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UFCD 9917
Gestão Inicial de Operações

Sessão 9917-S6

Acidentes com Matérias


Perigosas
6 2

Acidentes com matérias perigosas


• Conceitos;
• Identificação das matérias;
• Procedimentos gerais de segurança;

• Marcha Geral de Operações:


 Reconhecimento;
2  Salvamentos;
 Estabelecimento dos meios de ação;
 Ataque e proteção;

180 min.  Rescaldo;


 Vigilância.

• Procedimentos de intervenção.
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3

No final da sessão o formando deverá ser capaz de:

• Identificar corretamente as matérias presentes numa


situação envolvendo matérias perigosas.
• Descrever as fases da marcha geral de operações;
• Descrever os procedimentos de intervenção e de
segurança nas ocorrências com matérias perigosas;
• Classificar os tipos de acidentes envolvendo
matérias perigosas; 3

• Elencar as zonas de intervenção;


• Diferenciar as distâncias de isolamento e de
proteção;
• Distinguir estratégia ofensiva e defensiva.
• Descrever os procedimentos em situação de
emergência.
Conceitos
4

Matéria perigosa é qualquer substância que, pelas suas


características ou propriedades, possa causar danos à saúde
humana, aos animais ou ao ambiente e ao património.
Identificação das matérias
5

• As matérias perigosas possuem propriedades inerentes que


determinam a classe e o grau de perigo;

• Esta classificação divide as substâncias e matérias


perigosas em nove grupos de perigo a que estão associadas
treze classes, estando algumas delas subdivididas em
divisões;

• A identificação da matéria perigosa constitui o objetivo


primário das equipas de bombeiros.
Identificação das matérias
6

• Existem sete métodos para identificar as matérias perigosas:


− Pelo lugar e atividade;
− Pelo tipo e forma dos recipientes;
− Pelos sinais e cores;
− Pelas placas e etiquetas;
− Pelas fichas e documentos;
− Por aparelhos de deteção e medida;
− Pelos órgãos e sentidos.
Conceitos
7

Lugar e atividade

• A presença de matérias perigosas não se restringe à indústria


ou ao transporte, pelo que se podem encontrar, também, em
supermercados, garagens e habitações;
• Estas localizações potenciais podem ser classificadas em
quatro áreas básicas:

− Produção;

− Armazenamento;

− Transporte;

− Utilização.
Identificação das matérias
8

Tipo e forma dos recipientes

• O segundo método consiste em observar as características do


recipiente ou embalagem;
• Contentores normalizados são um sinal indicativo das
características e das propriedades físicas e químicas dos
produtos;
• Os produtos podem-se apresentar sob o estado:
− Sólido;
− Líquido;
− Gasoso.
Identificação das matérias
9

Tipo e forma dos recipientes

• As cisternas que transportam substâncias não


pressurizadas apresentam uma forma elítica (líquidos
inflamáveis).
Identificação das matérias
10

Tipo e forma dos recipientes

• As cisternas para o transporte de substâncias corrosivas


apresentam cintas de reforço em todo o seu comprimento.
Identificação das matérias
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Tipo e forma dos recipientes

• As cisternas que transportam substâncias pressurizadas


(gases liquefeitos) apresentam uma forma redonda ou
calotes arredondadas.
Identificação das matérias
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Sinais e cores

• A cor utiliza-se cada vez mais na sinalização de segurança


por ser um sistema rápido de identificação de riscos;

• Os recipientes com matérias perigosas possuem marcas


específicas ou cores que dão algumas indicações do risco do
seu conteúdo;

• Foi selecionado um conjunto de cores que, por si só ou


acompanhadas de símbolos, fixam os riscos e os seus níveis
e servem para orientar os bombeiros e outros intervenientes.
Identificação das matérias
13

Sinais e cores
• Em acidentes com tubagens industriais o primeiro procedimento é
identificar o tipo de fluido existente na tubagem;

• Utilizam-se pigmentos de várias cores, resistentes aos ácidos e a


outros fluidos, para sinalizar a matéria que a tubagem contém.
Identificação das matérias
14

Placas e etiquetas
• Permitem identificar as matérias perigosas através da simbologia
adotada pelo Acordo Europeu Relativo ao Transporte
Internacional de Mercadorias Perigosas por Estrada (ADR) e
existente em vários países (48);
• É composta por:
• Nos veículos e cisternas:
− Painel laranja;
− Placas-etiquetas e marcas;
• Nas embalagens / volumes
− Etiquetas de perigo;
− Marcas.
Identificação das matérias
15

