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para Condutores
de Veículos
de Transporte
de Produtos
Perigosos
Especializado
para Condutores
de Veículos
de Transporte
de Produtos
Perigosos
Diretoria Executiva Nacional
Gerência Executiva de Desenvolvimento Nacional
Educação Presencial
Especializado para Condutores de Veículos de Transporte de Produtos Perigosos
Material do aluno
Agosto/2021
Fale conosco
0800 728 2891
www.sestsenat.org.br
CDU 656.073.436
5
de Incêndio ...................................................................................................................... 91
Referências..................................................................................................................... 169
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APRESENTAÇÃO
Prezado(a) Aluno(a),
Desejamos a você boas-vindas ao curso Especializado para Condutores de Veículos de
Transporte de Produtos Perigosos.
Vamos trabalhar, juntos, para desenvolvermos novos conhecimentos e aprofundarmos as
competências que você já possui!
Esse curso é destinado aos condutores interessados em atuar no transporte de produtos
perigosos e que já possuam a Carteira Nacional de Habilitação – nas categorias B, C, D ou E.
Outros requisitos necessários são:
• ser maior de 21 anos;
• não estar cumprindo pena de suspensão do direito de dirigir, cassação da Carteira Nacional
de Habilitação – CNH, pena decorrente de crime de trânsito, bem como não estar impedido
judicialmente de exercer seus direitos.
O objetivo geral do curso é proporcionar condições para que o condutor de transporte de
cargas conduza o veículo com segurança e responsabilidade.
O curso foi desenvolvido em quatro módulos, cujos temas e cuja carga horária seguem
criteriosamente o estabelecido na resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
Os módulos são: Legislação de Trânsito; Direção Defensiva; Noções de Primeiros Socorros,
Respeito ao Meio Ambiente e Prevenção de Incêndio; Movimentação de Produtos Perigosos.
Os módulos do Especializado para Condutores de Veículos de Transporte de Produtos
Perigosos estão divididos em unidades para facilitar o aprendizado.
No início de cada unidade, você será informado sobre o conteúdo a ser abordado e os objetivos
que se pretende alcançar.
Nesse sentido, esperamos que esse curso seja muito proveitoso para você!
Nosso intuito maior é o de lhe apresentar dicas, conceitos e soluções práticas para ajudá-lo(la)
a resolver os problemas encontrados no seu dia a dia de trabalho.
Bons estudos!
MÓDULO I
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO E DE
TRANSPORTE
UNIDADE 1
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO
O QUE
VOCÊ
SABE
SOBRE O TEMA
De acordo com Gomes (2015) e Pazetti (2015), o Brasil possui um conjunto de leis que regem
e disciplinam o trânsito nas vias terrestres. A principal delas é a lei n.º 9.503/1997, que institui
o Código de Trânsito Brasileiro - CTB. Além do CTB, existem a legislação complementar, as
resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), as portarias e outras regulamentações
estaduais e municipais.
1.1 Categorias de Habilitação e Relação com Veículos
Conduzidos
Quanto às categorias da CNH e autorizações (CTB, anexos I e II da resolução Contran n.º 789, de
16 de maio de 2020), elas podem ser:
• Autorização para Conduzir Ciclomotores (ACC): ciclomotores; bicicletas dotadas
originalmente de motor elétrico auxiliar, bem como aquelas que tiverem o dispositivo
motriz agregado posteriormente à sua estrutura, em que se verifique, ao menos, uma das
seguintes situações: I – com potência nominal superior a 350 W; II – velocidade máxima
superior a 25 km/h; III – funcionamento do motor sem a necessidade de o condutor
pedalar; e IV – dispor de acelerador ou de qualquer outro dispositivo de variação manual
de potência;
• Categoria A: veículos automotores e elétricos, de duas ou três rodas, com ou sem
carro lateral ou semirreboque especialmente projetado para uso exclusivo deste veículo;
todos os veículos abrangidos pela ACC. Obs.: Não se aplica a quadriciclos, cuja categoria
é a B;
• Categoria B: veículos automotores e elétricos, não abrangidos pela categoria A,
cujo Peso Bruto Total (PBT) não exceda a 3.500 kg e cuja lotação não exceda a oito
lugares, excluído o do motorista; combinações de veículos automotores e elétricos em
que a unidade tratora se enquadre na categoria B, com unidade acoplada, reboque,
semirreboque, trailer ou articulada, desde que a soma das duas unidades não exceda o
peso bruto total de 3.500 kg e cuja lotação total não exceda a oito lugares, excluído o do
motorista; veículos automotores da espécie motor-casa, cujo peso não exceda a 6.000
kg e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído o do motorista; tratores de roda e
equipamentos automotores destinados a executar trabalhos agrícolas; quadriciclos de
cabine aberta ou fechada;
• Categoria C: veículos automotores e elétricos utilizados em transporte de carga,
cujo PBT exceda a 3.500 kg; tratores de esteira, tratores mistos ou equipamentos
automotores destinados à movimentação de cargas, de terraplanagem, de construção
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Para mais informações sobre a CNH Digital e para checar quais estados já aderiram a essa
evolução, acesse o link a seguir:
https://servicos.serpro.gov.br/cnh-digital/
Em relação à documentação dos veículos, o profissional deve estar atento aos seguintes
documentos:
• Certificado de Registro do Veículo - CRV (CTB, art. 121): é o documento de porte
não obrigatório que deve ser mantido em local seguro em meio físico e/ou digital, à
escolha do proprietário, de acordo com os modelos e com as especificações estabelecidas
pelo Contran, com as características e as condições de invulnerabilidade à falsificação
e à adulteração. (Redação dada pela lei n.º 14.071, de 2020) e serve para transferir a
propriedade, modificar o endereço do proprietário ou alterar as características do veículo;
Infração de trânsito é a
inobservância de qualquer
preceito deste Código, da
legislação complementar ou das
resoluções do Contran, sendo o
infrator sujeito às penalidades
e medidas administrativas
indicadas em cada artigo,além
das punições previstas no
Capítulo XIX (art. 161, CTB).
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Para que você tenha uma ideia das sanções impostas aos infratores e aplicadas pelo Detran,
prefeituras, polícias rodoviárias e outros órgãos com jurisdição sobre a via, atente-se ao
seguinte rol:
• advertências por escrito: têm finalidade educativa — nos casos de infração leve ou
média, infratores não reincidentes e com boa conduta;
• multas: impostas à maior parte das infrações — com anotação de pontos no prontuário
do infrator, são proporcionais à gravidade da infração;
• suspensão do direito de dirigir: adotada em certos crimes e infrações ou quando for
excedido o número máximo admissível de pontos no prontuário;
• cassação da CNH: cancelamento definitivo do documento de habilitação, obrigando
o infrator a reiniciar o processo de habilitação;
• cassação de Permissão para Dirigir (PPD): sujeita o infrator a reiniciar o processo de
habilitação;
• curso de reciclagem: é obrigatório ao infrator com direito de dirigir suspenso ou
que tenha provocado acidente grave ou, ainda, que tenha sido condenado por delito de
trânsito.
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As principais normas para circulação e conduta de veículos nas vias terrestres são as seguintes
(CTB, arts. 29 e 48):
• a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções devidamente
sinalizadas;
• o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os
demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista;
• terá preferência de passagem:
‐ no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando
por ela;
‐ no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;
‐ nos demais casos, o que vier pela direita do condutor.
• quando houver várias faixas na pista, as da direita são destinadas ao deslocamento
dos veículos mais lentos, e as da esquerda, destinadas à ultrapassagem e ao deslocamento
dos veículos de maior velocidade;
• o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acostamentos somente poderá
ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou de áreas especiais de estacionamento;
• os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, quando em atendimento na
via, gozam de livre parada e estacionamento no local da prestação de serviço, desde que
sejam devidamente sinalizados, devendo estar identificados;
• nas paradas, operações de carga ou descarga e nos estacionamentos, o veículo deverá
ser posicionado no sentido do fluxo, paralelo ao bordo da pista de rolamento e junto à
guia da calçada (meio-fio), admitidas as exceções devidamente sinalizadas.
