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C. F. M.

EMPRESA NACIONAL DE PORTOS E CAMINHOS DE FERRO DE MOÇAMBIQUE, E. E.

MATÉRIAS PERIGOSAS

Editado por:

Fernave, SA
Revisto em:

Agosto de 2012

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Índice

1.APRESENTAÇÃO.............................................................................................................................. 5

2.MATÉRIAS PERIGOSAS.................................................................................................................... 5

3.DEFINIÇÕES..................................................................................................................................... 8

4.NORMATIVOS DE REFERÊNCIA ..................................................................................................... 10

5.A CLASSIFICAÇÃO DAS MATÉRIAS PERIGOSAS.............................................................................. 11

6.CARACTERÍSTICAS E PRINCIPAIS RISCOS DE TRANSPORTE DAS MATÉRIAS PERIGOSAS POR


CLASSE. ............................................................................................................................................ 15

7.CONDIÇÕES DE ACEITAÇÃO .......................................................................................................... 25

8.NOTA DE DESPACHO..................................................................................................................... 26

9.TRANSPORTE POR COMBOIO DE PASSAGEIROS OU MISTO.......................................................... 27

10.INVÓLUCROS .............................................................................................................................. 27

11.DESTINATÁRIO............................................................................................................................ 33

12.INVÓLUCRO PODE SER ABERTO E EXAMINADO .......................................................................... 33

13.INVÓLUCROS DANIFICADOS ....................................................................................................... 33

14.TIPO DE VEÍCULO A SER UTILIZADO ............................................................................................ 34

15.PRECAUÇÕES DURANTE A MANUSEAMENTO, CARREGAMENTO, DESCARREGAMENTO E


ARMAZENAMENTO.......................................................................................................................... 34

16.CARREGAMENTO MISTO............................................................................................................. 36

17.FORMAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DE COMBOIOS............................................................................ 36

18.MEDIDAS DE PRÉ-PERIGO ........................................................................................................... 37

19.ETIQUETAGEM DOS VEÍCULOS E DA ACÇÃO A SER TOMADA NAS EMERGÊNCIAS OU QUANDO


OS RECIPIENTES SÃO DANIFICADOS................................................................................................. 40

20.COMPATIBILIDADE...................................................................................................................... 55

21.PRECAUÇÕES DURANTE O TRANSPORTE .................................................................................... 56

22.TRANSPORTE CONSIDERADO COMO INSEGURO......................................................................... 56

23.DEVOLUÇÃO DE VASILHAME ...................................................................................................... 57

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24.REQUISITOS ADICIONAIS PARA CONTENTORES DE CARGA......................................................... 57

25.PREVENÇÃO E ACTUAÇÃO EM CASO DE ACIDENTE..................................................................... 57

26.ACTUAÇÃO EM CASO DE ACIDENTES .......................................................................................... 60

27.ACTUAÇÃO EM CASO DE INCÊNDIO ............................................................................................ 61

28.ACTUAÇÃO EM CASO DE FUGA OU DERRAME ............................................................................ 61

MATÉRIAS PERIGOSAS
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1. APRESENTAÇÃO
O presente manual destina-se à formação técnica do universo de pessoal, que intervêm no
processo de Transporte de Mercadorias Perigosas, incluindo a aceitação a transporte, o
acondicionamento e expedição da mercadoria.

As matérias aqui tratadas, incidem especialmente sobre o conhecimento dos diferentes tipos de
mercadorias perigosas, sua classificação e identificação de perigo, análise e precauções para
aceitação a transporte, acondicionamento da mercadoria, documentação de transporte,
sinalização, prevenção de acidentes e actuação em casos de emergência., conforme se encontra
Regulamentado pela SADC (Southern Africa Developement Community).

Em face do exposto, estamos convictos de que a formação irá demonstrar-se como um


elemento potenciador de uma nova cultura sobre as matérias perigosas e também factor
decisivo para a melhoria da qualidade de desempenho dos trabalhadores.

Uma força de trabalho sábio e formado é uma maneira prática para que os caminhos de ferro
dos membros de SADC mostrem a transparência no nosso compromisso para operar-se de tal
maneira que protegeremos vidas e o ambiente.

2. MATÉRIAS PERIGOSAS
2.1. CONCEITO DE MATÉRIAS PERIGOSAS

Em sentido lato, podem definir-se como "Matérias Perigosas" todas as matérias, substâncias ou
objectos que, durante o seu fabrico, manipulação, transporte, armazenamento ou uso, podem
gerar ou desprender poeiras, fumos, gases, vapores irritantes, inflamáveis, explosivos,
corrosivos, asfixiantes, tóxicos ou de outra natureza perigosa, ou que emanam radiações em
quantidade tal, que podem afectar e lesionar a saúde das pessoas que com elas contactam ou
que podem causar danos materiais nas instalações fixas e meio ambiente, muitas vezes de
consequências irreparáveis.

Para efeitos de transporte consideram-se mercadorias perigosas as matérias e objectos cujo


transporte ferroviário é autorizado sob certas condições ou proibido por regulamentação
específica.

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O quantitativo de matérias perigosas é, actualmente, muito elevado. Alguns manuais
publicados, relativamente a esta temática, registam a existência de um número superior a 12
000 substâncias perigosas. A última edição do "Livro Laranja" da ONU (Organização das Nações
Unidas), sobre transporte de matérias perigosas refere as aproximadamente, 3 000
consideradas mais importantes sob o ponto de vista da sua perigosidade e relevância socio-
económica da sua produção e transporte. A propósito dos quantitativos de matérias perigosas
existentes, poderá, ainda, adiantar-se, que segundo elementos bibliográficos datados de 1985,
existem catalogadas cerca de sete milhões de moléculas químicas distintas, que, pese embora o
facto de muitas delas não credenciarem importância industrial, perspectivam uma ideia da
grandeza do seu quantitativo e, da sua enorme variedade.

2.2. A IMPRESCINDIBILIDADE DO USO DE MATÉRIAS PERIGOSAS

Constitui um facto evidente e, como tal irrefutável, que os produtos considerados como
perigosos resultam imprescindíveis para a vida moderna. É, de todo, impensável o
desenvolvimento e progresso da nossa actual civilização sem o recurso e utilização desses
produtos. No entanto, não se infira destas palavras, que a vida seria impossível sem eles;
verifica-se evidente, isso sim, que um "Mundo" sem produtos dos considerados perigosos e,
muito particularmente, dos produtos químicos, resultaria, desde logo, muito diferente e distinto
daquele em que vivemos.

Indubitavelmente, a qualidade de vida ver-se-ia melhorada nalguns aspectos, pois, haveria, por
exemplo, uma menor contaminação ambiental e menores índices de perigosidade para a vida
humana, no entanto, de forma genérica, acredita-se, que o desaparecimento das matérias
perigosas, resultaria num balanço negativo, de consequências bem mais nefastas, que
proveitosas.

Em suma, não será demais repetir, que, embora perigosas, tais matérias são imprescindíveis
para a vida moderna da Humanidade.

2.3. RISCOS DE TRANSPORTE DE MATÉRIAS PERIGOSAS

Um maior índice de riscos no transporte de matérias perigosas, comparativamente ao


transporte de outras mercadorias, constitui um facto, que ninguém poderá escamotear.

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Constata-se, que o transporte de matérias perigosas enquanto não se apresenta relevante do
ponto de vista quantitativo no contexto global do transporte de mercadorias é, entretanto e de
forma significativa, importante e relevante do ponto de vista qualitativo, pois, protagoniza, ao
mesmo tempo, dois tipos de risco, a saber:

 Risco devido aos perigos intrínsecos do próprio produto;

 O risco decorrente da função transporte, devido às "condições de tráfego" subjacentes.

De entre os riscos devidos aos perigos intrínsecos do próprio produto eles assentam,
essencialmente, na:

 Alta energia dos produtos químicos, que se tornam explosivos, inflamáveis, etc...;

 Toxicidade;

 Energia cinética ou potencial, que intervém na sua manipulação ou transporte.

Verifica-se, que os riscos inerentes à perigosidade potencial do próprio produto, serão sempre
maiores, ainda que a origem dum eventual acidente resida nos citados riscos decorrentes da
função transporte; as consequências dum eventual acidente poderão ver-se agravadas pela
perigosidade intrínseca da matéria perigosa transportada.

Porque se procede, diariamente, ao transporte de produtos com diferentes propriedades e


perigosidade, de uns lugares para outros, com o risco inerente ao seu transporte, sempre que
ocorre um acidente, envolvendo produtos desta natureza, os meios de comunicação social e a
opinião pública, em geral, interessam-se por saber se, apesar destes acidentes, a Sociedade
pode viver tranquila face ao cada vez mais acentuado quantitativo destes transportes, com que,
quotidianamente, nos cruzamos na rodovia e na ferrovia.

Prevenir e evitar os riscos de acidente, conjuntamente com o assegurar a protecção e


salvaguarda das pessoas, dos bens e do meio ambiente constituem o centro de toda a
problemática emergente do transporte de matérias perigosas.

Ora, se a opinião pública conhece melhor que no passado, a incidência do risco e o seu carácter
múltiplo, aceita mal, que o contínuo e crescente aperfeiçoamento das tecnologias envolvidas
não permitam minimizar, paralelamente, os efeitos menos desejáveis.

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Assim, transportar uma mercadoria considerada perigosa requererá, a par de meios técnicos e
materiais mais fiáveis, que os recursos humanos envolvidos sejam habilitados de conhecimentos
específicos, de modo a garantir-se um transporte mais seguro. Deverá ter-se sempre presente,
que, se a viagem (transporte) decorre normalmente, acontece, praticamente, o mesmo que com
outra mercadoria, a diferença surgirá sempre no caso de acidente, quer pelas consequências
nefastas que concretizará, quer pelo grande impacto social, que causa.

3. DEFINIÇÕES
 "Gás comprimido" significa todo o material ou mistura que têm no recipiente uma pressão
absoluta que excede o kPa 270 em 20°C ou não obstante a pressão em 20°C que tem uma
pressão absoluta superior a kPa 800 em 65°C ou qualquer líquido inflamável com uma
pressão do vapor de que excede o kPa 270 absoluto em 38°C

 "declaração da embalagem de recipiente" é uma certificação em que o recipiente de


transporte usado é adequado, embalado e correctamente atado para o transporte seguro
dos materiais perigosos carregados.

 "corrosivo" significa um líquido ou um sólido que, pela sua acção química, causam lesões
graves nos tecidos vivos, pelo seu contacto, podendo, por derrame ou escape causar danos
assinaláveis a outras mercadorias ou ao próprio meio de transporte e, inclusivamente, levar
à sua destruição;

 "substâncias perigosas quando molhadas" significa uma substância, sólido ou líquido, que
quando em contacto com humidade ou água, puderem se transformar inflamáveis
espontâneos ou expelir gases inflamáveis ou tóxicos em quantidades perigosas;

 "descontaminação" significa a remoção de todos os traços do material perigoso do


recipiente de vagão ou do ambiente;

 "desinfecção ou fumigação" significa a remoção de quaisquer traços de materiais


infecciosas de um recipiente de vagão ou do ambiente;

 "explosivos" significa as substâncias e bens que têm um perigo da explosão ou da


projecção.

 "gás inflamável" que é uma categoria "de gás comprimido", e que constitua um gás de:

 uma mistura de 13% (pelo volume) ou menos com ar dá forma a uma mistura
inflamável,

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ou

 a escala do inflamabilidade, determinada na temperatura e na pressão atmosféricas,


são superiores a 12%;

 "líquido inflamável" significa um líquido, ou uma mistura dos líquidos, ou um líquido que
contem sólidos na solução ou em suspensão (excepto as substâncias Classificadas de outra
maneira de acordo com as suas características perigosas) que tenha um ponto de fulgor
que não excede o °C 61 e uma pressão que não excede o kPa 100 em absoluto aos 38°C;

 "sólido inflamável" por qual é significado uma substância contínua (à excepção de um


explosivo) que, sob as circunstâncias encontradas no transporte, seja prontamente
combustível, ou pode causar ou contribuir ao fogo com a fricção;

 "ponto de fulgor" a temperatura mais baixa em que uma substância libertará o vapor
suficiente que dará um flash momentâneo quando uma fonte exterior do calor for aplicada
e cessará quando o calor for removido;

 "contentor e transporte" um item do equipamento de transporte que é de um carácter


permanente e suficientemente forte para ser utilizado várias vezes, concebido
especialmente para transportar bens por mais de uma modalidade;

 "substâncias infecciosas" compreendem as matérias, que se saiba ou se tenha razões para


pensar, que contêm agentes patogénicos que são definidos como microorganismos
(incluindo bactérias, vírus, parasitas, fungos) ou como microorganismos recombinantes
(híbridos ou mutantes) dos quais se sabe ou se tem bons motivos para crer que causam
doenças quer nos animais quer nos seres humanos, nalguns casos enfermidades graves;

 "substância perigosa variada" significa uma substância que durante o transporte apresenta
um perigo ou perigos e que não seja apropriado para incluir nas outras Classes de bens
perigosos;

 "peróxido orgânico" matérias tecnicamente instáveis, que podem experimentar uma


decomposição explosiva, inflamar-se rapidamente ou ter reacções perigosas com outras
substâncias.

