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condutores de veículos de
transporte de produtos
perigosos
Educação presencial
ESPECIALIZADO
PARA
CONDUTORES
DE VEÍCULOS DE
TRANSPORTE
DE PRODUTOS
PERIGOSOS
Diretoria Executiva Nacional
Coordenação de Desenvolvimento Profissional
Educação Presencial
Especializado para Condutores de Veículos de Transporte de Produtos Perigosos
Material do aluno
Abril/2016
Fale conosco
0800.7282891
www.sestsenat.org.br
CDU 656.073.436
ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE
VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE PRODUTOS
PERIGOSOS
Módulo I - Legislação de Trânsito e de Transporte ...................................................... 13
Perigosos ....................................................................................................................... 31
1 Cargas de Produtos Perigosos – Conceito e Considerações ..........................................33
2 A Legislação Específica e Normas sobre o Transporte Rodoviário de Produtos
Perigosos ...............................................................................................................................35
3 A Carga e seu Acondicionamento .....................................................................................39
4 Responsabilidades do Condutor durante o Transporte ...................................................40
5 Documentação para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos ..........................41
6 Simbologia utilizada no Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos .......................42
7 Registrador Instantâneo e Inalterável de Velocidade e Tempo .......................................44
8 Infrações e Penalidades na Legislação de Transporte Rodoviário de Produtos
Perigosos ...............................................................................................................................45
Resumindo...............................................................................................................................46
Consolidando conteúdos .......................................................................................................46
5
Módulo II - Direção Defensiva ..................................................................................... 49
de Incêndio ..................................................................................................................... 89
10
Comprometido com o desenvolvimento do transporte no País, o SEST SENAT oferece um
programa educacional que contribui para a valorização cidadã, o desenvolvimento profissional,
a qualidade de vida e a empregabilidade do trabalhador do transporte, por meio da oferta de
diversos cursos que são desenvolvidos nas Unidades Operacionais do SEST SENAT em todo
o Brasil.
Sempre atento às inovações e demandas por uma educação profissional de qualidade, o SEST
SENAT reestruturou todo o portfólio de materiais didáticos e de apoio aos cursos presenciais
da instituição, adequando-os às diferentes metodologias e aos tipos de cursos, alinhando-os
aos avanços tecnológicos do setor, às tendências do mercado de trabalho, às perspectivas da
sociedade e à legislação vigente.
Esperamos, assim, que este material, que foi desenvolvido com alto padrão de qualidade
pedagógica, necessário ao desenvolvimento do seu conhecimento, seja um facilitador do
processo de ensino e aprendizagem.
Bons estudos�
11
APRESENTAÇÃO
Prezado Aluno
Desejamos-lhe boas-vindas ao Especializado para condutores de veículos de transporte de
produtos perigosos�
Vamos trabalhar juntos para desenvolver novos conhecimentos e aprofundar as competências
que você já possui�
Este curso é destinado aos condutores interessados em atuar no transporte de produtos
perigosos e que já possuam a Carteira Nacional de Habilitação – nas categorias B, C, D ou E.
Outros requisitos necessários são:
• ser maior de 21 anos;
• não estar cumprindo pena de suspensão do direito de dirigir, cassação da carteira
nacional de habilitação – CNH, pena decorrente de crime de trânsito, bem como não
estar impedido judicialmente de exercer seus direitos.
O objetivo geral do curso é proporcionar condições para que o condutor de transporte de
cargas conduza o veículo com segurança e responsabilidade.
O curso foi desenvolvido em quatro módulos, cujos temas e carga horária seguem
criteriosamente o estabelecido na Resolução nº 168, de 14 de dezembro de 2004, e na Resolução
nº 285, de 29 de julhode 2008, que altera seu anexo, ambas do Conselho Nacional de Trânsito
(CONTRAN).
Os módulos são: Legislação de Trânsito; Direção Defensiva; Noções de Primeiros Socorros,
Respeito ao Meio Ambiente e Prevenção de Incêndio; Movimentação de Produtos Perigosos.
Os módulos do Especializado para condutores de veículos de transporte de produtos perigosos
estão divididos em unidades para facilitar o aprendizado.
No início de cada unidade, você será informado sobre o conteúdo a ser abordado e os objetivos
que se pretende alcançar.
Nesse sentido, esperamos que este Curso seja muito proveitoso para você�
Nosso intuito maior é o de lhe apresentar dicas, conceitos e soluções práticas para ajudá-lo a
resolver os problemas encontrados no seu dia a dia de trabalho.
Bons estudos�
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MÓDULO I
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO E DE
TRANSPORTE
UNIDADE 01
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO
O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Com qual categoria de habilitação se pode conduzir um veículo transportador de produtos
perigosos? Qual a documentação exigida do condutor e do veículo? A que infrações o
condutor está sujeito?
De acordo com Gomes (2015) e Pazetti (2015), o Brasil possui um conjunto de leis que regem
e disciplinam o trânsito nas vias terrestres. A principal delas é a Lei nº 9.503/1997, que institui
o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Além do CTB, existe a legislação complementar, as
Resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), as Portarias do Departamento
Nacional de Trânsito (DENATRAN) e outras regulamentações estaduais e municipais.
Atualização de Requisitos para a Matrícula no Curso
Especializado
De acordo com a Resolução CONTRAN no 455/2013, que alterou dispositivos das Resoluções
CONTRAN nos 168/2004 e 285/2008, foi retirada a exigência ao candidato ao Curso Especializado
de �não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser reincidente em infrações
médias durante os últimos 12 (doze) meses�. Com isso, os requisitos atuais são os seguintes:
• ser maior de 21 anos;
• estar habilitado em uma das categorias �B�, �C�, �D� e �E�;
• não estar cumprindo pena de suspensão do direito de dirigir, cassação da Carteira
Nacional de Habilitação (CNH), pena decorrente de crime de trânsito, bem como não
estar impedido judicialmente de exercer seus direitos.
Categorias de Habilitação e Relação com Veículos
Conduzidos
Quanto às categorias de CNH e autorizações (CTB, Anexos I e II da Resolução CONTRAN no
168/2004), elas podem ser:
17
• autorização para Conduzir Ciclomotores (ACC): habilita o condutor a conduzir
ciclomotores até 50 (cinquenta) cilindradas;
• categoria A: qualifica a conduzir veículos automotores de 2 (duas) ou 3 (três) rodas,
com ou sem carro lateral;
• categoria B: qualifica a conduzir veículos automotores com ou sem reboque, com
peso bruto total (PBT) de até 3.500 kg e lotação máxima de 8 (oito) lugares, fora o do
condutor, bem como trator de roda e os equipamentos automotores destinados a executar
trabalhos agrícolas poderão ser conduzidos em via pública;
• categoria C: permite dirigir veículo motorizado utilizado em transporte de carga,
cujo peso bruto total exceda a três mil e quinhentos quilogramas;
• categoria D: permite dirigir veículo motorizado utilizado no transporte de passagei-
ros, cuja lotação exceda a oito lugares, excluído o do motorista;
• categoria E: qualifica conduzir todos os veículos das categorias B, C e D, trailers e
veículos que rebocam unidades com mais de 6.000 kg de PBT ou com lotação superior a
8 (oito) passageiros.
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O atual modelo da CNH traz o número do Registro Nacional
dos Condutores Habilitados — RENACH (CTB, Anexo I), que
é estabelecido no início do processo de habilitação e usado para
atendimento ou autuação do condutor em qualquer Unidade da
Federação.
Em relação à documentação dos veículos, o profissional deve estar atento aos seguintes
documentos:
• Certificado de Registro do Veículo — CRV (CTB, Art. 121): é o documento de
porte não obrigatório que deve ser mantido em local seguro e serve para transferir de
propriedade, alterar o endereço do proprietário ou alterar as características do veículo;
Para que você tenha uma ideia das sanções impostas aos
infratores e aplicadas pelo DETRAN, Prefeituras, Polícias
Infração de trânsito é a Rodoviárias e outros órgãos com jurisdição sobre a via,
inobservância de qualquer atente ao seguinte rol:
preceito deste Código, da
legislação complementar ou das
resoluções do CONTRAN, sendo
o infrator sujeito às penalidades
e medidas administrativas
indicadas em cada artigo,
além das punições previstas no
Capítulo XIX (art. 161, CTB).
• advertências por escrito: têm finalidade educativa — nos casos de infração leve ou
média, infratores não reincidentes e com boa conduta;
• multas: impostas à maior parte das infrações — com anotação de pontos no prontuário
do infrator, são proporcionais à gravidade da infração;
20
• suspensão do direito de dirigir: adotada em certos crimes e infrações, ou quando for
excedido o número máximo admissível de pontos no prontuário;
• apreensão do veículo: prevê o recolhimento em depósito do órgão responsável — o
infrator deve arcar com todos os ônus para retirada;
• cassação da CNH: cancelamento definitivo do documento de habilitação, obrigando
o infrator a reiniciar o processo de habilitação;
• cassação de Permissão para Dirigir (PPD): sujeita o infrator a reiniciar o processo de
habilitação;
• curso de reciclagem: é obrigatório ao infrator com direito de dirigir suspenso ou que
tenha provocado acidente grave, ou ainda, que tenha sido condenado por delito de trânsito.
No que tange às multas por infrações de trânsito, elas dependem da gravidade da ocorrência
e podem ser de acordo com a Tabela 1. Note que algumas das infrações gravíssimas têm o
valor da multa multiplicado por 3, 5 e 10, uma vez que a vida foi colocada em risco extremo,
conforme a Tabela 2 (CTB, Art. 1o):
Tabela 1: Gravidade e valores de multas. Tabela 2: Multas gravíssimas e valores.
21
Note que algumas das infrações gravíssimas podem ser agravadas, podendo o valor da multa
ser multiplicado por 3, 5 ou 10. Isso ocorre porque a vida foi colocada em risco, em desacordo
com o Art. 1º do CTB.
As principais normas para circulação e conduta de veículos nas vias terrestres são as seguintes
(CTB, Arts. 29 e 48):
• a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções devidamente
sinalizadas;
• o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os
demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista;
• terá preferência de passagem:
‐ no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando
por ela;
‐ no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;
‐ nos demais casos, o que vier pela direita do condutor.
• quando houver várias faixas na pista, as da direita são destinadas ao deslocamento
dos veículos mais lentos, e as da esquerda, destinadas à ultrapassagem e ao deslocamento
dos veículos de maior velocidade;
• o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acostamentos, somente poderá
ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de estacionamento;
• os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, quando em atendimento na
via, gozam de livre parada e estacionamento no local da prestação de serviço, desde que
devidamente sinalizados, devendo estar identificados;
• nas paradas, operações de carga ou descarga e nos estacionamentos: o veículo deverá
ser posicionado no sentido do fluxo, paralelo ao bordo da pista de rolamento e junto à
guia da calçada (meio-fio), admitidas as exceções devidamente sinalizadas.
Você sabia que existe classificação para as vias rurais e urbanas (CTB, Art. 60 e Anexo I)? As
vias rurais são classificadas em:
• rodovias: são conceituadas pelo CTB como vias rurais pavimentadas;
• estradas: em geral, são as vias rurais não pavimentadas.