Você sabia que existe classificação para as vias rurais e urbanas (CTB, art. 60 e Anexo I)? As
vias rurais são classificadas em:
• rodovias: são conceituadas pelo CTB como vias rurais pavimentadas;
• estradas: em geral, são as vias rurais não pavimentadas.
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No que tange à velocidade máxima permitida para a via, será indicada por meio de sinalização,
obedecidas suas características técnicas e as condições de trânsito. Onde não existir sinalização
regulamentadora, a velocidade máxima será conforme mostrado na Tabela 3.
Tabela 3: Velocidades máximas nas vias
Talvez você já se tenha perguntado: qual a relação entre velocidade mínima e velocidade
segura?
SAIBA
Acesse, no link indicado, o CTB e leia os arts. 67-A, 67-C e
MAIS 67-E sobre as inovações trazidas pela Lei n.o 13.103/2015
– a Lei dos Caminhoneiros: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L9503Compilado.htm
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RESUMINDO
Acompanhar a evolução da legislação de trânsito permite ao condutor estar sempre
atualizado, sabendo quais são seus deveres e direitos e evitando muitos problemas
durante o exercício de sua atividade profissional de transporte.
Se você for motorista profissional empregado, fique atento aos pontos acumulados na
sua CNH. Isso demonstra o tipo de zelo que está tendo na condução; e o seu empregador
pode ter acesso a esses dados.
Para reforçar um dos princípios fundamentais das regras de condução, é preciso abster-
se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de veículos, de
pessoas ou de animais ou ainda causar danos a propriedades públicas ou privadas.
O QUE
VOCÊ
SABE
SOBRE O TEMA
Os produtos perigosos são transportados, constantemente, por nossas vias, pois são necessários
à fabricação de diversos produtos para uso nas indústrias, na agricultura e até no nosso dia
a dia. Como são substâncias que oferecem riscos, devem ser transportadas por profissionais
instruídos e treinados, bem como por empresas comprometidas com as regras de segurança
previstas nas legislações vigentes.
No que concerne à classificação dos produtos perigosos para fins de transporte, há nove classes
de risco, identificadas por painéis de segurança e rótulos de risco específicos, a saber:
• classe 1: explosivos;
• classe 2: gases;
• classe 3: líquidos inflamáveis;
• classe 4: sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espontânea; substâncias
que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis;
• classe 5: substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos;
• classe 6: substâncias tóxicas e infectantes;
• classe 7: material radioativo;
• classe 8: substâncias corrosivas;
• classe 9: substâncias e artigos perigosos diversos, incluindo as substâncias que
apresentam risco para o meio ambiente.
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O número de risco para substâncias e artigos das Classes 2 a 9 consiste de dois ou três
algarismos que indicam a natureza e a intensidade do risco. O significado dos números de
risco constantes na coluna 5 da Relação de Produtos Perigosos da Resolução n.o 5232/2016
é indicado no subitem 3.2.3.2 e, de modo geral, os algarismos e as letras que o compõem
indicam os seguintes riscos:
SAIBA
Conheça a relação dos códigos numéricos e
MAIS respectivos significados dos riscos, lendo o
subitem 3.2.3.2, da Resolução ANTT n.o 5.232/2016,
no link: https://anttlegis.datalegis.inf.br/action/
UrlPublicasAction.php?acao=abrirAtoPublico&num_
ato=00005232&sgl_tipo=RES&sgl_orgao=DG/
ANTT/MTPA&vlr_ano=2016&seq_ato=000
Além da legislação de trânsito, o condutor deve ainda se atentar para a legislação específica de
transporte. Nesse ponto, é interessante compreendermos que, apesar de ambas as legislações
(trânsito e transporte) estarem presentes no dia a dia do condutor, elas são distintas, portanto
devemos tomar cuidados no que se refere a generalizações. Na imagem a seguir, pode ser
identificada, de forma esquematizada, uma divisão de assuntos que pode lhe auxiliar nessa
compreensão:
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Resoluções da ANTT
• prazos para carga e descarga: o prazo máximo para carga e descarga a partir do
momento em que o veículo chega ao destino é de 5 (cinco) horas. Se esse limite for
excedido, o motorista ou a empresa transportadora passam a ter direito a uma indenização
pecuniária;
• pagamento do frete: o pagamento de frete do transporte rodoviário para o
Transportador Autônomo de Cargas (TAC) deve ser feito com crédito em conta corrente,
poupança ou outra forma de pagamento regulamentada pela ANTT. Os custos dessa
operação (taxas bancárias) são do responsável pelo pagamento.
De acordo com a resolução ANTT n.º 5.848/19 e suas alterações, as embalagens com
produtos perigosos não devem apresentar sinais de violação, deterioração ou mau estado de
conservação. Cada volume deve possuir o nome apropriado para embarque e o número ONU
correspondente, precedido das letras “UN” ou “ONU”.
Em regra, o responsável pelo acondicionamento dos produtos perigosos é o expedidor. A
carga deve ser devidamente estivada de acordo com as recomendações do expedidor (tipo de
equipamento, número de pilhas, entrelaçamento e amarração).
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De acordo com a resolução ANTT n.º 5.848/19 e suas alterações, o condutor deve interromper
a viagem e entrar em contato com a transportadora, autoridades ou entidades cujos telefones
estejam listados no Envelope para o Transporte, quando ocorrerem alterações, nas condições
de partida, capazes de colocar em risco a segurança de vidas, de bens ou do meio ambiente.
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SAIBA
Para que você possa conhecer os vários exemplos de
MAIS utilização dos Painéis de Segurança e Rótulos de Risco,
consulte os Capítulos 5.2 (Marcação e Rotulagem) e
5.3 (Identificação das Unidades de Transporte e de
Carga) da resolução ANTT n.o 5.232/2016 no sítio
eletrônico: http://portal.antt.gov.br/index.php/
content/view/50082/Resolucao_n__5232.html
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Nos termos estabelecidos na aludida resolução ANTT n.º 3.632/2011, o símbolo em questão
deve ser utilizado nas embalagens e nas unidades de transporte carregadas com substâncias
perigosas para o meio ambiente e classificadas nos números ONU 3077 e ONU 3082.
Cabe salientar que tal símbolo não é um novo rótulo de risco e, também, não substitui o Painel
de Segurança, nem o Rótulo de Risco indicativo da Classe de Risco associada ao produto
perigoso transportado. Corresponde, portanto, a um item adicional para a identificação dos
riscos relativos aos números ONU 3077 e ONU 3082
Ainda, ressalta-se que, conforme o item 2.0.0 da resolução ANTT n.º 5.232/2016, a classificação
de um produto como perigoso para o transporte deve ser feita pelo seu fabricante ou expedidor
orientado pelo fabricante. Os testes e os critérios para classificação estão descritos no Manual de
Ensaios e Critérios, publicação da Organização das Nações Unidas (ONU), que permite, após a
realização dos ensaios ali descritos, a alocação do produto ensaiado em alguma das nove Classes
e/ou Subclasses de Risco descritas na resolução ANTT n.º 5.232/2016. Tal manual encontra-se
disponível no sítio eletrônico da ONU (http://www.unece.org/trans/welcome.html).
RESUMINDO
O conhecimento da legislação específica do transporte rodoviário de produtos perigosos,
além de permitir ao condutor o planejamento adequado de sua viagem, também pode evitar
o surgimento de muitos problemas operacionais durante o seu percurso.
Documento fiscal para o transporte de produtos perigosos é qualquer documento (declaração
de carga, nota fiscal, conhecimento de transporte, manifesto de carga ou outro documento
que acompanhe a expedição) que contenha as informações exigidas pela legislação.
Muitos dos procedimentos emergenciais estão descritos na Ficha de Emergência e no
Envelope para o Transporte. Por isso, é importante que o condutor os conheça bem antes de
iniciar a viagem.
Acidentes de trânsito
O QUE
VOCÊ
SABE
SOBRE O TEMA
Será que todo acidente é evitável? Como o condutor deve agir nas situações adversas? Existe
relação entre o fator humano e os acidentes de trânsito? Como o condutor de veículo que
transporta produtos perigosos deve ultrapassar e ser ultrapassado?