 "substância oxidante ou comburente" significa uma substância (à excepção de uma que é


Classificada como um explosivo) que, não necessariamente combustível em si mesmo,
liberta o oxigénio prontamente e assim estimula ou causa a combustão de outros materiais;

 "gás tóxico" é uma categoria de "gás comprimido" tanto quanto a pressão e "uma
substância tóxica" tanto quanto o inalação ou o contacto com a pele;

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 "substância (tóxica) venenosa" significa uma substância que provavelmente causa a morte,
ou ferimento grave à saúde, se engolido, inalado ou entrar em contacto com a pele;

 "líquido inflamável que dá forma a pressão" significa um líquido inflamável com um kPa de
100 mas não excede a pressão do vapor de Reid, não superior aos 270 kP a 38°C absoluto;

 "material radioactivo" significa uma substância de que se emita espontaneamente


radiação ionizante e com uma radioactividade por grama superior a 0.002 microcurie;

 "substâncias passíveis à combustão espontânea" significa uma substância que seja passível
a aquecimento espontâneo sob as circunstâncias encontradas no transporte, ou ao
aquecimento quando no contacto com a ar, e pode inflamar-se;

 "cartão da transporte de emergência (tremcard)" um documento que tem que ser levado
com o contentor para ajudar aos trabalhadores da resposta da emergência e reduzir o
perigo especifico que a carga pode se apresentar no local de um incidente ou acidente.

 "veículo" o vagão, cisterna ou contentor de carga usado para o transporte dos bens na
linha férrea;

4. NORMATIVOS DE REFERÊNCIA
Os seguintes padrões contêm provisões que constitui provisões deste padrão:

SABS 0228: A identificação e a Classificação de substâncias perigosas e de bens

Este código de prática cobre as provisões para a identificação de substâncias perigosas e os bens
que são Classificados em nove Classes diferentes de acordo com as Classificações internacionais
reconhecidas e aceite pelos caminhos de ferro dos membros de SADC

Empacotar os bens perigosos para o transporte da estrada e do CF em África


SABS 0229:
Austral

Este código de prática identifica vários métodos de empacotar que é apropriado para quantidades
máximas prescritos dos materiais listadas perigosos que podem ser oferecidos para o transporte
ferroviário ou rodoviário em Africa austral. Descreve exigências de desempenho mínimas para
empacotar e os procedimentos que serão indicados em empacotar

IMDG - CODIGO Código marítimo internacional de materiais perigosos como produzido pela
organização marítima internacional e aceite pela Organização das Nações

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Unidas

5. A CLASSIFICAÇÃO DAS MATÉRIAS PERIGOSAS


Deverá dizer-se, como nota de observação prévia, que "a ordem de numeração das substâncias
perigosas não apresenta qualquer relação com a magnitude do perigo, pois, são números
aceites, convencionalmente, para distinguir classes distintas de substâncias, sem terem nada a
ver com os riscos".

Observaremos de seguida, a classificação das matérias perigosas e, atentando nessa


classificação das matérias perigosas para transporte por superfície terrestre (rodovia e ferrovia)
segundo a regulamentação aplicável a estes dois tipos de transporte.

CLASSE 1 - EXPLOSIVOS

Substâncias e artigos que têm um perigo maciço de explosão em


todo o seu volume (entenda-se por explosão “em todo o seu
Classe 1.1 Etiqueta 1
volume” a que ocorre de modo, praticamente, instantânea na
totalidade da carga)

Substâncias e objectos, que apresentam um risco de projecção,


Classe 1.2 Etiqueta 1
mas não um risco de explosão de todo o seu volume

Substâncias e objectos, que apresentam um risco de incêndio, ou


de que se possam produzir pequenos efeitos explosivos ou de
Classe 1.3 Etiqueta 1
projecção, ou ambos em simultâneo, mas não um risco de
explosão em todo o seu volume.

Substâncias e objectos, que não apresentam qualquer risco


Classe 1.4 Etiqueta 1
considerável ou é mínimo esse risco.

Substâncias e objectos de fraca sensibilidade, que não


Classe 1.5 Etiqueta 1
apresentam um risco de explosão em todo o seu volume.

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CLASSE 2 – GASES: Comprimidos ou não, Liquefeitos ou dissolvidos sobre pressão

Classe 2.1 Gases inflamáveis Etiqueta 2.1

Classe 2.2 Não inflamáveis Etiqueta 2.2

Classe 2.3 Gases tóxicos Etiqueta 2 3

CLASSE 3 – LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS

Grupo dos líquidos com ponto de fulgor e um ponto de fulgor de


Classe 3.1 Etiqueta 3
copo fechado inferior a 18ºC

Grupo dos líquidos com ponto de fulgor intermédio e um ponto


Classe 3.2 Etiqueta 3
de fulgor de copo fechado de 18ºC até 23ºC exclusive.

Grupo dos líquidos com ponto de fulgor alto e um ponto de fulgor


Classe 3.3 Etiqueta 3
de copo fechado de 23ºC até incluindo 61ºC inclusive.

CLASSE 4 – SÓLIDOS INFLAMÁVEIS

Matérias sólidas, que não estão compreendidas entre as


classificadas como substâncias explosivas, mas, que em virtude
Classe 4.1 Etiqueta 4.1
das condições a que são submetidas durante o transporte, podem
inflamar-se facilmente, provocar ou activar incêndios por fricção.

Matérias que podem aquecer-se espontaneamente, devido às


Classe 4.2 condições de transporte ou, que pelo contacto com o ar podem Etiqueta 4.2
inflamar-se espontaneamente, num período de 5 (cinco) minutos.

Matérias que por reacção com a água podem tornar-se


Classe 4.3 espontaneamente inflamáveis ou desprender gases inflamáveis, Etiqueta 4 3
em quantidades consideradas perigosas.

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CLASSE 5 – SUBSTÂNCIAS OXIDANTES E PERÓXIDOS ORGÂNICOS

Matérias oxidantes ou comburentes:

Classe 5.1 São matérias que, sem serem necessariamente combustíveis, Etiqueta 5.1
podem, pela libertação de oxigénio, causar ou facilitar a
combustão de outras.

Peróxidos orgânicos:

São matérias tecnicamente instáveis, que podem experimentar


Classe 5.2 Etiqueta 5.2
uma decomposição explosiva, inflamar-se rapidamente ou ter
reacções perigosas com outras substâncias. São, particularmente,
lesivas dos olhos.

CLASSE 6 – SUBSTÂNCIAS TÓXICAS E INFECCIOSAS

Matérias tóxicas:

Agrupam-se nesta Classe as matérias tóxicas das quais se sabe,


por experiência, ou das quais se pode admitir, a partir de
Classe 6.1 Etiqueta 6.1
experiências feitas com animais, que podem, em quantidade
relativamente fraca, numa acção única ou de curta duração,
prejudicar a saúde dos seres humanos ou, mesmo causar a morte
por inalação, por absorção cutânea ou por ingestão.

Matérias infecciosas:

Compreendem as matérias, que se saiba ou se tenha razões para


pensar, que contêm agentes patogénicos que são definidos como
Classe 6.2 microorganismos (incluindo bactérias, vírus, parasitas, fungos) ou Etiqueta 6.2
como microorganismos recombinantes (híbridos ou mutantes) dos
quais se sabe ou se tem bons motivos para crer que causam
doenças quer nos animais quer nos seres humanos, nalguns casos
enfermidades graves.

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CLASSE 7 – SUBSTÂNCIAS RADIOACTIVAS

Etiquetas:
Entende-se por MATÉRIA radioactiva toda a substância cuja
actividade específica é superior a 0,002 microcurios por grama.

A "actividade específica" define-se como o número de Radioactivo I


transformações nucleares espontâneas, que se produzem num
Radioactivo II
Classe 7 radionuclídeo por unidade de tempo. Segundo o Sistema
Radioactivo III
Internacional (SI) de medida da actividade, corresponde a uma
desintegração por segundo.

(categoria I, II,
III)

CLASSE 8 – MATÉRIAS CORROSIVAS

São matérias que, pela sua acção química, causam lesões graves
nos tecidos vivos, pelo seu contacto, podendo, por derrame ou
Classe 8 escape causar danos assinaláveis a outras mercadorias ou ao Etiqueta 8
próprio meio de transporte e, inclusivamente, levar à sua
destruição.

CLASSE 9 – OUTRAS SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS

São matérias, que durante o transporte, apresentam riscos


Classe 9 Etiqueta 9
distintos dos correspondentes às demais Classes.

Todas as administrações ferroviárias que façam um transporte internacional que considerem os


produtos a transportar como não classificados ou classificados como demasiado perigoso para
esse transporte deve avisar disso as restantes redes interessadas no transporte.

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6. CARACTERÍSTICAS E PRINCIPAIS RISCOS DE TRANSPORTE
DAS MATÉRIAS PERIGOSAS POR CLASSE.

6.1. PRODUTOS EXPLOSIVOS

6.1.1. CARACTERÍSTICAS

Sabemos já, pertencerem a esta classe alguns produtos considerados de elevada perigosidade.
Incluem-se, no entanto e não somente, explosivos em si, mas, igualmente, substâncias diversas,
que por si mesmas ou em certas misturas, ou quando expostas ao calor, choque ou fricção
podem causar explosões, geralmente seguidas de incêndio.

Algumas substâncias podem converter-se em explosivas devido a alterações químicas internas


na sua estrutura (por exemplo: auto-oxidação) sem influência externa aparente ou visível.

6.1.2. PRINCIPAIS PERIGOS DE TRANSPORTE DE EXPLOSIVOS

Ordenados por ordem crescente de importância, os riscos mais susceptíveis de se verificarem,


consistem:

1º. Avaria (Paragem por...);

2º. Queda da carga para fora do veículo;

3º. Descarrilamento ou choque do veículo;

4º. Incêndio;

5º. Explosão da carga;

6º. Actos criminosos.

São tão importantes os riscos enunciados, que as medidas de segurança, concretizam mais os
aspectos preventivos, que a alívio dos seus efeitos.

Evidentemente, que em caso de ocorrência de acidentes, também se poderão tomar medidas


eficazes, repita-se, no entanto, que o mais importante, será sempre evitar que ocorram.

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6.2. GASES

6.2.1. CARACTERÍSTICAS

Inclusos sob esta denominação encontramos diversos tipos de produtos, que podem apresentar
riscos muito distintos. Há os produtos inflamáveis e os não inflamáveis, os tóxicos e os não
tóxicos, os inflamáveis e ao mesmo tempo tóxicos. Outra "família" importante, devido à sua
perigosidade são os quimicamente instáveis, que tanto podem ser tóxicos ou não.

Como, facilmente, se compreenderá, atendendo ao descrito no parágrafo anterior, são tão


variadas as suas características e riscos, que pouco se poderá dizer relativamente aos perigos e
reacções dos "gases" - como conjunto, devido à sua diversidade.

Sob o ponto de vista físico os gases classificam-se em:

 Comprimidos:

São gases que à temperatura atmosférica normal, se mantêm nos seus recipientes, em
estado gasoso, sob pressão.
Exemplos: Oxigénio, Azoto, Árgon, Metano, etc.

 Liquefeitos

São gases, que por acção do frio, da pressão, ou uma combinação daqueles dois efeitos,
se convertem em líquidos, sendo desta forma transportados em recipientes a
determinada pressão. Se por qualquer causa se libertam do seu recipiente, convertem-
se, novamente, em gases. Uma parte do produto está no estado líquido e, encimando
esta, há uma parte do produto em estado gasoso.

Exemplos: Cloro, Amoníaco, Propano, Butano, etc.

