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de transporte de
emergência
Educação presencial
CONDUTORES
DE VEÍCULO DE
TRANSPORTE DE
EMERGÊNCIA
Diretoria Executiva Nacional
Coordenação de Desenvolvimento Profissional
Educação Presencial
Condutores de Veículo de Transporte de Emergência
Material do aluno
Abril/2016
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CDU 656:614.882
CONDUTORES DE VEÍCULO DE TRANSPORTE DE
EMERGÊNCIA
Módulo I - Legislação....................................................................................................... 11
Convívio Social................................................................................................................ 73
7
2.4 A Responsabilidade Civil e Criminal do Condutor e o CTB........................................97
Resumindo................................................................................................................................98
Consolidando conteúdos........................................................................................................98
Referências..................................................................................................................... 130
8
Comprometido com o desenvolvimento do transporte no País, o SEST SENAT oferece um
programa educacional que contribui para a valorização cidadã, o desenvolvimento profissional,
a qualidade de vida e a empregabilidade do trabalhador do transporte, por meio da oferta de
diversos cursos que são desenvolvidos nas Unidades Operacionais do SEST SENAT em todo
o Brasil.
Sempre atento às inovações e demandas por uma educação profissional de qualidade, o SEST
SENAT reestruturou todo o portfólio de materiais didáticos e de apoio aos cursos presenciais
da instituição, adequando-os às diferentes metodologias e aos tipos de cursos, alinhando-os
aos avanços tecnológicos do setor, às tendências do mercado de trabalho, às perspectivas da
sociedade e à legislação vigente.
Esperamos, assim, que este material, que foi desenvolvido com alto padrão de qualidade
pedagógica, necessário ao desenvolvimento do seu conhecimento, seja um facilitador do
processo de ensino e aprendizagem.
Bons estudos!
9
APRESENTAÇÃO
Bom trabalho!
10
MÓDULO I
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO
UNIDADE 01
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO
O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Quais as categorias de habilitação e sua relação com os veículos conduzidos? Qual a
documentação exigida do condutor e do veículo? Quais as principais infrações, crimes de
trânsito e penalidades?
De acordo com Gomes (2015) e Pazetti (2015), o Brasil possui um conjunto de leis que regem
e disciplinam o trânsito nas vias terrestres. A principal delas é a Lei nº 9.503/1997, que institui
o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Além do CTB, existem a legislação complementar, as
Resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), as Portarias do Departamento
Nacional de Trânsito (DENATRAN) e outras regulamentações estaduais e municipais.
Atualização de Requisitos para a Matrícula no Curso
Especializado
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• autorização para Conduzir Ciclomotores (ACC): habilita o condutor a conduzir
ciclomotores até 50 (cinquenta) cilindradas;
• categoria A: qualifica a conduzir veículos automotores de 2 (duas) ou 3 (três) rodas,
com ou sem carro lateral;
• categoria B: qualifica a conduzir veículos automotores com ou sem reboque, com
peso bruto total (PBT) de até 3.500 kg e lotação máxima de 8 (oito) lugares, fora o do
condutor;
DICAS
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• permissão para Dirigir (PPD): documento válido por 1 (um) ano;
• autorização para Conduzir Ciclomotores (ACC): dentro do prazo de validade;
• carteira Nacional de Habilitação (CNH): a atual CNH contém foto e os números dos
principais documentos do condutor, prestando como documento de identificação no
território nacional;
• documento de Identificação: obrigatório para condutores portadores de CNH sem foto.
Em relação à documentação dos veículos, o profissional deve estar atento aos seguintes
documentos:
• certificado de Registro do Veículo (CRV) (CTB, art. 121): é o documento de porte
não obrigatório — que deve ser mantido em local seguro – e serve para transferir de
propriedade, alterar o endereço do proprietário ou alterar as características do veículo;
Infração de trânsito é qualquer Para que você tenha uma ideia das sanções impostas aos
desobediência às leis e normas infratores e aplicadas pelo DETRAN, Prefeituras, Polícias
contidas no CTB, resoluções e Rodoviárias e outros órgãos com jurisdição sobre a via,
portarias. atente ao rol abaixo:
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• advertências por escrito: têm finalidade educativa, no caso de infração leve ou média,
infratores não reincidentes e com boa conduta;
• multas: impostas à maior parte das infrações, com anotação de pontos no prontuário
do infrator e são proporcionais à gravidade da infração;
• suspensão do direito de dirigir: adotada em certos crimes e infrações, ou quando for
excedido o número máximo admissível de pontos no prontuário;
• apreensão do veículo: prevê o recolhimento em depósito do órgão responsável, e o
infrator deve arcar com todos os ônus para retirada;
• cassação da CNH: cancelamento definitivo do documento de habilitação, obrigando
o infrator a reiniciar o processo de habilitação;
• cassação de Permissão para Dirigir (PPD): sujeita o infrator a reiniciar o processo de
habilitação;
• curso de Reciclagem: é obrigatório ao infrator com direito de dirigir suspenso, ou
que tenha provocado acidente grave, ou ainda, que tenha sido condenado por delito de
trânsito.
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Além das sanções descritas, há determinadas medidas administrativas
que podem ser impostas pelo agente de trânsito no local da infração,
DICAS
No que tange às multas por infrações de trânsito, elas dependem da gravidade da ocorrência
e podem ser de acordo com a Tabela 1. Note que algumas das infrações gravíssimas têm o
valor da multa multiplicado por 3, 5 e 10, uma vez que a vida foi colocada em risco extremo,
conforme a Tabela 2 (CTB, art. 1o):
Tabela 1: Gravidade e valores de multas Tabela 2: Multas gravíssimas e valores
Gravidade Pontos Valores (R$) Gravidade Pontos Valores (R$)
Leve 3 53,20 Gravíssima (3x) 7 574,62
Média 4 85,13 Gravíssima (5x) 7 957,70
Grave 5 127,69 Gravíssima (10x) 7 1.915,40
Gravíssima 7 191,54
Fonte: Brasil (1997)
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São os principais crimes de trânsito previstos no CTB:
• praticar homicídio culposo, não intencional (CTB, art. 302);
• praticar lesões corporais culposas, não intencionais (CTB, art.
303);
• deixar de prestar socorro imediato, ou abandonar o local, para
fugir da responsabilidade civil ou criminal (CTB, arts. 304 e 305);
DICAS
Também, existem os crimes dolosos, que são mais graves e preveem penalidades e penas mais
severas.
Crimes dolosos, de acordo com • dirigir ou permitir que alguém dirija: sem ser
o Código Penal, são aqueles em habilitado; com a habilitação suspensa ou cassada;
que o condutor teve a intenção embriagado ou sem condições físicas e mentais de
ou a ciência de que seus atos dirigir com segurança (CTB, arts. 309 e 310);
poderiam ter consequências • prestar informações errôneas a policiais ou agentes
prejudiciais. de trânsito sobre qualquer aspecto de uma ocorrência
(CTB, art. 312).
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A violação da suspensão ou proibição imposta sujeita o infrator à
reaplicação da penalidade por igual período e multa, bem como à
pena de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de detenção (CTB, art. 307).
23
• quando houver várias faixas na pista, as da direita são destinadas ao deslocamento
dos veículos mais lentos, e as da esquerda, destinadas à ultrapassagem e ao deslocamento
dos veículos de maior velocidade;
• o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acostamentos, somente poderá
ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de estacionamento;
• os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, tais como os veículos de
emergência, quando em atendimento na via, gozam de livre parada e estacionamento
no local da prestação de serviço, desde que devidamente sinalizados, devendo estar
identificados;
• nas paradas, operações de carga ou descarga e nos estacionamentos:
No que tange à velocidade máxima permitida para a via, esta será indicada por meio de
sinalização, obedecidas suas características técnicas e as condições de trânsito. Onde não existir
sinalização regulamentadora, a velocidade máxima será conforme mostrada na Tabela 3.
Tabela 3: Velocidades máximas nas vias
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RESUMINDO
Acompanhar a evolução da legislação de trânsito permite ao condutor de veículo de
emergência estar sempre atualizado, sabendo quais são seus deveres e direitos e evitando
muitos problemas durante o exercício de sua atividade profissional.
Se você for motorista profissional empregado, fique atento aos pontos acumulados na
CNH. Isso demonstra o tipo de zelo que está tendo na condução — o seu empregador
pode ter acesso aos dados.
Reforçando um dos princípios fundamentais das regras de condução: abster-se de todo
ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou
de animais, e ainda, causar danos a propriedades públicas ou privadas.
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4. Com relação às sanções que podem ser impostas aos infratores
da legislação de trânsito, assinale a alternativa errada:
( ) As advertências por escrito têm finalidade educativa, e são
aplicadas no caso de infração leve ou média a infratores não
reincidentes e com boa conduta.