Para Cardo (2015) e Andrade (2012), dirigir de forma segura inclui a habilidade de controlar o
veículo, de maneira que não haja envolvimento em acidentes, apesar das ações incorretas dos
outros usuários da via e das dificuldades advindas das condições adversas de luminosidade,
tempo, trânsito, veículo, via, motorista, passageiros e carga.
A partir daí, se pergunta: todo acidente é evitável? Em regra, sim, porque sempre há algo que
poderia ter sido feito por alguém que usasse a razão e o bom senso.
Um acidente é evitável por um, pelo outro, por ambos ou até por
terceiros que, de algum modo, possam estar envolvidos nas causas
do acidente.
Exemplo: um acidente foi provocado porque o mecânico teria se
esquecido de apertar devidamente os parafusos da roda, e esta se
soltou.
Existem outras pessoas e entidades que têm o dever de auxiliar na prevenção de acidentes.
Mas o principal responsável por evitar acidentes é o motorista.
As condições adversas
são situações causadoras
de acidentes, passíveis de Tais situações podem ser geradas pelos elementos descritos
ocorrerem a qualquer momento, a seguir.
e às quais o motorista deve estar
preparado, para reconhecê-las e
saber superá-las.
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Pode haver ofuscamento da visão causado pelo farol alto de um veículo que vem em sentido
contrário ou pela luz solar incidindo diretamente nos olhos do condutor.
Quando estiver conduzindo em rodovias, opte por deslocar-se com o farol baixo aceso, assim,
você contribui para que os outros motoristas possam identificá-lo com facilidade.
Tome cuidado com o uso indevido dos faróis. A vista humana pode
levar até sete segundos para se recuperar de um ofuscamento. Um
LEMBRE-SE veículo a uma velocidade de 80 km/h percorre uma distância superior
ao tamanho de um campo de futebol antes que seu condutor recupere
a visão plena. Em geral, o alcance do farol alto de seu veículo é de,
aproximadamente, 120 metros.
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Para o Denatran (2016) e para Cardo (2015), a ocorrência de chuva, granizo, vento forte e
neblina afeta a percepção e o controle do veículo e grande parte dos acidentes ocorre em dias
chuvosos. Isso acontece porque, com a chuva, a pista fica escorregadia.
Por isso, ao dirigir com pista molhada ou em dias chuvosos — independentemente da
quantidade de água na pista — diminua a velocidade, aumente a distância de outros veículos,
utilize o freio de forma suave e gradativa, e não mude de direção bruscamente.
Além das condições de chuva, os condutores podem enfrentar situações de ventos fortes. Se
os ventos forem transversais, o condutor deverá abrir os vidros e reduzir a velocidade; e, se os
ventos forem frontais, deverá reduzir a velocidade, segurando com firmeza o volante.
SAIBA
Assista à reportagem que trata das condições
MAIS adversas devido ao tempo e veja quais os melhores
procedimentos indicados: https://www.youtube.
com/watch?v=8O1Gqrf6vw8
Durante o inverno, as estradas podem ser invadidas por neblina, o que exige dos condutores
mais atenção. Analise as sugestões que visam reduzir o risco de acidentes nessa condição
adversa:
• acenda os faróis (luz baixa), mesmo durante o dia, caso não disponha de faróis de
neblina;
• reduza a velocidade, mantendo ritmo constante, sem acelerações ou reduções bruscas;
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• redobre a atenção;
• não use luz alta;
• nunca trafegue com o pisca-alerta ligado, exceto em caso de emergência ou se a via
assim o permitir;
• caso seja necessário parar no acostamento, aí sim, deve ligar o pisca-alerta;
• evite ultrapassagens.
2.3 Condições Adversas da Via
As condições adversas da via estão relacionadas com a construção e conservação das vias.
Curvas, largura da pista, condições da pista e acostamento, tipo de pavimento, buracos,
desníveis e falta de sinalização são algumas adversidades próprias da pista, muito frequentes
no país.
2.4 Condições Adversas do Tráfego
A carga pode se tornar uma condição adversa toda vez em que qualquer um dos seguintes
cuidados necessários não forem observados:
• limite máximo de peso;
• altura;
• largura;
• acondicionamento e incompatibilidades da carga.
A boa condição física e mental do motorista é um fator importante para evitar que ele próprio se
transforme em causa de adversidade. O sono, o cansaço, a embriaguez e os estados emocionais
e psíquicos têm levado a muitos acidentes. Estudos comprovam que a maioria dos acidentes é
causada por falhas humanas.
Você já parou para refletir o quanto seu trabalho demanda equilíbrio emocional? O nível de
exigência dessa qualidade está muito acima do que se espera de um motorista comum.
Motoristas que dirigem por longas distâncias estão sujeitos a uma extenuante carga de
trabalho, aos desgastes emocionais produzidos pelas adversidades nos ambientes de serviço
e ao pouco ou nenhum contato com os colegas. Somando-se a isso, os trabalhadores do
transporte de cargas são obrigados a conviver com os riscos de assaltos, roubos de cargas, além
da imprudência no trânsito – o que os leva ao estresse (GRISTEC, 2016; FUNENSEG, 2016).
• se você for ultrapassar, calcule bem a distância e o tempo que você vai utilizar para a
manobra. Considere, ainda, a velocidade do veículo que vem no sentido contrário.
As principais causas desse tipo de colisão estão relacionadas com as condições adversas, tais
como: luz, tempo, via, trânsito, carga, veículo e motorista.
É preciso ter em mente que existe uma ou mais defesas para cada condição adversa, mas, se
não souber usá-las, o motorista pode se envolver em uma colisão dessa natureza.
62
RESUMINDO
Existem diversas pessoas e entidades que têm o dever de auxiliar na prevenção de
acidentes. Contudo, o principal responsável pelas providências é o motorista.
A direção defensiva conjuga atitudes corretas e muito planejamento, a fim de se prever as
condições adversas que podem ocorrer durante as operações de transporte de produtos
perigosos.
Investir em cuidados consigo próprio, tais como alimentação saudável, prática de
exercícios físicos e convivência familiar, é um dos meios mais adequados para o motorista
evitar o estresse da profissão.
Integrantes do Trânsito
O QUE
VOCÊ
SABE
SOBRE O TEMA
Que importância têm as distâncias de frenagem e os tempos de reação para o condutor? Quais
procedimentos são os mais indicados para evitar diversos tipos de colisão? Afinal, por que o
condutor deve ver e ser visto no ambiente de trânsito?
As ações do condutor que transporta produtos perigosos devem ser sempre pensadas
previamente e calculadas. Para isso, existem conceitos como distâncias de frenagem e
tempos de reação. Ademais, não basta apenas manobrar corretamente, mas também é
preciso que os outros motoristas possam identificar qual manobra vai ser executada por
esse condutor.
Nesta unidade, abordaremos sobre como evitar acidentes com os outros veículos, com
pedestres e com os demais integrantes do trânsito, e a importância de ver e ser visto
nesse contexto.
67
Para que você possa ter ideia da importância de conhecer e respeitar essas distâncias, um
veículo trafegando a 50 km/h pode parar em 45 metros. No entanto, se ele estiver a 70 km/h,
ele precisará de 70 metros para parar.
Ao trafegar atrás de outro veículo, é preciso manter distância para evitar uma colisão caso ele
freie bruscamente. Uma boa distância permite que você tenha tempo de reagir e acionar os
freios diante de uma situação de emergência e haja tempo, também, para que o veículo, uma
vez freado, pare antes de colidir.
A colisão com o veículo que vai à frente, normalmente, acontece quando o motorista não
mantém a distância de segurança ou está desatento nas paradas onde existe um carro à frente.
Para que esse tipo de colisão não ocorra, o motorista deve:
• concentrar sua atenção no que está ocorrendo no trânsito;
• observar os sinais do motorista da frente;
• olhar além do veículo à sua frente, a fim de perceber possíveis situações que possam
forçá-lo a agir;
• manter os vidros limpos e desimpedidos de objetos que diminuam o campo de visão;
• manter a distância de segurança.
DICAS
Pise no freio aos poucos, de modo que o veículo não derrape ou pare
bruscamente.
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Para se livrar dos veículos que estão colados na traseira do seu veículo,
facilite a ultrapassagem!