Placas e etiquetas
Painel de identificação de perigo / Painel Laranja
• Placa retangular cor de laranja com dimensões de 0,40 m x 0,30
m aplicado num veículo para identificar a matéria perigosa que
transporta.
Identificação das matérias
16

Placas e etiquetas
• O painel não deve separar-se da sua fixação;
• Os números de perigo e de ONU devem ser indestrutíveis e
permanecerem visíveis após um incêndio com uma duração de
15 minutos.
Identificação das matérias
17

Placas e etiquetas
• O número de Perigo é constituído por um código numérico
composto por uma sequência de dois ou três dígitos podendo
também ser precedido da letra X;
• O número de Perigo aliado à (s) etiqueta (s), alerta para os
perigos imediatos da matéria transportada.

Número de Perigo
Identificação das matérias
18

Códigos de identificação de perigo

Dígitos repetidos indicam uma intensificação do perigo - Exceto


22 gás refrigerado
44 matéria sólida que a temperatura elevada se encontra no estado fundido
99 matérias perigosas diversas transportadas a quente

Letra X matéria reage perigosamente com a água.


Identificação das matérias
19

Placas e etiquetas
• Para identificar cada uma das matérias perigosas, foi adotado
um código numérico de quatro dígitos, o número ONU
(Organização das Nações Unidas), que constitui a identificação
da matéria.

Número ONU
Identificação das matérias
20

Placas e etiquetas

• As etiquetas de perigo indicativas dos riscos estão


destinadas, principalmente a ser colocadas sobre as
mercadorias ou sobre as embalagens ou recipientes que as
contenham;
• A classe ou o número da divisão deve ser exibido no canto
inferior das etiquetas de perigo.
Identificação das matérias
21

Placas e etiquetas

Painel Laranja
Sinalização de transporte +
Placa - Etiqueta

• A cada classe ou divisão das matérias perigosas está


atribuída uma etiqueta que a identifica;
• Nos grandes recipientes a granel (maior que 450l) e nas
grandes embalagens, devem ser colocadas etiquetas nas
duas faces opostas;
• A cada matéria podem ser atribuídas, no máximo, três
etiquetas, que correspondem aos seus perigos iminentes;
• Têm que ter, pelo menos, 25 x 25cm.
Identificação das matérias
22

Fichas e documentos

• Para além da informação dada pelo painel laranja ou pelo


nome ou designação da matéria, podem obter-se informações
mais pormenorizadas através de manuais ou ficheiros
técnicos, onde se destacam:
− As fichas de dados de segurança;
− As fichas de intervenção.
Identificação das matérias
23

Fichas e documentos
• A legislação estabelece que toda a operação de transporte de
matérias perigosas exige ao expedidor a seguinte
documentação:
− Documento de transporte;
− Ficha de Segurança;
− Documento de identificação com fotografia, por cada
membro da tripulação;
− Certificado de formação do condutor;
− Certificado de aprovação do veículo
(apenas no transporte em cisterna e no transporte de
explosivos).
Identificação das matérias
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Documento de transporte

• Este documento têm a seguinte informação:


− Nome do produto transportado;
− Número de identificação ONU, precedido das iniciais UN;
− Classe de perigo, com representação das respectivas
etiquetas;
− Grupo de embalagens, numero e tipo (se aplicável);
− Quantidade.
Identificação das matérias
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Ficha de segurança

• Contêm informação adequada à intervenção dos bombeiros e


informações complementares como:
− Natureza dos perigos;
− Distâncias de evacuação em situação de emergência;
− Medidas em caso de fuga/derrame ou incêndio;
− Primeiros socorros.
Identificação das matérias
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Aparelhos de deteção e medida

• Os aparelhos de deteção, análise e medida são bastante


úteis na identificação das matérias perigosas;
• Dão informação acerca da natureza dos riscos e auxiliam a
reconhecer situações como:
− Atmosferas inflamáveis/explosivas;
− Atmosferas tóxicas;
− Carência de oxigénio;
− Certos gases e vapores.
Identificação das matérias
27

