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Educação e tecnologia preservando vidas

1
módulo
Parte II

Legislação
específica
PROCONDUTOR TECNOLOGIA
DE TRÂNSITO S/A

Diretora de produto
Claudia de Moraes

Coordenadora de conteúdo
Paula Beatriz de Matos Pires

Conteúdo
Paula Beatriz de Matos Pires
Fernanda Melo Terra
Renata Kuba
Fernando Gonzaga

Revisão ortográfica
Fernando Gonzaga
Thaís Nogueira

1
Diagramação e arte
Renata Kuba
módulo

Ilustrações Parte II
Legislação específica
Ciatech
Thiago Dias
Renata Kuba

Fotografia
Shutterstock
Depositphotos
Pixabay

Equipe Multidisciplinar
Pollyana Coelho da Silva
Notargiacomo
Sérgio Ejzenberg
Claudia Lopes Pereira Pinto
Maria Aparecida Marques
Henrique Naoki Shimabukuro

Este material é registrado na Biblioteca


Nacional. Todos os direitos autorais
reservados à Procondutor Tecnologia de
Trânsito S/A.
É proibida a duplicação ou reprodução

ISBN 978-85-45598-06-0
Sumário
CONCEITOS...........................................................4
Termos específicos...............................................6
LEGISLAÇÃO.........................................................7
Classificação dos produtos perigosos ..................9
COMO IDENTIFICAR...........................................10
Painel de segurança...........................................11
Rótulo de risco...................................................11
Composição.......................................................11
SETAS DE ORIENTAÇÃO.....................................12
SÍMBOLO DE RISCO AO MEIO AMBIENTE........12
DOCUMENTOS NECESSÁRIOS...........................13
Documentos do condutor e do veículo...............13
Documentos da carga........................................14
RESPONSABILIDADES ........................................16
ROUPAS E EPIS....................................................16
ARMAZENAMENTO............................................17
CUIDADOS COM A DESCONTAMINAÇÃO........18
QUANDO INTERROMPER A VIAGEM?...............18
PENALIDADES E INFRAÇÕES..............................19
GRUPOS DE INFRAÇÕES.....................................20
Do transportador...............................................20
Do expedidor.....................................................24
TACÓGRAFO.......................................................27
Tipos de tacógrafos............................................27
Modelos mais utilizados.....................................27
Zona central dos dados......................................28
Manuseio e guarda do disco diagrama...............28
Fiscalização do tacógrafo...................................30
1
MÓDULO

Legislação específica

|| 
CONCEITOS

O transporte de produtos perigosos inclui to-


O transporte de
das as operações necessárias (carga, descarga,
produtos perigosos
transbordo, tráfego, manobras e estaciona-
exige grande mento) para mover um produto de um local a
responsabilidade, outro. Mas quais são os riscos envolvidos? Qual
conhecimento e é a legislação aplicável à essa atividade?
prudência. No Brasil, a maior parte das riquezas produ-
zidas por nossas indústrias – sejam elas alimen-
tos, bens de consumo ou insumos industriais
(como gases, combustíveis etc.) – é transporta-
da para os centros urbanos ou locais de expor-
tação por meio de estradas e rodovias.
Porém, fatores como a imprudência na con-
dução do veículo, mas também no armazena-

4
mento da carga nos veículos ou na
identificação e inspeção adequada
da carga, pode significar não ape-
nas a perda de mercadoria, mas,
também, um elevado risco para as
pessoas envolvidas no transporte ou ao
meio ambiente.
Daí a importância de você, condutor, co-
nhecer as leis e adotar as principais práticas de pre-
venção e segurança relacionadas ao transporte, acondicionamento e
prevenção de riscos envolvendo cargas e produtos perigosos.
Para auxiliá-lo nesse processo, este curso foi desenvolvido conside-
rando as Resoluções nº 3.665/11 e 3.762/12, da Agência Nacional
de Transportes Terrestres (ANTT), e as mais recentes normas técnicas
da ABNT para o exercício da função.

5
TERMOS ESPECÍFICOS
Para começar, veja o significado de termos que fazem parte do dia a
dia dos profissionais que atuam no transporte de produtos perigosos.

1 Carga a Granel
Carga transportada sem qualquer embalagem,
sendo contida apenas pelo equipamento de trans-
porte (tanque, vaso, contêiner-tanque, caçamba).
Legislação específica

Carga fracionada (embalada)


Carga manuseada com seu recipiente (emba-
lagem) durante todo o processo de transporte –
carga, descarga ou transbordo (passagem de um
veículo a outro). No caso de contêiner, a carga será
considerada embalada se este não for considerado
o próprio recipiente.

Produtos Perigosos
São materiais, substâncias ou artefatos (rela-
cionados na Resolução nº 420/04, da ANTT) com
propriedades físico-químicas que podem causar
danos à saúde humana e ao meio ambiente, seja
este natural ou urbano.

Transportador
É a pessoa física ou jurídica responsável pela mo-
vimentação de produtos da origem ao destino.

Expedidor
É a pessoa física ou jurídica responsável pela ex-
pedição do produto, contratação do transporte e/
ou embarque do produto perigoso. O expedidor
deve estar indicado na nota fiscal.

6
||  LEGISLAÇÃO

O manuseio e transporte de produtos químicos exige cuidados es-


peciais devido aos riscos potenciais de acidentes e aos impactos -
tanto ambientais quanto sociais - que estes podem ocasionar.
Devido a tamanho grau de risco e periculosidade, a sociedade e os
órgãos governamentais implementaram uma legislação específica
com o objetivo de regulamentar essa atividade. Veja a relação das leis
e normas específicas aplicáveis ao transporte de produtos perigosos.

Leis, normas
Descrição
e decretos

Dispõe sobre as multas a serem aplicadas por infrações à


Decreto lei
regulamentação para execução do serviço de transporte
nº 2.063
rodoviário de cargas e produtos perigosos.

