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Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”

SUMÁRIO

Agradecimentos...............................................................................09
Apresentação..................................................................................11
Mensagem......................................................................................13
Fotos quebrando barreiras...................................................................14
Uso do termo "Pessoa com Deficiência".....................................................5 15
Apresentação do Centro de Vida Independente do Amazonas-CVI-AM (CVI-AM).....16

CAPITULO I.....................................................................................21
1. CENSO POPULACIONAL 2010...........................................................21
2. DECRETO FEDERAL nº 5.296............................................................22
Conceitos....................................................................................22
Acessibilidade...............................................................................23
Barreiras Barreira..........................................................................23
Mobiliário urbano..........................................................................24
Desenho universal..........................................................................24
3. CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (CDPD).......25
Pessoas com Deficiência sob a ótica da CDPD.........................................25
Definições para os propósitos da CDPD.................................................25
Princípios gerais da CDPD.................................................................26
Obrigações gerais dos estados partes...................................................26
3.1 Deficiência psicossocial, a nova categoria de deficiência.........................8
3.2 Deficiência mental ou intelectual ? Doença ou transtorno mental ?.........30

CAPITULO II....................................................................................33
Acessibilidade sob a ótica da CDPD.....................................................34
Acessibilidade..............................................................................34
1. ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA E URBANÍSTICA...................................35
Decreto nº 5.296...........................................................................35
2. TRANSPORTE COLETIVO RODOVIÁRIO, AQUAVIÁRIO E AÉREO.....................43
2.1 Rodoviário Municipal municipal......................................................43
2.2 Rodoviário e Aquaviário Intermunicipal aquaviário intermunicipal...........46
2.3 Rodoviário Interestadual interestadual.............................................48
2.4 Aéreo....................................................................................50
3.EDUCAÇÃO................................................................................56
EducaçãoProfissional Educação profissional ............................................8
EducaçãoSuperior Educação superior.. ................................................59
BolsaUniversidade Bolsa Universidade. . ..............................................59

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Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”

4. TRABALHO E EMPREGO....................................................................60
Experiência profissional....................................................................1 Fatores de risco............................................................................91
Escolaridade................................................................................61 - Pobreza..................................................................................91
Aplicação das cotas........................................................................61 - Falta de escolaridade..................................................................91
Jornadaespecial Jornada especial......................................................62 - Falta de informação e recursos para assegurar a prática so do sexo seguro.. 91
Salário.......................................................................................62 - Risco elevado de violência e estupro, e falta de proteção judicial............92
Cargos Públicos públicos..................................................................62 - Uso de drogas ilícitas....................................................................92
Crime........................................................................................62 Órfãos da Aids com deficiência...........................................................2
Penalidade ao descumprimento da Lei de Cotas......................................62 Acesso a custeio de pessoas com deficiência que tem HIV..........................93
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec)...........63 Preconceito.................................................................................93
5. HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO...........................................................68 Sub-Grupos Subgrupos que estão mais suscetiveis suscetíveis ao risco de
Reabilitação.................................................................................68 contaminação pelo HIV...................................................................93
Habilitação..................................................................................69 6.5 Lesão Medular medular................................................................95
6. SAÚDE........................................................................................70 Diagnóstico..................................................................................96
6.1 Prevenção das deficiências...........................................................71 Exames Complementares complementares.............................................98
Algumas ações..........................................................................71 Consequências da lesão medular e outros tópicos de relevância...................98
Algumasmedidas Algumas medidas..................................................72 1. Ossificação Heterotópica heterotópica........................................99
- Antes de engravidar................................................................72 2. Osteoporose..........................................................................100
- Durante a gravidez..................................................................72 3. Alterações Vasculares vasculares.................................................101
- Momento do parto..................................................................72 4. TVP....................................................................................101
- Depois do nascimento..............................................................73 5. Hipotensão Postural postural....................................................101
- No desenvolvimento...............................................................73 6. Disreflexia Autonômica autonômica...........................................101
Algumas deficiências causadas por falta de prevenção..............................73 7. Bexiga Neurogênica neurogênica...............................................102
Algumas doenças que causam deficiência visual levando a cegueira..............74 7.1 Cateterismo Intermitente intermitente........................................103
Acidentes podem causar deficiências....................................................4 7.2 Outras Soluções soluções.........................................................104
6.2 Prevenção ao uso indevido de alcool álcool e drogas............................76 8. Intestino Neurogênico neurogênico...........................................104
- Alcool Álcool........................................................................76 9. Úlceras por Pressão pressão....................................................105
- Drogas.................................................................................78 10. Espasticidade/Automatismos automatismos...............................108
6.3Direitossexuaisereprodutivos Direitos sexuais e reprodutivos .................80 11. Função Sexual sexual.......................................................109
Pessoas com deficiência e sexualidade Pessoas com deficiência e sexualidade. 81 11.1 Gravidez e Parto parto na Lesão Medular lesão medular...............118
-Direitoasexualidade Direito à sexualidade...........................................81 11.2 Satisfação Sexual sexual......................................................119
- O que é sexualidade.....................................................................81 Atendimento de Urgência urgência...................................................121
- Desenvolvimento da sexualidade......................................................82 Acompanhamento Psicológico psicológico............................................122
- São direitos sexuais......................................................................82 Reabilitação...............................................................................123
-Sãodireitosreprodutivos São direitos reprodutivos..................................83 1. Acompanhamento Fisioterapêutico, Neurofuncional e Respiratório
Vunerabilidades Vulnerabilidades da pessoa com deficiência.......................3 fisioterapêutico, neurofuncional e respiratório......................................123
Definição de abuso sexual...............................................................84 2. Terapia Ocupacional ocupacional..................................................124
Classificação de abuso sexual...........................................................84 3. Órteses...............................................................................125
Quem é o abusador ?......................................................................85 4.Adaptações adaptações............................................................125
6.4 Prevenção às DSTs doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).................87 5. Cadeira de Rodas rodas............................................................126
HIV/Aids....................................................................................89 6.6 Ostomia...............................................................................128
DST/Aids e pessoas com deficiência....................................................0 6.7 Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade - TDAH (TDAH)..........130
7.Esporte,lazer e cultura..................................................................141
7.1 Esporte..................................................................................141
Resultado Brasileiro brasileiro nas Paraolimpíadas....................................154
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7.2 Lazer..................................................................................156
7.3 Cultura.................................................................................157 CAMPANHAS. ................................................................................206
8. Acesso a ajudas técnicas..............................................................158
9. Acesso a habitação.....................................................................168
9.1 Programa Viver Melhor..............................................................168
9.2 Programa Minha Casa, Minha Vida..................................................169
10. Acesso a informação e a comunicação.............................................170
Acessibilidade nos meios de informação e comunicação........................170
11. Padrão de Vida e Proteção Social Adequados vida e proteção social
adequados..................................................................................172
Cadastro Único (CadÚnico)..........................................................173
Proteção Social Básica social básica...............................................174
CRAS Centro de Referência de Assistência Social (Cras)........................175
Bolsa Família..........................................................................176
Bolsa Família Municipal Consorciada...............................................77
BPC Benefício de Prestação Continuada (BPC) ..................................177
Proteção Social Especial social especial..........................................178
CREAS Centro Especializado de Assistência Social (Creas).....................179
Centro POP............................................................................180
Aposentadoria por Invalidez invalidez............................................180
IPVA Imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA)..........181
Atendimento Prioritário prioritário................................................181
Como atender.........................................................................182

CAPITULO III..................................................................................185

1. LEGISLAÇÃO DE GARANTIA DOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA.


ESFERAS: INTERNACIONAL, FEDERAL, ESTADUAL, MUNICIPAL E NORMAS
TÉCNICAS (ABNT).........................................................................185
1.1 Internacional............................................................................185
1.2 Federal...................................................................................187
1.3Estadual...................................................................................194
1.4Municipal..................................................................................197
1.5 Normas técnicas da ABNT.............................................................199

CAPITULO IV.................................................................................201

1. CONSELHOS DE DIREITOS MUNICIPAIS, ESTADUAIS E ORGÃOS DE


FISCALIZA- ÇÃO..............................................................................201
1.1 Conselhos de direitos da Pessoa pessoa com Deficiência deficiência...........201
1.2 Órgãos de Fiscalização fiscalização..................................................201

REFERÊNCIAS.................................................................................203

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Agradecimentos

Inicialmente, quero começar agradecendo agradeço a Deus, o senhor


Senhor da minha vida, por permitir que possamos ter tenhamos concluído e
colocado a à disposição de vocês este trabalho que, a meu ver, expressa
todo o nosso comprometimento com a construção e com a disseminaçaõ
disseminação de informações que possam fazer a diferença na vida de todas
as pessoas com deficiência.
Queridos amigos, desde a fundação do CVI-AM tivemos inúmeras dificul-
dades, apresentadas através de situações ou de pessoas que me fizeram par-
ticularmente pensar em desistir diversas vezes pela fraqueza de minha alma.
Hoje, sei que todos os desafios são criados para que possamos testar
nossa capacidade de acreditar que somos capazes de seguir sempre em frente,
e lutar com força e garra por aquilo em que acreditamos,; e nunca desistir.
A vitória vem de uma forma ou de outra inevitavelmente,. tudo Tudo
é uma questão de tempo,. a A paciência e a fé são ferramentas que te nos
colocam mais próximo próximos ou mais distante do seu distantes do nosso
sucesso.
Assim, neste momento, quero lembrar e agradecer agradeço
particularmente neste momento, de às pessoas que são fundamentais na
minha vida e me estimulam a seguir sempre em frente lutando.
A À minha mãe, dona d. Leila, dedico todo o crédito por todas as
conquistas positivas em minha vida, pelo seu exemplo de luta, pela sua
ética, pela sua honestidade, e por sempre caminhar comigo em todos os
momentos de minha vida,. obrigado mãe Obrigado, mãe.
A minhas irmãs, Cyntia e Andréa que amo incondicionalmente.
A À minha esposa, Josy, o presente que Deus me enviou, meu amor, que
me ajudou a compilar e concluir este trabalho,. sem Sem sua ajuda, seria
impossível.
E, finalmente, a meus amigos, Manoel Paiva, Helio Marques, Tatyana
Amorim, ao Romeu Kazumi Sassaki, que nos presenteou aceitando fazer a
apresentação desta cartilha, ao Dr. dr. Wander Ferreira, um excepcional
Neurologista neurologista que abdica de suaas suas horas livres para atender
voluntariamente no CVI-AM, aos nossos patrocinadores, apoiadores e a todos
aqueles que direta ou indiretamente tenham nos ajudado, e contribuído com a
este trabalho.

Muito Obrigado.

Ronaldo André Bacry Bácry Brasil


Presidente do Conselho Nacional dos Centros de Vida Independente - CVI-
BRASIL (CVI-Brasil)
Presidente do Centro de Vida Indepedente Independente do Amazonas - CVI-
AM (CVI-AM)
Manaus, 01 1° de março junho de 2013.

Centro de Vida Independente do Amazonas CVI-AM

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Apresentação

Sendo esta cartilha uma produção do Centro de Vida Independente do


Amazonas (CVI-AM), muito me agradou constatar que o seu tema central é a
questão da acessibilidade.
A acessibilidade constitui um conjunto de soluções para combatermos as
barreiras (arquitetônicas, comunicacionais, metodológicas, instrumentais,
programáticas e atitudinais) existentes, por exemplo, em espaços urbanos,
meios de transporte, edificações, produtos, serviços, tecnologias,
comporta- mentos humanos e ordenamentos jurídicos. Tais barreiras têm
impedido ou dificultado, em maior ou menor grau, o desempenho da
autonomia por parte de pessoas com deficiência e de outros segmentos
populacionais em todas as áreas de atividade.
Como se percebe, há uma forte relação de acessibilidade entre inde-
pendência e autonomia diante das barreiras citadas. Ou seja, não pode haver
autonomia (funcionalidade, desempenho) sem acessibilidade nos ambientes
humano e físico-ambiental; e não pode haver acessibilidade sem que as bar-
reiras sejam eliminadas. Diante destas situações restritivas, a independência
(faculdade de decidir o quê, de que maneira, com quem, quando, em quanto
tempo etc.) sempre existiu, existe e existirá no repertório de atributos das
pessoas em foco.
Não foi por outros motivos que a filosofia de vida independente - prati-
cada pelo CVI-AM e outros CVIs – vem desde 1972 fomentando a luta destas
pessoas pela adoção do estilo de vida independente. É o estilo através do
qual elas passam a exercer a sua independência e a praticar a sua autonomia
à medida que elas eliminam as barreiras existentes na sociedade e, ao mesmo
tempo, capacitam outras pessoas para o exercício do empoderamento (uso do
poder pessoal, inerente ao ser humano, para fazer escolhas, tomar decisões e
assumir as consequências das escolhas e decisões tomadas).
Portanto, foi exatamente por causa destes motivos que o tema desta car-
tilha veio a ser chamado “Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática”.
Boa leitura a todos!

Romeu Kazumi Sassaki


Consultor de inclusão social

Manaus, 02 de abril de 2012 10 de maio de 2013

Centro de Vida Independente do Amazonas CVI-AM

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“Nem tudo que se enfrenta pode ser
modificado, mas nada pode ser
modificado até que seja enfrentado”.

Albert Einstein

Centro de Vida Independente do Amazonas CVI-AM

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USO DO TERMO "PESSOA COM DEFICIÊNCIA"

Os movimentos mundiais de pessoas com deficiência, incluindo os do Brasil, estão debatendo


o nome pelo qual elas desejam ser chamadas. Mundialmente, já fecharam a questão:
querem ser
chamadas de “pessoas com deficiência” “pessoas com deficiência” em todos os idiomas. E
esse termo faz parte do texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência,
adotado pela ONU em 13/12/06
e ratificado posteriormente através de lei nacional de todos os Países-Membros. com valor de
emenda constitucional pelo Decreto Legislativo n° 186, de 09/07/2008.

Eis os princípios básicos para os movimentos terem chegado ao nome “pessoas com deficiên-
cia”:
1. Não esconder ou camuflar a deficiência;
2. Não aceitar o consolo da falsa idéia ideia de que todo mundo tem
deficiência;
3. 3.Mostrar com dignidade a realidade da deficiência;
4.Valorizar as diferenças e necessidades decorrentes da deficiência;
5. Combater neologismos que tentam diluir as diferenças, tais como “pessoas com
capacidades especiais”, “pessoas com eficiências diferentes”, “pessoas com habilidades
diferenciadas”, “pessoas dEficientes”, “pessoas especiais”, “é desnecessário discutir a
questão das defici- ências porque todos nós somos imperfeitos”, “não se preocupem,
agiremos como avestruzes com a cabeça dentro da areia” (i.é, “aceitaremos vocês sem
olhar para as suas deficiências”); 6.Defender a igualdade entre as pessoas com deficiência e
as demais pessoas em termos de di- reitos e dignidade, o que exige a equiparação de
oportunidades para pessoas com deficiência atendendo às diferenças individuais e
necessidades especiais, que não devem ser ignoradas; 7.Identificar nas diferenças todos os
direitos que lhes são pertinentes e a partir daí encontrar medidas específicas para o Estado
e a sociedade diminuírem ou eliminarem as “restrições de participação” (dificuldades ou
incapacidades causadas pelos ambientes humano e físico con- tra as pessoas com
deficiência).

CONCLUSÃO

A tendência é no sentido de parar de dizer ou escrever a palavra “portadora” (como


substan- tivo e como adjetivo). A condição de ter uma deficiência faz parte da pessoa e
esta pessoa não porta sua deficiência. Ela tem uma deficiência. Tanto o verbo “portar”
como o substantivo ou o adjetivo “portadora” não se aplicam a uma condição inata ou
adquirida que faz parte da pessoa. Por exemplo, não dizemos e nem escrevemos que uma
certa pessoa é portadora de olhos verdes ou pele morena.
Uma pessoa só porta algo que ela possa não portar, deliberada ou casualmente. Por
exemplo, uma pessoa pode portar um guarda-chuva se houver necessidade e deixá-lo em
algum lugar por esquecimento ou por assim decidir. Não se pode fazer isto com uma
deficiência, é claro. A quase totalidade dos documentos, a seguir mencionados, foi escrita e
aprovada por organi- zações de pessoas com deficiência que, nos debates para a elaboração
do texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, estão chegando ao
consenso quanto a adotar a expressão “pessoas com deficiência” em todas as suas
manifestações orais ou escritas.

** Romeu Kazumi Sassaki é consultor de inclusão social e autor dos livros “Inclusão: Construindo uma
Sociedade para Todos” (5.ed. 8.ed., Rio de Janeiro: WVA, 2003 2010) e “Inclusão no Lazer e Turismo:
em busca da qualidade de vida” (São Paulo, Áurea 2003). E-mail: romeukf@uol.com.br
Centro de Vida Independente do Amazonas CVI-AM

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APRESENTAÇÃO DO CENTRO DE VIDA INDEPENDENTE Os serviços prestados pelo do CVI-AM são calcados na informação, na orientação e
DO AMAZONAS (CVI-AM) na troca de experiência vivencial, que são e oferecidos aos usuários e colocados à
dispo- sição da à comunidade através de seus diferentes setores.

O Centro de Vida Independente do Amazonas CVI-Am (CVI-AM), foi fundado no dia


02 de julho de 2005, reconhecido de utilidade Pública Lei nº. 1220, filantrópica SERVIÇOS OFERECIDOS PELO CVI-AM
(sem fins eco- nomicos).
O CVI-AM desenvolve seus trabalhos com o objetivo de alcançar as seguintes finali- Serviço Social: Desenvolve ações e articulações
dades: para aquisição de benefícios como: BPC, INSS,
- O desenvolvimento social, psicossocial, econômico, educacional, psicomotor, entre outros. Encaminhamento para a rede socio-
sócio- assistencial, encaminhamento para a rede de
-afetivo e cultural de crianças, adolescentes, adultos, idosos e pessoas com saú- de, ações sociais, busca ativa,
deficiên- cia que estejam em situações de vulnerabilidades, risco social e/ou encaminhamento para o mercado de trabalho,
pessoal, através da defesa, da efetivação de direitos socioassistencias cursos de geração de emprego e renda, cursos de
socioassistenciais, da promoção da cidadania, do enfrentamento das desigualdades educação em saúde, aquisição de tecnologias
sociais, da inclusão social, do bem estar, do desen- volvimento de ações assistivas, órteses, pró- teses, material para
afirmativas, da proposição de políticas públicas inclusivas, de ações de cateterismo, realiza visitas sociais, visitas
monitoramento, do desenvolvimento de suas potencialidades, da autono- mia, do hospitalares , etc... etc.
empoderamento, do fortalecimento dos vínculos familiares visando prevenir a
ruptura dos mesmos, da melhoria da sua qualidade de vida e da disseminação do Psicologia: Trabalha o desenvolvimento das potencialidades, o empoderamento
conceito, serviços e filosofia de vida independente. e a auto-estima autoestima de cada indivíduo, o fortalecimento do laço familiar
e a interação com outras pessoas no ambiente do usuário, permitindo que a
As finalidades mencionadas estão em consonância com a Política Nacional de própria pessoa possa fazer suas escolhas, inclusive influindo na transformação da
As- sistência Social, a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistencias sociedade. Os serviços oferecidos aos usuários são: terapia individual,
Socioassistenciais, os 8 (oito) oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio aconselhamento entre pares, cursos de apresentação pessoal , e outros... e outros.
(ODM), o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Estatuto do Idoso, o III
Programa Nacional de Direitos Humanos, a Convenção sobre os Direitos das Estomaterapia: Atua no tratamento de feridas,
Pessoas com Deficiência (CDPD), o Decreto Federal n° 5.296 e demais políticas estomias, incontinência urinária e anal bem
públicas, documentos municipais, estaduais, nacionais ou internacionais que como no processo de reabilitação por meio de
tenham como objetivos a garantia dos direitos individuais, coletivos, difusos e da educação em saúde e treinamento ao
promoção e defesa dos Direitos Humanos direitos humanos. familiar, promovendo uma melhor qualidade
de vida ao usuário.
Nossa Missão (O CVI-AM é o 1º Pólo de Dispensação de Catete-
res Hidrofílicos, Catéteres Externos e Plug Anal
A Missão missão do CVI-AM é promover o desenvolvimento social, psicossocial, para pacientes com Lesão Medular polo de
econômico, educacional, psicomotor, sócio-afetivo socioafetivo e cultural de dispensação de catete- res hidrofílicos,
crianças, adolescentes, adultos, idosos e pessoas com deficiência que estejam c ateteres e xternos e p lug anal para pacientes
em situações de vulnerabilidades, risco social e/ou pessoal, através da defesa, com lesão medular), ver detalha- mento do
da efetivação de direitos socioassis- tencias tenciais, da promoção da cidadania, serviço na página 103. (ATENÇÃO: CONFERIR A
do enfrentamento das desigualdades sociais, da inclusão social, do bem estar EXATIDÃO DO NÚMERO DA PÁGINA REFERIDA:
bem- estar, do desenvolvimento de ações afirmativas, de ações de P. 103)
monitoramento, do desenvolvimento de suas potencialidades, da autonomia, do
empoderamento, e da disseminação da filosofia e dos serviços de vida Fisioterapia: Previne, trata e reabilita lesões do
independente além de proposições de políticas públicas inclusivas. aparelho locomotor e disfunções neurológicas. O
tratamento possi- bilita fortalecimento da musculatura e
evita possíveis agra- vos.
Este serviço é fundamental no processo de reabilitação Especialidades
fí- sica e emocional da pessoa com deficiência.

Centro de Vida Independente do Amazonas CVI-AM

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atendidas: Fisioterapia traumato- para usuários, comunidade, instituições de ensino pública e privada. As palestras
ortopédica, neurofuncional, podem ser gratuitas ou contratadas.
neuropediátrica e tratamento
fisioterapêutico por meio do Assessoria Jurídica: Tem o objetivo de orientar os usuarios usuários quanto aos
Isostretching Isostretching e Nintendo seus direitos
Wii. sociais.

Fonoaudiologia: Trabalha a voz, fala, Paradesporto: O CVI-AM estimula a prática de esportes aos seus usuários e a utiliza
au- dição, linguagem, motricidade como ferramenta para desenvolvimento da
orofacial. agilidade, percepção, equilíbrio e inclusão
social. As modalidades são: basquetebol
Capacitação Profissional: O CVI-AM, firmou parceria com o SESI em cadeira de rodas, natação, tênis de
Sesi e mesa e frisbee frisbee em cadeira de
o SENAI Senai para realização de cursos de capacitação e geração de emprego e rodas.
renda, segue abaixo alguns deles tais como: Confeiteiro Industrial; Cortador e A equipe de basquetebol em cadeira de
Costureiro Industrial do Vestuário; Desenhista de Móveis; Eletricista de Comandos rodas do CVI-AM foi campeã invicta da 1°
Elétricos, Instalador Residencial, Manutenção Industrial; Instalador Hidráulico 1ª Copa Norte em Porto Velho-RO
Residencial; Marceneiro; Mecânico; Modista Costureiro do Vestuário; Montador de Velho/RO, e campeã invicta do
Móveis; Operador de CAD; Operador de Escavadeira; Operador de Campeonato Regional norte em Belém-PA
Microcomputador; Operador de Retro Esca- vadeira; Operador Motoniveladora; Belém/PA, ambos em 2010.
Padeiro; Pedreiro; Pintor de Obras; Reparador de Aparelho Condicionador de Ar Em 2011 e 2012 o CVI-AM não competiu
(Janela e Split Split); Reparador de Aparelho Doméstico de Refrigeração; por
Serralheiro; Soldador a Eletrodo Revestido; Movimentação de Produtos falta de apoio.
Perigoso; Operador de CAD (Sistema Audaces do Vestuário); Operador de Ponte
Rolante; Ope- rador de Empilhadeira; Informática Avançada; Informática Avançada; EVENTOS REALIZADOS PELO CVI-AM
Manutenção de Computadores e Periféricos; Auxiliar Administrativo; Operadores de
Linha de Monta- gem da Indústria Eletrônica; Programador de Sistemas; Reparador - I Fórum Amazônico de Capacitação em Acessibilidade
e Configurador de Computadores; Inspetor da Qualidade; Desenvolvedor de (2006);
Linguagem Java; Projetista de Infraestrutura de Redes Lan; Instalador de Sistema - I Exposição das Instituições de Pessoas com Deficiência do Estado do Amazonas
Eletroeletrônico de Segurança; Operador de Máquinas Automáticas SMT; (2006);
Administrador de Redes Corporativa CISCO Cisco (Módulos I,II,III e IV); Cálculo de - I Feira das Instituições de Pessoas com Deficiência do Estado do Amazonas
Incerteza; Comandos Elétricos; Controlador Lógico Programável Básico; (2008);
Controlador Lógico Programável Avançado; Controle Estatístico de Processo; - Lançamento da 1° 1ª Cartilha da Pessoa com Deficiência
Durômetro; Medição Tridimensional; NR 10 Segurança em Instalações e Serviços (2006);
com Eletricidade; NR 13 Operador de Vaso de Pressão e Cadeiras; Sistema Elétrico - Lançamento da 2° 2ª Cartilha da Pessoa com Deficiência
de Potência – SEP; Mestre de Obras; Tecnologia da Construção a Seco (Gesso (2008);
Acartonado); Ética e Conduta no Trabalho; Aprendendo a Conviver e Respeitar - Campeonato Regional Norte de Basquetebol em Cadeira de Rodas
as Diferenças; Nova Ortografia da Língua Portuguesa; Produção Textual; (2009);
Matemática Aplicada; Inglês Básico e Intermediário; Espanhol Básico e - Seminário " Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência"
Intermediário; Informáti- ca para Iniciantes, Básica, Intermediário; Libras - (2011);
Introdução à Língua Brasileira de Sinais; e Outros. - Lançamento da Cartilha "Quebrando Barreiras: Acessibilidade na prática"
(2012).

EVENTOS E PROJETOS PROGRAMADOS PARA


2013
Consulte-nos.
Consultoria em Acessibilidade e Inclusão Social: Este serviço é oferecido gratuita- - Projeto “Desenvolvendo Vidas: Promover para Garantir Direitos” (Convênio com a
mente para os usuários e também pode ser contratado para empresas e instituições Fundação André Maggi)
públicas e privadas. - I Encontro Nacional de Reabilitação em Lesão Medular;
Curso de Vida Indepependente e Palestras: O curso de Vida Independente é - Ações Sociais nas 4(quatro) quatro zonas da cidade com o objetivo da busca ativa
oferecido de novos
usúarios.
- III Feira das Instituições de Pessoas com Deficiência do Estado do Amazonas;

Centro de Vida Independente do Amazonas CVI-AM

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- Casa de Apoio para Reabilitação da Pessoa com Lesão
Medular;
- Curso sobre lesão medular e outras deficiências;
CAPÍTULO I
- Curso sobre Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH
(TDAH);
NOT
- Projeto CVI na comunidade.
A
Horário de atendimento: segunda à sexta das 08:00 às 12:00 e de 13:00 às 17:00 Neste capitulo, apresentaremos o levantamento do Censo Populacional Brasileiro de 2010,
hrs. um breve resumo do Decreto Federal nº 5.296, de 02/12/2004, que regulamenta as Leis nº
10.048, de 08/11/2000 (prioridade no atendimento), e 10.098, de 19/12/2000 (estabelece
CONTATO: normas e critérios básicos para a promoção da aceessibilidade acessibilidade), e do
Endereço: Rua Acaraí N°50,Conj. Atílio Andreazza - Japiim (ônibus 612, 613 ou 614 Decreto nº 6.949, que progulga promulga a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
) Cep: 69077-620 - Manaus/AM,Brasil. Telefone: +55 (92) 3615-2652. Deficiência (CDPD).
site: www.cviam.org.br e-mail: cvi.am@hotmail.com
1. CENSO POPULACIONAL IBGE 2010
Segundo Conforme o quadro abaixo, o Brasil possuía em 2010 mais de cento e
noventa milhões de habitantes, sendo que destes, mais de quarenta e cinco
milhões possuem algum tipo de deficiência, o que representa cerca de 23,9% da
população total. No estado do Amazonas, estes números são de mais de três
milhões de habitantes e o número de pessoas com deficiência é maior que
setecentos mil habitantes, representando 22,6% do total da população. Em sua
Capital, Manaus, os números são de mais de hum um milhão de habitantes e as
pessoas com deficiência representam mais de quatrocen- tos mil, equivalendo a
25,6% do total de habitantes. As pessoas com deficiência, conforme citado pelo
ex-presidente da república (Lula), são denominadas de minorias majoritárias, pois
se somarmos a elas os seus familiares, são capazes de eleger um presidente da
república.