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No que tange à velocidade máxima permitida para a via, será indicada por meio de sinalização,
obedecidas suas características técnicas e as condições de trânsito. Onde não existir sinalização
regulamentadora, a velocidade máxima será conforme mostrada na Tabela 3.
Tabela 3: Velocidades máximas nas vias.
Talvez você já se tenha perguntado: qual a relação entre velocidade mínima e velocidade
segura?
28
4. Com relação às sanções que podem ser impostas aos infratores
da legislação de trânsito, assinale a alternativa errada:
( ) As advertências por escrito têm finalidade educativa, e são
aplicadas no caso de infração leve ou média, a infratores não
reincidentes e com boa conduta.
( ) As multas são impostas à maior parte das infrações, com
anotação de pontos no prontuário do infrator e são proporcionais
à gravidade da infração.
( ) A suspensão do direito de dirigir é adotada em certos crimes e
infrações, ou quando for excedido o número máximo admissível
de pontos no prontuário.
( ) A apreensão do veículo prevê o recolhimento em depósito do
órgão responsável, e o infrator não necessita arcar com os ônus
para retirada.
29
UNIDADE 02
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA E NORMAS SOBRE
O TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS
1 Cargas de Produtos Perigosos – Conceito e Considerações
O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Qual é a legislação de transporte específica para a movimentação rodoviária de produtos
perigosos? Quais as responsabilidades do condutor? Qual é a documentação necessária?
Qual simbologia deve ser utilizada nas embalagens e nos veículos?
33
Os produtos perigosos são transportados, constantemente, por nossas vias, pois são necessários
à fabricação de diversos produtos para uso nas indústrias, agricultura e até no nosso dia a
dia. Como são substâncias que oferecem riscos, devem ser transportadas por profissionais
instruídos e treinados, bem como por empresas comprometidas com as regras de segurança
previstas nas legislações vigentes.
No que concerne à classificação dos produtos perigosos para fins de transporte, há nove classes
de risco, identificadas por painéis de segurança e rótulos de risco específicos, a saber:
• classe 1: explosivos;
• classe 2: gases;
• classe 3: líquidos inflamáveis;
• classe 4: sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espontânea; substâncias
que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis;
• classe 5: substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos;
• classe 6: substâncias tóxicas e infectantes;
• classe 7: material radioativo;
• classe 8: substâncias corrosivas;
• classe 9: substâncias e artigos perigosos diversos.
34
Com relação ao número de risco para substâncias e artigos das Classes 2 a 9, consiste de dois
ou três algarismos que indicam a natureza e a intensidade do risco. O significado dos números
de risco constantes na coluna 5 da Relação de Produtos Perigosos da Resolução no ANTT
420/2004, é indicado no item 3.2.3.2 e, de modo geral, os algarismos e letras que o compõem
indicam os seguintes riscos:
Além da legislação de trânsito, o condutor deve ainda atentar para a legislação específica de
transporte. No que concerne à legislação de transporte rodoviário de produtos perigosos no
Brasil, ela é representada, sobretudo, pela Resolução ANTT no 3.665/2011, que atualiza o
Regulamento do Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos, e pela Resolução ANTT no
420/2004 e suas alterações, que aprovam as Instruções Complementares ao Regulamento do
Transporte Terrestre de Produtos Perigosos. 35
As regras para o transporte de produtos perigosos que estão vigentes no
Brasil – nos modos rodoviário, ferroviário, aéreo e aquaviário — têm
DICAS
36
O Inmetro estabelece, mediante portarias, Regulamentos Técnicos
de Qualidade (RTQs) e de Avaliação da Conformidade (RACs) para
embalagens e veículos e equipamentos destinados ao transporte
LEMBRE-SE
rodoviário de produtos perigosos.
A legislação do transporte
rodoviário de produtos • instrumentos legais de outros órgãos e entidades
perigosos se interconecta com de governo, tais como: Comando do Exército, que
a ambiental, positivando as estabelece regulamentos para a fiscalização de
responsabilidades do expedidor produtos controlados; Comissão Nacional de Energia
e do transportador, em que Nuclear (CNEN), que prescreve instruções acerca de
se destacam, por exemplo, materiais radioativos; e Agência Nacional de Vigilância
o princípio do pagador/ Sanitária (ANVISA), que institui procedimentos
poluidor e o princípio da acerca de substâncias tóxicas e infectantes.
corresponsabilidade.
• no MERCOSUL: o Decreto no 1.797/1996 dispõe sobre a execução do Acordo de
Alcance Parcial para a Facilitação do Transporte de Produtos Perigosos entre Brasil,
Argentina, Paraguai e Uruguai. Já a Resolução ANTT nº 1.474/2006 dispõe sobre as
licenças e autorizações para o transporte rodoviário de carga internacional por empresas
nacionais e estrangeiras.
Há de se mencionar que o condutor de veículo que transporta produtos perigosos também deve
estar ciente dos principais instrumentos legais referentes ao transporte de carga em geral, a saber:
• Lei no 13.103/2015: dispõe sobre o exercício da profissão de motorista. Altera a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o CTB e a Lei no 11.442/2007 (empresas e
transportadores autônomos de carga) para disciplinar a jornada de trabalho e o tempo
de direção do motorista profissional, e dá outras providências; 37
• resolução ANTT no 4.799/2015: regulamenta os procedimentos para inscrição e
manutenção no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC)
e dá outras providências.
2.1 A Lei dos Caminhoneiros e sua Repercussão na Atividade
de Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos
A Lei no 13.103/2015 – conhecida como Lei dos Caminhoneiros — foi um marco importante
na regulamentação da profissão de motorista profissional. Eis alguns de seus efeitos para o
condutor de veículos no transporte rodoviário de produtos perigosos:
• jornada de trabalho: a jornada diária de trabalho do motorista profissional será de
8 (oito) horas, admitindo-se a sua prorrogação por até 2 (duas) horas extraordinárias
ou, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo, por até 4 (quatro) horas
extraordinárias;
DICAS
• prazos para carga e descarga: o prazo máximo para carga e descarga a partir do
momento em que o veículo chega ao destino é de 5 (cinco) horas. Se esse limite for
excedido, o motorista ou a empresa transportadora passam a ter direito a uma indenização
pecuniária;
• pagamento do frete: o pagamento de frete do transporte rodoviário para o
transportador autônomo de carga (TAC) deve ser feito com crédito em conta corrente,
poupança ou outra forma de pagamento regulamentada pela ANTT. Os custos dessa
operação (taxas bancárias) são do responsável pelo pagamento.
39
É proibido transportar produtos perigosos
juntamente com alimentos, medicamentos ou
quaisquer objetos destinados a uso ou consumo
Compatibilidade de cargas entre dois humano ou animal ou, ainda, com embalagens
ou mais produtos é entendida como a de mercadorias destinadas ao mesmo fim.
ausência de risco potencial de ocorrer
Para tanto, existem os cofres de carga, os quais
explosão, formação de gases, ou misturas
são caixas com fechos para acondicionamento
perigosas e outros, se postos em contato
de carga geral perigosa ou não, com a finalidade
entre si (por vazamento, ruptura de
de segregar durante o transporte produtos
embalagem ou outra causa qualquer).
incompatíveis durante o transporte. Tais
equipamentos, especialmente os fabricados em
plástico, têm os requisitos e métodos de ensaio
estabelecidos pela NBR 15.589:2008.
40
As operações de carregamento, descarregamento e transbordo de produtos perigosos devem
ser realizadas atendendo às normas e instruções de segurança e saúde do trabalho, estabelecidas
pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
42
do risco), podendo apresentar o Risco Subsidiário (risco adicional que o produto perigoso
apresenta).
O Rótulo de Risco obedece a determinados padrões de dimensão, cor e forma, e apresentam,
em regra, o pictograma, o nome e o número alusivo à Classe ou Subclasse de Risco a que o
produto perigoso pertence.
43
Nos termos estabelecidos na aludida Resolução ANTT nº 3.632/2011, o símbolo em questão
deve ser utilizado nas embalagens e nas unidades de transporte carregadas com substâncias
perigosas para o meio ambiente e classificadas nos números ONU 3077 e ONU 3082.
Cabe salientar que tal símbolo não é um novo rótulo de risco e, também, não substitui o Painel
de Segurança nem o Rótulo de Risco indicativo da Classe de Risco associada ao produto
perigoso transportado. Corresponde, portanto, a um item adicional para a identificação dos
riscos relativos aos números ONU 3077 e ONU 3082.
Ainda, ressalta-se que, conforme o item 2.0.0 da Resolução ANTT no 420/2004, a classificação
de um produto como perigoso para o transporte deve ser feita pelo seu fabricante ou expedidor
orientado pelo fabricante. Os testes e os critérios para classificação estão descritos no Manual de
Ensaios e Critérios, publicação da Organização das Nações Unidas (ONU), que permite, após
a realização dos ensaios ali descritos, a alocação do produto ensaiado em alguma das 9 Classes
e/ou Subclasses de Risco descritas na Resolução ANTT nº 420/2004. Tal Manual encontra-se
disponível no sítio eletrônico da ONU (http://www.unece.org/trans/welcome.html).
44
Quanto à fiscalização, a Resolução CONTRAN no 92/1999 e nº 406/2012
determinam que o agente fiscalizador treinado deverá verificar e
DICAS
De acordo com o Art. 230, inc. XIV do CTB, o condutor deve atentar que dirigir o veículo
com registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo viciado ou defeituoso, quando
houver exigência desse aparelho, enseja-lhe infração grave, com penalidade de multa e, como
medida administrativa, a retenção do veículo para regularização.
46
4. Com relação à documentação necessária quanto à carga para o
transporte rodoviário de produtos perigosos, podem ser citados
os abaixo indicados, à exceção de:
( ) Documento fiscal
( ) Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo
( ) Declaração do Expedidor
( ) Ficha de Emergência
47
MÓDULO II
DIREÇÃO DEFENSIVA
UNIDADE 01
DIREÇÃO DEFENSIVA – PARTE 1
Acidentes de trânsito
O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Será que todo acidente é evitável? Como o condutor deve agir nas situações adversas? Existe
relação entre o fator humano e os acidentes de trânsito? Como o condutor de veículo que
transporta produtos perigosos deve ultrapassar e ser ultrapassado?
Para que o condutor de veículo que transporta produtos perigosos aja de forma segura e
correta durante o exercício profissional de sua atividade, deve estar preparado para lidar
com as mais variadas situações cotidianas, desde aquelas referentes a si mesmo, até às
condições da via.
Nesta unidade, abordaremos o acidente evitável ou não evitável, as condições adversas
de luminosidade, tempo, via, tráfego, veículo e motorista, as relações existentes entre o
fator humano e os acidentes de trânsito, como ultrapassar e ser ultrapassado e o acidente
de difícil identificação da causa.
1 ACIDENTE EVITÁVEL OU NÃO EVITÁVEL
Para Cardo (2015) e Andrade (2012), dirigir de forma segura inclui habilidade em controlar o
veículo, de maneira que não haja envolvimento em acidentes, apesar das ações incorretas dos
outros usuários da via e das dificuldades advindas das condições adversas de luminosidade,
tempo, trânsito, veículo, via, motorista, passageiros e carga.