Órgãos dos sentidos

• Os órgãos dos sentidos podem oferecer pistas imediatas


face à presença de matérias perigosas, através de:
− Cheiros; (Não usar este método)
− Ruídos não usuais;
− Vegetação destruída.
• Os órgãos dos sentidos não são o principal método de
identificação, no entanto, indicam muitas vezes que se pode
estar perante uma zona insegura.
Identificação das matérias
28

Manual e bases de dados


• A identificação das matérias perigosas no local da
ocorrência pode ser completada, nomeadamente para
efeitos de atuação, através de informações recolhidas:
− No “Manual de Intervenção em Emergências com
Matérias Perigosas” da ANEPC;
− Em bases de dados internacionais acessíveis pela
Internet.

http://wiser.nlm.nih.gov/

http://wwwapps.tc.gc.ca/saf-sec-sur/3/erg-
gmu/erg/ergmenu.aspx

http://www.ericards.net/
Procedimentos gerais de segurança
29

• Muitas situações de matérias perigosas são reportadas como


situações de:
− Acidente rodoviário;
− Emergência pré-hospitalar;
− Acidente de trabalho (em indústria);
− Incêndio.

O alerta inicial pode não indicar a presença de matérias perigosas!


Procedimentos gerais de segurança
30

• As operações de socorro decorrem com as prioridades:

− Vida/saúde;

− Ambiente;

− Património;

• As situações com matérias perigosas são "diferentes"...

• A resposta tem de ser desenvolvida em segurança, de forma


ponderada e organizada.
Procedimentos gerais de segurança
31

• A intervenção dos bombeiros em situação de acidente


envolvendo matérias perigosas é essencialmente um problema
de decisão que compete a quem comanda as operações;
• A decisão deve ter por base o equipamento de intervenção
disponível e a formação e treino do pessoal para atuar neste tipo
de ocorrência;
• Os principais procedimentos gerais a ter em conta nestes
acidentes, são:
− Identificar os riscos iminentes;
− Suprimir e cortar fontes de ignição;
− Responder de forma eficiente e em segurança.

Procedimentos gerais de segurança
32

– Não fumar nem deixar fumar ou foguear;


– Manter as pessoas afastadas;
– Avisar as autoridades competentes;
– Confinar ou desviar o derrame, evitando o contacto com a
matéria, utilizando o material adequado;
– Impedir o derrame de produtos para linhas de água, esgotos
ou local que possa contaminar ou provocar explosão;
– Estar sempre do lado de onde sopra o vento (vento pelas
costas);
– Evitar zonas baixas;
– Não entrar em contacto com a matéria derramada.
Procedimentos gerais de segurança
33
Marcha geral de operações
34

Acidentes com matérias perigosas


• Reconhecimento;
• Salvamentos;
• Estabelecimento dos meios de ação;
• Ataque e proteção;
• Rescaldo;
• Vigilância.

Todas as fases da marcha geral de operações devem ser seguidas


em qualquer acidente com matérias perigosas, com exceção das
fases de salvamento e de vigilância, que poderão não ser
necessárias.
Marcha geral de operações
35

Grelha de ativação de meios

Para um acidente que envolva matérias perigosas (confirmado),

devem ser acionados:

• 1.º alarme:

 VUCI, VTTU, VSAT, ABSC.

• 2.º alarme:

 Reforço de meios consoante a ocorrência

 Equacionar o acionamento de equipa especializada.


Reconhecimento
36

O reconhecimento é crucial para o sucesso das seguintes fases


da marcha geral de operações.
• Consiste na avaliação das condições concretas da situação;
• Permite que se possa identificar e dimensionar as ações a
tomar;
• O reconhecimento inicia-se na receção da chamada de
socorro.
Reconhecimento
37

Recolha de informação

Fundamental estabelecer contacto

• Nos transportes:

– Motorista /maquinista;

– Empresa (via telefone);

• Na indústria:

– Responsável / delegado de segurança;

– Brigadas de Incêndio.
Reconhecimento
38

Informação sobre a ocorrência

• Imediata: informação que é observada imediatamente;

• Sucinta: informação que é retirada das fichas de intervenção;

• Detalhada: informação fornecida pelas bases de dados e


fichas de segurança da matéria;

• Peritagem: informação fornecida por peritos (engenheiros


químicos, ambientais, etc.).
Reconhecimento
39

Posicionamento dos meios

• O posicionamento dos meios deve ser antecedido de um


reconhecimento sucinto do cenário, tendo em conta:
− Condições meteorológicas (direção e velocidade do vento,
chuva, etc.);
− Caraterísticas do terreno (inclinação, via pública, recinto
industrial, etc.);
− Tipo de matéria presente;
− Tipo de acidente;
− Meios e recursos disponíveis.
Reconhecimento
40

Documentação de apoio

• Manual de intervenção;
• Bases de dados.

