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Os Psicopatas brasileiros

Conheça os maiores serial killers do Brasil

1 Edição

✽✽✽
Sobre a Editora

A Editora O Curioso fora criada para trazer conhecimento e a


democratização deste, por meio do conteúdo digital realizado de
maneira divertida e comunicativa com você, caro leitor. Nós trazemos
diversos nichos, desde história, educação, até curiosidades e fatos,
nosso maior objetivo é agradar você, leitor, lhe fazendo ter uma
experiência satisfatória com nossos ebooks.
Sumário
Maníaco do Parque
Pedrinho Matador
Vampiro de Niterói
Maníaco de Goiânia
Chico Picadinho
Filho da luz
Os Canibais de Garanhuns
Maníaco da bicicleta
Sobre o E-book
Muitas pessoas acreditam que existem casos surpreendentes e
aterrorizantes de serial killers apenas nos países exteriores, mas isso
não é correto, na verdade, o Brasil já foi alvo de muitos casos de
psicopatas que chocaram com seus crimes.
E aqui, nesse e-book, você vai conhecer os maiores psicopatas
brasileiros, suas histórias, seus crimes e seu julgamento. Alguns
desses entraram para a listas dos crimes que mais chocaram o
Brasil, por tamanho horror de seus crimes.
Sacie sua curiosidade e conheça os Maiores Psicopatas
Brasileiros.
Maníaco do Parque

Francisco de Assis Pereira foi culpado pelo estupro de 16


mulheres, no ano de1998. Entre essas mulheres, sete foram
brutalmente estupradas e mortas. Francisco usava de seu “encanto”
superficial e falsas promessas para atrair as mulheres com intuito de
fotografá-las para um catálogo de beleza, dando uma falsa promessa
de trabalho.
A faixa etária das vítimas fora entre 17 e 27 anos. Perante a
Justiça brasileira, foi diagnosticado com a semi-imputabilidade, ou
seja, possuía a capacidade de discernimento reduzida.
Nos primeiros anos de vida do psicopata, ele foi vítima de abuso
sexual de sua tia, o que, na fase adulta, fez com que tivesse
disfunção erétil. Ele frequentava matadouros, onde presenciava com
frequência a morte de bois, e afirmava que sentia “pena” da forma
violenta com que os animais eram mortos, mas, ao mesmo tempo,
não se importava de assistir.

O caso:

Em 1998, corpos de mulheres foram sendo achados, um a um,


no Parque do Estado, na região Sul de São Paulo, próximo à mata.
Alguns corpos estavam sob os joelhos, com sinais de violência
sexual e marcas de mordidas, já outros estavam com apenas os
esqueletos.
O Departamento de Homicídios começou as investigações e
logo já sabiam que as mulheres foram vítimas de um mesmo
assassino, ou seja, seria um serial killer. A imprensa o apelidou como
“Maníaco do Parque”.
Ao decorrer das investigações, pesquisas realizadas por
policiais civis do DHPP descobriram que 23 mulheres tinham sido
atacadas naquele parque, mas só 11 tinham sido assassinadas. As
demais foram estupradas, mas saíram com vida. Assim, pelas
informações das vítimas que sobreviveram, foi realizado um Retrato
Falado do serial killer desconhecido, e rapidamente as investigações
levaram ao motoboy Francisco de Assis Pereira.
No começo, Francisco negou seus crimes, mas logo, por todas
as provas obtidas pelos policiais do Departamento de Homicídios, ele
não teve como negar seus crimes.
Francisco seduzia suas vítimas com as falsas promessas de
emprego e as selecionava em locais públicos. Com fala amena,
conversa agradável e distribuindo elogios, dizia as vítimas de que
uma equipe publicitária as esperava no Parque do Estado, para fazer
um teste fotográfico como modelo. Assim, atraídas pelo sonho de
seguir uma carreira artística, as mulheres subiam na garupa da
motocicleta de Francisco e seguiam ao Parque do Estado.
O terror começava ao chegar no interior da mata, local onde ele
promovia um verdadeiro “tour do terror”, torturando as vítimas
fisicamente e psicologicamente, através de ofensas e agressões,
enquanto andava pela mata, mostrando às moças os cadáveres de
suas vítimas anteriores.
No final de tudo, Francisco parava em alguma clareira e as
matava asfixiadas, usando cintos ou cadarços das próprias vítimas.
O diagnóstico psiquiátrico, segundo Caixeta e Costa, mostrou
que Francisco sofreu de um elemento chamado “homicídio sexual
por fatores inconscientes”, influenciado por seus abusos e maus-
tratos sofridos na infância, a raiva inconsciente, disfunções sexuais e
impulsos sádicos. Ele foi condenado a 268 anos de prisão.
Francisco em depoimentos diz: "Fui possuído por uma força
maligna". e "Eu sou uma pessoa com uma personalidade boa e má.
Às vezes não sou capaz de dominar este lado escuro. Eu rezo, eu
rezo, mas não posso resistir e então vou atrás das mulheres. Eu
queria que elas não fossem com me para o parque, para que eles
fugissem. "
O que se depreende é que Francisco não é um doente mental,
mas, sim, um criminoso com forte desvio de personalidade. Sua
liberação deverá ocorrer em 2028, já que se encontra preso há 20
anos. Se terá o risco de reincidência, ninguém consegue saber.
Pedrinho Matador

Pedro Rodrigues Filho, apelidado de Pedrinho Matador é


considerado o maior assassino em série (serial killer) do Brasil, e
oficialmente fora condenado a mais de 400 anos de prisão por matar
mais de 100 pessoas. Entretanto, ele gosta de reforçar sua fama
contando outras histórias, assim, muitas dessas histórias não se
sabem se aconteceram ou não, por isso, esse número é incerto.
Pedrinho está em liberdade desde 2018, e ficou preso por 42
anos.

