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Almoxarife e Estoquista

Secretaria de
Desenvolvimento Econômico
Sumário

O que é almoxarifado?........................................................................................................................................................ 4
Objetivo primordial do almoxarifado .......................................................................................................................... 4
Eficiência do almoxarifado............................................................................................................................................... 4
As principais atribuições do almoxarifado................................................................................................................ 4
Perfil do almoxarife............................................................................................................................................................. 6
O espaço e o layout do almoxarifado ........................................................................................................................... 6
O leiaute ................................................................................................................................................................................... 8
Corredores de acesso às pilhas ou prateleiras ........................................................................................................ 9
Espaço no Almoxarifado ................................................................................................................................................. 10
Movimentação de cargas e transportes internos ................................................................................................. 11
Manuseio de Materiais ..................................................................................................................................................... 12
Empilhamento ..................................................................................................................................................................... 13
O que é um pálete? ............................................................................................................................................................ 13
Tipos de páletes .................................................................................................................................................................. 14
O que é um contêiner? ..................................................................................................................................................... 14
Equipamentos de proteção individual (EPIs) ........................................................................................................ 15
Equipamentos de proteção coletiva (EPCs) ............................................................................................................ 16
Sistema de armazenamento em prateleiras ........................................................................................................... 17
Armazenagem em sua área externa ........................................................................................................................... 17
Simplificação do trabalho ............................................................................................................................................... 18
Equipamentos para manuseio de materiais ........................................................................................................... 18
Estrutura funcional do Almoxarifado ........................................................................................................................ 19
Controle ................................................................................................................................................................................. 19
Recebimento ........................................................................................................................................................................ 19
1ª FASE: Entrada de materiais ..................................................................................................................................... 20
Na portaria da empresa ................................................................................................................................................ 20
No Almoxarifado .............................................................................................................................................................. 20
Exame de avarias ............................................................................................................................................................. 20
Recusa do recebimento ................................................................................................................................................. 20
Liberação do transportador ........................................................................................................................................ 21
Descarga .............................................................................................................................................................................. 21
2ª FASE: Conferência quantitativa.............................................................................................................................. 21
3ª FASE: Conferência qualitativa................................................................................................................................. 22
4ª FASE: Regularização ................................................................................................................................................... 22
Documentação envolvida na Regularização ......................................................................................................... 22

Curso de Almoxarife e Estoquista 1


Devolução ao fornecedor.............................................................................................................................................. 23
Armazenagem ................................................................................................................................................................... 23
Cuidados na armazenagem .......................................................................................................................................... 23
Cuidados especiais .......................................................................................................................................................... 23
Itens de estoque ............................................................................................................................................................... 24
Corredores de acesso ....................................................................................................................................................... 24
Portas de acesso ................................................................................................................................................................. 25
Prateleiras e estruturas ................................................................................................................................................... 25
Critérios de armazenagem ............................................................................................................................................. 25
Métodos de armazenagem ............................................................................................................................................. 26
Natureza dos produtos a transportar........................................................................................................................ 26
Classificação da distribuição ......................................................................................................................................... 27
Documentos utilizados num almoxarifado ............................................................................................................. 27
Ficha de controle de estoque ........................................................................................................................................ 28
Ficha de assinatura credenciada ................................................................................................................................. 28
Devolução de material ..................................................................................................................................................... 30
Controle de materiais ....................................................................................................................................................... 34
Política de Estoque ............................................................................................................................................................ 34
Métodos de manejo de estoque.................................................................................................................................... 35
Localização de materiais ................................................................................................................................................. 36
Ponto de pedido de compra ........................................................................................................................................... 36
O método ABC de materiais e estoques .................................................................................................................... 37
Controle de Qualidade ..................................................................................................................................................... 38
Uma política inteligente nos estoques ...................................................................................................................... 39
Controle de estoque mínimo ......................................................................................................................................... 39
Preparação e Planejamento para o inventário ...................................................................................................... 41
Convocação......................................................................................................................................................................... 41
Arrumação física .............................................................................................................................................................. 42
Registro do inventário ................................................................................................................................................... 42
CUT-OFF .............................................................................................................................................................................. 42
Reconciliações e ajustes .................................................................................................................................................. 43
Segurança no Almoxarifado........................................................................................................................................... 43
Uso de cores como fator de segurança nos almoxarifados ............................................................................... 44
Prevenção de Incêndios .................................................................................................................................................. 46
Proteção contra incêndio................................................................................................................................................ 46
Objetivos da Prevenção de Incêndios no Almoxarifado .................................................................................... 47
Fogo e incêndio ................................................................................................................................................................... 47

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Definição do Fogo .............................................................................................................................................................. 48
Classe do Fogo ..................................................................................................................................................................... 48
Incêndio ................................................................................................................................................................................. 49
Causas de Incêndios .......................................................................................................................................................... 49
Saídas de Emergência ...................................................................................................................................................... 50
Acesso às viaturas do Corpo de Bombeiros ............................................................................................................ 50
Meios de aviso e alerta..................................................................................................................................................... 50
Sinalização ............................................................................................................................................................................ 51
Extintores de Incêndio..................................................................................................................................................... 51
Tipos de extintores............................................................................................................................................................ 52
Validade de “carga” dos extintores ............................................................................................................................. 53
Referências Bibliográficas .............................................................................................................................................. 54

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O que é almoxarifado?

É o local devidamente destinado e


apropriado, em recinto coberto ou não,
respeitadas as necessidades específicas,
para armazenagem e proteção dos
materiais de uma empresa.

Tem a função de destinar espaços


onde cada item permanecerá
aguardando sua necessidade de uso,
ficando sua localização, equipamentos e
disposição interna condicionados à política geral de estoques da empresa.

Objetivo primordial do almoxarifado

É impedir divergências de inventário e perdas de qualquer natureza. O


almoxarifado deve assegurar que o material adequado, na quantidade devida,
estará no local certo quando necessário, de acordo com as normas adequadas,
objetivando resguardar, além da preservação da qualidade, as exatas
quantidades.

Para cumprir sua finalidade, o almoxarifado deve possuir instalações


adequadas, bem como recursos de movimentação e distribuição suficiente a
um atendimento rápido e eficiente.

Eficiência do almoxarifado

A eficiência de um almoxarifado depende fundamentalmente:


• Da redução das distâncias internas percorridas pela carga e do
consequente aumento das viagens de ida e volta;
• Do aumento do tamanho médio das unidades armazenadas;
• Da melhor utilização de sua capacidade volumétrica.

As principais atribuições do almoxarifado

1. Receber para guarda e proteção os materiais adquiridos pela


empresa;
2. Entregar os materiais mediante requisições autorizadas aos
usuários da empresa;
3. Manter atualizados os registros necessários.

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Terminologias utilizadas no almoxarifado e na administração de
materiais

1. Artigo ou item: designa qualquer material, matéria-prima ou produto


acabado que faça parte do estoque;

2. Unidade: identifica a medida, tipo de acondicionamento, característica de


apresentação física (caixa, bloco, rolo, folha, litro, galão, resma, vidro, peça,
quilograma, metro);

3. Pontos de estocagem: locais onde os itens em estoque são armazenados


e sujeitos ao controle da administração.

4. Estoque: conjunto de mercadorias, materiais ou artigos existentes


fisicamente no almoxarifado à espera de utilização futura e que permite suprir
regularmente os usuários, sem causar interrupções às unidades funcionais
da organização;

5. Estoque ativo ou normal: é o estoque que sofre flutuações quanto a


quantidade, volume, peso e custo em consequência de entradas e saídas;

6. Estoque morto ou inativo: não sofre flutuações, é estático;

7. Estoque empenhado ou reservado: quantidade de determinado item,


com utilizações certas, comprometidas previamente e que por alguma razão
permanece temporariamente em almoxarifado. Está disponível somente para
uma aplicação ou unidade funcional específica;

8. Estoque de recuperação: quantidade de itens constituída por sobras de


retiradas de estoque, salvados (retirados de uso por causa de desmontagens)
etc., sem condições de uso, mas passíveis de aproveitamento após
recuperação, podendo vir a integrar o estoque normal ou estoque de materiais
recuperados. Após a obtenção de suas condições normais;

9. Estoque de excedentes, obsoletos ou inservíveis: é constituído pelas


quantidades de itens em estoque, novos ou recuperados, obsoletos ou inúteis
que devem ser eliminados. Funciona como um estoque morto;

10. Estoque disponível: é a quantidade de um determinado item existente


em estoque, livre para uso;

11. Estoque teórico: é o resultado da soma do disponível com a quantidade


pedida, aguardando fornecimento;

12. Estoque mínimo: é a menor quantidade de um artigo ou item que deverá


existir em estoque para prevenir qualquer eventualidade ou emergência (falta)

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provocada por consumo anormal ou atraso de entrega;

13. Estoques médios, operacionais: é considerado como sendo a metade da


quantidade necessária para um determinado período mais o Estoque de
Segurança;

14. Estoque máximo: é a quantidade necessária de um item para suprir a


organização em um período estabelecido mais o Estoque de Segurança;

15. Ponto de pedido, limite de chamada ou ponto de ressuprimento: é a


quantidade de item de estoque que ao ser atingida requer a análise para
ressuprimento do item;

16. Ponto de chamada de emergência: é a quantidade que, quando


atingida, requer medida especiais para que não ocorra ruptura no estoque.
Normalmente é igual à metade do Estoque mínimo;

17. Ruptura de estoque: ocorre quando o estoque de determinado item zera


(E=0). A continuação das solicitações e o não atendimento a caracterizam. No
almoxarifado trabalham o Almoxarife e seus auxiliares. Também podem atuar
profissionais como Estoquista, Apontador e outros.

Perfil do almoxarife

• Ser honesto;
• Qualificado;
• Comprometido;
• Leal;
• Disciplinado;
• Em quem se possa confiar.

O espaço e o layout do almoxarifado

Um dos pontos mais importantes em um almoxarifado é seu espaço, pois é ele


que determina, na verdade, toda a estratégia de compra, de estocagem e de
distribuição.
O espaço de um Almoxarifado deve ser planejado e estabelecido para que se
possa tirar o máximo proveito de sua área total.