Resolução Resolução do Conselho Nacional de Energia Nuclear. Aprova


13/88 as normas para o transporte de materiais radioativos.

Decreto lei Aprovou o Regulamento para o Transporte Rodoviário de


nº 96.044 Produtos Perigosos (RTRPP).

Resolução Atualiza o Regulamento para o Transporte Rodoviário de


3.665 Produtos Perigosos.

Carta Circular Fala sobre recolhimento dos Certificados de Capacitação


Secap/DinQP dos veículos que transportam Produtos Perigosos à granel,
nº 17 quando ocorrer acidentes, dano, avaria etc.

Dispõe sobre a execução do Acordo de Alcance Parcial para a


Decreto
Facilitação do Transporte de Produtos Perigosos, entre Brasil,
lei nº 1.797
Argentina, Paraguai e Uruguai.

Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas


Lei nº 9.605 -
de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.

Decreto lei Aprova o regime de infrações e sanções aplicáveis ao


nº 2.866 transporte terrestre de produtos perigosos.

7
Leis, normas
Descrição
e decretos
Portaria nº 38 Estabelece os códigos das infrações e sanções aplicáveis ao

1
Denatran/MJ transporte rodoviário de produtos perigosos.
Portaria nº 326 Trata da competência para autuar e reter infratores ao RTPP
– SUP/DER nas Rodovias Estaduais de São Paulo.
Portaria Aprova as Instruções para a Fiscalização do Transporte
nº 22/01 Rodoviário de Produtos Perigosos no Mercosul.
Estabelece que constitui esfera de atuação da Agência
Legislação específica

Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) o transporte de


produtos perigosos em rodovias e ferrovias. E, determina que
Lei nº 10.233
cabe a mesma, em sua esfera de atuação, como atribuição
geral estabelecer padrões e normas técnicas complementares
relativas às operações do transporte terrestre.
Controle e fiscalização de produtos químicos que possam ser
Lei nº 10.357 -
direcionados para a produção de drogas ilícitas.
Decreto lei Lei do Ministério dos Transportes. Aprova as Instruções para
nº 349/2002 Fiscalização do Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos.
Trata do transporte a granel de Bebidas Alcoólicas nº ONU
Portaria nº 17
3065 e Álcool Etílico nº ONU 1179 para o consumo humano
– Inmetro
ou animal.
Decreto lei Alterou os artigos 7º e 19º do Regulamento para o
nº 4.097 Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos.
Resolução da Agência Nacional de Transportes Terrestres.
Estabelece Instruções Complementares ao Regulamento do
Resolução
Transporte Terrestre de Produtos Perigosos. Foi atualizada e
nº 420 e 701
substitui as Portarias do Ministério dos Transportes nº 101,
nº 402, nº 490, nº 342, nº 170, nº 254.
Resolução da Agência Nacional de Transportes Terrestres.
Resolução
Implanta o Registro Nacional de Transportadores Rodoviários
nº 437
de Carga – RNTRC.
Anexo II – item 6.3 – Dispõe sobre os cursos de treinamento
Resolução nº
específico e complementar para condutores de veículos
168 – Contran
rodoviários de transportadores de produtos perigosos.

8
CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS PERIGOSOS

As substâncias e produtos perigosos devem ser classificados pelo


fabricante (ou pelo expedidor da carga), de acordo com as suas carac-
terísticas físico-químicas e graus de risco, em 9 classes e subclasses.

Classe Subclasse Definições


1.1 Risco de explosão em massa
1.2 Risco de projeção, mas sem risco de explosão em massa
Risco de fogo e com pequeno risco de explosão ou de
1.3
Classe 1 projeção, mas sem risco de explosão em massa
Explosivos 1.4 Não apresentam risco significativo
1.5 Substâncias insensíveis, com risco de explosão em massa
Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão
1.6
em massa
2.1 Gases inflamáveis
Classe 2
2.2 Gases não-inflamáveis
Gases
2.3 Gases tóxicos
Classe 3
Líquidos - Líquidos inflamáveis
Inflamáveis
4.1 Sólidos inflamáveis
Classe 4 
4.2 Substâncias sujeitas à combustão espontânea
Sólidos
Inflamáveis Substâncias que, em contato com água, emitem gases
4.3
inflamáveis
Classe 5 5.1 Substâncias oxidantes
Substâncias
oxidantes e
peróxidos 5.2 Peróxidos orgânicos
orgânicos

9
Classe Subclasse Definições

Classe 6 6.1 Substâncias tóxicas


Substâncias

1
Tóxicas e
Substâncias 6.2 Substâncias infectantes
Infectantes
Qualquer material ou substância que contenha
Classe 7
radionuclídeos, cuja concentração de atividade e
Material -
atividade total na expedição (radiação), excedam os
radioativo
Legislação específica

valores especificados
Classe 8
São substâncias que, por ação química, causam severos
Substâncias -
danos quando em contato com tecidos vivos
corrosivas
Classe 9
Substâncias
São aqueles que apresentam, durante o transporte, um
e Artigos -
risco não abrangido por nenhuma das outras classes
Perigosos
Diversos

O transporte de produtos perigosos pode acarretar diversos riscos


ao meio ambiente e à saúde e segurança das pessoas - sejam elas o
transportador e o pessoal envolvido nas operações de carregamento e
de descarregamento, mas também fiscais e as equipes de emergência
especializada. Por isso, é fundamental informar, de maneira clara e
visível a todos, que determinado veículo transporta carga composta
por produtos perigosos. Isso irá permitir não apenas a adoção de
medidas de prevenção corretas, mas também que, em caso de aci-
dente, as ações de combate sejam as mais adequadas e eficientes de
acordo com a substância envolvida.

||  COMO IDENTIFICAR

A identificação dos produtos perigosos no veículo é feita por meio


do painel de segurança e do rótulo de risco.