Os crimes:
Antes de alcançar a maior idade, Pedrinho matou algumas
pessoas. Pedro conta que teve vontade de matar pela primeira vez já
com 13 anos, durante uma briga com um primo mais velho, ele
empurrou o primo em uma prensa de moer cana. Ele não morreu por
pouco.
Com 14 anos de idade, Pedro assassinou o vice-prefeito de
Alfenas, Minas Gerais, com uma espingarda que era de seu avô, por
ter demitido seu pai que era guarda escolar, após ter sido acusado
de roubar merenda. Depois disso, ele matou um vigia, que poderia
ser o verdadeiro ladrão da merenda.
Depois desses dois assassinatos, Pedrinho se escondeu em
Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, onde começou a roubar
bocas-de-fumo e assassinar os traficantes. Conheceu a viúva de um
líder do tráfico, conhecida como Botinha, e foram viver juntos. Assim,
ele ficou com as tarefas do falecido traficante e foi eliminar alguns
rivais, matando três deles. Pedro morou em São Paulo até Botinha
ser executada pela polícia, depois disso, ele não deixou a venda de
drogas e acabou montando o próprio negócio.
Após a morte da namorada, ele se relacionou com a Maria
Aparecida Olímpia, que chegou a engravidar, mas sofreu um aborto.
Ele a encontrou morta a tiros em um dia, e foi atrás de vingança,
tendo torturado e matado várias pessoas para saber quem havia
cometido o crime. Quando soube quem era o culpado, um traficante
rival, assim, invadiu uma festa de casamento com quatro amigos e
assassinou, além do culpado, outras seis pessoas, além de deixar 16
feridas. Em tudo isso, Pedrinho matador ainda não tinha chegado a
maior idade.
Pedrinho foi preso em 1973, quando atingiu os seus 18 anos, e
foi condenado a 128 anos de prisão. Acredita-se que ele tenha
assassinado 48 pessoas dentro do presídio, incluindo o seu próprio
pai.
As vítimas eram "pessoas que não prestavam”, afirma Pedrinho
em uma entrevista na Época, referindo-se a estupradores e traidores.
Numa prisão de Araraquara degolou com uma faca sem fio o homem
acusado do assassinato de sua irmã. “Esse era meu amigo, mas eu
tive de matar”, disse.
Em seu braço esquerdo, ele tem tatuada a frase "mato por
prazer".

Homicídio do pai:

Pedrinho assassinou o próprio pai na cadeia, onde ambos


cumpriam pena, depois de ficar sabendo que seu pai tinha matado
sua mãe com 21 golpes de faca. Pedro tinha 20 anos na época. "Ele
deu 21 facadas na minha mãe, então dei 22 nele", disse numa
entrevista para o jornalista Marcelo Rezende, em um programa da
Record.
A especialista brasileira em criminologista, Ilana Cosey, afirmou,
segundo a Folha de S.Paulo, que Pedrinho se sente um justiceiro,
por matar aqueles que ele considera uma pessoa ruim.
Os psiquiatras Antonio José Elias Andraus e Norberto Zoner Jr.,
que o avaliaram no ano de 1982 para um laudo da perícia,
escreveram que a maior motivação de sua vida era "a afirmação
violenta do próprio eu" e seu diagnóstico foi de "caráter paranoide e
anti-socialidade".
Pedrinho Matador não voltou a repetir seus crimes desde que
saiu da prisão.
Vampiro de Niterói

Marcelo Costa de Andrade Marcelo morou durante sua infância


na Rocinha, uma favela do Rio de Janeiro. Marcelo sofria com a
violência todos os dias, assistia sua mãe ser espancada diariamente
pelo seu pai.
Ele foi viver com os avós, no Ceará, onde disse que apanhava
demais. Tempos depois ele foi mandado de volta para a Rocinha,
onde constantemente também era vítima de maus-tratos dos novos
companheiros de seus pais, que haviam se separado. Foi nesse
tempo que foi abusado sexualmente por um homem mais velho,
companheiro de sua mãe.
Assim, fugiu de casa e começou a viver na rua, sobrevivendo da
prostituição.
Viveu na rua até ser acolhido pela Casa dos Meninos, uma
entidade que abrigava garotos de 6 aos 13 anos. Aos 14, não
podendo morar na Casa mais, voltou para as ruas e para a
prostituição.
Já mais velho ele conheceu um porteiro de prédio e começou
um relacionamento com ele. Morando com ele, começou a ir em
cultos de uma igreja evangélica.
Aparentemente, Marcelo finalmente tinha conseguido
estabilidade em sua vida. Ele voltou a morar com a mãe e conseguiu
um emprego fixo. Mesmo sua vida estando estável, foi nesse período
em que a sua horrenda trajetória psicopata começou.

Os crimes:

Em 16 de dezembro de 1991, Altair Medeiros de Abreu, de 10


anos, saiu com seu irmão, Ivan Medeiros de Abreu, até a casa de um
vizinho, para almoçar. Na época, a criança morava num município
vizinho de Niterói. Os dois eram filhos de Zélia de Abreu, uma
empregada doméstica.
Quando os dois garotos passavam pela estação central de
Niterói, foram parados por Marcelo, que, segundo Altair, ofereceu
4.000 cruzeiros para que os dois o ajudassem a fazer um ritual
católico. Assim, os três foram parar numa praia deserta, nos
arredores do Viaduto de Barreto. Nesse momento, Marcelo tentou
beijar o Ivan, o mais novo, que fugiu assustado, mas foi capturado e
derrubado no chão. Atordoado, Altair viu seu irmão ser abusado
sexualmente por Marcelo, que depois, o asfixiou.
Com medo, Altair aceitou fazer tudo o que Marcelo pedia. Os
dois dormiram em uma mata e na manhã seguinte partiram para o
Rio de Janeiro. Nos depoimentos após o crime, Marcelo disse que
teve piedade do garoto, por ele ter sido "bonzinho". Na época,
Marcelo trabalhava como entregador de panfletos e teria que
aparecer no trabalho para buscar os panfletos. Nesse momento,
Altair aproveitou e fugiu.
Quando conseguiu chegar em casa, conseguindo carona, Altair
não contou que seu irmão tinha sido assassinado. Ele só contou o
que tinha acontecido para suas irmãs mais velhas dias depois.
Marcelo não procurou Altair novamente e nem escondeu o corpo,
mas mudou a posição do corpo.
Quando o corpo foi identificado pela mãe dos irmãos, Altair
levou os policiais até onde Marcelo trabalhava, que confessou o
crime imediatamente, e afirmou estar surpreso com a lentidão com a
qual foi encontrado pelos policiais. Na delegacia, ele confessou
demais crimes, com frieza e clareza todos os crimes horríveis feitos
contra 14 crianças que tinha de 6 a 13 anos. Os assassinatos
aconteceram durante 8 meses.
Foi sua segunda vítima que deu o nome pelo qual ele foi
conhecido. Ao abordar da mesma maneira como fez com Ivan, o
garoto Anderson Gomes Goulart, de 11 anos, o Vampiro de Niterói
abriu a cabeça do menino com uma pedra, bebendo o sangue que
escorria e era guardado em uma vasilha.
Marcelo não foi julgado por nenhum desses terríveis crimes. Isso
pois a justiça o considerou com retardo mental, sendo assim
irresponsável pelos seus crimes.
Como consequência, o assassino foi mandado para hospitais
psiquiátricos que, de 3 em 3 anos é realizado exames psicológicos
para saber suas condições psicológicas.
Em outubro de 2017 a defesa de Marcelo entrou com um pedido
de liberdade, mas tanto a promotoria, quanto o próprio laudo médico
do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Henrique Roxo,
local onde foi internado, afirmaram que ele não tem capacidade para
se reintegrar em sociedade em nenhuma circunstância.
Maníaco de Goiânia

Tiago Henrique Gomes da Rocha, que confessou ter


assassinado 39 pessoas, a maioria mulheres, entre os anos de 2011
e 2014, na cidade de Goiânia.
Entre as mulheres, duas foram garotas de programa. Entre os
homens, alguns seriam moradores de rua e homossexuais. Mas no
final de 2013, começou a matar apenas mulheres, a maioria jovens,
escolhidas de forma aleatoriamente enquanto dirigia sua motocicleta.
Tiago também praticou alguns roubos.
Depois, durante os depoimentos, Tiago confessou ter matado
“apenas” 29 pessoas. O caso entrou na lista do O Estado do São
Paulo, em 2014, ao lado de outros crimes como os que "chocaram" o
Brasil.
Tiago nunca teve contato com o pai, que abandonou a família, e
foi criado pelos avós e pela mãe, que se relacionou com outro
homem, raramente visto pelos vizinhos. Quando cometeu os crimes,
vivia apenas ele e a mãe na casa. Nos depoimentos iniciais, afirmou
que na infância havia sido abusado sexualmente por um vizinho e
que sofreu bullying na escola. Isso, segundo Tiago, foram fatores que
aumentaram sentimento de raiva.

Os crimes:

Em 2 de agosto de 2014, após o assassinato de Ana Lídia


Gomes, de 14 anos em um ponto de ônibus do Setor Morada Nova,
em Goiânia, a motocicleta que Tiago conduzia foi fotografada ao
passar acima da velocidade em um radar que ficava localizado nas
proximidades. Como a placa do veículo era roubada, isso não foi um
grande fator para associar Tiago ao crime.
Já em 4 de agosto, foi feita uma força-tarefa pela polícia civil, da
qual participaram dezesseis delegados, trinta investigadores e dez
escrivães. As pistas do crime, incluindo o registro fotográfico do
radar, possibilitaram que a polícia chegasse até o autor.
Uma pista que também foi crucial foi a denúncia contra Tiago em
2013, por furtar uma placa de motocicleta em um estacionamento de
um supermercado, flagrado por uma câmera de segurança. Essa
pista, entre outras, como os registros de câmeras de segurança em
seus assaltos, foram o suficiente para um mandado de prisão. A
prisão ocorreu no dia 14 de outubro de 2014 e Tiago foi
encaminhado à Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios
(DIH) de Goiânia, onde confessou os crimes. Na casa do assassino,
foram achados vários objetos que foram usados nos crimes, como
um revólver.
Após uma semana de prisão, a polícia já tinha comprovado que
pelo menos oito das vítimas foram baleadas por disparados
realizados pela arma apreendida na casa de Tiago. O assassinato de
um comerciante teria sido encomendado pela ex-mulher dele, e teve
um pagamento de apenas R$ 1 000,00, segundo seu depoimento na
polícia.
Tiago também declarou que sua primeira vítima foi um rapaz de
16 anos, Diego Martin Mendes, em 2011. Em seguida passou a
matar prostitutas e moradores de rua. Como todo serial killer, ele
tinha um padrão para seus primeiros assassinatos: prostitutas eram
esfaqueadas, moradores de rua eram mortos a tiros e homossexuais
eram asfixiados.
A partir de 2014 concentrou seus ataques apenas em mulheres,
a maioria jovens. Foram quinze mulheres assassinadas entre janeiro
e agosto de 2014, todas mortas através de tiros e sempre dirigindo
uma motocicleta, em que colocava placas roubadas para não ser
identificado pela polícia.
Em 18 de janeiro, Tiago atirou em Bárbara Costa, que tinha
apenas 14 anos de idade. No dia seguinte, baleou Beatriz Moura, de
23 anos. 3 de fevereiro, matou Lilian Mesquita, de 28 anos. Em 14 de
março foi Ana Maria, de 26 anos e em 23 de abril Wanessa Felipe,
de 22 anos.
De maio e junho, matou mais sete mulheres. Em julho, foram
mais duas mortes e em 2 de agosto, supostamente o último
assassinato, de Ana Lídia Gomes, de 14 anos, quando finalmente foi
pego pela polícia.
Segundo a avaliação psiquiátrica, Tiago é um psicopata, todas
as características da personalidade antissocial do Tiago estão
presentes desde o início de sua adolescência, são estáveis e não é
possível uma reversão terapêutica. Tiago Henrique é portador de
uma falha na estruturação do caráter codificada por Transtorno de
Personalidade Antissocial. Esse desvio não quer dizer que afeta
suas capacidades de entendimento e determinação para os atos
analisados à oportunidade. Portanto, ele era inteiramente capaz de
entender a gravidade de seus crimes.
Chico Picadinho