1. Frequência – é o número de vezes que um item é solicitado ou comprado


em um determinado período;

2. Quantidade a pedir – é a quantidade de um item que deverá ser comprada;

3. Tempo de Tramitação Interna – é o tempo que um documento leva, desde


o momento em que é emitido até o momento em que a compra é formalizada;

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4. Prazo de Entrega – tempo decorrido da data da formalização do contrato
bilateral de compra até a data de recebimento da mercadoria;

5. Tempo de Reposição, Ressuprimento – tempo decorrido desde a emissão


do documento de compra (requisição) até o recebimento da mercadoria;

6. Requisição ou Pedido de Compra – o documento interno que desencadeia


o processo de compra;

7. Coleta ou Cotação de Preços – documento emitido pela unidade de


compras, solicitando ao fornecedor proposta de fornecimento. Essa coleta
deverá conter as especificações que identifiquem individualmente cada item;

8. Proposta de Fornecimento – Documento no qual o fornecedor explicita as


condições em que se propõe a atender o pedido (preço, prazo de entrega,
condições de pagamento etc.);

9. Mapa Comparativo de Preços – documento que serve para confrontar


condições de fornecimento e decidir sobre a mais viável;

10. Contato, Ordem ou Autorização de Fornecimento – documento formal,


firmado entre comprador e fornecedor, que juridicamente deve garantir a
ambos (fornecimento x pagamento);

11. Custo Fixo – é o custo que independente das quantidades estocadas ou


compradas (mão-de-obra, despesas administrativas, de manutenção etc.);

12. Custo Variável – existe em função das variações de quantidade e de


despesas operacionais;

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13. Custo de Manutenção de Estoque, Posse ou Armazenagem – São os
custos decorrentes da existência do item ou artigo no estoque. Varia em função
do número de vezes ou da quantidade comprada;

14. Custo de Obtenção de Estoques, Pedido ou Aquisição – é constituído


pela somatória de todas as despesas efetivamente realizadas no processamento
de uma compra. Varia em função do número de pedidos emitidos ou das
quantidades compradas.

15. Custo Total – é o resultado da soma do Custo Fixo com Custo de Posse e
o Custo de Aquisição;

16. Custo Ideal – é aquele obtido no ponto de encontro ou interseção das


curvas dos Custos de Posse e de Aquisição. Representa o menor valor do Custo
total.
O espaço vertical deve ser utilizado ao máximo, fazendo-se uso de prateleiras
ou através do empilhamento dos materiais. No entanto, alguns pontos básicos
devem ser considerados:

1. A resistência dos Materiais que sofrerão empilhamento.


2. O equipamento disponível para a execução de um empilhamento seguro.
3. A resistência dos pisos e do pavimento.

Usar espaço vertical sem critério pode ocasionar muitos transtornos, deixando
de ser uma solução para tornar-se um problema.

O leiaute

Almoxarifado é um local de grande


circulação de pessoas e dos mais
variados tipos de produtos. Assim, ao
programar o leiaute de um almoxarifado
não se deve esquecer:

1. A carga e a descarga de materiais


devem ser sempre feitas de forma segura
e ágil, por isso é necessário que os veículos transportadores (empilhadeiras,
guindastes, carregadores etc.) e os responsáveis pelo armazenamento estejam
sempre disponíveis.

2. As entradas e as saídas dos materiais não devem possuir bloqueios e


devem ser suficientemente compatíveis com a dimensão dos produtos em
circulação.

3. A altura do almoxarifado deve ser compatível com o tipo de produto a ser

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estocado, assim como as portas de entrada e saída.

4. Os pavimentos devem ser projetados de maneira a suportar


empilhamentos e/ou o peso dos materiais estocados.

5. A largura, o comprimento, a altura, o volume etc. dos materiais que são


transportados em veículos são importantes fatores que deverão compor o
planejamento do leiaute do Almoxarifado.

6. Estruturar o trânsito interno dos veículos dentro do Almoxarifado,


levando- se em conta suas dimensões, tamanho dos produtos e circulação
interna.

Corredores de acesso às pilhas ou prateleiras

As passagens dos corredores


devem ser retas e não devem conter
obstruções causadas por
empilhamento de matérias ou
colunas, de forma a permitir a direta
comunicação entre as portas e todos
os setores do Almoxarifado, que
devem estar devidamente
identificados e divididos por critérios
de conveniência (cores, números etc.).

Outro aspecto importante é o da largura dos corredores que devem ser,


no mínimo, de 3 metros para facilitar o tráfego pesado, como empilhadeiras de
1.000 a 2.000 quilos. No caso das passagens transversais, as larguras devem
ser de 2,80 a 3 metros, sendo que a altura das pilhas depende do tipo de
material do almoxarifado.

É importante salientar que os materiais devem ser armazenados de


acordo com a sua frequência de saída. Por exemplo: Os materiais de saída
frequente devem ter suas pilhas ou prateleiras próximas às portas de SAÍDA,
enquanto os de rara saída devem ser armazenados próximos a ENTRADA.
É evidente que a maioria dos Almoxarifados já se encontra construída e
muitas vezes temos uma área já delimitada para organizarmos o material que
chega e que será distribuído. No entanto, é possível se reorganizar,
reestruturar as formas de armazenamento, observando as sugestões aqui
apresentadas e levando-se em conta os seguintes pontos:
• As quantidades de materiais que serão mantidas armazenadas;

• Dimensões do Almoxarifado (área e volume);

• Necessidades para o armazenamento (prateleiras, estantes e divisões);


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• Treinamento da mão de obra;

• O tipo de trabalho a ser realizado para funcionamento do almoxarifado;


• O máximo de operações realizadas num dia (entrada e saída de
materiais);
• Reformas nas estruturas físicas do almoxarifado (cobertura, material de
segurança, infraestrutura);
• Material específico de transporte (carrinhos, empilhadeiras etc.);

• Aquisição do material de segurança.

Com essas e outras sugestões você poderá perceber que, à medida que
estiver desenvolvendo seu Almoxarifado, será possível criar um leiaute capaz
de atender às suas necessidades.

Espaço no Almoxarifado

Um dos maiores problemas de quem cuida de um Almoxarifado é como


melhor aproveitar seu espaço para manter a organização e os níveis de
segurança.

Uma correta distribuição do espaço dentro do Almoxarifado consiste em


verificar e determinar:

• As quantidades dos materiais A, B, C, D etc.;

• O espaço (em metros quadrados), que os metais irão ocupar no


Almoxarifado;

• A metragem dos suportes, prateleiras, estrados, etc., do local onde


os materiais serão armazenados;

• A área de entrada e recebimento dos materiais;

• A área de expedição dos materiais;

• Os corredores internos;

• A área ocupada pelos sistemas de manutenção interna;

• A área necessária para os serviços de manutenção interna;

• Áreas para possível expansão.

Em relação ao espaço total disponível do almoxarifado, é possível se


determinar o espaço necessário para cada grupo de materiais, através do
cálculo da área ocupada para cada um dos itens acima. Por exemplo: se um
Almoxarifado possuir 500 metros quadrados, os espaços deverão ser
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subdivididos de tal forma que dentro dessa área caibam pelo menos os itens
acima relacionados.

Movimentação de cargas e transportes internos

Em alguns almoxarifados acontecem coisas como estas:

• Os corredores e as ruas do Almoxarifado estão sempre abarrotados de


material e pessoal caminhando desordenadamente na intenção de
solucionar problemas;
• Equipamentos quebrados e pessoal incapacitado de realizar suas
atribuições;
• Produtos que são
constantemente deslocados de
um lugar para o outro;

• Grandes distâncias entre os


pontos de estocagem e os de
saída;

• Desvio de função, ou seja, gente


especializada executando outro
serviço;

• Os operadores de empilhadeiras e carrinhos despendem tempo além do


necessário para realizar seu trabalho;
• Cargas excessivamente pesadas sendo transportadas manualmente, o
que gera gastos elevados de energia e problemas de pessoal;
• Almoxarifado sem o estabelecimento de um sistema de movimentação
(por exemplo, cruzamento excessivo de carrinhos e empilhadeiras
numa mesma via).

Para solucionar tais problemas, torna-se necessária uma reorganização


dos fluxos e de todo sistema do movimento de cargas e transportes internos.
Assim, antes de toda a equipe se movimentar, deve-se levar em consideração
alguns pontos básicos:

• O que deve ser removido;

• Peso e volume do material;

• Em que direção será removido;

• A distância a ser percorrida;

• Quantas vezes a operação será repetida.

Sempre que possível, opte pelo transporte mecânico, já que o transporte


manual exige esforço físico e diminui a produtividade.
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Manuseio de Materiais

Uma das questões mais


significativas dentro do Almoxarifado é o
manuseio correto dos materiais que
serão ou que estão estocados. Com isso
evitam-se problemas de quebra ou dano
de um produto pela forma incorreta de
seu manuseio ou estocagem.

É de fundamental importância
que não só a mão de obra que lida diretamente com os materiais tenha
treinamento mínimo, mas que também sejam seguidas algumas normas
básicas capazes de garantir o bom estado do produto dentro do Almoxarifado.

Eis algumas dicas que podem ajudar:

• Os produtos deverão ser transportados sempre sobre um só veículo.


As mudanças podem ocasionar quedas que danificarão o material;

• Os produtos devem ser manuseados prevendo-se a próxima


movimentação que aquele produto terá. Isso ajuda a evitar
retrocesso ou voltas desnecessárias e o congestionamento dos
corredores;

• Sempre devem ser utilizados veículos adequados;

• Os transportadores internos devem ser carregados até o limite


máximo de segurança, evitando viagens desnecessárias que
sobrecarregariam o trânsito interno;

• A segurança no transporte é imprescindível. Os manipuladores


devem estar aparelhados com capacetes, óculos, luvas etc. Os
veículos devem sofrer manutenção preventiva e

• As questões de recebimento e entrega devem ser sincronizadas,


evitando contratempos para quem retira e para quem estoca.

É evidente que serão necessários ajustes à realidade de cada


Almoxarifado. No entanto, com essas dicas, quem administra o Almoxarifado
terá capacidade de racionalizar o trabalho e agilizar o fluxo dos materiais a
serem guardados e posteriormente distribuídos.

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Empilhamento

Empilhar materiais não é colocar


um sobre o outro de qualquer maneira. O
empilhamento deve ser coerente para
facilitar a distribuição. A disposição que se
dá ao empilhamento possibilita maior
segurança e contagem mais rápida dos
materiais. Algumas regras básicas podem
ser seguidas.

Vamos a elas:
• Respeite o limite máximo de altura do teto, que não deve ultrapassar
um metro de distância, isso garante a ventilação e a facilidade nas
retiradas;
• Utilize o recurso de caixas de madeiras sobrepostas, quando for o caso;
• Utilize paletes (estrado de madeira que trabalha harmoniosamente com
a empilhadeira de garfo);
• Verifique sempre a resistência das embalagens. Respeite as indicações
do fabricante;
• As pilhas devem estar sempre firmes, ou seja, a movimentação de
unidades superiores não deve atuar sobre aquelas unidades que
permanecerão empilhadas e
• Programar as diferentes operações de movimento dos materiais como
um todo, evitando, sempre que possível, a movimentação em separado,
isto evita riscos e manipulações desnecessárias, além de exigir mais
tempo para carga, descarga e controle, oriundos desse tipo de
atividade.

