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LABORATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL IV

PROPAGAÇÃO DA RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA

A2. IRRADIAÇÃO E POLARIZAÇÃO DA LUZ

A2.1 EQUIPAMENTO

Fontes pontuais de luz; laser de diodo; fotômetro com filtros; suportes; trilho óptico; polarizadores
simples; suportes com graduação angular de 5º; luxímetro (ou luxômetro); fontes de alimentação
para as fontes de luz e para o laser de diodo.

A2.2 OBJETIVOS

 Estudar como a intensidade da luz emitida por uma fonte pontual cai com a distância à fonte;
 Verificar a dependência da lei usual de queda da intensidade com o quadrado da distância em
razão do tamanho da fonte;
 Verificar o fenômeno de polarização de um modo empírico, utilizando um fotômetro de detec-
ção baseado no sistema visual do observador;
 Verificar, com auxílio de detector de radiação, como a intensidade de luz linearmente polariza-
da, transmitida através de um polarizador, depende do ângulo relativo entre a direção de pola-
rização do feixe de luz incidente e da pré-definida direção de atuação do polarizador.

A2.3 TEORIA

A radiação proveniente de uma fonte pontual se Fonte Pontual


de Luz
espalha uniformemente por todo o ângulo sólido Cone de observação

de esferorradianos a seu redor. Assim, a inten- Fotômetro

sidade a uma dada distância da fonte é igual à Filtro

potência de saída da fonte dividida pela área Segunda Fonte


de Luz
da superfície esférica na qual a luz se dis-
tribuiu, portanto caindo com o inverso do qua-
drado da distância:
.
Considerando que em uma distância de
referência , as intensidades em distâncias diferentes satisfazem à equação comparativa dada por
.

Um polarizador só permite a passagem plena de Fonte Pontual


de Luz
luz cujo campo elétrico oscile sua magnitude e
sentido em uma particular direção. Polarizadores
Filtro Fotômetro
são portanto caracterizados por um eixo especial. Polarizador

Luz plana não polarizada, com direção de em


Segunda Fonte
todas as direções em um dado plano, ao passar por de Luz

um polarizador de eixo vertical torna-se


praticamente polarizada nessa direção, ou seja, Polarizador

fica com campo elétrico . Rótulo de ângulos

Se, a seguir, a luz passar por um segundo polariza-

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dor de eixo horizontal, praticamente nenhuma luz será vista após este polarizador.
Entretanto, se o eixo do segundo polarizador fizer um ângulo com a direção de polarização da luz
incidente, ou seja, se , somente a projeção do campo elétrico incidente so-
bre o eixo do segundo polarizador passará por ele, redefinindo a
direção de polarização da onda plana após o segundo polarizador.
Nestas circunstâncias, o campo elétrico efetivo após o segundo polarizador terá magnitude
e como a contribuição para a intensidade de luz transmitida por uma onda EM plana
é proporcional ao quadrado da magnitude do campo ( ), daí advém a assim chamada lei
de Malus, em que a intensidade de um feixe de radiação de intensidade original , após passar
por um polarizador cujo eixo faz um ângulo em relação ao eixo de polarização do feixe original, é
dada por
.
A2.4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
PARTE I: IRRADIAÇÃO

I.1 MEDIDAS USANDO FILTROS DE TRANSMISSÃO DE DENSIDADE NEUTRA

Esse experimento deve ser conduzido com a luz da sala apagada; cubra também as saídas de luz não
utilizadas (objeto em forma de cruz), para minimizar a luz espúria ao experimento.
Ponha o fotômetro fosforescente e uma fonte pontual de luz a aproximadamente a 30 cm um do ou-
tro. Ponha a outra fonte de luz no outro lado do trilho óptico, do lado do conjunto de filtros. Ajuste
o filtro para transmissão de 100% e mova a fonte de luz do lado do conjunto de filtros até que o fo-
tômetro indique que as intensidades dos dois lados são iguais (você deve estar olhando os sensores
“laranja” no cone do fotômetro, para essa verificação; procure equilibrar as intensidades notando as
bordas e os centros dos trapézios fosforescentes).
Essa fonte, do lado do conjunto de filtros, ficará fixa durante todo o experimento (definindo, assim,
a intensidade de referência ). Registre as posições do fotômetro e da fonte de luz do outro lado
dos filtros na tabela de dados. A posição do feixe de referência não é necessária.
Gire agora o filtro para transmissão 75% e mova a fonte do lado oposto ao feixe de referência até
que as intensidades sejam as mesmas no fotômetro. Registre a posição da fonte na tabela. Repita o
mesmo procedimento para transmissões de 50% e de 25%.
Repita todas as quatro medidas acima mais duas vezes, completando a tabela de dados.
I.2 MEDIDAS DIRETAS DE INTENSIDADE VERSUS DISTÂNCIA