 Dissolvidos sob pressão

São gases, que se dissolvem facilmente, a uma determinada pressão, dentro de um


líquido.

Exemplos: Amoníaco dissolvido em água, acetileno dissolvido em acetona, etc.


 Liquefeitos refrigerados (criogénicos)

São gases, que se liquefazem a temperaturas mais baixas, que as temperaturas


atmosféricas normais.

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Têm o inconveniente de não poderem manter-se indefinidamente no seu recipiente,
pois, através das paredes deste vai-se processando a absorção do calor atmosférico,
produzindo-se um aumento do valor da pressão, pelo que, senão se liberta para o
exterior do recipiente algo do produto, ir-se-á elevando, paulatinamente até um nível,
que poderá fazer rebentar-se o recipiente.
Exemplos: Gás natural, Ar, Azoto, etc.

6.2.2. PRINCIPAIS PERIGOS DE TRANSPORTE DE GASES

Pese embora a grande diversidade de riscos, que apresenta o transporte de gases e, havendo
necessidade de indicar um, capaz de ser comum a todos os gases, esse seria o risco de que ao
serem transportados em recipientes sob pressão, uma chama ou uma fonte externa
proporcionadora de calor, incrementaria, extraordinariamente, a pressão no interior do
recipiente, podendo originar o seu rebentamento.

Por esta razão se verifica a importância de refrigerar as cisternas de transporte de gases, quando
haja lugar a focos de incêndio ou aumentos excessivos de calor.

Um caso à parte e ímpar pela sua perigosidade, consiste no denominado BLEVE (Boiling Liquid
Expanding Vapor Explosion / Explosão de Vapores de Líquido em Expansão), em que podem
incorrer recipientes, que transportam gases liquefeitos e, também, os líquidos inflamáveis, em
certas condições. As consequências devido à ocorrência de BLEVE's, podem ser catastróficas.

Pela sua muita elevada perigosidade, este é um dos tipos de acidente que deverá evitar-se a sua
ocorrência, em qualquer circunstância.

6.3. INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS

6.3.1. CARACTERÍSTICAS

Vulgarmente, as matérias deste tipo são denominadas, tão só e simplesmente, de "inflamáveis",


"altamente inflamáveis", ou "espontaneamente inflamáveis".

Sem embargo científico ou outro, para o caso dos líquidos e certos gases, pode afirmar-se que o
seu grau de perigosidade é inversamente proporcional ao seu ponto de inflamação ou seja
quanto mais baixo for o seu ponto de inflamação maior é o perigo.

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O ponto de inflamação de um líquido (em inglês: "Flash Point") consiste no valor da temperatura
em que um líquido produz vapores em quantidade suficiente para formar uma mistura
combustível com o ar.

Existem quatro Classes de produtos inflamáveis a saber:

 Líquidos inflamáveis (Classe 3);

 Matérias sólidas inflamáveis (Classe 4.1);

 Matérias sujeitas a inflamação espontânea (Classe 4.2);

 Matérias que, em contacto com a água, libertam gases inflamáveis (Classe 4.3)

6.3.2. PRINCIPAIS PERIGOS DE TRANSPORTE DE PRODUTOS INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS

O perigo de transporte mais evidente destaca-se, pela própria definição e denominação destes
produtos e, consiste na inflamabilidade, ainda que, alguns destes produtos possam apresentar
outros perigos, nomeadamente, a toxicidade, a corrosão, etc.

Nestas Classes e, porque sendo todos produtos inflamáveis, a sua perigosidade é muito variável,
cotando-se em riscos muito baixos no que respeita aos sólidos e em riscos muito elevados no
tocante aos produtos espontaneamente inflamáveis.

Além dos produtos enunciados anteriormente, estarão, ainda, os produtos, que em contacto
com a água desprendem gases inflamáveis e, que deverão ser objecto dos maiores cuidados e
prevenção, sobretudo em caso de incêndio, pois o agente extintor a utilizar, deverá ser sempre
à base de agentes secos.

Evidentemente, que o caso dos produtos pirofóricos é um caso especial, tão grandes são os
riscos de inflamabilidade e explosão, que deverão ser atendidos caso a caso, de forma
minuciosa.

Convirá, ainda, lembrar que alguns líquidos, em determinadas condições podem sofrer BLEVE's.

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6.4. MATÉRIAS OXIDANTES (COMBURENTES) E PERÓXIDOS ORGÂNICOS

6.4.1. CARACTERÍSTICAS

São substâncias muito ricas em oxigénio, que podem actuar como "sustento" de uma
combustão, intensificando, assim, a importância de um possível incêndio.

Algumas delas, tais como cloratos e permanganatos, quando, de forma acidental, submetidas a
fricção, podem fazer arder matérias orgânicas.

Também, certos ácidos, fortemente oxidantes (por exemplo os ácidos sulfúrico e nítrico), em
contacto com matéria orgânica, podem causar e accionar combustões e provocar, deste modo,
sem que se necessite de qualquer chama, incêndios perigosos.

Fique claro, que os produtos oxidantes (também denominados de comburentes), propriamente


ditos, ainda que se lhes aplique fogo não ardem, no entanto se nas suas proximidades existirem
outras substâncias, que possam arder (madeira, papel, álcool, etc.) fazem incrementar,
extraordinariamente, a possibilidade e violência do fogo das substâncias, que podem arder.

A outra Classe de produtos oxidantes ou seja os Peróxidos Orgânicos podem, além do mais,
arder. Os peróxidos orgânicos são, pois, além de substâncias comburentes, quimicamente
instáveis.

Conforme já referido, aquando da classificação das matérias perigosas as substâncias oxidantes


assentam em duas Classes: distintas: Matérias Oxidantes (Classe 5.1) e Peróxidos Orgânicos
(Classe 5.2).

 MATÉRIAS OXIDANTES (COMBURENTES) (CLASSE 5.1)

São, repete-se, matérias, que por si só, não ardem, mas favorecem de forma considerável a
combustão de substâncias capazes de arder.

Exemplos: Permanganatos, Cloratos, Herbicidas (constituidos por misturas de clorato de sódio e


potássio ou cálcio com um cloreto higroscópico).

MATÉRIAS PERIGOSAS
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Acção:
 PERÓXIDOS ORGÂNICOS (CLASSE 5.2)

São matérias comburentes, tal como as anteriores mas, porque muito profusamente ricas em
oxigénio, podem ser combustíveis e relativamente instáveis, que ao decomporem-se podem
desprender oxigénio, característica que pode favorecer, consideravelmente, qualquer
combustão.

Daqui a sua especial perigosidade, pois, nelas residem dois perigos: por um lado são
comburentes e por outro combustíveis. Desta circunstância o serem tão perigosas.

Exemplos: Peróxido de Butilo (terciário), Peróxido de Benzoílo, Peróxido de Ciclohexanona e


muitos outros peróxidos de carácter orgânico.

6.4.2. PRINCIPAIS PERIGOS DE TRANSPORTE DE MATÉRIAS OXIDANTES (COMBURENTES) E


PERÓXIDOS ORGÂNICOS

Das características destas matérias comburentes e, por vezes, também combustíveis, verifica-se
constituir o seu risco de transporte mais perigoso, o de que se envolvam, por qualquer
circunstância que seja, num incêndio. A situação de incêndio incrementar-se-ia,
extraordinariamente, podendo mesmo, haver lugar a explosões.

Numa composição ferroviária em que circulassem vagões anexos transportando, quer


substâncias comburentes, quer substâncias combustíveis e ocorresse uma colisão ou incêndio,
as consequências seriam, decerto catastróficas.

6.5. MATÉRIAS TÓXICAS E INFECCIOSAS

6.5.1. CARACTERÍSTICAS

Incluídos na denominação genérica de produtos tóxicos e infecciosos surge-nos uma enorme e


exaustiva variedade de produtos que, muitas vezes, não possuem nem propriedades químicas
nem características físicas comuns, apresentando como única concomitância, o facto de serem
tóxicos ou infecciosos (nocivos) quer para o Homem quer para os animais.

Assim, considerando essa "toxicidade" distinguem-se distintas facetas do perigo, que poderão
ser:

 Tóxicos por inalação;

 Tóxicos por ingestão;

MATÉRIAS PERIGOSAS
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Acção:
 Tóxicos por absorção cutânea.

 MATÉRIAS TÓXICAS (CLASSE 6.1)

São substâncias que afectam o organismo, podendo produzir lesões irreversíveis e,


inclusivamente, a morte.

Exemplos: Àcido Cianídrico, Fenol, Anilina, Óxido Arsénico, etc.

 MATÉRIAS INFECCIOSAS (CLASSE 6.2)

São substâncias que contêm microorganismos patogénicos, que poderão ser perigosos para os
seres vivos.

Exemplos: Recortes de peles, Ossos, Vísceras, Glândulas, Estrume, etc.

6.5.2. PRINCIPAIS RISCOS DE TRANSPORTE DE MATÉRIAS TÓXICAS E INFECCIOSAS

Não será errado admitir-se a filosofia de que estes produtos consubstanciam o risco de que, por
qualquer circunstância - fogo, derrame, fuga, choque, queda, etc.- possam libertar-se dos
recipientes onde estão contidos e, entrando em contacto com o corpo humano, podem causar-
lhe lesões, desde ligeiras irritações cutâneas nos casos mais "leves" a consequências fatais nos
casos mais graves.

A ingestão oral de produtos só muito raramente poderá verificar-se (casos de tentativa de


suicídio), no entanto, as suas consequências serão sempre demasiado gravosas; a morte será,
pois, iminente.

Havendo contaminação de recursos hídricos (rios, lagos, nascentes, etc.) constituirá um


problema de consequências graves, nalguns casos mesmo irreparáveis.

O risco de contacto apresenta-se de pouco significado, pois, em casos normais, não é frequente.

O risco principal e mais evidente poderá advir dos casos de inalação de vapores ou gases, pois,
verificando-se a libertação de produtos tóxicos para o exterior do recipiente onde se encontram,
este risco será sempre de muito difícil controlo.

Esta situação de risco será tanto maior se, por exemplo, o acidente ocorrer em zonas urbanas de
elevada densidade e concentração populacional, pois, a nuvem tóxica, que se formará, poderá
difundir-se e afectar pessoas colocadas fora dos arredores (proximidades) onde ocorreu o
acidente e que desconheçam a sua ocorrência.

MATÉRIAS PERIGOSAS
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Acção:
Numa emergência desta natureza poderá vir a requerer-se a evacuação e salvamento das
populações atingidas, observando-se acções de salvamento, protecção e outras de grande
envergadura, sempre ditadas pelo grau de toxicidade do produto, quantidades libertadas,
índices populacionais expostos e condições meteorológicas (temperaturas, estado do tempo,
ventos dominantes, etc., à hora do acidente.

6.6. MATÉRIAS RADIOACTIVAS

6.6.1. CARACTERÍSTICAS

São substâncias que emitem partículas e radiações, que podem causar, mais ou menos
intensamente, lesões nos tecidos orgânicos (células).

Essas lesões podem produzir-se devido a radiação externa ou radiação interna, resultante da
absorção de material radioactivo pelo corpo humano.

Conforme já mencionado, anteriormente, considera-se matéria radioactiva toda a substância,


cuja Actividade Específica seja superior a 0,002 microcurios por grama.

Assim, entre os produtos radioactivos incluem-se os combustíveis nucleares, os isótopos


radioactivos e todos os compostos, que contenham materiais radioactivos, tais como, por
exemplo, algumas variedades de pinturas luminosas.

Exemplos: Urânio, Tório, Plutónio e, em geral, todos os emissores de partículas a (alfa), b (beta)
e radiações nucleares g (gama).

Desde um ponto de vista puramente classificativo, todos os produtos possuidores das


características antes descritas, estão incluídos na Classe 7 (Matérias Radioactivas). No entanto e
sem embargo, segundo as intensidades de radiação, classificam-se em três categorias:

I- (Branca)

II - (Amarela)

III - (Amarela)

MATÉRIAS PERIGOSAS
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Acção:
6.6.2. PRINCIPAIS RISCOS DE TRANSPORTE DE MATÉRIAS RADIOACTIVAS

Independentemente da perigosidade intrínseca apresentada por este tipo de produtos, acresce-


lhe, ainda, a circunstância de a radioactividade não ser detectável pelos sentidos humanos. A
sua identificação e medição só é possível mediante a utilização de aparelhos e equipamentos
apropriados.

