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Segurança na armazenagem,

manuseio e transporte de produtos


perigosos

Apresentação
Na manipulação e transporte de produtos perigosos, as operações de armazenagem precisam
seguir as normas brasileiras para segurança do colaborador e meio ambiente. Assim, é necessário
conhecer essas regras e ter treinamento específico conforme o produto.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer as principais diretrizes para instalação de um
armazém de produto perigoso, bem como seu modo de estocagem e transporte. Além disso,
compreenderá o quanto os EPIs são importantes para proteção contra acidentes.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer as instalações de um armazém de produtos perigosos.


• Definir como as cargas perigosas são estocadas no armazém e transportadas.
• Identificar os EPIs de segurança nas funções de periculosidade.
Desafio
Os produtos perigosos exigem maior cuidado do que a carga geral em todas as atividades do
armazém e no transporte. Por isso, é de extrema importância que gestores e colaboradores
conheçam as normas brasileiras associadas ao produto perigoso. Essas diretrizes regulamentam o
trabalho, incluindo, por exemplo, localização do armazém, movimentação, estoque, EPIs e
transporte.

Após ler tais informações, avalie a situação a seguir.

Diante desse cenário, qual é o local mais apropriado para a instalação do armazém e por que as
outras possibilidades foram excluídas?
Infográfico
No Infográfico a seguir, você vai conhecer quais são as exigências do mercado a fim de que um
motorista possa transportar produtos perigosos. Também aprenderá como deve ser a identificação
de veículos para cargas perigosas.
Aponte a câmera para o
código e acesse o link do
conteúdo ou clique no
código para acessar.
Conteúdo do livro
As instalações dos armazéns precisam apresentar ambiente agradável de trabalho e proporcionar
segurança aos trabalhadores, principalmente quando há movimentação e armazenagem de
produtos perigosos. Assim, torna-se necessário conhecer esses locais a fim de compreender como
tais mercadorias devem ser estocadas. Para o trabalho com produtos perigosos ser seguro, é
fundamental identificar os equipamentos de segurança nas funções de periculosidade.

No capítulo Segurança na armazenagem, manuseio e transporte de produtos perigosos, da obra


Gestão de armazenamento, estoque e distribuição, você vai entender a importância da segurança do
trabalho nas operações com produtos perigosos. Nesse cenário, conhecerá as instalações do
armazém, entendendo a definição e classificação de tais produtos, bem como as maneiras mais
apropriadas de trabalhar com eles. Assim, compreenderá de que modo os produtos perigosos
devem ser estocados no armazém de acordo com a Norma 12235. Por fim, poderá identificar quais
são os equipamentos de proteção individual devem ser usados pelo colaboradores de maneira que
fiquem protegidos durante as atividades.
GESTÃO DE
ARMAZENAMENTO,
ESTOQUE E
DISTRIBUIÇÃO

Charlene Bitencourt
Soster Luz
Segurança na armazenagem,
no manuseio e no transporte
de produtos perigosos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Conhecer as instalações de um armazém de produtos perigosos.


 Compreender como as cargas perigosas são estocadas no armazém
e transportadas.
 Identificar os EPIs de segurança nas funções de periculosidade.

Introdução
As operações de armazenagem, manipulação e transporte de produtos
perigosos precisam seguir as normas brasileiras para a segurança do
colaborador e do meio ambiente, já que esses produtos representam risco
para aqueles que os manipulam e para o ambiente em seu entorno. Os
produtos perigosos são divididos em nove classes, conforme a ONU, de
acordo com o risco de exposição, podendo ser explosivos, gases, líquidos
inflamáveis, sólidos inflamáveis, materiais radioativos, entre outros. As
normas de segurança de armazenagem de produtos perigosos discorrem
sobre o isolamento dos produtos dentro do armazém, a sinalização de
segurança, o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), entre
outros aspectos de importância primordial para a correta manipulação
desses materiais. Dessa forma, é preciso conhecer essas normas e obter
treinamento específico, conforme o produto perigoso.
Neste capítulo, você vai verificar as principais normas para as ins-
talações de um armazém de produtos perigosos, bem como a forma
de estocagem e de transporte desses produtos. Além disso, você vai
compreender o quanto os EPIs são importantes para a proteção contra
acidentes com produtos perigosos.
2 Segurança na armazenagem, no manuseio e no transporte de produtos perigosos