Daí se pergunta: todo acidente é evitável? Em regra, sim, porque sempre há algo que poderia
ter sido feito por alguém que usasse a razão e o bom senso.
Um acidente é evitável por um, pelo outro, por ambos ou até por
terceiros que, de algum modo, podem estar envolvidos nas causas
do acidente.
Exemplo: um acidente foi provocado porque o mecânico teria se
esquecido de apertar devidamente os parafusos da roda, e esta se
soltou.
Existem outras pessoas e entidades que têm o dever de auxiliar na prevenção de acidentes.
Mas o principal responsável por evitar acidentes é o motorista.
As condições adversas
são situações causadoras
de acidentes, passíveis de Tais situações podem ser geradas pelos elementos descritos
ocorrerem a qualquer momento, a seguir.
e às quais o motorista deve estar
preparado, para reconhecer e
saber superá-las.
53
2.1 Condições Adversas de Luminosidade
Para DENATRAN (2016) e Cardo (2015), a luminosidade deficiente ou em excesso afeta a
nossa capacidade de ver ou de sermos vistos, seja ela natural ou artificial. Sem que o condutor
tenha condições de ver ou de ser visto perfeitamente, há um risco muito grande de ocorrerem
acidentes.
Pode haver ofuscamento da visão causado pelo farol alto de um veículo que vem em sentido
contrário ou pela luz solar incidindo diretamente nos olhos do condutor.
Quando estiver conduzindo em rodovias, opte por deslocar-se com o farol baixo aceso, assim
você contribui para que os outros motoristas possam identificá-lo com facilidade.
Tome cuidado com o uso indevido dos faróis. A vista humana pode
levar até 7 segundos para se recuperar de um ofuscamento. Um
veículo a uma velocidade de 80 km/h percorre uma distância superior
LEMBRE-SE
ao tamanho de um campo de futebol antes que seu condutor recupere
a visão plena. Em geral, o alcance do farol alto de seu veículo é de,
aproximadamente, 120 metros.
54
No período noturno, ocorre uma redução da visibilidade e, em função disso, o motorista
deve conduzir com velocidade menor e aumentar a distância de segurança. É importante
tomar cuidados especiais ao dirigir nos períodos noturnos, pois a visibilidade humana nessas
circunstâncias fica reduzida para 1/6 em relação à capacidade visual durante o dia.
2.2 Condições Adversas de Tempo ou Clima
Para o DENATRAN (2016) e Cardo (2015), a ocorrência de chuva, granizo, vento forte e
neblina afetam a percepção e o controle do veículo e grande parte dos acidentes ocorre em
dias chuvosos. Isso acontece porque, com a chuva, a pista fica escorregadia.
Por isso, ao dirigir com pista molhada ou em dias chuvosos — independentemente da
quantidade de água na pista — diminua a velocidade, aumente a distância de outros veículos,
utilize o freio de forma suave e gradativa, e não mude de direção bruscamente.
Além das condições de chuva, os condutores podem enfrentar situações de ventos fortes. Se
os ventos forem transversais, o condutor deverá abrir os vidros e reduzir a velocidade, e se os
ventos forem frontais, deverá reduzir a velocidade, segurando com firmeza o volante.
Durante o inverno, as estradas podem ser invadidas por neblina, o que exige dos condutores
mais atenção. Analise as sugestões que visam reduzir o risco de acidentes nessa condição
adversa:
• acenda os faróis (luz baixa), mesmo durante o dia, caso não disponha de faróis de
neblina;
• reduza a velocidade, mantendo ritmo constante, sem acelerações ou reduções bruscas;
55
• redobre a atenção;
• não use luz alta;
• nunca trafegue com o pisca-alerta ligado, exceto em caso de emergência ou se a via
assim o permitir;
• caso seja necessário parar no acostamento, aí sim, deve ligar o pisca-lerta;
• evite ultrapassagens.
2.3 Condições Adversas da Via
As condições adversas da via estão relacionadas com a construção e conservação das vias.
Curvas, largura da pista, condições da pista e acostamento, tipo de pavimento, buracos,
desníveis e falta de sinalização são algumas adversidades próprias da pista, muito frequentes
no país.
2.4 Condições Adversas do Tráfego
56
2.6 Condições Adversas da Carga
A carga pode se tornar uma condição adversa toda vez que qualquer um dos seguintes cuidados
necessários não forem observados:
• limite máximo de peso;
• altura;
• largura.
57
2.7 Condições Adversas do Motorista
A boa condição física e mental do motorista é um fator importante para evitar que ele próprio se
transforme em causa de adversidade. O sono, o cansaço, a embriaguez e os estados emocionais
e psíquicos têm levado a muitos acidentes. Estudos comprovam que a grande maioria dos
acidentes são causados por falhas humanas.
Você já parou para refletir no quanto seu trabalho demanda equilíbrio emocional? O nível de
exigência dessa qualidade está muito acima do que se espera de um motorista comum.
Motoristas que dirigem por longas distâncias estão sujeitos a extenuante carga de trabalho, aos
desgastes emocionais produzidos pelas adversidades nos ambientes de serviço e ao pouco ou
nenhum contato com os colegas. Somando-se a isso, os trabalhadores de transporte de cargas
são obrigados a conviver com os riscos de assaltos, roubos de cargas, além da imprudência no
trânsito – o que os leva ao estresse (GRISTEC, 2016; FUNENSEG, 2016).
58
• mantenha atividade física periódica, com orientação profissional;
• programe seus descansos e tire férias anuais;
• não abandone atividades de lazer e momentos com sua família;
• durma o suficiente para o seu descanso;
• procure conhecer seu organismo, não ultrapassando limites.
• se você for ultrapassar, calcule bem a distância e o tempo que você vai utilizar para a
manobra. Considere, ainda, a velocidade do veículo que vem no sentido contrário.
RESUMINDO
Existem diversas pessoas e entidades que têm o dever de auxiliar na prevenção de
acidentes. Contudo, o principal responsável pelas providências é o motorista.
A direção defensiva conjuga atitudes corretas e muito planejamento, a fim de se prever as
condições adversas que podem ocorrer durante as operações de transporte de produtos
perigosos.
Investir em cuidados consigo próprio, tais como alimentação saudável, prática de
exercícios físicos e convivência familiar, é um dos meios mais adequados para o motorista
evitar o estresse da profissão.
60
4. Assinale os fatores que tornam a carga uma condição adversa no
transporte rodoviário de produtos perigosos:
( ) Carga distribuída inadequadamente nos eixos do veículo.
( ) Carga sem amarras, traves de proteção ou calços.
( ) Carga sem a utilização de Rótulos de Segurança, caso necessário.
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
61
UNIDADE 02
DIREÇÃO DEFENSIVA – PARTE 2
Integrantes do Trânsito
O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Que importância têm as distâncias de frenagem e os tempos de reação para o condutor? Quais
procedimentos são os mais indicados para evitar diversos tipos de colisão? Afinal, por que o
condutor deve ver e ser visto no ambiente de trânsito?
As ações do condutor que transporta produtos perigosos devem ser sempre pensadas
previamente, e calculadas. É para isso que existem conceitos como distâncias de
frenagem e tempos de reação. Ademais, não basta manobrar corretamente — é preciso
que os outros motoristas possam identificar qual manobra vai ser executada por esse
condutor.
Nesta unidade, abordaremos como evitar acidentes com os outros veículos, com
pedestres e com os demais integrantes do trânsito, e a importância de ver e ser visto
nesse contexto.
1 COMO EVITAR ACIDENTES COM OUTROS
VEÍCULOS
65
Para que você possa ter ideia da importância de conhecer e respeitar essas distâncias, um
veículo trafegando a 50 km/h pode parar em 45 metros. No entanto, se ele estiver a 70 km/h,
ele precisará de 70 metros para parar.
Ao trafegar atrás de outro veículo, é preciso manter distância para evitar uma colisão caso ele
freie bruscamente. Uma boa distância permite que você tenha tempo de reagir e acionar os
freios diante de uma situação de emergência e haja tempo, também, para que o veículo, uma
vez freado, pare antes de colidir.
A colisão com o veículo que vai à frente, normalmente, acontece quando o motorista não
mantém a distância de segurança ou está desatento nas paradas onde existe um carro à frente.
Para que este tipo de colisão não ocorra, o motorista deve:
• concentrar sua atenção no que está ocorrendo no trânsito;
• observar os sinais do motorista da frente;
• olhar além do veículo à sua frente, a fim de perceber possíveis situações que possam
forçá-lo a agir;
• manter os vidros limpos e desimpedidos de objetos que diminuam o campo de visão;
• manter a distância de segurança;
• evitar as frenagens bruscas.
66
DICAS
Pise no freio aos poucos, de modo que o veículo não derrape ou pare
bruscamente.
Para se livrar dos veículos que estão colados na traseira de seu veículo,
facilite a ultrapassagem�
LEMBRE-SE
67
Pedestres e ciclistas podem entrar, repentinamente, na pista�
LEMBRE-SE
Nas curvas:
• perceba a curva sempre com antecedência;
• verifique o tipo de curva:
DICAS
• freie antes de entrar na curva e não apenas quando já estiver dentro da curva.
A reunião de vários fatores — tais como velocidade, tipo de pavimento, ângulo da curva
e condições dos pneus — podem provocar a saída de um veículo da sua mão de direção,
empurrando-o para a contramão ou para o acostamento.
68
O respeito pela preferência, a velocidade compatível e a cortesia
são os melhores mecanismos de defesa para evitar acidentes nos
cruzamentos.
Com isso, esteja atento aos seguintes pontos para evitar colisão nos cruzamentos:
• saiba exatamente para onde seguir;
• reduza a velocidade;
• respeite a preferência de quem transita por via superior, ou de quem já esteja
transitando nas rotatórias;
• sinalize suas intenções;
• siga sempre com cuidado.
69
2 COMO EVITAR ACIDENTES COM PEDESTRES E
OUTROS INTEGRANTES DO TRÂNSITO
Os motoristas precisam estar especialmente atentos para evitar os acidentes nos seguintes
casos:
• colisões na marcha a ré;
• atropelamentos;
• colisões com objetos fixos;
• colisões com bicicletas;
• colisões com motocicletas;
• colisões com animais.
2.1 Colisões na Marcha a Ré
Em uma manobra em marcha a ré, a visão do condutor é limitada. Por isso, deve-se prestar
muita atenção para evitar acidentes. Observe esses procedimentos:
• certifique-se de que não há nada atrás do veículo antes de iniciar a manobra;
• nas esquinas:
2.2 Atropelamentos
Como não se pode prever o comportamento dos pedestres, a melhor forma de evitar
atropelamentos é ser cuidadoso ao volante e dar sempre o direito de preferência a quem está
a pé.
70
Determinadas pessoas têm comportamentos imprevisíveis, não
conhecem os perigos do trânsito, não estão em condições de superá-
los ou mesmo de avaliá-los. É o caso, por exemplo, de crianças, de
LEMBRE-SE
pessoas idosas ou de pessoas com deficiências, dentre outros.