Temos, pois, que enquanto outras formas de energia como o calor e a luz de um incêndio,
muitos gases e outros produtos são, facilmente, detectados pelos sentidos humanos, a
radioactividade está vedada ao alcance dos nossos sentidos.

É, tendo em conta o antes mencionado, que as Normas de Segurança, regulamentadoras do


transporte de produtos radioactivos, assentam a sua acção fundamental na prevenção da
ocorrência de qualquer acidente, mais que no socorro e salvamento das vítimas.

A perigosidade é tão extremada, que o mais importante, consiste em conter, adequadamente, o


produto e dotar os recipientes de um sistema de blindagem tal, que evite as radiações e absorva
qualquer tipo de impactos, sejam choques frontais entre os veículos, que os transportem, ou
explosões dos mesmos.

6.7. MATÉRIAS CORROSIVAS

6.7.1. CARACTERÍSTICAS

A denominação de "substâncias corrosivas" não determina um tipo específico de produtos


possuidores de certas características estruturais, químicas ou reactivas comuns, nem tão pouco
se refere a um grupo de substâncias com uma utilidade específica.

Tão pouco são produtos química ou fisicamente parecidos ou similares. Uns são líquidos, outros
gases, outros sólidos. Alguns são ácidos, outros são bases ou alcalis (denominação atribuída aos
óxidos metálicos, que por serem muito solúveis na água, podem actuar como bases enérgicas) e,
outros, sais corrosivos.

A grande maioria destas substâncias possui um carácter químico inorgânico, havendo-as,


também, possuidoras de carácter orgânico.

Deixe-se claro, que o termo "corrosivo" atribui-se, como denominação genérica, a todas as
substâncias capazes de lesionar gravemente os tecidos vivos (em particular os humanos) e
causar danos a outras substâncias, como os metais e a madeira.

MATÉRIAS PERIGOSAS
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Acção:
Consequência do exposto, a etiqueta classificadora deste tipo de substâncias, representar uma
barra e uma mão humana, que estão sendo corroídas por substâncias corrosivas.

Todas as substâncias pertencentes à Classe 8, que produzem lesões químicas por reacção com
os tecidos humanos e, que, além disso, corroem outros materiais (metais, madeira, etc.) são
substâncias corrosivas. Como já dissemos, anteriormente, há-as líquidas, sólidas e, também,
gasosas (ainda que estas pertencentes à Classe 2).

A classificação das substâncias corrosivas, do seu ponto de vista químico, assenta em três
grupos, que analisaremos, de seguida:

 MATÉRIAS CORROSIVAS ÁCIDAS

Consistem nas substâncias corrosivas mais importantes, quer pelo volume de produção, quer
pelo seu volume de transporte.

Destaca-se a sua importância e relevância económica e produtiva, pois, constituem matérias-


primas necessárias a outros processos produtivos, e, a sua grande variedade, havendo-as de
carácter inorgânico.

Exemplos: - de carácter inorgânico - Ácido sulfúrico, Ácido nítrico, Ácido clorídrico, Ácido
fluoridríco, Ácido fórmico, Ácido capriónico, etc.

 MATÉRIAS CORROSIVAS BÁSICAS

Assumem, também, muita importância as quantidades, destas substâncias, produzidas e


transportadas, particularmente as soluções de Hidróxido de Sódio e Hidróxido de Potássio.

São substâncias extraordinariamente corrosivas e, em caso de acidente envolvendo os órgãos da


visão, produzem lesões mais graves, persistentes e difíceis de atenuar, que as provocadas pelas
matérias corrosivas ácidas.

Exemplos: Hidróxido de sódio, Hidróxido de potássio, Hidracina, Etildiamina,


Hexametilendiamina, Sulfureto de sódio, etc.

 OUTRAS MATÉRIAS CORROSIVAS (SOLUÇÕES)

Nesta epígrafe, prática e somente, estão classificadas as soluções de Peróxido de Hidrogénio, ou


seja, segundo a designação vulgar, as distintas variedades de Água Oxigenada. Lembremo-nos,
que, já anteriormente, dissemos que a Água Oxigenada também poder ser considerada como
oxidante e, efectivamente, assim está classificada na Classe 5.1, quando a sua concentração é
superior a 60%; quando em concentrações inferiores a 60% é classificada na Classe 8.

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 24/63
Acção:
As soluções de Peróxido de Hidrogénio variam, inclusivamente a sua perigosidade, com a
percentagem da sua concentração e vão desde a inócua Água Oxigenada, usada para desinfectar
feridas, até às graves lesões produzidas pela Água Oxigenada a 60%.

Além do acima descrito, a Água Oxigenada, ao ser um muito bom oxidante, reacciona
violentamente com certas substâncias orgânicas, com particular relevância os Permanganatos.

6.7.2. PRINCIPAIS RISCOS DE TRANSPORTE DE MATÉRIAS CORROSIVAS

No âmbito dos riscos de transporte, as matérias corrosivas apresentam, em nosso entender,


uma circunstância positiva, comparativamente com os riscos apresentados por outros produtos
e substâncias perigosas, nomeadamente, explosivos, certos gases, inflamáveis, comburentes,
tóxicas e radioactivas, pois, desde que não se entre em contacto directo com elas, não
produzem afecções. Somente o contacto físico com as substâncias corrosivas produzirá danos e
lesões.

Urgirá, pois, evitar sempre esse contacto.

Os casos de transporte de soluções de Agua Oxigenada são, particularmente, perigosos, uma vez
que apresentam, além dos riscos específicos já referidos, derivados do seu elevado poder de
oxidação e de reacções explosivas, a possibilidade de provocar combustões ao entrar em
contacto com determinados produtos químicos de natureza inflamável.

As suas agressões ao corpo humano, corrosões, se bem que não tão dolorosas como as
produzidas por outros produtos da Classe 8, produzem efeitos similares, uma vez que destroem
os tecidos humanos ao "queimar", também, quimicamente.

7. CONDIÇÕES DE ACEITAÇÃO
Os materiais perigosos serão aceites para o transporte de um país ou através de um outro país
somente se forem embalados, marcados, etiquetados e declarados de acordo com as provisões
de códigos internacionais como adoptados pelas CF regionais que podem ser emendados de vez
em quando.

Se materiais perigosos que não são embalados, marcados, etiquetados ou declarados de acordo
com as provisões são aceites sem conhecimento e o transporte:

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 25/63
Acção:
 É descoberto no trânsito:

 O consignatário será responsável a uma taxa que da penalidade que seja determinada
pelas administrações ferroviárias, além a toda a acção penal que puder se levantar;

 O transporte será parado e o despachante deve arranjar a sua própria custa a


embalagem, etiquetar e declarar de acordo com as provisões antecedentes antes que
possa ser permitido prosseguir a seu destino.

 É descoberto após ter chegado à estação de destino:

 O despachante será responsável a uma taxa da penalidade que seja determinada pelo
caminho de ferro excesso das administrações cujas linhas a carga atravessou;

 As estradas e o caminho de ferro do destino, requerem no seu movimento a discrição


para a carga seguir a um lugar seguro à custa do despachante para descarga pelo
consignatário.

As causas danificam a propriedade de uma administração ferroviária ou de terceiros, ou


provoca ferimentos ou morte do pessoal dos caminhos de ferro ou terceiros:

 Será responsabilizado o despachante da mercadoria caso se apure algum incumprimento


das normas vigentes.

Estas condições são conhecidas como as exigências básicas e sempre que se verifiquem estas
circunstâncias os caminhos de ferro originais devem ser avisados imediatamente.

8. NOTA DE DESPACHO
Cada despacho de materiais perigosos deve ser introduzido e acompanhado por uma nota de
despacho intitulado "Nota de despacho e etiqueta de camião para materiais perigosos" (como
aceitado pelos CF membros), preenchido devidamente pelo remetente ou por o seu
representante autorizado.

Os materiais perigosos devem ser declarados por seus nomes técnicos/químicos. Além disso, a
classificação de perigo do ponto de fulgor, (se aplicável) e o número de identificação da
substância e de empacotamento devem ser incluídos.

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 26/63
Acção:
9. TRANSPORTE POR COMBOIO DE PASSAGEIROS OU MISTO
O transporte de materiais perigosos excepto o de aplicação médica e o gás comprimido não-
tóxico pelo comboio de passageiros ou misto deve ser evitado.

Os pequenos despachos de gás comprimido médico e não-tóxico podem, em circunstâncias


especiais e na discrição do oficial da carga numa estação ou, em sua ausência, no oficial do
comboio, para ser aceite para o despacho na camioneta de um passageiro ou de um comboio
misto, ou num compartimento ao acompanhar uma pessoa doente.

Em todas as outras circunstâncias, materiais perigosos serão aceites para o despacho somente
em comboios de mercadoria.

10. INVÓLUCROS
Os materiais perigosos não devem ser aceites a menos que forem embalados em recipientes
como descritos nas especificações de empacotamento dos Códigos de Prática como adoptado
pelas administrações do caminho de ferro do membro.

NO GERAL:

 O empacotamento será testado por uma autoridade competente e deve ser de boa
qualidade e de boa fabricação e será assim que construído e assim que fechado a respeito
que impeça a deformação, a fuga ou movimento do conteúdo devido ao empilhamento, à
vibração, ao impacto ou às mudanças em condições ambientais tais como a temperatura, a
pressão ou a humidade que podem ser encontradas durante o transporte.

 Todos os produtos perigosos apresentados para o transporte estarão em recipientes que


são aprovados e marcados como estipulados, e o empacotador de bens perigosos
assegurar-se-á de que todos os recipientes usados cumprem as exigências prescritas.

 As especificações da compatibilidade entre os produtos ou as substâncias perigosas, e


todos os componentes de empacotar com os quais um produto estará em contacto devem
ser observados.

MATÉRIAS PERIGOSAS
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Acção:
10.1. MARCAS

Cada pacote deve ser correctamente marcado com o nome técnico/químico como listado nos
códigos de prática aceites.

Quando um pacote não deve ser transportado num lado específico ou ser invertido, o pacote
e/ou o recipiente terá fixado a etiqueta de duas setas "este lado para acima" como ilustrado
abaixo, perto do canto superior em todos os quatro lados do pacote e/ou do recipiente, ou em
três pontos equidistantes na circunferência superior de um recipiente cilíndrico.

Marca de duas setas

Quando um pacote contem artigos ou receptáculos frágeis, ou onde a manipulação cuidadosa é


especialmente essencial, o pacote e/ou o recipiente terá fixado a etiqueta de copo "frágil" como
ilustrado abaixo, perto do canto superior em todos os quatro lados do pacote e/ou do recipiente
ou em três pontos equidistantes na circunferência superior de um recipiente cilíndrico. A
palavra "frágil" pode ser mostrada.

Marca de Vidro

Os vagões-cisternas, os contentores-cisternas, as cisternas móveis,


os vagões ou grandes contentores especiais ou especialmente
equipados, transportando matérias a quente, devem ter a marca
aqui representada (forma triangular, a vermelho), colocada do
seguinte modo:

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 28/63
Acção:
 Uma de cada lado - nos vagões;

ou

 Uma de cada lado e outra na extremidade - nos contentores, contentores-cisternas ou


cisternas móveis.

10.2. PAINEL LARANJA

Trata-se de um elemento de sinalização, que desempenha um papel, deveras importante, para a


identificação do perigo protagonizado pela mercadoria perigosa transportada, constituindo uma
informação relevante como factor de segurança.

O Painel Laranja aplica-se em cada parede lateral dos vagões-cisternas, vagões baterias, vagões
com cisternas amovíveis, contentores-cisternas, cisternas móveis, vagões para granel, pequenos
ou grandes contentores para granel e vagões completos carregados com volumes com uma
única e mesma mercadoria.

Exige-se igualmente a colocação deste painel em material vazio desde que não tenha sido
objecto de limpeza ou desgaseificação.

O Painel Laranja não dispensa a aplicação das Etiquetas de Perigo.

10.2.1. COLOCAÇÃO

A colocação do Painel Laranja será incumbência do expedidor da mercadoria perigosa e será de


cada lado, longitudinalmente e, paralelamente ao eixo horizontal do veículo de transporte,
devendo apresentar-se de modo bem visível.

Uma vez descarregadas as matérias, limpos e/ou descontaminados e/ou desgaseificados os


recipientes, deverá esta sinalização retirar-se ou torná-la não visível.