O armazém de produtos perigosos


O armazém de produtos perigosos tem instalações diferentes daquelas dos
armazéns de carga geral. Então, antes de planejar a localização do armazém e
sua estrutura, é preciso saber com qual tipo de produto a empresa trabalhará.
Segundo a Resolução nº. 420/04 da Agência Nacional de Transportes Terrestres
(ANTT), produto perigoso é todo aquele que representa risco para a saúde das
pessoas, para a segurança pública e/ou para o meio ambiente.
Os produtos perigosos são subdivididos em classes e, em alguns casos, em
subclasses, de acordo com o risco de exposição. Segundo a classificação da
(Organização das Nações Unidas (ONU), os produtos perigosos se dividem em
nove classes. A Resolução nº. 420/04 da ANTT (BRASIL, 2004, documento
on-line) apresenta essa divisão:

 Classe 1: Explosivos
■ Subclasse 1.1: Substâncias e artigos com risco de explosão em massa.
■ Subclasse 1.2: Substâncias e artigos com risco de projeção, mas sem
risco de explosão em massa.
■ Subclasse 1.3: Substâncias e artigos com risco de fogo e com pe-
queno risco de explosão ou de projeção, ou ambos, mas sem risco
de explosão em massa.
■ Subclasse 1.4: Substâncias e artigos que não apresentam risco
significativo.
■ Subclasse 1.5: Substâncias muito insensíveis, com risco de explosão
em massa.
■ Subclasse 1.6: Artigos extremamente insensíveis, sem risco de ex-
plosão em massa.
 Classe 2: Gases
■ Subclasse 2.1: Gases inflamáveis.
■ Subclasse 2.2: Gases não inflamáveis, não tóxicos.
■ Subclasse 2.3: Gases tóxicos.
 Classe 3: Líquidos inflamáveis
 Classe 4: Sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espon-
tânea; substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis
■ Subclasse 4.1: Sólidos inflamáveis, substâncias auto-reagentes e
explosivos sólidos insensibilizados.
■ Subclasse 4.2: Substâncias sujeitas à combustão espontânea.
■ Subclasse 4.3: Substâncias que, em contato com água, emitem gases
inflamáveis.
Segurança na armazenagem, no manuseio e no transporte de produtos perigosos 3

 Classe 5: Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos


■ Subclasse 5.1: Substâncias oxidantes.
■ Subclasse 5.2: Peróxidos orgânicos.
 Classe 6: Substâncias tóxicas e substâncias infectantes
■ Subclasse 6.1: Substâncias tóxicas.
■ Subclasse 6.2: Substâncias infectantes.
 Classe 7: Material radioativo
 Classe 8: Substâncias corrosivas
 Classe 9: Substâncias e artigos perigosos diversos

Todas essas substâncias classificadas pela ONU requerem cuidados es-


peciais, principalmente na armazenagem. O armazém precisa ser apropriado
para a movimentação e a estocagem desses produtos. Por exemplo, o solvente,
muito utilizado na construção civil para auxiliar na limpeza de pincéis e tintas,
pertence à Classe 3, e sua armazenagem e seu transporte precisam seguir as
normas para líquidos inflamáveis.
Segundo a ANTT, os produtos perigosos devem ser identificados para pode-
rem ser transportados. Para chegar com segurança até o armazém, é importante
que o veículo tenha a identificação desses produtos. Existem pelo menos duas
placas que devem ser afixadas no veículo e na embalagem do produto. Uma
placa tem o número de risco e o número da ONU. Já a outra placa possui uma
figura indicando o risco, um texto sobre o risco e o número de classe e subclasse
da ONU. A Figura 1 mostra essas duas formas de identificação.

Figura 1. Identificação de produtos perigosos: painel de segurança e rótulo de risco.


Fonte: Adaptada de Secretaria dos Transportes SP. São Paulo ([20--?], p. 25).

Conforme o Manual de Produtos Perigosos, do Departamento de Estradas


de Rodagens — DER / SP, “conforme estabelecido na Resolução n° 420, de
12/02/2004, da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT)/Ministério
4 Segurança na armazenagem, no manuseio e no transporte de produtos perigosos

dos Transportes [...], o número de risco permite determinar imediatamente o


risco principal (primeiro algarismo) e os riscos subsidiários do produto (segundo
e terceiro algarismos); as diferentes combinações, que formam os diferentes
números de risco”(SÃO PAULO, [20--?], p. 26) são apresentadas no Quadro 1.

Quadro 1. Significado dos riscos dos algarismos dos números de risco

Algarismo Significado

2 Desprendimento de gás devido à pressão ou à reação química.

3 Inflamabilidade de líquidos (vapores) e gases


ou líquido sujeito a autoaquecimento.