Experiências em grandes empresas demonstram que o uso de páletes


(ou ‘pallets’) reduz em 50% o número de funcionários necessários à
movimentação e ao empilhamento dos materiais. O tempo de carga e descarga
reduz-se em cerca de um terço, com a vantagem de os produtos, já
classificados como seguros e com inspeção atenuada, saírem do caminhão
diretamente para o local de estocagem.

O que é um pálete?

Um ‘pálete’ (do inglês pallet) é


um estrado de madeira, metal ou
plástico, que é utilizado para
movimentação de cargas. A função do
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‘pálete’ é a otimização do transporte de cargas, que é conseguido através da
empilhadeira e a paleteria, obtendo com isso vantagens como:

• Redução de custo homem/hora;

• Menores custos de manutenção do inventário bem como melhor


controle;

• Rapidez na estocagem e movimentação das cargas.

• Racionalização do espaço de armazenagem, com melhor


aproveitamento vertical da área de estocagem;

• Diminuição das operações de movimentação;

• Redução de acidentes pessoais;

• Diminuição de danos aos produtos;

• Melhor aproveitamento dos equipamentos de movimentação e

• Uniformização do local de estocagem.

Entre as vantagens, temos:

• Espaços perdidos dento da unidade de carga;

• Investimentos na aquisição de páletes, acessórios para fixação da


mercadoria à plataforma e equipamentos para a movimentação das
unidades de carga;
• O peso do pálete e o seu volume podem aumentar o valor do frete.

Tipos de páletes

• Pálete de face simples – com duas ou quatro entradas;

• Pálete de face dupla – com duas ou quatro entradas, podem ser de


madeira, metal ou plástico.

O que é um contêiner?

É um recipiente fechado ou
semifechado para transporte e
armazenagem de mercadorias.
Normalmente é fabricado em aço, mas
podemos encontrar contêineres em
madeira ou plástico.

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Equipamentos de proteção individual (EPIs)

EPI é qualquer dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo


trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis que ameacem a sua
segurança e saúde no trabalho.
Só pode ser posto à venda ou utilizado se possuir o CA – Certificado de
Aprovação – expedido pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

São obrigações do empregador:

• Adquirir e fornecer gratuitamente os EPIs adequados ao risco de


cada atividade;
• Exigir o uso dos EPI’s;

• Orientar e treinar o trabalhador sobre uso adequado, guarda e


conservação dos EPIs;
• Substituir imediatamente quando danificados ou extraviados;

• Higienização e manutenção periódicas;

• Comunicar o MTE sobre irregularidades.

Em contrapartida, são deveres do empregado:

• Usar os EPIs somente com a finalidade para qual se destina;

• Responsabilizar-se pela guarda e conservação do equipamento;

• Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio


para uso;
• Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

Os principais EPIS utilizados no Almoxarifado são:

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Capacete de segurança – dispositivo básico de segurança em qualquer obra.
O casco é feito de material plástico rígido, de alta resistência à penetração e
impacto. É desenhado para rebater o material em queda para o lado, evitando
lesões no pescoço do trabalhador. É utilizado com suspensão, que permite o
ajuste mais exato à cabeça e amortece os impactos. Possui um dispositivo
denominado jugular, que deverá sempre ser ajustado.

Botina – as botas, na versão com biqueira de aço protege de materiais


pesados que podem cair nos pés do usuário.

Luvas – é o equipamento com maior diversidade de especificações. São nove


tipos básicos de luvas existentes no mercado atualmente. No almoxarifado, as
mais usuais são as raspas de couro.

Óculos de proteção – são especificados de acordo com o tipo de risco, desde


materiais sólidos perfurantes até poeiras em suspensão, passando por
materiais químicos, radiação e serviços de solda ou corte a quente com
maçarico. Nesse último caso, devem ser usadas lentes especiais. Para cada
almoxarifado recomenda-se um determinado tipo de óculos de proteção,
dependendo do material a ser manuseado.

Respiradores – asseguram o funcionamento do aparelho respiratório contra


gases, poeiras e vapores. Contra poeiras incômodas é usada a máscara
descartável. Os respiradores podem ser semifaciais (abrangem nariz e boca)
ou faciais (nariz, boca e olhos). A especificação dos filtros depende do tipo de
substância ao qual o trabalhador do Almoxarifado está exposto.

Protetores auriculares – protegem os ouvidos em ambientes onde o ruído


está acima dos limites de tolerância, ou seja, 85 db para oito horas de
exposição.

Aventais – Protegem o tórax, o abdômen e parte dos membros inferiores do


trabalhador. Os aventais podem ser de raspa de couro (para soldagem ou
corte a quente) ou PVC (contra produtos químicos e derivados de petróleo).
Sistema de armazenamento em prateleiras.

Equipamentos de proteção coletiva (EPCs)

Equipamento destinado à proteção coletiva,


como risco de queda ou projeção de materiais.
Devem ser construídos com materiais de qualidade
e instalados nos locais necessários tão logo se
detecte o risco.

Num Almoxarifado, temos alguns tipos de


EPCs, dependendo do tipo de material envolvido.

Curso de Almoxarife e Estoquista 16


Podemos citar os dois mais importantes, utilizados em todos os tipos de
Almoxarifado.

São eles:
a) Os de combate a incêndio, que estudaremos com mais
detalhadamente em outra etapa do curso;
b) Os de sinalizações de segurança, tais como cones, bandeirolas,
placas, sirenes, luzes etc.

Sistema de armazenamento em prateleiras

Muitas empresas no mundo todo usam o sistema de armazenamento


em prateleiras. Essa é uma das formas mais organizadas de armazenar os
materiais e estabelecer sobre eles, junto com as fichas de prateleiras, um
controle de seu estoque.

Hoje existe no mercado


brasileiro uma grande variedade
de “armários” de aço que, na
verdade, funcionam como um
conjunto de prateleiras
arranjadas e servem para
estocagem do material. Há até
armários para Almoxarifado,
devidamente adaptados às
condições de cada usuário. As
prateleiras deverão ser
arranjadas de tal maneira que qualquer pessoa que esteja habituada à rotina
do Almoxarifado possa, sempre que necessitar, encontrar os materiais
solicitados o mais rapidamente possível.

Uma das formas mais simples e funcionais para a distribuição dos


materiais dentro do Almoxarifado é numerar as prateleiras no sentido horário
a partir da entrada, de modo que a prateleira número 01 fique à esquerda de
quem entre. Com esse critério, prossegue-se enumerando todas as prateleiras
até que a última prateleira esteja à direita da entrada.

Armazenagem em sua área externa

Devido à sua natureza, muitos


materiais podem ser armazenados em áreas
externas, contíguas ao Almoxarifado, o que
diminui os custos e, em paralelo, amplia o
espaço interno para materiais que necessitam
de proteção em área coberta. Exemplo:
Curso de Almoxarife e Estoquista 17
Materiais a granel, tambores e contêineres (fechados), peças fundidas, chapa
de metal etc.

Simplificação do trabalho

Simplificar o trabalho é o sonho de quem administra. Mais ainda, é


claro, de quem administra um Almoxarifado. Simplificar o trabalho não é
torná-lo primitivo, é torná-lo racional, preciso e rápido com o mínimo
dispêndio de energia.

A princípio isso pode parecer uma tarefa extremamente árdua e


complicada, mas não é tão absolutamente complexa a ponto de exigir uma
reengenharia administrativa.

Há alguns caminhos que podem ser seguidos para auxiliar quem


pretende simplificar o trabalho dentro do Almoxarifado. Basta examinar
alguns aspectos relacionados com as atividades internas. São eles:
• O esboço e a disposição do trabalho;
• Os diversos tipos de materiais, suas dimensões e a forma mais
coerente de transporte e armazenamento;
• Possibilidade de usar transporte mecânico, reduzindo, ao mínimo
necessário, os transportes manuais;
• Determinar os trabalhos mais pesados ou desagradáveis e
• Problemas com segurança.
Finalizando, antes de se implantarem os métodos simplificados de
trabalho, há a necessidade de um estudo minucioso, que deverá ser
acompanhado de um sistema de planejamento, para que o método tenha
sucesso e possa realmente trazer vantagens para quem opta por ele.

Equipamentos para manuseio de materiais

O manuseio de diversos tipos de materiais de um almoxarifado pode ser


efetuado:

• Manualmente - Trata-se do manuseio mais simples e comum, efetuado


diretamente pelo esforço físico dos funcionários;

• Por meio de carrinhos manuais – tratas–se de manuseio efetuado também


por meio de esforço físico, mais utilizado para impulsionar carrinhos;

• Por meio de empilhadeiras – Trata-se de um dos equipamentos mais


versáteis para o manuseio de materiais. Não possui limitação de direção,
movimentando-se horizontal e verticalmente, podendo ser de motores
elétricos, a gás, a diesel ou a gasolina;
Curso de Almoxarife e Estoquista 18
• Por meio de paleteiras – Trata-se de um tipo de empilhadeira manual, que
pode ser mecânica, hidráulica ou elétrica, estando, por conseguinte, limitada
a manuseios horizontais;

• Por meios de pontes rolantes – Trata-se de equipamento constituído de


estrutura metálica, sustentada por duas vigas ao longo das quais a ponte
rolante se movimenta. Entre as duas vigas, sustentado pela estrutura, corre
um carrinho com um gancho.

Estrutura funcional do Almoxarifado

Estrutura funcional

• Controle
• Recebimento
• Armazenagem
• Distribuição

Controle

O controle do estoque depende de um sistema


eficiente, o qual deve fornecer, a qualquer momento,
as quantidades que se encontram à disposição e onde
estão localizadas as compras em processo de
recebimento, as devoluções ao fornecedor e as
compras recebidas e aceitas.

Recebimento

As atividades do recebimento
abrangem desde a recepção do
material na entrega pelo fornecedor
até a entrada nos estoques e
compreendem os materiais com
política de ressuprimento e os de
aplicação imediata, sofrendo critérios de conferência quantitativa e
qualitativa.

O reconhecimento compreende quatro fases:


1ª FASE: Entrada de materiais;
2ª FASE: Conferência quantitativa;
3ª FASE: Conferência qualitativa;
4ª FASE: Regularização.

Curso de Almoxarife e Estoquista 19


1ª FASE: Entrada de materiais

Tem como objetivo efetuar a recepção dos veículos transportadores,


proceder à triagem da documentação do recebimento (notas fiscais),
encaminhá-los para descarga e efetuar o cadastramento dos dados
pertinentes ao sistema.

Na portaria da empresa

A entrada de materiais sofre critérios de conferência primária de


documentação (notas fiscais, garantias, manuais etc.) que objetiva identificar,
constatar e providenciar, conforme cada caso:
• Se a compra, objeto da nota fiscal em análise está autorizada pela
empresa;
• Se a compra autorizada tem programação prevista, estando no prazo
de entrega contratual.
• Se o número do documento de compra conste na nota fiscal.