( ) As multas são impostas à maior parte das infrações, com
anotação de pontos no prontuário do infrator, e são proporcionais
à gravidade da infração.
( ) A suspensão do direito de dirigir é adotada em certos crimes e
infrações, ou quando for excedido o número máximo admissível
de pontos no prontuário.
( ) A apreensão do veículo prevê o recolhimento em depósito do
órgão responsável, e o infrator não necessita arcar com os ônus
para a retirada.
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UNIDADE 02
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA PARA VEÍCULOS DE
EMERGÊNCIA
Emergência
Emergência
Trânsito?
UNIDADE 02 - LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
PARA VEÍCULOS DE EMERGÊNCIA
O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Quais os instrumentos legais e normas que regem o transporte de emergência? Quais as
características do veículo de transporte de emergência? Quais são os requisitos do condutor?
A inspeção do veículo é necessária?
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No que tange às Resoluções CONTRAN, aquelas de nos 455/2013 e 285/2008 — que alteraram
a Resolução CONTRAN no 168/2004 – estabelecem, entre outras, as normas gerais de cursos
e treinamentos para os condutores de veículos de emergência.
De acordo com as aludidas Resoluções do CONTRAN, ao final do Curso, o condutor deverá
ser capaz de:
• conduzir os veículos de transporte de emergência de acordo com as técnicas
aprendidas, com respeito à legislação de trânsito e execução das manobras necessárias
para o rápido e seguro transporte de pacientes e da equipe de atendentes;
• ter atitude e agir prontamente em situações de imprevisto ou de ocorrências eventuais;
• ficar desperto em relação ao que ocorre dentro e fora do veículo de laboro;
• colocar em prática as obrigações, procedimentos e hábitos de um condutor consciente
– tanto em relação às pessoas transportadas quanto aos veículos;
• identificar os principais equipamentos de um veículo de emergências, bem como
suas características e funções.
2 AS CARACTERÍSTICAS DO VEÍCULO DE
TRANSPORTE DE EMERGÊNCIA
Para Fiandi (2013), embora a ambulância e as UTIs móveis sejam os veículos mais
representativos desse tipo de transporte, há outros que também são incluídos nesse grupo, tais
como os veículos oficiais da polícia e dos bombeiros militares.
30
De forma geral, o veículo para atendimento a primário receba suporte
emergências médicas e resgate é aquele que incorpora: um intensivo de vida durante o
compartimento para motorista, um compartimento para transporte; equipamentos e
paciente que acomode um socorrista (médico, paramédico, materiais para atendimento
enfermeiro ou técnico em emergências médicas) e dois a emergências no local assim
pacientes em maca (um paciente localizado na maca como durante o transporte;
primária e um paciente secundário em maca dobrável radiocomunicação de duas
localizada sobre o assento da tripulação), posicionados de vias; e, quando necessário,
forma que o paciente equipamento para resgate leve
(NBR 14.561:2000).
31
Há, também, as motolâncias, as quais se inserem em um contexto no qual se busca a excelência
do atendimento, pois seu tempo de resposta é menor. É uma solução para locomoção mesmo
em condições de tráfego ruim nas grandes cidades e também para o difícil acesso em áreas
remotas.
De acordo com Fiandi (2013), as ambulâncias devem estar equipadas, no mínimo, com:
• sinalizadores óticos e acústicos;
• extintores de pó químico seco conforme o exigido para o tipo de veículo, fitas e cones
de sinalização para isolamento;
• equipamentos de radiocomunicação fixos (obrigatório para ambulâncias em que se
realiza o APH);
• macas com rodas;
• suportes para soro e oxigênio medicinal;
• maletas de emergência contendo: estetoscópio adulto, luvas descartáveis, esparadrapo,
esfigmomanômetro adulto e infantil e pacote de gaze estéril.
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Dependendo do tipo de ambulância, outros equipamentos deverão estar disponíveis.
As sirenes podem ser de dois tipos:
• sirene elétrica (eletromecânica): dispositivo de advertência sonora que produz o
som através de um motor elétrico que aciona um disco giratório perfurado. Somente
é produzido um tipo de advertência sonora, porém, o nível pode ser variado de acordo
com a velocidade do motor;
• sirene eletrônica: dispositivo de advertência sonora que produz o som eletronicamente
por meio de amplificadores e alto-falantes eletromagnéticos. Vários tipos de sons podem
ser produzidos, tais como: contínuos, intermitentes ou simulação de buzinas a ar.
3.1 Equipamento de Comunicação
De acordo com a NBR 14561:2000, o veículo de resgate deve estar configurado para o uso de
rádios, móveis e portáteis, intercomunicadores, alto-falantes, sirene eletrônica e sistema de
telemetria. Esses sistemas devem ser instalados de acordo com as necessidades específicas e
estar prontos para o uso.
Os equipamentos de comunicação devem atender às normas aplicáveis pela Agência Nacional
de Telecomunicações (ANATEL) e as que forem requeridas localmente para radiocomunicação
de emergência.
Cada tipo de serviço de emergência disponibilizado por instituições públicas ou privadas
possuem seus procedimentos para regulação dos serviços e, de forma geral, contam com uma
Central de Operação.
Nas comunicações de emergência, os profissionais utilizam uma linguagem específica de
comunicação, formada pelos códigos do “Q” e do “J”, que tem como objetivo facilitar, agilizar e
restringir a comunicação. A linguagem utilizada com a Central de Operação deve ser adequada
e ágil, utilizando códigos para maior eficiência e sigilo na troca de informações entre a Central
e equipes móveis.
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4 REQUISITOS DO CONDUTOR DE TRANSPORTE DE
EMERGÊNCIA
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Você sabe o que significa a Estrela da Vida? A Estrela da Vida, em sua cor azul, é uma estrela
de seis pontas reconhecida como símbolo da Emergência Médica e é usada em ambulâncias e
uniformes.
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• quando o veículo está registrado no nome de pessoa jurídica: cabe à empresa indicar
os condutores que cometeram a infração, sendo os pontos lançados em suas respectivas
CNHs.
RESUMINDO
As ambulâncias constituem um tipo de veículo de emergência e são veículos destinados,
exclusivamente, ao transporte de enfermos, feridos e acidentados. As características
físicas e operacionais dos veículos de emergência devem obedecer à NBR 14.561:2000.
Uma conduta profissional do motorista de veículos de emergência requer: pontualidade,
boa imagem pessoal, obediência às normas, e orientações e respeito aos colegas e
pacientes.
Lembre-se que é importante que o condutor anote todas as ocorrências e anormalidades
encontradas no veículo, e as comunique, formalmente, ao responsável pela área de
manutenção.
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2. São os veículos destinados ao transporte, em posição deitada,
de pacientes que não apresentem risco de morte, para remoções
simples e de caráter eletivo. Sua tripulação mínima requer um
motorista. Está-se falando de qual tipo de ambulância?
( ) Tipo A (Ambulância de Transporte)
( ) Tipo B (Ambulância de Suporte Básico)
( ) Tipo C (Ambulância de Resgate)
( ) Tipo D (Ambulância de Suporte Avançado – ASA ou UTIs
móveis)
3. A empresa é responsável pelo pagamento das multas, não
estando a seu critério cobrá-las ou não de seus motoristas.
( ) Certo ( ) Errado
4. Constituem requisitos que o mercado de trabalho estabelece
para o condutor de veículos de emergência:
( ) Qualificação
( ) Conduta profissional
( ) Conhecimento
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
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MÓDULO II
DIREÇÃO DEFENSIVA
UNIDADE 01
DIREÇÃO DEFENSIVA – PARTE 1
Acidentes de trânsito
O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Será que todo acidente é evitável? Como o condutor de veículo de emergência deve agir nas
situações adversas? Existe relação entre o fator humano e os acidentes de trânsito? Como o
condutor deve ultrapassar e ser ultrapassado?
Para que o condutor de veículo de emergência possa agir de forma segura e correta
durante o exercício profissional de sua atividade, deve estar preparado para lidar com
as mais variadas situações cotidianas, desde aquelas que dizem respeito a si próprio, até
àquelas referentes às condições da via.
Nesta unidade, abordaremos o acidente evitável ou não evitável, as condições adversas
de luminosidade, tempo, via, tráfego, veículo e motorista, as relações existentes entre o
fator humano e os acidentes de trânsito, como ultrapassar e ser ultrapassado, e o acidente
de difícil identificação da causa.
1 ACIDENTE EVITÁVEL OU NÃO EVITÁVEL
Para Cardo (2015) e Andrade (2012), dirigir de forma segura inclui habilidade em controlar o
veículo, de maneira que não haja envolvimento em acidentes, apesar das ações incorretas dos
outros usuários da via e das dificuldades advindas das condições adversas de luminosidade,
tempo, trânsito, veículo, via, condutor e pacientes socorridos.