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PAINEL DE SEGURANÇA

É uma placa de forma retangular e laranja com duas linhas de alga-


rismos, que deve ser colocado em 4 locais diferentes no veículo.
Na parte superior, é grafado o número de risco, que indica a na-
tureza e a intensidade dos riscos associados aos produtos (conforme
Resolução nº 420, da ANTT).
Na parte inferior, é apresentado o número ONU (número de série
estabelecido pelas Organização das Nações Unidas que identifica e
fornece informações sobre produtos ou misturas químicas). Informa
a classe e a subclasse às quais o produto pertence, indicando orisco
principal e o risco subsidiário da substância química.

RÓTULO DE RISCO
O rótulo de risco pode trazer símbolos, textos (opcionais, exceto
para os materiais radioativos) ou números. Além disso, seu fundo
pode apresentar cores diversas.

COMPOSIÇÃO
O rótulo de risco e o painel de segurança devem ser colocados em:
„„ embalagens (tamanho mínimo de 10x10cm) e volumes;
„„ veículos e unidades de transporte.

Rótulo de risco nas embalagens


As embalagens externas deverão apresentar
também o rótulo de segurança, que deverá conter:
„„ identificação do produto;
„„ nome apropriado para embarque;

11
„„ informações primárias de manuseio, armazenamento, transporte e
descarte;
„„ número de risco e número ONU;

1
„„ conforme o caso, o rótulo de segurança poderá conter o rótulo de
risco e/ou símbolos de perigo e/ou manuseio.

||  SETAS DE ORIENTAÇÃO

Usadas para indicar a posição correta de armaze-


Legislação específica

nagem do volume, as setas de orientação devem ser


colocadas nos dois lados verticais opostos do volume
e apontar para cima:
„„ embalagens combinadas com embalagens internas
contendo produtos perigosos;
„„ embalagens simples equipadas com dispositivos de
ventilação;
„„ recipientes criogênicos projetados para transporte
de gases liquefeitos refrigerados.

Conforme a norma ISO780:1997, as setas devem figurar dentro de


um retângulo, terem dimensões apropriadas ao tamanho do volume,
serem nas cores preta ou vermelha sobre fundo branco e ficarem cla-
ramente visíveis.

||  SÍMBOLO DE RISCO AO MEIO AMBIENTE

Os volumes contendo as substâncias com os núme-


ros ONU 3077 e 3082, que são consideradas poluentes
aquáticas, devem ser indicadas com o símbolo ao lado.
A exceção são as embalagens singelas, ou combina-
das, que possuam capacidade:
„„ igual ou inferior a 5 litros, para líquidos;
„„ igual ou inferior a 5 kg, para sólidos.

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||  DOCUMENTOS NECESSÁRIOS

De acordo com o relatório da Agência Nacio-


nal de Transportes Terrestres (ANTT) publica-
do em 2010, o Brasil conta com uma frota de
caminhões de carga que ultrapassa 1 milhão e
300 mil veículos. E grande parte deles atravessa
diariamente nossas estradas e rodovias carregando cargas e produtos
perigosos, o que coloca em risco a saúde e a segurança de milhares
de pessoas – sejam elas condutores no trânsito, sejam moradores de
localidades próximas.
Daí a importância de exigir de todos os envolvidos – sejam empresas,
sejam colaboradores – uma série de documentos que identifiquem o
tipo de carga, as medidas preventivas e de contenção necessárias e as
capacitações dos profissionais envolvidos.
Lembre-se: o transporte de cargas e produtos perigosos é uma ati-
vidade de extrema responsabilidade. Por isso, o objetivo de você fazer
este curso é, antes de tudo, evitar que vidas – tanto a sua quanto de
outras pessoas próximas – sejam perdidas inutilmente no transporte
de substâncias perigosas.

DOCUMENTOS DO CONDUTOR E DO VEÍCULO


Em função da preocupação da sociedade em controlar os riscos que
o transporte de produtos perigosos traz ao meio ambiente e à saúde
humana, a fiscalização sobre essa atividade tem sido constantemente
aprimorada.
Veja, agora, alguns dos documentos exigidos dos agentes respon-
sáveis:
„„ Carteira Nacional de Habilitação (CNH), na categoria adequada ao
veículo utilizado e válida;
„„ Certificado de Treinamento do Condutor Curso MOPP (válido ou
descrito na CNH como “Transportador de Cargas Perigosas”).

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Por sua vez, os documentos necessários ao veículo são:
„„ Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV);
„„ Certificado de Inspeção Veicular (CIV);

1
„„ Certificado de Registro Nacional de Transportador Rodoviário de
Carga (RNTRC);
„„ Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos a
Granel (CIP).

DOCUMENTOS DA CARGA
Legislação específica

A documentação necessária para transporte de produtos perigosos


é composta pela:
„„ nota fiscal;
„„ ficha de emergência;
„„ envelope para o transporte;
„„ selo de Identificação da conformidade;
„„ guia de tráfego do ministério do exército;
„„ declaração do expedidor de material radioativo ou ficha de monito-
ração da carga e do veículo rodoviário.

Nota Fiscal (NF)


A NF do produto transportado deve apresentar as seguintes infor-
mações:
„„ número ONU e nome apropriado para embarque;
„„ classe e subclasse (quando necessário) do produto;
„„ declaração assinada pelo expedidor.

Ficha de emergência
É o documento que possui informações
sobre o produto a ser transportado, bem
como instruções para casos de emergência
- como vazamento, fogo, poluição, envol-
vimento de pessoas e informações ao mé-
dico - em função do produto transportado.

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É responsabilidade do expedidor emitir e entregar a Ficha de Emergên-
cia no ato do carregamento do produto.