Além disso, há locais que exigem atenção redobrada dos motoristas. Por exemplo,
estatísticas mostram que muitos atropelamentos ocorrem em pontos de parada de ônibus. Esse
fato mostra que, ao passar por esses locais, os motoristas precisam manter cuidado redobrado.
2.3 Colisões com Objetos Fixos
A colisão com objetos fixos pode ocorrer nas ruas (colisão com árvores, postes) ou mesmo nas
garagens, inclusive de empresas de transporte.
71
• muitos ciclistas não usam os dispositivos refletivos previstos em lei, dificultando
visualizá-los à noite;
• a bicicleta é um veículo silencioso:
As colisões com animais na estrada são fatores de risco para os veículos, seja pela reação
imprevisível de seus movimentos ou pela atitude dos motoristas de desviar, bruscamente, para
tentar evitar a colisão.
72
DICAS
Tão importante quanto ver é ser visto. Utilize adequadamente os faróis, luzes indicadoras de
direção, luzes de freio, pisca-alerta, luz de ré.
Embora não seja obrigatório, o uso do farol de luz baixa durante o dia é altamente recomendável.
Muitas empresas, baseadas em pesquisas que demonstram a redução dos índices de acidentes,
adotam como norma o uso de faróis acessos durante o dia.
73
RESUMINDO
Quando o veículo está em movimento, valem as leis da Física: ele necessita de tempo
e distância para poder parar, por menor que seja a velocidade. Com isso, observe com
cuidado as distâncias de segurança e os tempos de frenagem�
Para evitar colisão com objetos fixos, visto que este tipo de acidente pode ter
consequências graves aos ocupantes dos veículos e sempre traz danos ao patrimônio,
siga a recomendação básica: dirija cuidadosamente, não ultrapassando os limites de
velocidade e mantendo as práticas de direção defensiva.
Lembre-se de que, no tráfego urbano, determinadas pessoas têm comportamentos
imprevisíveis, não conhecem os perigos do trânsito, não estão em condições de superá-
los, ou mesmo de avaliá-los. É o caso, por exemplo, de crianças, de pessoas idosas ou de
pessoas com deficiência, dentre outros. Por isso, redobre sua atenção�
74
4. Assinale a alternativa correta acerca dos procedimentos para
evitar colisão com motocicletas e congêneres:
( ) Manter uma distância segura.
( ) Cuidado nas conversões à esquerda e à direita.
( ) Checar constantemente os retrovisores.
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
75
UNIDADE 03
DIREÇÃO DEFENSIVA – PARTE 3
3 Comportamento Pós-Acidente
O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Qual a importância do comportamento seguro na condução de veículos que transportam
produtos perigosos? Existe alguma técnica para desenvolver o comportamento seguro? Quais
são as atitudes a serem tomadas pelo condutor no momento pós-acidente?
De acordo com a matéria veiculada no Jornal do Brasil em 06/11/2015 (JB, 2015), o número
de mortos em acidentes ocorridos em estradas brasileiras cresceu, na contramão da média
mundial, afirma levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Relatório 2015
sobre a Segurança nas Estradas no Mundo, o órgão levanta os custos humanos e econômicos
deste tipo de tragédia e aponta o Brasil como o emergente com mais violência no trânsito do
mundo.
Apenas para se ter uma ideia, em 2012, o Brasil registrou, aproximadamente, 47 mil mortes no
trânsito. Desse valor, apenas 42,2 mil foram efetivamente registradas. No ranking compilado
da organização, que analisa números desde 2010, o trânsito brasileiro ocupa a 33ª posição no
critério perigo. Quando a análise se destina apenas a nações latino-americanas, sobe para a
5ª colocação. Já no ranking com informações de 2013, o país é classificado como o 56º mais
mortal e o 3º das Américas, atrás apenas da República Dominicana e de Belize.
O Código de Trânsito Brasileiro estabelece que o condutor de veículos de transporte de produtos
perigosos deve ser aprovado em curso especializado, com carga horária de 50 horas/aula. Os
conteúdos do curso visam qualificar os condutores para transportar com segurança as diversas
Classes de Risco de produtos perigosos, presentes em todos os segmentos da sociedade.
79
Portanto, o condutor de veículos de transporte de produtos
perigosos, quando realiza manobras — tais como conversões,
ultrapassagens, aproximação de cruzamentos, frenagens ou
paradas para embarque e desembarque — precisa ser mais
cuidadoso do que os demais motoristas.
Nesse sentido, o motorista deve estar atento a cinco requisitos indispensáveis, descritos em
seguida.
1.1 Os Cinco Elementos da Direção Defensiva
Para o DENATRAN (2015) e Andrade (2012), há uma metodologia pragmática que agrega
cinco elementos indispensáveis ao condutor de veículo transportador de produtos perigosos:
conhecimento, atenção, previsão, decisão e habilidade.
1.1.1 Conhecimento
1.1.2 Atenção
Você passa quantas horas por dia dirigindo seu caminhão? Já se pegou olhando alguma coisa
que acontece na estrada, um acidente, um outdoor chamativo? Está sempre alerta ou se distrai
passando mensagem no celular ou atendendo a alguma ligação?
80
Esteja sempre alerta para o que se passa à sua volta, para as
condições de tráfego, e para o limite de velocidade na via. Estar ao
volante significa prestar atenção constante no trânsito, pois alguns
segundos de desatenção podem significar acidentes.
1.1.3 Previsão
Ser preventivo significa lembrar-se, por exemplo, de verificar as condições do veículo antes de
uma viagem. Um motorista descuidado pode enfrentar sérios problemas — não há habilidade
na direção que contorne uma falha mecânica.
1.1.4 Decisão
Uma boa decisão implica o conhecimento das alternativas que se apresentam em uma
determinada situação no trânsito, bem como a capacidade de fazer uma escolha inteligente de
manobra, a tempo de evitar acidentes.
81
1.1.5 Habilidade
O comportamento de risco do condutor — que é contrário a todo procedimento que visa dar
as condições adequadas de segurança à movimentação do produto perigoso – abrange desde a
ausência de planejamento para o transporte até a falta deliberada do uso do cinto de segurança.
Por outro lado, de acordo com Cardo (2015), Günther (2015) e Pechansky et al. (2010), o
método básico de prevenção de acidentes é um guia que todo condutor de caminhão deveria
levar em sua boleia. Ele possui como acrônimo as letras PDA, que vem de P (prever o perigo),
D (descobrir o que fazer) e A (agir a tempo). Todas essas ações são interligadas:
• preveja o Perigo: a previsão de possíveis situações de risco que contribuem para que
os acidentes aconteçam deve ser efetuada com bastante antecedência, podendo ser de
horas, dias, ou até semanas, caracterizando a previsão mediata;
DICAS
82
• descubra o que fazer: na maioria das vezes, os acidentes resultam de um erro do
motorista. O mesmo erro que provoca um acidente leve pode causar um acidente fatal,
sendo que a gravidade é determinada pela ocasião. Isso quer dizer que cada acidente,
mesmo pequeno, merece ser revisto, analisando-se o erro e afastando a possibilidade de
repetição, talvez com consequências mais sérias, e quem sabe, até mesmo fatais.
Para estar preparado para iniciar uma viagem, você deve prever, mentalmente, o que pode
acontecer, tornando mais fácil descobrir o que fazer ou como se defender.
• aja a tempo: uma vez que você conhece o perigo e sabe qual é a atitude a ser tomada,
aja imediatamente� Jamais espere para ver o que vai acontecer.
Na maioria das vezes, os acidentes ocorrem justamente porque o motorista espera a atitude
dos outros, ou ainda, espera que eles conheçam e respeitem as leis.
DICAS
Não conte com a sorte, não pense que tudo vai dar certo, proceda como
se o acidente estivesse quase acontecendo. Aja enquanto é tempo!
83
3 COMPORTAMENTO PÓS-ACIDENTE
Para Dualibi et al. (2012) e Cristo (2012), as condições físicas e mentais são muito importantes,
pois são elas que alteram o modo de dirigir do condutor e seu desempenho. Contam fatores
físicos como: fadiga, capacidade de atenção, audição e visão. E fatores mentais e emocionais
como: inexperiência, familiaridade com a via, excitação ou depressão. Essas características
levam o motorista a dirigir com pressa ou sem atenção, com raiva, ira, calor, frustração e
insegurança.
4.1 Fadiga e Sono
Um motorista cansado não tem condições de dirigir com segurança. O cansaço e o sono, muitas
vezes, são mais fortes do que a capacidade de permanecer acordado e o condutor adormece
sem perceber. Muitas vezes, o caminhoneiro realiza longas viagens durante o período noturno
e não descansa corretamente durante o dia.
84
4.2 Álcool
Para dirigir com segurança, o motorista precisa estar com boas condições físicas e mentais. O
álcool, ao contrário do que se imagina, é uma droga depressora do sistema nervoso.
85
RESUMINDO
Adquirir habilidades não significa ter automatismos. Antes, significa conhecer o veículo
e seus equipamentos, ter recebido correto e cuidadoso treinamento para manusear os
controles e efetuar com sucesso todas as manobras necessárias, em cada situação de
risco.
O método básico de prevenção de acidentes possui como acrônimo as letras PDA, que
vem de P (prever o perigo), D (descobrir o que fazer) e A (agir a tempo).
As condições físicas e mentais do condutor de veículos transportadores de produtos
perigosos são muito importantes, pois elas alteram o modo de dirigir do condutor e
o seu desempenho. Contam fatores físicos (fadiga, capacidade de atenção, audição e
visão) e fatores mentais e emocionais (inexperiência, familiaridade com a via, excitação
ou depressão).
86
4. Acerca da previsão como um dos elementos da direção defensiva
no transporte rodoviário de produtos perigosos, é correto afirmar:
( ) Ser preventivo significa lembrar-se, por exemplo, de verificar
as condições do veículo antes de uma viagem.
( ) O motorista que consegue prever o que pode acontecer em
uma viagem e se prepara para isso, faz uma previsão mediata.
( ) Se o motorista enfrenta a rotina do trânsito e antecipa uma
possível situação de perigo, ele está fazendo uma previsão imediata.
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
87
MÓDULO III
NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS,
PREVENÇÃO DE INCÊNDIO
UNIDADE 01
NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS
1 Os Primeiros Socorros
2 As Primeiras Providências
Acidente de Trânsito
O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
No que se baseiam os primeiros socorros? Quais as primeiras providências a serem tomadas
pelo condutor de veículo que transporta produtos perigosos? Como ocorre a verificação das
condições gerais da vítima de acidente? Quais são os cuidados para com vítimas de acidente
ou contaminação?
O condutor de veículo que transporta produtos perigosos precisa estar preparado para
o caso de acidentes com vítimas, pois será ele quem vai prestar os primeiros socorros e
desencadear as primeiras providências.
Nesta unidade, apresentaremos a conceituação de primeiros socorros, as primeiras
providências a serem tomadas pelo condutor, a verificação das condições gerais da
vítima de acidente de trânsito e os cuidados com a vítima de acidente ou contaminação.
