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TRABALHO PRÁTICO
Objectivos - Este trabalho tem duas partes. Numa primeira faz-se a determinação do índice de
refracção de um poliedro de vidro. Na segunda parte procede-se à calibração de um
espectroscópio de prisma e determina-se os comprimentos de onda (c.d.o.) das riscas
amarela e verde dos espectros de emissão do sódio e do tálio, respectivamente.
1. Introdução
I N
1
n1
S
n2
2
Figura 1. Refracção de um raio I de luz incidente sobre a superfície S que separa dois meios de
índice de refracção diferente, n1< n2. O raio refractado R aproxima-se da normal N ao plano de
incidência: 1 > 2
O índice de refracção de um meio varia com a frequência da luz incidente já que, da equação (1):
𝑐 𝑐
𝑛= = (3)
𝑣 𝜆𝑓
em que é o comprimento de onda e f é a frequência.
Como a luz branca é uma mistura de ondas de diferentes frequências, quando a luz incide num
material com um determinado ângulo de incidência, cada uma das suas componentes é desviada de
um ângulo diferente, de acordo com a sua frequência própria, e as diferentes cores componentes do
feixe luminoso tornam-se visíveis.
a) b)
Por outro lado, sabe-se que o ângulo de desvio D no prisma é função crescente do seu índice de
refracção n (figura 2). Assim, quando diminui, n aumenta e D aumenta também. Quer dizer, se
fizermos incidir na face do prisma um feixe de luz heterocromática (luz branca) obteremos vários
feixes de luz monocromática emergentes, uma vez que, para cada radiação do feixe incidente com
um dado comprimento de onda i, existirá um índice de refracção ni distinto. Assim, depois de
refractado, o feixe incidente heterocromático surge decomposto nas radiações que o constituem
(figura 2-b)). Como indicado na figura, a radiação violeta sofre um desvio superior ao da radiação
vermelha, uma vez que o seu c.d.o. é menor.
No colimador existe uma fenda estreita F (iluminada por uma fonte luminosa) que serve de objecto.
Deve estar colocada no plano focal da objectiva L3 para que o feixe que sai do colimador seja um
feixe de raios paralelos. Nestas condições, se a referida fonte luminosa for heterocromática, o feixe
que incide no prisma é heterocromático e de raios paralelos (fig. 3). Então, devido à dispersão no
prisma obtêm-se, à saída deste, vários feixes de raios paralelos, cada um com seu c.d.o. (portanto
com sua cor). Cada um deles atravessa a lente L2 convergindo no seu plano focal, onde forma a
imagem da fenda F (uma risca). O conjunto destas imagens (riscas), correspondente às diferentes
radiações monocromáticas que compõem a luz emitida pela fonte, constitui o espectro de emissão
da fonte luminosa em causa.
No plano focal da objectiva do óculo a imagem de uma escala E sobrepõe-se à do espectro de
emissão. Para se ver essa imagem, essa escala deve ser iluminada por uma lâmpada de
incandescência, colocada à entrada do tubo fixo (fig. 3). A escala está colocada no plano focal de L4
e o feixe de raios paralelos que emerge desta lente é reflectido na face AB do prisma dando origem
a uma imagem da escala no plano focal de L2.
Para observar as imagens do espectro e da escala sobrepostas foca-se a ocular L1 para o plano onde
se formam essas imagens.
- num gráfico, com escala apropriada, representa-se o c.d.o. das riscas observadas, em função
das posições da escala onde as mesmas apareceram,
- ajusta-se a melhor curva - curva de calibração do espectroscópio - de modo a que os desvios
dos pontos experimentais que permaneçam acima e abaixo da curva se compensem.
Comprimento de onda (Angström)
4000
12 13 14 15 16 17 18 19 20
Divisão da escala
2. Procedimento experimental
2.1.1. Colocar o semicilindro sobre o transferidor para que o seu centro coincida com o centro do
transferidor e a face plana com a perpendicular ao diâmetro marcado “NORMAL” (figura 5).
Preparar a fonte luminosa seleccionando apenas uma fenda para a saída dos raios luminosos.
Regular as posições da fonte e do poliedro para poder ver claramente a incidência dos raios do
lado plano do semicilindro (interface ar-plástico) e a saída dos raios da superfície cilíndrica.