Envelope para o transporte


É o envelope que deve conter a Ficha de Emergência e a Nota Fiscal
do produto. Ele apresenta:
„„ procedimentos genéricos em caso de emer-
gência;
„„ telefones úteis (corpo de bombeiros, defesa
civil, órgãos de policiamento etc.;
„„ identificação das empresas transportadora e
expedidora da carga.

Selo de Identificação da Conformidade


As embalagens refabricadas devem portar o
Selo de Identificação da Conformidade, com
conjunto com o número do certificado de apro-
vação da embalagem.

Guia de Tráfego do Ministério do Exército


Produtos controlados (por exemplo, os explosivos) só poderão trafe-
gar com a permissão das autoridades de fiscalização do Ministério da
Guerra. A permissão será concedida por um documento denominado
Guia de Tráfego.

Declaração do expedidor de material radioativo / Ficha


de monitoração da carga e do veículo rodoviário
O transporte a granel de materiais radioativos deve ser autorizado
pelo Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN). No ato da fiscali-
zação, devem ser apresentados:
„„ declaração do expedidor de material radioativo;
„„ ficha de monitoração da carga e do veículo rodoviário.

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||  RESPONSABILIDADES

Antes de iniciar o transporte, o transportador é responsável po-

1
rinspecionar:
„„ o veículo, assegurando-se de suas per-
feitas condições para o transporte;
„„ o tanque;
„„ a carroceria;
„„ demais dispositivos que possam afetar
Legislação específica

a segurança da carga transportada.

Durante o transporte do produto, o condutor é responsável:


„„ por usar o traje mínimo obrigatório;
„„ pela guarda, conservação e bom uso dos equipamentos e acessó-
rios do veículo, inclusive os exigidos em função da natureza especí-
fica dos produtos transportados;
„„ pelo exame regular, e em local adequado, das condições gerais do
veículo, tais como vazamento, grau de aquecimento e condições
dos pneus.

É importante ressaltar que, em caso de acidente, o fabricante do


produto e o comprador (destinatário) também são responsáveispelos
danos decorrentes de impactos ao meio ambiente e a terceiros.
Conforme o artigo 19 do decreto 96.044, de 18/05/1988, o condu-
tor não participará do carregamento, descarregamento e transbordo
da carga, salvo se devidamente orientado e autorizado pelo expedidor
ou pelo destinatário, e com a anuência do transportador.

||  ROUPAS E EPIS

Para sua própria proteção durante o transporte de produtos peri-


gosos, o condutor deve usar traje mínimo, obrigatório pela empresa,

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eequipamentos de proteção individual (EPIs), que variam conforme o
grupo de risco do produto a ser transportado. Veja:

Trajes mínimos EPIs


„„ calça comprida; „„ capacete; „„ máscara do tipo
„„ camisa ou camiseta, „„ luvas; panorâmica;
com mangas curtas „„ óculos de segurança para „„ máscara de fuga;
ou compridas; produtos químicos; „„ protetor facial;
„„ calçados fechados. „„ semi-máscara para „„ colete de sinalização;
proteção da boca e nariz; „„ máscara contra
„„ respirador para pó; gases tóxicos;
„„ botas de borracha.

||  ARMAZENAMENTO

A responsabilidade pelo acondicionamento correto dos produtos


perigosos fracionados, de forma a suportar os riscos do transporte, é
do expedidor. Ele deve verificar que as embalagens não apresentem
sinais de violação, deterioração ou mau estado de conservação.
Além disso, segundo a NBR 14.619, é proibido o transporte de pro-
duto perigoso com outro tipo de mercadoria, ou outro produto peri-
goso, no mesmo veículo ou contêiner. A exceção é se houver compa-
tibilidade* entre os diferentes produtos transportados.
Da mesma forma, é proibido o transporte de produtos perigosos,
com risco de contaminação, junto com:
„„ animais;
„„ alimentos;
„„ medicamentos;
„„ objetos destinados a uso humano ou animal;
„„ embalagens de mercadorias afins.

É a ausência de risco potencial de explosão, vazamento de gases,


vapores, compostos ou misturas perigosas, bem como alteração das
propriedades dos produtos, entre dois produtos em contato entre si.

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||  CUIDADOS COM A DESCONTAMINAÇÃO

Para garantir que não haja a contaminação dos veículos e equipa-

1
mentos – como tanques, vasos, caçambas ou contêineres – que trans-
portaram produtos capazes de contaminá-los, eles devem ser inspe-
cionados após a descarga.
Caso haja contaminação, os veículos deverão ser cuidadosamente
limpos e descontaminados, em locais e condições que atendam às
determinações dos órgãos do meio ambiente.
Legislação específica

Antes de serem novamente carregados, os veículos de transporte a


granel devem ser devidamente limpos e descontaminados, exceto se o
contato entre os dois produtos não acarretar riscos adicionais.
Os veículos descontaminados devem portar documento que com-
prove essa condição.
Caso um veículo apresente contaminação em seu exterior, ele será
proibido de circular.

||  QUANDO INTERROMPER A VIAGEM?

Durante o transporte, o condutor é responsável por inspecionar a


integridade da carga. Nesse procedimento, ele deve estar atento para
observar qualquer sinal de alteração nas condições da carga transpor-
tada, tais como:
„„ vazamentos;
„„ presença de resíduos nos recipientes;
„„ dilatação do contêiner;
„„ alta temperatura, entre outras.

Todas essas situações podem colocar em risco a segurança das pes-


soas, dos bens ou do meio ambiente. Assim, nesses casos, o condutor
deve imediatamente interromper a viagem e entrar em contato com o
transportador, as autoridades e as entidades responsáveis (o telefone
destas deverá estar listado no Envelope para o Transporte).

