Você está na página 1de 405

MATERIAL DO ALUNO

CURSO PARA CONDUTORES


DE VEÍCULOS DE
TRANSPORTE DE PRODUTOS
PERIGOSOS
MATERIAL DO ALUNO
Versão 4.0 (Revisão Julho/2023)

Fale conosco

0800 761 6151

contato@lmcursosdetransito.com.br

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Material do aluno [livro eletrônico]: Curso para


condutores de veículos de transporte de produtos
perigosos. – –

Rio de Janeiro: LM Curso de Trânsito, 2023. PDF.

Bibliografia.

ISBN 978-65-88245-01-9

1. Legislação de Trânsito 2. Direção Defensiva 3.


Noções de primeiros socorros, respeito ao meio ambiente e
prevenção de incêndio 4. Movimentação de Produtos
Perigosos.

MATERIAL DO ALUNO 1

CURSO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE


PRODUTOS PERIGOSOS ................................................................................ 1
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO ........................................................................... 6
Objetivos de Aprendizagem ............................................................................ 7
Plano de estudo .............................................................................................. 7
Introdução ....................................................................................................... 9
Categoria de habilitação e relação com veículos conduzidos ....................... 11
Documentos do condutor e do veículo: apresentação e validade ................. 21

Página 0
Sinalização viária .......................................................................................... 26
Infrações, crimes de trânsito e penalidade .................................................... 47
Regras gerais de estacionamento, parada, conduta e circulação ................. 73
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA E NORMAS SOBRE TRANSPORTE DE
PRODUTOS PERIGOSOS............................................................................... 82
Cargas de produtos perigosos – conceito, considerações e exemplos......... 82
A legislação específica e normas sobre o transporte rodoviário de produtos
perigosos .................................................................................................... 100
A Agência Nacional de Transporte Terrestres - ANTT ................................ 103
Normas da Associação Brasileiro de Normas Técnicas - ABNT ................. 104
Portarias do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (Inmetro) ...................................................................................... 108
Legislação Ambiental (Federal, Estadual e Municipal)..... Erro! Indicador não
definido.
Outros órgãos e Entidades de governo....................................................... 138
Transporte terrestre de produtos perigosos em âmbito internacional ......... 142
Outros instrumentos necessários para a realização do transporte ............. 144
A Lei dos Caminhoneiros e sua Repercussão na Atividade de Transporte
Rodoviário de Produtos Perigosos .............................................................. 145
A carga e seu acondicionamento ................................................................ 146
RESPONSABILIDADES DO CONDUTOR DURANTE O TRANSPORTE .. Erro!
Indicador não definido.
DOCUMENTAÇÃO E SIMBOLOGIA ............................................................. 151
Documentação para o transporte rodoviário de produtos perigosos ........... 151
Simbologia utilizada no transporte rodoviário de produtos perigosos ......... 158
Da sinalização dos veículos ........................................................................ 160
REGISTRADOR INSTANTÂNEO E INALTERÁVEL DE VELOCIDADE E
TEMPO .......................................................................................................... 166
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES (LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA) .......... 175
Infrações e penalidades na legislação de transporte rodoviário de produtos
perigosos .................................................................................................... 175
Resumo do módulo ..................................................................................... 233
Exercícios de fixação .................................................................................. 235
DIREÇÃO DEFENSIVA ................................................................................. 237
Objetivos de Aprendizagem ........................................................................ 238

Página 1
Plano de estudo .......................................................................................... 238
Introdução ................................................................................................... 239
Conceito de direção defensiva .................................................................... 240
Condições adversas.................................................................................... 244
Acidente evitável ou não evitável ................................................................ 256
Como ultrapassar e ser ultrapassado ......................................................... 257
O acidente de difícil identificação de causa ................................................ 258
Como evitar sinistros com outros veículos .................................................. 259
Como evitar sinistros com pedestres e outros integrantes do trânsito ........ 268
A importância de ver e ser visto .................................................................. 273
A importância do comportamento seguro na condução de veículos
especializados ............................................................................................ 273
Comportamento seguro e comportamento de risco – diferença que pode
poupar vidas ............................................................................................... 275
Estado físico e mental do condutor, consequências da ingestão e consumo
de bebida alcoólica e substâncias psicoativas ............................................ 280
Resumo do Módulo ..................................................................................... 288
Exercícios de fixação .................................................................................. 289
NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS, RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E
PREVENÇÃO DE INCÊNDIO ........................................................................ 292
Objetivos de Aprendizagem ........................................................................ 293
Plano de estudo .......................................................................................... 293
Introdução ................................................................................................... 295
NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS ....................................................... 296
Sinalização do local do acidente ................................................................. 299
Acionamento de recursos em caso de sinistros .......................................... 306
Verificação das condições gerais da vítima ................................................ 308
Cuidados com a vítima - o que não fazer.................................................... 311
Regulamentação do CONAMA sobre poluição ambiental causada por
veículos ....................................................................................................... 314
Emissão de gases e partículas (fumaça) .................................................... 319
Emissão sonora .......................................................................................... 320
Manutenção preventiva do veículo para a preservação do meio ambiente 322

Página 2
O indivíduo, o grupo e a sociedade............................................................. 326
Relacionamento interpessoal ...................................................................... 327
O indivíduo como cidadão ........................................................................... 329
A responsabilidade civil e criminal do condutor e o CTB ............................ 330
PREVENÇÃO DE INCÊNDIO ........................................................................ 331
Conceito de Fogo, Tetraedro e Fontes de Ignição ...................................... 331
Transmissão do Calor ................................................................................. 332
Métodos de Extinção de Incêndio ............................................................... 332
Classificação de incêndios .......................................................................... 333
Tipos de Extintores, seus Agentes e Manuseio .......................................... 334
Resumo do Módulo ..................................................................................... 336
Exercícios de fixação .................................................................................. 338
MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS ........................................ 340
Plano de estudo .......................................................................................... 341
Introdução ................................................................................................... 343
PRODUTOS PERIGOSOS............................................................................. 344
Classificação dos Produtos Perigosos ........................................................ 344
Rótulos de risco .......................................................................................... 345
Reações Químicas (Conceituações) ........................................................... 347
CLASSE DE RISCO 1 — EXPLOSIVOS ....................................................... 349
Estudo das Classes de Risco .......................... Erro! Indicador não definido.
Segurança no Transporte Rodoviário de Explosivos .................................. 350
CLASSE DE RISCO 2 — GASES ................................................................. 351
Segurança no Transporte Rodoviário de Gases ......................................... 354
Cuidados dos condutores de veículos de transporte de produtos perigosos,
referentes a gases ...................................................................................... 355
CLASSE DE RISCO 3 — LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS ................................... 358
Segurança no transporte rodoviário de líquidos inflamáveis ....................... 359
CLASSE DE RISCO 4 — SÓLIDOS INFLAMÁVEIS; ........... Erro! Indicador não
definido.
Substâncias sujeitas a combustão espontânea; substâncias que, em contato
com a água, emitem gases inflamáveis ........... Erro! Indicador não definido.
Substâncias espontaneamente combustíveis ............................................. 363
Segurança no Transporte Rodoviário de Sólidos Inflamáveis ..................... 364

Página 3
CLASSE DE RISCO 5 — SUBSTÂNCIAS OXIDANTES E PERÓXIDOS
ORGÂNICOS ................................................................................................. 364
Segurança no transporte rodoviário de oxidantes e peróxidos orgânicos ... 366
CLASSE DE RISCO 6 — SUBSTÂNCIAS TÓXICAS E SUBSTÂNCIAS
INFECTANTES .............................................................................................. 367
Segurança no transporte rodoviário de substâncias tóxicas e infectantes .. 369
CLASSE DE RISCO 7 — SUBSTÂNCIAS RADIOATIVAS... Erro! Indicador não
definido.
CLASSE DE RISCO 8 — SUBSTÂNCIAS CORROSIVAS ........................... 373
Segurança no transporte rodoviário de substâncias corrosivas .................. 374
CLASSE 9 – SUBSTÂNCIAS E ARTIGOS PERIGOSOS DIVERSOS,
INCLUINDO AS SUBSTÂNCIAS QUE APRESENTAM RISCOS PARA O
MEIO AMBIENTE .......................................................................................... 375
Segurança no transporte rodoviário de substâncias e artigos perigosos
diversos....................................................................................................... 377
Efeito de cada classe sobre o meio ambiente ............................................. 377
RISCOS MÚLTIPLOS .................................................................................... 380
RESÍDUOS..................................................................................................... 381
Resíduos Perigosos para fins de Transporte .............................................. 381
Cuidados com os veículos e equipamentos de transporte .......................... 381
Cuidados com as embalagens .................................................................... 382
Comportamento Preventivo do Motorista para todas as Classes de Risco . 382
Procedimentos em caso de Emergência..................................................... 385
Equipamentos para situação de emergência .............................................. 385
Equipamentos de proteção individual - EPI ................................................ 386
Procedimentos gerais em situação de emergência..................................... 387
Procedimentos de emergência de acordo com a Classe de Risco ............. 388
Classe de Risco 1 — Explosivos ................................................................ 388
Classe de Risco 2 — Gases ....................................................................... 389
Classe de Risco 3 — Líquidos Inflamáveis ................................................. 390
Classe de Risco 4 — Sólidos inflamáveis, substâncias sujeitas a combustão
espontânea e substâncias que, em contato com a água, emitem gases
inflamáveis .................................................................................................. 391
Classe de Risco 5 — Substâncias Oxidantes e Peróxidos Orgânicos ........ 391
Classe de Risco 6 — Substâncias Tóxicas e Infectantes ........................... 391
Classe de Risco 8 — Substâncias Corrosivas ............................................ 392

Página 4
Classe de Risco 9 — Substâncias e artigos perigosos diversos, incluindo as
substâncias que apresentam risco para o meu ambiente. .......................... 393
Resumo do Módulo ..................................................................................... 397
Exercícios de fixação .................................................................................. 398
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 400

Página 5
LEGISLAÇÃO DE
TRÂNSITO

Página 6
Objetivos de Aprendizagem
- Entender o propósito do Código de Trânsito Brasileiro e reconhecer a importância de
seus conceitos e definições.
- Conhecer as determinações do CTB quanto às categorias de habilitação e sua relação
direta com o tipo de veículo conduzido.
- Conhecer e saber utilizar corretamente a sinalização viária na condução dos diferentes
veículos existentes.
- Conhecer as infrações, penalidades e medidas administrativas relacionadas ao trânsito.
- Conhecer e saber utilizar corretamente as regras gerais de estacionamento, parada,
conduta e circulação no trânsito.
- Entender o propósito do transporte de produtos perigosos e reconhecer a importância de
seus conceitos e definições.
- Conhecer e saber realizar o acondicionamento de produtos perigosos em veículos de
cargas.
- Identificar a proibição do transporte de animais, produtos para uso humano ou animal
(alimentos, medicamentos e embalagens afins), juntamente com produtos perigosos.
- Conhecer as responsabilidades do condutor durante o transporte de produtos perigosos.
- Identificar a documentação exigida para o transporte de produtos perigosos, a sinalização
necessária nos veículos e nas embalagens, bem como, os demais itens relacionados para
a realização do transporte de forma eficiente e eficaz.
- Entender a importância da utilização do registrador instantâneo e inalterável de
velocidade e tempo nos veículos que transportam produtos perigosos.
- Entender o propósito da lei dos caminhoneiros e sua repercussão na atividade de
transporte de produtos perigosos.
- Conhecer e identificar as sanções administrativas aplicáveis ao transportador e ao
expedidor pelo descumprimento do Regulamento para o Transporte Rodoviário de
Produtos Perigosos.

Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará neste módulo:
Determinações do CTB quanto à(s):
- Categoria de habilitação e relação com veículos conduzidos;
- Documentação exigida para condutor e veículo;
- Sinalização viária;

Página 7
- Infrações, crimes de trânsito e penalidades;
- Regras gerais de estacionamento, parada, conduta e circulação.
No que diz respeito à legislação específica e normas sobre transporte de produtos
perigosos, abordaremos os seguintes pontos:
- Cargas de produtos perigosos;
- Conceitos, considerações e exemplos.
- Acondicionamento:
- Verificação da integridade do acondicionamento (se há vazamentos ou contaminação
externa);
- Proibição do transporte de animais, produtos para uso humano ou animal (alimentos,
medicamentos e embalagens afins), juntamente com produtos perigosos;
- Utilização do veículo que transporta produtos perigosos para outros fins;
descontaminação quando permitido.
Já sobre as responsabilidades do condutor durante o transporte, veremos:
- Fatores de interrupção da viagem;
- Participação do condutor no carregamento e descarregamento do veículo;
- Trajes e equipamentos de proteção individual.
Estudaremos também aspectos relacionados à documentação e simbologia, dentre eles:
- Documentos fiscais e de trânsito;
- Documentos e símbolos relativos aos produtos transportados:
- Certificados de capacitação;
- Ficha de emergência;
- Envelope para o transporte;
- Marcação e rótulos nas embalagens;
- Rótulos de risco principal e subsidiário;
- Painel de segurança;
- Sinalização em veículos.
Conheceremos o registrador instantâneo e inalterável de velocidade e tempo,
especificamente sua(seu):
- Definição;
- Funcionamento;
- Importância e obrigatoriedade do seu uso;

Página 8
- A Lei dos Caminhoneiros e sua Repercussão na Atividade de Transporte Rodoviário de
Produtos Perigosos.
E, encerrando nosso módulo, trataremos das infrações e penalidades (CTB e legislação
específica), conhecendo um pouco mais sobre:
- Tipificações, multas e medidas administrativas.
Introduzimos também nesse módulo, conteúdos diferenciados denominados partes
especiais, os quais irão além do conteúdo programático, indicando a você motorista
condições do dia a dia acerca do transporte rodoviário de produtos perigosos.
Nesse sentido, quando tratarmos desses temas, teremos o título específico, indicando a
você que se trata de situação que poderá ser essencial para o seu cotidiano quando de
fato transportar produtos perigosos.
Dessa forma, a LM CURSOS DE TRÂNSITO não está preocupada somente nas condições
impostas para a realização de uma avaliação de verificação de conhecimentos, está
igualmente comprometida em proporcionar o aprendizado necessário para que realize o
transporte de produtos perigosos com eficiência, eficácia, atendendo as normativas
vigentes, evitando assim, sanções, interrupções indesejadas da viagem,
responsabilizações, dentre outras situações caso este transporte esteja sendo realizado de
forma irregular.
Realizadas as considerações iniciais, desejamos a você um ótimo aprendizado e um
excelente curso!

Introdução
Caro(a) Aluno (a),
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), documento que rege a movimentação nas vias
terrestres em todo o território nacional, comemorou 25 anos da sua entrada em vigor em
janeiro de 2023. O atual CTB representa uma inovação na legislação de trânsito por
apresentar capítulos que tratam da Educação, da Proteção ao Pedestre e do Meio
Ambiente.
Entretanto, duas décadas e meia depois, verifica-se que o desconhecimento e o
desrespeito aos seus artigos são constantes e respondem por inúmeros sinistros
registrados todos os dias em nosso país.
Com o intuito de revisar e atualizar seus conhecimentos, neste módulo abordaremos
diversos tópicos do CTB, assim como outros mandamentos normativos que interferem em
nosso trânsito. Além disso, indicaremos amplo material complementar que possibilitará a
continuidade de seus estudos sobre o tema.
Esperamos, ao final desta jornada, possibilitar a compreensão da relação existente entre o
cumprimento das normas de trânsito, o respeito ao direito constitucional de ir e vir e a

Página 9
construção coletiva da mobilidade pacífica e consciente que todos desejamos. Afinal,
conforme prevê o Código de Trânsito Brasileiro, capítulo I, Art. 1º, §2º:
O trânsito em condições seguras, é um direito de todos.

O estudo da legislação de trânsito confere, além da necessária reciclagem ao condutor,


mais confiança na execução de suas ações, de forma que ele esteja atento aos seus
deveres e direitos.
Neste primeiro módulo apresentaremos, inicialmente, as disposições do Código de Trânsito
Brasileiro - CTB relacionadas aos seguintes temas: atualização de requisitos para a
matrícula no curso especializado de transporte de produtos perigosos, categorias de
habilitação e veículos correspondentes, documentação exigida do condutor e do veículo,
sinalização viária, infrações, crimes e penalidades, regras gerais de estacionamento,
parada, conduta e circulação.
Um dos diferenciais dos condutores no mercado de trabalho é o grau de conhecimento
sobre a legislação específica de sua atividade. Isso evita muitos aborrecimentos não
somente para ele, mas também para a sua empresa e todos os demais agentes do setor.
Abordaremos os conceitos e considerações sobre a carga constituída de produtos
perigosos, legislação específica e normas complementares, acondicionamento da carga,
responsabilidades do condutor, documentação necessária para o transporte, simbologia
utilizada, cronotacógrafo, infrações e penalidades.

Bons estudos!

Página 10
Categoria de habilitação e relação com veículos
conduzidos

Todo condutor de veículo automotor ou elétrico deve possuir um documento de habilitação,


denominado Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ou Autorização para Conduzir
Ciclomotores (ACC). Neste sentido, o Art. 143, do CTB, estabelece que os candidatos à
CNH podem habilitar-se nas categorias A, B, C, D ou E.
Quanto às categorias de CNH e às autorizações, de acordo com o CTB e o Anexo I, da
Resolução Contran n° 789/2020, elas podem ser:

Página 11
CATEGORIA ACC

– Ciclomotores;
– Bicicletas dotadas originalmente de motor elétrico auxiliar, bem como aquelas que
tiverem o dispositivo motriz agregado posteriormente à sua estrutura, em que se
verifique, ao menos, uma das seguintes situações:
I – com potência nominal superior a 350 W;
II – velocidade máxima superior a 25 km/h;
III – funcionamento do motor sem a necessidade de o condutor pedalar; e
IV – dispor de acelerador ou de qualquer outro dispositivo de variação manual de
potência.

Ciclomotor Bicicleta elétrica com potência superior a 350 W

Página 12
CATEGORIA A

– Veículos automotores e elétricos, de duas ou três rodas, com ou sem carro lateral ou
semirreboque especialmente projetado para uso exclusivo deste veículo;
– Todos os veículos abrangidos pela ACC.
Obs.: Não se aplica a quadriciclos, cuja categoria é a B.

Motocicleta Triciclo Motocicleta com carro

lateral

CATEGORIA B

– Veículos automotores e elétricos, não abrangidos pela categoria A, cujo Peso Bruto
Total (PBT) não exceda a 3.500 kg e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído o
do motorista;

Automóvel (automotor ou elétrico)

Página 13
Caminhonete (PBT menor ou igual a 3500 Kg)

Camioneta (até 8 passageiros)

– Combinações de veículos automotores e elétricos em que a unidade tratora se


enquadre na categoria B e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou
articulada tenha menos de 6.000 kg (seis mil quilogramas) de peso bruto total, e cuja
lotação não exceda a 8 (oito) lugares.

Combinação (reboque com PBT menor que 6000 Kg e lotação de até 8 passageiros)

– Veículos automotores da espécie motor-casa, cujo peso não exceda a 6.000kg e cuja
lotação não exceda a oito lugares, excluído o do motorista;

Página 14
Motor-casa com PBT de até 6000 Kg e lotação de até 8 passageiros

– Tratores de roda e equipamentos automotores destinados a executar trabalhos


agrícolas;

Trator agrícola

– Quadriciclos de cabine aberta ou fechada.

Cabine Aberta Cabine Fechada

CATEGORIA C

– Veículos automotores e elétricos utilizados em transporte de carga, cujo PBT exceda a

Página 15
3.500 kg;

Caminhão-trator desatrelado Caminhão

– Tratores de esteira, tratores mistos ou equipamentos automotores destinados à


movimentação de cargas, de terraplanagem, de construção ou de pavimentação;

Trator de rodas para terraplanagem

– Veículos automotores da espécie motor-casa, cujo PBT ultrapasse 6.000 kg, e cuja
lotação não exceda a oito lugares, excluído o do motorista;

Motor-casa com PBT de mais de 6000 Kg e lotação de até 8 passageiros

Página 16
– Todos os veículos abrangidos pela categoria B.

Página 17
CATEGORIA D

– Veículos automotores e elétricos utilizados no transporte de passageiros, cuja lotação


exceda a oito lugares, excluído o do condutor;

Microônibus Ônibus

– Veículos destinados ao transporte de escolares independentemente da lotação;

Kombi escolar

– Veículos automotores da espécie motor-casa, cuja lotação exceda a oito lugares,


excluído o do motorista;

Motor-casa com PBT de mais de 6000 Kg e lotação de mais de 8 passageiros

Página 18
– Ônibus articulado;

Ônibus articulado

– Todos os veículos abrangidos nas categorias B e C.

CATEGORIA E

– Combinações de veículos automotores e elétricos em que a unidade tratora se


enquadre nas categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque,
trailer ou articulada tenha 6.000 kg ou mais de PBT, ou cuja lotação exceda a oito
lugares;

Caminhão-trator com semirreboque cujo PBT é de mais de 6000 Kg

– Combinações de veículos automotores e elétricos com mais de uma unidade


tracionada, independentemente da capacidade máxima de tração ou PBTC;

Automóvel tracionando duas unidades (reboque do tipo asa-delta e outro automóvel)

Página 19
– Todos os veículos abrangidos nas categorias B, C e D.

É importante conhecermos também os prazos exigidos para o início do processo de


mudança de categoria das habilitações, quais sejam:

"B" PARA "C" - Somente após o motorista ter cumprido um ano na categoria "B"

"B" PARA "D" - Somente após dois anos na categoria "B"

"B" PARA "E" - Está mudança não é permitida

"C" PARA "D" - Somente após um ano na categoria "C"

"C" PARA "E" - Somente após um ano na categoria "C"

- Embora o CTB, não mencione o prazo; a praxe administrativa fixou


"D" PARA "E"
em um ano

Aqueles condutores que desejarem habilitar-se nas categorias “D” e “E" ou conduzir
veículo de transporte coletivo de passageiros, de escolares, de emergência, de produto
perigoso ou de cargas indivisíveis, além do requisito temporal apresentado na tabela
acima, ainda deverão ser maior de 21 anos e não poderão ter cometido mais de uma
infração gravíssima nos últimos 12 meses.

Página 20
Documentos do condutor e do veículo: apresentação
e validade
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro e regulamentação do Contran, são documentos
de porte obrigatório:
I – Autorização para Conduzir Ciclomotor - ACC, Permissão para Dirigir ou Carteira
Nacional de Habilitação - CNH, no original;
A Carteira Nacional de Habilitação, expedida em meio físico e/ou digital, à escolha do
condutor, em modelo único e de acordo com as especificações do Contran, atendidos os
pré-requisitos estabelecidos neste Código, conterá fotografia, identificação e número de
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do condutor, terá fé pública e equivalerá a
documento de identidade em todo o território nacional.
O porte é por meio físico ou digital e poderá ser dispensado se no ato da abordagem o
agente fiscalizador dispuser de consulta aos sistemas informatizados para verificar se o
condutor está habilitado.
A partir de 1º de junho de 2022, entrou em vigor a nova Carteira Nacional de Habilitação
(CNH).

Página 21
Mudanças na CNH
● A cor verde deixa de ser predominante no documento, que passa a ter também a
cor amarela;
● Elementos gráficos foram inseridos no modelo para dificultar fraudes e falsificações;
● Uma tabela identifica os tipos de veículos que o motorista está apto a conduzir;
● A nova CNH também permite que o condutor use o nome social e, se desejar,
filiação afetiva;
● Outra novidade é a indicação das letras "P" ou "D", para motoristas que possuem,
respectivamente, apenas permissão para dirigir ou a CNH definitiva;
● No mesmo documento deverão constar informações sobre possíveis restrições
médicas do motorista e se ele exerce atividade remunerada;
● Um código internacional utilizado nos passaportes foi incorporado ao modelo, o que
permitirá ao condutor embarcar em terminais de autoatendimento nos aeroportos
brasileiros com a CNH;
● O documento também vai contar com versões traduzidas para inglês e espanhol.

Página 22
ATENÇÃO

ACC e Permissão para Dirigir, também poderão ser emitidas em meio físico
e/ou digital.

Página 23
II – Certificado de Registro e Licenciamento Anual - CRLV-e, no original;
O Certificado de Licenciamento Anual será expedido ao veículo licenciado, vinculado ao
Certificado de Registro de Veículo, em meio físico e/ou digital, à escolha do
proprietário, de acordo com o modelo e com as especificações estabelecidos pelo
Contran.
O porte é por meio físico ou digital e poderá ser dispensado se no ato da abordagem o
agente fiscalizador dispuser de consulta aos sistemas informatizados para verificar se o
veículo está licenciado.

Cabe observar que caso o proprietário do veículo opte pela expedição do documento em
meio físico, o CRLV-e será impresso em papel A4 comum branco, conforme apresentado
na imagem acima.

SAIBA MAIS

O comprovante de pagamento do IPVA não é documento de porte


obrigatório, haja vista uma das condições para o licenciamento é o seu
pagamento. O licenciamento é expedido apenas após o pagamento do
IPVA. A legislação de trânsito não considera o comprovante de
pagamento do IPVA como um documento de porte obrigatório.

Página 24
III - Autorização Especial de Trânsito – AET;
Aos veículos ou combinações de veículos de carga que não se enquadrem nos limites de
peso e dimensões estabelecidos pelo Contran, poderá ser concedida, pela autoridade com
circunscrição sobre a via, uma Autorização Especial de Trânsito. Este documento é de
porte obrigatório e somente poderá ser apresentado em meio físico.

IV - Certificado de Apólice Única do Seguro de Responsabilidade Civil;


A chamada “Carta Verde” será exigida no caso do condutor/proprietário de automóvel
particular ou de aluguel, registrados nos Estados Parte do Mercosul (Argentina, Paraguai e
Uruguai) em circulação no Território Nacional (Resolução do Contran nº 238/2007 e
sucedâneas). Tal documento também é exigido dos brasileiros que estiverem
transitando nos outros países do Mercosul.

ATENÇÃO
O condutor de veículo de transporte coletivo de passageiros, de escolares,
de emergência, de produto perigoso, de cargas indivisíveis, de mototáxi ou
de moto-frete deverá ser aprovado em curso especializado e a
comprovação desta situação se dá somente através do registro
correspondente no RENACH (Sistema informatizado do Registro Nacional
de Carteiras de Habilitação), nos termos da Resolução Contran nº 985/2022.

Página 25
Sinalização viária

A sinalização de trânsito no Brasil inicialmente divide-se em:


I - Vertical;
II - Horizontal;
III - Dispositivos Auxiliares:
a) Luminosos;
b) Sonoros; e
c) Gestos do Agente e do Condutor.
A sinalização terá a seguinte ordem de prevalência:
1° As ordens do agente de trânsito sobre as normas de circulação e outros
sinais;
2° As indicações do semáforo sobre os demais sinais;
3° As indicações dos sinais sobre as demais normas de trânsito.

SAIBA MAIS

Não serão aplicadas as sanções previstas no Código de Trânsito


Brasileiro por desrespeito à sinalização quando esta for insuficiente ou
incorreta.

Página 26
SINALIZAÇÃO VERTICAL
A sinalização vertical é aquela cujo meio de comunicação está na posição vertical,
normalmente em uma placa, fixada ao lado ou suspenso sobre a pista, transmitindo
mensagens de caráter permanente e, eventualmente, variáveis. A sinalização vertical, de
acordo com sua função, classifica-se em:
I - Regulamentação;
II - Advertência; ou
III - Indicação.

Regulamentação

As placas de Regulamentação têm por finalidade informar aos usuários as proibições,


restrições, limitações e obrigações no uso da via. Suas mensagens são imperativas e o

Página 27
seu desrespeito constitui "infração de trânsito".

Advertência

As placas de Advertência destinam-se a "alertar" os usuários sobre a existência de


condições potencialmente perigosas na via ou nas suas proximidades, tais como escolas
ou passagens de pedestres. Suas mensagens possuem caráter de recomendação.

Indicação

As placas de Indicação visam fornecer ao usuário "informações" úteis ao seu


deslocamento, tais como direções, localizações, pontos de interesse turístico ou de
serviços e transmitir mensagens educativas, dentre outras.

Página 28
SINALIZAÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO
A sinalização vertical de regulamentação informa aos usuários as condições, proibições,
obrigações ou restrições no uso das vias urbanas e rurais. O desrespeito a estes sinais
constitui infração aio Código de Trânsito Brasileiro.
Veja alguns exemplos de placas de regulamentação:

R-1 — Parada obrigatória

Informa ao condutor que deve parar seu veículo antes


de entrar ou cruzar a via ou a pista.

R-6c — Proibido parar e estacionar

Informa ao condutor que é proibido a parada e o


estacionamento de veículos.

Página 29
R-9 — Proibido o trânsito de caminhões

Informa ao condutor de caminhão a proibição de


transitar a partir do ponto sinalizado, na área, via/pista
ou faixa.

R-24b — Passagem obrigatória

Informa ao condutor do veículo que existe um obstáculo


e que a passagem é obrigatoriamente feita à
direita/esquerda do mesmo.

R-26 — Siga em frente

Informa ao condutor do veículo a obrigatoriedade de


realizar o movimento indicado, de seguir em frente.

R-27 — Ônibus, caminhões e veículos de grande


porte mantenham-se à direita

Informa ao condutor de ônibus, caminhões e veículos


de grande porte a obrigação de circular pela(s) faixa(s)
da direita.

R-39 — Circulação exclusiva de caminhão

Informa ao condutor do veículo que a área, via/pista ou


faixa é de circulação exclusiva de caminhão.

Página 30
SINALIZAÇÃO DE ADVERTÊNCIA
A sinalização vertical de advertência alerta aos usuários as condições potencialmente
perigosas, obstáculos ou restrições existentes na via ou adjacentes a ela, indicando a
natureza dessas situações à frente, quer sejam permanentes ou eventuais.

Veja alguns exemplos de placas de advertência:

A-1a — Curva acentuada à esquerda


Adverte ao condutor do veículo da existência, adiante, de
uma curva acentuada à esquerda.

A-18 — Saliência ou Lombada


Adverte ao condutor do veículo da existência, adiante, de
saliência, lombada ou ondulação transversal sobre a
superfície.

Página 31
A-20a — Declive acentuado
Adverte ao condutor do veículo da existência, adiante, de
local sinalizado com faixa de travessia de pedestres.

A-20b — Aclive acentuado


Adverte ao condutor do veículo da existência, adiante, de
local sinalizado com faixa de travessia de pedestres.

A-21a — Estreitamento de pista ao centro


Adverte ao condutor do veículo da existência, adiante, de
local sinalizado com faixa de travessia de pedestres.

SINALIZAÇÃO DE INDICAÇÃO

Página 32
A sinalização vertical de indicação tem por finalidade identificar as vias e os locais de
interesse, bem como orientar condutores de veículos quanto aos percursos, os destinos,
as distâncias, os serviços auxiliares e ter como função a educação do usuário.
As Placas de Identificação posicionam o condutor ao longo do seu deslocamento ou com
relação a distâncias ou ainda aos locais de destino.
Veja exemplo de placa de identificação:

Placa de Identificação
Rodovias e Estradas Federais.

As Placas de Orientação de Destino indicam ao condutor a direção que o mesmo deve


seguir para atingir determinados lugares, orientando seu percurso e/ou distâncias.
Veja exemplo de placa de orientação de destino:

Placa de Orientação de Destino


Placa indicativa de sentido (direção)

As Placas Educativas têm a função de educar aos usuários da via quanto ao seu
comportamento adequado e seguro no trânsito. Podem conter mensagens que reforcem
normas gerais de circulação.
Veja exemplo de placa de educativa:

Sinalização de Indicação
Placa Educativa.

As Placas de Serviços Auxiliares indicam aos usuários da via os locais onde os mesmos
podem dispor dos serviços indicados, orientando sua direção ou identificando estes
serviços.
Veja exemplo de placa de serviços auxiliares:

Página 33
Pronto socorro

Posto de Abastecimento
Atendimento mecânico
Restaurante ou lanchonete
Pátio coletivo de estacionamento

As Placas de Atrativos Turísticos indicam aos usuários da via os locais onde eles podem
dispor de atrativos turísticos existentes, orientando sobre sua direção ou identificando
estes pontos de interesse.
Veja exemplo de placa de atrativo turístico:

Atrativos históricos e culturais


Museu.

Página 34
SINALIZAÇÃO HORIZONTAL
A sinalização horizontal utiliza linhas, marcações, símbolos e legendas sobre o pavimento
das vias. Sua função é:
I - Organizar o fluxo de veículos e pedestres;
II - Controlar e orientar os deslocamentos em situações com problemas de
geometria, topografia ou obstáculos;
III - Complementar os sinais verticais de regulamentação, advertência ou indicação;
e
IV - Regulamentar os casos previstos no Código de Trânsito Brasileiro.
Em algumas situações a sinalização horizontal atua, por si só, como controladora de
fluxos. Pode ser empregada como reforço da sinalização vertical, bem como ser
complementada com dispositivos auxiliares. Em casos específicos, tem poder de
regulamentação.

PADRÃO DE TRAÇADO

Contínua: linhas sem interrupção; podem estar longitudinalmente ou transversalmente


apostas à via. A simples contínua proíbe a ultrapassagem em ambos os sentidos e a dupla
dá ênfase na proibição.

Página 35
Tracejado ou seccionado: linhas interrompidas, com espaçamentos iguais ou maior que
o traço. A simples tracejada permite a ultrapassagem em ambos os sentidos, a dupla
contínua e tracejada proíbe a ultrapassagem no lado contínuo e permite no lado tracejado.

Setas, símbolos e legendas: informações escritas ou desenhadas no pavimento,


indicando uma situação ou complementando uma sinalização vertical existente.

CORES

Amarela: utilizada na regulação de fluxos de sentidos opostos, regulamentar ultrapassagem


e deslocamento lateral, na delimitação de espaços proibidos para estacionamento e/ou
parada e na marcação de obstáculos.

Branca: utilizada na regulação de fluxos de mesmo sentido, na delimitação de trechos de


vias, destinados ao estacionamento regulamentado de veículos em condições especiais; na
marcação de faixas de travessias de pedestres, setas, símbolos e legendas.

Vermelha: utilizada para contrastar a marca viária e o pavimento das ciclofaixas e ciclovias e
nos símbolos de hospitais e farmácias (cruz).

Página 36
Azul: utilizada nas pinturas de símbolos de pessoas com deficiência, em áreas especiais de
estacionamento ou de parada para embarque e desembarque.

Preta: utilizada para proporcionar contraste entre o pavimento e a pintura.

Página 37
DISPOSITIVOS AUXILIARES
São elementos aplicados na via ou em obstáculos próximos a ela, de forma a tornar mais
eficiente e segura a operação do trânsito.
Sua função é aumentar a visibilidade da sinalização, do alinhamento da via e dos
obstáculos à circulação; reduzir a velocidade do trânsito; reduzir os sinistros e minimizar
sua gravidade; alertar os condutores quanto a situações de perigo potencial, em caráter
permanente ou temporário; fornecer proteção aos usuários da via e da ocupação às
margens dela; controlar o acesso de veículos em determinadas vias, áreas e passagens de
nível.
Os dispositivos auxiliares são utilizados para complementar a sinalização padronizada e,
quando isolados, não possuem função de regulamentar a circulação nas vias públicas.

Veja exemplos de dispositivos auxiliares:

Cone

Tachão

DISPOSITIVOS LUMINOSOS
São elementos que utilizam recursos luminosos para proporcionar melhor visualização, ou
que, conjugados a elementos eletrônicos, permitem a variação da sinalização ou de
mensagens.

Página 38
Veja exemplos de dispositivos auxiliares:

Painel de mensagens variáveis eletrônico móvel

SINALIZAÇÃO SEMAFÓRICA
É um subsistema da sinalização viária que se compõe de indicações luminosas acionadas
alternada ou intermitentemente através de sistema elétrico/eletrônico, cuja função é
controlar os deslocamentos ou advertir de uma situação perigosa na via.
Existem dois grupos:
Sinalização semafórica de regulamentação:
A sinalização semafórica de regulamentação tem a função de efetuar o controle do trânsito
num cruzamento ou seção de via, através de indicações luminosas, alternando o direito de
passagem dos vários fluxos de veículos e/ou pedestres.
Cabe destacar que é livre o movimento de conversão à direita diante de sinal vermelho do
semáforo onde houver sinalização indicativa que permita essa conversão, observados
as seguintes precauções:

Página 39
- Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutor do veículo deve
demonstrar prudência especial, transitando em velocidade moderada, de forma que
possa deter seu veículo com segurança para dar passagem a pedestre e a veículos
que tenham o direito de preferência.
- Mesmo que a indicação luminosa do semáforo lhe seja favorável, nenhum condutor
pode entrar em uma interseção se houver possibilidade de ser obrigado a imobilizar
o veículo na área do cruzamento, obstruindo ou impedindo a passagem do trânsito
transversal.
- Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as faixas delimitadas para
esse fim terão prioridade de passagem, exceto nos locais com sinalização
semafórica, onde deverão ser respeitadas as disposições deste Código.
Veja exemplos de sinalizações semafóricas de regulamentação:

Semáforos para pedestres

Semáforos para veículos

Agora vejamos o significado das cores utilizadas nos semáforos para pedestres e para
veículos:
Para pedestres:

Vermelho: Não atravessar

Verde: Atravessar

Para veículos:

Vermelho: parar (sinal fechado)

Amarelo: atenção (advertência)

Verde: trânsito livre (sinal aberto)

Página 40
Sinalização semafórica de advertência:
A sinalização semafórica de advertência tem a função de advertir sobre a existência de
obstáculo ou situação perigosa, devendo o condutor reduzir a velocidade e adotar as
medidas de precaução compatíveis com a segurança para seguir adiante.

Semáforos para sinalização semafórica de advertência

DISPOSITIVOS SONOROS
Sinal sonoro é aquele emitido por um agente da autoridade de trânsito e somente deve ser
utilizado junto com os gestos dos agentes.

Página 41
Sinais de apito Significado Emprego

Um silvo Libera o trânsito em direção e/ou


Siga
breve sentido indicado pelo agente.

Indica parada obrigatória de


Dois silvos determinado veículo para a
Pare
breves fiscalização de documento ou outro
fim.

Um silvo Diminua a Quando for necessário diminuir a


longo marcha marcha do veículo.

Página 42
Existem os gestos efetuados tanto pelos agentes de trânsito quanto pelos condutores, que
também são sinais de trânsito.
GESTOS DOS CONDUTORES
São movimentos convencionais de braço, adotados exclusivamente pelos condutores, para
orientar ou indicar que vão efetuar uma manobra de mudança de direção, redução brusca
de velocidade ou parada.

Sinal

Diminuir a marcha ou
Significado Dobrar à esquerda Dobrar à direita
parar

GESTOS DOS AGENTES


São movimentos de braço, adotados exclusivamente pelos agentes de autoridades de
trânsito nas vias, para orientar, indicar o direito de passagem dos veículos ou pedestres ou
emitir ordens, sobrepondo-se ou completando outra sinalização ou norma constante no
CTB.

ATENÇÃO

As normas emanadas por gestos de Agentes da Autoridade de Trânsito


prevalecem sobre as regras de circulação e as normas definidas por outros
sinais de trânsito.

Sinal

Página 43
Braço levantado verticalmente, com a palma da mão para a frente

Ordem de parada obrigatória para todos os veículos. Quando executada em


Significado
interseções, os veículos que já se encontrem nela não são obrigados a parar.

Sinal

Braços estendidos horizontalmente, com a palma da mão para a


frente.

Ordem de parada para todos os veículos que venham de direções que


Significado cortem ortogonalmente a direção indicada pelos braços estendidos,
qualquer que seja o sentido de seu deslocamento.

Sinal

Braço estendido horizontalmente, com a palma da mão para a frente,


do lado do trânsito a que se destina.

Ordem de parada para todos os veículos que venham de direções que


Significado cortem ortogonalmente a direção indicada pelo braço estendido, qualquer
que seja o sentido de seu deslocamento.

Sinal

Página 44
Braço estendido horizontalmente, com a palma da mão para baixo,
fazendo movimentos verticais.

Significado Ordem de diminuição da velocidade.

Página 45
Sinal

Braço estendido horizontalmente, agitando uma luz vermelha para um


determinado veículo.

Significado Ordem de parada para os veículos aos quais a luz é dirigida.

Sinal

Braço levantado, com movimento de antebraço da frente para a


retaguarda e a palma da mão voltada para trás.

Significado Ordem de seguir.

SAIBA MAIS

Toda a sinalização viária referenciada no Código de Trânsito Brasileiro está


reunida na Resolução Contran n° 973/2022, que institui o Regulamento de
Sinalização Viária, e na Resolução Contran n° 985/2022, que aprova o
Manual Brasileiro de Fiscalização de Trânsito (MBFT).

Página 46
Infrações, crimes de trânsito e penalidade

PENALIDADES
As penalidades previstas no CTB serão impostas ao condutor, ao proprietário do veículo,
ao embarcador e ao transportador.

Aos proprietários e condutores de veículos serão impostas concomitantemente as


penalidades estabelecidas no CTB toda vez que houver responsabilidade solidária em
infração dos preceitos que lhes couber observar, respondendo cada um individualmente
pela falta em comum que lhes for atribuída.

Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade pela infração referente à prévia


regularização e preenchimento das formalidades e condições exigidas para o trânsito do
veículo na via terrestre, conservação e inalterabilidade de suas características,
componentes, agregados, habilitação legal e compatível de seus condutores, quando esta
for exigida, e outras disposições que deva observar.

Ao condutor caberá a responsabilidade pelas infrações decorrentes de atos praticados na


direção do veículo.

O embarcador é responsável pela infração relativa ao transporte de carga com excesso de


peso nos eixos ou no peso bruto total, quando simultaneamente for o único remetente da
carga e o peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto for inferior àquele aferido.

Página 47
O transportador é o responsável pela infração relativa ao transporte de carga com excesso
de peso nos eixos ou quando a carga proveniente de mais de um embarcador ultrapassar
o peso bruto total.

O transportador e o embarcador são solidariamente responsáveis pela infração relativa ao


excesso de peso bruto total, se o peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto for
superior ao limite legal.

TIPOS DE PENALIDADES
O Código de Trânsito Brasileiro estabelece em seu Art. 256 que os infratores estão sujeitos
às seguintes penalidades:
I - Advertência por escrito;
II - Multa;
III - Suspensão do direito de dirigir;
IV - Cassação da Carteira Nacional de Habilitação – CNH;
V - Frequência obrigatória em curso de reciclagem.
Cabe observar que, antes da aplicação da penalidade pela autoridade de trânsito, ela deve
instaurar processo administrativo, com fundamento nos seguintes normativos:
● Multa e advertência por escrito: Resolução Contran n° 918/2022;
● Suspensão do direito de dirigir e Cassação da Carteira Nacional de Habilitação –
CNH: Resolução Contran n° 723/2018 (alterada pela Res. Contran n° 844/2021); e
● Cassação decorrente de crime de trânsito: Resolução Contran n° 300/2008.

ADVERTÊNCIA POR ESCRITO


Deverá ser imposta a penalidade de advertência por escrito à infração de natureza leve ou
média, passível de ser punida com multa, caso o infrator não tenha cometido nenhuma
outra infração nos últimos 12 (doze) meses. A conversão da penalidade de multa em
advertência por escrito deverá ser realizada automaticamente pelo órgão de trânsito
responsável pela autuação.

MULTA
As infrações puníveis com multa classificam-se, de acordo com sua gravidade, em quatro
categorias, e para cada uma delas é atribuída uma pontuação ao condutor. Veja a tabela a
seguir:

Página 48
NATUREZA PONTUAÇÃO VALOR

LEVE 3 R$ 88,38

MÉDIA 4 R$ 130,16

GRAVE 5 R$ 195,23

GRAVÍSSIMA 7 R$ 293,47

Os valores de multas previstas no CTB poderão ser corrigidos monetariamente pelo


Contran, respeitado o limite da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) no exercício anterior. Estes novos valores deverão ser divulgados com, no
mínimo, 90 (noventa) dias de antecedência de sua aplicação.
Existem infrações previstas no Código de Trânsito Brasileiro que não são pontuáveis,
como por exemplo, as infrações mandatórias.
Infrações mandatórias ou auto suspensivas são aquelas que, pela sua gravidade, o
CTB impõe diretamente a penalidade de suspensão do direito de dirigir,
independentemente de pontuação.

Veja alguns exemplos de infrações mandatórias:

ENQUADRAMENTO NO DESCRIÇÃO DA INFRAÇÃO


CTB

Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra


Art. 165
substância psicoativa que determine dependência

Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou


outro procedimento que permita certificar influência de álcool
Art. 165-A
ou outra substância psicoativa, na forma estabelecida pelo
art. 277

Art. 173 Disputar corrida

Utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir manobra


Art. 175 perigosa, mediante arrancada brusca, derrapagem ou
frenagem com deslizamento ou arrastamento de pneus

Página 49
Além das infrações mandatórias, o CTB também estabelece outras infrações que não
são pontuáveis, conforme tabela a seguir:

ENQUADRAMENTO NO DESCRIÇÃO DA INFRAÇÃO


CTB

Portar no veículo placas de identificação em desacordo com as


Art. 221
especificações e modelos estabelecidos pelo Contran

Art. 230, VII Conduzir o veículo com a cor ou característica alterada

Conduzir o veículo de carga, com falta de inscrição da tara e


Art. 230, XXI
demais inscrições previstas no CTB

Conduzir veículo sem os documentos de porte obrigatório


Art. 232
referidos no CTB

Deixar de efetuar o registro de veículo no prazo de trinta dias,


junto ao órgão executivo de trânsito, ocorridas as hipóteses
previstas no art. 123, do CTB, quais sejam:
I - for transferida a propriedade;
Art. 233
II - o proprietário mudar o Município de domicílio ou residência;

III - for alterada qualquer característica do veículo;

IV - houver mudança de categoria

Deixar o responsável de promover a baixa do registro de veículo


Art. 240
irrecuperável ou definitivamente desmontado

Deixar de atualizar o cadastro de registro do veículo ou de


Art. 241
habilitação do condutor

Por fim, o outro caso em que não é aplicável a pontuação referente às infrações
praticadas por passageiros usuários do serviço de transporte rodoviário de
passageiros em viagens de longa distância transitando em rodovias com a utilização de
ônibus, em linhas regulares intermunicipal, interestadual, internacional e aquelas em
viagem de longa distância por fretamento e turismo ou de qualquer modalidade, excluídas
as situações regulamentadas pelo Contran, conforme disposto no art. 65, do CTB.

SUSPENSÃO DO DIREITO DE DIRIGIR


O Código de Trânsito Brasileiro estabelece em seu Art. 261 que a penalidade de
suspensão do direito de dirigir será imposta nos seguintes casos:

Página 50
I - Sempre que o infrator atingir, no período de 12 (doze) meses, a seguinte
contagem de pontos:
a) 20 (vinte) pontos, caso constem 2 (duas) ou mais infrações gravíssimas
na pontuação;
b) 30 (trinta) pontos, caso conste 1 (uma) infração gravíssima na pontuação;
e
c) 40 (quarenta) pontos, caso não conste nenhuma infração gravíssima na
pontuação;
II - Por transgressão às normas estabelecidas no CTB, cujas infrações
preveem, de forma específica, a penalidade de suspensão do direito de dirigir,
ou seja, infrações mandatórias.

Os prazos para aplicação da penalidade de suspensão do direito de dirigir são os


seguintes:
I - quando decorrente do acúmulo de pontos: de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e,
no caso de reincidência no período de 12 (doze) meses, de 8 (oito) meses a 2
(dois) anos;

II - quando em razão de infrações mandatórias: de 2 (dois) a 8 (oito) meses,


exceto para as infrações com prazo descrito no dispositivo infracional, e, no
caso de reincidência no período de 12 (doze) meses, de 8 (oito) a 18 (dezoito)
meses, respeitada a possibilidade de redundar na cassação do documento de
habilitação.

A Carteira Nacional de Habilitação será devolvida a seu titular imediatamente após


cumprida a penalidade de suspensão do direito de dirigir e realizado o curso de
reciclagem.
Quando for imposta a penalidade de suspensão do direito de dirigir pelo acúmulo de
pontos, eles serão eliminados para fins de contagem subsequente.
No caso do condutor que exerce atividade remunerada ao veículo, a penalidade de
suspensão do direito de dirigir por acúmulo de pontos será imposta quando o infrator
atingir o limite de 40 (quarenta) pontos.
Independentemente da natureza das infrações cometidas, será facultado ao condutor
participar de curso preventivo de reciclagem sempre que, no período de 12 (doze) meses,
atingir 30 (trinta) pontos, conforme regulamentação do Contran. O motorista que optar pelo
referido curso não poderá fazer nova opção no período de 12 (doze) meses.

Página 51
O condutor que, notificado da penalidade de suspensão do direito de dirigir conduzir
veículo automotor em via pública, incorrerá na infração de dirigir veículo com a CNH,
permissão para dirigir ou ACC, cassada ou suspensa (prevista no inciso II, do art. 162, do
CTB).
O processo de suspensão do direito de dirigir pelo cometimento de infração mandatória
deverá ser instaurado concomitantemente ao processo de aplicação da penalidade de
multa, e ambos serão de competência do órgão ou entidade responsável pela aplicação da
multa, na forma definida pelo Contran.

CASSAÇÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO


Ocorrerá a cassação do documento de habilitação:
I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator conduzir qualquer veículo;
II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses, das seguintes infrações:

ENQUADRAMENTO NO DESCRIÇÃO DA INFRAÇÃO


CTB

Dirigir veículo com Carteira Nacional de Habilitação ou


Art. 162, III Permissão para Dirigir de categoria diferente da do
veículo que esteja conduzindo

Entregar a direção do veículo a pessoa nas condições


Art. 163
previstas no Art. 162

Permitir que pessoa nas condições referidas nos incisos


Art. 164 do art. 162 tome posse do veículo automotor e passe a
conduzi-lo na via

Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra


Art. 165
substância psicoativa que determine dependência

Art. 173 Disputar corrida

Promover, na via, competição, eventos organizados,


exibição e demonstração de perícia em manobra de
Art. 174 veículo, ou deles participar, como condutor, sem
permissão da autoridade de trânsito com circunscrição
sobre a via

Art. 175 Utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir manobra

Página 52
perigosa, mediante arrancada brusca, derrapagem ou
frenagem com deslizamento ou arrastamento de pneus

III - quando condenado judicialmente por delito de trânsito, observado o


disposto no art. 160, do CTB.

Decorridos dois anos da cassação da Carteira Nacional de Habilitação, o infrator poderá


requerer sua reabilitação, submetendo-se a todos os exames necessários à habilitação, na
forma estabelecida pelo Contran, ou seja, deve refazer todo o processo de formação de
condutor.
Se for constatada, em processo administrativo, a irregularidade na expedição do
documento de habilitação, a autoridade expedidora promoverá o seu cancelamento.

CURSO DE RECICLAGEM
O infrator será submetido a curso de reciclagem, na forma estabelecida pelo
CONTRAN:

I - quando suspenso do direito de dirigir;


II - quando se envolver em acidente grave para o qual haja contribuído,
independentemente de processo judicial;
III - quando condenado judicialmente por delito de trânsito; e
IV - a qualquer tempo, se for constatado que o condutor está colocando em risco a
segurança do trânsito.

ATENÇÃO

Voltar a conduzir veículo automotor antes de realizar o curso de reciclagem


implicará nas sanções previstas no Art. 162, VII, do CTB, que é gravíssima.

REGISTRO NACIONAL POSITIVO DE CONDUTORES

Página 53
Recentemente foi criado o Registro Nacional Positivo de Condutores (RNPC), o qual pode
beneficiar os condutores que tenham um bom comportamento no trânsito, ou seja, não
tenham cometido nos últimos 12 (doze) meses infração de trânsito sujeita à pontuação,
conforme regulamentação do Contran. Entretanto, para fazer parte do Cadastro o condutor
tem que autorizar que seu nome entre nesse registro, o qual é administrado pela Senatran,
atualizado mensalmente e poderá ser consultado por qualquer cidadão.

A exclusão do RNPC ocorrerá:


I - por solicitação do cadastrado;
II - quando for atribuída ao cadastrado pontuação por infração;
III - quando o cadastrado tiver o direito de dirigir suspenso;
IV - quando a Carteira Nacional de Habilitação do cadastrado estiver cassada
ou com validade vencida há mais de 30 (trinta) dias;
V - quando o cadastrado estiver cumprindo pena privativa de liberdade.

SAIBA MAIS
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão utilizar o
RNPC para conceder benefícios fiscais ou tarifários aos condutores
cadastrados, na forma da legislação específica da cada ente da Federação.

CRIMES DE TRÂNSITO
O Código de Trânsito Brasileiro, atento à realidade de violência e impunidade que reinava
nas vias terrestres abertas à circulação em território nacional, onde continua sendo comum
a prática de atos que, não raro, acabam por levar à morte pessoas inocentes, tratou de
tipificar condutas que, acaso praticadas na direção de veículos, serão consideradas como
crimes de trânsito.

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabeleceu que constitui crime de trânsito:

HOMICÍDIO CULPOSO DE TRÂNSITO


Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor tem uma pena de detenção, de
dois a quatro anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação
para dirigir veículo automotor.
Esta pena poderá ser aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o condutor:

Página 54
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do
acidente;
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de
passageiros.
Além disso, se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de
qualquer outra substância psicoativa que determine dependência:

Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a


permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Outro aspecto relevante é que ao cometer o homicídio culposo sob a influência de álcool
ou de qualquer outra substância que determine dependência, não pode trocar a pena
privativa de liberdade por uma restritiva de direito.

LESÃO CORPORAL CULPOSA DE TRÂNSITO


Aquele que pratica lesão corporal culposa na direção de veículo automotor poderá ter uma
pena de detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Além disso, a pena será aumentada de 1/3 (um terço) à metade se ocorrer qualquer das
hipóteses apresentadas anteriormente para o crime de homicídio de trânsito.
Caso a lesão corporal causada seja de natureza grave ou gravíssima ou se o autor esteja
com a capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra
substância psicoativa que determine dependência, a pena será privativa de liberdade de
reclusão de dois a cinco anos (sem prejuízo das outras penas previstas) e o condutor
não poderá trocar a pena privativa de liberdade por restritiva de direito.

OMISSÃO DE SOCORRO
Somente aquele que se envolveu em acidente de trânsito pode ser o autor deste crime. Se
houve homicídio ou lesão corporal e o causador do acidente não prestar socorro, ele
responderá pelo crime correspondente (art. 302 ou 303) e sua pena será aumentada de
um terço à metade.
A pena para a omissão como crime isolado é de seis meses a um ano de detenção.

Página 55
ATENÇÃO

O CTB beneficia aquele que presta socorro, afirmando que ao condutor de


veículo, nos casos de acidente de trânsito de que resulte vítima, não se
imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e
integral socorro àquela.

A intenção do legislador ao incluir esse dispositivo no CTB é fazer com que


o causador do acidente possa permanecer no local e socorrer a vítima, sem
que sua permanência possa ser interpretada em seu desfavor.

Prestar socorro a uma vítima de acidente atende a um dos principais


objetivos da lei de trânsito, que é a preservação da vida.

FUGA DE LOCAL DO ACIDENTE


O Art. 305, do CTB, estabelece que afastar-se do local do acidente para fugir da
responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída é crime de trânsito. A
constitucionalidade deste crime é duvidosa, mas segue tendo uma pena prevista de seis
meses a um ano de detenção.

EMBRIAGUEZ OU USO DE OUTRAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS


Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência
de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência tem pena de
detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

A alteração da capacidade psicomotora será constatada por:


I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou
superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade
psicomotora.

Página 56
A verificação do estado de alteração pode ser obtida mediante teste de alcoolemia ou
toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em
direito admitidos, observado o direito à contraprova.

A Resolução Contran n° 432, de 23 de janeiro de 2013, dispôs sobre a equivalência entre


os distintos testes de alcoolemia para efeito de caracterização deste crime e reafirmou que
poderá ser empregado qualquer aparelho homologado pelo Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia - Inmetro - para se determinar a ocorrência dele. Já
para os testes toxicológicos, ainda não há regulamentação pelo Contran.

VIOLAÇÃO DA SUSPENSÃO DO DIREITO DE DIRIGIR


Já vimos as situações em que são impostas as penalidades de suspensão ou a proibição
de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor, as quais também
podem ser impostas judicialmente. Comete esse crime aquele que é flagrado na direção de
veículo automotor estando nesta condição, o qual terá uma pena é de seis meses a um
ano de detenção, com nova imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou de
proibição.

RACHA OU EXIBIÇÃO DE MANOBRA


Disputar corrida em via pública ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em
manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando
situação de risco à incolumidade pública ou privada, tem uma pena de seis meses a três
anos de detenção. Entretanto, se da prática do crime resultar lesão corporal de natureza
grave, a pena é de três a seis anos de reclusão. Se houver morte, a pena privativa de
liberdade é de reclusão de cinco a dez anos.
Temos o popularmente conhecido como crime de “racha”, praticado por dois condutores
que decidem deliberadamente disputar corrida em via pública colocando em risco à
segurança. Além do crime de "racha", aquele condutor que faz manobras arriscadas, como
por exemplo "cavalo de pau", responde por crime de trânsito.

CONDUZIR SEM HABILITAÇÃO


O CTB estabelece que é crime de trânsito dirigir veículo automotor, em via pública, sem a
devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir,
gerando perigo de dano.
Importante frisar que o crime só ocorre se a conduta gerar perigo de dano (pena de seis
meses a um ano de detenção), do contrário teremos somente a infração administrativa por

Página 57
conduzir veículo sem possuir CNH, PPD ou ACC, conforme previsto no art. 162, inciso I,
do CTB.
PERMITIR, CONFIAR OU ENTREGAR A DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR À
PESSOA INABILITADA
O simples fato de entregar o veículo a uma pessoa que não seja habilitada já configura
esse crime, que prevê pena de seis meses a um ano de detenção.

TRAFEGAR COM VELOCIDADE INCOMPATÍVEL


Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas,
hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou
onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano,
tem uma pena de seis meses a um ano de detenção.

ALTERAR CENA DE ACIDENTE


É crime de trânsito inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com
vítima, na pendência do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou
processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o
agente policial, o perito, ou juiz.
Qualquer pessoa pode cometer esse crime, que basicamente pune com pena de seis
meses a um ano de detenção aquele que mexe na cena do acidente com o intuito de
ludibriar peritos e a própria justiça.

POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DE PENA POR PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS


Para os crimes que apresentamos, nas situações em que o juiz aplicar a substituição de
pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de
serviço à comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes atividades:

I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros e em


outras unidades móveis especializadas no atendimento a vítimas de trânsito;
II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública que recebem
vítimas de acidente de trânsito e politraumatizados;
III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de acidentados de
trânsito;
IV - outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação de vítimas de
sinistros de trânsito.

Página 58
CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES

No caso do cometimento de crimes de trânsito, estes podem ser agravados em razão


da própria conduta ou comportamento daquele que praticou o crime. São
circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o
condutor do veículo cometido a infração:

● Com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano
patrimonial a terceiros;
● Utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;
● Sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
● Com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do
veículo;
● Quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de
passageiros ou de carga;
● Utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características
que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de
velocidade prescritos nas especificações do fabricante;
● Sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.

Página 59
Institui o Código de Trânsito Brasileiro no seu art. 161 que constitui infração de trânsito a
inobservância de qualquer dos seus preceitos ou da legislação complementar e que o
infrator se sujeita às penalidades, às medidas administrativas e às punições nele previstas.

Assim, apresentamos algumas das infrações mais comuns no cotidiano do condutor


brasileiro, no que diz respeito à documentação do condutor e do veículo:

Enquadramento Infração Medida


Tipificação
no CTB Penalidade Administrativa

Gravíssima
Dirigir veículo sem possuir Carteira Retenção do veículo até
Nacional de Habilitação, Permissão a apresentação de
Art. 162, I para Dirigir ou Autorização para Multa condutor habilitado
Conduzir Ciclomotor
(três vezes)

Dirigir veículo com Carteira Nacional de Gravíssima Recolhimento do


Habilitação, Permissão para Dirigir ou documento de
Art. 162, II Autorização para Conduzir Ciclomotor habilitação e retenção
cassada ou com suspensão do direito Multa do veículo até a
de dirigir apresentação de

Página 60
(três vezes) condutor habilitado

Gravíssima
Dirigir veículo com Carteira Nacional de Retenção do veículo até
Art. 162, III Habilitação ou Permissão para Dirigir a apresentação de
de categoria diferente da do veículo Multa condutor habilitado
que esteja conduzindo
(duas vezes)

Art. 162, IV VETADO

Gravíssima
Retenção do veículo até
Dirigir veículo com Carteira Nacional de
Art. 162, V Habilitação vencida há mais de 30 a apresentação de
(trinta) dia condutor habilitado
Multa

Dirigir veículo sem usar lentes Retenção do veículo até


Gravíssima
corretoras de visão, aparelho auxiliar o saneamento da
Art. 162, VI de audição, de prótese física ou as irregularidade ou
adaptações do veículo impostas por apresentação de
ocasião da concessão ou da renovação Multa
condutor habilitado
da licença para conduzir

Gravíssima
Retenção do veículo até
Dirigir veículo sem possuir os cursos
Art. 162, VII especializados ou específicos a apresentação de
obrigatórios condutor habilitado
Multa

As mesmas Retenção do veículo até


Art. 163 Entregar a direção do veículo a pessoa previstas no a apresentação de
nas condições previstas no Art. 162 Art. 162 condutor habilitado

as mesmas
Permitir que pessoa nas condições Retenção do veículo até
Art. 164 referidas nos incisos do Art. 162 tome previstas nos a apresentação de
posse do veículo automotor e passe a incisos do
condutor habilitado
conduzi-lo na via Art. 162

Página 61
Gravíssima
Art. 230, V Conduzir o veículo que não esteja Remoção do veículo
registrado e devidamente licenciado Multa

Leve

Multa Retenção do veículo até


Conduzir veículo sem os documentos
Art. 232 de porte obrigatório referidos neste a apresentação do
Obs: Não tem documento
Código cômputo de
pontos

Média
Deixar de efetuar o registro de veículo Multa
Art. 233 no prazo de trinta dias, junto ao órgão Remoção do veículo
executivo de trânsito, ocorridas as Obs: Não tem
hipóteses previstas no art. 123 cômputo de
pontos

Recusar-se a entregar à autoridade de


Gravíssima
trânsito ou a seus agentes, mediante
Art. 238 recibo, os documentos de habilitação, Remoção do veículo
de registro, de licenciamento de veículo
e outros exigidos por lei, para Multa
averiguação de sua autenticidade

Página 62
Quando proibido o estacionamento na via, a parada deverá restringir-se ao tempo
indispensável para embarque ou desembarque de passageiros, desde que não interrompa
ou perturbe o fluxo de veículos ou a locomoção de pedestres.
O condutor e os passageiros não deverão abrir a porta do veículo, deixá-la aberta ou
descer do veículo sem antes se certificar de que isso não constitui perigo para eles e para
outros usuários da via.
O embarque e o desembarque devem ocorrer sempre do lado da calçada, exceto para o,
condutor.
Em motocicletas, motonetas e ciclomotores o embarque e desembarque devem ocorrer
pelo lado da esquerda para evitar se queimar com o escapamento, com o veículo
perpendicular a via.
Para a correta interpretação das condutas que são consideradas infrações de trânsito é
fundamental a compreensão dos seguintes conceitos:
Estacionamento: imobilização de veículos por tempo superior ao necessário para
embarque ou desembarque de passageiros.
Parada: imobilização do veículo com a finalidade e pelo tempo estritamente necessário
para efetuar embarque ou desembarque de passageiros.
Circulação: movimentação de pessoas, animais e veículos em deslocamento, conduzidos
ou não, em vias públicas ou privadas abertas ao público e de uso coletivo.

Veja a seguir as infrações de estacionamento previstas no CTB:

Enquadramento Infração Medida


Tipo de estacionamento proibido
no CTB Penalidade Administrativa

Média Remoção do
Art. 181, I Nas esquinas e a menos de cinco metros do
bordo do alinhamento da via transversal Multa veículo

Leve Remoção do
Art. 181, II Afastado da guia da calçada (meio-fio) de
cinquenta centímetros a um metro Multa veículo

Grave Remoção do
Art.181, III Afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de
um metro Multa veículo

Página 63
Média Remoção do
Art. 181, IV Em desacordo com as posições estabelecidas no
CTB Multa veículo

Na pista de rolamento das estradas, das rodovias, Gravíssima Remoção do


Art. 181, V das vias de trânsito rápido e das vias dotadas de
Multa veículo
acostamento

Junto ou sobre hidrantes de incêndio, registro de Média


água ou tampas de poços de visita de galerias Remoção do
Art. 181, VI
subterrâneas, desde que devidamente Multa veículo
identificados, conforme especificação do Contran

Leve Remoção do
Art. 181, VII Nos acostamentos, salvo motivo de força maior
Multa veículo

No passeio ou sobre faixa destinada a pedestre,


sobre ciclovia ou ciclofaixa, bem como nas ilhas, Grave Remoção do
Art.181, VIII refúgios, ao lado ou sobre canteiros centrais,
Multa veículo
divisores de pista de rolamento, marcas de
canalização, gramados ou jardim público

Média Remoção do
Art. 181, IX Onde houver guia de calçada (meio-fio) rebaixada
destinada à entrada ou saída de veículos Multa veículo

Média Remoção do
Art. 181, X Impedindo a movimentação de outro veículo
Multa veículo

Grave Remoção do
Art. 181, XI Ao lado de outro veículo em fila dupla
Multa veículo

Grave Remoção do
Art. 181, XII Na área de cruzamento de vias, prejudicando a
circulação de veículos e pedestres Multa veículo

Onde houver sinalização horizontal delimitadora Média Remoção do


de ponto de embarque ou desembarque de

Página 64
Art. 181, XIII passageiros de transporte coletivo ou, na Multa veículo
inexistência desta sinalização, no intervalo
compreendido entre dez metros antes e depois do
marco do ponto

Grave Remoção do
Art. 181, XIV Nos viadutos, pontes e túneis
Multa veículo

Grave
Art. 181, XV Na contramão de direção –
Multa

Em aclive ou declive, não estando devidamente


freado e sem calço de segurança, quando se
Grave Remoção do
Art. 181, XVI tratar de veículo com peso bruto total superior a
três mil e quinhentos quilogramas Multa veículo
Obs: é proibido abandonar o calço de
segurança na via

Em desacordo com as condições regulamentadas Grave Remoção do


Art. 181, XVII especificamente pela sinalização (placa -
Multa veículo
Estacionamento Regulamentado)

Média Remoção do
Art. 181, XVIII Em locais e horários proibidos especificamente
pela sinalização (placa - Proibido Estacionar) Multa veículo

Em locais e horários de estacionamento e parada Grave Remoção do


Art. 181, XIX proibidos pela sinalização (placa - Proibido Parar
Multa veículo
e Estacionar).

Nas vagas reservadas às pessoas com deficiência Grave Remoção do


Art. 181, XX ou idosos, sem credencial que comprove tal
Multa veículo
condição

Página 65
Veja a seguir as infrações de parada previstas no CTB:

Enquadramento Infração
Tipo de estacionamento proibido
no CTB Penalidade

Média
Art. 182, I Nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do
alinhamento da via transversal Multa

Leve
Art. 181, II Afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta
centímetros a um metro Multa

Média
Art. 182, III Afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um metro
Multa

Leve
Art. 182, IV Em desacordo com as posições estabelecidas no CTB
Multa

Grave
Art. 182, V Na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias de
trânsito rápido e das vias dotadas de acostamento Multa

No passeio ou sobre faixa destinada a pedestres, nas ilhas, Leve


Art. 182, VI refúgios, canteiros centrais e divisores de pista de rolamento e
Multa
marcas de canalização

Média
Art. 182, VII Na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação de
veículos e pedestres Multa

Média
Art. 182, VIII Nos viadutos, pontes e túneis
Multa

Média
Art. 182, IX Na contramão de direção
Multa

Página 66
Média
Art. 182, X Em local e horário proibidos especificamente pela sinalização
(placa - Proibido Parar) Multa

Grave
Art. 182, XI Sobre ciclovia ou ciclofaixa
Multa

Média
Art. 183 Parar o veículo sobre a faixa de pedestres na mudança de sinal
luminoso Multa

Perceba que para as infrações relacionadas à parada não há previsão de aplicação


de medida administrativa.

Veja a seguir algumas infrações por circulação em desacordo com o CTB:

Enquadramento Infração Medida


Tipo de estacionamento proibido
no CTB Penalidade Administrativa

Transitar com o veículo na faixa ou pista da


direita, regulamentada como de circulação Leve
Art. 184, I exclusiva para determinado tipo de veículo, –
Multa
exceto para acesso a imóveis lindeiros ou
conversões à direita

Transitar com o veículo na faixa ou pista da Grave


Art. 184, II esquerda regulamentada como de circulação –
Multa
exclusiva para determinado tipo de veículo

Transitar com o veículo na faixa ou via de trânsito


exclusivo, regulamentada com circulação Gravíssima Remoção do
Art. 184, III
destinada aos veículos de transporte público Multa veículo
coletivo de passageiros, salvo casos de força
maior e com autorização do poder público

Página 67
competente

Quando o veículo estiver em movimento, deixar


de conservá-lo:

I - na faixa a ele destinada pela sinalização de Média


Art. 185, I e II regulamentação, exceto em situações de –
emergência; Multa

II - nas faixas da direita, os veículos lentos e de


maior porte

Transitar pela contramão de direção em vias com


duplo sentido de circulação, exceto para Grave
Art. 186, I ultrapassar outro veículo e apenas pelo tempo –
Multa
necessário, respeitada a preferência do veículo
que transitar em sentido contrário

Transitar pela contramão de direção em vias com Gravíssima


Art. 186, II sinalização de regulamentação de sentido único –
Multa
de circulação

Transitar em locais e horários não permitidos pela Média


Art. 187, I regulamentação estabelecida pela autoridade –
Multa
competente

Média
Art. 188 Transitar ao lado de outro veículo, interrompendo –
ou perturbando o trânsito Multa

Deixar de dar passagem aos veículos precedidos


de batedores, de socorro de incêndio e
salvamento, de polícia, de operação e Gravíssima
Art. 189 fiscalização de trânsito e às ambulâncias, quando –
Multa
em serviço de urgência e devidamente
identificados por dispositivos regulamentados de
alarme sonoro e iluminação intermitente

Art. 190 Seguir veículo em serviço de urgência, estando Grave –


este com prioridade de passagem devidamente

Página 68
identificada por dispositivos regulamentares de Multa
alarme sonoro e iluminação intermitente

Gravíssima

multa (dez
vezes) e
suspensão
do direito
Forçar passagem entre veículos que, transitando de dirigir
Art. 191 em sentidos opostos, estejam na iminência de –
Obs: Aplica-
passar um pelo outro ao realizar operação de se em dobro a
ultrapassagem multa prevista
no caput em
caso de
reincidência
no período de
até 12 meses
da infração

Deixar de guardar distância de segurança lateral


e frontal entre o seu veículo e os demais, bem Grave
Art. 192 como em relação ao bordo da pista, –
considerando-se, no momento, a velocidade, as Multa
condições climáticas do local da circulação e do
veículo

Gravíssima
Transitar com o veículo em calçadas, passeios,
passarelas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, Multa
Art. 193 ajardinamentos, canteiros centrais e divisores de –
pista de rolamento, acostamentos, marcas de (Três
canalização, gramados e jardins públicos vezes)

Transitar em marcha à ré, salvo na distância Grave


Art. 194 necessária a pequenas manobras e de forma a –
Multa
não causar riscos à segurança

Art. 250, I e III


Quando o veículo estiver em movimento: Média –
Obs: Inciso II

Página 69
foi revogado I - deixar de manter acesa a luz baixa:

a) durante a noite; Multa

b) de dia, em túneis e sob chuva, neblina ou


cerração;

c) de dia, no caso de veículos de transporte


coletivo de passageiros em circulação em faixas
ou pistas a eles destinadas;

d) de dia, no caso de motocicletas, motonetas e


ciclomotores;

e) de dia, em rodovias de pista simples situadas


fora dos perímetros urbanos, no caso de veículos
desprovidos de luzes de rodagem diurna;

III - deixar de manter a placa traseira iluminada, à


noite;

Quando o veículo estiver em movimento deixar o Gravíssima Retenção do


Art. 250, IV veículo de transporte público coletivo de veículo até a
passageiros ou de escolares de manter a porta Multa regularização
fechada

Página 70
O Código de Trânsito Brasileiro deixa claro em seu artigo 3º que a sua abrangência não se
restringe apenas aos condutores e proprietários de veículos brasileiros, sendo válido para
estrangeiros e outras pessoas nele mencionadas.
Neste contexto, o CTB estabelece em seu art. 254 que o pedestre poderá estar sujeito a
uma infração leve, punível com uma multa de 50% do valor desta infração, quando:
I - permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto para cruzá-las onde for permitido;
II - cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou túneis, salvo onde exista
permissão;
III - atravessar a via dentro das áreas de cruzamento, salvo quando houver sinalização
para esse fim;
IV - utilizar-se da via em agrupamentos capazes de perturbar o trânsito, ou para a prática
de qualquer folguedo, esporte, desfiles e similares, salvo em casos especiais e com a
devida licença da autoridade competente;
V - andar fora da faixa própria, passarela, passagem aérea ou subterrânea;
VI - desobedecer à sinalização de trânsito específica;

Página 71
Já para os ciclistas o CTB definiu apenas uma infração de trânsito referente à conduta de
conduzir bicicleta em passeios onde não seja permitida a circulação desta, ou de forma
agressiva, a qual é uma infração média, com penalidade de multa e a possibilidade de
remoção da bicicleta.
Veja na figura abaixo algumas dicas de comportamento para a perfeita convivência entre
veículos automotores e ciclistas na via pública.

