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REFRAÇÃO E PRISMA

LONDRINA
2021
AMANDA CRISTINA DE ARAUJO
EDUARDO GERALDO SOUSA
MAIARA MANHÃES SLONSKI

ÍNDICE DE REFRAÇÃO – DISPERSÃO DA LUZ EM PRISMA

Docente: Flávio Franchello


Disciplina: 1FIS095 – Física experimental II
Turma: 1000

Maio
2021
OBJETIVOS
Procura-se determinar o índice de refração através do feixe de luz promovido
por um laser, utilizando-se primeiramente de um método direto e, após, de outro
método de reflexão interna total, visando obter a aplicação experimental das leis que
regem a óptica geométrica e da Lei de Snell-Descartes, assim como, determinar os
valores do índice de refração para cada cor presente em um prisma.
RESUMO

Em suma, o estudo deste trabalho é sobre as relações entre a incidência de


luz, sua angulação de reflexão e refração em prisma e meios de acrílico. E, a fim de
averiguar as teorias usou se experimentos simples de dispersão/reflexão/refração.

Palavras-chave: Prisma. Refração. Reflexão. Feixe de luz.


INTRODUÇÃO

A óptica geométrica é o tratamento aproximado da luz no qual ondas


luminosas são representadas como raios que se propagam em linha reta
(HALLIDAY, 2009). Deste modo, quando um feixe de luz passa de um material
transparente para outro, parte da luz será refletida no meio entre eles e outra parte
entra no segundo meio material. É possível demonstrar visualmente a interface
desse ocorrido através da Figura 1, sendo cada um dos meios caracterizados
conforme seus respectivos índices de refração. Nesta figura, é possível visualizar
dois tipos de ângulos, α ângulos de reflexão (que chamaremos de θ1) e β ângulo de
refração (que chamaremos de θ2), que são possíveis graças às leis que envolvem
esses fenômenos ópticos. Com isso, os raios refletido e refratado estão no mesmo
plano definido pelo raio incidente e a reta normal à interface, o plano de incidência;
sendo o ângulo de incidência igual ao ângulo de reflexão, relacionados pela lei de
Snell-Descartes:
n1 . sen θ1 = n2 . sen θ2

Figura 1. Reflexão e refração de um feixe de luz na interface de dois meios


transparentes.

(Fonte: IFSC/USP – 2015).

Além do mais, pode ocorrer de o raio refratado ser paralelo à interface, neste
caso, o ângulo de incidência é chamado de ângulo crítico e será indicado como θ c.
No entanto, para ângulos de incidências de valor maior que θc, não existe raio
refratado e toda luz será refletida, um fenômeno que denomina-se reflexão interna
total.
De modo análogo, na maior parte dos meios materiais, o índice de refração
diminui à medida que o comprimento de onda (λ) aumenta, fenômeno denominado
de dispersão. Assim, em um prisma o desvio de um feixe de luz depende do índice
de refração do material que o constitui variando de acordo com λ, com isso, ao
incidir sob um prisma um feixe de luz policromático, este será separado com
comprimentos de onda correspondentes ao da luz incidente, um efeito chamado de
decomposição espectral da luz, utilizado para estudar o conjunto de cores que
constituem a luz incidente, se tornando um espectrômetro óptico.
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

I – ÍNDICE DE REFRAÇÃO

 1 banco óptico 120 cm


 4 cavaleiro universal para banco óptico
 1 fonte de luz
 1 laser semicondutor (λ = 630 a 680 nm)
 1 lente de distância focal f = 5 cm
 1 lente de distância focal f = 15 cm
 1 anteparo com fenda simples
 1 anteparo com orifício de 2 mm
 1 semicírculo de acrílico
 1 cuba semicircular transparente
 1 goniômetro com plataforma giratória graduada
 1 régua 40 cm
 1 lanterna

II – DISPERSÃO DA LUZ EM UM PRISMA

 1 banco óptico 40 cm
 4 cavaleiro universal para banco óptico
 1 fonte de luz branca
 1 lente de distância focal f = 5 cm
 1 lente de distância focal f = 15 cm
 1 anteparo com fenda simples
 1 anteparo com orifício de 2 mm
 1 prisma de acrílico
 1 prisma oco transparente
 1 goniômetro com plataforma giratória graduada
 1 régua 40 cm
 1 lanterna
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