Francisco Costa Rocha matou duas mulheres pelos anos 1966 e


1976. Seus crimes foram tão pavorosos, que foram colocados pelo
G1 de São Paulo, em 2014, como os "9 casos de assassinos que
chocaram o país”, junto com o caso do Maníaco de Goiânia.
Ele foi fruto de um caso que seu pai teve com uma amante. A
mulher já havia cometido o aborto, mas, dessa vez, quis ser mãe do
homem que seria apelidado como Chico Picadinho.
Ainda quando criança, seu pai o mandou para morar em uma
casa de empregados por causa que sua esposa ficou doente. Com
isso, o menino logo se sentiu abandonado pela família, já que seus
pais não lhe proporcionavam nenhum carinho.
Dessa forma, Chico decidiu ficar com animais da mata, como
porcos, as cobras, galinhas e gatos. Fora nesse momento de sua
vida que começou a realização de rituais sádicos, matando animais
de diferentes formas. Depois de dois anos dessas incidências, sua
mãe, Dona Nancy, retornou para buscá-lo.
Na mesma época, ele foi mandado a estudar numa escola
católica, e existem relatos que ele teria visto um caso de pedofilia
com um colega de escola. Algo que ajudou com seu isolamento
social e fez com que ele reprovasse no quarto ano escolar, e
fazendo-o abandonar os estudos.
Assim, tanto o abuso sexual, quanto a violência foram
introduzidas em sua vida ainda bem jovem. Por não conseguir ser
aprovado em outras áreas que desejava, Chico foi trabalhar como
corretor de imóveis. A O crime:

Nessa época, Francisco compartilhava um apartamento com seu


amigo cirurgião-médico, Caio, com quem tinha relações
extraconjugais. E foi nesse apartamento que Chico cometeu seu
primeiro assassinato, em agosto de 1966.
Depois de beber num bar com Margareth Suida, que era uma
bailarina austríaca, de 38 anos, ele a convidou para seu
apartamento, onde durante o sexo a matou enforcada com um cinto.
Após isso, a levou para o banheiro e a esquartejou. Retalhou em a
moça em vários pedaços.
Depois de realizar essa monstruosidade, Francisco dormiu no
sofá da sala. No dia seguinte, relatou para o seu colega, Caio, que
tinha um cadáver na casa. Ele então ligou para a polícia, e Chico foi
preso no dia 05 de agosto de 1966. Como uma motivação do crime,
Chico disse em depoimento que a vítima se parecia com sua mãe, já
que ambas se envolveram com homens por dinheiro e status.
Dessa forma, ele permaneceu preso por 18 anos de reclusão
pelo seu crime de homicídio qualificado, que foi somado a mais 2
anos e 6 meses pela desintegração do corpo da vítima. Ao decorrer
da pena, teve sua condenação substituída para 14 anos e 4 meses.
Na cadeia, ele trabalhou, estudou e casou. E assim, ele fora solto em
1974, oito anos após o ocorrido.
Recomeço conturbado:

Esse primeiro casamento não deu certo mesmo a esposa


estando grávida. Chico veio a casar-se pela segunda vez, tendo
outro filho, mas de novo se separou. Assim, ele retornou para a
“boca do lixo” um lugar onde tinha bebidas, drogas, sexo e
prostituição. Logo, não demorou para Chico realizar seu segundo
homicídio. Foi apenas dois anos e cinco e meses após ser solto para
cometer a reincidência.
Numa lanchonete, Francisco conheceu Ângela, uma prostituta
de 34 anos. A levou para um apartamento de um colega, a
estrangulando durante o sexo, como fez no seu crime anterior. Para
a esquartejar, pegou uma faca, canivete e um serrote e cortou seu
corpo em picados, e exausto, dormiu no sofá.
Após isso, saiu do local, mas, ainda quando procurava uma
escapatória, foi pego pela polícia novamente.
Chico foi condenado a 22 anos e 6 meses de prisão e foi
considerado um portador de personalidade psicopática de tipo
complexo. Em 1994, Francisco fora levado à Casa de Custódia e
Tratamento de Taubaté parar ser tratado por sua insanidade mental.
Em 1º de março de 2017 teve a sua soltura determinada pela
juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani. Porém, em maio de 2017, o
desembargador Ricardo Dip, da Câmara Especial do Tribunal de
Justiça de São Paulo, decidiu manter Francisco preso.
Nessa decisão, fora decidido que a Casa de Custódia é o
"melhor local para albergar civilmente Francisco, com registro que
está adaptado à rotina diária, à disciplina, recebe tempestiva e
eficazmente a medicação psiquiátrica”.
Filho da luz

Febrônio Índio do Brasil acreditava ter um papel maior no


mundo, o homem não apenas abusava e assassinava as vítimas,
como ainda tatuava uma sigla em seus peitos.
Nascido de São Miguel de Jequitinhonha, em Minas Gerais, e
não tem muitos relatos de sua infância.

Sua vida criminosa e as revelações místicas:

Em Rio de Janeiro, Febrônio começou, entre 1916 e 1929, a


colecionar dezenas de passagens pela polícia por fraude,
chantagem, suborno, furto e roubo.
Numa de suas detenções, em 1920, na Colônia Correcional Dois
Rios, Febrônio, afirma que teve uma visão na qual uma mulher de
longos cabelos loiros o escolheu e o apelidou como Filho da Luz.
Segundo sua visão mística, ele deveria tatuar-se e tatuar meninos,
ainda que os obrigassem, com o símbolo D C V X V I, que significava
Deus, Caridade, Virtude, Santidade, Vida, Ímã da vida.
Esse símbolo serviria como um talismã para aqueles que a
exibissem no corpo. Assim, ele agiu conforme o que lhe fora
ordenado, Febrônio tatuou a frase “Eis o Filho da Luz” em seu tórax
e, em toda a circunferência de seu tronco, o símbolo D C V X V I.
Febrônio foi preso novamente em 8 de outubro de 1926, após
ter sido flagrado em atitude suspeita no morro do Pão de Açúcar.
Como apresentava ideias delirantes e mentia compulsivamente, ele
foi internado no Hospital Nacional de Psicopatas, mas o deixou
poucas semanas depois. Nessa internação ele foi diagnosticado pelo
psiquiatra Dr. Adauto Botelho, como um doente mental.

