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Polarização de Luz por Reflexão; Medida do Ângulo de

Brewster – Atividade Prática T13


Relatório realizado por Sérgio Miguel Almeida Rodrigues – 2019232338

1. Objetivos
Dentro desta atividade prática distinguem-se dois objetivos principais: investigar e
estudar o estado de polarização da luz e verificar experimentalmente a lei de Malus, estudar o
efeito da reflexão externa, consoante o ângulo de incidência e determinar o ângulo de
Brewster.

2. Introdução
A luz é efetivamente uma onda eletromagnética, que pode ser ‘caracterizada’ pelo seu
campo elétrico e magnético. Analisando o seu campo elétrico podemos determinar a sua
polarização. Uma luz não polarizada é uma luz cujo campo elétrico tem todas as direções
possiveis e para que este feixe se torne num feixe de luz polarizada é necessário proceder a
uma polarização.

Existem vários métodos de polarização, neste caso apenas vou abordar dois desses
métodos: dicroísmo e polarização por reflexão.

O dicroísmo corresponde a uma absorção seletiva de componentes do campo elétrico,


e é feita fazendo incidir o feixe de luz num material dicroico, por exemplo um polarizador
linear. Um polarizador linear tem um eixo de transmissão (ET)
caracteristico, e apenas componentes do campo elétrico da
luz que tenham a direção do ET passam sem ser absorvidos.
Realizando uma análise da expressão para o vetor campo
elétrico, com o objetivo de determinar a intensidade ou
irradiância de um feixe luminoso, obtemos a lei de Malus:

I=I0cos2(θ) (Lei de Malus)


Esta lei permite relacionar a intensidade da luz
incidente (I0) no polarizador linear com o ângulo entre o seu
ET e a direção de polarização da luz incidente (θ), e obter
assim a intensidade da luz transmitida (I). Figura 1 - Exemplos de polarização por dicroísmo num
polarizador linear, e lei de Malus.

A luz tem um caráter transversal, ou seja, os campos elétrico e


magnético associados à onda oscilam num plano perpendicular à
direção de propagação. A polarização por reflexão numa superficie de
dois meios dielétricos diferentes tem este facto como base. O campo
elétrico da onda incidente tem uma componente perpendicular (
componente TE) e outra paralela ao plano de incidência (componente
TM), e por reflexão na superficie é obtido, no feixe refletido, uma onda
polarizada numa destas componentes, ou apenas parcialmente
polarizada, consequência das condições fronteira do campo
eletromagnético. Figura 2 - Representação de
uma polarização por reflexão de
luz com ambas as componentes
TE e TM.
É importante analisar um caso específico, que é o angulo de Brewster, ou seja, o caso
em que o ângulo de incidência da luz proporciona uma polarização total de uma das
componentes no feixe refletido. Ora, esta situação acontece quando a direção da onda
refratada e refletida são ortogonais, devido ao facto de não ser possivel radiar energia na
direção de oscilação do campo elétrico, logo, uma das direções de polarização não pode existir
no feixe refletido.
𝜋
𝜃𝑖 +𝜃𝑡 = θi
2
θr
Sendo que θi = θr, e tendo em conta a lei de Snell para
a reflexão vem que:

𝜃𝐵𝑟𝑒𝑤𝑠𝑡𝑒𝑟 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔(𝑛)
𝑛𝑡
𝑛=
𝑛𝑖
n é o quociente entre os índices de refração do meio de
transmissão e o do meio de incidência. θt
A luz refletida estará, então, totalmente Figura 3 - Polarização por reflexão sob o ângulo de Brewster.
polarizada na direção normal ao plano de incidência, ou seja, apenas terei, na luz refletida, a
componente TE como indica a figura 3 e a componente TM (paralela ao plano de incidência) foi
absorvida.

3. Notas sobre o método/procedimento experimental


O método experimental pode ser dividido em duas partes, a primeira para a
verificação da lei de Malus e a segunda para a determinação do ângulo de Brewster. Neste
ponto do relatório, tendo em conta que o procedimento realizado foi o descrito pelo guião,
apenas vou indicar passos realizados e pequenos detalhes que não estão identificados no
guião, assim como figuras ilustrativas das montagens utilizadas.

• Notas comuns a ambos os pontos da atividade:


O sensor (fotodetetor) não está calibrado, a intensidade (proporcional à corrente
fotoeléctrica) vem em unidades relativas. É importante mencionar que todos os
valores conotados com ‘Intensidade’ no decorrer desta atividade e relatório se
referem à intensidade relativa.

