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O Transporte Rodoviário de Produtos

Perigosos está regulamentado com base em


legislação e critérios técnicos, de acordo com
as diretrizes da Organização das Nações
Unidas (ONU).
Isso demonstra a preocupação das
autoridades e órgãos governamentais em
manter rígido controle, uma vez que,
acidentes envolvendo o transporte de produtos
perigosos, podem ocasionar impactos
significativos ao meio ambiente, ao
patrimônio, bem como à segurança e a saúde
das pessoas.
REGULAMENTAÇÃO DO TRANSPORTE
TERRESTRE DE PRODUTOS PERIGOSOS

33 80
3 1203 8 2443

33 33
3 1263
1263

33
1263

O Brasil foi o primeiro país da América Latina a criar uma


regulamentação para o transporte de produtos perigosos.
Antes de 1983 não havia.
PRODUTO PERIGOSO - DEFINIÇÃO

Para fins de transporte, por via pública,


considera-se como PRODUTO PERIGOSO
substâncias encontradas na natureza ou
produzidas por qualquer processo que possuam
propriedades físico-químicas, biológicas ou
radioativas que representem risco para a saúde
de pessoas, para a segurança pública e para o
meio ambiente.
PRODUTO PERIGOSO

A área de atuação é bastante abrangente e


compreende:
• O atendimento a emergências nas indústrias
químicas, nos locais em que existem materiais
radioativos, agentes biológicos, etc.
• Nas ocorrências relacionadas ao Transporte
Terrestre (rodovias e ferrovias);
• No Transporte Marítimo de PP;
• No Trânsito Aéreo de Produtos Perigosos.
TRANSPORTE RODOVÍÁRIO
DE PRODUTOS PERIGOSOS

Carga embalada:
É a carga que é manuseada juntamente com
seu recipiente (embalagem), em todo ato de
carga, descarga ou transbordo (passagem de
carga de um para outro veículo). No caso de
contêiner, a carga será considerada embalada
somente se esse não for o próprio recipiente.
Carga embalada
TRANSPORTE RODOVÍÁRIO
DE PRODUTOS PERIGOSOS

Carga à granel:
É a carga transportada sem qualquer
embalagem, contida apenas pelo
equipamento de transporte, seja ele um
tanque, vaso, caçamba ou contêiner-tanque.
Carga à granel
TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS
Todo veículo de carga e veículo-tanque com
produtos perigosos deve trazer na frente, nas
laterais e na traseira dois símbolos:
Rótulo de Risco
Painel de Segurança.
Os veículos que transportam produtos
perigosos são identificados pelo uso de um
retângulo de cor laranja, chamado painel
de segurança afixado nas laterais, na frente
e na traseira; e de um losango de cores e
desenhos variados, chamados rótulo de
risco, fixado nas laterais e na traseira
PAINÉIS DE SEGURANÇA
São retângulos (dimensões: 30 cm de altura x 40
cm de comprimento), na cor laranja que trazem o
Número de Risco (na cor preta) e o Número ONU
(Organização das Nações Unidas) na parte inferior
com 4 algarismos, também na cor preta, do
produto transportado.
São afixados em posição
adjacente ao rótulo de risco.
RÓTULOS DE RISCO
Placa em forma de losango que identifica o risco
principal do produto
CÓDIGO DE CORES

As cores de fundo dos rótulos de risco significam:


Cores Significado
Laranja Explosivo

Vermelho Inflamável

Verde Gás não tóxico e não inflamável

Branco Tóxico e substância infectante

Azul Perigoso quando molhado

Amarelo Oxidante ou peróxido orgânico

Preto/Branco Corrosivo

Amarelo/Branco Radioativo
CLASSES DOS PRODUTOS PERIGOSOS
Resolução ANTT n0 420 de 12/02/2004

▪ Todos os produtos perigosos são


classificados de acordo com o seu risco
principal;
▪ Quando um produto apresentar mais de
um tipo de risco, isto será mostrado nos
sistemas de identificação de risco;
▪ Desta forma um produto pode ser
identificado pela sua Classe e Subclasse.
Riscos associados a classes e
subclasses

Os riscos associados a classes e subclasses são


divididos em primário e secundário.
Os riscos primários (ou principais) referem-se ao
potencial de causar danos associados aos produtos
das respectivas classes e subclasses, sendo
possível que um produto perigoso tenha mais de
um risco associado, mas sempre um risco será
principal e o associado, quando existir, será
denominado risco secundário.
Por exemplo:

Combustíveis para motores (gasolina) possuem


como risco principal o fato de serem inflamáveis,
por suas características químicas.
Entretanto, a gasolina é também tóxica se
ingerida; verifica-se que ela é, ao mesmo tempo,
inflamável e tóxica, sendo que sua característica de
inflamabilidade é considerada risco principal e a
toxidade, risco secundário.
Não se converta em uma vítima
Não se precipite
Não prove, toque, respire nem coma nada
Não suponha nada
Manual atendimento - ABIQUIM

O manual foi desenvolvido pelo departamento de


transportes dos Estados Unidos, sendo adaptado
pela Associação Brasileira da Indústria Química
(ABIQUIM) ao Brasil, visando direcionar os
atendimentos às características dos produtos
químicos que são produzidos e transportados em
solo brasileiro.
Manual atendimento - ABIQUIM

O manual tem por objetivo orientar a resposta


à emergência, servindo como fonte de consulta
prática, objetiva e sistemática que fornece as
várias providências a serem adotadas que
facilitam o atendimento pelas equipes de
resposta que primeiro chegarem ao local. Esse
manual é voltado para o transporte rodoviário e
ferroviário com produtos perigosos, podendo
servir de fonte de consulta em acidentes
químicos ampliados.
Manual atendimento - ABIQUIM

Todos os procedimentos
adotados e prescritos no manual
da ABIQUIM devem ser
tomados, aproximando-se do
incidente com o vento pelas
costas até uma distância
segura para você e sua equipe.
Manual atendimento - ABIQUIM

Se você não possuir os EPI’s – vestimentas e


equipamentos de proteção respiratória – adequados,
mantenha-se afastado de vazamentos (gases),
derramamentos (líquidos) e tombamentos (sólidos) e
tente identificar o produto, sempre com segurança.
O manual para atendimento às emergências com produtos
perigosos possui cinco seções:

Seção branca:
Aborda informações gerais
acerca do manual, bem como
dados referentes aos números de
risco e suas características, além
da tabela dos códigos de riscos.
Seção branca
Seção amarela
Classifica o produto perigoso pelo número da ONU,
relacionando o número ao nome do mesmo, atribuindo
com isso a sua classe de risco e a respectiva guia de
emergência.
Seção azul:
Identifica o produto pelo seu nome comercial, servindo
para se associar o mesmo à sua respectiva guia de
emergência e ao número ONU.

N.E. = Não especificado


Seção laranja:
É composta basicamente de guias, sendo essas
denominadas de guias de emergência, pois compõem
todos os procedimentos que devem ser adotados em um
acidente com produtos perigosos.

O título da GUIA de emergência identifica o tipo de substância.


Seção verde:
Relaciona:
✓ Tabelas de distâncias para isolamento e proteção
inicial;
✓ Produtos perigosos que reagem com água;
✓ Fatores que podem alterar as distâncias de proteção;
✓ Fundamentos para isolamento e evacuação; e
✓ Classificação do tamanho dos vazamentos.
Ações Produtos Perigosos

Avaliar a situação;
✓Reconhecer ou identificar o produto.
✓Manter uma distância inicial de precaução com
o vento pelas costas, não devendo ser menor que
100 metros para derramamentos ou vazamentos
químicos, e de 300 metros para explosivos; e
✓ Estabelecer um perímetro de segurança;
✓ Sinalize imediatamente o local.
Zonas de trabalho Produtos Perigosos
Produtos Perigosos

Zona 1 - Zona de suporte - Zona fria – Localizada na


área fora dos locais onde estão as equipes de intervenção
com produtos perigosos, porém com um nível de
segurança elevado, possui isolamento feito pelo pessoal
de segurança.

A equipe de
primeira intervenção
deverá posicionar-se
deste setor para fora.
Produtos Perigosos

Zona 2 - Zona de redução de contaminação - Zona


morna – Local onde fica o corredor de redução dos
contaminantes (CRC), passagem das equipes de técnicos
que entraram ou saíram com segurança da zona quente.

Deve possuir além


do CRC uma saída
de emergência para
os técnicos.
Produtos Perigosos

Zona 3 - Zona de exclusão - Zona quente – Local onde


estão presentes os contaminantes. A equipe de primeira
resposta não deverá entrar nesse local.

