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Especializado

para Condutores
de Veículos
de Transporte
de Produtos
Perigosos
Especializado
para Condutores
de Veículos
de Transporte
de Produtos
Perigosos
Diretoria Executiva Nacional
Gerência Executiva de Desenvolvimento Nacional
Educação Presencial
Especializado para Condutores de Veículos de Transporte de Produtos Perigosos

Material do aluno

Agosto/2021

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Especializado para condutores de veículos de transporte de


produtos perigosos: material do aluno.
– Brasília: SEST/SENAT, 2021.
184 p. : il.

1. Legislação de trânsito. 2. Prevenção de incêndio. 3.


Movimentação de carga. I. Serviço Social do Transporte.
II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte.

CDU 656.073.436
5

ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE


VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE PRODUTOS
PERIGOSOS
Módulo I - Legislação de Trânsito e de Transporte ....................................................... 13

Unidade 1 - Legislação de Trânsito ................................................................................ 15


1. O Código de Trânsito Brasileiro ........................................................................................17
1.2 Categorias de Habilitação e Relação com Veículos Conduzidos .................................17
1.3 Documentação Exigida para Condutor e Veículo.........................................................19
1.4 Sinalização Viária ..............................................................................................................21
1.5 Infrações, Crimes de Trânsito e Penalidades .................................................................21
1.6 Responsabilidades dos Proprietários e Condutores de Veículos .................................26
1.7 Regras Gerais de Estacionamento, Parada, Conduta e Circulação .............................26
Resumindo................................................................................................................................30
Consolidando conteúdos........................................................................................................30

Unidade 2 - Legislação Específica e Normas sobre o Transporte de Produtos


Perigosos ........................................................................................................................ 33
1. Cargas de Produtos Perigosos – Conceito e Considerações ..........................................35
2. A Legislação Específica e Normas sobre o Transporte Rodoviário de Produtos
Perigosos ................................................................................................................................37
2.1 A Lei dos Caminhoneiros e sua Repercussão na Atividade de Transporte
Rodoviário de Produtos Perigosos .......................................................................................41
3. A Carga e seu Acondicionamento .....................................................................................42
4. Responsabilidades do Condutor durante o Transporte...................................................43
5. Documentação para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos..........................44
6. Simbologia Utilizada no Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos......................46
7. Registrador Instantâneo e Inalterável de Velocidade e Tempo.......................................47
8. Infrações e Penalidades na Legislação de Transporte Rodoviário de Produtos
Perigosos ................................................................................................................................48
Resumindo................................................................................................................................49
Consolidando conteúdos........................................................................................................49
6

Módulo II - Direção Defensiva ...................................................................................... 51

Unidade 1 - Direção Defensiva – Parte 1 ...................................................................... 53


1. Acidente Evitável ou Não Evitável.....................................................................................55
2. Entendendo as Condições Adversas..................................................................................55
2.1 Condições Adversas de Luminosidade ..........................................................................56
2.2 Condições Adversas de Tempo ou Clima.......................................................................57
2.3 Condições Adversas da Via..............................................................................................58
2.4 Condições Adversas do Tráfego.......................................................................................58
2.5 Condições Adversas do Veículo.......................................................................................58
2.6 Condições Adversas da Carga..........................................................................................59
2.7 Condições Adversas do Motorista...................................................................................60
3. As Relações Existentes entre o Fator Humano e os Acidentes de Trânsito...................60
4. Como Ultrapassar e Ser Ultrapassado...............................................................................61
5. O Acidente de Difícil Identificação da Causa...................................................................61
Resumindo................................................................................................................................62
Consolidando conteúdos........................................................................................................62

Unidade 2 - Direção Defensiva – Parte 2 ...................................................................... 65


1. Como Evitar Acidentes com Outros Veículos..................................................................67
1.1 Como Evitar Colisão com o Veículo de Trás..................................................................69
1.2 Como Evitar colisão frontal .............................................................................................69
1.3 Como Evitar Colisão nos Cruzamentos..........................................................................70
2. Como Evitar Acidentes com Pedestres e Outros Integrantes do Trânsito ....................71
2.1 Colisões na Marcha a Ré...................................................................................................72
2.2 Atropelamentos..................................................................................................................72
2.3 Colisões com Objetos Fixos..............................................................................................73
2.4 Colisões com Bicicletas.....................................................................................................73
2.5 Colisões com Motocicletas e Congêneres.......................................................................74
2.6 Colisões com Animais.......................................................................................................74
3. A Importância de Ver e Ser Visto.......................................................................................74
Resumindo................................................................................................................................75
Consolidando conteúdos........................................................................................................76
7

Unidade 3 - Direção Defensiva – Parte 3 ...................................................................... 79


1. A Importância do Comportamento Seguro na Condução de Veículos
Especializados..........................................................................................................................81
1.1 Os Cinco Elementos da Direção Defensiva....................................................................82
1.1.1 Conhecimento................................................................................................................82
1.1.2 Atenção............................................................................................................................82
1.1.3 Previsão............................................................................................................................82
1.1.4 Decisão.............................................................................................................................83
1.1.5 Habilidade.......................................................................................................................83
2. Comportamento Seguro e Comportamento de Risco – Diferença que Pode
Poupar Vidas............................................................................................................................84
3. Comportamento Pós-Acidente..........................................................................................85
4. Estado Físico e Mental do Condutor.................................................................................86
4.1 Fadiga e Sono.....................................................................................................................86
4.2 Álcool ................................................................................................................................86
4.3 Drogas e Medicamentos....................................................................................................87
4.4 Aspectos Psíquicos............................................................................................................87
Resumindo................................................................................................................................88
Consolidando conteúdos........................................................................................................88

Módulo III - Noções de Primeiros Socorros, Respeito ao Meio Ambiente e Prevenção

de Incêndio ...................................................................................................................... 91

Unidade 1 - Noções de Primeiros Socorros ................................................................... 93


1. Os Primeiros Socorros .......................................................................................................95
2. As Primeiras Providências .................................................................................................96
3. Verificação das Condições Gerais da Vítima de Acidente de Trânsito .........................97
3.1 Vítima Inconsciente...........................................................................................................97
3.2 Verificando as Condições Gerais da Vítima ..................................................................98
4. Cuidados com a Vítima de Acidente ou Contaminação..................................................98
4.1 Procedimentos em Caso de Queimaduras em Geral ....................................................99
4.2 Procedimentos em Caso de Queimaduras Químicas....................................................99
4.3 Procedimentos em Caso de Envenenamento e Intoxicação.......................................100
8

4.4 Procedimentos em Caso de Parada Cardiorrespiratória ............................................101


4.5 Procedimentos em Casos de Ferimento com Hemorragia ........................................101
4.6 Procedimentos em Caso de Fraturas ............................................................................102
Resumindo..............................................................................................................................103
Consolidando conteúdos......................................................................................................103

Unidade 2 - Respeito ao Meio Ambiente e Prevenção de Incêndio ............................ 105


1. Respeito ao Meio Ambiente .............................................................................................107
1.1 O Veículo como Agente Poluidor do Meio Ambiente.................................................107
1.2 Regulamentação do Conama sobre a Poluição Ambiental Causada por Veículos...108
1.3 Poluição: Conceito, Causas e Consequências...............................................................109
1.4 Projeto Despoluir do Sistema CNT .............................................................................110
1.5 A Manutenção Preventiva do Veículo...........................................................................110
1.6 A Responsabilidade Civil e Criminal do Condutor e o CTB......................................112
1.7 O Indivíduo, o Grupo e a Sociedade..............................................................................112
1.8 Relacionamento Interpessoal.........................................................................................113
1.9 O Indivíduo como Cidadão............................................................................................114
2. Prevenção de Incêndio......................................................................................................114
2.1 Conceito de Fogo, Tetraedro e Fontes de Ignição........................................................114
2.2 Transmissão do Calor .....................................................................................................116
2.3 Métodos de Extinção de Incêndio.................................................................................116
2.4 Classificação de Incêndios..............................................................................................116
2.5 Tipos de Extintores, seus Agentes e Manuseio.............................................................118
Resumindo..............................................................................................................................119
Consolidando conteúdos......................................................................................................120

Módulo IV - Movimentação de Produtos Perigosos.................................................... 121

Unidade 1 - Movimentação de Produtos Perigosos – Parte 1 ..................................... 123


1. Classificação dos Produtos Perigosos .............................................................................125
1.1 Simbologia e Rótulo .......................................................................................................125
2. Conceitos Básicos de Físico-Química ............................................................................127
3. Estudo das Classes de Risco .............................................................................................127
3.1 Classe de Risco 1 — Explosivos.....................................................................................127
9

3.1.1 Segurança no Transporte Rodoviário de Explosivos................................................129


3.1.2 Comportamento Preventivo do Condutor................................................................131
3.2 Classe de Risco 2 — Gases.............................................................................................131
3.2.1 Segurança no Transporte Rodoviário de Gases.........................................................132
3.2.2 Cuidados dos Condutores de Veículos de Transporte de Produtos Perigosos,
Referentes a Gases..................................................................................................................133
3.3 Classe de Risco 3 — Líquidos Inflamáveis ..................................................................136
3.3.1 Segurança no Transporte Rodoviário de Líquidos Inflamáveis ..............................137
Resumindo..............................................................................................................................138
Consolidando conteúdos......................................................................................................138

Unidade 2 - Movimentação de Produtos Perigosos – Parte 2...................................... 141


1. Estudo das Classes de Risco (continuação)....................................................................143
Classe de Risco 4 — Sólidos Inflamáveis; Substâncias Sujeitas a Combustão
Espontânea; Substâncias que, em Contato com a Água, Emitem Gases Inflamáveis.143
Substâncias Espontaneamente Combustíveis.................................................................144
Segurança no Transporte Rodoviário de Sólidos Inflamáveis.......................................144
Produtos que necessitam de controle de temperatura...................................................144
Comportamento preventivo no Transporte Rodoviário de Sólidos Inflamáveis........145
Classe de Risco 5 — Substâncias Oxidantes e Peróxidos Orgânicos...........................145
Segurança no Transporte Rodoviário de Oxidantes e Peróxidos Orgânicos...............146
Classe de Risco 6 — Substâncias Tóxicas e Substâncias Infectantes............................146
Segurança no Transporte Rodoviário de Substâncias Tóxicas e Infectantes...............148
Classe de Risco 7 — Substâncias Radioativas................................................................149
Legislação Específica Pertinente ao Transporte de Substâncias/Materiais
Radioativos.........................................................................................................................150
Comportamento Preventivo do Condutor no Transporte Rodoviário
de Substâncias Radioativas...............................................................................................150
Classe de Risco 8 — Substâncias Corrosivas..................................................................151
Segurança no Transporte Rodoviário de Substâncias Corrosivas................................151
Classe de Risco 9 – Substâncias e Artigos Perigosos Diversos......................................152
Comportamento Preventivo do Condutor no Transporte Rodoviário de
Substâncias e Artigos Diversos.........................................................................................149
10

2. Efeito de Cada Classe Sobre o Meio Ambiente...............................................................152


Resumindo..............................................................................................................................155
Consolidando conteúdos......................................................................................................155

Unidade 3 - Movimentação de Produtos Perigosos – Parte 3...................................... 157


1. Riscos Múltiplos.................................................................................................................159
2. Resíduos Perigosos para Fins de Transporte..................................................................159
2.1 Cuidados com os Veículos e Equipamentos de Transporte........................................160
2.2 Cuidados com as Embalagens........................................................................................161
3. Comportamento Preventivo do Motorista para Todas as Classes de Risco................161
4. Procedimentos em Caso de Emergência.........................................................................163
4.1 Equipamentos para Situação de Emergência................................................................163
4.2 Procedimentos Gerais em Situação de Emergência.....................................................163
4.3 Procedimentos de Emergência de Acordo com a Classe de Risco.............................164
4.3.1 Classe de Risco 1 – Explosivos....................................................................................164
4.3.2 Classe de Risco 2 – Gases............................................................................................164
4.3.3 Classe de Risco 3 — Líquidos Inflamáveis................................................................165
4.3.4 Classe de Risco 4 — Sólidos Inflamáveis, Substâncias Sujeitas à Combustão
Espontânea e Substâncias que, em Contado com a Água, Emitem Gases Inflamáveis.. 166
4.3.5 Classe de Risco 5 — Substâncias Oxidantes e Peróxidos Orgânicos......................166
4.3.6 Classe de Risco 6 — Substâncias Tóxicas e Infectantes...........................................166
4.3.7 Classe de Risco 8 – Substâncias Corrosivas...............................................................167
4.3.8 Classe de Risco 9 – Substâncias e Artigos Perigosos Diversos................................167
Resumindo..............................................................................................................................167
Consolidando conteúdos......................................................................................................167

Referências..................................................................................................................... 169
11

Comprometido com o desenvolvimento do transporte no país, o SEST SENAT oferece um


programa educacional que contribui para a valorização cidadã, o desenvolvimento profissional,
a qualidade de vida e a empregabilidade do trabalhador do transporte, por meio da oferta de
diversos cursos que são desenvolvidos nas Unidades Operacionais do SEST SENAT em todo
o Brasil.
Sempre atento às inovações e demandas por uma educação profissional de qualidade, o SEST
SENAT reestruturou todo o portfólio de materiais didáticos e de apoio aos cursos presenciais
da instituição, adequando-os às diferentes metodologias e aos tipos de cursos, alinhando-os
aos avanços tecnológicos do setor, às tendências do mercado de trabalho, às perspectivas da
sociedade e à legislação vigente.
Esperamos, assim, que este material, que foi desenvolvido com alto padrão de qualidade
pedagógica, necessário ao desenvolvimento do seu conhecimento, seja um facilitador do
processo de ensino e aprendizagem.
Bons estudos!
12

APRESENTAÇÃO
Prezado(a) Aluno(a),
Desejamos a você boas-vindas ao curso Especializado para Condutores de Veículos de
Transporte de Produtos Perigosos.
Vamos trabalhar, juntos, para desenvolvermos novos conhecimentos e aprofundarmos as
competências que você já possui!
Esse curso é destinado aos condutores interessados em atuar no transporte de produtos
perigosos e que já possuam a Carteira Nacional de Habilitação – nas categorias B, C, D ou E.
Outros requisitos necessários são:
• ser maior de 21 anos;
• não estar cumprindo pena de suspensão do direito de dirigir, cassação da Carteira Nacional
de Habilitação – CNH, pena decorrente de crime de trânsito, bem como não estar impedido
judicialmente de exercer seus direitos.
O objetivo geral do curso é proporcionar condições para que o condutor de transporte de
cargas conduza o veículo com segurança e responsabilidade.
O curso foi desenvolvido em quatro módulos, cujos temas e cuja carga horária seguem
criteriosamente o estabelecido na resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
Os módulos são: Legislação de Trânsito; Direção Defensiva; Noções de Primeiros Socorros,
Respeito ao Meio Ambiente e Prevenção de Incêndio; Movimentação de Produtos Perigosos.
Os módulos do Especializado para Condutores de Veículos de Transporte de Produtos
Perigosos estão divididos em unidades para facilitar o aprendizado.
No início de cada unidade, você será informado sobre o conteúdo a ser abordado e os objetivos
que se pretende alcançar.
Nesse sentido, esperamos que esse curso seja muito proveitoso para você!
Nosso intuito maior é o de lhe apresentar dicas, conceitos e soluções práticas para ajudá-lo(la)
a resolver os problemas encontrados no seu dia a dia de trabalho.

Bons estudos!
MÓDULO I
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO E DE

TRANSPORTE
UNIDADE 1
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

O Código de Trânsito Brasileiro


UNIDADE 1 - LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

O QUE

VOCÊ
SABE
SOBRE O TEMA

Com qual categoria de habilitação se pode conduzir um veículo transportador de produtos


perigosos? Qual a documentação exigida do condutor e do veículo? A que infrações o
condutor está sujeito?

O estudo da legislação de trânsito confere, além da necessária reciclagem ao condutor,


mais confiança na execução de suas ações, de forma que ele esteja atento aos seus deveres
e direitos.
Nesta primeira unidade apresentaremos, inicialmente, as disposições do Código de
Trânsito Brasileiro -CTB relacionadas aos seguintes temas: atualização de requisitos para
a matrícula no curso especializado de transporte de produtos perigosos, categorias de
habilitação e veículos correspondentes, documentação exigida do condutor e do veículo,
sinalização viária, infrações, crimes e penalidades, regras gerais de estacionamento,
parada, conduta e circulação.
17

1. CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO

De acordo com Gomes (2015) e Pazetti (2015), o Brasil possui um conjunto de leis que regem
e disciplinam o trânsito nas vias terrestres. A principal delas é a lei n.º 9.503/1997, que institui
o Código de Trânsito Brasileiro - CTB. Além do CTB, existem a legislação complementar, as
resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), as portarias e outras regulamentações
estaduais e municipais.
1.1 Categorias de Habilitação e Relação com Veículos
Conduzidos

Quanto às categorias da CNH e autorizações (CTB, anexos I e II da resolução Contran n.º 789, de
16 de maio de 2020), elas podem ser:
• Autorização para Conduzir Ciclomotores (ACC): ciclomotores; bicicletas dotadas
originalmente de motor elétrico auxiliar, bem como aquelas que tiverem o dispositivo
motriz agregado posteriormente à sua estrutura, em que se verifique, ao menos, uma das
seguintes situações: I – com potência nominal superior a 350 W; II – velocidade máxima
superior a 25 km/h; III – funcionamento do motor sem a necessidade de o condutor
pedalar; e IV – dispor de acelerador ou de qualquer outro dispositivo de variação manual
de potência;
• Categoria A: veículos automotores e elétricos, de duas ou três rodas, com ou sem
carro lateral ou semirreboque especialmente projetado para uso exclusivo deste veículo;
todos os veículos abrangidos pela ACC. Obs.: Não se aplica a quadriciclos, cuja categoria
é a B;
• Categoria B: veículos automotores e elétricos, não abrangidos pela categoria A,
cujo Peso Bruto Total (PBT) não exceda a 3.500 kg e cuja lotação não exceda a oito
lugares, excluído o do motorista; combinações de veículos automotores e elétricos em
que a unidade tratora se enquadre na categoria B, com unidade acoplada, reboque,
semirreboque, trailer ou articulada, desde que a soma das duas unidades não exceda o
peso bruto total de 3.500 kg e cuja lotação total não exceda a oito lugares, excluído o do
motorista; veículos automotores da espécie motor-casa, cujo peso não exceda a 6.000
kg e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído o do motorista; tratores de roda e
equipamentos automotores destinados a executar trabalhos agrícolas; quadriciclos de
cabine aberta ou fechada;
• Categoria C: veículos automotores e elétricos utilizados em transporte de carga,
cujo PBT exceda a 3.500 kg; tratores de esteira, tratores mistos ou equipamentos
automotores destinados à movimentação de cargas, de terraplanagem, de construção
18

ou de pavimentação; veículos automotores da espécie motor-casa, cujo PBT ultrapasse


6.000 kg, e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído o do motorista; combinações
de veículos automotores e elétricos não abrangidas pela categoria B, em que a unidade
tratora se enquadre nas categorias B ou C, e desde que o PBT da unidade acoplada,
reboque, semirreboque, trailer ou articulada seja menor que 6.000 kg; todos os veículos
abrangidos pela categoria B;
• Categoria D: veículos automotores e elétri-
cos utilizados no transporte de passageiros, cuja
lotação exceda a oito lugares, excluído o do con-
dutor; veículos destinados ao transporte de es-
colares independentemente da lotação; veículos
automotores da espécie motor-casa, cuja lotação
exceda a oito lugares, excluído o do motorista;
ônibus articulado; todos os veículos abrangidos
nas categorias B e C;
• Categoria E: combinações de veículos
automotores e elétricos em que a unidade tratora
se enquadre nas categorias B, C ou D e cuja
unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer
ou articulada tenha 6.000 kg ou mais de PBT, ou
cuja lotação exceda a oito lugares; combinações de veículos automotores e elétricos com
mais de uma unidade tracionada, independentemente da capacidade máxima de tração
ou PBTC; todos os veículos abrangidos nas categorias B, C e D.

As categorias de CNH dizem respeito apenas à classificação de


veículos que cada condutor pode conduzir de acordo com sua
categoria. É fato que um condutor habilitado na categoria E pode
conduzir um caminhão. Porém, por exemplo, só estará a habilitado
LEMBRE-SE
a transportar produtos perigosos e cargas indivisíveis se realizar o
curso especializado e atender aos requisitos previstos no art. 145,
do CTB.
19

Documentação Exigida para Condutor e Veículo


Em relação à documentação do condutor, esse deve portar, obrigatoriamente, o documento
original de habilitação correspondente à categoria do veículo que estiver conduzindo, dentro
do prazo de validade (CTB, art. 159). Os documentos que identificam o condutor são os
seguintes:
• Permissão para Dirigir (PPD): documento válido por 1 (um) ano;
• Autorização para Conduzir Ciclomotores (ACC): dentro do prazo de validade; e
• Carteira Nacional de Habilitação (CNH): validade de acordo com os exames do
condutor.
A Carteira Nacional de Habilitação é expedida em meio físico e/ou digital, à escolha do
condutor, em modelo único e de acordo com as especificações do Contran, atendidos os
pré-requisitos estabelecidos no CTB. Ela contém a fotografia, a identificação e o número
de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do condutor, tem fé pública e equivale a
documento de identidade em todo o território nacional.
O porte do documento de habilitação será dispensado quando, no momento da fiscalização,
for possível ter acesso ao sistema informatizado para verificar se o condutor está habilitado
(incluído pela lei n.º 14.071, de 2020).
Os órgãos ou entidades executivos de trânsito dos estados e do Distrito Federal enviarão,
por meio eletrônico, com 30 (trinta) dias de antecedência, aviso de vencimento da validade
da Carteira Nacional de Habilitação a todos os condutores cadastrados no RENACH com
endereço na respectiva Unidade da Federação (incluído pela lei n.º 14.071, de 2020).
Para ter acesso à CNH Digital, é necessário baixar o aplicativo no celular e, ainda, ter a CNH
emitida a partir de maio de 2017.
Para mais informações sobre a CNH Digital e para checar quais estados já aderiram a essa
evolução, acesse o link a seguir: https://servicos.serpro.gov.br/cnh-digital/
A Carteira Nacional de Habilitação Eletrônica (CNH-e) foi implantada em 2018, a qual
pode substituir o documento em formato físico. A CNH Digital não pode ser considerada
necessariamente uma substituta que irá eliminar a outra, visto que o documento físico continua
sendo emitido em papel.
A possibilidade de se utilizar um ou outro documento surgiu como uma boa notícia, visto que
o motorista que não portar a carteira física, mas portar a carteira digital, não será multado,
nem perderá pontos na sua carteira.
Para ter acesso à CNH Digital, é necessário baixar o aplicativo no celular e, ainda, ter a CNH
emitida a partir de maio de 2017.
20

Para mais informações sobre a CNH Digital e para checar quais estados já aderiram a essa
evolução, acesse o link a seguir:
https://servicos.serpro.gov.br/cnh-digital/

O atual modelo da CNH traz o número do Registro Nacional


dos Condutores Habilitados - Renach (CTB, Anexo I), que é
estabelecido no início do processo de habilitação e usado para
atendimento ou autuação do condutor em qualquer Unidade da
Federação.

Em relação à documentação dos veículos, o profissional deve estar atento aos seguintes
documentos:
• Certificado de Registro do Veículo - CRV (CTB, art. 121): é o documento de porte
não obrigatório que deve ser mantido em local seguro em meio físico e/ou digital, à
escolha do proprietário, de acordo com os modelos e com as especificações estabelecidas
pelo Contran, com as características e as condições de invulnerabilidade à falsificação
e à adulteração. (Redação dada pela lei n.º 14.071, de 2020) e serve para transferir a
propriedade, modificar o endereço do proprietário ou alterar as características do veículo;

No CRV, constam as características de identificação do veículo. As


mais importantes são: o número do Registro Nacional de Veículos
DICAS

Automotores (Renavam), placa e número do chassi. Também, é possível


observar: número do motor, cor, marca, modelo, categoria, capacidade,
nome e endereço do proprietário.

• Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo - CRLV: documento de porte


obrigatório, onde constam, além dos dados do veículo, informações sobre o pagamento
do IPVA e do Seguro Obrigatório (DPVAT) e o ano em exercício;
21

• O Certificado de Licenciamento Anual será expedido ao veículo licenciado,


vinculado ao Certificado de Registro de Veículo, em meio físico e/ou digital, à escolha
do proprietário, de acordo com o modelo e com as especificações estabelecidos pelo
Contran (redação dada pela lei n.º 14.071, de 2020).
Sinalização Viária
A sinalização viária é composta de (CTB, art. 87):
• sinalização vertical (placas);
• sinalização horizontal (faixas, marcas, símbolos e legendas);
• dispositivos de sinalização auxiliar (cones, sonorizadores, tapumes, marcadores);
• luminosos (semáforos);
• sonoros (apitos);
• gestos do agente de trânsito e do condutor.

A sinalização tem a seguinte ordem de prevalência (CTB, art. 89):


• as ordens dadas pelos agentes de trânsito prevalecem
sobre as normas de circulação e outros sinais;
LEMBRE-SE
• as indicações dos semáforos têm preferência sobre os
demais sinais;
• as indicações dos sinais prevalecem sobre as demais
normas de trânsito.