Os crimes:

Em janeiro de 1927, enquanto cumpria sua pena, Febrônio


abusou sexualmente de dois colegas de cela. Ao tentar abusar de
um terceiro, o menor Djalma Rosa, o espancou até à morte por ele
ter resistido ao abuso.
Em liberdade provisória, Febrônio voltou a ser preso já em 21 de
fevereiro de 1927, enquanto dançava nu e com o corpo todo pintado
de tinta amarelo, na frente de uma criança aterrorizada que estava
amarrada em um tronco de árvore. Segundo testemunhas, Febrônio
também havia sido flagrado cozinhando em sua casa uma cabeça
humana tirada do Cemitério do Caju, assim, ele foi mandado mais
uma vez ao Hospital Nacional de Psicopatas.
Ao receber alta, atraiu os jovens Jacob Edelman e Octávio de
Bernardi, ambos de 17 anos, a quem os prometeu emprego. À noite,
em um local deserto em Mangaratiba, tatuou a inscrição D C V X V I
no tórax de Jacob, e fez o jovem Octávio observar a tortura. Poucos
dias depois disso, na Praia das Flecheiras, Febrônio abusou de
Jacob sexualmente e fez o mesmo com Octávio. Os rapazes
conseguiram sair com vida.
Febrônio voltou a tatuar outra vítima, Manoel Alves, de 18 anos,
no início do mês de agosto de 1927, enganando-o também com uma
falsa promessa de emprego.

Os homicídios:

No dia 13 de agosto de 1927, Febrônio, vestindo a mesma farda


e o boné que usava quando saiu da Casa de Detenção, convenceu
os familiares de Alamiro José Ribeiro de que o rapaz de 20 anos
deveria acompanhá-lo para aceitar emprego em uma empresa de
transporte. Quando se encontraram em um bosque, próxima a
Jacarepaguá, Febrônio atacou Alamiro depois que o jovem negou
fazer sexo com ele. Febrônio terminou por estrangular o rapaz com
um cipó que estava no local, até o deixar sem vida. O corpo de
Alamiro, vestido apenas com uma camisa, foi encontrado dois dias
depois, no local do crime.
No mesmo dia em que o corpo de Alamiro foi achado, dia 15 de
agosto de 1927, Febrônio tatuou mais um garoto de 16 anos,
chamado Joaquim, que conseguiu fugir.
Em 29 de agosto de 1927, Filho da luz enganou os pais de João
Ferreira, de 10 anos, oferecendo novamente uma proposta de
emprego. Quando se viram isolados na mata do Largo do França,
Febrônio prometeu ao menino um terno de presente se ele aceitasse
que lhe fosse feita no tórax uma tatuagem como a que Febrônio
possuía. Amedrontado, ele consentiu, e Febrônio fez a tatuagem
com uma agulha, linha e tinta vermelha. Mais tarde, o psicopata
estrangulou o menino com uma corda até à morte. O cadáver do
menino só foi encontrado em 7 de setembro do mesmo ano, nu, e
cerca de 300 metros do local onde foi encontrado o corpo de
Alamiro, a vítima anterior de Febrônio.
Durante as investigações da morte do João, os policiais
reconheceram o boné utilizado por Febrônio para sair da cadeia em
1927. Assim, o criminoso foi localizado e preso. Além da prova, os
pais da criança ainda reconheceram o Filho da Luz, que, mais tarde,
assumiu seus crimes.
Febrônio foi internado no Manicômio Judiciário do Rio de
Janeiro, e permaneceu lá até falecer, aos 89 anos.
Os Canibais de Garanhuns