Após a consulta ao departamento de compras, deve-se recusar o


recebimento para os casos referentes às compras não autorizadas ou em
desacordo com a programação de entrega, transcrevendo os motivos no verso
da nota fiscal.

No Almoxarifado

No Almoxarifado a conferência está voltada para volumes,


confrontando-se a nota fiscal do fornecedor com os respectivos registros e
controles de compra, posicionamento do veículo no local exato da descarga,
providências de equipamentos e material de descarga necessários.

Exame de avarias

O exame das avarias é necessário para o apontamento de


responsabilidades. A existência de avarias é constatada por meio de análise
de disposição de carga, observando se as embalagens ou proteções estão
intactas e invioláveis ou se contêm sinais evidentes de quebra, umidade,
amassamento etc.

Recusa do recebimento

As divergências encontradas devem ser apontadas para conhecimento


do transportador e também no canhoto da nota fiscal. Essas providências
servirão para o processamento de ressarcimento de danos, se for o caso e,
dependendo de, se no exame preliminar, resultar a constatação de
irregularidades insanáveis em relação às condições contratuais, deve-se
recusar o recebimento, anotando-se, também nesses casos, no verso da 1ª via

Curso de Almoxarife e Estoquista 20


da nota fiscal, as circunstâncias que motivaram a recusa bem como nos
documentos transportados.

Liberação do transportador

O transportador será liberado


mediante os procedimentos anteriormente
vistos e que contemplam a recusa do
recebimento, com também para os
materiais referentes às notas fiscais
devidamente chegadas, assinando-se o
canhoto da nota fiscal e o conhecimento do
transporte.

Os materiais referentes às notas


fiscais aprovadas durante essa etapa terão
sua descarga autorizada.

Descarga

Para a descarga pode ser necessária a utilização de equipamentos,


dentre os quais se destacam paleteiras, talhas, empilhadeiras e pontes
rolantes, além do próprio esforço físico humano, sendo necessário envolver o
fator segurança, não só com relação ao material em si como também e,
principalmente, ao pessoal envolvido na descarga.

2ª FASE: Conferência quantitativa

É a atividade que verifica se a quantidade declarada pelo fornecedor na


nota fiscal corresponde à efetivamente recebida. É a típica “contagem”,
devendo-se optar por um modelo de acusação, no qual o conferente aponta a
quantidade recebida, desconhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor,
também conhecido por princípio de contagem de cega. A confrontação do
recebido versus o faturado é efetuada posteriormente, por meio do
regularizador, que analisa as possíveis distorções detectadas e providencia a
recontagem, a fim de dirimir as dúvidas constatadas.

Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, estes podem ser


contados utilizando-se um dos seguintes métodos:
1. Manual: Em casos de pequenas quantidades;
2. Por meio de cálculos: Para os casos que envolvam embalagens
padronizadas com grandes quantidades;
3. Por meio de balanças contadoras pesadoras: Para casos que
envolvam grande quantidade de peças, como parafusos, porcas,
arruelas etc.;
Curso de Almoxarife e Estoquista 21
4. Pesagem: Para materiais de maior peso e volume, a pesagem pode
ser feita com veículo transportador sobre balanças rodoviárias ou
ferroviárias, casos em que o peso líquido será obtido por meio da
diferença entre o peso bruto e tara do veículo. A tara do veículo é
seu peso vazio, sem mercadoria.
5. Medição: Em geral, as medições são efetuadas a partir do
comprimento e do volume.

3ª FASE: Conferência qualitativa

É atividade também conhecida como inspeção técnica. É da mais alta


importância no contexto de recebimento de materiais, uma vez que visa
garantir a adequação do material ao fim a que se destina.

A conferência qualitativa visa garantir o recebimento adequado do


material contratado por meio do exame das características dimensionais,
específicas e das restrições de especificação.

4ª FASE: Regularização

Caracteriza-se pelo controle do processo de recebimento, pela


confirmação da conferência qualitativa e quantitativa, por meio de laudo de
inspeção técnica e da confrontação das quantidades versus faturadas,
respectivamente, para decisão de aceitar ou recusar e, finalmente, pelo
encerramento do processo.

Documentação envolvida na Regularização

• Nota fiscal;

• Conhecimento de transporte;

• Documento da contagem efetuada;

• Parecer da inspeção, contido no relatório técnico;

• Especificação da compra;

• Catálogo técnico e

• Desenhos.

O processamento dará origem a uma das seguintes situações:

• Liberação de pagamento ao fornecedor, em se tratando de material


recebido sem ressalvas;

Curso de Almoxarife e Estoquista 22


• Liberação parcial de pagamento ao fornecedor;

• Devolução de material ao fornecedor;

• Reclamação de falta ao fornecedor ou

• Entrada de material no estoque.

Devolução ao fornecedor

Quando se constata irregularidade insanável, providencia-se a


devolução, ao fornecedor, das mercadorias com defeito e/ou em excesso,
acompanhadas de nota fiscal de devolução, emitida pela empresa
compradora. Deve-se atentar para o prazo decadencial das devoluções, que é
de 10 dias, a contar do recebimento. Expirado esse prazo e não devolvida a
mercadoria, o fornecedor poderá executar a duplicata caso não seja paga na
data do seu vencimento.

A devolução pode ocorrer também quando é detectada alguma falha por


deficiência da matéria-prima, como o não cumprimento à especificação
metalúrgica. O fornecedor será acionado para, em primeiro plano, repor o
material em questão e, em seguida, se for o caso, ressarcir os prejuízos
causados.

Armazenagem

O objeto primordial da armazenagem é utilizar o espaço nas três


dimensões (comprimento, largura e altura), da maneira mais eficiente
possível. As instalações do Almoxarifado devem proporcionar a movimentação
rápida e fácil de suprimentos desde o recebimento até a expedição.

Cuidados na armazenagem

Os principais cuidados na armazenagem de material/mercadoria são:

• Determinação do local, em recinto coberto ou não;

• Definição adequada do leiaute;

• Definição de uma política de preservação, com embalagens


plenamente convenientes aos materiais;
• Ordem, arrumação e limpeza de forma constante;

• Segurança patrimonial, contra furtos, incêndios etc.

Cuidados especiais

Devem ser tomados no tocante à disposição dos materiais no


Curso de Almoxarife e Estoquista 23
Almoxarifado, o qual pode conter produtos perecíveis, inflamáveis, tóxicos e
outros, que, somados à variedade total, definirão os meios de armazenagem.

Ao se otimizar a armazenagem, obtém-se:

• Máxima utilização do espaço;

• Efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão-de-obra e


equipamentos);

• Pronto acesso a todos os itens (seletividade);

• Boa organização;

• Satisfação das necessidades dos clientes.

A armazenagem compreende em seis fases:

1. Verificação das condições pelas quais o material foi recebido, no


tocante à proteção e embalagem;

2. Identificação dos materiais;

3. Guarda na localização adequada;

4. Guarda na localização física de guarda ao controle;

5. Verificação das condições pelas quais o material foi recebido, no


tocante à proteção e embalagem e

6. Separação para distribuição.

Itens de estoque

As mercadorias de maior saída do Almoxarifado devem ser armazenadas


nas imediações da saída ou expedição, a fim de facilitar o manuseio. O mesmo
deve ser feito com os itens de grande peso e volume.

Corredores de acesso
Os corredores de acesso dentro do
Almoxarifado deverão facilitar o acesso às
mercadorias em estoque:

A largura dos corredores é


determinada pelo equipamento de
manuseio e movimentação dos materiais.

A localização dos corredores é


Curso de Almoxarife e Estoquista 24
determinada em função das portas de acesso e da arrumação das mercadorias.

Entre as mercadorias e as paredes do edifício devem existir passagens


mínimas de 60 cm, para acesso às instalações de combate a incêndio.

Portas de acesso

Devem permitir a passagem dos equipamentos de manuseio e


movimentação de materiais. Tanto sua altura como sua largura devem ser
devidamente dimensionadas.

Prateleiras e estruturas

Quando houver prateleiras e


estruturas no Almoxarifado, a altura
máxima deverá considerar o peso dos
materiais. O topo das pilhas de mercadorias
deve se distanciar, no mínimo, de um metro
das luminárias do teto ou dos sprinklers
(equipamento fixo de combate a incêndio).

As mercadorias leves devem


permanecer na parte superior das estruturas e as mais pesadas devem ser
armazenadas nas barras inferiores da estrutura.

O piso deve ser suficientemente resistente para suportar o peso das


mercadorias estocadas e o trânsito dos equipamentos de movimentação.

Critérios de armazenagem

Para o estoque de mercadorias adotamos alguns critérios. As


mercadorias podem ser classificadas quanto a:
• Fragilidade;

• Combustividade;

• Volatização;

• Oxidação;

• Explosividade;

• Intoxicação;

• Radiação;

• Corrosão;
• Inflamabilidade;

Curso de Almoxarife e Estoquista 25


• Volume;

• Peso;

• Forma.

Métodos de armazenagem

• Armazenagem por agrupamento – esse critério facilita as tarefas de


arrumação e busca, mas nem sempre permite o melhor
aproveitamento do espaço.

• Armazenamento por tamanho (acomodação) – esse critério permite


bom aproveitamento de espaço;

• Armazenagem por frequência – implicam armazenar tão próximo


quanto possível da saída os materiais que tenham maior frequência
de movimento;

• Armazenagem especial – por meio desse critério, destacam-se:

- Ambiente climatizado: Destinam-se a materiais cujas


propriedades físicas exigem tratamento espacial;

- Inflamáveis: Os produtos devem ser armazenados em ambientes


próprios e isolados, projetados sobre rígidas normas de
segurança;

- Perecíveis: Os produtos perecíveis devem ser armazenados


segundo sua temperatura indicada pelo fornecedor.

A distribuição é a atividade por meio da qual a empresa efetua as


entregas de seus produtos, estando, por consequência, intimamente ligada à
movimentação e ao transporte.

Natureza dos produtos a transportar

• Carga geral – A carga geral deve ser consolidada para materiais com
peso individual de até 4 toneladas;
• Carga a granel, líquida e sólida;

• Carga semiespecializada – Trata-se de materiais com dimensões e


peso que exigem licença, porém no gabarito que permite tráfego em
qualquer estrada;
• Carga especial – Trata-se de uma variável de definição anterior, com
ressalva de que seu tráfego exige estudo de rota, para avaliar a
largura das obras e a capacidade das pontes e viadutos;
Curso de Almoxarife e Estoquista 26
• Carga perigosa – Os produtos classificados como perigosos
englobam mais de 3.000 itens, estando codificados em 9 classes, de
acordo com a norma internacional.