Infrações, Crimes de Trânsito e Penalidades

Infração de trânsito é a
inobservância de qualquer
preceito deste Código, da
legislação complementar ou das
resoluções do Contran, sendo o
infrator sujeito às penalidades
e medidas administrativas
indicadas em cada artigo,além
das punições previstas no
Capítulo XIX (art. 161, CTB).
22

Para que você tenha uma ideia das sanções impostas aos infratores e aplicadas pelo Detran,
prefeituras, polícias rodoviárias e outros órgãos com jurisdição sobre a via, atente-se ao
seguinte rol:
• advertências por escrito: têm finalidade educativa — nos casos de infração leve ou
média, infratores não reincidentes e com boa conduta;
• multas: impostas à maior parte das infrações — com anotação de pontos no prontuário
do infrator, são proporcionais à gravidade da infração;
• suspensão do direito de dirigir: adotada em certos crimes e infrações ou quando for
excedido o número máximo admissível de pontos no prontuário;
• cassação da CNH: cancelamento definitivo do documento de habilitação, obrigando
o infrator a reiniciar o processo de habilitação;
• cassação de Permissão para Dirigir (PPD): sujeita o infrator a reiniciar o processo de
habilitação;
• curso de reciclagem: é obrigatório ao infrator com direito de dirigir suspenso ou
que tenha provocado acidente grave ou, ainda, que tenha sido condenado por delito de
trânsito.
23

Além dessas sanções descritas, há determinadas medidas


administrativas que podem ser impostas pelo agente de trânsito
no local da infração, em função da ocorrência: retenção do
veículo, remoção do veículo, recolhimento do documento de
habilitação (CNH ou PPD), recolhimento do Certificado de
Registro, recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual,
transbordo do excesso de carga, teste de alcoolemia ou perícia,
realização
No que tange às multas de exames
por infrações e recolhimento
de trânsito, de animais
elas dependem soltos nasda
da gravidade vias.
ocorrência
e podem ser de acordo com a Tabela 1. Note que algumas das infrações gravíssimas têm o
valor da multa multiplicado por 2, 3, 5, 10, 20 ou 60, uma vez que a vida foi colocada em risco
extremo, conforme determina a lei n.º 13.281, de 4 de maio de 2016:
Tabela 1: Gravidade e valores de multas

Gravidade Pontos Valores (R$)


Leve 3 R$88,38
Média 4 R$130,16
Grave 5 R$ 195,23
Gravíssima 7 R$ 293,47
Fonte: Brasil (1997)

A lei n.º 14.071/20 estabelece, no caso do condutor


que exerce atividade remunerada ao veículo, que a
penalidade de suspensão do direito de dirigir será imposta
quando o infrator atingir o limite de 40 pontos previsto,
independentemente da natureza das infrações cometidas,
facultado a ele participar de curso preventivo de reciclagem
sempre que, no período de 12 (doze) meses, atingir 30
(trinta) pontos, conforme regulamentação do Contran.
24

São exemplos de infrações que estabelecem a suspensão do direito de dirigir do condutor ou


do proprietário do veículo:
• Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa (CTB,
art. 165, e resolução Contran n.º 432/2013, art. 165-A). Recusar-se a ser submetido a
teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de
álcool ou outra substância psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277 (incluído pela
lei n.º 13.281, de 2016) – Lei Seca, art. 165-B. Conduzir veículo para o qual seja exigida
habilitação nas categorias C, D ou E sem realizar o exame toxicológico previsto no § 2º
do art. 148-A deste Código, após 30 (trinta) dias do vencimento do prazo estabelecido
(incluído pela lei n.º 14.071, de 2020);
• Ameaçar a segurança de pedestres ou outros veículos (CTB, art. 170);
• Disputar corrida por espírito de competição ou rivalidade (CTB, art. 173);
• Promover ou participar de competição não autorizada, racha, exibição ou
demonstração de perícia (CTB, art. 174);
• Utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir manobra perigosa, mediante
arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamento ou arrastamento de pneus
(CTB, art. 175);
• No caso de acidente: deixar de sinalizar, afastar o perigo, identificar-se, prestar
informações ou acatar determinações da autoridade (CTB, art. 176);
• Deixar de prestar ou providenciar socorro à vítima ou abandonar o local (CTB, art.
176);
• Forçar passagem entre veículos que, transitando em sentidos opostos, estejam na
iminência de passar um pelo outro ou realizar a operação de ultrapassagem (CTB, art.
191);
• Transpor bloqueio policial (CTB, art. 210);
• Dirigir com velocidade superior à máxima permitida em mais de 50% em qualquer
via (CTB, art. 218);
• Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor (CTB, art. 244);
• Transportando criança menor de 10 (dez) anos de idade ou que não tenha, nas
circunstâncias, condições de cuidar da própria segurança (CTB, art. 244, V). A cassação
do documento de habilitação é prevista nos seguintes casos (CTB, art. 263);
• Estando com o direito de dirigir suspenso, caso o condutor seja flagrado conduzindo
qualquer veículo que exija habilitação;
25

• Caso o condutor reincida, no prazo de 12 (doze) meses, nas infrações previstas no


CTB: art. 162, inc. III, e nos arts. 163, 164, 165, 173, 174 e 175;
• Quando o condutor for condenado, judicialmente, por delito de trânsito;
• Se for comprovada irregularidade na expedição da sua habilitação, a qualquer tempo.
A cassação do documento de habilitação é prevista, por exemplo, nos seguintes casos (CTB,
art. 263):
• Estando com o direito de dirigir suspenso, caso o condutor seja flagrado conduzindo
qualquer veículo que exija habilitação;
• Caso o condutor reincida, no prazo de 12 (doze) meses, nas infrações previstas no
CTB: art. 162, inc. III, e nos arts. 163, 164, 165, 173, 174 e 175; e
• Quando o condutor for condenado, judicialmente, por delito de trânsito.
Os crimes de trânsito estão previstos no Capítulo 19 do CTB. Aplicam-se o Código Penal, o
Código Processual Penal e a Lei n.º 9.099/1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis
e Criminais e dá outras providências, no que o CTB NÃO dispor a respeito.
São os principais crimes de trânsito previstos no CTB:
• praticar homicídio culposo, não intencional (CTB, art. 302);
• praticar lesões corporais culposas, não intencionais (CTB, art. 303);
• deixar de prestar socorro imediato ou abandonar o local para fugir da
LEMBRE-SE responsabilidade civil ou criminal (CTB, arts. 304 e 305);
• dirigir sob influência de álcool ou de substâncias psicoativas de efeitos
similares (CTB, art. 306);
• participar de rachas ou competições não autorizadas (CTB, art. 308);
• transitar com velocidade incompatível com a segurança e as condições
locais (CTB, art. 311).

Também, existem os crimes dolosos, que são mais graves


e preveem penalidades e penas mais severas.
Crimes dolosos são diferentes
dos culposos. De acordo com São exemplos de crimes de trânsito dolosos:
o Código Penal, crime doloso • dirigir ou permitir que alguém dirija: sem ser
é aquele em que o agente habilitado; com a habilitação suspensa ou cassada;
causador tinha a intenção de embriagado ou sem condições físicas e mentais de dirigir
gerar danos prejudiciais. com segurança (CTB, arts. 309 e 310);
26

• prestar informações errôneas a policiais ou agentes de trânsito sobre qualquer aspecto


de uma ocorrência (CTB, art. 312).
No que tange às penalidades e penas, levando-se em conta a gravidade, as circunstâncias e a
interpretação do ato criminoso consoante o Código Penal ou o CTB, tem-se que:
• o infrator está sujeito à suspensão da habilitação ou permissão, ou à proibição de obter a
habilitação ou permissão por um prazo de 2 (dois) meses a 5 (cinco) anos (CTB, art. 293);
• a violação da suspensão ou proibição imposta sujeita o infrator à reaplicação da penalidade
por igual período e multa, bem como à pena de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de detenção
(CTB, art. 307);
• as penas de detenção podem variar de 6 (seis) meses a 10 (dez) anos;
• além das penas e penalidades, o infrator pode ser condenado a reparar danos causados ao
patrimônio público ou a terceiros, além de multa.
De acordo com o art. 298 do CTB, são circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos
crimes de trânsito em que o condutor do veículo tenha cometido a infração:
• com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano
patrimonial a terceiros;
• utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;
• sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
• com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do
veículo;
• quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de
passageiros ou de cargas;
• utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características
que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de
velocidade prescritos nas especificações do fabricante;
• sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.
Consoante o art. 301 do CTB, ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de
que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto
e integral socorro àquela.
Responsabilidades dos Proprietários e Condutores de
Veículos
De acordo com art. 257 do CTB, existem responsabilidades aos proprietários e condutores dos
veículos, a seguir elencadas:
27

• aos proprietários e condutores de veículos serão impostas concomitantemente as


penalidades de que trata o CTB toda vez em que houver responsabilidade solidária em
infração dos preceitos que lhes couber observar, respondendo cada um individualmente
pela falta em comum que lhes for atribuída;
• ao proprietário caberá sempre a responsabilidade pela infração referente à prévia
regularização e ao preenchimento das formalidades e condições exigidas para o trânsito
do veículo na via terrestre, conservação e inalterabilidade de suas características,
componentes, agregados, habilitação legal e compatível de seus condutores, quando esta
for exigida, e outras disposições que deva observar;
• ao condutor caberá a responsabilidade pelas infrações decorrentes de atos praticados
na direção do veículo;
• o embarcador é responsável pela infração relativa ao transporte de carga com excesso
de peso nos eixos ou no Peso Bruto Total, quando simultaneamente for o único remetente
da carga e o peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto for inferior àquele aferido;
• o transportador é o responsável pela infração relativa ao transporte de carga com
excesso de peso nos eixos ou quando a carga proveniente de mais de um embarcador
ultrapassar o Peso Bruto Total;
• o transportador e o embarcador são solidariamente responsáveis pela infração relativa
ao excesso de Peso Bruto Total, se o peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto for
superior ao limite legal;
• quando não for imediata a identificação do infrator, o principal condutor ou o
proprietário do veículo terá o prazo de 30 (trinta) dias, contado da notificação da
autuação, para apresentá-lo, na forma em que dispuser o Contran, e, transcorrido o
prazo, se não o fizer, será considerado responsável pela infração o principal condutor ou,
em sua ausência, o proprietário do veículo.
Regras Gerais de Estacionamento, Parada, Conduta e
Circulação
Os princípios gerais das regras de circulação e conduta aos usuários das vias terrestres foram
assim estabelecidos (CTB, art. 26):
• abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de
veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas ou
privadas;
• abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando, depositando ou
abandonando na via objetos ou substâncias, ou nela criando qualquer outro obstáculo.
28
DICAS

Isso inclui o vazamento ou derrame de produtos perigosos que estiver


transportando.

As principais normas para circulação e conduta de veículos nas vias terrestres são as seguintes
(CTB, arts. 29 e 48):
• a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções devidamente
sinalizadas;
• o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os
demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista;
• terá preferência de passagem:
‐ no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando
por ela;
‐ no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;
‐ nos demais casos, o que vier pela direita do condutor.
• quando houver várias faixas na pista, as da direita são destinadas ao deslocamento
dos veículos mais lentos, e as da esquerda, destinadas à ultrapassagem e ao deslocamento
dos veículos de maior velocidade;
• o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acostamentos somente poderá
ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou de áreas especiais de estacionamento;
• os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, quando em atendimento na
via, gozam de livre parada e estacionamento no local da prestação de serviço, desde que
sejam devidamente sinalizados, devendo estar identificados;
• nas paradas, operações de carga ou descarga e nos estacionamentos, o veículo deverá
ser posicionado no sentido do fluxo, paralelo ao bordo da pista de rolamento e junto à
guia da calçada (meio-fio), admitidas as exceções devidamente sinalizadas.
Você sabia que existe classificação para as vias rurais e urbanas (CTB, art. 60 e Anexo I)? As
vias rurais são classificadas em:
• rodovias: são conceituadas pelo CTB como vias rurais pavimentadas;
• estradas: em geral, são as vias rurais não pavimentadas.
29

No que tange à velocidade máxima permitida para a via, será indicada por meio de sinalização,
obedecidas suas características técnicas e as condições de trânsito. Onde não existir sinalização
regulamentadora, a velocidade máxima será conforme mostrado na Tabela 3.
Tabela 3: Velocidades máximas nas vias

Vias urbanas Rodovias Estradas


30 km/h nas vias locais a) nas rodovias de pista dupla: 60 km/h
40 km/h nas vias coletoras 110 km/h para automóveis, camionetas
e motocicletas;
60 km/h nas vias arteriais
90 km/h para os demais veículos.
80 km/h nas vias de trânsito rápido
b) nas rodovias de pista simples:
100 km/h para automóveis,
caminhonetas e motocicletas;
90km/h para os demais veículos.
c) nas estradas:
60 km/h para todos os veículos.
Fonte: (CTB, art. 61)

Talvez você já se tenha perguntado: qual a relação entre velocidade mínima e velocidade
segura?

A velocidade mínima não pode ser inferior à metade da máxima permitida


no local (CTB, art. 62). Para a velocidade segura, siga as orientações:
DICAS

• Em vias de grande movimento e rápido escoamento do tráfego,


é necessário acompanhar o fluxo sem obstruir os demais veículos.
• Em vias locais, é necessário que o condutor dirija em baixa
velocidade, prevendo que as pessoas possam estar mais distraídas.

SAIBA
Acesse, no link indicado, o CTB e leia os arts. 67-A, 67-C e
MAIS 67-E sobre as inovações trazidas pela Lei n.o 13.103/2015
– a Lei dos Caminhoneiros: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L9503Compilado.htm
30

RESUMINDO
Acompanhar a evolução da legislação de trânsito permite ao condutor estar sempre
atualizado, sabendo quais são seus deveres e direitos e evitando muitos problemas
durante o exercício de sua atividade profissional de transporte.
Se você for motorista profissional empregado, fique atento aos pontos acumulados na
sua CNH. Isso demonstra o tipo de zelo que está tendo na condução; e o seu empregador
pode ter acesso a esses dados.
Para reforçar um dos princípios fundamentais das regras de condução, é preciso abster-
se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de veículos, de
pessoas ou de animais ou ainda causar danos a propriedades públicas ou privadas.

1. O atual modelo da CNH não traz o número do Registro Nacional


dos Condutores Habilitados (RENACH), o qual é estabelecido no
início do processo de habilitação e usado para atendimento ou
autuação do condutor em qualquer Unidade da Federação.
( ) Certo ( ) Errado
2. Sobre a ordem de prevalência na sinalização de trânsito, assinale
a alternativa correta:
( ) As ordens dadas pelos agentes de trânsito prevalecem sobre as
normas de circulação e outros sinais.
( ) As indicações dos semáforos têm preferência sobre os demais
sinais.
( ) As indicações dos sinais prevalecem sobre as demais normas
de trânsito.
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
3. A violação da suspensão ou proibição imposta do direito de
dirigir sujeita o infrator à reaplicação da penalidade por igual
período e multa, bem como à pena de 6 (seis) meses a 1 (um) ano
de detenção.
( ) Certo ( ) Errado
31

4. Com relação às sanções que podem ser impostas aos infratores


da legislação de trânsito, assinale a alternativa errada:
( ) As advertências por escrito têm finalidade educativa e são
aplicadas no caso de infração leve ou média a infratores não
reincidentes e com boa conduta.
( ) As multas são impostas à maior parte das infrações, com
anotação de pontos no prontuário do infrator e são proporcionais
à gravidade da infração.
( ) A suspensão do direito de dirigir é adotada em certos crimes e
infrações, ou quando for excedido o número máximo admissível
de pontos no prontuário.
( ) A apreensão do veículo prevê o recolhimento em depósito do
órgão responsável, e o infrator não necessita arcar com os ônus
para retirada.
32
UNIDADE 2
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA E NORMAS SOBRE
O TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

1. Cargas de Produtos Perigosos – Conceito, Considerações


e exemplos

2. A Legislação Específica e Normas sobre o Transporte de


Produtos Perigosos

3. A Carga e seu Acondicionamento

4. Responsabilidades do Condutor Durante o Transporte

5. Documentação para o Transporte Rodoviário de


Produtos Perigosos

6. Simbologia utilizada no TransporteRodoviário de


Produtos Perigosos

7. Registrador Instantâneo e Inalterável de Velocidade e


Tempo

8 Infrações e Penalidades na Legislação de Transporte

Rodoviário de Produtos Perigosos


UNIDADE 2 -
LEGISLAÇÃO
ESPECÍFICA E
NORMAS SOBRE
O TRANSPORTE
DE PRODUTOS
PERIGOSOS

O QUE

VOCÊ
SABE
SOBRE O TEMA

Qual é a legislação de transporte específica para a movimentação rodoviária de produtos


perigosos? Quais as responsabilidades do condutor? Qual é a documentação necessária?
Qual simbologia deve ser utilizada nas embalagens e nos veículos?

Um dos diferenciais dos condutores no mercado de trabalho é o grau de conhecimento


sobre a legislação específica de sua atividade. Isso evita muitos aborrecimentos não
somente para ele, mas também para a sua empresa e todos os demais agentes do setor.
Nesta unidade, abordaremos os conceitos e considerações sobre a carga constituída de
produtos perigosos, legislação específica e normas complementares, acondicionamento
da carga, responsabilidades do condutor, documentação necessária para o transporte,
simbologia utilizada, tacógrafo, infrações e penalidades.
35

1. CARGAS DE PRODUTOS PERIGOSOS – CONCEITO


E CONSIDERAÇÕES

Produto perigoso, para fins de transporte,


é toda substância ou artigo encontrado
na natureza ou produzido por qualquer
processo que, por suas características
físico-químicas, represente risco para
a saúde das pessoas, para a segurança
pública ou para o meio ambiente (ANTT,
2016; LIEGGIO JÚNIOR, 2012).

Qual a diferença entre carga perigosa e produto perigoso�


A carga perigosa, ainda que o termo conste na legislação
brasileira, pode representar qualquer carregamento mal estivado
ou acondicionado (por exemplo: sacos de batatas), capaz de
provocar um acidente sem colocar a população ou qualquer
compartimento de meio ambiente em risco direto de explosão,
incêndios, intoxicação ou radiação.
Já o carregamento constituído por produtos perigosos para fins de
transporte, em função de suas características físico-químicas – tais
como explosividade, inflamabilidade, toxicidade, radioatividade
–, na ocorrência de um acidente, podem colocar em risco a saúde
das pessoas, o meio ambiente e a segurança pública.
36

Os produtos perigosos são transportados, constantemente, por nossas vias, pois são necessários
à fabricação de diversos produtos para uso nas indústrias, na agricultura e até no nosso dia
a dia. Como são substâncias que oferecem riscos, devem ser transportadas por profissionais
instruídos e treinados, bem como por empresas comprometidas com as regras de segurança
previstas nas legislações vigentes.
No que concerne à classificação dos produtos perigosos para fins de transporte, há nove classes
de risco, identificadas por painéis de segurança e rótulos de risco específicos, a saber:
• classe 1: explosivos;
• classe 2: gases;
• classe 3: líquidos inflamáveis;
• classe 4: sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espontânea; substâncias
que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis;
• classe 5: substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos;
• classe 6: substâncias tóxicas e infectantes;
• classe 7: material radioativo;
• classe 8: substâncias corrosivas;
• classe 9: substâncias e artigos perigosos diversos, incluindo as substâncias que
apresentam risco para o meio ambiente.
37

O número de risco para substâncias e artigos das Classes 2 a 9 consiste de dois ou três
algarismos que indicam a natureza e a intensidade do risco. O significado dos números de
risco constantes na coluna 5 da Relação de Produtos Perigosos da Resolução n.o 5232/2016
é indicado no subitem 3.2.3.2 e, de modo geral, os algarismos e as letras que o compõem
indicam os seguintes riscos:

2 Desprendimento de gás devido à pressão ou à reação química


3 Inflamabilidade de líquidos (vapores) e gases ou líquido sujeito
a autoaquecimento
4 Inflamabilidade de sólidos ou sólido sujeito a autoaquecimento
5 Efeito oxidante (intensifica o fogo)
6 Toxicidade ou risco de infecção
7 Radioatividade
8 Corrosividade
9 Risco de violenta reação espontânea
X A substância reage perigosamente com água (utilizado como
prefixo do código numérico).
Exemplos: 223 — gás liquefeito refrigerado, inflamável; 368 — líquido inflamável, tóxico,
corrosivo.

SAIBA
Conheça a relação dos códigos numéricos e
MAIS respectivos significados dos riscos, lendo o
subitem 3.2.3.2, da Resolução ANTT n.o 5.232/2016,
no link: https://anttlegis.datalegis.inf.br/action/
UrlPublicasAction.php?acao=abrirAtoPublico&num_
ato=00005232&sgl_tipo=RES&sgl_orgao=DG/
ANTT/MTPA&vlr_ano=2016&seq_ato=000

2. A LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA E NORMAS SOBRE


O TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PRODUTOS
PERIGOSOS

Além da legislação de trânsito, o condutor deve ainda se atentar para a legislação específica de
transporte. Nesse ponto, é interessante compreendermos que, apesar de ambas as legislações
(trânsito e transporte) estarem presentes no dia a dia do condutor, elas são distintas, portanto
devemos tomar cuidados no que se refere a generalizações. Na imagem a seguir, pode ser
identificada, de forma esquematizada, uma divisão de assuntos que pode lhe auxiliar nessa
compreensão:
38

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988


Competência privativa da União para legislar (art. 22)
sobre determinados assuntos, dentre eles: o trânsito (XI),
o transporte (XI) e o trabalho (I).

TRÂNSITO TRANSPORTE TRABALHO

Código de Trânsito Transporte Rodoviário Consolidação das leis


Brasileiro - CTB de Cargas - TRC trabalhistas. CLT

Lei n.º 9.503/97 Lei n.º 11.442/07. Decreto-Lei n.º


5.452/43
Decreto n.º 96.044/88,
que aprova o
Regulamento para o
Transporte Rodoviário
Resoluções do Contran e de Produtos Perigosos Normas
demais órgãos delegados Regulamentadoras do
pelo CTB MTE - NRs

Resoluções da ANTT

No que concerne à legislação de transporte rodoviário de produtos perigosos no Brasil, ela


é representada, sobretudo, pelo decreto n.º 96.044, de 18 de maio de 1988, que aprova o
Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos. Com a criação da Agência
Nacional de Transportes Terrestres - ANTT em 2001, a competência para regulamentar o
decreto n.º 96.044 passa a ser da ANTT. Atualmente, a regulamentação para o transporte
rodoviário de produtos perigosos é dada pela resolução ANTT n.º 5.848/19 e pelas suas
alterações. Ainda, temos como instruções complementares a esse transporte a resolução ANTT
n.º 5.232/2016 e suas alterações, que aprovam as instruções complementares ao Regulamento
do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos.
39

As regras para o transporte de produtos perigosos que estão vigentes no


Brasil – nos modos rodoviário, ferroviário, aéreo e aquaviário — têm
DICAS

como principal objetivo conjugar dois princípios fundamentais: o da


garantia da segurança da operação e o da facilitação do transporte. Para
tanto, tais regras seguem padrões internacionais da Organização das
Nações Unidas (ONU).

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é o órgão regulador federal, criado


pela lei n.º 10.233/2001 e vinculado ao Ministério dos Transportes (MT), responsável pela
regulamentação da atividade de transporte terrestre de produtos perigosos. Além das resoluções
da ANTT, o arcabouço legal referente ao transporte rodoviário de produtos perigosos engloba:
• normas técnicas complementares da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), tais como:
‐ NBR 14064: Transporte rodoviário de produtos perigosos — Diretrizes do
atendimento à emergência;
‐ NBR 14619: Transporte terrestre de produtos perigosos — Incompatibilidade
química;
‐ NBR 7503: Transporte terrestre de produtos perigosos — Ficha de emergência e
envelope — Características, dimensões e preenchimento;
‐ NBR 15481: Transporte rodoviário de produtos perigosos — Requisitos mínimos
de segurança;
‐ NBR 16173: Transporte terrestre de produtos perigosos — Carregamento,
descarregamento e transbordo a granel e embalados — Capacitação de colaboradores;
‐ NBR 7500: Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e
armazenamento de produtos;
‐ NBR 9735: Conjunto de equipamentos para emergências no transporte terrestre de
produtos perigosos;
‐ NBR 14095: Transporte rodoviário de produtos perigosos — Área de estacionamento
para veículos — Requisitos de segurança;
‐ NBR 15480: Transporte rodoviário de produtos perigosos — Plano de ação de
emergência (PAE) no atendimento a acidentes.
• Portarias do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(Inmetro):
40

O Inmetro estabelece, mediante portarias, Regulamentos Técnicos


de Qualidade (RTQs) e de Avaliação da Conformidade (RACs) para
embalagens e veículos e equipamentos destinados ao transporte
LEMBRE-SE rodoviário de produtos perigosos.

• legislação ambiental: federal, estadual e municipal, destacando:


‐ Lei n.º 9.605/1998: dispõe sobre a Lei dos Crimes Ambientais e apresenta as sanções
penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente;
‐ Lei n.º 9.966/2000: dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição
causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas
sob jurisdição nacional;
‐ Lei n.º 6.938/81: dispõe sobre a Política Nacional do
Meio Ambiente.
A legislação do transporte ‐ Lei n.º 12.305/2014: institui a Política Nacional de
rodoviário de produtos Resíduos Sólidos; altera a lei n.º 9.605/1998 e dá outras
perigosos se interconecta com providências.
a ambiental, positivando as
responsabilidades do expedidor • instrumentos legais de outros órgãos e entidades de
e do transportador, em que governo, tais como: Comando do Exército, que estabelece
se destacam, por exemplo, regulamentos para a fiscalização de produtos controlados;
o princípio do pagador/ Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que
poluidor e o princípio da prescreve instruções acerca de materiais radioativos; e
corresponsabilidade. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que
institui procedimentos acerca de substâncias tóxicas e
infectantes.
• Siema – Sistema Nacional de Meio Ambiente do Ibama, responsável por receber
denúncias de crimes ambientais e informações sobre acidentes ambientais.
• no Mercosul: o decreto n.º 1.797/1996 dispõe sobre a execução do Acordo de Alcance
Parcial para a Facilitação do Transporte de Produtos Perigosos entre Brasil, Argentina,
Paraguai e Uruguai. Já a resolução ANTT n.º 5.840/2019 e suas alterações dispõem
sobre as licenças e autorizações para o transporte rodoviário de carga internacional por
empresas nacionais e estrangeiras.
Há de se mencionar que o condutor de veículo que transporta produtos perigosos também deve
estar ciente dos principais instrumentos legais referentes ao transporte de carga em geral, a saber:
41

• Lei n.º 13.103/2015: dispõe sobre o exercício da profissão de motorista. Altera a


Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o CTB e a lei n.º 11.442/2007 (empresas e
transportadores autônomos de carga) para disciplinar a jornada de trabalho e o tempo
de direção do motorista profissional e dá outras providências;
• resolução ANTT n.º 4.799/2015: regulamenta os procedimentos para inscrição e
manutenção no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC)
e dá outras providências.
2.1 A Lei dos Caminhoneiros e sua Repercussão na Atividade
de Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos
A lei n.º 13.103/2015 – conhecida como Lei dos Caminhoneiros — foi um marco importante
na regulamentação da profissão de motorista profissional. Seguem alguns de seus efeitos para
o condutor de veículos do transporte rodoviário de produtos perigosos:
• jornada de trabalho: a jornada diária de trabalho do motorista profissional será de
8 (oito) horas, admitindo-se a sua prorrogação por até 2 (duas) horas extraordinárias
ou, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo, por até 4 (quatro) horas
extraordinárias;
DICAS

Será considerado como trabalho efetivo o tempo em que o motorista


empregado estiver à disposição do empregador, excluídos os intervalos
para refeição, repouso e descanso e o tempo de espera.