1 OS PRIMEIROS SOCORROS
O socorrista leigo deve atuar no atendimento dos primeiros socorros visando a uma primeira
e correta abordagem à vítima, devendo agir somente até o ponto de seu conhecimento.
2 AS PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS
94
3 VERIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES GERAIS DA
VÍTIMA DE ACIDENTE DE TRÂNSITO
95
DICAS
A primeira regra para transportar uma vítima com suspeita de lesão na coluna é nunca dobrar
o pescoço ou as costas: ela deve ser movimentada como um bloco único e por mais de uma
pessoa.
96
4.1 Procedimentos em Caso de Queimaduras em Geral
As queimaduras são classificadas em graus, conforme apresentem os seguintes sintomas:
• 1o Grau: lesão das camadas superficiais da pele, vermelhidão, dor local suportável,
não há formação de bolhas;
• 2o Grau: lesões das camadas mais profundas da pele, formação de bolhas,
desprendimento de camadas da pele, dor e ardência, locais de intensidade variável;
• 3o Grau: lesão de todas as camadas da pele; comprometimento dos tecidos mais
profundos, até o osso.
Realize as seguintes ações:
• deite a vítima;
• coloque algo sob os pés da vítima, de modo a manter o resto do corpo em posição
mais baixa;
• lave com água a área queimada;
• passe vaselina líquida esterilizada sobre a área queimada;
• cubra a área queimada com gaze ou com a fralda de pano existente na caixa de
primeiros socorros;
• se a vítima estiver consciente, dê-lhe bastante líquido para beber (de preferência água,
mas nunca bebidas alcoólicas);
• coloque um pano limpo sobre a superfície queimada, enfaixando frouxamente.
• No caso de queimaduras graves:
A parada cardiorrespiratória ocorre quando a vítima deixa de respirar e o seu coração para de
bater. Os motivos que fazem uma pessoa interromper a respiração podem ser:
• obstrução das vias aéreas por algum corpo estranho como, por exemplo, dentadura e
pedaço de comida;
• intoxicação por gases;
• ingestão de venenos;
• fortes descargas elétricas;
• ferimento grave.
99
De acordo com a AHA (2015), houve mudanças nas diretrizes para a aplicação dos
procedimentos em casos de parada cardiorrespiratória. Em linhas gerais, os socorristas leigos
sem treinamento devem fornecer a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) somente com as mãos,
com ou sem orientação de um atendente, para adultos vítimas de parada cardiorrespiratória
(PCR). O socorrista deve continuar a RCP somente com compressão até a chegada de um DEA
ou de socorristas com treinamento adicional. Todos os socorristas leigos devem, no mínimo,
aplicar compressões torácicas em vítimas de PCR. Além disso, se o socorrista leigo treinado
puder realizar ventilações de resgate, as compressões e as ventilações devem ser aplicadas
na proporção de 30 (trinta) compressões para cada 2 (duas) ventilações. O socorrista deve
continuar a RCP até a chegada e a preparação de um desfibrilador externo automático (DEA)
para uso, ou até que os profissionais do serviço médico de emergência (SME) assumam o
cuidado da vítima ou até que a vítima comece a se mover.
De forma pragmática, a Tabela 1 mostra os procedimentos básicos de uma RCP.
100
COMPONENTE ADULTOS E CRIANÇAS BEBÊS
ADOLESCENTES (1 ano de idade à (Menos de 1 ano
puberdade) de idade, excluindo
recém-nascidos)
Acionamento do Se estiver sozinho, sem Colapso presenciado: siga as etapas utili-
serviço médico de acesso a um celular, zadas em adultos e adolescentes.
emergência deixe a vítima e acione o
serviço médico de emer- Colapso não presenciado: execute 2 (dois)
gência e obtenha um minutos de RCP.
DEA, antes de iniciar a
RCP. Deixe a vítima para acionar o serviço mé-
dico de emergência e buscar o DEA.
Do contrário, peça que
alguém acione o serviço Retorne à criança ou ao bebê e reinicie a
e inicie a RCP imediata- RCP.
mente. Use o DEA assim
que estiver disponível. Use o DEA assim que estiver disponível.
Relação compres- 1 ou 2 socorristas 1 socorrista
são-ventilação 30:2 30:2
sem via aérea
avançada 2 ou mais socorristas
15:2
101
COMPONENTE ADULTOS E CRIANÇAS BEBÊS
ADOLESCENTES (1 ano de idade à (Menos de 1 ano
puberdade) de idade, excluindo
recém-nascidos)
Posicionamento 2 mãos sobre a metade 2 mãos ou 1 mão 1 socorrista
das mãos inferior do esterno (opcional para 2 dedos no centro
crianças muito do tórax, logo abai-
pequenas) sobre a xo da linha mamilar
metade inferior do
esterno 2 ou mais socorris-
tas
Usar a técnica dos
dois polegares no
centro do tórax.
Logo abaixo da linha
mamilar
Retorno do tórax Espere o retorno total do tórax após cada compressão.
Não se apoie sobre o tórax após cada compressão.
Minimizar inter- Limite as interrupções nas compressões torácicas a menos de 10 se-
rupções gundos.
� A profundidade da compressão não deve exceder 2,4 polegadas (6 cm).
DEA: desfibrilador automático externo; AP: anteroposterior; RCP: ressuscitação cardiopulmonar.
Fonte: AHA (2015)
102
• use uma atadura, tira de pano, gravata ou outro recurso que tenha à mão para amarrar
à compressa e mantê-la firme no lugar. Caso não disponha de uma compressa, feche a
ferida com o dedo ou comprima com a mão, evitando uma hemorragia abundante;
• se o ferimento for nos braços ou nas pernas, sem fratura, a hemorragia será controlada
mais facilmente levantando-se a parte ferida. Se o ferimento for na perna, dobre o joelho;
se for ao antebraço, dobre o cotovelo, mas, sempre tendo o cuidado de colocar por dentro
da parte dobrada, bem junto à articulação, um chumaço de pano, algodão ou papel.
4.6 Procedimentos em Caso de Fraturas
As fraturas são rupturas nos ossos e cartilagens e podem ser internas ou externas:
• fraturas internas: pode ser desde uma pequena rachadura até a divisão do osso em
uma ou mais partes. Ela acontece internamente, sem o rompimento da pele;
• fraturas externas: também chamada de fratura exposta, é mais violenta, pois o osso
fraturado se desvia do seu local original, rompendo a pele. Dependendo da região
atingida, pode vir acompanhada de hemorragia.
São procedimentos a serem adotados para a imobilização:
• a posição do membro lesionado não pode ser alterada, porque isso é trabalho para os
profissionais de saúde;
• durante a imobilização, seus movimentos devem ser suaves, para não piorar a lesão e
o sofrimento da vítima;
• é importante não apertar demais as ataduras, para não prejudicar a circulação
sanguínea na região atingida;
• para imobilizar um membro, seja um braço ou uma perna, deve-se imobilizar,
também, as duas articulações vizinhas à lesão. Exemplo: se a lesão for no antebraço, são
imobilizados também o punho e o cotovelo;
• se houver ferimento e hemorragia numa fratura exposta, coloque um pedaço de gaze
ou pano limpo sobre o local e passe uma atadura em volta para diminuir o sangramento
e evitar infecções;
• após controlar a hemorragia, firme o membro atingido com uma tala;
• use pedaços de gaze, de espuma ou mesmo tecido para evitar o atrito entre a pele e o
material usado para firmar o membro atingido.
103
SAIBA Assista, no link indicado, a um vídeo que mostra
a simulação de acidente rodoviário envolvendo
produtos perigosos e múltiplas vítimas, organizado
pelo SEST SENAT:
https://www.youtube.com/watch?v=gZ3Ajo_7XMw
RESUMINDO
Assim como o condutor de veículo que transporta produtos perigosos deve conhecer
a legislação de trânsito e de transporte, é essencial que ele também esteja devidamente
capacitado a prestar os primeiros socorros em caso de acidente.
Para prestar os primeiros socorros em vítimas de envenenamento, você precisa saber
qual foi a substância tóxica, há quanto tempo a vítima ingeriu, inalou ou teve contato
direto com ela, qual a idade da vítima e o que aconteceu depois de constatado o
envenenamento.
Somente em casos extremos, onde a vida da vítima corre perigo imediato, pode-se
mudá-la de lugar.
105
UNIDADE 02
RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E PREVENÇÃO
DE INCÊNDIO
2 Prevenção de Incêndio
UNIDADE 02 -RESPEITO AO MEIO AMBIENTE
E PREVENÇÃO DE INCÊNDIO
O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Quais regulamentações de trânsito e transporte se interfaceiam com o meio ambiente? Quais
são as responsabilidades do condutor em relação ao meio ambiente? Como se classificam as
fontes de incêndio? Quais são os tipos mais comuns de extintores e sua aplicação específica?
Respeitar e zelar pelo meio ambiente constituem deveres dos condutores de veículos
que transportam produtos perigosos.
Nesta unidade, de início abordaremos o respeito ao meio ambiente, tratando do veículo
como agente poluidor, da regulamentação, dos aspectos da poluição, da manutenção
preventiva do veículo, das responsabilidades civil e criminal do condutor, do indivíduo
e da sociedade, das relações interpessoais e do indivíduo como cidadão. Em seguida,
falaremos da prevenção de incêndios, abarcando o conceito de fogo, as fontes de ignição,
classificação de incêndios e tipos de extintores, seus agentes e manuseio.
1 RESPEITO AO MEIO AMBIENTE
109
1.2 Regulamentação do CONAMA sobre a poluição ambiental
causada por veículos
Para reduzir a poluição atmosférica causada pelos veículos, o Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) instituiu o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos
Automotores (PROCONVE), que engloba a conscientização da população a respeito da poluição
causada pelos veículos, o incentivo ao desenvolvimento da tecnologia no setor automobilístico
para redução de poluentes emitidos, o aprimoramento da qualidade dos combustíveis líquidos
utilizados e a fiscalização e a criação de programas de inspeção e manutenção para veículos
automotores em uso.
O CONAMA estabelece normas referentes a dispositivos destinados ao controle de emissão
de gases poluentes e de ruído, bem como prazos para sua fabricação e instalação obrigatória
nos veículos.
Por sua vez, o CTB estabelece características básicas dos veículos e a proteção ao meio ambiente:
• Art. 172: atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substâncias;
• Art. 227: uso da buzina;
• Art. 228: uso, no veículo, de equipamentos com som ou volume de frequência que
não sejam autorizados pelo CONTRAN;
• Art. 229: uso indevido, no veículo, de aparelho de alarme que produza sons e ruídos
que perturbem o sossego público;
• Art. 231: trânsito com o veículo em más condições;
• Art. 105 (inc. V): equipamentos obrigatórios dos veículos, tais como o dispositivo
destinado ao controle de emissão de gases poluentes e de ruído.
Os veículos reprovados nas inspeções serão retidos para regularização, tanto os considerados
inseguros quanto os considerados poluentes. Tal reprovação compromete os condutores tanto
para a obtenção do Licenciamento Anual de Veículo quanto para a obtenção de um novo
Certificado de Registro do Veículo.