4 Inflamabilidade de sólidos ou sólido sujeito a auto-aquecimento.

5 Efeito oxidante (intensifica o fogo).

6 Toxicidade ou risco de infecção.

7 Radioatividade.

8 Corrosividade.

9 Risco de violenta reação espontânea.

X Substância que reage perigosamente com água (utilizado


como prefixo do código numérico). Nota: O risco de violenta
reação espontânea, representado pelo algarismo 9, inclui
a possibilidade, decorrente da natureza da substância,
de um risco de explosão, desintegração ou reação de
polimerização, seguindo-se o desprendimento de quantidade
considerável de calor ou de gases inflamáveis e, ou tóxicos.
A repetição de um número indica, em geral, um
aumento da intensidade daquele risco específico.
Quando o risco associado a uma substância
puder ser adequadamente indicado por um único
algarismo, este será seguido por zero.

Fonte: Adaptado de Brasil (2004).

A NBR 12235 discorre sobre as regras para o armazenamento de resíduos


sólidos perigosos. Com relação à localização do armazém de produtos peri-
gosos, deve-se evitar ao máximo alterar a ecologia da região, ser aceito pela
população e estar de acordo com o zoneamento da região, ou seja, longe de
residências.
Segurança na armazenagem, no manuseio e no transporte de produtos perigosos 5

Para saber mais sobre a armazenagem de produtos perigosos, acesse os links indicados
a seguir.
Nesse link, você pode verificar todas as normas relativas ao armazenamento de
resíduos sólidos perigosos:

https://goo.gl/YDp4Lm

Acesse esse link e saiba mais sobre a armazenagem de líquidos inflamáveis:

https://goo.gl/BzNL5W

Entre nesse link e saiba quais são os EPIs obrigatórios para o transporte de produtos
perigosos:

https://goo.gl/WKhsWo

Dentro do armazém deve haver isolamento da área de carga, de tal forma


que impeça a entrada de pessoas que não são da empresa. Também deve existir
sinalização de segurança alertando sobre os riscos do local. Deve haver um
sistema que permita a iluminação, inclusive à noite, para casos de emergência.
É fundamental que exista a capacitação dos colaboradores envolvidos com
produtos perigosos. Esse treinamento visa a instruir o colaborador quanto à
movimentação interna do produto, o preenchimento de documentos relativos
ao produto e a atuação em caso de emergência.

O plano de emergência é um documento que descreve quais medidas devem ser


tomadas em casos de emergência e quem coordenará tais ações. Deve informar sobre
possíveis incidentes e ações a serem realizadas, conter uma lista atualizada de telefones
de emergência e uma lista dos equipamentos de segurança existentes.

A NBR 7505-1 apresenta as regras sobre o armazenamento de produtos


perigosos inflamáveis. Vale salientar que esses produtos podem ser armazenados
em tanques ou em edificações. Esses tanques podem ser elevados, de superfície
ou subterrâneos. Deve haver proteção contra a corrosão e recursos de controle
de vazamento.
6 Segurança na armazenagem, no manuseio e no transporte de produtos perigosos

Já a NBR 17505-5:2006 faz referência à operação de líquidos inflamáveis


no armazém. Segundo essa norma, o armazém que abriga líquidos inflamáveis
deve ter ventilação natural ou mecânica, de forma que o ar seja renovado em
toda a área do armazém. Para segurança ambiental e do trabalho, as edificações
onde ocorrem carregamentos e descarga dos líquidos devem ter sistema de
drenagem que funcione de imediato em caso de vazamento. Essas precauções
também devem ser tomadas nos portos, visando-se a evitar o contato dos líquidos
inflamáveis com a água.
O extintor de incêndio e as saídas de emergência precisam estar com acesso
liberado. O técnico em segurança do trabalho informa quantos extintores a em-
presa precisa ter, conforme a área do local, e onde é mais apropriado que esses
extintores sejam fixados. O técnico em segurança do trabalho também define os
tipos de extintores que a empresa precisa ter, dependendo dos produtos. Ainda,
é importante salientar que armazéns com produtos perigosos devem ter muros
de divisão e estar distantes de outras propriedades. Essa distância depende do
grau de risco do produto. Além disso, deve existir entre o armazém e o muro
de concreto de divisão uma determinada distância em metros.