• pesagem de veículos: ficou permitida, na pesagem de veículos de transporte de carga


e de passageiros, a tolerância máxima de: (a) 5% (cinco por cento) sobre os limites de
Peso Bruto Total; e (b) 10% (dez por cento) sobre os limites de peso bruto transmitido
por eixo de veículos à superfície das vias públicas; 
• exames toxicológicos: todo motorista empregado deverá fazer exame toxicológico na
admissão e no desligamento da empresa;
• a resolução Contran n.º 843/2021 traz a exigência do exame toxicológico de larga
janela de detecção para consumo de substâncias psicoativas, exigido quando da adição e
renovação da habilitação nas categorias C, D e E;
• descanso: o motorista profissional tem direito a 11 (onze) horas de descanso dentro
do período de 24 (vinte e quatro) horas. Mas esse tempo pode ser fracionado. Assim, as
11 (onze) horas de descanso podem abranger o tempo das paradas obrigatórias;
• tempo de espera: as horas relativas ao tempo de espera serão indenizadas na proporção
de 30% (trinta por cento) do salário-hora normal.  Quando a espera for superior a 2
42

(duas) horas ininterruptas e for exigida a permanência do motorista empregado junto


ao veículo, caso o local ofereça condições adequadas, o tempo será considerado como de
repouso para os fins do intervalo;
• locais de espera e repouso: são considerados locais de repouso e descanso os pontos
de parada e de apoio, estações rodoviárias, alojamentos, hotéis ou pousadas, refeitórios
das empresas ou de terceiros e postos de combustíveis. O poder público assumiu a
responsabilidade de divulgar os trechos das vias públicas que ofereçam pontos de parada
ou locais de descanso.

Antes de sua viagem, consulte os sítios eletrônicos do DNIT e da


ANTT e saiba quais são os locais de repouso e descanso nas rodovias
LEMBRE-SE federais.

• prazos para carga e descarga: o prazo máximo para carga e descarga a partir do
momento em que o veículo chega ao destino é de 5 (cinco) horas. Se esse limite for
excedido, o motorista ou a empresa transportadora passam a ter direito a uma indenização
pecuniária;
• pagamento do frete: o pagamento de frete do transporte rodoviário para o
Transportador Autônomo de Cargas (TAC) deve ser feito com crédito em conta corrente,
poupança ou outra forma de pagamento regulamentada pela ANTT. Os custos dessa
operação (taxas bancárias) são do responsável pelo pagamento.

3. A CARGA E SEU ACONDICIONAMENTO

De acordo com a resolução ANTT n.º 5.848/19 e suas alterações, as embalagens com
produtos perigosos não devem apresentar sinais de violação, deterioração ou mau estado de
conservação. Cada volume deve possuir o nome apropriado para embarque e o número ONU
correspondente, precedido das letras “UN” ou “ONU”.
Em regra, o responsável pelo acondicionamento dos produtos perigosos é o expedidor. A
carga deve ser devidamente estivada de acordo com as recomendações do expedidor (tipo de
equipamento, número de pilhas, entrelaçamento e amarração).
43

É proibido transportar produtos perigosos


juntamente com alimentos, medicamentos ou
Compatibilidade de cargas entre dois
quaisquer objetos destinados a uso ou consumo
ou mais produtos é entendida como a
humano ou animal ou, ainda, com embalagens
ausência de risco potencial de ocorrer
de mercadorias destinadas ao mesmo fim.
explosão, formação de gases, ou misturas
perigosas e outros, se postos em contato Para tanto, existem os cofres de carga, os quais
entre si (por vazamento, ruptura de são caixas com fechos para acondicionamento
embalagem ou outra causa qualquer). de carga geral perigosa ou não, com a
finalidade de segregar durante o transporte de
produtos incompatíveis para o transporte. Tais
equipamentos, especialmente os fabricados em
plástico, têm os requisitos e métodos de ensaio estabelecidos pela NBR 15.589:2008.
A tabela de incompatibilidade química para o transporte de produtos perigosos é tratada pela
NBR 14.619 e, periodicamente, é revisada.
É proibido transportar produtos para uso humano ou animal em tanques de carga destinados
ao transporte de produtos perigosos a granel.

A descontaminação do veículo — processo que consiste na remoção


física dos contaminantes ou na alteração de sua natureza química
para substâncias inofensivas — é necessária quando do o veículo e
DICAS

os equipamentos do transporte de produtos perigosos são utilizados


para outros fins. Para conhecer o Regulamento Técnico da Qualidade
para o serviço de Descontaminação de Equipamentos Destinados ao
Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e as empresas habilitadas
a realizar a descontaminação dos veículos e equipamentos pelo Inmetro,
acesse o link: http://www.inmetro.gov.br

4. RESPONSABILIDADES DO CONDUTOR DURANTE


O TRANSPORTE

De acordo com a resolução ANTT n.º 5.848/19 e suas alterações, o condutor deve interromper
a viagem e entrar em contato com a transportadora, autoridades ou entidades cujos telefones
estejam listados no Envelope para o Transporte, quando ocorrerem alterações, nas condições
de partida, capazes de colocar em risco a segurança de vidas, de bens ou do meio ambiente.
44

As operações de carregamento, descarregamento e transbordo de produtos perigosos devem


ser realizadas atendendo às normas e instruções de segurança e saúde do trabalho, estabelecidas
pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O pessoal que participar das operações de carregamento,


descarregamento ou transbordo de produtos perigosos a granel
deve receber treinamento específico.

Durante o transporte, o condutor do veículo e os auxiliares devem usar o traje mínimo


obrigatório, ficando desobrigados do uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). O
traje mínimo não é considerado EPI e é constituído de calça comprida, camisa ou camiseta,
com mangas curtas ou compridas e calçados fechados.

5. DOCUMENTAÇÃO PARA O TRANSPORTE


RODOVIÁRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS

Para o transporte rodoviário de produtos perigosos, são obrigatórios os seguintes documentos:


• condutor: CNH cuja categoria deve ser correspondente ao veículo dirigido com o
registro de realização de curso especializado para o transporte de produtos perigosos;
• veículo: inscrição do veículo no RNTRC, quando necessária; Certificado de Registro
e Licenciamento do Veículo válido; seguro DPVAT pago; Imposto sobre a Propriedade
de Veículos Automotores (IPVA) pago; Certificado de Inspeção para o Transporte de
Produtos Perigosos (CIPP) válido; Certificado de Inspeção Veicular (CIV) válido. Esses
dois últimos para o transporte a granel;
• carga:
‐ documento para o transporte de produtos perigosos contendo as informações
relativas aos produtos transportados, podendo ser o documento que caracteriza a
operação de transporte ou outro documento, desde que estejam de acordo com as
Instruções Complementares a este Regulamento;
‐ Declaração do Expedidor, conforme detalhado nas Instruções Complementares a
este Regulamento;
‐ outros documentos ou declarações exigidos nos termos das Instruções
Complementares a este Regulamento;
45

‐ No transporte rodoviário de produtos perigosos a granel, é admitido o uso de


equipamentos de transporte que possuam certificado de inspeção internacionalmente
aceito e dentro do prazo de validade, de acordo com a Convenção Internacional para
Segurança de Contêineres, permitindo-se seu porte em cópia impressa simples.
‐ Os documentos citados nos incisos deste artigo poderão ser disponibilizados
eletronicamente, quando aplicável e na forma a ser regulamentada pela ANTT.
‐ documento fiscal, contendo as seguintes informações:
1. o nome apropriado para embarque;
2. a Classe ou a Subclasse de Risco do produto;
3. o número ONU, precedido das letras “UN” ou “ONU”, e o grupo de embalagem
da substância ou artigo;
4. a quantidade total por produto perigoso abrangido pela descrição (em volume,
massa ou conteúdo líquido de explosivos, conforme apropriado).

Documento fiscal para o transporte de produtos perigosos é qualquer


documento (declaração de carga, nota fiscal, conhecimento de
LEMBRE-SE transporte, manifesto de carga ou outro documento que acompanhe a
expedição) que contenha as informações exigidas pela legislação.

Quantidade limitada para o transporte de produtos perigosos


Certos produtos perigosos, no que diz respeito à
embalagem interna e unidade de transporte, apresentam,
em geral, riscos menores que os transportados em grandes
quantidades. Assim, é possível dispensar expedições
com quantidades limitadas de produtos perigosos, em
cumprimento a algumas exigências.
Para saber quais são as dispensas estabelecidas, leia os
subitens 3.4.2 e 3.4.3 da resolução ANTT n.º 5.232/2016.
46

6. SIMBOLOGIA UTILIZADA NO TRANSPORTE


RODOVIÁRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS
A identificação dos volumes e dos veículos é realizada por meio de Painel de Segurança e
Rótulo de Risco. O Painel de Segurança é composto pelo número ONU e pelo Número de
Risco (código numérico constituído de dois ou três algarismos que indicam a natureza e a
intensidade do risco), podendo apresentar o Risco Subsidiário (risco adicional que o produto
perigoso apresenta).
O Rótulo de Risco obedece a determinados padrões de dimensão, cor e forma e apresenta,
em regra, o pictograma, o nome e o número alusivo à Classe ou Subclasse de Risco a que o
produto perigoso pertence.

SAIBA
Para que você possa conhecer os vários exemplos de
MAIS utilização dos Painéis de Segurança e Rótulos de Risco,
consulte os Capítulos 5.2 (Marcação e Rotulagem) e
5.3 (Identificação das Unidades de Transporte e de
Carga) da resolução ANTT n.o 5.232/2016 no sítio
eletrônico: http://portal.antt.gov.br/index.php/
content/view/50082/Resolucao_n__5232.html
47

Há de se mencionar que o símbolo para o transporte de substâncias perigosas ao meio ambiente


foi introduzido na regulamentação aplicável ao transporte terrestre de produtos perigosos, por
meio da resolução ANTT n.º 3.632/2011.

Nos termos estabelecidos na aludida resolução ANTT n.º 3.632/2011, o símbolo em questão
deve ser utilizado nas embalagens e nas unidades de transporte carregadas com substâncias
perigosas para o meio ambiente e classificadas nos números ONU 3077 e ONU 3082.
Cabe salientar que tal símbolo não é um novo rótulo de risco e, também, não substitui o Painel
de Segurança, nem o Rótulo de Risco indicativo da Classe de Risco associada ao produto
perigoso transportado. Corresponde, portanto, a um item adicional para a identificação dos
riscos relativos aos números ONU 3077 e ONU 3082
Ainda, ressalta-se que, conforme o item 2.0.0 da resolução ANTT n.º 5.232/2016, a classificação
de um produto como perigoso para o transporte deve ser feita pelo seu fabricante ou expedidor
orientado pelo fabricante. Os testes e os critérios para classificação estão descritos no Manual de
Ensaios e Critérios, publicação da Organização das Nações Unidas (ONU), que permite, após a
realização dos ensaios ali descritos, a alocação do produto ensaiado em alguma das nove Classes
e/ou Subclasses de Risco descritas na resolução ANTT n.º 5.232/2016. Tal manual encontra-se
disponível no sítio eletrônico da ONU (http://www.unece.org/trans/welcome.html).

7. REGISTRADOR INSTANTÂNEO E INALTERÁVEL


DE VELOCIDADE E TEMPO

O registrador instantâneo Utiliza um  disco-diagrama  de  papel  carbonado para


e inalterável de velocidade registrar as informações, sendo que cada disco pode
e tempo ou tacógrafo é um registrar a informação de um dia, uma semana ou outro
dispositivo empregado em período de tempo conforme a versão do aparelho. Versões
veículos para monitorar o tempo digitais e mais recentes desses aparelhos utilizam  smart
de uso, a distância percorrida e cards (cartão com microchip) para evitar adulterações nos
a velocidade que desenvolveu. registros.
48

Quanto à fiscalização, a resolução Contran n.o 92/1999 e n.º 406/2012


determinam que o agente fiscalizador treinado deverá verificar e
DICAS

inspecionar as condições de uso, conexões, lacres e componentes intactos,


registros do disco perfeitos e disco reserva. O agente deverá identificar-
se e assinar o verso do disco ou fita-diagrama, bem como mencionar o
local, a data e o horário em que ocorreu a fiscalização.

8. INFRAÇÕES E PENALIDADES NA LEGISLAÇÃO


DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PRODUTOS
PERIGOSOS
De acordo com a resolução ANTT n.º 5.848/2019, as penalidades podem ser atribuídas ao
expedidor, ao transportador e ao destinatário. As infrações classificam-se, de acordo com a
sua gravidade, em 4 (quatro) grupos:
I - Primeiro Grupo: punidas com multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais);
II - Segundo Grupo: punidas com multa no valor de R$ 1.400,00 (mil e quatrocentos reais);
III - Terceiro Grupo: punidas com multa no valor de R$ 1.000,00 (mil reais);
IV - Quarto Grupo: punidas com multa no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais);
§ 1º Na reincidência de infrações com idêntica tipificação, no prazo de 12 (doze) meses, a
contar do trânsito em julgado da primeira infração cometida, a multa deverá ser aplicada
com acréscimo de 25% em relação aos valores estabelecidos neste artigo.
§ 2º Quando cometidas simultaneamente 2 (duas) ou mais infrações de diferentes
tipificações, serão aplicadas as penalidades correspondentes a cada uma delas.
Veja alguns exemplos de infrações punidas com multa do primeiro grupo:
• impedir ou dificultar a fiscalização do transporte rodoviário de produtos perigosos;
• transportar produtos perigosos cujo transporte rodoviário seja proibido pela ANTT.
Conheça todas as infrações e penalidades concernen-
SAIBA tes à sua atividade no transporte rodoviário de pro-
MAIS dutos perigosos. Para tanto, consulte o Capítulo VI
– Das Infrações e Penalidades, da resolução ANTT n.o
5.848/2019, no sítio eletrônico:
https://anttlegis.datalegis.inf.br/action/ActionDa-
talegis.php?cod_menu=6618&cod_modulo=161&a-
cao=recuperarTematicasCollapse&aberto=true
49

RESUMINDO
O conhecimento da legislação específica do transporte rodoviário de produtos perigosos,
além de permitir ao condutor o planejamento adequado de sua viagem, também pode evitar
o surgimento de muitos problemas operacionais durante o seu percurso.
Documento fiscal para o transporte de produtos perigosos é qualquer documento (declaração
de carga, nota fiscal, conhecimento de transporte, manifesto de carga ou outro documento
que acompanhe a expedição) que contenha as informações exigidas pela legislação.
Muitos dos procedimentos emergenciais estão descritos na Ficha de Emergência e no
Envelope para o Transporte. Por isso, é importante que o condutor os conheça bem antes de
iniciar a viagem.

1. O Rótulo de Risco obedece a determinados padrões de


dimensão, cor e forma e apresenta, em regra, o pictograma, o
nome e o número alusivo à classe ou subclasse de risco a que o
produto perigoso pertence.
( ) Certo ( ) Errado
2. De acordo com a Lei n.o 13.103/2015, conhecida como a Lei
dos Caminhoneiros, a jornada diária de trabalho do motorista
rodoviário de produtos perigosos, sem acréscimos, é de:
( ) 5 horas e meia
( ) 6 horas
( ) 7 horas
( ) 8 horas
3. No transporte rodoviário de produtos perigosos, as penalidades
somente podem ser atribuídas ao expedidor e transportador.
( ) Certo ( ) Errado
4. Com relação à documentação necessária quanto à carga para o
transporte rodoviário de produtos perigosos, podem ser citados
os abaixo indicados, à exceção de:
( ) Documento fiscal
( ) Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo
( ) Declaração do Expedidor
( ) Ficha de Emergência
MÓDULO II
DIREÇÃO DEFENSIVA
UNIDADE 1
DIREÇÃO DEFENSIVA – PARTE 1

1. Acidente Evitável ou Não Evitável

2. Entendendo as Condições Adversas

3. As Relações Existentes entre o Fator Humano e os

Acidentes de trânsito

4. Como Ultrapassar e Ser Ultrapassado

5. O Acidente de Difícil Identificação da Causa


UNIDADE 1 - DIREÇÃO DEFENSIVA –
PARTE 1

O QUE

VOCÊ
SABE
SOBRE O TEMA

Será que todo acidente é evitável? Como o condutor deve agir nas situações adversas? Existe
relação entre o fator humano e os acidentes de trânsito? Como o condutor de veículo que
transporta produtos perigosos deve ultrapassar e ser ultrapassado?

A direção defensiva hoje também é conhecida como DIREÇÃO SEGURA.


Onde usamos as atitudes da direção defensiva, as ações da direção preventiva e as
técnicas de condução econômica? Neste módulo, abordaremos esses assuntos.
55

1. ACIDENTE EVITÁVEL OU NÃO EVITÁVEL

Para Cardo (2015) e Andrade (2012), dirigir de forma segura inclui a habilidade de controlar o
veículo, de maneira que não haja envolvimento em acidentes, apesar das ações incorretas dos
outros usuários da via e das dificuldades advindas das condições adversas de luminosidade,
tempo, trânsito, veículo, via, motorista, passageiros e carga.
A partir daí, se pergunta: todo acidente é evitável? Em regra, sim, porque sempre há algo que
poderia ter sido feito por alguém que usasse a razão e o bom senso.

Um acidente é evitável por um, pelo outro, por ambos ou até por
terceiros que, de algum modo, possam estar envolvidos nas causas
do acidente.
Exemplo: um acidente foi provocado porque o mecânico teria se
esquecido de apertar devidamente os parafusos da roda, e esta se
soltou.

Existem outras pessoas e entidades que têm o dever de auxiliar na prevenção de acidentes.
Mas o principal responsável por evitar acidentes é o motorista.

2. ENTENDENDO AS CONDIÇÕES ADVERSAS

As condições adversas
são situações causadoras
de acidentes, passíveis de Tais situações podem ser geradas pelos elementos descritos
ocorrerem a qualquer momento, a seguir.
e às quais o motorista deve estar
preparado, para reconhecê-las e
saber superá-las.
56

2.1 Condições Adversas de Luminosidade


Para o Denatran (2016) e Cardo (2015), a luminosidade deficiente ou em excesso afeta a nossa
capacidade de vermos ou de sermos vistos, seja ela natural ou artificial. Sem que o condutor
tenha condições de ver ou de ser visto perfeitamente, há um risco muito grande de ocorrerem
acidentes.

Pode haver ofuscamento da visão causado pelo farol alto de um veículo que vem em sentido
contrário ou pela luz solar incidindo diretamente nos olhos do condutor.
Quando estiver conduzindo em rodovias, opte por deslocar-se com o farol baixo aceso, assim,
você contribui para que os outros motoristas possam identificá-lo com facilidade.

Tome cuidado com o uso indevido dos faróis. A vista humana pode
levar até sete segundos para se recuperar de um ofuscamento. Um
LEMBRE-SE veículo a uma velocidade de 80 km/h percorre uma distância superior
ao tamanho de um campo de futebol antes que seu condutor recupere
a visão plena. Em geral, o alcance do farol alto de seu veículo é de,
aproximadamente, 120 metros.
57

No período noturno, ocorre uma redução da visibilidade e, em função disso, o motorista


deve conduzir com velocidade menor e aumentar a distância de segurança. É importante
tomar cuidados especiais ao dirigir nos períodos noturnos, pois a visibilidade humana nessas
circunstâncias fica reduzida para um sexto em relação à capacidade visual durante o dia.
2.2 Condições Adversas de Tempo ou Clima

Para o Denatran (2016) e para Cardo (2015), a ocorrência de chuva, granizo, vento forte e
neblina afeta a percepção e o controle do veículo e grande parte dos acidentes ocorre em dias
chuvosos. Isso acontece porque, com a chuva, a pista fica escorregadia.
Por isso, ao dirigir com pista molhada ou em dias chuvosos — independentemente da
quantidade de água na pista — diminua a velocidade, aumente a distância de outros veículos,
utilize o freio de forma suave e gradativa, e não mude de direção bruscamente.

Com a pista molhada, pode ocorrer o que se chama de aquaplanagem


DICAS

ou hidroplanagem, que consiste na perda de controle do veículo em


decorrência da diminuição do atrito e da aderência dos pneus ao solo. A
falta de contato dos pneus com a pista faz com que o veículo derrape e o
condutor perca o seu controle, podendo causar um acidente.

Além das condições de chuva, os condutores podem enfrentar situações de ventos fortes. Se
os ventos forem transversais, o condutor deverá abrir os vidros e reduzir a velocidade; e, se os
ventos forem frontais, deverá reduzir a velocidade, segurando com firmeza o volante.

SAIBA
Assista à reportagem que trata das condições
MAIS adversas devido ao tempo e veja quais os melhores
procedimentos indicados: https://www.youtube.
com/watch?v=8O1Gqrf6vw8

Durante o inverno, as estradas podem ser invadidas por neblina, o que exige dos condutores
mais atenção. Analise as sugestões que visam reduzir o risco de acidentes nessa condição
adversa:
• acenda os faróis (luz baixa), mesmo durante o dia, caso não disponha de faróis de
neblina;
• reduza a velocidade, mantendo ritmo constante, sem acelerações ou reduções bruscas;
58

• redobre a atenção;
• não use luz alta;
• nunca trafegue com o pisca-alerta ligado, exceto em caso de emergência ou se a via
assim o permitir;
• caso seja necessário parar no acostamento, aí sim, deve ligar o pisca-alerta;
• evite ultrapassagens.
2.3 Condições Adversas da Via

As condições adversas da via estão relacionadas com a construção e conservação das vias.
Curvas, largura da pista, condições da pista e acostamento, tipo de pavimento, buracos,
desníveis e falta de sinalização são algumas adversidades próprias da pista, muito frequentes
no país.
2.4 Condições Adversas do Tráfego

As condições adversas do tráfego associam-se às situações que levam aos congestionamentos


ou a trânsito lento, sendo provocadas, normalmente, pelo excesso de veículos circulando em
determinadas vias.
Além disso, o trânsito rápido é muito perigoso, pois a maioria dos motoristas ignora a
distância de segurança. Ocorrendo alguma adversidade, podem não parar o veículo a tempo,
provocando colisões ou mesmo engavetamentos.

Em regiões agrícolas, cuidado com a presença de máquinas agrícolas


e bicicletas circulando sobre a pista de rolamento!
LEMBRE-SE

2.5 Condições Adversas do Veículo

As condições adversas do veículo relacionam-se a pneus gastos ou mal calibrados, freios


desregulados, suspensão desalinhada, direção com folga, sinaleiras e faróis com defeitos,
espelhos mal regulados, sujos e/ou desajustados, vazamento de fluidos e, principalmente, a
falta de revisão e o check list antes de iniciar seu trajeto.
59

2.6 Condições Adversas da Carga

A carga pode se tornar uma condição adversa toda vez em que qualquer um dos seguintes
cuidados necessários não forem observados:
• limite máximo de peso;
• altura;
• largura;
• acondicionamento e incompatibilidades da carga.

Características que tornam a carga


uma condição adversa: distribuída
inadequadamente nos eixos do veículo;
sem amarras, traves de proteção ou calços;
sem identificação de conteúdo e manuseio;
sem a utilização de rótulos de risco, caso
sejam necessários; inadequadamente
acondicionada; com altura excessiva.
60

2.7 Condições Adversas do Motorista

A boa condição física e mental do motorista é um fator importante para evitar que ele próprio se
transforme em causa de adversidade. O sono, o cansaço, a embriaguez e os estados emocionais
e psíquicos têm levado a muitos acidentes. Estudos comprovam que a maioria dos acidentes é
causada por falhas humanas.

O motorista como condição adversa é fator que pode ser alterado,


no entanto, é o mais difícil de modificar. Afinal, ninguém admite
que dirige mal, que pode estar contribuindo para a ocorrência
de acidentes. Isso se explica pelo fato de que ser motorista
defensivo é uma questão de atitude; e as necessárias mudanças
de comportamento somente ocorrem quando existe, além da
vontade, uma motivação intensa.

3. AS RELAÇÕES EXISTENTES ENTRE O FATOR


HUMANO E OS ACIDENTES DE TRÂNSITO

Você já parou para refletir o quanto seu trabalho demanda equilíbrio emocional? O nível de
exigência dessa qualidade está muito acima do que se espera de um motorista comum.
Motoristas que dirigem por longas distâncias estão sujeitos a uma extenuante carga de
trabalho, aos desgastes emocionais produzidos pelas adversidades nos ambientes de serviço
e ao pouco ou nenhum contato com os colegas. Somando-se a isso, os trabalhadores do
transporte de cargas são obrigados a conviver com os riscos de assaltos, roubos de cargas, além
da imprudência no trânsito – o que os leva ao estresse (GRISTEC, 2016; FUNENSEG, 2016).

Seguem algumas dicas que o motorista pode aplicar no dia a


dia, mudando seu estilo de vida, e que podem evitar o estresse:
Estresse ou stress (em inglês)
• alimente-se de maneira saudável, evitando longos
é o conjunto de reações do
períodos sem se nutrir;
organismo a agressões de ordem
física, psíquica, infecciosa e • não faça uso de tranquilizantes e medicamentos
outras, capazes de perturbar o sem orientação médica;
equilíbrio do nosso corpo.
• evite o fumo, café e bebidas alcoólicas;
61

• mantenha a prática de atividade física periódica, com orientação profissional;


• programe seus descansos e tire férias anualmente;
• não abandone atividades de lazer e momentos com sua família;
• durma o suficiente para o seu descanso;
• procure conhecer seu organismo, não ultrapassando limites;
• mantenha a higiene e siga as orientações sanitárias vigentes.

4. COMO ULTRAPASSAR E SER ULTRAPASSADO

As situações de ultrapassagem são sempre situações de risco, principalmente quando você é


obrigado a dirigir na contramão para realizar a ultrapassagem. Nesse caso, sempre há risco de
ocorrer colisão frontal.
Quando a situação envolver ultrapassagem, tome as seguintes atitudes:
• ultrapasse somente nos locais onde a sinalização horizontal permita essa manobra;
• se você estiver sendo ultrapassado, colabore;

A situação de risco está com o outro, mas você também está


envolvido. Reduza a velocidade, se necessário, para facilitar a
manobra do outro motorista.

• se você for ultrapassar, calcule bem a distância e o tempo que você vai utilizar para a
manobra. Considere, ainda, a velocidade do veículo que vem no sentido contrário.

5. O ACIDENTE DE DIFÍCIL IDENTIFICAÇÃO DA


CAUSA

As principais causas desse tipo de colisão estão relacionadas com as condições adversas, tais
como: luz, tempo, via, trânsito, carga, veículo e motorista.
É preciso ter em mente que existe uma ou mais defesas para cada condição adversa, mas, se
não souber usá-las, o motorista pode se envolver em uma colisão dessa natureza.
62

A maioria dos motoristas envolvidos não sabe a causa


(quando esta for, por exemplo, um defeito mecânico),
O acidente de difícil identificação não querem dizer qual a causa (quando for algo
da causa – também denominado constrangedor para o motorista como, por exemplo, ter
de colisão misteriosa — é o dormido ao volante ou estar embriagado) ou, ainda, não
acidente de trânsito que envolve podem dizer qual a causa (porque morreram).
um único veículo.

