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O GUIA DEFINITIVO

PARA O TRANSPORTE
DE CARGAS PERIGOSAS

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SUMÁRIO

TRANSPORTE TERRESTRE DE CARGAS PERIGOSAS .........................................................3


CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS .........................................................................3
RELAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS ......................................................................................7
COMPATIBILIDADE ...........................................................................................................................9
EMBALAGENS E TANQUES ......................................................................................................... 10
PRODUTOS PERIGOSOS EMBALADOS...................................................................................................... 10
PRODUTOS PERIGOSOS A GRANEL .......................................................................................................... 11

DOCUMENTAÇÃO............................................................................................................................ 13
LICENÇAS E AUTORIZAÇÕES ..................................................................................................... 17
EQUIPE................................................................................................................................................. 19
ITINERÁRIO ....................................................................................................................................... 20
ACIDENTES ........................................................................................................................................ 22
EQUIPAMENTOS .............................................................................................................................. 23
VEÍCULO .............................................................................................................................................. 24
RESPONSABILIDADES................................................................................................................... 25
DURANTE AS OPERAÇÕES DE EXPEDIÇÃO ............................................................................................. 25
DURANTE AS OPERAÇÕES DE TRANSPORTE E TRANSBORDO............................................................. 27
DURANTE AS OPERAÇÕES DE RECEBIMENTO ....................................................................................... 27
MANUTENÇÃO, LIMPEZA E DESCONTAMINAÇÃO ................................................................................. 27

SASSMAQ ............................................................................................................................................ 28
GESTÃO DA CONFORMIDADE LEGAL .................................................................................... 30
CONCLUSÃO....................................................................................................................................... 32
TRANSPORTE TERRESTRE DE CARGAS PERIGOSAS

O transporte rodoviário de “Produtos perigosos” ou “Cargas perigosas”


deve ser realizado mediante uma série de cuidados, tendo em vista que um
acidente pode trazer graves danos às pessoas e ao meio ambiente. Por isso
o assunto é regulado por uma grande quantidade de normas, pela legislação
federal, estadual, municipal, e por normas técnicas da ABNT.
Conheça a seguir as principais regras aplicáveis ao transporte rodoviário
de produtos perigosos no Brasil.

CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS


Afinal, o que torna um produto “perigoso”? Uma substância, suas
misturas ou soluções são consideradas perigosas para o transporte
rodoviário quando possuem características que podem trazer danos à saúde
humana ou ao meio ambiente. Isso ocorre devido a propriedades
inflamáveis, explosivas, tóxicas, corrosivas, infectantes, radioativas, entre
outras.
A classificação de um produto considerado perigoso para o transporte
consiste em seu enquadramento em uma das classes e subclasses previstas
na legislação. A análise e classificação é feita tomando-se como base as
características físico-químicas do produto, de acordo com os critérios legais.
Ela deve ser realizada pelo fabricante dos produtos (ou pelo seu
expedidor, orientado pelo fabricante) ou ainda pela autoridade competente,
quando aplicável.
Uma vez caracterizados como perigosos, as substâncias ou produtos são
alocados em uma das nove classes e subclasses de acordo com o risco ou o
mais sério dos riscos por eles apresentados. A seguir estão enumeradas as
classes e subclasses, com exemplos dos rótulos de risco:
Classe 1: Explosivos:
Subclasse 1.1: Substâncias e artigos com risco de
explosão em massa;
Subclasse 1.2: Substâncias e artigos com risco de
projeção, mas sem risco de explosão em massa;
Subclasse 1.3: Substâncias e artigos com risco de
fogo e com pequeno risco de explosão ou de
projeção, ou ambos, mas sem risco de explosão
em massa;
Subclasse 1.4: Substâncias e artigos que não
apresentam risco significativo;
Subclasse 1.5: Substâncias muito insensíveis, com
risco de explosão em massa;
Subclasse 1.6: Artigos extremamente insensíveis,
sem risco de explosão em massa.