LEMBRE-SE
LEMBRE-SE
70
Nas curvas:
• perceba a curva sempre com antecedência;
• verifique o tipo de curva:
DICAS
• freie antes de entrar na curva, e não apenas quando já estiver dentro da curva.
A reunião de vários fatores — tais como velocidade, tipo de pavimento, ângulo da curva
e condições dos pneus — pode provocar a saída de um veículo da sua mão de direção,
empurrando-o para a contramão ou para o acostamento.
Com isso, esteja atento aos seguintes pontos para evitar colisão nos cruzamentos:
• saiba exatamente para onde seguir;
• reduza a velocidade;
• respeite a preferência de quem transita por via superior ou de quem já esteja
transitando nas rotatórias;
• sinalize suas intenções;
• siga sempre com cuidado.
Os motoristas precisam estar especialmente atentos para evitar os acidentes nos seguintes
casos:
• colisões na marcha a ré;
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• atropelamentos;
• colisões com objetos fixos;
• colisões com bicicletas;
• colisões com motocicletas;
• colisões com animais.
2.1 Colisões na Marcha a Ré
Em uma manobra em marcha a ré, a visão do condutor é limitada. Por isso, deve-se prestar
muita atenção para evitar acidentes. Observe estes procedimentos:
• certifique-se de que não há algo atrás do veículo antes de iniciar a manobra;
• nas esquinas:
2.2 Atropelamentos
Como não se pode prever o comportamento dos pedestres, a melhor forma de evitar
atropelamentos é ser cuidadoso ao volante e dar sempre o direito de preferência a quem está
a pé.
Além disso, há locais que exigem atenção redobrada dos motoristas. Por exemplo, estatísticas
mostram que muitos atropelamentos ocorrem em pontos de parada de ônibus. Esse fato
mostra que, ao passar por esses locais, os motoristas precisam manter cuidado redobrado.
2.3 Colisões com Objetos Fixos
A colisão com objetos fixos pode ocorrer nas ruas (colisão com árvores, postes) ou mesmo nas
garagens, inclusive de empresas de transporte.
As colisões com animais nas estradas são fatores de risco para os veículos, seja pela reação
imprevisível de seus movimentos, seja pela atitude dos motoristas de desviar, bruscamente,
para tentar evitar a colisão.
DICAS
No trânsito, tudo acontece muito rapidamente; e o motorista precisa estar atento às reações e
aos movimentos dos outros motoristas e pedestres.
75
Atenção especial deve ser dedicada aos pontos cegos, às colunas e às outras partes da carroceria
que podem ocultar veículos e pedestres.
Tão importante quanto ver é ser visto. Utilize adequadamente faróis, luzes indicadoras de
direção, luzes de freio, pisca-alerta, luz de ré.
RESUMINDO
Quando o veículo está em movimento, valem as leis da física: ele necessita de tempo
e distância para poder parar, por menor que seja a velocidade. Com isso, observe com
cuidado as distâncias de segurança e os tempos de frenagem!
Para evitar colisão com objetos fixos, visto que esse tipo de acidente pode ter
consequências graves aos ocupantes dos veículos e sempre traz danos ao patrimônio,
siga a recomendação básica: dirija cuidadosamente, não ultrapassando os limites de
velocidade e mantendo as práticas de direção defensiva.
Lembre-se de que, no tráfego urbano, determinadas pessoas têm comportamentos
imprevisíveis, não conhecem os perigos do trânsito, não estão em condições de superá-
los, ou mesmo de avaliá-los. É o caso, por exemplo, de crianças, de pessoas idosas ou de
pessoas com deficiência, dentre outros. Por isso, redobre sua atenção!
3. Comportamento Pós-Acidente
O QUE
VOCÊ
SABE
SOBRE O TEMA
Nesse sentido, o motorista deve estar atento a cinco requisitos indispensáveis, descritos a
seguir.
82
Para o Denatran (2015) e Andrade (2012), há uma metodologia pragmática que agrega
cinco elementos indispensáveis ao condutor de veículo transportador de produtos perigosos:
conhecimento, atenção, previsão, decisão e habilidade.
1.1.1 Conhecimento
1.1.2 Atenção
Você passa quantas horas por dia dirigindo seu caminhão? Já se percebeu olhando alguma
coisa que acontece na estrada, um acidente, um outdoor chamativo? Está sempre alerta ou se
distrai passando mensagem no celular ou atendendo a alguma ligação?
1.1.3 Previsão
Ser preventivo significa lembrar-se, por exemplo, de verificar as condições do veículo antes de
uma viagem. Um motorista descuidado pode enfrentar sérios problemas — não há habilidade
na direção que contorne uma falha mecânica.
83
1.1.4 Decisão
Uma boa decisão implica o conhecimento das alternativas que se apresentam em uma
determinada situação no trânsito, bem como a capacidade de fazer uma escolha inteligente de
manobra, a tempo de evitar acidentes.
1.1.5 Habilidade
SAIBA
Assista ao vídeo, no link indicado, do Programa Brasil
MAIS Caminhoneiro sobre direção defensiva:
https://www.youtube.com/watch?v=H4xl7oJeHPU
O comportamento de risco do condutor — que é contrário a todo procedimento que visa dar
as condições adequadas de segurança à movimentação do produto perigoso – abrange desde a
ausência de planejamento para o transporte até a falta deliberada do uso do cinto de segurança.
Por outro lado, de acordo com Cardo (2015), Günther (2015) e Pechansky et al. (2010), o
método básico de prevenção de acidentes é um guia que todo condutor de caminhão deveria
levar em sua boleia. Ele possui como acrônimo as letras PDA, que vem de P (prever o perigo),
D (descobrir o que fazer) e A (agir a tempo). Todas essas ações são interligadas:
• preveja o perigo: a previsão de possíveis situações de risco que contribuem para que
os acidentes aconteçam deve ser efetuada com bastante antecedência, podendo ser de
horas, dias ou até semanas, caracterizando a previsão mediata;
DICAS
Para estar preparado para iniciar uma viagem, você deve prever, mentalmente, o que pode
acontecer, tornando mais fácil descobrir o que fazer ou como se defender.
• aja a tempo: uma vez que você conhece o perigo e sabe qual é a atitude a ser tomada,
aja imediatamente! Jamais espere para ver o que vai acontecer.
Na maioria das vezes, os acidentes ocorrem justamente porque o motorista espera a atitude
dos outros ou, ainda, espera que eles conheçam e respeitem as leis.
DICAS
Não conte com a sorte, não pense que tudo vai dar certo e proceda como
se o acidente estivesse quase acontecendo. Aja enquanto é tempo!
3. COMPORTAMENTO PÓS-ACIDENTE
Em casos de acidente, avaria ou outro fator que obrigue a imobilização do veículo que está
transportando produto perigoso, o condutor deve adotar as medidas indicadas na Ficha de
Emergência do produto transportado e no Envelope para o Transporte, colocando a autoridade
de trânsito mais próxima ciente da ocorrência, do local, das Classes de Risco, das quantidades
dos materiais transportados.
DICAS
Para Dualibi et al. (2012) e Cristo (2012), as condições físicas e mentais são muito importantes,
pois são elas que alteram o modo de dirigir do condutor e seu desempenho. Contam fatores
físicos como: fadiga, capacidade de atenção, audição e visão, e fatores mentais e emocionais
como: inexperiência, familiaridade com a via, excitação ou depressão. Essas características
levam o motorista a dirigir com pressa ou sem atenção, com raiva, ira, calor, frustração e
insegurança.
4.1 Fadiga e Sono
Um motorista cansado não tem condições de dirigir com segurança. O cansaço e o sono, muitas
vezes, são mais fortes do que a capacidade de permanecer acordado; e o condutor adormece
sem perceber. Muitas vezes, o caminhoneiro realiza longas viagens durante o período noturno
e não descansa corretamente durante o dia.
4.2 Álcool
Para dirigir com segurança, o motorista precisa estar com boas condições físicas e mentais. O
álcool, ao contrário do que se imagina, é uma droga depressora do sistema nervoso.