LOCALIDADE P O P ULA ÇÃ P O P ULA ÇÃ %


O TOTAL O
Brasil 190.755.799 PcD
45.606.048 23,9%
Amazonas 3.483.985 790.647 22,6%
Manaus 1.802.014 461.414 25,6%
Fonte: CENSO IBGE 2010
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20 21
2. DECRETO FEDERAL Nº 5.296, de 02/12/2004 (DECRETO 1. comunicação;
DA ACESSIBILIDADE 2. cuidado pessoal;
3. habilidades sociais;
4. utilização dos recursos da comunidade;
CONCEITO 5. saúde e segurança;
S 6. habilidades acadêmicas;
7. lazer; e
Art. 5º § 1º Considera-se, para os efeitos deste 8. trabalho;
Decreto:
I - pessoa portadora de deficiência, além daquelas previstas na Lei nº 10.690, de 16 e) deficiência
de junho de 2003, a que possui limitação ou incapacidade para o desempenho de múltipla:
atividade e se enquadra nas seguintes categorias:
associação de duas ou mais deficiências;
a) deficiência e
física:
II - pessoa com mobilidade reduzida, aquela que, não se enquadrando no conceito
alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo hu- de pessoa portadora de deficiência, tenha, por qualquer motivo, dificuldade de
mano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando- movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando redução efetiva da
se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, mobili- dade, flexibilidade, coordenação motora e percepção.
tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia,
ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanis- § 2º O disposto no caput caput aplica-se, ainda, às pessoas com idade igual ou
mo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades superior a sessenta anos, gestantes, lactantes e pessoas com criança de colo.
estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções;

b) deficiência ACESSIBILIDADE
auditiva:
É a condição para utilização, com segurança e autonomia,
perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos
mais, aferida por audiograma nas freqüências frequências de 500Hz, urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos
1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz; dis- positivos, sistemas e meios de comunicação e
informação, por pessoa com deficiência ou com mobilidade
c) deficiência reduzida.
visual:
BARREIRAS
cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no mel- BARREIRA
hor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa
acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor È qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de mo-
correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo vimento, a circulação com segurança e a possibilidade de as pessoas se
visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência comunicarem ou terem acesso à informação, classificadas em:
simultânea de quaisquer das condições anteriores;
Barreiras urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos espaços de uso público;
d) deficiência mental (alterado para "intelectual" pela CDPD):
Barreiras nas edificações: as existentes no entorno e interior das edificações de uso
funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com público e coletivo e no entorno e nas áreas internas de uso comum nas edificações
manifestação antes dos dezoito 18 anos e limitações associadasa de uso privado multifamiliar;
associadas a duas ou
mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: Barreiras nos transportes: as barreiras de transporte são as dificuldades ou impe-
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22 23
dimentos apresentados pela simples falta de adaptação dos meios de transporte,
particulares ou coletivos, terrestres, marítimos, fluviais ou aéreos, às demandas do 3. CONVENÇÃO SOBRE OS DIREI-
usuário. TOS DA PESSOA COM
DEFICIÊNCIA
Barreiras nas comunicações e informações: qualquer entrave ou obstáculo que difi-
culte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio (CDPD)
dos dispositivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, bem
como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação. A Convenção é um tratado Internacional
internacional, aprova- do em Assembleia Geral
Além de todas essas barreiras, existe a existem as que denominamos de barreiras das Nações Unidas (ONU), em 1 3 d e dezembro
sociais e atitudinais: são as atitudes e comportamentos de indivíduos e da de 2006. È um texto totalmente dedicado a
sociedade em geral em relação às pessoas com deficiência em diversos níveis: pessoa com deficiência assinado pelo Brasil em
desde a aceitação destas, com suas características, até a garantia do acesso ao 30 de março de 2007, ratificado pelo
trabalho, à educação, à saúde e ao lazer. As barreiras de atitude assemelham-se a Congresso Nacional com força de Emenda
obstáculos físicos. São, contudo, são obstáculos discriminadores capazes de excluir Consti- tucional em 9 de julho de 2008 e
a pessoa com deficiência do convívio coletivo. Promulgado promulgado através do Decreto
Federal nº 6.949, de 25 de agosto de 2009.
Elemento da urbanização: qualquer componente das obras de urbanização, tais SUBSTITUIR A IMAGEM DA CAPA DA CONVENÇÃO
como os referentes à a pavimentação, saneamento, distribuição de energia O propósito da presente Convenção é promover, proteger e assegurar o
elétrica, iluminação pública, abastecimento e distribuição de água, paisagismo e exercício pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades
os que ma- terializam as indicações do planejamento urbanístico. fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua
dignidade inerente.
MOBILIÁRIO URBANO
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA SOB A ÓTICA DA CONVENÇÃO
O conjunto de objetos existentes nas vias e espaços públicos, superpostos ou
adicio- nados aos elementos da urbanização ou da edificação, de forma que sua Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de na-
modificação ou traslado não provoque alterações substanciais nestes elementos, tureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas
tais como semá- foros, postes de sinalização e similares, telefones e cabines barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igual-
telefônicas, fontes pú- blicas, lixeiras, toldos, marquises, quiosques e quaisquer dades de condições com as demais pessoas.
outros que se assemelham. (publicação de Romeu Kazumi Sassaki sobre o conceito de deficiência mental, in-
telectual e sensorial consultar as páginas 28 a 32). (ATENÇÃO: CONFERIR A
DESENHO UNIVERSAL EXATIDÃO DOS NÚMEROS DAS PÁGINAS REFERIDAS: P. 28 A 32)

È concepção de espaços, artefatos e produtos que visam atender ao mesmo tempo DEFINIÇÕES PARA OS PROPÓSITOS DA PRESENTE
todas as pessoas, com diferentes características físicas e sensoriais, de forma autô- CONVENÇÃO
noma, segura e confortável, constituindo-se nos elementos ou soluções que fazem
parte da acessibilidade. “Comunicação” “Comunicação” abrange as línguas, a visualização de textos, o
Braille, a comuni- cação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos de
multimídia acessível, assim como a linguagem simples, escrita e oral, os sistemas
auditivos e os meios de voz digitalizada e os modos, meios e formatos
aumentativos e alternativos de comunica- ção, inclusive a tecnologia da
informação e comunicação acessíveis;

“Língua” “Língua” abrange as línguas faladas e de sinais e outras formas de


comunicação não falada;
“Discriminação por motivo de deficiência” “Discriminação por motivo de deficiência, com o propósito ou efeito de impedir ou impos- sibilitar o
deficiência” significa qualquer diferenciação, exclusão ou restrição baseada em reconhecimento, o desfrute ou o exercício, em igualdade de oportunidades

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revogar leis, regulamentos, costumes e práticas vigentes, que constituírem discrimi-
com as demais pessoas, de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais nação contra pessoas com deficiência;
nos âmbitos político, econômico, social, cultural, civil ou qualquer outro. Abrange c) Levar em conta, em todos os programas e políticas, a proteção e a promoção dos
todas as formas de discriminação, inclusive a recusa de adaptação razoável;

“Adaptação razoável” “Adaptação razoável” significa as modificações e os ajustes


necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional ou indevido,
quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que as pessoas com
deficiência possam gozar ou exercer, em igualdade de oportunidades com as
demais pessoas, todos os direitos humanos e liberdades fundamentais;

“Desenho universal” “Desenho universal” significa a concepção de produtos,


ambientes, programas e ser- viços a serem usados, na maior medida possível, por
todas as pessoas, sem necessi- dade de adaptação ou projeto específico. O
“desenho universal” não excluirá as aju- das técnicas para grupos específicos de
pessoas com deficiência, quando necessárias.

PRINCÍPIOS GERAIS

a) O respeito pela dignidade inerente, a autonomia individual, inclusive a liberdade


de fazer as próprias escolhas, e a independência das
pessoas;
b) A não-discriminação não discriminação;
c) A plena e efetiva participação e inclusão na
sociedade;
d) O respeito pela diferença e pela aceitação das pessoas com deficiência como
parte da diversidade humana e da humanidade;
e) A igualdade de
oportunidades;
f) A
acessibilidade;
g) A igualdade entre o homem e a
mulher;
h) O respeito pelo desenvolvimento das capacidades das crianças com deficiência e
pelo direito das crianças com deficiência de preservar sua identidade.

OBRIGAÇÕES GERAIS

1. Os Estados Partes se comprometem a assegurar e promover o pleno exercício


de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com
deficiência, sem qualquer tipo de discriminação por causa de sua deficiência. Para
tanto, os Estados Partes se comprometem a:

a) Adotar todas as medidas legislativas, administrativas e dequalquer de qualquer


outra nature-
za, necessárias para a realização dos direitos reconhecidos na presente Convenção;
b) Adotar todas as medidas necessárias, inclusive legislativas, para modificar ou
direitos humanos das pessoas com deficiência, de forma a melhorar a prestação de assistência e serviços garantidos
deficiência; por esses direitos.
d) Abster-se de participar em qualquer ato ou prática incompatível com a 2. Em relação aos direitos econômicos, sociais e culturais, cada Estado Parte se
presente Convenção e assegurar que as autoridades públicas e instituições atuem compromete a tomar medidas, tanto quanto permitirem os recursos disponíveis e,
em confor- midade com a presente Convenção; quando necessário, no âmbito da cooperação internacional, a fim de assegurar pro-
e) Tomar todas as medidas apropriadas para eliminar a discriminação baseada gressivamente o pleno exercício desses direitos, sem prejuízo das obrigações
em contidas na presente Convenção que forem imediatamente aplicáveis de acordo com
deficiência, por parte de qualquer pessoa, organização ou empresa o direito internacional.
privada; 3. Na elaboração e implementação de legislação e políticas para aplicar a presente
f) Realizar ou promover a pesquisa e o desenvolvimento de produtos, serviços, Convenção e em outros processos de tomada de decisão relativos às pessoas com
equipamentos e instalações com desenho universal, conforme definidos no Artigo deficiência, os Estados Partes realizarão consultas estreitas e envolverão
2 da presente Convenção, que exijam o mínimo possível de adaptação e cujo ativamente pessoas com deficiência, inclusive crianças com deficiência, por
custo seja o mínimo possível, destinados a atender às necessidades específicas intermédio de
de pessoas com deficiência, a promover sua disponibilidade e seu uso e a suas organizações representativas.
promover o desenho uni- versal quando da elaboração de normas e diretrizes; 4. Nenhum dispositivo da presente Convenção afetará quaisquer disposições mais
g) Realizar ou promover a pesquisa e o desenvolvimento, bem como a propícias à realização dos direitos das pessoas com deficiência, as quais possam
disponibilidade e o emprego de novas tecnologias, inclusive as tecnologias da estar contidas na legislação do Estado Parte ou no direito internacional em vigor
informação e comu- nicação, ajudas técnicas para locomoção, dispositivos e para esse Estado. Não haverá nenhuma restrição ou derrogação de qualquer dos
tecnologias assistivas, ade- quados a pessoas com deficiência, dando prioridade a direitos huma- nos e liberdades fundamentais reconhecidos ou vigentes em
tecnologias de custo acessível; qualquer Estado Parte da presente Convenção, em conformidade com leis,
h) Propiciar informação acessível para as pessoas com deficiência a respeito de convenções, regulamentos ou costumes, sob a alegação de que a presente
aju- das técnicas para locomoção, dispositivos e tecnologias assistivas, incluindo Convenção não reconhece tais direitos e liberdades ou que os reconhece em menor
novas tecnologias bem como outras formas de assistência, serviços de apoio e grau.
instalações; 5. As disposições da presente Convenção se aplicam, sem limitação ou exceção,
i) Promover a capacitação em relação aos direitos reconhecidos pela presente a
Con- venção dos profissionais e equipes que trabalham com pessoas com

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26 27
todas as unidades constitutivas dos Estados estabilizou e não mais oferece perigo para ela ou para outras pessoas. Os transtornos
federativos. mentais mais comuns são: mania, esquizofrenia, depressão, síndrome do pânico,
transtorno obsessivo- compulsivo e paranóia. O dr. João Navajas já dizia em 1997:
“Se houver sequelas, essas pessoas poderão se adequar às limitações sem deixar
3.1 DEFICIÊNCIA PSICOSSOCIAL - A Nova Categoria suas atividades do dia a dia, como estudar ou trabalhar” (Sociedade Brasileira de
de Deficiência Psiquiatria e Comunidade
Romeu Kazumi Sassaki,
2010.

Citação
bibliográfica
SASSAKI, Romeu Kazumi. Deficiência psicossocial: a nova categoria de deficiência.
Fortaleza: Agenda 2011 do Portador de Eficiência, 2010.

A deficiência psicossocial ― também chamada “deficiência psiquiátrica” ou “defi-


ciência por saúde mental” ― foi incluída no rol de deficiências pela Convenção
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD), adotada na Assembleia
Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em 13/12/06.
No Artigo 1 (Propósito), a Convenção afirma que “Pessoas com deficiência são
aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem
obstruir sua par- ticipação plena e efetiva na sociedade em igualdades de
condições com as demais pessoas.” Trata-se de uma afirmação e não de uma
definição. Se fosse uma definição, ela estaria no Artigo 2 (Definições).
De acordo com essa
afirmação:

Se uma pessoa tem impedimentos... Ela é uma pessoa...


... de natureza física ... com deficiência
física
... de natureza mental (saúde mental) ... com deficiência
psicossocial
... de natureza intelectual ... com deficiência
intelectual
... de natureza sensorial (auditiva) ... com deficiência
auditiva
... de natureza sensorial (visual) ... com deficiência
visual

A inserção do tema “deficiência psicossocial” representa uma histórica vitória da


luta de pessoas com deficiência psicossocial, familiares, amigos, usuários e
trabalha- dores da saúde mental, provedores de serviços de reabilitação física ou
profissional, pesquisadores, ativistas do movimento de vida independente e
demais pessoas em várias partes do mundo.
Convém salientar que o termo “pessoa com deficiência psicossocial” não é o
mesmo que “pessoa com transtorno mental”. Trata-se, isto sim, de “pessoa com
sequela de transtorno mental”, uma pessoa cujo quadro psiquiátrico já se
Terapêutica Dr. Bezerra de torno do mesmo objetivo ― a elaboração da CDPD. Ao cabo de quatro anos,
Menezes). reconhecendo que a sequela de um transtorno mental constitui uma categoria de
Também alunos com certos tipos de transtorno global do desenvolvimento deficiência, elas a colocaram como deficiência psicossocial junto às tradicionais
(TGD) poderão, a partir de agora, fazer parte do segmento das pessoas com deficiências (física, intelectual, auditiva e visual).
deficiência e beneficiar-se das medidas asseguradas na CDPD. Alguns desses Com a ratificação da CDPD por um crescente número de países-membros da ONU,
tipos são: sín- drome de Rett, síndrome de Asperger, psicose estabelece-se uma ótima perspectiva para profundas mudanças nos procedimentos
(http://lucimaramaia.com.br/index. php? destes dois campos. Pois, mais de 40% dos países ainda não possuem políticas
option=com_content&task=view&id=15&Itemid=8) e autismo (“Autismo: inser- públi- cas para pessoas com deficiência psicossocial e mais de 30% dos países não
ção social é possível?”, Cinthia Pascueto, Jornal da UFRJ, ed. n. 200, 24/4/03). possuem programas de saúde mental. Em todo o mundo, mais de 400 milhões de
Em documentos a respeito da CDPD, a ONU usa o termo “deficiência psicossocial” pessoas têm algum tipo de transtorno mental, conforme a Organização Mundial
ao comentar os impedimentos de natureza mental, ou seja, relativa à saúde de Saúde. No Brasil, são 3 milhões de pessoas com transtornos mentais graves
mental. Um desses documentos produzidos pela ONU é o PowerPoint que explica (esquizofrenia e transtorno bipolar), mas considerando os tipos menos severos
o conteúdo da CDPD (Secretariado da ONU para a CDPD: (depressão, ansiedade e transtorno de ajustamento), cerca de 23 milhões de
www.un.org/disabilities). pessoas necessitam de algum tipo de atendimento em saúde mental. Acontece que
O documento “The United Nations Convention on the Rights of Persons with em nosso país há somente 1.513 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), segundo a
Disabili- ties: Towards a Unified Field Theory of Disability”, de 22 páginas, ― Associação Brasileira de Psiquia- tria (http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?
que original- mente foi uma palestra ministrada em 10/10/09 pelo prof. Gerard case=2& idnot=7154, 29/6/2010).
Quinn ― é todo dedicado a traçar a trajetória de dois campos, o das deficiências
e o da saúde men- tal, que se desenvolveram paralelamente no passado, mas Grupos de apoio: PcDP
que foram juntados em igualdade de condições no contexto da CDPD. Gerard
Quinn é Diretor do Centro de Lei e Política da Deficiência, da Universidade O termo “pessoa com deficiência psicossocial” (PcDP) é relativamente novo, quase
Nacional da Irlanda (www.nuigalway. ie/cdlp). contemporâneo do nome anterior, “pessoa com deficiência psiquiátrica”. Mas,
Desta forma, pela primeira vez na história dos direitos humanos, pessoas do estas
cam- po da saúde mental e pessoas do campo das deficiências trabalharam em

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28 29
pessoas já se organizavam em grupos de autoajuda na década de 50, quando eram deficiência já foi chamada, nos círculos acadêmicos, por vários nomes:
chamadas “ex-pacientes psiquiátricos”. Na década de 80, consideravam-se “sobre- oligofrênica; cretina; tonta; imbecil; idiota; débil profunda; criança subnormal;
viventes da saúde mental” (ou “sobreviventes da psiquiatria”) e começaram a se criança mental- mente anormal; mongolóide; criança atrasada; criança eterna;
chamar “deficientes psiquiátricos”. criança excepcional; retardada mental em nível dependente/custodial,
De acordo com um estudo feito nos EUA em 1958 pela Joint Commission on Mental treinável/adestrável ou educável; deficiente mental em nível leve, moderado,
Illness and Health (JCMIH), já havia naquele ano mais de 70 organizações de “ex- severo ou profundo (nível recomendado pela Organização Mundial da Saúde, 1968,
pacientes psiquiátricos” em 26 estados, sendo 14 na Califórnia. A organização Re- citado por Sterner, 1976); criança com déficit intelectual; criança com
covery, Inc. tinha 250 pequenos grupos em 20 estados, totalizando 4.000 necessidades especiais; criança especial etc. Mas, atualmente, quanto ao nome
membros. Inicialmente, as pessoas se reuniam interessadas em relacionamentos da condição, há uma tendência mundial (brasileira também) de se usar o termo
sociais e troca de histórias de vida (“Action for Mental Health”, JCMIH, 1961, “deficiência intelectual”, com o qual concordo por duas razões. A primeira razão
p.186-187). tem a ver com o fenômeno propriamente dito. Ou seja, é mais apropriado o termo
As reuniões eram informais, coordenadas por uma pessoa com deficiência psicosso- “intelectual” por referir-se ao funcionamento do intelecto especificamente e não
cial ou por um consultor voluntário. O local era geralmente um hospital, clínica ou ao funcionamento da mente como um todo. Em 1992, a então Associação
escritório de órgão público. Em 1989, 1991 e 1996, tive a oportunidade de Americana de Deficiência Mental (AAMR, em inglês) adotou uma nova
participar dessas reuniões na Families and Friends Alliance for the Mentally Ill conceituação da deficiência intelectual (até então denominada “deficiência
(Aliança de Famí- lias e Amigos de Pessoas com Transtorno Mental), um grupo que mental”), considerando-a não mais como um traço absoluto da pessoa que a tem
se reunia no Centro de Saúde Mental Acadiana, em Lafayette, Louisiana, EUA. e sim como um atributo que interage com o seu meio ambiente físico e humano,
Hoje, as PcDP que lideram organizações e grupos de apoio são consideradas o qual deve adaptar-se às necessidades especiais dessa pessoa, provendo-lhe o
ativistas ou autodefensoras e lutam pelos seus direitos. Na Colômbia, o projeto apoio in- termitente, limitado, extensivo ou permanente de que ela necessita para
“Reconheci- mento da Capacidade Jurídica das Pessoas com Deficiências funcionar em 10 áreas de habilidades adaptativas: comunicação, autocuidado,
Intelectual e Psicosso- cial”, é executado pelas organizações Asdown e habilidades so- ciais, vida familiar, uso comunitário, autonomia, saúde e
Fundamental Colombia, que reúnem pessoas com deficiência psicossocial segurança, funcionalidade acadêmica, lazer e trabalho. A AAMR, em reunião de
(http://www.riadis.net/riadis-em-acao-15/ inicia-se-execuccedilatildeo-e- novembro de 2006, decidiu que, a partir de 1°/1/07, passará a chamar-se
seguimento-dos-micr/). Associação Americana de Deficiências Intelectual e de Desenvolvimento (AAIDD, em
inglês).
3.2 Deficiência mental ou intelectual? Doença ou tran- A segunda razão consiste em podermos melhor distinguir entre “deficiência
storno mental? Atualizações semânticas na inclusão de mental” e “doença mental”, dois termos que têm gerado confusão há vários
pessoas séculos. “O pri- meiro passo no estudo independente da condição da deficiência
mental” ocorreu no início do século 19, quando se estabeleceu “a diferenciação
Romeu Kazumi Sassaki, 2006. entre a idiotia e a loucu- ra” (Enicéia Mendes, in Vivência, n.18, 1996, p.17). Há
Consultor e autor de livros sobre inclusão social cinco décadas, especialistas se preocupam em explicar a diferença que existe
E-mail: romeukf@uol.com.br entre os fenômenos “deficiência mental” e “doença mental” (por exemplo: Laura
Dittmann, 1959, p.5-6; Ministério da Saúde e Bem-Estar Social do Canadá, in
Este artigo foi inserido nas seguintes publicações: Lente, 1959, p.23-24; A.J. Malin, in Jour- nal of Rehabilitation in Ásia, 1964, p.20;
Taylor & Taylor, 1966, p.4; Roger Freeman, in Rehabilitation Literature, 1969,
Revista Nacional de Reabilitação, São Paulo, ano IX, n. 43, mar./abr. 2005, p.9-10. v.30, n.4, p.103-106; Mental Handicap, 1980, p. 26; Henry Cobb & Peter Mittler,
Jornal do Sinepe-RJ (Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino no Es- 1980, p.1-12; Marcelo Gomes, s/d, p.7). Pois são termos parecidos, que muita
tado do Rio de Janeiro), Niterói, ano XIV, n. 88, jul./set. 2005, p. 10-11. gente pensa significarem a mesma coisa. Então, em boa hora, vamos separar os
dois construtos científicos. Também no campo da saúde mental (área psiquiátrica),
O artigo abaixo não foi inserido na íntegra O texto que se segue foi está ocorrendo uma mudança terminológica significativa, que substitui o termo
editado do artigo original “doença mental” por “transtorno mental”. Permanece, sim, o adjetivo “mental”
(o que é correto), mas o grande avanço científico foi a mudança para
“transtorno”. Em 2001, o Governo Federal brasileiro publicou uma “lei sobre os
...Agora, um comentário sobre os vocábulos “deficiência mental” e “deficiência in-
direitos das pessoas com transtorno mental” (Lei n. 10.216, de 6/4/01), na qual foi
telectual”. Ao longo da história, muitos conceitos existiram e a pessoa com esta
utilizada exclusivamente a expressão “transtorno mental”. Aqui também se aplica
o
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30 31
critério do número: “pessoa(s) com transtorno mental” e não “pessoa(s) com
transtornos mentais”, mesmo que existam várias formas de transtorno mental.
Segundo especialistas, o transtorno mental pode ocorrer em 20% ou até 30% dos
casos de deficiência intelectual (Marcelo Gomes, “O que é deficiência mental e o
que se pode fazer?”, s/d, p.7), configurando-se aqui um exemplo de deficiência CAPÍTULO II
múltipla.

Hoje em dia cada vez mais se está substituindo o adjetivo “mental” por “intelec- NOT
tual”. A Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial da A
Neste capítulo, apresentaremos os diferentes tipos de acesso a direitos tais como:
Saúde realizaram um evento (no qual o Brasil participou) em Montreal, Canadá, em
acessibilidade arquitetônica e urbanística; transporte coletivo - rodoviário,
outubro de 2004, evento esse que aprovou o documento DECLARAÇÃO DE aquaviário e aéreo, educação, trabalho e emprego, habilitação e reabilitação, saúde,
MONTREAL SOBRE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL. Observe-se que o termo esporte, lazer e cultura, acesso a ajudas técnicas ou tecnologias assistivas; acesso a
“intelectual” foi utilizado tam- bém em francês (Déclaration de Montreal sur la habitação de interesse social; acesso à informação e à comunicação; padrão de vida e
Déficiénce Intelectuelle) e em inglês (Montreal Declaration on Intellectual proteção social adequados;
Disability).

A expressão “deficiência intelectual” foi oficialmente utilizada já em 1995, quando


a Organização das Nações Unidas (juntamente com The National Institute of Child-
Saúde
Health and Human Development, The Joseph P. Kennedy, Jr. Foundation, e The
1995 Special Olympics World Games) realizou em Nova York o simpósio chamado Transport Educaçã
INTEL- LECTUAL DISABILITY: PROGRAMS, POLICIES, AND PLANNING FOR THE
FUTURE (Defi-
e o
ciência Intelectual: Programas, Políticas e Planejamento para o Futuro). O
termo “intellectual disabilities” faz parte do nome de uma entidade, a
International As- sociation for the Scientific Study of Intellectual Disabilities, que Trabalho
realizou um mega- evento em 2000. Tecnologi e
a Emprego
A propósito, uma influente organização espanhola mudou seu nome, conforme
Assistiva
Acessibilidade
notí- cia publicada em 2002: “Espanha - Resolução exige a substituição do termo
‘defi- ciência mental’ por ‘deficiência intelectual’. A Confederação Espanhola de
Organiza-
ções para Pessoas com Deficiência Mental aprovou por unanimidade uma resolução Esporte, Cultura e Habilitação e
substituindo a expressão ‘deficiência mental’ por ‘deficiência intelectual’. Isto sig- Lazer Reabilitação
nifica que agora a Confederação passa a ser chamada Confederação Espanhola de
Organizações para Pessoas com Deficiência Intelectual (Confederación Española de
Organizaciones en favor de Personas con Discapacidad Intelectual). Esta
organização aprovou também o novo Plano Estratégico de quatro anos para
Padrão de Vida
Habitação e Proteção
melhorar a qualidade de vida, o apoio institucional e os esforços de inclusão para
pessoas com deficiên- cia intelectual.” (in Digital Disnnet Press Agency, Digital Social
Arquitetônica
Solidarity, n 535, Bogotá, 3/12/02).
e Urbanística Adequados
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32 33
ACESSIBILIDADE SOB A ÒTICA ÓTICA DA CONVENÇÃO h. Promover, desde a fase inicial, a concepção, o desenvolvimento, a produção e
a disseminação de sistemas e tecnologias de informação e comunicação, a fim de
que esses sistemas e tecnologias se tornem acessíveis a custo mínimo.
ACESSIBILIDADE