Daí se pergunta: todo acidente é evitável? Em regra, sim, porque sempre haveria algo que
poderia ter sido feito para evitá-lo, se alguém tivesse usado a razão e o bom senso.
Um acidente é evitável por um, pelo outro, por ambos ou até por
terceiros, que podem, de algum modo, estar envolvidos nas causas
do acidente.
Exemplo: um mecânico que não aperta devidamente os parafusos
da roda e esta se solta, provocando um acidente.
Existem outras pessoas e entidades que têm o dever de auxiliar na prevenção de acidentes.
Mas o principal responsável por se evitar o acidente é o motorista.
Além das condições de chuva, os condutores podem enfrentar situações de ventos fortes. Se
os ventos forem transversais, o condutor deverá abrir os vidros e reduzir a velocidade e se os
ventos forem frontais, deverá reduzir a velocidade, segurando com firmeza o volante.
Durante o inverno, as estradas podem ser invadidas por neblina, o que exige dos condutores
mais atenção. Analise as sugestões que visam reduzir o risco de acidentes nessa condição
adversa:
• acenda os faróis (luz baixa), mesmo durante o dia, caso não disponha de faróis de
neblina;
• reduza a velocidade, mantendo ritmo constante, sem acelerações ou reduções bruscas.
• redobre a atenção;
• não use luz alta;
• nunca trafegue com o pisca-alerta ligado, exceto em caso de emergência ou se a via
assim o permitir;
• caso se faça necessário parar no acostamento, aí sim, deve ligar o pisca- alerta;
• evite ultrapassagens.
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2.3 Condições Adversas da Via
As condições adversas da via estão relacionadas com a construção e conservação das vias. Curvas,
largura da pista, condições da pista e acostamento, tipo de pavimento, buracos, desníveis e falta
de sinalização são algumas adversidades próprias da pista, muito frequentes no país.
2.4 Condições Adversas do Tráfego
46
2.6 Condições Adversas da Carga
A carga pode se tornar uma condição adversa toda vez que qualquer um dos seguintes cuidados
necessários não forem observados:
• limite máximo de peso;
• altura;
• largura.
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3 AS RELAÇÕES EXISTENTES ENTRE O FATOR
HUMANO E OS ACIDENTES DE TRÂNSITO
Você já parou para refletir no quanto seu trabalho exige equilíbrio emocional? Essa exigência
está muito acima do que se espera de um motorista comum.
Motoristas que dirigem por longas distâncias estão sujeitos a extenuante cargas de trabalho,
aos desgastes emocionais produzidos pelas adversidades nos ambientes de serviço e ao pouco
ou nenhum contato com os colegas. Ainda, os trabalhadores de transporte de cargas são
obrigados a conviver com os riscos dos assaltos, dos roubos de cargas, e da imprudência no
trânsito – o que os leva ao estresse (GRISTEC, 2016; FUNENSEG, 2016).
• se você for ultrapassar, calcule bem a distância e o tempo que vai utilizar para a
manobra. Considere, ainda, a velocidade do veículo que vem no sentido contrário.
A maioria dos motoristas envolvidos não sabe a causa (quando esta for, por exemplo, um
defeito mecânico), não quer dizer a causa (quando for constrangedor para o motorista, como
por exemplo, ter dormido ao volante ou estar embriagado) ou ainda, não pode dizer a causa
(porque morreram).
RESUMINDO
Existem diversas pessoas e entidades que têm o dever de auxiliar na prevenção de
acidentes. Contudo, o principal responsável por evitar o acidente é o próprio motorista.
A direção defensiva combina atitudes corretas e muito planejamento, tudo isso a fim de
prever as condições adversas que podem ocorrer durante a operação de atendimento
emergencial.
Investir nos cuidados consigo mesmo, tais como alimentação saudável, prática de
exercícios físicos e convivência familiar, é um dos melhores caminhos para evitar o
estresse dessa profissão. 49
1. As condições adversas são as situações causadoras de acidentes
que ocorrem em momentos previamente determinados, e para as
quais o condutor de veículo de emergência deve estar preparado
para reconhecer e saber superar.
( ) Certo ( ) Errado
2. São condições adversas da via, exceto:
( ) Presença de buracos
( ) Falta de sinalização
( ) Existência de desníveis
( ) Ausência de equipamentos obrigatórios na ambulância
3. Quando o motorista for ultrapassar, deve calcular bem a distância
e o tempo que utilizará para a manobra. Deve considerar, ainda, a
velocidade do veículo que vem no sentido contrário.
( ) Certo ( ) Errado
4. Para evitar o estresse, o condutor de veículo de emergência deve:
( ) Alimentar-se de maneira saudável, evitando longos períodos
sem se nutrir.
( ) Não fazer uso de tranquilizantes e medicamentos sem
orientação médica.
( ) Evitar o fumo, café e bebidas alcoólicas.
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
50
UNIDADE 02
DIREÇÃO DEFENSIVA – PARTE 2
Integrantes do Trânsito
O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Que importância têm as distâncias de frenagem e os tempos de reação para o condutor de
veículo de emergência? Quais os principais procedimentos indicados para evitar diversos
tipos de colisão? Afinal, por que o condutor deve ver e ser visto no ambiente de trânsito?
De acordo com o Denatran (2016) e Detran/SP (2016), um veículo, quando está em movimento,
necessita de tempo e distância para poder parar, por menor que seja a velocidade.
Com isso, o condutor deve estar inteirado sobre o que é tempo de reação, de frenagem, de
parada e a distância de seguimento, entre outros conceitos.
• tempo de reação é o tempo que o motorista gasta para reagir frente a um perigo;
• tempo de frenagem é o tempo que é gasto desde o acionamento do mecanismo de
freio, até a parada total do veículo;
• tempo de parada é o tempo gasto desde que o perigo é visto até a parada total do
veículo;
• distância de reação é aquela percorrida pelo veículo desde que o motorista vê o perigo
até tomar uma atitude;
• distância de frenagem é a distância que o veículo percorre depois que o mecanismo
do freio é acionado até a parada total do veículo;
• distância de parada é aquela percorrida pelo veículo desde que o perigo é visto até
sua parada total;
• distância de seguimento é a distância entre o veículo que você está dirigindo e o que
segue a sua frente, de forma que possa parar, mesmo em uma emergência, sem colidir
com a traseira do outro.
53
Para que você possa ter ideia da importância de conhecer e respeitar essas distâncias, um
veículo trafegando a 50 km/h pode parar em 45 metros. No entanto, se ele estiver a 70 km/h,
ele precisará de 70 metros para parar.
Ao trafegar atrás de outro veículo, é preciso manter distância para evitar uma colisão, caso ele
freie bruscamente. Uma boa distância permite que você tenha tempo de reagir e acionar os
freios diante de uma situação de emergência e haja tempo, também, para que o veículo, uma
vez freado, pare antes de colidir.
A colisão com o veículo que vai à frente, normalmente, acontece quando o motorista não
mantém a distância de segurança, ou está desatento nas paradas onde existe um carro à frente.
Para que este tipo de colisão não ocorra, o motorista deve:
• concentrar sua atenção no que está ocorrendo no trânsito;
• observar os sinais do motorista da frente;
• olhar além do veículo à sua frente, a fim de perceber possíveis situações que possam
forçá-lo a agir;
• manter os vidros limpos e desimpedidos de objetos que diminuam o campo de visão;
• manter a distância de segurança;
• evitar as frenagens bruscas.
DICAS
Pise no freio aos poucos, de modo que o veículo não derrape ou pare
bruscamente.
54
Para se livrar dos veículos que estão colados na traseira de seu
veículo, facilite a ultrapassagem!
LEMBRE-SE
LEMBRE-SE
Nas curvas:
• perceba a curva sempre com antecedência;
• verifique o tipo de curva:
DICAS
55
• freie antes de entrar na curva e não apenas quando já estiver dentro da curva.
A reunião de vários fatores — tais como velocidade, tipo de pavimento, ângulo da curva
e condições dos pneus — podem provocar a saída de um veículo da sua mão de direção,
empurrando-o para a contramão ou para o acostamento.
Com isso, esteja atento aos seguintes pontos para se evitar colisão nos cruzamentos:
• saiba exatamente para onde seguir;
• reduza a velocidade;
• respeite a preferência de quem transita por via superior, ou que já esteja transitando
nas rotatórias;
• sinalize suas intenções;
• siga sempre com cuidado.
56
Nos centros urbanos, os cruzamentos são locais de pouca
visibilidade. O motorista que pratica a direção defensiva abre
mão da sua preferência em benefício da segurança, porque sabe
exatamente o que está fazendo no trânsito e quais os riscos que
corre.