Classificação da distribuição

Distribuição interna – Trata-se da distribuição de matérias-primas,


componentes ou sobressalentes para manutenção, do Almoxarifado ao
requisitante, para continuidade das atividades da empresa;

Distribuição externa – Trata-se da entrega dos produtos da empresa a seus


clientes, tarefa que envolve o fluxo dos produtos/serviços para o consumidor
final, motivo pela qual se adota a denominação de distribuição física.

Documentos utilizados num almoxarifado

• Ficha de Controle de Estoque (para empresas ainda não


informatizadas) – Destinada a controlar manualmente o estoque, por
meio de apontamentos de quantidades correspondentes às entradas e
saídas, como também propiciar o Input para reposição, quando o
nível atingir o ponto de repor suprimentos;
• Ficha de Localização (também para empresas ainda não
informatizadas) – Utilizada para indicar as localizações onde o
material está guardado, sendo ordenadas por ordem de código, em
arquivos próprios;
• Ficha de Assinatura Credenciada – Documento utilizado para
identificar os funcionários autorizados a movimentar o estoque,
constando, além da assinatura do credenciado, sua qualificação na
empresa;

• Requisição de Material – Documento utilizado para retirada de


material do Almoxarifado;
• Comunicação de Irregularidades – Documento utilizado para
esclarecer ao fornecedor os motivos da devolução quer no aspecto
quantitativo, quer no qualitativo;
• Relatório Técnico de Inspeção – Documento utilizado para definir,
sob o aspecto qualitativo, o aceite ou a recusa do material comprado
do fornecedor e
• Devolução de Material – Documento utilizado para devolver ao
estoque do Almoxarifado as quantidades de materiais, que porventura
foram requisitadas além do necessário.

Curso de Almoxarife e Estoquista 27


Ficha de controle de estoque

Confecções Veste Bem

Estoque de Material

Material Unidade Código

Data Histórico Entrada Saída Saldo

Ficha de assinatura credenciada

Confecções Veste Bem

Assinaturas credenciadas para requisição de materiais

Funcionário Matrícula Departamento Assinatura

Rotinas rigorosas para a retirada dos produtos preservam os


materiais armazenados, protegendo-os contra furtos e desperdícios.

A autoridade para retirada do estoque deve estar definida com clareza


e somente pessoas autorizadas poderão exercer essa atribuição, mediante a
apresentação de requisição.

Requisição é uma solicitação para que seja entregue ao portador o

Curso de Almoxarife e Estoquista 28


material dela constante. Deve, como foi dito acima, ser clara, precisa e
conter o nome e assinatura da pessoa autorizada a solicitar a entrega do
material/produto. Veja a seguir um exemplo de requisição.

Confecções Veste Bem

Requisição interna de material nº 0220 Data


/ /
Quantidade Unidade Especificação Código do produto

Departamento

Responsável pela Nome Matrícula


Solicitação: Assinatura

Funcionário
Responsável pela Retirada
Despacho do almoxarifado

Despachado por Observações Data


/ /

Curso de Almoxarife e Estoquista 29


Devolução de material

Confecções Veste Bem

Devolução de materiais

Data Material Unidade Código Motivo da Quantidade


Devolução

Um funcionário do setor de produção, Sr. Adolfo, necessita de retirar do


Almoxarifado os seguintes materiais:

• 3 bobinas de linha para costura preta;

• 4 bobinas de linha para costura azul;

• 1 tesoura de pesponte;

• 3 agulhas médias para máquina Overloque e


• 26 metros lineares de tecido brim azul marinho.

Após solicitação ao encarregado do setor, Sr. Márcio, o funcionário Adolfo


recebe o seguinte documento interno, preenchido pelo próprio encarregado:

Curso de Almoxarife e Estoquista 30


CONFECÇÕES VESTE BEM
REQUISIÇÃO INTERNA DE MATERIAL Nº DATA
10.256
05 / 01/2016
QUANTIDADE UNIDADE ESPECIFICAÇÃO CÓDIGO DO PRODUTO
03 bobina Linha corrente nº 100259
07 costura preta
04 bobina Linha corrente nº 100264
07 costura azul

01 peça Tesoura média 100055


p/pesponte

03 peça Agulha média 100022


p/Oveloque

26 m.I. Brim Santista azul 100354


marinho

DEPARTAMENTO Produção III


RESPONSÁVEL NOME: Márcio
PELA
MATRÍCULA: 0622
SOLICITAÇÃO
ASSINATURA: Márcio
Silva
FUNC. RESP. NOME: MATR.: 2365
PELA RETIRADA
Adolfo

DESPACHO DO ALMOXARIFADO

DESPACHADO POR OBSERVAÇÕES DATA


/ / 2018

Curso de Almoxarife e Estoquista 31


De posse da Requisição de Material, Adolfo vai até o Almoxarifado e
entrega a Requisição para o Almoxarife, Roberto. Após analisar o documento,
pega uma ficha. Essa é a já descrita Ficha de Assinaturas Credenciadas. Veja
a ficha que Roberto pegou:

CONFECÇÕES VESTE BEM

ASSINATURAS CREDENCIADAS PARA REQUISIÇÃO DE MATERIAIS

FUNCIONÁRIO MATRÍCULA DEPARTAMENTO ASSINATURA

ADELMO FONSECA 0156 CONTABILIDADE


Adelmo Fonseca
INÁCIO PINTO SENA 0287 DPT. PESSOAL
Inácio p. Sena
MÁRCIO SILVA 0622 PRODUÇÃO III
Márcio Silva
MARIA BERNADETE 0701 SERV. GERAIS
RISO
Maria b. Riso
ICARO BELOUBE 1209 TESOURARIA
Icaro Beloube

Roberto comparou a assinatura do Sr. Márcio da requisição com a


Ficha de Assinaturas Credenciadas e constatou que se trata realmente do Sr.
Márcio. Também verificou o número da matrícula.

Depois da confirmação, Roberto separou todos os materiais e os


entregou a Adolfo. Em seguida, deu seu despacho no campo rodapé da
Requisição.

Curso de Almoxarife e Estoquista 32


Com a entrega, Roberto anotou na Ficha de estoque de cada produto
entregue a saída e a respectiva quantidade. Veja como ficou uma delas:

Confecções Veste Bem

ESTOQUE DE MATERIAL

MATERIAL UNIDADE CÓDIGO

Linha corrente nº 07 costura preta bobina 100259

DATA HISTORICO ENTRADA SAÍDA SALDO

12/09/2017 Saldo Atual ----- ----- 06

15/09/2017 Requisição 09.123 ----- 03 03

03/10/2017 N.F. 22.251 50 ----- 53

22/11/2017 Requisição 09.566 ----- 06 47

18/11/2017 Requisição 10.091 ----- 05 42

05/01/2018 Requisição 10.256 ----- 03 39

Roberto fez semelhante com todas as Fichas de Estoque do restante do


material entregue.

Curso de Almoxarife e Estoquista 33


Controle de materiais

O controle de materiais consiste em ordená-los segundo um plano


sistemático capaz de classificar cada produto, ou cada grupo deles, de
maneira que possam ser facilmente localizados.

Dentre os vários tipos de codificação, demonstraremos os três mais


usados:
1. Numérica: feita apenas com números arábicos. Exemplo: grampo
para grampeador – 26/6 – nº 6006
2. Alfanumérica: combinação entre letras e números. Exemplo:
grampo para grampeador – 26/6 – GG – 60
3. Decimal: é o mais utilizado e se compõe de três grupos:
Aglutinante: é aquele que corresponde ao agrupamento de materiais.
Exemplo: material de escritório, produto de limpeza, produto de segurança
etc.
Individualizados: informa cada um dos materiais que constam do
primeiro grupo. Exemplo: pano de chão, água sanitária, lã de aço etc.
Descritivo: descreve os materiais pertencentes ao segundo grupo.
Exemplo: pano de chão de 40X72 cm, água sanitária – bomba 5 litros,
água sanitária – 1 litro.

Política de Estoque

As empresas geralmente estão envolvidas em um dilema: quando a


empresa deverá estocar? O departamento de vendas deseja um estoque
elevado para atender melhor o cliente e a área de produção prefere também
trabalhar com uma maior margem de segurança de estoque. Em
contrapartida, o departamento financeiro quer estoques reduzidos para
diminuir o capital investido e melhorar seu fluxo de caixa.
A melhor saída para isso é criar uma boa política de estoques, para que
os interesses da empresa sejam atendidos e os clientes também fiquem
satisfeitos.

O planejamento é um dos principais instrumentos para o


estabelecimento de uma política de estoque eficiente. Para isso, a empresa
deverá acompanhar sistematicamente:

a) Os itens em estoque, verificando lucratividade e posicionamento da


empresa no mercado;

b) O recebimento e a correta armazenagem das mercadorias;

c) Inventários periódicos para avaliação das quantidades e do estado


dos materiais estocados e
Curso de Almoxarife e Estoquista 34
d) O tempo de reposição de cada mercadoria.

Dimensionar o estoque significa definir as quantidades corretas de cada


mercadoria que deve estar no estoque em um determinado período de tempo,
para que a empresa não sofra nenhum prejuízo.

Para fazer esse dimensionamento do estoque, existem três instruções


básicas:
1) Os produtos devem ser estocados no menor tempo possível, fato que
reduz custos de Manutenção e indica que o investimento feito pela
empresa na compra destes produtos retornará rapidamente.
2) O estoque precisa garantir os objetivos principais da empresa, sejam
eles a produção de 1.000 peças, R$ 10.000,00 em vendas ou a
entrega de mercadorias no máximo em 48 horas.
3) O custo de manutenção dos estoques aumenta na proporção de sua
dimensão. Isso quer dizer que quanto maior for a quantidade de
mercadoria estocada, maior será o espaço físico necessário para
guardá-la, maior o número de funcionários necessários e maiores
serão os gastos para controle.

Sem um adequado planejamento e uma eficiente política de estoques, a


empresa fica à mercê da sorte, podendo sofrer grandes prejuízos.

Lembre-se: Estocar mercadorias por muito tempo é um fator de diminuição


da lucratividade da empresa.

Métodos de manejo de estoque

Existem basicamente dois métodos de manejo do estoque e eles têm


aplicações diferentes.

1º método – PEPS = Primeiro a entrar, primeiro a sair. Ou seja, o material


recebido em estoque é guardado de forma seriada. Por exemplo, suponha que
um item tenha entrado no estoque em 3 ocasiões no mês (três entradas) e que
a primeira tenha sido no dia 02, a segunda no dia 10 e a terceira no dia 18.
Pelo método PEPS, ao ser solicitada por algum setor a mercadoria desse item,
deverá ser entregue primeiramente aquela que entrou no dia 02, ou seja, a
entrada “mais velha”. Assim, trabalhamos com mercadorias mais “recentes”.
Esse método é utilizado quase em sua totalidade em empresas que tenham
gêneros alimentícios em estoque.