Página 72
Regras gerais de estacionamento, parada, conduta
e circulação

Antes de colocar o veículo em circulação, o condutor deve verificar as boas condições de


funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório, bem como assegurar-se da
existência de combustível suficiente para chegar ao local de destino. Ter o veículo parado
na pista para reparo (salvo nos casos de impedimento total e desde que o veículo esteja
devidamente sinalizado) ou por falta de combustível são infrações.
Além disso, o condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o
com atenção e cuidado, zelando pela segurança. O ideal é que o calçado tenha um solado
fino, não saia do pé, não escorregue e permita ao motorista sentir bem os pedais. Até
mesmo os cadarços de tênis merecem atenção, devendo estar sempre bem amarrados.
Saltos altos, plataformas ou sandálias não são os mais adequados, podendo atrapalhar o
movimento dos pés.

A circulação será feita pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções devidamente
sinalizadas. O condutor deve respeitar as faixas da direita destinadas aos veículos mais
lentos e de maior porte (quando não houver faixa especial para estes), e, as da esquerda à
ultrapassagem e aos veículos de maior velocidade, além de manter distância segura. Caso
contrário, fica sujeito à multa.

Página 73
Fique atento à sinalização, pois transitar na faixa ou pista de circulação exclusiva de outros
veículos é considerada uma infração, estando o infrator sujeito a multa, além da apreensão
e remoção do veículo.
Veja a seguir algumas infrações por desobediência às normas gerais de circulação e
conduta previstas no CTB:

Enquadramento Infração Medida


Tipo de estacionamento proibido
no CTB Penalidade Administrativa

Retenção do
Grave veículo até que
Art. 167 Deixar o condutor ou passageiro de usar o
cinto de segurança Multa a irregularidade
seja sanada

Retenção do
Transportar crianças em veículo automotor Gravíssima veículo até que
Art. 168 sem observância das normas de segurança
Multa a irregularidade
especiais estabelecidas neste Código seja sanada

Gravíssima

Multa

(cinco vezes)
Ultrapassar pela contramão outro veículo
Art. 203, V onde houver marcação viária longitudinal de –
divisão de fluxos opostos do tipo linha dupla
contínua ou simples contínua amarela Obs: Aplica-se em
dobro a multa
prevista no caput em
caso de reincidência
no período de até 12
(doze) meses da
infração anterior

Grave Retenção do
Conduzir pessoas, animais ou carga nas
Art. 235 partes externas do veículo, salvo nos casos veículo para
Multa transbordo
devidamente autorizados

Página 74
ULTRAPASSAGEM
A ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá ser feita pela esquerda e antes de
efetuar uma ultrapassagem o condutor deve certificar-se de que:
● Nenhum condutor que venha atrás haja começado uma manobra para ultrapassá-lo;
● Quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indicado o propósito de
ultrapassar um terceiro;
● A faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa extensão suficiente para que sua
manobra não ponha em perigo ou obstrua o trânsito que venha em sentido
contrário.

ATENÇÃO

O condutor que tenha o propósito de ultrapassar um veículo de transporte


coletivo que esteja parado, efetuando embarque ou desembarque de
passageiros, deverá reduzir a velocidade, dirigindo com atenção
redobrada ou parar o veículo com vistas à segurança dos pedestres.

Quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem de local não
sinalizado, terá preferência de passagem:
● No caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver
circulando por ela;
● No caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;

Página 75
● Nos demais casos, o que vier pela direita do condutor.

ULTRAPASSAGEM USO DA BUZINA


O condutor de veículo só poderá fazer uso de buzina, desde que
em toque breve, nas seguintes situações:
● Para fazer as advertências necessárias a fim de evitar sinistros;
● Fora das áreas urbanas, quando for conveniente advertir um condutor de que se
tem o propósito de ultrapassá-lo.

Página 76
O USO DO PISCA-ALERTA
O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes situações:
● Em imobilizações ou situações de emergência;
● Quando a regulamentação da via assim o determinar.

O USO DE LUZES EM VEÍCULO


O uso de luzes em veículo obedecerá às seguintes determinações:
I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo, utilizando luz baixa, durante à noite e
mesmo durante o dia, nos túneis e sob chuva, neblina ou cerração;

ATENÇÃO

Em rodovias de pista simples situadas fora dos perímetros urbanos,


mesmo durante o dia deverão manter os faróis acesos, caso o veículo não
tenha luz de rodagem diurna.

II - nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz alta, exceto ao cruzar com outro
veículo ou ao segui-lo;
III - a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e por curto período de tempo, com o
objetivo de advertir outros motoristas, só poderá ser utilizada para indicar a intenção de

Página 77
ultrapassar o veículo que segue à frente ou para indicar a existência de risco à segurança
para os veículos que circulam no sentido contrário;

IV - O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes situações:


a) em imobilizações ou situações de emergência;
b) quando a regulamentação da via assim o determinar;
V - durante à noite, em circulação, o condutor manterá acesa a luz de placa;
VI - o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de posição quando o veículo estiver
parado para fins de embarque ou desembarque de passageiros e carga ou descarga de
mercadorias.

Ainda é importante ressaltar que os veículos de transporte coletivo de passageiros, quando


circularem em faixas ou pistas a eles destinadas, e as motocicletas, motonetas e
ciclomotores deverão utilizar-se de farol de luz baixa durante o dia e à noite.

REGRAS DE MUDANÇA DE DIREÇÃO


Nas vias providas de acostamento, a conversão à esquerda e a operação de retorno
deverão ser feitas nos locais apropriados e, onde estes não existirem, o condutor deverá
aguardar no acostamento, à direita, para cruzar a pista com segurança.

Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via ou em lotes lindeiros, o condutor


deverá:
I - ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o máximo possível do bordo direito da pista
e executar sua manobra no menor espaço possível;
II - ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o máximo possível de seu eixo ou da
linha divisória da pista, quando houver, caso se trate de uma pista com circulação nos dois
sentidos, ou do bordo esquerdo, tratando-se de uma pista de um só sentido.
Durante a manobra de mudança de direção, o condutor deverá ceder passagem aos
pedestres e ciclistas, aos veículos que transitem em sentido contrário pela pista da via da
qual vai sair, respeitadas as normas de preferência de passagem.

Nas vias urbanas, a operação de retorno deverá ser feita nos locais para isto
determinados, quer por meio de sinalização, quer pela existência de locais apropriados, ou,
ainda, em outros locais que ofereçam condições de segurança e fluidez, observadas as
características da via, do veículo, das condições meteorológicas e da movimentação de
pedestres e ciclistas.

Página 78
CLASSIFICAÇÃO DE VIAS
As vias abertas à circulação, de acordo com sua utilização, classificam-se em vias urbanas
e rurais.
São vias urbanas as de trânsito rápido, arterial, coletora e local. Enquanto as vias rurais
são as estradas e rodovias.
De acordo com o Anexo I do CTB, a definição de cada uma dessas vias é a seguinte:

VIA DE TRÂNSITO RÁPIDO: aquela caracterizada por acessos especiais com trânsito
livre, sem interseções em nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem
travessia de pedestres em nível.

VIA ARTERIAL: aquela caracterizada por interseções em nível, geralmente controlada por
semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais,
possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade.

Página 79
VIA COLETORA: aquela destinada a coletar e distribuir o trânsito que tenha necessidade
de entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais, possibilitando o trânsito dentro das
regiões da cidade.

VIA LOCAL: aquela caracterizada por interseções em nível não semaforizadas, destinada
apenas ao acesso local ou a áreas restritas.

RODOVIA: via rural pavimentada.

ESTRADA: via rural não pavimentada.

Página 80
VELOCIDADES PERMITIDAS
A velocidade máxima permitida nessas vias quando NÃO houver sinalização indicando a
velocidade será:

VIA DE TRÂNSITO RÁPIDO 80 km/h

VIA ARTERIAL 60 km/h

VIA COLETORA 40 km/h

VIA LOCAL 30 km/h

NAS RODOVIAS DE PISTA DUPLA

AUTOMÓVEIS
CAMIONETAS 110 km/h
CAMINHONETES
MOTOCICLETAS

DEMAIS VEÍCULOS 90 km/h

NAS RODOVIAS DE PISTA SIMPLES

AUTOMÓVEIS
CAMIONETAS 100 km/h
CAMINHONETES
MOTOCICLETAS

DEMAIS VEÍCULOS 90 km/h

NAS ESTRADAS 60 km/h

Página 81
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA E
NORMAS SOBRE TRANSPORTE DE
PRODUTOS PERIGOSOS
Cargas de produtos perigosos – conceito,
considerações e exemplos
Qual a diferença entre carga perigosa e produto perigoso?
Carga perigosa pode representar qualquer carregamento mal estivado ou acondicionado
em um veículo (por exemplo, transporte de toras e madeira bruta) capaz de provocar um
acidente, devido ao risco de queda ou tombamento, porém, sem colocar a população ou o
meio ambiente em condição de risco direto de explosão, incêndio, intoxicação ou radiação
em razão de suas características.
Já no carregamento constituído por produtos perigosos para fins de transporte a condição
é diferente, em função de suas características físicas e químicas, tais como: explosividade,
inflamabilidade, toxicidade, radioatividade. Na ocorrência de um acidente esses produtos
perigosos podem colocar em risco a saúde das pessoas, a segurança pública e o meio
ambiente devido as características apresentadas.
Como exemplo, imagine o transporte de óleo diesel (nº ONU 1202) realizado em um
caminhão tanque da refinaria até um posto de combustível para revenda. Se no trajeto
ocorrer um acidente, além das intervenções necessárias para o atendimento do acidente
de trânsito, teremos as medidas de enfrentamento à emergência com o produto
transportado, pois, em caso de vazamento teremos o risco de inflamabilidade do produto
associado ao dano ambiental ao solo ou a algum recurso hídrico, caso existente no local
do acidente.
Deste modo, conhecer o produto, suas peculiaridades e características faz toda a diferença
para o profissional do volante, exigindo que o condutor esteja bem-preparado para o
transporte e as empresas adotem todas as medidas necessárias de prevenção para evitar
ocorrências envolvendo o transporte de produtos perigosos.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT, através da Resolução ANTT nº
5.998/2022 define o que é produto perigoso, assim como especifica quais são classificados
para o transporte.
“Produto Perigoso – significa produto que tenha potencial de causar
dano ou apresentar risco à saúde, segurança e meio ambiente,
classificado conforme os critérios estabelecidos neste Regulamento e
no Manual de Ensaios e Critérios publicado pela ONU.”

Página 82
Como podemos observar, para fins de transporte, não basta ter características física e
químicas, o produto deve estar classificado conforme critérios estabelecidos no
Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e nas suas Instruções
Complementares.

Como funciona essa classificação?


A classificação de um produto ou artigo como perigoso para fins de transporte deve ser
feita pelo seu fabricante ou expedidor, orientado pelo fabricante, ou ainda, pela autoridade
competente, quando aplicável, tomando como base as características físicas e químicas do
produto, alocando-o em uma das nove classes ou subclasses descritas no Regulamento
para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e nas suas Instruções
Complementares.
Com o objetivo de dar a você aluno uma compreensão sobre o tema, separamos as nove
classes de acordo com a cor característica da simbologia vinculada. Desta forma, você
perceberá facilmente cada classe e suas características físicas e químicas e, ainda, estará
associando a cor de cada classe quando visualizar a simbologia nos veículos que
transportam produtos perigosos ou nas embalagens de tais produtos.

Essas classes e subclasses são:

CLASSE 1 – EXPLOSIVOS

A classe de risco dos produtos explosivos é subdivida em 6 subclasses, existindo 13


grupos de compatibilidade química (Grupo “A” a “S”). Ou seja, além do transporte de
explosivos, o transportador deverá observar se o explosivo transportado não é
incompatível com outro explosivo que se pretende transportar.
Na prática, deverá observar a compatibilidade química entre os produtos transportados
para a correta realização deste tipo de transporte. É importante que se verifique essa
compatibilidade, visando não colocar no mesmo carregamento produtos incompatíveis que
possam gerar extremos riscos à segurança pública, a saúde das pessoas e ao meio
ambiente.
Todavia, conforme prevê a ABNT-NBR 14619, se os explosivos incompatíveis forem
colocados em uma caixa de segurança (cofre de carga para explosivos), não haverá
incompatibilidade química neste transporte.
A caixa de segurança possui características, dentre elas: deve possuir fecho e ser
construída com uma blindagem em chapa de aço, ter revestimento térmico e revestimento
interno de madeira compensada. No transporte, a caixa de segurança deve ficar

Página 83
posicionada em local de fácil acesso, próximo à porta ou tampa da carroceria e afixada de
modo a não se deslocar durante o transporte.

Caixa cofre no compartimento de carga para o transporte de explosivos

Outra possibilidade de acondicionamento são os compartimentos de segurança para


explosivos, os quais também devem ser projetados com as especificações parecidas com
as da caixa de segurança, a diferença é que o acesso ao compartimento se dá pela lateral
do veículo.

Compartimento de segurança na lateral para o transporte de explosivos

Em ambos os compartimentos é proibida a colocação de outros materiais, pois estes locais


são projetados para dissipar uma eventual onda de choque provocada por uma explosão e
devem estar livres para cumprir essa função diante de um eventual acidente.
Consigna-se ainda, que é proibido o transporte de qualquer tipo de substância ou artigo
explosivo da classe 1 com produtos perigosos das demais classes de risco na mesma
unidade de transporte (carroceria), independentemente de estarem ou não contidos em um
ou mais cofres distintos. Entretanto, a depender do produto e classe de risco a ABNT-NBR
14619 traz algumas exceções que permitem o transporte concomitante.

Página 84
Neste norte, a consulta ao contido na legislação que trata do tema é fundamental se você
for realizar este tipo de transporte.
Além disso, o transportador deve verificar a necessidade de licença/autorização ambiental
para efetuar o transporte, assim como, autorização do Exército Brasileiro, visando um
transporte seguro e de acordo com as normas vigentes.

É muito importante ter esse cuidado adicional quando se pretende transportar


produtos explosivos.

Na unidade 4 abordaremos ainda mais esse tema.

Vamos conhecer as subclasses das substâncias e artigos explosivos?

Subclasse 1.1: Substâncias e artigos com risco de explosão em massa (exemplo:


nitroglicerina insensibilizada - ONU 0143);
Subclasse 1.2: Substâncias e artigos com risco de projeção, mas sem risco de
explosão em massa (exemplo: minas com carga de ruptura - ONU 0294);
Subclasse 1.3: Substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco de
explosão ou de projeção, ou ambos, mas sem risco de explosão em massa (exemplo:
cartuchos para sinalização - ONU 0054);
Subclasse 1.4: Substâncias e artigos que não apresentam risco significativo
(exemplo: cordel acendedor - ONU 0066);
Subclasse 1.5: Substâncias muito insensíveis, com risco de explosão em massa
(exemplo: explosivos de demolição tipo B - ONU 0331);
Subclasse 1.6: Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em
massa (exemplo: artigos explosivos extremamente insensíveis - ONU 0486).

Página 85
CLASSE 2 – GASES

A classe de risco dos gases apresenta três subclasses, cada qual com sua característica,
devemos observar a reação de cada produto para entender em qual subclasse este estará
classificado, assim como, realizar a consulta na relação de produtos perigosos.

Subclasse 2.1: Gases inflamáveis (exemplo: butano - ONU 1011, GLP - ONU 1075);

Subclasse 2.2: Gases não-inflamáveis, não-tóxicos (exemplo: ar comprimido - ONU


1002);

Subclasse 2.3: Gases tóxicos exemplo: (exemplo: amônia anidra - ONU 1005, cloro
– ONU 1017);

CLASSE 3 – LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS

A classe de risco dos líquidos inflamáveis representa a maior movimentação de produtos


perigosos do Brasil, pois, nela estão inclusos produtos que são utilizados no dia a dia das
pessoas.

Já pensou determinado município ficar sem combustível nos postos de


abastecimento?
Vivenciamos essa realidade há pouco tempo e a situação ocorreu em razão de movimento
paredista de reinvindicações por melhores condições de trabalho para o segmento de
transporte. A realidade vivenciada impactou diretamente na movimentação de
hidrocarbonetos ou mais conhecidos popularmente como combustíveis para o
abastecimento de veículos e equipamentos, tais como: gasolina (ONU 1203). Etanol (ONU
1170), óleo diesel (ONU 1202), mistura de etanol e combustível para motores (ONU 3475),
dentre outros.
Estes produtos estão classificados na classe dos líquidos inflamáveis e são utilizados
diariamente para abastecer veículos no Brasil. Temos ainda, tintas, seus derivados, assim
como outros produtos alocados nesta classe.
Deste modo, é muito comum visualizarmos nas vias urbanas e rodovias brasileiras
veículos transportando tais produtos ostentando a simbologia da classe de líquidos
inflamáveis.

Página 86
CLASSE 4 – SÓLIDOS INFLAMÁVEIS

Informa-se ainda, que esta classe não possui subdivisão.


A classe de risco dos sólidos inflamáveis apresenta três subclasses, cada qual com sua
característica, devemos observar a reação de cada produto para entender em qual
subclasse este estará classificado, assim como realizar a consulta na relação de produtos
perigosos.

Subclasse 4.1: Sólidos inflamáveis, substâncias autorreagentes e explosivos


sólidos insensibilizados (exemplo: enxofre - ONU 1350, magnésio - ONU 1869)

Subclasse 4.2:
4.2:Substâncias
Substânciassujeitas
sujeitas à combustão
à combustão espontânea
espontânea (exemplo:
(exemplo: carvão
carvão de de
tóxicos (exemplo: amônia anidra - ONU 1005, cloro - ONU 1017).
origem animal ou vegetal - ONU 1361, sulfeto de sódio anidro - ONU 1385);

Subclasse 4.3: Substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis
(exemplo: fosfeto de cálcio - ONU 1360, fosfeto de alumínio - ONU 1397, carbureto de
cálcio - ONU 1402).

CLASSE 5 – SUBSTÂNCIAS OXIDANTES E PERÓXIDOS ORGÂNICOS

A classe de risco das substâncias oxidantes e dos peróxidos orgânicos apresenta duas
subdivisões, cada qual com sua característica, devemos, portanto, observar a reação de
cada produto, realizar as devidas consultas para entender em qual subclasse o produto
estará classificado.
Cabe destacar ainda, que essa classe tem por característica o rótulo de risco, que
estudaremos mais adiante, trazer no seu vértice o número completo da subclasse que
pertence. As demais classes, por exemplo, sempre trarão o número principal. Deste modo,
tendo por exemplo um produto aerossol – ONU 1950, gás inflamável da subclasse 2.1. O
rótulo de risco fixado no veículo ou na embalagem irá trazer apenas a informação “2” no

Página 87
vértice e a cor vermelha indicará que é um rótulo de risco da classe 2 gases e subclasse
dos gases inflamáveis.

Já a classe 5, traz informação diferente, quando é fixada a simbologia rótulo de risco no


veículo ou na embalagem, o seu vértice trará o informe “5.1” ou “5.2” com a cor totalmente
amarela para as substâncias oxidantes e vermelha e amarela para os peróxidos orgânicos.

Subclasse 5.1: Substâncias oxidantes (exemplo: nitrato de potássio – ONU 1486,


permanganato de potássio – ONU 1490);

Subclasse 4.2:
5.2: Substâncias sujeitas à
Peróxidos orgânicos combustão
(exemplo: espontânea
peróxido (exemplo:
orgânico carvão–de orig
tipo B líquido
Substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis (exemplo: fosfeto de
ONU 3101, peróxido orgânico tipo C – ONU 3104).
cálcio

CLASSE 6 – SUBSTÂNCIAS TÓXICAS E INFECTANTES

A classe de risco das substâncias tóxicas e infectantes apresenta duas subdivisões, cada
qual com sua característica, devemos, portanto, observar a reação de cada produto,
realizar as devidas consultas para entender em qual subclasse o produto será classificado.
Podemos ainda destacar que ambas as subclasses são responsáveis por movimentação
expressiva de produtos perigosos no Brasil.
As substâncias tóxicas em sua grande maioria movimentam o transporte de agrotóxicos,
responsáveis por combater as ervas daninhas na lavoura. Interessante destacar, que nem
todos os agrotóxicos são classificados como produtos perigosos.
Sendo assim, antes da realização do transporte de tais produtos, devemos consultar a
documentação disponibilizada, as embalagens, visando identificar se o produto é
classificado ou não.
Por outro lado, não menos importante, temos o transporte de substâncias infectantes, as
quais também há uma movimentação significativa, pois há o transporte de material
biológico que gera muitas dúvidas a você aluno, principalmente se for direcionar suas
atividades laborais para este setor.
Nos últimos anos, muito em razão da intensificação de exames laboratoriais dos mais
diversos, em especial, a coleta de amostras para verificar a questão de pacientes estarem
sob a influência do vírus relacionado ao covid-19, ocorreu aumento significativo da

Página 88
demanda neste setor e, consequentemente, o transporte destas amostras biológicas para
teste.
Nesse sentido, em que pese estarmos apresentando as mais diferentes classes,
estaremos também mais a frente, indicando o que deve ser atendido, conforme legislação
vigente, visando a realização do transporte destes materiais com segurança e nas
condições previstas no Regulamento de Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos
atualizado pela Resolução ANTT nº 5.998/2022.

Subclasse 6.1: Substâncias tóxicas (exemplo: cianeto de hidrogênio estabilizado - ONU


1051, álcool alílico - ONU 1098, arsênio - ONU 1558).

Subclasse 6.2: Substâncias infectantes (exemplo: substância infectante, que afeta seres
humanos - ONU 2814, resíduos clínicos inespecíficos, N.E. - ONU 3291).

CLASSE 7 – MATERIAIS RADIOATIVOS

A classe de risco dos materiais radioativos aborda produtos que podem através das
partículas radioativas gerar contaminação em pessoas expostas a tais substâncias.
Deste modo, é um transporte especial que em muitas oportunidades requer a observância
de normativas da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN.
Ademais, ao contrário de outras classes de risco, é possível a realização do transporte de
produtos radioativos em veículos da espécie automóvel.
Deste modo, quem for realizar esse transporte deve estar atento a exposição a
radioatividade, realizar as verificações necessárias durante o trajeto e ao mesmo tempo
observar se a embalagem que acondiciona a substância radioativa está em perfeitas
condições. Para este tipo de transporte, conforme o risco, existe a sinalização específica
para o veículo e para a embalagem.
Para esta última na simbologia consta a informação do grupo de risco que pertence
Não há subdivisões nesta classe, mas, há características do produto e divisões por grupo
de embalagem conforme o risco do produto que está sendo transportado.

Página 89
CLASSE 8 – SUBSTÂNCIAS CORROSIVAS

A classe de risco das substâncias corrosivas também é outra que abrange grande
movimentação de produtos perigosos no Brasil.
Temos diversos produtos perigosos classificados nesta classe, tais como: cloro, ácidos,
bases que são utilizados para diversas atividades na indústria, sendo, portanto, classe de
risco com intensa circulação nas vias urbanas e rodovias brasileiras.
É importante ter atenção especial quando for realizar o transporte desses produtos, pois, o
contato direto do produto com os tecidos vivos: mãos, braços, pernas, olhos podem causar
severas queimaduras e a destruição desses tecidos com danos irreversíveis.
Deste modo, devemos usar materiais adequados para lidar com as substâncias corrosivas,
tais como: luvas compatíveis, óculos de proteção, vestimentas que absorvam o produto
sem que deixe que este chegue à pele, dentre outros itens recomendados.
Dentre os exemplos, podemos destacar: ácido fórmico - ONU 1779, ácido clorídrico - ONU
1789, hipoclorito solução - ONU 1791, hidróxido de sódio solução - ONU 1824.
Essa classe não traz subdivisões, todos os produtos classificados são considerados
substâncias corrosivas.

CLASSE 9 – SUBSTÂNCIAS E ARTIGOS PERIGOSOS DIVERSOS, INCLUINDO AS


SUBSTÂNCIAS QUE REPRESENTAM RISCO AO MEIO AMBIENTE

A classe de risco das substâncias e artigos perigosos diversos, incluindo as substâncias


que representam risco ao meio ambiente também é uma classe importante, uma vez que
nela estão contidos os produtos diversos que não foram classificados em nenhuma outra
classe ou que as propriedades físicas e químicas não indicam classificação em
determinada classe de produtos perigosos.
Neste norte, os produtos classificados nesta classe devem portar afixados ao veículo
simbologia indicando a classe “9” com listras pretas.
Além disso, se o transporte pelas vias terrestres indicar que se refere a produtos perigosos
classificados nos números ONU 3077 (produtos sólidos) ou ONU 3082 (produtos líquidos)

Página 90
deve ostentar em todos os lados do veículo simbologia da árvore e do peixe indicando que
o transporte representa risco ao meio ambiente.
Mas, atenção, somente para estes produtos deve ser utilizada essa simbologia. Tem sido
comum, verificar nas vias urbanas e rodovias a aposição desta simbologia na realização do
transporte de outros produtos, situação que é considerada uma irregularidade passível de
aplicação de notificação e culminando na aplicação de multa relacionada a informação
irregular.

Agora que você já tem informes mais detalhados a respeito das classes e subclasses
previstas no Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e nas suas
Instruções Complementares, cabe destacar, que poderão existir nomes similares e até
produtos classificados em classes ou subclasses diferentes.
Nesse sentido, convém destacar que quando se atribui o número ONU a determinado
produto, se específica claramente qual produto estamos tratando e, consequentemente,
transportando.
Nesse viés, é importante que você motorista preste muita atenção em relação ao número
ONU informado na embalagem ou documentação entregue, pois ele será o norteador
quanto aos demais procedimentos que deverá atender para realizar o transporte.
Mais à frente estaremos apresentando a relação de produtos perigosos e as diversas
informações que ela possibilita quando analisada cuidadosamente.
Sendo assim, na dúvida, faça as devidas consultas para obter melhores orientações
acerca do transporte que pretende realizar.
Você deve estar pensando agora: essa legislação é muito complexa e difícil, não vai ser
fácil assimilar esse tema!
Tenha calma, basta ler com atenção os conteúdos que você vai ver que a norma é
simples.
Para tanto, complementando a importância de conhecer as diferentes classes e subclasses
de produtos perigosos, vamos demonstrar na prática o porquê do aprendizado.
Acreditamos que você já visualizou na cidade ou na rodovia uma sinalização diferente
afixada nos veículos que transportam combustíveis (gasolina, etanol, diesel), gás liquefeito
de petróleo (gás de cozinha), dentre outros.
A sinalização que visualizou fixada nestes veículos era um painel laranja (retângulo) e um
rótulo de diversas cores (losango).
Muito provavelmente, você deve ter estranhado aquela simbologia fixada no veículo e com
certeza não deve ter entendido quais informações indicava.
Pois, então, trata-se de sinalização de advertência que tem por objetivo alertar aos demais
motoristas que aquele veículo transporta produtos perigosos. Além disso, indica qual

Página 91
classe pertence e quais riscos o produto representa, indicando, as respectivas reações (se
desprende vapores inflamáveis, se é perigoso quando molhado, se é tóxico, corrosivo,
infectante, dentre outras reações).
Vamos aprender mais adiante para que serve essa simbologia afixada. Mas, por ora, o
objetivo é identificar as informações disponibilizadas nessa simbologia.

Na imagem a seguir temos o painel de segurança:

Podemos observar na simbologia apresentada uma numeração na parte inferior e outra na


parte superior.
Pois bem, na parte inferior a numeração informada indica o número ONU do produto
transportado, se referindo, portanto, ao registro desse produto junto à Organização das
Nações Unidas. Na relação de produtos perigosos, disposta no anexo do Regulamento
para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos, temos a relação completa de todos
os produtos classificados e seus respectivos números da ONU.
Já exemplificamos alguns números ONU quando apresentamos as classes e subclasses.
Logo na sequência, detalharemos melhor essas informações.
Na parte superior da mesma simbologia, temos o número de risco, o qual indica as
reações físicas e químicas do produto transportado.
No exemplo temos o número ONU 1203, que corresponde à gasolina e o número de risco
33, que indica que o produto é um líquido altamente inflamável.

Página 92
Parece um tanto complexo obter essa informação, mas é extremamente simples, pois o
número ONU vai exigir a consulta direta na relação de produtos perigosos para identificar a
qual produto se refere.
No entanto, em relação ao número de risco, é possível identificar rapidamente as reações
do produto.
Essa informação auxilia muito no caso de sinistros, pois, possibilitará ou não a
aproximação das equipes de emergência e as ações do condutor em caso de algum
vazamento do produto perigoso no equipamento de transporte ou nas embalagens que o
acondicionam.
Para facilitar essa análise, apresentamos a seguir, a tabela 1 de Risco principal
(classes de risco) e a tabela 2 de Reações secundárias dos produtos perigosos, que
disponibilizarão informações que facilitarão o entendimento acerca do número de
risco no painel de segurança.

TABELA 1 - RISCO PRINCIPAL (CLASSES DE RISCO):

1 - EXPLOSIVOS;
2 - GASES (gases inflamáveis; não-inflamáveis e não-tóxicos; e tóxicos);
3 - INFLAMÁVEIS;
4 - SÓLIDOS INFLAMÁVEIS (sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão
espontânea; e substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis);
5 - OXIDANTES E PERÓXIDOS ORGÂNICOS;
6 - TÓXICOS OU INFECTANTES;
7 - RADIOATIVOS;
8 - CORROSIVOS;
9 - SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS DIVERSAS.

TABELA 2 - RISCOS SECUNDÁRIOS:

2 - desprendimento de gás devido à pressão ou à reação química;


3 - Inflamabilidade de líquidos (vapores) e gases ou líquido sujeito a auto aquecimento;
4 - Inflamabilidade de sólidos ou sólido sujeito a auto aquecimento;
5 - efeito oxidante (intensifica o fogo);

Página 93
6 - toxicidade ou risco de infecção;
7 - radioatividade;
8 - corrosividade;
9 - risco de violenta reação espontânea;
0 - não há risco subsidiário;
X - a substância reage perigosamente com água.

A análise da informação é realizada da seguinte forma:


a) O primeiro número da esquerda para a direita na parte superior do painel indica o
risco principal (a classe a que pertence o produto) - a leitura será na tabela 1;
b) Os números seguintes indicam as reações deste produto - a leitura será na tabela 2;
c) Se tiver a letra “X” na parte superior indica que o produto reage com água.

Vamos à análise do painel de segurança referente ao Potássio (ONU 2257):

Acompanhe o raciocínio:
a) A letra “X” na parte superior, significa que o produto reage com água;
b) O primeiro número na parte superior da esquerda para a direita é “4”. Consultando a
tabela 1, verificamos que é da classe de sólidos inflamáveis, tendo três
possibilidades. Deste modo, temos um sólido inflamável que reage com água.
Vamos complementar a análise?
c) Na sequência temos os números “2” e “3”.
Consultando a tabela 2, que é aplicável a todos os demais números, à exceção do
primeiro da esquerda para a direita, temos a informação de gás e de inflamável.

Página 94
Se analisarmos atentamente a tabela 2, visualizamos que o “2” remete a
desprendimento de gás e o “3” líquidos, vapores, gases inflamáveis. Ou seja,
estamos diante de um produto SÓLIDO INFLAMÁVEL, QUE EMANA GÁS
INFLAMÁVEL QUANDO MOLHADO.

Veja como é bem simples identificar as reações de um produto perigoso quando se


conhece as informações disponibilizadas pela sinalização.
Não identificamos qual é o produto, mas, conseguimos perfeitamente compreender o que
ele ocasiona e, consequentemente, adotar as melhores estratégias em caso de um
vazamento, por exemplo.
Para saber a qual produto se refere, basta consultar o link da relação de produtos
perigosos que será apresentada logo em seguida neste material.
Agora que você já dispõe das informações necessárias sobre o que indica o painel de
segurança, o que acha de praticar?
Visualize os painéis de segurança a seguir e tente compreender as informações.
Lembrando que o número ONU informado na simbologia, necessariamente, precisa ser
consultado. Entretanto, em relação ao número de risco, basta olhar as tabelas e facilmente
você irá identificar as reações físicas e químicas do produto disponibilizadas na
sinalização.

Conseguiu desenvolver a atividade proposta?


Esperamos que sim!
Mas, para melhor compreensão, vamos fazer a análise em conjunto e comparar se
chegaram a mesma informação.
Vamos lá!

Página 95
No painel de segurança da esquerda o número 33 informa que é um “Líquido altamente
inflamável” e a numeração 3475, se refere a mistura de etanol e gasolina.
Essa segunda informação, somente será obtida mais adiante, quando você acessar a
relação de produtos perigosos que incluímos o link neste material. Por ora, o aprendizado
deve ser focado na identificação das reações do produto transportado.

Já no painel de segurança da direita o número 40 informa que é um sólido inflamável e a


numeração 1869, que o produto é o Magnésio. Da mesma forma que a condição anterior,
esse informe somente será obtido mediante consulta na relação de produtos perigosos que
disponibilizaremos logo em seguida.

SAIBA MAIS

OO número “3” repetido informa o aumento de intensidade da ação do produto,


indicando na atividade que o produto tem alto risco de inflamabilidade.

SAIBA MAIS

O número “0” informa que não há risco secundário. Dessa forma, no exercício o
número de risco informa apenas a condição de o produto ser um sólido inflamável
sem outras ações físicas e químicas vinculadas ao produto.

No que se refere a painéis de segurança, complementamos o conhecimento a


respeito do tema trazendo algumas peculiaridades.

Vamos continuar nosso aprendizado?

Dimensões relacionadas aos painéis de segurança:


Se o transporte for realizado em um veículo de até 3.500 kg de peso bruto total, o painel
de segurança terá as seguintes dimensões: 250 mm (25 cm) de altura e 350 mm (35 cm)
de largura.

Página 96
Se o transporte for realizado em um veículo acima de 3.500 kg de peso bruto total, o
painel de segurança terá as seguintes dimensões: 300 mm (30 cm) de altura e 400 mm
(40 cm) de largura.

Ainda, sobre o tema, há situações em que o painel de segurança estará fixado sem
qualquer inscrição.
A situação significa que há diversos produtos perigosos de números ONU diferentes
no veículo.

Página 97
As cores dos painéis de segurança serão sempre de cor alaranjada com borda, letra
e números na cor preta, sendo os caracteres de acordo com a imagem a seguir:

No caso de transporte de explosivos, há uma particularidade especial, não há o número


de risco. Nesse contexto, o painel de segurança fixado no veículo não terá a informação
na parte superior. A imagem a seguir, exemplifica a situação.

Produto:

ONU 0160

Pólvora, sem fumaça

As características são exigidas visando em caso de acidente, ter uma visualização precisa
do produto transportado. Situação que seria muito prejudicada, caso a norma não
estabelecesse um padrão para letra e números.

Página 98
Quanto ao verso do painel, não pode trazer nenhuma informação, podendo somente ser na
cor alaranjada, quando a parte frontal dispuser de mesma informação. Nos demais casos,
deve vir sem nenhuma cor, tendo por objetivo não confundir as equipes de emergência em
caso de desprendimento da sinalização em um acidente, por exemplo.
Também não podem ser colocados sobrepostos painéis de segurança ou rótulos de risco
quando da composição da sinalização no veículo.

Painéis de segurança sobrepostos (por baixo outro painel de segurança indicando produto
diferente)

Ademais, os painéis de segurança podem ser de qualquer material, podendo ser pintados,
afixados ou até mesmo afixados por imãs. No entanto, a legislação preconiza que devem
permanecer intactos durante todo o trajeto. Dessa forma, cabe ao transportador escolher o
tipo de material que irá utilizar na sinalização do transporte de produtos perigosos.
Porém, permanece a obrigação de no momento da fiscalização ou acidente, a sinalização
afixada cumprir a função de sinalizar o veículo.
Essas exigências são rígidas e cobradas frequentemente pelos órgãos de fiscalização,
devendo o transportador adotar as medidas necessárias para a correta utilização da
sinalização.
Não raras vezes é verificado no transporte de produtos perigosos veículos trafegando com
painéis de segurança desbotados, quebrados, com informes errados, dentre tantas outras
irregularidades.

Página 99
A legislação específica e normas sobre o transporte
rodoviário de produtos perigosos

Além da legislação de trânsito, o condutor deve ainda atentar para a legislação específica
de transporte. No que concerne à legislação de transporte rodoviário de produtos
perigosos no Brasil, ela é representada, sobretudo, pela Resolução ANTT nº 5.998/2022 e
suas alterações, que atualiza o Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos
Perigosos e aprova as suas Instruções Complementares, e dá outras providências.

PARTE ESPECIAL I – RESOLUÇÃO ANTT Nº 5.998/2022

Resolução ANTT nº 5.998/2022

A resolução em comento possui nos anexos as Instruções Complementares ao


Regulamento, elas especificam diversas informações importantes relacionadas ao
transporte de produtos perigosos, as quais são subdivididas em partes:

• PARTE 1: Disposições gerais e definições;


• PARTE 2: Classificação;
• PARTE 3: Provisões especiais, transporte em quantidades limitadas e
embalagens vazias e não limpas;
• PARTE 4: Disposições relativas a embalagens e tanques;
• PARTE 5: Procedimentos de expedição;
• PARTE 6: Exigências para fabricação e ensaio de embalagens, contentores
intermediários para granéis (IBCs), embalagens grandes, tanques portáteis,
contentores de múltiplos elementos para gás (MEGCs) e contentores para
granéis);
• PARTE 7: Prescrições relativas às operações de transporte.
Por fim, como anexo ao Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos
temos também a RELAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS.

Página 100
SAIBA MAIS

Você pode acessar a lista completa da RELAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS


instituída pela Resolução ANTT nº 5.998/2022.

CLIQUE
SAIBAAQUI
MAIS

Como se pode observar, a legislação vigente contempla todas as fases do transporte


rodoviário de produtos perigosos, basta os envolvidos na operação realizarem as devidas
consultas aos itens supracitados para poderem realizar um transporte seguro com eficácia,
eficiência e dentro do que preconiza a legislação vigente.

SAIBA MAIS

Com o objetivo de facilitar o acesso a informação, disponibilizamos link para que


você acesse na íntegra o REGULAMENTO PARA O TRANSPORTE RODOVIÁRIO
DE PRODUTOS PERIGOOS e as Instruções Complementares instituídos pela
SAIBA MAIS
Resolução ANTT nº 5.998/2022.

CLIQUE AQUI

E QUAIS SÃO AS FASES DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PRODUTOS


PERIGOSOS?
As fases do transporte rodoviário de produtos perigosos são: preparação para a
expedição, carregamento, transporte e descarregamento.

- PREPARAÇÃO PARA A EXPEDIÇÃO:


A preparação para a expedição se inicia na empresa expedidora: quando é realizado o
transporte fracionado (carga embalada), inicia na inspeção das embalagens, verificando-se
se há marcação e rotulagem; já no transporte a granel, quando são verificadas as
condições do produto que será acondicionado em um compartimento tanque de um veículo
ou em uma caçamba ou outro meio em que a carga seja acondicionada diretamente na
carroceria do veículo transportador. Logo na sequência, ocorre a confecção da
documentação fiscal para o carregamento e transporte.

Página 101
- CARREGAMENTO:
É o momento em que é acondicionada a carga no veículo: quando o transporte é
fracionado deve-se ter atenção à devida estiva, segregação e observância aos rótulos de
manuseio que indicam posição da embalagem, quantidade máxima que pode ser
empilhada, dentre outras informações; já no transporte a granel, é realizada a conferência
se o veículo que se predispõe a efetuar o transporte está apto para receber o produto
perigoso.
Nessa etapa também é conferida a documentação que habilita o(s) veículo(s) para o
transporte a granel de produtos perigosos: o Certificado de Inspeção Veicular - CIV,
referente às condições mecânicas e técnicas do(s) veículo(s) e o Certificado de Inspeção
de Produtos Perigosos - CIPP, que especifica as condições técnicas do equipamento que
irá acondicionar o produto perigoso a granel, no qual deve constar os grupos aptos ao
transporte que devem ser compatíveis com o produto a ser carregado.

- TRANSPORTE:
Após cumpridas as etapas anteriores, se inicia o transporte, a partir da condução do
veículo pelo motorista. É uma fase importante, pois atribui obrigações que devem ser
observadas visando a realização de um transporte seguro e sem incidentes.
Para tanto, o condutor deve estar bem-preparado fisicamente, conhecer as normas
vigentes e entender que, além das precauções relacionadas ao trânsito, deve redobrar os
cuidados para evitar sinistros ou outras ocorrências de menor gravidade, pois está
transportando produtos perigosos.
Deve ainda, compreender o que transporta, suas consequências e ter o mínimo
conhecimento do que fazer em caso de uma situação de emergência. Mais adiante
abordaremos esse tema com maiores esclarecimentos a você condutor.

- DESCARREGAMENTO:
Não menos importante que as etapas anteriores, o descarregamento deve ser realizado
com muita cautela e cuidado. Nessa fase, o condutor deve ter muita atenção nas
manobras, posição do veículo, isolamento para afastar curiosos e adotar ações de
descarregamento e estiva de acordo com o tipo de produto que transporta.
Em todas as fases há responsáveis pelas diversas obrigações impostas pela legislação, se
o processo começar sem atender às normas vigentes, certamente, o transporte será
realizado de forma irregular.

Página 102
É muito importante que você condutor tenha conhecimento dessas etapas, pois, em muitas
oportunidades é você que vai chamar a atenção dos demais atores envolvidos em relação
às respectivas obrigações.
Mais adiante será apresentada essas fases com maior detalhamento. Nesse momento,
procuramos fazer uma abordagem prática de como ocorre as etapas de uma operação de
transporte de produtos perigosos.
Dessa forma, você condutor, se situa melhor no cenário de transporte e consegue
compreender o tema objeto de estudo.

As regras para o transporte de produtos perigosos que estão vigentes no Brasil – nos
modais rodoviário, ferroviário, aéreo e aquaviário — têm como principal objetivo conjugar
dois princípios fundamentais: O da garantia da segurança da operação e o da facilitação
do transporte. Para tanto, tais regras seguem padrões internacionais da Organização das
Nações Unidas (ONU).

A Agência Nacional de Transporte Terrestres -


ANTT
A Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT é uma autarquia federal, criada pela
Lei nº 10.233/2001, vinculada ao Ministério dos Transportes, responsável por regular as
atividades de exploração da infraestrutura rodoviária federal e fiscalizar a execução dos
contratos de concessão das rodovias federais entregues à iniciativa privada, além de
regular diversas atividades de transporte, dentre as quais o transporte rodoviário de
produtos perigosos.
A Resolução ANTT nº 5.998/2022, que atualiza o Regulamento para o Transporte
Rodoviário de Produtos Perigosos e aprova as suas Instruções Complementares é a
normativa responsável por regular o transporte rodoviário de tais produtos no Brasil, nela
estão previstos diversos deveres, obrigações e responsabilidades destinados ao
fabricante, refabricante, recondicionador, importador, expedidor, contratante, destinatário,
transportador, condutor, dentre outros envolvidos nas etapas necessárias à operação de
transporte.
Nesse contexto, é importante que todos observem suas responsabilidades, visando com
que o transporte rodoviário de produtos perigosos seja realizado de forma segura e sem
incidentes.
Além disso, a norma supramencionada, na parte destinada às disposições gerais e
definições, estabelece que devem ser observadas Normas da Associação Brasileira de

Página 103
Normas Técnicas – ABNT, tornando-as aplicáveis ao transporte terrestre de produtos
perigosos.

Normas da Associação Brasileira de Normas


Técnicas - ABNT
Deste modo, no transporte terrestre de produtos perigosos, as seguintes Normas da ABNT
devem ser atendidas:

ABNT-NBR 7500 – Identificação para o transporte terrestre, manueseio,


movimentação e armazenamento de produtos

A norma traz dentre outros aspectos a regulamentação da simbologia que deverá ser
utilizada nos veículos que transportam produtos perigosos, assim como nas embalagens
destinadas a tais produtos.
Já realizamos a abordagem acerca do tema, especificando as características da
simbologia, cuidados, forma de fixação, bem como indicando que deve permanecer intacta
durante todo o trajeto.
Os esclarecimentos que realizamos estão de acordo com a Resolução ANTT nº
5.998/2022 e conforme estabelece a normativa da Associação Brasileira de Normas
Técnicas.
Deste modo, para que o transporte de produtos perigosos atenda a legislação vigente,
independentemente da classe de risco do produto que pretenda transportar, basta ler o
conteúdo deste material que você atenderá ao que preconiza a legislação.

ABNT-NBR 9735 – Conjunto de equipamentos para emergências no transporte


terrestre de produtos perigosos

Essa norma traz a relação dos equipamentos para situação de emergência e de proteção
individual exigíveis para o transporte de produtos perigosos.
Da mesma forma que a anterior, neste material de estudo contemplamos todos os
equipamentos exigíveis atualizando as informações conforme é atualizada a normativa da
Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Deste modo, para saber quais equipamentos de forma geral deverá atender para realizar o
transporte de produtos perigosos, consulte as informações disponibilizadas no módulo 4,
momento em que estudaremos o tema.

ABNT-NBR 10.271 – Conjunto de equipamentos para emergências no transporte


Página 104
rodoviário de ácido fluorídrico
Essa norma traz a relação dos equipamentos para emergências no transporte rodoviário
de ácido fluorídrico.
O transporte rodoviário de ácido fluorídrico exige cuidados especiais, em face, aos riscos
do produto para a saúde humana. Obviamente, se você condutor for realizar esse
transporte vai receber treinamento específico da empresa transportadora ou expedidora
para poder utilizar o conjunto de equipamentos adicionais necessários para realizar esse
transporte, em especial, os destinados a proteção a vida, no caos de eventual
contaminação com este produto.
Sendo assim, aprenderá dentre tantas outras situações, a utilizar o kit de primeiros
socorros em caso de contaminação.

ABNT-NBR 14.619 – Transporte terrestre de produtos perigosos –


Incompatibilidade química

Essa norma traz as informações necessárias para a realização do transporte de produtos


perigosos para que seja evitado o transporte de produtos incompatíveis.
Deste modo, é importante que se observe atentamente o que define a normativa em
comento para que seja evitada situações de risco, principalmente, quanto a risco de
contaminação, reações, explosões, dentre tantas outras condições impostas quando há o
transporte irregular.
Nas abordagens anteriores, trouxemos algumas informações referentes ao transporte de
produtos incompatíveis quando comentamos a respeito do transporte de produtos
explosivos, suas subclasses e seus 13 grupos de compatibilidade química.
Sendo assim, caso realize o transporte de diversos produtos perigosos de classes
diferentes, é fundamental que a empresa busque os informes adequados para verificar se
há alguma incompatibilidade nesse transporte. Dentre estas, a ferramenta mais adequada
é essa normativa da Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Mas adiante, abordaremos outra condição relacionada a incompatibilidade química, que é
o transporte de alimentos para uso ou consumo humano/animal em equipamentos
certificados para o transporte de produtos perigosos a granel, assim como, o uso de
embalagens que já acondicionaram produtos perigosos utilizadas para a mesma finalidade.

ABNT-NBR 11.564 - Embalagens, embalagens grandes e contentores


intermediários para granel (IBC) de produtos perigosos — Classes 1,3,4,5,6,8 e 9
— Requisitos e métodos de ensaios

Novidade introduzida pela Resolução ANTT nº 5.998/2022.

Página 105
Essa norma estabelece requisitos e métodos de ensaio para embalagens, embalagens
grandes e contentores intermediários para granel (IBC).
Apesar da parte 6 da resolução em comento tratar destes quesitos, a norma da Associação
Brasileira de Normas Técnicas passa com o advento da vigência da nova resolução da
ANTT a ter observância obrigatória no que não conflitar com a resolução.
Deste modo, é importante de forma complementar, que as empresas observem e analisem
o que estabelece essa normativa para que sejam atendidas todas as exigências relativas
aos requisitos e métodos de ensaio previstos para o acondicionamento de produtos
perigosos nestes tipos de embalagens.

ABNT NBR 17045 - Transporte de produtos perigosos – Contentor Intermediário


para Granel (IBC) – Requisitos para Recondicionamento, Refabricação e
Reutilização

Novidade introduzida pela Resolução ANTT nº 5.998/2022.


Essa norma estabelece requisitos para recondicionamento, refabricação e reutilização de
contentores intermediários para granel (IBC).
Da mesma forma que comentamos no item anterior, é importante que se tenha a
percepção de que a norma em comento passou a ter força normativa com o advento da
vigência da nova resolução da ANTT. Desta forma, em caso de recondicionamento,
refabricação e reutilização de IBC, além de observar o previsto na resolução deve ser
adotado o estabelecido na norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas que não
conflitar com a resolução.

Contentor intermediário para Granel (IBC)

Página 106
ABNT NBR 17056 - Transporte de produtos perigosos - Contentor intermediário
para granel (IBC) para líquidos inflamáveis – Requisitos e métodos de ensaio

Novidade introduzida pela Resolução ANTT nº 5.998/2022.


Essa norma estabelece requisitos e métodos de ensaio para os contentores intermediários
para granel (IBC) específicos para líquidos inflamáveis.
A norma de observância obrigatória a partir do advento da vigência da Resolução ANTT nº
5.998/2022 estabelece dentre outros aspectos os requisitos operacionais para o uso de
contentores intermediários para líquidos inflamáveis e o método de ensaio eletrostático
para contentores compostos, a fim de evitar riscos de ignição e choque eletrostático
decorrentes da eletricidade estática, visando, portanto, assegurar condições seguras de
processos, armazenagem e transporte.
Obviamente, a aplicação da normativa da Associação Brasileira de Normas Técnicas será
naquilo que não conflitar com a Resolução da ANTT, tendo em vista que a parte 6 desta
resolução estabelecer métodos de ensaio para projetos-tipo de embalagem, nestes
incluídos os IBC.

Você deve estar se perguntando agora, o que é eletricidade estática?

A eletricidade estática é o acúmulo da energia do movimento. Trazendo essa informação


para o transporte, quando um veículo se desloca ele acumula energia gerada pela
movimentação e dependendo das condições, situação e atividade que irá executar, poderá
descarregar essa energia.
Quando tratamos de líquidos inflamáveis, temos que adotar cuidados especiais e
redobrados, pois, dependendo do tempo de deslocamento do veículo, poderá haver um
acúmulo excessivo dessa energia estática. Como os líquidos inflamáveis resultam
atmosferas inflamáveis, a partir do desprendimento dos vapores inflamáveis de acordo
com a temperatura, pressão, concentração de oxigênio, produto, dentre outros aspectos,
se faz necessário o aterramento do veículo para que essa energia acumulada não se
dissipe e seja o ponto de ignição dessa atmosfera ocasionada pelos vapores dos líquidos
inflamáveis.
Desta forma, se o segmento de transporte que pretende ingressar a partir deste curso é o
de transporte de hidrocarbonetos (combustíveis), você não pode negligenciar a eletricidade
estática, deixando de aterrar o veículo toda vez que for realizar o carregamento ou o
descarregamento do produto perigoso, sendo este produto, um líquido inflamável.

Página 107
SAIBA MAIS

As prescrições contidas nas referidas Normas da Associação Brasileira de


Normas Técnicas terão caráter obrigatório apenas quando se referirem a
complementações de disposições já estabelecidas no Regulamento.
SAIBA MAIS

SAIBA MAIS

Quando houver quaisquer conflitos entre as disposições contidas nas normas


mencionadas e as previstas no Regulamento de Transporte, prevalecem as
últimas.
SAIBA MAIS

Nestes termos, é muito importante estudar com muita atenção o previsto no Regulamento
para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e suas Instruções Complementares,
visando a compreensão das diretrizes estabelecidas para a realização do transporte de
produtos perigosos atendendo a legislação vigente em todas as etapas necessárias para o
transporte de tais produtos.

Portarias do Instituto Nacional de Metrologia,


Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro)

O Inmetro estabelece, mediante portarias, Regulamentos Técnicos de Qualidade (RTQs) e


de Avaliação da Conformidade (RACs) para embalagens, veículos e equipamentos
destinados ao transporte rodoviário de produtos perigosos.

Em relação as embalagens, apesar de o Inmetro publicar portarias estabelecendo a


realização de ensaios e aprovação de projetos-tipo que irão definir se as embalagens
estão adequadas para determinadas substâncias ou produtos perigosos, o Regulamento
para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos, em especial, nas Instruções
Complementares, Parte 4 e Parte 6 contemplam muito bem as exigências.

Página 108
Deste modo, para se verificar se a embalagem está adequada para o transporte, basta
consultar a Parte 4 da norma mencionada para saber se aquela embalagem pode
acondicionar o produto perigoso que se pretende transportar.
Na parte 6, por sua vez, a norma estabelece a questão da marcação e aprovação junto ao
Inmetro, especificando as características técnicas da embalagem, seus ensaios e,
consequentemente, aprovando o projeto, resultando na respectiva marcação “UN” que vai
disposta na embalagem, bem como, aprovando a inclusão do selo de identificação da
conformidade do Inmetro (selo de compulsoriedade) nas embalagens fabricadas no Brasil,
tornando-as aptas para o transporte de produtos perigosos.

Exemplo de marcação:

Marcação “UN” nas embalagens caixa de papelão

Exemplo de marcação:

Marcação “UN” nas embalagens tambores de metal

As marcações exemplificadas indicam as características das embalagens em relação ao


material de fabricação, ano, projeto, país, grupo de embalagem, bem como capacidade e
resistência.

Página 109
Dessa forma, é possível realizar o transporte com maior tranquilidade, uma vez que o
acondicionamento do produto perigoso será mais seguro.
Como comentamos, há de forma complementar nas embalagens, um selo de identificação
da conformidade (selo de compulsoriedade do Inmetro), indicando que esta passou pelos
testes e ensaios previstos.
Entretanto, é importante atenção especial nesse ponto quando for realizar a inspeção do
transporte, pois, o selo será exigido somente para embalagens fabricadas no Brasil.

Como saber se as embalagens foram fabricadas no país?

A resposta é muito simples, basta analisar a marcação “UN” que acabamos de apresentar
para você.
Note, que na marcação “UN” a embalagem traz diversas marcações e informações, dentre
elas a sigla “BR”.

SAIBA MAIS

Quando constar a sigla “BR”, significa que a embalagem foi fabricada no Brasil,
quando constar outra informação, que será, via de regra, outra sigla, significa que
a embalagem foi fabricada em outro país e, consequentemente, não se exigirá o
SAIBA
selo de compulsoriedade do INMETRO.
Muito bem, comentamos sobre o selo de compulsoriedade, indicamos que deve estar
inserido junto a marcação “UN” quando a embalagem for fabricada no Brasil.
Porém, precisamos visualizar como é este selo, bem como saber informações adicionais
sobre sua colocação.
Nesse contexto, na sequência traremos um exemplo, mas, precisamos antes disso, indicar
que o selo de compulsoriedade deve ser colocado na parte da embalagem em que é
colocada a marcação “UN”, em local facilmente visível e que não impeça a visualização
das demais marcações.

Exemplo de marcação “UN” e de selo de compulsoriedade em uma embalagem:

Página 110
Na figura a seguir, é possível identificar a marcação de homologação de embalagem “UN”,
bem como o selo de identificação da conformidade (selo de compulsoriedade do Inmetro),
exigido para embalagens fabricadas no Brasil.
Além disso, na mesma imagem de forma complementar, trouxemos as demais informações
pertinentes a embalagens, sendo estas: o nome apropriado para embarque, o número
ONU precedido das letras “UN” ou “ONU” e o rótulo de risco.
As demais informações se referem às condições de estiva, onde contemplamos os
símbolos de manuseio e as setas de orientação. Informações importantes para o correto
carregamento e a disposição dos produtos perigosos no carregamento. Há também, a
depender do material utilizado nas embalagens informações quanto ao empilhamento
máximo, as quais também vêm dispostas na embalagem.

SAIBA MAIS

Através das informações apresentadas, possibilitamos a você motorista,


conhecer o que consta nas embalagens que acondicionam produtos perigosos,
evitando assim, o desconhecimento sobre o tema.

Exemplo de marcação de embalagem com todas as informações necessárias:

Página 111
PARTE ESPECIAL II – CIV, CTPP e CIPP

Além da regulamentação de embalagens, o Inmetro, mediante publicação de portarias,


estabelece os requisitos técnicos para que veículos e equipamentos transportem produtos
perigosos.

Neste norte, as atuais portarias que tratam do tema são:

PORTARIA INMETRO nº 127/2022


(Certificado de Inspeção Veicular – CIV)
Aprova os requisitos de avaliação da conformidade para inspeção de veículos rodoviários
destinados ao transporte de produtos perigosos.
A portaria, em síntese, avalia as condições técnicas e mecânicas dos veículos, visando
que, no transporte rodoviário de produtos perigosos a granel, o veículo tenha condições
adequadas de segurança para transportar produtos perigosos.
A norma estabelece as condições da parte rodante, freios, suspensão, equipamentos
obrigatórios, condições de iluminação, sinalização, dentre outros itens que possam afetar a
segurança. Via de regra, tais itens são pertinentes à legislação de trânsito e às sanções
vinculadas ao que preconiza o Código de Trânsito Brasileiro.
No entanto, em face do veículo possuir incorporado o equipamento de transporte, o
transporte de certa forma exige cuidados adicionais, pois é a granel, em que o produto
entra em contato diretamente com a estrutura do equipamento.
Quando aprovado na inspeção técnica, é fornecido o documento Certificado de Inspeção
Veicular – CIV, que é apresentado à fiscalização nas inspeções rotineiras, demonstrando
que o veículo foi submetido a inspeção periódica.

O CIV possui validade, que na maioria das vezes é de um ano.

Entretanto, quando o veículo é novo e é direcionado para o transporte de produtos


perigosos, poderá utilizar a documentação fiscal (DANFE) emitida pelo fabricante ou
concessionária, situação que poderá circular durante um ano sem a realização desta
inspeção.

Mas, atenção, a condição deve ser comprovada com a apresentação da DANFE que
comprova este prazo no momento da fiscalização.

Página 112
A Portaria Inmetro nº 127/2022 estabelece diversos itens que são inspecionados nos
veículos que transportam produtos perigosos a granel.

Neste sentido, conforme já mencionado, devemos compreender que a normativa se refere


aos veículos. Assim, quando estivermos tratando de uma combinação de veículos
composta por cavalo-trator com semirreboque acoplado, por exemplo, será realizada a
inspeção no caso hipotético de ambos os veículos, cada qual com sua particularidade
prevista na legislação de trânsito.

Desse modo, ainda no exemplo, será emitido dois documentos CIV, um para o cavalo-
trator e outro para o semirreboque.

A outro tanto, se for um veículo simples, será inspecionada as condições deste veículo,
sendo emitido apenas um documento CIV.

É obrigatório o porte do documento CIV dentro do prazo de validade e, em quantidade


compatível com os veículos fiscalizados.

Lembrando, a inspeção e avaliação das condições técnicas operacionais se referem


quando o transporte é realizado a granel, podendo ser o transporte do produto ou
substância em um equipamento tanque fixado a estrutura desse veículo ou em uma
caçamba. A condição é que o produto ou substância esteja em contato direto com a
estrutura do equipamento, situação que exigirá a inspeção veicular desse veículo junto à
Organismo de Inspeção Veicular acreditado pelo Inmetro (OIA-VA).

Na prática, se você condutor for parado conduzindo um veículo que transporta produtos
perigosos a granel, terá inspecionada além das demais exigências relativas ao transporte,
as condições técnicas operacionais desse veículo.

Para entendermos didaticamente a dinâmica dessas exigências, preparamos para você um


checklist de quais itens são inspecionados.

Recomenda-se, portanto, que façam a conferência prévia destes itens antes do início de
cada viagem, visando evitar interrupções desnecessárias na viagem.

CHECKLIST (CIV)

SAIBA MAIS

Através do checklist a seguir, possibilitamos a você motorista, conhecer os 37


itens que são inspecionados nos veículos que transportam produtos perigosos a
granel. Deste modo, basta fazer uma breve inspeção no veículo antes do início da
viagem.
Página 113
CHECKLIST
ITENS INSPECIONADOS CONFORME PORTARIA INMETRO Nº 127/2022 (CIV)
Checklist Item Condições
1.Buzina deve estar em perfeitas condições de funcionamento.
2.Cintos de devem estar íntegros, bem fixados e com todos os seus
segurança componentes.

3.Cronotacógrafo deve estar aferido pelo Inmetro e, em perfeito


funcionamento atendendo ao previsto na legislação de
trânsito (Resolução Contran nº 938/2022).
4.Espelhos os veículos devem portar em boas condições, inclusive
retrovisores seus suportes. Se utilizarem dispositivo de visão
indireta tipo câmera-monitor, estes devem estar em
perfeito funcionamento e substituem nas exigências os
espelhos retrovisores.
5.Extintores de deve(m) estar isento de corrosão, amassamentos e
incêndio outros danos. Ainda, estar instalado(s) na parte
dianteira do habitáculo do condutor, carregado(s), com
testes válidos, lacrado(s) e com selo de identificação da
conformidade do Inmetro.
Os veículos, conforme produto perigoso transportado
devem portar extintores conforme preconiza a ABNT-
NBR 9735.
6.Lavador de deve estar funcionando perfeitamente com jato
para-brisa direcionado ao para-brisa, reservatório deve estar
abastecido e sem vazamento.
7.Limpador de o veículo dever possuir a quantidade de dispositivos
para-brisa previstos no projeto, funcionando perfeitamente e
completos (palheta e haste).
8.Mecanismo de deve estar íntegro, com todos os elementos e operando
elevação de eixo adequadamente. Não pode apresentar vazamentos.
9.Mesa do pino deve estar bem fixada, em bom estado de conservação,
rei não apresentar corrosão, trinca, desgaste,
empenamento ou reparo por solda.
10.Para-brisa deve estar de acordo com previsto na legislação de
trânsito (Resolução Contran nº 960/2022).
11.Para-choque o para-choque não pode impedir ou dificultar a
traseiro visualização da sinalização luminosa e placa de
identificação do veículo. Ademais, deve ter formato
uniforme e retilíneo, e constituído de apenas 1 (um)
material, sem emendas, furos. Deve ainda, estar em
boas condições, íntegro, sem trinca, corrosão ou parte
solta e apresentar todos os elementos estruturais e de
fixação.
Os cordões de solda devem estar íntegros, sem trincas

Página 114
ou falhas. Não pode apresentar qualquer deformação,
em qualquer plano.
Quanto aos demais itens, em especial, dimensões,
altura do solo e elementos retrorrefletivos, deverá estar
de acordo com a legislação de trânsito à época de sua
instalação. Lembrando que, conforme calendário
existente, todos os veículos com final de placa de 1 a 6
já devem estar de acordo com a Resolução Contran nº
952/2022.
12.Para-lama deve estar bem fixado, em bom estado de conservação,
sem trinca, corrosão, parte solta ou desprendida. Não é
admitido para-lama seccionado, sem parte superior, ou
que ofereça apenas proteção parcial ao
costado/carroçaria do equipamento. Esta condição é
aplicável também para caminhão trator.
Obs.: estas exigências não se aplicam à para-lama
dianteiro de veículos automotores e à para- lama
traseiro de veículos com carroçaria aberta ou fechada.
13.Para-barro deve estar bem fixado, em bom estado de conservação,
sem trincas, corrosão, partes soltas ou desprendidas.
Deve atender a ABNT-NBR 11409, conforme figura.

14.Para sol os veículos automotores devem ter, de acordo com a


legislação de trânsito vigente, pala interna de proteção
contra o sol (para sol) para o condutor. Deve estar em
bom estado de conservação, devidamente fixado e
impedir movimentos não intencionais.
15.Películas deve estar de acordo com previsto na legislação de
retrorrefletivas trânsito (Resolução Contran nº 948/2022).
(faixas refletivas)
16.Pés de apoio deve estar em prefeitas condições, bem fixado e
do semirreboque operando sem dificuldade, quando aplicável. Não pode
apresentar trinca, corrosão acentuada e se for
hidráulico, vazamento de óleo. Pinos de travamento
devem estar íntegros, bem fixados e presentes nos 2
(dois) lados.
17.Pino rei deve estar íntegro, rígido e fixado em posição vertical
em relação à mesa. Não pode apresentar trinca e
reparo.
18.Quinta roda deve estar íntegra, rígida e fixada. Não pode apresentar
trinca e reparo, assim como não pode apresentar
desgaste que atinja os canais de lubrificação da

Página 115
superfície de contato com a mesa do pino rei.
19.Pneus devem estar em bom estado geral de conservação, sem
remendo, banda de rodagem solta, deformação, rasgo,
corte profundo, lesão ou ruptura nos flancos. Não são
admitidos pneus em que a banda de rodagem tenha
atingido, em qualquer ponto, o TWI ou apresente
profundidade remanescente inferior a 1,6 mm,
constatada através dos próprios indicadores de
desgaste.
Ademais, não é admitido o uso de pneu reformado no
eixo dianteiro dos veículos automotores, sendo
permitido nos demais eixos e veículos, desde que
atendam à Portaria Inmetro nº 433, de 2021, que
aprova o Regulamento Técnico da Qualidade e os
Requisitos de Avaliação da Conformidade para
Reforma de Pneus e apresentem, entre outras, a
gravação de “reformado”, e a marca do reformador.
Obs.: não é admitido sobre o conjunto roda e pneu
sobressalente e seu suporte, materiais ou objetos de
qualquer natureza que não estejam adequadamente
fixados.
20.Portas devem estar íntegras, bem fixadas, operando sem
dificuldade e com todos os dispositivos de abertura,
fechamento, travamento e acionamento do vidro
presentes, em bom estado e atuando.
21.Protetor quando aplicável (veículos com PBT superior a 3.500
lateral kg fabricados a partir de 1º janeiro de 2011 ou que
alteraram a característica original da carroceria a partir
desta data). O protetor lateral deve estar íntegro, bem
fixado e com especificações de acordo com a legislação
de trânsito vigente (Resolução Contran nº 952/2022).
Obs.: atentar para as dispensas previstas na resolução
em comento.
22.Rodas devem estar bem fixadas e com todos os elementos de
fixação. Não é admitido trinca ou reparo por solda. Além
disso, os elementos de fixação da roda, tais como:
prisioneiros, porcas, castanhas, anéis e outros, devem
estar íntegros, bem fixados e sem trinca.
Os furos de fixação não podem estar ovalados e os
cubos das rodas não podem apresentar vazamento,
folga excessiva, trinca e reparos por solda.
23.Roda/pneu deve atender às exigências aplicáveis estabelecidas
sobressalente para as rodas, de acordo com a legislação de trânsito
(conjunto) vigente. Os suportes de apoio e os elementos de
fixação devem estar íntegros, bem fixados, sem trinca e
sem corrosão acentuada.
24.Reservatório deve estar com tampa, bem fixado, íntegro, sem
de combustível corrosão e vazamento. Somente é admitido reparo por
solda. Ainda, deve apresentar respiro no corpo ou na
tampa e as cintas de fixação devem estar em bom

Página 116
estado de conservação, bem fixadas e com todos os
componentes.
Os suportes de sustentação devem estar bem fixados,
sem trinca ou corrosão.
25.Reservatório deve estar com tampa, bem fixado, íntegro, sem
de combustível corrosão e vazamento. Somente é admitido reparo por
(suplementar) solda. Ainda, deve apresentar respiro no corpo ou na
tampa e as cintas de fixação devem estar em bom
estado de conservação, bem fixadas e com todos os
componentes.
Os suportes de sustentação devem estar bem fixados,
sem trinca ou corrosão.
A instalação de reservatório de combustível
suplementar deve ser comprovada mediante
informação no campo observações do CRLV de que o
veículo foi aprovado em inspeção veicular e emitido
Certificado de Segurança Veicular – CSV.
26.Sistema de todos os componentes (tubo de descarga, tubo de
descarga de escapamento, abafador, silencioso e conversor
gases catalítico) devem estar: íntegros, bem fixados, sem furo
e sem corrosão acentuada.
Obs.: no sistema de descarga de gases, para os
veículos que transportam produtos da classe 3, o tubo
de descarga deve estar protegido em toda a sua
extensão, quando próximo ao equipamento, de forma a
evitar qualquer risco ao transporte em decorrência de
aquecimento.
27.Sistema de deve estar funcionando perfeitamente. Não é admitido
direção reparo por solda na coluna da direção, braços, barras e
quaisquer outros componentes sujeitos a esforços,
assim como, não é admitido folga excessiva nos
terminais, embuchamento da coluna, juntas universais e
esféricas.
28.Sistema de deve possuir freio de estacionamento em perfeitas condições
freio (freio de de uso.
estacionamento)
29.Sistema de Não pode apresentar vazamento.
freio (freio de
serviço
pneumático e
hidropneumático)
30.Sistema de Cilindro mestre: não pode apresentar vazamento.
freio Correia do compressor: deve estar em bom estado de
(Componentes conservação, sem apresentar trinca, fissura e
do sistema) deslizamento (patinar).
Conexões do circuito: não pode apresentar
vazamento e as braçadeiras devem estar bem fixadas e
em bom estado.