2.2 Atropelamentos
Como o comportamento dos pedestres não se pode prever, a melhor forma de se evitar
atropelamentos é ser cuidadoso ao volante e dar sempre o direito de preferência a quem está
a pé.
Além disso, há locais que exigem atenção redobrada dos motoristas. Por exemplo,
estatísticas mostram que muitos atropelamentos ocorrem em pontos de parada de ônibus.
Esse fato mostra que, ao passar por esses locais, os motoristas precisam manter um cuidado
maior ainda.
2.3 Colisões com Objetos Fixos
A colisão com objetos fixos pode ocorrer nas ruas (colisão com árvores, postes) ou mesmo nas
garagens, inclusive de empresas de transporte.
59
• cheque constantemente os retrovisores. Ao estacionar ou parar o veículo, cuidado ao
abrir as portas;
• para ultrapassar uma motocicleta, aja com o mesmo padrão da ultrapassagem de
veículos.
2.6 Colisões com Animais
As colisões com animais na estrada são fatores de risco para os veículos, seja pela reação
imprevisível de seus movimentos, ou pela atitude dos motoristas de se desviarem bruscamente,
para tentar evitar a colisão.
DICAS
No trânsito, tudo acontece muito rapidamente e o motorista precisa estar atento às reações e
movimentos dos outros motoristas e pedestres.
Atenção especial deve ser dedicada aos pontos cegos, colunas e outras partes da carroceria que
possam ocultar veículos e pedestres.
Tão importante quanto ver é ser visto. Utilize adequadamente os faróis, luzes indicadoras de
direção, luzes de freio, pisca-alerta, luz de ré.
RESUMINDO
Quando o veículo de emergência está em movimento, valem as leis da Física: ele necessita
de tempo e distância para poder parar, por menor que seja a velocidade. Com isso, seja
cioso das suas distâncias de segurança e dos tempos de frenagem!
Para evitar colisão com objetos fixos, visto que esse tipo de acidente pode ter consequências
graves aos ocupantes do veículo e sempre traz danos ao patrimônio, siga a recomendação
básica: dirija cuidadosamente, não ultrapassando os limites de velocidade e mantendo
as práticas de direção defensiva.
Lembre-se de que, no tráfego urbano, determinadas pessoas têm comportamentos
imprevisíveis, não conhecem os perigos do trânsito, não estão em condições de superá-
los ou mesmo de avaliá-los. É o caso, por exemplo, de crianças, de pessoas idosas ou de
pessoas com deficiência, dentre outras. Por isso, redobre sua atenção!
61
2. Acerca dos procedimentos para evitar colisão nos cruzamentos,
é correto afirmar, exceto:
( ) Saber exatamente para onde seguir.
( ) Permanecer na mesma velocidade ao entrar no cruzamento.
( ) Respeitar a preferência de quem transita por via superior.
( ) Sinalizar as intenções de manobra.
3. A correta regulagem dos espelhos retrovisores do veículo de
emergência é muito importante apenas para enxergar os veículos
que se aproximam pela traseira do veículo.
( ) Certo ( ) Errado
4. Assinale a alternativa correta acerca dos procedimentos para
evitar colisão com motocicletas e congêneres:
( ) Manter uma distância segura.
( ) Cuidado nas conversões à esquerda e à direita.
( ) Checar constantemente os retrovisores.
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
62
UNIDADE 03
DIREÇÃO DEFENSIVA – PARTE 3
O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Qual a importância do comportamento seguro na condução de veículos de emergência? Existe
alguma técnica para desenvolver o comportamento seguro? Quais devem ser as atitudes do
condutor no momento pós-acidente?
De acordo com a matéria veiculada no Jornal do Brasil em 06/11/2015 (JB, 2015), o número
de mortos em acidentes ocorridos em estradas brasileiras cresceu na contramão da média
mundial, afirma levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Relatório 2015
sobre a Segurança nas Estradas no Mundo, o órgão levanta os custos humanos e econômicos
de tragédias dessa espécie e aponta o Brasil como o emergente que mais apresenta violência
no trânsito, do mundo.
Apenas para se ter uma ideia, em 2012, o Brasil registrou, aproximadamente, 47 mil mortes no
trânsito. Desse valor, apenas 42,2 mil foram efetivamente registradas. No ranking compilado
da organização, que analisa números desde 2010, o trânsito brasileiro ocupa a 33ª posição no
critério perigo. Quando a análise se destina apenas a nações latino-americanas, sobe para a
5ª colocação. Já no ranking com informações de 2013, o país é classificado como o 56º mais
mortal e o 3º das Américas, atrás apenas da República Dominicana e de Belize.
O Código de Trânsito Brasileiro estabelece que o condutor de veículos de emergência deve ser
aprovado em curso especializado com carga horária de 50 horas/aula. Os conteúdos do curso
visam qualificar os condutores para transportar todos os tipos de paciente, inclusive mães com
bebê, crianças, adolescentes, idosos, portadores de deficiência física e pessoas com mobilidade
reduzida.
65
Dirigir com segurança e responsabilidade é dever de todos os motoristas, ainda mais quando
ele transporta pacientes, a fim de minimizar os riscos envolvidos nesta atividade.
1.1.2 Atenção
Você passa quantas horas por dia dirigindo o seu veículo? Já se pegou olhando alguma coisa
que acontece na estrada, um acidente, um outdoor chamativo? Está sempre alerta ou se distrai
passando mensagem no celular ou atendendo a alguma ligação?
66
Esteja sempre alerta para o que se passa à sua volta, para as
condições de tráfego, para o limite de velocidade na via percorrida.
Estar ao volante significa prestar atenção constante ao trânsito,
pois alguns segundos de desatenção podem significar acidentes.
1.1.3 Previsão
Ser preventivo significa lembrar-se, por exemplo, de verificar as condições do veículo antes
de uma viagem. Um motorista descuidado pode enfrentar sérios problemas, pois não há
habilidade na direção que contorne uma falha mecânica.
1.1.4 Decisão
Uma boa decisão implica o conhecimento das alternativas que se apresentam em uma
determinada situação no trânsito, bem como a capacidade de se fazer uma escolha inteligente
de manobra, a tempo de evitar acidentes.
67
1.1.5 Habilidade
A habilidade se desenvolve por meio do aprendizado e do desenvolvimento constante dos
automatismos corretos. Teoricamente, quanto mais um indivíduo desenvolve uma ação, mais
qualificado ele estará. Porém, esta regra não pode ser considerada para o condutor, pois,
a dinâmica do trânsito na prática da direção veicular faz com que ele adquira de maneira
inconsciente gestos ou ações incorretas, chamadas de automatismos incorretos.
Adquirir habilidades para conduzir um veículo significa conhecer o veículo e seus
equipamentos, ter recebido correto e cuidadoso treinamento para manusear os controles e
saber efetuar com sucesso todas as manobras necessárias em cada situação de risco.
O comportamento de risco do condutor — que é contrário a todo procedimento que visa dar
as condições adequadas de segurança ao transporte de emergência – abrange desde a ausência
de planejamento para o transporte até a falta deliberada do uso do cinto de segurança, tanto
por parte do condutor quanto por parte dos demais tripulantes e paciente.
Por outro lado, de acordo com Cardo (2015), Günther (2015) e Pechansky et al. (2010), o
método básico de prevenção de acidentes é um guia que todo condutor de veículo de emergência
deveria levar em sua boleia. Ele possui como acrônimo as letras PDA, que vem de P (prever o
perigo), D (descobrir o que fazer) e A (agir a tempo). Todas essas ações são interligadas:
• preveja o Perigo: a previsão de possíveis situações de risco que contribuem para que
os acidentes aconteçam, deve ser efetuada com bastante antecedência, podendo ser de
horas, dias, ou até semanas, caracterizando a previsão mediata.
DICAS
68
• descubra o que fazer: na maioria das vezes, os acidentes resultam de um erro do
motorista. O mesmo erro que provoca um acidente leve pode causar um acidente fatal,
sendo que a gravidade é determinada pela ocasião. Isso quer dizer que cada acidente,
mesmo pequeno, merece ser revisto, analisando-se o erro e afastando a possibilidade de
sua repetição, talvez com consequências mais sérias, e quem sabe, até mesmo fatais.
Estar preparado para iniciar uma viagem significa prever, mentalmente, o que pode acontecer
— isso torna mais fácil descobrir o que fazer, ou seja, saber se defender.
• aja a tempo: uma vez que você conhece o perigo e sabe qual atitude a ser tomada, aja
imediatamente! Jamais espere para ver o que vai acontecer.
Na maioria das vezes, os acidentes ocorrem justamente porque o motorista espera a atitude
dos outros, ou ainda, espera que estes outros conheçam e respeitem as leis.