2º método – UEPS = Último a entrar, primeiro a sair. Por esse método, o


custo do item é “empilhado” de modo que o último fica no “topo” da pilha e,
portanto, é o primeiro a sair. É muito utilizado quando se trata de materiais
não- perecíveis, como depósitos de materiais de construção em que a areia,
Curso de Almoxarife e Estoquista 35
por exemplo, que entra hoje, é despejada sobre a que já estava no local. Como
a areia não “estraga”, esta (a última a entrar) será a primeira a sair.

Localização de materiais

Localizar materiais dentro do Almoxarifado pode parecer uma tarefa


fácil, pode, contudo, tornar-se uma verdadeira “caça ao tesouro” se não
houver, ao menos, um processo de sistematização, principalmente se esse
Almoxarifado contiver uma grande variedade de itens.

Há algumas formas de se organizar um Almoxarifado, uma delas já


vimos anteriormente, quando dividimos as prateleiras em códigos numéricos.
Outra forma é o arranjo por setores, quando os produtos não puderem ser
colocados em prateleiras.

Pode-se dividir cada setor do Almoxarifado em cores, por exemplo: setor


azul: material de higiene; setor verde: material de escritório e assim por
diante. Lembre-se de que a combinação de todas as variáveis possíveis para
identificação irá facilitar a localização das prateleiras.

Evite adotar critérios muito complexos ou inconvenientes, pois isso


dificultará a memorização.

Ponto de pedido de compra

É importante que o administrador do Almoxarifado saiba qual o


momento em que deve repor seu estoque. É muito desagradável não poder
atender a uma requisição em razão da inexistência do material no
Almoxarifado. Mais desagradável ainda é quando a ausência do produto é
decorrente de uma falha de previsão.

Para minimizar tal problema, uma vez que é muito difícil evitá-lo,
principalmente em Almoxarifados de elevada rotatividade de materiais, deve-
se conhecer o ponto de pedido de cada material e, periodicamente, realizar
um controle capaz de determinar o ponto de pedido em função de seus
estoques.
Como há inúmeras variáveis que influem no estabelecimento do ponto
de pedido de um determinado item, as mais representativas são:
• A quantidade máxima do item que deverá ser mantido em estoque;

• O tempo, em média, que esse material permanece estocado;

• O tempo que esse material leva para ser consumido nas unidades
requisitantes;
• Condições de mercado (sazonalidade, escassez, greves etc.)

Levando-se em conta essas variáveis, pode-se então estabelecer um

Curso de Almoxarife e Estoquista 36


ponto de pedido de compra de um determinado item em função do estoque
mínimo e máximo.

O método ABC de materiais e estoques

Esse método consiste em separar os materiais, em três grupos: A, B, C,


classificando-os de acordo com os seus valores, e dando mais importância aos
materiais de maior valor monetário.

Em todos os Almoxarifados existe um pequeno número de itens que


possuem elevado teor financeiro e um grande número de outros de menor
valor, assim como uma quantidade intermediária de itens que têm custos
médios. Fazendo-se uma comparação entre os valores dos materiais
adquiridos e sua correlação de necessidades, poderíamos dividir os itens
numa escala de 100%, da seguinte maneira:

MATERIAIS ITENS VALOR


FINANCEIRO

A 5% 75%
B 20% 20%
C 75% 5%
TOTAL 100% 100%

Os diversos fatores que devem ser considerados para classificar os


materiais dentro desse método são:

• Tempo de fornecimento;

• Volume do material;

• Perecebilidade;

• Condições de mercado;

• Características particulares.

Materiais A

Por serem os mais caros e em menor número, em geral, devem


permanecer em estoque por pouco tempo.

Materiais B

Curso de Almoxarife e Estoquista 37


São os materiais de quantidades e valores intermediários e podem ficar
estocados por um período de tempo médio (em torno de 60 dias).

Materiais C

São os materiais de pouco valor e de grandes quantidades; portanto


podem ficar estocados por mais tempo.

Os critérios acima servem como regra, mas cabe ao administrador


perceber que cada material, de acordo com as características de seu
Almoxarifado. Tem armazenamento próprio e poderá sair de um nível de
classificação para outro.

Por exemplo: materiais perecíveis, mesmo que custem pouco em razão


de sua pouca durabilidade, deverão transpor o item C e rumar para o item A.

Cabe, portanto, ao administrador do Almoxarifado, classificar os


produtos de acordo com as próprias características de cada item, levando em
conta sua própria experiência e as notas fiscais com os respectivos valores.

Controle de Qualidade

Embora pareça irrelevante, o Controle de Qualidade tem função


primordial no controle de materiais e esse conceito ultrapassa seus limites
vocabulares alcançando a ideia, aparentemente absurda, de assegurar que o
dinheiro, investido em materiais, esteja sendo corretamente aplicado.

O controle de qualidade, por meio de processos estatísticos, tem


condições de informar ao setor responsável pelas especificações os resultados
obtidos nos testes de desempenho de um dado produto, que até então eram
desconhecidos, melhorando assim a sua qualidade.

Não raro, ocorrem fatos descabidos como a entrega de produtos como o


prazo de validade vencido, sem identificações legais de embalagem e rótulo e,
por incrível que possa parecer, um produto completamente diferente daquele
que foi ofertado.

O controle de qualidade deve também exercer uma espécie de


averiguação periódica nos estoques, de forma a assegurar a qualidade do
material estocado.

Com esse controle, novas formas de estocagem e armazenamento de


vários produtos poderão ser sugeridas, assegurando maior durabilidade e
diminuindo sensivelmente as perdas.

Curso de Almoxarife e Estoquista 38


Uma política inteligente nos estoques

A ausência de padronização nos materiais adquiridos ocasiona um


aumento considerável de itens com a mesma finalidade. Produtos, cujos fins e
metodologia de ação estão ultrapassados, são adquiridos muitas vezes a
preços absurdos, para satisfazer necessidades pouco significativas. Esse
procedimento “incha” o Almoxarifado ocasionando um desgaste desnecessário
de pessoal e de maquinário.

Quando se fala de uma política inteligente de estoques, não estamos


apontando apenas para as formas de estocagem, mas na maneira de compra
que gera esse estoque. Estocar produtos ultrapassados implica um aumento
de gastos e dispêndio de recursos que poderiam ser utilizados de outra forma.
Comprar demais, comprar sem realizar uma avaliação criteriosa do consumo
e sem levar em conta as normas mínimas de segurança, fazem do
Almoxarifado um lugar cheio de produtos, mas vazio de utilidade.

Uma política inteligente de estoque é aquela que respeita os limites


físicos do Almoxarifado e do dinheiro da empresa atendendo a todas as
necessidades, sem desperdício.

Controle de estoque mínimo

Quando se requisita um material ao Almoxarifado é porque há


necessidade dele naquele momento. Não atender um pedido pode ocasionar a
paralisação de um determinado setor ou trabalho.

É muito desagradável quando, por ausência de um estoque mínimo de


segurança, não se pode cumprir a função básica de qualquer Almoxarifado:
Suprir. Para evitar que isso ocorra, basta que se tenha um ESTOQUE
MÍNIMO de itens como garantia mínima de fornecimento.

Estoque mínimo, ou estoque de segurança tem a função de assegurar


que não ocorra falta de um determinado item, cobrindo eventuais atrasos
derivados dos processos de compra.

Pode-se determinar o estoque mínimo através de:

• Projeção estimada de consumo;

• Cálculos e módulos matemáticos;

• Baseando-se nos consumos anteriores é possível se estabelecer uma


projeção estimada de cada item, ou grupo de itens, por período.
Lançando mão desses dados podem-se estimar os níveis de consumo
e, a partir dessa estimativa, determinar o valor do estoque de

Curso de Almoxarife e Estoquista 39


segurança.

Há uma considerável quantidade de maneiras e fórmulas para o cálculo


do estoque mínimo. Ressaltaremos a mais simples, mas capaz de fornecer
àquele que cuida do controle das quantidades, condições de calcular
matematicamente seus estoques de segurança.

Fórmula simples
Emín = C x K
Onde: Emín = estoque mínimo
C = consumo médio mensal
K = Fator de segurança arbitrário com o qual se deseja garantir contra um
risco de ausência.

O fator K é arbitrado, ele é proporcional ao grau de atendimento


desejado para o item. Exemplo: Se quisermos que determinada peça tenha um
grau de atendimento de 90% ou seja, queremos uma garantia que somente
10% das vezes o estoque desta peça seja zero. Sabendo que o consumo médio
mensal é de 60 unidades, o estoque mínimo será:
Emín = 60 x 90%
Emín = 54 unidades

Inventário Físico

Como garantia do bom funcionamento de um Almoxarifado, é


necessário que, periodicamente, executem-se contagens físicas de seus itens
de estoque, para verificar as discrepâncias entre o estoque físico e os
registros.

O inventário pode ser:

a) Geral:

Efetuado no final do exercício, abrange todos os itens de estoque de


uma só vez. Por tratar-se de uma operação de duração prolongada e
por incluir quantidade elevada de itens, impossibilita as
reconciliações, análise das causas e divergências e consequentemente
ajustes.

b) Rotativo

Tem como norma distribuir as contagens ao longo do ano, com maior


frequência, porém concentrada a cada mês uma menor quantidade de
itens, reduzindo o tempo da operação dando melhores condições de

Curso de Almoxarife e Estoquista 40


análise das causas de ajustes e visando melhor controle. Abrangerá,
por meio de contagens programadas, todos os itens de várias
categorias de estoque. Classificam-se em três grupos:

Grupo 1 – neste grupo estão enquadrados os materiais de maior valor


em estoque e os mais requisitados. Deverão ser inventariados três
vezes ao ano.

Grupo 2 – constituído por itens de importância intermediária quanto


ao valor de estoque, à estratégia e ao manejo. Esses itens serão
inventariados duas vezes ao ano.

Grupo 3 – formado pelos demais itens. Caracterizado por itens de


pequeno valor de estoque. Os materiais desse grupo serão
inventariados uma vez por ano.

Preparação e Planejamento para o inventário

A realização de um bom inventário depende muito de seu


planejamento e preparação.

Deverão ser providenciados:


a) Folhas de convocação e serviços, definindo os convocados, datas,
horários e locais de trabalho.
b) Fornecimento de meios de registros de qualidade e quantidade
adequada para uma correta contagem.
c) Reanálise da arrumação física.
d) Método de treinamento e execução.
e) Atualização e análise dos registros.
f) Cut-off para documentação e movimentação demateriais a serem
inventariados.

Convocação

Tem como função esclarecer e motivar as equipes que irão participar do


inventário, garantindo o bom andamento do trabalho. Com aproximadamente
três semanas de antecedência, a lista de convocação deve ser distribuída para
cada funcionário participante. Essa lista deve conter ainda: as equipes de 1ª
contagem (reconhecedores) e as equipes de 2ª contagem (revisores), ambas já
organizadas.