Nesse setor só deve


circular pessoal técnico
com equipamentos de
proteção individual
(EPI’s) adequados,
seja para atividade de
detecção ou para
socorro às vítimas.
Equipamentos de Proteção Pessoal

São os equipamentos destinados a evitar o


contato (exposição) das equipes de intervenção
com os contaminantes e podem ser definidos
em EPI e EPR.
Produtos Perigosos

Nível de proteção “A”

Utilizado quando é
necessário o maior nível
de proteção ao sistema
respiratório e à pele.
Produtos Perigosos

Nível de proteção “B”

Utilizado quando se deseja


um nível máximo de
proteção respiratória, mas
um nível menor de proteção
para a pele
Produtos Perigosos

Nível de proteção “C”

Utilizado quando não é


necessário um nível de proteção
respiratório maior nem à pele,
porém, os gases existentes
podem, num grande tempo de
exposição afetar o organismo.
Produtos Perigosos

Nível de proteção “D”

É o uniforme de trabalho das


equipes de socorro urbano e de
outros profissionais que
trabalham próximos de locais
que possuam produtos
perigosos.
Viaturas para atendimento com
Produtos Perigosos:
O MÉTODO START é utilizado para Acidentes com Múltiplas Vítimas envolvendo
Produtos Perigosos. O diferencial é o corredor de descontaminação
RISCOS RELACIONADOS
 Existe uma série de eventos ou condições que
podem atuar de forma isolada ou conjugada,
facilitando a exposição dos organismos aos
agentes tóxicos:
- Explosões;
- Vapores de líquidos inflamáveis ou
combustíveis;
- Gases tóxicos ou inertes;
- Substâncias oxidantes;
- Substâncias radioativas;
- Vapores corrosivos; etc.
TIPOS DE LESÕES

 Térmica:
- Calor
- Frio

 Mecânica:
- Ondas de choque
- Força de impacto
- Explosão
TIPOS DE LESÕES
 Asfixia:
- Complicações respiratórias,
 Química:
- Altera estrutura e função celular
- tecidos e órgãos,
 Etiológicas
(ou contaminação por microorganismos),

 Radiológica:
- Altera estrutura e função celular.
MEIOS OU VIAS DE CONTAMINAÇÃO

Uma substância tóxica pode penetrar


no organismo por diversos meios ou vias
de administração.

• Ingerida

• Inalada

• Absorvida
SINAIS E SINTOMAS MAIS COMUNS
DE INTOXICAÇÃO
São variados dependendo da substância:

• Sudorese
• Sialorreia e lacrimejamento
• Alterações pupilares: midríase ou miose
• Queimação nos olhos e mucosas
• Cefaleia
• Náuseas e vômitos
• Alterações da consciência
• Convulsões
SINAIS E SINTOMAS MAIS COMUNS
DE INTOXICAÇÃO
• Queimaduras ou manchas ao redor da boca
• Dificuldade para deglutir
• Distensão e dor abdominal
•Alterações na pele: palidez, hiperemia ou cianose
• Odores característicos: na respiração, roupa,
ambiente
• Alterações na frequência cardíaca (taquicardia,
bradicardia e arritmias)
• Respiração anormal (taquipneia, bradipneia ou
dispneia)
TRATAMENTO NO APH

• Realizar Análise Primária e tratar os problemas


em ordem de prioridade.
• Realizar Análise Secundária e retirar roupa da
vítima, se contaminada.
• Não dar nada para beber (nem mesmo água).
• Não oferecer carvão ativado ou xarope de ipeca
(a não ser que seja recomendação do CIATOX).
• Não induzir ao vômito, mesmo que esteja com
alteração de consciência.
• Em caso de produto em contato com olhos e
pele, lavar com água corrente e em abundância.
TRATAMENTO NO APH

• Desde que o produto não for identificado como


altamente contaminante e, se possível,
remover a vítima para o hospital rapidamente.

• O envenenamento é um dos casos em que o


socorrista poderá remover a vítima para o
hospital sem aguardar o Suporte Avançado de
Vida (SAV).
O SALVAMENTO É TUDO,
MAS A SEGURANÇA ESTÁ ACIMA
DO SALVAMENTO.
SOMENTE QUEM SOUBER
IDENTIFICAR O RISCO,
SABERÁ COMO SE PROTEGER.

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