Classe 2: Gases
Subclasse 2.1: Gases inflamáveis;
Subclasse 2.2: Gases não-inflamáveis, não-tóxicos;
Subclasse 2.3: Gases tóxicos.
Classe 3: Líquidos inflamáveis

Classe 4: Sólidos inflamáveis, substâncias sujeitas


à combustão espontânea; e substâncias que, em
contato com água, emitem gases inflamáveis:
Subclasse 4.1: Sólidos inflamáveis, substâncias
autorreagentes e explosivos sólidos
insensibilizados;
Subclasse 4.2: Substâncias sujeitas à combustão
espontânea;
Subclasse 4.3: Substâncias que, em contato com
água, emitem gases inflamáveis.

Classe 5: Substâncias oxidantes e peróxidos


orgânicos:
Subclasse 5.1: Substâncias oxidantes;
Subclasse 5.2: Peróxidos orgânicos.
Classe 6: Substâncias tóxicas e substâncias
infectantes:
Subclasse 6.1: Substâncias tóxicas;
Subclasse 6.2: Substâncias infectantes.

Classe 7: Material radioativo

Classe 8: Substâncias corrosivas

Classe 9: Substâncias e artigos perigosos


diversos, incluindo substâncias que apresentem
risco para o meio ambiente
RELAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS
Os produtos perigosos são listados na “Relação de Produtos Perigosos”,
publicada na Resolução ANTT 5.232/2016. Esta tabela contém o nome
oficial do produto e seu número de identificação internacional (Número
ONU), além de uma série de informações, como no exemplo a seguir:

A Relação de Produtos Perigosos divide-se em 13 colunas, a saber:


Coluna 1 Número ONU
Contém o número de série internacional atribuído ao artigo ou
substância, de acordo com o sistema das Nações Unidas.
Coluna 2 Nome e descrição
Contém os nomes apropriados para embarque em letras
maiúsculas, os quais podem vir acompanhados de textos
descritivos adicionais, em letras minúsculas.
Coluna 3 Classe ou Subclasse de Risco
Contém a classe ou subclasse de risco e, no caso da Classe 1, o
grupo de compatibilidade alocado ao artigo ou à substância.
Coluna 4 Risco subsidiário
Contém o número da classe ou subclasse de quaisquer riscos
subsidiários significativos que tenham sido identificados pela
aplicação do sistema de classificação oficial.
Coluna 5 Número de risco
Contém um número de dois ou três algarismos, precedidos em
certos casos pela letra X para substâncias e artigos das Classes 2
a 9.
Coluna 6 Grupo de Embalagem
Contém o número do Grupo de Embalagem das Nações Unidas
(ou seja, I, II ou III), alocado ao artigo ou substância.
Coluna 7 Provisões especiais
Contém um número que se refere a quaisquer Provisões
Especiais indicadas no item 3.3.1, pertinentes ao artigo ou
substância. As Provisões Especiais aplicam-se a todos os grupos
de embalagem admitidos para determinada substância ou artigo,
exceto se indicarem o contrário.
Coluna 8 Quantidade limitada por veículo
Fornece a quantidade máxima permitida do produto perigoso
embalado, em peso bruto total (soma dos pesos da embalagem e
produto), por veículo, para que a expedição possa usufruir das
isenções previstas na legislação.
Coluna 9 Quantidade limitada por embalagem interna
Fornece a quantidade máxima permitida de produto perigoso
por embalagem interna ou por artigo para que a expedição possa
usufruir das isenções previstas na legislação.
Coluna 10 Instruções para embalagens
Contém códigos alfanuméricos que se referem às instruções para
embalagens exigidas pela legislação.
Coluna 11 Provisões especiais para embalagens
Contém códigos alfanuméricos que se referem às Provisões
Especiais exigidas pela legislação.
Coluna 12 Instruções para tanques portáteis e contentores para granéis
Contém um número precedido pela letra T que especificam o(s)
tipo(s) de tanque(s) exigido(s) para o transporte da substância
em tanques portáteis.
Coluna 13 Provisões Especiais para tanques portáteis e contentores para
granéis
Contém um número precedido pelas letras TP, referente a
quaisquer Provisões Especiais exigidas pela legislação.
COMPATIBILIDADE
Entende-se como compatibilidade entre produtos a ausência de risco de
ocorrer reações adversas, se postos em contato entre si, por vazamento,
ruptura de embalagem, ou outra causa qualquer. Essas reações podem
causar explosão, desprendimento de chamas ou calor, formação de gases,
vapores, compostos ou misturas perigosas, devido à alteração das
características físicas ou químicas originais de qualquer um dos produtos.
Assim, não é permitido o transporte de cargas perigosas com produtos
incompatíveis, ou com produtos não perigosos, exceto com segregação
adequada em “cofres de carga”. Neste sentido, a legislação proíbe:
• Conduzir pessoas em veículos transportando produtos perigosos além
dos auxiliares.
• Transportar, simultaneamente, no mesmo veículo ou equipamento de
transporte, diferentes produtos perigosos, salvo se houver
compatibilidade.
• Transportar produtos perigosos juntamente com alimentos,
medicamentos ou quaisquer objetos destinados a uso ou consumo
humano ou animal ou, ainda, com embalagens de mercadorias
destinadas ao mesmo fim.
• Transportar alimentos, medicamentos ou quaisquer objetos
destinados ao uso ou consumo humano ou animal em embalagens que
tenham contido produtos perigosos.
• Transportar, simultaneamente, animais e produtos perigosos em
veículos ou equipamentos de transporte.
• Abrir volumes contendo produtos perigosos, fumar ou adentrar as
áreas de carga do veículo ou equipamentos de transporte com
dispositivos capazes de produzir ignição dos produtos, seus gases ou
vapores, durante as etapas da operação de transporte.
EMBALAGENS E TANQUES
Para evitar o vazamento ou derramamento das substâncias perigosas, as
embalagens e tanques devem atender a requisitos específicos para este tipo
de carga. Assim, devem ser utilizadas somente embalagens, bem como
tanques portáteis e contêineres para produtos a granel que possuam o Selo
de Identificação da Conformidade do Inmetro.

