Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
resolveu viajar para a zona rural da grande São Paulo, mais especificadamente para
um sítio localizado no município de Embu-Guaçu, local que Felipe já conhecia, pois
anteriormente havia passado suas férias lá. Porém o casal não sabia era que no
decorrer da viagem seus caminhos se cruzariam com os de seus assassinos.
Como o casal namorava a pouco tempo, Liana tinha receio que seu pai não autorizasse
a viagem. A jovem tinha dito à família que iria passar o final de semana em
Ilhabela com um grupo de jovens da igreja israelita, já Felipe disse que iria
acampar com amigos.
No dia 31 de outubro de 2003, uam sexta-feira, o casal começou sua jornada rumo a
Embu-Guaçu. Ao anoitecer, resolveram passar a noite no vão livre do MASP, na
Avenida Paulista, e por volta das 05h, caminharam até o terminal rodoviário do
Tietê para pegar o ônibus.
Às 9h eles chegaram em Embu-Guaçu, mas como o sítio que tinham em mente era mais
afastado, pegaram outro ônibus, rumo a Santa Rita e ainda andaram por
aproximadamente 4km até acharem o local propício para acampar.
Enquanto caminhavam pela vila, chamaram atenção de toda a comunidade local, pois
estavam carregando muitas bagagens, se vestiam de forma mais privilegiada que os
moradores dali, além do fato de Liana ter chamado atenção por conta de sua beleza.
Nesse momento, foram avistados por Roberto Aparecido Alves Cardoso, conhecido por
Champinha, e, Paulo Cézar da Silva Marques, vulgo Pernambuco, que seguiam para
pescar no lago.
Durante a noite, Liana foi estuprada por Pernambuco, enquanto Felipe permaneceu
preso em outro quarto. Dado ao estado de choque e medo que sentia, a jovem não
conseguiu reagir.Felipe disse aos criminosos que sua família não teria dinheiro
para pagar o resgate, por isso, foi levado até a mata e executado.
Após a execução, Pernambuco fogiu para São Paulo e Liana fica em poder apenas de
Champinha. No mesmo dia da morte de seu namorado, ao anoitecer, a jovem é novamente
estuprada, dessa vez por Champinha.Ante a falta de notícias da filha, o pai de
Liana, preocupado, ligou para várias de suas amigas pressionando por informações, e
soube que, Liana tinha viajado com o namorado para Embu-Guaçu.
Em razão disso, acreditou que o casal poderia ter se perdido na mata e acionou o
Comando de Operações Especiais para que encontrassem os desaparecidos, Liana e
Felipe. Assim que o COE iniciou as buscas, acharam a barraca e os pertences do
casal, inclusive o celular de Liana.
As buscas para achar Liana e Felipe ficavam cada vez mais intensas, mobilizando
toda a imprensa nacional. Por vezes o pai de Liana fez apelos nas mídias. Em
consequência disso, um grande empresário, comovido com a situação, lhe ofereceu um
helicóptero, para que pudessem jogar folhetos com a foto do casal desaparecido,
para que que todos da região tomassem conhecimento e ajudassem nas buscas.
Depois do crime, Champinha voltou para casa, trocou de roupa, jogou a faca em um
poço e foi para a casa de sua tia.Os corpos de Liana e Felipe só foram encontrados
cinco dias depois. No dia 10 de novembro, os suspeitos foram presos. Durante o
interrogatório, Champinha apresentou todos os detalhes do crime e afirmou que matou
Liana porque teve vontade.
Liana Bei Friedenbach, nasceu em São Paulo no dia 6 de maio de 1987.Ela tinha 16
anos quando foi morta.Felipe Silva Caffé, nasceu em São Paulo no dia 1 de julho de
1984, ele tinha 19 anos quando foi morto.
Em 2006, três dos envolvidos foram julgados pelo Tribunal do Júri e condenados.
Agnaldo Pires foi condenado a 47 anos e três meses de reclusão pelo estupro de
Liana Friedenbach.
Antônio Caetano foi condenado a 124 anos de reclusão pelos vários estupros que
cometeu contra Liana.
Em novembro de 2007, Pernambuco foi levado a Júri e condenado a 110 anos e 18 dias
de reclusão por ter cometido homicídio qualificado, estupro e cárcere privado.
A história de seu crime, entretanto, sempre é evocada tanto nos debates sobre a
redução da maioridade penal, quanto na discussão acerca de legalidade da situação
em que ele se encontra atualmente. O clamor popular por penas mais duras para
menores autores de crimes hediondos e a repercussão enorme de seu crime fizeram com
que a sua libertação, após completar 21 anos, se tornasse algo inconcebível. Assim,
o caminho jurídico encontrado foi mantê-lo nessa Unidade Experimental de Saúde.
Muitos são os juristas, no entanto, que afirmam que essa medida é inconstitucional
e que ele já deveria ter sido colocado em liberdade.O caso segue até hoje gerando
muitas polêmicas e sendo lembrado não só pelo caráter violento do crime cometido,
como também pelas questões legais que o envolve.