• 3.1 Verificação da Lei de Malus


Neste ponto foi utilizado um laser com polarização aproximadamente vertical ao plano
de incidência, e foram utilizados dois polarizadores lineares, sendo que o primeiro
estava orientado com o ET na vertical e o segundo polarizador com uma orientação
variável, ou seja, na obtenção de dados foi-se variando a orientação do ET e registando
o respetivo valor da intensidade, e com a ajuda de um programa foi feito o registo
desses dados e respetiva representação gráfica.
Além disso, é importante mencionar que o ganho no fotodetetor estava colocado no
10, para evitar efeitos de saturação no fotodetetor.
O ângulo medido na escala analógica do 2º polarizador é o ângulo que o ET do
polarizador faz com a vertical, logo será também o ângulo que o ET faz com a
polarização.
Polarizador
Polarizador
Detetor

Figura 4 - Esquema ilustrativo da montagel utilizada para verificação da lei


de Malus. (As direções são apenas ilustrativas)

• 3.2 Medida do ângulo de Brewster


Como no ponto 3.1 ajustou-se o ganho do fotodetetor, neste caso para 1, pelo mesmo
motivo.
Neste caso, foram usados na mesma dois polarizadores, mas o 1º foi ajustado para ter
o seu EL fazendo 45 graus com a vertical, ou seja, 45 graus com a polarização inicial do
laser, e o segundo 90 graus com a vertical, o que significa que à saída dos
polarizadores, a polarização da luz é uma polarização horizontal, ou seja paralela ao
plano de incidência. Ou seja, antes da reflexão, o campo elétrico do feixe apenas tem
componente paralela, que é aquela que vamos estudar.
Foi cumprido o procedimento experimental base, previsto no guião.

Polarizador com ET a 45
Laser polarizado verticalmente
graus com a vertical.

Figura 5 - Esquema
ilustrativo da montagem
utilizada na medição do
ângulo de Brewster.

Polarizador com ET a 90
graus com a vertical.

Peça de acrílico

4. Medições realizadas \ Dados obtidos


Seguindo o ponto 3.1 acima mencionado, e tendo em conta o procedimento indicado
no guião, mediu-se a intensidade do feixe de luz após os polarizadores, para vários valores do
ângulo do ET do polarizador, que neste caso coincide com o ângulo entre o ET e a polarização
inicial.

Seguem os dados:
Θ (graus) Intensidade Θ (graus) Intensidade
-10 19,03 90 0,29
-5 19,54 100 1,87
0 18,93 110 4,43 Tabela 1 - Dados
obtidos da
10 18,95 120 7,91 intensidade da
20 16,88 130 12,1 luz incidente no
30 13,56 135 14,05 fotodetetor, em
função do
40 9,95 140 15,63
ângulo entre o
45 8,2 150 18,88 ET do 2º
50 6,04 160 21,29 polarizador e a
polarização
60 3,22 170 23,3
vertical inicial.
70 1,06 172 23,62
80 0,07 174 23,52
81 0,07 175 23,46
83 0,07 177 23,23
87 0,06 179 22,86
89 0,18 180 22,35
86 0,06 190 20,78
85 0,07 200 18,16

Além destas medições, é necessário também ter em atenção as incertezas associadas


aos dados obtidos, e no caso do valor do ângulo medido na escala analógica do polarizador, a
incerteza associada ao valor medido do ângulo deve ser metade do menor valor da escala, 5
graus. Para o fotodetetor, os valores da intensidade foram obtidos de forma digital, logo, a
incerteza associada é o menor valor que ele consegue medir, 0.1 neste caso.

Para a segunda parte da atividade mediu-se o ângulo de orientação do braço do


fotodetetor no disco grande, θ, e esse ângulo corresponde ao ângulo que o braço faz com a
direção de incidência da luz, mas apenas com considerações básicas geométricas conseguimos
identificar o ângulo de incidência para a reflexão, do modo indicado na figura seguinte:

180° = 𝜃+𝜃𝑖 +𝜃𝑟


↔ 𝜃 + 2 ∗ 𝜃𝑖 = 180
𝜃
↔ 𝜃𝑖 = 90° −
2

Tendo em conta a incerteza


associada à medição de θ, que
neste caso é 0.5ᵒ, por meio da
propagação de erros obtém-se
um valor de um quarto de grau
para a incerteza no valor de θi.
Figura 6 - Esquema dos ângulos envolvidos na montagem.