Selo do Inmetro para embalagens e tanques

O Selo de Identificação da Conformidade indica que a embalagem


utilizada no transporte terrestre de produtos perigosos está em
conformidade com os critérios estabelecidos nos regulamentos de avaliação
da conformidade, bem como nos requisitos estabelecidos na legislação.

PRODUTOS PERIGOSOS EMBALADOS


As embalagens primárias e secundárias dos produtos perigosos devem
ser devidamente sinalizadas e certificadas, conforme exemplo a seguir:

Embalagens primárias e secundárias


Embalagens primárias e secundárias

PRODUTOS PERIGOSOS A GRANEL


Os produtos a granel, quando não são transportados em caminhões-
tanque, devem ser contidos em equipamentos próprios, também ser
devidamente sinalizados e certificados, conforme exemplo a seguir:

IBC – Contentor intermediário para Big Bag


granéis

Contêiner Tanque portátil


Quando os produtos a granel são transportados em caminhões-tanque, a
sinalização é instalada diretamente no veículo.

Caminhão tanque
DOCUMENTAÇÃO
Os veículos devem portar, durante o transporte, a documentação
comprobatória de sua regularidade perante as regras aplicáveis.
• Documento fiscal, que deve conter as seguintes informações relativas
aos produtos transportados:
o Número e nome apropriado para embarque;
o Classe e, quando for o caso, subclasse à qual o produto pertence;
o Declaração assinada pelo expedidor de que o produto está
adequadamente acondicionado para suportar os riscos normais
de carregamento, descarregamento e transporte, conforme a
regulamentação em vigor.