1. A fim de possibilitar às pessoas com deficiên- 1. ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA E


cia viver de forma independente e participar
plenamente de todos os aspectos da vida, os URBANÍSTICA
Estados Partes tomarão as medidas apropria-
das para assegurar às pessoas com deficiência o DECRETO Nº
acesso, em igualdade de oportunidades com as
5.296
demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à
in¬formação e comunicação, inclusive aos siste-
CAPÍTULO IV
mas e tecnologias da informação e
DA IMPLEMENTAÇÃO DA ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA E
comunicação, bem como a outros serviços e
URBANÍSTICA
instalações abertos ao público ou de uso
público, tanto na zona ur- bana como na rural.
Seção I
Essas medidas, que incluirão a identificação e
Das Condições Gerais
a eliminação de obstáculos e barreiras à
acessibilidade, serão aplicadas, entre outros, a: Art. 10. A concepção e a implantação dos projetos arquitetônicos e urbanísticos
a. Edifícios, rodovias, meios de transporte e outras instalações internas e externas, devem atender aos princípios do desenho universal, tendo como referências básicas
inclusive escolas, residên¬cias, instalações médicas e locais de trabalho; as normas técnicas de acessibilidade da ABNT, a legislaçãoespecífica legislação
b. Informações, comunicações e outros serviços, inclusive serviços eletrônicos e específica e as regras con- tidas neste Decreto.
ser- viços de emergência; § 1º Caberá ao Poder Público promover a inclusão de conteúdos temáticos refer-
2. Os Estados Partes também tomarão medidas apropriadas entes ao desenho universal nas diretrizes curriculares da educação profissional e
para: tecnológica e do ensino superior dos cursos de Engenharia, Arquitetura e
a. Desenvolver, promulgar e monitorar a implementação de normas e diretrizes correlatos.
míni- mas para a acessibilidade das instalações e dos serviços abertos ao público ou § 2º Os programas e as linhas de pesquisa a serem desenvolvidos com o apoio de
de uso público; organismos públicos de auxílio à pesquisa e de agências de fomento deverão incluir
b. Assegurar que as entidades privadas que oferecem instalações e serviços abertos temas voltados para o desenho universal.
ao público ou de uso público levem em consideração todos os aspectos relativos à Art. 11. A construção, reforma ou ampliação de edificações de uso público ou
acessibilidade para pessoas com deficiência; coleti- vo, ou a mudança de destinação para estes tipos de edificação, deverão ser
c. Proporcionar, a todos os atores envolvidos, formação em relação às questões executa- das de modo que sejam ou se tornem acessíveis à pessoa portadora de
de acessibilidade com as quais as pessoas com deficiência se confrontam; deficiência ou com mobilidade reduzida.
d. Dotar os edifícios e outras instalações abertas ao público ou de uso público de § 1º As entidades de fiscalização profissional das
sinalização em Braille e em formatos de fácil leitura e compreensão; atividades de Engenharia, Arquitetura e correlatas,
e. Oferecer formas de assistência humana ou animal e serviços de mediadores, in- ao anotarem a responsabilidade técnica dos proje-
cluindo guias, ledores e intérpretes profissionais da língua de sinais, para facilitar tos, exigirão a responsabilidade profissional declara-
o da do atendimento às regras de acessibilidade previs-
tas nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT,
acesso aos edifícios e outras instalações abertas ao público ou de uso na legislação específica e neste Decreto.
público; § 2º Para a aprovação ou licenciamento ou emissão de certificado de conclusão de
f. Promover outras formas apropriadas de assistência e apoio a pessoas com projeto arquitetônico ou urbanístico deverá ser atestado o atendimento às regras
deficiên- cia, a fim de assegurar a essas pessoas o acesso a informações; de acessibilidade previstas nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT, na
g. Promover o acesso de pessoas com deficiência a novos sistemas e tecnologias da legislação específica e neste Decreto.
informação e comunica¬ção, inclusive à internet; § 3º O Poder Público, após certificar a acessibilidade de edificação ou serviço, de-
terminará a colocação, em espaços ou locais de ampla visibilidade, do “Símbolo
Internacional de Acesso”, na forma prevista nas normas técnicas de acessibilidade
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34 35
da ABNT e na Lei nº 7.405, de 12 de novembro de ções consolidadas;
1985.
Art. 12. Em qualquer intervenção nas vias e logradouros públicos, o Poder Público
e as empresas concessionárias responsáveis pela execução das obras e dos serviços
garantirão o livre trânsito e a circulação de formasegura forma segura das pessoas
em geral, es- pecialmente das pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida, durante e após a sua execução, de
acordo com o previsto em normas técnicas de acessibilidade da ABNT, na
legislação
específica e neste
Decreto.
Art. 13. Orientam-se, no que couber, pelas regras previstas nas normas
técnicas brasileiras de acessibilidade, na legislação específica, observado o
disposto na Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, e neste Decreto:
I - os Planos Diretores Municipais e Planos Diretores de Transporte e Trânsito
elabora- dos ou atualizados a partir da publicação deste Decreto;
II - o Código de Obras, Código de Postura, a Lei de Uso e Ocupação do Solo e a
Lei do Sistema Viário;
III - os estudos prévios de impacto de
vizinhança;
IV - as atividades de fiscalização e a imposição de sanções, incluindo a vigilância
sanitária e ambiental; e
V - a previsão orçamentária e os mecanismos tributários e financeiros utilizados em
caráter compensatório ou de incentivo.
§ 1º Para concessão de alvará de funcionamento ou sua renovação para
qualquer atividade, devem ser observadas e certificadas as regras de acessibilidade
previstas neste Decreto e nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
§ 2º Para emissão de carta de “habite-se” ou habilitação equivalente e para
sua renovação, quando esta tiver sido emitida anteriormente às exigências de
acessibili- dade contidas na legislação específica, devem ser observadas e
certificadas as regras de acessibilidade previstas neste Decreto e nas normas
técnicas de acessibilidade da ABNT.
Seção II
Das Condições
Específicas
Art. 14. Na promoção da acessibilidade, serão obser-
vadas as regras gerais previstas neste Decreto, comple-
mentadas pelas normas técnicas de acessibilidade da
ABNT e pelas disposições contidas na legislação dos Es-
tados, Municípios e do Distrito Federal.
Art. 15. No planejamento e na urbanização das vias,
praças, dos logradouros, parques e demais espaços de
uso públicos, deverão ser cumpridos as exigências dis-
postas nas normas técnicas de acessibilidade da
ABNT.
§ 1º Incluem-se na condição estabelecida no caput:
I - a construção de calçadas para circulação de pedestres ou a adaptação de situa-
II - o rebaixamento de calçadas com rampa acessível ou elevação da via para que tenham sua projeção sobre a faixa de circulação de
traves- pedestres;
sia de pedestre em II - as cabines telefônicas e os terminais de auto-atendimento de produtos e
nível; e serviços; III - os telefones públicos sem cabine;
III - a instalação de piso tátil direcional e de IV - a instalação das aberturas, das botoeiras, dos comandos e outros sistemas de
alerta. acionamento do mobiliário urbano;
§ 2º Nos casos de adaptação de bens culturais V - os demais elementos do mobiliário urbano;
imóveis e de intervenção para regularização VI - o uso do solo urbano para posteamento; e
urbanística em áreas de assentamentos subnormais, VII - as espécies vegetais que tenham sua projeção sobre a faixa de circulação de
será admitida, em caráter excepcional, faixa de pedestres.
largura menor que o es- tabelecido nas normas § 2º A concessionária do Serviço Telefônico Fixo
técnicas citadas no caput, desde que haja Comu- tado - STFC, na modalidade Local, deverá
justificativa baseada em estudo técnico e que o assegurar que, no mínimo, dois por cento do total de
acesso seja viabilizado de outra forma, garantida a Telefones de Uso Público - TUPs, sem cabine, com
melhor técnica possível. capacidade para originar e receber chamadas locais e
Art. 16. As características do desenho e a instalação do mobiliário urbano de longa distân- cia nacional, bem como, pelo menos,
devem garantir a aproximação segura e o uso por pessoa portadora de dois por cento do total de TUPs, com capacidade para
deficiência visual, mental ou auditiva, a aproximação e o alcance visual e originar e receber chamadas de longa distância,
manual para as pessoas por- tadoras de deficiência física, em especial aquelas nacional e internacional, estejam adaptados para o uso
em cadeira de rodas, e a circula- ção livre de barreiras, atendendo às condições de pessoas portadoras de deficiência auditiva e para
estabelecidas nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT. usuários de cadeiras de rodas, ou conforme estabelecer
§ 1º Incluem-se nas condições estabelecida no os Planos Gerais de Metas de Universalização.
caput: § 3º As botoeiras e demais sistemas de acionamento dos
I - as marquises, os toldos, elementos de sinalização, luminosos e outros terminais de auto-atendimento de produtos e serviços e
elementos

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outros equipamentos em que haja interação com o público devem estar localizados
pelo menos, uma parte da superfície acessível para atendimento às pessoas porta-
em altura que possibilite o manuseio por pessoas em cadeira de rodas e possuir
doras de deficiência ou com mobilidade reduzida, conforme os padrões das normas
mecanismos para utilização autônoma por pessoas portadoras de deficiência visual
técnicas de acessibilidade da ABNT.
e auditiva, conforme padrões estabelecidos nas normas técnicas de acessibilidade
Parágrafo único. No caso do exercício do direito de voto, as urnas das seções
da ABNT.
eleito- rais devem ser adequadas ao uso com autonomia pelas pessoas portadoras
Art. 17. Os semáforos para pedestres instalados nas vias
de defi- ciência ou com mobilidade reduzida e estarem instaladas em local de
públicas deverão estar equipados com mecanismo que sir-
votação plena- mente acessível e com estacionamento próximo.
va de guia ou orientação para a travessia de pessoa porta-
Art. 22. A construção, ampliação ou reforma de edificações de uso público ou de
dora de deficiência visual ou com mobilidade reduzida em
uso coletivo devem dispor de sanitários acessíveis destinados ao uso por pessoa
todos os locais onde a intensidade do fluxo de veículos,
porta- dora de deficiência ou com mobilidade reduzida.
de pessoas ou a periculosidade na via assim
§ 1º Nas edificações de uso público a serem construídas, os sanitários destinados ao
determinarem, bem como mediante
uso por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida serão
solicitação dos interessados.
distribuí- dos na razão de, no mínimo, uma cabine para cada sexo em cada
Art. 18. A construção de edificações de uso privado
pavimento da edi- ficação, com entrada independente dos sanitários coletivos,
multi-
obedecendo às normas técnicas de acessibilidade
familiar e a construção, ampliação ou reforma de edificações de uso coletivo
da
devem atender aos preceitos da acessibilidade na interligação de todas as partes
ABNT.
de uso comum ou abertas ao público, conforme os padrões das normas técnicas
§ 2º Nas edificações de uso público já existentes, terão elas prazo de trinta meses a
de aces- sibilidade da ABNT.
contar da data de publicação deste Decreto para garantir pelo menos um banheiro
Parágrafo único. Também estão sujeitos ao disposto no caput os acessos,
acessível por pavimento, com entrada independente, distribuindo-se seus equipa-
piscinas, andares de recreação, salão de festas e reuniões, saunas e banheiros,
mentos e acessórios de modo que possam ser utilizados por pessoa portadora de
quadras es- portivas, portarias, estacionamentos e garagens, entre outras partes
deficiência ou com mobilidade reduzida.
das áreas in- ternas ou externas de uso comum das edificações de uso privado
§ 3º Nas edificações de uso coletivo a serem construídas, ampliadas ou reformadas,
multifamiliar e das de uso coletivo.
onde devem existir banheiros de uso público, os sanitários destinados ao uso por
Art. 19. A construção, ampliação ou reforma de edificações de uso público deve
pessoa portadora de deficiência deverão ter entrada independente dos demais e
garantir, pelo menos, um dos acessos ao seu interior, com comunicação com
obedecer às normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
todas as suas dependências e serviços, livre de barreiras e de obstáculos que
§ 4º Nas edificações de uso coletivo já existentes, onde haja banheiros destinados
impeçam ou dificultem sua acessibilidade.
ao
§ 1º No caso das edificações de uso público já existentes, terão elas prazo de trinta
uso público, os sanitários preparados para
meses a contar da data de publicação deste Decreto para garantir acessibilidade às
o uso por pessoa portadora de deficiência
pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
ou com mobilidade reduzida deverão
§ 2º Sempre que houver viabilidade arquitetônica, o Poder Público
estar localizados nos pavimentos
buscarágarantir buscará garantir dotação orçamentária para ampliar o número de
acessíveis, ter entrada independente dos
acessos nas edificações de uso pú- blico a serem construídas, ampliadas ou
demais sani- tários, se houver, e
reformadas.
obedecer as normas técnicas de
Art. 20. Na ampliação ou reforma das edificações de uso púbico ou de uso coletivo,
acessibilidade da ABNT.
os desníveis das áreas de circulação internas ou externas
Art. 23. Os teatros, cinemas, auditórios,
serão transpostos por meio de rampa ou equipamento
estádios, ginásios de esporte, casas de
eletro- mecânico de deslocamento vertical, quando não for
espetáculos, salas de conferências e simi-
possível outro acesso mais cômodo para pessoa portadora de
lares reservarão, pelo menos, dois por
deficiên- cia ou com mobilidade reduzida, conforme
cento da lotação do estabelecimento para
estabelecido nas normas técnicas de acessibilidade da
pessoas em cadeira de rodas, distribuídos
ABNT.
pelo recinto em locais diversos, de boa
Art. 21. Os balcões de atendimento e as bilheterias em edi-
visibilidade, próximos aos corredores,
ficação de uso público ou de uso coletivo devem dispor de,
devidamente sinalizados, evitando-se
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38 39
áreas segregadas de público e a obstrução das saídas, em conformidade com as de deficiência ou com mobilidade reduzida ajudas técnicas que permitam o acesso
nor- mas técnicas de acessibilidade da ABNT. às atividades escolares e administrativas em igualdade de condições com as demais
§ 1º Nas edificações previstas no caput, é obrigatória, ainda, a destinação de dois pessoas; e
por cento dos assentos para acomodação de pessoas porta doras portadoras de III - seu ordenamento interno contém normas sobre o tratamento a serdispensado
deficiência visual e de pessoas com mobilidade reduzida, incluindo obesos, em ser dispensado a professores, alunos, servidores e empregados portadores de
locais de boa recepção de mensagens sonoras, devendo todos ser devidamente deficiência, com o ob- jetivo de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminação,
sinalizados e estar de acordo com os padrões das normas técnicas de acessibilidade bem como as respectivas sanções pelo descumprimento dessas normas.
da ABNT. § 2º As edificações de uso público e de uso coletivo referidas no caput, já
§ 2º No caso de não haver comprovada procura pelos assentos reservados, estes existentes, têm, respectivamente, prazo de trinta e quarenta e oito meses, a
poderão excepcionalmente ser ocupados por pessoas que não sejam portadoras de contar da data de publicação deste Decreto, para garantir a acessibilidade de que
deficiência ou que não tenham mobilidade reduzida. trata este artigo. Art. 25. Nos estacionamentos externos ou inter-
§ 3º Os espaços e assentos a que se refere este artigo deverão situarse situar-se em nos das edificações de uso público ou de uso co-
locais que garantam a acomodação de, no mínimo, um acompanhante da pessoa letivo, ou naqueles localizados nas vias
portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida. públicas, serão reservados, pelo menos, dois por
§ 4º Nos locais referidos no caput, haverá, obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas cento do total de vagas para veículos que
de emergência acessíveis, conforme padrões das normas técnicas de acessibilidade transportem pessoa portadora de deficiência
da ABNT, a fim de permitir a saída segura de pessoas portadoras de deficiência física ou visual definidas neste Decreto, sendo
ou com mobilidade reduzida, em caso de emergência. assegurada, no mínimo, uma vaga, em locais
§ 5º As áreas de acesso aos artistas, tais como coxias e camarins, também devem próximos à entrada principal ou ao elevador, de
ser acessíveis a pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. fácil acesso à circu- lação de pedestres, com
§ 6º Para obtenção do financiamento de que trata o inciso III do art. 2º, as salas de especificações técnicas de desenho e traçado
es- petáculo deverão dispor de sistema de sonorização assistida para pessoas conforme o estabelecido nas normas técnicas
portadoras de deficiência auditiva, de meios eletrônicos que permitam o de acessibilidade da ABNT.
acompanhamento por meio de legendas em tempo real ou de disposições especiais § 1º Os veículos estacionados nas vagas reservadas deverão portar identificação a
para a presença física de intérprete de LIBRAS e de guias-intérpretes, com a ser colocada em local de ampla visibilidade, confeccionado e fornecido pelos
projeção em tela da imagem do intérprete de LIBRAS sempre que a distância não órgãos de trânsito, que disciplinarão sobre suas características e condições de uso,
permitir sua visualização direta. observando o disposto na Lei nº 7.405, de 1985.
§ 7º O sistema de sonorização assistida a que se refere o § 6o será sinalizado por § 2º Os casos de inobservância do disposto no § 1o estarão sujeitos às sanções esta-
meio do pictograma aprovado pela Lei nº 8.160, de 8 de janeiro de 1991. belecidas pelos órgãos competentes.
§ 8º As edificações de uso público e de uso coletivo referidas no caput, já § 3º Aplica-se o disposto no caput aos estacionamentos localizados em áreas
existentes, têm, respectivamente, prazo de trinta e quarenta e oito meses, a públicas e de uso coletivo.
contar da data de publicação deste Decreto, para garantir a acessibilidade de que § 4º A utilização das vagas reservadas por veículos que não estejam transportando
trata o caput e os as pessoas citadas no caput constitui infração ao art. 181, inciso XVII, da Lei nº
§§ 1º a 5º. 9.503, de 23 de setembro de 1997.
Art. 24. Os estabelecimentos de ensino de qualquer nível, etapa ou modalidade, Art. 26. Nas edificações de uso público ou de uso coletivo, é obrigatória a
públicos ou privados, proporcionarão condições de acesso e utilização de todos os existência de sinalização visual e tátil para orientação de pessoas portadoras de
seus ambientes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiência ou com deficiência au- ditiva e visual, em conformidade com as normas técnicas de
mobilidade reduzida, inclusive salas de aula, bibliotecas, auditórios, ginásios e acessibilidade da ABNT. Art. 27. A instalação de novos elevadores ou sua
insta- lações desportivas, laboratórios, áreas de lazer e sanitários. adaptação em edificações de uso público ou de uso coletivo, bem assim a
§ 1º Para a concessão de autorização de funcionamento, de abertura ou instalação em edificação de uso privado mul- tifamiliar a ser construída, na qual
renovação haja obrigatoriedade da presença de elevadores, deve atender aos padrões das
de curso pelo Poder Público, o estabelecimento de ensino deverá comprovar normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
que: § 1º No caso da instalação de elevadores novos ou da troca dos já existentes, qual-
I - está cumprindo as regras de acessibilidade arquitetônica, urbanística e na comu- quer que seja o número de elevadores da edificação de uso público ou de uso cole-
nicação e informação previstas nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT,
na legislação específica ou neste Decreto;
II - coloca à disposição de professores, alunos, servidores e empregados portadores
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40 41
tivo, pelo menos um deles terá cabine que permita acesso e movimentação cômoda 304/CONTRAN).
de pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, de acordo com o
que especifica as normas técnicas de
acessibilidade da
ABNT.
§ 2º Junto às botoeiras externas do elevador, deverá estar sinalizado em braile
em
qual andar da edificação a pessoa se
encontra.
§ 3º Os edifícios a serem construídos com mais de um pavimento além do
pavimento de acesso, à exceção das habitações unifamiliares e daquelas que
estejam obrigadas à instalação de elevadores por legislação municipal, deverão
dispor de especifica- ções técnicas e de projeto que facilitem a instalação de
equipamento eletromecâni- co de deslocamento vertical para uso das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
§ 4º As especificações técnicas a que se refere o § 3º devem
atender:
I - a indicação em planta aprovada pelo poder municipal do local reservado para a
instalação do equipamento eletromecânico, devidamente assinada pelo autor do
projeto;
II - a indicação da opção pelo tipo de equipamento (elevador, esteira, plataforma
ou similar);
III - a indicação das dimensões internas e demais aspectos da cabine do
equipamento a ser instalado; e
IV - demais especificações em nota na própria planta, tais como a existência e as
medidas de botoeira, espelho, informação de voz, bem como a garantia de respon-
sabilidade técnica de que a estrutura da edificação suporta a implantação do equ

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE

Os veículos estacionados nas vagas reservadas deverão portar identificação a ser


colocada em local de ampla visibilidade, confeccionado e fornecido pelos órgãos de
trânsito, que disciplinarão sobre suas características e condições de uso,
observando o disposto na L ei nº 7.405, de 1985 .

CREDENCIAL DE ESTACIONAMENTO PARA VAGA


RESERVADA

Quem tem direito: Pessoas idosas com idade igual ou superior a 60 anos e Pessoas
com Deficiência Física e Visual (Resolução Nº 303 e
Documentos Necessários: Formulário de inscrição preenchido, Comprovante Importante: O uso das vagas sem a credencial e em desacordo com as demais
de residência atualizado, Cópia do RG ou Certidão de Nascimento e do CPF normas é considerado infração leve que prevê multa, ganho de pontos na CNH e a
para pes- soas idosas. Pessoas com deficiência devem levar todos os remoção do veículo, em conformidade com o Código de Trânsito Brasileiro.
documentos acima e mais o Laudo Médico constando diagnóstico e CID.

Como Utilizar: A credencial é pessoal e


in- transferível, ela deverá ser colocada
2. TRANSPORTE COLETIVO - RODOVIÁRIO,
em lo- cal visível no painel do carro. A AQUAVIÁRIO E AÉREO
credencial não é do veículo, ela é da
pessoa, então, sempre que for utilizar
um carro sendo con- dutor ou passageiro, 2.1 RODOVIÁRIO -
a credencial deverá ser levada. MUNICIPAL

GRATUIDADE NO TRANSPORTE COLETIVO URBANO - MU-


NICIPAL
LOCAL DE RETIRADA DO FORMULÁRIO E ENTREGA DOS
DOCUMENTOS: DECRETO N° 1.128, DE 29 DE JULHO DE 2011, que
SETOR DE ATENDIMENTO ESPECIAL – SAE LOCALIZADO NA SEDE DO MANAUSTRANS REGULA-
À RUA TEFÉ, Nº 850 – JAPIIM II. MENTA o art. 261 da Lei Orgânica do Município de
Manaus
INFORMAÇÕES: 0800-092-1190 e 3215- – LOMAN e dá outras providências.
9012
DAS HIPÓTESES DE ISENÇÃO DAS TARIFAS NOS TRANSPORT-
ES COLETIVOS URBANOS DE PASSAGEIROS

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42 43
Art.2º São isentos do pagamento da tarifa pessoas portadoras de necessidades constar
espe- ciais – PDE’s; pacientes em tratamento reabilitatório.
Serão consideradas em tratamento reabilitatório as pessoas com dificuldades de lo-
comoção, que estejam em tratamento fisioterapêutico em Centros Especializados.
Art. 3º Para fim de concessão da gratuidade disposta no inciso II do art. 2º, é
considerada pessoa portadora de necessidades especiais (PDE) aquela que se
enquadra nos conceitos definidos nos Decretos nº 3.298/98 e 5.296/04,
observadas as seguintes categorias: deficiência física, deficiência auditiva,
deficiência visual, deficiência mental, deficiência múltipla.

CARTÃO PASSAFÁCIL GRATUIDADE

Art. 4º Para garantia das gratuidades


defini- das no art. 2º, fica instituído o
CARTÃO PAS- SAFÁCIL GRATUIDADE.
Art.5º O CARTÃO, cuja classificação
atenderá aos tipos de patologia,
deficiência e respectiva necessidade de
embarque do usuário, será emitido
observando-se os se- guintes padrões e
critérios:
I - Cartão Gratuidade P, na cor branca:
por-
tador utiliza a catraca;
II - Cartão Gratuidade P, na cor amarela, portador não utiliza a catraca;
III - Cartão Gratuidade P, na cor branca, com selo vermelho, portador utiliza a
ca-
traca e terá direito a um acompanhante;
IV - Cartão Gratuidade P, na cor amarela, com selo vermelho, portador não utiliza
a catraca e terá direito a um acompanhante.
Art. 6º O CARTÃO será emitido após o cadastro do usuário perante o Órgão Gestor
de
Transporte e mediante a apresentação dos seguintes documentos:
I - cópia do RG e/ou da Certidão de Nascimento do beneficiário ou do responsável
legal, tutor ou curador;
II - cópia do comprovante de residência do beneficiário, devidamente
atualizado; III - formulário de concessão do Cartão PASSAFÁCIL devidamente
preenchido;
IV - Avaliação Socioeconômica, nos casos em que a lei exigir.
§ 1º O formulário a que alude o inciso III será fornecido pelo Órgão Gestor de
Trans- porte e deverá ser preenchido em letra legível por Médico Especialista
integrante do Sistema Único de Saúde – SUS ou do Serviço Médico Municipal,
constando o seu respectivo carimbo contendo o número do CRM, tipo de
deficiência e/ou patologia e CID.
§ 2º A Avaliação Socioeconômica será obrigatória, nos casos em que a Lei exigir
com- provante de carência, na forma do art. 261, IV, da LOMAN.
§ 3º Caso o beneficiário necessite de acompanhante, esta solicitação deverá
no formulário de concessão do Órgão Gestor de Transporte, mediante recolhimento bancário.
respectivo. § 2º A partir da 4ª via, o Órgão Gestor de Transporte fará análise de solicitação e
Art. 7º O usuário deverá aguardar o prazo de 15 (quinze) dias para avaliação terá o prazo de até 15 (quinze) dias para emissão de parecer fundamentado.
docu- mental e deferimento pelo Órgão Gestor de Transporte. § 3º Serão expedidas, anualmente, somente 3 (três) vias do
Art. 8º Da decisão que indeferir a solicitação de expedição do CARTÃO, caberá Cartão.
re- curso administrativo no prazo de 15 (quinze) dias, dirigido à autoridade Art. 11. O Cartão PassaFácil Gratuidade deverá ser apresentado nos coletivos no
superior do órgão municipal de transporte, mediante utilização de formulário formato original e sem rasuras, sendo de uso pessoal e intransferível.
padrão a ser disponibilizado pelo referido órgão. Art. 12. O usuário que utilizar o Cartão PassaFácil Gratuidade com selo vermelho
Art. 9º Para efeito de cadastro dos beneficiários definidos por este Decreto, as terá o benefício da gratuidade estendido no máximo a um
es- colas, centros e associações especializadas disponibilizarão os dados de acompanhante.
todos os usuários que se encontrarem nas situações descritas no art. 2º, os quais Art. 13. Em caso de dificuldades na utilização do cartão junto à catraca do trans-
serão inseri- dos na rotina de précadastro pré-cadastro do Órgão Gestor de porte coletivo, ocasionadas por problemas no validador eletrônico ou chip, o pre-
Transporte. posto da concessionária deverá permitir o acesso do usuário no veículo coletivo
Parágrafo único. O Órgão Gestor de Transporte deverá disponibilizar apoio pela porta de desembarque.
logístico, jurídico, técnico e de avaliação médica para viabilização do cadastro. Parágrafo único. É vedado ao preposto da concessionária de transporte coletivo
questionar diagnósticos bem como constranger usuários quando do acesso aos co-
EMISS letivos, sob pena de instauração de procedimento administrativo para apuração do
ÃO fato a fim de serem tomadas as medidas cabíveis pelo Órgão Gestor de Transporte.
Art. 14. No ato do recebimento do CARTÃO, o usuário receberá Termo de
Art. 10. A expedição da 1ª via do Cartão será Responsabi- lidade, em duas vias, que deverá conter todas as regras para utilização
gratuita. do beneficio. Parágrafo único. Sendo o usuário beneficiário menor ou incapaz, o
§ 1º Em caso de perda ou extravio da 1ª via, a emissão de novo cartão dependerá Termo de Respon- sabilidade será disponibilizado ao responsável ou ao seu
do pagamento de Taxa de Serviço cujo valor será estipulado por ato normativo representante legal.