Os raios são refractados duas vezes: a primeira vez na interface ar-vidro e a segunda vez na
interface vidro-ar. No entanto, na segunda face a trajectória da luz não é alterada porque os
raios luminosos incidentes à superfície cilíndrica são perpendiculares a esta e de acordo com a
lei de Snell (eq.2) 2 = 1 .
2.1.2. Anotar as posições angulares, lidas no transferidor, do raio incidente na primeira interface -
1 - e do raio refractado nessa mesma interface - 2. Registar os valores na folha de dados.
2.1.3. Repetir as medidas anteriores para mais três ângulos de incidência diferentes.
- Usando a equação (2), calcular o índice de refracção do semicilindro para cada uma das 4
orientações. Tomar o valor nar = 1 como índice de refracção do ar. Indicar os valores na folha de
registo de dados.
- Com base nos valores calculados, determinar o valor médio do índice de refracção <n> e o
respectivo desvio padrão n .
Análise do resultado
ATENÇÃO: Durante a execução deste trabalho ter o cuidado de não dar nenhum toque
brusco no espectroscópio. Isso pode provocar um deslocamento do prisma e,
consequentemente, uma alteração da posição relativa das riscas na escala. Quando
tal acontece, as posições das riscas obtidas “antes” seguem uma determinada curva
(figura 4) e as riscas obtidas “depois” seguem claramente uma outra, paralela à
primeira.
2.2.1. Colocar junto à fenda do colimador uma lâmpada de cádmio. Regular a tiragem do óculo de
modo a observar nitidamente o espectro de riscas emitido.
2.2.2. Iluminar a escala do aparelho (colocada na extremidade do tubo mais curto) com a lâmpada
de incandescência. Observar a imagem da escala.
2.2.3. Na folha de registo de dados anote a posição da escala em que se forma cada uma das riscas,
Deve fazer uma única leitura de cada vez. A fim de evitar erros de paralaxe, deslocar o óculo
para cada medida de forma a fazer a leitura com a risca no centro da imagem.
2.2.4. Substituir a lâmpada de cádmio por uma lâmpada de vapor de mercúrio e proceder como na
alínea anterior.
2.3. Determinação dos c.d.o. das riscas verde do tálio e amarela do sódio
2.3.1. Colocar a fonte de tálio em frente da fenda do colimador e registar a divisão da escala
correspondente à sua risca verde. Anotar o valor na folha de registo de dados.
- Construir um gráfico ocupando a totalidade da área, a fim de permitir uma leitura fácil e precisa.
Marcar em ordenada os valores dos c.d.o. das riscas observadas nos espectros de cádmio e de
vapor de mercúrio e em abcissas os valores das divisões da escala onde se formaram as
respectivas riscas.
- Sobre o gráfico ajustar uma linha de tendência, e.g. polinomial, a curva de calibração. O gráfico
com a curva de calibração deve ser incluído no relatório do trabalho.
- Utilizando a curva de calibração, determinar o c.d.o. da risca verde do tálio e da risca amarela do
sódio e avaliar as respectivas incertezas (através da propagação dos erros). A largura das riscas, o
erro de paralaxe, etc. vão provocar incerteza na leitura da escala que se reflecte no comprimento
de onda determinado pelo gráfico de calibração (ver figura 6). Indicar os valores na respectiva
tabela da folha de registo de dados.
- Comparar os valores obtidos no ponto anterior com valores tabelados em bibliografia (c.d.o. da
risca verde do tálio - 5351 Å, e c.d.o. da risca amarela do sódio - 5895 Å). Comentar.
Identificar a origem dos erros experimentais e sugerir procedimento para os minimizar. Descrever o
espectro de emissão que foi observado para a lâmpada de iluminação.
Relatório
Bibliografia
[1] Paul Tipler, Óptica e Física Moderna, Editora Guanabara-Koogan, 4ª Edição (2000).
[2] Jenkins F.A. & White H.E. - Fundamentals of Optics.
[3] M.M.R.R. Costa e M.J.B.M. de Almeida, Fundamentos de Física, 2ª edição, Coimbra, Livraria
Almedina (2004).
[4] M. Alonso e E. Finn, Física, Addison-Wesley Iberoamericana (1999)
[5] N. Ayres de Campos, Algumas noções elementares de análise de dados, Coimbra, Dep. Física
da FCTUC (1993/94).
Nome do aluno__________________________________________________
2.3. Determinação dos c.d.o. das riscas verde do tálio e amarela do sódio
Comentários e conclusões.