DICAS
Não conte com a sorte, não pense que tudo vai dar certo, proceda como se
o acidente estivesse quase acontecendo. Aja enquanto é tempo!
69
3 ESTADO FÍSICO E MENTAL DO CONDUTOR
Para Dualibi et al. (2012) e Cristo (2012), as condições físicas e mentais são muito importantes,
pois são elas que alteram o modo de dirigir do condutor e seu desempenho. Contam fatores
físicos como: fadiga, capacidade de atenção, audição e visão. E fatores mentais e emocionais
como: inexperiência, familiaridade com a via, excitação ou depressão. Essas características
levam o motorista a dirigir com pressa ou sem atenção, com raiva, ira, calor, frustração e
insegurança.
3.1 Fadiga e Sono
Um motorista cansado não tem condições de dirigir com segurança. O cansaço e o sono, muitas
vezes, são mais fortes do que a capacidade de permanecer acordado, e o condutor adormece
sem perceber. Muitas vezes, o caminhoneiro realiza longas viagens durante o período noturno
e não descansa corretamente durante o dia.
3.2 Álcool
Para dirigir com segurança, o motorista precisa estar com boas condições físicas e mentais. O
álcool, ao contrário do que se imagina, é uma droga depressora do sistema nervoso.
70
3.3 Drogas e Medicamentos
A automedicação é uma prática prejudicial à saúde, pois pode acarretar sérias consequências ao
organismo e atrapalhar o ato de dirigir. Como o caminhoneiro normalmente está nas estradas,
longe de casa, ele adia a visita ao médico mesmo quando não se sente bem, comprometendo a
saúde. Por conta própria, muitas vezes recorre à automedicação.
RESUMINDO
Adquirir habilidades não significa ter automatismos. Antes, significa conhecer o veículo
e seus equipamentos, ter recebido correto e cuidadoso treinamento para manusear os
controles e saber efetuar com sucesso todas as manobras necessárias em cada situação
de risco.
O método básico de prevenção de acidentes possui como acrônimo as letras PDA, que
vem de P (prever o perigo), D (descobrir o que fazer) e A (agir a tempo).
As condições físicas e mentais do condutor de veículos de emergência são muito
importantes, pois são elas que alteram o modo de dirigir do condutor e seu desempenho.
Contam fatores físicos (fadiga, capacidade de atenção, audição e visão) e fatores mentais
e emocionais (inexperiência, familiaridade com a via, excitação ou depressão).
71
1. O condutor de veículo de emergência, quando realiza manobras
— tais como conversões, ultrapassagens, aproximação de
cruzamentos, frenagens ou paradas para embarque e desembarque
— deve ser menos cuidadoso do que os demais motoristas.
( ) Certo ( ) Errado
2. Constituem elementos da direção defensiva no serviço de
transporte de emergência, exceto:
( ) Conhecimento
( ) Atenção
( ) Previsão
( ) Indecisão
3. A automedicação é uma prática prejudicial à saúde, pois pode
acarretar sérias consequências ao organismo e atrapalhar o ato de
dirigir.
( ) Certo ( ) Errado
4. Acerca da previsão como um dos elementos da direção defensiva
no serviço de transporte de emergência, é correto afirmar:
( ) Ser preventivo significa lembrar-se, por exemplo, de verificar
as condições do veículo antes de uma viagem.
( ) O motorista que consegue prever o que pode acontecer em
uma viagem e se prepara para isso, faz uma previsão mediata.
( ) Se o motorista enfrenta a rotina do trânsito e antecipa uma
possível situação de perigo, ele está fazendo uma previsão imediata.
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
72
MÓDULO III
NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS,
CONVÍVIO SOCIAL
UNIDADE 01
Noções de Primeiros Socorros
1 Os Primeiros Socorros
2 As Primeiras Providências
dente de Trânsito
O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
No que se baseiam os primeiros socorros? Quais as primeiras providências a serem tomadas
pelo condutor de veículo de emergência? Como ocorre a verificação das condições gerais da
vítima de acidente? Que cuidados tomar com a vítima de acidente ou contaminação?
2 AS PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS
77
• acionamento de recursos: se a equipe socorrista e os equipamentos não forem
suficientes, deve-se chamar reforço de socorro ou socorro especializado.
São necessários provimentos básicos nas diversas situações de emergência, podendo variar de
acordo com o estado da vítima, descritos a seguir.
3.1 Vítima Inconsciente
(1) Verifique os sinais vitais — respiração, pulsação e temperatura, sem movimentar a vítima.
(2) Observe a respiração e a pulsação ao mesmo tempo. Faça da seguinte forma:
• coloque os dedos indicador e médio sobre a artéria, na parte interna do pulso;
78
• verifique a pulsação:
DICAS
79
• Se o acidente for violento ou se a vítima tiver recebido alguma pancada forte ou
sofrido uma queda, ela deve permanecer imóvel, mesmo que não apresente qualquer
dificuldade de movimentação;
• Certifique-se de que a vítima não apresenta fratura na coluna antes de movimentá-la.
Sensação de formigamento e dormência nos membros pode indicar lesão ou fratura na
coluna.
A primeira regra para transportar uma vítima com suspeita de lesão na coluna é nunca dobrar-
lhe o pescoço ou as costas: ela deve ser movimentada como um bloco único e por mais de
uma pessoa.
De acordo com Fiandi (2013), Malagutti (2012) e Cebollero (2011), as vítimas não devem ser
movimentadas e, quando extremamente necessário, apenas o mínimo possível.
O condutor deve reconhecer as situações necessárias e as técnicas para realizar a movimentação
corretamente. E quais são essas situações?
As principais situações de movimentação da vítima são as seguintes:
• para afastar a vítima de um perigo maior — são situações em que a vítima, por
exemplo, pode estar: no meio da pista, sujeita a atropelamento e outros acidentes; com
o corpo submerso, correndo o risco de afogamento; exposta a riscos de incêndio ou de
intoxicação por algum tipo de produto perigoso.
80
Nesses casos, há três formas para movimentar a vítima corretamente:
‐‐ no sentido do comprimento de seu corpo, de forma que o mesmo esteja esticado;
DICAS
81
4.2 Procedimentos em Caso de Queimaduras em Geral
As queimaduras são classificadas em graus, e possuem os sintomas conforme abaixo:
• 1o Grau: lesão das camadas superficiais da pele; vermelhidão; dor local suportável;
não há formação de bolhas;
• 2o Grau: lesões das camadas mais profundas da pele; formação de bolhas;
desprendimento de camadas da pele; dor e ardência; locais de intensidade variável;
• 3o Grau: lesão de todas as camadas da pele; comprometimento dos tecidos mais
profundos, até o osso.
LEMBRE-SE
82
4.3 Procedimentos em Caso de Parada Cardiorrespiratória
A parada cardiorrespiratória ocorre quando a vítima deixa de respirar e o seu coração deixa de
bater. Os motivos que fazem uma pessoa parar de respirar podem ser:
• obstrução das vias aéreas por algum corpo estranho como, por exemplo, dentadura e
pedaço de comida;
• intoxicação por gases;
• ingestão de venenos;
• fortes descargas elétricas;
• grave ferimento.
De acordo com a AHA — American Heart Association (2015), houve mudanças nas diretrizes
para a aplicação dos procedimentos em casos de parada cardiorrespiratória. Em linhas gerais,
os socorristas leigos sem treinamento devem fornecer a ressuscitação cardiopulmonar (RCP)
somente com as mãos, com ou sem orientação de um atendente, para adultos vítimas de parada
cardiorrespiratória (PCR). O socorrista deve continuar a RCP somente com compressão até
a chegada de um DEA ou de socorristas com treinamento adicional. Todos os socorristas
leigos devem, no mínimo, aplicar compressões torácicas em vítimas de PCR. Além disso, se o
socorrista leigo treinado puder realizar ventilações de resgate, as compressões e as ventilações
devem ser aplicadas na proporção de 30 (trinta) compressões para cada 2 (duas) ventilações.
O socorrista deve continuar a RCP até a chegada e a preparação de um desfibrilador externo
automático (DEA) para uso, ou até que os profissionais do serviço médico de emergência
(SME) assumam o cuidado da vítima ou que a vítima comece a se mover.
83
De forma pragmática, a Tabela 1 seguinte, mostra os procedimentos básicos de uma RCP.