RESUMINDO
Existem diversas pessoas e entidades que têm o dever de auxiliar na prevenção de
acidentes. Contudo, o principal responsável pelas providências é o motorista.
A direção defensiva conjuga atitudes corretas e muito planejamento, a fim de se prever as
condições adversas que podem ocorrer durante as operações de transporte de produtos
perigosos.
Investir em cuidados consigo próprio, tais como alimentação saudável, prática de
exercícios físicos e convivência familiar, é um dos meios mais adequados para o motorista
evitar o estresse da profissão.

1. As condições adversas são as situações causadoras de acidentes


que ocorrem em momentos previamente determinados e às quais
o motorista deve estar preparado para reconhecê-las e saber
superá-las.
( ) Certo ( ) Errado
2. São condições adversas da via, exceto:
( ) Presença de buracos
( ) Falta de sinalização
( ) Existência de desníveis
( ) Ausência de painéis de segurança
3. Quando o motorista for ultrapassar, deve calcular bem a distância
e o tempo que utilizará para a manobra. Deve considerar, ainda, a
velocidade do veículo que vem no sentido contrário.
( ) Certo ( ) Errado
63

4. Assinale os fatores que tornam a carga uma condição adversa no


transporte rodoviário de produtos perigosos:
( ) Carga distribuída inadequadamente nos eixos do veículo.
( ) Carga sem amarras, traves de proteção ou calços.
( ) Carga sem a utilização de Rótulos de Segurança, caso necessário.
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
UNIDADE 2
DIREÇÃO DEFENSIVA – PARTE 2

1. Como Evitar Acidentes com Outros Veículos

2. Como Evitar Acidentes com Pedestres e Outros

Integrantes do Trânsito

3. A Importância de Ver e Ser Visto


UNIDADE 2 - DIREÇÃO DEFENSIVA –
PARTE 2

O QUE

VOCÊ
SABE
SOBRE O TEMA

Que importância têm as distâncias de frenagem e os tempos de reação para o condutor? Quais
procedimentos são os mais indicados para evitar diversos tipos de colisão? Afinal, por que o
condutor deve ver e ser visto no ambiente de trânsito?

As ações do condutor que transporta produtos perigosos devem ser sempre pensadas
previamente e calculadas. Para isso, existem conceitos como distâncias de frenagem e
tempos de reação. Ademais, não basta apenas manobrar corretamente, mas também é
preciso que os outros motoristas possam identificar qual manobra vai ser executada por
esse condutor.
Nesta unidade, abordaremos sobre como evitar acidentes com os outros veículos, com
pedestres e com os demais integrantes do trânsito, e a importância de ver e ser visto
nesse contexto.
67

1. COMO EVITAR ACIDENTES COM OUTROS


VEÍCULOS

De acordo com o Denatran (2016) e Detran/SP (2016), um veículo em movimento necessita


de tempo e distância para poder parar, por menor que seja a velocidade.
Assim, o condutor deve inteirar-se sobre o que é tempo de reação, de frenagem, de parada e de
distância de seguimento, entre outros conceitos.

Tempo de reação é o tempo que o motorista gasta para


reagir diante de um perigo.
Tempo de frenagem é o tempo que é gasto desde o acionamento
do mecanismo de freio até a parada total do veículo.
Tempo de parada é o tempo gasto desde o momento que o
que o perigo é visto até a parada total do veículo.
Distância de reação é aquela percorrida pelo veículo
desde que o motorista vê o perigo até tomar uma atitude.

Distância de frenagem é a distância que o veículo


percorre depois que o mecanismo do freio é acionado até a
parada total do veículo.
Distância de parada é aquela percorrida pelo veículo
desde que o perigo é visto até sua parada total.
Distância de seguimento é a distância entre o veículo que
você está dirigindo e o que segue à sua frente, de forma
que você possa parar, mesmo numa emergência, sem
colidir com a traseira do outro.
68

Para que você possa ter ideia da importância de conhecer e respeitar essas distâncias, um
veículo trafegando a 50 km/h pode parar em 45 metros. No entanto, se ele estiver a 70 km/h,
ele precisará de 70 metros para parar.
Ao trafegar atrás de outro veículo, é preciso manter distância para evitar uma colisão caso ele
freie bruscamente. Uma boa distância permite que você tenha tempo de reagir e acionar os
freios diante de uma situação de emergência e haja tempo, também, para que o veículo, uma
vez freado, pare antes de colidir.
A colisão com o veículo que vai à frente, normalmente, acontece quando o motorista não
mantém a distância de segurança ou está desatento nas paradas onde existe um carro à frente.
Para que esse tipo de colisão não ocorra, o motorista deve:
• concentrar sua atenção no que está ocorrendo no trânsito;
• observar os sinais do motorista da frente;
• olhar além do veículo à sua frente, a fim de perceber possíveis situações que possam
forçá-lo a agir;
• manter os vidros limpos e desimpedidos de objetos que diminuam o campo de visão;
• manter a distância de segurança.
DICAS

Pise no freio aos poucos, de modo que o veículo não derrape ou pare
bruscamente.
69

1.1 Como Evitar Colisão com o Veículo de Trás


A colisão com o veículo de trás pode levar à fratura do pescoço ou mesmo um deslocamento
de coluna, entre outros problemas. Para evitar acidentes com veículos que vêm atrás, siga
alguns princípios de direção defensiva:
• saiba exatamente o que fazer no trânsito;
• sinalize suas intenções;
• pare suave e gradativamente;
• livre-se dos veículos que estão colados na traseira de seu veículo.

Para se livrar dos veículos que estão colados na traseira do seu veículo,
facilite a ultrapassagem!
LEMBRE-SE

1.2 Como Evitar Colisão Frontal


A colisão frontal é o mais grave dos acidentes de trânsito e, muitas vezes, os ocupantes não
conseguem sobreviver. Na sequência, são analisadas duas situações em que poderão ocorrer
casos de colisão frontal e quais são os procedimentos para evitá-los.
Nas retas:
• não ultrapasse a velocidade máxima permitida;
• mantenha-se sempre na sua mão de direção;
• somente ultrapasse outro veículo se houver visibilidade suficiente;
• fique atento:

Pedestres e ciclistas podem entrar, repentinamente, na pista!

LEMBRE-SE
70

Nas curvas:
• perceba a curva sempre com antecedência;
• verifique o tipo de curva:
DICAS

Quanto mais fechada a curva, menor deverá ser a velocidade do seu


veículo!

• freie antes de entrar na curva, e não apenas quando já estiver dentro da curva.
A reunião de vários fatores — tais como velocidade, tipo de pavimento, ângulo da curva
e condições dos pneus — pode provocar a saída de um veículo da sua mão de direção,
empurrando-o para a contramão ou para o acostamento.

A força responsável por esse perigoso


deslocamento chama-se força centrífuga.
Em curvas para a direita, a força centrífuga
empurra o veículo para a esquerda, no sentido
da faixa de contramão. Ao fazer uma curva
para a esquerda, a força centrífuga o empurra
para a direita, no sentido do acostamento.

1.3 Como Evitar Colisão nos Cruzamentos


A colisão nos cruzamentos acontece, normalmente, nas mudanças de direção, para a direita
ou para a esquerda, devido à disputa pela preferência, ao excesso de velocidade ou até à falta
de habilidade.

O respeito pela preferência, a velocidade compatível e a cortesia


são os melhores mecanismos de defesa para evitar acidentes nos
cruzamentos.
71

Com isso, esteja atento aos seguintes pontos para evitar colisão nos cruzamentos:
• saiba exatamente para onde seguir;
• reduza a velocidade;
• respeite a preferência de quem transita por via superior ou de quem já esteja
transitando nas rotatórias;
• sinalize suas intenções;
• siga sempre com cuidado.

Nos centros urbanos, os cruzamentos são locais de pouca


visibilidade. O motorista que pratica a direção defensiva abre mão da
sua preferência em benefício da segurança, porque sabe exatamente
o que está fazendo no trânsito e a quais riscos está exposto.

Um procedimento defensivo é entrar no cruzamento com o pé direito preparado para acionar o


pedal do freio. Assim, a reação do motorista será imediata em eventual situação de emergência.

2. COMO EVITAR ACIDENTES COM PEDESTRES E


OUTROS INTEGRANTES DO TRÂNSITO

Os motoristas precisam estar especialmente atentos para evitar os acidentes nos seguintes
casos:
• colisões na marcha a ré;
72

• atropelamentos;
• colisões com objetos fixos;
• colisões com bicicletas;
• colisões com motocicletas;
• colisões com animais.
2.1 Colisões na Marcha a Ré

Em uma manobra em marcha a ré, a visão do condutor é limitada. Por isso, deve-se prestar
muita atenção para evitar acidentes. Observe estes procedimentos:
• certifique-se de que não há algo atrás do veículo antes de iniciar a manobra;
• nas esquinas:

Não dê marcha a ré em esquinas, pois, de acordo com o art. 194 do CTB,


tem-se:
DICAS

Art. 194 Transitar em marcha a ré, salvo na distância necessária a


pequenas manobras e de forma a não causar riscos à segurança:
Infração - grave;
Penalidade - multa.

2.2 Atropelamentos

Como não se pode prever o comportamento dos pedestres, a melhor forma de evitar
atropelamentos é ser cuidadoso ao volante e dar sempre o direito de preferência a quem está
a pé.

Determinadas pessoas têm comportamentos imprevisíveis, não


conhecem os perigos do trânsito, não estão em condições de superá-
LEMBRE-SE los ou mesmo de avaliá-los. É o caso, por exemplo, de crianças, de
pessoas idosas ou de pessoas com deficiência, entre outros.
73

Além disso, há locais que exigem atenção redobrada dos motoristas. Por exemplo, estatísticas
mostram que muitos atropelamentos ocorrem em pontos de parada de ônibus. Esse fato
mostra que, ao passar por esses locais, os motoristas precisam manter cuidado redobrado.
2.3 Colisões com Objetos Fixos
A colisão com objetos fixos pode ocorrer nas ruas (colisão com árvores, postes) ou mesmo nas
garagens, inclusive de empresas de transporte.

Nas ruas, principalmente, os acidentes de colisão com objetos


fixos podem ter consequências graves aos ocupantes dos veículos
e sempre trazem danos ao patrimônio. Para evitar esse tipo de
acidente, vale a recomendação básica: dirija cuidadosamente, não
ultrapassando os limites de velocidade e mantendo as práticas de
direção defensiva.

2.4 Colisões com Bicicletas


A bicicleta é um veículo de propulsão humana e, dessa maneira, tem direito de trânsito como
qualquer outro veículo. No entanto, muitos motoristas parecem ignorar os ciclistas, chegando
a atrapalhar a circulação das bicicletas ou a colocá-las em situações de risco.
• algumas considerações e cuidados que devem ser tomados no trânsito em relação aos
ciclistas;
• a maioria dos ciclistas sé composta por menores, por isso nem sempre eles têm
conhecimento de regras de trânsito;
• mantenha uma distância lateral de 1,5 metro;
• cuidado ao abrir as portas do veículo, quando estiver estacionado ou parado;
• muitos ciclistas não usam os dispositivos refletivos previstos em lei, dificultando
visualizá-los à noite;
• a bicicleta é um veículo silencioso:

Ao fazer uma curva, principalmente à direita, veja se não vem alguma


bicicleta.
LEMBRE-SE
74

2.5 Colisões com Motocicletas e Congêneres


Principalmente nas cidades, os motociclistas, ciclistas, carroceiros e esqueitistas dividem o
trânsito com os demais usuários. Ao mesmo tempo em que devem ter seu espaço respeitado,
esses usuários, pelas suas características, exigem muita atenção dos condutores de veículos.
Muitas vezes, os motociclistas se utilizam de manobras arriscadas, trafegando em meio a
carros, ônibus e caminhões, sem maiores cuidados com a segurança. Por isso, sempre que vier
uma moto, em sentido contrário ou no mesmo sentido, redobre a atenção.
• mantenha uma distância segura;
• cuidado nas conversões à esquerda e à direita:
DICAS

Há motociclistas que costumam transitar nos “pontos cegos”.

• cheque constantemente os retrovisores: ao estacionar ou parar o veículo, cuidado ao


abrir as portas;
• para ultrapassar uma motocicleta, aja com o mesmo padrão de procedimentos da
ultrapassagem de veículos.
2.6 Colisões com Animais

As colisões com animais nas estradas são fatores de risco para os veículos, seja pela reação
imprevisível de seus movimentos, seja pela atitude dos motoristas de desviar, bruscamente,
para tentar evitar a colisão.
DICAS

Para evitar a colisão com animais nas estradas, respeite a velocidade


máxima e esteja atento à sinalização de presença de animais.

3. A IMPORTÂNCIA DE VER E SER VISTO

No trânsito, tudo acontece muito rapidamente; e o motorista precisa estar atento às reações e
aos movimentos dos outros motoristas e pedestres.
75

Atenção especial deve ser dedicada aos pontos cegos, às colunas e às outras partes da carroceria
que podem ocultar veículos e pedestres.

A correta regulagem dos espelhos retrovisores é muito importante


para enxergar os veículos que se aproximam pela traseira ou pelas
LEMBRE-SE laterais do veículo.

Tão importante quanto ver é ser visto. Utilize adequadamente faróis, luzes indicadoras de
direção, luzes de freio, pisca-alerta, luz de ré.

A sinalização de suas manobras no trânsito é fundamental para


que todas as pessoas que utilizam as vias possam perceber sua
presença e prever seus movimentos. E você tem um motivo a mais
para ser visto pelos outros motoristas: um veículo transportando
produto perigoso!

Art. 250. Quando o veículo estiver em movimento:


I - deixar de manter acesa a luz baixa:
a) durante a noite;
b) de dia, em túneis e sob chuva, neblina ou cerração;
c) de dia, no caso de veículos de transporte coletivo de passageiros em circulação em
faixas ou pistas a eles destinadas;
d) de dia, no caso de motocicletas, motonetas e ciclomotores;
e) de dia, em rodovias de pista simples situadas fora dos perímetros urbanos, no caso
de veículos desprovidos de luzes
76

RESUMINDO
Quando o veículo está em movimento, valem as leis da física: ele necessita de tempo
e distância para poder parar, por menor que seja a velocidade. Com isso, observe com
cuidado as distâncias de segurança e os tempos de frenagem!
Para evitar colisão com objetos fixos, visto que esse tipo de acidente pode ter
consequências graves aos ocupantes dos veículos e sempre traz danos ao patrimônio,
siga a recomendação básica: dirija cuidadosamente, não ultrapassando os limites de
velocidade e mantendo as práticas de direção defensiva.
Lembre-se de que, no tráfego urbano, determinadas pessoas têm comportamentos
imprevisíveis, não conhecem os perigos do trânsito, não estão em condições de superá-
los, ou mesmo de avaliá-los. É o caso, por exemplo, de crianças, de pessoas idosas ou de
pessoas com deficiência, dentre outros. Por isso, redobre sua atenção!

1. O respeito pela preferência, a velocidade compatível e a cortesia


são os melhores mecanismos de defesa para evitar acidentes nos
cruzamentos.
( ) Certo ( ) Errado
2. Acerca dos procedimentos para evitar colisão nos cruzamentos,
é correto afirmar, exceto:
( ) Saber exatamente para onde seguir.
( ) Permanecer na mesma velocidade ao entrar no cruzamento.
( ) Respeitar a preferência de quem transita por via superior.
( ) Sinalizar as intenções de manobra.
3. A correta regulagem dos espelhos retrovisores é muito
importante para enxergar apenas os veículos que se aproximam
pela traseira do veículo.
( ) Certo ( ) Errado
77

4. Assinale a alternativa correta acerca dos procedimentos para


evitar colisão com motocicletas e congêneres:
( ) Manter uma distância segura.
( ) Cuidado nas conversões à esquerda e à direita.
( ) Checar constantemente os retrovisores.
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
UNIDADE 3
DIREÇÃO DEFENSIVA – PARTE 3

1. A Importância do Comportamento Seguro na

Condução de Veículos Especializados

2. Comportamento Seguro e Comportamento de

Risco – Diferença que Pode Poupar Vidas

3. Comportamento Pós-Acidente

4. Estado Físico e Mental do Condutor


80

UNIDADE 3 - DIREÇÃO DEFENSIVA –


PARTE 3

O QUE

VOCÊ
SABE
SOBRE O TEMA

Qual a importância do comportamento seguro na condução de veículos que transportam


produtos perigosos? Existe alguma técnica para desenvolver o comportamento seguro? Quais
são as atitudes a serem tomadas pelo condutor no momento pós-acidente?

Uma das boas notícias dos estudiosos do comportamento humano é que os


comportamentos negativos podem ser dessensibilizados e os comportamentos positivos
podem ser condicionados pelo hábito — o que pode concorrer para a adoção de
comportamentos seguros pelo condutor do veículo.
Nesta unidade, estudaremos a importância do comportamento seguro na condução de
alguns tipos especiais de veículo, o comportamento seguro e o comportamento de risco
do pós-acidente, e o estado físico e mental do condutor.
81

1. A IMPORTÂNCIA DO COMPORTAMENTO SEGURO


NA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS ESPECIALIZADOS

O Código de Trânsito Brasileiro estabelece que o condutor de veículos de transporte de


produtos perigosos deve ser aprovado em curso especializado, com carga horária de 50
horas/aula. Os conteúdos do curso visam qualificar os condutores para transportar com
segurança as diversas Classes de Risco de produtos perigosos, presentes em todos os
segmentos da sociedade.

Dirigir com segurança e responsabilidade é dever de todos os motoristas, sobretudo quando


se transportam produtos perigosos, a fim de minimizar os riscos envolvidos nessa atividade.

Portanto, o condutor de veículos de transporte de produtos


perigosos, quando realiza manobras — tais como conversões,
ultrapassagens, aproximação de cruzamentos, frenagens ou
paradas para embarque e desembarque —, precisa ser mais
cuidadoso do que os demais motoristas.

Nesse sentido, o motorista deve estar atento a cinco requisitos indispensáveis, descritos a
seguir.
82

1.1 Os Cinco Elementos da Direção Defensiva

Para o Denatran (2015) e Andrade (2012), há uma metodologia pragmática que agrega
cinco elementos indispensáveis ao condutor de veículo transportador de produtos perigosos:
conhecimento, atenção, previsão, decisão e habilidade.
1.1.1 Conhecimento

Em qualquer atividade profissional, é importante dominar a teoria da prática para desenvolver


um bom trabalho. Dirigir não foge a essa regra.

Conhecer as leis e os regulamentos de trânsito e de transporte, os


procedimentos para ultrapassagens seguras, o direito de preferência
LEMBRE-SE nas vias e uma série de outras informações é essencial aos condutores
de veículos que transportam produtos perigosos.

1.1.2 Atenção

Você passa quantas horas por dia dirigindo seu caminhão? Já se percebeu olhando alguma
coisa que acontece na estrada, um acidente, um outdoor chamativo? Está sempre alerta ou se
distrai passando mensagem no celular ou atendendo a alguma ligação?

Esteja sempre alerta para o que se passa à sua volta, para as


condições de tráfego e para o limite de velocidade na via. Estar ao
volante significa prestar atenção constante no trânsito, pois alguns
segundos de desatenção podem significar acidentes.

1.1.3 Previsão

Ser preventivo significa lembrar-se, por exemplo, de verificar as condições do veículo antes de
uma viagem. Um motorista descuidado pode enfrentar sérios problemas — não há habilidade
na direção que contorne uma falha mecânica.
83

Se você consegue prever o que


pode acontecer em uma viagem
e se prepara para isso, você faz
uma previsão mediata. Se você
enfrenta a rotina do trânsito e se
antecipa uma possível situação
de perigo, essa é uma previsão
imediata.

1.1.4 Decisão
Uma boa decisão implica o conhecimento das alternativas que se apresentam em uma
determinada situação no trânsito, bem como a capacidade de fazer uma escolha inteligente de
manobra, a tempo de evitar acidentes.

No momento da situação de risco, não pode haver hesitação — deixar


DICAS

de tomar a decisão certa pode resultar em acidentes. A ação correta, isto


é, uma combinação baseada no conhecimento, atenção e previsão, é a
principal ferramenta da direção defensiva.

1.1.5 Habilidade

A habilidade se desenvolve por meio do aprendizado e do desenvolvimento constante dos


automatismos corretos. Teoricamente, quanto mais um indivíduo desenvolve uma ação,
mais qualificado ele estará. Porém, essa regra não pode ser considerada para o condutor, pois
a dinâmica do trânsito na prática da direção veicular faz com que ele adquira, de maneira
inconsciente, gestos ou ações erradas, chamadas de automatismos incorretos.
Adquirir habilidades para conduzir um veículo significa conhecer o veículo e seus
equipamentos, ter recebido correto e cuidadoso treinamento para manusear os controles e
saber efetuar com sucesso todas as manobras necessárias em cada situação de risco.
84

SAIBA
Assista ao vídeo, no link indicado, do Programa Brasil
MAIS Caminhoneiro sobre direção defensiva:
https://www.youtube.com/watch?v=H4xl7oJeHPU

2. COMPORTAMENTO SEGURO E COMPORTAMENTO


DE RISCO – DIFERENÇA QUE PODE POUPAR VIDAS

O comportamento de risco do condutor — que é contrário a todo procedimento que visa dar
as condições adequadas de segurança à movimentação do produto perigoso – abrange desde a
ausência de planejamento para o transporte até a falta deliberada do uso do cinto de segurança.
Por outro lado, de acordo com Cardo (2015), Günther (2015) e Pechansky et al. (2010), o
método básico de prevenção de acidentes é um guia que todo condutor de caminhão deveria
levar em sua boleia. Ele possui como acrônimo as letras PDA, que vem de P (prever o perigo),
D (descobrir o que fazer) e A (agir a tempo). Todas essas ações são interligadas:
• preveja o perigo: a previsão de possíveis situações de risco que contribuem para que
os acidentes aconteçam deve ser efetuada com bastante antecedência, podendo ser de
horas, dias ou até semanas, caracterizando a previsão mediata;
DICAS

Comece a prever o perigo muito antes do local de um possível acidente.

• descubra o que fazer: na maioria das vezes, os acidentes resultam de um erro do


motorista. O mesmo erro que provoca um acidente leve pode causar um acidente fatal,
sendo que a gravidade é determinada pela ocasião. Isso quer dizer que cada acidente,
mesmo pequeno, merece ser revisto, analisando-se o erro e afastando a possibilidade de
repetição, talvez com consequências mais sérias e, quem sabe, até mesmo fatais.
85

O fato de você, ao volante, ter permitido que houvesse o acidente


já indica, por si só, que não agiu a tempo ou não soube como se
defender ou, ainda, que desconhecia o perigo. Lembre-se de que
o motorista deve estar sempre preparado para enfrentar todas as
situações de risco, sabendo previamente qual a atitude a ser tomada.

Para estar preparado para iniciar uma viagem, você deve prever, mentalmente, o que pode
acontecer, tornando mais fácil descobrir o que fazer ou como se defender.
• aja a tempo: uma vez que você conhece o perigo e sabe qual é a atitude a ser tomada,
aja imediatamente! Jamais espere para ver o que vai acontecer.
Na maioria das vezes, os acidentes ocorrem justamente porque o motorista espera a atitude
dos outros ou, ainda, espera que eles conheçam e respeitem as leis.
DICAS

Não conte com a sorte, não pense que tudo vai dar certo e proceda como
se o acidente estivesse quase acontecendo. Aja enquanto é tempo!

3. COMPORTAMENTO PÓS-ACIDENTE

O comportamento pós-acidente do condutor de veículo que leva produtos perigosos é distinto


daquele devido ao transportador de outros tipos de carga.
86

Em casos de acidente, avaria ou outro fator que obrigue a imobilização do veículo que está
transportando produto perigoso, o condutor deve adotar as medidas indicadas na Ficha de
Emergência do produto transportado e no Envelope para o Transporte, colocando a autoridade
de trânsito mais próxima ciente da ocorrência, do local, das Classes de Risco, das quantidades
dos materiais transportados.
DICAS

O fabricante, a transportadora, o expedidor e o destinatário devem dar


todo o apoio necessário e prestarão os esclarecimentos que lhes forem
solicitados pelas autoridades públicas.

4. ESTADO FÍSICO E MENTAL DO CONDUTOR

Para Dualibi et al. (2012) e Cristo (2012), as condições físicas e mentais são muito importantes,
pois são elas que alteram o modo de dirigir do condutor e seu desempenho. Contam fatores
físicos como: fadiga, capacidade de atenção, audição e visão, e fatores mentais e emocionais
como: inexperiência, familiaridade com a via, excitação ou depressão. Essas características
levam o motorista a dirigir com pressa ou sem atenção, com raiva, ira, calor, frustração e
insegurança.
4.1 Fadiga e Sono

Um motorista cansado não tem condições de dirigir com segurança. O cansaço e o sono, muitas
vezes, são mais fortes do que a capacidade de permanecer acordado; e o condutor adormece
sem perceber. Muitas vezes, o caminhoneiro realiza longas viagens durante o período noturno
e não descansa corretamente durante o dia.

Você será condutor de veículo utilizado no transporte rodoviário de


produtos perigosos. É importante descansar nos momentos de folga,
LEMBRE-SE para atuar com tranquilidade durante o tempo de direção.

4.2 Álcool
Para dirigir com segurança, o motorista precisa estar com boas condições físicas e mentais. O
álcool, ao contrário do que se imagina, é uma droga depressora do sistema nervoso.
87

Quando ingere bebida alcoólica, é mais fácil de o motorista se


envolver em acidentes, pois o álcool afeta o cérebro — diminui o
senso de cuidado, torna mais lentos os reflexos, prejudica a visão e a
audição, enfim, compromete toda a capacidade de dirigir.

A lei n.º 11.705/2008 (Lei Seca) e suas alterações modificam os artigos 165, 262, 276 e 306 do
CTB. Ela define novas regras para o consumo de bebidas alcoólicas por condutores de veículos
e estabelece sua proibição para todos os condutores, qualquer que seja a quantidade ingerida.

4.3 Drogas e Medicamentos


A automedicação é uma prática prejudicial à saúde porque pode acarretar sérias consequências
ao organismo e atrapalhar o ato de dirigir. Como o caminhoneiro normalmente está nas estradas,
longe de casa, ele adia a ida ao médico, mesmo quando não se sente bem, comprometendo a
saúde. Muitas vezes, ele recorre à automedicação.