Em 2012 em Garanhuns, aconteceu um dos maiores, e mais


chocantes, casos de canibalismo no Brasil. Os suspeitos de
canibalismo, um homem e duas mulheres confirmaram a polícia que
consumiam e até mesmo que chegaram a vender salgados com
carne de suas vítimas de recheio.
Jorge Negromonte da Silveira e sua esposa, Isabel Cristina
Torreão Pires da Silveira, ambos de 51 anos e a terceira acusada era
Bruna Cristina de Oliveira da Silva, que dizia ser amante de Jorge.
No dia da apreensão do trio, foi encontrada também uma criança de
5 anos, que era filha de uma de suas vítimas.
O trio matou, esquartejou e chegaram a consumir a carne de 8
vítimas, todas elas mulheres. A ação do trio foi descoberta depois de
Jorge e Bruna foram avistados em diferentes lojas utilizando o cartão
de crédito de uma de suas vítimas que, na época, estava
desaparecida.
O delegado de polícia responsável pela investigação confirma
que o trio fazia parte de algum tipo de seita e o ato de consumir a
carne de suas vítimas fazia parte de um ritual. As vítimas eram
esquartejadas com faca, em seguida eles bebiam o sangue e se
alimentavam da carne da vítima por quatro dias.
Em um e seus depoimentos, Isabel chegou a confessar que eles
comeram mais de 10kg de carne humana em três e cinco dias. Ela
chegou a revelar também que a carne não durava muito porque
Bruna, a terceira suspeita, e a criança eram as pessoas que mais
comiam carne. Disse também que a menina, que na época estava
com 5 anos, não fazia ideia do que estava comendo e acreditava que
era carne “comum”. Além disso, ela revelou também que algumas
partes dos órgãos internos também foram consumidos: “Eu comi o
fígado e alguns pedaços do corpo, mas não comi o coração”.
Isabel também vendia a carne das vítimas em salgados, como
coxinha e empadinha. As partes do corpo que ela utilizava para fazer
os salgados eram as nádegas, coxas e braços das vítimas. Os
salgados eram vendidos para moradores da cidade sem que eles
soubessem que estavam consumindo carne humana.
Na casa, foi encontrado um diário escrito por Jorge onde ele
contava detalhes de sua vida e de seus crimes. Lá, foi confirmado a
participação do trio em uma seita chamada de Cartel e que ela era
baseada na purificação da alma e, como outras tribos canibais, nada
era mais purificador do que a carne do inimigo. Ele escreveu, e
confessou em um programa de televisão, que dois seres o ajudavam
nas missões. Esses seres, eram um querubim e um arcanjo, que ele
dizia que eram crianças, um branco e um negro e que estavam
desde cedo em sua vida e era ele quem passavam todas as
informações das vítimas e como deviam sequestra-las.
Em uma entrevista à um jornal de Pernambuco, Jorge recusou
chamar as missões de assassinatos. Disse que “nenhuma folha cai
sem a permissão do grande Deus. Todas essas pessoas estão
purificadas”.
De acordo com ele, era Isabel quem atraía as vítimas. “Ela
começava a mostrar filmes bons. No momento, a pessoa ia
melhorando. Depois que conversava, a gente via que a hora estava
certa pela quantidade de palavras boas e palavras ruins que ela
falava”. Ele diz que não se lembra o que utilizava para esquarteja-
las, mas afirmou que não as torturava. “Ela (a vítimas), antes (de ser
morta), chorava e falava alguma coisa, e eu dizia: ‘seus pecados
estão perdoados’”. As vítimas também teriam sido vistas perto da
casa dos investigadores antes de desaparecerem.
Os investigadores descobriram também que a terceira acusada,
Bruna, utilizava uma identidade falsa. O documento, que estava no
nome de Jéssica Camila da Silva Pereira, 17 anos, pertencia a
primeira vítima dos criminosos, morta em 2008. Eles acreditam
também, que a menina encontrada com os criminosos, era filha da
vítima, que teria sumido no mesmo dia em que sua mãe.
Para que o trio fosse a julgamento, foi necessário realizar uma
avaliação psiquiátrica de todos os acusados. De acordo com o HCTP
(Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico), localizado na
região do Recife, o laudo apontou que o trio não sofre de nenhum
problema mental. Jorge em seu diário dizia que as pessoas que
trabalhavam com ele falavam que ele tinha esquizofrenia e com o
laudo dando negativo, ele não poderá contestar isso.
O julgamento final foi realizado no dia 13 de novembro de 2014
e os acusados trocaram acusações entre si durante o julgamento. Os
três revelaram suas versões sobre a morte de Jéssica, a possível
seita e o relacionamento entre o trio.
Jorge foi o primeiro a ser ouvido e foi o único que confessou o
crime. Isabel foi a segunda, e por último, Bruna. Ambas admitiram
terem ajudado na ocultação do cadáver e de terem comido partes
das vítimas. Além deles, outras duas testemunhas foram ouvidas.
Jorge comentou também sobre a venda dos salgados. Ele garantiu
que Isabel nunca colocou parte das carnes humanas no salgado e
que ela disse aquilo apenas por medo de tortura. Ele disse também
que ‘estava arrependido e disposto a pagar pelos crimes’.
Em seu depoimento, Bruna, disse que “[o filme] Jogos Mortais
perdia” ao descrever o assassinato de Jéssica. “Eu cheguei a comer
a carne [da vítima] porque fazia parte do ritual”, completou.
No dia 14 de novembro de 2014, o trio foi condenado por
homicídio quadruplamente qualificado, vilipêndio (violação) e
ocultação de cadáver.
Jorge, pegou 21 anos e seis meses de reclusão e um ano e seis
meses de detenção, um total de 23 anos, além de 320 dias-multa.
Isabel e Bruna pegaram 19 anos de reclusão e um ano de detenção,
totalizando 20 anos cada e 120 dias-multa.
Maníaco da bicicleta

Laerte Patrocínio Orpinelli, apelidado como Maníaco da


Bicicleta, foi um serial killer, acusado de espancar, estuprar e
estrangular, pelo menos 10 crianças, em São Paulo. Os crimes foram
entre o início e o final da década de 90, até sua prisão, que
aconteceu em 2000.
Laerte nasceu do interior de São Paulo, e era o sétimo filho de
uma família de nove irmãos, possuía um comportamento agressivo
com seus irmãos, vizinhos e até com sua mão, esta por sua vez,
como castigo, o amarrava ao pé da mesa.
No início da adolescência, começou a abusar do uso de bebidas
alcoólicas o que se tornou um alcoolismo patológico.
Orpinelli fazia uso de uma bicicleta vermelha. Quando chegava a
uma cidade nova, logo procurava saber das condições, identificava
um alvo, sempre uma criança, e com o tempo descobria se seu alvo
costumava brincar longe dos pais. Em alguns casos, se fazia amigo
dos pais da possível vítima. Quando já longe da visão dos
responsáveis, as crianças, aceitarem o convite de seguir o psicopata.
Laerte oferecia-lhes uma bala ou algum doce de forma gentil. Com a
promessa de oferecer muito mais doces, no qual estavam todos
guardados em sua casa, assim, as crianças subiam em sua bicicleta,
até bosques ou abrigos abandonados, local onde as violava.
Quando Laerte conseguia pegar a criança, a morte era certa.
Orpinelli atacava com brutalidade as vítimas, estuprava, torturava, e
por fim as matava por agressões físicas ou estrangulamento as
crianças indefesas. Ele deixava os corpos expostos e outros
enterrados parcialmente. Laerte chegou a afirmar que bebia do
sangue de algumas das vítimas já mortas e também afirmou ser
influenciado por um espírito maligno que o fazia perseguir e matar as
crianças. Ao mesmo tempo dizia que o responsável pelos seus
crimes era o alcoolismo.