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RECADASTRAMENTO Considerando, ainda, a necessidade de disciplinar os procedimentos a serem
obser- vados pelas empresas que exploram o serviço de transporte rodoviário e
Art. 15. O Órgão Gestor de Transporte realizará recadastramento a cada 2 (dois) aquaviário intermunicipal de passageiros, relativamente à gratuidade e ao
anos para atualização das informações contidas no cadastro. desconto no valor das passagens, direitos estes concedidos as pessoas com
Parágrafo único. Os procedimentos para o recadastramento serão estabelecidos deficiência, policiais, agen- tes penitenciários, idosos maiores de sessenta anos de
por meio de Resolução expedida pelo Órgão Gestor de Transporte em até 60 idade, alunos da rede escolar de ensino e crianças menores de dez anos;
(sessenta) dias antes do vencimento do prazo de 2 (dois) anos. Art. 1° - Devem as empresas de transporte coletivo rodoviário e aquaviário
intermu- nicipal de passageiros no Estado do Amazonas realizar, em obediência à
PENALIDADES CABÍVEIS legislação pertinente, o transporte gratuito das pessoas que identifica, nas
seguintes situações: I – pessoas com deficiência física, auditiva, visual, mental e
Art. 16. O uso indevido do CARTÃO é considerado fraude e, constatada a demais reconhecidas pela Lei nº 10.048, de 08.11.2000;
irregulari- dade, sujeitará o infrator às penalidades administrativas, civis e VI – pessoas aposentadas por invalidez em qualquer Regime de Previdência
criminais cabíveis. Art. 17. Na hipótese de constatação de uso indevido do cartão Pública, comprovadamente acometidas pelas seguintes doenças, nos termos da
por terceiros não ca- dastrados, sem prejuízo das penalidades cabíveis, será lei do Re- gime Geral de Previdência, Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991:
aplicada ao beneficiário pena de suspensão da utilização do benefício pelo período tuberculose ativa; hanseníase; alienação mental; neoplasia maligna; cegueira;
de até 06 (seis) meses. paralisia irreversível e incapacitante; cardiopatia grave; doença de Parkinson;
Art. 18. Constatada irregularidade na emissão do Formulário de Concessão de Gra- espondiloartrose anquilos- ante; nefropatia grave; estado avançado da doença de
tuidade pelo Médico Especialista, este poderá responder civil, criminal e Paget (osteíte deformante); síndrome da deficiência imunológica adquirida – AID
administra- tivamente pela falta cometida. (Aids); e contaminação por radiação com base em conclusão da medicina
Art. 19. Os casos de irregularidades na concessão ou utilização do CARTÃO serão especializada.
submetidos à análise jurídica do Órgão Gestor de Transporte, a quem competirá § 1° - O benefício deverá ser garantido em todos os horários dos serviços
o seu regular processamento e julgamento. convencio- nais, ainda que operados com carro ou embarcação de transporte de
passageiros com características diferenciadas.
ENDEREÇO PARA § 2º - Para fazer uso da reserva prevista no caput deste artigo, todos os que
SOLICITAÇÃO: se enquadram nas hipóteses acima previstas, deverão solicitar um único “Bilhete
de Viagem”, nos pontos de venda próprios da empresa outorgada, com
Na Superintendência Municipal de Transportes Urbanos – SMTU, localizada na antecedência mínima de, pelo menos, 3 (três) horas em relação ao horário de
Avenida Torquato Tapajós, Nº 313, Bairro : Flores – Manaus. Telefone: 3632- partida da linha do serviço de transporte, podendo solicitar a emissão do bilhete
2385/3236-9243. E-mail: passafacilsmtu@pmm.am.gov.br. Horário de atendimento de viagem de retorno, respeitados os procedimentos da venda de bilhete de
de 08:00 as 14:00h. passagem, no que couber.
§ 3º - para as paradas nos municípios intermediários o usuário com deficiência terá
2.2 RODOVIÁRIO E AQUAVIÁRIO - o
INTERMUNIICPAL mesmo direito que os demais usuários embarcados na origem da linha .
§ 4º - No caso de excedidas as vagas gratuitas para as pessoas com deficiência será
GRATUIDADE NO TRANSPORTE COLETIVO INTERMUNICIPAL RODOVIÁRIO E concedido desconto de 50% no valor da passagem conforme menciona o art. 2°
Inciso II da EC 65/2008.
AQUAVIÁRIO RESOLUÇÃO Nº 002/2009-CERCON/GDP/ARSAM § 1º - Para fazer jus ao benefício do desconto o usuário deverá solicitar a
Secretaria Municipal de Assistência de domicilio a emissão da Carteira de Passe
Considerando o disposto no Art. 1° da Lei nº. 2.568/99, c/c o Art. 3° da Lei Livre Intermu- nicipal. Documento obrigatório e suficiente para uso do benefício.
Delegada n° 105 de 18 de maio de 2007, que cria e estabelece, respectivamente, § 2º - O Passe Livre Interestadual emitido pelo Governo federal terá a mesma vali-
que a Agên- cia Reguladora dos Serviços Concedidos do Estado do Amazonas - dade e deverá ser aceito para uso do benefício, sendo este usuário dispensado do
ARSAM, Estado, é dotada de Poder de Polícia para regular e controlar a prestação procedimento descrito no § 1º.
dos serviços públicos concedidos; Art. 5º - As pessoas aposentadas por invalidez, nos casos mencionados no Inciso VI
Considerando a necessidade de disciplinar o disposto no Art. 25 e SS. da lei nº do Art. 1º. Poderão fazer prova dessa circunstância por meio de qualquer
3.006 de 29 de novembro de 2005 que trata da isenção do pagamento de tarifa documento comprobatório da situação.
para as pes- soas que ali identifica, à Luz luz do estabelecido na Constituição
Estadual.
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46 47
Art. 6º Para fazer jus ao benefício do desconto previsto no Art. 1º. Caput e § 4º. incluindo até mesmo os que não têm renda, desde que morem em sua casa; Se o
A comprovação de renda será feita mediante a apresentação de um dos seguintes resultado for igual ou abaixo de um salário mínimo, o portador de deficiência será
documentos: considerado carente.
I – Carteira de Trabalho e Previdência Social com anotações Quais os documentos necessários para solicitar o Passe Livre?
atualizadas; Cópia de um documento de identificação. Pode ser um dos seguintes:
II – Contracheque de pagamento ou documento expedido pelo empregador, do
mês anterior ao da viagem;
III - último carnê de contribuição para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);
IV – último extrato de pagamento de benefício ou declaração fornecida pelo INSS
ou outro regime de previdência social público ou privado.
Art. 8º - As vagas destinadas às pessoas com deficiência que trata a EC 65/2008,
deverão obrigatoriamente estar em local preferencial e de fácil acesso.

Para solicitar a gratuidade no transporte rodoviário: Dirigir-se ao terminal


rodoviário no balcão da ARSAM Arsam ou direto nas empresas de transporte na
rodoviaria rodoviária.
Endereço: Rua Recife, 760 – Flores
(Rodoviária).
Para solicitar a gratuidade no transporte aquaviário: Dirigir-se ao PAC Porto e
falar
com a responsável: Assistente Social social Natália.
Endereço: Rua Marquez de Santa Cruz, 10 - centro

2.3 RODOVIÁRIO -
INTERESTADUAL

GRATUIDADE NO TRANSPORTE COLETIVO


INTERESTADUAL

(Lei Federal nº 8.899, de


29/06/1994)

Quem tem direito ao Passe


Livre?
Portadores de deficiência física, mental,
auditiva
ou visual comprovadamente carentes.
Quem é considerado carente?
Aquele com renda familiar mensal per capita de
até um salário mínimo. Para calcular a renda,
faça o seguinte:
Veja quantos familiares residentes em sua
casa recebem salário. Se a família tiver outros
rendi- mentos que não o salário (lucro de
atividade agrí-
cola, pensão, aposentadoria, etc.), esses devem ser computados na renda familiar;
Some todos os valores; Divida o resultado pelo número total de familiares,
• certidão de beneficiário; ou
nascimento; Escrevendo para o endereço, acima citado, informando o seu endereço completo
• certidão de para que o Ministério dos Transportes possa lhe remeter o kit do Passe Livre. A
casamento; remes- sa ao Ministério dos Transportes, dos formulários preenchidos, junto com a
• certidão de reservista(para o sexo cópia do documento de identificação e o original do Atestado atestado (laudo) da
masculino); Equipe Multiprofis- sional do Sistema Único de Saúde (SUS), é gratuita e deve
• carteira de ser feita no envelope branco, com o porte pago.
identidade; Atenção: Não aceite intermediários. Você não paga nada para solicitar o Passe
• carteira de trabalho e previdência Livre. Quais os tipos de transporte que aceitam o Passe Livre?
social; Transporte coletivo interestadual convencional por ônibus, trem ou barco,
• título de incluindo o transporte interestadual semi-urbano. O Passe Livre do Governo
eleitor. Federal não vale para o transporte urbano ou intermunicipal dentro do mesmo
Atestado (laudo) da Equipe Multiprofissional do Sistema Único de Saúde (SUS), estado, nem para via- gens em ônibus executivo e leito.
com- provando a deficiência ou incapacidade do interessado. Como conseguir autorização de viagem nas empresas?
Requerimento com declaração de que possui renda familiar mensal per capita Basta apresentar a carteira do Passe Livre do Governo Federal junto com a carteira
igual ou inferior a um salário mínimo nacional. de identidade nos pontos-de-venda de passagens, até três horas antes do início da
Atenção: Quem fizer declaração falsa de carência sofrerá as penalidades viagem. As empresas são obrigadas a reservar, a cada viagem, dois assentos
previstas para atender às pessoas portadoras do Passe Livre do Governo Federal.
em Atenção:
lei. Se as vagas já estiverem preenchidas, a empresa tem obrigação de reservar a sua
Como solicitar o Passe passagem em outra data ou horário. Caso você não seja atendido, faça a sua recla-
Livre? mação pelo telefone (61) 2029-8035. Horário de funcionamento: das 8h às 17h.
Fazendo o donwload donwload dos formulários acima, preenchendo-os e Passe Livre dá direito a acompanhante?
anexando um dos documentos relacionados. Uma vez preenchidos, os Não. O acompanhante não tem direito a viajar de graça.
formulários devem ser envia- dos ao Ministério dos Transportes no seguinte
Os formulários estão disponíveis no site site:
endereço: Ministério dos Transportes, Caixa Postal 9600 - CEP 70.040-976 -
http://www.transportes.gov.br
Brasília (DF) Brasília/DF. Neste caso, as despesas de correio serão por conta do

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48 49
2.4 AÉRE VIII – Pessoa com necessidade de oxigênio suplementar: aquela que apresenta insu-
O ficiência crônica, de natureza respiratória ou cardíaca e que se encontre estável, em

AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL -


ANAC (Anac)

RESOLUÇÃO Nº 009, DE 05 DE JUNHO DE


2007.

Aprova a Norma Operacional de Aviação Civil – Noac que dispõe sobre o acesso
ao transporte aéreo de passageiros que necessitam de assistência especial.

RESOLVE:
Art. 1º. Aprovar a Norma Operacional da Aviação Civil – NOAC que dispõe sobre o
acesso ao transporte aéreo de passageiros com necessidade de assistência especial,
na forma dos Anexos I a III a esta Resolução
Art. 3º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua
publicação.

PUBLICADA NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, N° 113, S/1, P.18-19, 14 DE JUNHO


DE
2007.
ANEXO I
NORMA OPERACIONAL DAAVIAÇÃO CIVIL – NOAC - DISPÕE SOBRE OS
PROCEDIMENTOS RELATIVOS AO ACESSO DE PASSAGEIROS COM NECESSIDADE DE
ASSISTÊNCIA ESPECIAL

CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais
Art. 1º Esta Norma Operacional de Aviação Civil – NOAC estabelece os
procedimentos que assegurem aos passageiros com necessidade de assistência
especial o acesso adequado ao transporte aéreo.
Art. 2º Para efeito desta NOAC considera-
se:
...IV – passageiros com necessidade de assistência especial: pessoas portadoras de
deficiência, idosos com idade igual ou superior a sessenta (60) anos, gestantes, lac-
tantes e pessoas acompanhadas por crianças de colo, crianças desacompanhadas e
pessoas com mobilidade reduzida.
V – pessoa portadora de deficiência: conforme definição estabelecida pelo Decreto
Nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, considera-se pessoa portadora de deficiência,
além daquelas previstas na Lei nº 10.690, de 16 de junho de 2003.
VI – Pessoa com deficiência dependente: pessoa incapaz de acessar ou abandonar a
aeronave por conta própria.
VII – Pessoa com mobilidade reduzida: aquela que, não se enquadrando no
con- ceito de pessoa portadora de deficiência, tenha, por qualquer motivo,
dificuldade de movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando
redução efetiva da mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e percepção.
ambiente domiciliar, excetuando-se os casos de pessoas enfermas ou em por ela, excetuando-se o previsto no art. 48.
condições instáveis de saúde que necessitam transporte aeromédico, o qual é III – excluir ou negar, a uma pessoa portadora de deficiência, os benefícios de
tratado na IAC 3134 – Transporte Aéreo Público de Enfermos. qual- quer transporte aéreo ou serviços correlatos disponíveis aos usuários em
IX – Cão-guia ou cão de acompanhamento: animal especialmente treinado para geral.
guiar e auxiliar no desenvolvimento das atividades da vida diária das pessoas IV – adotar medidas contrárias aos interesses da pessoa portadora de deficiência
portadoras de deficiência. em razão da mesma ter agido na defesa dos seus direitos.
Art. 3º Os procedimentos estabelecidos nesta NOAC deverão ser observados Art. 7º Os passageiros portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida, têm
pelas empresas aéreas e pelas administrações aeroportuárias, sendo aplicáveis o direito a um tratamento igual ao dispensado aos demais passageiros e a receber
aos elos do Sistema de Aviação Civil, no que for compatível. os mesmos serviços que são prestados costumeiramente aos usuários em geral, ob-
Art. 4º Cabe aos Inspetores de Aviação Civil (INSPAC), às Gerências Regionais, servadas as suas necessidades especiais de atendimento. Esse direito inclui o aten-
às Seções de Aviação Civil (SAC), aos Postos de Fiscalização de Aviação Civil e às dimento prioritário e o acesso às informações e instruções, às instalações, às aero-
Administrações Aeroportuárias fiscalizarem o seu cumprimento. naves e aos demais veículos à disposição dos passageiros nos terminais.
Art. 5º As regulamentações que tratam da segurança de vôo, eficiência Art. 8º A fim de melhor prestar os serviços proporcionados às pessoas que
operacional e segurança da aviação civil contra atos de interferência ilícita não necessitam de assistência especial, empresas aéreas ou operadores de aeronaves,
podem ser violadas pelas empresas aéreas em decorrência do disposto nesta seus prepos- tos, as administrações aeroportuárias e as empresas de serviços
NOAC. auxiliares de trans- porte aéreo deverão empregar uma definição comum para as
Art. 6º As empresas aéreas ou operadores de aeronaves, diretamente ou sob distintas categorias de pessoas que necessitam dessa assistência.
con- trato, licença ou outros acordos não podem: § 2º As informações necessárias inerentes a boa prestação dos serviços de
I – discriminar qualquer pessoa em razão de deficiência de que seja ela portadora transporte aéreo deverão ser prestadas às pessoas que necessitam de assistência
na especial, de forma acessível, ao longo de todas as fases de suas viagens, desde o
prestação dos serviços de transporte momento em que confirmam a reserva, especialmente a partir da chegada ao
aéreo. aeroporto até a saída da área pública do aeroporto de destino.
II – impor a pessoa portadora de deficiência serviços especiais não requeridos § 3º Serão assegurados a esses passageiros a assistência especial necessária durante

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50 51
todo o trajeto da viagem, independentemente do tipo de deficiência ou do motivo aeronaves e o terminal.
da redução de sua mobilidade. § 1º As empresas aéreas ou operadores de aero-
Art. 13. As empresas aéreas ou operadores de aeronaves e as administrações aero- naves deverão oferecer veículos equipados com
portuárias devem proceder à adequação do sistema de informações destinado a to- elevadores ou outros dispositivos apropriados
dos os passageiros, para o atendimento às pessoas com deficiência, inclusive para efetuar, com segurança, o embarque e
auditiva ou visual, garantindo-lhes as mesmas condições de atendimento de- sembarque de pessoas portadoras de
disponíveis para os demais passageiros. deficiência ou com mobilidade reduzida, nos
§ 1º As informações a serem prestadas aos passageiros portadores de deficiência vi- aeroportos que não disponham de pontes de
sual devem ser escritas em braile, traduzidas para pelo menos dois idiomas quando embarque, ou quan- do a aeronave estacionar
tratar-se de internacionais. em posição remota. Art. 21. O embarque dos
§ 2º As informações a serem prestadas aos passageiros portadores de deficiência passageiros que neces-
au- ditiva devem ser prestadas na Língua Brasileira de Sinais – Libras. sitam de assistência especial será realizado prioritariamente em relação aos demais
§ 3º Os procedimentos dispostos nos §§ 1º e 2º serão implementados até dezembro passageiros, visando permitir o conforto, a segurança e o bom atendimento.
de 2007. Parágrafo Único. O atendimento prioritário a que se refere o caput prefere, inclu-
Art. 14. As administrações aeroportuárias deverão disponibilizar, nas áreas sive, ao dos possuidores de cartão de passageiro freqüente frequente, Art. 22. As
comuns dos aeroportos, telefones adaptados a pessoas portadoras de deficiência empresas aéreas ou operadores de aeronaves efetuarão o desembarque dos
auditiva. Parágrafo Único. O procedimento disposto no caput deverá ser passageiros que necessitam de assistência especial, logo após o desembarque dos
implementado até dezembro de 2007. demais, exceto nas situações previstas no art. 19.
Art. 15 As empresas aéreas ou operadores de aeronaves e seus prepostos deverão Art. 24. As empresas aéreas ou operadores de aeronaves designarão, previamente,
disponibilizar, nas suas centrais de atendimento, telefones adaptados a pessoas funcionários capacitados para atender, acompanhar e acomodar nos assentos os
por- tadoras de deficiência auditiva. pas- sageiros que necessitam de assistência especial, conforme especificado nos
Parágrafo Único. O procedimento disposto no caput deverá ser implementado artigos 29 e 34.
até Art. 26. Até dezembro de 2007, as empresas aéreas ou operadores de aeronaves
dezembro de 2007. disponibilizarão:
CAPÍTULO II I - mecanismos de segurança adicionais ao cinto de segurança de duas pontas para
Das Responsabilidades da Administração Aeroportuária Artigo 16 As uso dos passageiros paraplégicos, tetraplégicos, amputados e outros que
administrações aeroportuárias adotarão, no âmbito de sua competência, medidas necessitem desse auxílio para sua firmeza e segurança durante o vôo voo e nas
necessárias para assegurar que as instalações e os serviços prestados nos operações de deco- lagem e pouso; e
aeroportos, onde opere avia- ção regular, estejam acessíveis para os passageiros II - coletes salva-vidas infláveis para uso de pessoas portadoras de
que necessitam de assistência especial, conforme previsto no Dec. Nº 5296, de 2 deficiência.
de dezembro de 2004. Art. 27. As empresas aéreas ou operadores de aeronaves disponibilizarão cartão de
Artigo 17 As administrações aeroportuárias eivarão esforços para delimitar áreas informações de emergência escrito em braille em até cento e vinte dias (120) após
específicas, o mais próximo possível das entradas principais dos terminais de pas- a publicação da Resolução que aprova esta NOAC.
sageiros para o desembarque e embarque de passageiros portadores de deficiência Art. 29. As empresas aéreas ou operadores de aeronaves acomodarão os
ou mobilidade reduzida. passageiros portadores de deficiência que utilizam cadeira de rodas em assentos
Parágrafo Único. As áreas a que se refere o caput deverão estar sinalizadas com o especiais, junto aos corredores, dotados de braços removíveis ou escamoteáveis
símbolo internacional de acesso, conforme previsto na Lei nº 7.405, de 10 de julho localizadas nas 1ª, 2ª e 3ª fileiras das aeronaves, ou nas 1ª, 2ª e 3ª fileiras
de 2001, e livre de obstáculos para a circulação de passageiro portador de defi- imediatamente atrás de uma divisória desde que haja compatibilidade de classe
ciência ou mobilidade reduzida de forma a preservar sua segurança e autonomia, escolhida e seja do interesse do passageiro.
observando-se, ainda, as legislações de trânsito. § 3ºOs assentos de que trata este artigo devem ser identificados com o Símbolo In-
CAPÍTULO III ternacional de Acesso.
Das Responsabilidades da Empresa Aérea ou Operador de Art. 30. Os assentos mencionados no art. 29 não poderão ser liberados para reserva
Aeronaves de outros passageiros que não necessitam de assistência especial, até vinte e
Art. 20. As empresas aéreas ou operadores de aeronaves deverão assegurar o movi- quatro horas (24 hs.) antes do horário previsto para a partida do vôo voo.
mento de pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida entre as
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52 53
§ 1º Na hipótese da empresa aérea ter vendido bilhete a passageiro que não apre- acompanhante deve ser marcada de forma a facilitar sua identificação na área de
sente necessidade de atendimento especial, em virtude da inexistência da reserva recolhimento de bagagem pelo pessoal da empresa aérea ou operador de
a que se refere o art. 30, deverá ser providenciado o reposicionamento de ambos aeronaves, pelo passageiro e pelo seu acompanhante na esteira de entrega de
visando assegurar a aplicação do disposto no art. 29. bagagem.
§ 2º Sempre que ocorrer o previsto no § 1º, a empresa aérea deve informar aos pas- Art. 43. O cão-guia ou cão de acompanhamento de pessoa portadora de
sageiros que não detenham necessidades de atendimento especial alocados para os deficiência, atendidas as condições previstas na Lei Nº 11.126/2005, no artigo 6º,
assentos mencionados no artigo 29, que eles estão sujeitos ao reposicionamento a § 1º, VIII do Decreto Nº 5.296/2004, e no Decreto 5904/2006, será transportado
que se refere o § 1º. gratuitamente, no chão da cabine da aeronave, em local adjacente a de seu dono e
CAPÍTULO IV sob seu controle, na 1ª fileira, ou imediatamente atrás de uma divisória, desde que
Dos Procedimentos e Orientações de Caráter equipado com ar- reio, dispensado o uso de focinheira.
Geral Art. 44. Para o transporte de cão-guia ou cão de acompanhamento de pessoa
Art. 35. O pessoal responsável pelo atendimento às pessoas portadoras de deficiên- porta- dora de deficiência, em rota nacional, será obrigatória a apresentação de
cia física que utilizam para sua locomoção equipamentos movidos a bateria deverá carteira de vacinação atualizada, com comprovação da vacina múltipla, anti-rábica
ter conhecimento de como manusear, embalar e acomodar a(s) bateria(s) para e trata- mento anti-helmítico expedido por médico veterinário devidamente
o transporte, como bagagem prioritária despachada, conforme credenciado. Art. 45. Para o transporte de cão-guia ou cão de acompanhamento,
preconizado no Doc. 9284 AN/905 - Instruções Técnicas para o Transporte sem em rota inter- nacional, será obrigatória a apresentação do Certificado
Ris- co de Mercadorias Perigosas por Via Aérea, da OACI, devendo, em caso de Zoossanitário Internacional expedido pelo Posto de Vigilância Agropecuária
dúvida, consultar o usuário desses equipamentos sobre as melhores condições e Internacional do Ministério da Agri- cultura, Pecuária e Abastecimento, de acordo
formas de acondicioná-los, considerando o grande número de modelos existentes. com os requisitos exigidos pelo país de destino do animal.
Art. 38. As demais ajudas técnicas utilizadas por pessoas portadoras de deficiência, Art. 46. O cão-guia ou cão de acompanhamento, em fase de treinamento, deverá
tais como bengalas, muletas, andadores e outras, após passarem pela inspeção de ser admitido na cabine de passageiros, desde que conduzido por família
passageiros, serão transportadas, obrigatoriamente, na cabine de passageiros. hospedeira ou treinador especializado, ambos devidamente credenciados,
§ 1º. As ajudas referidas no caput somente serão transportadas no compartimento atendidos os requisitos constantes no art. 45.
de bagagem da aeronave quando suas dimensões ou as da aeronave, bem como os Art. 47. Caberá aos passageiros portadores de deficiência, a fim de resguardar-lhes
aspectos de segurança inviabilizarem seu transporte no interior da cabine de pas- o direito à autonomia e ao livre arbítrio, definir, junto à empresa aérea, se
sageiros. necessitam ou não de um acompanhante, observando o que consta no art. 10.
§ 2º Na impossibilidade de realização do transporte das ajudas técnicas na cabine Art. 48. As empresas aéreas ou operadores de aeronaves só poderão exigir um
de acom- panhante para o passageiro portador de deficiência, independentemente
passageiros, serão consideradas como bagagens prioritárias. da mani- festação de seu interesse, quando a critério da empresa aérea ou das
Art. 39. As administrações aeroportuárias, durante a inspeção de segurança das operadoras de aeronaves, por razões técnicas e de segurança de vôo voo,
aju- das técnicas referidas no art. 38, disponibilizarão cadeiras de rodas ou mediante justificativa expressa, por escrito, considere essencial a presença de um
cadeiras comuns para uso das pessoas portadores de necessidades especiais. acompanhante.
Art. 40. Passageiros que utilizam marca-passo ou implante coclear, não podem § 1º. Na hipótese da empresa aérea exigir a presença de um acompanhante para
ser submetidos à inspeção por detector de metal seja em pórtico ou mediante o passageiro portador de deficiência, deverá oferecer para o seu acompanhante,
utilização de bastões, devendo ser utilizado procedimento alternativo que não desconto de, no mínimo, 80% da tarifa cobrada do passageiro portador de deficiên-
interfira com o funcionamento desses dispositivos médicos. cia.
Parágrafo Único. Compete à administração aeroportuária colocar avisos § 2º O acompanhante deverá viajar na mesma classe e em assento adjacente ao da
escritos alertando os passageiros sobre os procedimentos previstos no caput, em pessoa portadora de deficiência.
área antes dos detectores de metal. Art. 49. As empresas aéreas ou operadores de aeronaves não poderão limitar em
Art. 41. Fica assegurado aos usuários de cadeira de rodas utilizarem suas próprias suas aeronaves o número de passageiros portadores de deficiência que possam
cadeiras para se locomoverem até a porta da aeronave, após passarem pela movimen- tar-se sem ajuda ou que estejam acompanhadas.
inspeção especial de passageiro, nos controles de segurança dos aeroportos, Art. 50. No caso de grupo, a empresa aérea ou operador de aeronaves deverá
conforme estabe- lecido no Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil – CAPÍTULO V
PNAVSEC. Disposições Finais
Art. 42. A bagagem despachada por passageiros portadores de deficiência e por
seu
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54 55
Art. 52. As administrações aeroportuárias assegurarão que, desde a concepção até bliotecas, auditórios, ginásios e instalações desportivas, laboratórios, áreas de lazer
a implantação dos projetos arquitetônicos e urbanísticos, bem como as reformas e sanitários. (Art. 24 do Decreto nº 5.296, de
das instalações aeroportuárias, serão atendidas as normas técnicas de
acessibilidade da ABNT, do DOC 9184-AN/902 da OACI – Manual de Planificação de 2/12/2004) Salas de Recursos Multifuncionais em
Aeroportos, Parte 1 e as regras contidas no Dec. Nº 5.296/2004.
Art. 53. As instalações reservadas ou destinadas às pessoas que necessitam de as- Escolas Estaduais:
sistência especial devem ser adequadamente sinalizadas, de acordo com a Lei Nº
7.405, de 12 de novembro de 1985 e o DOC 9636 da OACI - Sinais Internacionais - Escola Estadual Augusto Carneiro dos Santos;
para - Escola Estadual Balbina Mestrinho;
Informações a Pessoas em Aeroportos e Terminais - CEJA - Professora Jacira Caboclo;
Marítimos. - Escola Estadual Frei Silvio Vagheggi;
- Escola Estadual Placido Serrano;
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: - Colégio Brasileiro Pedro Sivestre;
Para fazer uso do direito ao desconto para o acompanhante de, no minimo 80%, - Escola Estadual Isabel Barroncas;
você pode ir diretamente ao balcão da companhia aérea no aeroporto Eduardo - Escola Estadual José Carlos Mestrinho;
Gomes e dar entrada na solicitação do desconto. É importante lembrar que a - Escola Estadual Brigadeiro João Camarão;
solicitação deve obrigatoriamente estar acompanhada da declaração médica em - Escola Estadual de Tempo Integral Machado de
que conste a neces- sidade do acompanhante. Assis;
- CEJA - Professor Agenor Ferreira Lima;
- Escola Estadual Aderson de Menezes;
você pode fazer o download download do documento na
- Escola Estadual Raimundo Gomes Nogueira;
íntegra no link link:
- Escola Estadual Professor Waldir Garcia;
www2.anac.gov.br/biblioteca/resolucao/resolucao09.pdf
- Escola Estadual Marechal Hermes;
- Escola Estadual Joanna Rodrigues Vieira;
3. EDUCAÇÃO - Escola Estadual Professora Hilda Azevedo Tribuzzy;
- Escola Estadual Lenina Ferraro da Silva;
- Escola Estadual Raimunda Holanda de Souza;
As pessoas com deficiência têm o direito a um - Escola Estadual Roberto dos Santos Vieira;
sistema educacional inclusivo em todos os níveis, - Escola Estadual de Tempo Integral Rafael Henrique;
bem como o aprendizado ao longo de toda a vida - Escola Estadual Waldomiro Peres Lustoza;
e para que isto se materialize, foram criados al- - Escola Estadual Aristóteles Conte de Alencar;
guns instrumentos jurídicos que discorrem sobre - Escola Estadual Sebastião Norões.
as práticas atuais.
Salas de Recursos Multifuncionais em Escolas
Em Manaus, a Lei nº 569, de 09/11/2000,
assegura aos alunos realizarem sua matrícula Municipais:
em uma escola municipal de ensino mais
próxima de sua residência. A Lei Federal nº - CMEI Professora Dalva Maria Costa e Silva;
7.853, de 24/10/1989, - CMEI Professor José Faco Pereira de Souza;
trata do crime que se comete ao recusar, cancelar procrastinar, suspender, sem
- Escola Municipal José Carlos Martins Mestrinho;
mo- tivo justificado a matrícula do aluno em instituições de ensino público ou
- Escola Municipal Waldir Garcia;
privado, por discriminação a deficiência. Este crime é punível com reclusão de 1
- CMEI Madre Elisia;
(um) a 4 (quatro) anos e multa.
- Escola Municipal Dom Pedro;
Os estabelecimentos de ensino públicos ou privados, proporcionarão condições de
- Escola Municipal Professora Percilia do Nascimento Souza;
acesso e utilização de todos os seus ambientes ou compartimentos para pessoas
- Escola Municipal Professora Gelcy Sena Abrantes;
portadoras de com deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusive salas de
- Escola Municipal Nossa Senhora da Paz;
aula, bi-
Centro de Vida Independente do Amazonas CVI-AM

56 57
- Escola Municipal Engenheiro João Albreto M. Horário de atendimento: de Segunda a sexta-feira de 08:00 as 12:00 e de 13:30 as
Braga; 17:00.
- Escola Municipal João Goulart;
- Escola Municipal Nina Lins;
- CMEI Professor Rozendo Neto de EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Lima;
- CMEI Mário Jorge Couto Lopes; O art. 59, inciso IV, da Lei Federal n.º 9.394/96, e o art.28, do Decreto n.º 3.298/99,
- Escola Municipal Santa Rita de Cássia;
- Escola Municipal Djalma
Passos;€
- Escola Municipal Jarlece da Conceição Zaranza;
- Escola Municipal Aristóphanes Bezerra de
Castro;
- Escola Municipal Leonor Uchoa de
Amorim;

Para saber mais informações sobre estas escolas, consulte as Secretarias Estadual
e
Municipal de Educação, situadas:
- Secretaria Estadual de Educação e Qualidade do Ensino: Rua Waldomiro
Lustoza,
350 - Japiim II - Telefone (92) 3614-
2200
- Secretaria Municipal de Educação: Av. Mário Ypiranga Monteiro,2549 - Parque 10
de Novembro (Entrada para Vila Amazonas) - Telefone (92) 3632-2109