MATÉRIAS PERIGOSAS
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Acção:
10.3. SINALIZAÇÃO – ETIQUETAGEM DE INVÓLUCROS

Através da sinalização pretende-se levar ao conhecimento dos diversos intervenientes no


transporte a identificação do perigo da matéria transportada constituindo desse modo uma
informação relevante como factor de segurança.

As Etiquetas de Perigo identificam o perigo da matéria perigosa através de símbolos facilmente


interpretáveis, alertando para os riscos oferecidos, quer pela própria mercadoria, quer para os
cuidados no seu manuseamento ou acondicionamento, localização, interdição de carregamento
ou embalagem comum devido à incompatibilidade dos riscos apresentados.

Podem ser adoptadas outras etiquetas, em complemento, que se aplicam exclusivamente aos
veículos ferroviários e têm como função prevenir para os cuidados a ter na movimentação do
material.

Todas as etiquetas, com excepção das etiquetas “frágil” e “este lado para cima”, têm a forma de
um quadrado apoiado numa ponta e devem ter dimensões mínimas de 100mm/100mm, podem
no entanto ter dimensões inferiores desde que continuem bem visíveis.

10.3.1. FIXAÇÃO E COLOCAÇÃO

Toda a sinalização deve ser colocada nos volumes ou fixadas de modo adequado e bem visível.

As etiquetas podem ser substituídas por marcas de perigo indeléveis correspondendo


exactamente às etiquetas prescritas.

NOS VOLUMES E PEQUENOS CONTENTORES

Para fins de etiquetagem os pequenos contentores são considerados como volumes ou


recipientes. Nos volumes e pequenos contentores, para todas as classes as etiquetas de perigo
devem ser coladas, de modo a que fiquem colocadas:

 na mesma superfície do volume, se as dimensões do volume o permitirem;

 próximo da marca indicando a designação oficial de transporte nos volumes das classes 1 e
7;

 bem visíveis, sem que sejam cobertas, mascaradas ou ocultadas por objectos, outras
etiquetas ou marcas;

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 30/63
Acção:
 umas ao lado das outras quando forem necessárias mais de uma etiqueta;

 Quando um volume for de forma demasiado irregular ou demasiado pequeno para que
uma etiqueta possa ser colocada de maneira satisfatória, esta pode ser fixada solidamente
ao volume através de um fio ou de qualquer outro meio apropriado.

NOS GRANDES RECIPIENTES PARA GRANEL

 Nos grandes recipientes para granel, com uma capacidade superior a 450 litros, as
etiquetas devem ser colocadas nos dois lados opostos.

NOS CONTENTORES-CISTERNAS E CISTERNAS MÓVEIS

Nos contentores-cisternas e cisternas móveis devem ser colocadas etiquetas:

 dos dois lados e em cada extremidade;

ou

 no caso de transportarem duas ou mais de duas mercadorias perigosas diferentes, nos dois
lados, em correspondência com os compartimentos e as mercadorias, e nas duas
extremidades, uma placa etiqueta por cada modelo diferente dos colocados lateralmente.

NOS VAGÕES

 Nos vagões só com volumes devem ser colocadas etiquetas nas duas paredes laterais;

 Nos vagões em que a sinalização dos contentores-cisternas ou cisternas móveis, carregados


sobre os vagões, não seja bem visível do exterior, devem ser colocadas etiquetas
apropriadas nas duas paredes laterais do vagão e à retaguarda. Caso contrário os vagões
não necessitam de ser sinalizados;

 Nos vagões para granel, vagões-cisternas, e vagões com cisternas amovíveis. As etiquetas
devem ser colocadas nas duas paredes laterais do vagão, e:

 Nos vagões-cisternas e cisternas amovíveis com compartimentos:

 Se forem transportadas várias mercadorias perigosas diferentes, devem ser


colocadas as etiquetas apropriadas dos dois lados dos compartimentos
correspondentes. No entanto, se as mesmas etiquetas tiverem de ser colocadas
em todos os compartimentos, serão colocadas apenas uma vez dos dois lados.

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 31/63
Acção:
 Quando várias etiquetas forem necessárias para o mesmo compartimento, essas
etiquetas devem ser colocadas lado a lado.

10.3.2. EMBALAGENS OU RECIPIENTES VAZIOS

Após descarga da mercadoria, limpeza, desgaseificação e/ou descontaminação (quando


necessária) do vagão, vagão-cisterna, contentor-cisterna, contentor grande ou pequeno, ou de
outra embalagem, as etiquetas devem ser retiradas ou recobertas pelas entidades responsáveis
por essas operações de limpeza.

10.3.3. RESPONSABILIDADE NA COLOCAÇÃO DA SINALIZAÇÃO

A responsabilidade pela colocação das etiquetas incumbe ao expedidor da mercadoria perigosa


no caso de volumes e contentores e nos vagões com volumes ou vagões completos, que ele
próprio carregar.

Nos restantes casos, incluindo material para reparação, é da responsabilidade do operador


ferroviário (pessoal afecto às cargas e descargas ou que superintende a essas operações).

10.3.4. FISCALIZAÇÃO DA COLOCAÇÃO DA SINALIZAÇÃO

Os agentes em serviço nas estações, locais de estacionamento ou de carga e descarga devem


verificar da sua aplicação correcta, ou seja, da sua correspondência com as referências dos
documentos, do seu estado, ausência ou visibilidade, procedendo à sua colocação ou
substituição quando necessário.

Esta verificação deve ser exercida:

 no acto de recepção - exigir a sua aplicação correcta;

 em trânsito, paragem ou estacionamentos de percurso - proceder à sua substituição em


caso de impossibilidade do expedidor.

Devem aqueles agentes, ainda, informar os Órgãos intervenientes em casos de dúvida e sempre
que necessário e/ou solicitado.

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 32/63
Acção:
11. DESTINATÁRIO
Todos os recipientes devem ser endereçados claramente e inteiramente ao destinatário e ao
ponto a que o tráfico deve ser transportado.

O nome, morada e os números do telefone e de fax do remetente devem também ser


claramente mostrados em cada pacote e nos documentos que acompanhem a mercadoria.

12. INVÓLUCRO PODE SER ABERTO E EXAMINADO


Qualquer pacote que for suspeitado por um empregado dos caminhos de ferro de conter
produtos perigosos e não for assim declarado deve ser aberto pelo remetente no pedido e na
presença do empregado para estabelecer a natureza dos conteúdos do pacote. Isto deve ser
feito num lugar seguro.

Se, no exame ao conteúdo do recipiente, for encontrado algum produto perigoso, deve ser
removido imediatamente das instalações ferroviárias pelo remetente ou pelo representante do
remetente até que seja empacotado, marcado, etiquetado e endereçado de acordo com as
provisões das cláusulas relevantes.

13. INVÓLUCROS DANIFICADOS


Os recipientes que sejam ou parecem ser defeituosos, com fugas ou danificados não devem ser
aceites para o transporte. Tais recipientes não devem ser permitidos a remanescer nas
instalações ferroviárias.

Se o defeito, a fuga ou os danos forem anotados ou ocorrerem durante operações do


carregamento, a manipulação dos recipientes deve imediatamente ser parada e devem ser
tratados de acordo com as instruções locais.

Caso uma pessoa tenha contacto com materiais perigosos devem ser aplicado imediatamente os
primeiros socorros de acordo com medidas apropriadas e, se possível, requerer a presença de
um médico.

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 33/63
Acção:
14. TIPO DE VEÍCULO A SER UTILIZADO
Os explosivos à excepção de fogo de artifício manufacturados com a finalidade do divertimento,
os sinais da névoa, os foguetes de sinal e outros dispositivos pirotécnicos usados para sinalizar
ou salvar a vida, cabeças do fusível, dispositivos de ignição do fusível, e cartuchos de segurança
e para armas pequenos, transportados por via férrea devem ser carregados em vagões dos
explosivos.

Contentores construídos/concebidos propositadamente que reúnem as especificações


internacionais aceites de segurança podem ser usados para o transporte dos explosivos após a
aprovação dos caminhos de ferro onde o transporte seja feito.

Corrosivos, peróxidos orgânicos, agentes de oxidação, venenos e as substâncias infecciosas


somente podem ser transportados nos vagões ou nos recipientes de carga com os assoalhas de
madeira após a aprovação da autoridade reguladora competente.

Todos os vagões e contentores de carga devem ser apropriados para o tipo de produto a ser
transportado.

15. PRECAUÇÕES DURANTE A MANUSEAMENTO,


CARREGAMENTO, DESCARREGAMENTO E
ARMAZENAMENTO
Todas as administrações são responsáveis pela publicação de instruções detalhadas e devem
assegurar-se que os seus empregados relacionados com o manuseamento, carregamento,
descarregamento e armazenamento de materiais perigosos são formados e equipados de
acordo com as normas de higiene, saúde e segurança.

O máximo cuidado deve ser tomado na manipulação, carregamento, descarregamento e


armazenamento de materiais perigosos e das seguintes medidas de perigo gerais devem ser
seguidas:

 Fumar é estritamente proibido dentro de 30 metros de qualquer veículo que contenha


materiais perigosos ou de qualquer lugar onde os materiais perigosos estejam a ser
carregados, descarregados ou armazenados;

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 34/63
Acção:
 O carregamento de materiais perigosos não deve ocorrer dentro de 30 metros de um fogo,
lume ou de operações/equipamento que possam gerar faíscas ou arcos;

 Todos os recipientes devem ser carregados e fixados de uma maneira que evitará o seu
movimento ou queda durante o trânsito;

 Todos os recipientes devem ser carregados e fixados por forma a evitar o seu deslizamento
e impedir sua queda quando as portas do veículo são abertas;

 Alguns recipientes podem ter a marca da duas setas ou outro tipo de marca ou inscrição a
indicar que o conteúdo deve ficar em pé ou que são de uma natureza frágil. Em tais
exemplos, os recipientes devem, sem falha, ser carregados e armazenados no sentido ou na
maneira indicada no seu exterior;

 Barris não devem ser colocados em pé. Devem ser deitados de lado, com as aberturas para
cima, em paralelo ao comprimento do veículo e calçados eficientemente com material para
evitar o seu movimento durante o trânsito;

 Quando caixas de madeira e de cartão sejam carregadas ou armazenadas juntam, deve ter-
se cuidado no empilhamento para que as caixas de cartão não fiquem sob as de madeira;

 Os cilindros e os tanques portáteis devem ser segurados com cuidado e não devem ser
sujeitados a choque impróprio. O deslizamento e derrapagem destes recipientes devem ser
evitados e, se possível, carregados em veículos abertos. Os cilindros devem
adequadamente ser fixados e presos para evitar o seu movimento nos vagões ou
contentores de carga. Os cilindros do gás do petróleo liquefeito e acetileno e outros
cilindros da parede finos devem ser carregados em pé;

 Quando forem usados espaçadores, devem ser compatíveis com o produto perigoso
carregado, especialmente no caso dos contentores equipados com sistemas de ventilação,
de modo que não haja nenhuma reacção com o material de espaçamento no evento do
derramamento ou na fuga do produto.

15.1. CARREGAMENTO MISTO

Os transportes misturados, nomeadamente no transporte em contentor, devem ser enviados


com uma lista da multi-carga que detalha todos os materiais perigosos individuais do transporte.

O carregamento misturado de materiais perigosos deve ser de acordo com as especificações de


compatibilidade.

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 35/63
Acção:
Produtos perigosos não serão carregados no mesmo vagão ou contentor de carga com a carga
geral.

15.2. FORMAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DOS COMBOIOS

Na formação da composição de um comboio devem ser cumpridas distâncias de protecção a


saber:

 Em relação a matérias ou objectos englobados na classe 1;

 Os vagões ou contentores que transportem matérias ou objectos da classe 1, devem


ser separados por uma distância de protecção, dos vagões ou contentores que
transportem que transportem qualquer matéria ou objecto inflamável, oxidante
(comburente) ou peróxido orgânico.

16. CARREGAMENTO MISTO


Os transportes misturados, nomeadamente transporte em contentores, devem ser enviados
com uma lista da multi-carga que detalhe todos os materiais perigosos individuais no
transporte.

O carregamento misturado de materiais perigosos deve ser de acordo com as especificações da


compatibilidade.

Produtos perigosos não serão carregados no mesmo vagão ou contentor de carga com a carga
geral.

17. FORMAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DE COMBOIOS


Devem cumprir-se distâncias mínimas de protecção, a saber:

 Em relação a matérias ou objectos da classe 1

 Matérias ou objectos pertencentes à classe 1 devem ser separados por uma distância
de protecção, dos vagões ou contentores que transportem matérias ou objectos
inflamáveis, oxidantes (comburentes) ou péroxidos orgânicos.