Página 117
Guarnição da sapata de freio (lona de freio): deve
estar íntegra, bem fixada, sem vestígio de óleo ou
graxa. Não é admitida lona de freio com espessura
inferior a 6 mm, em qualquer ponto e estas devem estar
protegidas por espelhos, íntegros e bem fixados.
Mangueiras: devem estar devidamente conectadas,
não podem apresentar vazamento, rachadura, abrasão,
queimadura, dobramento e estrangulamento. Nenhuma
mangueira pode estar isolada.
Medidor de pressão ou indicador de pressão:
veículo com sistema de freio pneumático ou
hidropneumático deve possuir medidor de pressão ou
indicador de pressão íntegro e em funcionamento.
Servo-mecanismo de acionamento (câmara
pneumática – cuica de freio): deve estar bem fixado e
não apresentar vazamento.
Tambor de freio: deve estar bem fixado, sem trinca,
rachadura, empenamento e reparo por solda, sendo
admitido tambor de freio cintado desde que atenda a
estas condições.
Tubulação de freio: deve estar adequadamente fixada,
sem contato direto com o chassi do veículo e não pode
apresentar vazamento, amassamento e
estrangulamento.
31.Sistema de A conservação, aplicação, instalação, montagem,
iluminação requisitos de localização e visibilidade dos dispositivos
de iluminação deve estar de acordo com a legislação de
trânsito vigente (Resolução Contran nº 970/2022 e
resoluções anteriores, conforme ano de fabricação do
veículo).
O sistema de iluminação deve estar íntegro, completo,
bem fixado e operando.
32.Suspensão Amortecedor: deve estar íntegro e sem vazamento e
estar bem fixado, com todos os elementos de fixação e
não apresentar folga.
Balanças: devem estar alinhadas com o chassi e os
suportes devem estar íntegros, bem fixados, sem trinca
e desgaste excessivo. Não é admitida balança que
esteja quebrada, amassada ou apresente trinca, folga
excessiva ou atrito com a longarina do chassi. Além
disso, o tensor de fixação e retenção não pode estar
solto, trincado, com folga excessiva e com reparo por
solda.
Feixes de molas: as lâminas de molas não podem
estar trincadas, quebradas, desalinhadas, encavaladas
ou com calço. Ademais, os componentes dos feixes de
molas devem estar em bom estado de conservação, e
bem fixados.
Suspensão pneumática: o conjunto deve estar íntegro
e bem fixado. Além disso, as câmaras de ar (foles de

Página 118
suspensão) não podem apresentar vazamento.
33.Transmissão Cardan (eixo): o eixo cardan, constituído por 1 (um) ou
mais elementos, deve estar íntegro e protegido por
alça, corrente ou cinta em bom estado e fixada
adequadamente. Esta exigência não se aplica aos eixos
cardan que possuem sistema de fixação por mancais.
Obs.: quando existente, o sistema de fixação por
mancais deve estar íntegro, sem folga excessiva, trinca,
rachadura e reparo por solda.
Cruzetas: as cruzetas não podem apresentar folga
excessiva.
Rolamento de centro: o rolamento deve estar
devidamente fixado e sem folga excessiva.
34.Triângulo de deve estar em bom estado de conservação.
sinalização ou
equipamento
similar
35.Veículo (tipo os veículos chassi porta-contêiner, além dos demais
Chassi Porta- requisitos aplicáveis e definidos anteriormente, devem
contêiner e atender também ao estabelecido na legislação de
correlatos) trânsito vigente (Resolução Contran nº 812/2020).
Obs.: os veículos porta-contêiner, fabricados ou
adaptados, devem ter dispositivos de fixação em bom
estado de conservação e bem fixados. Além disso, para
os veículos porta-contêiner construídos ou adaptados
após 28 de setembro de 1988, devem ser certificados
pelo Inmetro e receber um Certificado de Garantia
emitido pelo fabricante ou adaptador homologado. Na
estrutura do veículo deve estar afixada 1 (uma)
plaqueta de identificação de certificação da construção
ou adaptação.
No CRV ou CRLV deve constar no Campo
Espécie/Tipo, uma das seguintes inscrições:
a) caminhão plataforma porta-contêiner;
b) caminhão chassi porta-contêiner;
c) reboque plataforma porta-contêiner;
d) reboque chassi porta-contêiner;
e) semirreboque plataforma porta-contêiner; e
f) semirreboque chassi porta-contêiner.
36.Veículo deve estar em bom estado de conservação, sem
(Caminhonete) corrosão acentuada localizada ou generalizada e
atender a todas as exigências expostas anteriormente.
A tampa traseira deve estar íntegra, bem fixada,
operando sem dificuldade e com todos os dispositivos
de abertura, fechamento e travamento presentes, em
bom estado e atuando.
37.Veículo somente devem ser inspecionados se houver
(Camioneta e segregação entre o habitáculo onde a carga (de

Página 119
Utilitário) qualquer classe) é transportada e o habitáculo
destinado à condução do veículo.
A segregação deve ser efetuada de forma adequada e
não pode apresentar fresta, abertura e janela móvel.
Para tanto, não se admite materiais de baixa resistência
ou que apresentem condições de propagação de
chamas como madeira e produtos derivados.
O habitáculo onde a carga é transportada deve estar
provido de meio de ventilação adequado e as portas e
tampa de acesso devem estar íntegras, bem fixadas e
dotadas de mecanismo de fechamento atuando
perfeitamente.

Portaria Inmetro nº 127/2022 na íntegra (consulta)

http://sistema-sil.inmetro.gov.br/rtac/RTAC002942.pdf

Agora que você já tem conhecimento do que é cobrado do veículo que transporta produto
ou substância perigosa a granel. Que tal antecipar qualquer problema que possa ocorrer
durante a sua viagem e fazer uma boa inspeção no seu veículo?
Está lançando o desafio, o qual proporcionará mais segurança em sua viagem, assim
como, evitar a aplicação em seu desfavor de notificações, multas, retenções e outras
medidas caso o transporte de produtos ou substâncias perigosas esteja sendo realizado de
forma irregular.
O primeiro passo foi dado, através do repasse da informação, agora o resto é com você.
Mas, vamos seguindo com nosso aprendizado.
Comentamos sobre a inspeção do veículo que realiza o transporte de produtos ou
substâncias perigosas a granel. Faltou mencionarmos como ocorre a inspeção do
equipamento que acondiciona o produto.
Mencionamos anteriormente que o transporte a granel não ocorre somente em
equipamentos tanque, podendo ocorrer em outras carrocerias desde que o produto esteja
em contato diretamente com ela. Para tanto, tais equipamentos necessitam ser
inspecionados e estarem aptos para o transporte de produtos perigosos.
Mas, será que podemos simplesmente dispor o veículo para o transporte de produtos
perigosos sem qualquer controle ou há um controle de acordo com o veículo, estrutura e
produtos que se pretende transportar?
A resposta para a pergunta é bem simples, pois, não basta ser a granel (tanque, caçamba
ou outro equipamento), estes devem ser testados e possuírem a estrutura necessária para

Página 120
acondicionar produtos ou substâncias perigosas conforme as respectivas características
físicas e químicas.
Para tanto, ocorre a inspeção dessas estruturas e conforme forem sua construção ou
projeto-tipo, bem como, após a realização da verificação das condições estruturais por
OIA-PP acreditados pelo Inmetro, estarão aptos a transportarem produtos ou substâncias
perigosas de acordo com grupos ou famílias estabelecidos pelo órgão metrológico.
Deste modo, se estabelece a segurança no transporte, pois, previamente o órgão
metrológico através da sua rede de acreditados habilita veículos ao transporte conforme a
estrutura se adequa aos produtos ou substâncias perigosas que se pretende transportar.
Sendo assim, é muito importante que você condutor preste muita atenção, tendo como
objetivo a sua segurança, pois se transportar produtos que a estrutura do veículo que
conduz não permite, poderá estar se expondo a risco totalmente desnecessários no
transporte.
Para melhor esclarecer o que estamos apresentando, vamos estudar a portaria do Inmetro
que estabelece as condições de inspeção dos equipamentos destinados ao transporte a
granel de produtos ou substâncias perigosas.

PORTARIA INMETRO nº 128/2022


(Certificado de Inspeção de Produtos Perigosos – CIPP)

Aprova os requisitos de avaliação da conformidade para inspeção de equipamentos


rodoviários destinados ao transporte de produtos perigosos.
A inspeção mencionada na normativa ocorre após vencido o prazo estabelecido dos
veículos novos, ou após vencida a inspeção anterior realizada em Organismo de Inspeção
Acreditado pelo Inmetro – OIA-PP.
Ela se deve devido cada equipamento ou tanque dispor de características técnicas
distintas de projeto de construção, os quais definem quais produtos perigosos podem ser
transportados em determinado equipamento.
Nestas condições, a inspeção a partir da verificação destas características, define quais
grupos de produtos perigosos são aptos a serem carregados nestes equipamentos ou
tanques, indicando a informação em campo próprio do documento Certificado de Inspeção
para o Transporte de Produtos Perigosos – CIPP.
A informação propicia que a fiscalização identifique se o produto transportado é adequado
a aquele equipamento, bem como, indica ao transportador quais produtos ele pode
transportar.
Não raras vezes, é verificado irregularidades neste transporte, trazendo riscos quando as
condições técnicas de transporte, assim como, risco de causar algum acidente mais grave
em razão do equipamento ou tanque utilizado no transporte não ser adequado.

Página 121
Deste modo, cabe a você motorista, fazer a correta identificação antes de realizar qualquer
carregamento, identificando se o equipamento ou tanque é adequado para o produto que
pretende transportar.
As empresas expedidoras, por sua vez, devem também na inspeção preliminar ao
carregamento avaliar se o equipamento ou tanque apresentado para efetuar o
carregamento atende a legislação vigente.
Lembrando que a documentação mencionada é exigida para o transporte a granel, ou seja,
produto em contato com a estrutura do veículo que o acondiciona.

É obrigatório o porte do documento CIPP dentro do prazo de validade e, em quantidade


compatível com os equipamentos fiscalizados.

Lembrando, a inspeção e avaliação das condições técnicas do equipamento se referem


quando o transporte é realizado a granel, podendo ser o transporte do produto ou
substância em um equipamento tanque fixado a estrutura de um veículo ou em uma
caçamba. A condição é que o produto ou substância esteja em contato direto com a
estrutura do equipamento que o acondiciona, situação que exigirá a inspeção do
equipamento ou equipamentos junto à Organismo de Inspeção Acreditado pelo Inmetro
para o Transporte de Produtos Perigosos (OIA-PP).

Para entendermos didaticamente a dinâmica dessas exigências, preparamos para você um


checklist acerca do que é inspecionado neste equipamento.

Recomenda-se, portanto, que façam a conferência prévia destes itens antes do início de
cada viagem, visando evitar interrupções desnecessárias na viagem.

CHECKLIST (CIPP)

SAIBA MAIS

Através do checklist a seguir, possibilitamos a você motorista, conhecer os itens


que são inspecionados nos equipamentos que acondicionam produtos perigosos
a granel. Deste modo, basta fazer uma breve inspeção no equipamento antes do
início da viagem.

CHECKLIST
ITENS INSPECIONADOS CONFORME PORTARIA INMETRO Nº 128/2022 (CIPP)
Checklist Item Condições
1.Aterramento Líquidos inflamáveis:
Verificar se o tanque de carga possui no mínimo 2 (dois)

Página 122
pontos de aterramento, um em cada lateral, devendo ser de
material não ferroso, isento de pintura e que proporcione o
não deslizamento da garra.
2.Documento: Campo 02 - Data de Vencimento
CIPP Deve ser verificado se o documento não está vencido.

Campo 05 - Placa do veículo e Campo 06 - Renavam


Deve estar preenchido conforme inscrito no Campo Placa do
CRLV, CRV ou NF.

Nota 1: Para caçamba intercambiável, contentor ou


contêiner-tanque, o Campo deve estar preenchido com “NA
(não aplicável)”.
Nota 2: O preenchimento desse Campo também está
previsto nos casos de emplacamento do veículo pós emissão
do CTPP, considerando as situações em que o Campo 05
(“Placa”) do CTPP foi preenchido com “AGD-PLACA
(Agendamento de placa) ou AGD-REN (Agendamento
Renavam)”. O OIA-PP deve inserir no Campo 28
(“Observações”) do CTPP, o nº da placa do veículo.
Obs.: Caso não seja procurado o OIA-PP para regularizar as
informações das notas 1 e 2, o documento estará irregular.

Campo 09 - N° de Equipamento
Destinado a informação do nº do equipamento.

Campo 16 - Equipamento Apto a Transportar Produto(s)


Perigoso(s) do(s) Seguinte(s) Grupo(s)
Destinado as informações dos grupos de produtos perigosos
aptos para serem transportados no equipamento.

Requer consulta:

Portaria Inmetro nº 128/2022 na íntegra (consulta)


http://sistema-sil.inmetro.gov.br/rtac/RTAC002943.pdf

Faça a busca indicando: “ANEXO O - PRODUTOS


PERIGOSOS/ONU/GRUPOS/TEMPO DE CONSTRUÇÃO”

Na terceira coluna você vai obter a informação do grupo apto


para o transporte previsto no campo 16 do CIPP.

Campo 17 - Nº do Lacre
Deve estar preenchido com o número do lacre afixado na
Placa de Inspeção do Inmetro, quando aplicável.

Página 123
Nota 3: O lacre deve ser substituído na troca da Placa de
Inspeção do Inmetro.

Campo 30 observações

Nota 4: É proibida a utilização de fotocópia, mesmo sendo


autenticada, e a sua plastificação.
Nota 5: O CIPP tem validade prorrogada, por 30 (trinta) dias,
a partir da sua data de vencimento, aplicável somente nos
casos em que o conjunto veicular estiver em viagem de
retorno para a sua base de operação, considerando que o
seu equipamento ainda esteja contaminado com resíduos.
Nota 6: É permitida a inclusão de informações, durante a
vigência do CIPP, referentes à mudança de propriedade do
equipamento e à placa de licença padrão Mercosul, sem a
necessidade da realização de nova inspeção.
Nota 7: Qualquer observação deve ser validada com carimbo
e assinatura RT ou ST-PP (Responsável Técnico ou
Supervisor Técnico), após a última inserida.
3.Placa de A Placa de Identificação do Inmetro afixada pelo OIA-PP é
Identificação parte integrante do equipamento, devendo ser substituída
do Inmetro somente quando: da alteração da placa de licença do veículo
(padrão Mercosul), da impossibilidade de leitura dos dados
registrados, e quando houver transplante ou reforma. A
mesma deve ser arquivada junto ao relatório de inspeção.
Deve ser afixada em um suporte porta-placas, através de
4 (quatro) rebites, sendo de atribuição exclusiva do OIA-
PP tal fixação, após a aprovação da inspeção.

O suporte porta-placas deve ser soldado no equipamento ou


em parte estrutural integrante, posicionado na lateral
dianteira do lado esquerdo (lado do condutor do veículo), o
qual deve conservar a furação da Placa de Identificação do
Inmetro e da Placa de Inspeção do Inmetro.

Para os taques de carga certificados (Portaria Inmetro nº


134/2022), a Placa de Identificação do Inmetro não é mais
requerida.

Condições extraordinárias:
O contêiner-tanque que transita no território nacional
transportando produtos perigosos com Certificado de
Inspeção Internacional emitido por organismo de inspeção
internacionalmente reconhecido, o prazo de validade é de
90 (noventa) dias após a data de seu vencimento,
conforme estabelecido na Convenção de Segurança de
Contêineres (CSC/72).

Modelo de placa de identificação

Página 124
4.Placa de É parte integrante do equipamento, devendo ser afixada na
Inspeção do inspeção inicial e substituída à cada inspeção periódica.
Inmetro
Campo placa - Quando o veículo estiver aguardando o
número da placa de licença, os espaços do Campo devem
permanecer vazios. Somente quando do seu emplacamento,
o Campo deve ser preenchido, por qualquer OIA-PP.

Importante - A placa de inspeção deve possuir informações


compatíveis com o documento apresentado, seja o CTPP ou
CIPP.
Deste modo, é importante a correta conferência para que as
informações estejam devidamente regulares.

Notas Gerais:
Nota 1: Deve estar lacrada ao seu suporte porta-placas,
através de lacre específico, quando aplicável.

Campo Placa do veículo - Deve estar preenchido conforme


inscrito no Campo Placa do CRLV e quando não houver
placa de licença, deve ser acrescentado “AGD-PLACA”.

Campo Observações - Deve estar preenchido com o(s)


grupo(s) de produtos perigosos de acordo com o Campo 16
[("Equipamento Rodoviário Apto a Transportar Produto(s)
Perigoso(s) do(s) Seguinte(s) Grupo(s)"] do CIPP emitido, e
com outras observações que se fizerem necessárias
(exemplo: justificativa técnica para a redução do período de
inspeção)."

Nota 1: Não é permitida a utilização de fotocópia.


Nota 2: A 1ª via deve ser anexada a 1ª via do CIPP.

Modelo de placa de inspeção

Página 125
5.Registro de Este documento ter por finalidade realizar os registros de
Não eventual não conformidade constatada na inspeção, assim
Conformidade como, informações referentes a dados do veículo e a
(RNC) respectiva inspeção.

No Diário Oficial da União (DOU) de 3 de novembro de 2022,


foi publicada retificação da Portaria Inmetro nº 128/2022, a
qual, deixou de exigir no verso do RNC a Lista de Grupos
de Produtos Perigosos.

Deste modo, o documento em comento não contempla mais


a relação em seu verso, não sendo, portanto, exigido pela
fiscalização.

Modelo de Registo de Não Conformidade (RNC)

Página 126
NA PRÁTICA

Transporte a granel de produtos perigosos: CIV (para os veículos), CIPP para o


equipamento que acondiciona o produto

Página 127
No caso do exemplo acima, se você condutor for parado conduzindo este veículo que
transporta produtos perigosos a granel, terá inspecionada além das demais exigências
relativas ao transporte, as condições técnicas do veículo e do equipamento que
acondiciona o produto transportado, devendo apresentar a fiscalização:

- O CIV do cavalo-trator (no original e válido);

- O CIV do semirreboque (no original e válido);

- O CIPP do equipamento tanque (no original, válido e constando no campo 16 o GRUPO


APTO PARA O TRANSPORTE, na situação hipotética o grupo é “7E – Famílias B, I ou N”;

Será inspecionada a PLACA DE IDENTIFICAÇÃO que deverá estar condizente com as


informações dispostas na documentação apresentada. Ainda, na PLACA DE INSPEÇÃO
deverá constar a validade, a qual deve ser idêntica ao que consta no CIPP, assim como,
possuir lacre se exigível no documento (ambas no lado esquerdo do equipamento).

PORTARIA INMETRO nº 134/2022


(Certificado para o Transporte de Produtos Perigosos – CTPP)
TANQUES DE CARGA – Fabricados a partir de 15/01/2018

Página 128
Aprova os requisitos de avaliação da conformidade para tanques de carga rodoviários
destinados ao transporte de produtos perigosos fabricados a partir de 15/01/2018.
A norma estabelece a obrigatoriedade de os tanques de carga rodoviários destinados ao
transporte de produtos perigosos fabricados, importados, distribuídos e comercializados
serem direcionados ao transporte de forma a não oferecer riscos que comprometam a
segurança.
Deste modo, na fabricação e na avaliação da conformidade, às especificações para o selo
de identificação da conformidade devem em uma das etapas atenderem aos requisitos
técnicos da norma em comento para evitar condições inseguras.
Após a avaliação, será emitido o documento Certificado para o Transporte de Produtos
Perigosos – CTPP, que em conjunto com a identificação afixada ao veículo, permitirá
desde a construção habilitar o tanque de carga para o transporte de produtos perigosos.
Vencida a certificação citada, os tanques de carga realizarão os procedimentos de
inspeção em OIA-PP que emitirá o CIPP periodicamente.
Para entendermos didaticamente a dinâmica dessas exigências, preparamos para você um
checklist acerca do que é inspecionado neste equipamento.

Recomenda-se, portanto, que façam a conferência prévia destes itens antes do início de
cada viagem, visando evitar interrupções desnecessárias na viagem.

CHECKLIST (CTPP)

SAIBA MAIS

Através do checklist a seguir, possibilitamos a você motorista, conhecer os itens


que são inspecionados nos equipamentos que acondicionam produtos perigosos
a granel. Deste modo, basta fazer uma breve inspeção no equipamento antes do
início da viagem.

CHECKLIST
ITENS INSPECIONADOS CONFORME PORTARIA INMETRO Nº 134/2022 (CTPP)
Checklist Item Condições

Página 129
1.Aterramento Líquidos inflamáveis:
Verificar se o tanque de carga possui no mínimo 2 (dois)
pontos de aterramento, um em cada lateral, devendo ser de
material não ferroso, isento de pintura e que proporcione o
não deslizamento da garra.
2.Documento: Campo 20 - FAMÍLIA
CTPP Deve estar preenchido com a designação da família do
tanque de carga.

Campo 22 - EQUIPAMENTO RODOVIÁRIO APTO A


TRANSPORTAR PRODUTO(S) PERIGOSO(S) DO(S)
SEGUINTE(S) GRUPO(S)
Deve estar preenchido com todos os grupos de produtos
perigosos previstos para a família do tanque de carga.

Requer consulta:

Portaria Inmetro nº 134/2022 na íntegra (consulta)


http://sistema-sil.inmetro.gov.br/rtac/RTAC002945.pdf

Faça a busca indicando: “ANEXO A - FAMÍLIAS DE


TANQUES DE CARGA”

Na terceira coluna você vai obter a informação do grupo apto


para o transporte previsto no campo 16 do CIPP.
Na terceira coluna você vai obter informações sobre os
grupos aptos para o transporte e, na quinta coluna, a família
correspondente.
Basta comparar a família e os grupos aptos, conforme
respectivos campos para verificar se o equipamento pode ou
não transportar determinado produto perigoso.

Campo 28 – OBSERVAÇÕES

Nota 1: Deve ser digitada, impressa ou carimbada a seguinte


frase: “São proibidas a utilização de fotocópia, mesmo sendo
autenticada, e a sua plastificação.”
Nota 2: Para veículos não emplacados, quando da
construção do tanque de carga, o Campo 05 deve ser
preenchido com AGD-PLACA e o Campo 06 com AGD-REN.
Quando forem emplacados, o proprietário dos mesmos deve
procurar um OIA-PP ou OIA-VA, o qual deve informar, no
Campo 28 do CTPP, os referidos números, devendo ser
validado com carimbo e assinatura do responsável técnico.
3.Placa de Placa de identificação do fabricante (Chapa) - O
identificação fabricante do tanque de carga deve afixar na lateral esquerda
do Fabricante dianteira deste equipamento, após a sua aprovação, uma
(Chapa) placa de identificação do fabricante, laminada diretamente na
parede do tanque de carga com resina translúcida, de modo
que a placa e o tanque de carga formem um corpo único,

Página 130
contendo as seguintes inscrições:

a) identificação do fabricante;
b) número de série;
c) data de fabricação (dia/mês/ano);
d) norma de construção: Anexo I-Portaria Inmetro nº xx/xxxx
(nº/ano da Portaria de aprovação deste Regulamento).
Exemplo: AnexoI/Port.Inmetroxx/xxxx;
e) família;
f) capacidade geométrica (m³ ou l);
g) espessura original: calotas e costado (mm);
h) tara do tanque de carga (kg ou t);

Nota 3: Quando o tanque de carga for do tipo sobre chassi, a


marcação deve corresponder à tara do tanque de carga.
Nota 4: Quando o tanque de carga for do tipo semirreboque
ou reboque, a marcação deve ser a tara do conjunto veicular.

i) pressão máxima de trabalho admissível 200 kPa (2 bar);


j) temperatura máxima de operação até 50 °C;
k) pressão de ensaio hidrostático 400 kPa;
l) pressão de abertura da válvula de segurança (kPa); e
m) informações das matérias-primas, liner, resina, véu,
manta, catálise.
4.Selo de Em forma de placa, deve ser de aço inoxidável, com
Identificação espessura mínima de 2 mm, e afixada pelo fabricante, de
da modo permanente e em local visível, na estrutura do tanque
Conformidade de carga, próximo da chapa de identificação do fabricante, a
qual deve conter o número do equipamento. Deve ser
resistente às intempéries.

SAIBA MAIS

Os documentos em comento serão exigidos, conforme dispõe a imagem a seguir,


lembrando que quando novo ao invés do CIPP será emitido o CTPP para os
tanques de carga rodoviários fabricados desde 15/01/2018.

A partir da primeira inspeção destes, o CTPP será substituído normalmente pelo


CIPP (não será exigida a aposição de Placa de Identificação).

NA PRÁTICA

Transporte a granel de produtos perigosos: CIV (para os veículos), CTPP (fabricação) ou


CIPP (a partir da 1ª inspeção) para o equipamento que acondiciona o produto

Página 131
No caso do exemplo acima, se você condutor for parado conduzindo este veículo que
transporta produtos perigosos a granel, terá inspecionada além das demais exigências
relativas ao transporte, as condições técnicas do veículo e do equipamento que
acondiciona o produto transportado, devendo apresentar a fiscalização:

- O CIV do cavalo-trator (no original e válido);

- O CIV do semirreboque (no original e válido);

- O CTPP do equipamento tanque (no original, válido e constando no campo 16 o GRUPO


APTO PARA O TRANSPORTE, na situação hipotética o grupo é “27A1 – Famílias A, B, H,
I, M ou N ”;

Será inspecionada a PLACA DE IDENTIFICAÇÃO DO FABRICANTE (CHAPA) que


deverá estar condizente com as informações dispostas na documentação apresentada
(CTPP). Ainda, verificará se o equipamento dispõe do SELO DE IDENTIFICAÇÃO DA
CONFORMIDADE, o qual deverá estar afixada a estrutura do veículo próximo a Placa de
Identificação do Fabricante (ambos no lado esquerdo do equipamento).

Página 132
A partir da 1ª inspeção, será inclusa a PLACA DE INSPEÇÃO e o documento CTPP será
substituído pelo CIPP.

Não é exigido para o equipamento nestas condições a fixação de Placa de Identificação.

ATENÇÃO

As exigências previstas pelo Portaria Inmetro nº 134/2022 são aplicáveis somente


aos veículos TANQUES DE CARGA fabricados a partir de 15/01/2018. Para os demais
veículos é aplicável o previsto na Portaria Inmetro nº 128/2022.

Legislação Ambiental (Federal, Estadual e


Municipal)

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL: FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL, destacando:

PARTE ESPECIAL III – LEI DE CRIMES AMBIENTAIS

Lei nº 9.605/1998: Dispõe sobre a Lei dos CRIMES AMBIENTAIS e apresenta as


sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao
meio ambiente.

A legislação ambiental estabelece algumas obrigações que estão diretamente relacionadas


ao transporte de produtos perigosos em todas as suas etapas.

Página 133
Nesse sentido, inicialmente trouxemos a conhecimento alguns dispositivos normativos
aplicáveis. Entretanto, é extremamente importante que façamos alguns comentários a
respeito, possibilitando que você condutor tenha entendimento amplo acerca do tema.
Contudo, faz-se necessário destacarmos que você condutor poderá ser considerado
partícipe do processo quando o transporte de produtos perigosos for irregular ou ocorrer
um acidente.
A Lei de Crimes Ambientais é muito clara em alguns aspectos, nesse contexto, extraímos
alguns artigos dessa lei que podem trazer responsabilizações a todos os envolvidos,
vejamos:
“Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam
resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a
destruição significativa da flora:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

§ 2º Se o crime:

I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;

II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos
habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população;

III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de
água de uma comunidade;

IV - dificultar ou impedir o uso público das praias;

V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou


substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou
regulamentos:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de adotar,
quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de
dano ambiental grave ou irreversível.”

Apesar do artigo trazer muitos desdobramentos, se culposo, doloso, dentre outros


aspectos, o objetivo aqui não é comentar sobre a imposição da pena, mas, sim sobre o seu
alcance e quem poderá ser responsabilizado.
Estamos nos referindo, portanto, a causar poluição de qualquer natureza, por óbvio,
resultando ou que possam resultar algo contra a saúde humana ou ao meio ambiente.

Página 134
É frequente nos sinistros que envolvem produtos perigosos termos desdobramentos de
causa de poluição e, a depender da avaliação de causa e consequências da ocorrência,
resultar em responsabilização.
O fato de conduzir o veículo com negligência, imperícia e imprudência, que será visto no
módulo seguinte, impõe de certa forma responsabilizações a você condutor, pois, se
comprovado erro humano de conduta, haverá responsabilização.
O fato de conduzir o veículo com negligência, imperícia e imprudência, que será visto no
módulo seguinte, impõe de certa forma responsabilizações a você condutor, pois, se
comprovado erro humano de conduta, haverá responsabilização.
Sendo assim, é muito importante que na condução de veículos que transportam produtos
perigosos sejam adotadas as recomendações dispostas no módulo de Direção Defensiva
deste curso.
O artigo 56 do mesmo diploma legal, é outro dispositivo que deve ser observado por você
condutor.

“Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer,


transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância
tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com
as exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:


I - abandona os produtos ou substâncias referidos no caput ou os utiliza em desacordo com
as normas ambientais ou de segurança;
II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla ou dá destinação
final a resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida em lei ou regulamento.
§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é aumentada de um sexto
a um terço.
§ 3º Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.”

Conforme comentamos anteriormente, não pretendemos debater sobre a aplicação da


pena, mas, sim, sobre o alcance da tipificação.
Veja o quanto é importante prestar atenção em alguns temas, visando evitar
responsabilizações.
Nesse contexto, cabe destacar que o simples ato de transportar sem atender normas
previstas em regulamento, já pode caracterizar a tipificação prevista no artigo 56 da Lei de
Crimes Ambientais.
Qual seria a norma descumprida para que seja configurado o crime?
Qualquer uma delas! Por exemplo: o Regulamento para o Transporte Terrestre de
Produtos Perigosos e suas Instruções Complementares; Normas Ambientais, do Inmetro,

Página 135
da CNEN, do Ibama, dos Órgãos Ambientais Estaduais, do Exército Brasileiro e outras que
tenham relação ou disciplinam o transporte.
A conduta e tipificação restará configurada infringindo alguma norma relacionada de
acordo com o produto transportado.
Cabe, portanto, que seja realizada uma avaliação preliminar das condições do produto,
documentação e do veículo antes de realizar o transporte, sob pena de a depender do
caso e da gravidade, serem aplicadas as sanções administrativas, que veremos mais
adiante, associadas a sanções cíveis e penais a depender do caso concreto.
Nessa condição, pode ocorrer a responsabilização de você condutor, sendo partícipe do
processo ou até mesmo autor, se der causa ao fato.
Há ainda, dentre os dispositivos normativos da mesma lei, o artigo 60.

“Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do
território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores,
sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as
normas legais e regulamentares pertinentes:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente .”

Nesse dispositivo identificamos algo muito simples, mas que merece muita atenção, em
especial pelo transportador.
Refere-se à licença ambiental para poder realizar o transporte de produtos perigosos.
A saber, temos duas possibilidades:
a) Licença Estadual; e
b) Autorização Ambiental para Transporte de Produtos Perigosos.
A Licença Estadual é obtida nos órgãos ambientais que possuem previsão e exigência
para os empreendimentos que desempenhem atividades potencialmente poluidoras.
Já a Autorização Ambiental para Transporte de Produtos Perigosos é uma autorização
disponibilizada pelo Ibama a empreendimento potencialmente poluidor que possui
Cadastro Técnico Federal, possibilitando com que o transportador, ao realizar o transporte
entre estados, não tenha que providenciar licença no órgão ambiental do estado em que
pretende se direcionar quando da realização do transporte de produtos perigosos.
A regulamentação, em síntese, corrigiu um problema histórico que ocorria, pois, antes da
existência da autorização, era necessário que o transportador que pretendesse realizar
uma viagem transportando produtos perigosos entre estados, providenciasse licença
ambiental em cada estado que trafegava.
Com o advento da autorização, prevista na Instrução Normativa nº 05/2012, do Ibama, as
licenças foram substituídas por este documento.
Dessa forma, para fácil compreensão, se for realizar o transporte de produtos perigosos
exclusivamente dentro de determinado estado, basta cumprir as regras ambientais
estabelecidas pelo órgão ambiental deste.

Página 136
Se for realizar o transporte de produtos perigosos entre estados, terá que providenciar a
Autorização Ambiental de Transporte de Produtos Perigoso prevista na Instrução
Normativa nº 05/2012.
A autorização deve ser apresentada no ato da fiscalização aos órgãos que estão
realizando o procedimento. Possuem validade de três meses, sendo renovadas em igual
período.
Já para as licenças ambientais fornecidas pelos estados, a validade dependerá de cada
órgão ambiental que as disciplina.

Lei nº 9.966/2000: Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da


poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou
perigososas em águas sob jurisdição nacional;

Lei nº 6.938/1981: Dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente;

Lei nº 12.305/2014: Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº


9.605/1998 e dá outras providências.

Em que pese para fins de transporte de produtos perigosos a Lei nº 9.605/1998 ser a mais
importante, pois trata das condições em que o transporte irregular pode gerar dano ao
meio ambiente e consequentemente ocasionar impacto ambiental, não podemos deixar de
lado outras políticas relacionadas ao meio ambiente.
Nesse contexto, os demais dispositivos normativos estabelecem muitos princípios que
podem ser evidenciados nas responsabilizações já mencionados no decorrer deste
capítulo direcionado a legislação ambiental.
Devemos, portanto, observar o previsto nas normativas, pois além das exigências de
ordem federal em relação a boas práticas direcionadas ao meio ambiente, pode haver
exigências municipais que devem ser respeitadas.
Além disso, cumpre destacar princípios previstos nas normativas que tratam do meio
ambiente, como poluidor-pagador, responsabilidade de pessoas jurídicas, dentre outras
condições introduzidas no ordenamento jurídico.
Neste norte, como cidadãos, devemos ter em mente que todos somos responsáveis pelo
meio ambiente e a garantia deste ter como princípio o desenvolvimento sustentável, que
visa garantir que gerações futuras usufruam dos benefícios ambientais, cabendo a esta
geração proporcionar essa garantia.

Página 137
Sendo assim, na condição de condutor de veículo que transporta produto perigosos, você
tem papel fundamental nesse processo, pois ao evitar sinistros, conduzindo com
segurança, poderá estar contribuindo para um meio ambiente adequado para esta e
futuras gerações, apesar dos erros cometidos pelos demais usuários que utilizam nossas
vias.

Outros órgãos e Entidades de governo

Instrumentos legais de outros Órgãos e Entidades de Governo, tais como:

EXÉRCITO BRASILEIRO – DIRETORIA DE FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS


CONTROLADOS - DFPC

Estabelece regulamentos para a fiscalização de produtos controlados. Dentre os


principais relacionados a produtos perigosos temos os as substâncias e produtos
explosivos que a depender do tipo, exige autorização do Exército Brasileiro.
Para saber mais, acesse o link a seguir que remeterá para a página da Diretoria em
comento, possibilitando maiores esclarecimentos, caso você motorista pretenda
desenvolver suas atividades laborais realizando o transporte de produtos
controlados.

Link: http://www.dfpc.eb.mil.br/

COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR – CNEN

Página 138
Prescreve instruções acerca do transporte de materiais radioativos.
Para saber mais sobre o tema, acesse o link a seguir que remeterá para a página da
Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, em especial a norma que regulamenta e
estabelece os requisitos de segurança e radioproteção radiológica para o transporte de
materiais radioativos.
Neste sentido, a norma em comento, a NN 5.01 – Regulamento para o Transporte Seguro
de Materiais Radioativos (Resolução CNEN 271/2021) prevê todos os requisitos que
devem ser observados por quem pretende realizar este tipo de transporte.

São 96 páginas que detalham todas as regras que devem ser observadas, as quais
podem ser acessadas pelo link:

https://www.gov.br/cnen/pt-br/acesso-rapido/normas/grupo5/grupo5_nrm571.pdf

Insta destacar que o Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos


em seus anexos é claro quanto as exigências em relação ao transporte de materiais
radioativos.
“1.1.1.6 Transporte de material radioativo
Aplicam-se, também, as Normas de Transporte de Materiais Radioativos, publicas
pela
Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN.”
Neste sentido, cumpre-nos registrar que o regulamento em comento estabelece que além
de cumprir as normas mencionadas da CNEN, o transporte rodoviário de produtos da
classe 7 (radioativos) pode ser realizado por veículo da espécie automóvel.
Deste modo, é importante que se consigne que para a segurança do transporte não é o
veículo, mas, sim, a embalagem que acondiciona a substância.
Assim, é importantíssimo que se adote todas as recomendações possíveis quando
transportar esse produto, evitando qualquer tipo de contaminação.
Registre-se que é o único transporte de produtos perigosos autorizado a ser realizado em
automóveis.

Página 139
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA

A Anvisa estabelece a partir de Resoluções da Diretoria Colegiada da Agência – (RDC)


instruções com relação a diversos temas relacionadas a saúde.
Como não pode ser diferente, há dejetos hospitalares, amostras biológicas submetidas a
testes de patogênese, resíduos de saúde dentre outros que são submetidos a normas da
Anvisa.
Para movimentar tais substâncias, há o transporte e nesse contexto, há normativas que
contemplam as normas da ANTT, bem como atendem aos critérios da Anvisa.
Sendo assim, destacamos, em especial, dois RDCs importantes:

Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 222, de 28 de março de 2018, que regula


as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde:

Link:
http://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/3427425/%282%29RDC_222_2018_.p
df/679fc9a2-21ca-450f-a6cd-6a6c1cb7bd0b

Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 504, de 27 de maio de 2021, que dispõe


sobre as Boas Práticas para o transporte de material biológico humano:

Link:
http://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/6278627/RDC_504_2021_.pdf/2a5ef30
1-325b-4947-b2fe-c4c25665b9b1

Ambos os normativos têm direta relação com as normas do Regulamento de Transporte


Rodoviário de Produtos Perigosos da ANTT, pois, sua observância em consonância com o
que prevê as regras de transporte estabelece condições seguras quanto a eventual
contaminação para os envolvidos neste tipo de operação.
Neste sentido, além de disponibilizar as Resoluções da Anvisa, cumpre-nos destacar que
mais adiante iremos reservar capítulo especial para discorrer sobre o transporte de
material biológico humano, contemplando a questão das amostras laboratoriais, que nos
últimos anos tem tido muita frequência em relação a circulação de veículos com essas

Página 140
substâncias, muito em razão dos testes relacionados ao covid-19, existindo, portanto,
muitas dúvidas sobre o tema.

SISTEMA NACIONAL DE EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS – SIEMA

O Sistema Nacional de Emergências Ambientais é administrado pelo Ibama, órgão que faz
a gestão das comunicações dos Acidentes Ambientais.

Deste modo, ao detectar uma ocorrência envolvendo produtos perigosos, como nas
situações de explosão, colisão entre veículos, incêndios, vazamentos, derramamentos,
dentre outras, na condição de cidadão, você condutor deve comunicar ao órgão
responsável por fazer a gestão desses processos, bem como a intervenção com o objetivo
de recuperar o meio ambiente afetado.

A disposição inadequada e o abandono de produtos perigosos, por colocar em risco vidas


humanas, o meio ambiente, a saúde pública ou atividades sociais e econômicas, também
devem ser comunicados, assim como o rompimento de barragens de água, resíduos e
rejeitos.

Sendo assim, o sistema visa também receber denúncias de crime ambiental e informações
sobre ocorrência de acidentes ambientais que permitem, em razão da celeridade, que
sejam providenciados os meios necessários para a correta intervenção.

Nesse contexto, na página do Ibama na rede mundial de computadores é possível ter


acesso direto ao sistema e realizar a comunicação do fato, conforme já exposto.

Página 141
Para tanto, disponibilizaremos a seguir o endereço eletrônico que permitirá com que
acesse o sistema visando conhecê-lo.

Link: https://siema.ibama.gov.br/

Conforme já mencionado, a depender do produto transportado, haverá a participação de


outros órgãos quanto a licenças e outros meios de controle, visando dessa forma o
transporte seguro.
Nesse contexto, os órgãos em questão participarão do processo de transporte, se o
produto transportado apresentar alguma característica que os vincule.
É importante que o motorista tenha muita atenção antes de se disponibilizar para realizar
alguns tipos de transporte, pois, dependendo do caso tanto ele, quanto o veículo não
estarão aptos a realizar.
Constantemente é observado nos procedimentos de fiscalização a ausência de licenças,
bem como, condições inadequadas dos veículos para a realização de determinados tipos
de transporte.
Sendo assim, antes de embarcar, faça as devidas conferências e verifique se o seu veículo
atende às exigências e se você possui a preparação adequada para realizar o transporte.
Outro tema relevante, é o transporte internacional terrestre de produtos perigosos, sendo
importante conhecer as regras aplicáveis, pois, há diferenças se comparadas com a
legislação nacional.
O veículo deve estar devidamente habilitado e as empresas autorizadas para realizarem o
transporte.
A Resolução ANTT nº 5.840/2019 dispõe sobre as licenças e autorizações para o
transporte rodoviário de carga internacional por empresas nacionais e estrangeiras.
Nesse viés, antes da realização do transporte rodoviário internacional de cargas, o
transportador, nacional ou estrangeiro, deve realizar todo o processo de validação de sua
empresa e cadastrar os veículos envolvidos para poder de fato realizar o transporte
internacional.
As normas que devem ser observadas, dependem das regras e acordos estabelecidos.
Deste modo, visando facilitar a compreensão, apresentamos quadro indicando quais
normas aplicáveis e países que devem observá-las.

Transporte terrestre de produtos perigosos em


âmbito internacional

Página 142
TRANSPORTE TERRESTRE DE PRODUTOS PERIGOSOS COM PAÍSES DO
MERCOSUL
O transporte terrestre de produtos perigosos entre estes países, ou seja, a transposição
terrestre das fronteiras, está regulado pelo Decreto nº 1.797/1996, o qual dispõe sobre a
execução do Acordo de Alcance Parcial para a Facilitação do Transporte de Produtos
Perigosos entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

A norma traz todas as regras de transporte de produtos perigosos, as quais são similares
às do Regulamento de Transporte aplicado em âmbito nacional.
No entanto, há diferenças significativas, pois, a fiscalização depende de convênio com a
Agência Nacional de Transporte Terrestre - ANTT e está diretamente relacionada às regras
do Acordo de Transporte Internacional Terrestre - ATIT, existindo, portanto, muitas
peculiaridades adicionais.
O Acordo de Alcance Parcial para Facilitação do Transporte de Produtos Perigosos,
internalizado pelo Decreto nº 1.797/1996 foi revisado recentemente e está em processo de
internalização pelos países, momento em que serão corrigidas diversas situações, pois, o
Decreto vigente apresenta regras da 7ª edição do “Orange Book " (conhecido como livro da
ONU), que é internalizado pelos países que adotam a ONU como referência para o
transporte de produtos perigosos.
Para ciência, o Brasil no transporte interno utiliza a 21ª edição como referência, situação
em que no transporte nacional, há muitos produtos que já receberam classificação da
ONU, enquanto na edição do transporte internacional no âmbito do Mercosul a
classificação é genérica, dentre outros fatores.

TRANSPORTE TERRESTRE DE PRODUTOS PERIGOSOS COM PAÍSES NÃO


INTEGRANTES DO MERCOSUL

Já o transporte terrestre de produtos perigosos com outros países, ou seja, a transposição


terrestre das fronteiras, depende primeiramente da existência de acordo de transporte.
Existindo o acordo, em face de não existir qualquer normativa específica para a realização
do transporte de produtos perigosos, são aplicáveis as regras nacionais.
Deste modo, diferentemente do que ocorre no âmbito do Mercosul, para os demais países
é aplicada às mesmas regras do transporte nacional.

Página 143
Nesse cenário, atualmente temos a possibilidade de transporte internacional
terrestre entre o Brasil e os seguintes países: Chile, Bolívia, Peru, Venezuela, Guiana
e Guiana Francesa.

Para os demais, não há acordo de transporte e, consequentemente, não há o transporte de


produtos perigosos nas respectivas relações;

Outros instrumentos necessários para a realização


do transporte
Há de se mencionar que o condutor de veículo que transporta produtos perigosos também
deve estar ciente dos principais instrumentos legais referentes ao transporte de carga em
geral, a saber:

• Lei nª 13.103/2015: dispõe sobre o exercício da profissão de motorista. Altera a


Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o CTB e a Lei no 11.442/2007 (empresas e
transportadores autônomos de carga) para disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de
direção do motorista profissional, e dá outras providências;

• Resolução ANTT nº 5982/2022: regulamenta os procedimentos para inscrição e


manutenção no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC) e
dá outras providências.

A legislação do transporte rodoviário de produtos perigosos se relaciona diretamente com


a ambiental, positivando as responsabilidades do expedidor e do transportador, em que se
destacam, por exemplo, o princípio do pagador/ poluidor e o princípio da
corresponsabilidade, conforme já mencionado.

Página 144
A Lei dos Caminhoneiros e sua Repercussão na
Atividade de Transporte Rodoviário de Produtos
Perigosos
A Lei nº 13.103/2015 – conhecida como Lei dos Caminhoneiros — foi um marco importante
na regulamentação da profissão de motorista profissional. Eis alguns de seus efeitos para
o condutor de veículos no transporte rodoviário de produtos perigosos:

• Jornada de trabalho - a jornada diária de trabalho do motorista profissional será de 8


(oito) horas, admitindo-se a sua prorrogação por até 2 (duas) horas extraordinárias ou,
mediante previsão em convenção ou acordo coletivo, por até 4 (quatro) horas
extraordinárias. Será considerado como trabalho efetivo o tempo em que o motorista
empregado estiver à disposição do empregador, excluídos os intervalos para refeição,
repouso e descanso e o tempo de espera.
• Pesagem de veículos - ficou permitida, na pesagem de veículos de transporte de carga
e de passageiros, a tolerância máxima de:
- 5% (cinco por cento) sobre os limites de Peso Bruto Total; e
- 10% (dez por cento) sobre os limites de peso bruto transmitido por eixo de veículos à
superfície das vias públicas;

• Exames toxicológicos: todo motorista empregado deverá fazer exame toxicológico na


admissão e no desligamento da empresa.
A Resolução CONTRAN nº 923/2022 dispõe sobre o exame toxicológico de larga janela de
detecção, em amostra queratínica, para a habilitação, renovação ou mudança para as
categorias C, D e E, decorrente da Lei nº 13.103/2015.
A norma estabelece regras, periodicidade e locais em que devem ser realizados. O
condutor destas categorias deve estar atento aos prazos para a realização, visando estar
de acordo com o que preconiza a legislação vigente.

• Descanso: o motorista profissional tem direito a 11 (onze) horas de descanso dentro do


período de 24 horas. Mas, esse tempo pode ser fracionado. Assim, as 11 (onze) horas de
descanso podem abranger o tempo das paradas obrigatórias. No entanto, o condutor deve
observar no mínimo 8 (oito) horas ininterruptas no primeiro período e o gozo remanescente
nos demais tempo de parada.

• Tempo de espera: as horas relativas ao tempo de espera serão indenizadas na


proporção de 30% (trinta por cento) do salário-hora normal. Quando a espera for superior a

Página 145
2 (duas) horas ininterruptas e for exigida a permanência do motorista empregado junto ao
veículo, caso o local ofereça condições adequadas, o tempo será considerado como de
repouso para os fins do intervalo;

• Locais de espera e repouso: são considerados locais de repouso e descanso os pontos


de parada e de apoio, estações rodoviárias, alojamentos, hotéis ou pousadas, refeitórios
das empresas ou de terceiros e postos de combustíveis. O poder público assumiu a
responsabilidade de divulgar os trechos das vias públicas que ofereçam pontos de parada
ou locais de descanso;

• Prazos para carga e descarga: o prazo máximo para carga e descarga a partir do
momento em que o veículo chega ao destino é de 5 (cinco) horas. Se esse limite for
excedido, o motorista ou a empresa transportadora passam a ter direito a uma indenização
pecuniária;

• Pagamento do frete: o pagamento de frete do transporte rodoviário para o Transportador


Autônomo de Carga (TAC) deve ser feito com crédito em conta corrente, poupança ou
outra forma de pagamento regulamentada pela ANTT. Os custos dessa operação (taxas
bancárias) são do responsável pelo pagamento.

Antes de sua viagem, consulte os sítios eletrônicos do DNIT e da ANTT e saiba quais são
os locais de repouso e descanso nas rodovias federais.

A carga e seu acondicionamento


De acordo com a Resolução ANTT nº 5.998/2022 e suas alterações, as embalagens com
produtos perigosos não devem apresentar sinais de violação, deterioração ou mau estado
de conservação.
Cada volume, conforme já demonstrando, deve possuir o nome apropriado para embarque
e o número ONU correspondente, precedido das letras “UN” ou “ONU”.
Em regra, o responsável pelo acondicionamento dos produtos perigosos é o expedidor. A
carga deve ser devidamente estivada de acordo com as recomendações do expedidor (tipo

Página 146
de equipamento, empilhamento, entrelaçamento e amarração), atendendo ao previsto nos
símbolos de manuseio e setas de orientação.
Durante as operações de transporte (constituídas por carga, descarga, transbordo e o
próprio transporte) os volumes não podem ficar expostos ao sol e ao calor por longos
períodos de tempo, nem atirados ou submetidos a choques.

Compatibilidade de cargas entre dois ou mais produtos é entendida como a ausência de


risco potencial de ocorrer explosão, formação de gases, ou misturas perigosas e outros, se
postos em contato entre si (por vazamento, ruptura de embalagem ou outra causa
qualquer).

É proibido transportar produtos perigosos juntamente com alimentos, medicamentos ou


quaisquer objetos destinados a uso ou consumo humano ou animal ou, ainda, com
embalagens de mercadorias destinadas ao mesmo fim. Para tanto, existem os cofres de
carga, os quais são caixas com fechos para acondicionamento de carga geral perigosa ou
não, com a finalidade de segregar durante o transporte de produtos incompatíveis para o
transporte.
Tais equipamentos, especialmente os fabricados em plástico, têm os requisitos e métodos
de ensaio estabelecidos pela ABNT-NBR 15.589. A tabela de incompatibilidade química
para o transporte de produtos perigosos é tratada pela ABNT-NBR 14.619 e,
periodicamente, é revisada.

Sinalização do cofre de carga:


Para fins de sinalização, conforme preconiza a Resolução ANTT nº 5.998/2022, cofres de
cargas utilizados para o transporte de produtos perigosos devem portar, em uma das faces
ou na tampa, painel de segurança sem inscrição na cor alaranjada, conforme imagem a
seguir.
Deste modo, independentemente da simbologia utilizada no veículo, o acondicionamento
de produtos perigosos no interior de cofres de carga deverá ser desta forma.
A outro tanto, consigna-se, que atualmente só existe uma normativa que trata do tema, a
ABNT-NBR 15.589 que define as condições do cofre de carga.
É importante que se registre que deve garantir a estanqueidade, estar devidamente
fechado, não permitindo o contato dos produtos perigosos acondicionados em seu interior
com os demais produtos não classificados transportados no compartimento de carga do
veículo.

Página 147
Todos os volumes do carregamento contendo produtos perigosos devem ser
convenientemente arrumados e escorados entre si ou presos por meios adequados no
veículo ou dentro do cofre de carga, de maneira a evitar qualquer deslocamento, seja de
um volume em relação a outro, seja desses em relação às paredes do veículo ou do cofre
de carga. 3

ATENÇÃO
É proibido transportar produtos para uso humano ou animal em tanques de carga
destinados ao transporte de produtos perigosos a granel.

Já abordamos esse tema quando estudamos a Portaria Inmetro nº 128/2022 que se refere
a certificação do equipamento.
Nesse sentido, rememorando, cada equipamento possui um grupo de produtos aptos a
serem transportados. Deve, portanto, cada transportador observar as condições de
transporte e fazer a devida conferência se aquele produto que pretende transportar pode
ser acondicionado.
Em se tratando de alimentos ou insumos destinados ao uso ou consumo humano/animal,
as restrições são maiores ainda, pois, há o risco da contaminação cruzada que pode a
depender da frequência, contaminação das paredes internas do equipamento certificado
acumular micropartículas que misturas ao produto alimentício transportado, por exemplo,
ser o percursor para riscos potenciais de contaminação aos seres humanos ou animais.
Então, para fins de segurança da cadeia alimentar e, consequentemente, da saúde das
pessoas, você como condutor deve estar muito atento a essas condições, recusando o
transporte de produtos incompatíveis. Ainda mais, se forem destinados ao uso ou consumo
humano/animal.

Página 148
Contamos com você, pois, a saúde das pessoas depende de boas práticas de todos.
Muito se comenta em relação a descontaminar o equipamento e realizar o transporte.
Entretanto, tal condição é utilizada apenas quando se pretende manutenir o equipamento,
sendo necessária a realização dessa medida com o intuito de minimizar riscos a operação,
haja vista que a depender do produto transportado, por exemplo, líquidos inflamáveis,
vapores podem ficar no interior do equipamento e, consequentemente, na realização da
manutenção serem os percursores de um incidente que poderia ser facilmente evitado
caso a descontaminação do equipamento fosse realizada.
Contudo, as operações de limpeza e descontaminação não autorizam o carregamento de
produtos para uso ou consumo humano ou animal em equipamentos certificados para o
transporte de produtos perigosos, sejam estes tanques, contêiner-tanque, caçambas ou
outros que acondicionem o produto diretamente a estrutura do respectivo equipamento.
Do mesmo modo, não é permitido o uso de embalagens, IBCs, tanques portáteis, dentre
outros, já utilizados para o transporte de produtos perigosos, acondicionar produtos
destinados para uso ou consumo humano ou animal, mesmo que devidamente limpos e
supostamente descontaminados.

A descontaminação do veículo — processo que consiste na remoção física dos


contaminantes ou na alteração de sua natureza química para substâncias inofensivas — é
necessária quando o veículo ou equipamentos de transporte de produtos perigosos são
utilizados para outros fins. Para conhecer o Regulamento Técnico da Qualidade para o
serviço de Descontaminação de Equipamentos Destinados ao Transporte Rodoviário de
Produtos Perigosos e as empresas habilitadas a realizar a descontaminação dos veículos
e equipamentos pelo Inmetro, acesse o seguinte link: Consulta as empresas habilitadas

RESPONSABILIDADES DO
CONDUTOR DURANTE O
TRANSPORTE

Página 149
De acordo com a Resolução ANTT nº 5.998/2022 e suas alterações, o condutor ou o
auxiliar, deve, em caso de sinistro, avaria ou outro fato que obrigue a imobilização do
veículo transportando produtos perigosos, avaliar a situação e fazer uso dos equipamentos
de proteção individual e dos equipamentos para situação de emergência, quando
necessário para a segurança. Ainda, avisar imediatamente ao transportador, ao expedidor
do produto e às autoridades de trânsito e responsáveis pelo atendimento à emergência,
quando preciso, detalhando a ocorrência, o local, o nome apropriado para embarque, ou o
número ONU e a quantidade dos produtos transportados.
Os equipamentos em comento serão detalhados no módulo 4 deste curso.
O condutor de veículo utilizado no transporte de produtos perigosos deve ter sido aprovado
em curso específico, conforme regulamentado pelo Conselho Nacional de Trânsito -
Contran, salvo se disposto em contrário nas Instruções Complementares ao Regulamento
para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos.
Durante o transporte, o condutor do veículo e os auxiliares devem usar o traje
mínimo obrigatório, ficando desobrigados do uso dos Equipamentos de Proteção
Individuais (EPIs).

O traje mínimo não é considerado EPI e é constituído por calça comprida, camisa ou
camiseta, com mangas curtas ou compridas e calçados fechados.

Página 150
O pessoal que participar das operações de carregamento, descarregamento ou transbordo
de produtos perigosos a granel deve receber treinamento específic

DOCUMENTAÇÃO E SIMBOLOGIA
Documentação para o transporte rodoviário de
produtos perigosos
Para o transporte rodoviário de produtos perigosos, são obrigatórios os seguintes
documentos:

CONDUTOR

CNH cuja categoria deve ser correspondente ao veículo dirigido com registro junto
ao Registro Nacional de Carteiras de Habilitação – RENACH da realização de curso
especializado para o transporte de produtos perigosos – CETPP.
Tal registro será realizado diretamente pelo Detran ou órgão credenciado do estado de
realização da prova no sistema RENACH.

VEÍCULO

- Inscrição do veículo no RNTRC, quando necessário;


- Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo válido (CRLV ou CRLA);
- Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos (CIPP) válido, quando
aplicável;
- Certificado de Inspeção Veicular (CIV) válido, quando aplicável;
Os dois últimos para o transporte a granel, quando exigíveis.

Página 151
Ressalta-se que os documentos mencionados podem ser físicos ou digitais. Entretanto, de
acordo como o Código de Trânsito Brasileiro – CTB, se o condutor/proprietário optar por
apresentar os documentos digitais, deverá possuir meios de que o equipamento em que se
encontra armazenadas as informações possua carga suficiente para disponibilizar os
dados vinculados ao veículo.
A outro tanto, nos termos do parágrafo único do art. 133 e do §1º-A do art. 159 do CTB, o
porte do CRLV e da CNH será dispensado quando, no momento da fiscalização, for
possível, que o agente fiscalizador tenha acesso ao sistema informatizado para verificar se
o veículo está licenciado e a habilitação está regular.
Quanto aos demais documentos é importante que se consulte os órgãos responsáveis pela
expedição, visando identificar se autorizam a apresentação, no momento da fiscalização
em formato digital.

CARGA

Deverá ser apresentado DOCUMENTO FISCAL DE TRANSPORTE DE PRODUTOS


PERIGOSOS, contendo as seguintes informações:

a) O número ONU, precedido das letras “UN” ou “ONU”;


b) O nome apropriado para embarque;
c) A classe ou Subclasse de Risco do produto;
d) Quando aplicável, a subclasse ou classe de risco subsidiário a informação deve vir
entre parênteses;
e) O grupo de embalagem da substância o artigo, quando aplicável, podendo ser
precedido das letras “GE”;
f) A quantidade total por produto perigoso abrangido pela descrição (em volume,
massa, ou conteúdo líquido de explosivos, conforme apropriado).

Agora que você já sabe como deve vir disposto um documento fiscal de transporte de
produtos perigosos, que tal visualizar a disposição de um documento tendo como base um
nome apropriado da Relação de Produtos Perigosos.

Mas, antes disso, vamos trazer alguns informes importantes:

Página 152
1. DOCUMENTO FISCAL PARA O TRANSPORTE

Documento fiscal para o transporte de produtos perigosos é qualquer documento


(declaração de carga, nota fiscal, conhecimento de transporte, manifesto de carga ou outro
documento que acompanhe a expedição) que contenham as informações exigidas pela
legislação.

2. SEQUÊNCIA DE INFORMAÇÕES NO DOCUMENTO DE TRANSPORTE


A sequência de informações que deve vir disposta na documentação de transporte é a
exatamente mencionada nas alíneas de “a” a “e”.
Deste modo, se as informações estiverem mencionadas de forma diversa, estarão em
desacordo com o Regulamento de Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e,
consequentemente, sujeitando a infrações previstas nesta legislação, conforme veremos
mais adiante.

PARTE ESPECIAL IV – CHECKLIST DO DOCUMENTO DE


TRANSPORTE

Vamos entender como devem ser dispostas, tendo como base as alíneas mencionadas
anteriormente. Desta forma, hipoteticamente você está realizando o transporte do produto
perigosos conforme painel de segurança a seguir.

Produto:

ONU 1098

ÁLCOOL ALÍLICO

Página 153
Vamos ver como será a sequência das informações na tabela que organizamos para
você fazer a verificação antes de iniciar o transporte (Compare com o documento de
transporte fornecido pelo expedidor):

TABELA DE VERIFICAÇÃO DAS INFORMAÇÕES DO DOCUMENTO DE TRANSPORTE

a) b) c) d) e) f)
Nº ONU Nome Classe ou Classe ou Grupo de Quantidade
apropriado Subclasse de Subclasse dos embalagem quando total de PP,
risco riscos subsidiários aplicável em qualquer
correspondentes parte do
(deve vir entre Pode ser precedido documento
parênteses) das letras “GE”

ONU 1098 ÁLCOOL 6.1 (3) I 1.000 kg


ALÍLICO

Pode ser adotada a informação a seguir também (as duas condições estão corretas

ONU 1098 ÁLCOOL Subclasse (Classe 3) GE I 1.000 Kg


ALÍLICO 6.1

3. DESIGNAÇÕES NÃO-ESPECIFICADAS “N.E.”

No nome apropriado para embarque haverá designações não-especificadas, as quais


exigirão logo após o nome apropriado para embarque o informe do nome técnico do
produto transportado.
Fique atento na conferência quando se deparar com alguma descrição genérica ou não-
especificada.

Antes de iniciarmos a abordagem de novo tema, temos que fazer mais um informe
importante:

Página 154
4. TRANSPORTE EM QUANTIDADE LIMITADA

a) Quando se tratar de embarque com quantidade limitada por veículo, o documento


fiscal deve informar o peso bruto expresso em quilograma de cada produto
transportado nessa condição.
b) Para fazer jus ao transporte em quantidade limitada, deve ser disposta a informação
“QUANT. LTDA” ou “Quantidade limitada” logo após o nome apropriado para
embarque.
A não inclusão da informação de que o transporte se encontra em quantidade
limitada sujeitará a aplicação de todas as regras estabelecidas no Regulamento de
Transporte.

No que se refere ainda ao transporte em quantidade limitada, temos ainda o transporte por
quantidade limitada por embalagem interna, sendo importante que se consigne que o
transporte nestas condições não está dispensado de cumprir o regulamento.
O que ocorre é uma flexibilização das exigências, caso seja informada a condição e
a embalagem externa (volume) apresente simbologia que indique que houve
carregamento em quantidade limitada por embalagem interna.

Simbologia que indica carregamento em quantidade


limitada por embalagem interna (deverá ser aplicada ao
volume – embalagem externa)

“Não será exigida nenhuma outra inscrição no


volume caso o transporte esteja em quantidade
limitada por embalagem interna”

Obs: (parte central na cor branca ou fundo contrastante)

As informações referentes ao transporte em quantidade limitada por veículo estão


na coluna 8 da Relação de Produtos Perigosos.
As informações referentes ao transporte em quantidade limitada por embalagem
interna estão na coluna 9 da Relação de Produtos Perigosos.
Cada coluna traz dispensas diferentes, podendo ser somadas, caso o transporte se
amolde em ambas as condições.
A relação das dispensas está disposta no anexo (Parte 3) do Regulamento para o
Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos.

Página 155
SAIBA MAIS

Quando se tratar de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumaria, classificados


como produtos perigosos, NÃO SERÃO CONSIDERADAS AS PROIBIÇÕES DE
CARREGAMENTO COMUM (no mesmo compartimento), independentemente da
quantidade, podendo ser transportadas juntamente com os demais cosméticos,
medicamentos, produtos de higiene pessoal e perfumaria ou objetos destinados ao
uso/consumo humano ou animal, sem a necessidade de segregação, desde que o
EXPEDIDOR garanta que os produtos NÃO APRESENTAM RISCO DE CONTAMINAÇÃO
POR MEIO DE DECLARAÇÃO NO DOCUMENTO PARA O TRANSPORTE DE
PRODUTOS PERIGOSOS.

NÃO
DECLARAÇÃO DO EXPEDIDOR EXIGÍVEL

A Declaração do expedidor no documento fiscal de transporte de produtos perigosos ou


em documento que acompanha a expedição, emitido pelo expedidor, deixou de ser exigida
com a publicação da Resolução ANTT nº 5.998/2022.
Neste norte, apesar de ainda ser constatada a informação nos documentos fiscais de
transporte, esta não faz parte das exigências previstas. Sendo assim, não será mais
cobrada nos procedimentos de fiscalização.
No entanto, como ainda faz parte da grade curricular deste curso, é importante que seja
trazida a informação a respeito do que era exigido.
Isto posto, a declaração continha informações de que o produto estava adequadamente
acondicionado para suportar os riscos normais das etapas necessárias a uma operação de
transporte e que atendia à regulamentação em vigor.
O texto era padronizado e informava o seguinte:
“Declaro que os produtos perigosos estão adequadamente classificados, embalados,
identificados, e estivados para suportar os riscos normais das operações de transporte e
que atendem às exigências da regulamentação”.

Página 156
FACULTADA

FICHA DE EMERGÊNCIA PARA O TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

Possui informações sobre o produto a ser transportado, bem como instruções para casos
de vazamentos, fogo, poluição, envolvimento de pessoas e informações ao médico. Cada
produto transportado possui uma ficha, e o expedidor é responsável por sua entrega no ato
do carregamento.

FACULTADA

ENVELOPE PARA O TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

Ele possui os telefones úteis e as principais providências a serem tomadas em caso de


emergência.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES (FICHA DE EMERGÊNCIA E ENVELOPE DE


TRANSPORTE)
A ficha de emergência para o transporte de produtos perigosos e o envelope para o
transporte que acondiciona as fichas, tornaram-se documentos facultativos. Neste norte,
não são exigidos pela fiscalização e, consequentemente, se houver alguma inconsistência
no preenchimento, não há qualquer sanção prevista no Regulamento para o Transporte
Rodoviário de Produtos Perigosos e nas suas Instruções Complementares.
Apesar da ABNT NBR 7503, que disciplina a regras de elaboração da ficha de emergência
e as características do envelope para transporte estar vigente, a mesma não tem força
normativa, caso o Regulamento de transporte não a estabeleça como de observância
obrigatória. Nesse contexto, até que se modifique a legislação, a norma é facultativa.
Entretanto, no transporte rodoviário internacional terrestre no âmbito do Mercosul, há
exigência que sejam apresentadas a fiscalização as instruções escritas, que são as
orientações que devem ser adotadas em caso de acidente.
Recentemente, a norma que disciplina as regras do Mercosul passou por uma atualização,
adotando a ficha de emergência como referência.
Nesse contexto, em que pese o transporte nacional não exigir, se você condutor for
realizar o transporte de produtos perigosos, deverá dispor da ficha de emergência no
idioma do país transitado.
A outro tanto, é importante que se registre que não há previsão de ser exigido no
transporte no âmbito do Mercosul do envelope para transporte, apenas a ficha de
emergência.
Interessante registrar ainda, que se viajar para fora do país, em razão do espanhol ser o
idioma adotado pelos países deste acordo, a ficha deverá estar nesse idioma. No sentido

Página 157
inverso, os veículos oriundos desses países deverão apresentar a ficha de emergência no
idioma português.

Simbologia utilizada no transporte rodoviário de


produtos perigosos
A identificação dos volumes e dos veículos é realizada por meio do Painel de Segurança e
Rótulo de Risco. O Painel de Segurança é composto pelo número ONU e Número de Risco
(código numérico constituído de dois ou três algarismos que indicam a natureza e a
intensidade do risco), podendo apresentar o Risco Subsidiário (risco adicional que o
produto perigoso apresenta).
O Rótulo de Risco obedece a determinados padrões de dimensão, cor e forma, e
apresenta, em regra, pictograma da classe de risco, o nome da classe de risco
(facultado) e número no vértice alusivo à Classe ou Subclasse de Risco a que o
produto perigoso pertence.
Importante destacar que nem todos os rótulos de risco trazem no seu vértice o número da
subclasse de risco. Deste modo é importante prestar atenção nesse detalhe para não
sinalizar o veículo e embalagens irregularmente.
Para compreender melhor o tema, apresentamos a seguir todos os rótulos de risco
previstos para sinalizar veículos e embalagens utilizados no transporte de produtos
perigosos:

Página 158
Como podemos observar, os rótulos estão sem a informação da classe de risco a que
pertencem, pois, essa informação é facultativa. Desta forma, podem ser afixados dispondo
ou não dessa descrição.
No módulo 4 detalharemos os rótulos de risco, comentando a respeito dos riscos e perigos
associados.
Há de se mencionar que há no transporte de produtos perigosos uma sinalização especial
destinada ao transporte de substâncias perigosas ao meio ambiente, conhecida
popularmente como símbolo do peixe e da árvore.
O símbolo especial foi introduzido na regulamentação aplicável ao transporte terrestre de
produtos perigosos, por meio da Resolução ANTT nº 3.632/2011.

Atualmente, conforme prevê a Resolução ANTT nº 5.998/2022, o símbolo em questão


deve ser utilizado nas embalagens e nas unidades de transporte carregadas com
substâncias perigosas para o meio ambiente e classificadas nos números ONU 3077 e
ONU 3082.
Cabe salientar que tal símbolo não é um novo rótulo de risco e, também, não
substitui o Painel de Segurança nem o Rótulo de Risco indicativo da Classe de Risco
associada ao produto perigoso transportado. Corresponde, portanto, a um item
adicional para a identificação dos riscos relativos aos números ONU 3077 e ONU
3082.
Ainda, ressalta-se que, conforme o item 2.0.0, da Resolução ANTT no 5.998/2022, a
classificação de um produto como perigoso para o transporte deve ser feita pelo seu
fabricante ou expedidor orientado pelo fabricante. Os testes e os critérios para
classificação estão descritos no Manual de Ensaios e Critérios, publicação da Organização
das Nações Unidas (ONU), que permite, após a realização dos ensaios ali descritos, a
alocação do produto ensaiado em alguma das 9 Classes e/ ou Subclasses de Risco
descritas na Resolução ANTT nº 5.998/2022.

Página 159
É importante destacar que o símbolo especial do “peixe e árvore” é utilizado
exclusivamente nos produtos ONU 3077 e ONU 3082. Deste modo, a utilização no
transporte de outro produto sujeitará a sanções previstas no Regulamento de
transporte.
Ressalta-se, ainda, que em se tratando de transporte de produtos ONU 3077 e ONU
3082 em embalagens com peso bruto total de até 5 quilos ou 5 litros, o transporte
estará dispensado de cumprir o Regulamento para o Transporte Rodoviário de
Produtos Perigosos e suas Instruções Complementares.

PARTE ESPECIAL VI – SINALIZAÇÃO NOS VEÍCULOS

Da sinalização dos veículos


Abordamos até o momento que a sinalização é composta de painéis de segurança, rótulos
de risco e símbolos especiais de acordo com a especificidade do produto transportado.
Entretanto, não apresentamos como deve ser feita essa sinalização no veículo, apenas
nas embalagens.
Nesse sentido, visando ampliar os conhecimentos abordados, passaremos a apresentar de
forma didática como ocorre a sinalização de um veículo que transporta produtos perigosos.

Importante rememorar que a sinalização deve permanecer intacta durante todo o


trajeto, independentemente de intempéries. Portanto, avalie adequadamente o
material que irá utilizar e o meio de fixação.

Lembrando ainda, a simbologia afixada poderá ser de qualquer material: acrílico,


metal, adesivo, imã, dentre outros. A fixação poderá ser por parafusos, colada,
pintada, adesivada, imantada, dentre outros.

No entanto, deverá estar afixada corretamente e sem qualquer obstrução. Não


podendo também prejudicar os equipamentos de sinalização e iluminação dos
veículos.

Veja a seguir como deve ser a sinalização nos veículos que transportam produtos
perigosos:

Página 160
Transporte de carga fracionada com um único produto perigoso na mesma unidade
de transporte:

Utiliza-se quando há transporte de apenas um produto perigoso na mesma unidade de


transporte. Deste modo, temos como simbologia aplicada: painel de segurança e rótulo de
risco.
A sinalização ocorre da seguinte forma:
a) painel de segurança na frente e na traseira e nas duas laterais: quatro;
b) rótulos de risco nas duas laterais e na traseira: três.
Na imagem é possível observar que os painéis ficam posicionados à esquerda (lado do
motorista) e os rótulos de risco adjacentes. Esta é a posição correta que deve estar
sinalizado o veículo.

Página 161
Transporte de carga fracionada com diferentes produtos perigosos da mesma classe
ou subclasse de risco na mesma unidade de transporte:

Utiliza-se quando há transporte de diferentes produtos perigosos da mesma classe ou


subclasse na mesma unidade de transporte. Deste modo, temos como simbologia
aplicada: painel de segurança e rótulo de risco.
A sinalização ocorre da seguinte forma:
a) painel de segurança alaranjado sem inscrições indicando que se trata de diferentes
produtos perigosos na frente e na traseira e nas duas laterais: quatro;
b) rótulos de risco nas duas laterais e na traseira indicando a classe dos produtos que
estão sendo transportados: três.
Na imagem é possível observar que os painéis ficam posicionados à esquerda (lado do
motorista) e os rótulos de risco adjacentes. Esta é a posição correta que deve estar
sinalizado o veículo.

Página 162
Transporte de carga fracionada de um produto considerado uma substância
perigosa diversa ao meio ambiente (ONU 3082)

Utiliza-se quando há transporte de um produto perigoso considerado uma substância


perigosa diversa ao meio ambiente (ONU 3082). Aplicável situação idêntica se fosse (ONU
3077). Deste modo, temos como simbologia aplicada: painel de segurança, rótulo de risco
e símbolo especial “peixe e árvore”.
A sinalização ocorre da seguinte forma:
a) painel de segurança com a inscrição 90/3082, indicando que se trata de substância
com risco ao meio ambiente líquida na frente e na traseira e nas duas laterais:
quatro;
b) rótulos de risco nas duas laterais e na traseira indicando a classe dos produtos que
estão sendo transportados: três;
c) rótulos especiais do peixe e árvore na frente e na traseira e nas duas laterais:
quatro.
Na imagem é possível observar que os painéis ficam posicionados à esquerda (lado do
motorista) e os rótulos de risco adjacentes. Esta é a posição correta que deve estar
sinalizado o veículo.

Página 163
Ademais, compreender que os rótulos especiais do símbolo do peixe e árvore irão também
na parte da frente do veículo.

Transporte rodoviário de carga a granel de um único produto perigoso, com um


risco subsidiário

Utiliza-se quando há transporte a granel de um único produto perigoso, com um risco


subsidiário. Conforme podemos observar a disposição da sinalização é muito similar ao do
transporte fracionado, não existindo, portanto, diferenças.
O condutor deve estar atento ao posicionamento da sinalização, devendo sinalizar todo o
equipamento tanque ou o correspondente a cada boca de visita que armazena produtos
perigosos. Deste modo, caso existisse mais produtos a sinalização seria disposta a cada
compartimento do tanque.
A sinalização ocorre da seguinte forma:
a) painel de segurança com a inscrição 336/1230, referente ao Metanol, posicionada
na frente e na traseira e nas duas laterais: quatro;
b) rótulos de risco nas duas laterais e na traseira indicando a classe dos produtos que
estão sendo transportados: três referentes ao líquido inflamável e mais três
referentes ao risco subsidiário de toxicidade.