Exame Supletivo (Sistema Eletrônico de Avaliação -


SEA)

A SEDUC - Secretaria de Estado da Educação e Qualidade do Ensino (Seduc) possui


um siste- ma de exame supletivo para as pessoas que desejam concluir seus
estudos de forma mais rápida.
Para o Ensino Fundamental as provas são de língua portuguesa, matemática,
ciên- cias, história e geografia - a partir dos 15 anos de idade.
Para o Ensino Médio as provas são de língua portuguesa, matemática, biologia, quí-
mica, física, história, geografia, filosofia, sociologia, língua estrangeira moderna
(in- glês ou espanhol) - a partir dos 18 anos de idade.
Documentos Necessários: Carteira de Identidade, CPF, Certidão de Nascimento
ou
Casamento, e Comprovante de
Residência.
-A inscrição pode ser feita pelo site (http://examesupletivo.seduc.am.gov.br
ou http://www.seduc.am.gov.br e vá para o ícone do Sistema Eletrônico de
Avaliação - Exame Supletivo). Após realizar a inscrição pelo site, vá até a Gerência
de Educação de Jovens e Adultos na SEDUC Seduc para agendar as provas.
Endereço: Av. Waldomiro Lustosa, 250 - Japiim II (próximo ao terminal de ônibus
do 611). Telefone: 3614-2254
asseguram o acesso à educação especial para o trabalho, tanto em instituição de ensino.
públi- ca quanto privada, que lhe proporcione efetiva integração na vida em
sociedade. Nesse caso, as instituições são obrigadas a oferecer cursos de A Lei Federal nº 10.436, de 24/04/2002, reconhece como meio legal de
formação profissional de nível básico, condicionando a matrícula do portador de comunicação e expressão a LIBRAS Libras, e determina o ensino e utilização no Pas
da pessoa com deficiência à sua capaci- dade de aproveitamento e não ao seu País.
nível de escolaridade. Ainda deverão oferecer serviços de apoio especializados
para atender às peculiaridades da pessoa portado- ra do aluno com deficiência, Quando ocorrerem provas ou exames de seleção, as instituições de ensino tem o
como adaptação de material pedagógico, equipamento e currículo; capacitação dever de oferecer adaptações necessárias aos portadores de candidatos com
de professores, instrutores e profissionais especializados; adequação dos deficiência conforme as características de cada um, de acordo com o art. 27, do
recursos físicos, como eliminação de barreiras ambientais. Decreto nº 3.298/99. Nesse caso, o portador candidato deve solicitar tais
adaptações previamente.
EDUCAÇÃO
SUPERIOR BOLSA
UNIVERSIDADE
Como qualquer cidadão a pessoa com deficiência tem direito à educação
superior, tanto em escolas públicas quanto privadas, em todas as suas O Programa Bolsa Universidade da Prefeitura Municipal de Manaus é um
modalidades que são determinadas pelo art. 44, da Lei Federal n.º 9.394/96, e Programa Socioeducacional programa socioeducacional, com a finalidade de
art. 27, do Decreto n.º 3.298/99. Essas modalidades são: cursos seqüenciais conceder bolsas de estudo Integrais (100%) e Parciais de 75% (setenta e cinco por
sequenciais por campo de saber, de dife- rentes níveis, abertos a candidatos cento) e 50% (cinquenta por cento) do valor das mensalidades dos cursos de
que atendam aos requisitos estabelecidos pela as instituições de ensino; de graduação e sequenciais de formação específica, a estu- dantes de baixa renda,
graduação abertos a candidatos que tenham concluídos o ensino médio ou comprovadamente sem condições de custear seus estudos, em Instituições
equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo; de pós graduação Particulares de Ensino Superior instituições particulares de ensino superior,
pós-graduação, abertos a candidato diplomados em curso de graduação e que estabelecidas na cidade de Manaus. O Programa foi criado pela Lei nº 1.350, de 07
aten- dam às exigências das instituições de ensino; e de extensão, abertos a de julho de 2009, regulamentado pelo Decreto nº 0222/2009 222/2009 e Lei nº
candidatos que atendam requisitos estabelecidos em cada caso pelas instituições 1.357, de 08 de julho de 2009, regulamentada pelos

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Decretos nº 0223/2009 223/2009 e nº 0731/2011 731/2011.
EXPERIÊNCIA
O PBU é diferente de muitos Programas de incentivo ao ensino Superior, pois o
es- tudante não devolve a quantia investida em seu aprendizado, e sim, presta PROFISSIONAL
uma Contrapartida, participando de projetos educacionais, sociais, culturais,
socioambi- entais entre outros, implementados pela Prefeitura de Manaus e por Antes de ser instituída a obrigatoriedade de contratação de
seus parceiros, aliando dessa forma o aprendizado teórico adquirido em sala de pessoas com deficiência, raras eram as empresas que as em-
aula, à prática, complementando dessa forma o processo ensino-aprendizagem. pregavam. Portanto, a elas não foram dadas
Atualmente 14 Instituições de Ensino Superior estão credenciadas no Programa: oportunidades para terem em seu currículo experiência
boas Novas, Ciesa, Dom Bosco, Esbam, Fametro, Fucapi, IAES, La Salle, Literatus, profissional. Assim, de uma forma geral, delas não se deve
Martha Falcão, Materdei, Nilton Lins, Ulbra e Uninorte. exigir experiência. Quando a experiência for efetivamente
Dentre o total de bolsas disponíveis, será reservado o percentual de 5% (cinco por necessária ao desem- penho da função, a própria empresa
cento), em cada curso e turno, para os portadores de necessidades especiais, devi- deve oportunizar que a pessoa adquira internamente as
damente comprovadas por Junta Médica Oficial, os quais concorrerão entre si. (Lei habilidades, a postura de tra- balho e os conhecimentos
nº 1.350, de 07 de julho de 2009) exigidos para o exercício de certos cargos (art. 36, alínea
“c”, da Recomendação nº 168 da OIT, c/c item 4.4 do
Repertório de Recomendações Práticas da OIT: Gestão de
questões relativas à deficiência no local de trabalho).

4. TRABALHO E
ESCOLARIDADE
EMPREGO
Às pessoas com deficiência também não foram dadas iguais
A Constituição Federal reconhece que todos so- oportunidades de acesso à escolarização. Entretanto,
mos iguais, mas o que temos ainda nos dias de muitas vezes, apesar de não terem a certificação, tiveram
hoje é a segregação de camadas sociais. Nesta acesso ao conhecimento por meio do apoio da família ou
via de se trabalhar em torno de ações afirma- da co- munidade local. De outro lado, muitas vezes é
tivas voltadas a pessoa com deficiência é que exigido, de forma generalizada, um patamar de
se instituiu a Lei de Cotas, pois durante toda escolaridade que não é compatível com as exigências de
a história da humanidade as pessoas com defi- fato necessárias para o exercício das funções. Assim
ciência foram alvo de discriminação, exclusão e sendo, ao candidato deve ser dada a oportunidade de
preconceito. fazer um teste para revelar suas reais condições de
realizar o trabalho (art. 36, alínea “c”, da Recomendação
A Lei nº 8.213/91, traz em seu art. 93 as cotas nº 168 da OIT, c/c cf. item 4 do Repertório de
mínimas para contratação de pessoas com defi- Recomendações Práticas da OIT: Gestão de questões relativas à deficiência no
ciência ao mercado de trabalho: local
I – de 100 a 200 empregados - 2% de trabalho).
II – de 201 a 500 - 3%
III – de 501 a 1.000 - APLICAÇÃO DAS
4% COTAS
IV – de 1.001 em diante -
5% As empresas têm contratado pessoas com deficiência para cumprirem suas cotas e
acabam fazendo uma exclusão por deficiências, se concentram apenas em um tipo
A Convenção nº 159/83, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), foi de deficiência ou em deficiências consideradas leves. Este é considerado um ato
rati- ficada pelo Brasil por meio do Decreto Legislativo nº 51, de 28 de agosto de discriminatório. A finalidade da legislação é garantir o acesso ao trabalho a todas
1989, o que lhe outorgou força de lei. Esta medida vem para que as pessoas com as categorias de deficiência (art. 7º, XXXI, da Constituição Federal, c/c art. 4º da
deficiência tenham garantia de um emprego adequado e na possibilidade de Recomendação nº 168 da OIT).
integração ou rein- tegração das pessoas com deficiência na sociedade. O que deve ser buscado pela empresa é a pessoa e não a deficiência. As pessoas
com deficiências têm o direito de ser respeitadas, sejam quais forem a natureza e a
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severidade de sua deficiência (art. 7º, XXXI, da Constituição Federal, c/c cf. art. de 1991, calculada na seguinte proporção, conforme estabelece a Portaria nº
3º da Declaração dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência Deficientes, de 1.199, de 28 de outubro de 2003:
1975). I – para empresas com 100 a 200 empregados,
multiplicar- se-á o número de trabalhadores portadores
JORNADA de deficiência ou beneficiários reabilitados que deixaram
ESPECIAL de ser contratados pelo valor mínimo legal, acrescido de
zero a 20%;
A pessoa com deficiência pode ter um horário flexível e re- II – para empresas com 201 a 500 empregados,
duzido, com proporcionalidade de salário, quando tais pro- multiplicar- se-á o número de trabalhadores portadores
cedimentos forem necessários em razão do seu grau de defi- de deficiência ou beneficiários reabilitados que deixaram
ciência. Para atender, por exemplo, a necessidades de ser contratados pelo valor mínimo legal, acrescido de
especiais, como locomoção, tratamento médico, etc. (art. 20 a 30%;
35, § 2º, do Decreto nº 3.298/99). III – para empresas com 501 a 1.000 empregados, multi-
plicar-se-á o número de trabalhadores portadores de deficiência ou beneficiários
SALÁRIO reabilitados que deixaram de ser contratados pelo valor mínimo legal, acrescido de
30 a 40%;
Não há qualquer diferenciação nesse caso, sendo o salário igual aos demais IV – para empresas com mais de 1.000 empregados, multiplicar-se-á o número de
emprega- dos na mesma função, por força do art. 7º, incisos XXX e XXXI, da trabalhadores portadores de deficiência ou beneficiários reabilitados que deixaram
Constituição Federal de 1988, e o art. 461 da CLT. de ser contratados pelo valor mínimo legal, acrescido de 40 a 50%.
§ 1º O valor mínimo legal a que se referem os incisos I a IV deste artigo é o previsto
no art. 133 da Lei nº 8.213, de 1991.
CARGOS PÚBLICOS § 2º O valor resultante da aplicação dos parâmetros previstos neste artigo não
poderá ultrapassar o máximo estabelecido no art. 133 da Lei nº 8.213, de 1991.
Para acesso aos cargos e empregos públicos, mediante concurso, o percentual de
vagas reservado para pessoas com deficiência é de no mínimo 5% e no máximo 20% Para realizar denúncias ligue para: 0800 092 0500/ 3655-0620/ 3655-0799
das vagas oferecidas no concurso (art. 5º, §2º, da Lei nº 8.112/90, c/c cf. art. 37, § Endereço: Av.Coronel Teixeira (Estrada da Ponta Negra), 7995 - Nova Esperança
1º, do Decreto nº 3.298/99).
PROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AO ENSINO TÉCNICO E EMPREGO
CRIME
(PRONATEC)
A conduta discriminatória em relação às pessoas com deficiência é tipificada como
Tem como objetivo principal expandir, interiorizar e democratizar a oferta de
crime pela Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, em seu art. 8º, crime punível
cursos de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para a população brasileira.
com reclusão de um a quatro anos e multa: II – obstar, sem justa causa, o acesso
(Lei Nº 12.513, de 26 de Outubro outubro de 2011)
de al- guém a qualquer cargo público, por motivos derivados de sua deficiência; III
– negar, sem justa causa, a alguém, por motivos derivados de sua deficiência,
emprego ou trabalho. Podem se
inscrever:
- Trabalhadores, inclusive agricultores familiares, silvicultores, aquicultores,
PENALIDADES AO DESCUMPRIMENTO DA LEI DE extra- tivistas e pescadores;
COTAS - Povos
indígenas;
Pode ser lavrado auto de infração com a conseqüente consequente imposição de - Comunidades quilombolas;
multa adminis- trativa. Igualmente é possível o encaminhamento de relatório ao - Adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas;
Ministério Público do Trabalho para as medidas legais cabíveis (art. 10, § 5º, c/c - Desempregados;
cf. art. 15 da Instrução- Normativa nº 20/01). - Pessoas com
A multa aplicável nesse caso é a prevista no art. 133 da Lei nº 8.213, de 24 de deficiências;
julho - Pessoas que recebem benefícios dos programas federais de transferência de
renda ou que estejam cadastradas no CadÚnico;

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- Praças do Exército e da Aeronáutica com baixa do Serviço Militar ou Atiradores de Tiro de Guerra (nas Forças Armadas)
Tiro de
Guerra;
- Estudantes matriculados no Ensino Médio das escolas públicas, inclusive na Educa-
ção de Jovens e Adultos.

A principal novidade do Pronatec é a criação da Bolsa-Formação, que permitirá a


oferta de vagas em cursos técnicos e de Formação Inicial e Continuada (FIC), tam-
bém conhecidos como cursos de qualificação. Oferecidos gratuitamente a trabalha-
dores, estudantes e pessoas em vulnerabilidade social, esses cursos presenciais
serão realizados pela Rede Federal de Educação Profissional, Científica e
Tecnológica, por escolas estaduais de EPT e por unidades de serviços nacionais de
aprendizagem como o SENAC Senac e o SENAI Senai.
Há dois tipos de Bolsa-Formação: a Estudante e a Trabalhador. Na Bolsa-
Formação Estudante, cursos técnicos com a partir de 800 horas serão destinados a
alunos das redes públicas de ensino médio. Já a Bolsa-Formação Trabalhador
oferecerá cursos de qualificação a pessoas em vulnerabilidade social e
trabalhadores de diferentes perfis. Em ambos os casos, os beneficiários terão
direito a cursos gratuitos e de quali- dade, a alimentação, a transporte e a todos
os materiais escolares necessários que possibilitarão a posterior inserção
profissional dos beneficiários.
Dentre os cursos estão: recepcionista, manicure e pedicure, maquiador, cuidador
de idoso, auxiliar administrativo, eletricista de automóveis, industrial e naval,
mecâni- co de manutenção de automóveis, mecânico de manutenção e instalação
de aparel- hos de climatização e refrigeração, mecânico de manutenção de ar
condicionado de veículos, operador de linha de montagem de equipamentos
eletrônicos, soldador no processo mig/mag, soldador no processo eletrônico
revestido aço carbono e aço baixa liga, almoxarife, auxiliar em web designer web
designer, instalador de rede de TV a cabo e via satélite, instalador e reparador
de redes de computadores, montagem e ma- nutenção de computadores,
operador de computador, programador web web, aplicador de revestimento
cerâmico, eletricista de linhas elétricas de alta e baixa tensão, pedreiro,
desenhista de moda, entre outros.
As inscrições podem ser feitas:
-Para Usuários do Bolsa Família ou que possuam cadastro no CADÚnico CadÚnico
(no CRAS Cras mais
próximo de sua residência. (Relação de CRAS Cras, ver
página ... nº(ATENÇÃO: CONFERIR A
175);
EXATIDÃO DO NÚMERO DA PÁGINA
REFERIDA: P. 175)
- Para Estudantes da Rede Publica ou quem já terminou os estudos na rede
pública (na ecola escola em que está matriculado ou no qual concluiu os estudos);
- Desempregados que estejam recebendo Seguro desemprego (No SINE/AM Sine-
AM - Endereço: Av. Joaquim Nabuco, 878 - Centro - Telefone: (92)32338030 (92)
3233-8030 - Horário de Atendimento: 7:00 às 13:30;
- Praças do Exército e da Aeronáutica com baixa do Serviço Militar ou Atiradores de
MERCADO DE TRABALHO FORMAL EXCLUI deficiência; o Estado de São Paulo, 10% e o Brasil, apenas 5%.
PESSOA COM DEFICIÊNCIA, REVELA ESTUDO
TESE MOSTRAQUE “LEI DE COTAS” E POLÍTICAS PÚBLICAS NÃO Na opinião de Garcia, esses indicadores sinalizam que um número muito elevado
GARANTEMAINCLUSÃO de pessoas com limitações físicas, sensoriais e/ou cognitivas continua exercendo
atividades informais e precárias, muitas vezes sem continuidade. Ou simplesmente
Fonte: Jornal da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas / ASCOM - não possui ocupação, vivendo com base em aposentadorias, pensões e, ainda, com
Assessoria de Comunicação e Imprensa (Ascom) - e-mail: imprensa@unicamp.br- o suporte familiar. Também deixa claro que a “lei de cotas”, embora necessária, é
Cidade Universitária “Zeferino Vaz” Barão Geraldo - Campinas/SP in- suficiente para fazer a inclusão. Até porque, se for cumprida na íntegra ela
garantirá cerca de 800 mil vagas de empregos, ou seja, mais do que cinco milhões
Pesquisa conduzida pelo economista Vinícius Gaspar Garcia revela que, apesar de pessoas com deficiência ficariam de fora do mercado se dependessem só da Lei.
dos avanços ocorridos nos últimos anos com a implementação de políticas “A questão da legislação precisa ser repensada e melhorada”, acrescentou.
públicas e, também, pela chamada “lei de cotas”, a participação de pessoas com
deficiência no mercado de trabalho formal ainda é muito baixa. Segundo o autor Garcia avalia ainda que, mesmo sendo um instrumento de ação afirmativa insufici-
do trabalho, se for levada em conta a faixa etária considerada “produtiva” – ente, sem a lei de cotas o quadro de empregos seria ainda pior. Em sua visão,
entre 15 a 59 anos – e os critérios “técnicos-jurídicos” que estabelecem quem ela gerou um debate necessário nas empresas e na sociedade em geral. No
tem uma deficiência, teríamos cerca de seis milhões de pessoas nestas condições entanto, ela poderia ser encarada como um instrumento temporário, com
no Brasil. De acordo com os dados obtidos da Relação Anual de Informações avaliações constantes. Nos Estados Unidos, por exemplo, essa lei começou a ser
Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em 2007 o número de cumprida e fiscalizada logo após o término da II Guerra Mundial, porque muitos
pessoas com deficiência contratadas formal- mente era de 350 mil pessoas; em soldados retornavam com se- quelas do campo de batalha. Essa lei vigorou, grosso
2008, 320 mil e, em 2009 esse índice cai para 290 mil. “Isso dá uma ideia do modo, de 1950 a 1990. “Deixou de existir por pressão das próprias pessoas com
abismo que ainda existe entre aqueles que estão trabalhando e os que poderiam deficiência. Atualmente, eles não ne- cessitam mais desse tipo de mecanismo de
estar no mercado formal”, argumentou o economista. As estimativas ação afirmativa porque estão plenamente
encontradas apontaram que Campinas emprega 12% de sua população com

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integrados no mercado”, contou. A “lei de cotas” brasileira tem quase vinte anos – de assistência. O mesmo poderia ser pensado para a aposentadoria por invalidez.
é de 1991 –, mas só foi fiscalizada com maior rigor a partir de 2001.
O fortalecimento da inclusão escolar e das possibilidades de qualificação
Apesar de considerar a reversão do quadro de baixa participação das pessoas com profissional, inclusive dentro das empresas, é o terceiro aspecto. Para Garcia, ela é
deficiência no mercado de trabalho uma tarefa complexa, Garcia elencou cinco as- fundamental para suprir o déficit existente e, também, para o desenvolvimento
pectos que seriam fundamentais e as ações correspondentes que podem colaborar pessoal da pessoa com deficiência, rompendo com situações de dependência que
nessa mudança. ainda existem.
O primeiro deles concentra-se na ampliação do conhecimento público acerca das O quarto aspecto aborda a acessibilidade como conceito-síntese de uma sociedade
pessoas com deficiência e sua inserção no mercado de trabalho. Sobre esse inclusiva. Para Garcia, o termo sugere muito mais que rampas ou adaptações
aspecto, Garcia observa que o Censo de 2000, que pela primeira vez pesquisou de de ambientes. Significa criar condições para que as pessoas com deficiência
forma mais abrangente a questão da deficiência, apurou também diferentes possam se utilizar de produtos, serviços e informações como qualquer outro
níveis de dificul- dade funcional para andar, enxergar e ouvir. Dessa maneira, cidadão. “Existem recursos disponíveis, mas que não estão massificados”, afirmou.
acabou encontrando um contingente maior de pessoas do que aquele cuja
deficiência é definida, por exemplo, pelos critérios da lei de cotas. Essa lei Por fim, o quinto e último aspecto trata da consolidação de novos paradigmas
estabelece um percentual e define as deficiências por meio de critérios técnicos, e formas de pensar a temática da deficiência, na sociedade em geral, mas
como acuidade visual ou paraplegia, por exemplo. “Tivemos muito cuidado para especial- mente entre os empregadores (empresários ou gestores públicos) e as
extrair dos dados oficiais as pessoas com mais limitações, sejam de ordem física, próprias pes- soas com deficiência. Ademais, observou o economista, é preciso
sensorial ou cognitiva para se aproximar do universo que se imaginava poderia que as condições econômicas e sociais do país evoluam positivamente. O
fazer jus a essa lei de cotas”, assegurou. crescimento econômico acelerado, acompanhado de uma melhor distribuição de
renda, com serviços públicos de qualidade e programas sociais eficazes, dentre
Associado a isso, é preciso conhecer mais profundamente a situação outros, são benéficos para todos, inclusive, naturalmente, para aqueles com algum
socioeconômica das pessoas com deficiência, de maneira geral. Garcia explicou tipo de deficiência. Para Garcia, por mais que existam especificidades, não há
que a utilização do Censo 2000 foi feita em função da não-disponibilidade não um mundo “específico” das pessoas com deficiência. “Elas também sentirão os
disponibilidade dos dados do Censo 2010, quando da realização da pesquisa. efeitos da melhora social mais geral, por isso que as políticas específicas –
Portanto, os dados utilizados estão defasados, mas poderão ser atualizados pela gratuidades, cotas, isenções, benefícios, etc. – não podem ser um fim em si
metodologia proposta na tese. Além disso, o Minis- tério do Trabalho e Emprego mesmo, mas parte de uma estratégia mais ampla na qual, equiparando
(MET) (MTE) possui uma base de dados riquíssima acerca do mundo do trabalho e oportunidades, todos possam construir um país melhor, mais justo e humano”,
nela ainda não existe a variável deficiência. “Falta ter acesso a essa realidade, até concluiu.
para avaliar melhor os motivos pelos quais a lei não está sendo cumprida na
íntegra. Há uma insegurança sobre qual é a realidade de fato”, disse. Expressões reforçam estereótipo
O segundo aspecto trata sobre as questões ligadas à legislação – não só em relação Muitas pessoas, por falta de conhecimento ou até mesmo familiaridade com o as-
à chamada “Lei de Cotas”, mas também à legislação trabalhista/previdenciária. sunto, acabam por adotar termos como, por exemplo, “portadores de necessidades
Existem, segundo o autor, algumas barreiras que impedem que alguns empregos especiais” ou “portadores de deficiência” para designar alguém que possui esta
sejam ocupados por pessoas com deficiência. Além das questões culturais – condição. Sem querer, acabam por provocar e reforçar estereótipos, uma vez
relacionadas a preconceito e discriminação – fruto muitas vezes da insegurança e que, dessa maneira, camuflam a palavra deficiência "deficiência" ou se esquecem
falta de infor- mação, durante muito tempo prevaleceu a opção de do termo “pessoa”.
aposentadoria por invalidez daqueles que adquiriam uma deficiência. Como, nesse
caso, a pessoa tem que ate- star sua incapacidade para o trabalho, ela não pode Por isso mesmo, desde a metade da década de 1990 o termo correto adotado in-
voltar a exercer funções for- mais, a não ser que abra mão da aposentadoria. Além ternacionalmente é “pessoa com deficiência”. Ele foi usado na Convenção da Orga-
da aposentadoria, há também o Benefício de Prestação Continuada (BCP) (BPC), nização das Nações Unidas (ONU) sobre o tema, que discutiu exaustivamente esse
que atende pessoas com deficiência de baixa renda. Nesse caso, a Lei foi assunto, com a participação de quase 200 países, inclusive o Brasil, que ratificou
alterada e a pessoa pode abrir mão temporari- amente do benefício, trabalhar o documento com força de emenda constitucional. Garcia disse ainda que as leis
formalmente e, se for o caso, retornar ao programa brasileiras que tratam do assunto serão revisadas à luz desta Convenção, utilizando
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esta terminologia, substituindo o termo “pessoas portadoras de deficiência”, que Decreto Nº 3.298, - de 20 de Dezembro dezembro de 1999)
está na Constituição brasileira desde 1988 e nas leis publicadas até agora.
...............................................
.
Publicação
Tese de doutorado: “Pessoas com deficiência e Mercado de Trabalho – Histórico
e Contexto Contemporâneo”
Autor: Vinícius Gaspar Garcia
Orientador: Waldir José de
Quadros Unidade: Instituto de
Economia (IE)
...............................................
.