18
Importante: os veículos de transporte perigoso só poderão estacio-
nar, seja para pernoitar ou para descansar, em áreas determinadas
pelas autoridades competentes.

||  PENALIDADES E INFRAÇÕES

Em função dos vários fatores de risco ocasionados ao meio ambien-


te, ao patrimônio, à saúde e à segurança das pessoas, o transporte de
cargas e produtos perigosos é objeto de preocupação por parte da so-
ciedade. Porém, fatores como a imprudência na condução do veículo,
mas também no armazenamento da carga nos veículos ou na identi-
ficação e inspeção adequada da carga, pode significar não apenas a
perda de mercadoria, mas, também, um elevado risco para as pessoas
envolvidas no transporte ou ao meio ambiente.
Nesse sentido, as normas, preceitos e resoluções são antes ações para
prevenir e mitigar acidentes com o objetivo de salvar vidas. Daí que a
não observância a essas regras constitui infrações de trânsito, capazes
de gerar penalidades e multas a condutores e transportadores.
As infrações de trânsito são definidas como a não observância dos
preceitos:
„„ do Código de Trânsito Brasileiro (CTB);
„„ da legislação complementar;
„„ das resoluções do Contran.

Nesse caso, o infrator - seja ele o condutor, seja o transportador -


ficará sujeito a penalidades, medidas administrativas e punições pre-
vistas. Quando o infrator cometer duas ou mais infrações, serão apli-
cadas, cumulativamente, as respectivas penalidades.
Já quando o proprietário do veículo for Pessoa Jurídica, o condu-
tor infrator deverá ser identificado em formulário próprio, enviado no
prazo preestabelecido, para responder pela pontuação. Caso não indi-
cado o condutor, a empresa pagará a multa estabelecida e outra por
não identificar o condutor.

19
Se, dentro dos próximos 12 meses, o mesmo veículo receber outra
autuação da mesma natureza, além da multa por não identificar o
condutor, receberá a multa pela infração multiplicada por 2 e assim

1
em diante.
As infrações específicas referentes ao transporte de produtos peri-
gosos são classificadas, de acordo com a sua gravidade, em 3 grupos:

GRUPO I GRUPO II GRUPO III


Punidas com multa Punidas com multa Punidas com multa
Legislação específica

no valor equivalente no valor equivalente no valor equivalente


a R$ 1.000,00 a R$ 700,00 a R$ 400,00.

Os seguintes itens podem agravar a multa:


„„ na reincidência específica, a multa será aplicada em dobro;
„„ cometidas simultaneamente, duas ou mais infrações de naturezas
diversas, serão aplicadas cumulativamente, as penalidades corres-
pondentes a cada uma;
„„ será cancelado o registro do transportador que, no período de doze
meses, for punido com seis multas do GRUPO l.

||  GRUPOS DE INFRAÇÕES


DO TRANSPORTADOR

TRANSPORTADOR – GRUPO I Amparo legal Valor


Descrição da infração RES. 3.665/11 equivalente

Transportar produtos perigosos cujo deslocamento Art. 53, Inciso


R$ 1.000,00
rodoviário seja proibido pela ANTT. I, alínea “a”.
Transportar produtos perigosos em veículo cujo Art. 53, Inciso
condutor não esteja devidamente habilitado em I, alínea “b”. R$ 1.000,00
desacordo ao caput do art. 22.
Transportar produtos perigosos em veículo ou Art. 53, Inciso
equipamento de transporte com características técnicas I, alínea “c”. R$ 1.000,00
ou operacionais inadequadas, em desacordo ao art. 6º.

20
Transportar, em veículo ou equipamento de transporte, Art. 53, Inciso
produtos perigosos a granel que não constem no CIPP, I, alínea “d”. R$ 1.000,00
em desacordo ao art. 7º.

Transportar produtos perigosos a granel em veículo Art. 53, Inciso


ou equipamento de transporte que não atendam às I, alínea “e”. R$ 1.000,00
disposições do art. 7º e do inciso I do caput do art. 28.

Transportar produtos perigosos em veículos que não Art. 53, Inciso


R$ 1.000,00
atendam às condições do art. 8º. I, alínea “f”.

Conduzir pessoas em veículos que transportem Art. 53, Inciso


R$ 1.000,00
produtos perigosos, em desacordo ao inciso I do art. 12. I, alínea “g”.

Transportar, simultaneamente, no mesmo veículo


Art. 53, Inciso
ou equipamento de transporte, diferentes produtos R$ 1.000,00
I, alínea “h”.
perigosos, em desacordo ao inciso II do art. 12.

Transportar produtos perigosos em desacordo ao inciso Art. 53, Inciso


R$ 1.000,00
III do art. 12. I, alínea “i”.

Transportar alimentos, medicamentos ou quaisquer


objetos destinados ao uso ou consumo humano ou Art. 53, Inciso
R$ 1.000,00
animal em embalagens que tenham contido produtos I, alínea “j”.
perigosos, em desacordo ao inciso IV do art. 12.

Transportar, simultaneamente, animais e produtos


Art. 53, Inciso
perigosos em veículos ou equipamentos de transporte, R$ 1.000,00
I, alínea “k”.
em desacordo ao inciso V do art. 12.

Transportar em veículo ou equipamento de transporte


já utilizados para movimentação de produtos perigosos Art. 53, Inciso
R$ 1.000,00
a granel, produtos para uso ou consumo humano ou I, alínea “l”.
animal, em desacordo ao art. 9º.

Deixar de dar apoio e prestar os esclarecimentos


Art. 53, Inciso
solicitados pelas autoridades públicas em caso de R$ 1.000,00
I, alínea “m”.
emergência, acidente ou avaria, conforme art. 33.

Manusear, carregar ou descarregar produtos perigosos


em locais públicos e em condições de segurança Art. 53, Inciso
R$ 1.000,00
inadequadas às características dos produtos e à I, alínea “n”.
natureza de seus riscos, em desacordo ao art. 14.