A estocagem de cargas perigosas


As cargas perigosas são estocadas com muito cuidado, obedecendo às normas
de segurança relacionadas ao produto. Por isso, todo colaborador que se envolve
com as mercadorias no armazém precisa de treinamento específico. Segundo
Oliveira (2012, p. 283), “todo trabalho deve ter um procedimento escrito para
execução. Além de facilitar a execução, isso auxilia na prevenção de aciden-
tes”. Quando se trata de movimentação e estocagem de produtos perigosos, é
fundamental que os colaboradores tenham procedimentos claros para seguir.

Um colaborador está na sua primeira semana de trabalho e sua função é descarregar


mercadorias. Um caminhão chega com pequenos tanques de líquidos inflamáveis e
perigosos. Como esse colaborador teve treinamento, ele já sabe que, além de utilizar
os EPIs, ele precisa ter maior cuidado, e o produto não pode ficar em ambiente quente.
Sabendo disso, o colaborador descarrega o produto com segurança e faz a estocagem
em local refrigerado, de acordo com a temperatura informada no rótulo do tanque.
Segurança na armazenagem, no manuseio e no transporte de produtos perigosos 7

Conforme a NBR 12235, todo manuseio de resíduos perigosos nas ins-


talações de armazenamento deve ser executado por colaboradores com EPI
adequado. Além disso, segundo a norma (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 1992):

 as cargas perigosas devem estar em recipientes como tambores, contêi-


neres e tonéis que possam ser inspecionados visualmente, sem precisar
de aparelhos auxiliares para enxergar possíveis danos.
 os tambores e materiais que armazenam os produtos perigosos devem
ser de materiais compatíveis ou ter revestimento/impermeabilização.
Dessa forma, há prevenção de danos ao recipiente.
 os recipientes que contêm os produtos perigosos devem estar sempre
fechados. Esses recipientes só podem ser abertos para manipulação,
adição ou remoção.
 deve haver identificação nos recipientes de carga perigosa, que resista
à manipulação.
 os produtos perigosos devem ser armazenados em áreas específicas,
conforme a compatibilidade.

Para correta estocagem dos produtos em segurança, o armazém precisa ter


sinalização dividindo as áreas dos produtos, indicando onde pode haver passagem
dos colaboradores. Geralmente, os armazéns possuem largos corredores para as
empilhadeiras movimentarem os produtos com segurança. As áreas de armaze-
namento devem ser inspecionadas periodicamente. Recomenda-se a inspeção
das áreas com produtos perigosos diariamente, de preferência antes e depois
do expediente. Se houver alguma irregularidade, como vazamento, as medidas
corretivas devem ser tomadas imediatamente. Após a solução, devem ser feitas
correções para que o problema não volte a se repetir. As formas de prevenir os
problemas devem constar no plano de emergência, que precisa estar atualizado.

Os EPIs nas funções de periculosidade


A Norma Regulamentadora nº. 16, do Ministério do Trabalho (BRASIL, 1978),
rege as questões relativas às atividades e operações perigosas. Como uma forma
de compensação, todos os colaboradores que trabalham com atividades que
oferecem perigo à vida recebem 30% de adicional de periculosidade calculado
sobre o salário, segundo a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e a NR
16. Segundo a NR 16, são consideradas atividades perigosas todas aquelas
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que tem relação com degradação química e ação de agentes exteriores, como
calor, umidade, faíscas e choques. O transporte de produtos perigosos também
se enquadra nessas atividades (BRASIL, 1978).
A norma ABNT NBR 9735:2016 trata dos equipamentos para emergências
no transporte terrestre de produtos perigosos. Assim, a circular da ABNT
NBR 9735 determina o traje mínimo obrigatório: calça comprida, camisa ou
camiseta, com mangas curtas ou compridas, e calçados fechados. A Figura 2
mostra exemplos de EPIs para o transporte de produtos perigosos.

Figura 2. Exemplos de EPIs para produtos perigosos.


Fonte: QUAL... (2012, documento on-line).