Curso de Almoxarife e Estoquista 41


Arrumação física

As áreas e os itens a serem inventariados deverão ser arrumados da


melhor forma possível, agrupando os produtos iguais, identificando todos os
materiais, deixando os corredores livres e desimpedidos para facilitar a
movimentação, isolando os produtos que, se for o caso, não devam ser
inventariados. Deverá também ser providenciado com antecedência todo o
equipamento necessário para a tomada do inventário.

Registro do inventário

É importante que o inventário seja controlado e registrado. Umas das


formas de fazê-lo é criando um sistema de registro capaz de assegurar e
garantir a contagem correta.

Uma das melhores maneiras de fazê-lo é através de um cartão com


partes destacáveis para até três contagens. Os cartões poderão ser impressos
em cores distintas para identificar os tipos de estoque a serem contados. Estes
cartões deverão ser preenchidos antes de alcançarem os lotes.

Os cartões devem conter, no mínimo, as seguintes inscrições:


a) Código;
b) Descrição;
c) Local;
d) Quantidade;
e) Unidade;
f) Visto e
g) Conferido.

CUT-OFF

Poderá consistir de um mapa com todos os detalhes dos três últimos


documentos emitidos antes da contagem (notas fiscais, empenho, requisições
etc.). Caso esse procedimento não seja bem feito, corre-se o risco de o
inventário não corresponder à realidade.

Não deverá ocorrer movimentação de materiais na data da contagem. Os


fornecedores deverão ser instruídos para não entregarem materiais nessa data.

Atualização e registro de estoques

Todas as entradas, saídas e saldos dos itens deverão estar


obrigatoriamente atualizados até a data do inventário. O responsável pelo
controle de estoque terá a incumbência de assegurar que todos os tipos de
Curso de Almoxarife e Estoquista 42
documentos utilizados para registrar o movimento foram considerados.

Contagem de estoque

Todo item do estoque, sujeito ao inventário, será contado


necessariamente duas vezes. A primeira contagem será realizada pela 1ª
equipe, a qual poderá efetuá-la imediatamente após ter fixado ao lote o cartão
de inventário.

Feitas as anotações de contagem na primeira parte do cartão, o executor


da contagem o entregará ao responsável pela primeira contagem, a qual os
entregará, por sua vez, ao responsável pela segunda contagem.

A segunda equipe analogicamente registrará o resultado de sua


contagem na segunda parte do cartão, entregando-o depois ao coordenador de
inventário.

Se a primeira contagem conferir com a segunda, o inventário para este


item está correto; no caso de não conferir, faz-se necessária uma terceira
contagem por outra equipe, diferente das que contaram anteriormente.

A tala identificadora do lote permanecerá afixada ao material como prova


de que foi contado. Ela poderá ser retirada somente após o término do
inventário.

Reconciliações e ajustes

Os setores envolvidos nos controles de estoque deverão providenciar


justificativas para as variações ocorridas entre o estoque contábil e o
inventariado. O departamento de controle de estoque providenciará a
valorização em um mapa, cuja função é exibir com clareza as diferenças a
maior e a menor, como também a diferença global entre os dois estoques.

Os percentuais de diferenças podem ser aceitos ou não. Como regra geral


para os itens classe A, não devem ser aceitos ajustes de inventário, procurando
sempre justificar o motivo da diferença.

Depois de aprovado o ajuste do inventário, o controle de estoque emitirá


relação autorizando os ajustes devidos.

Segurança no Almoxarifado

A movimentação de materiais tem sido uma das causas mais frequentes


e sérias dos acidentes, razão pela qual é muito importante a segurança nesse
tipo de trabalho. Por isso, devem ser observadas as seguintes regras:
• Manter limpo e em bom estado o piso dos locais onde se manipulam e
transportam os materiais.
Curso de Almoxarife e Estoquista 43
• Usar os equipamentos necessários para proteção pessoal, como luvas
ao manusear material cortante, óculos, botas e avental para o
transporte de ácidos, sapatos com bico de aço no manejo de materiais
pesados.
• Não manipular materiais se as mãos ou materiais estiverem sujos de
óleo ou substâncias escorregadias.
• Não levantar sozinho materiais de peso excessivo ou além de sua
capacidade. Não podendo utilizar meios mecânicos, pedir ajuda aos
companheiros de trabalho.
• Evitar brincadeiras e competições para verificar quem consegue
levantar maior peso.
• Não carregar material em demasia pois isso dificulta os passos e a
visão.
• Manter em boas condições todos os equipamentos destinados à
movimentação dos materiais, tais como: empilhadeiras, elevadores,
esteiras etc.
• Não carregar em demasia os carrinhos e empilhadeiras evitando que
o material possa cair.
• Não andar em velocidade excessiva dentro do Almoxarifado com os
veículos destinados à movimentação de cargas.
• Não passar ou permanecer sob cargas que estão sendo
movimentadas por guindastes ou pontes rolantes.

Uso de cores como fator de segurança nos almoxarifados

Este item trata da NB nº76, da ABNT, cujo objetivo primordial é


determinar as cores que deverão ser usadas nos Almoxarifados, a fim de
identificar máquinas e equipamentos de segurança, delimitar áreas, advertir
contra perigos eminentes ou eventuais.

Sua adoção no almoxarifado possibilita ao pessoal que nele trabalha


identificar facilmente os perigos naturais por intermédio das cores, quando já
familiarizado com a simbologia adotada. Isso não dispensa, em absoluto, o
emprego de outras formas de prevenção de acidentes, tais como cartazes e
painéis dentro do Almoxarifado.

O uso das cores deve ser estudado de modo a manter o equilíbrio visual
necessário. O corpo das máquinas e outros equipamentos não deverá possuir
as cores empregadas no sistema de segurança. Isso causaria fadiga, confusão e
distração.

Quanto ao significado das cores indicadas para uso nos Almoxarifados e


Curso de Almoxarife e Estoquista 44
Armazéns, observe a tabela a seguir:

NÚMERO COR SIGNIFICADO


1 VERMELHO PERIGO
2 ALARANJADO ALERTA
3 AMARELO ATENÇÃO
4 VERDE SEGURANÇA
5 AZUL CUIDADO
6 PÚRPURA RADIAÇÃO
7 BRANCO LIMPEZA
8 PRETO DETRITO

Para melhor entendimento veremos o emprego individual das cores:

VERMELHO: É a cor usada para distinguir e indicar equipamentos e


aparelhos de proteção e combate a incêndios, significando perigo. Por
exemplo: caixas de alarme de incêndio, sirenes de alarme, caixas com
cobertores para abafar chamas, extintores de sua localização, localização de
mangueiras, baldes de areia ou água. Saída de emergência.
ALARANJADO: É a cor que indica alerta, deve ser usada nas faces internas
de caixas protetoras de dispositivos elétricos, partes móveis e perigosas das
máquinas e equipamentos de empilhamento, carga e descarga de materiais,
com a finalidade de alertar o operador na execução do seu trabalho.
AMARELO: É empregada para chamar a atenção e deve ser usada em
corrimões, parapeitos, piso de escadas que apresentem perigo; bordas
desguarnecidas de abertura no solo; faixas no piso de entrada de elevadores e
plataformas de carregamento; parede de fundo de corredores sem saída;
cabines, caçambas, guindastes, empilhadeiras, pontes rolantes, esteiras,
vagonetas, reboques etc. e comandos e equipamentos suspensos que oferecem
perigo.
VERDE: É a cor que caracteriza a segurança no trabalho e é empregada para
identificar os seguintes materiais: Caixa de equipamentos de socorros de
urgência; caixa contendo máscaras contra gás; macas; quadros para
exposição de cartazes; boletins de avisos de segurança;
AZUL: É a cor empregada para indicar cuidado, ficando limitada a avisos
contra uso e movimentação de equipamentos que devem permanecer fora de
serviço. Devem possuir sinais de advertência: elevadores, caixas de controles
elétricos, estufas, válvulas, andaimes e escadas.
PÚRPURA: É a cor usada para indicar os perigos provenientes das radiações
eletromagnéticas penetrantes e partículas nucleares.
BRANCO: É a cor que indica limpeza e é empregada para assinalar:
Curso de Almoxarife e Estoquista 45
localização de coletores de resíduos, localização de bebedouros e áreas
destinadas à armazenagem.
PRETO: É a cor usada para identificar os coletores de resíduos ou detritos.
Poderá ser utilizada em substituição ao branco ou combinado com este,
quando as condições do local assim o aconselharem ou permitirem.

Para complementar as normas de cores dentro do almoxarifado, é


importante que sejam afixados cartazes de segurança, com a finalidade de
combinar os esforços de todo o pessoal na tarefa de evitar acidentes.

Os cartazes devem ser colocados em pontos estratégicos onde os


trabalhadores parem normalmente, nunca naqueles usados comumente para
avisos normais.

Os corredores devem ser evitados.

Os cartazes não devem ser exibidos por mais de 30 dias consecutivos no


mesmo local, sendo conveniente usá-los em rodízio.
Quando se colocar em cartaz novo, devem-se reunir os empregados do
Almoxarifado e desenvolver uma pequena preleção, explicando seu
significado.

Prevenção de Incêndios

A implantação da prevenção de incêndio num


almoxarifado se faz por meio de atividades que visam a
evitar o surgimento do sinistro, possibilitar sua
extinção e reduzir seus efeitos antes da chegada do
Corpo de Bombeiros.

Proteção contra incêndio

É definida como medida tomada para a detecção e controle do


crescimento do incêndio e sua consequente contenção ou extinção. Essas
medidas dividem-se em:

1) Medidas ativas de proteção que abrangem a detecção, alarme e


extinção do fogo (automática e/ ou manual);

2) Medidas passivas que abrangem o controle dos materiais, meios de


escape, compartimentação e proteção da estrutura do edifício.

Curso de Almoxarife e Estoquista 46


Objetivos da Prevenção de Incêndios no Almoxarifado

1) A garantia de segurança à vida das pessoas que se encontrarem no


interior do almoxarifado, quando da ocorrência de um incêndio;
2) A prevenção da conflagração e propagação do incêndio, envolvendo
todo o Almoxarifado;
3) A proteção do conteúdo e a estrutura do Almoxarifado;
4) Minimizar os danos materiais de um incêndio.

Esses objetivos são alcançados pelo:


1) Controle da natureza e da quantidade de materiais combustíveis
constituintes e contidos no Almoxarifado;
2) Dimensionamento da compartimentação interna, do distanciamento
entre prateleiras e da resistência ao fogo dos elementos de
compartimentação;
3) Dimensionamento da proteção e de resistência ao fogo da estrutura do
Almoxarifado;
4) Dimensionamento de sistemas de detecção e alarme de incêndio e/ ou
de sistemas de chuveiros automáticos de extinção de incêndios e/ ou
equipamentos manuais para combate;
5) Dimensionamento das rotas de escape e dos dispositivos para controle
do movimento de fumaça.
6) Controle das fontes de ignição e riscos de incêndio;
7) Acesso para os equipamentos de combate e incêndio;
8) Treinamento de pessoal habilitado a combater um princípio de
incêndio e coordenar o abandono seguro dos envolvidos em um
Almoxarifado;
9) Gerenciamento e manutenção dos sistemas de proteção contra o
incêndio instalado;
10) Controle dos danos ao meio ambiente decorrentes de um incêndio.