87
A lei n.º 11.705/2008 (Lei Seca) e suas alterações modificam os artigos 165, 262, 276 e 306 do
CTB. Ela define novas regras para o consumo de bebidas alcoólicas por condutores de veículos
e estabelece sua proibição para todos os condutores, qualquer que seja a quantidade ingerida.
RESUMINDO
Adquirir habilidades não significa ter automatismos. Antes, significa conhecer o veículo
e seus equipamentos, ter recebido correto e cuidadoso treinamento para manusear os
controles e efetuar com sucesso todas as manobras necessárias em cada situação de risco.
O método básico de prevenção de acidentes possui como acrônimo as letras PDA, que
vem de P (prever o perigo), D (descobrir o que fazer) e A (agir a tempo).
As condições físicas e mentais do condutor de veículos transportadores de produtos
perigosos são muito importantes, pois elas alteram o modo de dirigir do condutor e
o seu desempenho. Contam fatores físicos (fadiga, capacidade de atenção, audição e
visão) e fatores mentais e emocionais (inexperiência, familiaridade com a via, excitação
ou depressão).
PREVENÇÃO DE INCÊNDIO
UNIDADE 1
NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS
1. Os Primeiros Socorros
2. As Primeiras Providências
Acidente de Trânsito
O QUE
VOCÊ
SABE
SOBRE O TEMA
O condutor de veículo que transporta produtos perigosos precisa estar preparado para
o caso de acidentes com vítimas, pois será ele quem vai prestar os primeiros socorros e
desencadear as primeiras providências.
Nesta unidade, apresentaremos a conceituação de primeiros socorros, as primeiras
providências a serem tomadas pelo condutor, a verificação das condições gerais da
vítima de acidente de trânsito e os cuidados com a vítima de acidente ou contaminação.
95
1. OS PRIMEIROS SOCORROS
O socorrista leigo deve atuar no atendimento dos primeiros socorros visando a uma primeira
e correta abordagem à vítima, devendo agir somente até o ponto de seu conhecimento.
96
2. AS PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS
A primeira regra para transportar uma vítima com suspeita de lesão na coluna é nunca dobrar
o pescoço ou as costas: ela deve ser movimentada como um bloco único e por mais de uma
pessoa.
A parada cardiorrespiratória ocorre quando a vítima deixa de respirar e o seu coração para de
bater. Os motivos que fazem uma pessoa interromper a respiração podem ser:
• obstrução das vias aéreas por algum corpo estranho como, por exemplo, dentadura e
pedaço de comida;
• intoxicação por gases;
• ingestão de venenos;
• fortes descargas elétricas;
• ferimento grave.
De acordo com a AHA (2015), houve mudanças nas diretrizes para a aplicação dos procedimentos
em casos de parada cardiorrespiratória. Em linhas gerais, os socorristas leigos (sem treinamento)
devem fornecer a Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) somente com as mãos, com ou sem
orientação de um atendente, para adultos vítimas de Parada Cardiorrespiratória (PCR). O
socorrista deve continuar a RCP somente com compressão até a chegada de um Desfibrilador
Externo Automático - DEA ou de socorristas com treinamento adicional.
4.5 Procedimentos em Casos de Ferimento com Hemorragia
A hemorragia é a perda de sangue devido ao rompimento de um vaso sanguíneo. Toda
hemorragia deverá ser controlada imediatamente, pois, quando é abundante e não controlada,
pode causar a morte entre três e cinco minutos.
• acione o hospital mais próximo imediatamente;
102
• coloque uma compressa limpa e seca (gaze, pano ou mesmo pano limpo) sobre o
ferimento;
• pressione com firmeza;
• use uma atadura, tira de pano, gravata ou outro recurso que tenha à mão para amarrar
a compressa e mantê-la firme no lugar. Caso não disponha de uma compressa, feche a
ferida com o dedo ou comprima com a mão, evitando uma hemorragia abundante;
• se o ferimento for nos braços ou nas pernas, sem fratura, a hemorragia será controlada
mais facilmente levantando-se a parte ferida. Se o ferimento for na perna, dobre o joelho;
se for ao antebraço, dobre o cotovelo, mas, sempre tendo o cuidado de colocar por dentro
da parte dobrada, bem junto à articulação, um chumaço de pano, algodão ou papel.
4.6 Procedimentos em Caso de Fraturas
As fraturas são rupturas nos ossos e nas cartilagens e podem ser internas ou externas:
• fraturas internas: podem ser desde uma pequena rachadura até a divisão do osso em
uma ou mais partes. Elas acontecem internamente, sem o rompimento da pele;
• fraturas externas: também chamadas de fratura expostas, são mais violentas, pois o
osso fraturado se desvia do seu local original, rompendo a pele. Dependendo da região
atingida, podem vir acompanhada de hemorragia.
São procedimentos a serem adotados para a imobilização:
• a posição do membro lesionado não pode ser alterada, porque isso é trabalho para os
profissionais de saúde;
• durante a imobilização, seus movimentos devem ser suaves para não piorarem a lesão
e o sofrimento da vítima; e
• se houver ferimento e hemorragia em uma fratura exposta, coloque um pedaço
de gaze ou pano limpo sobre o local e passe uma atadura em volta, para diminuir o
sangramento e evitar infecções.
SAIBA
Assista, no link indicado, a um vídeo que mostra
MAIS a simulação de acidente rodoviário envolvendo
produtos perigosos e múltiplas vítimas, organizado
pelo SEST SENAT:
https://www.youtube.com/watch?v=gZ3Ajo_7XMw
103
RESUMINDO
Assim como o condutor de veículo que transporta produtos perigosos deve conhecer
a legislação de trânsito e de transporte, é essencial que ele também esteja devidamente
capacitado a prestar os primeiros socorros em caso de acidente.
Para prestar os primeiros socorros em vítimas de envenenamento, você precisa saber
qual foi a substância tóxica, há quanto tempo a vítima ingeriu, inalou ou teve contato
direto com ela, qual a idade da vítima e o que aconteceu depois de constatado o
envenenamento.
Somente em casos extremos, onde a vida da vítima corre perigo imediato, pode-se
mudá-la de lugar.
2 Prevenção de Incêndio
106
UNIDADE 2
RESPEITO AO MEIO AMBIENTE
E PREVENÇÃO DE INCÊNDIO
O QUE
VOCÊ
SABE
SOBRE O TEMA
Respeitar e zelar pelo meio ambiente constituem deveres dos condutores de veículos
que transportam produtos perigosos.
Nesta unidade, inicialmente, abordaremos o respeito ao meio ambiente, tratando
do veículo como agente poluidor, da regulamentação, dos aspectos da poluição, da
manutenção preventiva do veículo, das responsabilidades civil e criminal do condutor,
do indivíduo e da sociedade, das relações interpessoais e do indivíduo como cidadão. Em
seguida, falaremos da prevenção de incêndios, abarcando o conceito de fogo, as fontes
de ignição, classificação de incêndios e tipos de extintores, seus agentes e manuseio.
107
Os veículos reprovados nas inspeções serão retidos para regularização, tanto os considerados
inseguros quanto os considerados poluentes. Tal reprovação compromete os condutores tanto
para a obtenção do Licenciamento Anual de Veículo quanto para a obtenção de um novo
Certificado de Registro do Veículo.
109
A principal fonte de poluição atmosférica ainda é o monóxido de carbono produzido pela frota
de veículos, cujo crescimento resultou do desenvolvimento da indústria automobilística. Para
a Abetran (2015), o monóxido de carbono emitido por veículos leves é responsável por 68,4%
do total dessa fonte. Os veículos pesados contribuem com 28,6%; os processos industriais,
com 2,2%; e a queima de lixo, com 2,6%.
Algumas das consequências causadas pela relação entre trânsito e meio ambiente são:
• poluição atmosférica, visual, sonora e de gases poluentes;
• erosão, decorrente do mau planejamento de estradas;
• agressões contra o meio ambiente, resultantes de acidentes no transporte de produtos
tóxicos poluentes;
• incêndios devastadores, devido ao uso inadequado de lugares de descanso à beira das
rodovias ou ao ato de jogar cigarro pela janela de veículos;
• poluição do habitat natural pelos detritos jogados pelos motoristas nas rodovias;
• enchentes em vias urbanas, provocadas pelo acúmulo de lixo deixado pelos usuários
(motoristas e pedestres) em bueiros ou próximo a rios e lagos;
• mortes de animais silvestres, provocadas por excesso de velocidade e descaso à
sinalização.