Página 164
Na imagem é possível observar que os painéis ficam posicionados à esquerda (lado do
motorista) e os rótulos de risco adjacentes. Esta é a posição correta que deve estar
sinalizado o veículo.
Importante destacar que quando há risco subsidiário os rótulos de risco devem estar
adjacentes, ou seja, um próximo ao outro.

Transporte rodoviário em veículo combinado de carga a granel com um produto


perigoso no primeiro veículo e outro produto perigoso no segundo veículo

Utiliza-se quando há transporte em veículo combinado de carga a granel com um produto


perigoso na primeira unidade e outro produto perigoso na segunda unidade.
A primeira unidade se refere à combinação de cavalo-trator + semirreboque que constitui
uma unidade e a segunda, somente o semirreboque.
Inicialmente parece complexo e confuso sinalizar essa combinação de veículos, mas,
visando adequar a sua compreensão, vamos ensinar uma regra básica que irá facilitar todo
o processo de ensino-aprendizagem.
Desta forma, faça o seguinte:
1) Separe os veículos, fazendo a sinalização da primeira unidade com o cavalo-trator.
Veja como é simples, sinaliza-se a frente e a traseira desta combinação com painéis

Página 165
de segurança e as duas laterais. Na sequência, sinaliza-se com os rótulos
correspondentes ao produto transportado nas duas laterais e na traseira. Pronto,
está concluída a sinalização da primeira unidade de transporte.
2) Basta repetir o mesmo processo na segunda unidade, momento em que a
sinalização ficará completa.
O processo é muito simples, pois as sinalizações são separadas, cada unidade receberá a
sua sinalização. Deste modo, diante de alguma eventualidade, não há a interrupção da
viagem da unidade que não apresentou problema, bastando apenas que seja
providenciado um novo cavalo-trator que utilizará a parte frontal da sinalização desta
unidade colocando-a na frente deste veículo, momento que a sinalização ficará adequada
para esse novo transporte.
Sendo assim, esclarece-se as indagações acerca da existência desta simbologia que num
primeiro momento parece sem sentido entre a traseira da primeira unidade e a parte frontal
da segunda.
A sinalização ocorre da seguinte forma:
c) painéis de segurança em cada unidade de transporte de acordo com o produto
transportado, posicionados na frente e na traseira e nas duas laterais: quatro em
cada unidade;
d) rótulos de risco nas duas laterais e na traseira de cada unidade, indicando a classe
dos produtos que estão sendo transportados: três em cada unidade de transporte.
Na imagem é possível observar que os painéis ficam posicionados à esquerda (lado do
motorista) e os rótulos de risco adjacentes. Esta é a posição correta que deve estar
sinalizado o veículo.

REGISTRADOR INSTANTÂNEO E
INALTERÁVEL DE VELOCIDADE E
TEMPO
O registrador instantâneo e inalterável de velocidade e tempo ou cronotacógrafo é um
dispositivo empregado em veículos para monitorar o tempo de uso, a distância percorrida e
a velocidade que desenvolveu.
O equipamento utiliza um disco-diagrama de papel carbonado ou uma fita diagrama para
registrar as informações, sendo que cada disco pode registrar a informação de um dia (24
horas), uma semana ou outro período de tempo conforme a versão do aparelho (7 ou 8
dias). Versões digitais e mais recentes desses aparelhos utilizam fita diagrama,
possibilitando a leitura das últimas 24 horas ou períodos selecionados, conforme versão do
dispositivo.

Página 166
Visando evitar fraudes e adulterações nos registros, os aparelhos mecânicos, eletrônicos,
modulares ou digitais, passam por aferição do Inmetro, fazendo com que sejam
disponibilizadas informações fidedignas do deslocamento.
Para melhor compreensão a respeito do tema, vamos compreender as regras relacionadas
a esse equipamento?
Pois bem, as exigências normativas estão previstas no Código de Trânsito Brasileiro –
CTB, sendo assim, temos no item II do art. 105 desta norma a previsão do cronotacógrafo
como equipamento obrigatório para alguns veículos.
“II - para os veículos de transporte e de condução escolar, os de
transporte de passageiros com mais de dez lugares e os de carga com
peso bruto total superior a quatro mil, quinhentos e trinta e seis
quilogramas, equipamento registrador instantâneo inalterável de
velocidade e tempo.”

O cronotacógrafo é um equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e


tempo que grava as informações relativas ao deslocamento do veículo. Os registros são
realizados instantaneamente em um disco diagrama ou fita diagrama, quando impressa,
sendo em período integral (ininterruptamente), pois o tempo em que o veículo está parado
durante a operação também é registrado.
Os cronotacógrafos podem ser encontrados em distintas tecnologias: mecânico, eletrônico
e digital, apresentando as seguintes características:

Página 167
● Cronotacógrafo mecânico: utiliza disco diagrama e seu acionamento é feito
através de cabo flexível.

● Cronotacógrafo eletrônico: utiliza disco diagrama e seu acionamento é feito


através de chicote elétrico e sensor.

● Cronotacógrafo eletrônico modular: utiliza disco diagrama e seu acionamento é


feito através de chicote elétrico, sensor e há a utilização de informações dispostas
em display.

Página 168
● Cronotacógrafo digital: utiliza fita-diagrama, apresenta unidade de registro e
gravação em separado; possui um visor de cristal líquido com todas as informações
registradas.

Os equipamentos que utilizam disco diagrama podem ter períodos de registro de 24 horas,
quando utilizam um único disco, ou de 7 ou 8 dias, quando utilizam conjunto de discos 7 ou
8 discos de 24 horas cada. As informações, portanto, dependem do tipo de equipamento
instalado no veículo.

ATENÇÃO
Importante destacar que, se o equipamento é para mais discos, deve ser disponibilizada a
fiscalização o conjunto de discos correspondentes. Não há como o condutor separar esses
discos, todo o conjunto deve estar armazenado dentro do equipamento cronotacógrafo.
Quando o equipamento é diário, ou seja, dispõe de apenas um único disco, o condutor
deve ter atenção especial de trazer no veículo o disco anterior, tendo por objetivo
apresentar a fiscalização as informações referentes às últimas 24 horas.

Disco diagrama 24 horas:

Página 169
Trata-se de um único disco que possui como característica principal a área central
ser oval.
Colocação no equipamento: por ser um único disco é de fácil inserção, não requer
ajustes, basta que o relógio do equipamento esteja com a hora ajustada. Você deverá
apenas encaixar na parte oval correspondente ao centro, travando-a logo em seguida e
fechando a tampa protetora. O cronotacógrafo funcionará realizando as marcações
correspondentes no disco diagrama automaticamente.
Atenção para não colocar disco de 7 ou 8 dias em equipamento destinado a disco
diagrama de 24 horas.
Ainda, a cada 24 horas deve ser trocado o disco diagrama.

Disco diagrama de 7 ou 8 dias:

É um conjunto de discos que possui como característica principal a área central ser
circular e ter a marcação numeral de 1 a 7 ou 1 a 8, conforme quantitativo de discos.
Colocação no equipamento: por ser um conjunto de discos, deve-se inserir o conjunto
completo por baixo da lâmina de corte observando ponto de encaixe do primeiro disco de
forma que o horário de colocação esteja de acordo com o indicador vermelho do
equipamento (ajuste da colocação da hora). Deve-se ter o cuidado de travar logo na
sequência a região central através do anel de travamento. Após essa etapa fechar a tampa
protetora ou a gaveta. O cronotacógrafo funcionará realizando as marcações
correspondentes nos discos diagramas.
Atenção para não colocar disco de 24 horas em equipamento destinado a disco diagrama
de 7 ou 8 discos.
Ainda, a cada 7 ou 8 dias deve ser trocado o conjunto de discos.

Página 170
As informações obrigatórias que devem estar dispostas “manuscritas” no disco diagrama,
independentemente, de ser 24 horas ou de 7 ou 8 dias, referem-se aos dados do condutor
(nome ou número do prontuário); placa de identificação do veículo e data de colocação do
disco. Os demais informes são facultativos.

PRESTE MUITA ATENÇÃO PARA NÃO ERRAR


Basta preencher conforme imagem acima, fazendo constar de forma manuscrita no disco
diagrama seu nome, a placa do veículo e a data de colocação do disco diagrama. No
exemplo temos: condutor “João Pedro”, veículo de placa “BRA-2E19” e a data de
colocação do disco diagrama em “24/07/2023”

FICA A DICA!
Outra dica interessante a respeito do exemplo, é poder identificar que tipo de disco foi
colocado.
Requer novamente sua atenção!
Observe que temos linhas de velocidade, conforme indicado nas flechas, condição que
significa que o equipamento registra velocidade de até 180 km/h. Além disso, temos outro
fator importante, pois, este disco diagrama é utilizado somente em equipamentos que
registra informações das últimas 24 horas. Você identificará isto pela característica “oval”
do furo central do disco diagrama, conforme abordamos anteriormente.

Página 171
Desta forma, se no seu veículo tiver instalado um equipamento nestas condições, você
terá que trocar o disco diariamente, ou seja, a cada 24 horas deverá providenciar a
substituição levando consigo o disco anterior como forma de comprovar o tempo de
descanso e de trabalho a fiscalização.
Manusear e entender as informações acerca do equipamento é muito fácil, devemos ter,
portanto, muita atenção para não colocar no cronotacógrafo um disco incompatível quanto
a velocidade e também em relação a forma de marcação (24 horas / 7 ou 8 dias).
Além disso, o condutor deve dispor no veículo de disco ou conjunto de discos reservas,
quando for equipamento que registre os informes de 24 horas ou de 7 ou 8 dias.
Nos cronotacógrafos digitais, não há disco diagrama, o registro das informações
obrigatórias ocorre na fita diagrama. Não há necessidade de ser impressa, a impressão
ocorre no ato da fiscalização pelo agente fiscalizador no interesse de verificar por quanto
tempo o condutor está dirigindo, bem como, sobre a forma com que conduz o veículo
objeto da fiscalização.
Pode ainda, a empresa ou o gestor de frota desta, ter interesse em controlar a condução
dos veículos que gerencia. Desta forma, haverá a impressão da fita diagrama para análise.
Para melhor compreensão sobre a fita diagrama, ela dispõe automaticamente dos dados
do condutor, veículo e data de extração. Para tanto, é importante que se tenha atenção
especial de gravar esses informes toda vez que ocorre a troca de motoristas, sob pena de
estar cometendo infração de à legislação de trânsito se não dispor dessas informações
obrigatórias.

Na ilustração acima consta no campo condutor “???????”, informe que significa que não
há condutor registrado no equipamento ou não foi selecionado. É importante, portanto,
atenção especial a este informe adequando a situação antes do início da viagem.
Deste modo, da mesma forma que ocorre com o disco diagrama, o condutor deve possuir
fita diagrama reserva para o caso de a fita terminar durante a impressão.
Constitui infração à legislação de trânsito a ausência de disco diagrama ou fita diagrama
reserva.
Ademais, consigne-se que ambos os equipamentos, independentemente do tipo,
necessitam estar aprovados na verificação metrológica do INMETRO.

Para saber se o seu aparelho está aferido, basta realizar a consulta no seguinte sítio
eletrônico: https://cronotacografo.rbmlq.gov.br/certificados/consultar

Página 172
Com o uso do registrador podem ser obtidas diversas informações, dentre as quais a
distância percorrida, a velocidade do veículo no decorrer da viagem e o tempo da
movimentação do veículo e suas interrupções. Com este equipamento é possível um maior
controle, auxiliando na identificação de possíveis falhas e causas de sinistros.

O equipamento também é utilizado como instrumento de controle da jornada de trabalho


do motorista profissional. Nele é possível identificar facilmente as horas dedicadas à
condução do veículo e o respectivo descanso. Sendo assim, é importante que na condição
de condutor de veículo de carga, seja observado o tempo de descanso para não viajar
cansado, assim como, evitar a interrupção da viagem por desrespeito ao previsto na
legislação vigente.
Deste modo, visando a respectiva orientação, saiba que você deve dentro das últimas 24
horas ter registrado no disco ou fita diagrama do cronotacógrafo o período de descanso de
11 horas, sendo 8 horas contínuas no primeiro período e, as demais, podendo ser
fracionadas no decorrer do dia. Além disso, a cada período de 6 horas ao volante, deve ser
registrado um intervalo de 30 minutos que poderá também ser fracionado.
Respeitar as restrições e o respectivo descanso, faz toda a diferença para uma condução
segura.

De acordo com o Art. 9º da Resolução Contran nº 938/2022, em caso de acidente, as


informações referentes às últimas vinte e quatro horas de operação do veículo ficarão à
disposição das autoridades competentes pelo prazo de um ano.
O Art. 11 estabelece que a violação ou adulteração do registrador instantâneo e inalterável
de velocidade e tempo sujeitará o infrator às cominações da legislação penal aplicável.

Quanto à fiscalização, a Resolução Contran nº 938/2022, que dispõe sobre requisitos


técnicos mínimos do registrador instantâneo e inalterável de velocidade e tempo
(cronotacógrafo), estabelece:

Art. 6º A fiscalização das condições de funcionamento do cronotacógrafo, nos veículos em


que seu uso é obrigatório, será exercida pelos órgãos ou entidades de trânsito com
circunscrição sobre a via onde o veículo estiver transitando.

§ 1º Na ação de fiscalização de que trata o caput, o agente deverá verificar e inspecionar:

I - se o cronotacógrafo encontra-se em perfeitas condições de uso;

Página 173
II - se as ligações necessárias ao seu correto funcionamento estão devidamente
conectadas, lacradas e seus componentes sem qualquer alteração;

III - se as informações previstas no art. 3º estão disponíveis e se a sua forma de registro


continua ativa;

IV - se o condutor dispõe de disco ou fita diagrama reserva para manter o funcionamento


do cronotacógrafo até o final da operação do veículo; e

V - se o cronotacógrafo está aprovado na verificação metrológica realizada pelo INMETRO


ou entidade credenciada.

§ 2º Nas operações de fiscalização do cronotacógrafo, o agente fiscalizador deverá


identificar-se e assinar o verso do disco ou fita diagrama, bem como mencionar o local, a
data e o horário em que ocorreu a fiscalização.

§ 3º A comprovação da verificação metrológica de que trata o inciso V do § 1º poderá ser


feita por meio do sítio eletrônico do Inmetro na rede mundial de computadores ou por meio
da via original ou cópia autenticada do certificado de verificação metrológica.

Página 174
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES
(LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA)
Infrações e penalidades na legislação de transporte
rodoviário de produtos perigosos
De acordo com a Resolução ANTT nº 5.948/2022, as penalidades podem ser atribuídas ao
expedidor e ao transportador.
As infrações classificam-se, de acordo com a sua gravidade, em 4 (quatro) grupos:
I - Primeiro Grupo: punidas com multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais);
II - Segundo Grupo: punidas com multa no valor de R$ 1.400,00 (mil e quatrocentos
reais);
III - Terceiro Grupo: punidas com multa no valor de R$ 1.000,00 (mil reais);
IV - Quarto Grupo: punidas com multa no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais);
Na reincidência de infrações com idêntica tipificação, no prazo de 12 (doze) meses, a
contar do trânsito em julgado da primeira infração cometida, a multa deverá ser aplicada
com acréscimo de 25% em relação aos valores estabelecidos.
Quando cometidas simultaneamente 2 (duas) ou mais infrações de diferentes tipificações
serão aplicadas as penalidades correspondentes a cada uma delas.

PARTE ESPECIAL VII – CARGA PRÓPRIA

No caso de transporte de carga própria, quando é atribuída, concomitantemente, as


responsabilidades de transportador e expedidor para quem está efetuando o
transporte, a Resolução ANTT nº 5.998/2022 inovou, estabelecendo que serão
aplicadas todas as infrações previstas para o transportador e apenas as
relacionadas as embalagens para o expedidor.
Nesse viés, na tabela de infrações e responsabilidades à legislação do transporte
rodoviário de produtos perigosos – RESPONSABILIDADES DO EXPEDIDOR,
indicamos as quatro situações de responsabilidade do expedidor, que se aplicam ao
transportador, quando o transporte for de carga própria, condição que afastará as
demais irregularidades previstas nesta relação específica.

Página 175
Mas, você dever estar se perguntando, o que é carga própria?

Carga própria, basicamente, é quando o transportador transportada a mercadoria que


produz ou que adquire.

Para melhor compreensão, vamos apresentar dois exemplos que facilitarão o


entendimento sobre o tema.

Transportando de mercadoria que produz

DANFE CRLVS
EMISSOR PROPRIETÁRIO

APOSTILAS ALFA S.A. APOSTILAS ALFA S.A.

CNPJ 00.000.000/0001-01 CNPJ 00.000.000/0001-01

Na ilustração, temos veículos de propriedade da empresa APOSTILAS ALFA S.A, inscrita


no CNPJ nº 00.000.000/0001-01. Consta nos documentos dos veículos (CRLVS) os dados
da empresa e o respectivo CNPJ.
Há o transporte de produtos (apostilas), as quais, estão embaladas em volumes e
amparadas por um documento fiscal (DANFE), emitido por APOSTILAS ALFA S.A, inscrita
no CNPJ nº 00.000.000/0001-01.
Em apertada síntese, podemos observar que há uma operação de transporte, em que, o
expedidor e o transportador são a mesma pessoa jurídica.
Quando isso ocorre, há o transporte de carga própria, pois, a empresa
transportadora está realizando o transporte de produto da mesma empresa que
produziu/fabricou, ou seja, ela possui as duas funções, a de expedir e transportar.

Página 176
Transportando de mercadoria que adquire

DANFE CRLVS
EMISSOR PROPRIETÁRIO

PAPÉIS A-4 S.A. APOSTILAS ALFA S.A.

CNPJ 02.002.002/0002-02 CNPJ 00.000.000/0001-01

DESTINATÁRIO

APOSTILAS ALFA S.A.

CNPJ 00.000.000/0001-01

Na ilustração, temos novamente veículos de propriedade da empresa APOSTILAS S.A,


inscrita no CNPJ nº CNPJ nº 00.000.000/0001-01. Da mesma forma que o exemplo
anterior consta nos documentos dos veículos (CRLVS) os dados da empresa e o
respectivo CNPJ. Dessa vez, há o transporte no veículo de 21 volumes contendo papel A-4
(sulfite), adquiridas na empresa PAPEIS A-4 S.A, inscrita no CNPJ nº 02.002.002/0002-02,
a qual emitiu documento fiscal (DANFE) tendo como destinatário a empresa APOSTILAS
ALFA S.A, inscrita no CNPJ nº 00.000.000/0001-01.
Novamente, em apertada síntese, podemos observar que há uma operação de transporte.
Deste modo, temos como expedidor (PAPÉIS A-4 S.A.), emissor do DANFE; (APOSTILAS
ALFA S.A.), como transportador e essa mesma empresa como DESTINATÁRIO, haja vista
constar no campo específico do documento DANFE (APOSTILAS ALFA S.A).
Quando isso ocorre, há o transporte de carga própria, pois, a empresa que está
transportando está realizando o transporte para ela mesma. Se observa claramente isso,
pois consta no CRLV e no DANFE (destinatário) a mesma pessoa jurídica.
O caso em comento também se amolda nas regras do transporte de carga própria.

Página 177
Retomando o tema objeto do curso e trazendo ambas situações para o transporte de
produtos perigosos, quando ocorrer situações análogas a explicada, as sanções referentes
ao expedidor estarão limitadas a quatro infrações referentes as embalagens, pois, não faz
sentido penalizar “duplamente” pela realização de um transporte na condição de expedidor
e transportador se a operação de transporte indica condição em que não há a figura do
transportador envolvida, uma vez que nestas condições ocorre o transporte em veículo de
propriedade da empresa que expede ou que adquire o produto.
Esclarecidas as dúvidas acerca do tema e avançando no estudo desse curso, é importante
que façamos um recorte em relação a abordagem da legislação específica no próximo
item.
Até o momento, abordamos diversos temas buscando um aprofundamento técnico, mas de
forma didática para que seja facilitada a compreensão, pois, de nada adianta decorar as
informações se você não as compreende quando for adotá-las e utilizá-las na sua prática
diária de transporte.
Nesse sentido, construímos um curso dentro do próprio curso. Mas, como assim?
Explicamos melhor!
A ideia foi organizar as infrações que se referem ao transportador e ao expedidor de forma
diferenciada. Para tanto, além de trazer a você aluno as condutas que não devem ser
adotadas quando se realiza o transporte ou a expedição de produtos perigosos, trouxemos
também comentários acerca de cada item.
Consequentemente, você terá nessa parte do curso, as informações necessárias e
concentradas a respeito de cada tema que pode ocasionar sanções e responsabilizações
durante as etapas de transporte, que são: carregamento, transporte, descarregamento e
transbordo, momento em que destacamos dispositivos normativos, apresentamos dicas
importantes, indicamos pesquisas, rememoramos temas apresentados, indicamos
consultas, dentre outros itens.
Sendo assim, como já exposto, você está acessando informações muitos importantes que
permitirão que realize o transporte de produtos perigosos de forma segura e com
conhecimento a respeito do tema.
Conforme mencionado, as penalidades podem ser atribuídas ao transportador e ao
expedidor.
Nesse sentido, na maioria das infrações que serão apresentadas na sequência, teremos a
responsabilização simultaneamente do transportador e do expedidor pela mesma
irregularidade, pois, a norma se refere a dois atos distintos, o de transportar e de expedir.
Sendo assim, cada um será responsabilizado pela conduta praticada.
Portanto, é extremamente importante que exista a fiscalização mútua de ambas as partes,
visando com que se evitem erros tanto na expedição quanto no transporte.

Página 178
Desta forma, é possível evitar autuações administrativas, bem como, possíveis
responsabilizações cíveis e penais, decorrentes de sinistros ou incidentes, devido a erros
que poderiam ter sido evitados.
Para facilitar essa compreensão, no quadro a seguir abordaremos as respectivas
tipificações, responsabilidades, valores e, quando necessário, faremos breves comentários
a respeito da irregularidade.

PARTE ESPECIAL VIII – INFRAÇÕES DO TRANSPORTADOR

Infrações e penalidades à legislação de transporte rodoviário de produtos perigosos

RESPONSABILIDADES DO TRANSPORTADOR

Enquadramento Tipificação Responsabilidade Valor (R$)

Art. 43, § 1º, I Impedir ou dificultar a fiscalização do R$ 5.000,00


transporte rodoviário de produtos
Transportador
perigosos.

Comentário: Qualquer situação que impeça ou dificulte a fiscalização.

Art. 43, § 1º, II Transportar produtos perigosos cujo R$ 5.000,00


transporte rodoviário seja proibido pela
Transportador
ANTT.

Comentário: Quando há o transporte de produto perigoso proibido por publicação da ANTT ou por
outro ato normativo.

Art. 43, § 2º, I Transportar produtos perigosos em R$ 1.400,00


veículo ou equipamento sem nenhuma
Transportador
sinalização, em desacordo ao art. 6º.

Página 179
Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos em veículo ou equipamento
desprovidos (sem nenhuma sinalização) da simbologia exigida (painéis de segurança, rótulos de
risco e símbolos especiais, quando aplicáveis), conforme dispõe a Resolução ANTT nº 5.998/2022 e
a ABNT-NBR 7500.

Art. 43, § 2º, II Transportar produtos perigosos em R$ 1.400,00


veículo ou equipamento com
Transportador
sinalização incorreta ou ilegível, em
desacordo ao art. 6º.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos em veículo ou equipamento com a


simbologia exigida (painéis de segurança, rótulos de risco e símbolos especiais, quando aplicáveis),
incorretos ou ilegíveis (diferentes do previsto, desbotados, caracteres alfanuméricos apagados, de
cor divergente, danificados, quebrados, dentre outras situações), conforme dispõe a Resolução
ANTT nº 5.998/2022 e a ABNT-NBR 7500.

Art. 43, § 2º, III Transportar produtos perigosos em R$ 1.400,00


veículo com características técnicas ou
Transportador
operacionais inadequadas, em
desacordo ao art. 7º.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos em veículos que deixa de atender as


condições técnicas ou operacionais previstas nas instruções complementares e, no caso de
transporte a granel, deixar de atender as características técnicas e operacionais previstas nos
regulamentos do Inmetro - aplicáveis à parte rodante (veículo) a partir da inspeção dos itens,
conforme Portaria Inmetro nº 127/2022) - Certificado de Inspeção veicular – CIV – Checklist neste
material de estudo.

Art. 43, § 2º, IV Transportar produtos perigosos em R$ 1.400,00


equipamento de transporte com
Transportador
características técnicas ou operacionais
inadequadas, em desacordo ao art. 7º.

Página 180
Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos em equipamentos deixando de atender
as condições técnicas previstas nas instruções complementares e, no caso de transporte a granel,
deixar de atender as características técnicas e operacionais previstas nos regulamentos do Inmetro -
aplicáveis ao equipamento ou tanque de carga, a partir da inspeção dos itens, conforme Portarias
Inmetro nº 128/2022 e 134/2022, respectivamente, Certificado de Inspeção de Produtos Perigosos –
CIPP e Certificação de Transporte de Produtos Perigosos – CTPP – Checklist neste material de
estudo.

Art. 43, § 2º, V Transportar produtos perigosos em R$ 1.400,00


veículos que não sejam classificados
Transportador
como de "carga", "misto" ou "especial",
em desacordo ao art. 12.

Comentário: O transporte deverá ser realizado por veículos dessas espécies, salvo situações
previstas nas instruções complementares, por exemplo, o transporte de radioativos que poderá ser
realizado em automóveis.

Art. 43, § 2º, VI Transportar produtos perigosos a granel R$ 1.400,00


em veículo não inspecionado pelo
Transportador
Inmetro, em desacordo ao art. 11.

Comentário: Quando o transporte for realizado (A GRANEL) em veículo não inspecionado, o qual,
não possui o documento Certificado de Inspeção Veicular – CIV, em desacordo com o previsto na
Portaria Inmetro nº 127/2022.

Art. 43, § 2º, VII Transportar produtos perigosos a granel R$ 1.400,00


em veículo cujo CIV esteja vencido, em
Transportador
desacordo ao inciso I do art. 23.

Comentário: Quando o transporte for realizado (A GRANEL), porém o documento Certificado de

Página 181
Inspeção Veicular – CIV estiver VENCIDO (exigência prevista na Portaria Inmetro nº 127/2022).

Art. 43, § 2º, VIII Transportar produtos perigosos a granel R$ 1.400,00


em veículo cujo CIV esteja preenchido
Transportador
incorretamente ou ilegível, em
desacordo ao art. 23.

Comentário: Quando o transporte for realizado (A GRANEL), porém o documento Certificado de


Inspeção Veicular – CIV estiver incorretamente preenchido (dados incorretos, faltando informações)
ou ilegível (que não seja possível identificar as informações disponibilizadas), exigências previstas na
Portaria Inmetro nº 127/2022.

Art. 43, § 2º, IX Transportar produtos perigosos a granel R$ 1.400,00


em equipamento de transporte não
Transportador
certificado ou inspecionado pelo
Inmetro, sem o documento
comprobatório original da certificação
(CTPP) ou da inspeção (CIPP) ou sem
a placa do fabricante ou sem o Selo de
Identificação da Conformidade do
Inmetro ou sem as placas de
identificação e/ou de inspeção do
Inmetro, quando exigidas, em
desacordo aos arts. 11 ou 23.

Comentário: Quando há o transporte de produto perigoso (A GRANEL) em equipamento de


transporte que deixa de atender as exigências relativas ao Certificado de Transporte de Produtos
Perigosos – CTPP (exigido para Tanques de carga a partir de 15/01/2018) ou Certificado de
Inspeção de Produtos Perigosos – CIPP (para os demais veículos a granel ou Tanques de carga
anteriores a 15/01/2018), bem como as marcações complementares associadas.

CTPP – Tanques de carga (não certificado; não inspecionado; sem o documento original; sem a
placa de identificação do fabricante fixada; sem o selo da conformidade do Inmetro fixado, estes
últimos em desacordo com a Portaria Inmetro nº 134/2022);

CIPP – demais veículos a granel ou Tanques de carga anteriores a 15/01/2018 (não certificado; não

Página 182
inspecionado; sem o documento original; sem a placa de identificação fixada; sem a placa a placa de
inspeção fixada ou com estas últimas com informações em desacordo com a Portaria Inmetro nº
128/2022).

Art. 43, § 2º, X Transportar produtos perigosos a granel R$ 1.400,00


em equipamento de transporte cujo
Transportador
CTPP ou CIPP esteja vencido, em
desacordo ao inciso I do art. 23.

Comentário: Quando o transporte for realizado (A GRANEL), porém o documento Certificado de


Transporte de Produtos Perigosos – CTPP (para Tanques de carga fabricados a partir de 15/01/2018
– Portaria Inmetro nº 134/2022) e o Certificado de Inspeção de Produtos Perigosos (para os demais
veículos a granel ou para Tanques de carga fabricados antes de 15/01/2018 – Portaria Inmetro nº
128/2022) estiverem VENCIDOS.

Art. 43, § 2º, XI Transportar produtos perigosos a granel R$ 1.400,00


em equipamento de transporte cujo
Transportador
CTPP ou CIPP esteja preenchido
incorretamente ou ilegível, em
desacordo ao art. 23.

Comentário: Quando o transporte for realizado (A GRANEL), porém o documento Certificado de


Transporte de Produtos Perigosos – CTPP (para Tanques de carga fabricados a partir de 15/01/2018
– Portaria Inmetro nº 134/2022) e o Certificado de Inspeção de Produtos Perigosos (para os demais
veículos a granel ou para Tanques de carga fabricados antes de 15/01/2018 – Portaria Inmetro nº
128/2022) estiverem incorretamente preenchidos (dados incorretos, faltando informações) ou
ilegíveis (que não seja possível identificar as informações disponibilizadas).

Art. 43, § 2º, XII Transportar produtos perigosos a granel R$ 1.400,00


que não constem no CTPP ou CIPP,
Transportador
em desacordo ao inciso VI do art. 35;

Página 183
Comentário: Quando o transporte for realizado (A GRANEL), porém não consta no documento
Certificado de Transporte de Produtos Perigosos – CTPP (para Tanques de carga fabricados a partir
de 15/01/2018 – Portaria Inmetro nº 134/2022) em campo próprio, a família vinculada ao
equipamento ou grupo apto para o transporte conforme produto transportado, assim como, não
consta a informação do grupo apto para o transporte em campo próprio do Certificado de Inspeção
de Produtos Perigosos (para os demais veículos a granel ou para Tanques de carga fabricados antes
de 15/01/2018 – Portaria Inmetro nº 128/2022).

Art. 43, § 2º, XIII Utilizar equipamentos de transporte R$ 1.400,00


certificados para o transporte de
Transportador
produtos perigosos a granel para
transportar alimentos, medicamentos,
produtos de higiene pessoal,
cosméticos, perfumaria, farmacêuticos,
veterinários ou seus insumos, aditivos
ou suas matérias primas, em desacordo
ao art. 13.

Comentário: Quando há o transporte de alimentos, medicamentos ou demais produtos destinados a


uso ou consumo humano ou animal em equipamentos certificados para o transporte de produtos
perigosos em desacordo com o previsto na Resolução ANTT nº 5.998/2022 ou na ABNT- NBR
14.619 que trata da Incompatibilidade química.

Art. 43, § 2º, XIV Transportar, simultaneamente, no R$ 1.400,00


mesmo veículo ou equipamento de
Transportador
transporte, diferentes produtos
perigosos, em desacordo ao inciso II do
art. 17.

Comentário: Quando há o transporte, simultâneo, no mesmo veículo ou equipamento de transporte,


de produtos perigosos diferentes, que são INCOMPATÍVEIS, em desacordo com o previsto na
Resolução ANTT nº 5.998/2022 e na ABNT-NBR 14.619 que trata da Incompatibilidade química.

Página 184
Art. 43, § 2º, XV Transportar produtos perigosos R$ 1.400,00
juntamente com alimentos,
Transportador
medicamentos, insumos, aditivos e
matérias primas alimentícios,
cosméticos, farmacêuticos ou
veterinários ou objetos ou produtos já
acabados destinados a uso ou
consumo humano ou animal de uso
direto ou, ainda, com embalagens de
mercadorias destinadas ao mesmo fim,
em desacordo ao inciso III do art. 17.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos juntamente com alimentos,


medicamentos ou demais produtos destinados a uso ou consumo humano ou animal no mesmo
compartimento de transporte, em desacordo com a Resolução ANTT nº 5.998/2022 e a ABNT-NBR
14.619 que trata da Incompatibilidade química.

Art. 43, § 2º, XVI Transportar, simultaneamente, animais R$ 1.400,00


e produtos perigosos em veículos ou
Transportador
equipamentos de transporte, em
desacordo ao inciso V do art. 17.

Comentário: Quando há o transporte simultâneo de animais e produtos perigosos no mesmo


compartimento de veículos ou equipamentos de transporte.

A situação não prevê a possibilidade de segregação através de cofre de carga, refere-se ao


transporte simultâneo no mesmo compartimento de veículos ou equipamentos de transporte.

Art. 43, § 2º, XVII Abrir volumes contendo produtos R$ 1.400,00


perigosos durante as etapas da

Página 185
operação de transporte, em desacordo Transportador
ao inciso VI do art. 17;

Comentário: Quando ocorrer a abertura de embalagens contendo produtos perigosos.

Art. 43, § 2º, XVIII Instalar ou manter, nos veículos R$ 1.400,00


transportando produtos perigosos,
Transportador
aparelho ou equipamento de
aquecimento sujeito à combustão, a
gás ou elétrico (fogão, fogareiro ou
semelhantes), assim como os produtos
combustíveis necessários ao seu
funcionamento, ou quaisquer
recipientes ou dispositivos capazes de
produzir ignição dos produtos, seus
gases ou vapores, bem como
reservatório extra de combustível,
exceto se permitido pela legislação de
trânsito, em desacordo ao inciso VII do
art. 17.

Comentário I: Uso, instalação ou manter no veículo equipamento que possa gerar alguma fonte de
ignição. Geralmente se observa como irregularidade mais contumaz a presença de botijão de gás
liquefeito de petróleo (GLP) integrante da cozinha instalada no veículo. Nesse sentido, registra-se a
vedação expressa de se ter qualquer fonte de ignição no veículo, mesmo que seja para as refeições
do condutor. Deste modo, independentemente de ser veículo que transporta carga fracionada
(produto perigoso em embalagens), se estiver realizando o transporte é vedada, inclusive, a
presença destes meios de ignição instalados no veículo.

Comentário II: Aplica-se também a sanção se ocorrer a instalação de tanque extra de combustível
(tanque suplementar), exceto se for realizada a inspeção veicular, fazendo constar no campo
observações do CRLV do veículo a informação do Certificado de Segurança Veicular – CSV de que a
alteração foi autorizada em consonância com o previsto na legislação de trânsito.

Art. 43, § 2º, XIX Transportar produtos perigosos em R$ 1.400,00


veículo cujo condutor não tenha sido

Página 186
aprovado em curso específico para o Transportador
transporte de produtos perigosos, em
desacordo ao Art. 20.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e é constatado, através da consulta no


Registro Nacional de Carteiras de Habilitação – RENACH, que o condutor do veículo não possui o
Curso Especializado para o Transporte de Produtos Perigosos – CETPP.

Trata-se, nesse caso, de infração de responsabilidade do transportador, tendo em vista a tipificação


(conduta) estabelecida neste artigo, ato de TRANSPORTAR produto perigoso sem o condutor do
veículo possuir curso específico para realizar o transporte.

Ao condutor do veículo será aplicada a sanção prevista no Código de Trânsito Brasileiro – CTB,
tipificada no Art. 162, VII – Dirigir veículo sem possuir os cursos especializados ou específicos
obrigatórios, infração de natureza gravíssima (7 pontos), culminando na medida administrativa de
retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado que possua o curso previsto.

Ao proprietário do veículo será aplicada a sanção prevista no CTB, tipificada no Art. 164 – Permitir
que pessoa nas condições referidas nos incisos do art. 162 tome posse do veículo automotor e
passe a conduzi-lo na via, infração de natureza gravíssima (7 pontos).

Se o proprietário estiver presente no veículo, a sanção prevista no CTB será a tipificada no Art. 163 –
Entregar a direção do veículo a pessoa nas condições referidas nos incisos do art. 162 e passe a
conduzi-lo na via, infração de natureza gravíssima (7 pontos).

Além disso, conforme já exposto no presente material de estudo, a depender do caso concreto,
poderá ocorrer sanções cíveis e criminais relacionadas a ausência do curso em comento.

Art. 43, § 2º, XX Transportar produtos perigosos em R$ 1.400,00


veículo cujo condutor esteja com o
Transportador
curso específico para o transporte de
produtos perigosos vencido, em
desacordo ao Art. 20.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e é constatado, através da consulta no


Registro Nacional de Carteiras de Habilitação – RENACH, que o condutor do veículo está com o
Curso Especializado para o Transporte de Produtos Perigosos – CETPP VENCIDO.

Trata-se, nesse caso, de infração de responsabilidade do transportador, tendo em vista a tipificação

Página 187
(conduta) estabelecida neste artigo, ato de TRANSPORTAR produto perigoso em que o condutor do
veículo está com o curso específico para realizar o transporte VENCIDO.

Ao condutor do veículo será aplicada a sanção prevista no Código de Trânsito Brasileiro – CTB,
tipificada no Art. 162, VII – Dirigir veículo sem possuir os cursos especializados ou específicos
obrigatórios, uma vez que por estar vencido conduz a condição de não possuir o curso, infração de
natureza gravíssima (7 pontos), culminando na medida administrativa de retenção do veículo até a
apresentação de condutor habilitado que possua o curso previsto.

Ao proprietário do veículo será aplicada a sanção prevista no CTB, tipificada no Art. 164 – Permitir
que pessoa nas condições referidas nos incisos do art. 162 tome posse do veículo automotor e
passe a conduzi-lo na via, infração de natureza gravíssima (7 pontos).

Se o proprietário estiver presente no veículo, a sanção prevista no CTB será a tipificada no Art. 163 –
Entregar a direção do veículo a pessoa nas condições referidas nos incisos do art. 162 e passe a
conduzi-lo na via, infração de natureza gravíssima (7 pontos).

Além disso, conforme já exposto no presente material de estudo, a depender do caso concreto,
poderá ocorrer sanções cíveis e criminais relacionadas ao curso estar VENCIDO.

Art. 43, § 2º, XXI Transportar produtos perigosos sem R$ 1.400,00


portar ou disponibilizar, no caso de
Transportador
utilização de documento eletrônico,
documento para o transporte de
produtos perigosos, em desacordo ao
inciso II do art. 23.

Comentário: Quando há o transporte de produto perigoso sem portar ou disponibilizar a


documentação de transporte (Documento fiscal de transporte ou qualquer outro documento que
contenha as informações exigidas).

A infração tipificada neste artigo se refere a ausência da documentação.

Art. 43, § 2º, XXII Deixar de apresentar as informações R$ 1.400,00


solicitadas em caso de emergência ou
Transportador
acidentes (sinistros), em desacordo ao
art. 25.

Página 188
Comentário: Em caso de emergência ou acidentes (sinistro) deixar de prestar as informações
quando solicitadas pela autoridade competente (ANTT, pelas autoridades com circunscrição sobre a
via e demais autoridades públicas envolvidas na emergência).

Sinistro: Introduzido no ordenamento normativo (Código de Trânsito Brasileiro - CTB) através da


publicação da Lei nº 14.599/2023, substituindo a palavra acidente. Nesse sentido, conforme prevê o
CTB, Sinistro de Trânsito significa: evento que resulta em dano ao veículo ou à sua carga e/ou em
lesões a pessoas ou animais e que pode trazer dano material ou prejuízo ao trânsito, à via ou ao
meio ambiente, em que pelo menos uma das partes está em movimento nas vias terrestres ou em
áreas abertas ao público.

Art. 43, § 2º, XXIII Transportar produtos perigosos em R$ 1.400,00


motocicletas, motonetas e ciclomotores
Transportador
em desacordo com § 3º do art. 12.

Comentário: O transporte de produtos perigosos nestes veículos é PROIBIDO. Deste modo, só há,
pela legislação de trânsito a previsão quando é utilizado o sidecar na motocicleta, sendo permitido
neste caso, o transporte de botijões de gás (gás liquefeito de petróleo – GLP) com capacidade
máxima de 13 kg (treze quilogramas).

O transporte de carga em semirreboques acoplados à motocicleta ou a motoneta não configura


violação da proibição, ou seja, é permitido. Entretanto, caso pretenda realizar esse transporte, deve
observar através da consulta ao manual do proprietário da motocicleta ou motoneta, se estes
veículos possuem Capacidade Máxima de Tração – CMT para tracionarem um semirreboque. A
maioria destes veículos a CMT é igual a zero, não sendo permitido, portanto o acoplamento de
semirreboque. Desse modo, não haverá o transporte nestas condições e, caso ocorra, estará sujeito,
quem realizar, a sanções previstas na legislação de trânsito e as estabelecidas no Regulamento de
Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos.

Art. 43, § 3º, I Transportar produtos perigosos em R$ 1.000,00


veículo ou equipamento com a
Transportador
sinalização incompleta, ou afixada de
forma inadequada, em desacordo ao
art. 6º.

Página 189
Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e a sinalização afixada em veículo ou
equipamento de transporte (painéis de segurança, rótulos de risco ou símbolos especiais) ESTÁ
INCOMPLETA (falta algum componente da sinalização) ou AFIXADA DE FORMA INADEQUADA
[está em posição invertida, por exemplo: painel de segurança do lado direito do veículo (lado do
passageiro) e o rótulo de risco do lado esquerdo (lado do motorista); rótulo de risco posição na parte
frontal (dianteira do veículo) sem existir previsão normativa para que se afixe neste local], condições
que contrariam a Resolução ANTT nº 5.998/2022 e a ABNT-NBR 7500.

Art. 43, § 3º, II Transportar produtos perigosos em R$ 1.000,00


veículo ou equipamento de transporte
Transportador
que apresentem resíduos de produtos
perigosos em seu exterior, em
desacordo ao art. 7º.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos em veículo ou equipamento de


transporte e é constatado a presença de resíduos de produtos perigosos em seu exterior (na parte
externa do veículo e/ou equipamento).

Art. 43, § 3º, III Transportar produtos perigosos em Transportador R$ 1.000,00


veículo desprovido dos conjuntos de
equipamentos para situação de
emergência, em desacordo ao art. 8º.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e o veículo é desprovido dos conjuntos


de equipamentos para situação de emergência. Na tipificação deste artigo, há infração quando NÃO
HÁ NENHUM EQUIPAMENTO PARA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA NO VEÍCULO.

Os conjuntos de equipamentos para situação de emergência estão previstos no anexo da


Resolução ANTT nº 5.998/2022 (Parte 7) e de forma complementar na ABNT-NBR 9735, sendo:

- Extintor(es) compatível com a carga;

- 2 calços por unidade de transporte (Unidade de transporte = cavalo-trator + semirreboque;


se tiver outro semirreboque corresponde a outra unidade de transporte);

- Chave apropriada para desconexão do cabo da bateria;

Página 190
- Alicate universal;

- 4 cones para sinalização da via, conforme ABNT-NBR 15.071 (somente este quantitativo,
independentemente da quantidade de veículos).

No módulo 4 deste curso abordaremos os equipamentos para situação e de proteção individual


previstos para o transporte de produtos perigosos.

Art. 43, § 3º, IV Transportar produtos perigosos em R$ 1.000,00


veículo com conjunto de equipamentos
Transportador
para situação de emergência
inadequados ao uso ou ao produto
transportado, em desacordo ao art. 8º.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e o veículo possui algum conjunto de


equipamentos para situação de emergência inadequado ao uso ou ao produto transportado (sujos,
danificados, quebrados, não condizem com a especificação, sem carga, vencido, extintor preso com
cadeado, extintor fora de local de fácil acesso, extintores no transporte a granel próximos as válvulas
de carregamento e descarregamento, calços com materiais faiscantes quando há o transporte de
líquidos inflamáveis, cones com dimensões diferentes, dentre outros). Na tipificação deste artigo, há
infração quando QUALQUER COMPONENTE DE ALGUM CONJUNTO ESTIVER INADEQUADO
AO USO OU AO PRODUTO TRANSPORTADO.

Os conjuntos de equipamentos para situação de emergência estão previstos no anexo da Resolução


ANTT nº 5.998/2022 (Parte 7) e de forma complementar na ABNT-NBR 9735, sendo:

- Extintor(es) compatível com a carga;

- 2 calços por unidade de transporte (Unidade de transporte = cavalo-trator + semirreboque; se tiver


outro semirreboque corresponde a outra unidade de transporte);

- Chave apropriada para desconexão do cabo da bateria;

- Alicate universal;

- 4 cones para sinalização da via, conforme ABNT-NBR 15.071 (somente este quantitativo,
independentemente da quantidade de veículos).

QUALQUER UM DESTES ITENS QUE ESTIVER INADEQUADO AO USO OU AO PRODUTO

Página 191
TRANSPORTADO CONFIGURA A IRREGULARIDADE PREVISTA NESTE ARTIGO.

No módulo 4 deste curso abordaremos os equipamentos para situação e de proteção individual


previstos para o transporte de produtos perigosos.

Art. 43, § 3º, V Transportar produtos perigosos em R$ 1.000,00


veículo desprovido dos conjuntos de
Transportador
EPIs necessários, em desacordo ao art.
9º.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e o veículo é desprovido dos conjuntos


de equipamentos de proteção individual. Na tipificação deste artigo, há infração quando NÃO HÁ
NENHUM EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL NO VEÍCULO.

Os conjuntos de equipamentos para situação de proteção individual estão previstos no anexo da


Resolução ANTT nº 5.998/2022 (Parte 7) e de forma complementar na ABNT-NBR 9735.

Cada produto exige um conjunto de equipamentos de proteção individual diferente. Deste modo,
deverá ser consultada a ABNT-NBR em comento para que se verifique quais equipamentos deve
portar quando realizar determinado transporte de produtos perigosos.

Atenção: “TRAJE MÍNIMO OBRIGATÓRIO (camisa ou camiseta com mangas compridas ou curta,
calça comprida e calçados fechados) NÃO SÃO EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL.”

No módulo 4 deste curso abordaremos os equipamentos para situação e de proteção individual


previstos para o transporte de produtos perigosos.

Art. 43, § 3º, VI Transportar produtos perigosos em R$ 1.000,00


veículo com conjuntos de EPIs
Transportador
inadequados ao uso ou ao produto
transportado, em desacordo ao Art. 9º.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e o veículo possui algum conjunto de


equipamentos de proteção individual inadequado ao uso ou ao produto transportado [sujos,
danificados, quebrados, não condizem com a especificação, fora da cabine, não estarem agrupados,
fora do prazo de validade especificado pelo fabricante, não possuir marcação indelével que indique
fabricante e/ou importador, lote e número do CA (Certificado de Aprovação do Ministério do

Página 192
Trabalho), dentre outros].

Na tipificação deste artigo, há infração quando QUALQUER COMPONENTE DE ALGUM


CONJUNTO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ESTIVER INADEQUADO AO
USO OU AO PRODUTO TRANSPORTADO.

Os conjuntos de equipamentos de proteção individual estão previstos no anexo da Resolução ANTT


nº 5.998/2022 (Parte 7) e de forma complementar na ABNT-NBR 9735.

É possível realizar a consulta do número do Certificado de Aprovação do Equipamento de Proteção


Individual, situação que permitirá verificar a especificação do equipamento. Para tanto, basta
CLICAR AQUI.

Cada produto exige um conjunto de equipamentos de proteção individual diferente. Deste modo,
deverá ser consultada a ABNT-NBR em comento para que se verifique quais equipamentos deve
portar quando realizar determinado transporte de produtos perigosos.

Atenção: “TRAJE MÍNIMO OBRIGATÓRIO (camisa ou camiseta com mangas compridas ou curta,
calça comprida e calçados fechados) NÃO SÃO EQUIPAMETNOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL.”

Art. 43, § 3º, VII Transportar, em veículos classificados R$ 1.000,00


como "misto" ou "especial", produtos
Transportador
perigosos em compartimento não
segregado do condutor e auxiliares, em
desacordo ao §2º do art. 12.

Comentário: Quando for realizado o transporte de produtos perigosos nesses veículos, misto ou
especial, e os produtos transportados nãos estiverem em compartimento estanque e próprio,
segregado (separado) de forma física do condutor e auxiliares.

Importante destacar que não pode ser utilizado painéis parciais, compensados laminados, acrílicos
ou outros meios improvisados para a segregação. A separação da carga e ocupantes do veículo
requer a existência de compartimento estanque e próprio para cumprir a finalidade prevista na
norma.

Página 193
Art. 43, § 3º, VIII Transportar produtos perigosos em R$ 1.000,00
embalagens que apresentem sinais de
Transportador
violação, deterioração, mau estado de
conservação, em desacordo ao inciso
VIII do art. 17.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e são utilizadas embalagens que


apresentam sinais de violação, deterioração e mau estado de conservação.

A condição estará configurada quando, por exemplo, os volumes estiverem abertos; apresentarem
danos pelas condições de estiva e acondicionamento; estiverem amassados, dentre outras situações
que conduzam a tipificação de sinais de violação, deterioração e mau estado de conservação.

Art. 43, § 3º, IX Transportar produtos perigosos em R$ 1.000,00


volumes, sobreembalagens ou cofres
Transportador
de carga que possuam a identificação
relativa aos produtos e seus riscos
incorreta ou ilegível, em desacordo ao
art. 15.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e os volumes (embalagens externas),


as sobreembalagens (que unitizam diversas embalagens de produtos perigosos) ou os cofres de
carga (que segregam produtos perigosos dos não perigosos) possuam a identificação relativa aos
produtos e seus riscos de forma incorreta ou ilegível.

Volumes: Devem conter número ONU, precedido das letras “ONU” ou “UN”, nome apropriado para
embarque, rótulos de risco, marcação “UN” (sendo a embalagem fabricada no Brasil, a sigla “BR” na
marcação) e selo de compulsoriedade do Inmetro caso o volume (embalagem externa) for de
fabricação nacional. Se estiver incorreta ou ilegível alguma dessas informações, conduz a tipificação
deste artigo.

Sobreembalagem: embalagens utilizadas para conter embalagens de produtos perigosos (unitizar).


Devem dispor nestas sobreembalagens as seguintes informações (rótulo de risco, nome apropriado
para embarque, número ONU, precedido das letras “ONU” ou “UN” e a informação
“SOBREEMBALAGEM”, “SOBREEMBALAJE” ou “OVERPACK”. Se estiver incorreta ou ilegível

Página 194
alguma dessas informações, conduz a tipificação deste artigo.

Obs.: Se o transporte for em quantidade limitada por embalagem interna nos volumes contidos pela
sobreembalagem, deverá vir nesta o “símbolo da quantidade limitada por embalagem interna”
juntamente com a informação “SOBREEMBALAGEM”, “SOBREEMBALAJE” ou “OVERPACK”. Se
estiver incorreta ou ilegível alguma dessas informações, conduz a tipificação deste artigo.

Cofres de carga: segregam produtos perigosos dos não perigosos, devem estar devidamente
fechados, estanques e possuir em uma das faces a simbologia painel de segurança, a qual deverá
ser de cor alaranjada sem qualquer inscrição. Se estiver incorreta ou ilegível a sinalização informada,
conduz a tipificação deste artigo.

Art. 43, § 3º, X Transportar produtos perigosos em R$ 1.000,00


volumes, sobreembalagens ou cofres
Transportador
de carga que não possuam nenhuma
identificação relativa aos produtos e
seus riscos, em desacordo ao art. 15.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e os volumes (embalagens externas),


as sobreembalagens (que unitizam diversas embalagens de produtos perigosos) ou os cofres de
carga (que segregam produtos perigosos dos não perigosos) NÃO POSSUAM NENHUMA
IDENTIFICAÇÃO RELATIVA AOS PRODUTOS E SEUS RISCOS.

Volumes: Devem conter número ONU, precedido das letras “ONU” ou “UN”, nome apropriado para
embarque, rótulos de risco, marcação “UN” (sendo a embalagem fabricada no Brasil, a sigla “BR” na
marcação) e selo de compulsoriedade do Inmetro caso o volume (embalagem externa) for de
fabricação nacional. ESTANDO AUSENTE TODAS AS INFORMAÇÕES, conduz a tipificação deste
artigo.

Sobreembalagem: embalagens utilizadas para conter embalagens de produtos perigosos (unitizar).


Devem dispor nestas sobreembalagens as seguintes informações (rótulo de risco, nome apropriado
para embarque, número ONU, precedido das letras “ONU” ou “UN” e a informação
“SOBREEMBALAGEM”, “SOBREEMBALAJE” ou “OVERPACK”. ESTANDO AUSENTE TODAS AS

Página 195
INFORMAÇÕES, conduz a tipificação deste artigo.

Obs.: Se o transporte for em quantidade limitada por embalagem interna nos volumes contidos pela
sobreembalagem, deverá vir nesta o “símbolo da quantidade limitada por embalagem interna”
juntamente com a informação “SOBREEMBALAGEM”, “SOBREEMBALAJE” ou “OVERPACK”.
ESTANDO AUSENTE TODAS AS INFORMAÇÕES, conduz a tipificação deste artigo.

Cofres de carga: segregam produtos perigosos dos não perigosos, devem estar devidamente
fechados, estanques e possuir em uma das faces a simbologia painel de segurança, a qual deverá
ser de cor alaranjada sem qualquer inscrição. ESTANDO AUSENTE O PAINEL DE SEGURANÇA,
conduz a tipificação deste artigo.

Art. 43, § 3º, XI Transportar produtos perigosos fora do R$ 1.000,00


compartimento de carga, mal estivados
Transportador
nos veículos ou presos por meios não
apropriados, em desacordo ao art. 16.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos nas seguintes situações:

Fora do compartimento de carga, por exemplo, na caixa de ferramentas, sobre a roda


sobressalente, dentro de cones de sinalização ou em outros locais.

Mal estivados, por exemplo, quando há no compartimento de carga volumes soltos; desrespeito a
rótulos de manuseio, orientação e empilhamento máximo; produtos tombados, dentre outras
situações.

Presos por meios não apropriados, por exemplo, encostados em outros produtos sem que haja
nenhum meio de evitar durante o deslocamento o tombamento, preso por materiais frágeis que em
qualquer movimentação podem se romper, dentre outras situações.

Art. 43, § 3º, XII Conduzir pessoas em veículos que R$ 1.000,00


transportem produtos perigosos, em
Transportador
desacordo ao inciso I do art. 17.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e são conduzidas pessoas que não se

Página 196
revestem da condição de auxiliares na operação de transporte (carona).

A legislação proíbe que se dê carona quando há o transporte de produtos perigosos. Entretanto,


quando ocorre o transporte fracionado em quantidade limitada por veículo (coluna 8) ou por
embalagem interna (coluna 9), não há essa vedação, assim como nas hipóteses de inaplicabilidade
do Regulamento de Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos, conforme dispõe a Resolução
ANTT nº 5.998/2022.

Art. 43, § 3º, XIII O condutor ou auxiliar fumarem durante R$ 1.000,00


as etapas da operação de transporte,
Transportador
em desacordo ao inciso VI do art. 17.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos, fracionado ou granel, o condutor ou


auxiliar fumar próximo ao veículo, equipamento, embalagens, sobreembalagem, cofre de cargas ou
outras situações relacionadas as etapas da operação de transporte (TRANSPORTE, TRANSBORDO
E DESCARREGAMENTO).

Art. 43, § 3º, XIV O condutor ou auxiliar adentrarem as R$ 1.000,00


áreas de carga do veículo ou
Transportador
equipamentos de transporte com
dispositivos capazes de produzir
ignição dos produtos, seus gases ou
vapores, durante as etapas da
operação de transporte, em desacordo
ao inciso VI do art. 17.

Comentário: Quando o condutor ou auxiliar adentrarem as áreas de carga ou em equipamentos com


dispositivos capazes de produzir a ignição dos produtos, por exemplo, lanternas sem segurança
intrínseca sendo utilizada em ambiente com vapores inflamáveis, em qualquer das etapas de
transporte (carregamento, transporte, descarregamento ou transbordo).

Página 197
Art. 43, § 3º, XV Transportar produtos perigosos R$ 1.000,00
utilizando cofre de carga inadequado,
Transportador
em desacordo ao art. 18.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e o cofre de carga utilizado para


segregar os produtos perigosos dos não perigosos não oferece as condições adequadas de
estanqueidade, vedação, fechamento, dentre outras, sendo, portanto, inadequado para a finalidade a
que se destina.

Art. 43, § 3º, XVI Transportar produtos perigosos R$ 1.000,00


portando ou disponibilizando, no caso
Transportador
de utilização de documento eletrônico,
documento para o transporte de
produtos perigosos ilegível ou
incorretamente preenchido, em
desacordo ao art. 23.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e é apresentado ou disponibilizado


documento para o transporte de produtos perigosos [qualquer documento que contenha as
informações obrigatórias – número ONU precedido das letras “ONU” ou “UN”; nome apropriado para
embarque, classe de risco, classe ou subclasse de riscos subsidiários entre parênteses, quando
aplicável; grupo de embalagem, quando aplicável; nessa ordem sequencial], nas seguintes
condições:

Ilegível, situação que há todas as informações disponibilizadas no documento e qualquer uma delas
encontra-se ilegível.

Incorretamente preenchido, situação que há todas as informações disponibilizadas no documento e


qualquer uma delas encontra-se incorretamente preenchida.

Ainda, é considerada informação obrigatória no documento de transporte de SUBSTÂNCIAS


INFECTANTES: o endereço completo do destinatário, o nome e o número do telefone de um
responsável (Anexo da Resolução ANTT nº 5.998/2022 – Parte 5).

Os dados ilegíveis ou incorretos acerca destas informações, conduz a tipificação deste artigo.

Página 198
Art. 43, § 3º, XVII Transportar produtos perigosos R$ 1.000,00
portando ou disponibilizando, no caso
Transportador
de utilização de documento eletrônico,
outros documentos ou declarações
exigidas incorretamente preenchidas,
em desacordo ao art. 23.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e é apresentado ou disponibilizado


outros documentos ou declarações exigidas (Ficha de monitoração de carga para materiais
radioativos ou Declaração do expedidor de material radioativo, dentre outros) INCORRETAMENTE
PREENCHIDOS.

Art. 43, § 3º, XVIII Transportar produtos perigosos R$ 1.000,00


portando ou disponibilizando, no caso
Transportador
de utilização de documento eletrônico,
outros documentos ou declarações
exigidas ilegíveis, em desacordo ao art.
23.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e é apresentado ou disponibilizado


outros documentos ou declarações exigidas (Ficha de monitoração de carga para materiais
radioativos ou Declaração do expedidor de material radioativo, dentre outros) ILEGÍVEIS.

Art. 43, § 3º, XIX Transportar produtos perigosos a granel R$ 1.000,00


sem portar o CIV original, em
Transportador
desacordo ao inciso I do art. 23.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos (A GRANEL) sem o devido porte do


Certificado de Inspeção Veicular – CIV original, em desacordo com o previsto na Resolução ANTT nº
5.998/2022 e na Portaria Inmetro nº 127/2022.

Página 199
Art. 43, § 3º, XX O condutor não adotar, em caso de R$ 1.000,00
acidente, avaria ou outro fato que
Transportador
obrigue a imobilização do veículo, as
providências constantes no art. 24.

Comentário: O condutor, em caso de sinistro (acidente), avaria ou outro fato que obrigue a
imobilização do veículo, deixar de avaliar, sinalizar e de utilizar equipamentos de proteção individual
para a medidas necessárias para intervir em eventual situação de emergência, caso necessário.
Assim como, não adotar as medidas cabíveis em relação aos devidos acionamentos para as demais
providências.

Sinistro: Introduzido no ordenamento normativo (Código de Trânsito Brasileiro - CTB) através da


publicação da Lei nº 14.599/2023, substituindo a palavra acidente. Nesse sentido, conforme prevê o
CTB, Sinistro de Trânsito significa: evento que resulta em dano ao veículo ou à sua carga e/ou em
lesões a pessoas ou animais e que pode trazer dano material ou prejuízo ao trânsito, à via ou ao
meio ambiente, em que pelo menos uma das partes está em movimento nas vias terrestres ou em
áreas abertas ao público.

Art. 43, § 3º, XXI Realizar transbordo em desacordo ao Transportador R$ 1.000,00


art. 26.

Comentário: Quando há a realização de transbordo na via pública em situação diversa de acidente


ou emergência, exceto quando determinado pela autoridade pública ou com circunscrição sobe a via.

Art. 43, § 3º, XXII O condutor não adotar, em caso de R$ 1.000,00


emergência, parada técnica, falha
Transportador
mecânica ou acidente, as providências
constantes no art. 27.

Comentário: No caso de emergência, parada técnica, falha mecânica ou sinistro (acidente), o


condutor deve avaliar a necessidade de uso de equipamentos de proteção individual – EPI e do
conjunto de equipamentos para situação de emergência, quando necessários para manter a
segurança, avaliando constantemente a situação, fazendo os demais acionamentos necessários.
Procurar afastar curiosos, manter o veículo sinalizado, sob sua vigilância ou de pessoa designada
pelo transportador por todo o período da interrupção, exceto se a sua ausência for imprescindível

Página 200
para a comunicação do fato, pedido de socorro ou atendimento médico. As medidas adotadas visam
minimizar eventuais riscos impostos pela condição de emergência, parada técnica, falha mecânica
ou sinistro (acidente).

Sinistro: Introduzido no ordenamento normativo (Código de Trânsito Brasileiro - CTB) através da


publicação da Lei nº 14.599/2023, substituindo a palavra acidente. Nesse sentido, conforme prevê o
CTB, Sinistro de Trânsito significa: evento que resulta em dano ao veículo ou à sua carga e/ou em
lesões a pessoas ou animais e que pode trazer dano material ou prejuízo ao trânsito, à via ou ao
meio ambiente, em que pelo menos uma das partes está em movimento nas vias terrestres ou em
áreas abertas ao público.

Art. 43, § 4º, I Não providenciar a retirada da R$ 600,00


sinalização dos veículos ou
Transportador
equipamentos de transporte após as
operações de limpeza e
descontaminação, ou após o
descarregamento quando não restar
contaminação ou resíduo dos produtos,
em desacordo ao §1º do art. 6.

Comentário: Deve ser providenciada a retirada da sinalização que indica o transporte de produtos
perigosos dos veículos ou equipamentos de transporte nas seguintes condições:

Após descarregamento da carga embalada (transporte fracionado), quando veículos e equipamentos


de transporte não apresentam contaminação ou resíduo dos produtos transportados – Inciso I, do §
1º do art. 6º.

Após as operações de limpeza e descontaminação (transporte a granel), quando o veículo está vazio
e descontaminado e apresenta o certificado de descontaminação dentro do período estabelecido
(dentro do prazo de validade) – Inciso II, do § 1º do art. 6º.

Caso não retire a simbologia nas situações mencionadas, conduz as sanções previstas neste artigo.

Art. 43, § 4º, II Portar no veículo sinalização não Transportador R$ 600,00


relacionada aos produtos perigosos
transportados, em desacordo aos § 3º e

Página 201
§ 5º do art. 6º.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e o veículo possuí afixada simbologia


nas seguintes condições:

É proibido portar no veículo sinalização relacionada ao transporte de produtos perigosos (prevista na


legislação), porém, não relacionada aos produtos perigosos que estão sendo transportados, salvo se
estiver guardada de modo que não se espalhe em caso de acidente e não esteja visível durante o
transporte, por exemplo: está transportando produto perigoso Metanol, utilizando painel de
segurança com a informação de número ONU 1230 e possui solto na caixa de ferramentas painéis
de segurança com a informação de números ONU 1170 (Etanol) e ONU 1202 (Óleo diesel) - § 3º do
art. 6º.

É proibido utilizar nos veículos ou equipamentos que transportem produtos perigosos ou que estejam
vazios e não limpos, elementos visuais que possam se assemelhar, em formato, cor ou imagens, à
sinalização relacionada ao transporte de produtos perigosos, por exemplo: rótulo de risco amarelo
com imagem de um surfista, rótulo de risco de cor vermelha com escudo de time de futebol, dentre
outras - § 5º do art. 6º.

Art. 43, § 4º, III Utilizar a sinalização de que trata esta R$ 600,00
Resolução durante o transporte de
Transportador
produtos não classificados como
perigosos, em desacordo ao §4º do art.
6º.

Comentário: Quando não há o transporte de produtos perigosos é proibido utilizar sinalização de


que trata esta Resolução e suas Instruções Complementares durante o transporte de produtos NÃO
CLASSIFICADOS COMO PERIGOSOS, por exemplo, transportando água mineral em um caminhão
em que este ostenta a simbologia painel de segurança alaranjada sem qualquer inscrição, prevista
na Resolução ANTT nº 5.998/2022 (Parte 5) e na ABNT-NBR 7500 - § 4º do art. 6º.

Art. 43, § 4º, IV Transportar produtos perigosos em R$ 600,00


veículo com conjunto de equipamentos
Transportador
para situação de emergência
incompletos, em desacordo ao art. 8º.

Página 202
Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e o veículo NÃO POSSUI, PELO
MENOS, UM CONJUNTO DE EQUIPAMENTOS PARA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA.

Na tipificação deste artigo, há infração quando QUALQUER COMPONENTE DE ALGUM


CONJUNTO ESTIVER FALTANDO.

Os conjuntos de equipamentos para situação de emergência estão previstos no anexo da Resolução


ANTT nº 5.998/2022 (Parte 7) e de forma complementar na ABNT-NBR 9735, sendo:

- Extintor(es) compatível com a carga;

- 2 calços por unidade de transporte (Unidade de transporte = cavalo-trator + semirreboque; se tiver


outro semirreboque corresponde a outra unidade de transporte);

- Chave apropriada para desconexão do cabo da bateria;

- Alicate universal;

- 4 cones para sinalização da via, conforme ABNT-NBR 15.071 (somente este quantitativo,
independentemente da quantidade de veículos).

QUALQUER UM DESTES ITENS QUE ESTIVER AUSENTE CONFIGURA A IRREGULARIDADE


PREVISTA NESTE ARTIGO.

No módulo 4 deste curso abordaremos os equipamentos para situação e de proteção individual


previstos para o transporte de produtos perigosos.

Art. 43, § 4º, V Portar, durante o transporte, o conjunto R$ 600,00


para situação de emergência no
compartimento de carga, em desacordo
Transportador
ao Art. 8º.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e o veículo PORTAR DENTRO DO


COMPARTIMENTO DE CARGA (Unidades de transporte com peso superior a 3,5 toneladas)
QUALQUER CONJUNTO DE EQUIPAMENTOS PARA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA.

Na tipificação deste artigo, há infração quando QUALQUER COMPONENTE DE ALGUM


CONJUNTO ESTIVER NESTE COMPARTIMENTO DE CARGA.

Os conjuntos de equipamentos para situação de emergência estão previstos no anexo da Resolução

Página 203
ANTT nº 5.998/2022 (Parte 7) e de forma complementar na ABNT-NBR 9735, sendo:

- Extintor(es) compatível com a carga;

- 2 calços por unidade de transporte (Unidade de transporte = cavalo-trator + semirreboque; se tiver


outro semirreboque corresponde a outra unidade de transporte);

- Chave apropriada para desconexão do cabo da bateria;

- Alicate universal;

- 4 cones para sinalização da via, conforme ABNT-NBR 15.071 (somente este quantitativo,
independentemente da quantidade de veículos).

No módulo 4 deste curso abordaremos os equipamentos para situação e de proteção individual


previstos para o transporte de produtos perigosos.

Art. 43, § 4º, VI Transportar produtos perigosos em R$ 600,00


veículo com conjuntos de EPIs
Transportador
incompletos, em desacordo ao art. 9º.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e o veículo NÃO POSSUI, PELO


MENOS, UM CONJUNTO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL.

Na tipificação deste artigo, há infração quando QUALQUER COMPONENTE DE ALGUM


CONJUNTO ESTIVER FALTANDO.

Os conjuntos de equipamentos de proteção individual – EPI estão previstos no anexo da Resolução


ANTT nº 5.998/2022 (Parte 7) e de forma complementar na ABNT-NBR 9735, sendo:

QUALQUER UM DESTES ITENS QUE ESTIVER AUSENTE CONFIGURA A IRREGULARIDADE


PREVISTA NESTE ARTIGO.

No módulo 4 deste curso abordaremos os equipamentos para situação e de proteção individual


previstos para o transporte de produtos perigosos.

Art. 43, § 4º, VII Portar, durante o transporte, os Transportador R$ 600,00


conjuntos de EPIs fora da cabine do
veículo, em desacordo ao art. 9º.

Página 204
Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e o veículo PORTAR, PELO MENOS,
UM CONJUNTO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL FORA DA CABINE VEÍCULO.

Na tipificação deste artigo, há infração quando QUALQUER COMPONENTE DE ALGUM


CONJUNTO ESTIVER FORA DA CABINE DO VEÍCULO.

Os conjuntos de equipamentos de proteção individual – EPI estão previstos no anexo da Resolução


ANTT nº 5.998/2022 (Parte 7) e de forma complementar na ABNT-NBR 9735, sendo:

QUALQUER UM DESTES ITENS QUE ESTIVER FORA DA CABINE DO VEÍCULO, CONFIGURA A


IRREGULARIDADE PREVISTA NESTE ARTIGO, POR EXEMPLO, NA CAIXA DE FERRAMENTAS.

No módulo 4 deste curso abordaremos os equipamentos para situação e de proteção individual


previstos para o transporte de produtos perigosos.

Art. 43, § 4º, VIII Transportar produtos perigosos em R$ 600,00


volumes, sobreembalagens ou cofres
Transportador
de carga que possuam identificação
relativa aos produtos e seus riscos
incompleta ou de forma inadequada,
em desacordo com o art. 15.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e os volumes (embalagens externas),


as sobreembalagens (que unitizam diversas embalagens de produtos perigosos) ou os cofres de
carga (que segregam produtos perigosos dos não perigosos) POSSUAM A IDENTIFICAÇÃO
RELATIVA AOS PRODUTOS E SEUS RISCOS INCOMPLETA OU DE FORMA INADEQUADA.

Volumes: Devem conter número ONU, precedido das letras “ONU” ou “UN”, nome apropriado para
embarque, rótulos de risco, marcação “UN” (sendo a embalagem fabricada no Brasil, a sigla “BR” na
marcação) e selo de compulsoriedade do Inmetro caso o volume (embalagem externa) for de
fabricação nacional. ESTANDO AS INFORMAÇÕES DISPOSTAS DE FORMA DIVERSA, conduz a
tipificação deste artigo.

Sobreembalagem: embalagens utilizadas para conter embalagens de produtos perigosos (unitizar).


Devem dispor nestas sobreembalagens as seguintes informações (rótulo de risco, nome apropriado
para embarque, número ONU, precedido das letras “ONU” ou “UN” e a informação

Página 205
“SOBREEMBALAGEM”, “SOBREEMBALAJE” ou “OVERPACK”. ESTANDO AS INFORMAÇÕES
DISPOSTAS DE FORMA DIVERSA, conduz a tipificação deste artigo.

Obs.: Se o transporte for em quantidade limitada por embalagem interna nos volumes contidos pela
sobreembalagem, deverá vir nesta o “símbolo da quantidade limitada por embalagem interna”
juntamente com a informação “SOBREEMBALAGEM”, “SOBREEMBALAJE” ou “OVERPACK”.
ESTANDO AS INFORMAÇÕES DISPOSTAS DE FORMA DIVERSA, conduz a tipificação deste
artigo.

Cofres de carga: segregam produtos perigosos dos não perigosos, devem estar devidamente
fechados, estanques e possuir em uma das faces a simbologia painel de segurança, a qual deverá
ser de cor alaranjada sem qualquer inscrição. ESTANDO O PAINEL DE SEGURANÇA COM
INFORMAÇÕES DISPOSTAS DE FORMA DIVERSA DO PREVISTO, por exemplo, com inscrição,
conduz a tipificação deste artigo.

Art. 43, § 4º, IX Transportar amostras testemunhas R$ 600,00


acondicionadas, identificadas ou
Transportador
segregadas em desacordo ao art. 19.