Os crimes:

Osmarina Pereira Barbosa, tinha 10 anos quando desapareceu,


parada pelo Orpinelli, em 17 de janeiro de 1990, no bairro de Santa
Maria, enquanto estava com seu primo, José Fernando. Orpinelli a
levou em um canavial, onde foi estuprada e espancada até a morte,
sua ossada foi achada em setembro do mesmo ano.
José Fernando de Oliveira tinha 9 anos quando fora morto junto
com sua prima, a Osmarina, Orpinelli conta que matou
primeiramente Marina, logo depois, espancou José Fernando até a
morte.
Em 26 de maio de 1998, Edson Silva de Carvalho, com apenas
11 anos de idade, desapareceu da cidade de Monte Alto, interior de
São Paulo, e teve seu corpo achado numa casa abandonada em
estado de decomposição. Segundo Orpinelli, na tentativa de violar
sexualmente Edson, ele gritou em desespero, o que despertou mais
ainda a raiva do criminoso que, em fúria, bateu a cabeça da criança
contra a parede, causando sua morte instantaneamente.
Crislaine dos Santos Barbosa tinha 3 anos quando sumiu na
cidade de Pirassununga, também no interior de São Paulo. Nesse
caso, Laerte entrou dentro da casa da vítima para raptá-la. Em
interrogatório, Orpinelli conta que na noite de 25 de abril de 1999,
seguiu a mãe da menina até a casa dela e aguardou, já que sabia
que a mãe de Crislaine logo sairia de casa, a mãe da criança a
deixara dormindo no sofá da sala e saiu deixando a porta encostada,
e quando retornou a casa, pouco tempo depois, ele já havia levado a
menina. Nos meses seguintes ao desaparecimento, a ossada de
Crislaine foi encontrada em um canavial, nos fundos de um motel.

Investigação

Levou muito tempo até identificar o autor dos crimes, uma vez
que, os crimes relacionados a menores cresciam cada vez mais e
não se sabia o motivo e principalmente o autor. Entanto, em
dezembro de 1998, em Rio Claro, a polícia recebeu uma denúncia
sobre um homem que havia sido flagrado agarrando duas menores,
após deterem o suspeito, ele foi liberado, abrindo-se apenas um
boletim de ocorrência. Por sorte, a delegada Sueli Isler se interessou
pelo caso e, com base nas informações dadas pelo suspeito que foi
detido, foi ao local indicado na ficha como sua moradia e, a partir daí,
conseguiu informações importantes. Porém, só em 1999, quando
teve permissão para se dedicar ao caso, que era de competência de
outro delegado especialista, a delegada Sueli começou a relatar as
informações obtidas pelos familiares e revelou um nome e retrato
falado a outros departamentos de polícias da região do suspeito
Laerte Patrocínio Orpinelli. Logo, jornais e outros meios de
comunicação também transmitiam essas informações.
Em 10 de janeiro de 2000, Orpinelli estava na cidade de Itu, São
Paulo, e foi passar a noite num local que hospeda moradores de rua
e indigentes; registrando sua estadia e ficando lá durante 3 noites,
após isso, seguiu viagem ao município de Leme, onde foi preso num
posto de gasolina numa operação realizada pela Polícia Militar.
Orpinelli foi a júri em 2001, e em 2008 foi condenado a penas
acumuladas nas cidades onde ocorreram os crimes.
Suzane Von Richthofen

Suzane von Richthofen era uma jovem, na época do crime, com


apenas 18 anos, estudava direito na Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo (PUC-SP). Manfred, seu pai, era um engenheiro. A
mãe, Marísia, era psiquiatra. O irmão mais novo, Andreas, na época,
estava com 15 anos apenas.

Ela pertencia a uma família de classe alta que morava no Brooklyn e


e teve uma criação bem rígida. Segundo relatos dos vizinhos, a
família sempre foi bem discreta e dificilmente realizaram festas na
casa.

Suzane namorava Daniel Cravinhos. Relação essa não aprovado e


proibida pelos pais, já que achavam que a filha estava em um
relacionamento explorador, abusivo e obsessivo por parte de Daniel.
Além do mais, não concordavam com os presentes caros e
empréstimos que Suzane dava constantemente ao namorado.

A família von Richthofen não aprovava o relacionamento de Suzane


e Daniel, e segundo eles, esse foi o motivo para cometerem o
homicídio. Afinal, para eles, essa era a única forma deles
continuarem o relacionamento e não perderem a vida luxuosa, já que
o pai de Suzane havia ameaçado a deserdar se ela contínuasse a se
relacionar com Daniel.

Após a morte do casal, o plano era ter uma maravilhosa vida juntos e
sem as interferências dos pais de Suzane, junto com a altíssima
herança deixada pelo casal von Richthofen.

O Crime:

Na noite do crime, Suzane e Daniel levaram Andreas, o irmão de


Suzane, para uma lan house.

Após deixarem Andreas, o casal buscou Christian Cravinhos, irmão


de Daniel, que os ajudariam no crime. Ele entrou no carro de Suzane
e os três seguiram para a mansão dos von Richthofen.
Suzane von Richthofen e os Cravinhos entraram na garagem da
mansão por volta das 23 horas, segundo o vigia da rua. Ao
adentrarem a casa, os irmãos carregavam nas mãos as barras de
ferro que seriam usadas no crime.

Então, Suzane teve certeza se os pais estavam dormindo, após isso,


ela acendeu as luzes do corredor para que os irmãos pudessem ver
as posições das vítimas antes da assassiná-las.

No preparo do plano, ela separou sacos e luvas cirúrgicas para


conter possíveis provas do crime.

Assim, Daniel golpeou Manfred, e Christian Marísia. Esta, aliás, foi


encontrada com fraturas nos dedos e a perícia afirma que,
provavelmente, foi na tentativa de se proteger dos golpes na cabeça.
Segundo o depoimento de Christian, uma toalha chegou a ser
socada na boca da mulher para abafar os ruídos que ela fazia após
os golpes.

