparecer nem desaparecer repentinamente, estando compreendida entre
outras duas.
 Curvas de nível bem afastadas significa terreno suave, e bem próximas, terreno íngreme (acentuado);
 Uma elevação ocorre quando o valor das cotas aumenta da parte externa para o interior (Figura 1). Uma
depressão ocorre quando o valor das cotas diminui da parte externa para o interior.
Existem dois métodos para traçar curvas de nível: interpolação e a partir do desenho do perfil do terreno (não
apresentado aqui).

Método Interpolação:
Inicialmente, para traçar curvas de nível pelo processo de interpolação, é necessário obter os pontos de
passagem das curvas com cotas (ou altitudes) inteiras. Para obter os pontos de passagem das curvas precisa-
se definir o espaçamento vertical (EV) a ser utilizado. EV corresponde à diferença de nível entre duas curvas
de nível consecutivas (ver Figura 1). O EV depende da finalidade da planta topográfica ou da escala do
desenho (Tabela 1).
Tabela 1. Espaçamento vertical em função da escala do desenho
Escala Espaçamento vertical (m)
1/500 0,25 a 0,50
1/1000 1,00
1/2000 2,00
1/5000 5,00
1/10000 10,00
1/50000 20,00
1/100000 50,00
87

Exemplo 1: fazer o traçado das curvas de nível na planta topográfica de um terreno a seguir. Utilizar o
espaçamento vertical de 1 m.
Inicialmente, para traçar curvas de nível, é necessário
obter os pontos de passagem das curvas com cotas
inteiras:
a) alinhamento 0 – 1:
 distância gráfica = 6,0 cm (medida na planta com
régua comum).
 diferença de nível = 23,67 – 20,00 = 3,67 m.
 distância horizontal entre curvas no alinhamento:
3,67 m --------- 6,00 cm
1,00 m --------- x
x = 1,63 cm.
Assim, as curvas de nível com espaçamento vertical
de 1 m estarão distanciadas de 1,63 cm,
considerando o alinhamento 0 - 1.
Próximo passo: marcar sobre o alinhamento 0 – 1 as
cotas inteiras 21, 22 e 23 m, distanciadas de 1,63 cm,
com auxílio da régua comum.

b) alinhamento 1 - 2:
 distância gráfica = 8,0 cm.
 diferença de nível = 32,48 – 23,67 = 8,81 m.
 distância horizontal entre curvas de nível:
8,81 m --------- 8,00 cm
1,00 m --------- x x = 0,91 cm.
O valor 0,91 cm corresponde a distância horizontal
para 1,00 m de EV. No entanto, a primeira curva que
intercepta o alinhamento 1 - 2 é a de cota 24,00 m,
que tem um desnível de 0,33 m em relação ao ponto
1 (cota 1 = 23,67 m). Nesse caso, é necessário
calcular a distância horizontal para esse desnível:
1,00 m --------- 0,91 cm
0,33 m --------- y y = 0,30 cm.
A distância horizontal entre o ponto com cota 24,00 m
e o ponto 1(cota 1 = 23,67 m) será de 0,30 cm. As
cotas inteiras seguintes estarão distanciadas de 0,91
cm.
Próximo passo: marcar sobre o alinhamento 1 – 2 as
cotas inteiras 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31 e 32 m.
 Observa-se que, no alinhamento 1 - 2 o
espaçamento entre curvas é menor, pois esse
alinhamento apresenta inclinação mais
acentuada.
88

Os mesmos cálculos deverão ser feitos para os outros


alinhamentos do polígono.
Deve-se considerar, também, os alinhamentos
internos, traçados para auxiliar no traçado das curvas.

Traçar as curvas de nível, por meio de traços


contínuos médios sinuosos, unindo pontos de mesma
cota inteira.

Apagar os excessos e os traços dos alinhamentos


internos.
Último passo: acentuar as linhas mestras e cotá-las.
89

AULA PRÁTICA 11: DETERMINAÇÃO DE ÁREAS

Diversos são os processos de determinação de áreas, a escolha de um deles dependerá do maior ou menor
rigor com que se deseja fazer a determinação.
1. Processo direto: a área do terreno é determinada no terreno e
2. Processo indireto: a área do terreno é determinada sobre a planta topográfica.