• Nos transportes:
– Painéis de identificação e etiquetas de
perigo;
– Fichas de segurança do transporte;
• Na indústria (normalmente na portaria):
– Plano de Emergência Interno (PEI);
– Medidas de auto proteção da empresa.
Reconhecimento
41

Avaliação do acidente
• Derrame, quantidade envolvida:
− Pequeno derrame - quantidades até 200 litros (ou 300
quilos) de produto derramado;
− Grande derrame - mais de 200 litros ( ou 300 quilos) de
produto derramado, ou mais que uma substância envolvida;
• Hora do dia:
− Que inversões meteorológicas ocorrem ao longo do dia;
− Eventual progressão de nuvem perigosa;
• Indústria:
− O número de pessoas (recursos humanos, visitantes);
− Perigosidade da unidade industrial;
− Horário laboral (diurno/noturno/24horas).
Reconhecimento
42

Classificação dos acidentes ferro-rodoviários

Acidente Tipo 1

• Falha ou acidente em que o veículo não pode manter-se


em marcha mas o material transportado encontra-se no seu
estado perfeito de armazenamento.
Reconhecimento
43

Classificação dos acidentes ferro-rodoviários

Acidente Tipo 2

• Em consequência de um acidente, ocorreram algumas falhas


no armazenamento do material transportado mas não existe
qualquer fuga ou derrame.
Reconhecimento
44

Classificação dos acidentes ferro-rodoviários

Acidente Tipo 3

• Em consequência de um acidente, ocorreram algumas falhas


no armazenamento do material transportado, existindo por
isso fuga ou derrame.
Reconhecimento
45

Classificação dos acidentes ferro-rodoviários

Acidente Tipo 4

• Existem danos no armazenamento do material transportado,


provocando fuga ou derrame, com ocorrência de chamas.
Reconhecimento
46

Classificação dos acidentes ferro-rodoviários

Acidente Tipo 5

• Explosão do material transportado com destruição de todo o


conteúdo.
Reconhecimento
47

Classificação dos acidentes industriais

Acidente Tipo 1
• Acidentes que apenas provocam danos materiais nas
instalações;
• Exteriormente às instalações nada digno de registo foi
verificado.
Reconhecimento
48

Classificação dos acidentes industriais

Acidente Tipo 2
• Acidentes que, para além de provocarem danos materiais
nas instalações, podem também provocar eventuais vítimas;
• As repercussões exteriores limitam-se a leves danos ou
efeitos adversos para o meio ambiente em zonas limitadas.
Reconhecimento
49

Classificação dos acidentes industriais

Acidente Tipo 3
• Acidentes que potencialmente provocam vítimas e, em
termos de danos materiais, são graves para o meio
ambiente;
• Os seus efeitos são considerados nefastos em zonas muito
para além das instalações.
Reconhecimento
50

Acidente ferro-rodoviário Acidente industrial

Mais danoso
Acidente Tipo 1
Acidente Tipo 1

Acidente Tipo 2
Acidente Tipo 2

Acidente Tipo 3
Acidente Tipo 3

Acidente Tipo 4

Acidente Tipo 5
Reconhecimento
51

Função de 1º COS
• Reconhecimento (180º);
• Análise do teatro de operações;
- Avaliação do tipo de acidente;
- Dimensão dos danos (derrames, libertação de vapores,
fugas);
• Perigos potenciais:
− Derrame ou fuga;
− Incêndio/Explosão;
• Incêndio:
− Dimensão/Intensidade;


Reconhecimento
52

• Número de vítimas;
• Perigosidade do produto:
- Há produtos que apresentam características que requerem
cuidados redobrados;
• Estabelecer objetivos e plano de ação;
• Definir procedimentos em situação de emergência;
• Efetuar POSIT e assumir COS.
• Transmitir a todos os operacionais os procedimentos
estabelecidos em situação de emergência.