Tabela 1: Resumo dos procedimentos básicos de uma RCP
84
COMPONENTE ADULTOS E CRIANÇAS BEBÊS
ADOLESCENTES (1 ano de idade à (Menos de 1 ano
puberdade) de idade, excluindo
recém-nascidos)
Frequência de 100 a 120/min
compressão
Profundidade da No mínimo, 2 polegadas Pelo menos um Pelo menos um
compressão (5 cm)* terço do diâmetro terço do diâmetro
AP do tórax AP do tórax
Cerca de 2 Cerca de 1 1/2
polegadas polegadas (4 cm)
Posicionamento 2 mãos sobre a metade 2 mãos ou 1 mão 1 socorrista
das mãos inferior do esterno (opcional para
2 dedos no centro do
crianças muito pe-
tórax, logo abaixo da
quenas) sobre a
linha mamilar
metade inferior do
esterno 2 ou mais socorristas
Usar a técnica dos
dois polegares no
centro do tórax,
logo abaixo da linha
mamilar.
Retorno do tórax Espere o retorno total do tórax após cada compressão.
Não se apoie sobre o tórax após cada compressão.
Minimizar Limite as interrupções nas compressões torácicas a menos de 10
interrupções. segundos.
* A profundidade da compressão não deve exceder 2.4 polegadas (6 cm).
RESUMINDO
Assim como o condutor de veículo de emergência deve conhecer a legislação de trânsito,
é essencial que ele também esteja devidamente capacitado a prestar os primeiros socorros
em caso de acidente.
A primeira regra para transportar uma vítima com suspeita de lesão na coluna é nunca
dobrar o pescoço ou as costas — ela deve ser movimentada como um bloco único e por
mais de uma pessoa.
Somente em casos extremos, onde a vida da vítima corre perigo imediato, deve-se
mudá-la de lugar.
86
1. Respiração curta e acelerada pode indicar a ocorrência de uma
convulsão, de um desmaio ou pode alertar que a vítima esteja
entrando em estado de choque.
( ) Certo ( ) Errado
2. Com relação a queimaduras, pode-se afirmar, exceto:
( ) As queimaduras são classificadas em três graus.
( ) Em queimaduras de 1o Grau, ocorrem lesão das camadas
superficiais da pele, vermelhidão, dor local suportável e não há
formação de bolhas.
( ) Em queimaduras de 2o Grau, ocorrem lesões das camadas mais
profundas da pele, não há formação de bolhas, desprendimento
de camadas da pele, dor e ardência.
( ) Em queimaduras de 3o Grau, ocorrem lesão de todas as
camadas da pele, comprometimento dos tecidos mais profundos,
até o osso.
3. Se o ferimento for nos braços ou nas pernas da vítima, sem
fratura, a hemorragia será controlada mais facilmente abaixando-
se a parte ferida.
( ) Certo ( ) Errado
4. Constituem formas para movimentar a vítima, afastando-a de
um perigo maior:
( ) Puxá-la no sentido do comprimento de seu corpo, de forma
que o mesmo esteja esticado.
( ) Puxá-la pelos braços cruzados de forma a imobilizar a cabeça.
( ) Puxá-la pelos pés, sem levantá-los muito.
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
87
UNIDADE 02
Respeito ao Meio Ambiente e Convívio Social
2 O Convívio Social
UNIDADE 02 - RESPEITO AO MEIO AMBIENTE
E CONVÍVIO SOCIAL
O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Que regulamentações de trânsito têm interface com o meio ambiente? Quais são as
responsabilidades do condutor de veículo de emergência em relação ao meio ambiente? Qual
a relação existente entre indivíduo, grupo e sociedade? Quais as responsabilidades civis e
criminais do condutor relacionadas ao CTB?
Respeitar e zelar pelo meio ambiente constituem deveres dos condutores de veículos de
emergência. Da mesma maneira, tais condutores devem saber se integrar ao convívio
social.
Nesta unidade, abordaremos, inicialmente, o respeito ao meio ambiente, tratando o
veículo como agente poluidor, a regulamentação, os aspectos da poluição e a manutenção
preventiva do veículo. Em seguida, veremos a importância do convívio social, detalhando
a relação existente entre o indivíduo e a sociedade, as relações interpessoais, o indivíduo
como cidadão e as responsabilidades civil e criminal do condutor.
1 RESPEITO AO MEIO AMBIENTE
1.1 O Veículo como Agente Poluidor do Meio Ambiente
Segundo a Associação Brasileira de Educação de Trânsito (ABETRAN, 2015), a preservação
do meio ambiente é responsabilidade de todos — a valorização das questões ambientais tem
alterado as relações de toda a sociedade e, particularmente, as relações das organizações
empresariais com o meio ambiente.
Dentre as questões ambientais urbanas no Brasil, destaca-se a poluição atmosférica. Os
problemas ambientais gerados pela poluição do ar nas grandes cidades brasileiras advêm
principalmente de fontes industriais e veiculares.
91
1.2 Regulamentação do CONAMA sobre Poluição Ambiental
causada por Veículos
Para reduzir a poluição atmosférica causada pelos veículos, o Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) instituiu o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos
Automotores (PROCONVE), que engloba a conscientização da população a respeito da poluição
causada pelos veículos, o incentivo ao desenvolvimento da tecnologia no setor automobilístico
para redução de poluentes emitidos, o aprimoramento da qualidade dos combustíveis líquidos
utilizados, e a fiscalização e criação de programas de inspeção e manutenção para veículos
automotores em uso.
O CONAMA estabelece normas referentes a dispositivos destinados ao controle de emissão
de gases poluentes e de ruído, bem como a prazos para sua fabricação e instalação obrigatória
nos veículos.
Por sua vez, o CTB estabelece características básicas dos veículos e a proteção ao meio ambiente:
• Art. 172: atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substâncias;
• Art. 227: uso da buzina;
• Art. 228: uso, no veículo, de equipamentos com som ou volume de frequência que
não sejam autorizados pelo CONTRAN;
• Art. 229: uso indevido, no veículo, de aparelho de alarme que produza sons e ruídos
que perturbem o sossego público;
• Art. 231: trânsito com o veículo em más condições;
• Art. 105 (inc. V): equipamentos obrigatórios dos veículos, tais como o dispositivo
destinado ao controle de emissão de gases poluentes e de ruído.
Os veículos reprovados nas inspeções serão retidos para regularização, tanto os considerados
inseguros quanto os considerados poluentes. Tal reprovação compromete os condutores para
a obtenção do Licenciamento Anual de Veículo e para a obtenção de um novo Certificado de
Registro do Veículo.
92
SAIBA Assista, no link indicado, uma reportagem sobre a
poluição causada pelo trânsito na cidade de São Paulo:
https://www.youtube.com/watch?v=67di511EUF4
94
Você, além de economizar combustível em seu trajeto, estará
diminuindo a liberação de gases que provocam o efeito estufa.
2 O CONVÍVIO SOCIAL
Nesta seção, o condutor terá o conhecimento básico relacionado ao convívio social, abarcando
temas como o indivíduo, o grupo e a sociedade, regras para o bom relacionamento interpessoal,
a postura do indivíduo como cidadão e a responsabilidade civil e criminal do condutor no
trânsito.
2.1 O Indivíduo, o Grupo e a Sociedade
Você, condutor de veículo de emergência, como a maioria das pessoas, pertence a algum
grupo de indivíduos atraídos por interesses comuns, como, por exemplo, família, amigos,
clube, igreja. Esses grupos, por sua vez, são integrantes e formadores da sociedade.
Apesar de fazer parte de grupos, cada indivíduo possui características próprias a diferenciá-
lo dos demais integrantes do conjunto. O motorista precisa conhecer a caracterização da
população com a qual irá trabalhar.
Ou seja, cada pessoa tem a sua personalidade, que é o conjunto de características que torna o
indivíduo único e diferente dos outros. A personalidade é constituída por aspectos variados,
tais como a aparência física, a capacidade intelectual, a emotividade, as qualidades sociais e o
sistema de valores.
Alguns fatores podem determinar a personalidade: a herança biológica ou a natureza do
indivíduo, o ambiente e a idade.
95
2.2 Relacionamento Interpessoal
96
• bom senso: está associado à capacidade de entender uma situação e resolvê-la da
melhor forma possível;
• flexibilidade: corresponde à aptidão de lidar com pontos de vista distintos;
• paciência: está relacionada a agir de modo a não tomar decisões de forma precipitada;
• persistência: é a perseverança da utilização de todos os valores positivos no cotidiano;
• equilíbrio: corresponde a ter as rédeas do próprio comportamento;
• igualdade: está associada à percepção de que todos merecem ser tratados com
cortesia, sem diferenciação;
• humildade: constitui a aptidão de reconhecimento dos próprios equívocos;
• simplicidade: consiste na habilidade de simplificar questões a serem resolvidas, bem
como em se fazer entender por meio de linguagem de fácil compreensão.