Comentário: Quando há o transporte de amostras testemunhas sem estarem devidamente


acondicionadas em compartimento adequado, bem como identificadas (sem marcação e rotulagem)
ou segregadas dos demais produtos e do condutor (transporte na cabine com o motorista, nos cones
de sinalização da via, no mesmo compartimento com medicamentos ou objetivos para uso ou
consumo humano ou animal ou com embalagens destinadas a mesma finalidade sem estar estarem
segregados em um cofre de carga).

Art. 43, § 4º, X Transportar produtos perigosos em R$ 600,00


veículo cujo condutor ou auxiliar não
Transportador
estejam usando calça comprida, camisa
ou camiseta, com mangas curtas ou
compridas, e calçados fechados, em
desacordo ao art. 22.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e o condutor e auxiliar não utilizam o

Página 206
traje mínimo obrigatório.

Importante destacar que o traje mínimo obrigatório não é equipamento de proteção individual, sendo
assim, mesmo no transporte de produtos perigosos (fracionados) em quantidade limitada por veículo
(coluna 8) e quantidade limitada por embalagem interna (coluna 9) da Relação de Produtos
Perigosos, não há dispensa de sua utilização caso o transporte seja realizado nestas condições. Ou
seja, não há dispensa em nenhuma hipótese de o condutor e o auxiliar isentarem-se de utilizar o traje
mínimo obrigatório, salvo se não for aplicado as condições em que não é aplicado o Regulamento de
Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos.

O traje mínimo obrigatório tanto para o condutor, quanto para o auxiliar é composto de: calça
comprida, camisa ou camiseta, com mangas curtas ou compridas, e calçados fechados.

Art. 43, § 4º, XI Transportar produtos perigosos sem R$ 600,00


portar ou disponibilizar, no caso de
Transportador
utilização de documento eletrônico,
outros documentos ou declarações
exigidas, em desacordo ao inciso IV do
art. 23.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e NÃO É APRESENTADO OU


DISPONIBILIZADO OUTROS DOCUMENTOS OU DECLARAÇÕES EXIGIDAS (Ficha de
monitoração de carga para materiais radioativos ou Declaração do expedidor de material radioativo,
dentre outros).

O não porte de outros documentos, quando exigíveis, caracteriza a infração.

PARTE ESPECIAL IX – INFRAÇÕES DO EXPEDIDOR

Infrações e penalidades a legislação de transporte rodoviário de produtos perigosos

Página 207
RESPONSABILIDADES DO EXPEDIDOR

Enquadramento Tipificação Responsabilidade Valor (R$)

Art. 43, § 5º, I Expedir produtos perigosos cujo R$ 5.000,00


transporte rodoviário seja proibido pela
Expedidor
ANTT.

Comentário: Expedir produto perigoso cujo transporte seja proibido por publicação da ANTT ou
outro ato normativo.

Art. 43, § 6º, I Expedir produtos perigosos em veículo R$ 1.400,00


ou equipamento sem nenhuma
Expedidor
sinalização, em desacordo ao art. 6º.

Comentário: Quando há a expedição de produtos perigosos em veículo ou equipamento


desprovidos (sem nenhuma sinalização) da simbologia exigida (painéis de segurança, rótulos de
risco e símbolos especiais, quando aplicáveis), conforme dispõe a Resolução ANTT nº 5.998/2022 e
a ABNT-NBR 7500.

Art. 43, § 6º, II Expedir produtos perigosos em veículo R$ 1.400,00


ou equipamento com sinalização
Expedidor
incorreta ou ilegível, em desacordo ao
art. 6º.

Comentário: Quando há a expedição de produtos perigosos em veículo ou equipamento com a


simbologia exigida (painéis de segurança, rótulos de risco e símbolos especiais, quando aplicáveis),
incorretos ou ilegíveis (diferentes do previsto, desbotados, caracteres alfanuméricos apagados, de
cor divergente, danificados, quebrados, dentre outras situações), conforme dispõe a Resolução
ANTT nº 5.998/2022 e a ABNT-NBR 7500.

Página 208
Art. 43, § 6º, III Expedir produtos perigosos em veículo R$ 1.400,00
com características técnicas ou
Expedidor
operacionais inadequadas, em
desacordo ao art. 7º.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos em veículos deixando


de atender as condições técnicas ou operacionais previstas nas instruções complementares e, no
caso de transporte a granel, deixar de atender as características técnicas e operacionais previstas
nos regulamentos do Inmetro - aplicáveis à parte rodante (veículo) a partir da inspeção dos itens,
conforme Portaria Inmetro nº 127/2022) – Certificado de Inspeção veicular – CIV – Checklist neste
material de estudo.

Art. 43, § 6º, IV Expedir produtos perigosos em R$ 1.400,00


equipamento de transporte com
Expedidor
características técnicas ou operacionais
inadequadas, em desacordo ao art. 7º.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos em equipamento de


transporte que deixa de atender as condições técnicas ou operacionais previstas nas instruções
complementares e, no caso de transporte a granel, deixar de atender as características técnicas e
operacionais previstas nos regulamentos do Inmetro - aplicáveis ao equipamento, a partir da
inspeção dos itens, conforme Portaria Inmetro nº 128/2022) – Certificado de Transporte de Produtos
Perigosos – CTPP e Certificado de Inspeção de Produtos Perigosos - CITT – Checklists neste
material de estudo.

Art. 43, § 6º, V Expedir produtos perigosos em veículo R$ 1.400,00


desprovido dos conjuntos de
Expedidor
equipamentos para situação de
emergência, em desacordo ao art. 8º.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos e o veículo é


desprovido dos conjuntos de equipamentos para situação de emergência. Na tipificação deste artigo,
há infração quando NÃO HÁ NENHUM EQUIPAMENTO PARA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA NO

Página 209
VEÍCULO.

Os conjuntos de equipamentos para situação de emergência estão previstos no anexo da Resolução


ANTT nº 5.998/2022 (Parte 7) e de forma complementar na ABNT-NBR 9735, sendo:

- Extintor(es) compatível com a carga;

- 2 calços por unidade de transporte (Unidade de transporte = cavalo-trator + semirreboque; se tiver


outro semirreboque corresponde a outra unidade de transporte);

- Chave apropriada para desconexão do cabo da bateria;

- Alicate universal;

- 4 cones para sinalização da via, conforme ABNT-NBR 15.071 (somente este quantitativo,
independentemente da quantidade de veículos).

No módulo 4 deste curso abordaremos os equipamentos para situação e de proteção individual


previstos para o transporte de produtos perigosos.

Art. 43, § 6º, VI Expedir produtos perigosos em veículo R$ 1.400,00


com conjunto de equipamentos para
Expedidor
situação de emergência inadequados ao
uso ou ao produto transportado, em
desacordo ao art. 8º.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos e o veículo possui


algum conjunto de equipamentos para situação de emergência inadequado ao uso ou ao produto
transportado (sujos, danificados, quebrados, não condizem com a especificação, sem carga, vencido,
extintor preso com cadeado, extintor fora de local de fácil acesso, extintores no transporte a granel
próximos as válvulas de carregamento e descarregamento, calços com materiais faiscantes quando
há o transporte de líquidos inflamáveis, cones com dimensões diferentes, dentre outros). Na
tipificação deste artigo, há infração quando QUALQUER COMPONENTE DE ALGUM CONJUNTO
ESTIVER INADEQUADO AO USO OU AO PRODUTO TRANSPORTADO.

Os conjuntos de equipamentos para situação de emergência estão previstos no anexo da Resolução


ANTT nº 5.998/2022 (Parte 7) e de forma complementar na ABNT-NBR 9735, sendo:

- Extintor(es) compatível com a carga;

- 2 calços por unidade de transporte (Unidade de transporte = cavalo-trator + semirreboque; se tiver

Página 210
outro semirreboque corresponde a outra unidade de transporte);

- Chave apropriada para desconexão do cabo da bateria;

- Alicate universal;

- 4 cones para sinalização da via, conforme ABNT-NBR 15.071 (somente este quantitativo,
independentemente da quantidade de veículos).

QUALQUER UM DESTES ITENS QUE ESTIVER INADEQUADO AO USO OU AO PRODUTO


TRANSPORTADO CONFIGURA A IRREGULARIDADE PREVISTA NESTE ARTIGO.

No módulo 4 deste curso abordaremos os equipamentos para situação e de proteção individual


previstos para o transporte de produtos perigosos.

Art. 43, § 6º, VII Expedir produtos perigosos em veículo R$ 1.400,00


desprovido dos conjuntos de EPIs
Expedidor
necessários, em desacordo ao art. 9º.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos e o veículo é


desprovido dos conjuntos de equipamentos de proteção individual. Na tipificação deste artigo, há
infração quando NÃO HÁ NENHUM EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL NO VEÍCULO.

Os conjuntos de equipamentos para situação de proteção individual estão previstos no anexo da


Resolução ANTT nº 5.998/2022 (Parte 7) e de forma complementar na ABNT-NBR 9735.

Cada produto exige um conjunto de equipamentos de proteção individual diferente. Deste modo,
deverá ser consultada a ABNT-NBR em comento para que se verifique quais equipamentos deve
portar quando realizar determinado transporte de produtos perigosos.

Atenção: “TRAJE MÍNIMO OBRIGATÓRIO (camisa ou camiseta com mangas compridas ou curta,
calça comprida e calçados fechados) NÃO SÃO EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL.”

No módulo 4 deste curso abordaremos os equipamentos para situação e de proteção individual


previstos para o transporte de produtos perigosos.

Página 211
Art. 43, § 6º, VIII Expedir produtos perigosos em veículo R$ 1.400,00
com conjuntos de EPIs inadequados ao
Expedidor
uso ou ao produto transportado, em
desacordo ao art. 9º.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos e o veículo possui


algum conjunto de equipamentos de proteção individual inadequado ao uso ou ao produto
transportado [sujos, danificados, quebrados, não condizem com a especificação, fora da cabine, não
estarem agrupados, fora do prazo de validade especificado pelo fabricante, não possuir marcação
indelével que indique fabricante e/ou importador, lote e número do CA (Certificado de Aprovação do
Ministério do Trabalho), dentre outros].

Na tipificação deste artigo, há infração quando QUALQUER COMPONENTE DE ALGUM


CONJUNTO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ESTIVER INADEQUADO AO
USO OU AO PRODUTO TRANSPORTADO.

Os conjuntos de equipamentos de proteção individual estão previstos no anexo da Resolução ANTT


nº 5.998/2022 (Parte 7) e de forma complementar na ABNT-NBR 9735.

É possível realizar a consulta do número do Certificado de Aprovação do Equipamento de Proteção


Individual, situação que permitirá verificar a especificação do equipamento.

Para tanto, basta CLICAR AQUI.

Cada produto exige um conjunto de equipamentos de proteção individual diferente. Deste modo,
deverá ser consultada a ABNT-NBR em comento para que se verifique quais equipamentos deve
portar quando realizar determinado transporte de produtos perigosos.

Atenção: “TRAJE MÍNIMO OBRIGATÓRIO (camisa ou camiseta com mangas compridas ou curta,
calça comprida e calçados fechados) NÃO SÃO EQUIPAMETNOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL.”

No módulo 4 deste curso abordaremos os equipamentos para situação e de proteção individual


previstos para o transporte de produtos perigosos.

Art. 43, § 6º, IX Expedir produtos perigosos em veículos R$ 1.400,00


que não sejam classificados como de
Expedidor
"carga", "misto" ou "especial", em

Página 212
desacordo ao art. 12.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte e os veículos utilizados para o transporte de


produtos perigosos não são classificados como de carga, misto o especial, condição que conduz a
tipificação prevista neste artigo.

Existem exceção prevista na Resolução ANTT nº 5.998/2022, a qual nas suas instruções
complementares estabelece que o transporte de materiais radioativos poderá ser realizado em
automóveis.

Art. 43, § 6º, X Utilizar equipamentos de transporte R$ 1.400,00


certificados e/ou inspecionados para o
Expedidor
transporte de produtos perigosos a
granel para transportar alimentos,
medicamentos, produtos de higiene
pessoal, cosméticos, perfumaria,
farmacêuticos, veterinários ou seus
insumos, aditivos ou suas matérias
primas, em desacordo ao art. 13.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de alimentos, medicamentos ou demais


produtos destinados a uso ou consumo humano ou animal em equipamentos certificados e/ou
inspecionados para o transporte de produtos perigosos em desacordo com o previsto na Resolução
ANTT nº 5.998/2022 ou na ABNT- NBR 14.619 que trata da Incompatibilidade química.

Art. 43, § 6º, XI Expedir produtos perigosos em Expedidor R$ 1.400,00


embalagens não permitidas, em
desacordo ao art. 14.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos em embalagens não


permitidas, conforme estabelece a Partes 4 da Resolução ANTT nº 5.998/2022 e as colunas 10
(Instruções para embalagens) e 11 (Provisões especiais para embalagens) da Relação de Produtos
Perigosos, já estudada.

Página 213
Como exemplo seria a utilização de uma embalagem para determinado produto perigoso, porém,
esta embalagem não está prevista, pelas suas características de fabricação, para acondicionar esse
produto.

INFRAÇÃO DE CARGA PRÓPRIA: Quando ocorrer o transporte de produtos nesta condição, em


que o transportar realiza o transporte de produtos que produz, bem como, os produtos que adquire.
Nessa situação, realizará o transporte de carga própria. Existindo, portanto, alguma infração quanto a
embalagens, o transportador também terá atribuída as sanções previstas para o expedidor devido
estar realizando o transporte como expedidor e transportador, concomitantemente.

Art. 43, § 6º, XII Expedir produtos perigosos em Expedidor R$ 1.400,00


embalagens que não atendam às
condições de uso, acondicionamento,
inspeções e tempo de utilização, em
desacordo ao parágrafo único do Art.
14.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos e as embalagens não


respeitam as condições de uso e de acondicionamento. Assim como, quando exigível, não atendem
as inspeções aplicáveis e o tempo de utilização estabelecidos pelo seu fabricante ou nas Portarias
do Inmetro. Temos como exemplo: embalagens vencidas; ausência de inspeção, quando exigível;
Inspeções vencidas, quando exigíveis; a existência de contaminação no exterior (parte externa) da
embalagem; uso de embalagem inadequada (prevista a exigência de embalagem de grupo de risco I,
por exemplo, e o produto estar sendo acondicionado em embalagem de risco de grupo II), dentre
outras situações.

Art. 43, § 6º, XIII Expedir produtos perigosos sem utilizar Expedidor R$ 1.400,00
embalagens, quando exigidas, em
desacordo ao Art. 14.

Página 214
Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos sem a utilização de
embalagens, exceto se na consulta realizada na Relação de Produtos Perigosos (coluna 10 –
Instruções para embalagem) constar a informação de não aplicável (NA), a qual indica que não é
exigida embalagem para aquele produto perigoso.

Produtos: ONU 2215 - Anidrido maléico, fundido; ONU 2304 – Naftaleno, fundido; ONU 2312, Fenol,
fundido; ONU 2426 – Nitrato de amônio, líquido (solução concentrada por aquecimento); ONU 2447,
Fósforo, branco, fundido; ONU 2576 – Oxibrometo de fósforo, fundido; os quais conforme consulta na
Relação de Produtos de Perigosos (Resolução ANTT nº 5.998/2022), consta a informação “NA” no
campo Instruções para embalagem, não sendo, portanto, exigido o atendimento destas por esses
números ONU.

Art. 43, § 6º, XIV Expedir produtos perigosos em Expedidor R$ 1.400,00


embalagens que apresentem sinais de
violação, deterioração, mau estado de
conservação, em desacordo ao inciso
VIII do art. 17.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte em embalagens que apresentam sinais de


violação (volume aberto), deterioração (danificadas pelo transporte, ação do tempo), mau estado de
conservação (ocasionadas pela estiva, desobediência as regras de empilhamento, setas de
orientação, quedas, dentre outras situações).

Art. 43, § 6º, XV Expedir produtos perigosos em volumes Expedidor R$ 1.400,00


que não possuam a marcação ou a
comprovação de sua adequação a
programa de avaliação da conformidade
da autoridade competente, em
desacordo ao art. 15.

Página 215
Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos em embalagens que
apresentam marcação de homologação, sendo estas fabricadas no Brasil, as quais indicam nesta
marcação de homologação a sigla “BR”, mas, não dispõem do selo de identificação da conformidade
do Inmetro.

Há previsão de infração para a ausência de marcação, assim como, por ausência do selo de
identificação da conformidade do Inmetro.

INFRAÇÃO DE CARGA PRÓPRIA: Quando ocorrer o transporte de produtos nesta condição, em


que o transportar realiza o transporte de produtos que produz, bem como, os produtos que adquire.
Nessa situação, realizará o transporte de carga própria. Existindo, portanto, alguma infração quanto a
embalagens, o transportador também terá atribuída as sanções previstas para o expedidor devido
estar realizando o transporte como expedidor e transportador, concomitantemente.

Art. 43, § 6º, XVI Expedir produtos perigosos em Expedidor R$ 1.400,00


volumes, sobreembalagens ou cofres de
carga que não possuam nenhuma
identificação relativa aos produtos e
seus riscos, em desacordo ao art. 15.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos e os volumes


(embalagens externas), as sobreembalagens (que unitizam diversas embalagens de produtos
perigosos) ou os cofres de carga (que segregam produtos perigosos dos não perigosos) NÃO
POSSUAM NENHUMA IDENTIFICAÇÃO RELATIVA AOS PRODUTOS E SEUS RISCOS.

Volumes: Devem conter número ONU, precedido das letras “ONU” ou “UN”, nome apropriado para
embarque, rótulos de risco, marcação “UN” (sendo a embalagem fabricada no Brasil, a sigla “BR” na
marcação) e selo de compulsoriedade do Inmetro caso o volume (embalagem externa) for de
fabricação nacional. ESTANDO AUSENTE TODAS AS INFORMAÇÕES, conduz a tipificação deste
artigo.

Sobreembalagem: embalagens utilizadas para conter embalagens de produtos perigosos (unitizar).


Devem dispor nestas sobreembalagens as seguintes informações (rótulo de risco, nome apropriado
para embarque, número ONU, precedido das letras “ONU” ou “UN” e a informação

Página 216
“SOBREEMBALAGEM”, “SOBREEMBALAJE” ou “OVERPACK”. ESTANDO AUSENTE TODAS AS
INFORMAÇÕES, conduz a tipificação deste artigo.

Obs.: Se o transporte for em quantidade limitada por embalagem interna nos volumes contidos pela
sobreembalagem, deverá vir nesta o “símbolo da quantidade limitada por embalagem interna”
juntamente com a informação “SOBREEMBALAGEM”, “SOBREEMBALAJE” ou “OVERPACK”.
ESTANDO AUSENTE TODAS AS INFORMAÇÕES, conduz a tipificação deste artigo.

Cofres de carga: segregam produtos perigosos dos não perigosos, devem estar devidamente
fechados, estanques e possuir em uma das faces a simbologia painel de segurança, a qual deverá
ser de cor alaranjada sem qualquer inscrição. ESTANDO AUSENTE O PAINEL DE SEGURANÇA,
conduz a tipificação deste artigo.

Art. 43, § 6º, Expedir produtos perigosos em Expedidor R$ 1.400,00


XVII volumes, sobreembalagens ou cofres de
carga que possuam a identificação
relativa aos produtos e seus riscos
incorreta ou ilegível, em desacordo ao
Art. 15.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos e os volumes


(embalagens externas), as sobreembalagens (que unitizam diversas embalagens de produtos
perigosos) ou os cofres de carga (que segregam produtos perigosos dos não perigosos) possuam a
identificação relativa aos produtos e seus riscos de forma incorreta ou ilegível.

Volumes: Devem conter número ONU, precedido das letras “ONU” ou “UN”, nome apropriado para
embarque, rótulos de risco, marcação “UN” (sendo a embalagem fabricada no Brasil, a sigla “BR” na
marcação) e selo de compulsoriedade do Inmetro caso o volume (embalagem externa) for de
fabricação nacional. Se estiver incorreta ou ilegível alguma dessas informações, conduz a tipificação
deste artigo.

Sobreembalagem: embalagens utilizadas para conter embalagens de produtos perigosos (unitizar).

Página 217
Devem dispor nestas sobreembalagens as seguintes informações (rótulo de risco, nome apropriado
para embarque, número ONU, precedido das letras “ONU” ou “UN” e a informação
“SOBREEMBALAGEM”, “SOBREEMBALAJE” ou “OVERPACK”. Se estiver incorreta ou ilegível
alguma dessas informações, conduz a tipificação deste artigo.

Obs.: Se o transporte for em quantidade limitada por embalagem interna nos volumes contidos pela
sobreembalagem, deverá vir nesta o “símbolo da quantidade limitada por embalagem interna”
juntamente com a informação “SOBREEMBALAGEM”, “SOBREEMBALAJE” ou “OVERPACK”. Se
estiver incorreta ou ilegível alguma dessas informações, conduz a tipificação deste artigo.

Cofres de carga: segregam produtos perigosos dos não perigosos, devem estar devidamente
fechados, estanques e possuir em uma das faces a simbologia painel de segurança, a qual deverá
ser de cor alaranjada sem qualquer inscrição. Se estiver incorreta ou ilegível a sinalização informada,
conduz a tipificação deste artigo.

Art. 43, § 6º, Expedir, simultaneamente, no mesmo Expedidor R$ 1.400,00


XVIII veículo ou equipamento de transporte,
diferentes produtos perigosos, em
desacordo ao inciso II do art. 17.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte, simultâneo, no mesmo veículo ou


equipamento de transporte, de produtos perigosos diferentes, que são INCOMPATÍVEIS, em
desacordo com o previsto na Resolução ANTT nº 5.998/2022 e na ABNT-NBR 14.619 que trata da
Incompatibilidade química.

Art. 43, § 6º, XIX Expedir produtos perigosos juntamente Expedidor R$ 1.400,00
com alimentos, medicamentos, insumos,
aditivos e matérias primas alimentícios,
cosméticos, farmacêuticos ou
veterinários ou objetos ou produtos já
acabados destinados a uso ou consumo
humano ou animal de uso direto ou,
ainda, com embalagens de mercadorias
destinadas ao mesmo fim, em

Página 218
desacordo ao inciso III do art. 17.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos juntamente com


alimentos, medicamentos ou demais produtos destinados a uso ou consumo humano ou animal no
mesmo compartimento de transporte, em desacordo com a Resolução ANTT nº 5.998/2022 e a
ABNT-NBR 14.619 que trata da Incompatibilidade química.

Art. 43, § 6º, XX Expedir alimentos, medicamentos ou Expedidor R$ 1.400,00


quaisquer objetos ou produtos
destinados ao uso ou consumo humano
ou animal em embalagens que tenham
contido produtos perigosos, em
desacordo ao inciso IV do art. 17.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de alimentos, medicamentos ou demais


produtos destinados a uso ou consumo humano ou animal em embalagens que tenham contido
produtos perigosos, em desacordo com a Resolução ANTT nº 5.998/2022 e a ABNT-NBR 14.619
que trata da Incompatibilidade química.

A condição se refere a reaproveitar embalagens de químicos perigosos utilizando-as para o


transporte de alimentos e afins, conforme supramencionado.

INFRAÇÃO DE CARGA PRÓPRIA: Quando ocorrer o transporte de produtos nesta condição, em


que o transportar realiza o transporte de produtos que produz, bem como, os produtos que adquire.
Nessa situação, realizará o transporte de carga própria. Existindo, portanto, alguma infração quanto a
embalagens, o transportador também terá atribuída as sanções previstas para o expedidor devido
estar realizando o transporte como expedidor e transportador, concomitantemente.

Art. 43, § 6º, XXI Expedir, simultaneamente, animais e Expedidor R$ 1.400,00


produtos perigosos em veículos ou
equipamentos de transporte, em
desacordo ao inciso V do Art. 17.

Página 219
Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos e ocorre o transporte
simultâneo de animais e produtos perigosos no mesmo compartimento de veículos ou equipamentos
de transporte.

A situação não prevê a possibilidade de segregação através de cofre de carga, refere-se ao


transporte simultâneo no mesmo compartimento de veículos ou equipamentos de transporte.

Art. 43, § 6º, Expedir amostras testemunhas Expedidor R$ 1.400,00


XXII acondicionadas, identificadas ou
segregadas em desacordo ao art. 19.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de amostras testemunhas sem estas


estarem devidamente acondicionadas em compartimento adequado, bem como identificadas (sem
marcação e rotulagem) ou segregadas dos demais produtos e do condutor (transporte na cabine com
o motorista, nos cones de sinalização da via, no mesmo compartimento com medicamentos ou
objetivos para uso ou consumo humano ou animal ou com embalagens destinadas a mesma
finalidade sem estar estarem segregados em um cofre de carga).

Art. 43, § 6º, Expedir produtos perigosos em veículo Expedidor R$ 1.400,00


XXIII cujo condutor não esteja aprovado em
curso específico para o transporte de
produtos perigosos, em desacordo ao
art. 20.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos e é constatado,


através da consulta no Registro Nacional de Carteiras de Habilitação – RENACH, que o condutor do
veículo não possui o Curso Especializado para o Transporte de Produtos Perigosos – CETPP.

Trata-se, nesse caso, de infração de responsabilidade do transportador, tendo em vista a tipificação


(conduta) estabelecida neste artigo, ato de TRANSPORTAR produto perigoso sem o condutor do
veículo possuir curso específico para realizar o transporte.

Ao condutor do veículo será aplicada a sanção prevista no Código de Trânsito Brasileiro – CTB,
tipificada no Art. 162, VII – Dirigir veículo sem possuir os cursos especializados ou específicos
obrigatórios, infração de natureza gravíssima (7 pontos), culminando na medida administrativa de
retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado que possua o curso previsto.

Página 220
Ao proprietário do veículo será aplicada a sanção prevista no CTB, tipificada no Art. 164 – Permitir
que pessoa nas condições referidas nos incisos do art. 162 tome posse do veículo automotor e
passe a conduzi-lo na via, infração de natureza gravíssima (7 pontos).

Se o proprietário estiver presente no veículo, a sanção prevista no CTB será a tipificada no Art. 163 –
Entregar a direção do veículo a pessoa nas condições referidas nos incisos do art. 162 e passe a
conduzi-lo na via, infração de natureza gravíssima (7 pontos).

Além disso, conforme já exposto no presente material de estudo, a depender do caso concreto,
poderá ocorrer sanções cíveis e criminais relacionadas a ausência do curso em comento.

Art. 43, § 6º, Expedir produtos perigosos em veículo Expedidor R$ 1.400,00


XXIV cujo condutor esteja com o curso
específico para o transporte de produtos
perigosos vencido, em desacordo ao
Art. 20.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos e é constatado,


através da consulta no Registro Nacional de Carteiras de Habilitação – RENACH, que o condutor do
veículo está com o Curso Especializado para o Transporte de Produtos Perigosos – CETPP
VENCIDO.

Trata-se, nesse caso, de infração de responsabilidade do transportador, tendo em vista a tipificação


(conduta) estabelecida neste artigo, ato de TRANSPORTAR produto perigoso em que o condutor do
veículo está com o curso específico para realizar o transporte VENCIDO.

Ao condutor do veículo será aplicada a sanção prevista no Código de Trânsito Brasileiro – CTB,
tipificada no Art. 162, VII – Dirigir veículo sem possuir os cursos especializados ou específicos
obrigatórios, uma vez que por estar vencido conduz a condição de não possuir o curso, infração de
natureza gravíssima (7 pontos), culminando na medida administrativa de retenção do veículo até a
apresentação de condutor habilitado que possua o curso previsto.

Ao proprietário do veículo será aplicada a sanção prevista no CTB, tipificada no Art. 164 – Permitir
que pessoa nas condições referidas nos incisos do art. 162 tome posse do veículo automotor e
passe a conduzi-lo na via, infração de natureza gravíssima (7 pontos).

Se o proprietário estiver presente no veículo, a sanção prevista no CTB será a tipificada no Art. 163 –
Entregar a direção do veículo a pessoa nas condições referidas nos incisos do art. 162 e passe a

Página 221
conduzi-lo na via, infração de natureza gravíssima (7 pontos).

Além disso, conforme já exposto no presente material de estudo, a depender do caso concreto,
poderá ocorrer sanções cíveis e criminais relacionadas ao curso estar VENCIDO.

Art. 43, § 6º, Expedir produtos perigosos a granel em Expedidor R$ 1.400,00


XXV veículo não certificado pelo Inmetro, ou
que não porte o CIV original ou
disponibilize, no caso de utilização de
documento eletrônico, em desacordo
aos arts. 11 ou ao 23.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte e este for realizado (A GRANEL) em veículo
não inspecionado, o qual, não possui o documento Certificado de Inspeção Veicular – CIV, em
desacordo com o previsto na Portaria Inmetro nº 127/2022.

Art. 43, § 6º, Expedir produtos perigosos a granel em Expedidor R$ 1.400,00


XXVI veículo cujo CIV esteja vencido, em
desacordo ao inciso I do art. 23.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte e este for realizado (A GRANEL), porém o
documento Certificado de Inspeção Veicular – CIV estiver VENCIDO (exigência prevista na Portaria
Inmetro nº 127/2022).

Art. 43, § 6º, Expedir produtos perigosos a granel em Expedidor R$ 1.400,00


XXVII veículo cujo CIV esteja preenchido
incorretamente ou ilegível, em
desacordo ao art. 23.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte e este for realizado (A GRANEL), porém o
documento Certificado de Inspeção Veicular – CIV estiver incorretamente preenchido (dados

Página 222
incorretos, faltando informações) ou ilegível (que não seja possível identificar as informações
disponibilizadas), exigências previstas na Portaria Inmetro nº 127/2022.

Art. 43, § 6º, Expedir produtos perigosos a granel em Expedidor R$ 1.400,00


XXVIII equipamento de transporte não
certificado ou inspecionado pelo
Inmetro, sem o documento
comprobatório original da certificação
(CTPP) ou da inspeção (CIPP) ou sem a
placa do fabricante ou sem o Selo de
Identificação da Conformidade do
Inmetro ou sem as placas de
identificação e/ou de inspeção do
Inmetro, quando exigidas, em
desacordo ao Art. 11 ou ao art. 23.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produto perigoso (A GRANEL) em


equipamento de transporte que deixa de atender as exigências relativas ao Certificado de Transporte
de Produtos Perigosos – CTPP (exigido para Tanques de carga a partir de 15/01/2018) ou
Certificado de Inspeção de Produtos Perigosos – CIPP (para os demais veículos a granel ou
Tanques de carga anteriores a 15/01/2018), bem como as marcações complementares associadas.

CTPP – Tanques de carga (não certificado; não inspecionado; sem o documento original; sem a
placa de identificação do fabricante fixada; sem o selo da conformidade do Inmetro fixado, estes
últimos em desacordo com a Portaria Inmetro nº 134/2022);

CIPP – demais veículos a granel ou Tanques de carga anteriores a 15/01/2018 (não certificado; não
inspecionado; sem o documento original; sem a placa de identificação fixada; sem a placa a placa de
inspeção fixada ou com estas últimas com informações em desacordo com a Portaria Inmetro nº
128/2022).

Art. 43, § 6º, Expedir produtos perigosos a granel em Expedidor R$ 1.400,00


XXIX equipamento de transporte cujo CTPP
ou CIPP esteja vencido, em desacordo

Página 223
ao inciso I do art. 23.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte for realizado (A GRANEL), porém o


documento Certificado de Transporte de Produtos Perigosos – CTPP (para Tanques de carga
fabricados a partir de 15/01/2018 – Portaria Inmetro nº 134/2022) e o Certificado de Inspeção de
Produtos Perigosos (para os demais veículos a granel ou para Tanques de carga fabricados antes de
15/01/2018 – Portaria Inmetro nº 128/2022) estiverem VENCIDOS.

Art. 43, § 6º, Expedir produtos perigosos a granel em Expedidor R$ 1.400,00


XXX equipamento de transporte cujo CTPP
ou CIPP esteja preenchido
incorretamente ou ilegível, em
desacordo ao art. 23.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte e este for realizado (A GRANEL), porém o
documento Certificado de Transporte de Produtos Perigosos – CTPP (para Tanques de carga
fabricados a partir de 15/01/2018 – Portaria Inmetro nº 134/2022) e o Certificado de Inspeção de
Produtos Perigosos (para os demais veículos a granel ou para Tanques de carga fabricados antes de
15/01/2018 – Portaria Inmetro nº 128/2022) estiverem incorretamente preenchidos (dados incorretos,
faltando informações) ou ilegíveis (que não seja possível identificar as informações disponibilizadas).

Art. 43, § 6º, Expedir produtos perigosos sem portar Expedidor R$ 1.400,00
XXXI ou disponibilizar, no caso de utilização
de documento eletrônico, o documento
para o transporte de produtos perigosos
em desacordo ao inciso II do art. 23.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos e não há o porte ou é


disponibilizada a documentação de transporte (Documento fiscal de transporte ou qualquer outro
documento que contenha as informações exigidas).

A infração tipificada neste artigo se refere a ausência da documentação.

Página 224
Art. 43, § 6º, Expedir produtos perigosos portando ou Expedidor R$ 1.400,00
XXXII disponibilizando, no caso de utilização
de documento eletrônico, o documento
para o transporte de produtos perigosos
incorretamente preenchido ou ilegível,
em desacordo ao art. 23.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos e, é disponibilizado,


documento para o transporte de produtos perigosos [qualquer documento que contenha as
informações obrigatórias – número ONU precedido das letras “ONU” ou “UN”; nome apropriado para
embarque, classe de risco, classe ou subclasse de riscos subsidiários entre parênteses, quando
aplicável; grupo de embalagem, quando aplicável; nessa ordem sequencial], nas seguintes
condições:

Ilegível, situação que há todas as informações disponibilizadas no documento e qualquer uma delas
encontra-se ilegível.

Incorretamente preenchido, situação que há todas as informações disponibilizadas no documento e


qualquer uma delas encontra-se incorretamente preenchida.

Ainda, é considerada informação obrigatória no documento de transporte de SUBSTÂNCIAS


INFECTANTES: o endereço completo do destinatário, o nome e o número do telefone de um
responsável (Anexo da Resolução ANTT nº 5.998/2022 – Parte 5).

Os dados ilegíveis ou incorretos acerca destas informações, conduz a tipificação deste artigo.

Art. 43, § 6º, Expedir produtos perigosos sem portar Expedidor R$ 1.400,00
XXXIII ou disponibilizar, no caso de utilização
de documento eletrônico, outros
documentos ou declarações exigidas,
em desacordo ao inciso III do art. 23.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos e NÃO É


DISPONIBILIZADO OUTROS DOCUMENTOS OU DECLARAÇÕES EXIGIDAS (Ficha de
monitoração de carga para materiais radioativos ou Declaração do expedidor de material radioativo,
dentre outros). NÃO PORTA ou TEM DISPONÍVEL ESSES OUTROS DOCUMENTOS, quando
exigíveis.

Página 225
Art. 43, § 6º, Expedir produtos perigosos Expedidor R$ 1.400,00
XXXIV portando ou disponibilizando, no
caso de utilização de documento
eletrônico, outros documentos ou
declarações exigidas ilegíveis, em
desacordo ao Art. 23;

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos em é


DISPONIBILIZADO OUTROS DOCUMENTOS OU DECLARAÇÕES EXIGIDAS (Ficha de
monitoração de carga para materiais radioativos ou Declaração do expedidor de material radioativo,
dentre outros), ILEGÍVEIS.

Art. 43, § 6º, Deixar de apresentar as informações Expedidor R$ 1.400,00


XXXV solicitadas em caso de emergência ou
acidentes (sinistros), em desacordo ao
art. 25.

Comentário: Em caso de emergência ou acidentes (sinistro) deixar de prestar as informações


quando solicitadas pela autoridade competente (ANTT, pelas autoridades com circunscrição sobre a
via e demais autoridades públicas envolvidas na emergência).

Sinistro: Introduzido no ordenamento normativo (Código de Trânsito Brasileiro - CTB) através da


publicação da Lei nº 14.599/2023, substituindo a palavra acidente. Nesse sentido, conforme prevê o
CTB, Sinistro de Trânsito significa: evento que resulta em dano ao veículo ou à sua carga e/ou em
lesões a pessoas ou animais e que pode trazer dano material ou prejuízo ao trânsito, à via ou ao
meio ambiente, em que pelo menos uma das partes está em movimento nas vias terrestres ou em
áreas abertas ao público.

Art. 43, § 6º, Expedir produtos perigosos a granel que Expedidor R$ 1.400,00
XXXVI não constem no CTPP ou CIPP, em
desacordo ao inciso VIII do art. 29.

Página 226
Comentário: Quando há a expedição para o transporte e este for realizado (A GRANEL), porém não
consta no documento Certificado de Transporte de Produtos Perigosos – CTPP (para Tanques de
carga fabricados a partir de 15/01/2018 – Portaria Inmetro nº 134/2022) em campo próprio, a família
vinculada ao equipamento ou grupo apto para o transporte conforme produto transportado, assim
como não consta a informação do grupo apto para o transporte em campo próprio do Certificado de
Inspeção de Produtos Perigosos (para os demais veículos a granel ou para Tanques de carga
fabricados antes de 15/01/2018 – Portaria Inmetro nº 128/2022).

Art. 43, § 6º, Expedir produtos perigosos em Expedidor R$ 1.400,00


XXXVII motocicletas, motonetas e ciclomotores
em desacordo com §3º do Art.12.

Comentário: O transporte de produtos perigosos nestes veículos é PROIBIDO. Deste modo, só há,
pela legislação de trânsito a previsão quando é utilizado o sidecar na motocicleta, sendo permitido
neste caso, o transporte de botijões de gás (gás liquefeito de petróleo – GLP) com capacidade
máxima de 13 kg (treze quilogramas).

O transporte de carga em semirreboques acoplados à motocicleta ou a motoneta não configura


violação da proibição, ou seja, é permitido. Entretanto, caso pretenda realizar esse transporte, deve
observar através da consulta ao manual do proprietário da motocicleta ou motoneta, se estes
veículos possuem Capacidade Máxima de Tração – CMT para tracionarem um semirreboque. A
maioria destes veículos a CMT é igual a zero, não sendo permitido, portanto o acoplamento de
semirreboque. Desse modo, não haverá o transporte nestas condições e, caso ocorra, estará sujeito,
quem realizar, a sanções previstas na legislação de trânsito e as estabelecidas no Regulamento de
Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos.

Portanto, a infração é configurada quando há a expedição para o transporte nos veículos em


comento.

Art. 43, § 7º, I Expedir produtos perigosos em veículo Expedidor R$ 1.000,00


ou equipamento com a sinalização
incompleta, ou afixada de forma
inadequada, em desacordo ao Art. 6º.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos e a sinalização

Página 227
afixada em veículo ou equipamento de transporte (painéis de segurança, rótulos de risco ou símbolos
especiais) ESTÁ INCOMPLETA (falta algum componente da sinalização) ou AFIXADA DE FORMA
INADEQUADA [está em posição invertida, por exemplo: painel de segurança do lado direito do
veículo (lado do passageiro) e o rótulo de risco do lado esquerdo (lado do motorista); rótulo de risco
posição na parte frontal (dianteira do veículo) sem existir previsão normativa para que se afixe neste
local], condições que contrariam a Resolução ANTT nº 5.998/2022 e a ABNT-NBR 7500.

Art. 43, § 7º, II Expedir produtos perigosos em veículo Expedidor R$ 1.000,00


ou equipamento de transporte que
apresentem resíduos de produtos
perigosos em seu exterior, em
desacordo ao Art. 7º.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos em veículos ou


equipamentos de transporte apresentando em seu exterior contaminação proveniente do produto
transportado, deixando de atender condições técnicas previstas nas instruções complementares e no
caso de transporte a granel, deixar de atender as características técnicas e operacionais previstas
nos regulamentos do Inmetro - aplicáveis à parte rodante (veículo) a partir da inspeção dos itens,
conforme CIV (Portaria Inmetro nº 127/2022), assim como, na parte do equipamento, conforme CIPP
(Portaria Inmetro nº 128/2022) e CTPP (Portaria Inmetro nº 134/2022).

Art. 43, § 7º, III Expedir produtos perigosos em veículo Expedidor R$ 1.000,00
com conjunto de equipamentos para
situação de emergência incompletos,
em desacordo ao art. 8º.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos e o veículo NÃO


POSSUI, PELO MENOS, UM CONJUNTO DE EQUIPAMENTOS PARA SITUAÇÃO DE
EMERGÊNCIA.

Na tipificação deste artigo, há infração quando QUALQUER COMPONENTE DE ALGUM


CONJUNTO ESTIVER FALTANDO.

Os conjuntos de equipamentos para situação de emergência estão previstos no anexo da Resolução


ANTT nº 5.998/2022 (Parte 7) e de forma complementar na ABNT-NBR 9735, sendo:

Página 228
- Extintor(es) compatível com a carga;

- 2 calços por unidade de transporte (Unidade de transporte = cavalo-trator + semirreboque; se tiver


outro semirreboque corresponde a outra unidade de transporte);

- Chave apropriada para desconexão do cabo da bateria;

- Alicate universal;

- 4 cones para sinalização da via, conforme ABNT-NBR 15.071 (somente este quantitativo,
independentemente da quantidade de veículos).

QUALQUER UM DESTES ITENS QUE ESTIVER AUSENTE CONFIGURA A IRREGULARIDADE


PREVISTA NESTE ARTIGO.

No módulo 4 deste curso abordaremos os equipamentos para situação e de proteção individual


previstos para o transporte de produtos perigosos.

Art. 43, § 7º, IV Expedir produtos perigosos em veículo Expedidor R$ 1.000,00


com conjuntos de EPIs incompletos, em
desacordo ao art. 9º.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos e o veículo NÃO


POSSUI, PELO MENOS, UM CONJUNTO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL.

Na tipificação deste artigo, há infração quando QUALQUER COMPONENTE DE ALGUM


CONJUNTO ESTIVER FALTANDO.

Os conjuntos de equipamentos de proteção individual – EPI estão previstos no anexo da Resolução


ANTT nº 5.998/2022 (Parte 7) e de forma complementar na ABNT-NBR 9735, sendo:

QUALQUER UM DESTES ITENS QUE ESTIVER AUSENTE CONFIGURA A IRREGULARIDADE


PREVISTA NESTE ARTIGO.

No módulo 4 deste curso abordaremos os equipamentos para situação e de proteção individual


previstos para o transporte de produtos perigosos.

Página 229
Art. 43, § 7º, V Expedir, em veículos classificados como Expedidor R$ 1.000,00
"misto" ou "especial", produtos
perigosos em compartimento não
segregado do condutor e auxiliares, em
desacordo ao §2º do art. 12.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte e for realizado o transporte de produtos


perigosos nesses veículos, misto ou especial e os produtos transportados nãos estiverem em
compartimento estanque e próprio, segregado (separado) de forma física do condutor e auxiliares.

Importante destacar que não pode ser utilizado painéis parciais, compensados laminados, acrílicos
ou outros meios improvisados para a segregação. A separação da carga e ocupantes do veículo
requer a existência de compartimento estanque e próprio para cumprir a finalidade prevista na
norma.

Art. 43, § 7º, VI Expedir produtos perigosos em Expedidor R$ 1.000,00


volumes, sobreembalagens ou cofres de
cargas que possuam identificação
relativa aos produtos e seus riscos
incompleta ou disposta de forma
inadequada, em desacordo ao Art. 15.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos e os volumes


(embalagens externas), as sobreembalagens (que unitizam diversas embalagens de produtos
perigosos) ou os cofres de carga (que segregam produtos perigosos dos não perigosos) POSSUAM
A IDENTIFICAÇÃO RELATIVA AOS PRODUTOS E SEUS RISCOS INCOMPLETA OU DE FORMA
INADEQUADA.

Volumes: Devem conter número ONU, precedido das letras “ONU” ou “UN”, nome apropriado para
embarque, rótulos de risco, marcação “UN” (sendo a embalagem fabricada no Brasil, a sigla “BR” na
marcação) e selo de compulsoriedade do Inmetro caso o volume (embalagem externa) for de
fabricação nacional. ESTANDO AS INFORMAÇÕES DISPOSTAS DE FORMA DIVERSA, conduz a
tipificação deste artigo.

Sobreembalagem: embalagens utilizadas para conter embalagens de produtos perigosos (unitizar).


Devem dispor nestas sobreembalagens as seguintes informações (rótulo de risco, nome apropriado

Página 230
para embarque, número ONU, precedido das letras “ONU” ou “UN” e a informação
“SOBREEMBALAGEM”, “SOBREEMBALAJE” ou “OVERPACK”. ESTANDO AS INFORMAÇÕES
DISPOSTAS DE FORMA DIVERSA, conduz a tipificação deste artigo.

Obs.: Se o transporte for em quantidade limitada por embalagem interna nos volumes contidos pela
sobreembalagem, deverá vir nesta o “símbolo da quantidade limitada por embalagem interna”
juntamente com a informação “SOBREEMBALAGEM”, “SOBREEMBALAJE” ou “OVERPACK”.
ESTANDO AS INFORMAÇÕES DISPOSTAS DE FORMA DIVERSA, conduz a tipificação deste
artigo.

Cofres de carga: segregam produtos perigosos dos não perigosos, devem estar devidamente
fechados, estanques e possuir em uma das faces a simbologia painel de segurança, a qual deverá
ser de cor alaranjada sem qualquer inscrição. ESTANDO O PAINEL DE SEGURANÇA COM
INFORMAÇÕES DISPOSTAS DE FORMA DIVERSA DO PREVISTO, por exemplo, com inscrição,
conduz a tipificação deste artigo.

Art. 43, § 7º, VII Expedir produtos perigosos fora do Expedidor R$ 1.000,00
compartimento de carga, mal estivados
nos veículos ou presos por meios não-
apropriados, em desacordo ao art. 16.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos nas seguintes


situações:

Fora do compartimento de carga, por exemplo, na caixa de ferramentas, sobre a roda


sobressalente, dentro de cones de sinalização ou em outros locais.

Mal estivados, por exemplo, quando há no compartimento de carga volumes soltos; desrespeito a
rótulos de manuseio, orientação e empilhamento máximo; produtos tombados, dentre outras
situações.

Presos por meios não apropriados, por exemplo, encostados em outros produtos sem que haja
nenhum meio de evitar durante o deslocamento o tombamento, preso por materiais frágeis que em
qualquer movimentação podem se romper, dentre outras situações.

Página 231
Art. 43, § 7º, VIII Fumar durante as etapas da operação Expedidor R$ 1.000,00
de carga, em desacordo ao inciso VI do
Art. 17.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte produtos perigosos (CARREGAMENTO),


fracionado ou granel, o condutor ou auxiliar fumar próximo ao veículo, equipamento, embalagens,
sobreembalagem, cofre de cargas ou outras situações relacionadas.

A infração é configurada se for flagrada a conduta durante a etapa de CARREGAMENTO de


produtos perigosos.

Art. 43, § 7º, IX Adentrar as áreas de carga do veículo Expedidor R$ 1.000,00


ou equipamentos de transporte com
dispositivos capazes de produzir ignição
dos produtos, seus gases ou vapores,
durante as etapas da operação de
transporte, em desacordo ao inciso VI
do art. 17.

Comentário: Quando o condutor ou auxiliar adentrarem as áreas de carga ou em equipamentos com


dispositivos capazes de produzir a ignição dos produtos, por exemplo, lanternas sem segurança
intrínseca sendo utilizada em ambiente com vapores inflamáveis, em qualquer das etapas de
transporte (carregamento, transporte, descarregamento ou transbordo).

Art. 43, § 7º, X Expedir produtos perigosos utilizando Expedidor R$ 1.000,00


cofre de carga inadequado, em
desacordo ao art. 18.

Comentário: Quando há o transporte de produtos perigosos e o cofre de carga utilizado para


segregar os produtos perigosos dos não perigosos não oferece as condições adequadas de
estanqueidade, vedação, fechamento, dentre outras, sendo, portanto, inadequado para a finalidade a
que se destina.

Página 232
Art. 43, § 7º, XI Expedir produtos perigosos portando ou Expedidor R$ 1.000,00
disponibilizando, no caso de utilização
de documento eletrônico, outros
documentos ou declarações exigidas
incorretamente preenchidas, em
desacordo ao art. 23.

Comentário: Quando há a expedição para o transporte de produtos perigosos e, disponibilizado


outros documentos ou declarações exigidas (Ficha de monitoração de carga para materiais
radioativos ou Declaração do expedidor de material radioativo, dentre outros) INCORRETAMENTE
PREENCHIDOS.

Art. 43, § 7º, XII Realizar transbordo em desacordo ao Expedidor R$ 1.000,00


art. 26.

Comentário: Quando há a realização de transbordo na via pública em situação diversa de acidente


(sinistro) ou emergência, exceto quando determinado pela autoridade pública ou com circunscrição
sobe a via.

Ainda, conforme dispõe o art. 44 da Resolução ANTT nº 5.998/2022, a aplicação das


penalidades estabelecidas não exime o infrator do cumprimento de outras
exigências previstas em legislação específica, nem o exonera das cominações cíveis
e penais cabíveis.

Resumo do módulo
Prezado (a) condutor (a), trazemos como destaque deste conteúdo:
- Acompanhar a evolução da legislação de trânsito permite ao condutor estar sempre
atualizado, sabendo quais são seus deveres e direitos, evitando muitos problemas durante
o exercício de sua atividade profissional de transporte.

Página 233
- Se você for motorista profissional empregado, fique atento aos pontos acumulados na
sua CNH. Isso demonstra o tipo de zelo que está tendo na condução e o seu empregador
pode ter acesso a esses dados.
- Reforçando um dos princípios fundamentais das regras de condução: abster-se de todo
ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de
animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas ou privadas.
- O conhecimento da legislação específica do transporte rodoviário de produtos perigosos,
além de permitir ao condutor o planejamento adequado de sua viagem, também pode
evitar o surgimento de muitos problemas operacionais durante o seu percurso.
- Documento fiscal para o transporte de produtos perigosos é qualquer documento
(declaração de carga, nota fiscal, conhecimento de transporte, manifesto de carga ou
outro documento que acompanhe a expedição) que contenha as informações exigidas pela
legislação.
- Compreender as responsabilidades do condutor de veículos que transportam produtos
perigosos é fundamental para evitar sinistros e suas consequências, assim como,
responsabilizações administrativas, cíveis e penais.
- Neste módulo, além de procurarmos trazer informações essenciais para a realização do
transporte de produtos perigosos de forma segura, direcionamos esforços para melhor
orientá-lo acerca de exigências normativas, procedimentos, fazendo com que esteja
atualizado diante das constantes alterações na legislação vigente.
- Além disso, buscamos também, contribuir com informes detalhados acerca de diversas
temas relacionados ao transporte rodoviário de produtos perigosos, para que você possa
no dia a dia desempenhar suas atividades na condição de condutor, transportador e
expedidor entendo o que prevê as normativas legais, visando evitar sanções, interrupções
na viagem e outros aborrecimentos indesejados.
- Nesse contexto, o material em comento vai muito além do que é previsto na grade
curricular, uma vez que contempla o mínimo exigido, mas, sem deixar de trazer a
qualidade desejada para que o transporte rodoviário de produtos perigosos possa ser
realizado com segurança, eficiência e eficácia, possibilitando a você os conhecimentos
necessários para cumprir esse objetivo.
- No caso de ainda haver dúvidas sobre os temas, é extremamente importante a releitura
dos itens apresentados, visando realizar adequadamente o transporte de produtos
perigosos em todas as suas etapas.

Página 234
Exercícios de fixação
1 - A Carteira Nacional de Habilitação somente terá validade para a condução do
veículo quando apresentada:
a) junto com o Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo
b) em cópia autenticada pelo DETRAN
c) junto com a Carteira de Identidade
d) em original, por meio físico ou digital

2 - Para dirigir um ônibus o condutor precisa estar habilitado em qual categoria de


habilitação?
a) Categoria A
b) Categoria B
c) Categoria C
d) Categoria D

3 - O veículo "A" circula a 90 Km/h e o veículo "B" circula a 70 Km/h. Considerando


que ambos circulam em uma via arterial, quem está desrespeitando a velocidade
máxima permitida?
a) o veículo A
b) o veículo B
c) os dois
d) nenhum dos dois

4 - Todo condutor, numa rodovia, ao perceber que outro veículo no sentido contrário
iniciou uma ultrapassagem sem distância suficiente para realizar a manobra, deverá:
a) aumentar a velocidade, buzinar e desviar do veículo que iniciou a ultrapassagem.
b) aumentar a velocidade, e se necessário, dirigir-se ao acostamento até que o outro
veículo conclua a ultrapassagem.
c) reduzir a velocidade, e se necessário, dirigir-se ao acostamento até que o outro
veículo conclua a ultrapassagem.
d) reduzir a velocidade até parar, para que o outro veículo conclua a ultrapassagem.

Página 235
GABARITO
1 - A Carteira Nacional de Habilitação somente d) nenhum dos dois
terá validade para a condução do veículo quando
Comentário: O art. 61, do CTB, nos informa que
apresentada:
onde não houver sinalização regulamentadora de
a) junto com o Certificado de Registro e velocidade, deverá ser seguida a norma. Em uma
Licenciamento do Veículo via arterial a velocidade máxima permitida é de 60
b) em cópia autenticada pelo DETRAN Km/h. Logo o veículo "A" e o veículo "B", estão
c) junto com a Carteira de Identidade desrespeitando a velocidade máxima permitida da
d) em original, por meio físico ou digital via.
Comentário: Carteira Nacional de Habilitação e a 4 - Todo condutor, numa rodovia, ao perceber que
Permissão para Dirigir somente terão validade outro veículo no sentido contrário iniciou uma
para a condução de veículo quando apresentada ultrapassagem sem distância suficiente para
em original. Art. 159, § 5º do CTB. Vale destacar realizar a manobra, deverá:
que a CNH, pode ser emitida em meio físico e/ou
a) aumentar a velocidade, buzinar e desviar
digital a escolha do condutor.
do veículo que iniciou a ultrapassagem.
2 - Para dirigir um ônibus o condutor precisa estar b) aumentar a velocidade, e se necessário,
habilitado em qual categoria de habilitação? dirigir-se ao acostamento até que o outro
veículo conclua a ultrapassagem.
a) Categoria A
c) reduzir a velocidade, e se necessário,
b) Categoria B
c) Categoria C dirigir-se ao acostamento até que o
d) Categoria D outro veículo conclua a ultrapassagem.
d) reduzir a velocidade até parar, para que o
Comentário: Categoria "D", condutor de veículo outro veículo conclua a ultrapassagem.
motorizado utilizado no transporte de passageiros,
cuja lotação exceda a 8 lugares, excluído o do Comentário: Todos os usuários da via devem,
motorista. Art. 142, IV, do CTB. abster-se de todo ato que possa constituir perigo
ou obstáculo para o trânsito de veículos, de
pessoas ou de animais, ou ainda causar danos a
propriedades públicas ou privadas. O motorista
3 - O veículo "A" circula a 90 Km/h e o veículo "B"
deve sempre adotar procedimentos preventivos no
circula a 70 Km/h. Considerando que ambos
trânsito, sempre com cautela e civilidade, abrindo
circulam em uma via arterial, quem está
desrespeitando a velocidade máxima permitida? mão do seu direito de modo a priorizar a
segurança viária. O trânsito seguro é um direito de
a) o veículo A todos, logo para exercer esse direito todos tem
b) o veículo B responsabilidades. Art. 26, do CTB C/C Art. 1, §
c) os dois 2º, do CTB.

Página 236
DIREÇÃO
DEFENSIVA

Página 237
Objetivos de Aprendizagem
- Reconhecer que o principal fator relacionado ao acidente de trânsito é o humano.
- Conhecer os procedimentos e cuidados para evitar e prevenir sinistros envolvendo outros
veículos, pedestres e demais integrantes do trânsito.
- Agir com antecipação em possíveis situações de risco, prevenindo sinistros.
- Relembrar a importância da recolha da informação, da tomada de decisão e da ação na
tarefa da condução.
- Rever os fatores físicos e emocionais que interferem na condução; relembrar e identificar
a influência desses fatores na sua própria condução.
- Conhecer os riscos que traz a ingestão de bebida alcoólica e o uso de drogas para
condutores de veículos especializados.
- Identificar os fatores comportamentais e as ações de prevenção a serem adotadas em
situações adversas.
-Realizar autoavaliação em relação à realização de todas as manobras e identificar
conhecimentos e habilidades necessários para o aprimoramento e redução de riscos.

Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará neste módulo:
- Conceito de direção defensiva;
- Acidente evitável ou não evitável;
- Como ultrapassar e ser ultrapassado;
- O acidente de difícil identificação da causa;
- Como evitar sinistros com outros veículos;
- Como evitar sinistros com pedestres e outros integrantes do trânsito;
- A importância de ver e ser visto;
- A importância do comportamento seguro na condução de veículos especializados;
- Comportamento seguro e comportamento de risco – diferença que pode poupar vidas;
- Estado físico e mental do condutor, consequências da ingestão e consumo de bebida
alcoólica e substâncias psicoativas.

Página 238
Introdução

Caro(a) Aluno (a),


O trânsito é a movimentação de veículos, pessoas e animais nas vias terrestres com o
propósito de locomoção. Todos nós fazemos parte da circulação da cidade, cada um com
seus interesses e necessidades e com sua própria condição de deslocamento. Portanto,
pensar sobre o trânsito não é apenas uma questão técnica e de engenharia, mas,
sobretudo, uma questão social, econômica e política.
Neste contexto, algo importante a se considerar é o fato de que os sinistros de trânsito não
são eventos naturais, não precisam acontecer e podem ser evitados com medidas simples
e fáceis, que, no entanto, envolvem mudanças de mentalidade e comportamento.
Sendo assim, compreendemos que o principal fator relacionado ao acidente de trânsito é o
humano, estando no homem a grande possibilidade de transformação. É pensando nisso,
que neste módulo convidamos você a revisar as técnicas e habilidades necessárias para a
prática da Direção Defensiva e a autoavaliação sobre os seus comportamentos que podem
comprometer a sua segurança no trânsito. Lembre-se:

Ver, pensar e agir com conhecimento, rapidez e responsabilidade, são os


princípios básicos de qualquer método de prevenção de sinistros.

Para que o condutor de veículo que transporta produtos perigosos aja de forma
segura e correta durante o exercício profissional de sua atividade, deve estar
preparado para lidar com as mais variadas situações cotidianas, desde aquelas
referentes a si mesmo, até as relativas às condições da via.
Neste módulo, abordaremos os sinistros evitáveis ou não evitáveis, as condições
adversas de luminosidade, tempo, via, tráfego, veículo e motorista, as relações
existentes entre o fator humano e os sinistros de trânsito, como ultrapassar e ser
ultrapassado e o acidente de difícil identificação da causa.
As ações do condutor que transporta produtos perigosos devem ser sempre
pensadas e calculadas previamente. É para isso que existem conceitos como
distâncias de frenagem e tempos de reação. Ademais, não basta manobrar
corretamente — é preciso que os outros motoristas possam identificar qual
manobra vai ser executada por esse condutor.
Abordaremos sobre como evitar sinistros com os outros veículos, com pedestres e
com os demais integrantes do trânsito, e a importância de ver e ser visto nesse
contexto.
Uma das boas notícias dos estudiosos do comportamento humano é que os
comportamentos negativos podem ser dessensibilizados e os comportamentos
positivos podem ser condicionados pelo hábito — o que pode concorrer para a
adoção de comportamentos seguros pelo condutor do veículo.
Estudaremos a importância do comportamento seguro na condução de alguns
tipos especiais de veículo, o comportamento seguro e o comportamento de risco
do pós-acidente, e o estado físico e mental do condutor.

Bons estudos!

Página 239
Conceito de direção defensiva

Direção Defensiva é dirigir de modo a evitar sinistros, apesar das ações incorretas
(erradas) dos outros e das condições adversas (contrárias), que encontramos nas vias de
trânsito. Para que um condutor possa praticar a Direção Defensiva, precisa de certos
elementos e conhecimentos, não só de legislação de trânsito, mas também de
comportamentos que devem ser praticados no dia-a-dia, no uso do veículo. São eles:

Página 240
Conheça o que representa cada um dos elementos:

CONHECIMENTO
A legislação de trânsito é a sua maior aliada na busca desse conhecimento, mas também é
necessário desenvolver um rápido conhecimento dos riscos no trânsito e da maneira de
prevenir-se contra eles. Você precisa conhecer seus direitos e deveres em qualquer
situação de trânsito, como condutor ou como pedestre, para evitar tomar atitudes que
possam causar sinistros ou danos aos usuários da via.

CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO


O CTB, complementado pelas Resoluções do Contran, fornece muitas informações que
devemos conhecer, além disso, existem livros e revistas especializadas para o trânsito e
publicações jornalísticas sérias que nos mantêm em dia com as atualizações legislativas.
Existem alguns procedimentos do condutor ou problemas com o veículo que são
considerados infrações, tendo como consequência penalidades previstas nas leis de
trânsito, por isso você tem que conhecer todos eles. Outros procedimentos dependem do
bom senso de todos os condutores e pedestres, são as atitudes educadas, compreensivas,
de paciência, que ajudam a fazer um trânsito mais seguro.

IMPORTANTE

O veículo motorizado que circula em vias terrestres é o que mais exige a atenção
do condutor. Um navio ou avião conta com aparelhos e auxiliares que podem
ajudar nessa tarefa, já os nossos veículos normalmente não possuem esta
tecnologia. Portanto, mantenha sua atenção no trânsito e não se distraia com
conversas, com som alto ou no uso de rádio ou aparelho celular.

ATENÇÃO
A atenção deve ser direcionada a todos os elementos da via (condições, sinalização,
tempo, etc.), e as condições físicas e mentais do condutor, os cuidados e a manutenção do
veículo, tempo de deslocamento, conhecimento prévio do percurso, entre outros.
O condutor deve manter-se em estado de alerta durante todo o tempo em que estiver
conduzindo o veículo, consciente das situações de risco em que pode envolver-se e pronto
a tomar a atitude necessária em tal situação para evitar o acidente.

PREVISÃO
Você não precisa de uma bola de cristal para prever os perigos do trânsito, apenas precisa
prever e preparar-se para algumas eventualidades comuns no dia-a-dia, como furar um

Página 241
pneu, um buraco ou óleo na pista, um pedestre fazendo a travessia fora do local
adequado, um acidente, etc.
Essas previsões podem ser desenvolvidas e treinadas no uso do seu veículo e são
exercidas numa ação próxima (imediata) ou distante (mediata), dependendo sempre do
seu bom senso e conhecimento.
A direção defensiva exige tanto a previsão mediata como a imediata, sendo que algumas,
inclusive, fazem parte das leis de trânsito (cuidados com o veículo, equipamentos
obrigatórios).

DECISÃO
Sempre que for necessário tomar uma decisão, numa situação de perigo, ela dependerá
do conhecimento das alternativas que se apresentem e do seu conhecimento das
possibilidades do veículo, das leis e normas que regem o trânsito, do tempo e do espaço
que você dispõe para tomar uma atitude correta. Essa decisão ou tomada de atitude vai
depender da sua habilidade, tempo e prática de direção, previsão das situações de risco,
conhecimento das condições do veículo e da via. Ao renovar o exame de habilitação, o
condutor que não tenha curso de Direção Defensiva e Primeiros Socorros, deverá a eles
ser submetido, conforme art. 150 do CTB e Resolução Contran nº 789/2020. Portanto,
esteja sempre preparado para fazer a escolha correta nas situações imprevistas, de modo
que possa contribuir para evitar sinistros de trânsito, mantendo-se atento a tudo que
circunda a via, mesmo à sua traseira, para que esta decisão possa ser rápida e precisa,
salvando sua vida e a de outros envolvidos numa situação de risco.

HABILIDADE
A habilidade se desenvolve por meio do aprendizado e da prática. Devemos aprender o
modo correto de manuseio do veículo e executar várias vezes essas manobras, de forma a
fixar esses procedimentos e adquirir a habilidade necessária à prática de direção no
trânsito das vias urbanas e rurais.
Esse requisito diz respeito ao manuseio dos controles do veículo e à execução, com
bastante perícia e sucesso, de qualquer uma das manobras básicas de trânsito, tais como
fazer curvas, ultrapassagens, mudanças de velocidade e estacionamento.
Atualmente a Permissão para Dirigir tem a validade de 12 meses, sendo conferida a
Carteira Nacional de Habilitação ao término desse prazo, desde que o condutor não tenha
cometido nenhuma infração de natureza grave ou gravíssima nem seja reincidente em
infração média.
Ser um condutor hábil ou com habilidade significa que você é capaz de manusear os
controles de um veículo e executar com perícia e sucesso qualquer manobra necessária
no trânsito, tais como: fazer curvas, ultrapassar, mudar de velocidade ou de faixa,
estacionar, etc.

Página 242
DICA

A prática conduz à perfeição, tornando você um condutor defensivo. É


necessário conhecimento e atenção para que você possa fazer uma previsão
dos problemas que vai encontrar no trânsito e tomar, no momento necessário, a
decisão mais correta, com habilidade adquirida pelo treino no uso da direção,
tornando o trânsito mais humano e seguro para você e para todos.

SAIBA MAIS

Outros conceitos importantes:


Direção Ofensiva: É utilizado nos casos em que é preciso agir para evitar alguma
situação de perigo, como uma perseguição. Essa forma de dirigir não é indicada
para motoristas comuns e é amplamente adotada por policiais.
Direção Evasiva: É o tipo de direção aplicada em casos de emergência, como
sinistros de trânsito ou situações perigosas, como emboscadas ou sequestros.
Esse tipo é muito aplicado por veículos responsáveis por escolta.

Página 243
Condições adversas

As condições adversas são aqueles fatores que podem atrapalhar o motorista,


aumentando a possibilidade de sinistros. Alguns fatores prejudicam o rendimento do
condutor e podem levá-lo a ser mais uma vítima do trânsito.
Os riscos e os perigos a que estamos sujeitos no trânsito são conhecidos como condições
adversas e estão relacionados com:
● Luz;
● Tempo;
● Veículo;
● Via;
● Trânsito;
● Condutor.
Vamos examinar separadamente os principais riscos e perigos que encontramos no
trânsito.

LUZ
A falta de luz (iluminação) atrapalha os motoristas. Mas também um excesso da mesma
traz um empecilho. O ofuscamento causado por outros condutores, no momento em que
ativam o farol alto, é considerado uma condição adversa, pois tira parte da visão do

Página 244
condutor que recebe a luz. Por isso, nas vias de mão dupla, é bom abaixar a luz alta
quando outro motorista se aproxima.

O farol alto também pode cegar temporariamente o carro da frente, quando a luz incide no
retrovisor. Nesses casos, também é aconselhável diminuir o farol quando atrás de outro
veículo no mesmo sentido. É indicado, sempre que possível, trafegar com luz baixa.
Ao passar em túneis escuros, no período diurno, a mudança de luz causa uma espécie de
ofuscação. Uma solução para esse fenômeno pode ser feita através de uma técnica bem
fácil. Feche um olho e mantenha o outro aberto até o final do túnel. Ao sair, o motorista
terá uma visão bem melhor do que estando com os dois abertos.
Recomendações:
● Evitar viajar nos horários em que o sol esteja mais forte;
● Usar óculos escuros ou pala de proteção;
● Em caso de crepúsculo, ligue os faróis.
No caso de farol alto em sentido contrário:
● Piscar os faróis;
● Reduzir a velocidade;
● Não olhar diretamente para os faróis;
● Se orientar pela linha de bordo da pista.

Página 245
TEMPO
Outro fator que atrapalha bastante o condutor são as condições do tempo.
A chuva é um grande contribuinte para sinistros no trânsito. Uma pista molhada é como
um chão ensaboado. Havia uma propaganda que alertava sobre isso. Ela usava um slogan
que dizia: “choveu, virou sabão”. Trouxe à tona que o motorista precisa dirigir com atenção
em situações como essa.
● A pista molhada diminui a aderência entre os pneus e o solo, o que pode gerar a
aquaplanagem e perda de controle. Diminua a velocidade e freie com cuidado;
● Usar o limpador de para-brisa, desembaçador;
● Em casos extremos (chuvas fortes) analise as condições da via para optar entre
parar em local seguro e aguardar a melhoria do tempo ou seguir.

Página 246
Em casos de neblina, é essencial ficar atento. O carro da frente é quase impossível de se
enxergar, por isso, ela é considerada um elemento contra os condutores.
● Recomenda-se ligar o farolete ou os faróis baixos e só parar em locais com
acostamento, sinalizando com o pisca. Se possível, pare fora das rodovias,
diminuindo o risco de sinistros.

A fumaça causada por incêndios, da mesma forma. Ou seja, a cautela se torna bem
relevante.

Página 247
Se o vento estiver transversal, a recomendação é abrir as janelas; se vier de frente,
aconselha-se diminuir a velocidade. Atenção com objetos que podem ser arremessados
contra os vidros.

VEÍCULOS
O motorista defensivo deve manter seu veículo em condições de reagir eficientemente a
todos os comandos, pois não é possível dirigir com segurança um veículo defeituoso.

Os defeitos mais comuns que podem causar sinistros são:


● pneus gastos;
● freios desregulados;
● lâmpadas queimadas;
● limpadores de para-brisa com defeito;
● falta de buzina;
● espelho retrovisor deficiente;
● cintos de segurança defeituosos;
● amortecedores vencidos;
● folga na direção e suspensão empenada.

Página 248
Uma manutenção bem executada é fundamental para que a vida útil prescrita de um
veículo ou de um equipamento seja maximizada, tanto no que se refere ao seu
desempenho quanto à sua disponibilidade. Alguns dos principais objetivos da manutenção
preventiva são:
● Otimizar os insumos, garantindo mais segurança e reduzindo os impactos
ambientais.
● Garantir a frota disponível para a operação do serviço.
● Manter o controle do histórico da manutenção ao longo de toda a vida útil do
veículo.
A manutenção preventiva é efetuada frequentemente de acordo com critérios pré-
estabelecidos para reduzir a probabilidade de falha do veículo ou a degradação de um
serviço efetuado. Os tipos de manutenção preventiva são:
● Manutenção sistemática: de acordo com o tempo de uso do equipamento.

Página 249
● Manutenção condicional: executada de acordo com o estado do equipamento
após a evolução de um sintoma significativo.
A manutenção sistemática ou programada é realizada geralmente em intervalos fixos.
Especialistas recomendam que ela seja adotada somente se sua utilização criar uma
oportunidade para reduzir falhas que não são detectáveis antecipadamente ou se ela for
imposta por exigência de produção ou segurança.
A manutenção preventiva evita que potenciais problemas ocorram e possibilita a tomada
de ações para aumentar a segurança e evitar sinistros. Dentre outros, são itens básicos
que devem ser verificados:
● Pneus e rodas.
● Cintos de segurança.
● Faróis, lanternas, luz de freio, pisca-pisca e pisca-alerta.
● Freios.
● Limpadores de para-brisa.
● Nível de água do radiador.
● Nível de óleo.
● Direção.

Os pneus devem estar em perfeitas condições, pois representam um fator importante de


segurança. O desgaste dos pneus deve se dar por igual tanto no sentido radial quanto no
transversal. No entanto, há várias causas que provocam um desgaste irregular, mesmo
que o pneu esteja calibrado corretamente.

Página 250
O freio é um dos dispositivos mais importantes para a segurança e tem por finalidade fazer
o veículo parar. Os veículos leves são equipados com freio de serviço e de
estacionamento. Já os veículos médios e pesados, além do freio de serviço e de
estacionamento, são equipados com o freio motor.

Os espelhos retrovisores, internos e externos devem ser mantidos limpos, firmes e


regulados para a posição que permita boa visibilidade pelo motorista.

Página 251
A suspensão diminui as trepidações e os choques resultantes do contato dos pneus do
veículo com o solo. Atenção aos amortecedores, molas e estabilizadores, pois eles são
muito importantes na manutenção da dirigibilidade, da estabilidade e da segurança do seu
veículo.
Toda parte elétrica do veículo deve estar funcionando perfeitamente. Qualquer sinal de
mau funcionamento no painel de instrumento merece ser investigado.

VIA
As vias podem ser inimigas também, visto que muitas delas estão esburacadas, com
sinalização horizontal apagadas e sem sinalização vertical. Conhecer o veículo, saber do
que ele precisa, além de checar todos os itens de segurança é imprescindível. As luzes de
freio devem estar acendendo corretamente, os pneus têm que ser calibrados, o sistema de
suspensão, os espelhos, extintor e etc.
Em caso de problemas na conservação das pistas, é indicado adequar a velocidade às
condições observadas.
● Recomenda-se atenção a desvios, trechos em meia pista ou sem acostamento;
● Em vias sem sinalização, atenção redobrada;
● Definir o trajeto antecipadamente é uma forma de evitar conversões bruscas e
velocidades abaixo das mínimas ao se procurar um endereço;
● Em descidas, a indicação é usar o freio rápido e suavemente, e manter-se com a
marcha engatada (em vez de utilizar "banguela").