Mas, atenção: não se deve tomar medicamentos sem prescrição


médica.
LEMBRE-SE

4.4 Aspectos Psíquicos


As pessoas diferem muito entre si quanto aos aspectos psíquicos, os quais influenciam bastante
a maneira de ser e agir das pessoas. Alguém que passou por uma emoção muito forte, como,
por exemplo, o falecimento de uma pessoa querida, poderá ter o seu comportamento alterado.
Há pessoas que se irritam com mais facilidade no trânsito, outras são mais tranquilas. Há,
ainda, aquelas que não se deixam abalar, mesmo por fatos desagradáveis.
DICAS

Independentemente do tipo psíquico do indivíduo, uma coisa é certa: ao


dirigir irritado, nervoso ou sob emoções fortes, o motorista pode causar
acidentes!
88

RESUMINDO
Adquirir habilidades não significa ter automatismos. Antes, significa conhecer o veículo
e seus equipamentos, ter recebido correto e cuidadoso treinamento para manusear os
controles e efetuar com sucesso todas as manobras necessárias em cada situação de risco.
O método básico de prevenção de acidentes possui como acrônimo as letras PDA, que
vem de P (prever o perigo), D (descobrir o que fazer) e A (agir a tempo).
As condições físicas e mentais do condutor de veículos transportadores de produtos
perigosos são muito importantes, pois elas alteram o modo de dirigir do condutor e
o seu desempenho. Contam fatores físicos (fadiga, capacidade de atenção, audição e
visão) e fatores mentais e emocionais (inexperiência, familiaridade com a via, excitação
ou depressão).

1. Em caso de acidente, avaria ou outro fator que obrigue a


imobilização do veículo que está transportando produto perigoso,
à exceção do fabricante do produto, a transportadora, o expedidor
e o destinatário devem dar todo o apoio necessário e prestar os
esclarecimentos que lhes forem solicitados pelas autoridades
públicas.
( ) Certo ( ) Errado
2. Constituem elementos da direção defensiva no transporte
rodoviário de produtos perigosos, exceto:
( ) Conhecimento
( ) Atenção
( ) Previsão
( ) Indecisão
89

3. A automedicação é uma prática prejudicial à saúde, pois pode


acarretar sérias consequências ao organismo e atrapalhar o ato de
dirigir.
( ) Certo ( ) Errado
4. Acerca da previsão como um dos elementos da direção defensiva
no transporte rodoviário de produtos perigosos, é correto afirmar:
( ) Ser preventivo significa lembrar-se, por exemplo, de verificar
as condições do veículo antes de uma viagem.
( ) O motorista que consegue prever o que pode acontecer em
uma viagem e se prepara para isso faz uma previsão mediata.
( ) Se o motorista enfrenta a rotina do trânsito e se antecipa uma
possível situação de perigo, ele está fazendo uma previsão imediata.
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
MÓDULO III
NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS,

RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E

PREVENÇÃO DE INCÊNDIO
UNIDADE 1
NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS

1. Os Primeiros Socorros

2. As Primeiras Providências

3. Verificação das Condições Gerais da Vítima de

Acidente de Trânsito

4. Cuidados com a Vítima de Acidente ou Contaminação


UNIDADE 1 - NOÇÕES DE PRIMEIROS
SOCORROS

O QUE

VOCÊ
SABE
SOBRE O TEMA

No que se baseiam os primeiros socorros? Quais as primeiras providências a serem tomadas


pelo condutor de veículo que transporta produtos perigosos? Como ocorre a verificação das
condições gerais da vítima de acidente? Quais são os cuidados para com vítimas de acidente
ou contaminação?

O condutor de veículo que transporta produtos perigosos precisa estar preparado para
o caso de acidentes com vítimas, pois será ele quem vai prestar os primeiros socorros e
desencadear as primeiras providências.
Nesta unidade, apresentaremos a conceituação de primeiros socorros, as primeiras
providências a serem tomadas pelo condutor, a verificação das condições gerais da
vítima de acidente de trânsito e os cuidados com a vítima de acidente ou contaminação.
95

1. OS PRIMEIROS SOCORROS

Primeiros socorros são o conjunto de


tratamentos imediatos e temporários,
prestados a alguém, em caso de acidente
ou mal súbito, com a finalidade de manter
as funções vitais da vítima e evitar o
agravamento da situação, até se obter
assistência médica.

Você sabe o que é prestar os primeiros socorros? Prestar os primeiros socorros é:


• avaliar a situação como um todo, no local do acidente, realizando a prevenção da
cena da ocorrência;
• sinalizar o local do acidente, garantindo a segurança e evitando novos acidentes;
• acionar o socorro especializado, o Corpo de Bombeiros, a SAMU e, nos municípios
em que não dispuser deste, acionar a Polícia Militar, alertando os fatos da ocorrência;
• em caso de vazamento de produtos químicos ou derramamento desses, acionar os
órgão competentes listados de acordo com as orientações do expedidor e do transportador;
• chamar a ajuda da Polícia, do Corpo de Bombeiros, da SAMU e de hospitais, alertando
os fatos da ocorrência;
• sinalizar o local do acidente, garantindo a segurança e evitando novos acidentes;
• dar o primeiro atendimento à vítima de um acidente, tendo consciência de que você
não é um profissional de saúde.

O seu objetivo ao prestar os primeiros socorros é tomar providências


rápidas para evitar que outros acidentes aconteçam e que se agrave o
LEMBRE-SE estado de saúde da vítima.

O socorrista leigo deve atuar no atendimento dos primeiros socorros visando a uma primeira
e correta abordagem à vítima, devendo agir somente até o ponto de seu conhecimento.
96

2. AS PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS

As primeiras providências a serem tomadas em caso de acidente de trânsito são a sinalização


do local do acidente. Ela deverá deve ser colocada antes do local de acidente. Não se esqueça
de ligar o pisca-alerta, principalmente se o acidente tiver ocorrido em túnel, curva, ponte e
quando houver neblina ou chuva.
Em seguida, colocar o triângulo de segurança ou cones a uma distância mínima de 30 metros
de acordo com a resolução n.º 36/98, do Contran.

Acionamento de recursos: o condutor deve adotar os procedimentos, dar ciência à autoridade


de trânsito com circunscrição sobre a via e às demais autoridades locais indicadas pelo meio
disponível mais rápido, inclusive à concessionária da rodovia, detalhando a ocorrência, o
local, o nome apropriado para embarque ou o número ONU e a quantidade dos produtos
transportados.
97

Polícia Rodoviária Federal: 191

LEMBRE-SE Polícia Militar: 190


Corpo de Bombeiros: 193
Defesa Civil: 199
SAMU: 192
Emergência da União Europeia: 112

3. VERIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES GERAIS DA


VÍTIMA DE ACIDENTE DE TRÂNSITO

São necessários provimentos básicos nas diversas situações de emergência,podendo variar de


acordo com o estado da vítima, descritos a seguir.

3.1 Vítima Inconsciente


1. Verifique os sinais vitais — respiração, pulsação e temperatura, sem movimentar a vítima.
2. Observe a respiração e a pulsação ao mesmo tempo. Faça da seguinte forma:
• coloque os dedos indicador e médio sobre a artéria carótida, na parte interna do pulso;
• verifique a pulsação:
DICAS

Ao sentir a artéria pulsar, você deverá contar os batimentos durante


um minuto, aproximando seu rosto da boca e do nariz da vítima para
perceber sua respiração.

• observe os movimentos do tórax e do abdômen;


• é importante acompanhar o ritmo da respiração da vítima, em função do perigo de
uma parada cardiorrespiratória.
98

Respiração curta e acelerada pode indicar a ocorrência de uma


convulsão, de um desmaio ou pode ser um indicativo de que a vítima
LEMBRE-SE está entrando em estado de choque. As vítimas inconscientes têm
prioridade de atendimento!

3.2 Verificando as Condições Gerais da Vítima


A verificação consiste dos seguintes passos:
• a respiração e a pulsação;
• o estado de consciência;
• a sensibilidade corporal:
• na hora de verificar os sinais vitais, converse com a vítima, procurando tranquilizá-la;
• se o acidente for violento ou se a vítima tiver recebido alguma pancada forte ou
sofrido uma queda, ela deve permanecer imóvel, mesmo que não apresente qualquer
dificuldade de movimentação.

Somente em casos extremos, e apenas se a vida da vítima estiver


correndo perigo imediato, deve-se mudá-la de lugar.
LEMBRE-SE

A primeira regra para transportar uma vítima com suspeita de lesão na coluna é nunca dobrar
o pescoço ou as costas: ela deve ser movimentada como um bloco único e por mais de uma
pessoa.

4. CUIDADOS COM A VÍTIMA DE ACIDENTE OU


CONTAMINAÇÃO

Serão vistos os procedimentos principais para os casos de queimaduras em geral e químicas,


envenenamento e intoxicação, parada cardiorrespiratória, ferimentos com hemorragia e
fraturas.
99

4.1 Procedimentos em Caso de Queimaduras em Geral


As queimaduras são classificadas em graus, conforme apresentem os seguintes sintomas:
• 1o Grau: lesão das camadas superficiais da pele, vermelhidão, dor local suportável,
não há formação de bolhas;
• 2o Grau: lesões das camadas mais profundas da pele, formação de bolhas,
desprendimento de camadas da pele, dor e ardência, locais de intensidade variável;
• 3o Grau: lesão de todas as camadas da pele; comprometimento dos tecidos mais
profundos, até o osso.
• 4° Grau: envolvem pele, músculo e osso. Elas frequentemente ocorrem com
queimaduras elétricas e podem ser mais graves do que aparentam. Podem causar
complicações graves e devem ser tratadas por um médico imediatamente.

Acionar o socorro de forma adequada, acalmar a vítima e evitar


o agravamento da situação, agindo de forma lógica, são fatores
LEMBRE-SE determinantes para o atendimento a uma vítima.

4.2 Procedimentos em Caso de Queimaduras Químicas


Os ácidos ou os álcalis podem queimar qualquer área do organismo, entrando em contato
com a pele, a boca e os olhos. As queimaduras produzidas por álcalis são as mais graves, pois
penetram profundamente e queimam por mais tempo.
As substâncias químicas queimam rapidamente, portanto não há tempo a perder, devendo ser
tomadas, imediatamente, as seguintes providências, no atendimento à vítima:
• se o produto causador da queimadura for seco, deve-se apenas removê-lo;
• lave a área atingida imediatamente;
• use o chuveiro, quando possível;
• tome cuidados especiais ao usar mangueira, pois a força do jato d’água pode causar
maior lesão;
• retire a roupa contaminada;
• não utilize soluções neutralizantes;
• depois, cubra a queimadura com curativo esterilizado e encaminhe a vítima ao serviço
de emergência.
100

4.3 Procedimentos em Caso de Envenenamento e Intoxicação


Os sintomas do envenenamento e intoxicação mais comuns são: náuseas, vômitos, dor
abdominal, diarreia, pupila dilatada, salivação, sudorese excessiva, respiração alterada,
inconsciência e convulsões.
Os gases e outras substâncias, algumas vezes, podem ser detectados pelo olfato.
Se a vítima vomitar, o vômito deve ser levado para o serviço de emergência, pois pode auxiliar
na identificação do veneno. Nunca ministrar nada à vítima e não a induzir ao vômito.
• No caso de ingestão de veneno e intoxicação:
‐ Sintomas: náusea, vômito, dor abdominal, diarreia, salivação, muito suor e
extremidades frias.
‐ Procedimento: tentar descobrir o meio causador do envenenamento e pedir socorro
especializado com urgência são ações essenciais.

Um veneno pode ser definido como qualquer substância


capaz de produzir efeitos nocivos sobre os processos
orgânicos. Pode atuar modificando as funções metabólicas
normais das células ou destruindo-as diretamente. O
envenenamento pode resultar da ingestão, inalação,
injeção e contato de superfície ou absorção por meio da
pele e mucosas, de substâncias em quantidades tóxicas.
101

• No caso de ingestão de veneno e intoxicação:


‐ Para os venenos que são inalados, como gás natural ou monóxido de carbono, a
primeira medida a ser tomada para socorrer a vítima é proteger-se e colocá-la
imediatamente em um ambiente com ar fresco.
‐ Se a vítima não estiver respirando, inicie a respiração artificial imediatamente,
mantendo-a até que haja seu retorno. Pode ser necessária reanimação
cardiorrespiratória.
‐ Para prestar os primeiros socorros a vítimas de envenenamento, você precisa saber
qual foi a substância tóxica, há quanto tempo a vítima a ingeriu, inalou ou teve contato
direto com ela, qual a idade da vítima e o que aconteceu depois de constatado o
envenenamento. Para tanto, é importante procurar obter o máximo de informações,
antes que a vítima fique inconsciente.
4.4 Procedimentos em Caso de Parada Cardiorrespiratória

A parada cardiorrespiratória ocorre quando a vítima deixa de respirar e o seu coração para de
bater. Os motivos que fazem uma pessoa interromper a respiração podem ser:
• obstrução das vias aéreas por algum corpo estranho como, por exemplo, dentadura e
pedaço de comida;
• intoxicação por gases;
• ingestão de venenos;
• fortes descargas elétricas;
• ferimento grave.
De acordo com a AHA (2015), houve mudanças nas diretrizes para a aplicação dos procedimentos
em casos de parada cardiorrespiratória. Em linhas gerais, os socorristas leigos (sem treinamento)
devem fornecer a Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) somente com as mãos, com ou sem
orientação de um atendente, para adultos vítimas de Parada Cardiorrespiratória (PCR). O
socorrista deve continuar a RCP somente com compressão até a chegada de um Desfibrilador
Externo Automático - DEA ou de socorristas com treinamento adicional.
4.5 Procedimentos em Casos de Ferimento com Hemorragia
A hemorragia é a perda de sangue devido ao rompimento de um vaso sanguíneo. Toda
hemorragia deverá ser controlada imediatamente, pois, quando é abundante e não controlada,
pode causar a morte entre três e cinco minutos.
• acione o hospital mais próximo imediatamente;
102

• coloque uma compressa limpa e seca (gaze, pano ou mesmo pano limpo) sobre o
ferimento;
• pressione com firmeza;
• use uma atadura, tira de pano, gravata ou outro recurso que tenha à mão para amarrar
a compressa e mantê-la firme no lugar. Caso não disponha de uma compressa, feche a
ferida com o dedo ou comprima com a mão, evitando uma hemorragia abundante;
• se o ferimento for nos braços ou nas pernas, sem fratura, a hemorragia será controlada
mais facilmente levantando-se a parte ferida. Se o ferimento for na perna, dobre o joelho;
se for ao antebraço, dobre o cotovelo, mas, sempre tendo o cuidado de colocar por dentro
da parte dobrada, bem junto à articulação, um chumaço de pano, algodão ou papel.
4.6 Procedimentos em Caso de Fraturas

As fraturas são rupturas nos ossos e nas cartilagens e podem ser internas ou externas:
• fraturas internas: podem ser desde uma pequena rachadura até a divisão do osso em
uma ou mais partes. Elas acontecem internamente, sem o rompimento da pele;
• fraturas externas: também chamadas de fratura expostas, são mais violentas, pois o
osso fraturado se desvia do seu local original, rompendo a pele. Dependendo da região
atingida, podem vir acompanhada de hemorragia.
São procedimentos a serem adotados para a imobilização:
• a posição do membro lesionado não pode ser alterada, porque isso é trabalho para os
profissionais de saúde;
• durante a imobilização, seus movimentos devem ser suaves para não piorarem a lesão
e o sofrimento da vítima; e
• se houver ferimento e hemorragia em uma fratura exposta, coloque um pedaço
de gaze ou pano limpo sobre o local e passe uma atadura em volta, para diminuir o
sangramento e evitar infecções.

SAIBA
Assista, no link indicado, a um vídeo que mostra
MAIS a simulação de acidente rodoviário envolvendo
produtos perigosos e múltiplas vítimas, organizado
pelo SEST SENAT:
https://www.youtube.com/watch?v=gZ3Ajo_7XMw
103

RESUMINDO
Assim como o condutor de veículo que transporta produtos perigosos deve conhecer
a legislação de trânsito e de transporte, é essencial que ele também esteja devidamente
capacitado a prestar os primeiros socorros em caso de acidente.
Para prestar os primeiros socorros em vítimas de envenenamento, você precisa saber
qual foi a substância tóxica, há quanto tempo a vítima ingeriu, inalou ou teve contato
direto com ela, qual a idade da vítima e o que aconteceu depois de constatado o
envenenamento.
Somente em casos extremos, onde a vida da vítima corre perigo imediato, pode-se
mudá-la de lugar.

1. Respiração curta e acelerada pode indicar a ocorrência de uma


convulsão, de um desmaio ou pode alertar para que a vítima esteja
entrando em estado de choque.
( ) Certo ( ) Errado
2. Com relação a queimaduras, pode-se afirmar, exceto:
( ) As queimaduras são classificadas em três graus.
( ) Em queimaduras de 1o Grau, ocorrem lesão das camadas
superficiais da pele, vermelhidão, dor local suportável e não há
formação de bolhas.
( ) Em queimaduras de 2o Grau, ocorrem lesões das camadas mais
profundas da pele, não há formação de bolhas, desprendimento
de camadas da pele, dor e ardência.
( ) Em queimaduras de 3o Grau, ocorrem lesão de todas as
camadas da pele, comprometimento dos tecidos mais profundos,
até o osso.
104

3. Se o ferimento for nos braços ou nas pernas da vítima, sem


fratura, a hemorragia será controlada mais facilmente abaixando-
se a parte ferida.
( ) Certo ( ) Errado
4. São sintomas no caso de ingestão de veneno e intoxicação:
( ) Náusea
( ) Vômito
( ) Dor abdominal
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
UNIDADE 2
RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E PREVENÇÃO
DE INCÊNDIO

1 Respeito ao Meio Ambiente

2 Prevenção de Incêndio
106

UNIDADE 2
RESPEITO AO MEIO AMBIENTE
E PREVENÇÃO DE INCÊNDIO

O QUE

VOCÊ
SABE
SOBRE O TEMA

Quais regulamentações de trânsito e transporte se relacionam com o meio ambiente? Quais


são as responsabilidades do condutor em relação ao meio ambiente? Como se classificam as
fontes de incêndio? Quais são os tipos mais comuns de extintores e sua aplicação específica?

Respeitar e zelar pelo meio ambiente constituem deveres dos condutores de veículos
que transportam produtos perigosos.
Nesta unidade, inicialmente, abordaremos o respeito ao meio ambiente, tratando
do veículo como agente poluidor, da regulamentação, dos aspectos da poluição, da
manutenção preventiva do veículo, das responsabilidades civil e criminal do condutor,
do indivíduo e da sociedade, das relações interpessoais e do indivíduo como cidadão. Em
seguida, falaremos da prevenção de incêndios, abarcando o conceito de fogo, as fontes
de ignição, classificação de incêndios e tipos de extintores, seus agentes e manuseio.
107

1. RESPEITO AO MEIO AMBIENTE

1.1 O Veículo como Agente Poluidor do Meio Ambiente


Segundo a Associação Brasileira de Educação de Trânsito (ABETRAN, 2015), a preservação
do meio ambiente é responsabilidade de todos; e a valorização das questões ambientais tem
alterado as relações de toda a sociedade e, particularmente, as relações das organizações
empresariais com o meio ambiente.
Dentre as questões ambientais urbanas no Brasil, destaca-se a poluição atmosférica. Os
problemas ambientais gerados pela poluição do ar nas grandes cidades brasileiras são as fontes
industriais e as veiculares.

A principal fonte de poluição atmosférica ainda é o monóxido


de carbono produzido pela frota de veículos, cujo crescimento
resultou do desenvolvimento da indústria automobilística.
108

1.2 Regulamentação do Conama sobre a poluição ambiental


causada por veículos
Para reduzir a poluição atmosférica causada pelos veículos, o Conselho Nacional do Meio
Ambiente (Conama) instituiu o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos
Automotores (Proconve), que engloba a conscientização da população a respeito da poluição
causada pelos veículos, o incentivo ao desenvolvimento da tecnologia no setor automobilístico
para redução de poluentes emitidos, o aprimoramento da qualidade dos combustíveis líquidos
utilizados e a fiscalização e a criação de programas de inspeção e manutenção para veículos
automotores em uso.
O Conama estabelece normas referentes a dispositivos destinados ao controle de emissão de
gases poluentes e de ruído, bem como prazos para sua fabricação e instalação obrigatória nos
veículos.
Por sua vez, o CTB estabelece características básicas dos veículos e a proteção ao meio ambiente:
• art. 172: atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substâncias;
• art. 227: uso da buzina;
• art. 228: uso, no veículo, de equipamentos com som ou volume de frequência que não
sejam autorizados pelo Contran;
• art. 229: uso indevido, no veículo, de aparelho de alarme que produza sons e ruídos
que perturbem o sossego público;
• art. 231: trânsito com o veículo em más condições;
• art. 105 (inc. V): equipamentos obrigatórios dos veículos, tais como o dispositivo
destinado ao controle de emissão de gases poluentes e de ruído.

O art. 104 do CTB estabelece que todos os veículos em circulação


terão suas condições de segurança, de controle de emissão de gases
LEMBRE-SE poluentes e de ruído avaliadas mediante inspeção, que será obrigatória,
na forma e periodicidade estabelecidas pelo Contran para os itens de
segurança, e pelo Conama para emissão de gases poluentes e ruídos.

Os veículos reprovados nas inspeções serão retidos para regularização, tanto os considerados
inseguros quanto os considerados poluentes. Tal reprovação compromete os condutores tanto
para a obtenção do Licenciamento Anual de Veículo quanto para a obtenção de um novo
Certificado de Registro do Veículo.
109

1.3 Poluição: conceito, causas e consequências

No que tange às causas, os agentes que provocam a


poluição são chamados de poluentes. Os poluentes
Poluição é a deterioração das podem ser gasosos, líquidos ou sólidos e concentram-
condições ambientais, que pode se na atmosfera, na água ou no solo. Entre eles, citam-
atingir o ar, a água e o solo. Em se os gases tóxicos liberados na atmosfera, os detritos
linhas gerais, a palavra poluição acumulados nos rios e nas praias, o ruído excessivo
designa qualquer modificação produzido nos centros urbanos e até mesmo os cartazes
desfavorável do meio natural, de publicidade, que modificam o aspecto visual de uma
cujos efeitos possam alterar o paisagem e confundem a compreensão do homem.
equilíbrio do meio ambiente
e provocar uma perda na
qualidade de vida.

A principal fonte de poluição atmosférica ainda é o monóxido de carbono produzido pela frota
de veículos, cujo crescimento resultou do desenvolvimento da indústria automobilística. Para
a Abetran (2015), o monóxido de carbono emitido por veículos leves é responsável por 68,4%
do total dessa fonte. Os veículos pesados contribuem com 28,6%; os processos industriais,
com 2,2%; e a queima de lixo, com 2,6%.
Algumas das consequências causadas pela relação entre trânsito e meio ambiente são:
• poluição atmosférica, visual, sonora e de gases poluentes;
• erosão, decorrente do mau planejamento de estradas;
• agressões contra o meio ambiente, resultantes de acidentes no transporte de produtos
tóxicos poluentes;
• incêndios devastadores, devido ao uso inadequado de lugares de descanso à beira das
rodovias ou ao ato de jogar cigarro pela janela de veículos;
• poluição do habitat natural pelos detritos jogados pelos motoristas nas rodovias;
• enchentes em vias urbanas, provocadas pelo acúmulo de lixo deixado pelos usuários
(motoristas e pedestres) em bueiros ou próximo a rios e lagos;
• mortes de animais silvestres, provocadas por excesso de velocidade e descaso à
sinalização.
110

1.4 Projeto Despoluir do Sistema CNT


A CNT e o SEST SENAT criaram, em 2007, o Despoluir – Programa Ambiental do Transporte,
com o objetivo de promover o engajamento de transportadores, caminhoneiros autônomos,
taxistas e sociedade em ações de conservação do meio ambiente, por meio da colaboração e
construção de um modelo sustentável de desenvolvimento.
O Despoluir incentiva a incorporação de novas ações no setor de transporte, que passou a
assumir sua parcela de responsabilidade na propagação de um mundo ambientalmente
equilibrado. Além dos benefícios diretos para o meio ambiente e a qualidade de vida da
população, as ações de conscientização dos agentes envolvidos têm como vantagens a redução
de custos, o aumento da eficiência operacional e a melhoria do relacionamento com órgãos
fiscalizadores.
O Despoluir consiste em vários projetos, implementados pelo Sistema CNT e executados
pelas federações, sindicatos e associações afiliadas à entidade, além de parcerias firmadas com
os setores público e privado, que fortalecem o Programa.
Além disso, atua na formulação e execução de políticas públicas na área ambiental, participando
ativamente dos principais fóruns de discussão do tema, especialmente no Conselho Nacional
do Meio Ambiente (Conama).
O Despoluir tem como uma de suas principais ações a avaliação veicular ambiental voltada à
redução da emissão de poluentes. Essa avaliação é feita por meio de aferição do veículo. Para
participar, você, motorista, deverá entrar em contato com a federação de transporte do seu
estado e solicitar a visita da equipe técnica do Despoluir ou ligar para o número 0800 728
2891, para saber mais informações.
Para saber mais, acesse: www.despoluir.org.br

1.5 A Manutenção Preventiva do Veículo


Para Cardo (2015), a fim de que os veículos sejam mantidos com níveis de emissão de gases,
fumaça e ruídos dentro dos parâmetros legais, é recomendável que o proprietário tome cuidado
com determinados itens associados ao sistema de alimentação do motor, tais como:
• bobina, ignição eletrônica, distribuidor e velas;
• filtro de ar;
• carburador ou sistema de injeção;
• escapamento.
111

Se os itens do sistema de alimentação do motor estiverem em mau


DICAS

estado ou desregulados, provocam queima imperfeita do combustível,


reduzindo a potência do veículo e aumentando o consumo de combustível
e a emissão de gases poluentes.

Além do motor, os proprietários e condutores de veículos devem estar atentos a cuidados


básicos para evitar prejuízos à saúde e ao meio ambiente. Dentre eles, citam-se:
• providenciar as trocas de óleo lubrificante do motor, câmbio, diferencial, fluido de
freio e direção hidráulica, em estabelecimentos especializados, os quais destinam óleos e
lubrificantes usados para a devida reciclagem;
• realizar a manutenção do veículo, conforme instruções do fabricante, de forma a tê-lo
em perfeitas condições de funcionamento;
• para os pneus, quando chegam ao final da vida útil, o destino recomendado é deixá-
los nos estabelecimentos especializados, que os encaminharão para reciclagem, em vez
de serem depositados em terrenos baldios para serem queimados ou virarem criadouros
de insetos e ratos;
• racionalize o uso, evitando deslocamentos desnecessários;
• não abuse do ar-condicionado.

Você, além de economizar combustível em seu trajeto, estará


diminuindo a liberação de gases que provocam o efeito estufa.
112

1.6 A Responsabilidade Civil e Criminal do Condutor e o CTB


O CTB prevê penalidades, na forma de multa pecuniária e medidas administrativas, para
quem desrespeita as leis de trânsito. Além disso, no Capítulo XIX – Dos Crimes de Trânsito, o
infrator poderá ser punido com pena de detenção nos casos previstos nos arts. 302, 303, 304,
305, 306, 307, 308, 309, 310, 311 e 312.