Neste caso, como foi mencionado no ponto 3.2 deste relatório, a polarização do feixe
incidente no bloco de acrílico é horizontal, devido à orientação do EL dos polarizadores. Foram
registados para um espetro de valores do angulo de incidência desde 35 graus até 80, e
intensidade da luz (relativa), no caso da componente do campo elétrico paralela ao plano de
incidência, sendo que inicialmente (antes do acrilico) só temos essa, seguem-se os dados:
Θ (graus) Θi (graus) Intensidade
20 80 5,7
25 77,5 4,2
30 75 3,8
Tabela 2 - Dados obtidos
32 74 3,5 para a intensidade da
35 72,5 2,6 componente paralela do
campo elétrico da onda
37 71,5 2,3 após a reflexão no bloco
40 70 1,8 de acrílico.
45 67,5 1
50 65 0,6
53 63,5 0,5
55 62,5 0,4
57 61,5 0,4
60 60 0,2
63 58,5 0,2
64 58 0,2
65 57,5 0,2 Θ é o ângulo medido no disco
grande (prato giratório), e θi o
65,5 57,25 0,2
valor do ângulo de incidência
66 57 0,1
para a reflexão na superfície
66,5 56,75 0,1
do bloco de acrílico.
67 56,5 0,1
68 56 0,2
69 55,5 0,2
70 55 0,2
71 54,5 0,2
75 52,5 0,2
80 50 0,2
85 47,5 0,3
90 45 0,4
95 42,5 0,5
100 40 0,6
110 35 0,7

5. Tratamento e análise de dados


5.1 Verificação da lei de Malus
No tratamento de dados desta primeira parte da atividade, para verificar a lei de
Malus, dada pela expressão indicada no ponto 1. deste relatório, vamos representar
inicialmente a intensidade medida experimentalmente em função do ângulo entre o eixo de
transmissão do polarizador e a polarização inicial do laser, que é aproximadamente vertical,
(gráfico 1).
Em seguida, de modo a verificar a coincidência entre os valores experimentais da
intensidade e a lei teórica de Malus, representou-se a intensidade em função da expressão da
lei de Malus (gráfico 2), assim como o resultado da expressão da lei de Malus em função do
ângulo medido (gráfico 3).
NOTA:
➢ quando se refere a ‘expressão teórica da lei de Malus’ significa que foi utilizada a lei de
Malus I=I0 x cos2(θ), sendo θ o valor do ângulo entre o ET do polarizador e a polarização
medido, para usar como termo de comparação com a intensidade obtida
experimentalmente.

➢ Antes de apresentar os gráficos obtidos é necessário notar que a lei de Malus envolve
um fator de 𝐼0 no seu cálculo. Este valor foi retirado do conjunto de medidas obtidas
experimentalmente para a intensidade. Sendo que observando o gráfico 1 se encontram dois
picos de intensidade, é como se existissem dois valores possíveis do fator 𝐼0 ‘empírico’. Para
poder minimizar o efeito de erros e também a possibilidade de obter um erro menor para um
valor de 𝐼0 diferente, consideraram-se separadamente os dois valores observados. Ou seja, nos
gráficos 2 e 3 será representada, devidamente legendada, a curva para os dados da expressão
teórica da lei de Malus, duas vezes, uma para cada valor de 𝐼0 , sendo que um dos valores é o
valor da intensidade máxima experimental para um ângulo do ET com a polarização de aprox.
170ᵒ (𝐼0 = 23.62) e o outro para um de -5ᵒ (𝐼0 = 19.54).
➢ Além disto, como a polarização inicial do laser não é exatamente vertical ao plano de
incidência, introduziu-se uma correção de ±7ᵒ na utilização da expressão da lei de Malus da
maneira explicitada de seguida, para poder ajustar melhor os valores obtidos.
➢ 𝐼 (𝜃) = 𝐼0 ∗ cos⁡(𝜃 + 7)2

➢ No gráfico 2 foi também adicionada uma reta de ajuste linear e respetiva equação,
para verificar a coincidência com os valores obtidos com a lei de Malus. No gráfico 1 e 3 é
também apresentada a barra de erro horizontal tendo em conta a incerteza associada a cada
valor do ângulo.