5. HABILITAÇÃO E
REABILITAÇÃO

Segundo a CDPD, a habilitação e reabilitação têm a função de proporcionar que


as pessoas com deficiência conquistem e conservem o máximo de autonomia e
plena capacidade física, mental, social e profissional, bem como plena inclusão e
partici- pação em todos os aspectos da vida.
A pessoa portadora de com deficiência, beneficiária ou não do Regime Geral de
Previdên- cia Social, tem direito às prestações de habilitação e reabilitação
profissional para capacitar-se a obter trabalho, conservá-lo e progredir
profissionalmente.
Entende-se por habilitação e reabilitação profissional o processo orientado a pos-
sibilitar que a pessoa portadora de com deficiência, a partir da identificação de
suas po- tencialidades laborativas, adquira o nível suficiente de desenvolvimento
profissional para ingresso e reingresso no mercado de trabalho e participar da vida
comunitária. (Art. 30 e 31 do Decreto Nº 3.298, de 20 de Dezembro de 1999)

REABILITAÇÃ
O

Considera-se reabilitação o processo de duração limitada e com objetivo definido,


destinado a permitir que a pessoa com deficiência alcance o nível físico, mental ou
social funcional ótimo, proporcionando-lhe os meios de modificar sua própria vida,
podendo compreender medidas visando a compensar a perda de uma função ou
uma limitação funcional e facilitar ajustes ou reajustes sociais.
Para efeito do disposto neste artigo, toda pessoa que apresente redução
funcional devidamente diagnosticada por equipe multiprofissional multidisciplinar
terá direito a beneficiar- se dos processos de reabilitação necessários para
corrigir ou modificar seu estado físico, mental ou sensorial, quando este
constitua obstáculo para sua integração educativa, laboral e social.
É beneficiária do processo de reabilitação a pessoa que apresenta deficiência,
qual- quer que seja sua natureza, agente causal ou grau de severidade. (Art. 17 do
A reabilitação profissional, de acordo Art. art. 89, da Lei 8.213, de 24 de Julho aumentando as possibi- lidades de independência e inclusão da pessoa portadora
julho de 1991, de com deficiência.
compreen É considerado parte integrante do processo de reabilitação o provimento de
de: medica- mentos que favoreçam a estabilidade clínica e funcional e auxiliem na
a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumentos de auxílio limitação da incapacidade, na reeducação funcional e no controle das lesões que
para locomoção quando a perda ou redução da capacidade funcional puder ser geram incapaci- dades. (Art. 18 e 20. do Decreto Nº 3.298, - de 20 de Dezembro
atenuada por seu uso e dos equipamentos necessários à habilitação e dezembro de 1999)
reabilitação social e profissional;
b) a reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados no inciso anterior, HABILITAÇÃ
des-
O
gastados pelo uso normal ou por ocorrência estranha à vontade do Entende-se por habilitação profissional o processo destinado a propiciar à pessoa
beneficiário;
portadora de com deficiência, em nível formal e sistematizado, aquisição de
c) o transporte do acidentado do trabalho, quando
conhecimen- tos e habilidades especificamente associados a determinada profissão
necessário.
ou ocupação. Considera-se pessoa portadora de com deficiência habilitada aquela
A finalidade da reabilitação profissional é a de permitir que a pessoa
que concluiu curso de educação profissional de nível básico, técnico ou
deficiente obtenha e conserve um emprego e progrida no mesmo, e que se
tecnológico, ou curso superior, com certificação ou diplomação expedida por
promova, assim, a integração ou a reintegração dessa pessoa na sociedade.
instituição pública ou privada, legal- mente credenciada pelo Ministério da
(Art. 1. da Convenção 159 da OIT que foi ratificada por meio do Decreto nº 129,
Educação ou órgão equivalente, ou aquela com certificado de conclusão de
de 18 de maio de 1989).
processo de habilitação ou reabilitação profissional fornecido pelo Instituto
A reabilitação integral, é entendida como o desenvolvimento das potencialidades
Nacional do Seguro Social - INSS. (INSS).
da pessoa portadora de com deficiência, destinada a facilitar sua atividade
Considera-se, também, pessoa portadora de com deficiência habilitada aquela
laboral, educa- tiva e social (Art. 89, da Lei 8.213, de 24 de Julho julho de 1991.
que, não tendo se submetido a processo de habilitação ou reabilitação, esteja
Incluem-se na assistência integral à saúde e reabilitação da pessoa portadora
capacitada para o exercício da função. (Art. 28 e 36. do Decreto Nº 3.298, - de 20
de com deficiência a concessão de órteses, próteses, bolsas coletoras e materiais
de Dezembro dezembro de 1999)
auxiliares, dado que tais equipamentos complementam o atendimento,

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68 69
6. SAÚ 6.1 PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS
DE
Segundo a Organização das Nações Unidas, prevenção é um conjunto de ações
desti- nadas a impedir a ocorrência de limitações físicas, intelectuais, psíquicas,
No art. Artigo 25 da CDPD diz que os Estados Partes sensoriais ou evitar que os impedimentos causem deficiência ou limitação funcional
reconhe- cem que as pessoas com deficiência têm o permanen- te.
direito de gozar o melhor estado de saúde possível, Considerando-se que 70% dos casos de deficiência podem ser evitados, devemos
sem discrim- inação baseada na deficiência. Os transmitir informações a à sociedade sobre algumas medidas e cuidados que
Estados Partes to- marão todas as medidas devem ser tomados antes e durante a gravidez, na hora do parto e após o
apropriadas para assegurar às pessoas com nascimento.
deficiência o acesso a serviços de saúde, incluindo os A prevenção da deficiência é um assunto que deve interessar a todos os cidadãos,
serviços de reabilitação, que levarão em conta as já que uma 1 em cada dez 10 pessoas possuem possui algum tipo de deficiência.
especificidades de gênero. Em especial, os Estados Todos os avanços conquistados nesta área, do ponto de vista médico, psicológico
Partes: e educacional nos indicam uma eficiente alternativa para redução deste índice: a
a. Oferecerão às pessoas com deficiência programas prevenção.
e atenção à saúde gratuitos ou a custos acessíveis da O primeiro passo é conhecer as causas e manifestações das deficiências, para saber
mesma qualidade, variedade e padrão que são como evitá-las.
oferecidos às demais pessoas, inclusive na área de A deficiência não é uma doença. Mas, pode ser causada por uma doença, assim
saúde sexual e reprodutiva e de programas de saúde como: por acidentes, condições sócio - econômicas socioeconômicas em crescente
pública destinados à população em geral; deterioração, por fatores orgânicos ou hereditários e por fatores genéticos.
b. Propiciarão serviços de saúde que as pessoas com
deficiência necessitam especificamente por causa de sua deficiência, inclusive di-
agnóstico incluindo diagnóstico e intervenção precoces, bem como serviços ALGUMAS
projetados para reduzir ao máximo e prevenir deficiências adicionais, inclusive AÇÕES
entre crianças e idosos;
c. Propiciarão esses serviços de saúde às pessoas com deficiência, o mais próximo a) Informação:
possível de suas comuni¬dades, inclusive na zona rural; Visa informar a comunidade (Povo e Autoridades Constituídas povo e autoridades
d. Exigirão dos profissionais de saúde que dispensem às pessoas com deficiência a constituídas) sobre a problemática das pessoas que possuem uma deficiência,
mesma qualidade de serviços dispensada às demais pessoas e, principalmente, que visando o rompimento dos preconceitos e o desenvolvimento de ações que
obtenham o consentimento livre e esclarecido das pessoas com deficiência beneficiem esse segmento.
concernentes. Para esse fim, os Estados Partes realizarão atividades de formação e
definirão regras éticas para os setores de saúde público e privado, de modo a b)
conscientizar os profissionais de saúde acerca dos direitos humanos, da dignidade, Prevenção:
autonomia e das necessidades das pessoas com deficiência; Conjunto de ações que visam reduzir as situações de risco como também a identifi-
e. Proibirão a discriminação contra pessoas com deficiência na provisão de seguro cação e a intervenção precoce nas deficiências.
de saúde e seguro de vida, caso tais seguros sejam permitidos pela legislação
nacional, os quais deverão ser providos de maneira ra¬zoável razoável e justa; e 1. Prevenção primária: não permitir a ocorrência de instalações da instalação
f. Prevenirão que se negue, de maneira discriminatória, os serviços de saúde ou de deficiências.
de atenção à saúde ou a administração de alimentos sólidos ou líquidos por motivo 2. Prevenção secundária: uma vez instalada a deficiência, permitir o mais rapida-
de deficiência. mente o diagnóstico e tratamento a fim de impedir a instalação de limitações per-
manentes;
A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA COM DEFICÊNCIA FOI CRIADA 3. Prevenção terciária: proporcionar atendimento digno, decente e adequado às
PELA Pessoas pessoas com deficiência, para que as seqüelas sequelas não sejam agravadas
PORTARIA GM Nº 1060, DE 05 DE JUNHO DE e pessoas não sejam estigmatizadas e desintegradas da sociedade.
2002.
A Prevenção prevenção das deficiências depende de todos os cidadãos e das
autoridades cons cons-
tituíd Para uma sociedade que pretende mudança profunda não é ético conviver com
as. defi- ciências que poderiam ser evitadas.

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70 71
ALGUMAS MEDIDAS: -No momento do parto devem estar presentes um obstetra e um pediatra;
-Amamente seu bebê o quanto antes, se possível na sala de parto;
ANTES DE -Peça a nota de nascimento do seu bebê (teste de Apgar).

ENGRAVIDAR

-Consulte um médico para verificar as condições físicas de seu organismo,


principal- mente se tiver menos de 18 anos ou mais de 35 anos de idade;
-Faça exames de sangue para detectar sífilis, toxoplasmose, diabetes, AIDS
Aids;
Procure um serviço de aconselhamento genético (quando houver casos de deficiên-
cias na família causada por problemas hereditários);
-Procure os serviços de saúde e tome vacina contra tétano e rubéola, pelo menos
seis meses antes de engravidar (a rubéola na gravidez afeta o bebê em formação,
causando cegueira e deficiência auditiva);
-Previna-se de doenças infecciosas e sexualmente transmissíveis, inclusive AIDS
Aids;
-Evite casamentos entre parentes.

DURANTE A
GRAVIDEZ

-Comece o pré-natal mensal no momento em que


sou- ber que está grávida, para acompanhar o
crescimento e desenvolvimento do bebê (as
unidades básicas de saúde oferecem esse
atendimento gratuitamente);
-Faça exames periódicos de controle: hemograma, sí-
filis, toxoplasmose, diabete, hipertensão;
-Procure o médico caso apresente alguns problemas
como: pressão alta, coração, diabetes ou infecções;
-Use medicamentos somente prescritos por médicos;
-Não se exponha ao raio-X aos raios X ou a outro tipo
de radiação;
-Não use fumo, álcool e drogas nesta fase;
-Procure orientação médica para fazer exercícios ou atividades que exijam
esforço físico;
-Tenha uma alimentação saudável na medida do
possível.

MOMENTO DO
PARTO

-O parto deve ter uma boa assistência; procure hospitais bem equipados no nasci-
mento do seu bebê;
DEPOIS DO filho;
NASCIMENTO -Converse e brinque com ele;
-Acompanhe o desenvolvimento da
criança: ao menos sinal de atraso,
-Peça para que façam os exames do pezinho, da
procure o médico ou um serviço
orelhi- nha e e do olhinho, nos primeiros dias de
especializado;
vida; (Mater- nidades: Moura Tapajos / Ana Braga e
-Não seja violento com a criança;
Unidades Básicas de Saúde mais próximas de sua
-Amamente seu filho,; toda mãe
residência).
tem leite e é um leite forte que vai
-Visite o pediatra mensalmente para acompanhar o
defen- der o bebê de muitas
crescimento e desenvolvimento do seu bebê. A
doenças;
primei- ra visita deve acontecer após 10 dias do
-Leve seu filho mensalmente ao pe-
nascimento;
diatra, durante seu primeiro ano de
-Amamente seu bebê até SEIS MESES. Depois desse pe-
vida;
ríodo, além da amamentação, devem ser introduzidos
-Uma boa alimentação é muito importante,; peça orientação ao pediatra das
outros tipos de alimentos de acordo com orientação do
Unida- des Básicas de Saúde.
pediatra;
-Não dê remédios ao seu filho sem orientação
-Vacine a criança contra Tuberculose (BCG), Paralisia Infantil (Sabin), Difteria.
médica;
Té- tano e Coqueluche (Tríplice), Sarampo, Rubéola, Caxumba e Reforço de
-Vacine seu filho contra Tuberculose(BCG), Paralisia Infantil(SABIN), Difteria,
Sarampo (MMR); tuberculose (BCG), paralisia infantil (Sabin), difteria, tétano
Tétano
e coqueluche (tríplice), sarampo, rubéola, c a x u m b a e reforço de sarampo
e Coqueluche(tríplice), Sarampo, Rubéola e Meningite. tuberculose (BCG), paralisia
(MMR);
infantil (Sabin), difteria, tétano
-Dê medicamentos somente prescritos pelo
e coqueluche (tríplice), sarampo, rubéola e
médico.
meningite.

NO ALGUMAS DEFICIÊNCIAS CAUSADAS POR FALTA DE


DESENVOLVIMENTO PREVENÇÃO
-Estimule sempre seu Eritroblastose Fetal ou Doença Hemolítica do recém nascido:

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O que é?
No
Incompatibilidade sanguinea sanguínea (fator RH) entre o sangue materno e o Trabalho:
sangue fetal. O feto poderá falecer na gestação ou após o seu nascimento. Pode -Use adequadamente os equipamentos de segurança e faça manutenção periódica
resultar, ainda, num recém nascido recém-nascido gravemente ictérico e que a do mesmo dos mesmos.
deficiência mental intelectual é um acompanha- mento possível, além de surdez e
da paralisia cerebral. Acidentes Gerais:
Toxoplasmose: Processo infeccioso determinado por protozoário que durante a -Cuidado com piscinas, especialmente com crianças e mergulho;
gravi- dez pode causar sérios comprometimentos ao feto. Pode causar hidrocefalia, -Mantenha seu veículo em ordem, use cinto de segurança. Leve a crianças criança
micro- cefalia, lesões cerebrais, cegueira, etc. somente no banco traseiro
Rubéola: É causada por um vírus, sendo no trimestre da gravidez responsável por -Cuidado com objetos que podem virar arma (objetos cortantes e
sé- rios danos no feto, inclusive neurológico. Pode causar defeitos cardíacos, pontiagudos).
auditivos, microcefálicos, lesão cerebral, convulsões, etc.
Álcool: Pode causar hipoglicemia materna e pode causar danos cerebrais no feto, Cada acidente é diferente do outro e quanto mais cedo chegar um socorro
além de predispô-lo a complicações bronco - aspirativas, múltiplos defeitos físicos, profissional, melhor para as vítimas de um acidente. Solicite um, o mais rápido
microcefalia e atraso mental. possível ou vá ao Pronto-Socorro mais próximo.
Paralisia Cerebral cerebral: Pode ocorrer antes, durante ou após o parto até os 6
anos de ida- de, influindo na maturação neurológica. As causas natais, ou seja no O que NÃO SE DEVE
parto ou após este, são as causas de 88% dos casos de paralisia cerebral. FAZER
Cegueira: Oftalmia neonatal (causada pela falta de cuidados nos pós-parto) Quando a pessoa foi vítima de acidentes com impacto como: queda,
-Xeroftalmia (causada pela falta de vitamina A e agravada pela desnutrição) atropelamento,
-Fibroplasia retrolental (causada pela alta concentração de oxigênio nas incu- colisão de veículo e outros)
badoras Você só quer ajudar, mas muitos são os procedimentos adotados sem orientação
Drogas: O uso de todo e qualquer remédio ou substâncias químicas como cocaína, que podem agravar o estado de saúde da vítima. Os mais comuns e que você DEVE
durante a gravidez, pode comprometer neurologicamante o embrião, feto ou EVITAR são:
recém- • Movimentar a vítima;
-nascido. A maioria das drogas atravessa com facilidade a membrana uterina, • Aplicar torniquetes para estancar hemorragias;
deter- minando vários tipos de acometimentos. Usando como exemplo o uso da • Dar algo para a vítima tomar;
Por exemplo, a talidomia talidomida que foi usado foi usada por muitas mulheres
grávidas como remédio para enjôos, e condenou atingiu milhares de bebês em todo Não movimente a vítima
o mundo, acarretando má formações acarretando-lhes má-formações graves. A movimentação da vítima pode causar piora de uma lesão na coluna ou em uma
fratura de braço ou perna. A movimentação da cabeça ou do tronco da vítima que
ALGUMAS DOENÇAS QUE CAUSAM DEFICIÊNCIA VISUAL, LEVANDO A À sofreu um acidente com impacto, pode agravar muito uma lesão de coluna. Num
CEGUEIRA acidente pode haver uma fratura ou deslocamento de uma vértebra da coluna, por
onde passa a medula espinhal. É ela que transporta todo o comando nervoso do
Oftalmia neonatal (causada pela falta de cuidados nos pós-parto) corpo, que sai do cérebro e atinge o tronco, os braços e as pernas. Movimentando a
-Xeroftalmia (causada pela falta de vitamina A e agravada pela desnutrição) vítima nessa situação, você pode deslocar ainda mais a vértebra lesada e danificar
-Fibroplasia retrolental (causada pela alta concentração de oxigênio nas incu- a medula, causando paralisia dos membros ou ainda da respiração, o que com cer-
badoras teza vai provocar danos muito maiores, talvez irreversíveis. No caso dos membros
fraturados, a movimentação pode causar agravamento das lesões internas no ponto
de fratura, provocando o rompimento de vasos sanguíneos ou lesões nos nervos, le-
ACIDENTES PODEM CAUSAR DEFICIÊNCIAS vando a graves complicações.
Assim, a movimentação de uma vítima só deve ser realizada antes da chegada de
Em Casa: uma equipe de socorro se houver perigos imediatos, ou seja, desde que esteja
-Cuidado com portas, janelas, gavetas, tomadas elétricas, fogão, ferro, máquinas, presente algum risco incontrolável. Não havendo risco imediato, não movimente a
tanque, pequenos objetos, remédios e produto de limpeza; vítima. Até mesmo no caso de vítimas que saem andando do acidente, é melhor
-Verifique se os brinquedos são adequados para que não se movimentem e aguardem o socorro chegar para uma melhor avaliação.
idade. Aconselhe-as a aguardar sentadas em um lugar seguro.
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Não aplique torniquetes desnutrição, infecções crônicas e pós-natais e, principalmente,
O torniquete não deve ser realizado para estancar hemorragias externas. pelo uso de álcool e drogas ingeri-
Atualmen- te esse procedimento é feito só por profissionais treinados e, mesmo
assim, em caráter de exceção; quase nunca é aconselhado.

Não dê nada para a vítima ingerir


Nada deve ser dado para ingerir a uma vítima de acidente que possa ter lesões
inter- nas ou fraturas e que, certamente, será transportada para um hospital. Nem
mesmo água.

Se o socorro já foi chamado, aguarde os profissionais, que vão decidir sobre a con-
veniência ou não. O motivo é que a ingestão de qualquer substância pode interferir
de forma negativa nos procedimentos hospitalares. Por exemplo, se a vítima
for submetida a cirurgia, o estômago com água ou alimentos é fator que aumenta o
risco no atendimento hospitalar.
Como exceção, há os casos de pessoas cardíacas que fazem uso de alguns medica-
mentos em situações de emergência, geralmente aplicados embaixo da língua. Não
os impeça de fazer uso desses medicamentos, se for rotina para eles.

EM CASO DE EMERGÊNCIA LIGUE


PARA
O SAMU: 192 (ligação direta e
gratuita)

6.2 PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE ÁLCOOL E


DROGAS
ÁLCOOL

O alcoolismo é uma doença crônica que consiste no consumo


com- pulsivo do álcool, fazendo com que o indivíduo se torne
cada vez mais tolerante a ele, tendo crises de abstinência
quando não o tem. Esta se caracteriza por meio de tremores,
irritabilidade, náu- sea, ansiedade, taquicardia e pupilas
dilatadas.
Dados apontam que metade das deficiências mentais
intelectuais é causada por fatores ambientais como
dos pelas gestantes durante a gravidez. Como por exemplo Exemplos: Paralisia variam devido a alguns fatores como: pessoa que ingere (peso, altura, estrutura),
cerebral e Má da quantidade de álcool ingerida, velocidade com que ingere o mesmo, tipo de
formaç alimentação, circunstâncias (fadiga, gravidez) e outras coisas que variam como
ão má- idade, sexo, hora.
formaç A mistura de álcool e direção é um fator que pode gerar deficiências devido a
ão. aciden- tes de trânsito, pois geralmente o condutor que ingeriu álcool não avalia os
A segunda causa de mortalidade de crianças com até 20 semanas de concepção é efeitos da ingestão desta substância e as alterações sobre sua capacidade de
por doenças genéticas, aquelas com deficiência causada por fatores ambientais rendimento. De modo geral o álcool produz no organismo euforia, falsa segurança
sobrevi- vem as que são causadas por uso de álcool não. de si mesmo e um sentimento de acreditar que possui melhor habilidade para
Os órgãos mais atingidos pelo consumo abusivo do álcool são: cérebro, trato dirigir, aumentando a tolerância ao risco, e assim possibilitando-o a tomar decisões
digesti- vo, coração, músculos, sangue, glândulas hormonais. Como o álcool mais arriscadas do que as que costuma. O álcool também diminui o senso de
dissolve o mucus muco do trato digestivo, provoca irritação na camada externa responsabilidade e a prudência e aumenta ações impulsivas e agressivas. Possui o
de revestimento que pode acabar provocando sangramentos. A maioria dos poder de causar retardo demora nas funções cerebrais, também acarreta em
casos de pancreatite aguda (75%) são provocados é provocada por alcoolismo. As necessidade de tempo maior para processar em nível mental informações e reagir
afecções sobre o fígado podem ir de uma simples degeneração gordurosa à diante dos fatos. Com a ingestão dessa substância acontecem diminuição da
cirrose, que é um processo irreversível e incompatível com a vida. O percepção de risco, perda de autocrítica, depressão generalizada, elevação do
desenvolvimento de patologias cardíacas pode levar 10 anos por abusos de álcool otimismo, alterações visuais e em nível sensorial, modificação da percepção de
e, ao contrário da cirrose, pode ser revertida podem ser revertidas com a tempo e diminuição do tempo de reação aos estímulos. O condutor que ingere
interrupção do vício. Os alcoólatras tornam-se mais susceptíveis suscetíveis a bebida alcoólica torna-se mais vulnerável à a lesões e a óbito em relação ao
infecções porque suas células de defesas são em menor número. indivíduo que não bebeu álcool.
O álcool se constitui como um depressor do sistema nervoso e age no cérebro
em poucos minutos após a ingestão, dando início a uma ação inibidora pelos Como saber se sou alcoólatra?
lóbulos fron- tais e estendendo-se posteriormente ao resto do cérebro. Uma
das manifestações mais facilmente observáveis são os déficits de coordenação e De acordo com os Alcoólicos Anônimos, a presença de quatro ou mais respostas
lentidão de reflexos. Os efeitos da ingestão do álcool no organismo do condutor afir-

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mativas indica grande probabilidade de a pes- ria das pessoas,; precisamos encará-las com segurança e seriedade,; devemos
soa ser estar preparados para fazer escolhas que diminuam os riscos do uso indevido de
alcoólatra: drogas. Nossa vida é construída por meio de escolhas que fazemos, dentro das
• Já tentou parar de beber por uma semana oportunidades
(ou mais) sem conseguir seu objetivo?
• Ressente-se dos conselhos daqueles que
ten- tam fazê-lo parar de beber?
• Já tentou controlar sua tendência a beber
de- mais trocando uma bebida por outra?
• Tomou algum trago pela manhã nos
últimos tempos?
• Inveja aqueles que bebem sem criar trans-
tornos?
• Seu problema com a bebida vem se tornando
cada vez mais sério nos últimos doze 12
meses?
• A bebida já causou incidentes em
casa?
• Nas reuniões sociais em que as bebidas são limitadas, você tenta conseguir doses
extras?
• Você afirma que bebe quando quer e pára quando quer, apesar das provas em
con- trário?
• Faltou ao serviço nos últimos doze 12 meses por causa da
bebida?
• Já teve “apagamentos” depois de uma bebedeira?
• Já pensou que poderia aproveitar melhor a vida se não
bebesse?

DROGAS

As substâncias que causam mudanças no estado de


cons- ciência, percepção e emoções das pessoas são
chamadas de Drogas Psicotrópicas drogas
psicotrópicas. As drogas podem causar dife- rentes
sensações, dependendo das condições e caracte-
rísticas das pessoas, da situação e freqüência
frequência do uso e do tipo de droga que for usada.
Algumas podem causar sensações de prazer, poder,
excitação, euforia, alegria; outras podem causar
sonolência, depressão, náusea,
alucinações e, até, um quadro de dependência, prejudicando e comprometendo a
vida do usuário, podendo levar a à
morte.
Existem diversas razões para se fazer uso de algum tipo de droga. Muitas pessoas
usam drogas por curiosidade, para sentir prazer, por uma busca de alívio em um
momento difícil da vida ou por se sentirem pressionadas por outras pessoas, ou
até mesmo para impressioná-las. Situações como essas ocorrem na vida da maio-
que temos. Nem sempre as coisas acontecem da maneira como gostaríamos. Mas é sono?
pos- sível decidir o tipo de vida que queremos levar, mesmo dentro de condições - Usa desodorantes ou perfumes para disfarçar algum cheiro?
limitadas. Reflita sobre suas possibilidades e limites. Aceite suas - Tem atitudes agressivas, violentas ou mentirosas frente às suas perguntas ou
característi- cas para que possa aproveitar suas qualidades e superar suas re- clamações?
dificuldades. Perceber os sintomas do uso de álcool ou outras drogas requer que - Já apresentou os olhos vermelhos ou as pupilas dilatadas?
os pais estejam alertas. Muitas vezes é difícil observar a diferença entre o - Tem conversações telefônicas ou encontros com
comportamento normal dos jovens e o comportamento causado pelas drogas. desconhecidos?
- Em sua casa, somem objetos de valor? Seu filho tem a necessidade constante
Para auxiliá-los nesse sentido foi montado o questionário de altas quantias de dinheiro?
abaixo: - Houve mudanças significativas no seu aspecto visual, como cabelo (comprido,
des- cuidado), roupas sujas, falta de higiene pessoal, tatuagens, brincos, ou sua
- Seu filho parece retraído, deprimido, cansado e descuidado de seu aspecto preferência musical, agora por conjuntos que fazem apologia ao uso de drogas?
pessoal? - A maconha é uma erva de cor verde com matizes de marrom, que é fumada en-
- Você o percebe hostil, agressivo, não cooperando com as normas rolada em um papelote (ou o mesmo utilizado pelas pessoas que fumam cigarro de
familiares? palha). Possui um cheiro forte e adocicado similar ao perfume “patchouli”
- Suas relações com outros membros da família encontram-se deterioradas? patchuli. É impor- tante para perceber se seu filho está fazendo uso destas
(Dificul- dades ou falta de diálogo, vínculos desfeitos, atitudes violentas ou substâncias observar objetos como os citados abaixo, entre as coisas do seu filho:
agressivas) Caixas de fósforos furadas no centro ou qualquer outro artefato como piteiras,
- Mudou radicalmente o seu grupo de amizades? cachimbos, maricas etc., que permitem o jovem fumar o cigarro de maconha até o
- Na escola, está com dificuldades com notas, professores ou colegas, repetiu de final, sem queimar os dedos ou os lábios. Já percebeu?
ano ou abandonou os estudos? - Já encontrou papel de seda ou papelote usado para se fumar cigarros de palha,
- Perdeu o interesse por passatempos, esportes, “hobbies” hobbies ou outras das nas coisas do seu filho?
suas ativi- dades favoritas? - Utiliza colírios constantemente e sem motivo aparente? (É usado para disfarçar a
- Houve modificações nos seus hábitos de alimentação e vermelhidão dos olhos pelo uso da maconha)

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- Apresenta manchas amareladas entre as pontas dos dedos polegar e através do
indicador? PESSOA COM DEFICIÊNCIA E estímulo que
- Já percebeu um forte cheiro (adocicado) nas roupas, cabelos, carro, quarto, SEXUALIDADE fazemos
armá- rio ou lençóis do seu filho?
- A cocaina é um pó branco (similar a uma aspirina desmanchada) que adormece a DIREITO À
língua com seu contato. Pode ser usada por inalação (aspirada SEXUALIDADE
pe- las narinas), fumada misturada à maconha ou por via
endovenosa (injetada diretamente na veia através de seringa e
agulha). Para que ela possa ser usada são necessários vários
instrumentos que, se encontrados entre as coisas do seu filho,
podem indicar que ele está consumindo.
- Já encontrou instrumentos como cartões de crédito ou lâmina
de gilete (para pulverizar o pó), canetas bic bic sem carga (para
aspirar
a droga), colheres tortas ou queimadas (para misturar a droga com água, ferver e
aspirar na seringa), espelhos ou pratos, seringas, borrachas (torniquete) entre as
coisas do seu filho?
- O nariz do seu filho tem sangrado ou apresenta constantes
corizas?
- Seu filho está com dificuldades para
falar?
- Apresenta manchas roxas de picadas de agulha nos braços, pernas ou
pés?

Atenção: Alguns desses sintomas citados podem aparecer em jovens que não usam
drogas. Não se pode dizer que um adolescente está se drogando só porque está
usan- do brincos, cabelos compridos, ter feito a sua tatuagem ou mudou a sua E O QUE É SEXUALIDADE?
maneira de vestir. É o conjunto dos sintomas descritos que leva a essa
possibilidade. Existem muitas formas de definir o
que é sexualidade,. por isso Por
6.3 DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS DA PESSOA isso, escolhe- mos aqui a maneira
mais fácil de ser entendida por
COM DEFICIÊNCIA todos: “Sexualidade é essa
necessidade de receber e expres- sar
expressar afeto e contato, que todas
as pes- soas têm e que traz
sensações praze- rosas para cada
Todos os brasileiros incluindo as um”.
pes- soas com deficiência têm seus Assim, sexualidade não é apenas
direi- tos sexuais e reprodutivos, sexo, é o toque, o abraço, o gesto, a
incluindo o acesso universal nas palavra que transmite prazer entre
áreas de Pre- venção, Diagnóstico e pessoas e que temos desde antes de
Tratamento das DST/Aids. nascer, na barriga da mãe, quando
bebês e du- rante toda a vida.
Conforme vamos crescendo,
descobrimos também o prazer
provocado pelo contato sexu- al,
de luta pelos direitos da pessoa com deficiência, e Direitos do Homem
até os dias atuais o exercício da se- xualidade por Humanos: “Todos os seres
este segmen- to da população ainda é um assunto humanos são livres e iguais
“tabu” assunto- tabu e não deve- ria uma vez que em dignidade e direitos”.
o acesso à sexualidade é um direito de todo o ser
O direito à sexualidade é resposta a uma reivindica- ção antiga do movimento humano garantida na Declaração Universal dos

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em nós mesmos ou com outras pessoas. Essa forma de exprimir a sexualidade vai se -Acesso a serviços de saúde que garantam privacidade, sigilo e atendimento de qua-
juntar às outras maneiras de contato que já vínhamos vivendo desde bebês, lidade e sem discriminação;
gerando a sexualidade adulta. Nesse sentido, a sexualidade deve ser exercida em -Acesso à informação e à educação sexual e reprodutiva.
condições de dignidade e segurança a partir da tomada de consciência do seu corpo
como algo que é seu e sobre o qual tem.
SÃO DIREITOS
DESENVOLVIMENTO DA REPRODUTIVOS
SEXUALIDADE

É importante ressaltar que ‘não há diferenças significativas entre o


desenvolvimento sexual de pessoas com e sem deficiências. As necessidades e
desejos sexuais são os mesmos entre aqueles que têm deficiência e o resto da -Direito de decidir, de forma livre e
comunidade. No entanto, como as oportunidades de experiências desse grupo res- ponsável, se quer ou não ter filhos,
social são, em geral, extrema- mente limitadas, as pessoas com deficiência irão quan- tos filhos deseja ter e em que
‘necessitar de assistência e apoio para compreender a complexidade das relações momento de suas vidas;
humanas e os direitos e responsabi- lidades da sexualidade, assim como isso pode -Direito a informações, meios, métodos e
ser incorporado em suas vidas.’ técnicas para ter ou não ter filhos;
Nesse contexto, é de fundamental importância a percepção de que o tema de -Direito de exercer a sexualidade e a re-
extre- ma relevância, assim como muitos outros, deve ser tratado na perspectiva produção livre de discriminação, imposi-
inclusão através da ampliação das possibilidades de vida afetiva e sexual de forma ção e violência.
mais na- tural e freqüente frequente.