Infringir o CTB, além de ser um fator de risco de acidentes, não condiz


com uma boa imagem profissional.

1.7 O Indivíduo, o Grupo e a Sociedade


Você, condutor, como a maioria das pessoas, pertence a algum grupo de indivíduos atraídos
por interesses comuns, como, por exemplo: família, amigos, clube, igreja. Esses grupos, por
sua vez, são integrantes e formadores da sociedade.
Apesar de fazer parte dos grupos, o indivíduo possui características próprias que o diferenciam
dos outros. O motorista precisa conhecer a caracterização da população com a qual irá trabalhar.

Cada pessoa tem um jeito de falar, de vestir e de viver. E, para


manter uma boa convivência com as pessoas, é importante
conhecer e respeitar as diferenças individuais, que são divididas
em: sociais, físicas, psicológicas, culturais e religiosas.

Ou seja, cada pessoa tem a sua personalidade, que é o conjunto de características que tornam o
indivíduo único e diferente dos outros. A personalidade possui diferentes aspectos, tais como
a aparência física, a capacidade intelectual, a emotividade, as qualidades sociais e o sistema de
valores.
Alguns fatores podem determinar a personalidade: a herança biológica ou a natureza do
indivíduo, o ambiente e a idade.
113

1.8 Relacionamento Interpessoal

É imprescindível que os profissionais do


transporte rodoviário de produtos perigosos,
O relacionamento interpessoal é um conceito de sua parte, saibam agir corretamente frente
do âmbito da sociologia e psicologia que às diversas situações cotidianas, identificando e
significa uma relação entre duas ou mais mudando as más atitudes e posturas negativas.
pessoas. Esse tipo de relacionamento é A fim de que isso ocorra, é necessário relembrar,
marcado pelo contexto em que o indivíduo resgatar e colocar em uso os valores descritos a
está inserido, podendo ser no ambiente seguir:
familiar, escolar, de trabalho e da comunidade
(CARDO, 2015; MARIUZA e GARCIA,
2010).

• educação: corresponde ao cultivo de boas maneiras no trato com todas as pessoas;


• empatia: está relacionada à habilidade de se colocar no lugar do outro;
• receptividade: diz respeito à facilidade de manter a mente aberta e explicitar boa
vontade no atendimento às pessoas;
• respeito: constitui a base de qualquer relacionamento entre os colegas, superiores,
subordinados e os clientes;
• bom senso: está associado à capacidade de entender uma situação e resolvê-la da
melhor forma possível;
114

• flexibilidade: corresponde à aptidão de lidar com pontos de vista distintos;


• paciência: está relacionada a saber não tomar decisões de forma precipitada;
• persistência: é a perseverança da utilização de todos os valores positivos no cotidiano;
• equilíbrio: corresponde a ter as rédeas do próprio comportamento;
• igualdade: está associada à percepção de que todos merecem ser tratados com cortesia,
sem diferenciação;
• humildade: constitui a aptidão de reconhecimento dos próprios equívocos;
• simplicidade: consiste na habilidade de simplificar questões a serem resolvidas, bem
como em se fazer entender por meio de linguagem de fácil compreensão.

1.9 O Indivíduo como Cidadão


Perceba que ser cidadão pressupõe fazer parte de uma sociedade organizada. Como membro
da sociedade, o indivíduo está sujeito às normas que a regem.
Além da Constituição Federal, que estabelece os direitos e deveres do cidadão, existem várias
outras leis que regulamentam diferentes aspectos relacionados ao cotidiano da sociedade.

O CTB estabelece as regras a serem respeitadas pelos usuários das


vias, com o objetivo de garantir a segurança do trânsito. Portanto,
como cidadão, o condutor tem o direito a um trânsito seguro
e o dever de respeitar o CTB para garantir esse direito a todos os
usuários, sejam motoristas, passageiros ou pedestres.

2. PREVENÇÃO DE INCÊNDIO
2.1 Conceito de Fogo, Tetraedro e Fontes de Ignição
A conhecida figura do triângulo de fogo foi substituída pelo tetraedro do fogo, devido à inclusão
do quarto elemento: a reação em cadeia. Elencados a seguir estão os elementos do tetraedro:
115

• combustível: é o elemento que alimenta o fogo e


Fogo ou combustão é o resultado
que serve como campo para sua propagação. Podem ser
de uma reação química das
sólidos, líquidos e gasosos. O combustível, para reagir
mais simples e, para que
com o oxigênio, deve ser aquecido até o seu ponto de
ela se efetive, é necessária a
fulgor (temperatura mínima em que o material libera
presença de quatro elementos:
gases em quantidade suficiente para iniciar a combustão);
combustível, comburente,
ignição e reação em cadeia.

Há combustíveis que já possuem oxigênio em sua composição, como


é o caso da pólvora, nitratos, entre outros, que podem queimar em
LEMBRE-SE qualquer lugar, com ou sem a presença do ar.

• comburente: é o elemento ativador do fogo, ou seja, concebe vida às chamas. O


comburente mais comum é o oxigênio, contido no ar atmosférico em uma porcentagem
de 21%. Se essa porcentagem for próxima de 13%, não haverá chama;
• ignição: é o agente que dá início ao processo de combustão, introduzindo, na mistura
combustível/comburente, a energia mínima inicial necessária;
• reação em cadeia: é o processo de sustentabilidade da combustão, pela presença de
radicais livres que são formados durante o processo de queima do combustível.
As causas de incêndio são muito variadas. Alguns materiais, em temperatura ambiente, podem
pegar fogo com uma simples faísca. Outros, no entanto, necessitam de aquecimento prévio
para que entrem em combustão. É importante conhecer as fontes de ignição, responsáveis por
iniciar uma combustão. Citam-se, a seguir, as fontes de ignição mais comuns:
• fontes de origem térmica: fósforos, cigarros, fornos, soldadura, recipientes a gasolina,
óleo ou outros;
• fontes de origem elétrica: interruptores, disjuntores, aparelhos elétricos defeituosos,
eletricidade estática;
• fontes de origem mecânica: fagulhas provocadas por ferramentas, sobreaquecimento
devido à fricção mecânica;
• fontes de origem química: reação química com libertação de calor, reação de
substâncias auto-oxidantes.
116

2.2 Transmissão do Calor


Outro aspecto importante do fogo é a sua propagação. O calor é uma fonte de energia que
pode ser transmitida de um corpo a outro, sendo que essa transmissão pode ocorrer de três
formas, a saber:
• condução: é o processo pelo qual o calor se transmite de um corpo a outro por contato
direto;
• convecção: ocorre por meio de correntes circulatórias originadas da fonte, sendo
essa a forma particular de transmissão de calor nos líquidos e gases. Por exemplo, em
um incêndio localizado nos andares baixos de um edifício, os gases aquecidos sobem
pelas aberturas verticais (elevadores de ar, vãos de escadas ou portas e janelas), atingindo
combustíveis de outros locais e provocando outros focos de incêndio. É dessa forma que
um incêndio se propaga em locais, às vezes, bastante afastados do lugar onde se iniciou
o fogo;
• irradiação: ocorre por meio da transmissão de ondas de energia calorífica. Um corpo
quente emite radiação em todas as direções, atingindo outros corpos (ex.: o calor do sol).
2.3 Métodos de Extinção de Incêndio
Entre os métodos comumente utilizados para a extinção de incêndio, principalmente na
atividade do transporte rodoviário de produtos perigosos, deve-se ter em mente os seguintes:
• resfriamento: consiste no lançamento de água no local em chamas, provocando seu
resfriamento com o objetivo de eliminar o “calor” do tetraedro do fogo;
• abafamento: consiste em impedir que o oxigênio participe da reação, abafando o
fogo. Extinguimos o incêndio se retirarmos o “oxigênio” do tetraedro do fogo;
• isolamento: neste método, separamos o combustível dos demais componentes do
fogo, abrindo uma trilha para que o fogo não passe, impedindo a formação do tetraedro.
2.4 Classificação de Incêndios
Os incêndios podem pertencer a diferentes classes, a saber:
• Classe A: os materiais queimam em superfície e em profundidade, deixando resíduos.
O resfriamento é o melhor método de extinção. Exemplos: fogo em papel, madeira,
tecidos;
• Classe B: fogo em líquidos inflamáveis. Os materiais queimam em superfície. Nesse
caso, o abafamento é o melhor método de extinção. O agente extintor ideal é o Pó Químico
Seco (PQS) e espuma mecânica (LGE). Exemplos: fogo em gasolina, óleo e querosene;
117

• Classe C: fogo em equipamentos elétricos energizados. O agente extintor ideal


é o Pó Químico Seco (PQS) e o gás carbônico (CO2). Exemplos: fogo em motores,
transformadores, geradores e computadores;
• Classe D: fogo em metais combustíveis. O agente extintor ideal é o pó químico
especial. Essa classe requer agentes extintores específicos. Exemplos: fogo em zinco,
alumínio, sódio, magnésio;
• Classe E: fogo em material radioativo. Essa classe requer isolamento imediato da
área. Contate imediatamente o Corpo de Bombeiros (telefone 193). Exemplo: fogo em
produtos perigosos radioativos;
• Classe K: fogo em óleo e gorduras em cozinhas. O abafamento é o melhor método de
extinção. O agente extintor ideal é o Pó Químico Seco (PQS).
Ademais, é importante que o condutor de veículos que transportam produtos perigosos
domine algumas definições relacionadas à temperatura:

Ponto de fulgor: temperatura mínima necessária para que Ponte de ignição: aquela em
um combustível desprenda vapores ou gases inflamáveis, que os gases desprendidos
porém não se mantém porque os gases produzidos ainda dos combustíveis entram
são insuficientes. em combustão apenas pelo
Ponto de combustão: temperatura mínima necessária contato com o oxigênio do ar,
para que um combustível desprenda vapores ou gases independentemente de qualquer
inflamáveis que, mesmo que for retirada a fonte externa fonte de calor.
de calor, o fogo não se apaga, pois essa temperatura
faz gerar gases suficientes para manter o fogo ou a
transformação em cadeia.
118

Eis, a seguir, exemplos de pontos de fulgor e temperatura de ignição para algumas substâncias:

Principais pontos e temperaturas de alguns combustíveis ou inflamáveis


Combustíveis Inflamáveis Ponto de Fulgor Temperatura de Ignição
Álcool etílico 12,6°C 371,0°C
Gasolina -42,0°C 257,0°C
Querosene 38,0°C a 73,5°C 254,0°C
Parafina 199,0°C 245,0°C

Fonte: CETESB (2016).

2.5 Tipos de Extintores, seus Agentes e Manuseio


Para cada classe de incêndio, existem extintores apropriados para combatê-los:

Tipo de Extintor Classificação Capacidade Utilização


Pó químico para A, B e C 1 kg e 2 kg Rompa o lacre, aperte a alavanca
veículos e direcione o jato para a base das
chamas.
Espuma AeB 10 litros Puxe o pino de segurança, retire
mecânica o esguicho e acione o gatilho
direcionando o jato para a base das
chamas.
Pó químico seco B e C 1, 2, 4, 6, 8, Puxe o pino de segurança, retire
10 e 12 kg o esguicho e acione o gatilho
direcionando o jato para a base das
chamas.
Água A 10 litros Puxe o pino de segurança, retire
pressurizada o esguicho e acione o gatilho
direcionando o jato para a base das
chamas.
Gás carbônico BeC 6 kg Retire o pino e acione o gatilho di-
CO2 recionando o jato para a base das
chamas. Segurar na empunhadura, e
nunca no difusor.
Fonte: CIMI (2016)
119

É preciso identificar o tipo de incêndio que se vai combater, antes de escolher o agente extintor
ou equipamento adequado. Verifique sempre o rótulo dos extintores. Eles devem conter, no
mínimo:
• data de validade: o extintor deve estar dentro do prazo de validade;
• lacre de segurança: certifique-se de que o lacre esteja intacto;
• conformidade como o Inmetro: veja se o extintor possui o selo do Inmetro;
• condições gerais do extintor: o extintor não pode estar amassado, não pode ter
ferrugem nem outros danos.

SAIBA
Assista, por meio do link indicado, a uma simulação
MAIS de acidente no transporte rodoviário de produtos
perigosos. O cenário do acidente inicia-se com uma
carreta carregada de tinta, número ONU 1263, líquido
Inflamável.
https://www.youtube.com/watch?v=2AAy3jxsJWY

RESUMINDO
A atividade de transporte rodoviário de produtos perigosos é, potencialmente, poluidora
do meio ambiente. Por isso, seja cuidadoso na direção e nas demais etapas do transporte.
Para vencer os desafios do dia a dia, é imprescindível que os profissionais do transporte
rodoviário de produtos perigosos saibam valer-se do relacionamento interpessoal,
agindo corretamente frente às diversas situações, identificando e mudando as más
atitudes e as posturas negativas.
As causas de incêndio no transporte rodoviário de produtos perigosos são muito variadas.
Alguns materiais, em temperatura ambiente, podem pegar fogo com uma simples faísca.
Outros, contudo, necessitam de aquecimento prévio para que entrem em combustão.
120

1. Uma das consequências causadas pela relação entre trânsito e


meio ambiente é a poluição atmosférica, visual e sonora.
( ) Certo ( ) Errado
2. Fogo em equipamentos elétricos energizados, em que o agente
extintor ideal é o pó químico e o gás carbônico. Nesse caso, está se
falando de incêndio de que classe?
( ) Classe A
( ) Classe B
( ) Classe C
( ) Classe D
3. Se os itens do sistema de alimentação do motor estiverem
em mau estado ou desregulados, provocam queima imperfeita
do combustível, reduzindo a potência do veículo, bem como
aumentando o consumo de combustível e a emissão de gases
poluentes.
( ) Certo ( ) Errado
4. Fósforos e cigarros são exemplos de que fonte de ignição de
incêndios?
( ) Fonte de origem térmica
( ) Fonte de origem elétrica
( ) Fonte de origem mecânica
( ) Fonte de origem química
MÓDULO IV
MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS

PERIGOSOS
UNIDADE 1
MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS –
PARTE 1
1. Classificação dos Produtos Perigosos

2. Conceitos Básicos de Físico-Química (Conceituações)

3. Estudo das Classes de Risco


UNIDADE 1 - MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS
PERIGOSOS – PARTE 1

EXPLOSIVO EXPLOSIVO EXPLOSIVO EXPLOSIVO EXPLOSIVO EXPLOSIVO

O QUE

VOCÊ
SABE
SOBRE O TEMA

Qual é a classificação dos produtos perigosos? Como funciona a simbologia aplicada ao


transporte? Quais os principais conceitos e as definições aplicados ao transporte de produtos
perigosos? Quais são os principais aspectos dos produtos perigosos das Classes de Risco 1, 2 e
3? Quais procedimentos de segurança o condutor deve adotar e quais os efeitos de cada classe
sobre o meio ambiente?

Cada Classe de Risco de produtos perigosos para fins de transporte apresenta suas
características peculiares, que influenciam nos procedimentos de segurança a serem
adotados pelo condutor do veículo transportador.
Nesta unidade, falaremos sobre a classificação dos produtos perigosos para fins de
transporte, os conceitos básicos de físico-química, e daremos início ao estudo das
Classes de Risco (explosivos, gases e líquidos inflamáveis).
125

1. CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS PERIGOSOS

No que concerne à classificação dos produtos perigosos para fins de transporte, eles se
dividem em nove Classes de Risco, identificadas por Painéis de Segurança e Rótulos de Risco
específicos, a saber:
• classe 1: explosivos;
• classe 2: gases;
• classe 3: líquidos inflamáveis;
• classe 4: sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espontânea; substâncias
que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis;
• classe 5: substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos;
• classe 6: substâncias tóxicas e infectantes;
• classe 7: material radioativo;
• classe 8: substâncias corrosivas ;
• classe 9: substâncias e artigos perigosos diversos, incluindo as substâncias que
apresentam risco para o meio ambiente.

1.1 Simbologia e Rótulo


A sinalização dos produtos perigosos é a aposição de rótulos de risco, painéis de segurança
e demais símbolos aplicáveis nos veículos e nos equipamentos de transporte. Os volumes,
os artigos e as embalagens também serão identificados e marcados com o número ONU,
rotulagens e orientações de segurança.
A seguir, explicaremos sobre os rótulos de risco: os produtos perigosos devem ter seus volumes
e veículos transportadores identificados por um símbolo chamado de Rótulo de Risco, com
a forma de um quadrado colocado em um ângulo de 45º, formando um losango, possuindo
dimensões mínimas de 100 milímetros por 100 milímetros, nas embalagens, e dimensões
mínimas de 300 milímetros por 300 milímetros, nos veículos e equipamentos de transporte,
sendo que, nos casos citados, pode haver variantes de tamanho.
O rótulo de risco tem uma cor de fundo característica de cada classe de risco. No interior do
losango, na metade superior, deve constar obrigatoriamente um pictograma com um símbolo
ou uma imagem que faz lembrar de imediato a classe representada. Na metade inferior, são
apresentadas as indicações de subclasses de risco, com textos/números e letras adicionais,
agrupados, para permitir a identificação imediata do produto.
126

Os Rótulos de Risco são apresentados na resolução ANTT n.º 5.947/21, em sua forma geral,
e devem satisfazer às exigências do descritivo minucioso quanto a cores, símbolos pictóricos,
medidas e formatos detalhados na norma ABNT NBR 7500, que aborda a identificação para
o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos, em sua
atualização mais recente.
De um modo geral, a informação do Rótulo de Risco padronizado é descrita com as 3 (três)
linhas de asteriscos da ilustração, em que:
* O número da classe de risco ou para as subclasses de risco 5.1 e 5.2, o número da subclasse
de risco deve ser mostrado no canto inferior.
* * Textos/números/letras adicionais devem, caso sejam obrigatórios, ou podem, caso sejam
opcionais, ser mostrados nessa metade inferior.
* * *O símbolo da classe de risco ou subclasse de risco ou, para as subclasses de risco 1.4, 1.5
e 1.6, o número da subclasse e, para o modelo n.º 7E, a palavra FÍSSIL, devem ser mostrados
nesta metade superior.
Símbolo do Rótulo de Risco (imagem) que representa a classe de risco.

Dimensões para volumes, artigos e embalagens Dimensões para veículos

As imagens, os textos e os números que devem constar no Rótulo de Risco de cada material
perigoso podem ser encontrados na resolução n.º 5.947/21 e na norma ABNT NBR 7500.
127

2. REAÇÕES QUÍMICAS (CONCEITUAÇÕES)

As reações ou os fenômenos físicos e químicos estão presentes no dia a dia. É muito importante
conhecê-los bem para saber usá-los a favor e evitar possíveis efeitos ou consequências
desastrosas.
As reações ou os fenômenos físicos e químicos estão presentes no dia a dia. É muito importante
conhecê-los bem para saber usá-los a favor e evitar possíveis efeitos ou consequências
desastrosas.
• Fenômeno químico: é todo aquele que ocorre com a formação de novas substâncias.
Um fenômeno químico, como a combustão, transforma uma substância em outra,
com diferentes propriedades químicas. Exemplo: após a combustão de um fósforo, a
composição da cinza e da fumaça é totalmente diferente do palito inicialmente presente.
O fenômeno químico altera a natureza da matéria.
• Fenômeno físico: causa transformações da matéria sem ocorrer alteração de sua
composição química. É todo fenômeno que ocorre sem que haja a formação de novas
substâncias. Exemplo: mudanças no estado físico da matéria. A água pode ser encontrada
no estado sólido, líquido ou gasoso, mas sua molécula H²O continua a mesma, ou seja, o
fenômeno físico altera apenas a forma da matéria.

Os fenômenos físicos não alteram a Já os fenômenos ou reações químicas são


constituição íntima da matéria, não combinações de uma ou mais substâncias
formam novas substâncias e podem ser que se alteram formando novas substâncias
repetidos várias vezes. e não podem ser repetidas com as mesmas
Exemplos: a batida de um carro, rasgar uma substâncias. Exemplos: queima de materiais
folha de papel, mudança do estado físico da combustíveis, decomposição, combinação
água. de substâncias, veículo envolvido em um
incêndio.

3. ESTUDO DAS CLASSES DE RISCO


Agora, você já sabe o que é fenômeno físico e químico, entendendo melhor porque alguns
produtos químicos são considerados perigosos. Nesta seção, será realizado um estudo de cada
Classe de Risco de produto perigoso para fins de transporte, identificando suas principais
características e os procedimentos de segurança no transporte rodoviário, recomendados pela
ABIQUIM (2015), CETESB (2014), entre outros.
128

3.1 Classe de Risco 1 — Explosivos


A Classe dos explosivos se subdivide em:
• subclasse 1.1: substâncias e artigos com risco
de explosão em massa;
• subclasse 1.2: substâncias e artigos com
Explosivos são substâncias que, risco de projeção, mas sem risco de explosão em
submetidas a uma transformação química massa;
extremamente rápida, produzem grandes
quantidades de gases e calor. Esses gases • subclasse 1.3: substâncias e artigos com risco
expandem-se a altíssima velocidade e de fogo e com pequeno risco de explosão ou
temperatura, gerando aumento de pressão e projeção, ou ambos, mas sem risco de explosão
provocando deslocamento do ar. em massa;
• subclasse 1.4: substâncias e artigos que não
apresentam risco significativo;
• subclasse 1.5: substâncias insensíveis, com risco de explosão em massa;
• subclasse 1.6: substâncias extremamente insensíveis, sem risco de explosão em massa.
Exemplos de substâncias explosivas: dinamite, pólvora, cordel acendedor e nitroglicerina.
O Exército é encarregado da fiscalização de material explosivo em geral, segundo o decreto n.o
55.649/1965 e o Regulamento para Fiscalização de Produtos Controlados (R-105), aprovado
pelo decreto n.o 2.998/1999.
A portaria n.º 147 – COLOG, de 21 de novembro de 2019, dispõe sobre os procedimentos
administrativos para o exercício das atividades com explosivos, inclusive transporte, e seus
acessórios e produtos que contêm nitrato de amônio.

Atualmente, o decreto n.º 96.044/88, que teve seu regulamento para o


transporte rodoviário de produtos perigosos atualizado pela resolução
ANTT n.o 5.947/21, descreve quais substâncias e artigos explosivos
devem ser acondicionados em embalagens construídas e fechadas de
tal maneira que, em condições normais de transporte, não venham a
apresentar vazamentos decorrentes de modificações na temperatura,
umidade ou pressão na variação de altitude, requisitos esses que se
aplicam a recipientes novos e usados, tomando-se, nesse último caso,
todas as medidas para evitar contaminação, assim como as prescrições
gerais e específicas de transporte (vide os subitens 7.1.1, 7.1.3.1 e 7.1.3.4
do anexo da resolução ANTT n.º 5.947/21).
129

3.1.1 Segurança no Transporte Rodoviário de Explosivos

O condutor deve se atentar aos seguintes procedimentos no transporte rodoviário de explosivos:


• Produtos explosivos devem ser transportados em veículos rodoviários do tipo baú ou
carroceria lonada. A lona deve ser impermeável e resistente ao fogo e deve ser colocada
de forma a cobrir totalmente a carga, sem a possibilidade de se soltar.

• Veículos rodoviários com produtos explosivos, quando circularem em comboio,


devem manter a distância mínima de 80 metros entre si. Se, por qualquer razão, o
comboio for obrigado a parar, deve-se manter a distância mínima de 50 metros entre os
veículos estacionados.

• Durante as operações de transporte, carga, descarga ou transbordo, os volumes não


devem ser expostos ao sol e ao calor, nem atirados ou submetidos a choques.

• Nas operações de carga, descarga e transbordo, os volumes não devem ser empilhados
nas proximidades dos canos de descargas dos veículos.

• Produtos explosivos não podem ser carregados ou descarregados em locais públicos,


em aglomerados populacionais, sem autorização especial das autoridades competentes,
exceto se tais operações forem justificadas por motivos graves relacionados com
segurança. Nesses casos, as autoridades devem ser imediatamente informadas.

• Antes do carregamento de produtos explosivos, devem ser retirados dos veículos


ou equipamentos de transporte todos os resíduos de material facilmente inflamável,
bem como todos os objetos metálicos, não integrantes dos veículos e equipamentos de
transporte que possam produzir centelha. Os veículos e equipamentos de transporte
devem ser inspecionados para garantirem a ausência de resíduo de carregamento anterior
e a inexistência de saliência interna.

• A estopa e outros materiais de fácil combustão, que se façam necessários no veículo,


devem ser levados na quantidade estritamente necessária e, quando contaminados com
graxa, óleo combustível etc., devem ser descartados imediatamente.

• No caso de empilhamento, a parte inferior das embalagens que estejam na camada


superior não pode ultrapassar a altura da carroceria. Além disso, volumes com outros
produtos, perigosos ou não, podem ser colocados sobre volumes contendo produtos
explosivos. Os volumes devem estar dispostos de forma que possam ser descarregados
no destino, um a um, sem que seja necessário refazer o carregamento.
130

A portaria n.º 147/19 – COLOG prevê ainda:


Art. 26 Os veículos de transporte de explosivos devem possuir:
I - comunicação eficaz com a empresa responsável pelo transporte;
II - sistema de rastreamento do veículo em tempo real, por meio de GPS, que permita a
sua localização;
III - dispositivos de intervenção remota que permitam o controle e bloqueio de abertura
das portas; e
IV - botão de pânico, com ligação direta com a empresa responsável pelo transporte.
Parágrafo único. O cumprimento do previsto nos incisos I a IV do caput deve ser declarado no
Plano de Segurança da empresa, nos termos do art. 66, inciso IV, da Portaria n.º 56 - COLOG/17.
Art. 27 As medidas de segurança adotadas para o transporte de explosivos não devem dificultar
ou impedir a ação fiscalizatória dos órgãos de segurança pública.
Art. 28 O transporte de explosivos em território nacional deve ser obrigatoriamente
acompanhado por escolta armada.
Parágrafo único. O emprego de escolta não se aplica à circulação do veículo Unidade Móvel de
Bombeamento (UMB), quando transportar exclusivamente emulsão base.
Art. 29 Os explosivos objetos passíveis de escolta são os citados no Anexo G.
131

3.1.2 Comportamento Preventivo do Condutor

O condutor que atua no transporte de explosivos deve ter ciência de que, além dos riscos
relacionados ao produto perigoso, explosivos são materiais muito visados por criminosos e
possuem alto valor de mercado no comércio de ilícitos.
Então, é importante que o condutor, além de seguir atentamente as orientações de segurança,
fique atento a movimentos estranhos e não dê informações sobre sua carga e seu trajeto a
estranhos.