Exemplo de nota fiscal com a especificação de produtos perigosos (fonte: Siagri)


• Ficha de Emergência e Envelope para o Transporte preenchidos de
acordo com informações fornecidas pelo fabricante ou importador dos
produtos transportados. Devem atender aos requisitos da NBR 7.503 -
Transporte terrestre de produtos perigosos - Ficha de emergência e
envelope - Características, dimensões e preenchimento, e conter:
o Orientação do fabricante do produto quanto ao que deve ser feito
e como fazer em caso de emergência, acidente ou avaria; e
o Telefone de emergência da corporação de bombeiros e dos
órgãos de policiamento do trânsito, da defesa civil e do meio
ambiente ao longo do itinerário.

Ficha de Emergência conforme NBR 7.503


Envelope para transporte (frente)

Envelope para transporte (verso)

• Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos –


CIPP e Certificado de Inspeção Veicular – CIV originais, expedidos pelo
INMETRO ou entidade por ele acreditada – aplicável para os veículos
que realizam o transporte de cargas perigosas a granel.
o O Certificado de Capacitação para o Transporte de Produtos
Perigosos a Granel perderá a validade quando o veículo ou o
equipamento: a) tiver suas características alteradas; b) não
obtiver aprovação em vistoria ou inspeção; c) não for submetido
a vistoria ou inspeção nas épocas estipuladas; e d) acidentado,
não for submetido a nova vistoria após sua recuperação.
o Os veículos originais de fábrica (0 km) que não sofreram
quaisquer modificações de suas características originais ficarão
isentos da inspeção veicular inicial, bem como do porte
obrigatório do CIV, por um prazo de 12 meses contados a partir
da data de sua aquisição.

Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos – CIPP e Certificado de


Inspeção Veicular – CIV
LICENÇAS E AUTORIZAÇÕES
Nem todos os estados brasileiros exigem a licença ambiental para o
transporte de cargas perigosas. Alguns estados emitem licença ambiental
somente para o transporte de resíduos perigosos (que também são
considerados produtos perigosos), enquanto em outros o transporte de
resíduos ou produtos perigosos é considerada atividade passível de
licenciamento.
Contudo, no caso de transporte interestadual, é exigida apenas a
Autorização Ambiental para Transporte Interestadual de Produtos
Perigosos, emitida pelo IBAMA. Esta autorização é de porte obrigatório
durante o transporte e tem prazo de validade de 3 meses contados da data
de sua emissão. A emissão desta Autorização é feita pelo site do Ibama, pelo
próprio transportador.

Autorização Ambiental para Transporte Interestadual de Produtos Perigosos


Além disso, os transportadores de cargas em geral devem possuir o
Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas – RNTRC, da
Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT, com a respectiva
identificação visual dos veículos (adesivo) e identificação eletrônica dos
veículos (TAG).

Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas – RNTRC


EQUIPE
A legislação impõe também regras rígidas para a capacitação da equipe
envolvida no transporte. Com relação à formação e treinamento, é
obrigatório:
• Curso específico para condutores de veículos utilizados no transporte
rodoviário de produtos perigosos, também conhecido como “Curso
MOPP – Movimentação de Produtos Perigosos”.
• Habilitação para direção de veículos nas categorias D ou E.
• Treinamento do pessoal envolvido na operação de transporte de
cargas perigosas, inclusive quanto à correta utilização dos
equipamentos necessários para situações de emergência e dos
Equipamentos de Proteção Individual - EPIs.
O curso para condutores de veículos de transporte de produtos perigosos,
de acordo com a regulamentação do CONTRAN, é bastante abrangente e tem
carga horária de horas aula.
Para matricular-se neste curso, o candidato deve atender aos seguintes
requisitos:
• Ser maior de 21 anos;
• Estar habilitado em uma das categorias “B”, “C”, “D” ou “E”;
• Não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser
reincidente em infrações médias durante os últimos doze meses;
• Não estar cumprindo pena de suspensão do direito de dirigir, cassação
da Carteira Nacional de Habilitação - CNH, pena decorrente de crime
de trânsito, bem como não estar impedido judicialmente de exercer
seus direitos.
A estrutura curricular do Curso MOPP compreende os seguintes módulos:
• Módulo I - Legislação de trânsito - 10horas aula;
• Módulo II - Direção Defensiva - 15 horas aula;
• Módulo III - Noções de Primeiros Socorros, Respeito ao meio Ambiente
e Prevenção de Incêndio - 10 horas aula;
• Módulo IV - Movimentação de Produtos Perigosos - 15 horas aula.
ITINERÁRIO
O planejamento do itinerário do transporte de cargas perigosas deve ser
feito evitando-se o uso de vias sensíveis, como:
• Vias em áreas densamente povoadas;
• Vias em áreas de proteção de mananciais, de reservatórios de água ou
de reservas florestais e ecológicas, ou que delas sejam próximas;
• Vias de grande fluxo de trânsito, nos horários de maior intensidade de
tráfego;
• Vias com tráfego de produtos perigosos expressamente proibido por
legislação local.