Página 252
TRÂNSITO
Um congestionamento, os horários de grande fluxo de veículos e pessoas são empecilhos
e comprometem a concentração e a tranquilidade dos motoristas. O condutor deve estar
atento a todo o momento ao trânsito de ciclistas e animais, os quais já vimos que fazem
parte do trânsito. As cargas levadas por um carro são consideradas, quando não se
encontra de acordo com a lei de trânsito, uma condição adversa. Assim, o condutor deve:
● Procurar vias alternativas;
● Manter distância de segurança;
● Procurar o melhor horário para evitar congestionamentos;
● Ajustar a velocidade de acordo com a fluidez do trânsito.

CONDUTOR
As condições para que o condutor do veículo transite em segurança são fatores humanos
e está relacionado com a atenção e a distração. Para conduzir um veículo é sempre
necessária atenção redobrada e dedicada ao volante, pois, dirigir um veículo é um ato
composto por múltiplas tarefas que envolvem a tomada de informação, o processamento
de informação, a tomada de decisão e as atividades motoras.
Existem vários fatores, tanto físicos quanto emocionais, que afetam diretamente a
capacidade de dirigir com segurança:
Fadiga: é uma das maiores causas de sinistros, pois afeta a tomada de decisões, retarda
os reflexos e prejudica a visão. A fadiga é um tipo de cansaço permanente, para suavizar

Página 253
seus efeitos, recomenda-se dormir e se alimentar com regularidade e planejar as horas de
descanso.

Atenção: não se distraia com celulares, fumo, problemas pessoais e conversas. Se


perceber que sua atenção está falha, procure parar e descansar.
Audição: o som faz parte da comunicação do trânsito, como, por exemplo, a buzina e os
apitos do agente de trânsito. Mas o barulho em excesso prejudica a direção, por isso não
ligue o rádio do seu carro com som alto e use a buzina somente quando necessário.
Visão: é um fator muito importante na sua condução, faz parte inclusive do processo de
habilitação.

ATENÇÃO

Dirigir veículo sem usar lentes corretoras de visão ou aparelho auxiliar de


audição impostos por ocasião da concessão ou da renovação da licença para
conduzir é uma infração gravíssima (CTB, Art. 162, inciso VI).

As principais funções psicológicas do condutor para uma condução bem-sucedida são:


correta capacidade de percepção e atenção para captar o que ocorre ao redor, identificar e
discriminar os estímulos de situações e problemas de trânsito a serem resolvidos; percebê-
las e interpretá-las corretamente para tomar uma decisão sobre a ação ou manobra mais
adequada; executar a decisão com a rapidez e precisão possíveis.
A sua posição correta ao dirigir evita desgaste físico e contribui para evitar situações de
perigo. Siga as orientações:

Página 254
● Dirija com os braços e pernas ligeiramente dobrados, evitando tensões;
● Apoie bem o corpo no assento e no encosto do banco, o mais próximo possível de
um ângulo de 90 graus;
● Ajuste o encosto de cabeça de acordo com a altura dos ocupantes do veículo, de
preferência na altura dos olhos;
● Segure o volante com as duas mãos, como os ponteiros do relógio na posição de 9
horas e 15 minutos. Assim você enxerga melhor o painel, acessa melhor os
comandos do veículo e, nos veículos com “air bag”, não impede o seu
funcionamento correto;
● Procure manter os calcanhares apoiados no assoalho do veículo e evite apoiar os
pés nos pedais, quando não os estiver usando;
● Utilize calçados que fiquem bem fixos aos seus pés, para que você possa acionar
os pedais rapidamente e com segurança;
● Coloque o cinto de segurança, de maneira que ele se ajuste firmemente ao seu
corpo. A faixa inferior deve passar pela região do abdome e a faixa transversal
passar sobre o peito e não sobre o pescoço.

DICA

Fique em posição que permita enxergar bem as informações do painel e


verifique sempre o funcionamento de sistemas importantes como, por exemplo, a
temperatura do motor.

Página 255
Acidente evitável ou não evitável
Acidente evitável é aquele em que os motoristas envolvidos, ou pelo menos um deles, não
fizeram tudo que poderia ser feito para evitar que o acidente acontecesse.

IMPORTANTE

O acidente não acontece por acaso, por destino ou por azar. Na maioria dos
casos, o fator humano está presente, ou seja, cabe aos condutores e aos
pedestres uma boa dose de responsabilidade.

Todo acidente de trânsito é evitável?


Grande parte dos sinistros sim, pois quase sempre há algo que poderia ser feito.
Sinistros acontecem devido a um fator ou a uma combinação de fatores causadores.
Nesse sentido, a direção defensiva ajuda a prever tais fatores e ensina técnicas para
controlá-los, de forma a evitar que os sinistros ocorram. Porém, não existe uma divisão
clara entre os dois tipos de acidente — evitáveis e não evitáveis, de maneira que muitas
vezes fica impossível classificá-los.
Normalmente as pessoas perguntam quem é o culpado, quando o mais correto seria
indagar: Quem poderia ter evitado o acidente? Lembre-se de que uma das principais
causas dos sinistros de trânsito é o comportamento do próprio condutor do veículo.
Exemplos de causas dos sinistros:
● Fatores humanos: estresse, pressa, sono, cansaço, problemas familiares, estado
de saúde, efeitos de substâncias psicoativas etc.
● Condições adversas: clima, luminosidade, condições das vias, trânsito etc.

Página 256
Como ultrapassar e ser ultrapassado
Quando houver sinalização proibindo a ultrapassagem, não ultrapasse. A sinalização é a
representação da lei. Ela foi pensada e implantada por uma equipe técnica que já calculou
que naquele trecho não é possível realizar a ultrapassagem de forma segura.
De acordo com o Art 29, do CTB, a ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá
ser feita pela esquerda, obedecida a sinalização regulamentar e as demais normas
estabelecidas no CTB, exceto quando o veículo a ser ultrapassado estiver sinalizando o
propósito de entrar à esquerda.
O Código de Trânsito Brasileiro ainda acrescenta que todo condutor ao efetuar a
ultrapassagem deverá:
a) Indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz indicadora de direção
do veículo ou por meio de gesto convencional de braço.
b) Afastar-se do usuário ou de usuários que ultrapassa, de tal forma que deixe livre uma
distância lateral de segurança.
c) Retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito de origem, acionando a luz
indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto convencional de braço, adotando os
cuidados necessários para não pôr em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que
ultrapassou.
Outra recomendação é que nas subidas, só ultrapasse quando estiver disponível a terceira
faixa, destinada a veículos lentos. Se não existir essa faixa, siga as orientações anteriores,
mas considere que a potência exigida do seu veículo vai ser maior que na pista plana.
Lembre-se de que nas subidas é mais difícil ultrapassar do que em locais planos.
Nos declives, as velocidades dos veículos tendem a ser maiores. Para ultrapassar, tome
cuidado adicional com a velocidade necessária para a manobra. Lembre-se de que mesmo
para ultrapassar você não pode exceder a velocidade máxima permitida naquele trecho da
via.

Página 257
O acidente de difícil identificação de causa

SAIBA MAIS

O acidente de difícil identificação da causa – também denominado de colisão


misteriosa — é o acidente de trânsito que envolve um único veículo.

Em muitos casos, não é possível identificar, exatamente, qual foi a causa ou o conjunto de
fatores que causaram o acidente. Um exemplo desta situação são as chamadas colisões
misteriosas. A colisão misteriosa é definida como o acidente de trânsito que envolve
apenas um veículo e não é possível identificar-se o que ocorreu e qual foi a causa. Não há
testemunhas e ninguém sabe o que houve. Estatísticas comprovam que este tipo de
colisão representa 1/3 dos sinistros de trânsito e, na grande maioria, envolvem a morte do
condutor, de passageiros e até de pedestres.
As principais causas desse tipo de colisão estão relacionadas com as condições adversas,
tais como: luz, tempo, via, trânsito, carga, veículo e motorista. É preciso ter em mente que
existe uma ou mais defesas para cada condição adversa, mas, se não souber usá-las, o
motorista pode se envolver em uma colisão dessa natureza.
A maioria dos motoristas envolvidos em colisões misteriosas não sabem a causa (quando
esta for, por exemplo, um defeito mecânico), não querem dizer qual a causa (quando for
algo constrangedor para o motorista como, por exemplo, ter dormido ou utilizado o telefone
celular ao volante, ou estar embriagado) ou ainda, não podem dizer qual a causa (porque
ficaram gravemente feridos ou morreram).
Novas técnicas de perícia são desenvolvidas e, a cada dia, mais sinistros têm suas
verdadeiras causas reveladas. Mesmo que o condutor não se lembre do ocorrido, ou que
não queira admitir que tenha cometido uma falha, muitas vezes, ainda é possível
comprovar a sua responsabilidade.

Página 258
Como evitar sinistros com outros veículos

COLISÃO COM O VEÍCULO DA FRENTE


É aquela em que o condutor bate no veículo que está à sua frente e diz: “não foi possível
parar porque o veículo à frente parou de repente”. O condutor defensivo evitaria facilmente
o acidente, utilizando-se corretamente da distância de segurança, que significa evitar dirigir
muito próximo ao veículo da frente.
Deixar de guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu veículo e os demais,
bem como em relação ao bordo da pista, resulta em multa, sendo considerada infração
grave. É fundamental que o condutor defensivo tenha plena consciência de que
velocidades maiores exigem tempos mais longos de frenagem.

Página 259
Veja o quadro abaixo:

COLISÃO COM O VEÍCULO DE TRÁS


Uma das principais causas de colisões na traseira é motivada por motoristas que dirigem
"colados". Nem sempre pode-se escapar dessa situação, principalmente em uma
emergência. Sabemos da existência do dito popular de que "quem bate na traseira é
legalmente culpado", mas o fato de envolver-se em um acidente (estando com a razão ou
não) pode trazer-lhe consequências graves ou até mesmo matá-lo, como no caso de
fratura no pescoço em razão do “efeito chicote”.
A primeira atitude do condutor defensivo é livrar-se do condutor que o segue a curta
distância, reduzindo a velocidade ou deslocando-se para outra faixa de trânsito, levando-o
a ultrapassá-lo com segurança. Algumas recomendações:
● Regule os retrovisores;
● Regule o encosto de cabeça;
● Evite bagagens no interior do veículo;
● Observe pelos retrovisores e evite o ponto cego.

Página 260
Como evitar esse tipo de colisão:
● Saiba a manobra que vai realizar;
● Sinalize suas intenções;
● Pare suave e gradativamente;
● Facilite a ultrapassagem de quem o segue a curta distância, reduzindo a velocidade
e/ou deslocando-se para faixa de rolamento mais à direita.

Página 261
COLISÃO FRONTAL - NAS RETAS
É a pior das colisões, pois, as velocidades dos veículos se somam. Considerando-se uma
colisão frontal em uma via onde a velocidade regulamentada é 80km/h, os ocupantes dos
veículos podem chegar a sofrer uma força resultante de um impacto a 160km/h. Esse tipo
de colisão pode ocorrer em qualquer tipo de via, sendo mais comum em pistas de duplo
sentido de circulação, principalmente, durante ultrapassagens, em curvas e onde a
visibilidade é ruim. Saiba o que fazer:
● Não fique indeciso quanto ao percurso, ou quanto às entradas ou saídas que irá
usar;
● Esquematize antes o seu trajeto para não confundir os outros condutores com
manobras bruscas;
● Pesquise antes o percurso em mapas atualizados e as sinalizações que irá
encontrar, não seja surpreendido com vias em reformas ou em situações precárias;
● Sinalize suas atitudes: informe através da sinalização correta e antecipada o que
você pretende fazer;
● Certifique-se de que todos viram sua sinalização e a entenderam, dessa forma os
outros condutores terão tempo para se planejar.

COLISÃO FRONTAL - NAS CURVAS


A reunião de vários fatores, tais como: velocidade, tipo de pavimento, raio de curva,
condições dos pneus entre outros, podem levar o veículo a sair de sua mão de direção,
jogando-o para a contramão ou acostamento. Contornar curvas exige prudência e
habilidade do condutor. A possibilidade de ocorrência de um acidente cresce conforme a
velocidade do veículo e do ângulo da curva. Neste caso se o condutor não tomar certas

Página 262
precauções pode vir a perder o controle do veículo, causando um acidente. Um veículo em
movimento está sujeito às atuações das leis da física em seu percurso. Sendo assim,
observe os seguintes cuidados:
● Se você entrar acelerando em uma curva, seu veículo receberá menos peso
(massa) em seu eixo dianteiro, tendendo a descarregar as rodas dianteiras,
podendo sair fora da curva, isso ocorre em razão da ação da chamada força
centrífuga;
● Ao perceber que percorrerá por uma curva, prepare-se com antecedência, conheça
e respeite seus limites, bem como os do veículo e da via.

COLISÃO NOS CRUZAMENTOS


As estatísticas demonstram que 1/3 dos sinistros acontecem nos cruzamentos e tem como
principais causas:
● Falta de visibilidade;
● Desconhecimento de preferências;
● Manobras inesperadas de veículos, etc.
As colisões frontais em cruzamentos ocorrem por manobras que ocupam o espaço de
quem vem em sentido contrário. Veja dicas de como evitar a colisão frontal nos
cruzamentos:
● Antever a entrada;
● Manter-se à direita;

Página 263
● Reduzir a velocidade;
● Sair pela direita se necessário.
Já o abalroamento é o choque lateral entre veículos ou colisão em "T". A maioria dos
abalroamentos acontecem devido ao desconhecimento das regras de preferências,
circulação, conduta e má visibilidade nos cruzamentos.
O Código de Trânsito Brasileiro determina que ao aproximar-se de qualquer tipo de
cruzamento, o condutor de veículo deve demonstrar prudência especial, transitando em
velocidade moderada, de forma que possa deter seu veículo com segurança para dar
passagem a pedestres e a veículos que tenham direito de preferência.

COLISÃO NAS ULTRAPASSAGENS


Ultrapassagens mal feitas, aliadas ao excesso de velocidade, ocasionam os sinistros mais
graves e, seguidamente, com vítimas fatais. Imprudência e falta de
conhecimento/habilidade agravam ainda mais as consequências.
Para ultrapassar com segurança são necessários alguns cuidados:
● Ultrapasse somente em locais onde seja permitido, em plenas condições de
segurança e visibilidade;
● Ultrapasse somente pela esquerda, salvo se o condutor do veículo à frente
demonstrar intenção de convergir à esquerda;
● Antes de ultrapassar, evite ficar muito próximo do veículo à frente, isso reduz a
visibilidade;

Página 264
● Sinalize sua intenção;
● Certifique-se de que há espaço suficiente para executar a manobra;
● Verifique a situação do trânsito pelos retrovisores, não esqueça os pontos cegos;
● Se outro condutor já estiver iniciando a ultrapassagem, facilite e aguarde sua vez;
● Se todas as condições forem favoráveis, realize a ultrapassagem;
● Para retornar à sua faixa de origem, confira pelo retrovisor da direita;
● Não retorne até ter certeza que concluiu a manobra e não se esqueça de sinalizar;
● Jamais ultrapasse em curvas, túneis, viadutos, aclives, lombadas, cruzamentos e
outros pontos que você não veja e seja visto.

ATENÇÃO

Só faça uma ultrapassagem com absoluta certeza de que conseguirá completá-la


sem colocar em risco sua segurança e a dos demais usuários da via. Ao ser
ultrapassado, não tente apostar corrida e facilite a manobra diminuindo sua
velocidade até que o outro carro passe e atinja uma distância segura.

O Brasil apresenta índices elevadíssimos de sinistros de trânsito, dentre os maiores do


mundo. Isto, com certeza, deve-se ao comportamento errado com que os motoristas
conduzem, ao grande movimento de pedestres sob condições inseguras, e à precariedade
da educação e da fiscalização de trânsito.

Página 265
A sua contribuição poderá fazer com que os altos índices de sinistros sejam reduzidos.
Não deixe de colocar em prática as regras básicas de segurança no trânsito e aconselhe
seus colegas a fazerem o mesmo. Veja algumas dicas simples:
● Dirija com velocidade adequada ao local;
● Ultrapasse com segurança;
● Mantenha distância adequada do veículo da frente;
● Sinalize as intenções;
● Só utilize farol alto se necessário;
● Use o cinto de segurança;
● Estacione e pare somente em locais permitidos;
● Evite dirigir sozinho longas distâncias.

ATENÇÃO

Ver, pensar e agir com conhecimento, rapidez e responsabilidade, são os


princípios básicos de qualquer método de prevenção de sinistros.

Boa parte das vítimas de sinistros de trânsito ocupavam uma motocicleta. Para minimizar
os danos decorrentes destes sinistros, é imprescindível o uso de todos os itens de
segurança. O de maior destaque, sem dúvida, é o capacete, que quando utilizado
corretamente minimiza os efeitos causados por impactos contra a cabeça do usuário em
um acidente. Quem não usa o capacete, além do risco de trauma em sinistros, comete
uma infração gravíssima, com multa de R$ 293,47 e suspensão do direito de dirigir.
Qual é a distância mais segura entre os veículos?
Peritos de todo mundo, após vários tipos de testes, garantem que a distância garantida
de parar o carro sem atingirmos o da frente é a DISTÂNCIA DOS DOIS SEGUNDOS.
Estando a dois segundos do veículo da frente, a distância aumenta automaticamente com
o aumento da velocidade e o nível de segurança desejado é mantido. Para ter a certeza de
que está a dois segundos do veículo que segue a sua frente, use a seguinte técnica:
● Escolha um ponto fixo à margem da via;
● Quanto ao veículo que vai à sua frente passar pelo ponto fixo, comece a contar;
● Conte dois segundos pausadamente. Uma maneira fácil é contar palavras em
sequência "cinquenta e um, cinquenta e dois";
● A distância entre o seu veículo e o que vai à frente vai ser segura se o seu veículo
passar pelo ponto fixo após a contagem de dois segundos;
● Caso contrário, reduza a velocidade e faça nova contagem. Repita até estabelecer a
distância segura.

Página 266
O USO DO CINTO DE SEGURANÇA
O uso do cinto é obrigatório para todos os passageiros dos veículos em que ele é
obrigatório e a falta do seu uso é infração de natureza grave, punida com multa no valor de
R$ 195,23.
Crianças menores de 10 anos que não tenham atingido 1,45 m (um metro e quarenta e
cinco centímetros) de altura devem ser transportadas nos bancos traseiros, em dispositivo
de retenção adequado para cada idade, peso e altura.
O cinto de segurança existe para limitar a movimentação dos ocupantes de um veículo, em
casos de sinistros ou numa freada brusca. Nestes casos, o cinto impede que as pessoas
se choquem com as partes internas do veículo ou sejam lançados para fora dele,
reduzindo assim a gravidade das possíveis lesões.
Para isso, os cintos de segurança devem estar em boas condições de conservação e todos
os ocupantes devem usá-los, inclusive os passageiros dos bancos traseiros, mesmo as
gestantes e as crianças.
Faça sempre uma inspeção dos cintos:
● Veja se os cintos não têm cortes, para não se romperem numa emergência;
● Confira se não existem dobras que impeçam a perfeita elasticidade;
● Teste o travamento para ver se está funcionando perfeitamente;
● Verifique se os cintos dos bancos traseiros estão disponíveis para utilização dos
ocupantes.
Uso correto do cinto:
● Ajuste firmemente ao corpo, sem deixar folgas;
● A faixa inferior deverá ficar abaixo do abdome, sobretudo para as gestantes;
● A faixa transversal deve vir sobre o ombro, atravessando o peito, sem tocar o
pescoço.

Página 267
Como evitar sinistros com pedestres e outros
integrantes do trânsito

PEDESTRE
O pedestre é o usuário mais importante da via pública e, no entanto, é o mais indefeso,
principalmente crianças, idosos, portadores de deficiência física e necessidades especiais.
Para evitar atropelamentos, a regra para o condutor é ser cuidadoso com o pedestre e dar-
lhe sempre o direito de passagem, principalmente nos locais adequados (faixas, área de
cruzamento, área escolar).

Página 268
O condutor deve respeitar as normas estabelecidas pelo CTB, que determina:
● Os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos
menores;
● Os motorizados, pelos não motorizados;
● E, todos juntos, respondem pela incolumidade (livre do perigo, são e salvo) dos
pedestres.

CICLISTA
O ciclista com o seu veículo não motorizado é frágil e vulnerável. Além de que, tem a
preferência sobre os veículos automotores. Entretanto, para evitar que você se envolva
nesse tipo de acidente, o melhor é ficar atento, checar constantemente os retrovisores,
tendo cuidado com os pontos cegos dos veículos, anunciando sua presença com leves
toques na buzina.
A bicicleta é um veículo de passageiros que tem direito de trânsito como qualquer outro
veículo e por ser silencioso e pequeno, muitas vezes não é percebida.
O CTB determina que o condutor deve deixar uma distância lateral de 1,50 m ao passar ou
ultrapassar a bicicleta.
Recomendações para evitar esse tipo de acidente:
● Cuidados com ciclistas entre o seu veículo e a guia da calçada;
● Alerte o ciclista ao ultrapassá-lo;
● Cuidado ao abrir portas de veículos.

Página 269
ATENÇÃO

O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se ao pedestre em


direitos e deveres.

MOTOCICLISTA
O motociclista conduz um veículo motorizado, estando sujeito a direitos e deveres como
qualquer outro. Muitos condutores desse tipo de veículo costumam ter comportamentos
que põem em risco a segurança do trânsito e dos usuários da via. É importante lembrar
que os sinistros envolvendo motociclistas sempre têm consequências trágicas, devido à
sua fragilidade.
Não importa de quem é o erro, neste tipo de colisão o motociclista fica mais exposto e
sujeito a sofrer lesões. Independente das atitudes dos motociclistas, os condutores dos
demais veículos devem zelar por eles, até porque os veículos de porte maior devem prezar
pela segurança dos menores.
Recomendações para evitar esse tipo de acidente:
● Cuidados com motociclistas entre o seu veículo e a guia;
● Cuidado ao abrir portas de veículos;
● Ajuste adequadamente os retrovisores para evitar o ponto cego.

Página 270
ATENÇÃO

O motociclista desmontado, empurrando a motocicleta, NÃO se equipara ao


pedestre em direitos e deveres.

Velocidades mais altas aumentam a chance de morte de pedestres e ciclistas em sinistros.

Página 271
ANIMAIS
Ocorre com mais frequência nas zonas rurais, pois os animais muitas vezes invadem a
estrada. Portanto, assim que perceber qualquer animal na pista reduza a marcha até que o
tenha ultrapassado e nunca use a buzina, pois poderá assustá-lo e fazer com que se volte
contra o seu veículo.
● Em áreas rurais, redobre a atenção e transite com os vidros fechados;
● Fique atento à sinalização de advertência, pois ela pode indicar a possibilidade de
presença de animais na via.
Caso perceba algum animal na via:
● Reduza a marcha até que o tenha ultrapassado e evite usar a buzina, pois poderá
assustá-lo e fazer com que se volte contra o seu veículo.

Página 272
A importância de ver e ser visto
Quanto mais você enxerga o que acontece à sua volta, maior a possibilidade de evitar
situações de perigo. Os retrovisores externos, esquerdo e direito, devem ser ajustados de
maneira que você, sentado na posição correta para dirigir, enxergue o limite traseiro do
seu veículo abrindo o máximo (90 graus) e com isso reduza a possibilidade de pontos
cegos.

Nos veículos com o retrovisor interno, sente-se na posição correta e ajuste-o de modo que
lhe dê uma visão ampla do vidro traseiro. Não coloque bagagens ou objetos que impeçam
sua visão pelo retrovisor interno.

Caso seu veículo não possua o retrovisor interno, a regra para os externos continua a
mesma, mas é imprescindível que sejam colocados retrovisores convexos adicionais nas
laterais para possibilitar maior amplitude de visão, facilitando pequenas manobras e
permitindo a visão completa do veículo.

O uso adequado de faróis, luzes indicadoras de direção (setas) e pisca-alerta também é


essencial. Eles auxiliam você a ser visto pelos demais condutores. Mantenha sempre em
perfeito funcionamento as luzes de ré e de freio. Lembre-se de que sinalizar corretamente
as manobras no trânsito é fundamental para que todas as pessoas que utilizam as vias
possam perceber a presença do seu veículo e prever seus movimentos.

A importância do comportamento seguro na


condução de veículos especializados

Muitas coisas que fazemos no trânsito são automáticas. Isso, no entanto, esconde um
problema que está na base de muitos sinistros.

SAIBA MAIS
Em condições normais, nosso cérebro leva alguns décimos de segundo para
registrar o que enxergamos. Isso significa que, por mais atento que você esteja,
não será possível observar tudo.

Os veículos de grande porte, em função de suas dimensões, apresentam uma capacidade


de manobra muito limitada quando comparados aos veículos menores. Assim, todas as
manobras, sem exceção, são mais difíceis de executar:
● As curvas precisam ter raios maiores, ou seja, ser mais abertas.

Página 273
● Em frenagens, os veículos de grande porte precisam do dobro, ou até do triplo, da
distância para parar, quando comparados aos veículos menores.

Página 274
Comportamento seguro e comportamento de risco –
diferença que pode poupar vidas

VELOCIDADE
● A velocidade máxima permitida nem sempre é uma velocidade segura;
● A velocidade adequada é aquela compatível com todos os elementos do trânsito,
principalmente com as condições adversas;
● A velocidade inadequada reduz o tempo disponível para uma reação eficiente em
caso de perigo;
● A velocidade deve ser compatível com as condições locais: o tipo de piso,
condições climáticas, quantidade e posição de pedestres, motociclistas, caminhões
e elementos do trânsito;
● Mesmo velocidades baixas podem ser incompatíveis em caso de aglomerações ou
outras situações de risco;
● Mesmo que não existam fatores adversos, nunca exceder a velocidade máxima
permitida;
● Quanto maior e mais pesado o veículo, menor é a capacidade de manobras de
velocidade.

Página 275
FRENAGEM
● Frenagens e reduções devem ser graduais e progressivas;
● Frenagens bruscas devem ser usadas apenas em emergências;
● Nas frenagens de emergência, instintivamente acionamos o freio até o final,
causando, nos veículos sem o sistema ABS, o bloqueio das rodas e fazendo com
que os pneus “arrastem” (diferente dos veículos com sistema ABS). Esse
travamento deve ser evitado, porque o veículo com as rodas travadas percorre um
espaço maior para parar, não obedece à direção e pode sair pela tangente nas
curvas;
● Nos veículos sem o sistema ABS, é preciso treinar frenagens no menor espaço
possível, sem travar as rodas. Esse treinamento deve ser feito em uma rua afastada
que não ofereça perigo.

MANOBRAS
É o movimento executado pelo condutor para alterar a posição em que o veículo está no
momento em relação à via. O condutor deve executar as manobras após garantir que não
há perigo para os demais usuários das vias, cedendo passagem àqueles que têm a
preferência. Antes de iniciar uma manobra, o condutor deve sinalizar com a luz indicadora
de direção do veículo (pisca ou seta) ou, ainda, com o gesto convencional de braço. Vale
lembrar que, deixar de acionar a luz indicadora de direção é uma infração grave (5 pontos
na CNH), passível de multa.

CONVERSÕES
Durante a manobra de mudança de direção, o condutor deverá ceder passagem aos
pedestres, ciclistas e veículos que transitam em sentido contrário pela pista da via da qual
vai sair, respeitando a preferência de passagem, do contrário comete uma infração e
estará sujeito a multa, penalidades e medidas cabíveis.
Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via ou em lotes lindeiros (terrenos
que fazem limite com a via), o condutor deverá:
● Ao sair pelo lado direito, aproximar-se o máximo possível do bordo direito;
● Ao sair pelo lado esquerdo, aproximar-se o máximo possível de seu eixo ou linha
divisória da pista;
● No caso de mão única, deslocar-se totalmente à esquerda.

Para acessar lotes lindeiros e garagens, deve-se seguir os mesmos procedimentos


adotados para conversão.

Página 276
Entrar ou sair de lotes lindeiros sem se posicionar corretamente ou sem zelar pela
segurança dos pedestres e demais veículos, é uma infração média (4 pontos na CNH),
passível de multa.
Nas vias providas de acostamento, a conversão à esquerda e a operação de retorno
deverão ser feitas nos locais sinalizados. O condutor deve aguardar no acostamento, à
direita, para cruzar a pista com segurança.
São infrações graves (5 pontos na CNH) e sujeitas a multa: realizar conversão (à direita ou
esquerda) em locais proibidos; e, não aguardar no acostamento à direita para cruzar a
pista.
Caso não seja possível executar a conversão no local, o condutor deve seguir adiante até
que as condições da via e do trânsito permitam.

RETORNOS
Nas vias urbanas, a operação de retorno deverá ser feita nos locais determinados, quer
por meio de sinalização, quer pela existência de locais apropriados (canteiros), ou ainda,
em outros locais que ofereçam condições de segurança e fluidez; observadas as
características da via, do veículo, das condições meteorológicas e da movimentação de
pedestres e ciclistas. Em vias rurais (rodovias ou estradas), o retorno deve ser realizado
nos locais apropriados. Caso não exista, o condutor deve aguardar no acostamento para
cruzar com segurança.
Executar o retorno em locais proibidos por sinalização, curvas, descidas, subidas, pontes,
viadutos, túneis, cruzamentos, entrando na contramão da via transversal, passado por
cima de calçadas, passeios, canteiros, faixas de pedestres é uma infração gravíssima (7
pontos na CNH) e o condutor estará sujeito a multa.

PASSAGEM E ULTRAPASSAGEM
Passagem é o movimento de passar à frente de outro veículo que se desloca no mesmo
sentido, em menor velocidade, mas em faixas distintas da via. Ao realizar a mudança de
faixa, o condutor deve observar se no local é permitido realizar a mudança e fazê-la com
segurança, para isso, deve reduzir a velocidade e sinalizar avisando aos outros de sua
intenção, com luzes (pisca ou seta) ou gestos de braço. A mudança deve ser feita
gradativamente quando existirem várias faixas.
Ultrapassagem é o movimento de passar à frente de outro veículo que se desloca no
mesmo sentido, em menor velocidade e na mesma faixa de tráfego, necessitando sair e
retornar à faixa de origem. A ultrapassagem deve ser feita pela esquerda, obedecendo a
sinalização e as demais normas. Antes de efetuar uma ultrapassagem, certifique-se de
que:
● Nenhum condutor que venha atrás tenha começado a ultrapassá-lo;
● Quem o precede na mesma faixa não tenha intenção de ultrapassar;

Página 277
● A faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa extensão suficiente para que a
manobra não ponha em perigo ou obstrua o trânsito.

Ao efetuar a ultrapassagem o condutor deverá:


● Indicar com antecedência a manobra, acionando a luz indicadora de direção;
● Afastar-se do usuário aos quais ultrapassa;
● Retornar, após a efetivação da manobra, à faixa de origem.

INFRAÇÕES REFERENTE À ULTRAPASSAGEM


INFRAÇÃO GRAVÍSSIMA (7 pontos na CNH)
● Ultrapassar pela direita transporte coletivo ou de escolares parado para embarque
ou desembarque de passageiro;
Também são infrações gravíssimas, sujeitas à multa (5 vezes o valor), aplicada em dobro
na reincidência em 12 meses:

● Ultrapassar outro veículo pelo acostamento ou em em interseções e passagens de


nível;

● Ultrapassar na contramão:

- Nas curvas, em subidas e descidas, sem visibilidade;


- Parado em fila junto a qualquer impedimento à livre circulação;
- Em vias com duplo sentido de direção e pista única;
- Nas pontes, nos viadutos e nas travessias de pedestres, exceto quando
houver sinalização permitindo a ultrapassagem.
INFRAÇÃO GRAVE (5 pontos na CNH)
● Ultrapassar veículos parados em fila de semáforo, cancela, bloqueio ou qualquer
outro obstáculo.
INFRAÇÃO MÉDIA (4 pontos na CNH)
● Ultrapassar pela direita, exceto se o veículo da frente der sinal que vai entrar à
esquerda.
INFRAÇÃO LEVE (3 pontos na CNH)
● Ultrapassar o veículo que estiver em cortejo.

RESPONSABILIDADES DO CONDUTOR DEFENSIVO


● Conhecer as leis do trânsito e obedecer à sinalização;
● Usar sempre o cinto de segurança;

Página 278
● Conhecer o veículo que está dirigindo e saber como comandá-lo;
● Manter o veículo sempre em boas condições de funcionamento;
● Prever possibilidades de sinistros e ser capaz de evitá-los;
● Ser capaz de decidir com rapidez e corretamente em situações de perigo;
● Não aceitar desafios e provocações;
● Não dirigir cansado, sob efeito de álcool e/ou drogas;
● Ver e ser visto;
● Não abusar da autoconfiança.

Página 279
Estado físico e mental do condutor, consequências
da ingestão e consumo de bebida alcoólica e
substâncias psicoativas

O ato de dirigir é algo extremamente complexo no âmbito cognitivo. Segundo especialistas,


a capacidade intelectual do ser humano está classificada em oito inteligências: a da
comunicação, a do raciocínio lógico, a da noção de espaço, a da coordenação motora, a
de se situar no meio ambiente e a da distinção e interpretação de sons. Em geral, para
cada tarefa que realizamos, utilizamos várias dessas inteligências, já o ato de dirigir exige
a utilização de todas as oito.
Neste sentido, a condição física e mental do condutor poderá ser o principal fator de risco
na sua condução segura, tendo em vista que afetam diretamente a capacidade de dirigir.
Alguns fatores que influenciam negativamente o desempenho do condutor são: cansaço,
sono, uso de álcool, drogas ou medicamentos e estados psicológicos alterados como
pressa, distração, agressividade, irritação e espírito competitivo. Veremos a seguir, como
alguns fatores afetarão diretamente o desempenho do motorista, bem como, quais as
medidas adequadas para preveni-los ou minimizá-lo.

ESTRESSE
O estresse é um conjunto de reações do organismo que prejudica o desenvolvimento das
atividades diárias e a própria saúde do indivíduo, provocando alterações indesejáveis no
metabolismo e no comportamento, podendo ter consequências perigosas. Cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente.

Página 280
Muitos podem ser os fatores estressantes: pressões do trabalho ou da família, dívidas,
compromissos profissionais, ambiente hostil, trabalho excessivo, alterações bruscas na
vida, brigas, rompimentos de relacionamentos, falecimento de pessoas próximas,
problemas de saúde, deixar de fumar ou beber, fazer dieta e diversos outros.
Algumas das condições que facilitam ou agravam o estresse: pouca atividade física, comer
demais ou de menos, refeições irregulares, alimentação rica em gorduras e/ou pobre em
fibras, baixo consumo de líquidos, dormir pouco, perder noites e vida desorganizada.
No início, o estresse pode apresentar os seguintes sintomas:
● Insônia, falta de concentração, perda de memória, baixo desempenho profissional;
● Alteração do apetite, alterações do peso;
● Dores de estômago, problemas digestivos, náuseas, azia, gastrite;
● Dores de cabeça, dores nas costas, tensões musculares, sensações de
formigamento;
● Extremidades frias, boca seca, suor excessivo;
● Alterações do humor, diminuição do desejo sexual;
● Emotividade exagerada, irritabilidade;
● Alterações da pressão arterial, mal-estar, tonturas;
● Problemas de pele, alergias.
No trânsito, o estresse afeta o comportamento. Por exemplo, o indivíduo que apresenta
características de irritabilidade, quando estiver estressado certamente irá piorar seu
comportamento, tornando-se agressivo ou hostil e provocando sinistros.
As pressões e tensões extras que o trânsito proporciona podem funcionar como a “gota
d’água”, alterando padrões de comportamento do condutor e fazendo-o criar situações de
risco e insegurança, para si e para os demais usuários.
Para sair e voltar para casa sem stress:
● Ao sair pense em coisas positivas;
● Tenha uma boa alimentação (a fome também acarreta o stress);
● Ouça músicas baixas que te faça sentir bem;
● Saia sempre com minutos de antecedência;
● Antes de se estressar, conte até dez e respire fundo;
● Não brigue nem resmungue (todos estão na mesma situação que você);
● Pense sempre que você vai chegar e que alguém está a sua espera.

Página 281
SONO
Esta é uma das condições mais adversas à segurança rodoviária, pois durante a
sonolência a pessoa entra num estado fisiológico caracterizado pela falha de sensações e
de movimentos voluntários, que originam uma série de desordens no organismo muito
perigosas para condução.
A sonolência diminui muito a capacidade de dirigir. Cada um de nós tem sua própria
necessidade de sono e, em geral, dormimos menos do que precisamos. Muitas pessoas
acreditam que podem controlar o sono utilizando artifícios como café, música alta ou vento
no rosto, mas sem perceber elas podem “tirar” um cochilo fatal.
Sinais de sonolência:
● Necessidade de se esforçar para se concentrar e manter os olhos abertos;
● Sensação de peso na cabeça;
● Bocejos constantes;
● Visão sem foco;
● Pensamentos vagos e desconexos;
● Pequenos “desligamentos” com desvios de trajetória do veículo.

Cuidados indispensáveis:
● Nas primeiras horas da manhã redobre os cuidados, pois a maioria dos sinistros
devido a sonolência ocorrem neste período;
● Só dirigir se estiver realmente descansado e bem-disposto;

Página 282
● Ficar atento aos períodos em que há baixa no nível de energia, como após refeições
e durante a madrugada;
● Em trajetos longos, planejar paradas e revezamentos, para não chegar ao limite.

ATENÇÃO

O sono não é proveniente apenas do cansaço, mas está ligado também a


muitos outros distúrbios de saúde. Portanto, se apesar de dormir
adequadamente você continua com sono constante, recomenda-se uma visita
ao médico.

FADIGA
A fadiga é uma sensação de cansaço permanente, resultante de certas doenças como
estresse e esgotamento, podendo ser originada por má distribuição entre horas de trabalho
e descanso, por períodos prolongados. Essa condição é muito perigosa para quem passa
muitas horas no trânsito.

Em estado de fadiga a pessoa:


● Cochila em qualquer lugar;
● Apresenta “desligamentos” e tem dificuldade de concentração;
● Apresenta falha de memória constantemente;

Página 283
● Sente que o corpo parece pesado demais.
Quando tiver esses sintomas, os reflexos do condutor estarão muito mais lentos, neste
caso, deve-se evitar dirigir ou pilotar. Se isso não for possível, deve-se reduzir a velocidade
e redobrar a atenção.
Para amenizar os efeitos da fadiga, é necessário dormir e se alimentar com regularidade,
além de planejar corretamente os períodos de trabalho e descanso. Se os sintomas
persistirem, deve-se procurar ajuda médica.

BEBIDAS ALCOÓLICAS
Excesso no consumo de álcool ainda é uma das principais causas de sinistros de trânsito.
Dependendo da quantidade ingerida, o álcool causa inicialmente um estímulo no cérebro,
associado a uma sensação de alegria, de confiança e de força, quando na direção de um
veículo ele leva ao excesso de velocidade, às manobras para exibir perícia e à confiança
excessiva em si mesmo, no veículo, na via, etc.
Dependendo da quantidade de bebida ingerida, o cérebro começa a perder a capacidade
de resposta e coordenação, tirando e retardando as reações do condutor ao volante. Nas
fases mais avançadas de embriaguez, o motorista já não percebe o que se passa ao seu
redor, perdendo a noção de distâncias e direções, como também o controle dos seus
movimentos.
Como regra geral jamais dirija após ter ingerido bebidas alcoólicas, pois em cada três
condutores mortos em sinistros, um está sob o efeito do álcool. Saiba ainda que nos finais
de semana dobra o número de vítimas fatais alcoolizadas.

Página 284
O organismo demora algum tempo para eliminar o álcool ingerido e o tempo necessário
para a eliminação do álcool pode variar de pessoa para pessoa. A Lei em vigor rege que é
proibido o consumo de bebidas alcoólicas quando for dirigir.
Ano após ano, 50% de todas as mortes em sinistros de trânsito são devido à incapacidade
causada pelo álcool.
Não seja passageiro de ninguém que tenha bebido mesmo que só um pouco. Mesmo
doses pequenas podem comprometer a habilidade do condutor, o condutor embriagado
apresenta as pupilas totalmente dilatadas e os olhos em geral estão mais sensíveis à luz,
ficando com as mãos e pernas trêmulas (frias).
Tomar café forte sem açúcar, banho frio ou remédios e chás caseiros na tentativa de
diminuir os efeitos do álcool no organismo, não adianta. Essas ações conseguem apenas
transformar um bêbado com sono em um bêbado acordado.
Se beber, tomar remédio ou fizer uso de qualquer tipo de droga, não dirija. Procure um
meio alternativo como transporte coletivo, táxi, carona ou espere passar o efeito do produto
ingerido.
Em 2018 entrou em vigor a Lei n° 13.546, que alterou o Código de Trânsito Brasileiro
(CTB) em relação às penalidades referentes aos crimes cometidos na direção de veículos
automotores.
Portanto, a partir daquele momento, o condutor que cometer homicídio culposo ou causar
lesão grave ou gravíssima ao dirigir alcoolizado ou sob efeito de qualquer outra substância
psicoativa terá, como penalidade prevista, a reclusão de cinco a oito anos e de dois a cinco
anos, respectivamente.
As mudanças que entraram em vigor são referentes aos crimes em que ocorre lesão à
vida. Nos outros aspectos, a lei continua igual.
Até então, como a detenção prevista era de até quatro anos, era possível que o condutor
pagasse fiança e fosse liberado em casos de crimes de trânsito em decorrência da
ingestão de bebida alcoólica.
Entretanto, a partir de agora, nestes casos, os delegados não poderão mais arbitrar fiança
aos motoristas.
Também estão previstas, pela legislação, penalidades mais severas aos motoristas que
causarem lesões graves ou gravíssimas, como reclusão de dois a cinco anos.
Anteriormente, a penalidade prevista em casos em que acontecia lesão corporal culposa
na direção de veículo automotor era de seis meses a dois anos, mais a suspensão ou
proibição de obter a permissão ou habilitação para dirigir.
A autoridade policial está autorizada a conceder fiança para os crimes cuja pena privativa
de liberdade máxima não ultrapasse os quatro anos, como é o caso da situação citada no
parágrafo anterior.

Página 285
Página 286
SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
Além do álcool, existem outras drogas que o condutor defensivo também deve ficar
distante. Porém, não é isso que se verifica nas vias nacionais. Infelizmente, as drogas
estão presentes em todos os níveis da sociedade e o trânsito não fica fora.
As drogas são divididas basicamente em três classes distintas: depressoras, estimulantes
e perturbadoras.
Todas alteram o funcionamento do sistema nervoso central, retardando, acelerando ou
desgovernando. Elas dificultam a coordenação motora, mental e emocional. Os sintomas
variam de acordo com vários fatores: grau de pureza da droga, quantidade da substância
usada e indivíduo, dentre outros.
Drogas Depressoras: São as drogas que baixam ou reduzem a atividade mental,
diminuindo a disposição psicológica geral, intelectual e a capacidade de vigilância.
Drogas Estimuladoras: Agem como estimulantes no sistema nervoso central, iniciando-se
os efeitos por euforia, bem-estar, disposição pronta, aumento de atividade e outros.
Provocam também excitação, irritabilidade e insônia. Após a fase estimulante, geralmente
surge uma fase depressiva.
Drogas Perturbadoras: Essas drogas causam alucinações, alterações ilusórias, isto é,
alterações de ordem psicológica do sistema sensorial do ser humano. As pessoas veem
imagens distorcidas criadas pela mente, imagens inexistentes no mundo real, alucinações
auditivas, perseguições e sensação de bichos andando sobre a pele. Dirigir sob o efeito de
substâncias tóxicas ou determinados remédios é muito perigoso para si mesmo e para os
outros.

Página 287
Resumo do Módulo
Prezado (a) condutor (a), neste módulo revisamos os preceitos de dirigibilidade defensiva,
bem como, os fatores que comprometem a segurança no trânsito. Trazemos como
destaque deste conteúdo:
- Direção defensiva, ou direção segura, é a melhor maneira de dirigir e de se comportar no
trânsito.
- Ao aplicar os conceitos e atitudes da direção defensiva, é possível conduzir preservando
a vida, a saúde e o meio ambiente, e prevendo situações de risco que podem causar
sinistros envolvendo o seu veículo, os de outros, e também os demais usuários da via.
- Sua atitude no trânsito pode evitar muitos sinistros ou ao menos reduzir os estragos que
eles causam.
- A compreensão de que o ato de dirigir é de extrema complexidade e requer
conhecimentos e habilidades específicas, sendo assim, o aprimoramento destas
competências deve ser constante, contemplando acesso à informação e vivências práticas.
- A percepção da supremacia do fator humano enquanto responsável pela ocorrência dos
inúmeros sinistros de trânsito; para transformação desta realidade, faz-se necessária a
autoavaliação individual para detecção de comportamentos e posturas que comprometam
a segurança.
- Grande parte dos sinistros envolve mais de um veículo. No entanto, é sempre possível
reduzir as chances de que os sinistros ocorram.
- O método básico de prevenção de sinistros deve ser utilizado diariamente por todos os
condutores, inclusive os do transporte de produtos perigosos. Quando for necessário dirigir
em estradas e rodovias, é recomendável que se faça, antes da viagem, uma avaliação das
condições das vias.
- Durante o trajeto ou nas paradas para embarque e desembarque, alguns cuidados devem
ser obrigatoriamente observados com todos os passageiros, especialmente com aqueles
que possuem alguma dificuldade de deslocamento.
- O condutor de veículos de grande porte, como ônibus e caminhões, ao realizar manobras
como conversões, ultrapassagens, manobras em cruzamentos, frenagens ou paradas,
deve ser mais cuidadoso do que os outros condutores.
- Algumas atitudes dos condutores podem salvar muitas vidas. É indispensável manter
atenção aos requisitos de segurança, utilizando sempre a direção defensiva a seu favor.
- Todo condutor em estado de embriaguez, mesmo leve, compromete sua segurança, a
dos demais usuários da via e a dos passageiros que estão apostando suas próprias vidas
nas boas condições de atuação do motorista.

Página 288
Exercícios de fixação
1 - Um condutor está dirigindo seu veículo, quando percebe um motorista tentando
ultrapassá-lo. Nesse momento, reduz a velocidade e aproxima seu veículo da borda
direita da pista para facilitar a manobra do outro. Nesse caso, esse condutor agiu
com:
a) Cortesia
b) Reciprocidade
c) Mutualidade
d) Coesão

2 - Do ponto de vista da direção defensiva, um condutor responsável pode ser


reconhecido quando:
a) manifesta tal controle sobre o veículo que não precisa dirigir com as duas mãos ao
volante
b) dimensiona os riscos e age com cautela antecipadamente, mesmo que a situação
tenha sido criada por outro usuário da via
c) acha que é seguro ao fazer ultrapassagem de outro veículo sobre pontes em uma
rodovia
d) consegue fazer curva em segurança, mesmo quando acessa a curva em excesso
de velocidade

3 - De acordo com os conceitos básicos da Direção Defensiva, o condutor ao parar


em um acostamento devido as condições climáticas de neblina ou cerração, deverá:
a) manter o pisca-alerta ligado
b) acender os faróis altos
c) abrir os vidros do veículo
d) ligar o limpador de para-brisa

4 - Carlos não tem o hábito de realizar periodicamente a manutenção preventiva em


seu carro, o que é fundamental para minimizar o risco de sinistros de trânsito. Nessa
situação, segundo os conceitos de Direção Defensiva, Carlos age com:
a) Imprudência
b) Estupidez
c) Negligência
d) Imperícia

5 - A fadiga é uma das causas de sinistros. Dentre outros fatores podemos dizer que
a fadiga decorre:
a) da falta de atividade física e mental
b) da excessiva atividade física e mental, da tensão nervosa e privação do sono
c) da tranquilidade dos fins de semana
d) da ausência de coordenação motora

Página 289
GABARITO
1 - Um condutor está dirigindo seu veículo, Comentário: O código de trânsito brasileiro define
quando percebe um motorista tentando o pisca-alerta como uma luz intermitente do
ultrapassá-lo. Nesse momento, reduz a velocidade veículo, utilizada em caráter de advertência,
e aproxima seu veículo da borda direita da pista destinada a indicar aos demais usuários da via
para facilitar a manobra do outro. Nesse caso, que o veículo está imobilizado ou em situação de
esse condutor agiu com: emergência. Como o nome indica, ele serve para
a) Cortesia alertar outros motoristas de quaisquer condições
b) Reciprocidade ou situações incomuns na estrada. O art. 40, V,
c) Mutualidade alínea "a", do CTB, diz: o condutor utilizará o
d) Coesão pisca-alerta em imobilizações ou situações de
Comentário: Além de ser uma cortesia, vale emergência.
ressaltar que o art. 30 do CTB, diz: todo condutor, 4 - Carlos não tem o hábito de realizar
ao perceber que outro que o segue tem o periodicamente a manutenção preventiva em seu
propósito de ultrapassá-lo, deverá, se estiver carro, o que é fundamental para minimizar o risco
circulando pela faixa da esquerda, deslocar-se de sinistros de trânsito. Nessa situação, segundo
para a faixa da direita, sem acelerar a marcha. os conceitos de Direção Defensiva, Carlos age
Caso o motorista reduza a marcha, facilitará a com:
manobra de ultrapassagem, logo vai gerar mais a) Imprudência
segurança a todos os usuários. b) Estupidez
2 - Do ponto de vista da direção defensiva, um c) Negligência
condutor responsável pode ser reconhecido d) Imperícia
quando: Comentário: Direção defensiva é a melhor
a) manifesta tal controle sobre o veículo que maneira de dirigir e se comportar no trânsito. É a
não precisa dirigir com as duas mãos ao possibilidade de um condutor reconhecer
volante antecipadamente as situações de perigo, prever
b) dimensiona os riscos e age com suas consequências e estar preparado para tomar
cautela antecipadamente, mesmo que a decisões que protejam os ocupantes dos veículos
situação tenha sido criada por outro e os demais usuários da via. O art. 26, do CTB,
usuário da via diz: os usuários das vias terrestres devem abster-
c) acha que é seguro ao fazer se de todo ato que possa constituir perigo ou
ultrapassagem de outro veículo sobre obstáculo para o trânsito, ou ainda causar danos a
pontes em uma rodovia propriedades públicas ou privadas.
d) consegue fazer curva em segurança, 5 - A fadiga é uma das causas de sinistros. Dentre
mesmo quando acessa a curva em outros fatores podemos dizer que a fadiga
excesso de velocidade decorre:
Comentário: É aquele que adota um procedimento a) da falta de atividade física e mental
preventivo no trânsito, sempre com cautela e b) da excessiva atividade física e mental,
civilidade. O condutor responsável não dirige da tensão nervosa e privação do sono
apenas; ele está sempre pensando na segurança, c) da tranquilidade dos fins de semana
em prevenir sinistros. Independentemente de d) da ausência de coordenação motora
fatores externos ou condições adversas. Comentário: A fadiga é uma sensação de cansaço
Lembrando que o art. 1, § 2º, do CTB, diz: que o permanente, resultante de certas doenças como
trânsito, em condições seguras, é um direito de estresse e esgotamento, podendo ser originada
todos. por má distribuição entre horas de trabalho e
3 - De acordo com os conceitos básicos da descanso, por períodos prolongados. Essa
Direção Defensiva, o condutor ao parar em um condição é muito perigosa para quem passa
acostamento devido às condições climáticas de muitas horas no trânsito. É importante ressaltar
neblina ou cerração, deverá: que o condutor que dirige nessa condição
a) manter o pisca-alerta ligado responde por uma infração de trânsito do art. 252,
b) acender os faróis altos III, do CTB, que diz: dirigir com incapacidade física
c) abrir os vidros do veículo ou mental temporária que comprometa a
d) ligar o limpador de para-brisa segurança do trânsito; logo gera uma infração de

Página 290
natureza média, com o cômputo de 4 pontos, mais
uma multa no valor de R$130,16.

Página 291
NOÇÕES DE
PRIMEIROS
SOCORROS,
RESPEITO AO MEIO
AMBIENTE E
PREVENÇÃO DE
INCÊNDIO

Página 292
Objetivos de Aprendizagem
- Conhecer as primeiras providências de primeiros socorros e ser capaz de empregá-las
em caso de acidente de trânsito.

- Compreender a diferença entre tipos e gravidade dos sinistros.

- Verificar de forma precisa as condições gerais da vítima de acidente ou passageiro com


mal súbito. - Sinalizar corretamente a área de segurança em torno do local do acidente.

- Rever e atualizar as informações quanto ao acionamento de recursos: bombeiros, polícia,


ambulância, concessionária da via, e outros.

- Reconhecer os impactos à saúde e ao meio ambiente causados pela poluição


atmosférica causada pelos veículos.

- Conhecer a existência das regulamentações do CONAMA, das resoluções estaduais e


municipais e sua influência no trânsito.

- Associar a emissão de gases e partículas de fumaça no meio ambiente com a adoção de


uma condução segura e econômica, as revisões periódicas do veículo e a utilização dos
equipamentos de segurança veicular.

Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará neste módulo:

PRIMEIROS SOCORROS

Primeiras providências quanto a acidente de trânsito:

- Sinalização do local de acidente;

- Acionamento de recursos: bombeiros, polícia, ambulância, concessionária da via e


outros;

- Verificação das condições gerais de vítima de acidente de trânsito;

- Cuidados com a vítima de acidente (o que não fazer) em conformidade com a


periculosidade da carga, e/ou produto transportado.

MEIO AMBIENTE

- O veículo como agente poluidor do meio ambiente;

Página 293
- Regulamentação do CONAMA sobre poluição ambiental causada por veículos;

- Emissão de gases;

- Emissão de partículas (fumaça);

- Emissão de ruídos;

- Manutenção preventiva do veículo;

- O indivíduo, o grupo e a sociedade;

- Relacionamento interpessoal;

- O indivíduo como cidadão;

- A responsabilidade civil e criminal do condutor e o CTB;

- Conceitos de poluição: causas e consequências.

PREVENÇÃO DE INCÊNDIO

- Conceito de fogo;

- Triângulo de fogo;

- Fontes de ignição;

- Classificação de incêndios;

- Tipos de aparelhos extintores;

- Agentes extintores;

- Escolha, manuseio e aplicação dos agentes extintores.

Página 294
Introdução
Caro(a) Aluno (a),

Os sinistros de trânsito vitimam anualmente milhares de pessoas no Brasil. Somente em


2017, segundo dados apresentados pela Seguradora Líder, administradora do Seguro
DPVAT, mais de 380 mil indenizações foram pagas nos três tipos de cobertura: morte,
invalidez permanente e despesas médicas.

Neste cenário, lamentavelmente, a possibilidade de envolvimento ou testemunho de um


acidente no trânsito é bastante intensa. Por esta razão, o módulo a seguir tratará de
procedimentos e providências que devem ser adotados nestes casos, sendo possíveis de
execução a qualquer condutor, que não possua conhecimentos especializados no
segmento de Primeiros Socorros.

Esclarecemos que as orientações aqui apresentadas, têm como principal objetivo a sua
proteção, bem como a dos demais envolvidos, evitando o agravamento da situação já
existente. Somente após os devidos cuidados com a sinalização do local, deverão ser
tomadas outras medidas.

Por fim, lembramos que a omissão de socorro é crime e possui penas previstas no Código
de Trânsito e no Código Penal brasileiros. Sobretudo, defendemos que a proteção
indiscriminada à vida deve ser um compromisso abraçado por toda a sociedade.

O condutor de veículo que transporta produtos perigosos precisa estar preparado


para o caso de sinistros com vítimas, pois será ele quem vai prestar os primeiros
socorros e desencadear as primeiras providências.
Neste módulo, apresentaremos a conceituação de primeiros socorros, as
primeiras providências a serem tomadas pelo condutor, a verificação das
condições gerais da vítima de acidente de trânsito e os cuidados com a vítima de
acidente ou contaminação.
Respeitar e zelar pelo meio ambiente constituem deveres dos condutores de
veículos que transportam produtos perigosos.
Abordaremos o respeito ao meio ambiente, tratando do veículo como agente
poluidor, da regulamentação, dos aspectos da poluição, da manutenção
preventiva do veículo, das responsabilidades civil e criminal do condutor, do
indivíduo e da sociedade, das relações interpessoais e do indivíduo como
cidadão. Em seguida, falaremos da prevenção de incêndios, abarcando o conceito
de fogo, as fontes de ignição, classificação de incêndios e tipos de extintores,
seus agentes e manuseio.

Bons estudos!

Página 295
NOÇÕES DE PRIMEIROS
SOCORROS

Sinistros de trânsito podem acontecer com todos. Mas poucos sabem como agir na hora
que eles acontecem. Para isso, esse material apresenta informações básicas que você
deve conhecer para atuar com segurança caso ocorra um acidente.

ATENÇÃO

O objetivo dessa disciplina não é ensinar primeiros socorros que necessitem de


treinamento, medidas de socorro como respiração boca-a-boca, massagens
cardíacas, imobilizações, entre outros procedimentos, exigem treinamento
específico. Caso estes conhecimentos sejam de seu interesse, procure um curso
especializado.

Como agir diante de um acidente?

Com frequência os sinistros de trânsito podem provocar outros ainda mais graves do que o
primeiro. Ao prestar socorro, a regra fundamental é não colocar em risco a sua própria
segurança:

● Pare o carro em lugar seguro, nunca junto ao acidente e sim alguns metros à frente
dele;

Página 296
● Sinalize devidamente o local do acidente com triângulo, folhagens, tochas etc. para
evitar novos sinistros; coloque o triângulo a pelo menos 30 metros antes do local (se
for uma curva, inicie a contagem somente após ela);
● Evite a aglomeração de curiosos, o que pode provocar novos sinistros;
● Tranquilize as vítimas;
● Peça a alguém para chamar socorro especializado, informando o local exato do
acidente;
● Após providenciar auxílio médico, no caso de existir vítima, solicite a presença de
autoridades policiais.

O que são Primeiros Socorros?

Segundo a ABRAMET (2005), Primeiros Socorros são as primeiras providências tomadas


no local do acidente. É o atendimento inicial e temporário, até a chegada de um socorro
profissional.

Quais são essas providências?

● Uma rápida avaliação da vítima;


● Aliviar as condições que ameacem a vida ou que possam agravar o quadro da
vítima, com a utilização de técnicas simples;
● Acionar corretamente um serviço de emergência local.

Simples, não é? As técnicas de Primeiros Socorros têm sido divulgadas para toda a
sociedade, em todas as partes do mundo. E agora você terá acesso a uma parte delas.
Elas podem salvar vidas e não há nada no mundo que valha mais que isso.

Além de que, de acordo com o artigo 135 do Código Penal Brasileiro, deixar de prestar
socorro à vítima de acidente, ou pessoas em perigo iminente, podendo fazê-lo, caracteriza
crime.

E COMO SE DÁ A SEQUÊNCIA DAS AÇÕES DE SOCORRO?

Cada acidente é diferente de outro e, por isso, só se pode falar na melhor forma de socorro
quando se sabe quais as suas características. Um veículo que está se incendiando, um
local perigoso (uma curva, uma ponte estreita), vítimas presas nas ferragens, a presença
de cargas perigosas, etc, tudo isso interfere na forma do socorro. Estas ações também vão
ser diferentes caso haja outras pessoas iniciando os socorros, ou mesmo se você estiver
ferido.

A sequência das ações a serem realizadas será sempre a mesma:

● Manter a calma;
● Garantir a segurança;
● Pedir socorro;
● Controlar a situação;
● Verificar a situação das vítimas;
● Realizar algumas ações com as vítimas.

Página 297
O importante é ter sempre em mente a sequência dessas ações. E saber que uma ação
pode ser iniciada sem que outra tenha sido terminada. Como, por exemplo, começar a
garantir a segurança, sinalizando o local, parar para pedir socorro e voltar depois a
completar a segurança do local, controlando ainda toda a situação. Com calma e bom
senso, os primeiros socorros podem evitar que as consequências do acidente sejam
ampliadas (ABRAMET, 2005). Segundo a ABRAMET (2005), para ficar calmo após um
acidente é imprescindível seguir o seguinte roteiro:

● Parar e pensar! Não fazer nada por instinto ou por impulso;


● Respirar profundamente algumas vezes;
● Ver se você sofreu ferimentos, caso seja um dos envolvidos;
● Avaliar a gravidade geral do acidente;
● Confortar os ocupantes do seu veículo;
● Manter a calma. Você precisa dela para controlar a situação e agir.

Para garantir a segurança, as diversas ações num acidente de trânsito podem ser feitas
por mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Enquanto uma pessoa telefona, outra sinaliza
o local e assim por diante.

Página 298
Sinalização do local do acidente

Os sinistros acontecem nas ruas e estradas, impedindo ou dificultando a passagem


normal dos outros veículos. Por isso, esteja certo de que situações de perigo vão ocorrer
(novos sinistros ou atropelamentos), se você demorar muito ou não sinalizar o local de
forma adequada. Segundo a ABRAMET (2005), algumas regras são fundamentais para
você fazer a sinalização do acidente:

a) Iniciar a sinalização em um ponto em que os motoristas ainda não possam ver o


acidente: não adianta ver o acidente quando já não há tempo suficiente para parar ou
diminuir a velocidade. No caso de vias de fluxo rápido, com veículos ou obstáculos na
pista, é preciso alertar os motoristas antes que eles percebam o acidente.

b) Demarcar todo o desvio do tráfego até o acidente: não é só a sinalização que deve
se iniciar bem antes do acidente. É necessário que todo o trecho, do início da sinalização
até o acidente, seja demarcado, indicando quando houver desvio de direção.

Página 299
c) Manter o tráfego fluindo: faça isso por duas razões: se ocorrer uma parada no
tráfego, o congestionamento, ao surgir repentinamente, pode provocar novas colisões.
Além disso, não se esqueça que, com o trânsito parado, as viaturas de socorro vão
demorar mais a chegar.

Para manter o tráfego fluindo, tome as seguintes providências:

● Manter, dentro do possível, as vias livres para o tráfego fluir;

Página 300
● Colocar pessoas ao longo do trecho sinalizado para cuidarem da fluidez;
● Não permitir que curiosos parem na via destinada ao tráfego.

d) Sinalizar o local do acidente: ao passar por um acidente, todos ficam curiosos e


querem ver o que ocorreu, diminuindo a marcha ou até parando. Para evitar isso, alguém
deverá ficar sinalizando no local do acidente, para manter o tráfego fluindo e garantir a
segurança.

Existem muitos materiais fabricados especialmente para sinalização, mas na hora do


acidente, provavelmente, você terá apenas o triângulo de segurança à mão, já que ele é
um dos itens obrigatórios de todos os veículos.

● Use o seu triângulo e os dos motoristas que estejam no local.


● À noite ou com neblina, a sinalização deve ser feita com materiais luminosos.
● Lanternas, pisca-alerta e faróis dos veículos devem sempre ser utilizados.

ATENÇÃO

Tudo o que for usado para sinalização deve ser de fácil visualização e não pode
oferecer risco, transformando-se em verdadeiras armadilhas para os passantes e
outros motoristas.

Página 301
PESSOAS SINALIZANDO O LOCAL DO ACIDENTE

O emprego de pessoas sinalizando é bastante eficiente, porém é sempre arriscado. Ao


se colocar pessoas na sinalização, é necessário tomar alguns cuidados:

● Suas roupas devem ser coloridas e contrastar com o terreno;


● As pessoas devem ficar na lateral da pista sempre de frente para o fluxo dos
veículos;
● Devem ficar o tempo todo agitando um pano colorido para alertar os motoristas;
● Prestar muita atenção e estar sempre preparado para o caso de surgir algum
veículo desgovernado.

ATENÇÃO

As pessoas nunca devem ficar logo depois de uma curva ou em outro local
perigoso. Elas devem ser vistas, de longe, pelos motoristas.

DISTÂNCIA IDEAL PARA SINALIZAÇÃO

A sinalização deve ser iniciada, para ser visível pelos motoristas de outros veículos,
antes que eles vejam o acidente. Na prática, a recomendação é seguir a tabela abaixo,
onde o número de passos longos corresponde à velocidade máxima permitida no local.

Distância para início da


Distância para início
Velocidade sinalização
da sinalização
Tipo da via máxima
permitida (chuva, neblina,
(pista seca)
fumaça, à noite)

Vias locais 40 km/h 40 passos longos 80 passos longos

60 km/h
Avenidas 60 passos longos 120 passos longos

Distância para início da


Distância para início
Velocidade sinalização
da sinalização
Tipo da via máxima
permitida (chuva, neblina,
(pista seca)
fumaça, à noite)

Página 302
Vias de fluxo rápido 80 km/h 80 passos longos 160 passos longos

Rodovias 100 km/h 100 passos longos 200 passos longos

OBS: Em nevoeiro denso deve-se parar em local seguro e não se deve desembarcar do
veículo sobre a pista (para evitar risco de gerar outro acidente).

ATENÇÃO

Quando você estiver contando os passos e encontrar uma curva, pare a contagem.
Caminhe até o final da curva e então recomece a contar a partir do zero. Faça a
mesma coisa quando o acidente ocorrer no topo de uma elevação, sem visibilidade
para os veículos que estão subindo.

IDENTIFICAR RISCOS PARA GARANTIR MAIS SEGURANÇA

O maior objetivo deste manual é dar orientações para que, numa situação de acidente,
você possa tomar providências a fim de:

● Evitar o agravamento do acidente, com novas colisões, atropelamentos ou


incêndios;
● Garantir que as vítimas não terão suas lesões agravadas por uma demora no
socorro ou uma remoção mal feita.

Segundo a ABRAMET (2005), além das providências como acionar o socorro, sinalizar o
acidente e assumir o controle da situação, se deve também observar os itens
complementares de segurança, tendo em mente as seguintes questões:

● Eu estou seguro?
● Minha família e os passageiros do meu veículo estão seguros?
● As vítimas estão seguras?
● Outras pessoas podem se ferir?
● O acidente pode tomar maiores proporções?

Para isso, é preciso evitar os riscos que surgem em cada acidente, agindo rapidamente.

Página 303
IDENTIFICAR RISCOS PARA GARANTIR MAIS SEGURANÇA

É só acontecer um acidente que podem ocorrer várias situações de risco. De acordo com a
ABRAMET (2005), as principais situações com que devemos nos preocupar são:

Novas Colisões: ao sinalizar adequadamente o local do acidente, seguindo as instruções


anteriormente mencionadas, fica bem reduzida a possibilidade de novas colisões. Porém,
imprevistos acontecem. Por isso, nunca é demais usar simultaneamente mais de um
procedimento, aumentando ainda mais a segurança.

Página 304
Atropelamentos: adotar as mesmas providências empregadas para evitar novas colisões.
Mantendo o fluxo de veículos na pista livre. Orientando para que curiosos não parem na
área de fluxo e que pedestres não fiquem caminhando pela via. Isolar o local do acidente e
evitar a presença de curiosos. Fazer isso, sempre solicitando auxílio e distribuindo tarefas
entre as pessoas que querem ajudar, mesmo que estas precisem ser orientadas.

Incêndio: sempre existe o risco de incêndio e ele aumenta bastante quando ocorre
vazamento de combustível.

Página 305
Nesses casos é importante adotar os seguintes procedimentos:

● Afastar os curiosos;
● Se for fácil e seguro, desligar o motor do veículo acidentado;
● Orientar para que não fumem no local;
● Pegar o extintor de seu veículo e deixe-o, pronto para uso, a uma distância segura
do local de risco.

Acionamento de recursos em caso de sinistros

É necessário observar se alguém já tomou a iniciativa e está à frente das ações, caso já
tenha ocorrido ofereça-se para ajudar. Se ninguém ainda tomou a frente, verifique se entre
as pessoas presentes há algum médico, bombeiro, policial militar ou qualquer profissional
acostumado a lidar com este tipo de emergência.

Se não houver ninguém mais capacitado, assuma o controle e comece as ações.

ATENÇÃO
Solicite um socorro profissional o mais rápido possível, pois quanto mais cedo ele
chegar, melhor para as vítimas do acidente.

Nem todo mundo está preparado para assumir a liderança após um acidente. Este pode
ser o seu caso, mas numa emergência você poderá ter que tomar a frente. Siga as
recomendações adiante, para que todos trabalhem de forma organizada e eficiente,
diminuindo o impacto do acidente (ABRAMET, 2005):

Página 306
● Mostre decisão e firmeza nas suas ações;
● Peça ajuda aos outros envolvidos no acidente e aos que estiverem próximos;
● Distribua tarefas às pessoas, ou forme equipes para executar as tarefas;
● Não perca tempo discutindo;
● Passe as tarefas mais simples, nos locais mais afastados do acidente, às pessoas
que estejam mais desequilibradas ou contestadoras;
● Trabalhe muito, não fique só dando ordens;
● Motive a todos, elogiando e agradecendo cada ação realizada.

Atualmente, no Brasil contamos com diversos serviços de atendimento às emergências. As


Unidades de Resgate, pertencentes aos Corpos de Bombeiros, os SAMUs, os
atendimentos das próprias rodovias ou outros tipos de socorro, recebem chamados por
telefone, fazem uma triagem prévia e enviam equipes treinadas em ambulâncias
equipadas. No próprio local, após uma primeira avaliação, os feridos são atendidos
emergencialmente para que, em seguida, possam ser transferidos aos hospitais.

São serviços gratuitos, que têm, em muitos casos, números de telefone padronizados em
todo o Brasil. Use o seu celular, ou de outra pessoa, os telefones dos acostamentos das
rodovias, os telefones públicos ou peça para alguém que esteja passando pelo local que
vá até um telefone ou um posto rodoviário e acione rapidamente o Socorro.

Números de Emergência

Polícia Militar 190

Polícia Rodoviária Federal 191

SAMU 192

Bombeiros 193

Defesa Civil 199

Central de Atendimento à Mulher 180

Denunciar violações de Direitos Humanos 100

Página 307
Verificação das condições gerais da vítima

Ao avaliar uma vítima, que pode estar consciente ou inconsciente, é preciso fazer a
verificação dos sinais vitais: a respiração, a pulsação e a temperatura.

ATENÇÃO

Para sua proteção, sempre que for ter contato direto com uma vítima de acidente
de trânsito utilize luvas e máscara de proteção.

COMO AGIR COM A VÍTIMA INCONSCIENTE

Verifique os sinais vitais (respiração, temperatura e pulsação) na mesma posição em que


ela estiver.

Observe a respiração e a pulsação ao mesmo tempo.

Faça da seguinte maneira:

● Apoie dois dedos (indicador e médio) sobre a artéria carótida, localizada ao lado da
traquéia (no pescoço);
● Conte os batimentos durante 1 (um) minuto, aproximando seu rosto da boca e do
nariz da vítima para perceber sua respiração;
● Observe os movimentos do tórax e do abdômen da vítima.

Página 308
O pulso também é um dos pontos onde você pode medir a frequência de batimentos
cardíacos.

Página 309
Veja como fazer:

● Estique o braço da pessoa e coloque dois dedos (indicador e médio) sobre a artéria,
na parte interna do pulso;
● Ao sentir a artéria pulsar, você deve contar o número de pulsações durante um
minuto.

É importante acompanhar o ritmo da respiração da vítima em função do perigo de parada


cardiorrespiratória. A respiração curta e acelerada pode indiciar a ocorrência em breve de
uma convulsão, de um desmaio ou pode alertar para que a vítima esteja entrando em
estado de choque.

Frequência de batimentos cardíacos para diferentes idades:

Variam entre 130 a 160


Recém-nascidos
batimentos por minuto

Variam entre 115 a 130


Bebê maiores
batimentos por minuto

Variam entre 100 a 115


Crianças
batimentos por minuto

Variam entre 70 a 80 batimentos


Adultos
por minuto

Variam entre 60 a 70 batimentos


Idosos
por minuto

ATENÇÃO

As vítimas inconscientes têm prioridade de atendimento.

FAÇA O CERTO

Verificando a sensibilidade corporal: toque ou belisque partes do corpo da vítima,


enquanto pergunta se ela sente onde você está tocando ou beliscando.