3.2 Classe de Risco 2 — Gases

A Classe dos gases se subdivide em:

Gás é um dos estados físicos da • subclasse 2.1: gases inflamáveis;


matéria. Os gases expandem- • subclasse 2.2: gases não inflamáveis, não tóxicos;
se ou contraem-se facilmente,
quando sofrem alteração de • subclasse 2.3: gases tóxicos.
temperatura e pressão. As condições de transporte de um gás são descritas de
acordo com seu estado físico, como:
• Gás comprimido: é um gás que, quando acondicionado sob pressão para transporte,
é completamente gasoso à temperatura de -50°C. Nessa categoria, incluem-se todos os
gases com uma temperatura crítica inferior ou igual a -50°C;
• Gás liquefeito: é um gás que, quando acondicionado sob pressão para transporte, é
parcialmente líquido a temperaturas superiores a -50°C. É feita uma distinção entre:
1. Gás liquefeito a alta pressão: um gás com uma temperatura crítica entre -50°C
e +65°C; e
2. Gás liquefeito a baixa pressão: um gás com uma temperatura crítica superior a
+65°C.
3. Gás liquefeito refrigerado: é um gás que, quando acondicionado para transporte,
torna-se parcialmente líquido por causa da baixa temperatura;
• Gás dissolvido: é um gás que, quando acondicionado sob pressão para transporte,
está dissolvido na fase líquida solvente;
• Gás adsorvido: é um gás que, quando acondicionado para transporte, está adsorvido
em um material sólido poroso, gerando uma pressão interna no recipiente menor do que
101.3 kPa a 20ºC e menor do que 300 kPa a 50ºC.
132

São exemplos de gases:


• comprimido: ar, oxigênio, hélio;
• liquefeito sob pressão: butano, propano;
• dissolvido sob pressão: acetileno;
• altamente refrigerado: oxigênio líquido, nitrogênio líquido.
3.2.1 Segurança no Transporte Rodoviário de Gases

• embalagens dos produtos não devem ser expostas ao calor ou submetidas a choques
mecânicos;
• no manuseio de cilindros, é conveniente o uso de carrinhos ou similares;
• mantenha o capacete de proteção da válvula, mesmo em cilindros vazios;
• durante o transporte de gases a granel, deve-se isolar o produto para não transmitir
calor;
• os equipamentos elétricos dos veículos devem ser protegidos para evitarem centelhas;
• utilize máscaras apropriadas, em função do tipo de gás que está sendo transportado;
• quando se tratar de veículo tipo baú, verifique se há dispositivo de ventilação;
• para o transporte vertical dos cilindros, deve-se fazer a amarração da carga, utilizando
os cintos de segurança existentes nas cestas;
• jamais dirija com todos os vidros fechados, para neutralizar os possíveis efeitos de
gases no compartimento do motorista;
• os motores e os canos de escapamentos dos veículos que transportam gases deverão
ser isolados para não transmitirem calor;
• os equipamentos elétricos dos veículos devem ser protegidos para evitar centelhas;
• utilize máscaras apropriadas, em função do tipo de gás que está sendo transportado;

Fazer paradas periódicas para verificar a pressão por meio do


manômetro.
LEMBRE-SE
133

• quando se tratar de veículo tipo baú, verifique se há dispositivo de ventilação;


• o carregamento e descarregamento de gases tóxicos e as paradas do veículo que esteja
transportando esse produto devem ser feitos longe de habitações ou locais com muito
movimento de pessoas;
• para o transporte vertical dos cilindros, deve-se fazer a amarração da carga, utilizando
os cintos de segurança existentes nas cestas;
• jamais dirija com todos os vidros fechados, para neutralizar os possíveis efeitos de
gases no compartimento do motorista.
DICAS

Caso ocorra algum vazamento de gases do veículo, se os vidros estiverem


fechados, o condutor irá inalá-los, podendo sofrer intoxicação.

3.2.2 Cuidados dos Condutores de Veículos de Transporte de


Produtos Perigosos Referentes a Gases
Constituem ações de emergência com gases ou vapores não inflamáveis:
• tentar, se possível fechar a válvula;

Na impossibilidade de fechar a válvula, levar o cilindro para uma área


aberta.
LEMBRE-SE

• afastar as pessoas caso o cilindro esteja solto, protegendo-se dos movimentos rápidos;
• evitar o contato com o jato, quando em grande vazamento;
• no caso de oxigênio e outros gases oxidantes, não permitir o contato do gás com óleo,
graxa, estopa ou qualquer material combustível;
• no caso dos gases asfixiantes (nitrogênio, argônio, hélio, entre outros), em ambientes
fechados, há risco de asfixia quando em concentração maior que 82%, em mistura com
o oxigênio.
134

Ações específicas com gases ou vapores inflamáveis:


• afastar o cilindro de qualquer fonte de ignição e material oxidante;
• sempre que possível, fechar imediatamente a válvula;
DICAS

Se não for possível fechar a válvula, deixar o gás queimar, resfriando o


cilindro com água em um local protegido.

• se o vazamento for em conexões sob pressão, não usar ferramentas que possam causar
atrito;
• evitar o contato do gás com qualquer ponto aquecido, e não acender chama;
• tentar desviar as chamas de outros cilindros ou materiais inflamáveis.
No caso de acidente com vazamento de gases ou vapores tóxicos, deve-se:
• procurar um local seguro que possa parar o veículo e isolar a área;
• colocar a proteção respiratória;
• identificar as consequências;
• utilizar dispositivo para confinamento e contenção de vazamento (exemplo: conjunto
de emergência para cloro);
• se a válvula do cilindro não estiver danificada, fechar o fluxo de gás;
• em caso de fogo, usar extintor de pó químico para combate a incêndio.

Caso o fogo persista, isolar o cilindro dos demais e deixar queimar.

LEMBRE-SE

Em caso de cilindro de gases expostos ao fogo:


• avisar os empregados para abandonar o local;
• chamar o Corpo de Bombeiros e fornecer as informações sobre os riscos, conteúdo,
quantidades e localização dos cilindros;
• se possível, retirar todos os cilindros que ainda não foram expostos às chamas.
135

Procedimento para casos de mistura de gases:

Em caso de acidente com mistura de gases sem presença de fogo:

Uma mistura de gases, na maioria dos casos, tem efeito de periculosidade idêntico ao efeito
dos gases inflamáveis e vapores tóxicos identificados individualmente. Na mistura de gases
tóxicos e/ou inflamáveis em ambiente fechado, as ações imediatas devem ser:
• procurar um local seguro onde possa parar o veículo e isolar a área;
• colocar a proteção respiratória;
• identificar as consequências.

Os passos seguintes são:


• se estiver em ambiente fechado, procurar meios de realizar a purga do ambiente;
• se estiver em espaço aberto, procurar meios de neutralizar a atmosfera circundante,
com espargimento de gases inertes ao fogo e com deficiência de oxigênio.

SAIBA
Assista, no link indicado, a um vídeo que mostra
MAIS acidente com caminhão que transportava cilindros de
gás e identifique suas possíveis causas:
https://www.youtube.com/watch?v=EeK4FakfWIc

SAIBA
Acesse, no link indicado, a resolução ANP n.o 26/2015,
MAIS que regulamenta a comercialização em áreas urbanas e
rurais, e a entrega de recipientes transportáveis de GLP
em domicílios de consumidores, em estabelecimentos
comerciais e industriais, para consumo próprio, e
entre revendedores autorizados pela ANP por meio
de veículos automotores:
http://www.anp.gov.br
136

3.3 Classe de Risco 3 — Líquidos Inflamáveis

A Classe 3 inclui as seguintes substâncias:


a) líquidos inflamáveis;
b) explosivos líquidos insensibilizados.
Líquidos inflamáveis são líquidos, misturas
de líquidos ou líquidos que contenham sólidos
em solução ou suspensão (por exemplo, tintas,
vernizes, lacas etc., excluídas as substâncias que
tenham sido classificadas de forma diferente,
em função de suas características perigosas) que
produzam vapor inflamável a temperaturas de até
60°C, em ensaio de vaso fechado, ou de até 65,6°C,
em ensaio de vaso aberto, normalmente referidas
como ponto de fulgor.

Essa classe compreende líquidos inflamáveis e explosivos líquidos insensibilizados.


Você já sabe que o fogo é resultado de uma reação química, onde participam o oxigênio do ar,
uma fonte de ignição e o combustível, gerando luz e calor. Durante o transporte de produtos
dessa Classe de Risco, estão sempre presentes o oxigênio e o líquido inflamável (combustível),
bastando uma fonte de ignição para que ocorra um incêndio.
Contudo, algumas fontes de ignição não são vistas a olho nu. É o caso do calor provocado por
motores e pela eletricidade estática.

A eletricidade estática ocorre quando, por exemplo, há carregamento


ou descarregamento do produto, podendo, em determinadas
condições, gerar centelhas e inflamar os vapores do líquido.

Para evitar a presença da eletricidade estática, é necessário usar, durante o carregamento e


descarregamento do produto, o cabo antiestático (cabo-terra) no veículo. O cabo-terra
é conectado a um terminal apropriado e no chassi do veículo, eliminando, dessa forma, a
presença desse risco.
137

• Ponto de fulgor é a temperatura mínima em que um líquido libera


vapores inflamáveis que, em contato com uma fonte de ignição, inflama-
se, apagando-se em seguida, em razão da pouca quantidade de vapores
DICAS

formados.
• Um líquido inflamável incendeia-se quando atinge o ponto de
combustão e entra em contato com uma fonte externa de calor.
• A areia ou a terra podem ser utilizadas para anular a inflamabilidade
de líquidos inflamáveis.

3.3.1 Comportamento Preventivo no Transporte Rodoviário


de Líquidos Inflamáveis

São ações de segurança no transporte rodoviário de líquidos inflamáveis:


• os tanques que tenham transportado líquidos inflamáveis devem estar fechados para
não terem contato com fontes de ignição;
• motores e canos de escapamento devem ser isolados de forma a não transmitirem
calor aos produtos;
• o manuseio de bombonas é semelhante ao de tambores, devendo ser evitados choques
mecânicos;
• armazenamento de tambores e bombonas:
DICAS

De preferência, os tambores e as bombonas devem ser empilhados na


posição vertical com o uso de paletes, no máximo, em três pilhas para
tambores e duas para bombonas.

• no empilhamento horizontal de tambores, deve ser utilizada a base triangular de


madeira;
• as operações de carga ou descarga de tambores devem ser feitas com o uso de rampas
com proteção de borracha, carrinhos e empilhadeiras;
• verificar tambores e bombonas para evitar vazamentos;
• o tanque não deve apresentar vazamentos em suas válvulas ou conexões;
138

Não manuseie líquidos inflamáveis, nem respire seus vapores, pois


muitos desses produtos apresentam risco subsidiário de toxicidade.
LEMBRE-SE

RESUMINDO
No transporte rodoviário de produtos explosivos, as embalagens deverão ser arrumadas
no veículo de tal forma que não sofram deslocamentos, seguindo orientações do
expedidor, protegidas contra atritos e choques mecânicos.
O carregamento e descarregamento de gases tóxicos e as paradas do veículo transportando
esse produto devem ser feitos longe de habitações ou locais com muito movimento de pessoas.
Para operações com caminhão-tanque, deve-se evitar a presença da eletricidade estática.
Por isso, é necessário usar, durante o carregamento e descarregamento do produto, o
cabo antiestático (cabo-terra) no veículo.

1. Os veículos para o transporte de explosivos devem ser do tipo


baú ou envolvidos com lona permeável.
( ) Certo ( ) Errado
2. Para um acidente com vazamento de gases ou vapores tóxicos,
o condutor do veículo deve:
( ) Procurar um local seguro em que possa parar o veículo e isolar
a área.
( ) Colocar a proteção respiratória.
( ) Identificar as consequências.
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
3. A areia ou a terra podem ser utilizadas para anular a
inflamabilidade de líquidos inflamáveis.
( ) Certo ( ) Errado
139

4. Com relação às ações de segurança no transporte rodoviário de


líquidos inflamáveis, pode-se afirmar que:
( ) Os tanques que tenham transportado líquidos inflamáveis
devem estar abertos a fim de evitar a ignição.
( ) Motores e canos de escapamento devem ser isolados de forma
a não transmitir calor aos produtos.
( ) O manuseio de bombonas é distinto ao de tambores, devendo
ser evitados choques mecânicos.
( ) No empilhamento horizontal de tambores, não é conveniente
a utilização de base de madeira.
140
UNIDADE 2
MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS –
PARTE 2
1 Estudo das Classes de Risco (continuação)

2 Efeito de cada classe sobre o meio ambiente


UNIDADE 2 - MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS
PERIGOSOS – PARTE 2

O QUE

VOCÊ
SABE
SOBRE O TEMA

Quais os aspectos mais importantes dos produtos perigosos das Classes de Risco 4, 5, 6, 7,
8 e 9? Quais procedimentos de segurança o condutor deve adotar para o transporte desses
produtos?

Um procedimento de segurança não realizado, ou realizado de forma incorreta, no


transporte rodoviário de produtos perigosos pode provocar grandes prejuízos à saúde
das pessoas, à gestão do tráfego, ao patrimônio público e privado e ao meio ambiente.
Nesta unidade, continuaremos com o estudo das Classes de Risco, abarcando, agora,
os sólidos inflamáveis, as substâncias oxidantes, as substâncias infectantes, os materiais
radioativos, as substâncias corrosivas e os artigos diversos.
143

1. ESTUDO DAS CLASSES DE RISCO (CONTINUAÇÃO)


Classe de Risco 4 — Sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas
a combustão espontânea; substâncias que, em contato com
a água, emitem gases inflamáveis
Por essa razão, foram agrupados em três subclasses:

• subclasse 4.1: sólidos inflamáveis, tais como:


Os produtos da Classe de Risco enxofre e fósforo de segurança; alumínio em pó
4 apresentam a propriedade de revestido e nitrocelulose umedecida;
se inflamarem com facilidade • subclasse 4.2: substâncias sujeitas a combustão
na presença de uma fonte de espontânea, tais como: fósforo branco, titânio em
ignição, até mesmo em contato pó seco e hidrossulfeto de sódio; carvão e algodão,
com a água ou com o oxigênio resíduos oleosos;
do ar.
• subclasse 4.3: substâncias que, em contato com a
água, emitem gases inflamáveis, tais como: carbureto de cálcio, sódio metálico, potássio
e magnésio em pó.

Um sólido inflamável, quando queima, libera gases irritantes e tóxicos.

LEMBRE-SE
144

Substâncias espontaneamente combustíveis:

Algumas substâncias podem


inflamar-se em contato
com o oxigênio do ar, sem a Esses produtos são acondicionados em embalagens
necessidade de uma fonte de especiais, normalmente mergulhados em água, evitando o
ignição. Essas substâncias são contato com o oxigênio do ar.
denominadas espontaneamente
combustíveis, como é o caso do
fósforo branco.

Segurança no Transporte Rodoviário de Sólidos Inflamáveis


Os procedimentos de segurança em que você deve ficar atento são os seguintes:
• as embalagens contendo produtos dessa Classe de Risco não devem apresentar sinais
de violação;
• as embalagens contendo produtos dessa Classe de Risco devem ser arrumadas no
veículo de maneira que não sejam submetidas a atrito ou choque;
• calor e umidade;
• no transporte de produtos a granel, o equipamento deve ser coberto com lona
impermeável.
DICAS

As embalagens devem ser protegidas da ação direta do sol e mantidas em


local frio, bem ventilado e longe de qualquer fonte de calor e umidade.

Produtos que necessitam de controle de


temperatura
Alguns produtos perigosos necessitam de controle de
temperatura durante seu transporte, para que se mantenham
estáveis e suas propriedades não sejam prejudicadas.
No caso de transporte de produtos perigosos que necessitam
de controle de temperatura, é importante que o condutor se
mantenha atento às orientações de controle do produto.
145

Comportamento preventivo no Transporte Rodoviário de


Sólidos Inflamáveis
Os procedimentos de segurança aos quais você deve ficar atento são os seguintes:
• as embalagens contendo produtos dessa Classe de Risco não devem apresentar sinais
de violação;
• as embalagens contendo produtos dessa Classe de Risco devem ser arrumadas no
veículo de maneira que não sejam submetidas a atrito ou choque.

Classe de Risco 5 — Substâncias oxidantes e peróxidos


orgânicos
Devido à facilidade de liberação do oxigênio,
essas substâncias são relativamente instáveis
e reagem quimicamente com uma grande
Essa Classe de Risco reúne substâncias que, variedade de substâncias, podendo gerar um
na sua maioria, não são combustíveis, mas incêndio, mesmo sem a presença de fontes de
que podem liberar rapidamente o oxigênio, ignição.
aumentando ou sustentando a combustão de
Essa Classe de Risco está dividida em duas
outros materiais combustíveis.
Subclasses:
• subclasse 5.1: substâncias oxidantes, tais como nitrato de sódio, peróxido de
hidrogênio (água oxigenada), permanganato de potássio, cloreto de potássio;
• subclasse 5.2: peróxidos orgânicos, tais como peróxido de acetilacetona e peróxido
de butilcumila.

Os peróxidos orgânicos são substâncias


termicamente instáveis que podem sofrer
decomposição exotérmica autoacelerável.
Além disso, podem apresentar uma ou
mais das seguintes propriedades: ser
sujeitos à decomposição explosiva; queimar
rapidamente; ser sensíveis a choque ou atrito;
reagir perigosamente com outras substâncias;
causar danos aos olhos.
146

Segurança no transporte rodoviário de oxidantes e peróxidos


orgânicos

São procedimentos de segurança no transporte rodoviário de oxidantes e peróxidos orgânicos:


• as embalagens devem ser manuseadas e arrumadas, impedidas de tombar;
• tanques a granel deverão ser lavados com água corrente após a descarga, principalmente
aqueles que tenham resíduos orgânicos;

O mesmo tratamento deve ser dado para os veículos que transportam


esses produtos embalados.
LEMBRE-SE

• evitar que os vapores dos produtos entrem na cabine;


• no transporte de algumas dessas substâncias, são necessários equipamentos especiais
para controle de temperatura.
DICAS

Nesses casos, o equipamento de refrigeração deve ser independente do


motor de propulsão.

• os produtos devem ser armazenados e transportados protegidos do calor, de forma a


manter a temperatura dentro dos limites especificados;
• evite que as embalagens se choquem para prevenir vazamentos;
• o material de manuseio não poderá ser inflamável;
• evite o contato do peróxido orgânico com os olhos e com a pele, pois pode provocar
sérios ferimentos.
Classe de Risco 6 — Substâncias Tóxicas e Substâncias
Infectantes
Esta Classe de Risco está dividida em duas Subclasses:
• subclasse 6.1: substâncias tóxicas;
Substâncias tóxicas são aquelas capazes de provocar morte, lesões graves ou danos à
saúde humana, se ingeridas ou inaladas, ou se entrarem em contato com a pele.
147

• subclasse 6.2: substâncias infectantes;


Substâncias infectantes são aquelas que
contenham patógenos ou estejam sob
suspeita razoável. Patógenos são micro-
organismos (incluindo bactérias, vírus,
rickéttsias, parasitas, fungos) ou micro-
organismos recombinantes (híbridos ou
mutantes) que possam ou estejam sob
suspeita razoável de poderem provocar
doenças infecciosas em seres humanos
ou em animais.
No caso das substâncias tóxicas, a
intoxicação pode ser:
• intoxicação por contato de pele:
apesar de a pele e a gordura agirem como
uma barreira protetora do corpo humano, alguns produtos como o ácido cianídrico,
mercúrio, e certos defensivos agrícolas têm a capacidade de penetrar por meio da pele e
da gordura e atingir a corrente sanguínea, atuando como um agente tóxico generalizado;
• intoxicação por inalação: a inalação de vapores ou gases tóxicos é considerada a forma
mais rápida e comum de contato com o organismo humano. Comumente, associa-se a
existência de um produto num ambiente pelo seu odor. No entanto, algumas substâncias
são inodoras, e outras têm a capacidade de inibir o sentido olfativo, podendo conduzir o
indivíduo a situações de risco;
Exemplo: o gás sulfídrico, por exemplo, apresenta um odor característico em baixas
concentrações, porém, em altas concentrações, pode inibir a capacidade olfativa.
• intoxicação por ingestão: essa é considerada uma via de ingresso secundário, uma vez
que tal fato somente ocorrerá por meio de um ato voluntário.

Os efeitos gerados a partir de contato com substâncias tóxicas estão


relacionados com o grau de toxicidade dessas e o tempo de exposição
LEMBRE-SE ou dose.

As substâncias dessa Classe de Risco são muito tóxicas à vida aquática, representando alto
potencial de risco para a contaminação.
148

No que concerne às substâncias infectantes, essas contêm micro-organismos ou suas toxinas.


Podem provocar a morte de pessoas ou afetar a saúde. Tem-se, como exemplo, o lixo hospitalar.
Normalmente, são transportadas de hospitais para laboratórios de pesquisa em embalagens
apropriadas e por pessoal altamente treinado.
Segurança no transporte rodoviário de substâncias tóxicas e
infectantes

• Embora não sejam produtos químicos, foram incluídas na Classe de


Risco 6, em razão dos riscos que apresentam às pessoas, aos animais e ao
meio ambiente.
• Os produtos dessa Classe de Risco são controlados pelo Ministério
da Saúde (MS), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), pois são
largamente utilizados para fins medicamentosos e agrícolas.

Estes constituem preceitos de segurança no transporte rodoviário de substâncias tóxicas e


infectantes:
• os produtos dessa Classe de Risco deverão ser isolados de gêneros alimentícios ou
medicamentos para uso humano ou animal;
• não transportar em furgão onde vapores possam ser inalados pela tripulação;
• carga e descarga:

Produtos tóxicos não podem ser carregados ou descarregados em


locais públicos, em aglomerados populacionais, sem permissão
especial das autoridades competentes, a menos que essas operações
LEMBRE-SE
sejam justificadas por motivos graves relacionados com segurança,
caso em que as autoridades devem ser imediatamente informadas.

• as embalagens não devem apresentar sinais de violação ou deterioração;


• Substâncias tóxicas (Grupos de Embalagem I, II e III) não podem ser transportadas,
no mesmo veículo ou equipamento de transporte, juntamente com produtos destinados
ao uso ou consumo humano ou animal, salvo no caso de substâncias tóxicas dos Grupos
de Embalagem II e III, quando houver segregação por cofres de carga estanques;
149

• as embalagens devem ser arrumadas no veículo de forma a evitar choques ou atritos


que possam danificá-las;
• as embalagens devem ser protegidas da ação do calor;
• é fundamental o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) ao manipular
produtos dessa Classe de Risco;
• descontaminação do veículo:
DICAS

O veículo transportador de substâncias dessa Classe de Risco, após a


descarga, deverá ser devidamente descontaminado em local previamente
licenciado pelo órgão de controle ambiental.

• a remessa de substâncias infectantes requer ação coordenada entre o expedidor,


transportador e o destinatário para garantir um transporte seguro.

Classe de Risco 7 — Substâncias Radioativas

Dá-se o nome de radioatividade justamente à propriedade


Substâncias radioativas são que tais elementos têm de emitir radiação. Exemplos:
materiais fisicamente instáveis Urânio 235, Césio 137, Cobalto 60 e Tório 232. A
que sofrem modificações, radioatividade é uma forma de energia invisível, mas que
espontaneamente, na sua pode ser sentida por aparelhos especiais, como o contador
estrutura. Essas modificações Geiger. É capaz de penetrar e atravessar vários tipos de
ocorrem quando há materiais e, até mesmo, o corpo humano, ocasionando
transformação nos elementos doenças muito graves e podendo levar pessoas à morte.
que passam a emitir energia sob
a forma de radiação.

Não se pode aproximar de materiais radioativos que não estejam


DICAS

devidamente blindados. Por isso, tais materiais radioativos são muito


bem-acondicionados em embalagens normalmente blindadas, que
possuem paredes ou coberturas de materiais que absorvem radiação ou
atenuam ou impedem sua passagem.
150

Acidentes com esses materiais podem contaminar objetos de todo tipo, além do meio ambiente,
ocasionando consequências desastrosas, a exemplo do acidente que ocorreu em Goiânia, que
em setembro de 1987, cuja blindagem do Césio 137 foi destruída, ocasionando às pessoas que
tiveram contato com o material graves doenças, inclusive provocando morte.

Legislação Específica Pertinente ao Transporte de


Substâncias/Materiais Radioativos
O transporte de materiais radioativos é um transporte que requer cuidados especiais devido à
periculosidade dos produtos envolvidos. Além da regulamentação pertinente ao transporte de
produtos perigosos, existem normativas da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN
e, em alguns casos, do Ibama.

O condutor que atuar no transporte de produtos radioativos deve atentar-se para as orientações
e estar ciente de que a desobediência a quaisquer protocolos de segurança pode gerar incidentes
graves e, inclusive, responsabilização civil e criminal do condutor.

Comportamento Preventivo do Condutor no Transporte


Rodoviário de Substâncias Radioativas
No transporte rodoviário de substâncias radioativas, siga estes procedimentos:

• se qualquer embalagem que contenha material radioativo seja danificada ou envolvida


em acidente, o veículo e o local afetado deverão ser isolados a fim de evitar contato de
pessoas com o material;
• descontaminação dos veículos.

A descontaminação dos veículos somente poderá ser feita pelos


técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
LEMBRE-SE

• caso haja qualquer incidente envolvendo material radioativo, o local deve ser
imediatamente isolado e o fato comunicado à CNEN;
• todo o controle sobre a mineração, produção, transporte e uso de material radioativo
está a cargo da CNEN.
151

Classe de Risco 8 — Substâncias Corrosivas


Mesmo em condições normais, algumas substâncias dessa
Classe de Risco podem liberar vapores ou gases corrosivos
Substâncias corrosivas são e irritantes. Costumam reagir violentamente com a água,
aquelas que, por ação química, produzindo grande quantidade de calor. Atacam materiais
causam severos danos quando de diversos tipos, entre eles os metais e produtos têxteis.
em contato com tecidos vivos Em reação química com metais, pode ocorrer o
ou, em caso de vazamento, desprendimento de gás altamente inflamável (hidrogênio).
danificam ou mesmo destroem
outras cargas ou o próprio Basicamente, existem dois principais grupos de materiais
veículo. que apresentam essas propriedades, sendo conhecidos
como ácidos e bases.

Segurança no Transporte Rodoviário de Substâncias Corrosivas


Atente-se às seguintes regras de segurança no transporte rodoviário de substâncias corrosivas:
• no caso de derramamento, pode-se isolar a poça formada com o líquido, colocando
em volta terra ou areia;
• após descarregar produtos corrosivos, lave e seque o tanque para receber outra carga;
• durante o transporte, evite que as embalagens se atritem para evitar vazamentos;
• as embalagens devem ser manuseadas e arrumadas de tal forma que sejam impedidas
de tombar;

O material de manuseio deve ser resistente ao fogo.