Uma vez que era para ser a cena de um latrocínio, Daniel plantou
uma arma, calibre 38, no quarto, que pertencia a Manfred. Em
seguida, revirou a biblioteca da mansão para simular um assalto.

Na reconstituição do crime, algumas hipóteses de onde Suzane se


posicionou na hora do crime foram levantadas: ela aproveitou para
roubar o dinheiro na casa, mas não ajudou no assassinato.
Especialistas psiquiatras afirmam que esse passo fora planejado por
ela, não porque não queria ver seus pais sendo assassinados, mas
porque, caso fossem pegos, queria ter a menor participação possível
na hora da condenação.

Como parte do plano, Suzane roubeu de uma maleta de seu pai


cerca de oito mil reais, sendo seis mil euros e cinco mil dólares, além
de algumas jóias da mãe. Quantia essa logo entregue para Cristian,
como pagamento pela sua participação no crime.
Os namorados, a fim de conseguir um álibi, foram até um motel na
zona sul de São Paulo. Chegando lá, pediram pela suíte presidencial
e pediram que fosse emitida uma nota fiscal. Porém, esse ato foi
suspeito na investigação, já que não é usual emitirem notas fiscais
para quartos de motel.

Já de madrugada, por volta das 3h da manhã, Suzane pegou seu


irmão na lan house e deixou Daniel em sua casa. Na sequência,
Andreas e Suzane von Richthofen seguiram para a mansão. Então,
ao chegarem, Suzane “estranhou” que a porta estava aberta,
enquanto Andreas seguiu para a biblioteca. Vendo tudo revirado, o
garoto gritou por seus pais.

Assim, Suzane ligou para a polícia e para Daniel, que dirigiu-se à


mansão. Ela disse, ao telefone, que havia uma suspeita de assalto
em sua casa.

Quando os policiais chegaram, ouviram os depoimentos de Suzane e


de Daniel. Então, tomando os devidos cuidados, os policiais
entraram na residência e se depararam com a cena do crime.
Contudo, perceberam que apenas dois cômodos estavam
bagunçados.

O policial Alexandre Boto, que atendeu o chamado, cautelosamente,


contou aos von Richthofen sobre o assassinato dos pais e,
instantaneamente, desconfiou da reação fria de Suzane. Sua reação
teria sido: “O que eu faço agora?“. Com isso, Alexandre entendeu
que algo estava errado e isolou a casa.

Desde o início da investigação, a polícia desconfiava que não se


tratava apenas de um latrocínio (roubo seguido de assassinato). Isso
porque apenas o quarto do casal estava bagunçado. Além disso,
algumas jóias tinham sido deixadas. Ou seja, quem cometeu o crime
sabia onde procurar o dinheiro, e sabia onde ficava outros itens da
casa, como a toalha e o saco plástico usado contra as vítimas.
Quando a polícia começou a investigar as pessoas mais próximas da
família, logo descobriu que o relacionamento de Suzane von
Richthofen com Daniel Cravinhos era proíbido. Logo, isso fez com
que Suzane e Daniel fossem considerados os principais suspeitos do
crime.

Pouco tempo após o crime, Christian Cravinhos comprou uma


motocicleta e pagou em dólar. Ele, aliás, foi o primeiro a assumir o
crime, ao ser interrogado. Conforme relatos da polícia, ele confessou
dizendo: “eu sabia que a casa ia cair“.

Dias depois do crime, ainda em 2002, os três foram presos


preventivamente. Em 2005, conseguiram habeas corpus para
aguardar o julgamento em liberdade, mas um ano depois foram
presos de novo. Em julho de 2006 foram à júri popular, que durou
aproximadamente seis dias, com início em 17 de julho e fim na
madrugada do dia 22 de julho.

As versões dadas pelos três foram diferentes. Suzane e Daniel


receberam a sentença de 39 anos e seis meses de prisão, enquanto
Cristian foi sentenciado a 38 anos e seis meses de prisão.

Na versão da Suzane, ela dizia não tinha envolvimento e que os


irmãos Cravinhos teriam executado seus pais por conta própria.
Entretanto, Daniel dizia que Suzane era a maestra de todo o plano
do assassinato.

Christian, por sua vez, tentou inicialmente, por a culpa em Daniel e


Suzane, afirmando que não tinha envolvimento no crime. Mas
depois, o irmão de Daniel prestou um novo depoimento confirmando
sua participação.

Suzane von Richthofen, durante toda a investigação, processo e


julgamento, mostrou-se fria e sem reações acaloradas, muito
diferente da relação pais e filha que ela dizia existir.
Psicopatia

Suzanefoi obrigada a realizar o Teste de Rorschach, técnica de


avaliação psicológica para identificar traços da personalidade de uma
pessoa, ao pedir avanço para o regime aberto. É obrigatório, quando
um preso perigoso começa a sair da cadeia para conviver na
sociedade, principalmente pelo tipo de crime que ela cometeu,
manda ela fazer esse exame criminológico. Com esse exame, ela foi
dada pelos psicólogos como ‘manipuladora’, ‘dissimulada’,
‘narcisista’ e ‘egocêntrica’.

Os psicólogos afirmam que Suzane não está arrependida do que fez.


Esse é dos motivos pelos quais a Suzane ainda está presa. A
Suzane e o Daniel receberam a mesma pena, entretando, Daniel já
está livre há dois anos, em um regime aberto. Já a Suzane não
consegue ir para esse regime, justamente porque ela não demonstra
arrependimento do que fez e pelos seus traços de intensa psicopatia
ela é perigosa para a sociedade.

✽✽✽
Table of Contents

Maníaco do Parque
Pedrinho Matador
Vampiro de Niterói
Maníaco de Goiânia
Chico Picadinho
Filho da luz
Os Canibais de Garanhuns
Maníaco da bicicleta
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Maníaco do Parque
Pedrinho Matador
Vampiro de Niterói
Maníaco de Goiânia
Chico Picadinho
Filho da luz
Os Canibais de Garanhuns
Maníaco da bicicleta

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