Exemplo de itinerário que atravessa áreas de proteção de mananciais.

Além disso, deve ser garantido pelo transportador que o condutor do


veículo de produtos perigosos utilize estacionamento para descanso ou
pernoite em áreas previamente determinadas pelas autoridades
competentes.
Para fins de planejamento de ações governamentais relacionadas à
segurança do transporte e fiscalização, cada empresa deve informar
anualmente à Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT, na
condição de expedidor de cargas perigosas, os fluxos de transporte de
produtos perigosos que embarcar com regularidade.
Este relatório deve ser entregue por meio do IPR - Sistema de Transporte
Rodoviário de Produtos Perigosos do DNIT – Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes, onde é realizado o cadastramento anual de
rotas rodoviárias de produtos e resíduos perigosos.
ACIDENTES
Em caso de acidentes, avarias ou outros fatos que obriguem a
imobilização de veículo transportando produtos perigosos, o transportador
deve:
• Adotar os procedimentos indicados no Envelope para Transporte;
• Dar ciência à autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via e às
demais autoridades locais indicadas pelo meio disponível mais rápido.
O transporte rodoviário de produto perigoso, que em função de suas
características seja considerado como de risco elevado, será tratado como
caso especial. Neste caso seu itinerário e sua execução devem ser planejados
e programados previamente, com participação do expedidor, do contratante
do transporte, do transportador, do destinatário, do fabricante ou
importador do produto, das autoridades com jurisdição sobre as vias a
serem utilizadas e do competente órgão do meio ambiente, podendo ser
exigido acompanhamento técnico especializado, com viaturas próprias.

Situação de emergência com veículo transportador de líquido inflamável


EQUIPAMENTOS
Os veículos transportadores devem portar equipamentos para evitar e
minimizar os danos no caso de acidentes, a saber:
• Conjunto de equipamentos para situações de emergência, adequado ao
tipo de produto transportado, em bom estado de conservação e
funcionamento, conforme critérios da NBR 9.735.
o É responsabilidade do expedidor fornecer, juntamente com as
devidas instruções para sua utilização, os conjuntos de
equipamentos para situações de emergência, caso o
transportador não os possua.
• Conjunto de Equipamentos de Proteção Individual - EPIs adequados
aos tipos de produtos transportados, para uso do condutor e auxiliar,
quando necessário em situações de emergência.
o É responsabilidade do expedidor fornecer os EPIs, juntamente
com as devidas instruções para sua utilização, caso o
transportador não os possua.
o Durante o transporte o condutor do veículo e os auxiliares devem
usar o traje mínimo obrigatório, ficando desobrigados do uso dos
EPIs.
• Tacógrafo (para veículos de transporte de produto perigoso a granel).

Kit de emergência e EPIs


VEÍCULO
O transporte de produtos perigosos somente é permitido em veículos
classificados como "de carga" ou "misto", conforme define o Código de
Trânsito Brasileiro.
Os veículos devem ser devidamente identificados e sinalizados de acordo
com a NBR 7.500 – Identificação para o transporte terrestre, manuseio,
movimentação e armazenamento de produtos.
A identificação de riscos é constituída por:
• Sinalização da unidade de transporte
o Rótulos de risco
o Painéis de segurança - números de identificação de risco (nº de
risco) e do produto (nº ONU).
• Rotulagem das embalagens internas e externas
o Rótulos de risco, de segurança e especiais
o Símbolos de manuseio, quando aplicável
Os rótulos de risco e os painéis de segurança devem ser de material
impermeável, resistente a intempéries, que permaneça intacto durante o
trajeto.