Verificando a capacidade de movimentação: peça para a vítima mexer devagar os


dedos das mãos e dos pés. Depois, os braços e as pernas. Pergunte se ela sente alguma
dor no pescoço ou na coluna. Se houver suspeita de fratura, não movimente a vítima.
Verifique com mais detalhes o corpo da vítima, procurando outras lesões como fraturas e
ferimentos. Faça todos esses testes no local e na posição em que a vítima se encontra.
Faça a verificação com muito cuidado e delicadeza, para evitar outras lesões.

Página 310
Verificando a temperatura: Coloque sua mão no pescoço ou na testa da vítima para
verificar a temperatura. Se a vítima estiver muito quente, coloque compressas úmidas e
frias na testa e nas axilas dela. Assim, você poderá evitar convulsões, principalmente em
crianças, aqueça-las com cobertores, casacos ou mesmo jornais.

ATENÇÃO

Qualquer problema com a mobilidade dos membros, sensação de dormência ou


formigamento pode indicar suspeita de lesão ou fratura da coluna. Movimentar a
vítima pode ser fatal.

Mas, e se existir risco de morte para a vítima, como incêndio ou desabamento?

Somente em casos extremos, onde a vida da vítima corre real perigo, você deve mudá-la
de lugar. Mesmo assim, há vários procedimentos para evitar causar danos maiores à
coluna e à saúde em geral. A primeira regra para transportar uma vítima com suspeita de
lesão na coluna é nunca dobrar o pescoço ou as costas dela. Ela deve ser movimentada
como um bloco único, por mais de uma pessoa.

Cuidados com a vítima - o que não fazer

Na maioria dos sinistros, o condutor e demais envolvidos não são profissionais de resgate
e por isso devem se limitar a fazer o mínimo necessário com a vítima até a chegada do
socorro, até então se deve observar se a pessoa está respirando, e cuidar para mantê-la
respirando. Talvez a vítima esteja consciente, se isso ocorrer, é necessário perguntar o

Página 311
que está sentindo e observar possíveis hemorragias. Em hipótese alguma se pode dar
líquidos à vítima, e só encostar nos ferimentos se for para evitar grande perda de sangue.

Infelizmente, vão existir algumas situações que o socorro, mesmo chegando rapidamente
com equipamentos e profissionais treinados, pouco poderá fazer pela vítima. Mesmo
nestas situações difíceis, não se espera que alguém não habilitado faça algo para o qual
não esteja preparado ou treinado.

Segundo a ABRAMET (2005) são quatro os procedimentos que podem agravar a


situação das vítimas:

● Movimentar uma vítima;


● Retirar capacetes de motociclistas;
● Aplicar torniquetes para estancar hemorragias;
● Dar alguma coisa para a vítima tomar.

NÃO MOVIMENTAR A VÍTIMA!

A movimentação da vítima poderá causar piora de uma lesão na coluna ou em uma fratura
de um braço ou perna. A movimentação da cabeça ou do tronco de uma vítima que sofreu
um acidente com impacto que deforma ou amassa veículos, ou num atropelamento, pode
agravar muito uma lesão de coluna. Num acidente pode haver uma fratura ou
deslocamento de uma vértebra da coluna, por onde passa a medula espinhal. É ela que
transporta todo o comando nervoso do corpo, que sai do cérebro e atinge o tronco, os
braços e as pernas. Movimentando a vítima nessa situação, pode-se deslocar ainda mais a
vértebra lesada e danificar a medula, causando paralisia dos membros ou ainda da
respiração, o que com certeza vai provocar danos muito maiores, talvez irreversíveis.

No caso dos membros fraturados, a movimentação pode causar agravamento das lesões
internas no ponto de fratura, provocando o rompimento de vasos sanguíneos ou lesões
nos nervos, levando a graves complicações. Assim, a movimentação de uma vítima só
deve ser realizada antes da chegada de uma equipe de socorro, se houver perigos
imediatos como incêndio, perigo do veículo cair, ou seja, desde que esteja presente algum
risco incontrolável. Não havendo risco imediato, não movimente as vítimas. Até mesmo no
caso das vítimas que saem andando do acidente, é melhor que não se movimentem e
aguardem o socorro chegar para uma melhor avaliação. Aconselhe-as a aguardar
sentadas no veículo, ou em outro lugar seguro.

NÃO TIRAR O CAPACETE DE UM MOTOCICLISTA!

Retirar o capacete de um motociclista que se acidenta é uma ação de alto risco. A atitude
será de maior risco ainda, se ele estiver inconsciente. A simples retirada do capacete pode
movimentar intensamente a cabeça e agravar lesões existentes no pescoço ou mesmo no
crânio. Por isso deve-se aguardar a equipe de socorro ou pessoas habilitadas para que
eles realizem essa ação.

NÃO APLICAR TORNIQUETES!

O torniquete não deve ser realizado para estancar hemorragias externas. Atualmente este
procedimento é feito só por profissionais treinados e mesmo assim, em caráter de

Página 312
exceção, quase nunca é aconselhado. Sua utilização se restringe aos casos de
amputação, avulsão e esmagamento.

NÃO DAR NADA PARA A VÍTIMA INGERIR!

Nada deve ser dado para ingerir a uma vítima de acidente que possa ter lesões internas ou
fraturas e certamente será transportada para um hospital. Nem mesmo água. Se o socorro
já foi chamado, aguarde os profissionais que vão decidir sobre a conveniência ou não. O
motivo é que a ingestão de qualquer substância poderá interferir de forma negativa nos
procedimentos hospitalares. Por exemplo, se a vítima for submetida à cirurgia, o estômago
com água ou alimentos, é fator que aumentará o risco no atendimento hospitalar.

Com exceção, dos casos de pessoas cardíacas que fazem uso de alguns medicamentos
em emergências, geralmente aplicados embaixo da língua. Não impeça o uso dos
medicamentos que são rotina para eles. Recomenda-se sempre aguardar o socorro
especializado, porém, infelizmente, no extenso território brasileiro, existem áreas em que
este tipo de serviço especializado da saúde é escasso ou ineficiente.

Página 313
Regulamentação do CONAMA sobre poluição
ambiental causada por veículos
Os meios de transporte são responsáveis pela maior parte da emissão de gases e
partículas na atmosfera. No entanto, a poluição gerada pelos veículos não é apenas a
poluição do ar!
Entende-se por poluição a deterioração das condições ambientais que pode atingir o ar, a
água e o solo. Várias cidades vêm adotando medidas restritivas com o intuito de minimizar
os impactos negativos ao ambiente. Esse tema é considerado uma preocupação de caráter
internacional, resguardadas as especificidades de cada local, havendo necessidade de ser
abordada de forma sistemática.
A Legislação de Trânsito prevê sanções aos condutores e proprietários de veículos que
agridem o meio ambiente, tanto de forma ativa quanto passiva.
Para reduzir a poluição atmosférica causada pelos veículos, o Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) instituiu o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos
Automotores (PROCONVE), que engloba a conscientização da população a respeito da
poluição causada pelos veículos, o incentivo ao desenvolvimento da tecnologia no setor
automobilístico para redução de poluentes emitidos, o aprimoramento da qualidade dos
combustíveis líquidos utilizados e a fiscalização e a criação de programas de inspeção e
manutenção para veículos automotores em uso.
O CONAMA estabelece normas referentes a dispositivos destinados ao controle de
emissão de gases poluentes e de ruído, bem como prazos para sua fabricação e
instalação obrigatória nos veículos.
Por sua vez, o CTB estabelece características básicas dos veículos e do seu uso para a
proteção ao meio ambiente, dentre elas:
● Quais situações em que pode se fazer uso da buzina (Art. 41).
● Emissão de Poluentes: Possibilidade de alteração dos motores para utilização de
CMV– Gás Metano Veicular como combustível, desde que atendam aos mesmos
limites e exigências de emissão de poluentes e ruído previstos pelos órgãos
ambientais competentes e pelo Contran (Art. 98, § 1°).
● Exigência do Dispositivo destinado ao controle de emissão de gases poluentes e de
ruído, como equipamento obrigatório (Art. 105, V).
Além disso, o Código de Trânsito Brasileiro estabelece infrações diretamente relacionadas
à proteção do meio ambiente, entre as quais podemos citar:

Página 314
Enquadramento Infração Medida
Tipificação
no CTB Penalidade Administrativa

Média

Art. 172 Atirar do veículo ou abandonar na via –


objetos ou substâncias
Multa

Média
Deixar de retirar todo e qualquer objeto
Art. 226 que tenha sido utilizado para –
sinalização temporária da via Multa

Usar buzina:

I - em situação que não a de simples


toque breve como advertência ao
pedestre ou a condutores de outros
veículos;

II - prolongada e sucessivamente a Leve


qualquer pretexto;

Art. 227 III - entre as vinte e duas e as seis
horas; Multa

IV - em locais e horários proibidos pela


sinalização;

V - em desacordo com os padrões e


freqüências estabelecidas pelo
Contran.

Grave
Usar no veículo equipamento com som Retenção do veículo
Art. 228 em volume ou freqüência que não para regularização
sejam autorizados pelo Contran Multa

Art. 229 Usar indevidamente no veículo Média Remoção do veículo


aparelho de alarme ou que produza

Página 315
sons e ruído que perturbem o sossego
público, em desacordo com normas
fixadas pelo CONTRAN Multa

Grave
Conduzir o veículo com descarga livre Retenção do veículo
Art. 230, XI ou silenciador de motor de explosão para regularização
defeituoso, deficiente ou inoperante Multa

Conduzir o veículo em mau estado de Grave


conservação, comprometendo a Retenção do veículo
Art. 230, XVIII segurança, ou reprovado na avaliação para regularização
de inspeção de segurança e de Multa
emissão de poluentes e ruído

Transitar com o veículo derramando,


lançando ou arrastando sobre a via:
Gravíssima
a) carga que esteja transportando;
Retenção do veículo
Art. 231, II
b) combustível ou lubrificante que para regularização
esteja utilizando; Multa

c) qualquer objeto que possa acarretar


risco de acidente.

Grave
Transitar com o veículo produzindo Retenção do veículo
Art. 231, III fumaça, gases ou partículas em níveis para regularização
superiores aos fixados pelo CONTRAN Multa

Utilizar a via para depósito de Grave


Remoção da
mercadorias, materiais ou
Art. 245 equipamentos, sem autorização do mercadoria ou do
órgão ou entidade de trânsito com material
Multa
circunscrição sobre a via

Página 316
IMPORTANTE

O art. 104 do CTB estabelece que todos os veículos em circulação terão suas
condições de segurança, de controle de emissão de gases poluentes e de ruído
avaliadas mediante inspeção, que será obrigatória, na forma e periodicidade
estabelecidas pelo Contran para os itens de segurança, e pelo Conama para
emissão de gases poluentes e ruídos.

Os veículos reprovados nas inspeções serão retidos para regularização, tanto os


considerados inseguros quanto os considerados poluentes. Tal reprovação compromete os
condutores tanto para a obtenção do Licenciamento Anual de Veículo quanto para a
obtenção de um novo Certificado de Registro do Veículo.

PRINCIPAIS ÓRGÃOS FISCALIZADORES E REGULADORES


● IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis;
● CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente;
● INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia;
● ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.

PROGRAMAS
● PROCONVE – Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores,
cuja base técnica foi da CETESB e resultou na Resolução 18/86 do CONAMA.
O PROCONVE estabeleceu os limites máximos de emissão de poluentes por veículos
produzidos no país ou importados a partir de 1998.
Propiciou melhorias tecnológicas como: catalisador, canister, injeção eletrônica, etc.
A CETESB também exigiu da PETROBRÁS a substituição do chumbo, por determinada
porcentagem de álcool na gasolina.

POLUIÇÃO: CONCEITO, CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS

SAIBA MAIS

Poluição é a deterioração das condições ambientais, que pode atingir o ar, a


água e o solo. Em linhas gerais, a palavra poluição designa qualquer
modificação desfavorável do meio natural, cujos efeitos possam alterar o
equilíbrio do meio ambiente e provocar uma perda na qualidade de vida.

Página 317
No que tange às causas, os agentes que provocam a poluição são chamados poluentes.
Os poluentes podem ser gasosos, líquidos ou sólidos e concentram-se na atmosfera, na
água ou no solo. Entre eles, citam-se os gases tóxicos liberados na atmosfera, os detritos
acumulados nos rios e nas praias, o ruído excessivo produzido nos centros urbanos e até
mesmo os cartazes de publicidade, que modificam o aspecto visual de uma paisagem e
confundem a compreensão do homem.
A principal fonte de poluição atmosférica ainda é o monóxido de carbono produzido pela
frota de veículos, cujo crescimento resultou do desenvolvimento da indústria
automobilística. Para a Abetran (2015), o monóxido de carbono emitido por veículos leves
é responsável por 68,4% do total dessa fonte. Os veículos pesados contribuem com
28,6%, os processos industriais com 2,2%, e a queima de lixo com 2,6%.
Algumas das consequências causadas pela relação entre trânsito e meio ambiente são:
● poluição atmosférica, visual, sonora e de gases poluentes;
● erosão, decorrente do mau planejamento de estradas;
● agressões contra o meio ambiente, resultantes de sinistros no transporte de
produtos tóxicos poluentes;
● incêndios devastadores, devido ao uso inadequado de lugares de descanso à beira
das rodovias, ou ao ato de jogar cigarro pela janela de veículos;
● poluição do habitat natural pelos detritos jogados pelos motoristas nas rodovias;
● enchentes em vias urbanas, provocadas pelo acúmulo de lixo deixado pelos
usuários (motoristas e pedestres) em bueiros ou próximo a rios e lagos;
● mortes de animais silvestres, provocadas por excesso de velocidade e descaso à
sinalização.

Lembre-se sempre que a atividade de transporte rodoviário de produtos perigosos é,


potencialmente, poluidora do meio ambiente. Por isso, seja cuidadoso na direção e nas
demais etapas do transporte.

Página 318
Emissão de gases e partículas (fumaça)

O motor dos veículos transforma o combustível em gases que são lançados no ar.
Aproximadamente 99% desses gases podem ser considerados inofensivos. No entanto,
existe 1% dos gases que é altamente perigoso ao homem e ao meio ambiente.
Considerando a enorme frota de veículos automotores no país, essa pequena parcela
representa uma enorme quantidade de gases poluentes.
A poluição do ar também é causada pela evaporação do óleo e do combustível, que ocorre
com o carro parado ou em movimento, devido às variações da temperatura externa e do
motor. O veículo também elimina partículas no ar pelo atrito dos pneus com o asfalto, além
das partículas liberadas pelas pastilhas do freio a disco.

SAIBA MAIS

Os escapamentos dos veículos movidos a gasolina ou diesel lançam gases


tóxicos no ar, dentre os quais se destacam o monóxido e o dióxido de carbono,
além dos compostos sulfurosos.

O CTB, em seu Art. 97, determina que as características dos veículos, inclusive em
relação às emissões, suas especificações básicas, configuração e condições essenciais
para registro, licenciamento e circulação serão estabelecidas pelo CONTRAN, em função
de suas aplicações.

Página 319
Já no Art. 231, o CTB estabelece que transitar com veículo produzindo fumaça, gases ou
partículas em níveis superiores aos fixados pelo Contran é infração grave, prevendo
penalidade de multa e medida administrativa de retenção do veículo para regularização.

EMISSÃO DE GASES E PARTÍCULAS (FUMAÇA), EFEITO ESTUFA E A


DISTRIBUIÇÃO DA CAMADA DE OZÔNIO
A camada de ozônio é uma camada gasosa que envolve o planeta Terra, protegendo-o
dos raios ultravioletas. Esses raios são nocivos, podendo causar câncer de pele e
queimaduras graves se estiverem em contato muito próximo da pele humana. A poluição e
a liberação de gases como o clorofluorcarbono (CFC), provocam a destruição dessa
camada.
O gás CFC quando entra em contato com a camada de ozônio, produz uma substância
que a dilui. Se a destruição continuar, daqui a alguns anos os raios ultravioletas estarão
muito fortes. Mesmo se a poluição parar, o buraco ainda existirá. O ideal é tentar reduzir,
ou ainda, substituir os gases poluentes, por gases naturais e não poluentes.
Cada veículo tem sua parcela de contribuição na poluição existente no nosso planeta. A
poluição causada pelos veículos contribui para o agravamento do efeito estufa. Devido ao
fato de os gases se acumularem na atmosfera, a irradiação de calor da superfície fica nela
retida e o calor não é lançado para o espaço. Assim, essa retenção provoca o efeito estufa
artificial.

Emissão sonora

Página 320
O veículo não polui apenas o ar! Ele também provoca poluição sonora. Uma pessoa que
fica exposta aos ruídos excessivos dos veículos está sujeita ao estresse precoce, ao
desgaste físico e a outros aborrecimentos, como: desequilíbrio emocional, dor de cabeça,
zumbido no ouvido, deficiência auditiva, agitação, irritação, distúrbios gástricos, palpitação,
insônia etc.
A poluição sonora, causada pelo excesso de barulho, tem muitas fontes, sendo que os
veículos contribuem em grande parte com esse tipo de poluição. Suas consequências
sobre cada organismo dependem de fatores como a intensidade, frequência, continuidade
ou intermitência, duração da exposição e, também, de características físicas e de saúde da
pessoa.

DICA

A consequência mais grave da poluição sonora para a saúde humana é a


redução da capacidade auditiva. Muitas pessoas não sabem, mas a perda
de audição é irreversível.

Para tentar reduzir a poluição sonora, o CTB estabelece como infrações o uso prolongado
e excessivo da buzina, o uso de equipamentos com som ou volume de frequência que não
sejam autorizados pelo Contran, e o uso indevido de aparelho de alarme que produza sons
e ruídos que perturbem o sossego público, entre outras.
De acordo com o Art. 227, do CTB, constitui infração leve, com penalidade de multa,
usar a buzina:
I - Em situação que não a de simples toque breve como advertência ao pedestre ou a
condutores de outros veículos.
II - Prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto.
III - Entre as vinte e duas e às seis horas.
IV - Em locais e horários proibidos pela sinalização.
V - Em desacordo com os padrões e frequências estabelecidas pelo Contran.

O CTB estabelece como infração grave, em seu Art. 228, usar no veículo equipamento
com som em volume ou frequência que não sejam autorizados pelo Contran. Haverá
penalidade de multa com retenção do veículo para regularização.

O Art. 229 estabelece que usar indevidamente no veículo aparelho de alarme ou que
produza sons e ruído que perturbem o sossego público, em desacordo com normas fixadas
pelo Contran, constitui infração média, com penalidades de multa e remoção do veículo.

Página 321
Manutenção preventiva do veículo para a
preservação do meio ambiente

Uma manutenção bem executada é fundamental para que a vida útil prescrita de um
veículo ou de um equipamento seja maximizada, tanto no que se refere ao seu
desempenho quanto à sua disponibilidade. Alguns dos principais objetivos da manutenção
preventiva são:
● Otimizar os insumos, garantindo mais segurança e reduzindo os impactos
ambientais.
● Garantir a frota disponível para a operação do serviço.
● Manter o controle do histórico da manutenção ao longo de toda a vida útil do
veículo.
A manutenção preventiva é efetuada frequentemente de acordo com critérios pré-
estabelecidos para reduzir a probabilidade de falha do veículo ou a degradação de um
serviço efetuado. Os tipos de manutenção preventiva são:
● Manutenção sistemática: de acordo com o tempo de uso do equipamento.
● Manutenção condicional: executada de acordo com o estado do equipamento
após a evolução de um sintoma significativo.
A manutenção sistemática ou programada é realizada geralmente em intervalos fixos.
Especialistas recomendam que ela seja adotada somente se sua utilização criar uma
oportunidade para reduzir falhas que não são detectáveis antecipadamente ou se ela for
imposta por exigência de produção ou segurança.

Página 322
A manutenção preventiva evita que potenciais problemas ocorram e possibilita a tomada
de ações para aumentar a segurança e evitar sinistros. Dentre outros, são itens básicos
que devem ser verificados:
● Pneus e rodas;
● Cintos de segurança;
● Faróis, lanternas, luz de freio, pisca-pisca e pisca-alerta;
● Freios;
● Limpadores de para-brisa;
● Nível de água do radiador;
● Nível de óleo; e
● Direção.

Página 323
Fazer manutenção periódica do veículo é uma das medidas preventivas para evitar
sinistros de trânsito.
Com algumas ações você evita danos ao meio ambiente, à sua saúde e dirige com mais
economia:
● Mantenha o motor regulado: você economiza cerca de 10% de combustível e evita a
transmissão excessiva de poluentes;
● Siga o plano de manutenção estabelecido pelo fabricante de seu veículo;
● Observe a vida útil dos componentes e equipamentos do veículo como filtros de ar
condicionado, óleo etc.;
● Abasteça o veículo com combustíveis de procedência comprovada;
● Conserve o nível de óleo de seu motor;
● Controle a pressão dos pneus: a pressão baixa aumenta o consumo de combustível;
● Evite carregar peso inútil.

Os pneus devem estar em perfeitas condições, pois representam um fator importante de


segurança. O desgaste dos pneus deve se dar por igual tanto no sentido radial quanto no
transversal. No entanto, há várias causas que provocam um desgaste irregular, mesmo
que o pneu esteja calibrado corretamente.

Página 324
O freio é um dos dispositivos mais importante para a segurança e tem por finalidade fazer
o veículo parar. Os veículos leves são equipados com freio de serviço e de
estacionamento. Já os veículos médios e pesados, além do freio de serviço e de
estacionamento, são equipados com o freio motor.

Os espelhos retrovisores, internos e externos devem ser mantidos limpos, firmes e


regulados para a posição que permita boa visibilidade pelo motorista.

Página 325
A suspensão diminui as trepidações e os choques resultantes do contato dos pneus do
veículo com o solo. Atenção aos amortecedores, molas e estabilizadores, pois eles são
muito importantes na manutenção da dirigibilidade, da estabilidade e da segurança do seu
veículo.
Toda parte elétrica do veículo deve estar funcionando perfeitamente. Qualquer sinal de
mau funcionamento no painel de instrumento merece ser investigado.

O indivíduo, o grupo e a sociedade


Todos os seres vivos têm a tendência de viver em grupos de estruturas definidas,
principalmente quanto à divisão de trabalho. Deste modo, é mais fácil obter alimentos,
defender a prole, sem contar que a possibilidade de sobrevivência é muito maior do que
com a vida isolada.
O homem, apesar de viver em comunidade, mantém muita individualidade, o que não
acontece com os outros seres vivos. E da atividade mental do homem surge a
originalidade, que também só se aplica ao ser humano, e cuja ausência em outros tipos de
sociedade permite maior rigidez de estrutura e automatismo.
O estudo do meio ambiente no trânsito, se faz necessário, para que haja consciência e
humanização no trânsito, respeitando assim os elementos que o compõem. Desse modo
poderemos diagnosticar os problemas causados pelo comportamento inadequado do
homem, principalmente no meio urbano, apontando assim medidas práticas para a solução
dos problemas. Para que haja uma harmonização no trânsito é necessário conhecer e
cumprir as regras de circulação e conduta.
Você, condutor, como a maioria das pessoas, pertence a algum grupo de indivíduos
atraídos por interesses comuns, como, por exemplo: família, amigos, clube, igreja. Esses
grupos, por sua vez, são integrantes e formadores da sociedade.
Apesar de fazer parte dos grupos, o indivíduo possui características próprias que o
diferenciam dos outros. O motorista precisa conhecer a caracterização da população com
a qual irá trabalhar.

IMPORTANTE

Cada pessoa tem um jeito de falar, de vestir e de viver. E para manter uma boa
convivência com as pessoas é importante conhecer e respeitar as diferenças
individuais, que são divididas em: sociais, físicas, psicológicas, culturais e
religiosas.

Ou seja, cada pessoa tem a sua personalidade, que é o conjunto de características que
tornam o indivíduo único e diferente dos outros. A personalidade possui diferentes

Página 326
aspectos, tais como a aparência física, a capacidade intelectual, a emotividade, as
qualidades sociais e o sistema de valores.
Alguns fatores podem determinar a personalidade: a herança biológica ou a natureza do
indivíduo, o ambiente e a idade.

Relacionamento interpessoal
SAIBA MAIS

O relacionamento interpessoal é um conceito do âmbito da sociologia e psicologia


que significa uma relação entre duas ou mais pessoas. Esse tipo de relacionamento
é marcado pelo contexto em que o indivíduo está inserido, podendo ser no
ambiente familiar, escolar, de trabalho, de comunidade (CARDO, 2015; MARIUZA e
GARCIA, 2010).

É imprescindível que os profissionais do transporte, de sua parte, saibam agir


corretamente frente às diversas situações cotidianas, identificando e mudando as más
atitudes e posturas negativas. A fim de que isso ocorra, é necessário relembrar, resgatar e
colocar em uso os valores descritos em seguida:
● Educação: corresponde ao cultivo de boas maneiras no trato com todas as pessoas;
● Empatia: está relacionada à habilidade de se colocar no lugar do outro;
● Receptividade: diz respeito à facilidade de manter a mente aberta e explicitar boa
vontade no atendimento às pessoas;
● Respeito: constitui a base de qualquer relacionamento entre os colegas, superiores,
subordinados e os clientes;
● Bom senso: está associado à capacidade de entender uma situação e resolvê-la da
melhor forma possível;
● Flexibilidade: corresponde à aptidão de lidar com pontos de vista distintos;
● Paciência: está relacionada a saber não tomar decisões de forma precipitada;
● Persistência: é a perseverança da utilização de todos os valores positivos no
cotidiano;
● Equilíbrio: corresponde a ter as rédeas do próprio comportamento;
● Igualdade: está associada à percepção de que todos merecem ser tratados com
cortesia, sem diferenciação;
● Humildade: constitui a aptidão de reconhecimento dos próprios equívocos;
● Simplicidade: consiste na habilidade de simplificar questões a serem resolvidas,
bem como em se fazer entender por meio de linguagem de fácil compreensão.

Página 327
SAIBA MAIS

Habilidade interpessoal é a capacidade que uma pessoa tem de relacionar-se


eficazmente com outras pessoas, de forma adequada às necessidades do outro e
às exigências da situação.

Para que tenhamos um ambiente de trabalho saudável, é importante desenvolver


competências interpessoais, já que os sentimentos de cada um influenciam a execução
das atividades. Sentimentos positivos de comunicação, cooperação, respeito e amizade
repercutem favoravelmente e aumentam a produtividade. Por outro lado, sentimentos
negativos de antipatia e rejeição tenderão à diminuição das interações, ao afastamento, à
menor comunicação, acarretando resultados desfavoráveis, com provável queda da
produtividade.
As pessoas possuem diversas características que podem ser consideradas habilidades
pessoais e que facilitam as relações, por exemplo:
● Habilidade de comunicar ideias de forma clara e precisa em situações individuais e
de grupo.
● Habilidade de ouvir e compreender o que os outros dizem.
● Habilidade de aceitar críticas sem fortes reações emocionais defensivas (tornando-
se hostil ou “fechando-se”).
● Habilidade de dar feedback aos outros de modo útil e construtivo.
● Habilidade de percepção e consciência de necessidades, sentimentos e reações
dos outros.
● Habilidade de reconhecer e lidar com conflitos e hostilidade dos outros.
● Habilidade de modificar um ponto de vista em função do feedback dos outros e dos
objetivos a alcançar.
● Tendência a procurar relacionamento mais próximo com as pessoas, dar e receber
afeto no seu grupo de trabalho.

DICA

Todos possuímos habilidades que são mais desenvolvidas e outras que são
menos. A mudança é difícil, pois exige de cada um a compreensão dolorosa de
que algumas de suas atitudes não são adequadas.

Página 328
Competência interpessoal não é, portanto, um dom ou talento inato da personalidade, e
sim, uma capacidade que se pode desenvolver por meio de treinamento próprio. No
entanto, é preciso conhecer melhor as pessoas para podermos utilizar de maneira mais
apropriada às nossas habilidades.

O indivíduo como cidadão


Um verdadeiro cidadão é um indivíduo consciente de seu papel na sociedade. A cidadania
pode ser definida como o conjunto de direitos e deveres que um indivíduo tem perante o
Estado, que constituem as normas de conduta do cidadão.
Ser cidadão é participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Vamos
conhecer mais sobre esses direitos e deveres
As normas de conduta são definidas por leis e códigos. No Brasil, a lei máxima é a
Constituição Federal (BRASIL, 1988), que prevê uma série de direitos individuais,
compostos tanto por direitos do homem quanto por direitos fundamentais. Essa distinção
se faz porque os chamados direitos do homem são aqueles inerentes à condição humana,
cabendo ao Estado, por meio da Constituição, não o dever de criá-los, mas somente de
reconhecê-los como pré-existentes.
A Constituição trata dos direitos sociais em um capítulo próprio, classificando-os em
trabalhistas, ou seja, o homem enquanto produtor, e os direitos do homem enquanto
destinatário de um serviço, que dizem respeito, por exemplo, à previdência social que deve
ser prestada ao indivíduo.
São direitos sociais definidos na Constituição: educação, saúde, moradia, lazer,
segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância e a assistência
aos desamparados. Entende-se que, ao falar nisso, a Constituição está tratando do
mínimo necessário à realização da dignidade humana.
O direito à saúde implica que, nos casos de doença, cada indivíduo tenha direito a um
tratamento condizente com os avanços da medicina, não importando a sua situação
econômica. Esse direito exige do Estado garantia da continuidade da vida, executando
medidas e serviços que previnam e tratem as doenças.
Ainda sob essa perspectiva, existe o direito à educação. A Constituição diz que “a
educação é direito de todos, dever do Estado e da família”. Isso significa, em primeiro
lugar, que o Estado deve fornecer ou possibilitar, a todos, acesso aos serviços
educacionais e que, em segundo lugar, é dever da família verificar que seus membros
tenham acesso à educação.

IMPORTANTE

O CTB estabelece as regras a serem respeitadas pelos usuários das vias, com
o objetivo de garantir a segurança do trânsito. Portanto, como cidadão, o
condutor tem o direito a um trânsito seguro e o dever de respeitar o CTB para

Página 329
garantir esse direito a todos os usuários, sejam motoristas, passageiros ou
pedestres.

A responsabilidade civil e criminal do condutor e o


CTB
O CTB prevê penalidades na forma de multa pecuniária e medidas administrativas para
quem desrespeita as leis de trânsito. Além disso, no Capítulo XIX – Dos Crimes de
Trânsito, já vimos que o infrator poderá ser punido com pena de detenção nos casos
previstos nos arts. 302, 303, 304, 305, 306, 307, 308, 309, 310, 311 e 312, e de reclusão
nos casos dos arts. 302, § 3°, e 303, § 2°.
De acordo com o CTB, ao proprietário do veículo caberá sempre a responsabilidade pela
infração referente à prévia regularização e preenchimento das formalidades e condições
exigidas para o trânsito do veículo na via terrestre, conservação e inalterabilidade de suas
características, componentes, agregados, habilitação legal e compatível de seus
condutores, quando esta for exigida, e outras disposições que deva observar. Já ao
condutor caberá a responsabilidade pelas infrações decorrentes de atos praticados na
direção do veículo.
O Art. 291 do CTB estabelece que aos crimes cometidos na direção de veículos
automotores, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo
Penal, se o CTB não dispuser de modo diverso, bem como, no que couber, a Lei nº 9.099,
de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e
dá outras providências.
O Art. 301 deixa claro que ao condutor de veículo, nos casos de sinistros de trânsito com
vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se o condutor prestar
pronto e integral socorro à vítima. Dessa forma lembre-se: em caso de acidente, oferecer
socorro à vítima é uma obrigação!

DICA

Infringir o CTB, além de ser um fator de risco de sinistros, não condiz com uma
boa imagem profissional.

Página 330
PREVENÇÃO DE INCÊNDIO
Conceito de Fogo, Tetraedro e Fontes de Ignição
Fogo ou combustão é o resultado de uma reação química das mais simples e, para que ela
se efetive, é necessária a presença de quatro elementos: combustível, comburente, ignição
e reação em cadeia.

A conhecida figura do triângulo de fogo foi substituída pelo tetraedro do fogo, devido à
inclusão do quarto elemento: a reação em cadeia. Elencados a seguir estão os elementos
do tetraedro:
● Combustível: é o elemento que alimenta o fogo e que serve como campo para sua
propagação. Podem ser sólidos, líquidos e gasosos. O combustível, para reagir com
o oxigênio, deve ser aquecido até o seu ponto de fulgor (temperatura mínima em
que o material libera gases em quantidade suficiente para iniciar a combustão);

Há combustíveis que já possuem oxigênio em sua composição, como é o caso da pólvora,


nitratos, entre outros, que podem queimar em qualquer lugar, com ou sem a presença do
ar.

● Comburente: é o elemento ativador do fogo, ou seja, concebe vida às chamas. O


comburente mais comum é o oxigênio, contido no ar atmosférico em uma
porcentagem de 21%. Se essa porcentagem for próxima de 13%, não haverá
chama;
● Ignição: é o agente que dá início ao processo de combustão, introduzindo na
mistura combustível/comburente, a energia mínima inicial necessária;
● Reação em cadeia: é o processo de sustentabilidade da combustão, pela presença
de radicais livres que são formados durante o processo de queima do combustível.

As causas dos incêndios são muito variadas. Alguns materiais, em temperatura ambiente,
podem pegar fogo com uma simples faísca. Outros, no entanto, necessitam de
aquecimento prévio para que entrem em combustão. É importante conhecer as fontes de
ignição, responsáveis por iniciar uma combustão. Citam-se, a seguir, as fontes de ignição
mais comuns:
● fontes de origem térmica: fósforos, cigarros, fornos, soldadura, recipientes a
gasolina, óleo ou outros;

Página 331
● fontes de origem elétrica: interruptores, disjuntores, aparelhos elétricos defeituosos,
eletricidade estática;
● fontes de origem mecânica: fagulhas provocadas por ferramentas,
sobreaquecimento devido à fricção mecânica;
● fontes de origem química: reação química com liberação de calor, reação de
substâncias auto-oxidantes.

Transmissão do Calor
Outro aspecto importante do fogo é a sua propagação. O calor é uma fonte de energia que
pode ser transmitida de um corpo a outro, sendo que essa transmissão pode ocorrer de
três formas, a saber:
● Condução: é o processo pelo qual o calor se transmite de um corpo a outro por
contato direto;
● Convecção: ocorre por meio de correntes circulatórias originadas da fonte, sendo
esta a forma particular de transmissão de calor nos líquidos e gases. Por exemplo,
em um incêndio localizado nos andares baixos de um edifício, os gases aquecidos
sobem pelas aberturas verticais (elevadores de ar, vãos de escadas, ou portas e
janelas), atingindo combustíveis de outros locais e provocando outros focos de
incêndio. É dessa forma que um incêndio se propaga em locais, às vezes, bastante
afastados do lugar onde se iniciou o fogo;
● Irradiação: ocorre por meio da transmissão de ondas de energia calorífica. Um
corpo quente emite radiação em todas as direções, atingindo outros corpos (ex. o
calor do sol).

Métodos de Extinção de Incêndio


Entre os métodos comumente utilizados para a extinção de incêndio, principalmente na
atividade do transporte rodoviário de produtos perigosos, deve-se ter em mente os
seguintes:
● Resfriamento: consiste no lançamento de água no local em chamas, provocando
seu resfriamento com o objetivo de eliminar o “calor” do tetraedro do fogo;
● Abafamento: consiste em impedir que o oxigênio participe da reação, abafando o
fogo. extinguimos o incêndio se tiramos o “oxigênio” do tetraedro do fogo;
● Isolamento: neste método, separamos o combustível dos demais componentes do
fogo, abrindo uma trilha para que o fogo não passe, impedindo a formação do
tetraedro.

Página 332
ATENÇÃO

Veículos de transporte de produtos perigosos cujo painel de segurança contenha a


letra “X” transportam produtos que reagem perigosamente com água,
desprendendo gases inflamáveis, não podendo ser empregado o método de
resfriamento, salvo se com outra substância que não cause reação.

Classificação de incêndios
Os incêndios podem pertencer a diferentes classes, a saber:
● Classe A: os materiais queimam em superfície e em profundidade deixando
resíduos. O resfriamento é o melhor método de extinção. Exemplos: fogo em papel,
madeira, tecidos;
● Classe B: fogo em líquidos inflamáveis. Os materiais queimam em superfície.
Nesse caso, o abafamento é o melhor método de extinção. O agente extintor ideal é
o Pó Químico Seco (PQS) e a espuma mecânica (LGE). Exemplos: fogo em
gasolina, óleo e querosene;
● Classe C: fogo em equipamentos elétricos energizados. O agente extintor ideal é o
Pó Químico Seco (PQS) e o gás carbônico (CO2). Exemplos: fogo em motores,
transformadores, geradores e computadores;
● Classe D: fogo em metais combustíveis. O agente extintor ideal é o pó químico
especial. Essa classe requer agentes extintores específicos. Exemplos: fogo em
zinco, alumínio, sódio, magnésio;
● Classe E: fogo em material radioativo. Essa classe requer isolamento imediato da
área. Contacte imediatamente o Corpo de Bombeiros (telefone 193). Exemplo: fogo
em produtos perigosos radioativos;
● Classe K: fogo em óleo e gorduras em cozinhas. O abafamento é o melhor método
de extinção. O agente extintor ideal Pó Químico Seco (PQS).

Página 333
Ademais, é importante que o condutor de veículos que transportam produtos perigosos
domine algumas definições relacionadas à temperatura:

Ponto de fulgor: temperatura mínima necessária para que um combustível desprenda


vapores ou gases inflamáveis, porém, não se mantém porque os gases produzidos ainda
são insuficientes.
Ponto de combustão: temperatura mínima necessária para que um combustível
desprenda vapores ou gases inflamáveis que, mesmo que seja retirada a fonte externa de
calor, o fogo não se apaga, pois essa temperatura faz gerar gases suficientes para manter
o fogo ou a transformação em cadeia.
Ponte de ignição: aquela em que os gases desprendidos dos combustíveis entram em
combustão apenas pelo contato com o oxigênio do ar, independentemente de qualquer
fonte de calor.

Eis, a seguir, exemplos de pontos de fulgor e temperatura de ignição para algumas


substâncias:

Principais pontos e temperaturas de alguns combustíveis ou inflamáveis

Combustíveis Inflamáveis Ponto de Fulgor Temperatura de Ignição

Álcool etílico 12,6°C 371,0°C

Gasolina -42,0°C 257,0°C

Querosene 38,0°C a 73,5°C 254,0°C

Parafina 199,0°C 245,0°C

Fonte: CETESB (2016).

Tipos de Extintores, seus Agentes e Manuseio


Para cada classe de incêndio, existem extintores apropriados para combatê-los:

Tipo de Extintor Classificação Capacidade Utilização

Rompa o lacre, aperte


Pó químico para a alavanca e
A, B e C 1 kg e 2 kg
veículos direcione o jato para a
base das chamas

Página 334
Puxe o pino de
segurança, retire o
esguicho e acione o
Espuma mecânica AeB 10 litros
gatilho direcionando o
jato para a base das
chamas

Puxe o pino de
segurança, retire o
1, 2, 4, 6, 8, 10 e 12 esguicho e acione o
Pó químico seco BeC
kg gatilho direcionando o
jato para a base das
chamas

Puxe o pino de
segurança, retire o
esguicho e acione o
Água pressurizada A 10 litros
gatilho direcionando o
jato para a base das
chamas.

Retire o pino e acione


o gatilho direcionando
o jato para a base das
Gás carbônico CO2 BeC 6 kg
chamas. Segurar na
empunhadura e
nunca no difusor.

Fonte: CIMI (2016)

É preciso identificar o tipo de incêndio que se vai combater, antes de escolher o agente
extintor ou equipamento adequado. Verifique sempre o rótulo dos extintores. Eles devem
conter no mínimo:
● data de validade: o extintor deve estar dentro do prazo de validade;
● lacre de segurança: certifique-se de que o lacre esteja intacto;
● conformidade Inmetro: veja se o extintor possui o selo do Inmetro.;
● condições gerais do extintor: o extintor não pode estar amassado, não pode ter
ferrugem e outros danos.

Página 335
Resumo do Módulo
Caro (a) condutor (a), neste módulo revisamos os procedimentos que devemos adotar em
caso de envolvimento ou testemunho de acidente de trânsito. É importante não esquecer:

- Para prestar os Primeiros Socorros, é importante ter o devido preparo pois, caso
contrário, pode-se agravar a situação e causar lesões graves, até mesmo definitivas.

- Assim como o condutor de veículo que transporta produtos perigosos deve conhecer a
legislação de trânsito e de transporte, é essencial que ele também esteja devidamente
capacitado a prestar os primeiros socorros em caso de acidente.

- Somente em casos extremos, onde a vida da vítima corre perigo imediato, pode-se mudá-
la de lugar.

- A sinalização para indicar a ocorrência de um acidente deve ser colocada de maneira que
as pessoas sejam avisadas antes de se aproximarem muito do local. Além disso, ela deve
ser visível.

- Em situações de emergência, o controle emocional é responsável por grande parte do


êxito do socorro. Caso não se sinta preparado, não realize nenhum procedimento, a
melhor escolha é aguardar o socorro especializado. Há situações em que uma manobra
equivocada poderá deixar sequelas irreparáveis.

- A prestação de socorro é um ato de cidadania. Portanto, estando ou não envolvido num


acidente, minimizar o sofrimento de outro indivíduo, podendo fazê-lo, é uma obrigação
moral de todos nós.

- Os elevados volumes de tráfego, principalmente nas cidades grandes, geram


concentração de poluentes e ruídos em níveis que, dependendo da intensidade, frequência
e volume, prejudicam a saúde das pessoas.

- O trânsito é um dos ambientes onde há grande quantidade de interações entre diferentes


grupos. Dizemos que o trânsito é democrático, pois qualquer um pode participar dele, seja
como condutor, seja como pedestre.

- É por meio das interações e das relações com as pessoas que estabelecemos nossos
valores, propósitos, atitudes e comportamentos.

- Conhecer as normas e saber lidar com as pessoas no trânsito é fundamental.


Desrespeitar as leis de trânsito, além de ser um fator de risco de sinistros, não condiz com
uma boa imagem profissional. O comportamento do condutor é muito importante em sua
atividade.

- A manutenção preventiva do veículo contribui para evitar prejuízos à saúde e ao meio


ambiente.

Página 336
- A principal fonte de poluição atmosférica ainda é o monóxido de carbono produzido pela
frota de veículos, cujo crescimento resultou do desenvolvimento da indústria
automobilística.

- Lembre-se de que o CTB estabelece as regras a serem respeitadas pelos usuários das
vias com o objetivo de garantir a segurança do trânsito. Portanto, como cidadão, o
condutor de veículo de emergência tem o direito a um trânsito seguro, e o dever de
respeitar o CTB para garantir esse direito a todos os demais usuários.

- A atividade de transporte rodoviário de produtos perigosos é, potencialmente, poluidora


do meio ambiente. Por isso, seja cuidadoso na direção e nas demais etapas do transporte.

- Para vencer os desafios do dia a dia, é imprescindível que os profissionais do transporte


rodoviário de produtos perigosos saibam valer-se do relacionamento interpessoal, agindo
corretamente frente às diversas situações, identificando e mudando as más atitudes e as
posturas negativas.

- As causas de incêndio no transporte rodoviário de produtos perigosos são muito variadas.


Alguns materiais, em temperatura ambiente, podem pegar fogo com uma simples faísca.
Outros, contudo, necessitam de aquecimento prévio para que entrem em combustão.

Página 337
Exercícios de fixação
1 - As primeiras providências a serem tomadas são essenciais, pois podem salvar
vidas e evitar sinistros, a saber:
a) Sinalização do local do acidente
b) Acionamento de recursos: bombeiros, polícias, ambulância, concessionária da via,
etc.
c) Verificação das condições gerais da vítima
d) Todas as alternativas estão corretas

2 - Qual número de telefone acionamos o RESGATE DO CORPO DE BOMBEIRO?


a) 190
b) 191
c) 192
d) 193

3 - O atendimento inicial, feito no local do acidente, tem como finalidade principal:


a) manter a vítima viva independentemente das consequências
b) preparar a vítima para uma cirurgia, caso necessário
c) socorrer a vítima antes da chegada de atendimento médico
d) manter os sinais vitais

4 - Um motorista depara-se com um acidente ocasionado pela colisão de dois


ônibus. No interior dos veículos encontram-se algumas vítimas queixando-se de
fome, sede e dores musculares. Neste caso, a conduta correta do motorista é:
a) oferecer, após rápida avaliação, bebidas quentes e analgésicos
b) não oferecer alimentos ou bebidas, até ordem contrária dos médicos socorristas
c) estimular que todos comam alimentos com sal para evitar queda da pressão arterial
d) oferecer, após rápida avaliação, apenas alimentos doces

5 - Uma das regras principais de Primeiros Socorros é a sinalização do local do


acidente. Numa situação de chuva, em uma via de trânsito rápido, a distância do
acidente para iniciar a sinalização deverá ser de:
a) 80 passos
b) 100 passos
c) 160 passos
d) 200 passos

Página 338
GABARITO

1 - As primeiras providências a serem tomadas 4 - Um motorista depara-se com um acidente


são essenciais, pois podem salvar vidas e evitar ocasionado pela colisão de dois ônibus. No interior
sinistros, a saber: dos veículos encontram-se algumas vítimas
queixando-se de fome, sede e dores musculares.
e) Sinalização do local do acidente Neste caso, a conduta correta do motorista é:
f) Acionamento de recursos: bombeiros,
polícias, ambulância, concessionária da e) oferecer, após rápida avaliação, bebidas
via, etc. quentes e analgésicos
g) Verificação das condições gerais da vítima f) não oferecer alimentos ou bebidas, até
h) Todas as alternativas estão corretas ordem contrária dos médicos
socorristas
Comentário: Primeiramente, deve-se sinalizar o g) estimular que todos comam alimentos
local a fim de não gerar outro acidente, verifique com sal para evitar queda da pressão
as condições da vítima, chame socorro arterial
especializado e informe as condições da vítima ao h) oferecer, após rápida avaliação, apenas
atendente. alimentos doces

2 - Qual número de telefone acionamos o Comentário: Não dê nada para a vítima de


RESGATE DO CORPO DE BOMBEIRO? acidente tomar ou comer, mesmo que com
intenção de acalmá-la. Pois, a vítima pode ter
alteração da consciência e apresentar vômitos,
e) 190 engasgando-se e “aspirar” o líquido ou comida
f) 191 para os pulmões, gerando asfixia. É importante
g) 192 destacar que não se deve dar medicamentos, pois
h) 193 não sabe qual vai ser a reação no organismo da
pessoa, então nunca de remédios a vítima.
Comentário: CORPO DE BOMBEIROS: 193;
SAMU: 192; POLÍCIA MILITAR: 190; POLÍCIA
5 - Uma das regras principais de Primeiros
RODOVIÁRIA FEDERAL: 191.
Socorros é a sinalização do local do acidente.
Numa situação de chuva, em uma via de trânsito
3 - O atendimento inicial, feito no local do rápido, a distância do acidente para iniciar a
acidente, tem como finalidade principal: sinalização deverá ser de:

e) manter a vítima viva independentemente e) 80 passos


das consequências f) 100 passos
f) preparar a vítima para uma cirurgia, caso g) 160 passos
necessário h) 200 passos
g) socorrer a vítima antes da chegada de
atendimento médico
Comentário: As distâncias para o início da
h) manter os sinais vitais sinalização são calculadas com base no espaço
necessário para o veículo parar após iniciar a
Comentário: No atendimento inicial, feito no local frenagem, mais o tempo de reação do motorista.
do acidente, tem como finalidade manter os sinais Assim, quanto maior a velocidade, maior deverá
vitais. Vale ressaltar que os sinais vitais são ser à distância para iniciar a sinalização. Quando
indicadores indispensáveis das funções condições adversas estiverem presentes, deve-se
desempenhadas pelo nosso corpo. dobrar os passos, por exemplo, via de trânsito
rápido: 160 passos largos; caso esteja em
condições normais: 80 passos largos.

Página 339
MOVIMENTAÇÃO
DE PRODUTOS
PERIGOSOS

Página 340
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará neste módulo:
PRODUTOS PERIGOSOS:
- Classificação dos produtos perigosos;
- Simbologia;
- Reações químicas (conceituações);
- Efeito de cada classe sobre o meio ambiente.
Classe 1: EXPLOSIVOS:
- Conceituação;
- Divisão da classe;
- Regulamentação específica do Ministério da Defesa;
- Comportamento preventivo do condutor;
- Procedimentos em casos de emergência.
Classe 2: GASES:
- Inflamáveis, não-inflamáveis, tóxicos e não-tóxicos:
- Comprimidos;
- Liquefeitos;
- Mistura de gases;
- Refrigerados.
- Em solução;
- Comportamento preventivo do condutor;
- Procedimentos em casos de emergência.
Classe 3: LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS
- Ponto de fulgor;
- Comportamento preventivo do condutor;
- Procedimentos em casos de emergência.
Classe 4: SÓLIDOS INFLAMÁVEIS; SUBSTÂNCIAS SUJEITAS À COMBUSTÃO
ESPONTÂNEA; SUBSTÂNCIAS QUE, EM CONTATO COM A ÁGUA, EMITEM GASES
INFLAMÁVEIS:
- Comportamento preventivo do condutor;

Página 341
- Procedimentos em casos de emergência;
- Produtos que necessitam de controle de temperatura.
Classe 5: SUBSTÂNCIAS OXIDANTES E PERÓXIDOS ORGÂNICOS:
- Comportamento preventivo do condutor;
- Procedimentos em casos de emergência;
- Produtos que necessitam de controle de temperatura.
Classe 6: SUBSTÂNCIAS TÓXICAS E SUBSTÂNCIAS INFECTANTES:
- Comportamento preventivo do condutor;
- Procedimentos em casos de emergência.
Classe 7: MATERIAL RADIOATIVO:
- Legislação específica pertinente;
- Comportamento preventivo do condutor;
- Procedimentos em casos de emergência.
Classe 8: SUBSTÂNCIAS CORROSIVOS:
- Comportamento preventivo do condutor;
- Procedimentos em casos de emergência.
Classe 9: SUBSTÂNCIAS E ARTIGOS PERIGOSOS DIVERSOS, INCLUINDO AS
SUBSTÂNCIAS QUE APRESENTAM RISCO PARA O MEIO AMBIENTE.
- Comportamento preventivo do condutor;
- Procedimentos em casos de emergência.
RISCOS MÚLTIPLOS:
- Comportamento preventivo do condutor;
- Procedimentos em casos de emergência.
RESÍDUOS:
- Legislação específica pertinente;
- Comportamento preventivo do condutor;
- Procedimentos em casos de emergência.

Página 342
Introdução
Caro(a) Aluno (a),

Quais são os principais aspectos dos produtos perigosos das Classes de Risco 1, 2 e 3?
Quais procedimentos de segurança o condutor deve adotar para o transporte de
explosivos, gases e líquidos inflamáveis?

Cada Classe de Risco de produtos perigosos para fins de transporte apresenta suas
características específicas, que influenciam nos procedimentos de segurança a serem
adotados pelo condutor do veículo transportador.

Neste módulo, falaremos sobre a classificação dos produtos perigosos para fins de
transporte, os conceitos básicos de físico-química, e daremos início ao estudo das Classes
de Risco (explosivos, gases e líquidos inflamáveis).

Página 343
PRODUTOS PERIGOSOS
Classificação dos Produtos Perigosos

Conforme já apresentado, os produtos perigosos para fins de transporte, se dividem


em nove classes de risco. Cada classe de risco é identificada por rótulos de risco
específicos que veremos a seguir.

Quanto aos painéis de segurança que também compõem a sinalização, já abordamos no


módulo 1, especificando suas características, cores e informações.

A informação dos riscos, para fins de transporte de produtos perigosos, é constituída,


portanto, pela identificação dos volumes e das embalagens e pela sinalização do veículo e
dos equipamentos de transporte, já abordados no módulo 1 deste curso.

Página 344
Rótulos de risco
Os Rótulos de Risco devem ter a forma de um quadrado, colocado em um ângulo de 45º
(forma de losango), com dimensões mínimas de 100 mm por 100 mm e a largura mínima
da linha interna à borda, que forma o losango, deve ser de 2 mm. A linha interna à borda
do rótulo deve ser traçada a 5 mm dessa borda e ser paralela a seu perímetro. Na metade
superior do rótulo, a linha interna à borda deve ser da mesma cor do símbolo, e, na metade
inferior, da mesma cor do número que indica a classe ou subclasse no canto inferior.

As dimensões mínimas mencionadas no parágrafo anterior são as previstas para


embalagens ou volumes.

No que se refere a veículo, há variação de acordo com o peso bruto total do veículo que
será utilizado para o transporte de produtos perigosos.

Os rótulos de risco devem satisfazer às exigências no que se refere a cores, símbolos e


formato geral, sendo detalhados na Norma ABNT NBR 7500.

Os rótulos devem ser afixados sobre um fundo de cor contrastante ou devem ser
contornados externamente, em todo seu perímetro, por uma borda pontilhada ou
contínua.

São permitidos os modelos de rótulos de risco utilizados nos modais aéreo e


marítimo previstos na Norma ABNT NBR 7500, os quais podem apresentar variações
nos pictogramas.

Todos os rótulos, independentemente do material de fabricação utilizado, devem ser


capazes de suportar intempéries, sem que ocorra redução substancial de sua
eficácia.

Os rótulos devem ser afixados sobre um fundo de cor contrastante ou devem ser
contornados externamente, em todo seu perímetro, por uma borda pontilhada ou contínua,
na cor do símbolo, ou devem ser afixados em porta-placas, desde que o porta-placas seja
de cor contrastante rótulo de risco pode ser intercambiável ou dobrável, desde que seja
construído em material metálico e possua dispositivo de encaixe com quatro travas de
segurança, projetado e afixado de maneira que não exista movimentação das suas partes
sobrepostas ou que não se percam em razão de impactos ou ações não intencionais
durante o transporte.

Página 345
Destaca-se ainda, que não é permitida a utilização do verso do rótulo de risco
removível para identificar outra classe ou subclasse de risco.

Ademais, os rótulos de risco utilizados na identificação do veículo ou equipamento


de transporte, que veremos a seguir, podem ser de material refletivo, exceto as
legendas ou símbolos de cor preta que não podem ser refletivos.

Quanto ao texto na parte central do rótulo de risco, informa-se que é opcional. Ele
indica a classe de risco correspondente a simbologia apresentada. Em alguns casos,
quando é necessário informar a subclasse e o grupo de compatibilidade química, a
informação é obrigatória.

Você identificará essas variações durante o estudo deste módulo, quando


apresentaremos as classes de risco detalhadamente.

Dessa forma, nas imagens a seguir especificaremos as dimensões dos rótulos de risco
previstas para a sinalização dos veículos.

DIMENSÕES RELACIONADAS AO RÓTULOS DE RISCO – VEÍCULOS DE ATÉ 3.500


KG

Se o transporte for realizado em um veículo de até 3.500 kg de peso bruto total, o rótulo de
risco terá as seguintes dimensões: 250 mm x 250 mm (25 cm x 25 cm).

Página 346
DIMENSÕES RELACIONADAS AO RÓTULOS DE RISCO – VEÍCULOS ACIMA DE ATÉ
3.500 KG

Se o transporte for realizado em um veículo acima de 3.500 kg de peso bruto total, o rótulo
de risco terá as seguintes dimensões: 300 mm x 300 mm (30 cm x 30 cm).

Reações Químicas (Conceituações)

As reações ou os fenômenos físicos e químicos estão presentes no dia a dia. É muito


importante conhecê-los bem para saber usá-los a favor e evitar possíveis efeitos ou
consequências desastrosas.

• Fenômeno químico: é todo aquele que ocorre com a formação de novas substâncias. Um
fenômeno químico, como a combustão, transforma uma substância em outra, com
diferentes propriedades químicas. Exemplo: após a combustão de um fósforo, a
composição da cinza e da fumaça é totalmente diferente do palito inicialmente presente. O
fenômeno químico altera a natureza da matéria.

• Fenômeno físico: causa transformações da matéria sem ocorrer alteração de sua


composição química. É todo fenômeno que ocorre sem que haja a formação de novas
substâncias. Exemplo: mudanças no estado físico da matéria. A água pode ser encontrada
no estado sólido, líquido ou gasoso, mas sua molécula H²O continua a mesma, ou seja, o
fenômeno físico altera apenas a forma da matéria.

Página 347
Os fenômenos físicos não alteram a constituição íntima da matéria, não formam novas
substâncias, e podem ser repetidos várias vezes.
Exemplos: mudança do estado físico da água.

Já os fenômenos ou reações químicas são combinações de uma ou mais substâncias que


se alteram formando novas substâncias e não podem ser repetidas com as mesmas
substâncias.
Exemplos: queima de materiais combustíveis, decomposição, combinação de
substâncias, veículo envolvido em um incêndio.

Agora, você já sabe o que é fenômeno físico e químico, entendendo melhor porque alguns
produtos químicos são considerados perigosos. Nesta seção, será realizado um estudo de
cada Classe de Risco de produto perigoso para fins de transporte, identificando suas
principais características e os procedimentos de segurança no transporte rodoviário,
recomendados por manuais de atendimento de emergência envolvendo produtos
perigosos, consultas a Fichas de Informação sobre Segurança de Produtos Químicos
(FISPQ), dentre outros links de consulta que propiciem informes para o enfrentamento de
emergência envolvendo produtos perigosos.

Obviamente muitas medidas aqui disponibilizadas não serão realizadas por você em razão
de exigirem equipamentos ou conhecimentos especializados acerca dos produtos.
Entretanto, possuir os conhecimentos acerca do que faz um produto, suas reações, meios
de contaminação, dentre outros aspectos faz toda a diferença, pois, no momento da
emergência não há tempo suficiente para realizar pesquisas e se faz necessário adotar
procedimentos bem como indicar soluções para mitigar os efeitos daquela situação.

Neste norte, possuir conhecimentos prévios acerca do produto que transporta pode ser um
bom caminho de aprendizado e de escolhas no momento de uma intervenção.

Página 348
CLASSE DE RISCO 1 —EXPLOSIVOS
CLASSE 1 – EXPLOSIVOS

A Classe dos explosivos se subdivide em:

Subclasse 1.1: Substâncias e artigos com risco de explosão em massa (exemplo:


nitroglicerina insensibilizada - ONU 0143);
Subclasse 1.2: Substâncias e artigos com risco de projeção, mas sem risco de
explosão em massa (exemplo: minas com carga de ruptura - ONU 0294);
Subclasse 1.3: Substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco de
explosão ou de projeção, ou ambos, mas sem risco de explosão em massa (exemplo:
cartuchos para sinalização - ONU 0054);
Subclasse 1.4: Substâncias e artigos que não apresentam risco significativo
(exemplo: cordel acendedor - ONU 0066);
Subclasse 1.5: Substâncias muito insensíveis, com risco de explosão em massa
(exemplo: explosivos de demolição tipo B - ONU 0331);
Subclasse 1.6: Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em
massa (exemplo: artigos explosivos extremamente insensíveis - ONU 0486).

No quadro acima apresentamos as subclasses de produtos explosivos, indicando


exemplos para que você possa identificar de acordo com as reações de cada subclasse
qual é a respectiva característica.

No módulo 1, já havíamos abordado o tema, neste módulo de forma complementar


apresentaremos algumas características para que você adote cuidados ao movimentar
produtos dessa classe de risco.

Atentar para as orientações das embalagens, da guia de transporte e da incompatibilidade


existente entre alguns produtos explosivos é essencial para que o transporte que pretenda
realizar possar ser executado com segurança.

O Exército Brasileiro é o encarregado da fiscalização de materiais explosivos em geral,


conforme dispõe o Regulamento sobre os princípios, as classificações, as definições e as
normas para a fiscalização de produtos controlados pelo Comando do Exército, atualizado

Página 349
na versão mais recente pelos Decretos nº 11.322/2022 e 11.615/2023, os quais alteraram
diversos artigos do Regulamento de Produtos Controlados.

No módulo 1, disponibilizamos link para acesso a Diretoria de Fiscalização de Produtos


Controlados do Exército Brasileiro, ambiente que permitirá informações acerca da
legislação vigente para o transporte de produtos controlados, realizar consultas
processuais, fazer a tramitação de guias necessárias para o transporte, dentre outras
informações pertinentes ao tema.

Explosivos são substâncias que, submetidas a uma transformação química


extremamente rápida, produzem grande quantidades de gases e calor. Esses gases
expandem-se a altíssima velocidade e temperatura, gerando aumento de pressão e
provocando deslocamento do ar.

Segurança no Transporte Rodoviário de Explosivos

O condutor deve atentar aos seguintes procedimentos no transporte rodoviário de


explosivos:

● os veículos devem ser do tipo baú ou envolvidos com lona impermeável;


● o carregamento, descarregamento e paradas por necessidade devem ser feitos
longe de locais de habitação ou com muito movimento de pessoas. se houver
necessidade, as autoridades devem ser imediatamente informadas;
● caso os veículos andem em comboio, deverão manter distância de 80 metros em
movimento, com velocidade compatível e a 50 metros quando estacionados, sempre
acompanhados de batedores;
● as embalagens deverão ser acondicionadas no veículo de tal forma que não sofram
deslocamentos, seguindo orientações do expedidor, protegidas contra atritos e
choques mecânicos;
● é proibido utilizar materiais facilmente inflamáveis para estivar as embalagens;
● os veículos transportadores da Classe 1 não devem apresentar defeitos estruturais
ou deterioração de qualquer um de seus componentes;
● deve-se obedecer às velocidades máximas permitidas para as vias; deve-se utilizar
sinalização, tais como bandeirolas vermelhas ou tabuletas de aviso, as quais devem
ser afixadas em lugares visíveis do veículo de transporte.

DICA

O veículo de transporte, antes do carregamento, deverá ser limpo. Esse cuidado serve
para eliminar resíduos de materiais inflamáveis e objetos metálicos que possam produzir
centelhas.

RÓTULOS DE RISCO - SUBCLASSE


EXPLOSIVOS:

- Fundo laranja, pictograma acima preto,


grupo de compatibilidade ao centro e número
Página 350 da classe de risco no vértice do rótulo de
risco.
CLASSE DE RISCO 2 — GASES
CLASSE 2 – GASES

Gás é um dos estados físicos da matéria. Os gases expandem-se ou contraem-se


facilmente, quando sofrem alteração de temperatura e pressão.

A Classe dos gases se subdivide em três subclasses, cada qual com sua
particularidade e especificidade.

Nesse contexto apresentamos a você as subclasses específicas e alguns exemplos de


produtos que de acordo com as respectivas características físicas e químicas se amoldam
na classe em comento.

Subclasse 2.1: Gases inflamáveis (exemplo: butano - ONU 1011, GLP - ONU 1075);

Subclasse 2.2: Gases não-inflamáveis, não-tóxicos (exemplo: ar comprimido - ONU


1002);

Subclasse 2.3: Gases tóxicos exemplo: (exemplo: amônia anidra - ONU 1005, cloro
– ONU 1017);

Em que pese as subclasses da classe dos gases apresentar características próprias, as


quais conduzem as ações do motorista a adoção de cuidados especiais, destacamos que
todos os produtos classificados como perigosos apresentam situações de risco que não
podem ser negligenciadas, sob pena de potencializar riscos desnecessários e até mesmo
acidentes (sinistros), conforme já destacamos ao longo desse curso.

Nesse contexto, é importante que façamos alguns comentários a respeito indicando os


riscos e perigosos no transporte de produtos perigosos para que você adote as condutas
mais assertivas quando for realizar a movimentação de produtos classificados como
perigosos.

Dessa foram, ao analisar as subclasses da classe dos gases, inicialmente temos a


subclasse 2.1 que aborda os gases inflamáveis.

Página 351
Nessa subclasse temos os riscos associados, obviamente, a inflamabilidade. Devemos,
portanto, quando transportar produtos perigosos que foram classificados nessa classe,
evitar gerar centelhas, fagulhas ou expor os produtos perigosos a ambientes que podem
potencializar riscos ou acidentes.

Sendo assim, não podemos negligenciar o transporte, pois nossas ações estão
diretamente relacionadas a segurança.

Também inserido nessa classe, temos a subclasse 2.2 relacionada aos gases não-
inflamáveis e não-tóxicos. A própria nomenclatura afasta a inflamabilidade e a
toxidade no desprendimento desses gases do produto perigoso transportado.

Condição que nos permite realizar o questionamento:

- Qual é o risco dos produtos alocados nessa subclasse de risco?

O transporte de qualquer produto classificado como perigoso apresenta riscos, pois, alguns
produtos alocados nessa subclasse, como os criogênicos, por exemplo, diminuem em
oitocentas vezes o seu volume, sendo transportados em baixíssimas temperaturas para
que o produto seja armazenado dentro de um equipamento de transporte.

Nestas condições, há uma concentração muito grande do produto, que em caso de


vazamento, se em contato com algum tecido vivo sem a devida proteção, poderá congelá-
lo e, consequente fazer com que a pessoa exposta tenha além de severas queimadas o
risco de perder a parte do corpo afetada.

Há outros gases, transportados em cilindros que a depender da forma de transporte,


podem, serem percursores do deslocamento do cilindro projetado pela ação dos gases,
ocasionando um grande de risco de impacto a alguma barreira a frente, podendo ser
objeto, pessoas ou qualquer obstáculo.

Desse modo, em hipótese alguma podemos negligenciar a segurança, tendo todo o


cuidado necessário para obedecer às informações repassadas pelo fabricante do produto
para transportá-lo de acordo como o que preconiza as normas de segurança
estabelecidas.

Uma boa fonte de consulta para entender de forma mais adequadas as características
física e químicas de qualquer substância é a FISPQ (Ficha de Informação de Segurança
de Produtos Químicas), prevista como fonte de orientação para profissionais das empresas
e para o próprio trabalhador em caso de exposição prolongada a determinados produtos.
As informações do documento em comento são padronizadas e estão previstas na ABNT-
NBR 14.725, sendo divididas em dezesseis seções com muitos informes.

Recentemente, ocorreu alteração na nomenclatura do documento, tendo como objetivo


padronizar procedimentos conforme fichas de dados técnicos de produtos adotadas em
âmbito internacional.

Página 352
Desta forma, a FISPQ passará a ser denominada FDS (Ficha com Dados de Segurança).
Pela publicação em julho de 2023 através da ABNT-NBR 14.725 de mesmo número,
porém, atualizada, as empresas terão dois anos para realizarem as adequações. Por
enquanto, prevalecerá os dois documentos concomitantemente,

No caso de dúvidas a respeito de produtos químicos, são dois excelentes documentos que
permitem informações atualizadas e podem ser acessados através de pesquisa em
buscadores na internet.

Ainda tratando da subclasse da classe dos gases, temos a subclasse 2.3 que
abrange os gases tóxicos.

O risco dessa subclasse é muito grande, pois estamos diante de produtos que se dissipam
no ar, uns mais leves que o ar (que se dispersam para o alto) e outros mais pesados (que
se direcionam ao solo) e, dependendo da toxidade, a simples exposição por curto espaço
de tempo pode trazer sérias consequências. Alguns gases, como a Amônia anidra, por
exemplo, número ONU 1005, corroem o sistema respiratório, fazendo com que a pessoa
exposta interrompa a respiração pela ação do produto. Causa ainda severas queimaduras
na pele e nos olhos.

Como visto, a exposição a determinados produtos é muito grave e, suas ações no


transporte podem ser preventivas para evitar que produtos como esse causem dados a
sua saúde em caso de acidente.

Lidar com gases tóxicos é extremamente perigoso, pois alguns tem cheiro característico
como a amônia, outros não tem cheiro e quando a pessoa se dá conta, já está sob a ação
dos efeitos da exposição direta ao produto perigoso.

Desse modo, devemos ter muito cuidado ao visualizar ao transportar gases tóxicos em
razão dos riscos e perigos associados.

A seguir, são definidos alguns gases:

● gás inflamável: gás que, a 20 °C e à pressão de 101,3 kPa, é inflamável quando em


mistura de 13% ou menos, em volume, com o ar; ou apresenta uma faixa de
inflamabilidade com o ar de no mínimo 12 pontos percentuais, independentemente
do limite inferior de inflamabilidade;
● gás comprimido: gás que, exceto se em solução, quando acondicionado sob
pressão para transporte, é completamente gasoso à temperatura de 20 ºC;
● Gás liquefeito: gás que, quando acondicionado para transporte, é parcialmente
líquido à temperatura de 20 °C;
● gás liquefeito refrigerado: gás que, quando acondicionado para transporte, torna-se
parcialmente líquido por causa de baixa temperatura;

Página 353
● gás em solução: gás comprimido que, quando acondicionado para transporte, é
dissolvido num solvente; • gás asfixiante: gás que dilui ou substitui o oxigênio
normalmente existente na atmosfera; completamente gasoso à temperatura de 20
°C;
● gás não inflamável e não tóxico: gases transportados a uma pressão não inferior a
280 kPa, a 20 °C, ou como líquidos refrigerados e que sejam asfixiantes (gases que
diluem ou substituem o oxigênio normalmente existente na atmosfera), ou sejam
oxidantes (gases que, geralmente por fornecerem oxigênio, causem ou contribuam,
mais do que o ar, para a combustão de outra matéria), ou não se enquadrem em
outra subclasse;
● gás tóxico: gás reconhecidamente tão tóxico ou corrosivo para pessoas, que
constitui risco à saúde; ou que é supostamente tóxico ou corrosivo para pessoas por
apresentar um valor de concentração letal (CL50) igual ou inferior a 5.000 mL/m 3
(ppm).

São exemplos de gases:

● permanente: ar, oxigênio, hélio;


● liquefeito sob pressão: butano, propano;
● dissolvido sob pressão: Acetileno;
● altamente refrigerado: oxigênio líquido, nitrogênio líquido.

Segurança no Transporte Rodoviário de Gases

Atente-se aos seguintes procedimentos no transporte rodoviário de gases:

● as embalagens dos produtos não devem ser expostas ao calor ou submetidas a


choques mecânicos;
● no manuseio de cilindros, é conveniente o uso de carrinhos ou similares;
● mantenha o capacete de proteção da válvula, mesmo em cilindros vazios;
● durante o transporte de gases a granel, deve-se: Fazer paradas periódicas para
verificar a pressão por meio do manômetro.
● os motores e os canos de escapamentos dos veículos que transportam gases
deverão ser isolados para não transmitir calor;
● os equipamentos elétricos dos veículos devem ser protegidos para evitar centelhas;
● utilize máscaras apropriadas, em função do tipo de gás que está sendo
transportado;
● quando se tratar de veículo tipo baú, verifique se há dispositivo de ventilação;
● o carregamento e descarregamento de gases tóxicos, e as paradas do veículo
transportando esse produto, devem ser feitos longe de habitações ou locais com
muito movimento de pessoas;
● para o transporte vertical dos cilindros, fazer a amarração da carga, utilizando os
cintos de segurança existentes nas cestas;

Página 354
● jamais dirija com todos os vidros fechados, para neutralizar os possíveis efeitos de
gases no compartimento do motorista.

Importante
Fazer paradas periódicas para verificar a pressão por meio do manômetro.

DICA
Caso ocorra algum vazamento de gases do veículo, se os vidros estiverem fechados,
o condutor irá inalá-los, podendo sofrer intoxicação.

Cuidados dos condutores de veículos de transporte


de produtos perigosos, referentes a gases

Constituem ações de emergência com gases ou vapores não inflamáveis:

● tentar, se possível, fechar a válvula;

Importante
Na impossibilidade de fechar a válvula, levar o cilindro para uma área aberta.
Afastar as pessoas caso o cilindro esteja solto, protegendo-se dos movimentos rápidos;

● Evitar o contato com o jato, quando em grande vazamento;


● No caso do oxigênio e outros gases oxidantes, não permitir o contato do gás com
óleo, graxa, estopa ou qualquer material combustível;
● No caso dos gases asfixiantes (nitrogênio, argônio, hélio entre outros), em
ambientes fechados, há risco de asfixia quando em concentração maior que 82%,
em mistura com o oxigênio.

Ações específicas com gases ou vapores inflamáveis:

● Afastar o cilindro de qualquer fonte de ignição e material oxidante;


● Sempre que possível, fechar imediatamente a válvula;

DICA

Página 355
Se não for possível fechar a válvula, deixar o gás queimar, resfriando o cilindro com água
em um local protegido.

● Se o vazamento for em conexões sob pressão, não usar ferramentas que possam
causar atrito;
● Evitar o contato do gás com qualquer ponto aquecido, e não acender chama;
● Tentar desviar as chamas de outros cilindros ou materiais inflamáveis.