Resultados experimentais, intensidade em função do ângulo


do ET com a polarização
25

20

15
Intensidade

10

0
-50 0 50 100 150 200 250

-5
Ângulo entre ET e polarização
Gráfico 1
Intensidade em função da expressão teórica da lei de Malus
25

y = 1,1333x - 0,067
20

15 y = 0,9375x - 0,067
Intensidade

10 usando o máximo perto de -5º


usando o máximo perto de 170º
5

0
0 5 10 15 20 25

-5
Expressão teórica da lei de Malus

Gráfico 2

Comparação dos resultados experimentais com a lei de Malus


teórica
25

20

15
Intensidade

Intensidade medida experimental


10
usando o máximo perto de 170º

5 usando o máximo perto de -5º

0
-50 0 50 100 150 200 250
-5
Ângulo entre o ET e a polarização

Gráfico 3

Analisando o gráfico 2, para que a intensidade obtida experimentalmente coincida


com a obtida através da lei de Malus teríamos de ter uma reta de declive 1 para estes dados, e
fazendo o ajuste linear e através da equação correspondente: para o ajuste onde se usou 𝐼0
perto de -5ᵒ vemos que o declive é 1.1333, o que é um valor efetivamente perto de 1 (o ideal)
mas com um erro de aproximadamente 13%; para o ajuste onde se usou 𝐼0 perto de 170ᵒ
vemos que o declive é 0.9375, o que é um valor efetivamente perto de 1 (o ideal) mas com um
erro de aproximadamente 6%; ou seja neste ultimo caso o erro é menor e por isso considera-
se este o melhor ajuste. Concluindo, apesar dos erros obtidos no declive dos ajustes vemos
que o objetivo é cumprido, verifica-se a lei de Malus sendo que os declives são próximos,
apenas diferem em pequenos erros.

Ora, há vários erros que podemos ter em conta para explicar este desvio do resultado
ideal. Um dos erros é a falta de rigor nas medidas dos ângulos pois, no caso da escala analógica
do polarizador, medimos ângulos de 10 em 10 graus, com uma incerteza de 5 graus, e neste
caso não é possivel determinar com precisão o angulo correto, podendo existir um desvio de
alguns graus entre o valor medido e o valor verdadeiro, causando um erro. Também as
dificuldades de calibração do fotodetetor podem estar na origem de erros, sendo que era
necessário ‘acertar’ com o feixe de luz na fenda do detetor para medir, e não era uma tarefa
fácil.
Analisando o gráfico 3, onde se compara as curvas, com a lei de Malus e com a
intensidade medida experimentalmente, vemos que para a primeira metade do gráfico, são os
valores obtidos com a lei de Malus onde se usa 𝐼0 perto de -5ᵒ que se ajustam melhor, e para a
segunda metade ajusta-se melhor o caso onde se usou 𝐼0 perto de 170ᵒ. Numa visão geral,
vemos que as curvas seguem formas muito semelhantes, com alguns desvios mas o objetivo
geral de verificar a lei de Malus é cumprido.
Observando os primeiros valores obtidos, na gama de 0 a 50 graus para o ângulo entre
o ET e a polarização, vemos que a intensidade experimental está um pouco abaixo das outras
duas curvas, e isso pode ser consequência da má calibração do fotodetetor ou até de uma
saturação inicial do deteto.

5.2 Medição do ângulo de Brewster

Tendo em conta os dados obtidos foi feito um gráfico da intensidade da luz refletida
em função do ângulo de incidência da reflexão (calculado a partir do ângulo medido no disco
grande) (gráfico 4). Para se observar melhor o ângulo onde a intensidade é mínima foi feita
uma aproximação da zona da curva que contém o minimo da intensidade, representada no
gráfico 5.

Intensidade em função do ângulo de incidência na reflexão


6

4
Intensidade

0
30 40 50 60 70 80 90
Ângulo de incidência

Gráfico 2
Aproximação
0,45

0,4 y = 0,0481x - 2,6072

0,35

0,3
Intensidade

0,25

0,2

0,15 y = -0,0178x + 1,1556

0,1

0,05

0
40 45 50 55 60 65
Ângulo de incidência

Gráfico 3

NOTAS:
➢ As intensidades representadas nos gráficos acima são as intensidades da componente
TM do campo elétrico, ou seja, é a componente paralela ao plano de incidência, sendo
que a polarização antes da reflexão era também ela na horizontal, paralela ao plano de
incidência.