É de extrema necessidade obter o máximo de informação da


ocorrência
Reconhecimento
53

Guia de comando – Fase I


O guia de comando permite:
• O registo simples de meios e informações;
• Elaborar o ponto de situação para o CDOS / Central, seguindo
uma lógica sequencial e ordenada;
• Quem recebe o ponto de situação, fique com toda a informação
seguindo uma lógica sequencial e ordenada, facilitando o
entendimento da ocorrência;
• Registar a situação atual e prevista do teatro de operações e as
atualizações do ponto de situação;
• Na passagem de comando, o guia de comando deve ser
disponibilizado para o superior que irá assumir a função de
COS.
Reconhecimento
54
Salvamentos
55

O salvamento de vidas em perigo é uma fase prioritária no


desenrolar das operações de socorro, ação a tomar apenas se:
• Se a situação o permitir;
• Se existirem condições de segurança para o fazer;
• As medidas de proteção (linhas de mangueira) já tiverem
sido estabelecidas.

Numa situação de acidente com matérias perigosas os


salvamentos tem de ser bem ponderados os riscos/benefícios
Estabelecimento dos meios de ação
56

Isolamento da área

Distâncias de segurança

• As distâncias de segurança devem ser obtidas por consulta


das fichas e guias de intervenção da matéria.
• Devem ser consideradas as seguintes distâncias:
− Distância de isolamento;
− Distância de proteção.
Estabelecimento dos meios de ação
57

Isolamento da área

Distância de isolamento
• É a distância radial medida em todas as direções, aplicada a
partir da fonte do derrame ou emissão, definindo um círculo
designado por zona de isolamento;
• É a área perdida por contaminação: zona quente.

Zona de isolamento

Derrame
Distância de isolamento
Estabelecimento dos meios de ação
58

Isolamento da área

Distância de proteção
• É uma área angular na direção do vento e aplicada a partir
da zona de isolamento;
• Nesta área devem ser tomadas medidas de proteção e
segurança para a preservação da saúde pública e das
equipas de intervenção.

Direção ½ distância
do vento de proteção na
Distância de
proteção direção do vento
Derrame

Zona de proteção

É a área de evacuação da população e de previsível contaminação


Estabelecimento dos meios de ação
59

Determinação da estratégia

Acidentes com
matérias perigosas

Estratégia ofensiva Estratégia defensiva

A decisão é tomada pelo


Comandante das operações de socorro
Estabelecimento dos meios de ação
60

Determinação da estratégia

Estratégia ofensiva

• Intervenção direta até à supressão do acidente, que só deve


ser levada a efeito se:
− A situação o permitir;
− Existirem meios humanos formados e treinados;
− Existir equipamento especializado adequado.
Estabelecimento dos meios de ação
61

Determinação da estratégia

Estratégia defensiva

• Não há intervenção direta;


• Ausência de equipamento especifico adequado;
• Não intervir diretamente, mas retirar vítimas (se possível),
evacuar e isolar a área;
• Considerar:
− Evacuação;
− Isolamento da área.
Estabelecimento dos meios de ação
62

• Implementar, de imediato, até ao fim da operação de socorro:

– CAE;
– ASE, (com a chegada de meios de reforço);
– Circuitos de entrada e saída dos meios (sentido de circulação
e circulação interdita);
– Estar alerta à direção do vento / condições meteorológicas;
– Procedimentos em situação de emergência.
Estabelecimento dos meios de ação
63

Procedimentos em situação de emergência:

• Vigilância permanente (operações, matéria perigosa);


• Alarme;
- Alerta rádio
“Emergência, emergência, emergência, emergência!”
- Quatro toques de alarme sonoro, sirene veículo.
• Caminhos de fuga;
• Local de proteção (equipas);

Os operacionais tem de ser conhecedores dos procedimentos em


situação de emergência
Estabelecimento dos meios de ação
64

Meios a estabelecer

• Linhas de mangueira:
− Linha de ataque;
− Linha de emergência;
− Linha de proteção;
− Linha de descontaminação de emergência;
• Linhas de espuma com agulheta de baixa expansão;
• Montagem dos corredores de entrada e redutor de
contaminação.
Ataque e proteção
65

Num acidente com matérias perigosas o ataque e proteção consiste


em:

• Impedir que a situação se agrave;

• Minimizar os danos;

• Proteger as exposições/envolvência;

• Confinar ou desviar o derrame;

• Isolamento da área;

• Preparar o terreno para a chegada da equipa especializada.