Agora você vai utilizar apenas uma fonte de luz e o medidor de intensidade de luz, o luxímetro.
Deixe apenas uma fonte de luz no trilho óptico, e na outra extremidade do trilho ponha o detector
do luxímetro, utilizando a base apropriada que o suporta, a qual se encaixa corretamente no trilho,
porém sem se afixar a ele. O detector não deve ser movimentado durante o experimento.
A fonte de luz é que será movimentada. Aproxime-a, inicialmente para quase tocar sua saída de luz
no bocal do detector do luxímetro. Com esta configuração, você deve fazer pequenos ajustes de al-
tura e de inclinação do detector do luxímetro para maximizar sua leitura, o que indicará um quase
perfeito alinhamento entre os dois.

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Mova agora a fonte de luz para uma posição próxima do detector, digamos de 5,0 a 8,0 cm. Meça a
intensidade de luz de referência e anote na tabela de dados.
Vá variando a distância, entre o detector e a fonte, sempre deslocando apenas essa última, e medin-
do a intensidade em função da distância , tipicamente em intervalos de 1 cm ou de 2 cm, var-
rendo um conjunto de, no mínimo, 12 posições distintas. Complete a tabela de dados fornecida.
Agora repita as mesmas medidas mais uma vez, para possibilitar uma média próxima do adequado.
Observe, em todas as medidas, em que escala efetivamente está o luxímetro, se em klx (quilolux) ou
lx (lux; o lux é a unidade internacional de iluminação, correspondente ao fluxo de 1 lúmen por m2),
pois o luxímetro disponível no laboratório muda automaticamente de escala se a intensidade mudar.
Tenha cuidado com o luxímetro e com o respectivo detector, pois são equipamentos sensíveis e algo
caros. Desligue o luxímetro ao fim do experimento, para conservação da bateria interna de 12 V.

PARTE II: POLARIZAÇÃO

II.1 MEDIDAS USANDO FILTROS DE TRANSMISSÃO

Ponha o fotômetro fosforescente no meio do trilho óptico, contendo duas fontes pontuais como na
figura. O filtro de transmissão deve ficar voltado para uma das fontes, e o acessório contendo dois
polarizadores do outro lado, voltado para a outra fonte.
Inicialmente é necessário verificar o ângulo entre os polarizadores, pois os filtros podem ter sido
montados equivocadamente em seus suportes com algum ângulo de giro inesperado.
Retire o acessório, e no lado que tem o rótulo de calibração gire o polarizador para o ângulo de 90º.
Olhando através de ambos polarizadores em uma lâmpada acesa, gire o outro polarizador até que a
luz vista por você (transmitida) tenha intensidade mínima. Quando isso ocorrer, os dois polarizado-
res estarão ortogonais entre si, e o último (do lado sem rótulo) deveria estar no ângulo de 0º. Se não
estiver, a defasagem acima citada terá ocorrido. Com o parafuso de fixação (do lado sem rótulo), fi-
xe o polarizador para que ele não se movimente mais. Anote o ângulo de defasagem verificado.
Gire, então,o polarizador do lado que tem rótulo até a posição 0º, deixando ambos os polarizadores
alinhados para transmissão máxima.
Durante o experimento, somente gire o polarizador com o rótulo. Reponha o acessório com polari-
zadores no trilho, mantendo-o bem próximo do fotômetro, de modo a garantir que só luz polarizada
entrará nele. Apague a luz da sala e cubra saídas indesejadas de luz nas fontes.
Gire o filtro para transmissão 100%, e ajuste as posições das fontes para que o indicador laranja do
fotômetro tenha a mesma intensidade dos dois lados.
Gire agora o filtro para transmissão 75% e gire o polarizador vagarosamente até que o fotômetro re-
gistre a mesma intensidade. Registre o ângulo na tabela. Repita esse procedimento para transmis-
sões de 50% e de 25%.
Mudando o observador, repita todas as três medidas acima mais duas vezes, completando a tabela
de dados, reverificando as posições das fontes na posição de transmissão 100%.