110
Ou seja, cada pessoa tem a sua personalidade, que é o conjunto de características que tornam o
indivíduo único e diferente dos outros. A personalidade possui diferentes aspectos, tais como
a aparência física, a capacidade intelectual, a emotividade, as qualidades sociais e o sistema de
valores.
Alguns fatores podem determinar a personalidade: a herança biológica ou a natureza do
indivíduo, o ambiente e a idade.
113
2. PREVENÇÃO DE INCÊNDIO
2.1 Conceito de Fogo, Tetraedro e Fontes de Ignição
A conhecida figura do triângulo de fogo foi substituída pelo tetraedro do fogo, devido à inclusão
do quarto elemento: a reação em cadeia. Elencados a seguir estão os elementos do tetraedro:
115
Ponto de fulgor: temperatura mínima necessária para que Ponte de ignição: aquela em
um combustível desprenda vapores ou gases inflamáveis, que os gases desprendidos
porém não se mantém porque os gases produzidos ainda dos combustíveis entram
são insuficientes. em combustão apenas pelo
Ponto de combustão: temperatura mínima necessária contato com o oxigênio do ar,
para que um combustível desprenda vapores ou gases independentemente de qualquer
inflamáveis que, mesmo que for retirada a fonte externa fonte de calor.
de calor, o fogo não se apaga, pois essa temperatura
faz gerar gases suficientes para manter o fogo ou a
transformação em cadeia.
118
Eis, a seguir, exemplos de pontos de fulgor e temperatura de ignição para algumas substâncias:
É preciso identificar o tipo de incêndio que se vai combater, antes de escolher o agente extintor
ou equipamento adequado. Verifique sempre o rótulo dos extintores. Eles devem conter, no
mínimo:
• data de validade: o extintor deve estar dentro do prazo de validade;
• lacre de segurança: certifique-se de que o lacre esteja intacto;
• conformidade como o Inmetro: veja se o extintor possui o selo do Inmetro;
• condições gerais do extintor: o extintor não pode estar amassado, não pode ter
ferrugem nem outros danos.
SAIBA
Assista, por meio do link indicado, a uma simulação
MAIS de acidente no transporte rodoviário de produtos
perigosos. O cenário do acidente inicia-se com uma
carreta carregada de tinta, número ONU 1263, líquido
Inflamável.
https://www.youtube.com/watch?v=2AAy3jxsJWY
RESUMINDO
A atividade de transporte rodoviário de produtos perigosos é, potencialmente, poluidora
do meio ambiente. Por isso, seja cuidadoso na direção e nas demais etapas do transporte.
Para vencer os desafios do dia a dia, é imprescindível que os profissionais do transporte
rodoviário de produtos perigosos saibam valer-se do relacionamento interpessoal,
agindo corretamente frente às diversas situações, identificando e mudando as más
atitudes e as posturas negativas.
As causas de incêndio no transporte rodoviário de produtos perigosos são muito variadas.
Alguns materiais, em temperatura ambiente, podem pegar fogo com uma simples faísca.
Outros, contudo, necessitam de aquecimento prévio para que entrem em combustão.
120
PERIGOSOS
UNIDADE 1
MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS –
PARTE 1
1. Classificação dos Produtos Perigosos
O QUE
VOCÊ
SABE
SOBRE O TEMA
Cada Classe de Risco de produtos perigosos para fins de transporte apresenta suas
características peculiares, que influenciam nos procedimentos de segurança a serem
adotados pelo condutor do veículo transportador.
Nesta unidade, falaremos sobre a classificação dos produtos perigosos para fins de
transporte, os conceitos básicos de físico-química, e daremos início ao estudo das
Classes de Risco (explosivos, gases e líquidos inflamáveis).
125
No que concerne à classificação dos produtos perigosos para fins de transporte, eles se
dividem em nove Classes de Risco, identificadas por Painéis de Segurança e Rótulos de Risco
específicos, a saber:
• classe 1: explosivos;
• classe 2: gases;
• classe 3: líquidos inflamáveis;
• classe 4: sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espontânea; substâncias
que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis;
• classe 5: substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos;
• classe 6: substâncias tóxicas e infectantes;
• classe 7: material radioativo;
• classe 8: substâncias corrosivas ;
• classe 9: substâncias e artigos perigosos diversos, incluindo as substâncias que
apresentam risco para o meio ambiente.
Os Rótulos de Risco são apresentados na resolução ANTT n.º 5.947/21, em sua forma geral,
e devem satisfazer às exigências do descritivo minucioso quanto a cores, símbolos pictóricos,
medidas e formatos detalhados na norma ABNT NBR 7500, que aborda a identificação para
o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos, em sua
atualização mais recente.
De um modo geral, a informação do Rótulo de Risco padronizado é descrita com as 3 (três)
linhas de asteriscos da ilustração, em que:
* O número da classe de risco ou para as subclasses de risco 5.1 e 5.2, o número da subclasse
de risco deve ser mostrado no canto inferior.
* * Textos/números/letras adicionais devem, caso sejam obrigatórios, ou podem, caso sejam
opcionais, ser mostrados nessa metade inferior.
* * *O símbolo da classe de risco ou subclasse de risco ou, para as subclasses de risco 1.4, 1.5
e 1.6, o número da subclasse e, para o modelo n.º 7E, a palavra FÍSSIL, devem ser mostrados
nesta metade superior.
Símbolo do Rótulo de Risco (imagem) que representa a classe de risco.
As imagens, os textos e os números que devem constar no Rótulo de Risco de cada material
perigoso podem ser encontrados na resolução n.º 5.947/21 e na norma ABNT NBR 7500.
127
As reações ou os fenômenos físicos e químicos estão presentes no dia a dia. É muito importante
conhecê-los bem para saber usá-los a favor e evitar possíveis efeitos ou consequências
desastrosas.
As reações ou os fenômenos físicos e químicos estão presentes no dia a dia. É muito importante
conhecê-los bem para saber usá-los a favor e evitar possíveis efeitos ou consequências
desastrosas.
• Fenômeno químico: é todo aquele que ocorre com a formação de novas substâncias.
Um fenômeno químico, como a combustão, transforma uma substância em outra,
com diferentes propriedades químicas. Exemplo: após a combustão de um fósforo, a
composição da cinza e da fumaça é totalmente diferente do palito inicialmente presente.
O fenômeno químico altera a natureza da matéria.
• Fenômeno físico: causa transformações da matéria sem ocorrer alteração de sua
composição química. É todo fenômeno que ocorre sem que haja a formação de novas
substâncias. Exemplo: mudanças no estado físico da matéria. A água pode ser encontrada
no estado sólido, líquido ou gasoso, mas sua molécula H²O continua a mesma, ou seja, o
fenômeno físico altera apenas a forma da matéria.
• Nas operações de carga, descarga e transbordo, os volumes não devem ser empilhados
nas proximidades dos canos de descargas dos veículos.
O condutor que atua no transporte de explosivos deve ter ciência de que, além dos riscos
relacionados ao produto perigoso, explosivos são materiais muito visados por criminosos e
possuem alto valor de mercado no comércio de ilícitos.
Então, é importante que o condutor, além de seguir atentamente as orientações de segurança,
fique atento a movimentos estranhos e não dê informações sobre sua carga e seu trajeto a
estranhos.