110
1.3 Poluição: conceito, causas e consequências
Poluição é a deterioração das No que tange às causas, os agentes que provocam a poluição
condições ambientais, que pode são chamados poluentes. Os poluentes podem ser gasosos,
atingir o ar, a água e o solo. Em líquidos ou sólidos e concentram-se na atmosfera, na água
linhas gerais, a palavra poluição ou no solo. Entre eles, citam-se os gases tóxicos liberados
designa qualquer modificação na atmosfera, os detritos acumulados nos rios e nas praias,
desfavorável do meio natural, o ruído excessivo produzido nos centros urbanos e até
cujos efeitos possam alterar o mesmo os cartazes de publicidade, que modificam o aspecto
equilíbrio do meio ambiente visual de uma paisagem e confundem a compreensão do
e provocar uma perda na homem.
qualidade de vida.
A principal fonte de poluição atmosférica ainda é o monóxido de carbono produzido pela frota
de veículos, cujo crescimento resultou do desenvolvimento da indústria automobilística. Para
a Abetran (2015), o monóxido de carbono emitido por veículos leves é responsável por 68,4%
do total dessa fonte. Os veículos pesados contribuem com 28,6%, os processos industriais com
2,2%, e a queima de lixo com 2,6%.
Algumas das consequências causadas pela relação entre trânsito e meio ambiente são:
• poluição atmosférica, visual, sonora e de gases poluentes;
• erosão, decorrente do mau planejamento de estradas;
• agressões contra o meio ambiente, resultantes de acidentes no transporte de produtos
tóxicos poluentes;
• incêndios devastadores, pelo uso inadequado de lugares de descanso às beiras das
rodovias, ou pelo cigarro jogado pela janela do veículo;
• poluição do habitat natural pelos detritos jogados pelos motoristas nas rodovias;
• enchentes em vias urbanas, provocadas pelo acúmulo de lixo deixado pelos usuários
(motoristas e pedestres) em bueiros ou próximo aos rios e lagos;
• mortes de animais silvestres, provocadas por excesso de velocidade e descaso à
sinalização.
111
1.4 Projeto Despoluir do Sistema CNT
A CNT e o Sest Senat criaram, em 2007, o Despoluir – Programa Ambiental do Transporte,com
o objetivo de promover o engajamento de transportadores, caminhoneiros autônomos,
taxistas e sociedade em ações de conservação do meio ambiente, por meio da colaboração e
construção de um modelo sustentável de desenvolvimento.
O Despoluir incentiva a incorporação de novas ações no setor de transporte, que passou a
assumir sua parcela de responsabilidade na propagação de um mundo ambientalmente
equilibrado. Além dos benefícios diretos para o meio ambiente e a qualidade de vida da
população, as ações de conscientização dos agentes envolvidos têm como vantagens a redução
de custos, o aumento da eficiência operacional e a melhoria do relacionamento com órgãos
fiscalizadores.
O Despoluir consiste em vários projetos, implementados pelo Sistema CNT e executados
pelas federações, sindicatos e associações afiliadas à entidade, além de parcerias firmadas com
os setores público e privado, que fortalecem o Programa.
Além disso, atua na formulação e execução de políticas públicas na área ambiental, participando
ativamente dos principais fóruns de discussão do tema, especialmente no Conselho Nacional
do Meio Ambiente (CONAMA).
O Despoluir tem como uma de suas principais ações a avaliação veicular ambiental voltada a
redução da emissão de poluentes. Essa avaliação é feita por meio de aferição do veículo. Para
participar, você motorista, deverá entrar em contato com a federação de transporte de seu
estado e solicitar a visita da equipe técnica do Despoluir, ou ligar para o número 0800 728
2891, para maiores informações.
Para Saber mais acesse: www.cntdespoluir.org.br
113
1.5 A Responsabilidade Civil e Criminal do Condutor e o CTB
O CTB prevê penalidades na forma de multa pecuniária e medidas administrativas
para quem desrespeita as leis de trânsito. Além disso, no Capítulo XIX – Dos Crimes de
Trânsito, o infrator poderá ser punido com pena de detenção nos casos previstos nos Arts.
302, 303, 304, 305, 306, 307, 308, 309, 310, 311 e 312.
114
Ou seja, cada pessoa tem a sua personalidade, que é o conjunto de características que torna o
indivíduo único e diferente dos outros. A personalidade possui diferentes aspectos, tais como
a aparência física, a capacidade intelectual, a emotividade, as qualidades sociais e o sistema de
valores.
Alguns fatores podem determinar a personalidade: a herança biológica ou a natureza do
indivíduo, o ambiente e a idade.
1.7 Relacionamento Interpessoal
116
2 PREVENÇÃO DE INCÊNDIO
2.1 Conceito de Fogo, Tetraedro e Fontes de Ignição
A conhecida figura do triângulo de fogo foi substituída pelo
tetraedro do fogo, devido à inclusão do quarto elemento:
a reação em cadeia. Elencados a seguir estão os elementos
Fogo ou combustão é o resultado do tetraedro:
de uma reação química das
mais simples e, para que • combustível: é o elemento que alimenta o fogo e
ela se efetive, é necessária a que serve como campo para sua propagação. Podem ser
presença de quatro elementos: sólidos, líquidos e gasosos. O combustível, para reagir
combustível, comburente, com o oxigênio, deve ser aquecido até o seu ponto de
ignição e reação em cadeia. fulgor (temperatura mínima em que o material libera
gases em quantidade suficiente para iniciar a combustão);
117
• fontes de origem elétrica: interruptores, disjuntores, aparelhos elétricos defeituosos,
eletricidade estática;
• fontes de origem mecânica: fagulhas provocadas por ferramentas, sobreaquecimento
devido à fricção mecânica;
• fontes de origem química: reação química com libertação de calor, reação de
substâncias auto-oxidantes.
2.2 Transmissão do Calor
Outro aspecto importante do fogo é a sua propagação. O calor é uma fonte de energia que
pode ser transmitida de um corpo a outro, sendo que essa transmissão pode ocorrer de três
formas, a saber:
• condução: é o processo pelo qual o calor se transmite de um corpo a outro por contato
direto;
• convecção: ocorre por meio de correntes circulatórias originadas da fonte, sendo
esta a forma particular de transmissão de calor nos líquidos e gases. Por exemplo, em
um incêndio localizado nos andares baixos de um edifício, os gases aquecidos sobem
pelas aberturas verticais (elevadores de ar, vão de escada, ou portas e janelas), atingindo
combustíveis de outros locais e provocando outros focos de incêndio. É dessa forma que
um incêndio se propaga em locais às vezes bastante afastados do lugar onde se iniciou o
fogo;
• irradiação: ocorre por meio da transmissão de ondas de energia calorífica. Um corpo
quente emite radiação em todas as direções, atingindo outros corpos (ex. o calor do sol).
2.3 Métodos de Extinção de Incêndio
Entre os métodos comumente utilizados para a extinção de incêndio, principalmente na
atividade do transporte rodoviário de produtos perigosos, deve-se ter em mente os seguintes:
• resfriamento: consiste no lançamento de água no local em chamas, provocando seu
resfriamento com o objetivo de eliminar o �calor� do tetraedro do fogo;
• abafamento: consiste em impedir que o oxigênio participe da reação, abafando o
fogo. extinguimos o incêndio se retiramos o �oxigênio� do tetraedro do fogo;
• isolamento: neste método, separamos o combustível dos demais componentes do
fogo, abrindo uma trilha para que o fogo não passe, impedindo a formação do tetraedro.
118
2.4 Classificação de incêndios
Os incêndios podem pertencer a diferentes classes, a saber:
• classe A: os materiais queimam em superfície e em profundidade que deixam
resíduos. O resfriamento é o melhor método de extinção. Exemplos: fogo em papel,
madeira, tecidos;
• classe B: fogo em líquidos inflamáveis. Os materiais queimam em superfície. Neste
caso, o abafamento é o melhor método de extinção. O agente extintor ideal é o pó químico
seco (PQS) e espuma mecânica (LGE). Exemplos: fogo em gasolina, óleo e querosene;
• classe C: fogo em equipamentos elétricos energizados. O agente extintor ideal
é o pó químico seco (PQS) e o gás carbônico (CO2). Exemplos: fogo em motores,
transformadores, geradores e computadores;
• classe D: fogo em metais combustíveis. O agente extintor ideal é o pó químico especial.
Esta classe requer agentes extintores específicos. Exemplos: fogo em zinco, alumínio,
sódio, magnésio;
• classe E: fogo em material radioativo. Esta classe requer isolamento imediato da
área. Contate imediatamente o corpo de bombeiros (telefone 193). Exemplo: fogo em
produtos perigosos radioativos;
• classe K: fogo em óleo e gorduras em cozinhas. O abafamento é o melhor método de
extinção. Agente extintor ideal pó químico seco (PQSK).
Ademais, é importante que o condutor de veículos que transportam produtos perigosos
domine algumas definições relacionadas à temperatura:
Ponto de fulgor: temperatura mínima necessária para que Ponte de ignição: aquela em
um combustível desprenda vapores ou gases inflamáveis, que os gases desprendidos
porém, não se mantém porque os gases produzidos ainda dos combustíveis entram
são insuficientes. em combustão apenas pelo
Ponto de combustão: temperatura mínima necessária contato com o oxigênio do ar,
para que um combustível desprenda vapores ou gases independentemente de qualquer
inflamáveis que, mesmo que for retirada a fonte externa fonte de calor.
de calor, o fogo não se apaga, pois esta temperatura
faz gerar gases suficientes para manter o fogo ou a
transformação em cadeia.
119
Eis, a seguir, exemplos de pontos de fulgor e temperatura de ignição para algumas substâncias:
RESUMINDO
A atividade de transporte rodoviário de produtos perigosos é, potencialmente, poluidora
do meio ambiente. Por isso, seja cuidadoso na direção e nas demais etapas do transporte.
Para vencer os desafios do dia a dia, é imprescindível que os profissionais do transporte
rodoviário de produtos perigosos saibam valer-se do relacionamento interpessoal,
agindo corretamente frente às diversas situações, identificando e mudando as más
atitudes e as posturas negativas.
As causas de incêndio no transporte rodoviário de produtos perigosos são muito variadas.
Alguns materiais, em temperatura ambiente, podem pegar fogo com uma simples faísca.
Outros, contudo, necessitam de aquecimento prévio para que entrem em combustão.
121
1. Uma das consequências causadas pela relação entre trânsito e
meio ambiente é a poluição atmosférica, visual e sonora.
( ) Certo ( ) Errado
2. Fogo em equipamentos elétricos energizados, em que o agente
extintor ideal é o pó químico e o gás carbônico. Está se falando de
incêndio de que Classe?
( ) Classe A
( ) Classe B
( ) Classe C
( ) Classe D
3. Se os itens do sistema de alimentação do motor estiverem em
mau estado ou desregulados, provocam queima imperfeita do
combustível, reduzindo a potência do veículo, bem como do
consumo de combustível e da emissão de gases poluentes.