 Considera-se satisfeita a condição relativa à distância de protecção se, do disco do


tampão de choque ou da parede do grande contentor houver uma distância de 18
metros.

MATÉRIAS PERIGOSAS
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Acção:
18. MEDIDAS DE PRÉ-PERIGO
18.1.1. EXPLOSIVAS. (ETIQUETA I) (CLASSE I)

Os explosivos não devem ser carregados no mesmo vagão/contentor dos Caminhos de Ferro
com outros bens.

Esta limitação não se aplica ao fogo de artifício produzido para finalidade de divertimento, sinais
de nevoeiro (petardos), pólvora embalada em recipientes selados de metal com uma capacidade
máxima de 500 gramas cada e embalada em recipientes exteriores de não mais de 1 quilograma
e de não exceder um peso total de 50 quilogramas, os cartuchos de segurança e cartuchos de
armas pequenas:

 Munições (ogivas, bombas, etc..) :DEVEM SER CARREGADAS NUM VEÍCULO À PARTE;

 Munições para armas pequenas (cartuchos de segurança, etc..).: Pode ser carregado com
fogo de artifício, sinais de nevoeiro, cabeças de fusíveis, dispositivos de ignição do fusível,
corda plástico do dispositivo de ignição ou o fusível de segurança;

 Cartuchos de detonação (Dinamite, Gelignite): Pode ser carregado com fusível de


detonação (Córtex) ou fusível de segurança;

 Pólvora e pólvora negra: DEVE SER CARREGADO NUM VEÍCULO A PARTE;

 Detonadores de mecha: Podem ser carregados com detonadores, detonadores eléctricos,


cabeças do fusível, tampões de percussão ou fusível de segurança;

 Fusível de detonação (Cortex): Pode ser carregado com os cartuchos de explosão


(dinamite, gelignite) ou fusível de segurança;

 Detonadores: Podem ser carregados com tampões de percussão, detonadores, cabeças de


fusível, tampões de percussão ou fusível de segurança;

 Detonadores Eléctricos: Podem ser com tampões de percussão, detonadores, cabeças de


fusível, tampões de percussão ou fusível de segurança;

 Fogo de artifício: Pode ser carregado com munições para armas ligeiras, sinais de nevoeiro,
cabeças de fusíveis, dispositivos de ignição do fusível, corda plástico do dispositivo de
ignição ou o fusível de segurança;

 Sinais de nevoeiro: Podem ser carregados com munições para armas ligeiras, os fogos de
artifício, as cabeças do fusível, os dispositivos de ignição do fusível, a corda plástico do
dispositivo de ignição ou o fusível de segurança;

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 37/63
Acção:
 Tampões de percussão: Pode ser carregado com fusível tampado, detonadores,
detonadores eléctricos ou o fusível de segurança;

 Corda plástico do dispositivo de ignição: Pode ser carregado com munições para armas
ligeiras, fogo de artifício, sinais do nevoeiro, dispositivos de ignição do fusível ou o fusível
de segurança;

 Cartuchos de segurança: Ver "munições para armas ligeiras";

 Fusível de Segurança: Pode ser carregado com munições para armas ligeiras, cartuchos
(dinamite, gelignite), fusível tampado, fusível de detonação (Córtex), detonadores,
detonadores eléctricos, fogo de artifício, sinais do nevoeiro, as cabeças de fusível, os
dispositivos de ignição do fusível, os tampões de percussão ou o cabo plástico do
dispositivo de ignição.

18.1.2. GÁS INFLAMÁVEL (ETIQUETA 2.1) (CLASSE 2.1)

Armazenar pelo menos dez metros das barracas e dos outros edifícios.

Armazenar em veículos cobertos e bem ventilados quando praticável.

Os cilindros que contêm acetileno, que são distinguidos por sua cor marrom, devem ser
armazenados em vertentes abertas.

18.1.3. GÁS COMPRIMIDO (ETIQUETA 2.2) (CLASSE 2)

Esta etiqueta está requerida somente quando os cilindros estiverem embalados numa caixa ou
noutra embalagem e os cilindros não sejam visíveis.

Quando o gás é inflamável ou venenoso a etiqueta de perigo apropriada (isto é N.º.2.1 ou 2.3)
deve ser afixada.

O cilindro não deve ser armazenado numa vertente.

18.1.4. GÁS TÓXICO (ETIQUETA 2.3) (CLASSE 2.3)

Não carregar em vagões/contentores com soalho de madeira.

Não carregar em veículos de transporte de gado.

Evite o contacto com a pele.

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 38/63
Acção:
Evite a inalação do vapor.

18.1.5. LÍQUIDO INFLAMÁVEL (ETIQUETA 3) (LOJA DE CLASSE 3)

Armazenar pelo menos a dez metros de outros edifícios.

Carregar em veículos bem ventilados e cobertos quando praticável.

18.1.6. SÓLIDO INFLAMÁVEL (ETIQUETA 4.1) (CLASSE 4.1)

Carregar somente nos veículos que foram completamente limpos e permitidos secar.

18.1.7. COMBUSTÍVEL ESPONTÂNEO (ETIQUETA 4.2) (CLASSE 4.2)

Carregar somente nos veículos que foram completamente limpos e secos.

18.1.8. SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS QUANDO MOLHADOS (ETIQUETA 4.3) (CLASSE 4.3)

Carregar somente nos veículos que foram completamente limpos e secos.

Precauções especiais devem ser feitas para proteger da humidade.

18.1.9. AGENTE DE OXIDAÇÃO (ETIQUETA 5.1) (CLASSE 5.1) PERÓXIDO ORGÂNICO (ETIQUETA
5.2) (CLASSE 5.2)

Não carregar em veículos com soalho de madeira.

Os vagões/contentores de carga devem ser completamente limpos e deixados a secar.

Evite o uso de materiais orgânicos tais como serradura, papel e materiais de espaçamento
encerados.

18.1.10. TÓXICOS (ETIQUETA 6) (CLASSE 6)

Não carregar em veículos com soalho de madeira.

Não carregue em veículos de transporte de gado.

MATÉRIAS PERIGOSAS
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Acção:
Evite o contacto com a pele.

18.1.11. MATERIAIS RADIOACTIVOS (ETIQUETAS 7 (I, II E III) (CLASSE 7)

Só é permitido o transporte desta mercadoria após a determinação dos limites da actividade nos
termos dos requisitos regulamentares.

Para o transporte são tidos em consideração a embalagem e o seu conteúdo radioactivo,


designado por pacotes, e devem obedecer aos limites de actividade impostos.

O transporte destas matérias obriga à autorização do órgão central competente, que se


pronunciará quanto aos condicionalismos impostos.

A etiquetagem das embalagens (pacotes) que contenham matérias radioactivas apresenta


aspectos particulares de acordo com a especificidade da matéria, quantidade e recipiente, pelo
que, também aqui, cabe aos órgãos competentes do caminho de ferro responsabilizar-se pela
aceitação e pronunciar-se quanto aos respectivos condicionamentos e procedimentos
particulares de acordo com a regulamentação em vigor.

18.1.12. CORROSIVOS (ETIQUETA 8) (CLASSE 8)

Não carregar nos veículos com soalho de madeira.

Evite o contacto com a roupa ou pele.

Não inale os vapores.

Todo o equipamento especificado nesta secção só deve ser usado por pessoas qualificadas. Se
uma pessoa não qualificada usar o equipamento, relate o incidente à autoridade apropriada.

19. ETIQUETAGEM DOS VEÍCULOS E DA ACÇÃO A SER


TOMADA NAS EMERGÊNCIAS OU QUANDO OS
RECIPIENTES SÃO DANIFICADOS
As etiquetas que advertem para o perigo estão reproduzidas nos seguintes parágrafos com um
breve descrição da acção a tomar no evento do fogo, ou quando os recipientes são danificados,
é dado junto a cada etiqueta. Os detalhes das medidas dos primeiros socorros para serem

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 40/63
Acção:
adoptados em caso onde uma pessoa fica contaminada através do contacto com os materiais
perigosos deve ser contida em instruções locais e ser entregue a todo o pessoal em questão.

NOTA:

 O tamanho mínimo da etiqueta de perigo é 100 mm x 100 mm a não ser que onde o pacote
é tal que um etiqueta menor deve ser usado.

 O tamanho mínimo do etiqueta de perigo num veículo é 200 mm x 200 mm

19.1. Classe 1 (1.1; 1.2; 1.3; 1.4; 1.5) - Explosivos

ETIQUETA 1

Recipientes que estejam; ou parecem estar, defeituosos, gotejantes ou danificados não devem
ser aceites a transporte. Tais recipientes não devem ser permitidos permanecer nas instalações
ferroviárias.

Se o defeito, fuga ou danos ocorrerem durante as operações de carregamento na estação de


trasfega, o manuseamento dos recipientes deve ser imediatamente parado. Os recipientes em
questão devem ser imediatamente removidos das instalações ferroviárias pelo remetente.

RISCOS:

 Apresenta risco de explosão. Este risco pode ocorrer também em caso de choque.

EM CASO DE INCÊNDIO:

 Arrefecimento do recipiente com água pulverizada em caso de aquecimento;

 Isolamento da área.

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 41/63
Acção:
19.2. Classe 2.1 – Gás inflamável

ETIQUETAS 2.I

INDICADO PARA: Acetilina, gás do petróleo liquefeito, etc..

RISCOS:

 Os riscos variam conforme o tipo de matéria transportada sendo os mais comuns;

 Poluição do solo, águas e ar.

EM CASO DE INCÊNDIO:

 Arrefecimento do recipiente com água pulverizada;

 Afastar qualquer fonte de calor. Devido ao acondicionamento sob pressão, apresenta risco
de explosão do reservatório;

 Isolamento da área.

Actuação sobre a mercadoria propriamente dita apenas sob orientação do perito ou especificar
os produtos e modo de actuação para cada mercadoria em particular.

PACOTE DANIFICADO: O gás a escapar pode propelir o cilindro como um projéctil. Manter-se
afastado e, se possível, remover o cilindro para um lugar onde todo o gás possa escapar-se.

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 42/63
Acção:
19.3. Classe 2.2 – Gás comprimido

ETIQUETA 2.2

INDICADO PARA: Os cilindros do gás condicionados numa caixa ou noutro lugar aceitável,
quando os cilindros não são visíveis.

RISCOS:

 Os riscos variam conforme o tipo de matéria transportada sendo os mais comuns;

 Poluição do solo, águas e ar;

 Libertação de gases inflamáveis/tóxicos.

EM CASO DE INCÊNDIO:

 Arrefecimento do recipiente com água pulverizada;

 Afastar qualquer fonte de calor. Devido ao acondicionamento sob pressão, apresenta risco
de explosão do reservatório;

 Isolamento da área.

Actuação sobre a mercadoria propriamente dita apenas sob orientação do perito ou especificar
os produtos e modo de actuação para cada mercadoria em particular.

RECIPIENTE DANIFICADO O gás ao escapar-se pode ser inflamável ou venenoso, pode propelir a
botija como um projéctil. Manter-se afastado e, se possível, remover o cilindro para um lugar
onde todo o gás possa escapar-se.

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 43/63
Acção:
19.4. Classe 2.3 – Gás tóxico

ETIQUETA 2.3

INDICADO PARA: Gases tais como o monóxido de carbono, o cloro etc..

RISCOS:

 Os riscos variam conforme o tipo de matéria transportada sendo os mais comuns;

 Poluição do solo, águas e ar;

 Libertação de gases Tóxicos.

EM CASO DE INCÊNDIO:

 Arrefecimento do recipiente com água pulverizada;

 Afastar qualquer fonte de calor. Devido ao acondicionamento sob pressão, apresenta risco
de explosão do reservatório;

 Isolamento da área.

Actuação sobre a mercadoria propriamente dita apenas sob orientação do perito ou especificar
os produtos e modo de actuação para cada mercadoria em particular.

As precauções a aplicar são as mesmas que para os produtos Tóxicos (Classe 6.1).

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 44/63
Acção:
19.5. Classe 3 (3.1; 3.2; 3.3) – Liquido inflamável

ETIQUETA 3

RISCOS:

 Apresenta risco de incêndio. Este risco pode ocorrer também em caso de choque;

 Continua a arder mesmo com água;

 Afastar qualquer fonte de calor. Não fumar.