(I) ÍNDICE DE REFRAÇÃO

Prática 3 – Medir o índice de refração com feixe de luz laser – método direto
Montou-se os cavaleiros do banco óptico conforme solicitado. Em seguida foi
fixado um laser no extremo da bancada óptica, ajustando a posição da lente até que
se focalizasse em um ponto de emissão de luz no anteparo. Deslocou-se a lente de
aproximadamente 2 mm na direção da fonte de luz, fixando-a com o foco no ponto
de emissão, obtendo um feixe de luz quase paralelo. Alinhou-se o feixe de luz na
direção longitudinal, passando pelo eixo do goniômetro. Assim, ajustou a escala
principal do goniômetro a zero.
Fixando o semicírculo de acrílico no disco giratório da plataforma, orientado
de acordo com o diagrama apresentado, incidiu-se a luz no centro da superfície
plana, alinhando os feixes de luz incidente e refletido no plano horizontal.
Ajustou-se o zero da escala secundária (do disco giratório) para o ângulo de
incidência igual a zero, variando o ângulo de incidência no intervalo de 0º até 90º,
variando em 10º por vez, medindo os ângulos de reflexão e refração com o braço
móvel e o anteparo.

Prática 4 – Medir o índice de refração com feixe de luz laser – método reflexão
interna total
Montou-se o aparato experimental de acordo com o diagrama solicitado,
substituindo a fonte de luz, as lentes e a fenda simples pelo laser, alinhando o feixe
de luz laser na direção longitudinal, passando pelo eixo do goniômetro. Ajustou-se o
zero da escala principal goniômetro, fixando o semicírculo de acrílico no disco
giratório da plataforma, qual estava orientado de acordo com o diagrama
apresentado. O feixe de luz saiu pelo centro da superfície planta.
Ajustando o zero da escala secundária (disco giratório) para o ângulo de
incidência igual a zero, variou-se os ângulos de incidência nos intervalos de 0º a 90º,
anotando os valores de reflexão e de refração com o braço móvel e o anteparo a
cada 10º. Observou-se o que aconteceu com a intensidade dos feixes de luz
refletidos e refratados com o aumento do ângulo de incidência.
(II) DISPERSÃO DA LUZ EM UM PRISMA

Prática 2 – Prisma de acrílico


Montou-se os cavaleiros do banco óptico de acordo com o diagrama
solicitado, fixando a fonte de luz no extremo da bancada óptica. Posicionou-se a
lente L1 (com ponto focal de aproximadamente 5 cm) e o anteparo, com o anteparo
no extremo oposto da bancada óptica, ajustando a posição da luz focalizando o
ponto de emissão de luz no anteparo. Deslocou-se a lente em aproximadamente 2
mm na direção da fonte de luz, ficando-a com o foco no ponto de emissão, obtendo
um feixe de luz quase paralelo. O feixe de luz foi alinhado na direção longitudinal, o
qual passou pelo eixo do goniômetro, fez-se o ajuste do zero da escala principal do
goniômetro.
Fixou-se e centralizou-se o prisma maciço de acrílico no disco giratório da
plataforma, qual estava orientado de acordo com o diagrama apresentado. Mediu-se
o ângulo A do prisma. Ajustou-se o zero da escala secundária (plataforma giratória)
para o ângulo de incidência igual a zero, variando o ângulo de incidência,
procurando a condição de menor desvio do feixe de luz. A luz verde foi usada como
referência. Os ângulos de desvio do feixe de luz foram medidos para várias cores,
utilizando o braço móvel e o anteparo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES

(I) ÍNDICE DE REFRAÇÃO

Prática 3 – Medir o índice de refração com o feixe de luz laser – método direto

Os valores medidos experimentalmente estão organizados na Tabela 1 com


colunas para o ângulo de incidência e seu desvio, e ângulo de refração e seu desvio.

Ângulo de Sen (θ1) Erro (±) Ângulo de Sen (θ2) Erro (±)
Incidência (°) refração (°)
0 0,00 0,03 0 0,00 0,03
10 0,17365 0,03438 3 0,05233 0,03486
20 0,34202 0,03028 6 0,10453 0,03471
30 0,50 0,03 10 0,17365 0,03437
40 0,64279 0,02674 14 0,24192 0,03387
50 0,76604 0,02244 18 0,30902 0,03198
60 0,86602 0,01745 23 0,39073 0,03213
70 0,93969 0,01194 29 0,48481 0,03053
80 0,98481 0,00606 37 0,60181 0,02786
Tabela 1: Valores obtidos para ângulo de incidência (θ1) e ângulo de refração (θ2).