( ) Certo ( ) Errado
4. Fósforos e cigarros são exemplos de que fonte de ignição de
incêndios?
( ) Fonte de origem térmica
( ) Fonte de origem elétrica
( ) Fonte de origem mecânica
( ) Fonte de origem química
122
MÓDULO IV
MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS
PERIGOSOS
UNIDADE 01
MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS –
PARTE 1
1 Classificação dos Produtos Perigosos
O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Quais são os principais aspectos dos produtos perigosos das Classes de Risco 1, 2 e 3? Quais
procedimentos de segurança o condutor deve adotar para o transporte de explosivos, gases e
líquidos inflamáveis?
Cada Classe de Risco de produtos perigosos para fins de transporte apresenta suas
características peculiares, que influenciam nos procedimentos de segurança a serem
adotados pelo condutor do veículo transportador.
Nesta unidade, falaremos sobre a classificação dos produtos perigosos para fins de
transporte, os conceitos básicos de físico-química, e daremos início ao estudo das
Classes de Risco (explosivos, gases e líquidos inflamáveis).
1 CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS PERIGOSOS
No que concerne à classificação dos produtos perigosos para fins de transporte, eles se
dividem em nove Classes de Risco, identificadas por Painéis de Segurança e Rótulos de Risco
específicos, a saber:
• classe 1: explosivos;
• classe 2: gases;
• classe 3: líquidos inflamáveis;
• classe 4: sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espontânea; substâncias
que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis;
• classe 5: substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos;
• classe 6: substâncias tóxicas e infectantes;
• classe 7: material radioativo;
• classe 8: substâncias corrosivas ;
• classe 9: substâncias e artigos perigosos diversos.
As reações ou fenômenos físicos e químicos estão presentes no dia a dia. É muito importante
conhecê-los bem para saber usá-los a favor e evitar possíveis efeitos ou consequências
desastrosas.
128
3 ESTUDO DAS CLASSES DE RISCO
Agora, você já sabe o que é fenômeno físico e químico, entendendo melhor porque alguns
produtos químicos são considerados perigosos. Nesta seção, será realizado um estudo de cada
Classe de Risco de produto perigoso para fins de transporte, identificando suas principais
características e os procedimentos de segurança no transporte rodoviário, recomendados pela
ABIQUIM (2015), CETESB (2014), entre outros.
3.1 Classe de Risco 1 — Explosivos
A Classe dos explosivos se subdivide em:
• subclasse 1.1: substâncias e artigos com
risco de explosão em massa;
Explosivos são substâncias que, submetidas a
uma transformação química extremamente • subclasse 1.2: substâncias e artigos
rápida, produzem grandes quantidades com risco de projeção, mas sem risco de
de gases e calor. Estes gases expandem- explosão em massa;
se a altíssima velocidade e temperatura,
• subclasse 1.3: substâncias e artigos
gerando aumento de pressão e provocando
com risco de fogo e com pequeno risco de
deslocamento do ar.
explosão ou projeção, ou ambos, mas sem
risco de explosão em massa;
129
O Ministério do Exército é encarregado da fiscalização de material explosivo em geral, segundo
o Decreto no 55.649/1965 e o Regulamento para Fiscalização de Produtos Controlados (R-
105), aprovado pelo Decreto no 2.998/1999.
• as embalagens deverão ser arrumadas no veículo de tal forma que não sofram
deslocamentos, seguindo orientações do expedidor, protegidas contra atritos e choques
mecânicos;
130
• é proibido utilizar materiais facilmente inflamáveis para estivar as embalagens;
• os veículos transportadores da Classe 1 não devem apresentar defeitos estruturais ou
deterioração de qualquer um de seus componentes;
• deve-se obedecer às velocidades máximas permitidas para as vias;
• devem-se utilizar sinais de perigo, tais como bandeirolas vermelhas ou tabuletas de
aviso, as quais devem ser afixadas em lugares visíveis do veículo de transporte.
3.2 Classe de Risco 2 — Gases
• as embalagens dos produtos não devem ser expostas ao calor ou submetidas a choques
mecânicos;
• no manuseio de cilindros, é conveniente o uso de carrinhos ou similares;
• mantenha o capacete de proteção da válvula, mesmo em cilindros vazios;
• durante o transporte de gases a granel:
132
Fazer paradas periódicas para verificar a pressão por meio do
manômetro.
LEMBRE-SE
133
• afastar as pessoas caso o cilindro esteja solto, protegendo-se dos movimentos rápidos;
• evitar o contato com o jato, quando em grande vazamento;
• no caso do oxigênio e outros gases oxidantes, não permitir o contato do gás com óleo,
graxa, estopa ou qualquer material combustível;
• no caso dos gases asfixiantes (nitrogênio, argônio, hélio entre outros), em ambientes
fechados, há risco de asfixia quando em concentração maior que 82%, em mistura com
o oxigênio.
Ações específicas com gases ou vapores inflamáveis:
• afastar o cilindro de qualquer fonte de ignição e material oxidante;
• sempre que possível, fechar imediatamente a válvula;
DICAS
• se o vazamento for em conexões sob pressão, não usar ferramentas que possam causar
atrito;
• evitar o contato do gás com qualquer ponto aquecido, e não acender chama;
• tentar desviar as chamas de outros cilindros ou materiais inflamáveis.
Acidente com vazamento de gases ou vapores tóxicos:
• procurar um local seguro que possa parar o veículo e isolar a área;
• colocar a proteção respiratória;
• identificar as consequências;
• utilizar dispositivo para confinamento e contenção de vazamento (exemplo: conjunto
de emergência para cloro);
• se a válvula do cilindro não estiver danificada, fechar o fluxo de gás;
• em caso de fogo, usar extintor de pó químico para combate a incêndio.
134
Caso o fogo persista, isolar o cilindro dos demais e deixar queimar.
LEMBRE-SE
135
Você já sabe que o fogo é re-
sultado de uma reação quími-
Líquidos inflamáveis são líquidos, misturas de líquidos ca, onde participam o oxigênio
ou líquidos que contenham sólidos em solução ou do ar, uma fonte de ignição e o
suspensão (p. ex., tintas, vernizes, lacas) que produzam combustível, gerando luz e ca-
vapor inflamável a temperaturas de até 60,5 °C em lor. Durante o transporte de
ensaio de vaso fechado, ou até 65,6 °C em ensaio de vaso produtos dessa Classe de Risco,
aberto, normalmente referido como ponto de fulgor. estão sempre presentes o oxigê-
Explosivos líquidos insensibilizados são substâncias nio e o líquido inflamável (com-
explosivas dissolvidas ou suspensas em água ou noutras bustível), bastando uma fonte
substâncias líquidas, para formar mistura líquida de ignição para que ocorra um
homogênea que suprima suas propriedades explosivas. incêndio.
Contudo, algumas fontes de ignição não são vistas a olho nu. É o caso do calor provocado por
motores e da eletricidade estática.
formados.
• um líquido inflamável incendeia-se quando atinge o ponto de
combustão e entra em contato com uma fonte externa de calor.
• a areia ou a terra podem ser utilizadas para anular a inflamabilidade de
líquidos inflamáveis.
136
3.3.1 Segurança no transporte rodoviário de líquidos
inflamáveis
São ações de segurança no transporte rodoviário de líquidos inflamáveis:
• os tanques que tenham transportado líquidos inflamáveis devem estar fechados, para
não ter contato com fontes de ignição;
• motores e canos de escapamento devem ser isolados de forma a não transmitir calor
aos produtos;
• o manuseio de bombonas é semelhante ao de tambores, devendo ser evitados choques
mecânicos;
• armazenamento de tambores e bombonas:
DICAS
RESUMINDO
No transporte rodoviário de produtos explosivos, as embalagens deverão ser arrumadas
no veículo de tal forma que não sofram deslocamentos, seguindo orientações do
expedidor, protegidas contra atritos e choques mecânicos.
137
O carregamento e descarregamento de gases tóxicos, e paradas do veículo transportando este
produto, devem ser feitos longe de habitações ou locais com muito movimento de pessoas.
Para operações com caminhão-tanque, deve-se evitar a presença da eletricidade estática.
Por isso, é necessário usar, durante o carregamento e descarregamento do produto, o
cabo antiestático (cabo-terra) no veículo.
138
UNIDADE 02
MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS –
PARTE 2
Estudo das Classes de Risco (continuação)
UNIDADE 02 - MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS
PERIGOSOS – PARTE 2
O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Quais os aspectos mais importantes dos produtos perigosos das Classes de Risco 4, 5, 6, 7,
8 e 9? Quais procedimentos de segurança o condutor deve adotar para o transporte desses
produtos?
• subclasse 4.3: substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis, tais
como: carbureto de cálcio, sódio metálico, potássio e magnésio em pó.
LEMBRE-SE
142
Substâncias espontaneamente combustíveis
As substâncias dessa Classe de Risco são muito tóxicas à vida aquática, representando alto
potencial de risco para a contaminação.
No que concerne às substâncias infectantes, estas contêm micro-organismos ou suas toxinas.
Podem provocar a morte de pessoas ou afetar a saúde. Tem-se, como exemplo, o lixo hospitalar.
Normalmente, são transportadas de hospitais para laboratórios de pesquisa em embalagens
apropriadas e por pessoal altamente treinado.
147
Classe de Risco 7 — Substâncias Radioativas
Acidentes com esses materiais podem contaminar objetos de todo tipo, além do meio ambiente,
ocasionando consequências desastrosas, a exemplo do acidente em Goiânia, em setembro de
1987, cuja blindagem do Césio 137 foi destruída, ocasionando às pessoas que tiveram contato
com o material graves doenças, inclusive provocando morte.
Segurança no transporte rodoviário de substâncias radioativas
• após descarregar produtos corrosivos, lave e seque o tanque para receber outra carga;
• durante o transporte, evite que as embalagens se atritem, para evitar vazamentos;
• as embalagens devem ser manuseadas e arrumadas de tal forma que sejam impedidas
de tombar;
149
O material de manuseio deve ser resistente ao fogo.
LEMBRE-SE
150
DICAS
RESUMINDO
As embalagens de sólidos inflamáveis devem ser protegidas da ação direta do sol e
mantidas em local frio, bem ventilado e longe de qualquer fonte de calor e umidade.
A descontaminação dos veículos que transportaram materiais radioativos somente
poderá ser feita pelos técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
No transporte de substâncias tóxicas, o condutor do veículo deve ter cuidado com a
intoxicação por contato de pele: apesar da pele e da gordura agirem como uma barreira
protetora do corpo humano, alguns produtos têm a capacidade de penetrar por meio das
mesmas e atingir a corrente sanguínea, atuando como um agente tóxico generalizado.
151
1. O fósforo branco é uma substância que pode se inflamar em
contato com o oxigênio do ar, sem a necessidade de uma fonte de
ignição.
( ) Certo ( ) Errado
2. Constituem preceitos de segurança no transporte rodoviário de
substâncias tóxicas e infectantes, exceto:
( ) Os produtos dessa Classe de Risco deverão ser isolados de
gêneros alimentícios ou medicamentos para uso humano ou
animal.