Sinalização do veículo
RESPONSABILIDADES
Até onde vai a responsabilidade de cada um nas operações do transporte
de cargas perigosas? Onde começa e termina o papel do expedidor,
transportador e destinatário dos produtos? É comum as empresas terem
dúvida de como assegurar a conformidade legal em cada uma das situações.
A seguir será mostrado como fica a responsabilidade em cada etapa.

DURANTE AS OPERAÇÕES DE EXPEDIÇÃO

Responsabilidade do expedidor:
• Acondicionar os produtos perigosos expedidos de forma fracionada de
modo a suportar os riscos de carregamento, transporte,
descarregamento e transbordo.
• Dotar as embalagens externas de produtos perigosos expedidos de
forma fracionada de identificação relativa aos produtos e seus riscos.
• Avaliar as condições de segurança do transporte de cargas perigosas,
antes de cada viagem, na condição de expedidor.
• Fornecer ao transportador de cargas perigosas, na condição de
expedidor da carga, os conjuntos de equipamentos para situações de
emergência e os EPIs com as devidas instruções para sua utilização,
caso o transportador não os possua. O conjunto de equipamentos para
emergências no transporte terrestre de produtos perigosos deve
atender aos requisitos da NBR 9.735.
• Fornecer ao transportador de cargas perigosas, na condição de
expedidor da carga, os documentos obrigatórios para o transporte de
produtos perigosos.
• Responsabilizar-se, na condição de expedidor da carga, pelo
acondicionamento e estiva dos produtos a serem transportados, de
acordo com as especificações do fabricante.
• Orientar e treinar o pessoal empregado nas operações de carga no
transporte de cargas perigosas, na condição de expedidor.
• Fornecer ao transportador de cargas perigosas, na condição de
expedidor da carga, os elementos de identificação para sinalização do
veículo e equipamento de transporte, caso o transportador não os
possua, bem como prestar informações sobre as características dos
produtos a serem transportados.
o Na identificação e sinalização do veículo e embalagens deve ser
observada a NBR 7.500 - Identificação para o transporte
terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de
produtos.
o A classificação de um produto considerado perigoso para o
transporte deve ser feita pelo seu fabricante ou expedidor
orientado pelo fabricante, tomando como base as características
físico-químicas do produto, alocando-o numa das classes ou
subclasses de produtos perigosos.
• Informar anualmente à Agência Nacional de Transportes Terrestres -
ANTT, na condição de expedidor de cargas perigosas, os fluxos de
transporte de produtos perigosos que embarcar com regularidade.

Responsabilidade do transportador:
• Acompanhar as operações de carga, descarga e transbordo executadas
pelo expedidor ou destinatário de carga.
• Vistoriar o veículo transportador de cargas perigosas, antes de
mobiliza-lo, e assegurar-se de que este esteja em condições adequadas
ao transporte para o qual é destinado, com especial atenção para o
tanque, carroceria e demais dispositivos que possam afetar a
segurança da carga transportada.
• Garantir que os produtos perigosos transportados que tenham sido
adequadamente classificados, embalados, marcados, rotulados,
sinalizados e com declaração de acondicionamento descrita num
documento de transporte.
o O transportador é solidariamente responsável com o expedidor
na hipótese de aceitar para transporte produtos cuja embalagem
apresente sinais de violação, deterioração, mau estado de
conservação.
DURANTE AS OPERAÇÕES DE TRANSPORTE E TRANSBORDO
O condutor, durante a viagem, é o responsável pela guarda, conservação
e bom uso dos equipamentos e acessórios do veículo, inclusive os exigidos
em função da natureza específica dos produtos transportados. Ele deve
examinar as condições gerais do veículo, verificando, inclusive, a existência
de vazamento, o grau de aquecimento, o estado de uso dos pneus e as demais
condições do conjunto transportador.
O transbordo consiste na transferência de carga de uma unidade de
transporte para outra. Esta operação deve ser realizada em local próprio,
sendo que o transbordo em via pública somente deve ser realizado em
condições de emergência e adotando-se medidas de resguardo ao trânsito,
às pessoas e ao meio ambiente.