Ataque e proteção
66

Prever / planear nas operações de socorro

• Agente espumífero (emulsor) necessário?


• Quantidade de água necessária?
• Outro agente extintor?
• Autonomia dos ARICAS?
• Acionamento de equipa especializada?
• Autoridades para apoio?
• Apoio de especialistas?
• Isolamento/evacuação da área?
Rescaldo
67

O rescaldo, termo frequentemente utilizado nos incêndios como:


“Trabalho de prevenção para evitar que um incêndio mal extinto
se reate.”

Também traduz-se como:


“é o período que sucede um acontecimento importante ou
marcante.”

Tratando se ao período da reposição da normalidade em que


podem ser as mais variadas situações, tais como:
• Limpeza realizada por especialistas;
• Remoção de destroços, verificação dos danos causados pelo
acidente;
• Reposição da circulação ferroviária, rodoviária.
Vigilância
68

Em acidentes com matérias perigosas com maior complexidade


as operações dos bombeiros não terminam com o rescaldo.

Depende da avaliação feita, mas pode haver a necessidade de


manter-se equipas de bombeiros no local, exercendo uma ação de
vigilância, até deixar de haver sinais de atividade que possam
comprometer todo o trabalho efetuado.
Procedimentos de intervenção
69
Procedimentos de intervenção
70

1.ª equipa a chegar ao local

• Faz avaliação e reconhecimento;


• Faz o isolamento inicial de toda a área;
• Prepara todo o material;
• Delimitar, proteger e evacuar a zona de perigo;
• Prepara o terreno para a chegada da equipa especializada.
Procedimentos de intervenção
71

Organização das equipas

• Equipa de reconhecimento e intervenção;


• Equipa de material;
• Equipa de proteção;
• Equipa de reserva.
Procedimentos de intervenção
72

O numero de bombeiros de cada equipa terá de ser indicado pelo


chefe de equipa:

• Cada equipa tem de ter no mínimo dois bombeiros;

• Com a chegada de meios de reforço o numero de bombeiros em


cada equipa deve ser ajustado consoante a necessidade;

• Bombeiros sem função ou tarefas devem integrar a equipa de


reserva na ASE.
Procedimentos de intervenção
73

Equipa de reconhecimento e intervenção

• Responsável pela intervenção


(Salvamento de vítimas/ reconhecimento)
na zona de sinistro;

• Define a zona quente através da análise


da zona de sinistro e resultado das
medições.
Procedimentos de intervenção
74

Equipa de material

• Responsável por preparar e entregar


todo o material necessário à
intervenção;
• Monta o corredor de entrada e o
corredor redutor de contaminação;
• Presta apoio durante toda a operação.
Procedimentos de intervenção
75

Equipa de proteção

• Responsável pela montagem das linhas de


proteção;
• Em algumas situações, pode efetuar o isolamento
inicial;
• Responsável pela descontaminação de
emergência;
• Responsável pela segurança das equipas em
trabalho.
• A montagem dos meios de proteção é obrigatória
e realizada pela equipa de proteção;
• O funcionamento dos meios de proteção deve
anteceder a progressão ou entrada da equipa de
reconhecimento e intervenção.
Procedimentos de intervenção
76

Equipa de reserva

• Bombeiros em estado de prontidão, sem missão ou tarefa


atribuída;

• Preparados para intervir ou substituição noutras equipas;

• Permanecem na Área de Segurança e Emergência (ASE);

• Bombeiros que tenham sido substituídos (descanso/hidratação,


substituição de garrafa de ARICA)

Implementada com a chegada de meios de reforço


Procedimentos de intervenção
77

Equipas especializadas

• Fatos de intervenção com diversos graus de proteção;


• Equipamentos de deteção e medição;
• Material e equipamentos de trasfega e tamponamento;
• Placas de sinalização/iluminação;
• Equipamentos de dissipação de cargas electroestáticas;
• Comunicações (ATEX);
• Estão organizadas de modo a cumprirem as seguintes atividades:
− Reconhecimento e intervenção;
− Material;
− Proteção;
− Descontaminação.
Procedimentos de intervenção
78