De acordo com a teoria, um ângulo de incidência igual ao de Brewster proporciona uma


polarização completa no feixe refletido, ou seja, se o feixe incidente tiver tanto componente
TE como TM, a componente TM (paralela ao plano de incidência) vai desaparecer do feixe
refletido, no caso do ângulo de Brewster. Como no nosso caso, o incidente apenas tem
componente TM, apenas vamos analisar essa e sabe-se que o ângulo de incidência que
corresponde ao ângulo de Brewster é aquele onde a intensidade será minima.
Com o objetivo de se calcular o ângulo de Brewster, fizeram-se dois ajustes lineares
aos dados, apenas aos mais próximos do minimo (gráfico 5), e calculou-se a interseção dessas
duas retas. Essa interseção corresponde efetivamente ao ângulo de Brewster experimental.
No meu caso, devido ao ganho utilizado no fotodetetor, ganho 1, basta uma flutuação
de 1 décima para criar um desajuste bastante considerável no ajuste linear, e este facto aliado
a outros erros, como a dificuldade para calibrar o feixe de luz com a fenda do fotodetetor
(cada vez que se mudava o ângulo no disco grande tinhamos de ajustar também o bloco
cristalino para o feixe refletido incidir na fenda do fotodetetor e para variações do ângulo
muito pequenas verificou-se dificuldade para fazer incidir o feixe na fenda perfeitamente) leva
a um resultado que pode ser pouco preciso, com flutuações.
Antes de indicar o valor obtido para o ângulo de Brewster, apenas olhar para o gráfico
5 vemos que a intensidade mínima não é exatamente 0, está um pouco acima, o que é um
pouco desviado daquilo que seria o ideal indicado pela interpretação teórica, sendo que a
componente TM deveria estar completamente absorvida. Este facto pode estar relacionado
com a luz que o fotodetetor pode receber e que não faz parte do feixe refletido, pode vir, por
exemplo, do monitor do computador ou alguma luz natural.
Para concretizar, fazendo a interseção das retas de equação indicadas no gráfico 5
obtemos um ângulo de Brewster de aproximadamente 57,1 graus. Atribuiu-se a este valor uma
incerteza de ±0.25 graus, que é a incerteza de leitura no disco grande.

Através do valor obtido para o ângulo de Brewster, em seguida e aplicando as últimas


duas expressões indicadas na introdução deste relatório, pode ser determinado o indice de
refração do bloco de acrílico utilizado.

𝑛 = tan(𝜃𝐵 ) = tan(57.1º) = 1.546 = 𝑛𝑡

1
𝛿𝑛 = cos⁡(𝜃 2 ∗ 𝛿𝜃𝐵 = 0.344, através da propagação de erros é possivel chegar a um valor
𝐵)
aproximado da incerteza associada ao valor do indice de refração do bloco. O valor tabelado
para o indice de refração do acrilico tabelado é de 1.49, o valor encontrado
experimentalmente é próximo mas tem um erro de aproximadamente de 4%, mas a incerteza
associada é grande, porém nem todas as incertezas são bem ajustadas pelas fórmulas de
propagação de erros, o que leva a concluir que a incerteza encontrado é um pouco
desajustada. Além disso também como já referido antes, os ajustes lineares a que recorri para
calcular o ângulo de Brewster não são os melhores, devido primeiramente ao ganho do
fotodetetor. E também devido ao facto de as retas do ajuste não se intersetarem exatamente
no 0 como deveria ser. Como o objetivo geral desta atividade não é a análise de erros e de
incertezas ao pormenor, não será especificada a incerteza exata no valor de nt.

6. Conclusão
Muito sucintamente, este trabalho tanto a nivel prático laboratorial, como a nível
teórico, na aplicação da teoria, foi terminado com sucesso.

Tendo em conta os objetivos principais desta atividade que eram a verificação da lei de
Malus e determinação do ângulo de Brewster, concluo que se cumpriu com sucesso estes
objetivos, sendo que foram obtidos resultados que satisfazem e que estão muito próximos dos
esperados. Em contrapartida, houveram várias dificuldades na realização desta atividade,
sendo uma delas a utilização do software, a diminuição dos erros e a precisão das medidas
efetuadas, devido também, sendo sincero, à inexperiência na utilização de instrumentos de
ótica.

É também de realçar que aplicando os resultados teóricos à prática há sempre erros


associados, de caracter aleatório ou sistemáticos e que devem ser corrigidos, mas no geral as
fórmulas matemáticas aplicam-se bem ao objetivo deste trabalho.

Tendo isto em conta, verificamos que um ponto positivo a retirar desta atividade é o
facto de aprender a trabalhar com instrumentos de ótica, aliando a teoria à prática para obter
resultados úteis e esse objetivo foi cumprido.

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