Acidente com vazamento de gases ou vapores tóxicos:

● Procurar um local seguro que possa parar o veículo e isolar a área;


● Colocar a proteção respiratória;
● Identificar as consequências;
● Utilizar dispositivo para confinamento e contenção de vazamento (exemplo: conjunto
de emergência para cloro);
● Se a válvula do cilindro não estiver danificada, fechar o fluxo de gás;
● Em caso de fogo, usar extintor de pó químico para combate a incêndio.

Importante
Caso o fogo persista, isolar o cilindro dos demais e deixar queimar.

Em caso de cilindro de gases expostos ao fogo:

● Avisar os demais atores envolvidos e afastar-se do local;


● Chamar o Corpo de Bombeiros e fornecer as informações sobre os riscos,
conteúdo, quantidades e localização dos cilindros;
● Se possível, retirar todos os cilindros que ainda não foram expostos às chamas.

Procedimento para casos de mistura de gases


Em caso acidente com mistura de gases sem presença de fogo:
Uma mistura de gases, na maioria dos casos, tem efeito de periculosidade idêntico ao
efeito dos gases inflamáveis e vapores tóxicos identificados individualmente.
Na mistura de gases tóxicos e/ou inflamáveis em ambiente fechado as ações imediatas
devem ser:
● Procurar um local seguro que possa parar o veículo e isolar a área.
● Colocar a proteção respiratória.
● Identificar as consequências.

Página 356
Com os passos seguintes:
● Se em ambiente fechado, procurar meios de realizar a purga do ambiente.
● Se em espaço aberto, procurar meios de neutralizar a atmosfera circundante, com
espargimento de gases inertes ao fogo e com deficiência de oxigênio.
É óbvio que as orientações apresentadas devem ser realizadas diante de possibilidades,
pois, a depender do gás transportado e das condições da ocorrência, não haverá outro
caminho que não seja isolar a área e adotar as medidas de afastamento de curiosos e
acionar os órgãos respondedores para intervirem na emergência.
Portanto, é importante que você motorista tenha conhecimento mínimo a respeito do
produto perigoso transportado para saber, principalmente, o que não fazer diante de um
sinistro ou incidente.
Na dúvida pesquise sobre o produto que transporta para conhecer seus efeitos e adote
sempre uma condução preventiva e segura para evitar acidentes (sinistros) durante a sua
viagem.

RÓTULOS DE RISCO – RÓTULOS DE RISCO – RÓTULOS DE RISCO –


SUBCLASSE 2.1 GASES SUBCLASSE 2.2 GASES SUBCLASSE 2.3 GASES
INFLAMÁVEIS: NÃO-INFLAMÁVEIS E TÓXICOS:
NÃO-TÓXICOS:
Fundo branco, pictograma
Fundo verde, pictograma acima preto, número da
Fundo vermelho,
acima preto ou vermelho, classe de risco no vértice
pictograma acima preto ou
número da classe de risco na cor preta.
vermelho, número da
no vértice na cor vermelha
classe de risco no vértice Obs.: é facultado o nome
ou branca.
na cor vermelha ou da subclasse ao centro e
branca. Obs.: é facultado o nome não é permitido colocar o
da subclasse ao centro e número dessa subclasse
Obs.: é facultado o nome
não é permitido colocar o no vértice do rótulo de
da subclasse ao centro e
número dessa subclasse risco (exemplo: 2.3).
não é permitido colocar o
no vértice do rótulo de
número dessa subclasse
risco (exemplo: 2.2).
no vértice do rótulo de
risco (exemplo: 2.1).

Página 357
CLASSE DE RISCO 3 — LÍQUIDOS
INFLAMÁVEIS
CLASSE 3 – LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS

Líquidos inflamáveis são líquidos, misturas de líquidos ou líquidos que contenham sólidos
em solução ou suspensão (por exemplo: tintas, vernizes, lacas) que produzam vapor
inflamável a temperaturas de até 60,5 °C em ensaio de vaso fechado, ou até 65,6 °C em
ensaio de vaso aberto, normalmente referido como ponto de fulgor. Explosivos líquidos
insensibilizados são substâncias explosivas dissolvidas ou suspensas em água ou em
outras substâncias líquidas, para formar uma mistura líquida homogênea que suprima suas
propriedades explosivas.

Essa classe compreende líquidos inflamáveis e explosivos líquidos insensibilizados.


Você já sabe que o fogo é resultado de uma reação química, onde participam o oxigênio
do ar, uma fonte de ignição e o combustível, gerando luz e calor. Durante o transporte de
produtos dessa Classe de Risco, estão sempre presentes o oxigênio e o líquido inflamável
(combustível), bastando uma fonte de ignição para que ocorra um incêndio.
Contudo, algumas fontes de ignição não são passíveis de serem vistas. É o caso do calor
provocado por motores e da eletricidade estática.
Para evitar a presença da eletricidade estática, é necessário usar, durante o carregamento
e descarregamento do produto, o cabo antiestático (cabo-terra) no veículo. O cabo-terra é
conectado a um terminal apropriado e no chassi do veículo, eliminando, dessa forma, a
presença desse risco.

SAIBA MAIS
A eletricidade estática ocorre quando, por exemplo, há carregamento ou descarregamento
do produto, podendo, em determinadas condições, gerar centelhas e inflamar os vapores
do líquido.

Página 358
DICA
• O ponto de fulgor é a temperatura mínima em que um líquido libera vapores inflamáveis
que, em contato com uma fonte de ignição, inflama-se, apagando-se em seguida, em
razão da pouca quantidade de vapores formados.
• Um líquido inflamável incendeia-se quando atinge o ponto de combustão e entra em
contato com uma fonte externa de calor.
• A areia ou a terra podem ser utilizadas para anular a inflamabilidade de líquidos
inflamáveis.

Segurança no transporte rodoviário de líquidos


inflamáveis
São ações de segurança no transporte rodoviário de líquidos inflamáveis:

● Os tanques que tenham transportado líquidos inflamáveis devem estar fechados,


para não terem contato com fontes de ignição;
● Motores e canos de escapamento devem ser isolados de forma a não transmitirem
calor aos produtos;
● O manuseio de bombonas é semelhante ao de tambores, devendo ser evitados
choques mecânicos;
● Armazenamento de tambores e bombonas:

DICA
De preferência, os tambores e as bombonas devem ser empilhados na posição vertical
com o uso de paletes, no máximo em três pilhas para tambores e duas para bombonas.

● No empilhamento horizontal de tambores, deve ser utilizada a base triangular de


madeira;
● As operações de carga ou descarga de tambores devem ser feitas com o uso de
rampas com proteção de borracha, carrinhos e empilhadeiras;
● Verificar tambores e bombonas para evitar vazamentos;
● O tanque não deve apresentar vazamentos em suas válvulas ou conexões;
● Não manuseie.

Importante

Página 359
Não manuseie líquidos inflamáveis e nem respire seus vapores, pois muitos desses
produtos apresentam risco subsidiários

Página 360
RÓTULOS DE RISCO – CLASSE 3 LÍQUIDOS
INFLAMÁVEIS:

Fundo vermelho, pictograma acima preto ou


vermelho, número da classe de risco no vértice
na cor vermelha ou branca.

Obs.: é facultado o nome da classe ao centro.

Nesta unidade, continuaremos com o estudo das Classes de Risco, abordnado, agora, os
sólidos inflamáveis, as substâncias oxidantes e os peróxidos orgânicos, as substâncias
tóxicas e os infectantes, os materiais radioativos, as substâncias corrosivas e os artigos
perigosos diversos.

CLASSE DE RISCO 4 — SÓLIDOS


INFLAMÁVEIS:
CLASSE 4 – SÓLIDOS INFLAMÁVEIS

Os produtos da Classe de Risco 4 apresentam a propriedade de se inflamarem com


facilidade na presença de uma fonte de ignição, até mesmo em contato com a água ou
com o oxigênio do ar

Página 361
Por essa razão, foram agrupados em três Subclasses:

Subclasse 4.1: Sólidos inflamáveis, substâncias autorreagentes e explosivos


sólidos insensibilizados (exemplo: enxofre - ONU 1350, magnésio - ONU 1869)

Subclasse 4.2:
4.2:Substâncias
Substânciassujeitas
sujeitas à combustão
à combustão espontânea
espontânea (exemplo:
(exemplo: carvão
carvão de de
origem animal ou vegetal - ONU 1361, sulfeto de sódio anidro - ONU 1385);

Subclasse 4.3: Substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis
(exemplo: fosfeto de cálcio - ONU 1360, fosfeto de alumínio - ONU 1397, carbureto de
cálcio - ONU 1402).

A imagem a seguir apresenta as variações de padrão e cores dos rótulos de risco


vinculados às classes de risco mencionadas. Nesse sentido, é importante que você preste
muita atenção comparando-a com a simbologia que pretende afixar no veículo, caso
transporte produtos perigosos destas classes.

A outro tanto, quando destacamos cada classe de risco e respectivas subclasses,


procuramos na descrição associar a cor da subclasse de risco (rótulo de risco) na
descrição.

A ideia foi facilitar a aprendizado para que desde já associem as cores a subclasse de
risco correspondente.

A correta colocação da simbologia associada a respectiva identificação faz toda a


diferença quando a há uma intervenção em um sinistro, pois, propicia a quem responde
visualizar de longe a que produto se refere.

Ter cuidados básicos, faz com que você motorista adote medidas preventivas em todo o
transporte e evite potencializar a ocorrência, caso se envolva em um sinistro que não pode
ser evitado.

Todas as normativas de transporte se atendidas, possibilitam que etapas de verificação


sejam mais céleres e, consequentemente a intervenção seja realizada em menor tempo.

Fazer a sua parte no transporte e, em especial, se tratando de transporte rodoviário de


produtos perigosos, faz toda a diferença.

Página 362
RÓTULOS DE RISCO – RÓTULOS DE RISCO – RÓTULOS DE RISCO –
SUBCLASSE 4.1 SÓLIDOS SUBCLASSE 4.2 SUBCLASSE 4.3
INFLAMÁVEIS: SUBSTÂNCIAS SUJEITAS SUBSTÂNCIAS, QUE EM
À COMBUSTÃO CONTATO COM A ÁGUA,
ESPONTÂNEA: EMITEM GASES
Fundo vermelho e branco INFLAMÁVEIS:
Fundo vermelho e branco
listrado, pictograma acima Fundo azul, pictograma
dividido no meio,
preto, número da classe de acima preto ou branco,
pictograma acima preto,
risco no vértice na cor número da classe de risco
número da classe de risco
preta. no vértice na cor preta ou
no vértice na cor preta.
Obs.: é facultado o nome branca.
Obs.: é facultado o nome
da subclasse ao centro e Obs.: é facultado o nome
da subclasse ao centro e
não é permitido colocar o da subclasse ao centro e
não é permitido colocar o
número dessa subclasse não é permitido colocar o
número dessa subclasse
no vértice do rótulo de número dessa subclasse
no vértice do rótulo de
risco (exemplo: 4.1). no vértice do rótulo de
risco (exemplo: 4.2).
risco (exemplo: 4.3).

Importante
Um sólido inflamável quando queima, libera gases irritantes e tóxicos.

Substâncias espontaneamente combustíveis


Algumas substâncias podem inflamar-se em contato com o oxigênio do ar, sem a
necessidade de uma fonte de ignição. Essas substâncias são denominadas
espontaneamente combustíveis, como é o caso do fósforo branco.

Esses produtos são acondicionados em embalagens especiais, normalmente mergulhados


em água, evitando o contato com o oxigênio do ar.

Página 363
Segurança no Transporte Rodoviário de Sólidos
Inflamáveis
Os procedimentos de segurança em que você deve ficar atento são os seguintes:

● as embalagens contendo produtos dessa Classe de Risco não devem apresentar


sinais de violação;
● as embalagens contendo produtos dessa Classe de Risco devem ser arrumadas no
veículo de maneira que não sejam submetidas a atrito ou choque; calor ou umidade;

Dica
As embalagens devem ser protegidas da ação direta do sol e mantidas em local frio, bem
ventilado e longe de qualquer fonte de calor e umidade.

● No transporte de produtos a granel, o equipamento deve ser coberto com lona


impermeável.

CLASSE DE RISCO 5 —
SUBSTÂNCIAS OXIDANTES E
PERÓXIDOS ORGÂNICOS
CLASSE 5 – SUBSTÂNCIAS OXIDANTES E PERÓXIDOS ORGÂNICOS

Essa Classe de Risco reúne substâncias que, na sua maioria, não são combustíveis,
mas que podem liberar rapidamente o oxigênio, aumentando ou sustentando a
combustão de outros materiais combustíveis.

Devido à facilidade de liberação do oxigênio, essas substâncias são relativamente


instáveis e reagem quimicamente com uma grande variedade de substâncias,
podendo gerar um incêndio, mesmo sem a presença de fontes de ignição.

Página 364
Essa Classe de Risco está dividida em duas Subclasses:

Subclasse 5.1: Substâncias oxidantes (exemplo: nitrato de potássio – ONU 1486,


permanganato de potássio – ONU 1490);

Subclasse 4.2:
5.2: Substâncias sujeitas à
Peróxidos orgânicos combustão
(exemplo: espontânea
peróxido (exemplo:
orgânico carvão–de orig
tipo B líquido
ONU 3101, peróxido orgânico tipo C – ONU 3104).

A imagem a seguir apresenta as variações de padrão e cores dos rótulos de risco


vinculados às subclasses de risco mencionadas. Nesse sentido, é importante que você
preste muita atenção comparando-a com a simbologia que pretende afixar no veículo, caso
transporte produtos perigosos da classe de Substâncias oxidantes e Peróxidos orgânicos.

É interessante destacar que essa classe apresenta no vértice do rótulo de risco a


informação

da subclasse a que pertence.

Desta forma, como pode ser observado na imagem a seguir, o rótulo de risco trará em seu
vértice a informação 5.1 (Substância oxidante) e 5.2 (Peróxido orgânico). Nenhuma outra
classe trará esse informe na simbologia. Preste atenção para sinalizar corretamente o seu
veículo e atender a legislação vigente.

RÓTULOS DE RISCO – SUBCLASSE 5.1 RÓTULOS DE RISCO – SUBCLASSE 5.2


SUBSTÂNCIAS OXIDANTES: PERÓXIDOS ORGÂNICOS:

Fundo amarelo, pictograma acima preto, Fundo vermelho e amarelo dividido ao


número da classe de risco no vértice na meio, pictograma acima preto ou
cor preta. vermelho, número da classe de risco no
vértice na cor preta.
Obs.: é facultado o nome da subclasse
ao centro e É PERMITIDO colocar o Obs.: é facultado o nome da subclasse
número dessa subclasse no vértice do ao centro e É PERMITIDO colocar o
rótulo de risco (exemplo: 5.1). número dessa subclasse no vértice do
rótulo de risco (exemplo: 5.2).

Página 365
Os peróxidos orgânicos são substâncias termicamente instáveis que podem sofrer
decomposição exotérmica auto acelerados. Além disso, podem apresentar uma ou
mais das seguintes propriedades: ser sujeitos à decomposição explosiva; queimar
rapidamente; ser sensíveis a choque ou atrito; reagir perigosamente com outras
substâncias; causar danos aos olhos

Segurança no transporte rodoviário de oxidantes e


peróxidos orgânicos

São procedimentos de segurança no transporte rodoviário de oxidantes e peróxidos


orgânicos:

● as embalagens devem ser manuseadas e arrumadas, impedidas de tombar;


● tanques a granel deverão ser lavados com água corrente após a descarga,
principalmente aqueles que tenham resíduos orgânicos;

Importante
O mesmo tratamento deve ser dado para os veículos que transportam esses
produtos embalados.

● evitar que os vapores dos produtos entrem na cabine;


● No transporte de algumas dessas substâncias são necessários equipamentos
especiais para controle de temperatura.

DICA
Nesses casos, o equipamento de refrigeração deve ser independente do motor de
propulsão.

● Os produtos devem ser armazenados e transportados protegidos do calor, de forma


a manter a temperatura dentro dos limites especificados;
● Evite que as embalagens se choquem, para prevenir vazamentos;
● O material de manuseio não poderá ser inflamável;
● Evite o contato do peróxido orgânico com os olhos e com a pele, pois pode provocar
sérios ferimentos.

Página 366
CLASSE DE RISCO 6 —
SUBSTÂNCIAS TÓXICAS E
SUBSTÂNCIAS INFECTANTES
CLASSE 6 – SUBSTÂNCIAS TÓXICAS E INFECTANTES

Subclasse 6.1: Substâncias tóxicas (exemplo: cianeto de hidrogênio estabilizado -


ONU 1051, álcool alílico - ONU 1098, arsênio - ONU 1558).

Esta Classe de Risco está dividida em duas Subclasses:

Substâncias tóxicas: são aquelas capazes de provocar a morte, lesões graves ou danos
à saúde humana, se ingeridas ou inaladas, ou se entrarem em contato com a pele.

Subclasse 6.2: Substâncias infectantes (exemplo: substância infectante, que afeta seres
humanos - ONU 2814, resíduos clínicos inespecíficos, N.E. - ONU 3291).

Substâncias infectantes: são aquelas que contenham patógenos ou estejam sob


suspeita razoável. Patógenos são microorganismos (incluindo bactérias, vírus, rickettsíase,
parasitas, fungos) ou microorganismos recombinantes (híbridos ou mutantes) que possam
ou estejam sob suspeita razoável de poderem provocar doenças infecciosas em seres
humanos ou animais.

Página 367
A imagem a seguir apresenta as variações de padrão e cores dos rótulos de risco
vinculados às subclasses de risco mencionadas. Nesse sentido, é importante que você
preste muita atenção comparando-as com a simbologia que pretende afixar no veículo,
caso transporte produtos perigosos destas subclasses.

RÓTULOS DE RISCO – SUBCLASSE 6.1 RÓTULOS DE RISCO – SUBCLASSE 6.2


SUBSTÂNCIAS TÓXICAS: SUBSTÂNCIAS INFECTANTES:

Fundo branco, pictograma acima preto, Fundo branco, pictograma acima preto,
número da classe de risco no vértice na número da classe de risco no vértice na
cor preta. cor preta.

Obs.: é facultado o nome da subclasse Obs.: é facultado o nome da subclasse


ao centro e não é permitido colocar o ao centro e não é permitido colocar o
número dessa subclasse no vértice do número dessa subclasse no vértice do
rótulo de risco (exemplo: 6.1). rótulo de risco (exemplo: 6.2).

No caso das substâncias tóxicas, a intoxicação pode ser:

● Intoxicação por contato de pele: apesar de a pele e a gordura agirem como uma
barreira protetora do corpo humano, alguns produtos como o ácido cianídrico,
mercúrio, e certos defensivos agrícolas têm a capacidade de penetrar por meio da
pele e da gordura, e atingir a corrente sanguínea, atuando como um agente tóxico
generalizado;

● Intoxicação por inalação: a inalação de vapores ou gases tóxicos é considerada a


forma mais rápida e comum de contato com o organismo humano. Comumente,
associa-se a existência de um produto num ambiente pelo seu odor. No entanto,
algumas substâncias são inodoras, e outras têm a capacidade de inibir o sentido
olfativo, podendo conduzir o indivíduo a situações de risco.

Página 368
Exemplo: o gás sulfídrico, por exemplo, apresenta um odor característico em baixas
concentrações, porém, em altas concentrações pode inibir a capacidade olfativa.

● Intoxicação por ingestão: essa é considerada uma via de ingresso secundário,


uma vez que tal fato somente ocorrerá por meio de um ato voluntário.

Importante
Os efeitos gerados a partir do contato com substâncias tóxicas estão relacionados com o
grau de toxicidade dessas e o tempo de exposição ou dose.

As substâncias desta Classe de Risco são muito tóxicas à vida aquática, representando
alto potencial de risco para a contaminação.

No que concerne às substâncias infectantes, essas contêm microorganismos ou suas


toxinas. Podem provocar a morte de pessoas ou afetar a saúde. Tem-se, como exemplo, o
lixo hospitalar. Normalmente, são transportadas de hospitais para laboratórios de pesquisa
em embalagens apropriadas e por pessoal altamente treinado.

• Embora não sejam produtos químicos, foram incluídas na Classe de Risco 6, em razão
dos riscos que apresentam às pessoas, aos animais e ao meio ambiente.
• Os produtos dessa Classe de Risco são controlados pelo Ministério da Saúde (MS),
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), pois são largamente utilizados para fins medicinais e agrícolas.

Segurança no transporte rodoviário de substâncias


tóxicas e infectantes
Constituem preceitos de segurança no transporte rodoviário de substâncias tóxicas e
infectantes:

● Os produtos dessa Classe de Risco deverão ser isolados de gêneros alimentícios


ou medicamentos para uso humano ou animal;
● Não transportar em furgão onde vapores podem ser inalados pela tripulação;
● Carga e descarga:

Importante

Página 369
Substâncias tóxicas não deverão ser carregadas ou descarregadas em locais públicos ou
próximos a concentrações de pessoas, sem a autorização de órgãos ou autoridades
competentes.

● As embalagens não devem apresentar sinais de violação ou deterioração;


● As embalagens devem ser arrumadas no veículo de forma a evitar choques ou
atritos que possam danificá-las;
● As embalagens devem ser protegidas da ação do calor;
● É fundamental o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) ao manipular
produtos dessa Classe de Risco;
● Descontaminação do veículo:

DICA
O veículo transportador de substâncias dessa Classe de Risco, após a descarga,
deverá ser devidamente descontaminado em local previamente licenciado pelo
órgão de controle ambiental.

● A remessa de substâncias infectantes requer ação coordenada entre o expedidor,


transportador e o destinatário para garantir um transporte seguro.

CLASSE DE RISCO 7 — MATERIAIS


RADIOATIVOS

CLASSE 7 – MATERIAIS RADIOATIVOS

Página 370
Substâncias radioativas são materiais fisicamente instáveis que sofrem
modificações, espontaneamente, na sua estrutura. Essas modificações ocorrem
quando há transformação nos elementos que passam a emitir energia sob a forma
de radiação.

A imagem a seguir apresenta as variações de padrão e cores dos rótulos de risco


vinculados à classe de risco mencionada. Nesse sentido, é importante que você preste
muita atenção comparando-as com a simbologia que pretende afixar no veículo ou na
embalagem, caso transporte produtos perigosos radioativos.

RÓTULOS DE RISCO – CLASSE 7 RÓTULOS DE RISCO – SUBCLASSE 6.1


MATERIAIS RADIOATIVOS E FÍSSIL: SUBSTÂNCIAS TÓXICAS:

Fundo amarelo e branco dividido, Fundo branco o fundo amarelo com


pictograma acima preto, nome da classe branco (a depender do grupo de
de risco obrigatório ao centro número e embalagem), pictograma acima preto,
número da classe de risco no vértice na número da classe de risco no vértice na
cor preta. cor preta.

Obs.: é facultado o nome da classe de Obs.: é obrigatório o nome da classe de


risco ao centro (sinalização do veículo). risco ao centro (sinalização de
embalagens) e deve ser usado o rótulo
O rótulo de risco de produtos físsil deve
de risco conforme número de
ser de características idênticas a da
embalagem descrito nas imagens acima
imagem acima.
(I, II ou III).

Dá-se o nome de radioatividade justamente à propriedade que tais elementos têm de emitir
radiação. Exemplos: Urânio 235, Césio 137, Cobalto 60 e Tório 232.

Página 371
A radioatividade é uma forma de energia invisível, mas que pode ser sentida por
aparelhos especiais, como o contador Geiger. É capaz de penetrar e atravessar
vários tipos de materiais e, até mesmo, o corpo humano, ocasionando doenças
muito graves e podendo levar pessoas à morte.

No módulo 1, apresentamos a Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, momento


em que indicamos link para acesso ao regulamento específico de transporte de materiais
radioativos elaborado e atualizado por esta comissão.

Apesar de existirem regras de transporte previstas para tais materiais na Resolução ANTT
nº 5.998+2022 e seus anexos, a resolução remete o detalhamento do transporte para as
regras estabelecidas pela CNEN.

Nesse contexto, caso realize o transporte de materiais radioativos é importante que


observe atentamente as regras previstas pela CNEN para poder realizar o transporte de
tais materiais com segurança.

DICA
Não se pode aproximar de materiais radioativos que não estejam devidamente
blindados. Por isso, tais materiais radioativos são muito bem-acondicionados em
embalagens normalmente blindadas, que possuem paredes ou coberturas de
materiais que absorvem radiação ou atenuam ou impedem sua passagem.

Sinistros com esses materiais podem contaminar objetos de todo tipo, além do meio
ambiente, ocasionando consequências desastrosas, a exemplo do acidente que ocorreu
em Goiânia, que em setembro de 1987, cuja blindagem do Césio 137 foi destruída,
ocasionando às pessoas que tiveram contato com o material graves doenças, inclusive
provocando morte.

No transporte rodoviário de substâncias radioativas, siga estes procedimentos:

● Qualquer embalagem que contenha material radioativo que seja danificado ou


envolvido em acidente, o veículo e o local afetado deverão ser isolados a fim de
evitar contato de pessoas com o material;
● Descontaminação dos veículos:

IMPORTANTE
A descontaminação dos veículos somente poderá ser feita pelos técnicos da Comissão
Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

Página 372
● Caso haja qualquer incidente envolvendo material radioativo, o local deve ser
imediatamente isolado e o fato comunicado à CNEN;
● Todo controle sobre a mineração, produção, transporte e uso de material radioativo
está a cargo da CNEN.

CLASSE DE RISCO 8 —
SUBSTÂNCIAS CORROSIVAS

CLASSE 8 – SUBSTÂNCIAS CORROSIVAS

Substâncias corrosivas são aquelas que, por ação química, causam severos danos quando
em contato com tecidos vivos ou, em caso de vazamento, danificam ou mesmo destroem
outras cargas ou o próprio veículo.

A imagem a seguir apresenta o padrão e cores dos rótulos de risco vinculados à classe de
risco mencionada. Nesse sentido, é importante que você preste muita atenção
comparando-a com a simbologia que pretende afixar no veículo, caso transporte produtos
perigosos corrosivos.

RÓTULOS DE RISCO – CLASSE 8 SUBSTÂNCIAS


CORROSIVAS:

Fundo branco e preto dividido ao meio, pictograma acima


preto, número da classe de risco no vértice na cor branca.

Obs.: é facultado o nome da classe ao centro.

Página 373
Mesmo em condições normais, algumas substâncias dessa Classe de Risco podem liberar
vapores ou gases corrosivos e irritantes. Costumam reagir violentamente com a água,
produzindo grande quantidade de calor. Atacam materiais de diversos tipos, entre eles os
metais e produtos têxteis.

Em reação química com metais, pode ocorrer o desprendimento de gás altamente


inflamável (hidrogênio).

Basicamente, existem dois principais grupos de materiais que apresentam essas


propriedades, sendo conhecidos por ácidos e bases.

Importante destacar que em acidentes a probabilidade que isso ocorra é muito


grande, haja vista que a composição estrutural de veículos e equipamentos de
transporte é de metal.

Deste modo, tenha muito cuidado quando ocorrer um vazamento de um produto


ácido ou base corrosivo e este estiver com vazamento em contato com as partes
metálicas do seu veículo.

Segurança no transporte rodoviário de substâncias


corrosivas

Atente-se às seguintes regras de segurança no transporte rodoviário de substâncias


corrosivas:

● No caso de derramamento, pode-se isolar a poça formada com o líquido, colocando


em volta terra ou areia;

DICA
No entanto, deve-se consultar a Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico -
FISPQ para um procedimento mais adequado.

● Após descarregar produtos corrosivos, lave e seque o tanque para receber outra
carga;
● Durante o transporte, evite que as embalagens se atritem, para evitar vazamentos;

Página 374
● As embalagens devem ser manuseadas e arrumadas de tal forma que sejam
impedidas de tombar;

IMPORTANTE
O material de manuseio deve ser resistente ao fogo.

● Os veículos destinados ao transporte de embalagens, contendo esses produtos e


que sejam também oxidantes, devem ser cuidadosamente limpos, em particular, de
qualquer resíduo combustível como palha e papéis;
● A diluição com água ou neutralização dos efeitos provocados por um corrosivo
somente podem ser feitas com auxílio de pessoal técnico.

CLASSE 9 – SUBSTÂNCIAS E
ARTIGOS PERIGOSOS DIVERSOS,
INCLUINDO AS SUBSTÂNCIAS
QUE APRESENTAM RISCOS PARA
O MEIO AMBIENTE
CLASSE 9 – SUBSTÂNCIAS E ARTIGOS PERIGOSOS DIVERSOS, INCLUINDO AS
SUBSTÂNCIAS QUE REPRESENTAM RISCO AO MEIO AMBIENTE

Substâncias e artigos perigosos diversos da Classe 9 são aqueles que apresentam,


durante o transporte, um risco não abrangido por nenhuma das outras classes.

A imagem a seguir apresenta as variações de padrão e cores dos rótulos de risco


vinculados às classes de risco mencionadas. Nesse sentido, é importante que você preste
muita atenção comparando-as com a simbologia que pretende afixar no veículo, caso
transporte produtos perigosos destas classes.

Página 375
RÓTULOS DE RISCO – RÓTULOS DE RISCO – RÓTULOS DE RISCO –
CLASSE 9 SUSTÂNCIAS E CLASSE 9 SUSTÂNCIAS E CLASSE 9 SUSTÂNCIAS E
ARTIGOS PERIGOSOS ARTIGOS PERIGOSOS ARTIGOS PERIGOSOS
DIVERSOS, INCLUINDO AS DIVERSOS, INCLUINDO AS DIVERSOS, INCLUINDO AS
SUBSTÂNCIAS QUE SUBSTÂNCIAS QUE SUBSTÂNCIAS QUE
REPRESENTAM RISCO AO REPRESENTAM RISCO AO REPRESENTAM RISCO AO
MEIO AMBIENTE: MEIO AMBIENTE: MEIO AMBIENTE:

Fundo branco com listras Fundo branco com listras Símbolo para o transporte
pretas na parte superior e pretas na parte superior e de substâncias perigosas
branco na parte inferior, branco na parte inferior, para o meio ambiente
número da classe de risco número da classe de risco (peixe e árvore)
no vértice na cor preta no vértice na cor preta
sublinhado. Pictograma conforme
sublinhado.
imagem acima,
Obs.: é facultado o nome Obs.: é facultado o nome acompanha o transporte
da classe ao centro. da classe ao centro. sinalizando veículos e
embalagens do números
(Rótulo de risco para
ONU 3077 (substâncias
embalagem), apresenta
sólidas) e ONU 3082
conjunto de bateria, sendo
(substâncias líquidas).
uma danificada ao centro,
Quando exigível, deve
emitindo chama na parte
sinalizar todos os lados do
inferior.
veículo (frente, traseira e
duas laterais).

Atenção para dispensa do


regulamento para
embalagens de até 5 kg ou
5 l. desses números ONU.

Página 376
São exemplos: dibromodifluormetano, formaldeído (soluções inflamáveis), poliestireno
granulado impregnado com líquido inflamável, dióxido de carbono sólido (gelo seco),
amianto azul, hidrossulfito de zinco, farinha de peixe (pedaços de peixe) estabilizada,
baterias de lítio.

Segurança no transporte rodoviário de substâncias


e artigos perigosos diversos

São procedimentos a serem observados no transporte rodoviário de substâncias e


artigos perigosos diversos:

● As embalagens não devem apresentar sinais de violação ou deterioração; as


embalagens não devem ficar expostas ao calor ou umidade;
● Para a movimentação de embalagens, deve-se utilizar carrinho ou empilhadeira;
● as embalagens devem ser arrumadas de forma a evitar choques ou atritos que
possam danificá-las;
● Os veículos e contêineres destinados ao transporte desses produtos devem ser
cuidadosamente limpos e descontaminados.

Efeito de cada classe sobre o meio ambiente

Uma política de segurança inclui a sustentabilidade ambiental, ou seja, os preceitos de


respeito à vida, a preservação de danos ambientais e precaução nas ações emergenciais.
Nos sinistros provocados pelo desconhecimento e falta de cuidados com o transporte de
produtos perigosos, cabem medidas emergenciais de precaução e redução de impactos
negativos ao meio ambiente.

Os produtos da Classe 1 oferecem diversos riscos. As explosões podem causar danos ao


meio ambiente do tipo: incêndios em floresta, destruição de imóveis etc., além de atingir a
fauna, abatendo grande número de espécies. Em contato com o fogo, alguns produtos da
Classe 1 podem produzir vapores ou substâncias líquidas que são irritantes, corrosivas ou

Página 377
tóxicas, como por exemplo: o Perclorato de Amônia (ONU 0402), Nitrato de Amônio (ONU
0222), Dinitrofenol, Ácido Tri Nitrobenzoíco.

Esses produtos, se inalados, ingeridos ou absorvidos pela pele, podem causar lesões
graves, queimaduras ou a morte. O meio ambiente pode ser contaminado por esses
produtos em caso de vazamentos resultantes do controle de incêndio ou da diluição com
água.

Gases inflamáveis (Subclasse 2.1) são extremamente perigosos e podem inflamar-se


facilmente com o calor, fagulhas ou chamas. Já os gases tóxicos, da Subclasse 2.3,
podem ser fatais se inalados ou absorvidos pela pele.

Produtos da Classe 3 oferecem os seguintes riscos:

● Inalação dos vapores pode causar náuseas, vômitos e tontura;


● A ingestão do produto pode ser absorvida pelos pulmões, causando intensa irritação
local até graves lesões;
● O líquido irrita a pele e olhos causando ressecamento e dermatite;
● Prejudica a utilização de águas quando contaminadas, tornando-as impróprias para
consumo humano ou animal. Todo produto sólido inflamável (Classe 4) oferece risco
para o meio ambiente, incluindo:
● Se o produto atingir corpos de água, como açudes, rios e represas, causará a morte
de peixes e animais que se valem destes para beber água ou se alimentar de
peixes;
● Se atingir áreas florestais, poderá causar incêndios de larga proporção oferecendo
risco à fauna e flora local, à população e, no aspecto econômico, causar perdas
consideráveis, no caso de empresas produtoras de celulose;
● Se atingir áreas urbanas, poderá oferecer risco direto à população, principalmente
em áreas de grande densidade populacional.

Substâncias tóxicas (Classe 6) podem queimar com o fogo, mas nenhuma se inflama de
imediato. A inalação ou contato com esses produtos pode causar infecções, doenças ou
morte e as águas residuais do controle de fogo podem causar poluição.

As substâncias radioativas e corrosivas (Classe 7 e Classe 8) oferecem os seguintes


riscos:

● Se o produto atingir corpos de água como açudes, rios e represas causará a morte
de peixes e animais que se valem destes para beber água ou se alimentar de
peixes, além de se espalhar facilmente por grandes distâncias aumentando
consideravelmente a extensão dos danos;
● Se atingir áreas florestais, poderá oferecer risco à fauna, à flora e à população local;
● Se atingir áreas urbanas, poderá oferecer risco direto à população, principalmente
em áreas de grande densidade populacional;

Página 378
● Como é característico de toda substância radioativa, os danos causados pela
exposição a essas substâncias possuem efeito prolongado, demandando ações de
alta periculosidade.

Além das classes mencionadas, temos diversos produtos perigosos que por características
próprias apresentam alguns fatores de risco, dentre os quais podemos destacar:

● A inalação ou o contato de algumas substâncias com a pele e olhos pode causar


queimaduras, ferimentos leves ou até a morte.
● Em contato com o fogo, alguns produtos podem produzir gases irritantes, corrosivos
e/ ou tóxicos. Além disso, as águas de diluição do controle do fogo podem causar
poluição.
● Baterias de Lítio – Com o aumento de energia, aumentam os riscos na sua
utilização. Assim, todos os fornecedores destas baterias alertam os seus clientes
quanto a estes riscos e recomendam um cuidado extremo no seu manuseio.
● Muitos casos de incêndio têm ocorrido com o uso de baterias de lítio, ocasionando
perda de equipamentos e outros componentes em razão da não adoção das
recomendações do fabricante.
● Nitrato de amônio, fertilizantes – O contato com o produto, sem as
devidas precauções, pode causar irritação na pele, problemas respiratórios e
queimaduras nos tecidos vivos, dependendo do tempo de exposição. No caso de
ingestão, pode provocar queimaduras na boca, faringe e laringe.
● Amianto – Considerado cancerígeno. Porém, ainda não há um estudo detalhado
sobre os verdadeiros riscos que esse material pode trazer à saúde. A inalação da
poeira de amianto pode ocasionar efeitos nocivos aos pulmões. No caso do dióxido
de carbono sólido, o contato com o gás liquefeito pode causar lesões por
congelamento e os vapores podem causar tontura ou asfixia de forma inesperada.
● Bifenilas Policloradas – Por serem não biodegradáveis, permanecem intactas por
muitos anos no meio ambiente. São cancerígenos, o que faz com que representem
um risco efetivo à saúde humana e dos animais.
● Motores de combustão interna – Às vezes contém baterias que podem entrar em
curto-circuito e causar a ignição de gases inflamáveis ou vapores. A emissão
desses gases é nociva à qualidade do ar e à saúde humana.

Página 379
RISCOS MÚLTIPLOS
Caro(a) Aluno (a),

Como fazer para enquadrar os produtos perigosos com riscos múltiplos? Quais as regras
para o transporte de resíduos perigosos? Como deve ser o comportamento preventivo do
motorista para o transporte de produtos perigosos das diversas Classes de Risco?

Os resíduos de produtos perigosos não podem ser subestimados, visto que muitos casos
de contaminação são decorrentes de negligência e imperícia em seu transporte. Por isso,
eles devem ser transportados adotando-se todos os cuidados necessários.

Nesta unidade, estudaremos os produtos com riscos múltiplos, os resíduos perigosos para
fins de transporte, o comportamento preventivo do motorista para todas as Classes de
Risco e os procedimentos em caso de emergência.

O Quadro de Precedência de Riscos da Resolução ANTT nº 5.998/2022 deve ser usado


para determinar a Classe de uma substância, mistura ou solução que apresente mais de
um risco, quando não listada na Relação de Produtos Perigosos (anexa) a referida
resolução.

Para produtos com riscos múltiplos que não se encontrem especificamente nominados na
Relação de Produtos Perigosos, o grupo de embalagem mais restritivo, dentre os indicados
para os respectivos riscos, tem precedência sobre os demais grupos de embalagem,
independentemente, da precedência dos riscos apresentada.

A precedência das características de risco das Classes a seguir não está incluída no
Quadro de Precedência de Riscos, pois essas características primárias têm sempre
precedência:

• substâncias e artigos da Classe 1;


• gases da Classe 2;
• explosivos líquidos insensibilizados da Classe 3;
• substâncias auto reagentes e explosivos insensibilizados da Subclasse 4.1;
• substâncias pirofóricas da Subclasse 4.2;
• substâncias da Subclasse 5.2;
• substâncias da Subclasse 6.1, do Grupo de Embalagem I, que apresentam toxicidade à
inalação;
• substâncias da Subclasse 6.2;

Página 380
• material da Classe 7.

RESÍDUOS
Resíduos Perigosos para fins de Transporte

Resíduos perigosos, para fins de transporte, são substâncias, soluções, misturas ou


artigos que contêm ou estão contaminados por um ou mais produtos, para os quais
não seja prevista utilização direta, mas que são transportados para fins de despejo,
incineração ou outro processo.

Você sabia que os resíduos perigosos também necessitam de cuidados e muita segurança
ao serem transportados?

IMPORTANTE
O transporte rodoviário de resíduos perigosos deve atender às exigências
estabelecidas para a Classe de Risco ou Subclasse apropriada, considerando os
respectivos riscos e critérios de classificação constantes na legislação específica,
inclusive estadual e municipal.

Um resíduo que contenha um único componente considerado produto perigoso, ou


dois ou mais componentes que se enquadrem numa mesma Classe de Risco ou
Subclasse, deve ser classificado de acordo com os critérios aplicáveis à Classe ou
Subclasse correspondente ao componente ou componentes perigosos.

Cuidados com os veículos e equipamentos de


transporte

Estão proibidos de circular os veículos que apresentem contaminação em seu


interior, sem as respectivas documentação e sinalização. Após as operações de
limpeza e completa descontaminação dos veículos e equipamentos, os Rótulos de
Risco e os Painéis de Segurança devem ser retirados.

Página 381
DICA
Os veículos e contêineres descarregados, não limpos, que contenham resíduos de
seu conteúdo anterior e, por isso, possam ser considerados como potencialmente
perigosos, estão sujeitos às mesmas prescrições que os veículos carregados.

Cuidados com as embalagens


A parte externa das embalagens não deve estar contaminada com qualquer resíduo de
produtos perigosos.

DICA
As embalagens vazias que tenham contido produtos perigosos estão sujeitas às
mesmas prescrições que as embalagens cheias, até que tenham sido expurgadas de
qualquer resíduo do conteúdo anterior.

Comportamento Preventivo do Motorista para


todas as Classes de Risco

O conjunto de ações descritas a seguir servem para nortear o comportamento preventivo


do condutor de veículo que transporta produtos perigosos:

● faça a pré-inspeção do veículo e equipamento, verificando:

‐ condições de segurança para circular no trânsito;

‐ se estão em condições de receber novos carregamentos (limpos e descontaminados).

● verifique a documentação:

‐ porte da Ficha de Emergência e do Envelope para o Transporte dos produtos perigosos


(opcional);

Página 382
‐ confira se consta da Nota Fiscal as informações obrigatórias (Nº ONU, precedido das
letras “ONU ou “UN”, nome apropriado para embarque, classe de risco, subclasse de risco,
se exigível, grupo de embalagem, se exigível e quando o transporte for realizado em
quantidade limitada por veículo ou embalagem interna a informa do peso bruto em
quilograma de cada produto perigoso no documento de transporte.

‐ Confira se o Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos (CIPP) e o


Certificado de Inspeção Veicular (CIV) para o transporte rodoviário de produtos perigosos a
granel estão válidos.

● Verifique os Rótulos de Risco e os Painéis de Segurança:

‐ se conferem com o(s) produto(s) transportado(s);

‐ se estão devidamente fixados no local correto;

‐ se não apresentam sinais de deterioração;

‐ após limpeza e descontaminação:

IMPORTANTE
Retirá-los do veículo após completa limpeza e descontaminação.

● Verifique os equipamentos de apoio:

‐ Confira os Equipamentos de Proteção Individual (EPI), e se estão em local de fácil


acesso;

‐ Confira os equipamentos para emergência (sinalização e pequenas contenções) e


guarde-os em local de fácil acesso;

‐ Confira os extintores de incêndio (validade, pressão e lacre) e mantenha-os em local


onde possam ser removidos com facilidade.

● Condições gerais:

‐ tenha consciência do perigo que representa um cigarro aceso no transporte de produtos


perigosos, e não fume;

‐ respeite o itinerário a ser percorrido e não se desvie;

‐ adote critérios seguros de parada e estacionamento:

Página 383
DICA
Isso evita possíveis sinistros envolvendo pessoas, meio ambiente e patrimônio de
terceiros.

‐ mantenha a velocidade compatível com a carga transportada e com as condições


adversas presentes.

Adotando essa rotina antes do início da viagem, você estará buscando realizar um
transporte com segurança, eficiente e atendendo as normativas vigentes.

Página 384
Procedimentos em caso de Emergência
Equipamentos para situação de emergência

Consideram-se equipamentos para situação de emergência o conjunto mínimo de


equipamentos que devem acompanhar o transporte rodoviário de produtos
perigosos para atender às situações de emergência, acidente ou avaria.

De acordo com a ABNT NBR 9735, complementar à legislação de transporte rodoviário de


produtos perigosos, os equipamentos para situação de emergência estão em função do
tipo de produto perigoso, da quantidade transportada e do tipo de veículo e carga. De
forma geral, incluem:

● calços com dimensões apropriadas ao veículo e à carga;


● jogo de ferramentas adequado para reparos em situações de emergência durante a
viagem, apropriada para o veículo, e equipamento para o transporte, contendo, no
mínimo: alicate universal, chave de boca (fixa) apropriada para desconexão de cabo
de bateria;
● cones para a sinalização da via;
● extintores de incêndio: de acordo com a Resolução ANTT no 5.998/2022, qualquer
unidade de transporte, se carregada com produtos perigosos, deve portar:
‐ extintores de incêndio portáteis e com capacidade suficiente para combater princípio de
incêndio do motor ou de qualquer outra parte da unidade de transporte (conforme previsto
na legislação de trânsito).

DICA
Para verificar se o extintor de incêndio é o adequado para o transporte rodoviário de
produtos perigosos, deve ser consultada a ABNT NBR 9735, Tabela 4. Nessa tabela,
constam os tipos de extintores a serem utilizados em função da Classe de Risco dos
produtos transportados, do tipo de veículo utilizado (granel ou fracionado) e da
quantidade transportada (mais de 1 tonelada ou até 1 tonelada).

Página 385
Equipamentos de proteção individual - EPI

Os equipamentos de proteção individual - EPI, exigíveis ao condutor e ao ajudante,


se houver além de atender ao previsto na legislação específica, devem atender ao
que disciplina a ABNT NBR 9735.

São pouquíssimas exigências, visando com que a saúde e segurança do trabalhador seja
preservada.

Portanto, são exigidos os seguintes equipamentos:

- luva compatível com o produto transportado;


- Óculos contra respingos químicos.
- Capacete;
- Quando aplicável, máscara semifacial;
- Quando aplicável, máscara facial completa;
- Quando aplicável, filtro para uso nas máscaras, compatível com o produto
transportado.

Página 386
Os equipamentos de proteção individual devem estar na cabine do veículo,
devidamente agrupados, em condições de uso e válidos, apresentar certificado de
aprovação - CA marcado pelo fabricante no produto e, existindo auxiliar, deverá ser
providenciado um novo conjunto completo de equipamentos de proteção individual
para esta pessoa.

Cada produto perigoso classificado pela ONU, prevê, individualmente, quais equipamentos
de proteção individual serão exigíveis. Deste modo, requer que se consulte a ABNT-NBR
9735 para obter a informação sobre o tema.

Procedimentos gerais em situação de emergência

O condutor, em uma situação de emergência deve:

● em caso de vazamentos:

‐ usar os Equipamentos de Proteção Individual (EPI);

‐ realizar a contenção do produto, se possível:

Página 387
DICA
Contenha o produto derramado com auxílio dos equipamentos para emergência (pá,
mantas absorventes, batoques).

‐ cobrir, com lona, sólidos expostos;

‐ circunscrever, com areia, eventuais poças formadas (líquidos).

● em caso de princípio de incêndio:

‐ utilizar os extintores disponíveis no veículo

Procedimentos de emergência de acordo com a


Classe de Risco

Cada Classe de Risco de produto perigoso transportado apresenta alguma peculiaridade


nos procedimentos de emergência. A seguir, são descritos os principais.

Classe de Risco 1 — Explosivos


Por ser a explosão um fenômeno muito rápido e incontrolável, as medidas a serem
desencadeadas durante uma emergência desse tipo devem ser de caráter preventivo. Tais
medidas incluem o controle dos fatores que podem gerar aumento de temperatura (calor),
choque e fricção.

Em caso de incêndio, além do risco iminente de explosão, pode-se ter emanação de gases
tóxicos e/ou venenosos. Nesses casos, a proteção respiratória adequada é o equipamento
autônomo de respiração a ar comprimido, além de roupas especiais. Nos incêndios
envolvendo substâncias explosivas, esses equipamentos oferecem proteção limitada
devido à natureza do produto, ou seja, são eficientes apenas para a proteção contra gases
gerados pelo incêndio, e não para os efeitos decorrentes de uma eventual explosão.

Página 388
SAIBA MAIS
Caso a explosão tenha ocorrido, deve-se ter em mente que apenas parte da carga
tenha sido consumida pela explosão, podendo existir, no local, produtos intactos,
razão pela qual a operação de remoção dos explosivos deva ser realizada com todo
o cuidado possível.

Classe de Risco 2 — Gases


Com a finalidade de reduzir a taxa de evaporação do produto, pode ser aplicada uma
camada de espuma sobre a poça formada, desde que esse material seja compatível com o
produto vazado. Nos vazamentos de produtos liquefeitos, deve ser adotada a preferência
ao vazamento na fase gasosa ao invés do vazamento na fase líquida. Essa operação deve
fazer com que o vazamento ocorra sempre na parte superior do recipiente que contém o
produto.

Gases mais densos que o ar tende a se acumular ao nível do solo por serem de difícil
dispersão. Outro fator que dificulta a dispersão dos gases é a presença de grandes
obstáculos como, por exemplo, edificações nas áreas urbanas.

DICA
Em ambientes confinados, deve-se monitorar constantemente a concentração de
oxigênio. Nas situações em que a concentração de oxigênio esteja abaixo de 18%
(em volume), devem ser adotadas medidas de controle, como, por exemplo, o uso de
ventilação natural ou forçada do ambiente. Nessas situações, a proteção respiratória
a ser utilizada tem que ser do tipo autônoma.

Deve ser dada atenção especial quando o gás for inflamável, principalmente se esse
estiver confinado. Medições constantes dos índices de inflamabilidade do ambiente,
mediante a utilização de explosivos e a eliminação das possíveis fontes de ignição,
constituem ações prioritárias a serem adotadas.

De acordo com as características do produto e do cenário, pode ser necessária a aplicação


de água na forma de neblina para dispersar os gases ou vapores. A operação será mais
eficiente quanto maior for a solubilidade do produto em água, como é o caso da amônia e

Página 389
do ácido clorídrico. A água residual deve ser contida e recolhida para não causar poluição
dos recursos hídricos.

Já para os produtos com baixa solubilidade em água, o uso de neblina d’água pode ser
utilizado para formar um bloqueio físico ao deslocamento da nuvem. A neblina d’água deve
ser aplicada somente sobre a nuvem, e não sobre as eventuais bolhas formadas pelo gás
liquefeito, sob o risco de provocar intensa evaporação e aumento dos vapores na
atmosfera.

Classe de Risco 3 — Líquidos Inflamáveis


As substâncias desta Classe de Risco são de origem orgânica como, por exemplo,
hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos e cetonas, entre outras.

DICA
Os vapores inflamáveis somente queimam quando a porcentagem em volume está
entre os limites (inferior e superior) de explosividade, que é a mistura ideal para a
combustão.

Página 390
Classe de Risco 4 — Sólidos inflamáveis,
substâncias sujeitas a combustão espontânea e
substâncias que, em contato com a água, emitem
gases inflamáveis
Na ocorrência de um acidente, a perda da fase líquida propicia o contato com o ar, motivo
pelo qual a estanqueidade do vazamento deve ser adotada imediatamente.

IMPORTANTE
Outra ação a ser desencadeada em caso de acidente é o lançamento de água sobre o
produto, de forma a mantê-lo constantemente úmido, desde que seja compatível
com água, evitando sua ignição espontânea.

Classe de Risco 5 — Substâncias Oxidantes e


Peróxidos Orgânicos

Quando houver necessidade de conter ou absorver produtos oxidantes, deve ser


considerado que a maioria deles pode reagir com substâncias orgânicas, por isso não
pode ser utilizada terra, serragem ou qualquer outro material incompatível. Nesses casos,
recomenda-se a utilização de materiais inertes e umedecidos, como, por exemplo, a areia.

Classe de Risco 6 — Substâncias Tóxicas e


Infectantes

Os efeitos gerados a partir da exposição com substâncias tóxicas estão relacionados com
o grau de toxicidade e o tempo de exposição ou dose. Em função do alto risco apresentado
pelos produtos dessa Classe de Risco, durante as operações de atendimento à
emergência, é necessária a utilização de equipamentos de proteção respiratória.

Página 391
Entre esses equipamentos, pode-se citar as máscaras faciais com filtros químicos e os
conjuntos autônomos de respiração a ar comprimido. Deve-se ter em mente que os filtros
químicos retêm os poluentes atmosféricos, exigindo a presença de oxigênio no ambiente.
Dependendo da concentração dos contaminantes, os filtros podem saturar-se rapidamente.
Quanto à escolha do filtro adequado, é indispensável que o produto presente na atmosfera
seja previamente identificado. Já os conjuntos autônomos de respiração a ar comprimido
devem ser utilizados em ambientes confinados, em situações em que o produto envolvido
não está identificado ou em atmosferas com alta concentração de poluentes.

IMPORTANTE
Nas operações de emergência envolvendo substâncias tóxicas, deve ser realizado
monitoramento contínuo no local, principalmente para evitar a contaminação dos
corpos d’água.

Classe de Risco 8 — Substâncias Corrosivas

A diluição deve ser utilizada nos casos em que não existe a possibilidade de contenção e
cujo volume seja bastante reduzido. Isso porque, para se obter concentrações seguras, o
volume de água necessário deve ser sempre muito grande, ou seja, da ordem de 1.000 a
10.000 vezes o volume do produto vazado. Se o volume de água adicionado ao produto
não for suficiente para diluí-lo a nível seguro, deve ocorrer o agravamento da situação
devido ao aumento do volume da mistura.

IMPORTANTE
A absorção e o recolhimento são as técnicas mais recomendadas, quando comparadas
com a neutralização e a diluição.

Quando ocorre um vazamento envolvendo grandes quantidades de ácido ou base


diretamente no solo, a diluição com água não é prática, já que seria necessária uma
grande quantidade de água para reduzir a água corrosiva. Deve-se, nesses casos,
construir um dique de contenção, para que o material fique confinado em uma área
relativamente pequena. Assim, o ácido pode ser neutralizado mediante a adição de cal
(hidróxido de sódio), carbonato de sódio ou bicarbonato de sódio. Os resíduos resultantes

Página 392
da neutralização devem ser removidos para um aterro industrial aprovado pelo órgão
ambiental.

Classe de Risco 9 — Substâncias e artigos perigosos


diversos, incluindo as substâncias que apresentam
risco para o meu ambiente.

Para esses produtos, são aplicados todos os procedimentos básicos já descritos, além de
outros específicos (tais como barreiras de contenção e utilização de material absorvente),
de acordo com o tipo de produto perigoso e o local da ocorrência.

PARTE ESPECIAL X – TRANSPORTE DE PRODUTOS


PERIGOSOS EM MOTOCICLETAS

Comentamos na parte especial VIII e IX referentes as infrações indicando que o transporte


em motocicletas, motonetas e ciclomotores é proibido.

Nesse sentido, com o objetivo de deixar mais clara as exigências, entendermos como
pertinente escrever um capítulo especial comentando sobre o transporte de produtos
perigosos nesses veículos.

Será que existe alguma flexibilização?


Questionamento interessante que vem gerando diversas dúvidas nesse segmento de
transporte, no qual passaremos a esclarecer.

A legislação de trânsito estabelece que é vedado o transporte de produtos perigosos em


motocicletas e motonetas. Entretanto, flexibiliza quando ocorre o transporte de botijões de
gás (gás liquefeito de petróleo – GLP), se o transporte for realizado com o auxílio de
sidecar.

Página 393
“Resolução Contran nº 943/2022:

Art. 13. É proibido o transporte de combustíveis inflamáveis ou tóxicos, e de galões nos


veículos de que trata a Lei nº 12.009, de 29 de julho de 2009, com exceção de botijões de
gás com capacidade máxima de 13 kg (treze quilogramas) e de galões contendo água
mineral, com capacidade máxima de 20 (vinte) litros, desde que com auxílio de sidecar.

Parágrafo único. O transporte de cargas em semirreboques acoplados à motocicleta ou


à motoneta não configura violação da proibição prevista no caput.”

Temos, portanto, a primeira condição que permite fazer o uso da motocicleta, porém,
restritiva a GLP e com auxílio de sidecar.

A outra condição, também prevista na legislação de trânsito se refere ao uso de


reboque/semirreboque acoplado a motocicleta.

Quais veículos?

Os veículos que trata a Lei nº 12.009/2009 são: motocicletas e motonetas.

Neste sentido, a norma de trânsito e a lei que regula o serviço de moto-frete permite o
transporte em motocicletas e motonetas com o auxílio de sidecar.

Compulsando a legislação específica que trata das regras de transporte, observamos que
a Resolução ANTT nº 5.998/2022 em seu artigo 12, § 3º define:

“Art. 12. O transporte de produtos perigosos deve ser realizado em veículos automotores ou
elétricos classificados como "de carga" ou "misto", conforme definições e prescrições
específicas estabelecidas pelo Código de Trânsito Brasileiro - CTB, salvo os casos previstos
nas Instruções Complementares anexas a esta Resolução.

(...)

§3º É proibido o transporte de produtos perigosos em motocicletas, motonetas e


ciclomotores, “salvo se disposto em contrário no Código de Trânsito Brasileiro - CTB,
regulamentações da autoridade nacional de trânsito ou nas Instruções Complementares
anexas a esta Resolução.”

Esclarecidas as condições normativas, vamos entender o que é exigido para realizar o


transporte de produtos perigosos nestes veículos.

Página 394
Sidecar

Semirreboque

RELAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS (Clique aqui)

RELAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS

(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9)


Nº Nome Classe ou Risco Nº de Grupo de Provisão Qtde Qtde
ONU apropriado Subclasse Subsidiário Risco embalagem Especial limitada limitada
para de risco por por
(GE)
embarque veículo embalagem
interna
(kg)

1075 GLP 2.1 23 333 Zero

Transporte do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) será considerado o peso bruto


(casco, em média 14 kg + carga líquida, 13 kg), totalizando 27 kg por botijão.

Faz-se a comparação com a quantidade prevista na coluna 8 (quantidade limitada


por veículo), tem-se a possiblidade do transporte de 12 botijões (P13) para estar em
quantidade limitada. Para fazer jus, deve cumprir as demais exigências previstas
para o transporte nestas condições. Veja o checklist a seguir.

Página 395
CHECKLIST DAS REGRAS PARA O TRANSPORTE

EXIGÊNCIAS PREVISTAS NO CTB E EXIGÊNCIAS PREVISTAS NA


RESOLUÇÕES DO CONTRAN: RESOLUÇÃO ANTT Nº 5.998/2022:

- Condições para realizar o serviço - Condições para realizar o serviço


de Moto-frete (condutor): possuir de Moto-frete (condutor): possuir
curso especializado, utilizar colete curso especializado para o transporte
refletivo. de produtos perigosos (dispensado se
o transporte estiver em quantidade
- Condições para realizar o serviço
limitada), estar de traje mínimo (calça
de Moto-frete (veículo): possuir
comprida, calçado fechado, camiseta
autorização do Detran (exceto
ou camiseta de manga curta ou
transporte não remunerado), registro
longa).
do veículo na categoria aluguel,
veículo possuir instalado: protetor de - Condições para realizar o serviço
motor “mata-cachorro, aparador de de Moto-frete (veículo): ser da
linha “antena corta-pipas”, veículo ser espécie “carga”, portar extintor de
submetido a inspeção semestral. incêndio de pó 4-A:30-B:C ou 30-B:C.

- Proibição: transporte de - Condições para realizar o serviço


combustíveis, produtos inflamáveis ou de Moto-frete (carga): observar as
tóxicos e de galões, exceto GLP (13 condições de carga e estiva,
kg), desde com auxílio de sidecar; comprovar com a documentação que
vedado o transporte concomitante em realiza o transporte em quantidade
sidecar e semirreboque. limitada para o veículo, sob pena de
ser aplicado, no que couber, as
- Permitido: transporte em
demais exigências previstas no
semirreboque (carga não pode
regulamento de transporte que não
exceder o limite de 40 cm de altura e
foram citadas.
relação à superfície superior do
assento da motocicleta ou motoneta e - Para fazer jus as dispensas: o
deve estar dentro do compartimento DANFE ou qualquer documento deve
do semirreboque). conter as informações obrigatórias nº
ONU, nome apropriado para
- Motocicleta ou motoneta deve:
embarque, classe, quantidade em
possuir capacidade máxima
quilograma de cada produto perigoso
admissível de carga e ter o informe da
transportado, assim como, a
CMT (capacidade máxima de tração)
expressão “Quant. Ltda” ou
disponibilizado.
“Quantidade limitada”).

Checklist elaborado considerando o


transporte em quantidade limitada
Página 396
MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS
Resumo do Módulo

Resumo do Módulo
Caro (a) condutor (a), neste módulo estudamos a movimentação de produtos perigosos. É
importante não esquecer:

- No transporte rodoviário de produtos explosivos, as embalagens deverão ser


acondicionadas no veículo de tal forma que não sofram deslocamentos, seguindo
orientações do expedidor, protegidas contra atritos e choques mecânicos.

- O carregamento e descarregamento de gases tóxicos, e as paradas do veículo


transportando esse produto, devem ser feitos longe de habitações ou locais com muito
movimento de pessoas.

- Para operações com caminhão-tanque, deve-se evitar a presença da eletricidade


estática. Por isso, é necessário usar, durante o carregamento e descarregamento do
produto, o cabo antiestático (cabo-terra) no veículo

- As embalagens de sólidos inflamáveis devem ser protegidas da ação direta do sol e


mantidas em local frio, bem ventilado e longe de qualquer fonte de calor e umidade.

- A descontaminação dos veículos que transportaram materiais radioativos somente


poderá ser feita pelos técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

- No transporte de substâncias tóxicas, o condutor do veículo deve ter cuidado com a


intoxicação por contato de pele: apesar da pele e da gordura agirem como uma barreira
protetora do corpo humano, alguns produtos têm a capacidade de penetrar por meio delas
e atingir a corrente sanguínea, atuando como um agente tóxico generalizado

- Resíduos perigosos, para fins de transporte, são substâncias, soluções, misturas ou


artigos que contêm ou estão contaminados por um ou mais produtos, para os quais não
seja prevista utilização direta, mas que são transportados para fins de despejo, incineração
ou qualquer outro processo.

- Para as substâncias corrosivas da Classe de Risco 8, a absorção e o recolhimento são as


técnicas mais recomendadas, quando comparadas com a neutralização e a diluição.

Página 397
Exercícios de fixação
1 - O que é incompatibilidade química nos transportes de produtos perigosos
a) São todos os produtos que pertencem a classe dos explosivos
b) São produtos que não podem ser transportados
c) Considerados incompatíveis substâncias ou artigos que, quando estivados em
conjunto, resultam em riscos indevidos, no caso de vazamento ou derramamento
d) São todos os produtos das classes dos gases

2 - O que significa a letra X no painel de segurança


a) Efeito oxidante
b) Explosivos
c) Deve misturar com água
d) Reage perigosamente com água

3 - Como transportar os produtos perigosos incompatíveis


a) Em cofres de carga que garantam a estanqueidade entre os produtos transportados,
assegurando a impossibilidade de danos a pessoas, mercadorias, segurança
pública e meio ambiente
b) Não podem ser transportados
c) Na cabine
d) Com autorização do agente de trânsito

4 - Qual a classes de produtos perigosos tem mais subclasses


a) Explosivos
b) Gases
c) Corrosivos
d) Radioativos

5 - Quando o produto perigoso é transportado juntamente com alimentos,


medicamentos e animais, as penalidades serão aplicadas ao
a) Ajudante
b) Embalador
c) Condutor e fabricante do produto perigoso
d) Expedidor e Transportador

Página 398
GABARITO

1 - O que é incompatibilidade química nos d) Radioativos


transportes de produtos perigosos
Comentário: De acordo com o anexo 2 da
a) São todos os produtos que pertencem a Resolução 5.998/22 ANTT.
classe dos explosivos
b) São produtos que não podem ser 5 - Quando o produto perigoso é transportado
transportados juntamente com alimentos, medicamentos e
c) Considerados incompatíveis animais, as penalidades serão aplicadas ao
substâncias ou artigos que, quando
estivados em conjunto, resultarem em
a) Ajudante
riscos indevidos, no caso de
vazamento ou derramamento b) Embalador
d) São todos os produtos das classes dos c) Condutor e fabricante do produto perigoso
gases d) Expedidor e Transportador

Comentário: De acordo com o artigo 43 da


Comentário: De acordo com o artigo 17 parágrafo
1 da Resolução 5.998/22 ANTT traz o conceito de Resolução 5.998/22 ANTT.
incompatibilidade química no transporte de
produtos perigosos, a NBR 14619 ABNT aborda a
incompatibilidade química nos transportes de
produtos perigosos.

2 - O que significa a letra X no painel de


segurança

a) Efeito oxidante
b) Explosivos
c) Deve misturar com água
d) Reage perigosamente com água

Comentário: De acordo com o anexo 3 da


Resolução 5998/22 ANTT.

3 - Como transportar os produtos perigosos


incompatíveis

a) Em cofres de carga que garantam a


estanqueidade entre os produtos
transportados, assegurando a
impossibilidade de danos a pessoas,
mercadorias, segurança pública e meio
ambiente
b) Não podem ser transportados
c) Na cabine
d) Com autorização do agente de trânsito

Comentário: De acordo com o art. 18 Resolução


5.998/22 ANTT.

4 - Qual a classes de produtos perigosos tem mais


subclasses

a) Explosivos
b) Gases
c) Corrosivos

Página 399
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
ABRAMET. Noções de primeiros socorros no trânsito. São Paulo: Casa
Brasileira do Livro, 2005.

NBR. NBR 15.589:2008. Cofre de carga fabricado em plástico – Requisitos e


métodos de ensaio.

ABNT. NBR 11.564:2021. Embalagens, embalagens grandes e contentores


intermediários para granel (IBC) de produtos perigosos — Classes 1,3,4,5,6,8 e
9 — Requisitos e métodos de ensaios.

ABNT. NBR 10.271:2021. Conjunto de equipamentos para emergências no


transporte terrestre de ácido fluorídrico.

ABNT. NBR 7.500:2023. Identificação para o transporte terrestre, manuseio,


movimentação e armazenamento de produtos.

ABNT. NBR 17.045:2022. Transporte de produtos perigosos – Contentor


Intermediário para Granel (IBC) – Requisitos para Recondicionamento,
Refabricação e Reutilização.

ABNT. NBR 17.056:2022. Transporte de produtos perigosos - Contentor


intermediário para granel (IBC) para líquidos inflamáveis – Requisitos e
métodos de ensaio

ABNT. NBR 9.735:2023. Conjunto de equipamentos para emergências no


transporte terrestre de produtos perigosos.

ABNT. NBR 14.619:2023. Transporte terrestre de produtos perigosos -


incompatibilidade química.

ANTT. Resolução nº 5.840, de 22 de janeiro de 2019. Dispõe sobre o


transporte rodoviário internacional de cargas e dá outras providências.

ANTT. Resolução nº 5.998, de 3 de novembro de 2022. Atualiza o


Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e aprova as
suas Instruções Complementares, e dá outras providências.

ANTT. Resolução nº 6.016, de 11 de maio de 2023. Altera a Resolução nº


5.998, de 3 de novembro de 2022, que aprova o Regulamento para o

Página 400
Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos, as suas Instruções
Complementares, e dá outras providências.

ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 504, de 27 de maio de


2021, que dispõe sobre as Boas Práticas para o transporte de material
biológico humano:
ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 222, de 28 de março de
2018, que regula as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de
Serviços de Saúde:

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília/DF: Senado,


1988.

BRASIL. Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política


Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e
aplicação.

BRASIL. Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito


Brasileiro.

BRASIL. Lei n° 9.966, de 28 de abril de 2000. Dispõe sobre a prevenção, o


controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras
substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional.

BRASIL. Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2021. Dispõe sobre a reestruturação


dos transportes aquaviário e terrestre, cria o Conselho Nacional de Integração
de Políticas de Transporte, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a
Agência Nacional de Transportes Aquaviários e o Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes,

BRASIL. Lei n° 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de


Resíduos Sólidos, que altera a Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

BRASIL. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da


profissão de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o
tempo de direção do motorista profissional; e dá outras providências.

CONTRAN. Resolução nº 300, de 04 de dezembro de 2008. Estabelece


procedimento administrativo para submissão do condutor a novos exames para
que possa voltar a dirigir quando condenado por crime de trânsito, ou quando
envolvido em acidente grave, regulamentando o art. nº 160 do Código de
Trânsito Brasileiro.

CONTRAN. Resolução nº 514, de 18 de dezembro de 2014. Dispõe sobre a


Política Nacional de Trânsito, seus fins e aplicação, e dá outras providências.

Página 401
CONTRAN. Resolução nº 789, de 18 de junho de 2020. Consolida normas
sobre o processo de formação de condutores de veículos automotores e
elétricos.

CONTRAN. Resolução nº 918, de 28 de março de 2022. Consolida as normas


sobre procedimentos para a aplicação das multas por infrações, a arrecadação
e o repasse dos valores arrecadados, nos termos do Código de Trânsito
Brasileiro (CTB).

CONTRAN. Resolução nº 923, de 28 de março de 2022. Dispõe sobre o exame


toxicológico de larga janela de detecção, em amostra queratínica, para a
habilitação, renovação ou mudança para as categorias C, D e E, decorrente da
Lei nº 13.103, de 02 de março de 2015.

CONTRAN. Resolução nº 938, de 28 de março de 2022. Dispõe sobre


requisitos técnicos mínimos do registrador instantâneo e inalterável de
velocidade e tempo (cronotacógrafo).

CONTRAN. Resolução nº 973, de 18 de julho de 2022. Institui o Regulamento


de Sinalização Viária.

CONTRAN. Resolução nº 985, de 15 de dezembro de 2022. Aprova o Manual


Brasileiro de Fiscalização de Trânsito.

DENTON, D. K. Qualidade em Serviços: O atendimento ao cliente como fator


de vantagem competitiva. São Paulo: Makron Books, 1990.

DETRAN/SP. Dicas de Direção Defensiva. Secretaria de Estado de Segurança


Pública. Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo. Disponível em:
http://www.detran.sp.gov. br/renovacao/direcao_defensiva.asp

DETRAN/SP. Noções de Primeiros Socorros no Trânsito. Secretaria de Estado


de Segurança Pública. Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo.
Disponível em: http://www.senatran.gov.br/educacao.htm

DETRAN/SP. Direção Defensiva. Trânsito seguro é um direito de todos.


Secretaria de Estado de Segurança Pública. Departamento Estadual de
Trânsito de São Paulo. Disponível em: http://
www.senatran.gov.br/educacao.htm

FREDERICO, C. de S.; NETTO, C. J.; PEREIRA, A. L. S. Transporte


metropolitano e seus usuários. Estud. av., Jan./Apr. 1997, vol.11, no.29, p.413-
428. ISSN 0103-4014.

GONÇALVES, E. A. Manual de Segurança e Saúde no Trabalho. 1a ed. São


Paulo: LTR Editora, 2000.

Página 402
Ibama. Instrução Normativa nº 5, de 9 de maio de 2012. Dispõe sobre o
procedimento transitório de autorização ambiental para o exercício da atividade
de transporte marítimo e interestadual, terrestre e fluvial, de produtos
perigosos.

Inmetro. Portaria nº 127, de 23 de março de 2022. Aprova os Requisitos de


Avaliação da Conformidade para Inspeção de Veículos Rodoviários Destinados
ao Transporte de Produtos Perigosos.

Inmetro. Portaria nº 128, de 23 de março de 2022. Aprova os Requisitos de


Avaliação da Conformidade para Inspeção de Equipamentos Rodoviários
Destinados ao Transporte de Produtos Perigosos.

Inmetro. Portaria nº 134, de 24 de março de 2022. Aprova os Requisitos de


Avaliação da Conformidade para Tanques de Carga Rodoviários Destinados ao
Transporte de Produtos Perigosos - Consolidado.

IPEA/ANTP. Impactos sociais e econômicos dos sinistros de trânsito nas


aglomerações urbanas brasileiras. Relatório Executivo. Brasília, 2003.

MTE — Ministério do Trabalho e Emprego. NR 7 – Programa de Controle


Médico de Saúde Ocupacional, publicada em 08 de junho de 1978 e suas
alterações. Disponível em: <http:// portal.mte.gov.br/legislacao/normas-
regulamentadoras-1.htm>.

PAROLIN, F. (2005). Princípios para a atuação do poder público em mobilidade


urbana. In: IV Congresso Brasileiro de Regulação da ABAR – Associação
Brasileira de Agências de Regulação, Manaus.

PIAGET, J.; BARBEL, I. A psicologia da criança. Rio de Janeiro: Bertrand


Brasil, 1993.

PORTAL DO TRÂNSITO. Celular no trânsito causa 1,3 milhão de sinistros por


ano. Disponível em: <http://portaldotransito.com.br/noticias/celular-no-transito-
causa-13- milhao-de-sinistros-por-ano/>.

RIBEIRO, L. A. Manual de Educação para o Trânsito. Curitiba, Juruá, 1998.

SOSA, M. R. Manual Básico de Segurança no Trânsito. Fiat. Impresso nº


60350067 – vol. 1, 1998.

Página 403

Você também pode gostar