Fogo e incêndio

Entre muitos fatores, o fogo foi um dos maiores responsáveis pelo grau
de desenvolvimento que a humanidade atingiu, apesar de que, durante
muitos períodos da história, foi utilizado como força destrutiva para produção
de armas. Como no Almoxarifado podemos lidar com substâncias altamente
inflamáveis, veremos a partir de agora um assunto muito importante: o
combate a princípios de incêndio.

Curso de Almoxarife e Estoquista 47


Definição do Fogo

O fogo é uma manifestação de combustão


rápida com emissão de luz e calor. O fogo é
constituído por três entidades distintas, que
compõem o chamado “Triângulo do Fogo”.

São eles:

1. Combustível, que alimenta o fogo e


serve de campo para sua propagação.

2. Calor, também chamado agente ígneo, que dá início ao fogo,


mantendo- o e propagando-o pelo combustível. O calor provém de
fontes que se encontram ao nosso redor como, por exemplo, a brasa
de um cigarro ou a chama de um fogão de cozinha.

3. Comburente, é o ativador de fogo que dá vida ás chamas. O


comburente mais comum é o oxigênio, elemento presente no ar que
respiramos.

Basta juntar o combustível, o comburente e uma fonte de calor, com


a intensidade ideal, e teremos como resultado o fogo. Ou seja, teremos
formado o triângulo do fogo.

Sem uma ou mais dessas entidades, não pode haver fogo. Pode-se
extinguir o fogo:
a) retirando-se o calor, por resfriamento (jogando água, que faz com
que o fogo perca calor) ou
b) removendo-se oxigênio (usando CO2 ou abafando o fogo) ou ainda
c) retirando-se o combustível (madeira, gasolina, gás etc.).

Exemplos dos métodos de extinção do FOGO:

• Ao jogarmos água em um incêndio, estamos resfriando, retirando o


componente calor.
• Ao abafarmos, retiramos o componente oxigênio.

• Ao separarmos o combustível, estamos isolando, como o caso de


se abrir uma trilha no mato para que o fogo não passe.

Classe do Fogo

Classe do Fogo é uma classificação do tipo de fogo, de acordo com o tipo


de material combustível em que ocorre. As classes de fogo são as seguintes:

Curso de Almoxarife e Estoquista 48


A, B, C e D.

1 – Classe A
Denomina-se Fogo Classe A quando ele ocorre em materiais de fácil
combustão com a propriedade de queimarem em sua superfície e
profundidade e que deixem resíduos, tais como: tecidos, madeira, papel,
fibras etc.

2 – Classe B
Denomina-se Fogo Classe B quando o fogo ocorre em produtos inflamáveis
que queimem somente em sua superfície, não deixando resíduos, como por
exemplo, os líquidos inflamáveis (gasolina, álcool, querosene, óleo diesel,
tintas etc.), os gases inflamáveis (acetileno, gás liquefeito de petróleo – GLP
etc.) e os coloides (combustíveis pastosos, como graxas, etc.).

3 – Classe C
Denomina-se Fogo Classe C aquele que ocorre em equipamentos elétricos ou
eletrônicos energizados como computadores, motores, transformadores,
quadros de distribuição, fios etc. Ao ser desligado o circuito elétrico, o
incêndio passa a ser de classe A.

4 – Classe D
Denomina-se Fogo Classe D aquele que ocorre em elementos pirofóricos
(metais e minérios que se inflamam facilmente) como magnésio, potássio,
alumínio em pó, zircônio e titânio entre outros. Necessitam de recursos
especiais para o combate como extintores contendo MAP (monoamônio
fosfato) ou podendo utilizar areia seca no caso de incêndio de alumínio ou
magnésio em pó.
Obs.: O uso de água sobre fogo Classe D pode causar a projeção de pedaços
em chamas.

Incêndio

Podemos definir incêndio como sendo o fogo indesejável, qualquer que


seja sua dimensão, não controlado pelo homem e que tenha a tendência de se
alastrar e de destruir.

Desde que a combustão fique localizada, o fogo não é perigoso. Só a sua


extensão no espaço é que constitui incêndio. A propagação do calor pode
fazer-se por três maneiras diferentes: condução, convecção e irradiação.

Causas de Incêndios

Os incêndios podem ser originados de várias maneiras. Podem ser de


Curso de Almoxarife e Estoquista 49
causas naturais (raios, temperatura etc.), artificiais (atrito, choque entre
partes metálicas, curto-circuito) ou humanas (com ou sem intenção). Quando
o homem comete um incêndio com intenção, dependendo do caso, isso
constitui crime passível das sanções da Lei.

Saídas de Emergência

Para salvaguardar a vida


humana em caso de incêndio, é
necessário que os Almoxarifados
sejam dotados de meios adequados
de fuga (rotas), que permitam aos
ocupantes se deslocarem com
segurança para um local livre da ação do fogo, calor e fumaça, a partir de
qualquer ponto da edificação, independentemente do local de origem do
incêndio.

Acesso às viaturas do Corpo de Bombeiros

Os equipamentos de combate devem-se aproximar ao máximo do


almoxarifado afetado pelo incêndio, de tal forma que o combate ao fogo possa
ser iniciado sem demora e não seja necessária a utilização de linhas de
mangueiras muito longas.

Meios de aviso e alerta

Sistema de alarme manual contra incêndio e detecção automática de


fogo e fumaça quanto mais rapidamente o fogo for descoberto,
correspondendo a um estágio mais incipiente do incêndio, tanto mais fácil
será controlá-lo; além disso, maiores serão as chances de os ocupantes do
Almoxarifado escaparem sem sofrer qualquer dano.

Uma vez que o fogo foi descoberto, a sequência de ações normalmente


adotadas é a seguinte:

a. Alertar o controle central da empresa;


b. Fazer a primeira tentativa de extinção do fogo;
c. Alertar os ocupantes do Almoxarifado para iniciar o abano do
recinto, e informar o serviço de combate a incêndios (Corpo de
Bombeiros).
A detecção automática é utilizada com o intuito de vencer de uma única
vez esta série de ações, proporcionando a possibilidade de tomar-se uma
atitude imediata de controle de fogo e da evacuação do edifício.

Curso de Almoxarife e Estoquista 50


Sinalização

A sinalização de emergência utilizada para informar e guiar os ocupantes


do Almoxarifado relativamente a questões associadas aos incêndios, assume
dois objetivos:
1) Reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndio;
2) Indicar as ações apropriadas em caso de incêndio;

Extintores de Incêndio

São aparelhos portáveis ou carregáveis


que servem para extinguir princípios de
incêndios. De um modo geral, os extintores são
constituídos por um recipiente de metal,
contendo um agente extintor.

O extintor receberá sempre o nome do


agente extintor que transporta e deverá ser
construído conforme as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas).

Depois de instalado, um extintor nunca deve ser removido, a não ser


quando para uso em combate ao fogo, recarga, teste ou instrução; deve estar
sempre sinalizado e ter seu acesso desobstruído.

Os extintores de incêndio, em seu rótulo, possuem indicação sobre as


classes de incêndio para as quais são adequados. Em alguns casos o rótulo
informa também as classes de incêndio para as quais o extintor não se
presta, as classes de fogo onde deve ser utilizado e nas quais é proibida sua
utilização.

Curso de Almoxarife e Estoquista 51


Tipos de extintores

1. Extintor de água
Aparelho que carrega em seu interior o agente extintor água. Não é indicado
para as classes B, C e D.
Processo de extinção: Resfriamento
Não utilizar em equipamentos elétricos energizados.

2. Extintor de espuma química


Indicado com ótimo resultado para incêndio de classe B e com bom resultado
para a classe A. Não é indicado para os da classe C.
Processo de extinção de princípios de incêndio em classe A e B.
Processo de extinção: Abafamento. Um processo secundário é o resfriamento
(umidificação).

3. Extintor de pó químico seco (PQS)


Indicado com ótimo resultado para incêndio de classe B e C, sem grande
eficiência para a classe A.
Não possui contraindicação.
Processo de extinção: Abafamento

4. Extintor de gás carbônico


Indicado para incêndio de classe C e sem grande eficiência para a classe A.
Não possui contraindicação
Processo de extinção: Abafamento

Observação:
Incêndios de classe D requerem extintores específicos, podendo, em alguns
casos, ser utilizados o de gás carbônico (CO2) ou o pó químico seco (PSQ).

Curso de Almoxarife e Estoquista 52


Selecionando extintores:

Para classe “A”


Se a edificação possuir, em sua maioria, elementos que produzam um
incêndio classe A, deverão ser selecionados extintores que extingam tais tipos
de incêndio, como os de água ou espuma.

Para classe “B”


Para incêndio classe B, usa-se espuma, pó comum, também chamado Pó BC,
ou dióxido de carbono, também chamado gás carbônico ou CO2.

Para classe “C”


Para classe “C” empregam-se os mesmos extintores de pó e o de gás
carbônico.

Para classe “D”


Empregam-se extintores, tal como Pó MultiUso ou Pó-ABC.
Os extintores de pó chamados multiuso ou ABC são extintores que podem ser
usados em quaisquer classes de incêndio, pois extinguem princípio de
incêndio em materiais sólidos, líquidos inflamáveis e gases. Também
controlam incêndios em que haja a presença da corrente elétrica, sem
transmiti-la, isto é, em gerar risco ao operador,

Observação:
Para incêndio classe D (materiais pirofóricos: sódio, potássio, magnésio,
alumínio em pó etc.), os agentes extintores utilizados são: grafite em pó, areia
seca e limalha de ferro fundido.

Validade de “carga” dos extintores

A “carga” dos extintores possui validade conforme especificado pelo


fabricante ou recarregador, não existindo, em normas, um prazo específico.
Tanto os fabricantes, quanto as empresas que efetuam recargas, afixam ao
aparelho um selo, com data de validade da “garantia” do recarregador.

A localização do extintor e da saída de emergência deve ser


sinalizada de acordo com as normas de segurança.

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Referências Bibliográficas

CRUZ, Jabson Tamandara. Rotinas de estoque e almoxarifado. SENAC.

MARINHA, Ricardo; BEGNON, Wanderley. Técnicas de almoxarifado – Práticas


eficazes para o dia a dia. Editora Viena.

PAOLESCHI, Bruno. Almoxarifado e gestão de estoques. Editora Érica.

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