Analisando a Tabela 1 nota se que ao utilizar os procedimentos e resultados


das práticas realizadas é possível validar a 1° Lei de refração, porque a reta normal
que corta os meios, o raio incidente e o raio refratado compõem o mesmo plano, ou
seja, são coplanares.
Uma observação interessante da variação dos ângulos de incidência em
relação aos ângulos de refração é que em quanto os ângulos de incidência variavam
de 10° em 10°, porque foi ajustado pra que houvesse essa diferença, os ângulos de
refração variavam entre si de forma progressiva, variando de 3° entre as primeiras
medidas, para 8 ° nas últimas medidas.
Seguindo a análise dos dados foi construído um gráfico de sen(θ1) em função
a sen(θ2).
Gráfico 1: Sen(θ1) em função a Sen(θ2) e seu ajuste linear.

A relação entre θ1, θ2, n1 e n2 na refração é dada pela Lei de Snell-Descartes:


Se a luz vai de um meio menos para outro mais refringente (n 1 < n2), temos θ2 < θ1,
ou seja, o raio aproxima-se na direção da normal (N).
A reta do ajuste linear é descrita matematicamente por y = a + bx,
relacionando a equação da reta e a expressão da Lei de Snell-Descartes, tem se
que: y = Sen(θ1); b = n2; x = Sen(θ2)
Para encontrar o índice de refração absoluto do acrílico, pode se usar a
inclinação da reta para determinar tal grandeza, sendo que n = 1,26 ± 0,17. O valor
encontrado para o índice de refração do acrílico nesta prática não é igual ao valor da
literatura n = 1,49.
Ainda é possível calcular a velocidade da luz no acrílico baseado nos dados
desse experimento através da expressão:
𝑛𝑎 𝑛𝑏
=
𝑣𝑏 𝑣𝑎

Portanto através da equação, considerando n = 1,26 e c = 3x108 m/s, tem se que a

velocidade da luz no meio acrílico é de 2,38x108 m/s que representa 79,36% da

velocidade da luz no vácuo.


Prática 4 – Medir o índice de refração com o feixe de luz laser- método reflexão
interna total
Organizou se os valores na Tabela 2, com colunas para o ângulo de
incidência e seu desvio, ângulo de reflexão e seu desvio, ângulo de refração e seu
desvio.

Ângulo de Sen (θ1) Erro (±) Ângulo de Sen (θ2) Erro (±) Ângulo de
Incidência (°) refração (°) reflexão (°)
0 0,00 0,03 0 0,00 0,03 0
10 0,17365 0,03438 14,5 0,25038 0,03379 9,5
20 0,34202 0,03028 30,5 0,50734 0,03007 19,5
30 0,50 0,03 48,5 0,74896 0,04626 29,5
40 0,64279 0,02674 74,5 0,96363 0,02313 39,5
43 0,68199 0,02244 90 1 2x10-18 44
50 0,76604 0,00224 49
60 0,86602 0,01745 59,5
70 0,93969 0,01194 69
80 0,09841 0,00606 79,5

Tabela 2: Valores do ângulo de incidência (θ1), ângulo de refração (θ2) e ângulo de reflexão (θ1’)

Por meio dos procedimentos e resultados das práticas realizadas pode se


corroborar a 1° lei da reflexão que enuncia que os raios de luz incidente e refletido
precisam formar o mesmo ângulo com relação à direção da normal, ou seja, θ1 = θ1’,
como observado na tabela os valores de θ1 e θ1’ são aproximadamente iguais,
considerando uma incerteza de ± 0,5°.
Essa experiência tem como objetivo estudar o fenômeno da reflexão total da
luz, em que n1 > n2, uma vez que ocorre apenas quando a luz passa de um meio
mais refringente para outro menos refringente. Além disso, por meio da lei de Snell-
Descartes pode se calcular n2.
1
𝑠𝑒𝑛(43°) =
𝑛2
Ao calcular tem se que n2 = 1,46, ou seja, esse valor corresponde ao índice
de refração absoluto do acrílico.
Outro meio de encontrar o índice de refração do acrílico é por meio do ajuste
linear do Gráfico 2 abaixo:

Gráfico 2: Sen(θ1) em função a Sen(θ2) e seu ajuste linear, para método de reflexão total
O gráfico 2 foi ajustado pela reta y = a + bx, em que sua inclinação é igual a n
= 1,495 ± 0,004.
Para finalizar a análise, ainda é possível encontrar a velocidade do meio, a
partir do resultado da Lei de Snell do ângulo crítico. Para o cálculo será usada a
Equação 1, substituindo os valores tem se que a velocidade é igual 2,05 x 108 m/s,
que equivale a 68,33% da velocidade da luz no vácuo

(II) DISPERSÃO DA LUZ EM UM PRISMA

Prática 2 – Prisma de acrílico


Confeccionou-se uma tabela organizando os valores obtidos, em colunas de
cor, seu comprimento de onda (λ), distância, ângulo de desvio mínimo e índice de
refração com seus respectivos erros.

Cor ʎ(nm) d(cm) Erro(± cm) Tan(D) = d/L Erro(±) Ângulo D(°) Erro(±°) Índice de Erro(±)
refração n
660 27 0,05 0,8874 0,002 41,59 0,4 2,2598 0,2
605 27,25 0,05 0,8995 0,002 41,97 0,4 2,2702 0,2
580 27,45 0,05 0,9093 0,002 42,28 0,4 2,2786 0,2
535 27,7 0,05 0,9216 0,002 42,66 0,4 2,2889 0,2
475 28,4 0,05 0,9570 0,002 43,74 0,4 2,3182 0,2
425 29,05 0,05 0,9911 0,002 44,74 0,4 2,3451 0,2

L = 37,2 (cm) A= 30 °
Tabela 3: Dados experimentais da dispersão da luz em um prisma
Pela lei de Snell, os diferentes comprimentos de onda da luz serão desviados
de ângulos diferentes e consequentemente índice de refração diferente.
O índice de refração de cada faixa de cor é proporcional à frequência da luz e
inversamente proporcional ao seu comprimento de onda. Isso indica que a luz
violeta, por exemplo, deve sofrer um desvio angular maior do que a luz vermelha.
Os dados da tabela estão dispostos nos gráficos a seguir.

Gráfico 3: Índice de refração em função do comprimento de onda.

Fazendo o gráfico de n(1/ʎ2) pode se obter o ajuste para os parâmetros da


equação de Cauchy, para o prisma de acrílico.

(nm)

Gráfico 4: Índice de refração em função de 1/ʎ2.


Correlacionando a equação de Cauchy e a equação da reta obtida pelo ajuste
linear, tem se que Y = n, x = 1/ʎ2, a = a e b =b, onde índice de refração n = 1,96
 Explicar por que o prisma decompõe o feixe de luz branca? E porque isto não
acontece com um bloco de faces paralelas.

O prisma óptico é formado por um meio material transparente limitado por dois
dioptros planos não paralelos. Por não ter faces paralelas a luz branca que vem pelo
ar, quando passa por um prisma sofre um desvio, que só é possível, pois forma
ângulos de incidência, refração e reflexão o que não ocorreria se as faces do prisma
fossem paralelas. Além disso, o ângulo externo de um triângulo é igual à soma de
seus ângulos internos não adjacentes. Sendo o ângulo A formado pelo
prolongamento das normais N1 e N2 em relação às faces do prisma, mecanismo
esse que corrobora a necessidade de as faces do prisma serem não paralelas.
CONCLUSÕES

Mediante aos resultados encontrados, é visto uma diferença dos dados


esperados dentro da teoria, como por exemplo os valores do índice de refração no
acrílico, qual obtivemos um valor real menor. Entretanto, o experimento foi de
grande importância para o maior entendimento do comportamento dos feixes de
luz/lasers nas diversas superfícies. Sendo também possível verificar essa
confirmação experimental das leis de Snell-Descartes, determinando os valores de
índice de refração para cada cor utilizada.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física. V.3,


8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009.

Instituto de Física de São Carlos. Laboratório de Óptica. USP, São Paulo. 2015.
Disponível em: <http://granada.ifsc.usp.br/labApoio/images/apostilas/fisicaiv-quimico
s.pdf>. Acesso: 24/05/2021

ZEMANSKY, Sears e FREEDMAN, Young E. Física III Eletromagnetismo, Ed.


Addisson Wesley, 2009

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