2.3 O Indivíduo como Cidadão
Perceba que ser cidadão pressupõe fazer parte de uma sociedade organizada. Como membro
dessa sociedade, o indivíduo está sujeito às normas que a regem. Além da Constituição Federal,
que estabelece os direitos e deveres do cidadão, existem várias outras leis que regulamentam
diferentes aspectos relacionados ao cotidiano da sociedade.
97
Infringir o CTB, além de ser um fator de risco de acidentes, não condiz
com uma boa imagem profissional.
RESUMINDO
A manutenção preventiva do veículo contribui para evitar prejuízos à saúde e ao meio
ambiente.
A principal fonte de poluição atmosférica ainda é o monóxido de carbono produzido
pela frota de veículos, cujo crescimento resultou do desenvolvimento da indústria
automobilística.
Lembre-se de que o CTB estabelece as regras a serem respeitadas pelos usuários das vias
com o objetivo de garantir a segurança do trânsito. Portanto, como cidadão, o condutor
de veículo de emergência tem o direito a um trânsito seguro, e o dever de respeitar o
CTB para garantir esse direito a todos os demais usuários.
98
3. Se os itens do sistema de alimentação do motor estiverem em
mau estado ou desregulados, provocam queima imperfeita do
combustível, reduzindo a potência do veículo, o consumo de
combustível e a emissão de gases poluentes.
( ) Certo ( ) Errado
4. São exemplos de valores que os condutores de veículo de
emergência devem colocar em prática:
( ) Educação
( ) Empatia
( ) Receptividade
( ) Impaciência
99
MÓDULO IV
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL
UNIDADE 01
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL – PARTE 1
O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Como o equilíbrio emocional influencia o comportamento e a segurança na condução de
veículos de emergência? O que o condutor pode fazer para ter controle sobre suas emoções?
Quais os principais tipos de condutores e suas características? Quais são os comportamentos
esperados do condutor para exercer suas responsabilidades durante as atividades?
Para Fiandi (2013) e Cebollero (2011), no que concerne aos aspectos do comportamento e
de segurança na condução de veículos de emergência, é imprescindível que o condutor saiba
avaliar o seu equilíbrio emocional.
Na lida diária, especialmente em determinadas situações delicadas, as pessoas tendem a
responder com reações impulsivas. Tais reações, é claro, podem variar de pessoa para pessoa:
umas podem explodir, outras podem chorar.
Essas reações também podem se diferenciar conforme o período de vida da pessoa. Como
exemplo, sabe-se que os jovens são mais impulsivos do que os adultos, em regra mais
ponderados.
Então, como o condutor de veículos de emergência deve fazer para controlar seu
comportamento?
A resposta está na prática do equilíbrio emocional.
Equilíbrio emocional
significa apresentar respostas
emocionais adequadas para
cada situação que se vive.
105
Você sabe como reconhecer e dominar as próprias emoções?
Inicialmente, é necessário que você realize uma autoavaliação, identificando as reações
emocionais frente a cada fator estressante durante o seu dia, principalmente aquelas reações
impulsivas que você manifesta e que possam provocar ou agravar alguma situação problemática.
O gerenciamento das emoções consiste em aprender outras possibilidades de reação mais
inteligentes. As pessoas que se esquentam facilmente ainda manifestam um comportamento
automático, muito rudimentar na vida. Essa pode ser a forma de reação diante de problemas
que a pessoa talvez tenha aprendido na família ou no ambiente de convívio e que aplicou por
muito tempo em sua existência.
No entanto, é necessário se reeducar, isto é, adquirir novos hábitos de reação. O condutor
inteligente deve estar consciente de que, quando controla suas reações e tem um domínio
sobre elas, pode escolher o tipo de reação que trará melhor resultado para cada situação.
Procure pensar da seguinte forma: se recebeu alguma provocação no trânsito, da parte de
algum colega de trabalho, de algum paciente ou de qualquer outra pessoa, raciocine e perceba
que a outra pessoa é que está carregando um problema – o qual clama por solução —, não
necessitando, pois, levar para o lado pessoal. Certamente, você já deve ter passado por alguma
situação semelhante. Por isso, é adequado pensar “já passei por isso e sei como a pessoa está se
sentindo; devo ajudá-la na solução do problema”.
Veja que esse é um comportamento muito diferente daquele de explodir, reagir impulsivamente.
E esse é um dos segredos do condutor de veículos de emergência: se você cultiva essa habilidade
de resposta emocional inteligente, terá uma qualidade de vida muito melhor e, acima de tudo,
será um profissional de destaque no mercado de trabalho.
Nesse sentido, é importante que você aprenda a reconhecer alguns tipos de comportamento
frequentemente encontrados no trânsito. Abaixo, estão relacionados os tipos principais e suas
características:
107
• condutor frustrado: é aquele que se caracteriza pela decepção diante de resultados
insatisfatórios, via de regra compensada ao volante por meio de atitudes agressivas;
• condutor ansioso: é aquele que não consegue concentrar-se, tem equívocos sobre o
caminho a ser percorrido, gasta mais tempo, o que retroalimenta a ansiedade;
• condutor raivoso: é aquele que tem reações perigosas e impensadas, decorrentes de
desatino instantâneo;
• condutor angustiado: é aquele que vive sob o domínio da angústia, podendo agir de
forma precipitada ou desatenta;
• condutor inseguro: é aquele que, para sentir-se valorizado, necessita sobressair-se
fazendo demonstrações arriscadas de perícia no volante;
• condutor egoísta: é aquele que não demonstra cortesia no trânsito, que não cede nem
compartilha o espaço no trânsito;
• condutor competitivo: é aquele que se caracteriza por dar aceleradas desnecessárias
nas vias e as primeiras arrancadas na abertura do semáforo;
• condutor passivo: é aquele que demonstra comodidade no trânsito, não se arvorando
de suas responsabilidades;
• condutor distraído: é aquele alheio, com foco mais na música ambiente do veículo e
objetos diversos do que no próprio trânsito, colocando-se em risco desnecessário.
3 RESPONSABILIDADE DO CONDUTOR EM
RELAÇÃO AOS DEMAIS ATORES DO PROCESSO DE
CIRCULAÇÃO
Consoante Malagutti (2012) e Arteaga e Garcia (2009), o condutor de veículo de emergência
detém responsabilidades em relação aos demais atores do trânsito (outros condutores,
pedestres, ciclistas, motociclistas, agentes de fiscalização, entre outros).
108
Como já é sabido, as boas posturas entre os condutores e demais integrantes do trânsito
permitem estimular o respeito e a cidadania. Veja, a seguir, algumas instruções pragmáticas
de como exercer a sua responsabilidade, além da obediência às regras de trânsito e transporte:
• converse, não discuta: em casos de acidente ou de necessidade de sair do veículo
para conversar com alguém sobre o ocorrido, sempre mantenha a calma e não se exalte,
mesmo que você seja a vítima;
• comunique-se claramente: preste atenção à sua entonação de voz e às expressões
faciais;
DICAS
109
RESUMINDO
No que diz respeito aos aspectos do comportamento e de segurança na condução de
veículos de emergência, é imprescindível que o condutor saiba avaliar o seu equilíbrio
emocional e controlar suas reações impulsivas.
O comportamento no trânsito é um indicador dos atributos de um indivíduo. Aquele
indivíduo dotado de maturidade e equilíbrio emocional sabe administrar suas tendências
e atitudes negativas. Também, é necessário que o condutor distinga os vários tipos de
personalidade na direção: o frustrado, o ansioso, o raivoso, o angustiado, entre outros.
As boas posturas entre os condutores e demais integrantes do trânsito permitem
estimular o respeito e a cidadania. Conversar, e nunca discutir, é uma das regras básicas
ao condutor de veículo de emergência.
110
4. Constituem boas posturas do condutor de veículo de emergência
no exercício de suas responsabilidades, exceto:
( ) Conversar, não discutir.
( ) Comunicar-se claramente.
( ) Utilizar mensagens simples e subjetivas.
( ) Evitar brigas.
111
UNIDADE 02
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL – PARTE 2
no Trânsito
O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Além das normas de trânsito, a quais outras normas o condutor de veículo de emergência
deve obedecer? Qual a importância do papel de agente de trânsito? A que situações de trânsito
o condutor de veículo de emergência deve estar atento?
115
• regulamento das empresas: ao ingressar em uma empresa, você conhecerá os
regulamentos concernentes aos aspectos administrativos (horários de entrada e saída,
repouso, uniforme, enfim, deveres e direitos trabalhistas) e aos aspectos operacionais.
Leia-os todos, inclusive o Código de Ética corporativo, se houver.
Grife todas as informações que julgar importantes e, se houver dúvidas, não se acanhe: sempre
pergunte ao responsável da área!