21
TRANSPORTADOR – GRUPO II Amparo legal Valor
Descrição da infração RES. 3.665/11 equivalente

Transportar produtos perigosos mal estivados nos


Art. 53, Inciso

1
veículos ou presos por meios não apropriados, em R$ 700,00
II, alínea “a”.
desacordo ao art. 10.
Transportar produtos perigosos em veículo ou
Art. 53, Inciso
equipamento de transporte em estado inadequado
II, alínea “b”. R$ 700,00
de conservação, limpeza ou descontaminação, em
desacordo ao art. 6º (alterado pela Resolução no 3.762).
Legislação específica

Transportar produtos perigosos em veículo ou


Art. 53, Inciso
equipamento sem a devida sinalização, ou quando
II, alínea “c”. R$ 700,00
esta estiver incorreta, ilegível ou afixada de forma
inadequada, em desacordo ao art. 3º.
Transportar produtos perigosos em embalagens que
Art. 53, Inciso
não possuam a comprovação de sua adequação à
II, alínea “d”. R$ 700,00
programa de avaliação da conformidade da autoridade
competente, em desacordo ao art. 11.
Transportar produtos perigosos em embalagens que Art. 53, Inciso
não possuam a identificação relativa aos produtos e II, alínea “e”. R$ 700,00
seus riscos, em desacordo ao art. 11
Transportar produtos perigosos utilizando cofre de Art. 53, Inciso
R$ 700,00
carga que não atenda ao estabelecido no art. 13. II, alínea “f”.
O condutor não adotar, em caso de acidente, avaria ou
outro fato que obrigue a imobilização do veículo, as Art. 53, Inciso
R$ 700,00
providências constantes no Envelope para Transporte, II, alínea “g”.
conforme art. 30.
Transportar produtos perigosos em veículo desprovido
do conjunto de equipamentos para situações
Art. 53, Inciso
de emergência ou portar qualquer um de seus R$ 700,00
II, alínea “h”.
componentes em condições inadequadas de uso, em
desacordo ao art. 4º.
Transportar produtos perigosos em veículo desprovido
dos conjuntos de EPIs necessários ou portar qualquer Art. 53, Inciso
R$ 700,00
um de seus componentes em condições inadequadas de II, alínea “i”.
uso, em desacordo ao art. 5º.

22
Transportar produtos perigosos em embalagens que
Art. 53, Inciso
apresentem sinais de violação, deterioração ou mau R$ 700,00
II, alínea “j”.
estado de conservação, conforme art. 48.
Transportar produtos perigosos descumprindo as Art. 53, Inciso
R$ 700,00
restrições de circulação estabelecidas no art. 17. II, alínea “k”.
Estacionar veículo contendo produtos perigosos em Art. 53, Inciso
R$ 700,00
desacordo ao art. 20. II, alínea “l”.
Abrir Volumes, fumar ou adentrar as áreas de carga do
Art. 53, Inciso
veículo ou equipamento de transporte em desacordo ao R$ 700,00
II, alínea “m”.
inciso VI do art. 12.

TRANSPORTADOR – GRUPO III Amparo legal Valor


Descrição da infração RES. 3.665/11 equivalente

Deixar, o condutor ou o auxiliar, de informar a Art. 53, Inciso


imobilização do veículo à autoridade competente, III, alínea “a”. R$ 400,00
conforme art. 24.
Retirar a sinalização ou a Ficha de Emergência e o
Art. 53, Inciso
Envelope para Transporte de veículo ou equipamento
III, alínea “b”. R$ 400,00
de transporte que não tenha sido descontaminado, em
desacordo ao art. 3º.
Não retirar a sinalização dos veículos e equipamentos
de transporte após as operações de limpeza e Art. 53, Inciso
descontaminação, em desacordo ao parágrafo segundo III, alínea “c”. R$ 400,00
do art. 3º (alterado pela Resolução nº 3.886, de
06/09/12).
Transportar produtos perigosos sem adotar, em relação Art. 53, Inciso
à documentação exigida, as disposições do inciso V do III, alínea “d”. R$ 400,00
art. 46, ou dispor dessa documentação ilegível.
Transportar produtos perigosos em veículo cujo
Art. 53, Inciso
condutor ou auxiliar não estejam usando o traje mínimo
III, alínea “e”. R$ 400,00
obrigatório previsto no art. 26 (alterado pela Resolução
nº 3.886, de 06/09/12).

23
DO EXPEDIDOR

EXPEDIDOR – GRUPO I Amparo legal Valor


RES. 3.665/11 equivalente

1
Descrição da infração

Expedir produtos perigosos cujo deslocamento Art. 54, Inciso


R$ 1.000,00
rodoviário seja proibido pela ANTT. I, alínea “a”.

Expedir produtos perigosos em veículo ou equipamento


Art. 54, Inciso
de transporte com características técnicas ou R$ 1.000,00
I, alínea “b”.
operacionais inadequadas, em desacordo ao art. 6º.
Legislação específica

Expedir produtos perigosos a granel que não constem Art. 54, Inciso
R$ 1.000,00
no CIPP, em desacordo ao art. 7º. I, alínea “c”.

Expedir produtos perigosos a granel em veículo ou


Art. 54, Inciso
equipamento de transporte que não atendam ao art. 7º R$ 1.000,00
I, alínea “d”.
e ao inciso I do caput do art. 28.

Expedir produtos perigosos em veículos que não Art. 54, Inciso


R$ 1.000,00
atendam às condições do art. 8º. I, alínea “e”.

Expedir, simultaneamente, no mesmo veículo ou


Art. 54, Inciso
equipamento de transporte, diferentes produtos R$ 1.000,00
I, alínea “f”.
perigosos, em desacordo ao inciso II do art. 12.

Expedir produtos perigosos em desacordo ao inciso III Art. 54, Inciso


R$ 1.000,00
do art. 12. I, alínea “g”.

Expedir alimentos, medicamentos ou quaisquer objetos


destinados ao uso ou consumo humano ou animal em Art. 54, Inciso
R$ 1.000,00
embalagens que tenham contido produtos perigosos, I, alínea “h”.
em desacordo ao inciso IV do art. 12.