( ) Não se devem transportar em furgão onde vapores podem ser
inalados pela tripulação.
( ) Não devem ser carregadas ou descarregadas em locais públicos
ou próximos a concentrações de pessoas, sem autorização de
órgãos ou autoridades competentes.
( ) As embalagens não necessitam ser protegidas da ação do calor.
3. Substâncias e artigos perigosos diversos da Classe 9 são aqueles
que apresentam, durante o transporte, um risco não abrangido
por nenhuma das outras Classes.
( ) Certo ( ) Errado
4. Com relação à segurança no transporte rodoviário de substâncias
corrosivas, pode-se afirmar que:
( ) No caso de derramamento, pode-se isolar a poça formada com
o líquido, colocando em volta terra ou areia.
( ) Após descarregar produtos corrosivos, deve-se lavar e secar o
tanque para receber outra carga.
( ) Durante o transporte, deve-se evitar que as embalagens se
atritem, para impedir vazamentos.
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
152
UNIDADE 03
MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS –
PARTE 3
1 Riscos múltiplos
O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Como fazer para enquadrar os produtos perigosos com riscos múltiplos? Quais as regras para
o transporte de resíduos perigosos? Como deve ser o comportamento preventivo do motorista
para o transporte de produtos perigosos das diversas Classes de Risco?
Os resíduos de produtos perigosos não podem ser subestimados, visto que muitos casos
de contaminação são decorrentes de negligência e imperícia em seu transporte. Por isso,
eles devem ser transportados tomando-se todos os cuidados necessários.
Nesta unidade, estudaremos os produtos com riscos múltiplos, os resíduos perigosos
para fins de transporte, o comportamento preventivo do motorista para todas as Classes
de Risco e os procedimentos em caso de emergência.
1 RISCOS MÚLTIPLOS
O Quadro de Precedência de Riscos da Resolução ANTT no 420/2004 deve ser usado para
determinar a Classe de uma substância, mistura ou solução que apresente mais de um
risco, quando não listada na Relação de Produtos Perigosos, no Capítulo 3.2, do aludido
instrumento legal. Para produtos com riscos múltiplos que não se encontrem especificamente
nominados na Relação de Produtos Perigosos, o grupo de embalagem mais restritivo, dentre os
indicados para os respectivos riscos, tem precedência sobre os demais grupos de embalagem,
independentemente da precedência dos riscos apresentada.
A precedência das características de risco das Classes a seguir não está incluída no Quadro de
Precedência de Riscos, pois essas características primárias têm sempre precedência:
• substâncias e artigos da Classe 1;
• gases da Classe 2;
• explosivos líquidos insensibilizados da Classe 3;
• substâncias autorreagentes e explosivos insensibilizados da Subclasse 4.1;
• substâncias pirofóricas da Subclasse 4.2;
• substâncias da Subclasse 5.2;
• substâncias da Subclasse 6.1, do Grupo de Embalagem I, que apresentam toxicidade
à inalação;
• substâncias da Subclasse 6.2;
• material da Classe 7.
156
Estão proibidos de circular os veículos que apresentem contaminação em seu interior, sem as
respectivas documentação e sinalização.
Após as operações de limpeza e completa descontaminação dos veículos e equipamentos, os
Rótulos de Risco e os Painéis de Segurança devem ser retirados.
2.2 Cuidados com as embalagens
A parte externa das embalagens não deve estar contaminada com qualquer resíduo de produtos
perigosos.
DICAS
157
‐ confira se o Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos (CIPP)
e o Certificado de Inspeção Veicular (CIV) para o transporte rodoviário de produtos
perigosos a granel estão válidos.
• verifique os Rótulos de Risco e os Painéis de Segurança:
‐ se conferem com o(s) produto(s) transportado(s);
‐ se estão devidamente fixados no local correto;
‐ se não apresentam sinais de deterioração;
‐ após limpeza e descontaminação:
LEMBRE-SE
158
‐ mantenha a velocidade compatível com a carga transportada e com as condições
adversas presentes.
4 PROCEDIMENTOS EM CASO DE EMERGÊNCIA
4.1 Equipamentos para situação de emergência
Consideram-se equipamentos
para situação de emergência
o conjunto mínimo de
equipamentos que devem
acompanhar o transporte
rodoviário de produtos perigosos
para atender às situações de
emergência, acidente ou avaria.
159
No caso de produto perigoso a granel cujo risco principal ou subsidiário
seja inflamável ou explosivo, a lanterna deve ser para uso em locais
DICAS
Por ser a explosão um fenômeno muito rápido e incontrolável, as medidas a serem desencadeadas
durante uma emergência deste tipo devem ser de caráter preventivo. Tais medidas incluem o
controle dos fatores que podem gerar aumento de temperatura (calor), choque e fricção.
Em caso de incêndio, além do risco iminente de explosão, pode-se ter emanação de gases
tóxicos e/ou venenosos. Nesses casos, a proteção respiratória adequada é o equipamento
autônomo de respiração a ar comprimido, além de roupas especiais. Nos incêndios envolvendo
substâncias explosivas, estes equipamentos oferecem proteção limitada devido à natureza do
produto, ou seja, são eficientes apenas para a proteção contra gases gerados pelo incêndio, e
não para os efeitos decorrentes de uma eventual explosão.
161
4.3.2 Classe de Risco 2 – Gases
Com a finalidade de reduzir a taxa de evaporação do produto, pode ser aplicada uma camada
de espuma sobre a poça formada, desde que este material seja compatível com o produto
vazado. Nos vazamentos de produtos liquefeitos, deve ser adotada a preferência ao vazamento
na fase gasosa ao invés do vazamento na fase líquida. Esta operação deve fazer com que o
vazamento ocorra sempre na parte superior do recipiente que contém o produto.
Gases mais densos que o ar tendem a se acumular ao nível do solo por serem de difícil dispersão.
Outro fator que dificulta a dispersão dos gases é a presença de grandes obstáculos como, por
exemplo, edificações nas áreas urbanas.
oxigênio esteja abaixo de 18% (em volume), devem ser adotadas medidas
de controle, como, por exemplo, o uso de ventilação natural ou forçada
do ambiente. Nestas situações, a proteção respiratória a ser utilizada tem
que ser do tipo autônoma.
Deve ser dada atenção especial quando o gás for inflamável, principalmente se este estiver
confinado. Medições constantes dos índices de inflamabilidade do ambiente, mediante a
utilização de explosímetro e a eliminação das possíveis fontes de ignição, constituem ações
prioritárias a serem adotadas.
De acordo com as características do produto e do cenário, pode ser necessária a aplicação de
água na forma de neblina para dispersar os gases ou vapores. A operação será mais eficiente
quanto maior for a solubilidade do produto em água, como é o caso da amônia e do ácido
clorídrico. A água residual deve ser contida e recolhida para não causar poluição dos recursos
hídricos.
Já para os produtos com baixa solubilidade em água, o uso de neblina d�água pode ser utilizado
para formar um bloqueio físico ao deslocamento da nuvem. A neblina d�água deve ser aplicada
somente sobre a nuvem, e não sobre as eventuais polas formadas pelo gás liquefeito, sob o
risco de provocar intensa evaporação e aumento dos vapores na atmosfera.
4.3.3 Classe de Risco 3 — Líquidos Inflamáveis
As substâncias dessa Classe de Risco são de origem orgânica como, por exemplo,
hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos e cetonas, entre outros.
162
DICAS
Na ocorrência de um acidente, a perda da fase líquida propicia o contato com o ar, motivo pelo
qual a estanqueidade do vazamento deve ser adotada imediatamente.
Quando houver necessidade de conter ou absorver produtos oxidantes, deve ser considerado
que a maioria deles pode reagir com substâncias orgânicas, por isso não pode ser utilizada
terra, serragem ou qualquer outro material incompatível. Nesses casos, recomenda-se a
utilização de materiais inertes e umedecidos, como, por exemplo, a areia.
4.3.6 Classe de Risco 6 — Substâncias Tóxicas e Infectantes
Os efeitos gerados a partir da exposição com substâncias tóxicas estão relacionados com o
grau de toxicidade e o tempo de exposição ou dose. Em função do alto risco apresentado
pelos produtos dessa Classe de Risco, durante as operações de atendimento a emergência, é
necessária a utilização de equipamentos de proteção respiratória.
Entre esses equipamentos, podem-se citar as máscaras faciais com filtros químicos e os
conjuntos autônomos de respiração a ar comprimido. Deve-se ter em mente que os filtros
químicos retêm os poluentes atmosféricos, exigindo a presença de oxigênio no ambiente.
Dependendo da concentração dos contaminantes, os filtros podem saturar-se rapidamente.
163
Quanto à escolha do filtro adequado, é indispensável que o produto presente na atmosfera seja
previamente identificado. Já os conjuntos autônomos de respiração a ar comprimido devem
ser utilizados em ambientes confinados, em situações onde o produto envolvido não está
identificado ou em atmosferas com alta concentração de poluentes.
A diluição deve ser utilizada nos casos em que não existe a possibilidade de contenção e cujo
volume seja bastante reduzido. Isto porque, para se obter concentrações seguras, o volume de
água necessário deve ser sempre muito grande, ou seja, da ordem de 1.000 a 10.000 vezes o
volume do produto vazado. Se o volume de água adicionado ao produto não for suficiente para
diluí-lo a nível seguro, deve ocorrer o agravamento da situação devido ao aumento do volume
da mistura.
164
4.3.8 Classe de Risco 9 – Substâncias e Artigos Perigosos
Diversos
Para esses produtos, são aplicados todos os procedimentos básicos já descritos, além de outros
específicos (tais como barreiras de contenção e utilização de material absorvente), de acordo
com o tipo de produto perigoso e o local da ocorrência.
RESUMINDO
Resíduos perigosos, para fins de transporte, são substâncias, soluções, misturas ou artigos
que contêm ou estão contaminados por um ou mais produtos, para os quais não seja
prevista utilização direta, mas que são transportados para fins de despejo, incineração
ou qualquer outro processo.
Para as substâncias corrosivas da Classe de Risco 8, a absorção e o recolhimento são as
técnicas mais recomendadas, quando comparadas com a neutralização e a diluição.
Como são variados os tipos de produtos perigosos e os procedimentos em casos de
emergência, é imprescindível que o condutor, antes de seguir viagem, leia atentamente
a Ficha de Emergência dos produtos que está transportando, bem como as instruções
contidas no Envelope para o Transporte.
165
3. Nas operações de emergência envolvendo substâncias tóxicas,
deve ser realizado um monitoramento contínuo no local,
principalmente para evitar a contaminação dos corpos d�água.
( ) Certo ( ) Errado
4. Com relação aos Rótulos de Risco e Painéis de Segurança do
veículo transportador de produtos perigosos, é correto afirmar,
exceto:
( ) Devem estar de acordo com os produtos transportados.
( ) Não possuem local específico para serem fixados no veículo.
( ) Não devem ser utilizados se apresentarem sinais de
deterioração.
( ) Devem ser retirados do veículo, após sua completa limpeza e
descontaminação.
166
REFERÊNCIAS
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