Equipas especializadas
• Regimento de Sapadores Bombeiros do Porto (1)
• Corpo de Bombeiros Voluntários da Feira (2)

• Companhia de Bombeiros Sapadores de Coimbra (3)


• Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (4)
• Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal (5)

O acionamento é feito pelo


CDOS / CNEPC
Procedimentos de intervenção
79

Meios a estabelecer

• Linhas de mangueira:
− Linha de ataque;
− Linha de emergência;
− Linha de proteção;
− Linha de descontaminação de emergência;
• Linhas de espuma com agulheta de baixa expansão.
Procedimentos de intervenção
80

Taxa de aplicação de espumas – exemplos


(para líquidos combustíveis, de acordo com a NFPA*)

• Hidrocarbonetos:

- Gasolina, diesel, querosene, heptano, etc;

• Líquidos polares:

- Álcool, acetona, éter, etc.

*NFPA 11/2006
Procedimentos de intervenção
81

Hidrocarbonetos
(Espuma de baixa expansão, índice de 2,5cm mínimo)

Derrame

• Taxa de aplicação média é de 3 litros/minuto/m2;


• Tempo mínimo de aplicação 15 minutos.

Incêndio

• Taxa de aplicação média é de 4,1 litros/minuto/m2;


• Tempo mínimo de aplicação 15 minutos.

*LGE AFFF/ARC
Procedimentos de intervenção
82

Hidrocarbonetos
Exemplo:

• Área de 100m2 com gasolina em combustão;

• 4,1litros/minuto/m2 x 100m2 = 410 litros de espuma/minuto;

• 410 litros x 3% = 12,3 litros de agente espumífero (emulsor)/


minuto;

• 12,3 litros x 15 minutos = 184,5 litros de agente espumífero


(emulsor).
Procedimentos de intervenção
83

Líquidos polares
(Espuma de baixa expansão*, índice de 2,5cm mínimo)

Derrame

• Taxa de aplicação média é de 6 litros/minuto/m2;


• Tempo mínimo de aplicação 15 minutos.

Incêndio

• Taxa de aplicação média é de 8 litros/minuto/m2;


• Tempo mínimo de aplicação 15 minutos.

*LGE AFFF/ARC
Procedimentos de intervenção
84

Líquidos polares

Exemplo:

• Área de 200 m2 com álcool em combustão;

• 8 litros/minuto/m2 x 200m2 = 1600 litros de espuma/minuto;

• 1600 litros x 3% = 48 litros de agente espumífero (emulsor)/


minuto;

• 48 litros x 15 minutos = 720 litros de agente espumífero


(emulsor).
Procedimentos de intervenção
85

Zona Quente

Em redor da fonte, sendo definida pelos valores medidos pela


equipa de reconhecimento e intervenção.

Zona Morna

Em redor da zona quente, é composta pelo corredor de entrada e


pelo corredor redutor de contaminação, definindo-se pelo
comprimento deste.

Zona Fria

Em redor da zona morna, não tem medida específica nem


estrutura física definida na sua transição interior.
Procedimentos de intervenção
86

Corredor redutor
de contaminação

Corredor
de entrada

Direção do vento
Procedimentos de intervenção
87

• Podem ocorrer situações de emergência ou acidentes


durante a atuação.
− ARICA sem ar;
− Contacto acidental com matéria perigosa;
− Situação de emergência médica;
− Lesão traumática;
− Pânico.
Procedimentos de Intervenção
88

• A segurança de todos os bombeiros é a maior prioridade


nos teatros de operações;
• As equipas devem estar prontas a intervir e, mais
importante, estarem preparadas para se protegerem;
• É necessário que haja objetivos e planos bem definidos;
• Cada bombeiro tem de conhecer a sua missão.

É da responsabilidade do COS definir uma estratégia adequada de


forma a suprimir a situação e manter todos em segurança.
Procedimentos de intervenção
89

Passagem do comando

• Avaliação da situação;
• Plano de ação;
• Meios disponíveis;
• Recursos previstos;
• Organização do teatro de operações ( executado e previsto);
• Quem sai da função de COS fica à disposição do novo COS.

O elemento que recebe o comando informa o TO e o CDOS.


90

Conceitos;

Identificação das matérias;

Procedimentos gerais de segurança;

Marcha Geral de Operações;

Procedimentos de intervenção.
90
91

VERSÃO 1
2022

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