Embarcar, simultaneamente, animais e produtos


Art. 54, Inciso
perigosos em veículos ou equipamentos de transporte, R$ 1.000,00
I, alínea “i”.
em desacordo ao inciso V do art. 12.

24
Expedir produtos para uso ou consumo humano ou
animal em veículo ou equipamento de transporte já Art. 54, Inciso
R$ 1.000,00
utilizados para movimentação de produtos perigosos a I, alínea “j”.
granel, em desacordo ao art. 9º.

Não se fazer representar por técnico ou pessoal


especializado no local do acidente, quando Art. 54, Inciso
R$ 1.000,00
expressamente convocado pela autoridade competente, I, alínea “k”.
em desacordo ao art. 31.
Embarcar produtos perigosos em veículo sem fornecer a Art. 54, Inciso
R$ 1.000,00
documentação exigida no art. 40. I, alínea “l”.
Expedir produtos perigosos mal estivados nos veículos
Art. 54, Inciso
ou presos por meios não apropriados, em desacordo ao R$ 1.000,00
I, alínea “m”.
art. 10.
Expedir produtos perigosos em embalagens que não
possuam a marcação adequada ou a comprovação
Art. 54, Inciso
de sua adequação à programa de avaliação da R$ 1.000,00
I, alínea “n”.
conformidade da autoridade competente, em desacordo
aos arts. 11 ou 44.
Expedir produtos perigosos em embalagens que não
possuam a identificação relativa aos produtos e seus Art. 54, Inciso
R$ 1.000,00
riscos ou que essa seja inadequada aos produtos I, alínea “o”.
transportados, em desacordo aos arts. 11 ou 44.
Expedir produtos perigosos utilizando cofre de carga Art. 54, Inciso
R$ 1.000,00
que não atenda ao estabelecido no art. 13. I, alínea “p”.
Expedir produtos perigosos em embalagens que
apresentem sinais de violação, deterioração ou mau Art. 54, Inciso
R$ 1.000,00
estado de conservação, em desacordo ao art. 48 I, alínea “q”.
(alterado pela Resolução no 3.762, de 26.01.12).
Efetuar as operações de carga de produtos perigosos Art. 54, Inciso
R$ 1.000,00
em desacordo ao art. 45. I, alínea “r”.

25
EXPEDIDOR – GRUPO II Amparo legal Valor
Descrição da infração RES. 3.665/11 equivalente

Expedir produtos perigosos em veículo ou

1
equipamento sem a devida sinalização, ou quando Art. 54, Inciso
R$ 700,00
esta estiver incorreta, ilegível ou afixada de forma II, alínea “a”.
inadequada, em desacordo ao art. 3º.
Expedir produtos perigosos em veículo desprovido
do conjunto de equipamentos para situações de
Art. 54, Inciso
emergência ou que porte qualquer um de seus R$ 700,00
II, alínea “b”.
componentes em condições inadequadas de uso, em
Legislação específica

desacordo ao art. 4º.


Expedir produtos perigosos em veículo desprovido dos
conjuntos de EPIS necessários ou portar qualquer um Art. 54, Inciso
R$ 700,00
de seus componentes em condições inadequadas de II, alínea “c”.
uso, em desacordo ao art. 5º.
Deixar de dar apoio e prestar os esclarecimentos
Art. 54, Inciso
solicitados pelas autoridades públicas em caso de R$ 700,00
II, alínea “d”.
emergência ou acidente em desacordo ao art. 33.
Expedir produtos perigosos em veículo cujo condutor
Art. 54, Inciso
não esteja devidamente habilitado em desacordo ao R$ 700,00
II, alínea “e”.
caput do art. 22 (acrescido pela Resolução no 3.762).
Expedir produtos perigosos em veículo ou
equipamento de transporte em estado inadequado Art. 54, Inciso
R$ 700,00
de conservação, limpeza ou descontaminação, em II, alínea “f”.
desacordo ao art. 6º

Os artigos 55 e 56 versam sobre a responsabilidade do destinatário


e do infrator sobre as demais normas. Veja:
Art. 55. Constitui infração de responsabilidade do destinatário, pu-
nível com multa prevista para o Segundo Grupo, efetuar a operação
de descarga de produtos perigosos em desacordo ao art. 45.
Art. 56. A aplicação das penalidades estabelecidas neste Regula-
mento não exime o infrator do cumprimento de outras exigências pre-
vistas em legislação específica, nem o exonera das cominações cíveis
e penais cabíveis.

26
|| TACÓGRAFO

O tacógrafo é um registrador instantâneo e inalterável de velocida-


de,tempo e distância. O seu objetivo principal é demonstrar por meio
de registros, as informações e desempenho do veículo para o controle
das empresas e fiscalização.
Ter o tacógrafo é obrigatório para todos os veículos de transporte
coletivo de passageiros. O uso deste aparelho é importante, pois o
motorista deve dirigir dentro do limite de velocidade, o que propor-
ciona mais segurança para todos, além de contribuir para a economia
de combustível e menor desgaste de peças e componentes, o que
diminui a necessidade de manutenção.
As informações que devem constar e estarem disponíveis a qualquer
momento pelo tacógrafo são:
„„ velocidade desenvolvida, distância percorrida, tempo e movimenta-
ção do veículo e suas interrupções;
„„ data e hora do início da operação;
„„ identificação do veículo, dos condutores, da abertura do comparti-
mento que contém o disco ou de emissão da fita diagrama.

TIPOS DE TACÓGRAFOS
O tacógrafo é divido em 3 tipos:
„„ Mecânico: utiliza disco diagrama e seu acionamento é feito por
meio de eixo flexível.
„„ Eletrônico: utiliza disco diagrama e seu acionamento é feito por
meio de chicote elétrico.
„„ Digital: utiliza discou ou fita diagrama, apresenta unidade de regis-
tro e gravação em separado. Possui um visor de cristal líquido com
todas as informações registradas.