• embalagens dos produtos não devem ser expostas ao calor ou submetidas a choques
mecânicos;
• no manuseio de cilindros, é conveniente o uso de carrinhos ou similares;
• mantenha o capacete de proteção da válvula, mesmo em cilindros vazios;
• durante o transporte de gases a granel, deve-se isolar o produto para não transmitir
calor;
• os equipamentos elétricos dos veículos devem ser protegidos para evitarem centelhas;
• utilize máscaras apropriadas, em função do tipo de gás que está sendo transportado;
• quando se tratar de veículo tipo baú, verifique se há dispositivo de ventilação;
• para o transporte vertical dos cilindros, deve-se fazer a amarração da carga, utilizando
os cintos de segurança existentes nas cestas;
• jamais dirija com todos os vidros fechados, para neutralizar os possíveis efeitos de
gases no compartimento do motorista;
• os motores e os canos de escapamentos dos veículos que transportam gases deverão
ser isolados para não transmitirem calor;
• os equipamentos elétricos dos veículos devem ser protegidos para evitar centelhas;
• utilize máscaras apropriadas, em função do tipo de gás que está sendo transportado;
• afastar as pessoas caso o cilindro esteja solto, protegendo-se dos movimentos rápidos;
• evitar o contato com o jato, quando em grande vazamento;
• no caso de oxigênio e outros gases oxidantes, não permitir o contato do gás com óleo,
graxa, estopa ou qualquer material combustível;
• no caso dos gases asfixiantes (nitrogênio, argônio, hélio, entre outros), em ambientes
fechados, há risco de asfixia quando em concentração maior que 82%, em mistura com
o oxigênio.
134
• se o vazamento for em conexões sob pressão, não usar ferramentas que possam causar
atrito;
• evitar o contato do gás com qualquer ponto aquecido, e não acender chama;
• tentar desviar as chamas de outros cilindros ou materiais inflamáveis.
No caso de acidente com vazamento de gases ou vapores tóxicos, deve-se:
• procurar um local seguro que possa parar o veículo e isolar a área;
• colocar a proteção respiratória;
• identificar as consequências;
• utilizar dispositivo para confinamento e contenção de vazamento (exemplo: conjunto
de emergência para cloro);
• se a válvula do cilindro não estiver danificada, fechar o fluxo de gás;
• em caso de fogo, usar extintor de pó químico para combate a incêndio.
LEMBRE-SE
Uma mistura de gases, na maioria dos casos, tem efeito de periculosidade idêntico ao efeito
dos gases inflamáveis e vapores tóxicos identificados individualmente. Na mistura de gases
tóxicos e/ou inflamáveis em ambiente fechado, as ações imediatas devem ser:
• procurar um local seguro onde possa parar o veículo e isolar a área;
• colocar a proteção respiratória;
• identificar as consequências.
SAIBA
Assista, no link indicado, a um vídeo que mostra
MAIS acidente com caminhão que transportava cilindros de
gás e identifique suas possíveis causas:
https://www.youtube.com/watch?v=EeK4FakfWIc
SAIBA
Acesse, no link indicado, a resolução ANP n.o 26/2015,
MAIS que regulamenta a comercialização em áreas urbanas e
rurais, e a entrega de recipientes transportáveis de GLP
em domicílios de consumidores, em estabelecimentos
comerciais e industriais, para consumo próprio, e
entre revendedores autorizados pela ANP por meio
de veículos automotores:
http://www.anp.gov.br
136
formados.
• Um líquido inflamável incendeia-se quando atinge o ponto de
combustão e entra em contato com uma fonte externa de calor.
• A areia ou a terra podem ser utilizadas para anular a inflamabilidade
de líquidos inflamáveis.
RESUMINDO
No transporte rodoviário de produtos explosivos, as embalagens deverão ser arrumadas
no veículo de tal forma que não sofram deslocamentos, seguindo orientações do
expedidor, protegidas contra atritos e choques mecânicos.
O carregamento e descarregamento de gases tóxicos e as paradas do veículo transportando
esse produto devem ser feitos longe de habitações ou locais com muito movimento de pessoas.
Para operações com caminhão-tanque, deve-se evitar a presença da eletricidade estática.
Por isso, é necessário usar, durante o carregamento e descarregamento do produto, o
cabo antiestático (cabo-terra) no veículo.
O QUE
VOCÊ
SABE
SOBRE O TEMA
Quais os aspectos mais importantes dos produtos perigosos das Classes de Risco 4, 5, 6, 7,
8 e 9? Quais procedimentos de segurança o condutor deve adotar para o transporte desses
produtos?
LEMBRE-SE
144
As substâncias dessa Classe de Risco são muito tóxicas à vida aquática, representando alto
potencial de risco para a contaminação.
148
Acidentes com esses materiais podem contaminar objetos de todo tipo, além do meio ambiente,
ocasionando consequências desastrosas, a exemplo do acidente que ocorreu em Goiânia, que
em setembro de 1987, cuja blindagem do Césio 137 foi destruída, ocasionando às pessoas que
tiveram contato com o material graves doenças, inclusive provocando morte.
O condutor que atuar no transporte de produtos radioativos deve atentar-se para as orientações
e estar ciente de que a desobediência a quaisquer protocolos de segurança pode gerar incidentes
graves e, inclusive, responsabilização civil e criminal do condutor.
• caso haja qualquer incidente envolvendo material radioativo, o local deve ser
imediatamente isolado e o fato comunicado à CNEN;
• todo o controle sobre a mineração, produção, transporte e uso de material radioativo
está a cargo da CNEN.
151
LEMBRE-SE
Produtos da Classe 1 oferecem diversos riscos. As explosões podem causar danos ao meio
ambiente do tipo: incêndios em floresta, destruição de imóveis etc., além de atingir a fauna,
abatendo grande número de algumas espécies. Em contato com o fogo, alguns produtos da
Classe 1 podem produzir vapores ou substâncias líquidas que são irritantes, corrosivas ou
tóxicas, como, por exemplo: o perclorato de amônia (ONU 0402), nitrato de amônio (ONU
0222), dinitrofenol, ácido trinitrobenzoico. Esses produtos, se forem inalados, ingeridos ou
absorvidos pela pele, podem causar lesões graves, queimaduras ou morte. O meio ambiente
pode ser contaminado por esses produtos em caso de vazamentos resultantes do controle de
incêndio ou da diluição com água.
Gases inflamáveis (Subclasse 2.1) são extremamente perigosos e podem inflamar-se facilmente
com o calor, fagulhas ou chamas. Já os gases tóxicos, da Subclasse 2.3, podem ser fatais se
forem inalados ou absorvidos pela pele.
Produtos da Classe 3 oferecem os seguintes riscos:
• inalação dos vapores pode causar náuseas, vômitos e tontura;
• a ingestão do produto pode ser absorvida pelos pulmões, causando intensa irritação
local até graves lesões;
• o líquido irrita a pele e os olhos, causando ressecamento e dermatite;
• prejudica a utilização de águas quando contaminadas, tornando-as impróprias para o
consumo humano ou animal.
Todo produto sólido inflamável (Classe 4) oferece risco para o meio ambiente, incluindo:
• se o produto atingir corpos de água, como açudes, rios e represas, causará a morte de
peixes e animais que se valem desses para beber água ou se alimentar de peixes;
• se atingir áreas florestais, poderá causar incêndios de larga proporção, oferecendo
risco à fauna e à flora locais, à população e, no aspecto econômico, causar perdas
consideráveis, no caso de empresas produtoras de celulose;
• se atingir áreas urbanas, poderá oferecer risco direto à população, principalmente em
áreas de grande densidade populacional.
Substâncias tóxicas (Classe 6) podem queimar com o fogo, mas nenhuma se inflama de
imediato. A inalação ou o contato com esses produtos pode causar infecções, doença ou morte;
e as águas residuais do controle de fogo podem causar poluição.
As substâncias radioativas e corrosivas (Classe 7 e Classe 8) oferecem os seguintes riscos:
• se o produto atingir corpos de água, como açudes, rios e represas, causará a morte
de peixes e animais que se valem desses para beber água ou se alimentar de peixes, além
154
RESUMINDO
As embalagens de sólidos inflamáveis devem ser protegidas da ação direta do sol e
mantidas em local frio, bem ventilado e longe de qualquer fonte de calor e umidade.
A descontaminação dos veículos que transportam materiais radioativos somente poderá
ser feita pelos técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
No transporte de substâncias tóxicas, o condutor do veículo deve ter cuidado com a
intoxicação por contato de pele: apesar de a pele e a gordura agirem como uma barreira
protetora do corpo humano, alguns produtos têm a capacidade de penetrar por meio
delas e atingir a corrente sanguínea, atuando como um agente tóxico generalizado.