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II.2 MEDIDAS DIRETAS DE INTENSIDADE VERSUS ÂNGULO

Agora você vai utilizar apenas uma fonte de luz e o medidor de intensidade de luz, o luxímetro.
Faça o alinhamento entre o laser de diodo e o detector de intensidade de luz, ambos apoiados em
suportes magnéticos os quais se prenderão na base magnética disponível no laboratório. Coloque os
dois polarizadores a 0º. Meça a intensidade de referência .
Varie o ângulo, no sentido horário, apenas do polarizador próximo ao detector, tipicamente em in-
tervalos de 10º, com o cuidado de passar pelo valor especial varrendo um conjunto de, no
mínimo, 10 ângulos distintos, e medindo a intensidade em função do ângulo. Complete a tabela de
dados.
Repita as medidas, agora girando os ângulos do polarizador no sentido anti-horário, completando a
respectiva tabela de dados.

A2.5 ANÁLISES E CONCLUSÕES

A. Usando os quatro pontos experimentais obtidos com auxílio do fotômetro na primeira parte do
experimento, com o cuidado de tomar a média das medidas feitas, verifique se ocorre em média
a dependência . Justifique sua análise.
B. Agora, com a média dos pontos experimentais obtidos do luxímetro, faça um gráfico de
ou , com a intensidade em unidades relativas (define-se
por ), verificando se a previsão teórica é obtida no experimento. Calcule então
a declividade apresentada no gráfico, verificando se tem o valor esperado. Comente o resultado.

C. Usando as médias das medidas referentes aos três pontos experimentais obtidos com auxílio do
fotômetro na segunda parte do experimento, verifique se tem a relação esperada com
. Apresente as diferenças percentuais encontradas em relação à teoria.
D. Agora com os dados obtidos com o luxímetro, faça dois gráficos de versus , em u-
nidades arbitrárias (unidades de ), ou versus , verificando se a previsão
teórica também é observada nesse experimento. Se os resultados dos gráficos forem retas, cal-
cule seus coeficientes angulares e comente o resultado.
E. Explique se é válido afirmar que o correto é se girar o polarizador próximo ao detector, e não o
polarizador próximo ao laser. Se, ao invés disso, girássemos somente o polarizador próximo ao
laser obteríamos o mesmo resultado? Justifique suas respostas.

Redação: Prof. Rogério N. Suave.

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A2.6 TABELAS DE DADOS

IRRADIAÇÃO x DISTÂNCIA

Medidas com fotômetro visual Fonte pontual: Medidas com luxímetro


INTENSIDADES RELATIVAS (FILTROS) DISTÂNCIA INTENSIDADE (lux)
MEDIDAS
100% 75% 50% 25% (cm) Medida #1 Medida #2

Posição do Fotômetro 1.

Posição Fonte (Medida #1) 2.

Posição Fonte (Medida #2) 3.

Posição Fonte (Medida #3) 4.

Posição Fonte (Média) 5.

Distância Fonte-Fotômetro 6.

7.

8.

9.

10.

11.

12.

13.

14.

15.

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A2.6 TABELAS DE DADOS (CONT.)

POLARIZAÇÃO x ÂNGULO

Medidas usando filtros de densidade neutra e fotômetro visual


INTENSIDADES RELATIVAS (FILTROS)
MEDIDAS
100% 75% 50% 25%

Ângulo Polarizador (med. #1)

Ângulo Polarizador (med. #2)

Ângulo Polarizador (med. #3)

Ângulo Polarizador Médio

Diferença

Medidas usando luxímetro, laser como fonte de luz e polarizadores


ÂNGULO INTENSIDADE ÂNGULO INTENSIDADE
(º) (lux) (º) (lux)

0 0

10 10

20 20

30 30

40 40

45 45

50 50

60 60

70 70

80 80

90 90

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