EM CASO DE INCÊNDIO:

 Arrefecimento do recipiente com água pulverizada em caso de aquecimento;

 A água pode intensificar o fogo;

 Isolamento da área.

PACOTE DANIFICADO: Os líquidos geralmente evaporam ao escapar-se de um recipiente. Se for


impossível a transferência para recipientes em bom estado, ou para reparar com segurança o
recipiente, deve ser isolado em espaço aberto.

Nota: Evite respirar dos vapores de líquidos inflamáveis porque podem ser extremamente
tóxicos quando inalados.

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 45/63
Acção:
19.6. Classe 4.1 – Sólido Inflamável

ETIQUETA 4.1

INDICADO PARA: Sólidos tais como pó de alumínio, bário, magnésio etc.

RISCOS:

 Apresenta risco de incêndio violento, sobretudo quando se trata de celulóide e


nitrocelulose (embora possa ser usada água para o extinguir);

 Desprendimento de fumos tóxicos quando ardem;

 Afastar de qualquer fonte de calor.

EM CASO DE INCÊNDIO:

 Arrefecimento do recipiente com água pulverizada em caso de aquecimento.

RECIPIENTE DANIFICADO: Reparar o recipiente se possível. Manter o recipiente afastado dos


materiais orgânicos tais como a serradura, a madeira, os encerados etc.

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 46/63
Acção:
19.7. Classe 4.2 – Matéria sujeita a inflamação espontânea

ETIQUETA 4.2

INDICADO PARA: Sólidos tais como a farinha dos peixes, fósforo activado do carbono branco e
amarelo, carvão de lenha.

RISCOS:

 Incêndio podendo ser usada água para o extinguir;

 Explosão do recipiente em caso de aquecimento;

 Afastar de qualquer fonte de calor.

RECIPIENTE DANIFICADO: Repare o recipiente se possível. Isolar numa área fresca, afastada do
calor.

19.8. Classe 4.3 – Substâncias perigosas quando molhadas

ETIQUETA 4.3

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 47/63
Acção:
RISCOS:

 Gases inflamáveis reagindo perigosamente com a água;

 Apresenta risco de explosão;

 Arrefecer o depósito com água pulverizada, em caso de aquecimento desde que se esteja
seguro que não entra em contacto com a mercadoria.

EM CASO DE INCÊNDIO:

NÃO usar água para apagar o incêndio.

RECIPIENTE DANIFICADO: Repare o recipiente se possível. Coloque em sítio seco, ou carregue


num vagão coberto. Se o conteúdo se molhar por acidente, remover o recipiente para espaço
aberto onde o gás envolvido não pode causar nenhum dano.

19.9. Classe 5.1 – Agente de Oxidação (Comburente)

ETIQUETA 5.1

INDICADO PARA: Líquidos e sólidos tais como o nitrato de amónio, nitrato de cálcio, ácido
clórico, peróxido de hidrogénio.

RISCOS:

 Apresenta risco de explosão;

 Produz fogo muito violento;

 Algumas mercadorias inflamam-se ou ardem espontaneamente junto da palha, serradura,


farinha ou açúcar.

EM CASO DE INCÊNDIO:

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 48/63
Acção:
 Pode ser usada água na extinção do fogo, mas deve evitar-se respirar o fumo (tóxico).

RECIPIENTE DANIFICADO: Repare o recipiente se possível. Mantenha afastado dos materiais


orgânicos tais como a serradura, a madeira, os encerados etc. e descontaminar a área.

19.10. Classe 5.2 – Peróxido Orgânico

ETIQUETA 5.2

INDICADO PARA: Líquidos e sólidos tais como o nitrato de amónio, nitrato de cálcio, ácido
clórico, peróxido de hidrogénio.

RISCOS:

 Apresenta risco de explosão;

 Produz fogo muito violento;

 Algumas mercadorias inflamam-se ou ardem espontaneamente junto da palha, serradura,


farinha ou açúcar.

EM CASO DE INCÊNDIO:

 Pode ser usada água na extinção do fogo, mas deve evitar-se respirar o fumo (tóxico).

RECIPIENTE DANIFICADO: Reparar o recipiente se possível. Mantenha afastado dos materiais


orgânicos tais como a serradura, a madeira, os encerados etc. e descontaminar a área.

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 49/63
Acção:
19.11. Classe 6.1 - Tóxico

ETIQUETA 6.I

INDICADO PARA: Líquidos e sólidos tal como determinados pesticidas solução da amónia ,
arsénico etc..

RISCOS:

 Apresenta risco de intoxicação ao contacto, à ingestão ou à inalação.

EM CASO DE INCÊNDIO:

 Pode ser usada água na extinção do fogo, mas deve evitar-se respirar o fumo (tóxico).

RECIPIENTE DANIFICADO: Remova o recipiente. Afastar dos alimentos e das rações. Evite a
inalação dos vapores.

19.12. Classe 6.2 – Substâncias infecciosas

ETIQUETA 6.2

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 50/63
Acção:
INDICADO PARA: Matérias que podem provocar doenças infecciosas no homem ou nos animais
porque contêm ou supõe-se conterem agentes patogénicos.

RISCOS:

 Apresenta riscos de contágio em graus diversificados;

 Devem evitar-se todos os tipos de contacto.

EM CASO DE DERRAME:

 Devem ser avisadas as autoridades sanitárias e solicitadas informações quanto à


descontaminação e limpeza.

19.13. Classe 7 – Material Radioactivo

De acordo com o tipo de pacotes a transportar (volumes, pequenos contentores) será atribuída
uma das etiquetas abaixo apresentadas.

INDICADO PARA: Material radioactivo emite radiações invisíveis prejudiciais e perigosas para a
vida humana a menos que sejam tomadas as medidas precaucionais adequadas para a
protecção daqueles que manuseiam, transportam ou que directa ou indirectamente contactem
com o produto.

EM CASO DE DERRAME:

 Em caso de avaria dos volumes, constitui perigo para a saúde em caso de ingestão, inalação
ou contacto com a matéria que se encontrar derramada.

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 51/63
Acção:
RISCOS:

 Perigo de contaminação radioactiva. Ema caso de acidente, rotura do volume ou fuga da


mercadoria não deve ser permitida a entrada a ninguém.

 Deve-se contactar imediatamente o Posto de Comando a fim de chamar um perito.

INDICADO PARA: Material radioactivo emite radiações invisíveis prejudiciais e perigosas para a
vida humana a menos que sejam tomadas as medidas precaucionais adequadas para a
protecção daqueles que manuseiam, transportam ou que directa ou indirectamente contactem
com o produto.

EM CASO DE DERRAME:

 Em caso de avaria dos volumes, oferece perigo para a saúde por ingestão, inalação ou
contacto com a matéria que se encontrar derramada bem como risco de irradiação externa
à distância.

RISCOS:

 Perigo de contaminação radioactiva. Ema caso de acidente, rotura do volume ou fuga da


mercadoria não deve ser permitida a entrada a ninguém.

 Deve-se contactar imediatamente o Posto de Comando a fim de chamar um perito.

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 52/63
Acção:
INDICADO PARA: Material radioactivo emite radiações invisíveis prejudiciais e perigosas para a
vida humana a menos que sejam tomadas as medidas precaucionais adequadas para a
protecção daqueles que manuseiam, transportam ou que directa ou indirectamente contactem
com o produto.

RISCOS:

 Perigo de contaminação radioactiva. Ema caso de acidente, rotura do volume ou fuga da


mercadoria não deve ser permitida a entrada a ninguém.

 Deve-se contactar imediatamente o Posto de Comando a fim de chamar um perito.

19.14. Classe 8 – Matérias corrosivas

ETIQUETA 8

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 53/63
Acção:
INDICADO PARA: Líquidos e sólidos tais como o ácido sulfúrico, ácido nítrico, soda cáustica.

EM CASO DE DERRAME:

 Neutralizar o ácido por meio de um alcalóide, por exemplo cal, ou a inundação com água.
Remover o recipiente danificado. Evite o contacto com roupa ou pele. Não respire o vapor

RISCOS:

 Perigo de corrosão da pele, olhos ou mucosas.

 Em caso de incêndio pode ser usada água, mas não com todas as mercadorias.

19.15. Classe 9 – Matérias e objectos perigosos diversos

ETIQUETA 9

As variadas substâncias e artigos perigosos não cobertos pelas outras classes que a experiência
mostrou ser de uma natureza perigosa.

RISCOS:

 Apresenta riscos diversos consoante o tipo de matéria ou objecto:

 Incêndio devido a libertação de vapores inflamáveis, ou;

 Intoxicação por despreendimento de dioxinas (subproduto altamente tóxico e


carcinogênico) ou vapores tóxicos resultantes de incêndio, ou poluição do ar (libertação de
poeiras) ou contaminação do meio ambiente.

Nota: Cada administração deve entregar ao seu pessoal as medidas detalhadas de primeiros
socorros e procedimentos de operação a serem seguidos no caso de acidente que envolva
materiais perigosos.

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 54/63
Acção:
20. COMPATIBILIDADE

20.1. CONCEITO DE INCOMPATIBILIDADE

Consideram-se incompatíveis duas ou mais mercadorias, que, devido ao seu grau de perigo ou
características intrínsecas possam desencadear reacção entre si, pelo que a embalagem em
comum dessas mercadorias é interdita (proibida).

Esta incompatibilidade tanto é possível entre mercadorias de classes diferentes (características


de perigo diferentes), como na mesma classe (grupos de perigosidade elevada ou diferente -
classe 1 -), obrigando à interdição do transporte em comum na mesma embalagem, volume,
contentor, ou vagão ou a condicionamentos adequados de distâncias de protecção que podem,
inclusive, incidir sobre a formação do comboio.

A seguinte tabela da compatibilidade é baseada inteiramente no uso daquelas etiquetas.

A intersecção das colunas horizontais e verticais para quaisquer duas Classes ou grupos de
produtos perigosos indica a compatibilidade do Classe/grupos.

Um espaço em branco denote que as duas Classes ou grupos podem ser carregados,
armazenados ou empilhados juntos.

A Ver requisitos da legislação local

B Não permitido quando as duas classes estão em granel

C Não permitido quando a substância de classe 3.3 é nitro metano

D Não permitido quando a substância de Classe 6.1 é capaz de ser


incendiado e arder

E Não permitido quando a substância de Classe 6.1 é um cianide.

F Não permitido quando a substância de Classe 9 é capaz de ser


incendiado e arder

G Deve ser carregado pelo menos de 1 metro de distância

MATÉRIAS PERIGOSAS
Revisto em: 2012-08-01 Página 55/63
Acção:
21. PRECAUÇÕES DURANTE O TRANSPORTE
Quando os materiais perigosos são transportados por via-férrea, a atenção dos ferroviários deve
ser especialmente dirigida, por um oficial responsável na estação de despacho, dando-lhes a
lista de tráfego interno ou transfronteiriço de produtos perigosos

Quando o comboio é entregue a outra rede ferroviária ou oficial responsável, quem entrega
deve, do mesmo modo, chamar a atenção especial a tal tráfego entregando-lhes a lista de
tráfego interno ou transfronteiriço de produtos perigosos

O oficial encarregado na estação fronteiriça que recebe o lista de tráfego transfronteiriço de


produtos perigoso deve transmitir tal informação ao centro de controle principal das operações
e/ou ao outro escritório de operações para que, em caso de emergência, a composição do
comboio esteja prontamente disponível a todo o pessoal e às organizações de salvamento.

Tractores de manobras devem também ser advertidos por escrito da presença de tal tráfego
num comboio para que sejam efectuados os movimentos de manobra com os cuidados devidos.

À tripulação do comboio deve ser dado prévio conhecimento das matérias transportadas. Os
maquinistas devem prestar cuidado ao passar nas curvas, pendentes ou ao aproximar-se ou ao
passar sobre agulhas, particularmente nos cruzamentos ou ultrapassagens com outros
comboios.

Nenhum maquinista ou assistente podem acender fogo ou manusear brasas na vizinhança dum
vagão ou vagões que contenham produtos inflamáveis, nem pode um vagão que contenha tal
tráfego ser parado sobre ou perto de material incandescente.

Evitar, tanto quanto possível, parar as locomotivas do vapor ao lado ou perto de qualquer vagão
que contem materiais perigosos.

22. TRANSPORTE CONSIDERADO COMO INSEGURO


Se se considerar, durante a entrega de um comboio num estação fronteiriça que um transporte
de material perigoso é inseguro, tal transporte deve ser aí detido depois do qual:

 A estação de trasfega deve ser avisada de imediato;

 A estação de destino deve ser avisada de imediato;

 O Encarregado na estação fronteiriça deve procurar o conselho profissional antes de tratar


do transporte inseguro.