Todas as pessoas envolvidas no transporte devem utilizar esses trajes,


ou seja, motorista e ajudantes. Se houver a necessidade de óculos, a norma
permite somente os óculos tipo ampla-visão, que protege contra respingos.
Dependendo do risco da carga, serão utilizados mais EPIs. Além dos EPIs
para o transporte de produtos perigosos, a norma NBR 9735 estabelece que o
caminhão deve conter alicate, chave de fenda, calços para as rodas, chave para
desconexão da bateria, cones para sinalização da via e extintores de incêndio
Dentro do armazém, para recebimento, movimentação, estocagem, expe-
dição e qualquer outra atividade de contato com o ambiente em que o produto
perigoso está armazenado, também é obrigatório o uso de EPIs. O tipo de EPI
depende do risco do produto. Os EPIs podem proteger todo o corpo ou parte
dele, conforme indicado no Quadro 2.
Segurança na armazenagem, no manuseio e no transporte de produtos perigosos 9

Quadro 2. Zona de proteção do corpo e o respectivo EPI

Zona EPI

Cabeça Capacete e capuz

Ouvidos Abafadores de ruído e tampões

Aparelho respiratório Máscaras com filtro químico e mecânico

Olhos e face Óculos, viseiras e máscara de solda

Mãos e braços Luvas, creme de proteção e manga

Pés e pernas Sapatos, botinas, botas, tênis, calças e meias

Corpo inteiro Macacão de segurança

Fonte: Adaptado de Brasil (2010).

Além do uso de EPIs, é recomendado que no armazém de produtos peri-


gosos ninguém se alimente, beba líquidos ou aplique maquiagem. Existem
locais na empresa apropriados para isso, como refeitórios e sanitários. Além
disso, deve ser evitado ou proibido o uso de adornos, como brincos, anéis e
correntes, dependendo do caso. Quem tem cabelos compridos deve sempre
deixá-los presos, de forma a evitar acidentes.

O EPI a ser utilizado depende do grau de risco associado ao produto perigoso. Então,
é preciso observar as normas específicas quanto ao produto para utilizar os EPIs
adequados. O trabalho com produtos perigosos sempre terá o adicional de periculo-
sidade de 30% no salário. Porém, mesmo com esse adicional, o colaborador precisa,
obrigatoriamente, utilizar os EPIs.
10 Segurança na armazenagem, no manuseio e no transporte de produtos perigosos

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT/CB-16 Comitê Brasileiro de Trans-


portes e Tráfego. Circular ABNT NBR9735: EPIs e equipamentos de transporte para produtos
perigosos. Rio de Janeiro, 2016. Disponível em: <http://www.abtlp.org.br/wp-content/
uploads/2016/07/CIRCULAR-ABNT-NBR-9735_ABNT_CB_16.pdf>. Acesso em: 22 jul. 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7505-1: armazenagem de líqui-
dos inflamáveis: parte 1: armazenagem em tanques estacionários. Rio de Janeiro, 2000.
Disponível em: <http://licenciadorambiental.com.br/wp-content/uploads/2015/01/
NBR-7.505-Armazenagem-de-L%C3%ADquidos-Inflam%C3%A1veis-e-Combustiveis-
-Parte-1.pdf>. Acesso em: 22 jul. 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12235: armazenamento de resíduos
sólidos perigosos. Rio de Janeiro, 1992. Disponível em: <https://wp.ufpel.edu.br/residuos/
files/2014/04/nbr-12235-1992-armazenamento-de-res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos-
-perigosos.pdf>. Acesso em: 22 jul. 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 17505-5: armazenamento de
líquidos inflamáveis e combustíveis: parte 5: operações. Rio de Janeiro, 2006. Disponível
em: <https://www.brasilpostos.com.br/wp-content/uploads/2013/09/17505-5-ABNT.
pdf>. Acesso em: 22 jul. 2018.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA). Manuseio e armazenagem seguro de produtos químicos. 2010.
Disponível em: <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CPACT-2010/13146/1/
folder-seg-prod-quim.pdf>. Acesso em: 26 jul. 2018.
BRASIL. Ministério do Trabalho. Norma reguladora: NR 16: atividades e operações perigosas.
Brasília, DF, 1978. Disponível em: <http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/
NR16.pdf>. Acesso em: 22 jul. 2018.
BRASIL Ministério dos Transportes. Agência Nacional de Transportes Terrestres. Resolução
nº 420, de 12 de fevereiro de 2004. Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento
do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos. Brasília, DF, 2004. Disponível em: <http://
appasp.cnen.gov.br/seguranca/transporte/documentos/Resolucao-ANTT-420.pdf>.
Acesso em: 22 jul. 2018.
OLIVEIRA, C. A. A et al. Manual prático de saúde e segurança do trabalho. 2. ed. São Paulo:
Yendis, 2012.
QUAL a importância do EPI? 2012. Disponível em: <https://www.epi-tuiuti.com.br/blog/
curiosidades/importancia-do-epi/>. Acesso em: 22 jul. 2018.
SÃO PAULO. Secretaria dos Transportes. Departamento de Estradas e Rodagem. Manual
de produtos perigosos. São Paulo: DER, [20--?]. Disponível em: <http://200.144.30.103/siipp/
arquivos/manuais/Manual%20de%20Produtos%20Perigosos.pdf>. Acesso em: 22 jul. 2018.
Segurança na armazenagem, no manuseio e no transporte de produtos perigosos 11