DURANTE AS OPERAÇÕES DE RECEBIMENTO


É responsabilidade do destinatário orientar e treinar o pessoal
empregado nas operações de descarga no transporte de cargas perigosas, na
condição de destinatário.

MANUTENÇÃO, LIMPEZA E DESCONTAMINAÇÃO


Cabe ao transportador dar adequada manutenção e utilização aos
veículos e equipamentos de transporte. Também deve ser providenciada a
descontaminação de equipamentos utilizados para transporte de produtos
perigosos, através de serviços certificados pelo Inmetro.
SASSMAQ
O SASSMAQ é um Sistema de Avaliação de Segurança, Saúde, Meio
Ambiente e Qualidade para o transporte rodoviário de produtos químicos.
Este sistema foi lançado no ano de 2001 pela ABIQUIM – Associação
Brasileira de Indústrias Químicas, com o objetivo de avaliar o desempenho
das empresas que prestam serviços à indústria química, e reduzir, de forma
progressiva, os riscos nas operações de transporte e distribuição.
Seu conteúdo é baseado no programa ICE - Intervention in Chemical
Transport Emergencies, voltado à melhoria do desempenho em segurança no
transporte, armazenagem e manuseio de produtos químicos, do CEFIQ –
Conselho Europeu das Federações das Indústrias Químicas.
A avaliação das empresas é feita por auditores independentes de
organismos certificadores credenciados pela ABIQUIM e integrantes do
SINMETRO – Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial.
O questionário padronizado de avaliação de SASSMAQ inclui os
“elementos centrais”, compostos pelos aspectos administrativos, financeiros
e sociais da empresa, e os “elementos específicos”, constituídos pelos
serviços oferecidos e pela estrutura operacional, abrangendo seis áreas
(fonte: ABIQUIM):

01. Gerenciamento
Aborda aspectos como responsabilidades de gerenciamento,
treinamentos, relatórios e investigações de não conformidades, pessoal,
promoção de atitudes, auditoria e revisão de sistemas de gerenciamento.
São áreas importantes em que a administração deve mostrar forte liderança
pessoal e facilitar um sistema de apoio que direcione as atividades da
empresa para a excelência em SSMA e Qualidade.

02. Saúde, segurança e meio ambiente


Verifica se estão sendo mantidos padrões elevados em segurança, saúde
e cuidado ambiental e se há a devida preocupação pela proteção dos
funcionários, do público e do ambiente.
03. Equipamentos
A preocupação com operações seguras e confiáveis levam ao interesse
em projetos e na especificação de equipamentos, exigindo a existência de
programas de inspeção e manutenção de rotina.

04. Planejamento das operações


As atividades operacionais e administrativas diárias são examinadas e o
auditor busca confirmar a existência de sistemas e procedimentos
adequados de controle, bem como evidências de que esses sistemas estão
sendo obedecidos.

05. Proteção patrimonial e confidencialidade


Espera-se que a devida atenção seja dada aos aspectos de segurança que
afetam as informações e a propriedade dos clientes. O auditor examinará
normas e procedimentos, controle de acesso e inspeções regulares de
segurança.