1. Processo direto:
A área é avaliada por meio de medidas feitas
diretamente no terreno (ex. utilizando a trena).
Aplica-se quando o terreno tem a forma de um polígono
regular.

Exemplo 1: Determinar a área do lote urbano ao lado.


área = 30,00 x 12,00 = 360,00 m2

2. Processo Indireto:
A área do terreno é determinada indiretamente a partir da área do desenho que representa sua projeção
horizontal. Neste caso, emprega-se a seguinte Equação:
St = Sd x N2
em que: St = área do terreno, Sd = área do desenho e N = denominador da escala.
OBS.: Caso o desenho tenha duas escalas:
St = Sd x N1 x N2

Processos para determinação da Sd:


a) Geométrico;
b) Mecânico;
c) Analítico.

a) Processo Geométrico:
Consiste na decomposição da poligonal levantada em figuras geométricas simples, tais como: triângulos,
retângulos, trapézios etc. A área total do desenho será igual a soma das áreas dessas figuras parciais.
Fórmulas: Trapézios, Simpson, Poncelet etc.
90

b) Processo Mecânico
- Método dos planímetros:
Planímetro é um instrumento que permite determinar a área de uma superfície plana limitada por um contorno
qualquer. O instrumento é constituído de duas hastes, uma fixa (pólo) e outra traçadora (estilete), e de um
órgão registrador (tambor, limbo e vernier).

c) Processos analítico:
A área do terreno é obtida a partir das coordenadas retangulares dos vértices, sem ser necessário recorrer o
desenho.

em que:

e = duplo da área do polígono.

= representam a soma binária entre as abscissas e entre = representam a diferença binária entre as abscissas e
as ordenadas. entre as ordenadas.

A fórmula anterior pode ser organizada em forma de planilha. A planilha a seguir mostra um exemplo de como
calcular a área de um polígono topográfico a partir das coordenadas absolutas de seus vértices pelo processo
analítico (dados da aula teórica sobre coordenadas retangulares).
Soma binária Diferença binária Produto
Estação X (m) Y (m)
ΣX ΣY ΔX ΔY ΣXΔY ΣYΔX
0 200,00 200,00 - - - - - -
1 256,26 179,75 456,26 379,75 -56,26 20,25 9239,27 -21364,74
2 331,11 208,13 587,37 387,88 -74,85 -28,38 -16669,56 -29032,82
3 358,35 127,66 689,46 335,79 -27,24 80,47 55480,85 -9146,92
4 319,95 64,57 678,30 192,23 38,40 63,09 42793,95 7381,63
5 206,27 79,42 526,22 143,99 113,68 -14,85 -7814,37 16368,78
0 200,00 200,00 406,27 279,42 6,27 -120,58 -48988,04 1751,96
2S 34042,09 -34042,09
34042,09 = 17021,05
S
2 = 1,7 ha
91

AULA PRÁTICA 12: MANEJO COM NÍVEIS DE LUNETA - PROJETO DE UMA REDE DE DRENAGEM
PLUVIAL

Para atender as especificações do projeto (declividades), as cotas do terreno deverão ser alteradas, isto é,
será necessário fazer cortes e/ou aterros. Essas novas cotas são denominadas de cotas de Greide. O ideal
num trabalho é que a soma das alturas de cortes seja aproximadamente igual à de aterros, de modo que a
movimentação de terra fique restrita à área. Neste caso, para obter as cotas de Greide deve-se partir de uma
cota inicial (arbitrada) para uma determinada estaca e a partir dela obter as outras cotas tomando por base as
declividades pré-estabelecidas.
Material necessário:
 Nível de luneta ou nível de precisão;
 Balizas;
 Trena;
 Mira ou estadia;
 Caderneta de campo.
Procedimentos:
 Locação e estaqueamento do eixo da rede (5,00 em 5,00 m);
 OBS.: Caso haja mudança de declividade do terreno no intervalo do estaqueamento, deve-se
materializar a mudança com as estacas intermediárias.
 Nivelamento geométrico simples do eixo locado, anotando todos os valores de leitura de mira do terreno na
caderneta de campo;
 Contranivelamento para verificação do erro de fechamento.
Caderneta de campo:
Diferença de nível
Estacas Leitura da mira Cotas OBS.
+ -