Quanto ao ambiente de trânsito, não se pode olvidar de algumas situações que merecem sua
atenção:
• atitudes erradas de outros condutores: com a presença ou não dos agentes de
fiscalização, esteja preparado para o fato de que o trânsito está repleto dos mais variados
tipos de condutores, especialmente daqueles egoístas, os quais não respeitam a preferência
dos veículos de transporte de emergência, não cedem passagem e, ainda, utilizam as
áreas reservadas para ponto de parada e estacionamento das viaturas.
117
• prioridade no trânsito: os condutores de transporte de emergência têm livre
circulação, estacionamento e parada, quando estiverem em serviço e com todos os
dispositivos obrigatórios do veículo acionados.
Nessa condição, as manobras podem gerar muito mais estresse ao condutor devido à
grande exposição ao risco de acidentes.
Quando estiver em trânsito engarrafado e houver via de escape lateral, você pode solicitar,
pelo rádio, auxílio aos agentes de trânsito para ajudá-lo a abrir caminho até aquela via.
RESUMINDO
Como você poderá ser chamado a mudar os seus horários de trabalho frequentemente,
devido ao cumprimento de escalas, mantenha a disciplina com a sua alimentação,
repouso e exercícios físicos.
Os problemas de cunho pessoal, tais como financeiros, conjugais, insatisfação pessoal
e profissional, podem reduzir sua capacidade de conduzir o veículo de forma segura e
habilidosa. Por isso, seja muito resoluto quanto a esses assuntos.
Reforçando: os condutores de transporte de emergência têm livre circulação,
estacionamento e parada somente quando estiverem em serviço e com todos os
dispositivos obrigatórios do veículo acionados.
118
1. O agente de fiscalização de trânsito exerce a função essencial
de educar todos que compartilham as vias públicas, mas a ele não
cabe informar, orientar e sensibilizar os cidadãos acerca das regras
de comportamento seguro e preventivo.
( ) Certo ( ) Errado
2. Constituem fontes mais comuns de estresse do condutor de
veículo de emergência:
( ) requisitos da função
( ) responsabilidade pelos passageiros
( ) responsabilidade pelo veículo
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
3. Muito comuns em cidades médias e grandes, os engarrafamentos
provocam ansiedade e nervosismo em toda a tripulação do veículo
de transporte de emergência.
( ) Certo ( ) Errado
4. Com relação à rotina do condutor de veículo de emergência,
pode-se afirmar, exceto:
( ) O trabalho é gratificante, porque permite salvar vidas.
( ) O trabalho é gratificante, porque permite aprendizagem sobre
o que não fazer em determinadas situações emergenciais.
( ) A rotina do condutor de veículo de emergência é estressante.
( ) A rotina do condutor de veículo de emergência não causa
desgaste físico e mental.
119
UNIDADE 03
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL – PARTE 3
Emergência
Emergência
UNIDADE 03 - RELACIONAMENTO
INTERPESSOAL – PARTE 3
O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Como atender mães com bebê, crianças, gestantes, idosos, portadores de deficiências e pessoas
com mobilidade reduzida? Quais são os principais tipos de personalidade dos usuários do
transporte de emergência? Que cuidados especiais se deve ter na condução dos veículos de
emergência?
123
As reclamações do paciente quanto ao serviço prestado no transporte de emergência devem ser
devidamente registradas, uma vez que, por meio delas, verificam-se as falhas no atendimento,
não permitindo que se repitam e deixem insatisfeitos outros usuários do serviço.
De acordo com Fiandi (2013) e a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa
com Deficiência (SNPDPD, 2016), muito embora os veículos de transporte de emergência
devam estar adaptados para atender a todos os tipos de usuário, o condutor também precisa
conhecer os riscos de lesão presentes no veículo de emergência. As mães com bebê, crianças,
gestantes, idosos, portadores de deficiência e pessoas com mobilidade reduzida possuem
particularidades que precisam ser reconhecidas, a fim de se saber lidar com elas e fornecer-
lhes a devida proteção contra eventuais acidentes.
Com isso, algumas regras de como lidar com esses usuários são úteis:
• evite acelerações ou freadas bruscas, porque tais usuários apresentam mais dificuldades
de se segurarem no interior do veículo, bem como no embarque e desembarque;
• embarque e desembarque sempre do lado da calçada ou do lado mais protegido do tráfego;
• saiba reconhecer as diferenças físicas, sociais, culturais e religiosas desses usuários,
pois é importante manter um bom relacionamento e saber respeitar as diferenças
individuais.
Sempre diga à pessoa que ela está nas mãos de profissionais qualificados,
competentes e experientes nesse tipo de atendimento emergencial.
• tipo extrovertido: é aquele que, por onde passa, registra um rastro de afetividade e
otimismo. Normalmente, gosta de ser admirado e paparicado. Tem elevada autoestima.
Pode ser elemento agregador entre as pessoas.
Procure agir da seguinte forma:
‐‐ compreenda a necessidade da pessoa de querer se destacar;
‐‐ use a imparcialidade ao receber comentários;
‐‐ peça para que ele se concentre no que é necessário fazer naquele momento e que
relaxe profundamente.
125
• tipo solitário: apresenta a necessidade de ficar sozinho, reservado, em uma
comunicação interna (selftalk). Prefere as tarefas individuais às grupais. Tem sua própria
concepção de mundo e vive em função dele, o que pode separá-lo das demais pessoas.
Procure agir da seguinte forma:
‐‐ compreenda a necessidade de reserva da pessoa;
‐‐ não faça comparações das ações dessa pessoa com a de outras;
‐‐ estimule-a:
DICAS
126
Por exemplo, a sua consciência moral o avisará de que, quando os sinais luminosos e sonoros
da ambulância não estiverem acionados, não terá a prioridade no trânsito e deverá cumprir as
regras de sinalização como qualquer outro motorista.
Caso haja o predomínio de um dos lados, o atendimento emergencial poderá ser prejudicado,
quer pelo excesso de tecnicismo quer pelo descontrole emocional.
Por outro lado, o condutor de veículo de emergência deve apresentar a competência ético-
profissional, essencial para a humanização do atendimento.
Mas você sabe o que caracteriza a competência ético-profissional?
Essa competência ético-profissional deve estar presente nas várias formas de relacionamento
do condutor de veículo de emergência, tais como:
• condutor e chefias imediatas;
• condutor e equipe de atendimento;
• condutor e agentes de trânsito;
• condutor e vítimas;
• condutor e parentes ou acompanhantes das vítimas.
127
Destaca-se que o relacionamento ético-profissional entre o condutor e os diversos atores
baseia-se em três preceitos importantes:
• companheirismo;
• respeito;
• sentimento do dever cumprido.
Apossando-se desses três elementos, o condutor de veículo de emergência saberá tomar as
atitudes adequadas e prestar atenção a quaisquer alterações emocionais presentes no momento
do atendimento.
Dessa forma, não se deixará induzir pela conduta da vítima, terá atenção adequada para todo
o tipo de atendimento, agindo com seriedade como esteio para a postura profissional que lhe
é exigida.
DICAS
RESUMINDO
As mães com bebê, crianças, gestantes, idosos, portadores de deficiência e pessoas com
mobilidade reduzida, todos possuem particularidades que precisam ser reconhecidas —
é preciso agir com adequação e fornecer-lhes proteção eficaz contra eventuais acidentes.
O relacionamento interpessoal é uma das atribuições mais valorizadas nos profissionais
que laboram na área de atendimento emergencial. Por isso, esteja sempre atento às suas
atitudes.
O relacionamento ético-profissional entre o condutor e os diversos atores baseia-se em
três preceitos importantes: companheirismo, respeito e sentimento do dever cumprido.
128
1. O elevado grau de profissionalismo do condutor de veículo
de emergência somente pode ser conseguido com a obtenção do
respeito e a admiração pelo time de futebol dos usuários atendidos.
( ) Certo ( ) Errado
2. Apresenta a necessidade de ficar sozinho, reservado, em uma
comunicação interna (selftalk). Prefere as tarefas individuais às
grupais. Tem sua própria concepção de mundo e vive em função
dele, o que pode separá-lo das demais pessoas. Está-se falando de
qual tipo de usuário de serviço de transporte de emergência:
( ) desconfiado
( ) solitário
( ) extrovertido
( ) tímido
3. O condutor de veículo de emergência também deve saber
equilibrar os dois lados de sua competência profissional: o lado
técnico e o lado emocional.
( ) Certo ( ) Errado
4. Para o usuário de serviço de transporte de emergência do tipo
tímido, deve-se agir da seguinte forma, exceto:
( ) Compreender o modo de ser da pessoa.
( ) Incentivá-lo a manifestar o que está sentindo.
( ) Congratulá-lo pelas competências demonstradas.
( ) Ser receptivo às suas ações, com sorriso debochado.
129
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Fale com o SEST SENAT: 0800 728 2891
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