SÃO DIREITOS
SEXUAIS

-Viver plenamente a sexua-


lidade sem medo, vergonha,
culpa e falsas crenças;
-Viver a sexualidade indepen-
dentemente de estado civil,
VULNERABILIDADE DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
idade ou condição física;
No campo da saúde e em termos sociais, a
-Viver e expressar livremente
defici- ência é considerada um dos fatores
a sexualidade sem violência,
constituintes ou agravadores da vulnerabilidade
discriminações e imposições e
onde meninas e meninos com deficiência estão
com respeito pleno pelo
expostos a maiores condições de risco, tanto na
corpo do (a) parceiro (a)
sua integridade física como mental, tanto no
do(a) parceiro(a);
âmbito familiar como no seu meio social
-Escolher o (a) parceiro (a)
cotidiano.
o(a) parceiro(a) sexual;
Como medida de prevenção, o Plano de Ação da
-Escolher se quer ou não quer
Década da Saúde tem como prioridade prevenir,
ter relação sexual;
proibir e punir o maltrato, o abuso sexual e a
-Expressar livremente sua
exploração, especialmente intrafamiliar de
orientação sexual: heterosse-
pessoas com deficiência, em particular crianças e
xualidade, homossexualidade, bissexualidade, entre outras;
mulheres.
-Ter relação sexual independente da reprodução;
Nesse sentido, é de fundamental importância a definição e o conhecimento do
-Ter sexo seguro para prevenção da gravidez indesejada e de DST/HIV/AIDSAids;
que venha a ser abuso sexual dado a seguir.
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82 83
DEFINIÇÃO DE ABUSO Exibicionismo:
SEXUAL Exposição da genitália para provocar reações adversas, de choque na vítima.

Podemos definir abuso sexual como ‘expressão ou Voyerismo:


re- alização da sexualidade vinculada ao
desrespeito ao indivíduo e aos seus limites, a troca
de sua postura de sujeito a uma de objeto dos
desejos do outro. (.) Assim, o abuso sexual de
crianças, o incesto e o assé- dio denunciam um jogo
de poder onde a sexualidade é utilizada de forma
destrutiva, constituindo-se num desrespeito ao ser
humano. Nestes três casos, pode não existir a
violência física, mas são relações que im- plicam em
outro tipo de violência, como a social e a
psicológica. O abuso sexual afeta, ao mesmo tempo,
a saúde física e mental e o direito individual de se dispor da própria sexualidade e
privacidade.
(Centre for Developmental Disability Health
Victoria)
O abuso sexual é um crime caracterizado por uma relação de poder que ocorre
mediante um jogo, ou ato sexual, em que o agressor visa obter satisfação sexual e
usa o poder que tem para impor seu desejo. O convencimento pode ser através de
violência, chantagem ou indução.
(Artigo ‘Horror e Covardia’ de Claudia Gisele, 2004,
p.38)

CLASSIFICAÇÃO DO ABUSO
SEXUAL

Abuso Verbal: envolve conversas sexualmente estimulantes que despertam


interesse ou que chocam.

Exploração sexual:
A vítima é levada manter relações sexuais em troca de pagamento ou outros
ganhos
(alimento, vestimenta, brinquedo,
etc.)

Estupro:
Violência física com penetração
(vaginal)

Atentado violento ao pudor:


Ocorre a violência física sem a penetração; a vítima é obrigada a fazer sexo oral,
anal ou outros atos libidinosos.
‘Voyeur’ é uma palavra em francês e significa observador oculto, escondido que -Gravidez súbita;
sen- te prazer em observar ações, objetos ou atos sexuais. -Engajamento em trabalho sexual (prostituição);
-Vício em substancias ilícitas ou lícitas;
Assédio -Dificuldade de manter uma relação sexual
sexual: saudável;
Somente ocorre nas relações de trabalho e educacionais, envolve relação -Sono agitado com pesadelos recorrentes;
hierárquica entre o molestador e a vítima. O agressor para obter vantagens -Tentativa de
sexuais exerce poder sobre o sujeito de seu desejo, ameaçando-o (a) suicídio;
ameaçando-o(a). (GISELLE, 2004, p 38) -Auto-agressão
Autoagressão;
Sinais de Abuso -Depressão ou baixa auto-estima;
sexual: -Lesões corporais ou hematomas;

São indicações acerca de violência sexual que está ocorrendo (ou que já
QUEM É O
ocorreu):
ABUSADOR?
-Alteração no comportamento/sentimentos: timidez, tristeza, medo e agitação,
iso- Estudos comprovam que 85 em 85% a 90% dos casos registrados de abuso sexual, a
lamen violência é perpetrada por pessoas conhecidas, como pai, mãe, padrasto,
to; madrasta, parente, vizinho, amigos da família, colegas de escola, babá, professor,
-Manifestar muito interesse em sexo ou apresentar comportamento sexualizado médico , etc e outras.
não condizente com a idade;
-Tocar o próprio corpo ou de outros de forma O tipo de abuso
regular;
-Apresentar rejeição ou temor quanto ao próprio corpo, por exemplo, ao realizar No caso de crianças com idade até 10 anos
as atividades de higiene; 46,5% foram vítimas de atentado violento ao
-Presença de DST’s DSTs ou sintomas de baixa imunidade (a criança começa a ficar pudor,
doente sem uma causa clara) talvez causada pelo vírus HIV/AIDsAids; 84.5% foram abusadas por agressores identificáveis, geralmente do núcleo familiar,
e em 42.3% o abuso ocorreu na residência das crianças.
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84 85
confia demais nesse adulto. Quando essa confiança é quebrada, as conseqüências
No caso de adolescentes entre 11 e 20 anos de idade consequências são terríveis. E quando essa credibilidade é quebrada, essa criança
90.8% sofreram estupro dificilmente confiará em outra pessoa”, explicou Itamar.Ainda Itamar. Ainda
72.3% foram violentadas por desconhecidos segundo o coordenador, um outro obstá- culo está no silêncio. “A violência
Foram vitimadas durante atividades cotidianas 34.8% no trabalho e 28.4% na escola sexual normalmente já é marcada pelo silêncio e medo. A deficiência potencializa
e em 28% na do agressor. isso. Há casos, em que a situação só vem à tona quando há uma gravidez”.

Abuso contra Crianças e Jovens com


Deficiência DISQUE DENÚNCIA NACIONAL DE ABUSO E EXPLORAÇÃO CONTRA
CRIAN- ÇAS E ADOLESCENTES - DISQUE 100
Meninas e meninos com deficiência estão expostos a maiores condições de risco,
tanto na sua integridade física como mental, tanto no âmbito familiar como no seu
Com o objetivo de receber/acolher denúncias de violência contra crianças e
meio social cotidiano.
adoles- centes, procurando interromper a situação de violação, o serviço atua em
Estudos mostram uma diversidade de casos de maus tratos físico, exploração,
três níveis:
aban- dono etc.
- ouve, orienta e registra a denúncia;
Por causa de sua condição física ou mental, as crianças e adolescentes com
- encaminha a denúncia para a rede de proteção e
defici- ência estão mais vulneráveis a sofrer um abuso sexual, já que confiam
responsabilização;
muito no seu responsável. Quando essa pessoa, que deveria ser seu protetor, se
- monitora as providências adotadas para informar a pessoa denunciante sobre o
aproveita desta condição para abusar sexualmente dela, as conseqüências
que
consequências são terríveis e as sequelas marcam toda sua vida. E o pior: esses
ocorreu com a denúncia.
casos não são poucos e é muito difícil detectá-los e denunciá-los. “Ela possui uma
relação especial de confiança com o adulto mais próximo e, se essa confiança é
quebrada e a pessoa que deveria cuidar passa a abusar sexualmente dela, o O Disque 100 funciona diariamente das 8h às 22h, inclusive nos fins de semana e
abusador e os outros adultos passam a perder toda aquela credibilidade que foi feriados. As denúncias recebidas são analisadas e encaminhadas aos órgãos de pro-
adquirida ao longo dos anos. teção, defesa e responsabilização, de acordo com a competência e as atribuições
específicas, priorizando o Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente como
porta de entrada, no prazo de 24 horas, mantendo em sigilo a identidade da
O mais agravante é que ela pode achar esse abuso normal, no caso das crianças
pessoa denunciante. Pode ser acessado por meio dos seguinte canal.
com deficiência intelectual, e essa violência pode ocorrer por anos a fio, além de
ver todos como um abusador em potencial”, explicou o coordenador de
Programas da Childhood Brasil, Itamar Gonçalves. As crianças e os adolescentes DISCAGEM DIRETA E GRATUITA DO NÚMERO
que possuem algum tipo de deficiência estão mais expostos a esse tipo de 100.
problema por várias razões.

Primeiro, porque a maioria é excluída do processo de contato social fora do espaço 6.4 PREVENÇÃO AS
da família “O principal empecilho esta na sociabilidade dessa criança. Existem DSTs
famí- lias que acabam escondendo elas. Isso faz com que ela tenha seu
desenvolvimento comprometido e facilite a ação do abusador. A falta desse As doenças sexualmente transmissíveis (DST) (DSTs) são
contato externo compro- mete a denuncia”, explicou Itamar. A coordenadora dos transmiti- das, principalmente, por contato sexual sem o
programas de proteção aos direitos da infância da do Unicef, Helena Oliveira, diz uso de cami- sinha com uma pessoa que esteja infectada,
que a grande dificuldade se deve a própria característica desse tipo de violência “É e geralmente se manifestam por meio de feridas,
difícil para a vitima desse tipo de violência formalizar, denunciar ou apresentar corrimentos, bolhas ou verrugas. As mais conhecidas são
alguma reclamação. gonorréia gonorreia e sífilis. Algumas DST DSTs podem não
apresentar sintomas, tanto no ho- mem quanto na mulher.
As evidências são indiretas por reações indiretas”, comenta. Outro grande empe- E isso requer que, se fizerem sexo
cilho está na relação de confiança que a criança tem com o adulto. “Essa criança sem camisinha, procurem o serviço de saúde para consultas com um profissional de
saúde periodicamente. Essas doenças quando não diagnosticadas e tratadas a
tempo, podem evoluir para complicações graves, como infertilidades, câncer e até a morte.

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Usar preservativos em todas as relações sexuais (oral, anal e genital) é o método
mais eficaz para a redução do risco de transmissão das DST DSTs, em especial do
HIV/Aids
vírus da AIDS Aids, o HIV. Outra forma de infecção pode ocorrer pela transfusão
de sangue contaminado ou pelo compartilhamento de seringas e agulhas, AIDS Aids é a sigla da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, provocada por uma
principalmente no uso de drogas injetáveis. A AIDS Aids e a sífilis também podem vírus chamado HIV. Em casos de AIDS Aids, manifestam-se diversas doenças,
ser transmitidas da mãe infectada, sem tratamento, para o bebê durante a porque o sistema de defesa do organismo humano fica desorganizado pela ação do
gravidez, o parto. E, no caso da AIDS Aids, também na amamentação. HIV.
O tratamento das DST DSTs melhora a qualidade de vida do paciente e interrompe O HIV pode contaminar indivíduos que se envolvem em situações de risco sem pro-
a ca- deia de transmissão dessas doenças. O atendimento e o tratamento são teção:
gratuitos nos serviços de saúde do SUS. - Contato com esperma e secreção vaginal (líquidos que estão presentes no corpo
Principais sintomas das doenças mais do homem e da mulher no momento da transa) contaminados, em práticas sexuais
comuns: com penetração sem o uso da camisinha;
Corrimento pelo colo do útero e/ou vagina (branco, cinza ou amarelado), pode - Contato com sangue contaminado, seja através de transfusões, seja através do
cau- sar coceira, dor ao urinar e/ou dor durante a relação sexual, cheiro ruim na compartilhamento de agulhas e seringas, principalmente entre usuários de drogas
região. Corrimento pelo canal de onde sai a urina, que pode ser amarelo purulento injetáveis;
ou mais claro - às vezes, com cheiro ruim, além de poder apresentar coceira e - Da mãe para criança durante a gestação, parto e aleitamento.
sintomas urinários, como dor ao urinar e vontade de urinar constante. Presença de Essas situações estão muito bem definidas e caracterizadas, sendo, portanto, facil-
feridas na região genital (pode ser uma ou várias), dolorosas ou não, antecedidas mente evitáveis:
ou não por bolhas pequenas, acompanhadas ou não de “íngua” na virilha. Dor na - No caso de prática sexual com penetração, seja anal, vaginal ou oral, use sempre
parte baixa da barriga e durante a relação sexual. Verrugas genitais ou “crista de camisinha de forma correta. Sabendo usar o preservativo você diminui
galo” (uma ou várias), que são pequenas no início e podem crescer rapidamente e sensivelmen- te a possibilidade de rompimento;
se parecer com uma couve-flor. - Pratique sempre sexo mais seguro, que são formas de transar através das quais
Não sinta vergonha de conversar com o profissional de saúde e tirar todas as você não entra em contato com esperma, secreção vaginal ou sangue;
dúvidas sobre sexo ou qualquer coisa diferente que esteja percebendo ou sentindo. - Exija sangue previamente testado nas transfusões, seja em hospitais públicos ou
É direito de todo brasileiro buscar esclarecimento e informações durante o privados;
atendimento de saúde. -Dê preferência a agulhas e seringas descartáveis, nessa impossibilidade, as
esterili- ze no calor ou com água sanitária, principalmente no uso de drogas
Além do HIV/AIDS Aids existem diversas outras doenças sexualmente injetáveis.
transmissíveis, se- gue abaixo uma lista contendo algumas delas:
Outras maneiras de se pegar o HIV, fora as mais
• Cancro mole conhecidas:
• Clamídia e Gonorréia
• Condiloma acuminado Apesar de muito pequenas, existem, sim, chances de se adquirir o vírus por meio
(HPV) de:
• Doença Inflamatória Pélvica - Transplante de órgãos, na falta de triagem para o
(DIP) HIV;
• Donovanose - Inseminação artificial, caso o banco de sêmen não tenha testado os
• Hepatites doadores;
Virais - Instrumentos utilizados nos consultórios de dentistas, quando não esterilizados.
• Herpes Instrumentos cirúrgicos empregados em procedimentos invasivos (que penetram no
• Infecção pelo Vírus T-linfotrópico humano corpo);
(HTLV) - Compartilhamento de escova de dente, em situações de sangramentos;
• Linfogranuloma - Tatuagem e acupuntura, com instrumentos não-descartáveis não
Venéreo descartáveis ou esterilizados.
• Sífilis
• Tricomonías Como não se pega
e Aids:
- Abraços, carícias ou aperto de mão;
Por meio - Vasos sanitários, copos, talheres, roupas ou
de: sabonetes;

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- Saliva, suor ou lágrima; do mundo
- Picadas de mosquito, pulgas, piolhos, percevejos ou outros insetos que
possam estar presentes na casa de um portador ou doente de Aids. Os mosquitos
não podem transmitir o vírus, pois: 1) sugam sangue e injetam saliva; 2) O HIV
morre ao penetrar no organismo destes insetos;
- Piscina ou
praia;
- No assento do ônibus, cadeiras, bancos públicos de praças, parques ou
hospitais;
- Alimentos;
- Doação de sangue com material descartável.
A distribuição do preservativo é gratuita, procure uma unidade de saúde mais
próxi-
ma da sua residência.

PREVINA-SE, USE CAMISINHA!

DST/AIDS E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Seja de maneira implícita ou explícita, as pessoas com


defici- ência não estão sendo incluídos na maior parte dos
esforços relacionados ao HIV/Aids. A falta de
conhecimento e cons- cientização por parte de pessoas que
trabalhem com a Aids, bem como de autoridades
governamentais e ONGs acerca de questões relacionadas às
deficiências constitui a principal barreira. Por não estarem
familiarizados com as populações de pessoas com
deficiência, estas pessoas não estão cientes
que as pessoas com deficiência são sexualmente ativos e, portanto, sujeitos ao
risco de vulnerabilidade pelo HIV. A maioria das pessoas vêm estas pessoas como
pessoas clinicamente dependentes, similares à população infantil, e assim isoladas
re cinco das pessoas mais pobres do mundo.
al.
Fatores de 2)Falta de Escolaridade
Risco
a. Crianças com deficiência são excluídas do processo de educação por serem
Pessoas com deficiência estão em risco de vulnerabilidade pelo HIV em todos os consideradas como pessoas que não precisam daquela educação, por serem
países que são pesquisados. Enquanto a análise de dados é um processo motivo de distração nas escolas, ou porque se acredita que não são capazes de
contínuo, as conclusões podem ser feitas com base nos dados analisados. Todos aprender.
os fatores de risco associados ao HIV aumentam para os indivíduos com b.As b. As escolas são fisicamente inacessíveis.
deficiência. c. Como resultado, o índice mundial de alfabetização para todas as pessoas com
de- ficiência pode ser tão baixo como 3% podendo chegar a apenas 1% para as
1)Pobre mulheres com deficiência.
za d.Mesmo d. Mesmo se freqüentando frequentando a escola, é menos provável que
crianças e adolescentes recebam educação nas áreas de ciências e saúde e mais
a. Mesmo entre os pobres, é geralmente reconhecido que pessoas com provável que sejam dispen- sadas de aulas de educação sexual.
deficiência são e.De e. De acordo com a UNICEF o Unicef, um terço de todas as crianças de rua
os membros mais pobres das possuem algum tipo
comunidades. de deficiência.
b. Conforme James Wolfensohn observou, a não ser que as pessoas sejam
trazidas para a veia do desenvolvimento, será impossível reduzir a pobreza 3)Falta de informações e recursos para assegurar a prática do sexo seguro
mundial pela metade até 2015, ou dar a cada criança a oportunidade de concluir
o ensino funda- mental até a mesma data. a.Há a. Há a presunção incorreta do público em geral, bem como da comunidade
c. Há um ciclo de deficiência e pobreza: os pobres são mais propensos a de pes-
sofrerem de deficiências em decorrência da má nutrição, falta de cuidados quisas sobre o HIV/Aids, que pessoas com deficiência não são sexualmente
médicos, moradias perigosas, acidentes de trabalho e violência. ativos.
d.A d. A estimativa do Banco Mundial é que há uma pessoa com deficiência b.A b. A probabilidade de adolescentes e adultos com deficiência serem
dentre cada sexualmente

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ativos é a mesma que não tenham instituições.
deficiência.
c. Muitos dos adolescentes com vários tipos de deficiências atingem a puberdade
na mesma idade que adolescentes que não tenham deficiência.
d.Os d. Os índices de homossexualidade e bisexualide bissexualidade são iguais
para os indivíduos com deficiência e para os que não tenham deficiência.
e.No e. No entanto, é menos provável que as pessoas com deficiência recebam
mensagens
sobre a Aids e que tenham acesso a preservativos e outros métodos
preventivos.

4) Risco elevado de violência e estupro, e falta de proteção judicial nestes


casos em específico.

a.Esta a. Esta área não tem sido alvo de muita pesquisa, mas os estudos que
existem e as respostas obtidas através dos questionários de levantamento
mostram que pessoas com deficiência são três vezes mais propensos a serem
vítimas de abuso físico, sexual ou estupro.
b.A b. A maior parte das pessoas com deficiência tem pouco ou nenhum acesso à
polícia, aconselhamento jurídico ou tribunais de proteção.
c.Em c. Em caso de abuso sexual ou estupro, as pessoas com deficiência têm menos
acesso que pessoas que não tenham deficiência às intervenções, inclusive ao
aconselhamento psicológico e tratamento profilático.

5)Uso 5) Uso de drogas ilícitas

a.As a. As respostas aos questionários, bem como as informações limitadas


oriundas de publicações científicas, relatam uso de drogas dentre grupos
específicos que foram estudados (pessoas com deficiência auditiva e mulheres
com deficiências físicas) em índices significativamente mais altos que os índices
da população em geral.
b.A b. A maior parte destas informações é de países desenvolvidos. Quase nada
é co- nhecido sobre este assunto em se tratando de países em
desenvolvimento, a não ser as informações que foram obtidas através do
Levantamento Mundial. Es- tes resultados indicam que o uso de drogas ilícitas
existe e é um problema.

ÓRFÃOS DA AIDS COM


DEFICIÊNCIA

a.Crianças a. Crianças com deficiência que ficaram órfãs em decorrência


da mor- te de seus pais em decorrência da Aids, sendo estas soropositivos ou
não:
i.Requerem i. Requerem cuidados adicionais (para alimentação, e cuidados
básicos) por parte de pessoas que já estão sobrecarregadas com muitas outras
crianças para cuidar.
ii.São ii. São mais suscetíveis à má-nutrição,negligência,internação e abandono em
ACESSO E CUSTEIO CASO AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA SEJAM CONTAMINADOS estrutura de ‘modelos de caridade’.
PELO HIV
SUBGRUPOS QUE ESTÃO MAIS SUSCETÍVEIS AO RISCO DE CONTAMINAÇÃO PELO
a. As instituições de saúde são fisicamente inacessíveis (escadas, falta de HIV
intérpretes para linguagem da língua de sinais, etc.).
b.Pessoas b. Pessoas com deficiência que sejam pobres não têm condições Quando comparadas aos homens, com ou sem deficiencia, as mulheres com defici-
financeiras para ar- car arcar com os custos de tratamentos médicos. ência são:

c. Profissionais da saúde não têm conhecimento das necessidades das pessoas 1) Mais propensas a terem níveis mais baixos de escolaridade;
com deficiência 2) Mais sujeitas a maior probabilidade de desemprego ou sub-emprego; 3)Menos
d.Os d. Os locais onde serviços como programas de prevenção e tratamento para propensas ao casamento;emprego;
o uso de drogas e álcool, programas de intervenção contra violência doméstica e 3) Menos propensas ao casamento;
de distribuição de preservativos e materiais informativos sobre a Aids são 4)Mais 4) Mais propensas a enfrentarem uma série de relacionamentos instáveis.
também inacessíveis ou não-inclusivo não inclusivo.

PRECONCEI Membros de etnias e grupos de minoridades de pessoas com


TO deficiência:

a.Preconceito a. Preconceito tem sido associado a Aids. 1) São marginalizados dentro de suas próprias sociedades, bem como
b.Preconceito b. Preconceito também é freqüentemente frequentemente dentro da sociedade como um todo;
associado a indivíduos que nasceram com uma deficiência ou adquiriram-na em um 2) Têm mais baixos níveis de escolaridade, emprego e acesso aos programas
dado momento. para pessoas com deficiência;
c.Indivíduos c. Indivíduos com deficiência que se tornam soropositivo 3) Têm menores chances de serem atendidos pelos esforços nacionais de
soropositivos são duplamente estigmati- zados, principalmente dentro da educação acerca da Aids;

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4)Enfrentam 4) Enfrentam a discriminação em proporções ainda maiores se às
forem mulheres. necessidades de indivíduos que de outra maneira não seriam alcançados.
Razões pelas quais as pessoas com deficiência não estão sendo alcançados ou aten-
RESULTADOS MAIS didos:
RECENTES
1)A falta de educação limita a habilidade de obtenção e processamento de informa-
Há extrema necessidade de pesquisa em todos os níveis:
1)Epidemiológico;
2)Médico;
3)Ciências sociais;
4)Programas e
serviços
5)Averiguação e avaliação de intervenções atuais e
futuras.

1) Epidemiológico;
2) Médico;
3) Ciências sociais;
4) Programas e serviços
5) Averiguação e avaliação de intervenções atuais e futuras.

Há necessidade eminente e imediata para educação sobre o HIV/Aids, intervenção,


e serviços que atendam indivíduos e grupos de pessoas com deficiência em todo o
mundo.

Há também a necessidade para:

1)O 1) O entendimento sobre quais programas funcionam e quais não funcionam


com as populações de pessoas com deficiência e a razão para isto.
2)Pesquisas 2) Pesquisas sobre quais são as necessidades clínicas que possam existir
para pessoas com deficiência com relação à abordagem e tratamento para a Aids
para com a po- pulação em geral (por exemplo, a associação de medicamentos
psicotrópicos com os antiretrovirais ainda precisa ser abordada).

3)O 3) O acompanhamento e a avaliação dos poucos projetos pilotos que já são


disponi- bilizados.
Com base nas informações que foram coletadas através deste levantamento até o
presente momento, a tipologia de intervenção (abordando um continuum de Tipo I
a Tipo III) poderia ser proposta da seguinte forma:
Tipo I – Indivíduos com deficiência incluídos como membros da população geral
que
requerem pouca ou nenhuma adaptação ou gasto adicional
Tipo II – Indivíduos com deficiência incluídos como membros da população em geral
que requerem adaptações pequenas ou moderadas e que façam parte dos
programas direcionados à população em geral para assegurar a inclusão de pessoas
com defici- ência
Tipo III – Intervenções específicas para pessoas com deficiência que visam atender
ções e social.
2)A 2) A informação é disponibilizada em formatos inacessíveis Chamamos de lesão medular toda injú-
a)As 2) As campanhas de rádio excluem as pessoas com deficiência auditiva; ria às estruturas contidas no canal me-
b)Os b) Os outdoors excluem a pessoa com deficiência visual; dular (medula, cone medular e cauda
c)Mensagens c) Mensagens complexas ou vagas excluem pessoas com deficiência equina), podendo levar a alterações
intelectual; motoras, sensitivas, autonômicas e psi-
d)As d) As clínicas e serviços de saúde são inacessíveis. coafetivas. Estas alterações se mani-
festarão principalmente como paralisia
PARA REALIZAR O TESTE ANTI-HIV ou paresia dos membros, alteração de
tônus muscular, alteração dos refle-
Procure a Fundação de Med.Tropical do Amaz Medicina Tropical do Amazonas, a xos superficiais e profundos, alteração
Maternidade Moura Tapajós, a Casa de Saúde da Mulher, a Fundação Alfredo da ou perda das diferentes sensibilidades
Matta, as Policlínicas e Unidades Bási- cas de Saúde mais próximas de sua (tátil, dolorosa, de pressão, vibratória
residência. e proprioceptiva), perda de controle
esfincteriano, disfunção sexual e alte-
rações autonômicas como vasoplegia,
6.5 LESÃO MEDULAR alteração de sudorese, controle de
(LM) temperatura corporal entre outras.
No brasil a incidência de trauma raquimedular é de 40 casos novos/ano/milhão de
A lesão da medula espinal é um dos habitantes, ou seja, cerca de 6 a 8 mil casos novos por ano, sendo que destes 80%
mais graves acometimentos que das vítimas são homens e 60% se encontram entre os 10 e 30 anos de idade.
pode afetar o ser humano e com Estima-se que ocorram a cada ano no país País, mais de 10.000 novos casos de
enorme repercus- são física, psíquica lesão me- dular, sendo o trauma a causa predominante, o que representa uma
incidência muito elevada quando comparada com outros países.