LEMBRE-SE

• os veículos destinados ao transporte de embalagens, contendo esses produtos e que


sejam também oxidantes, devem ser cuidadosamente limpos, em particular, de qualquer
resíduo combustível como palha e papéis;
• a diluição com água ou neutralização dos efeitos provocados por um corrosivo
somente podem ser feitas com auxílio de pessoal técnico.
152

Classe 9 – Substâncias e artigos perigosos diversos, incluindo


as substâncias que apresentam riscos para o meio ambiente,
riscos múltiplos e resíduos.
São exemplos: dibromodifluormetano, formaldeído
(soluções inflamáveis), poliestireno gra nulado
impregnado com líquido inflamável, dióxido
Substâncias e artigos perigosos diversos da de carbono sólido (gelo seco), amianto azul,
Classe 9 são aqueles que apresentam, durante hidrossulfeto de zinco, farinha de peixe (pedaços
o transporte, um risco não abrangido por de peixe) estabilizada, baterias de lítio.
nenhuma das outras Classes.

Comportamento Preventivo do Condutor no Transporte


Rodoviário de Substâncias e Artigos Diversos
São procedimentos a serem observados no transporte rodoviário de substâncias e artigos
perigosos diversos:
• as embalagens não devem apresentar sinais de violação ou deterioração;
• as embalagens não devem ficar expostas a calor ou umidade;
• para a movimentação de embalagens, deve-se utilizar carrinho ou empilhadeira;
• as embalagens devem ser arrumadas de forma a evitar choques ou atritos que possam
danificá-las;
• os veículos e contêineres destinados ao transporte desses produtos devem ser
cuidadosamente limpos e descontaminados.
DICAS

Devido à grande variedade de substâncias perigosas, é recomendável


que o motorista leia a Ficha de Emergência antes do transporte.

2. EFEITO DE CADA CLASSE SOBRE O MEIO


AMBIENTE
Uma política de segurança inclui a sustentabilidade ambiental, ou seja, os preceitos de
respeito à vida, da preservação de danos ambientais e da precaução nas ações emergenciais.
Nos acidentes provocados pelo desconhecimento e pela falta de cuidados com o transporte
de produtos perigosos, cabem medidas emergenciais de precaução e redução de impactos
negativos ao ambiente.
153

Produtos da Classe 1 oferecem diversos riscos. As explosões podem causar danos ao meio
ambiente do tipo: incêndios em floresta, destruição de imóveis etc., além de atingir a fauna,
abatendo grande número de algumas espécies. Em contato com o fogo, alguns produtos da
Classe 1 podem produzir vapores ou substâncias líquidas que são irritantes, corrosivas ou
tóxicas, como, por exemplo: o perclorato de amônia (ONU 0402), nitrato de amônio (ONU
0222), dinitrofenol, ácido trinitrobenzoico. Esses produtos, se forem inalados, ingeridos ou
absorvidos pela pele, podem causar lesões graves, queimaduras ou morte. O meio ambiente
pode ser contaminado por esses produtos em caso de vazamentos resultantes do controle de
incêndio ou da diluição com água.
Gases inflamáveis (Subclasse 2.1) são extremamente perigosos e podem inflamar-se facilmente
com o calor, fagulhas ou chamas. Já os gases tóxicos, da Subclasse 2.3, podem ser fatais se
forem inalados ou absorvidos pela pele.
Produtos da Classe 3 oferecem os seguintes riscos:
• inalação dos vapores pode causar náuseas, vômitos e tontura;
• a ingestão do produto pode ser absorvida pelos pulmões, causando intensa irritação
local até graves lesões;
• o líquido irrita a pele e os olhos, causando ressecamento e dermatite;
• prejudica a utilização de águas quando contaminadas, tornando-as impróprias para o
consumo humano ou animal.
Todo produto sólido inflamável (Classe 4) oferece risco para o meio ambiente, incluindo:
• se o produto atingir corpos de água, como açudes, rios e represas, causará a morte de
peixes e animais que se valem desses para beber água ou se alimentar de peixes;
• se atingir áreas florestais, poderá causar incêndios de larga proporção, oferecendo
risco à fauna e à flora locais, à população e, no aspecto econômico, causar perdas
consideráveis, no caso de empresas produtoras de celulose;
• se atingir áreas urbanas, poderá oferecer risco direto à população, principalmente em
áreas de grande densidade populacional.
Substâncias tóxicas (Classe 6) podem queimar com o fogo, mas nenhuma se inflama de
imediato. A inalação ou o contato com esses produtos pode causar infecções, doença ou morte;
e as águas residuais do controle de fogo podem causar poluição.
As substâncias radioativas e corrosivas (Classe 7 e Classe 8) oferecem os seguintes riscos:
• se o produto atingir corpos de água, como açudes, rios e represas, causará a morte
de peixes e animais que se valem desses para beber água ou se alimentar de peixes, além
154

de se espalhar facilmente por grandes distâncias, aumentando consideravelmente a


extensão dos danos;
• se atingir áreas florestais, poderá oferecer risco à fauna, à flora e à população locais;
• se atingir áreas urbanas, poderá oferecer risco direto à população, principalmente em
áreas de grande densidade populacional;
• como são característicos de toda substância radioativa, os danos causados pela
exposição a essas substâncias possuem efeito prolongado, demandando ações de alta
periculosidade.
Os produtos perigosos da Classe 9 oferecem diversos riscos, dentre os quais podemos destacar
os seguintes exemplos:
• A inalação ou o contato de algumas substâncias com a pele e olhos podem causar
queimaduras, ferimentos leves ou até a morte.
• Em contato com o fogo, alguns produtos podem produzir gases irritantes, corrosivos
e/ ou tóxicos. Além disso, as águas de diluição do controle do fogo podem causar poluição.
• Baterias de lítio – com o aumento de energia, aumentam os riscos na sua utilização.
Assim, todos os fornecedores dessas baterias alertam seus clientes quanto a esses riscos
e recomendam um cuidado extremo no seu manuseio.
• Muitos casos de incêndio têm ocorrido com o uso de baterias de lítio, ocasionando
perda de automóveis e outras propriedades. Casas, garagens e oficinas também têm sido
atingidas.
• Nitrato de amônio, fertilizantes – o contato com o produto, sem as devidas precauções,
pode causar irritação na pele, problemas respiratórios e queimaduras na pele, dependendo
do tempo de exposição ao gás. No caso de ingestão, pode provocar queimaduras na boca,
faringe e laringe, além de favorecer grande salivação.
• Amianto – é considerado cancerígeno, porém ainda não há um estudo detalhado
sobre os verdadeiros riscos que esse material pode trazer à saúde. A inalação da poeira
de amianto pode ocasionar efeitos nocivos aos pulmões. No caso do dióxido de carbono
sólido, o contato com o gás liquefeito pode causar lesões por congelamento; e os vapores
podem causar tontura ou asfixia de forma inesperada.
• Bifenilas policloradas – por serem não biodegradáveis, permanecem intactos por
muitos anos no meio ambiente. São cancerígenos, o que faz com que representem um
risco efetivo à saúde de homens e animais.
155

• Motores de combustão interna – às vezes, contêm baterias que podem entrar em


curto-circuito e causar a ignição de gases inflamáveis ou vapores. A emissão desses gases
é nociva à qualidade do ar e à saúde humana.

RESUMINDO
As embalagens de sólidos inflamáveis devem ser protegidas da ação direta do sol e
mantidas em local frio, bem ventilado e longe de qualquer fonte de calor e umidade.
A descontaminação dos veículos que transportam materiais radioativos somente poderá
ser feita pelos técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
No transporte de substâncias tóxicas, o condutor do veículo deve ter cuidado com a
intoxicação por contato de pele: apesar de a pele e a gordura agirem como uma barreira
protetora do corpo humano, alguns produtos têm a capacidade de penetrar por meio
delas e atingir a corrente sanguínea, atuando como um agente tóxico generalizado.

1. O fósforo branco é uma substância que pode se inflamar em


contato com o oxigênio do ar, sem a necessidade de uma fonte de
ignição.
( ) Certo ( ) Errado
2. Constituem preceitos de segurança no transporte rodoviário de
substâncias tóxicas e infectantes, exceto:
( ) Os produtos dessa Classe de Risco deverão ser isolados de
gêneros alimentícios ou medicamentos para uso humano ou
animal.
( ) Não se deve transportar em furgão onde vapores podem ser
inalados pela tripulação.
( ) Não devem ser carregadas ou descarregadas em locais públicos
ou próximos a concentrações de pessoas, sem autorização de
órgãos ou autoridades competentes.
( ) As embalagens não necessitam ser protegidas da ação do calor.
156

3. Substâncias e artigos perigosos diversos da Classe 9 são aqueles


que apresentam, durante o transporte, um risco não abrangido por
nenhuma das outras Classes.
( ) Certo ( ) Errado
4. Com relação à segurança no transporte rodoviário de substâncias
corrosivas, pode-se afirmar que:
( ) No caso de derramamento, pode-se isolar a poça formada com
o líquido, colocando em volta terra ou areia.
( ) Após descarregar produtos corrosivos, deve-se lavar e secar o
tanque para receber outra carga.
( ) Durante o transporte, deve-se evitar que as embalagens se
atritem para impedir vazamentos.
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
UNIDADE 3
MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS –
PARTE 3
1. Riscos Múltiplos

2. Resíduos Perigosos Para Fins de Transporte

3. Comportamento Preventivo do Motorista Para

Todas as Classes de Risco

4. Procedimentos em Caso de Emergência


UNIDADE 3 - MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS
PERIGOSOS – PARTE 3

O QUE

VOCÊ
SABE
SOBRE O TEMA

Como fazer para enquadrar os produtos perigosos com riscos múltiplos? Quais as regras para
o transporte de resíduos perigosos? Como deve ser o comportamento preventivo do motorista
para o transporte de produtos perigosos das diversas Classes de Risco?

Os resíduos de produtos perigosos não podem ser subestimados, visto que muitos casos
de contaminação são decorrentes de negligência e imperícia em seu transporte. Por isso,
eles devem ser transportados tomando-se todos os cuidados necessários.
Nesta unidade, estudaremos os produtos com riscos múltiplos, os resíduos perigosos
para fins de transporte, o comportamento preventivo do motorista para todas as Classes
de Risco e os procedimentos em caso de emergência.
159

1. RISCOS MÚLTIPLOS

O Quadro de Precedência de Riscos da resolução ANTT n.º 5.232/2016 deve ser usado
para determinar a classe de uma substância, mistura ou solução que apresente mais de um
risco, quando não listada na Relação de Produtos Perigosos, no Capítulo 3.2, do aludido
instrumento legal. Para produtos com riscos múltiplos que não se encontrem especificamente
nominados na Relação de Produtos Perigosos, o grupo de embalagem mais restritivo, dentre os
indicados para os respectivos riscos, tem precedência sobre os demais grupos de embalagem,
independentemente da precedência dos riscos apresentada.
A precedência das características de risco das classes a seguir não está incluída no Quadro de
Precedência de Riscos, pois essas características primárias têm sempre precedência:
• substâncias e artigos da Classe 1;
• gases da Classe 2;
• explosivos líquidos insensibilizados da Classe 3;
• substâncias autorreagentes e explosivos insensibilizados da Subclasse 4.1;
• substâncias pirofóricas da Subclasse 4.2;
• substâncias da Subclasse 5.2;
• substâncias da Subclasse 6.1, do Grupo de Embalagem I, que apresentam toxicidade
à inalação;
• substâncias da Subclasse 6.2;
• material da Classe 7.

2. RESÍDUOS PERIGOSOS PARA FINS DE TRANSPORTE

Resíduos perigosos, para fins


de transporte, são substâncias,
soluções, misturas ou
Você sabia que os resíduos perigosos também necessitam
artigos que contêm ou estão
de cuidados e muita segurança ao serem transportados?
contaminados por um ou mais
produtos, para os quais não seja
prevista utilização direta, mas
que são transportados para fins
de despejo, incineração ou outro
processo.
160

O transporte rodoviário de resíduos perigosos deve atender às


exigências estabelecidas para a Classe de Risco ou Subclasse
LEMBRE-SE apropriada, considerando os respectivos riscos e critérios de
classificação constantes na legislação específica, inclusive estadual
e municipal.

Um resíduo que contenha um único componente considerado produto perigoso ou dois ou


mais componentes que se enquadrem numa mesma classe de risco ou subclasse deve ser
classificado de acordo com os critérios aplicáveis à classe ou subclasse correspondente ao
componente ou componentes perigosos.
2.1 Cuidados com os veículos e equipamentos de transporte

Os veículos e contêineres descarregados, não limpos, que contenham


DICAS

resíduos de seu conteúdo anterior e, por isso, possam ser considerados


como potencialmente perigosos, estão sujeitos às mesmas prescrições
que os veículos carregados.
161

Estão proibidos de circular os veículos que apresentem contaminação em seu interior, sem as
respectivas documentação e sinalização.
Após as operações de limpeza e completa descontaminação dos veículos e equipamentos, os
Rótulos de Risco e os Painéis de Segurança devem ser retirados.
2.2 Cuidados com as embalagens
A parte externa das embalagens não deve estar contaminada com qualquer resíduo de produtos
perigosos.
DICAS

As embalagens vazias que tenham contido produtos perigosos estão


sujeitas às mesmas prescrições que as embalagens cheias, até que tenham
sido expurgadas de qualquer resíduo do conteúdo anterior.

3. COMPORTAMENTO PREVENTIVO DO MOTORISTA


PARA TODAS AS CLASSES DE RISCO

O conjunto de ações descritas a seguir servem para nortear o comportamento preventivo do


condutor de veículo que transporta produtos perigosos:
• faça a pré-inspeção do veículo e equipamento, verificando:
‐ condições de segurança para circular no trânsito;
‐ se estão em condições de receber novo carregamento (limpos e descontaminados).
• verifique a documentação:
‐ porte da Ficha de Emergência e do Envelope para o Transporte dos produtos
perigosos;
‐ leia as informações contidas nesses documentos, pois são de grande importância
para o transporte seguro;
‐ confira se consta na Nota Fiscal a Declaração do Expedidor:

A Declaração do Expedidor deve atestar que os produtos se


encontram devidamente embalados para suportar os riscos normais
LEMBRE-SE de carregamento, transporte, transbordo e descarregamento,
discriminando o nome do produto apropriado para embarque, o n.º
ONU do produto, Classe de Risco e Subclasse, se houver.
162

‐ confira se o Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos (CIPP)


e o Certificado de Inspeção Veicular (CIV) para o transporte rodoviário de produtos
perigosos a granel estão válidos.
• verifique os Rótulos de Risco e os Painéis de Segurança:
‐ se conferem com o(s) produto(s) transportado(s);
‐ se estão devidamente fixados no local correto;
‐ se não apresentam sinais de deterioração;
‐ após limpeza e descontaminação:

Retirá-los do veículo após completa limpeza e descontaminação.

LEMBRE-SE

• verifique os equipamentos de apoio:


‐ confira os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e se estão em local de fácil
acesso;
‐ confira os equipamentos para emergência (sinalização e pequenas contenções) e
guarde-os em local de fácil acesso;
‐ confira os extintores de incêndio (validade, pressão e lacre) e mantenha-os em local
onde possam ser removidos com facilidade.
• condições gerais:
‐ tenha consciência do perigo que representa um cigarro aceso no transporte de
produtos perigosos e não fume;
‐ respeite o itinerário a ser percorrido e não se desvie;
‐ adote critérios seguros de parada e estacionamento:

Isso evita possíveis acidentes envolvendo pessoas, meio ambiente e


patrimônio de terceiros.
163

‐ mantenha a velocidade compatível com a carga transportada e com as condições


adversas presentes.

4. PROCEDIMENTOS EM CASO DE EMERGÊNCIA


4.1 Equipamentos para situação de emergência
De acordo com a NBR ABNT 9735, complementar à legislação de transporte rodoviário de
produtos perigosos, os equipamentos para situação de emergência estão em função do tipo de
produto perigoso, da quantidade transportada e do tipo de veículo de carga. De forma geral,
incluem:
‐ 4 (quatro) cones para sinalização da via (cones de acordo com a NBR ABNT 15071);
‐ 1 (um) jogo de ferramentas adequado para reparos em situações de emergência,
durante a viagem, apropriado para o veículo, e equipamento para o transporte,
contendo, no mínimo: alicate universal, chave de fenda ou phillips (conforme a
necessidade), chave de boca (fixa) apropriada para desconexão de cabo de bateria;
‐ calços de acordo com a quantidade de veículos acoplados;
‐ extintores de incêndio: de acordo com o produto transportado e a quantidade de
veículos acoplados.

Para verificar se o extintor de incêndio é o adequado para o transporte


rodoviário de produtos perigosos, deve ser consultada a NBR ABNT 9735.
DICAS

Na referida NBR, encontramos uma tabela onde constam os tipos de


extintores a serem utilizados em função da Classe de Risco dos produtos
transportados, do tipo de veículo utilizado (granel e fracionado) e da
quantidade transportada.

4.2 Procedimentos gerais em situação de emergência


Eis os procedimentos gerais devidos ao condutor, em situação de emergência:
• em caso de vazamentos:
‐ use os Equipamentos de Proteção Individual (EPI);
‐ siga as orientações de segurança;
‐ cubra, com lona, sólidos expostos;
‐ circunscreva, com areia, eventuais poças formadas (líquidos).
• em caso de princípio de incêndio:
‐ use os extintores disponíveis no veículo.
164

Assista, no link indicado, à reportagem que mostra


SAIBA
um acidente com caminhão que transportava produto
MAIS químico tóxico, cujo derramamento atingiu curso de
água que abastece a população:
https://www.youtube.com/watch?v=18k1wL4WDfM

4.3 Procedimentos de emergência de acordo com a Classe


de Risco
Cada Classe de Risco de produto perigoso transportado apresenta alguma peculiaridade nos
procedimentos de emergência. A seguir, são descritos os principais.
4.3.1 Classe de Risco 1 – Explosivos

Por ser a explosão um fenômeno muito rápido e incontrolável, as medidas a serem desencadeadas
durante uma emergência desse tipo devem ser de caráter preventivo. Tais medidas incluem o
controle dos fatores que podem gerar aumento de temperatura (calor), choque e fricção.
Em caso de incêndio, além do risco iminente de explosão, pode-se ter emanação de gases
tóxicos e/ou venenosos. Nesses casos, a proteção respiratória adequada é o equipamento
autônomo de respiração a ar comprimido, além de roupas especiais. Nos incêndios envolvendo
substâncias explosivas, esses equipamentos oferecem proteção limitada devido à natureza do
produto, ou seja, são eficientes apenas para a proteção contra gases gerados pelo incêndio, e
não para os efeitos decorrentes de uma eventual explosão.

Caso a explosão tenha ocorrido, deve-se ter em mente que apenas


parte da carga tenha sido consumida pela explosão, podendo existir,
no local, produtos intactos, razão pela qual a operação de remoção
dos explosivos deva ser realizada com todo o cuidado possível.

4.3.2 Classe de Risco 2 – Gases

Com a finalidade de reduzir a taxa de evaporação do produto, pode ser aplicada uma camada
de espuma sobre a poça formada, desde que esse material seja compatível com o produto
vazado. Nos vazamentos de produtos liquefeitos, deve ser adotada a preferência ao vazamento
na fase gasosa, ao invés do vazamento na fase líquida. Essa operação deve fazer com que o
vazamento ocorra sempre na parte superior do recipiente que contém o produto.
165

Gases mais densos que o ar tendem a se acumular ao nível do solo por serem de difícil dispersão.
Outro fator que dificulta a dispersão dos gases é a presença de grandes obstáculos, como, por
exemplo, edificações nas áreas urbanas.

Em ambientes confinados, deve-se monitorar constantemente a


concentração de oxigênio. Nas situações em que a concentração de
DICAS

oxigênio esteja abaixo de 18% (em volume), devem ser adotadas medidas
de controle, como, por exemplo, o uso de ventilação natural ou forçada
do ambiente. Nessas situações, a proteção respiratória a ser utilizada
tem que ser do tipo autônoma.

Deve ser dada atenção especial quando o gás for inflamável, principalmente se esse estiver
confinado. Medições constantes dos índices de inflamabilidade do ambiente, mediante a
utilização de explosímetro e a eliminação das possíveis fontes de ignição, constituem ações
prioritárias a serem adotadas.
De acordo com as características do produto e do cenário, pode ser necessária a aplicação de
água na forma de neblina para dispersar os gases ou vapores. A operação será mais eficiente
quanto maior for a solubilidade do produto em água, como é o caso da amônia e do ácido
clorídrico. A água residual deve ser contida e recolhida para não causar poluição dos recursos
hídricos.
Já para os produtos com baixa solubilidade em água, o uso de neblina d’água pode ser utilizado
para formar um bloqueio físico ao deslocamento da nuvem. A neblina d’água deve ser aplicada
somente sobre a nuvem, e não sobre as eventuais bolhas formadas pelo gás liquefeito, sob o
risco de provocar intensa evaporação e aumento dos vapores na atmosfera.
4.3.3 Classe de Risco 3 — Líquidos Inflamáveis

As substâncias dessa Classe de Risco são de origem orgânica, como, por exemplo,
hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos e cetonas, entre outras.
DICAS

Os vapores inflamáveis somente queimam quando a porcentagem em


volume está entre os limites (inferior e superior) de explosividade, que é
a mistura ideal para a combustão.
166

4.3.4 Classe de Risco 4 — Sólidos inflamáveis, substâncias


sujeitas a combustão espontânea e substâncias que, em
contato com a água, emitem gases inflamáveis

Na ocorrência de um acidente, a perda da fase líquida propicia o contato com o ar, motivo pelo
qual a estanqueidade do vazamento deve ser adotada imediatamente.

Outra ação a ser desencadeada em caso de acidente é o lançamento


de água sobre o produto, de forma a mantê-lo constantemente úmido,
LEMBRE-SE desde que seja compatível com água, evitando sua ignição espontânea.

4.3.5 Classe de Risco 5 — Substâncias oxidantes e peróxidos


orgânicos

Quando houver necessidade de conter ou absorver produtos oxidantes, deve ser considerado
que a maioria deles pode reagir com substâncias orgânicas, por isso não pode ser utilizada
terra, serragem ou qualquer outro material incompatível. Nesses casos, recomenda-se a
utilização de materiais inertes e umedecidos, como, por exemplo, a areia.
4.3.6 Classe de Risco 6 — Substâncias tóxicas e infectantes

Os efeitos gerados a partir da exposição com substâncias tóxicas estão relacionados com o
grau de toxicidade e o tempo de exposição ou dose. Em função do alto risco apresentado
pelos produtos dessa Classe de Risco, durante as operações de atendimento a emergência, é
necessária a utilização de equipamentos de proteção respiratória.
Entre esses equipamentos, pode-se citar as máscaras faciais com filtros químicos e os conjuntos
autônomos de respiração a ar comprimido. Deve-se ter em mente que os filtros químicos
retêm os poluentes atmosféricos, exigindo a presença de oxigênio no ambiente. Dependendo
da concentração dos contaminantes, os filtros podem saturar-se rapidamente.
Quanto à escolha do filtro adequado, é indispensável que o produto presente na atmosfera seja
previamente identificado. Já os conjuntos autônomos de respiração a ar comprimido devem
ser utilizados em ambientes confinados, em situações onde o produto envolvido não está
identificado ou em atmosferas com alta concentração de poluentes.
167

Nas operações de emergência envolvendo substâncias tóxicas, deve


ser realizado monitoramento contínuo no local, principalmente para
LEMBRE-SE evitar a contaminação dos corpos d’água.

4.3.7 Classe de Risco 8 – Substâncias corrosivas

A diluição deve ser utilizada nos casos em que não existe a possibilidade de contenção e cujo
volume seja bastante reduzido. Isso porque, para se obterem concentrações seguras, o volume
de água necessário deve ser sempre muito grande, ou seja, da ordem de mil a dez mil vezes o
volume do produto vazado. Se o volume de água adicionado ao produto não for suficiente para
diluí-lo a nível seguro, deve ocorrer o agravamento da situação devido ao aumento do volume
da mistura.

A absorção e o recolhimento são as técnicas mais recomendadas,


quando comparadas com a neutralização e a diluição.
LEMBRE-SE

Quando ocorre um vazamento envolvendo grandes quantidades de ácido ou base diretamente


no solo, a diluição com água não é prática, já que seria necessária uma grande quantidade de
água para reduzir a água corrosiva. Deve-se, nesses casos, construir um dique de contenção,
para que o material fique confinado em uma área relativamente pequena. Assim, o ácido
pode ser neutralizado mediante a adição de cal (hidróxido de sódio), carbonato de sódio ou
bicarbonato de sódio. Os resíduos resultantes da neutralização devem ser removidos para um
aterro industrial aprovado pelo órgão ambiental.
4.3.8 Classe de Risco 9 – Substâncias e artigos perigosos
diversos, incluindo as substâncias que apresentam risco para
o meu ambiente

Para esses produtos, são aplicados todos os procedimentos básicos já descritos, além de outros
específicos (tais como barreiras de contenção e utilização de material absorvente), de acordo
com o tipo de produto perigoso e o local da ocorrência.
168

RESUMINDO
Resíduos perigosos, para fins de transporte, são substâncias, soluções, misturas ou artigos
que contêm ou estão contaminados por um ou mais produtos, para os quais não seja
prevista utilização direta, mas que são transportados para fins de despejo, incineração
ou qualquer outro processo.
Para as substâncias corrosivas da Classe de Risco 8, a absorção e o recolhimento são as
técnicas mais recomendadas, quando comparadas com a neutralização e a diluição.
Como são variados os tipos de produtos perigosos e os procedimentos em casos de
emergência, é imprescindível que o condutor, antes de seguir viagem, leia atentamente
a Ficha de Emergência dos produtos que está transportando, bem como as instruções.

1. As embalagens vazias que contiveram produtos perigosos não


estão sujeitas às mesmas prescrições que as embalagens cheias,
tenham ou não sido expurgados os resíduos do conteúdo anterior.
( ) Certo ( ) Errado
2. São componentes básicos do conjunto de equipamentos para
situações de emergência no transporte rodoviário de produtos
perigosos:
( ) Calços com dimensões apropriadas ao veículo e à carga
( ) Jogo de ferramentas adequado
( ) Dispositivos para sinalização/isolamento de área
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
3. Nas operações de emergência envolvendo substâncias tóxicas,
deve ser realizado um monitoramento contínuo no local,
principalmente para evitar a contaminação dos corpos d’água.
( ) Certo ( ) Errado
169

4. Com relação aos Rótulos de Risco e Painéis de Segurança do


veículo transportador de produtos perigosos, é correto afirmar,
exceto:
( ) Devem estar de acordo com os produtos transportados.
( ) Não possuem local específico para serem fixados no veículo.
( ) Não devem ser utilizados se apresentarem sinais de deterioração.
( ) Devem ser retirados do veículo, após sua completa limpeza e
descontaminação.

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