06. Inspeção local


O SASSMAQ foi desenvolvido para avaliação com foco nos sistemas de
gerenciamento, mas as instalações e elementos físicos devem contemplar os
aspectos de SSMA e Qualidade da operação.
GESTÃO DA CONFORMIDADE LEGAL
O item 1.8.1.1b do questionário de avaliação do SASSMAQ impõe às
empresas a identificação, atualização, divulgação e adequação do sistema
para atendimento a requisitos legais.
O controle do atendimento à legislação é fundamental não só para
obtenção da certificação SASSMAQ, mas também para evitar prejuízos de
toda ordem e até mesmo a paralização das atividades da organização, a
saber:
• Prevenir riscos legais para os negócios e seus gestores, tais como a
paralisação de atividades, multas e demais sanções civis e penais.
• Evitar que penalidades e consequências jurídicas relacionadas ao
descumprimento da legislação recaiam sobre os gestores e seu
patrimônio.
• Demonstrar a conformidade legal e a regularidade de suas
atividades para quaisquer partes interessadas, tais como clientes,
fornecedores, comunidade, poder público, acionistas, etc.
• Evitar prejuízos com desperdício de tempo e dinheiro decorrentes
da adoção de procedimentos equivocados de controle ambiental.
• Aproveitar oportunidades oferecidas pela legislação com
vantagens pela adoção de boas práticas ambientais.
• Promover uma imagem empresarial de responsabilidade
socioambiental.

Para atender a esta necessidade o Sistema GreenLegis oferece


diferenciais únicos do mercado que permitem a gestão de requisitos legais e
outros requisitos com segurança e economia:

INCOMPARÁVEL ECONOMIA DE TEMPO NO CONTROLE DA


LEGISLAÇÃO
Metodologia única no mercado, sem repetição de requisitos – o
usuário não terá perda tempo controlando várias vezes o
mesmo requisito presente em mais de uma norma.
Edição unificada de vários requisitos ao mesmo tempo –
maximiza o trabalho de preenchimento de informações.
Exibição e controle de várias unidades da empresa
simultaneamente.

GESTÃO CORPORATIVA
Visão corporativa de unidades do grupo empresarial na gestão
da conformidade legal.
Permite a comparação dos requisitos legais aplicáveis a cada
unidade no mesmo ambiente e o controle simultâneo em duas
ou mais unidades.
Em todas as áreas do sistema podem ser compartilhados entre
unidades os requisitos legais, documentos, planos de ação,
calendários, estatísticas, centros de custo, aspectos ambientais,
perigos ocupacionais, usuários, perfis de acesso, etc.

CALENDÁRIO UNIFICADO
O calendário integrado ao sistema gerencia todos os prazos
relacionados ao atendimento e avaliação de requisitos legais,
vencimento de documentos, planos de ação e lembretes.
Com ele a sua equipe terá maior segurança e agilidade no
controle das informações.

SISTEMA COMPLETO E INTEGRADO


O Sistema GreenLegis contém módulos que são perfeitamente
integrados – Conformidade Legal, Aspectos Ambientais,
Perigos Ocupacionais, APPCC, Gestão de Documentos.
As ferramentas de gerenciamento do sistema são conectadas
entre si, incluídas sem custo adicional – Planos de Ação,
Documentos, Lembretes e Calendário unificado.
Com seu poderoso gerenciador de perfis e permissões é
possível garantir que os usuários acessem somente os
conteúdos e funcionalidades a eles atribuídos.
CONCLUSÃO

O transporte de cargas perigosas envolve uma série de riscos que devem


ser controlados para se evitar acidentes e a responsabilização jurídica dos
envolvidos. As empresas e pessoas estão sujeitas a penalidades
administrativas, civis e até penais por descumprimento à legislação.
Neste sentido, é importante ter uma metodologia confiável para o
controle da conformidade legal. Com isso, as empresas ficam seguras quanto
à responsabilização jurídica em caso de acidentes e mais tranquilas para
fiscalizações, inspeções e auditorias realizadas por clientes, fornecedores de
demais partes interessadas.
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Sustentabilidade pode ajudar seu negócio a ter mais segurança e qualidade,
com respeito ao meio ambiente e à sociedade? Visite nosso site e solicite
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Sobre o Autor

André Polatscheck
Sócio Fundador da GreenLegis Serviços em Sustentabilidade.
Advogado e Auditor, dedica-se há 18 anos à consultoria em requisitos
legais e ao desenvolvimento de serviços e sistemas correlatos.
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