MATÉRIAS PERIGOSAS
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Acção:
23. DEVOLUÇÃO DE VASILHAME
Quando um contentor vazio, contentor de carga, ou o vagão ferroviário são devolvidos ao
remetente, sem ter sido completamente limpo descontaminado ou desgaseificado, será sujeito
ao mesmo despacho, etiquetagem e a outros instruções aplicáveis tal como se fosse carregado.

24. REQUISITOS ADICIONAIS PARA CONTENTORES DE CARGA


A seguinte documentação adicional é requerida para contentores de carga:

(a) Declaração da embalagem;

(b) Cartão do transporte da emergência (TREMCARD).

25. PREVENÇÃO E ACTUAÇÃO EM CASO DE ACIDENTE

25.1. ACIDENTES, ASPECTOS PRÉVIOS

Com certa frequência ocorrem incidentes, que nos recordam quão limitado é o nosso domínio
da tecnologia e quão frágil o ambiente de que dependemos para a nossa vivência quotidiana e
futura sobrevivência.

Incidentes como o acidente na central nuclear de Chernobyl, a catástrofe de gás de Bhopal, a


fuga de produtos químicos de Seveso, o incêndio-explosão (BLEVE) de Los Alfaques, o derrame
de petróleo do Amoco Cadiz, a explosão do contentor em Lisboa S.A. (Av. Infante D.Henrique),
em 90.03.01, o descarrilamento do comboio de transporte de Visbreaker, em Canal Caveira
(99.04.27), servem para demonstrar, de forma bem clara, o preço que todos temos de pagar
pelo progresso económico.

É evidente, que a ocorrência deste tipo de acidentes é rara, mas não é surpreendente que,
quando acontecem, catalisem a preocupação da opinião pública quanto aos perigos, que
ameaçam o Homem e o Ambiente e, à necessidade premente de o proteger e salvaguardar.

A par da contínua evolução tecnológica vai-se incrementando, simultaneamente, o risco, que de


forma directa afecta o Homem e o Meio Ambiente.

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Acção:
Paralelamente, vão surgindo estudos, que originam disposições destinadas e vocacionadas a
depurar a prevenção, como medida de resposta ao incremento do risco. Não obstante, em
nenhum momento poderão ser excluídas as possibilidades de ocorrência dum qualquer sinistro
e, por consequência, o acidente com as consequências respectivas, que em cada caso podem
derivar-se.

É, por inserção no contexto universal, de que o "acidente espreita...", que não obstante a
importância e relevância da existência de uma organização planificada de todos os elementos
(humanos e materiais), que hão-de intervir como meios de socorro, em caso de acidente, que
importa, fundamentalmente, apostar e alicerçar na PREVENÇÃO do acidente.

Ainda que nem sempre seja possível evitar a ocorrência de um sinistro, é possível, prever
medidas adequadas, com vista a limitar os seus efeitos ou consequências, inventariando as
necessárias medidas de segurança, quer numa perspectiva de prevenção e protecção, quer de
intervenção, através da afectação e dotação de equipamentos e materiais às infra-estruturas
intervenientes no processo de transporte.

25.2. PREVENÇÃO DE ACIDENTES

A prevenção de acidentes assenta, fundamentalmente, na observância e cumprimento dos


procedimentos regulamentares instituídos, alguns já abordados, de forma específica no
presente Manual e, que se resumem:

 Aquando da requisição do transporte QUANTO À DOCUMENTAÇÃO:

 Exigência da documentação obrigatória;

 Exigência do correcto preenchimento da declaração de expedição;

 Exigência da apresentação de todos os documentos obrigatórios.

 Aquando da requisição do transporte QUANTO À ACEITAÇÃO DO TRANSPORTE:

 Verificação do estado das embalagens, carga e estiva e, ainda à detecção de


anomalias:

 Quanto à embalagem e etiquetagem (estado, localização e visibilidade das


etiquetas),

 Estanquidade dos recipientes, etc.,

 Possível discrepância entre as etiquetas e a mercadoria.

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Acção:
De todas as anomalias detectadas deverá ser contactado o expedidor, que ficará
responsabilizado pela mercadoria e consequentes danos, que, comprovadamente, não sejam
imputáveis ao operador ferroviário ou aos caminhos de ferro.

25.3. A PREVENÇÃO PASSA AINDA POR DIVERSAS MEDIDAS

A definição de itinerários de circulação, tendo em conta os diversos parâmetros:

 zonas de menor densidade populacional e de tráfego;

 itinerários em zonas de maior acessibilidade a medidas de socorro;

 saídas de emergência;

 dotação de cais e parques apropriados;

 horários de menor densidade de tráfego.

Informação atempada pelo CTC às estações, tripulações dos comboios e órgãos externos,
nomeadamente, Serviço Nacional de Bombeiros.

Acompanhamento do transporte pelas estações e guardas de passagem de nível, que não se


coibirão de comunicar qualquer anomalia notada.

Colaboração e articulação entre a tripulação dos comboios e operacionais dos Órgãos ou


Entidades mais directamente ligados à gestão da circulação em caso de situação degradada ou
de Emergência tendo em conta o procedimento do regulamentado para estas situações.

Deve ser evitado qualquer estrangulamento da circulação nas proximidades dos comboios
carregados com mercadorias perigosas. Se possível, deve proceder-se ao seu desvio para linhas
mais isoladas, de preferência afastadas das zonas povoadas.

Anúncio aos terminais e locais de destino da mercadoria perigosa, características e respectivos


cuidados.

Tomada prévia de medidas adequadas por parte do(s) centro(s) de comando, estações e equipas
de trabalhos relativamente à protecção de uma composição com mercadorias perigosas que
tenha de ser recebida ou passar por zonas onde se esteja a proceder a trabalhos na via. O
pessoal aí a prestar serviço deve ser esclarecido quanto aos cuidados a ter relativamente às

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mercadorias inflamáveis, tóxicas explosivas e/ou com outro risco secundário (a mesma acção
cautelar deverá ser observada quanto à interdição na superestrutura, em caso de acidente para
libertação de via). Deve-se proceder, se necessário, à interdição de actuação a, quente
(soldadura a gás ou eléctrica, rebitagem, corte, burilagem).

Tomada de medidas para evitar estacionamentos em locais muito povoados, de acesso fácil a
estranhos, ou de muita intensidade de tráfego de passageiros.

Paragem ou desvio para local mais adequado de uma composição em cujo carregamento seja
detectada, em percurso, qualquer fuga, avaria ou desarranjo.

Informação completa do grau de avaria ao Posto de Comando, que decidirá quanto às medidas a
tomar.

Tomada de medidas nas manobras:

 Deve-se sempre ter em conta o perigo com estas mercadorias portadoras quando em
manobras.

26. ACTUAÇÃO EM CASO DE ACIDENTES


Verificando-se a ocorrência de qualquer situação de acidente (ex: descarrilamento, embate,
colisão, choque ou encavalitamento) envolvendo o(s) vagão(ões) de transporte de mercadorias
perigosas, deverá ser, imediatamente, avisado do facto, o Posto de Comando.

Dado o alerta da situação de acidente, havendo essa possibilidade, deverão ser accionadas as
acções indicadas na regulamentação aplicável ao transporte, a par de outras, tais como:

Desengatar o(s) vagão(ões), que se vislumbre(m) estar(em) sinistrado(s), imobilizando-o(s):

 Imobilizando os veículos conforme se encontra regulamentado.

Quando ocorrer um acidente (incêndio derrame etc.) num comboio em trânsito deve o
Maquinista proceder à sua paragem evitando locais que ofereçam perigo ou dificultem a
evacuação, a intervenção dos bombeiros ou equipas de socorro. Sempre que possível deve a
paragem acidental de um comboio acontecer junto a uma passagem de nível ou na proximidade
de uma estrada.

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Assegurar a protecção do comboio, nomeadamente, no que concerne à aproximação de outros
comboios, conforme regulamentado para o efeito.

Quando se verificar, por motivo de acidente, uma anomalia na recomposição da carga, a


necessidade de acções de trasfega e não se disponha de pessoal habilitado para essas operações
deve, a entidade competente, solicitá-lo com a máxima urgência junto das entidades próprias.

Quando um acidente rodo/ferroviário ou rodoviário nas instalações ferroviárias inclua veículos


com etiquetas de perigo devem ser tomadas as mesmas providências que seriam tomadas se se
tratasse de transporte ferroviário, incluindo, sempre que necessário, o isolamento da área.

Se se tiver de proceder à devolução de material acidentado para reparação ou abate, sobretudo


vagões-cisternas e contentores-cisternas que tenham contido matérias perigosas, ainda que
vazios, deve ser indicado "por limpar, não desgaseificado", e descrever qual a última mercadoria
carregada, sempre que as suas etiquetas não sejam bem visíveis, estejam danificadas ou tenham
sido retiradas.

27. ACTUAÇÃO EM CASO DE INCÊNDIO


Detectado um foco de incêndio, urge evitar o seu desenvolvimento, propagação e alastramento.

É necessário agir-se com rapidez, porque dada a celeridade com que se desenvolve um incêndio,
quanto mais rapidamente for combatido, menores serão os efeitos destruidores.

Assim, e antes da chegada dos meios exteriores de socorro e intervenção (Bombeiros) há que
desencadear a primeira intervenção, isto é, o ataque inicial do incêndio, que poderá ser feito ou
através dos meios usuais (baldes de areia) e, nestes se incluindo os extintores portáteis, sendo
que a intervenção humana é indispensável e directa.

28. ACTUAÇÃO EM CASO DE FUGA OU DERRAME


Detectada uma fuga ou derrame da mercadoria perigosa, as medidas de acção imediata a
desencadear nos primeiros momentos, que se seguem ao incidente ou acidente são duma
importância determinante.

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Nesse momento não será possível informar-se dos procedimentos a aplicar. Assim é, pois, de
toda a acuidade, que antes do início do transporte se proceda a uma completa informação das
normas e procedimentos a adoptar.

É, no entanto, importante referir-se algumas medidas de segurança a observar no caso de


eventual fuga ou derrame, sem incêndio.

Assim, dever-se-á:

 Tentar deter a fuga ou derrame, absorvendo-se este, com terra ou areia, evitando-se, que
se encaminhe para esgotos, cursos de água ou poços, obstando-se explosões nos esgotos, a
contaminação das águas, que poderão ser utilizadas por pessoas ou animais;

 Eliminar, por antecipação, eventuais riscos de incêndio;

 Verificar as válvulas e obturá-las, se possível;

 Fechar todas as aberturas baixas nas proximidades (respiradouros, bocas de esgotos, etc.);

 Tentar a recolha do produto, em recipientes;

 Isolar a área atingida, se necessário

A concretização das medidas de segurança enunciadas, requer, em alguns casos, consoante o


produto perigoso em causa, a utilização de vestuário de protecção individual apropriado,
conforme indicação em regulamentação específica.

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ANEXO A

COMBINÊD CONSIGNMENT NOTE AND TRUCK LABÊL - DANGEROUS GOODS


WBÊÊggm HHB CONSIGNMENT NUMBER

Account number HnH


Client Reference Contract Number

Fonvard Location Receiving Location -

Siding Number Via Siding Number

Sender ;' Consignee

Address Address

Signature of Sender Truck number

Description of Contents QuantityA/olume Mass Measure Ves No

Slug Number Gross

Tare

Vessel name/number Permit number Net

SealNumbers Ullage Temp Density

Tarp Numbers Commodity Code Zoning Code


Z
S.l.N.
T
Danger Group Flash Point
S

VERSO

EU/NÓS CERTIFICAM QUE OS BENS PERIGOSOS DECLARADOS AQUI SÃO INTEIRAMENTE E


EXATAMENTE DESCRITOS PELOS NOMES CORRETOS TÉCNICOS E TÊM SIDO EMBALADOS,
ENDEREÇADOS, MARCADOS E ETIQUETADOS DO ACORDO COM AS EXIGÊNCIAS DO MANUAL DE
MATERIAIS PERIGOSOS DA COMUNIDADE DE DESENVOLVIMENTO DE ÁFRICA AUSTRAL E ESTÃO
EM CONDIÇÕES APROPRIADAS PARA TRANSPORTE

NOME:________________ ASSINATURA: ________________ DATA: ________________

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