Leitura recomendada
SALIBA, T. M.; PAGANO, S. R. S. Legislação de segurança, acidente do trabalho e saúde do
trabalhador. 10. ed. São Paulo: LTr, 2014.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Dica do professor
Os produtos perigosos exigem cuidados especiais nas atividades empresariais. Para garantir a
precaução, existe a SASMAQ (Sistema de Avaliação de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e
Qualidade).

A certificação trata dos procedimentos relacionados às cargas químicas e perigosas. Assim, você vai
assistir ao objetivo, histórico, benefícios e validade da SASSMAQ neste vídeo. Além disso, acessará
dados sobre produtos químicos no Brasil.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Exercícios

1) Os produtos perigosos são subdivididos em classes. Sobre isso, é correto afirmar que:

A) Existem oito classes.

B) São definidas pela ANTT.

C) Todas possuem subclasses.

D) A divisão ocorre conforme o risco dos produtos.

E) A classe de produto exerce pouca influência na estrutura do armazém.

2) Determinado centro de distribuição tem diversos materiais para construção e acabamento.


Um deles é o solvente, considerado produto perigoso da:

A) Classe 1.

B) Classe 3.

C) Classe 4.

D) Classe 5.

E) Classe 8.

3) Segundo a NBR 12235, o local escolhido para armazenar produtos perigosos deve:

A) Ser aceito pela população local.

B) Alterar a ecologia da região.

C) Estar próximo a parques residenciais.

D) Ter cerca de tela transparente para divisão do terreno.

E) Apresentar, pelo menos, 10 centímetros de distância entre o armazém e outra propriedade.


4) A estocagem de produtos perigosos requer cuidados especiais. Por isso, a Norma 12235,
que trata do manuseio de resíduos perigosos nas instalações de armazenamento, determina
que:

A) A inspeção das cargas perigosas deve ser realizada ocasionalmente.

B) Os recipientes de produtos perigosos podem estar abertos durante o expediente.

C) Os produtos perigosos precisam ser lacrados após o manuseio.

D) A inspeção dos recipientes de cargas perigosas precisa ocorrer por meio de equipamentos
com precisão para visualização.

E) Os produtos perigosos podem dividir a mesma área de acordo com a compatibilidade.

5) Além do uso de EPIs, todo trabalhador que tem contato com produtos perigosos deve
receber adicional sobre o salário, segundo a CLT e a NR 16. Com a informação de que um
colaborador trabalha movimentando tonéis de gasolina no armazém, responda: que
percentual ele terá sobre seu salário?

A) Adicional de insalubridade de 10%.

B) Adicional de insalubridade de 20%.

C) Adicional de periculosidade de 30%.

D) Adicional de insalubridade de 40%.

E) Adicional de insalubridade de 30%.


Na prática
As empresas precisam preservar o meio ambiente ao mesmo tempo em que desenvolvem suas
atividades. Para isso, são necessárias regras que regulamentem e orientem em relação a boas
práticas de sustentabilidade nas empresas. Em tal contexto, a ISO 14001 é uma certificação
internacional com foco na orientação das empresas a respeito dos procedimentos corretos a fim de
evitar agressão ao meio ambiente.

A seguir, você vai compreender como surgiu a ISO, bem como o conceito da ISO 9001, relacionada
ao produto e serviço, e da ISO 14001, direcionada à redução dos impactos ambientais nas
empresas. Agora, identificará exemplos práticos da ISO14001, ilustrando sua aplicação.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!


Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Regulamento do transporte terrestre de produtos perigosos


No link a seguir, confira o artigo sobre o regulamento do transporte terrestre de produtos perigosos
no Brasil.

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Manual de produtos perigosos


Neste link, acesse o manual que apresenta várias informações sobre legislação e classes dos
produtos perigosos.

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Normas brasileiras para transporte terrestre de produtos


perigosos
No arquivo a seguir, leia o material sobre normas brasileiras para transporte terrestre de produtos
perigosos, a fim de ampliar seus conhecimentos.

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Símbolos de risco e manuseio para transporte e armazenamento
de materiais
No material a seguir, conheça alguns produtos perigosos e seus símbolos.

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