Trabalho de escritório:
 Desenho do perfil do terreno em papel milimetrado. Para seu traçado utilizam-se duas escalas, uma para o
eixo horizontal, onde são representadas as estacas e a outra para o eixo vertical, de menor denominador,
onde são representadas as cotas do terreno;
 Declividade do eixo = 3%  100 m – 3 m (regra de três)
 Determinação das Cotas do Greide;
 Cálculo das alturas de cortes e aterros;
92

Caderneta de escritório:
Cotas Alturas
Estacas OBS.:
Terreno Greide Corte Aterro
93

AULA PRÁTICA 13: SISTEMATIZAÇÃO DE TERRENOS

Definição: sistematizar um terreno é uma operação topográfica que consiste colocar a sua superfície em
planos uniformes, com declividades adequadas de acordo com cada tipo de projeto a ser executado.

Campos de aplicação:
 Em obras civis: Estradas, núcleos habitacionais, pátio de secagem de grãos, distritos industriais,
campos de futebol etc.
 Em agricultura: Irrigação, conservação de solos, construção de viveiros etc.

Exemplo: sistematização de um terreno para construção de um pátio de secagem de grãos.


Croqui: Conforme especificações do projeto, apresentado no croqui ao lado, o pátio
deverá ficar com declividade no sentido transversal ao eixo central de -1% e
com declividade no sentido longitudinal de -2%. Para atingir esse objetivo
os trabalhos necessários de campo serão divididos em duas etapas.

Procedimentos:

a) Trabalho de campo

Material necessário:
 Nível de luneta ou nível de precisão;
 Balizas;
 Trena;
 Mira ou estadia;
 Caderneta de campo.

 Locação e estaqueamento do eixo longitudinal do pátio (10 em 10 m);


 Abertura das seções transversais (esquadro de trena);
 Nivelamento geométrico simples do eixo central e das seções transversais.
OBS.: as anotações de campo são feitas na rede de quadrículas conforme convenção a seguir.

Número da estaca Leitura de mira


Cota do terreno

Para o cálculo das cotas pode-se estipular um valor de cota para uma das estacas da rede de quadrículas (por
exemplo, estaca 0). A partir da cota dessa estaca e da leitura de mira feita na referida estaca será estabelecida
a altura do plano de visada que servirá para o cálculo das demais cotas do terreno.

A seguir é apresentada uma rede de quadrículas com nove estacas.


Cota estipulada para estaca 0 = 10,000 m
Altura do plano de visada = 10,000 + 1,340 = 11,340 m
Como o nivelamento foi realizado a partir de apenas uma posição no terreno, a altura do plano de visada é
constante para toda área.
Cota da estaca 1 = 11,340 – 1,470 = 9,870 m
Cota da estaca 2 = 11,340 – 1,140 = 10,200 m
94

0 1,340 1 1,470 2 1,140


10,000 9,870 10,200

3 1,780 4 1,940 5 1,840


9,560 9,400 9,500

6 2,000 7 1,840 8 3,000


9,340 9,500 8,340

Após o cálculo das cotas do terreno é realizada a etapa de escritório.

b) Trabalho de escritório

Para atender as especificações do projeto (declividades), as cotas do terreno deverão ser alteradas, isto é,
será necessário fazer cortes e/ou aterros. Essas novas cotas são denominadas cotas de GREIDE. O ideal num
trabalho é que a soma das alturas de cortes seja aproximadamente igual à de aterros, de modo que a
movimentação de terra fique restrita à área. Neste caso, para obter as cotas de GREIDE deve-se partir de uma
cota inicial (arbitrada) para uma determinada estaca e a partir dela obter as outras cotas tomando por base as
declividades pré-estabelecidas. Os valores obtidos nesta tentativa levará a uma resultado que poderá ser
alterado para que os cortes feitos sejam suficientes para fazer os aterros e vice-versa.
Para fazer as anotações na etapa de escritório, recomenda-se apresentar uma nova rede de quadrículas e nos
vértices das mesmas, fazer anotações como se segue:

Número da estaca Cota do terreno


Cota do GREIDE - Corte ou
+ Aterro

Para obter o plano de sistematização do terreno partiremos de uma cota da estaca 1 igual a 9,800 m. Esse é
um valor arbitrado, poderia ser um outro qualquer.
Segundo as especificações do projeto, os eixos longitudinais, direções 0-6, 1-7 e 2-8, deverão ter declividade
de -2%. Supondo que cada quadrícula tenha 10 m de lado, as cotas do GREIDE serão obtidas como se segue:

Cálculo das cotas do eixo longitudinal (eixo central):


Declividade do eixo = - 2%
Estaqueamento = 10 m
100 m  - 2 m
10 m  x x = - 0,2 m
O valor de x corresponde ao desnível (negativo) que deve haver entre estacas consecutivas dos eixos
longitudinais, isto é, cada cota será reduzida desse valor, já que o eixo terá declividade descendente.
Cota de 1 = 9,800 (arbitrada)
Cota de 4 = 9,800 – 0,200 = 9,600
Cota de 7 = 9,600 – 0,200 = 9,400

As cotas dos eixos transversais serão calculadas a partir das cotas do eixo central, calculadas anteriormente.
Ressalta-se que as cotas irão decrescer do eixo central para as laterais de um valor correspondente à
declividade de – 1%, como especificado. Os cálculos são apresentados a seguir:

Cálculo das cotas dos eixos transversais:


Declividade do eixo = - 1%
Estaqueamento = 10 m
95

100 m  - 1 m
10 m  x x = - 0,1 m

Cota de 1 = 9,800 (arbitrada)


Cota de 0 = 9,800 – 0,1 = 9,700 m
Cota de 2 = 9,800 – 0,1 = 9,700 m
Cota de 4 = 9,600
Cota de 3 = 9,600 – 0,1 = 9,500 m
Cota de 5 = 9,600 – 0,1 = 9,500 m
Cota de 7 = 9,400
Cota de 3 = 9,400 – 0,1 = 9,300 m
Cota de 5 = 9,400 – 0,1 = 9,300 m

Cálculo das alturas de corte e aterro:


Para obter as alturas de corte e aterro as cotas do GREIDE são comparadas com as cotas do terreno. Quando
a cota do terreno for maior do que a cota do GREIDE, teremos uma altura de corte, correspondente à diferença
entre essas cotas. Em caso contrário, teremos aterro. No quadriculado a seguir, estão apresentados os cortes
procedidos de sinal negativo e aterros com sinais positivos. Observa-se que na estaca 5 não houve corte e
nem aterro, já que a cota do GREIDE coincide com a do terreno.

 - 1% -1% 
0 10,000 1 9,870 2 10,200
9,700 - 0,300 9,800 - 0,070 9,700 - 0,500
 -2%

3 9,560 4 9,400 5 9,500


9,500 - 0,060 9,600 + 0,200 9,500

6 9,340 7 9,500 8 8,340


9,300 - 0,040 9,400 - 0,100 9,300 + 0,960

Balanceamento de cortes e aterros:


O balanceamento visa igualar as alturas de cortes e aterros. Para atender a essa exigência, o plano de
sistematização deverá ser alterado de uma altura correspondente à diferença entre cortes e aterros dividida
pelo número de estacas. Se a soma das alturas de cortes for superior a de aterros o plano deverá ser elevado,
em caso contrário, rebaixado.
Pelo exemplo anterior teríamos:
Soma das alturas de cortes = ∑ C = 1,070 m
Soma das alturas de aterros = ∑ A = 1,160 m
Número de estacas = n = 9
Alteração = = = - 0,010 (usar todas as casas da calculadora)
Nesse caso, como temos altura de aterros maior que altura de cortes, o plano de sistematização deve ser
rebaixado de 0,010 m. Em vez de utilizar como cota da estaca 1 o valor 9,800, deve-se utilizar 9,800 – 0,010 =
9,790. Refazendo os cálculos a partir de 9,790 encontraremos ∑C = ∑A = 1,1400 m.
Plano de sistematização recalculado:
96

 - 1% -1% 
0 10,000 1 9,870 2 10,200
9,690 - 0,310 9,790 - 0,080 9,690 - 0,510

 -2%
3 9,560 4 9,400 5 9,500
9,490 - 0,070 9,590 + 0,190 9,490 -0,010

6 9,340 7 9,500 8 8,340


9,290 - 0,050 9,390 - 0,110 9,290 + 0,950

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