MODELOS MAIS UTILIZADOS


„„ de 24 horas: utiliza apenas um disco diagrama, o qual dever ser
substituído impreterivelmente após a vigésima quarta hora de utili-

27
zação. Se a troca não for realizada, haverá superposição de grafia,
ou seja, os dados registrados serão sobrepostos por novos regis-
tros, o que prejudicará a interpretação da gravação;

1
„„ de 7 ou 8 dias: utiliza um conjunto com 7 ou 8 discos de 24 horas
cada um, os quais devem ser substituídos após a vigésima quarta
hora do sétimo ou oitavo dia, contados após a colocação do con-
junto no tacógrafo.

ZONA CENTRAL DOS DADOS


Legislação específica

O tacógrafo possui uma região central do disco


diagrama, que deve ser preenchida com os dados
da viagem, do motorista e do veículo, são eles:
„„ nome do motorista;
„„ destino de viagem;
„„ número da frota do veículo;
„„ data da realização da viagem;
„„ KM de saída (início), chegada (final da viagem) e da viagem.

MANUSEIO E GUARDA DO DISCO DIAGRAMA


O disco diagrama é considerado como prova documental e é útil em
processos judiciais. Por isso, manuseá-lo e guardá-lo corretamente é
fundamental, caso seja necessário utilizá-lo. Para conservar os regis-
tros do disco diagrama, deve-se evitar que ele seja contaminado por
derivados de petróleo, produtos químicos, ficar sob peças pesadas ou
pontiagudas. Além disso, ele não pode ser dobrado.
Em caso de acidente com o veículo, o disco diagrama não pode ser
retirado. Apenas o agente fiscalizador pode fazer isso.

Instruções para o manuseio do tacógrafo de 24 horas


Com o veículo parado, abra a tampa e levante a alavanca de fixação
do disco diagrama. Em seguida, coloque o disco e abaixe a alavanca
de fixação. Caso seja necessário acertar o relógio, gire a roda serrilha-
da, situada ao lado esquerdo da tampa do tacógrafo.

28
O disco diagrama deve ser introduzido cui-
dadosamente com a posição correta dos
ponteiros do relógio, pois o disco assume
também a posição correta quanto ao ho-
rário. A escala horária do disco diagrama
compreende um período de 24h em uma só
evolução de 360°, diferente dos relógios con-
vencionais que executam duas evoluções no mes-
mo período. O número 7 do disco se refere às 7h e não às 19 horas.
Tenha cuidado quando desligar o aparelho para realizar algum reparo
no veículo. No reinício de funcionamento, verifique e acerte o horário
do relógio utilizando a roda serrilhada própria para isso.

Instrução para manuseio do tacógrafo de 7 dias


Para o tacógrafo de 7 dias, siga as mesmas orientações de abertura
para o de 24 horas, e ainda:
„„ solte a porca-baioneta girando-a no sentido anti-horário e remo-
vendo-a;
„„ retire os discos superiores à lâmina de separação, junto ao encosto;
„„ solte o último disco por meio de leve giro das pontas de arraste e
removido;
„„ acerte o relógio girando a roda serrilhada situada ao lado esquerdo
da tampa do tacógrafo, se necessário;
„„ coloque o jogo de disco cuidadosamente. Deve-se empurrar a mar-
gem do jogo de discos para baixo da lâmina de seleção nas proxi-
midades do fecho;
„„ gire o jogo de disco no sentido horário até que a marca localizada
na tampa no tacógrafo, ao lado da lâmina, aponte sobre o tempo
momentâneo na escala de tempo do disco superior. Controle a
posição central dos discos-diagramas e pressione o jogo levemente
sobre as pontas de arraste.
„„ recoloque a porca-baioneta e aperte-a no sentido horário;

29
FISCALIZAÇÃO DO TACÓGRAFO
A fiscalização do tacógrafo, em veículos em que seu uso é obriga-
tório, será exercida pelos órgãos executivos do Sistema Nacional de

1
Trânsito (SNT). O agente vistoriador deverá verificar se:
„„ o tacógrafo se encontra em perfeitas condições e as ligações neces-
sárias para o seu funcionamento correto estão devidamente conec-
tadas e lacradas, com seus componentes sem qualquer alteração;
„„ as informações de velocidade, tempo, data, quilometragem estão
devidamente registradas;
Legislação específica

„„ o condutor dispõe de disco ou fita diagrama reserva para manter o


funcionamento do registrador instantâneo e inalterável de veloci-
dade e tempo até o final da operação do veículo;
„„ o tacógrafo está aprovado na verificação metrológica realizada pelo
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro)
ou entidade credenciada.

Toda a comprovação da verificação desses itens dever ser feita pelo


site do Inmetro, de forma digital ou cópia autenticada do certificado
de verificação metrológica. Quando houver fiscalização e o agente
responsável solicitar, o motorista deve entregar o tacógrafo conforme
a determinação do Art. 238 do CTB. O equipamento não pode faltar
e nem ficar inoperante. Conforme estabelecido pelo Contran, o tacó-
grafo é obrigatório para os veículos:
„„ utilizados no transporte rodoviário de produtos perigosos a granel,
independentemente do ano de fabricação;
„„ de carga com Capacidade Máxima de Tração (CMT) inferior a 19
toneladas, independentemente do ano de fabricação. Por exemplo:
130 cavalos ÷ 5,71 = 22, 76 toneladas.
„„ usados especialmente para a condução coletiva de escolares (idade
inferior a 12 anos), independentemente do ano de fabricação;
„„ ônibus e micro-ônibus, independentemente do ano de fabricação,
exceto os registrados na categoria e que não realizem o transporte
remunerado de pessoas.

30
REFERÊNCIAS

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32

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