O QUE
VOCÊ
SABE
SOBRE O TEMA
Como fazer para enquadrar os produtos perigosos com riscos múltiplos? Quais as regras para
o transporte de resíduos perigosos? Como deve ser o comportamento preventivo do motorista
para o transporte de produtos perigosos das diversas Classes de Risco?
Os resíduos de produtos perigosos não podem ser subestimados, visto que muitos casos
de contaminação são decorrentes de negligência e imperícia em seu transporte. Por isso,
eles devem ser transportados tomando-se todos os cuidados necessários.
Nesta unidade, estudaremos os produtos com riscos múltiplos, os resíduos perigosos
para fins de transporte, o comportamento preventivo do motorista para todas as Classes
de Risco e os procedimentos em caso de emergência.
159
1. RISCOS MÚLTIPLOS
O Quadro de Precedência de Riscos da resolução ANTT n.º 5.232/2016 deve ser usado
para determinar a classe de uma substância, mistura ou solução que apresente mais de um
risco, quando não listada na Relação de Produtos Perigosos, no Capítulo 3.2, do aludido
instrumento legal. Para produtos com riscos múltiplos que não se encontrem especificamente
nominados na Relação de Produtos Perigosos, o grupo de embalagem mais restritivo, dentre os
indicados para os respectivos riscos, tem precedência sobre os demais grupos de embalagem,
independentemente da precedência dos riscos apresentada.
A precedência das características de risco das classes a seguir não está incluída no Quadro de
Precedência de Riscos, pois essas características primárias têm sempre precedência:
• substâncias e artigos da Classe 1;
• gases da Classe 2;
• explosivos líquidos insensibilizados da Classe 3;
• substâncias autorreagentes e explosivos insensibilizados da Subclasse 4.1;
• substâncias pirofóricas da Subclasse 4.2;
• substâncias da Subclasse 5.2;
• substâncias da Subclasse 6.1, do Grupo de Embalagem I, que apresentam toxicidade
à inalação;
• substâncias da Subclasse 6.2;
• material da Classe 7.
Estão proibidos de circular os veículos que apresentem contaminação em seu interior, sem as
respectivas documentação e sinalização.
Após as operações de limpeza e completa descontaminação dos veículos e equipamentos, os
Rótulos de Risco e os Painéis de Segurança devem ser retirados.
2.2 Cuidados com as embalagens
A parte externa das embalagens não deve estar contaminada com qualquer resíduo de produtos
perigosos.
DICAS
LEMBRE-SE
Por ser a explosão um fenômeno muito rápido e incontrolável, as medidas a serem desencadeadas
durante uma emergência desse tipo devem ser de caráter preventivo. Tais medidas incluem o
controle dos fatores que podem gerar aumento de temperatura (calor), choque e fricção.
Em caso de incêndio, além do risco iminente de explosão, pode-se ter emanação de gases
tóxicos e/ou venenosos. Nesses casos, a proteção respiratória adequada é o equipamento
autônomo de respiração a ar comprimido, além de roupas especiais. Nos incêndios envolvendo
substâncias explosivas, esses equipamentos oferecem proteção limitada devido à natureza do
produto, ou seja, são eficientes apenas para a proteção contra gases gerados pelo incêndio, e
não para os efeitos decorrentes de uma eventual explosão.
Com a finalidade de reduzir a taxa de evaporação do produto, pode ser aplicada uma camada
de espuma sobre a poça formada, desde que esse material seja compatível com o produto
vazado. Nos vazamentos de produtos liquefeitos, deve ser adotada a preferência ao vazamento
na fase gasosa, ao invés do vazamento na fase líquida. Essa operação deve fazer com que o
vazamento ocorra sempre na parte superior do recipiente que contém o produto.
165
Gases mais densos que o ar tendem a se acumular ao nível do solo por serem de difícil dispersão.
Outro fator que dificulta a dispersão dos gases é a presença de grandes obstáculos, como, por
exemplo, edificações nas áreas urbanas.
oxigênio esteja abaixo de 18% (em volume), devem ser adotadas medidas
de controle, como, por exemplo, o uso de ventilação natural ou forçada
do ambiente. Nessas situações, a proteção respiratória a ser utilizada
tem que ser do tipo autônoma.
Deve ser dada atenção especial quando o gás for inflamável, principalmente se esse estiver
confinado. Medições constantes dos índices de inflamabilidade do ambiente, mediante a
utilização de explosímetro e a eliminação das possíveis fontes de ignição, constituem ações
prioritárias a serem adotadas.
De acordo com as características do produto e do cenário, pode ser necessária a aplicação de
água na forma de neblina para dispersar os gases ou vapores. A operação será mais eficiente
quanto maior for a solubilidade do produto em água, como é o caso da amônia e do ácido
clorídrico. A água residual deve ser contida e recolhida para não causar poluição dos recursos
hídricos.
Já para os produtos com baixa solubilidade em água, o uso de neblina d’água pode ser utilizado
para formar um bloqueio físico ao deslocamento da nuvem. A neblina d’água deve ser aplicada
somente sobre a nuvem, e não sobre as eventuais bolhas formadas pelo gás liquefeito, sob o
risco de provocar intensa evaporação e aumento dos vapores na atmosfera.
4.3.3 Classe de Risco 3 — Líquidos Inflamáveis
As substâncias dessa Classe de Risco são de origem orgânica, como, por exemplo,
hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos e cetonas, entre outras.
DICAS
Na ocorrência de um acidente, a perda da fase líquida propicia o contato com o ar, motivo pelo
qual a estanqueidade do vazamento deve ser adotada imediatamente.
Quando houver necessidade de conter ou absorver produtos oxidantes, deve ser considerado
que a maioria deles pode reagir com substâncias orgânicas, por isso não pode ser utilizada
terra, serragem ou qualquer outro material incompatível. Nesses casos, recomenda-se a
utilização de materiais inertes e umedecidos, como, por exemplo, a areia.
4.3.6 Classe de Risco 6 — Substâncias tóxicas e infectantes
Os efeitos gerados a partir da exposição com substâncias tóxicas estão relacionados com o
grau de toxicidade e o tempo de exposição ou dose. Em função do alto risco apresentado
pelos produtos dessa Classe de Risco, durante as operações de atendimento a emergência, é
necessária a utilização de equipamentos de proteção respiratória.
Entre esses equipamentos, pode-se citar as máscaras faciais com filtros químicos e os conjuntos
autônomos de respiração a ar comprimido. Deve-se ter em mente que os filtros químicos
retêm os poluentes atmosféricos, exigindo a presença de oxigênio no ambiente. Dependendo
da concentração dos contaminantes, os filtros podem saturar-se rapidamente.
Quanto à escolha do filtro adequado, é indispensável que o produto presente na atmosfera seja
previamente identificado. Já os conjuntos autônomos de respiração a ar comprimido devem
ser utilizados em ambientes confinados, em situações onde o produto envolvido não está
identificado ou em atmosferas com alta concentração de poluentes.
167
A diluição deve ser utilizada nos casos em que não existe a possibilidade de contenção e cujo
volume seja bastante reduzido. Isso porque, para se obterem concentrações seguras, o volume
de água necessário deve ser sempre muito grande, ou seja, da ordem de mil a dez mil vezes o
volume do produto vazado. Se o volume de água adicionado ao produto não for suficiente para
diluí-lo a nível seguro, deve ocorrer o agravamento da situação devido ao aumento do volume
da mistura.
Para esses produtos, são aplicados todos os procedimentos básicos já descritos, além de outros
específicos (tais como barreiras de contenção e utilização de material absorvente), de acordo
com o tipo de produto perigoso e o local da ocorrência.
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RESUMINDO
Resíduos perigosos, para fins de transporte, são substâncias, soluções, misturas ou artigos
que contêm ou estão contaminados por um ou mais produtos, para os quais não seja
prevista utilização direta, mas que são transportados para fins de despejo, incineração
ou qualquer outro processo.
Para as substâncias corrosivas da Classe de Risco 8, a absorção e o recolhimento são as
técnicas mais recomendadas, quando comparadas com a neutralização e a diluição.
Como são variados os tipos de produtos perigosos e os procedimentos em casos de
emergência, é imprescindível que o condutor, antes de seguir viagem, leia atentamente
a Ficha de Emergência dos produtos que está transportando, bem como as instruções.
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