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Trata-se definitivamente de uma patologia de alto impacto sócio-econômico ção muscular ativa e/ou preservação sensitiva abaixo do nível de lesão se dá por
socioeconômico no nosso uma
país, sendo que o custo para a sociedade por paciente permanece alto. escala específica (Frankel ou Asia Impairment
Nos estudos brasileiros que descrevem a ocorrência de casos em hospitais ou Scale).
centros de reabilitação, é consensual que a maioria é de origem traumática. No Determinamos o nível sensitivo da lesão através da avaliação clínica da
entanto, há divergências entre a etiologia mais comum. Estudos em centros de sensibilidade dos dermátomos ao toque leve e à dor. São avaliados pontos chaves
reabilitação revelam que a maior parte dos casos relaciona-se a acidentes dos dermátomos dando notas de 0 (zero) para ausência de sensibilidade, 1 para
automobilísticos e ferimentos por projétil de arma de fogo como segunda causa sensibilidade alterada (di- minuição ou aumento) e 2 para sensibilidade normal.
mais comum. Já em le- vantamentos realizados em centros de referência em O nível motor é determinado pela avaliação do grau de força muscular (Tabela 1)
traumatologia da cidade de são paulo, a causa mais comum relaciona-se a quedas, nos grupos musculares correspondentes aos miótomos (Tabela 2). Esta gradação
em especial quedas de laje. vale ressaltar que estes últimos estudos também não é aplicada aos músculos do tronco.
mostram uma diminuição da ocorrência por acidentes automobilísticos, sendo
observado aumento apenas nos acidentes com motociclistas. Grau 0 Paralisia Total total
As causas não traumáticas correspondem a cerca de 20% dos casos de lesão
medular e compreendem um vasto leque de patologias como tumores intra e Grau 1 Contração Visível ou Palpável visível ou palpável
extra-medula- res, fraturas patológicas (metástases vertebrais, tuberculose, Grau 2 Movimentação ativa sem vencer a força da gravidade
osteomielite e osteo- porose), estenose de canal medular, deformidades graves da
coluna, hérnia discal, isquemia (em especial associada a aneurismas de aorta), Grau 3 Vence a gravidade, mas não vence qualquer resistência
infecciosas (p.ex. mielite transversa, paraparesia espástica tropical) e auto-imunes Grau 4 Não vence a resistência do examinador
autoimunes (p.ex. esclerose múltipla).
Grau 5 Normal
Tabela 1: Avaliação da força muscular.
DIAGNÓSTICO
Nível Motor Ação
Nível neurológico da lesão
C5 Flexão do cotovelo
A lesão medular é classificada segundo a padronização internacional determinada C6 Extensão do punho
pela American Spinal Injury Association – ASIA (Asia) (disponível em http://asia-
spinalin- jury.org/). C7 Extensão do cotovelo
O nível da lesão é determinado após exame de força motora, sensibilidade e refle- C8 Flexão das falanges distais
xos.
Cabe ressaltar que em casos traumáticos, durante a fase de choque medular,
T1 Abdução do quinto dedo
pode haver ausência de reflexos, sendo impossível durante este período predizer T2 - L1 Não é possível quantificar
se a le- são é completa ou incompleta. L2 Flexão do quadril
A volta dos reflexos, testada pelos reflexos bulbo cavernoso e cutâneo anal marca
o fim do choque medular, momento este em que devemos repetir o exame L3 Extensão do joelho
neurológico para determinar o grau (completo ou incompleto) e nível (sensitivo e L4 Dorsiflexão do pé
motor) da lesão medular.
Em relação ao nível da lesão medular, define-se como tetraplegia o L5 Extensão do hálux
acometimento de tronco, membros superiores e inferiores e paraplegia como o S1 Plantiflexão
comprometimento de tronco e membros inferiores.
Na propedêutica, conceituamos plegia como a ausência de movimento voluntário e Tabela 2: Miótomos e testes musculares
paresia como a presença de contração muscular voluntária com diminuição da correspondentes.
força. No entanto, a ASIA Asia recomenda que nos casos de lesão medular SEMPRE
se classifique como tetraplegia ou paraplegia. A diferenciação dos casos nos quais
há movimenta-
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EXAMES da sensibilidade. Devemos diagnosticar e tratar a dor o mais precocemente possível
COMPLEMENTARES para que diminua a chance de
cronificação.
Para determinar o nível ósseo de lesão, iniciamos a investigação com radiografia A dor pode ser um fator incapacitante às vezes mais importante que a própria
ântero-posterior e perfil da coluna. perda motora e tem implicações funcionais, psicológicas e sócio-econômicas
Sempre que possível o paciente deve ser submetido a tomografia computadorizada socioeconômicas. Assim como a espasticidade, a piora do padrão de dor pode
para melhor avaliar e classificar a lesão óssea. Tal exame é fundamental nas relacionar-se a estímulos nociceptivos periféricos.
fraturas cervicais altas e nas fraturas da transição cervico-torácica que A abordagem terapêutica deve se embasar em quatro recursos: medicamentoso-
geralmente não são bem avaliadas pe- las radiografias simples. -cirúrgico, reabilitação física, posicionamento e aconselhamento comportamental-
O exame de Ressonância Magnética (RM) não é realizado de forma rotineira nos -afetivo.
pa- cientes com lesão medular. Este exame demanda tempo, disponibilidade e por
isso nem sempre é adequado a muitos desses pacientes que podem estar Medicamentoso-cirúrgico: de acordo com o tipo de dor, a queixa do paciente e suas
instáveis do ponto de vista clínico, neurológico e hemodinâmico. comorbidades, são utilizados medicamentos de diferentes classes, sendo que os
A ressonância é indicada nos caso em que constatamos discrepância entre o exame que oferecem melhores resultados são os antidepressivos (tricíclicos e inibidores
neurológico e os exames de radiografia e tomografia. Podemos estar diante de duais de recaptação da serotonina), os anticonvulsivantes e em alguns casos os
lesão neurológica sem lesão óssea, como por exemplo, as lesões causada por hérnia opióides de liberação rápida. Também podem fazer parte da grade medicamentosa
de dis- co traumática, he- matomas hematomas ou crianças com SCIWORA – Spinal os neuro- lépticos, anti-inflamatórios e miorelaxantes.
Cord Injury WithOut Ra- diologic Abnormality Lesão Medular Sem Anormalidade Em casos de insucesso, abordagens neurocirúrgicas de neuromodulação ou neuroa-
Radiológica (Sciwora, na sigla em inglês), situações clínicas nem sempre blação podem ser utilizadas, sempre levando-se em consideração seus efeitos posi-
visualizadas na tomografia e radiografia. tivos comparados com as consequências das mesmas.
É também indicada a ressonância magnética nos casos em que o paciente Todo e qualquer procedimento deve ser instituído com a ciência e concordância
apresenta déficit progressivo, ou nos casos de fratura luxação cervical que não do
podem ser tra- tados inicialmente com halo craniano, ou que não apresentam paciente e/ou responsável.
redução de luxação cervical com este méto- do e que terão de ser submetidos à
redução cirúrgica desta luxação. Neste último caso, a ressonância será importante Reabilitação Física: uma rotina de exercícios e atividades funcionais, além de
para a indicação da via de acesso cirúrgico. trazer benefícios fisiológicos inerentes à atividade (por exemplo, liberação de
Se houver a suspeita de instabilidade ligamentar da coluna, deve-se idealmente re- endor- finas), pode favorecer não somente a analgesia, mas também o desvio do
alizar a RM. Não são indicadas radiografias dinâmicas na urgência, pois existe o foco por parte do paciente do seu quadro álgico, melhorando as possibilidades de
risco do agravamento ou da ocorrência de uma eventual lesão medular com esta sucesso das terapias instituídas. O engajamento em atividades do cotidiano
manobra. favorece também a experimentação do potencial produtivo, com reflexos no
humor e na motivação do indivíduo.
CONSEQUÊNCIAS DA LESÃO MEDULAR E OUTROS TÓPICOS DE Aconselhamento comportamental-afetivo: explicar ao paciente as possíveis causas
RELEVÂN- CIA da dor, valorizar os seu potencial residual e incentivar a busca de recursos compor-
tamental-afetivos para superar o quadro da incapacidade são fundamentais para o
sucesso dos recursos terapêuticos relatados acima.
Dor Neuropática
Alterações músculo-esqueléticas
A ocorrência de dor após a lesão medular é muito freqüente frequente, 60% dos
casos terão dor em alguma fase da vida. Cerca de um terço dos pacientes 1. Ossificação Heterotópica
desenvolve dor crônica de forte intensidade. A International Association of Study (OH)
of Pain (IASP) (Iasp) classifica a dor após a lesão medular em nociceptiva (visceral
ou osteomuscular) e neuropática e o correto diagnóstico do fator causal é É a formação de osso em tecidos moles em locais onde normalmente este não
fundamental para o sucesso do tratamento. A dor neuropática caracteriza-se por existe. Ocorre sempre abaixo do nível de lesão, mais comumente nos quadris,
sensação desconfortável geralmente imprecisa em queimação, choque ou mas pode ocorrer em outras grandes articulações como joelho, ombro e cotovelo.
formigamento em região na qual há perda ou diminuição Pode levar à
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formação de grandes massas ósseas peri-articulares e diminuir a amplitude
articular ou até mesmo bloquear completamente a articulação, o que pode 3. Alterações
prejudicar a rea- lização das Atividades de Vida Diária. Vasculares
O diagnóstico da OH ocorre, geralmente, entre o primeiro e o sexto mês após a in-
júria medular, sendo a maior frequência de detecção nos primeiros dois meses São três principais complicações no sistema circulatório, que podem ocorrer após a
após a lesão. Os achados clínicos mais comuns são a redução da amplitude de lesão medular - hipotensão postural, disreflexia autonômica, trombose venosa pro-
movimento articular associada ou não à crepitação ao movimento ativo ou funda.
passivo. Os sinais inflamatórios, como edema periarticular, eritema, aumento de
temperatura local e dor (quando há sensibilidade preservada) usualmente estão 4.
presentes. TVP
Por ser o diagnóstico inicial predominantemente clínico, os membros da equipe
mul- tiprofissional devem permanecer atentos aos sinais de instalação da OH A trombose venosa profunda (TVP) é decorrente da hipercoagulabilidade
durante os exames de rotina, consultas e procedimentos. A detecção precoce na sanguínea, das alterações endoteliais e da estase venosa (tríade de Virchow). A
fase aguda, an- tes do amadurecimento e calcificação, e o tratamento adequado, paralisia associada à vasoplegia faz com que os pacientes com lesão medular
são fundamentais nesse tipo de acometimento e podem evitar a sua progressão. tenham alto risco de desen- volver fenômenos tromboembólicos venosos
Cuidados simples levam à prevenção das microlesões vasculares associadas à ossifi- principalmente nas 4 primeiras semanas após a lesão. Cerca de 50% dos pacientes
cação heterotópica. A cuidadosa mobilização articular nos extremos do arco de na fase aguda desenvolvem TVP assintomá- tica, 15% apresentam manifestações
mo- vimento, em especial no quadril. Tais cuidados, que incluem também evitar clínicas e 4% evoluem para embolia pulmonar, muitas vezes fatal. O quadro
realizar punções venosas abaixo do nível de lesão devem ser tomados por todos os clínico se caracteriza pelo edema e empastamento da extremidade, aumento da
membros da equipe de saúde. temperatura local, cianose ou hiperemia. Pode haver queixa dolorosa quando o
paciente tem a sensibilidade preservada.
2. Osteoporose A prevenção deve ser feita com uso precoce de anticoagulantes, movimentação
pas- siva dos membros inferiores e uso de meias elásticas compressivas.
A osteoporose pode reconhecidamente ser uma consequência da lesão medular.
Um acentuado declínio na densidade mineral óssea já pode ser detectado 5. Hipotensão
radiologica- mente nos membros inferiores dos pacientes desde a sexta semana Postural
após a lesão medular, sendo descrita uma progressão deste até um a dois anos
após a lesão, com subsequente estabilização do quadro. Tal fato torna-se relevante A hipotensão postural é consequência da vasodilatação abaixo do nível de lesão
na medida em que resulta numa fragilidade óssea e portanto com maior risco de medular e consequente represamento de sangue nos membros inferiores, além da
fraturas nessa popu- lação. ausência ou diminuição dos reflexos vasomotores posturais. A elevação brusca do
Diante do diagnóstico de fratura, em geral, o tratamento deve ser efetuado decúbito, ao assumir a posição sentada ou em pé, provoca queda da pressão
seguindo a conduta habitual instituída ao paciente com idade equivalente; no arterial sistólica e diastólica, manifestando-se clinicamente como tontura,
entanto deve-se evitar trações e ter muito cuidado ao se utilizar o tratamento escurecimento da visão, zumbido e até síncope.
conservador usando gesso, devendo acolchoá-lo bem devido ao risco de úlceras por A prevenção é feita com treinamento progressivo de elevação de decúbito, ingestã
pressão. Os resulta- dos de osteopenia ou osteoporose encontrados na avaliação o ingestão hídrica adequada, uso de meias elásticas compressivas e faixas elásticas
pela densitometria óssea parecem ter uma boa correlação com o risco de fraturas. abdominais.
Recentemente, tem sido proposto o uso de bifosfonados e cálcio para o tratamento
da osteoporose no paciente com lesão medular, apesar deste tema ainda ser 6. Disreflexia
contro- verso. Autonômica
Portanto, deve-se orientar o paciente quanto aos riscos de fratura, ensinar
técnicas corretas de transferências e demais atividades de vida diária e frente a A disreflexia autonômica é uma crise hipertensiva, definida como aumento de 20
suspeita de lesão óssea (hiperemia, encurtamento de membros, dor), que mmHg na pressão arterial sistólica e diastólica basal. Vale lembrar que a PA
procure serviço de pronto atendimento para diagnóstico e tratamento corretos. destes pacientes, em especial os tetraplégicos, tende a ser baixa (pela vasoplegia).
Portan- to, níveis pressóricos considerados normais para a população geral como
120 x 80 mmHg ou 130 x 90 mmHg podem ser elevadas para estes pacientes. A
manifestação clínica mais comum é caracterizada por intenso desconforto
geralmente associado à cefaléia cefaleia, sudorese, piloereção, dilatação das
pupilas e rubor facial. Ocorre em pacientes com lesão medular acima de T6. Após um estímulo nociceptivo abaixo do

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nível da lesão é desencadeada uma reação adrenérgica (simpática). Esta reação da bexiga neurogênica deve garantir esvaziamento vesical a baixa pressão, evitar
leva a uma vasoconstrição importante de todo leito vascular e consequente estase urinária e perdas involuntárias. Na maior parte dos casos, este esvaziamento
elevação da PA. Os centros baroceptores (seios carotídeos), acima do nível da deverá ser feito por cateterismo vesical intermitente, instituído de forma manda-
lesão, serão ativados, desencadeando resposta parassimpática visando tória, independente da realização precoce do exame de urodinâmica, desde a alta
vasodilatação e diminui- ção da freqüência frequência cardíaca. No entanto, hospitalar. Além dos riscos clínicos (infecção e insuficiência renal), a
devido à lesão medular, este estímulo não poderá ser transmitido aos vasos abaixo incontinência urinária causa isolamento social e tem grande impacto na
do nível da lesão. O principal leito vascular do corpo humano é o leito esplâncnico autonomia funcional do paciente.
(das vísceras abdominais) e, por isso, a vaso dilatação do leito vascular de lesões
Infecções do trato urinário são extremamente frequentes nos lesados medulares
acima de T6 não será suficiente para compensar a vasoconstrição no território
sendo a principal doença infecciosa que os acomete tanto na fase aguda quanto
abaixo do nível da lesão, levando a hipertensão arte- rial e todos os sintomas
na fase crônica da lesão medular. A principal causa relaciona-se com a retenção
relatados previamente. A causa mais comum é a distensão das vísceras ocas,
e esvaziamento incompleto da bexiga. Os pacientes que realizam cateterismo
principalmente pelo não esvaziamento da bexiga ou obstipação intestinal, mas
vesical intermitente são todos virtualmente colonizados em seu trato urinário,
vale ressaltar que qualquer estímulo nociceptivo abaixo do nível de lesão (úlceras
devendo-se tomar cuidado para o diagnóstico correto de infecção nestes
por pressão, infecção urinária ou mesmo uma roupa ou sapato aperta- dos) pode
pacientes. Serão valo- rizadas apenas uroculturas positivas de pacientes que
levar a uma crise de disreflexia. Uma rápida inspeção visual do corpo do indivíduo,
tiverem sintomas consistentes como febre, aumento ou aparecimento de perdas
buscando possíveis lesões causadas pelo atrito, cisalhamento ou pressão nos
segmentos corporais sem sensibilidade protetora deve ser realizada. Especial urinárias entre os cateterismos, aumento de espasticidade e automatismos e piora
atenção deve ser dada à fricção/abrasão de membros contra o solo, a roda ou da dor neuropática, entre outros. Naqueles pacientes com alta pressão de
outros componentes da cadeira de rodas. esvaziamento, rígido cateterismo intermi- tente deve ser instituído desde o
O tratamento é a resolução ou retirada do estímulo nociceptivo, sendo desneces- início, com controle medicamentoso e controle periódico da função renal.
sário, na maioria dos casos, o uso de anti-hipertensivos. Como medida imediata, Assim, levando-se em consideração os aspectos colocados acima, torna-se manda-
sempre se recomenda o esvaziamento vesical com sonda de alívio e colocação do tória a avaliação periódica do trato urinário do paciente lesado medular durante
paciente na posição sentada. toda a sua vida (semestral ou anualmente, de acordo com a necessidade) através
de exames laboratoriais e de imagem, bem como o acompanhamento com médico
urologista que dará as diretrizes para a melhor forma de esvaziamento vesical e
7. Bexiga Neurogênica rea- lizará procedimentos cirúrgicos quando necessário.

As repercussões urológicas causadas pela lesão na medula 7.1 Cateterismo Intermitente


espinhal constituem umas das maiores preocupações para Limpo (CIL)
a equipe de reabilitação, pois o mau funcionamento ve-
sical pode, quando assistido inadequadamente, acarretar O Cateterismo Intermitente
complicações que vão desde a infecção urinária, cálculos Limpo é uma técnica desenvol-
vesicais até fístulas peno-escrotais, refluxo vésico-urete- vida para tratar pacientes de
ral, hidronefrose e em casos extremos, perda da função qualquer idade que
renal. apresentam problemas de
A micção normal envolve complexos mecanismos de integração do sistema nervoso esvaziamento da bexiga
autônomo (involuntário) e piramidal (voluntário). O ciclo normal de micção deve urinária. Seu treinamen-
permitir armazenamento de urina, percepção de bexiga cheia e eliminação volun- to é rápido e de fácil aprendizado. Nele, um cuidador pode ser treinado para rea-
tária com baixa pressão vesical. Para o esvaziamento vesical adequado, deve haver lizar a técnica em crianças (incluse inclusive muito novas) e adultos com
relaxamento voluntário do esfíncter em sincronia com a contração do detrusor (in- limitações motoras severas. Entretanto, a grande maioria das pessoas realiza o
voluntária). Se o relaxamento do esfíncter externo não é possível e ocorre autocateterismo, o que permite ao paciente ter maior autonomia.
contração involuntária do detrusor, há aumento da pressão intravesical com risco Ela consiste na introdução de uma sonda através da uretra até a bexiga e tem como
de refluxo vésico ureteral e falência renal a longo prazo por obstrução pós-renal. A finalidade drenar a urina retida, utilizando para a higienização, apenas água e
estase uri- nária leva infecções urinárias de repetição e risco de cálculos sabão. Quando bem indicado, é um recurso seguro, pois tem um pequeno índice de
urinários. O manejo compli-

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cações, reduz os índices de infecções urinarias, preserva o trato urinário terna de controle voluntário. O esfíncter anal interno permanece contraído a maior
superior, preserva o músculo da bexiga. Melhora a qualidade de vida dos parte do tempo. Seu relaxamento é determinado por arco reflexo desencadeado
pacientes pois me- lhora a continência, promove maior independência, assegura pela chegada das fezes à ampola retal. Nas lesões acima do cone medular, este
um melhor convívio social, ajudando na recuperação da auto estima. reflexo está preservado e às vezes hiperativo, sendo a perda do controle do
esfíncter anal externo que, neste caso, normalmente mantém-se hipertônico e
7.2 Outras soluções contraído, deter- mina o impedimento da eliminação normal das fezes,
predominando neste paciente a obstipação. Nos pacientes com lesão no nível do
Como falamos, o CIL é a técnica ide- cone ou da cauda equina, este reflexo está abolido ou diminuído, predominando
al para realizar o esvaziamento total a contração do esfíncter interno e consequente obstipação. Como o esfíncter
da bexiga. No entanto, outra possível externo está flácido ou atônico e mus- culatura do esfíncter interno não é muito
consequência da disfunção urinária é forte, com o acúmulo de fezes na ampola retal pode haver perda involuntária de
o vazamento acidental de urina entre fezes aos esforços.
as micções. Para este caso, uma Compete à equipe multiprofissional orientar o paciente com lesão medular a ingerir
das soluções para os homens é o dieta não obstipante (rica em fibras), realizar manobras como massagens abdomi-
cateter exter- no, que c o m o nais, seguir as medidas laxativas prescritas, orientar, prescrever ou realizar, se for o
os preservativos são colo- c a d o s caso, o “toque retal” conjuntamente, com o objetivo de atingir uma rotina de esva-
em volta do pê- n i s , ziamento que não prejudique seu cotidiano ou acarrete na formação de fecaloma.
com uma abertura na extremidade, por onde a urina é drena- d a Uma alternativa para pessoas que, mes-
por um tubo para um coletor que deve ser afixado na perna ou mo após uma evacuação diária, continu-
na cama do paciente. am perdendo fezes em menores quanti-
Os cateteres externos são aplicados com um adesivo dentro da dades no decorrer do dia, é o Plug Anal,
bainha, ou um adesivo aplicado ao pênis antes da aplicação, uma pois funciona como uma barreira efetiva
ou tira aplicada sobre a bainha após o posicionamento do para as fezes no reto. Seu formato (do
cateter. coleta tamanho de um supositório) torna fácil
O cateter é fixado sobre uma bolsa de drenagem urinária, que ada por o processo de inserção e remoção, pro-
a urina. Esse sistema é usado para prevenir a umidade caus porcionando maior liberdade e indepen-
incontinência urinária de curta duração (temporária) ou de longa dura- dência. Também oferece segurança e
ção (crônica). O cateter deve estar preso, ser a prova de fugas, confortável e conforto ao usuário, despreocupando-o
fácil de evacuações e odores involuntários, melhorando sua auto-estima.
de colocar e remover. Pode ser utilizado por pessoas com fezes firmes ou pastosas, não devendo ser
utili- zado em casos de diarréias.
8. Intestino neurogênico Neurogênico
9. Úlceras por Pressão
A função intestinal também estará afetada (Escaras)
nos pacientes com LM. A motilidade do
cólon é basicamente autônoma recebendo
pouca influência do sistema nervoso A úlcera por pressão é uma complicação facilmente evitável que leva a uma série
central. Após uma fase inicial de íleo de comprometimentos sociais, econômicos e que atrasa o processo de reabilitação.
neurogênico que pode ocorrer na fase Um estudo americano com 1,4 mil pacientes com lesão medular a pelo menos um
aguda da LM, o tubo digestivo retorna a ano aponta que destes, 39% reportaram ter tido pelo menos uma úlcera por pressão
apresentar movimentos peristálticos, no último ano e 20,4% relataram apresentar uma na ocasião da pesquisa. Os
ficando somente comprometi- do o pesqui- sadores encontraram ainda uma relação entre uma menor renda familiar e
funcionamento esfincteriano. O esfínc- ter a maior ocorrência de úlceras por pressão no ano anterior e a relação entre
anal compõe-se de uma porção interna de uma menor escolaridade, menor renda familiar e idade mais avançada com a
controle involuntário e uma porção ex- presença atual de
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uma úlcera por pressão. CLASSIFICAÇÃO
Os indivíduos com lesão medular devem ser orientados quanto ao cuidado
adequado ESTÁGIO I
com a pele, desde a fase aguda.
Eritema da pele intacta que não esbranquece após remoção da pressão.

LOCALIZAÇÃO

Estágio II
Perda parcial da pele, envolvendo a epiderme, derme ou ambas.

Estágio III
Locais mais prováveis para o surgimento de úlceras por pressão. Perda da pele na espessura total, envolvendo danos ou uma necrose do tecido sub-
cutâneo que pode se aprofundar, não chegando até a fáscia
A perda de mobilidade associada à perda de sensibilidade faz com que áreas sob
pro- eminências ósseas fiquem mais suscetíveis a fenômenos isquêmicos da pele
(lesões), propiciando o desenvolvimento de úlceras por pressão, uma das
complicações mais comuns após a lesão medular.
A principal medida para evitar essa complicação é o alívio da pressão nas áreas de
maior descarga de peso em média a cada 2 horas. Isso deve ser realizado em qual-
quer posição, como, por exemplo, através da realização de push up (elevação) e
mobilizações ativas ou passivas.
O suporte nutricional adequado e a manutenção da massa muscular
também são importantes fatores preventivos e
terapêuticos.
Curativos e outras medidas podem ter efeitos adjuvantes sobre o fechamento das
lesões, mas não têm nenhum efeito se a mudança de decúbito não for realizada
adequadamente.

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Estágio IV A intensidade da espasticidade assim como a frequência dos automatismos podem
Perda da espessura total da pele com extensa destruição, necrose dos tecidos ou gerar incapacidade, impedindo ou dificultando a realização das atividades de vida
danos aos músculos, ossos ou estruturas de suporte, como tendões ou cápsulas das diária como as transferências (da cadeira de rodas para o leito, carro, cadeira de
articulações. banho, etc.), a troca do vestuário e o posicionamento. O grau de espasticidade
pode aumentar com estímulos nociceptivos abaixo do nível da lesão como distensão
vesi- cal, infecção urinária, cálculos urinários, obstipação intestinal, úlceras por
pressão, paroníquia, fraturas, roupas apertadas, má postura e inadequação de
assento ou Cadeira de Rodas.
A espasticidade também pode ser causadora de deformidades articulares. Estas, se
não corrigidas, podem afetar o prognóstico funcional.

11. Função Sexual

A
ONDE ENCONTRAR O SERVIÇO DE ORIENTAÇÃO EM Anatomia e Fisiologia dos Órgãos
s
MANAUS h
Centro de Vida Independente do Amazonas (CVI- w Genitais Masculino
AM) o
Endereço: Rua Acaraí N°50,Conj. Atílio Andreazza - Japiim (ônibus 612, 613 ou 614 r
) Cep: 69077-620 - Manaus/AM,Brasil. Telefone: +55 (92) 3615-2652. t
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site: www.cviam.org.br - e-mail: .
cvi.am@hotmail.com

10. Espasticidade /
Automatismos

A espasticidade é uma expressão clínica da lesão do sistema piramidal na qual


ocorre aumento do tônus muscular (hipertonia) caracterizado por aumento da
resistência ao estiramento muscular passivo e dependente da velocidade angular.
Geralmente está associada a automatismos (movimentos involuntários em flexão
ou extensão). Classifica-se pela Escala Ashworth modificada (Tabela 3).

Grau 1 Tônus muscular normal


Grau 2 Discreto aumento do tônus, com pequena resistência ao
movimento passivo
Grau 3 Tônus aumentado com facilidade para realizar o
movimento passivo
Grau 4 Tônus bastante aumentado com dificuldade para realizar
o movimento passivo
Grau 5 Tônus muito aumentado com articulação fixa em
extensão ou flexão
Tabela 3. Escala de
testículos são responsáveis pela ratura interna do corpo, ou então a
produção das células reprodutoras qualidade do esperma pode cair.
masculinas, chamadas de esperma- O esperma é composto por esperma-
tozóides. Eles estão localizados den- tozóides e por líquidos produzidos
O aparelho reprodutor masculino é composto basicamente pelos corpos
tro da bolsa escrotal, que fica fora pelas vesículas seminais e próstata.
cavernosos, uretra, próstata, por dois canais deferentes, duas vesícu- las
do corpo. Isto acontece porque os Tais líquidos constituem o meio
seminais, dois testículos e a bolsa escrotal.
testículos têm que permanecer em para a sobrevivência dos
Os corpos cavernosos são tecidos que se assemelham a uma espuma. Quan- do
uma temperatura inferior a tempe- espermatozói-
estes espaços cavernosos ficam cheios de sangue, o pênis fica ereto. Os

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des. garão até os órgãos genitais.
Os canais deferentes são dutos que possibilitam o transporte dos espermatozóides
situados nos testículos, até a região das vesículas seminais. Ereção Psicogênica
A uretra tem duas funções, uma de transporte da urina contida pela bexiga até o
exterior e outra para o transporte do esperma, também até o Na ereção psicogênica, os estímulos partirão do
cérebro, descerão pela medula e chegarão atra-
exterior. Ereção vés de nervos até os órgãos genitais, levando as-
sim, os comandos de ereção.
A ereção ocorre quando os corpos cavernosos são inundados por uma grande quan- Este tipo de ereção ocorre frente a um estímulo
tidade de sangue. Ela pode ser provocada de forma reflexa, psicogênica ou que cause excitação ou desejo sexual, seja ele
visual, tátil, por cheiro, sons, pensamentos, etc.
ambas. Ereção Reflexa Ela é comandada pelo centro medular
toracolom-
A ereção reflexa será gerada por estímulos nos ór-
bar níveis T11-
gãos genitais ou regiões próximas. Tais L2.
estímulos chegarão até a medula, que
responderá com co- mandos que levarão à
ereção, caracterizando um arco reflexo,
independente de estímulos do cére- bro. Ela é
comandada pelo centro medular sacral situado
nos níveis S2,S3 e S4.

Ausência da Ereção Psicogênica

Caso ocorra uma lesão acima da cauda equina e


do cone medular, não haverá a ereção
psicogê- nica, pois os comandos que partirem
do cérebro em direção aos órgãos genitais
Ausência da Ereção Reflexa
serão bloqueados no ponto onde existe a
lesão. Porém, a ereção reflexa estará
Caso a lesão ocorra no cone medular ou na
presente, pois o arco-reflexo fica preservado.
cauda equina ou em ambos, não haverá a
presença da ereção reflexa, pois o arco reflexo
não existirá. Entretanto, a ereção psicogênica
estará presen- te, pois os estímulos que partem
do cérebro che-

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Ausência de Ambas 3 - Fazer o uso de medicamentos que melhorem a ereção durante o período de
ação do remédio e do período em que houver o desejo de manter a ereção,
deixando-a mais duradoura e mais forte;

4 - Usar injeções de substâncias vasoativas, aplicada na raiz do pênis. A substância


Em uma lesão extensa, que atinja desde o cone injetada pode ser a papaverina e as prostaglandinas, a qual provocará uma
medular até o nível T11 ou superior, não haverá vasodila- tação e consequente ereção. Este método pode ser usado nos casos onde
a presença, por meios naturais(oriundos do existe ou não a ereção;
próprio corpo) de nenhum dos dois tipos de Importante: este método só poderá ser utilizado após consulta com
ereção, pois tanto o centro da ereção reflexa médico especialista em disfunção sexual na lesão medular.
como o ponto de onde parte da medula os
comandos para ereção psicogênica, estarão
Tais métodos podem gerar o priapismo, que corresponde a
lesados. ereções muito longas, mais que três horas. Se isso ocorrer, será
Para estes casos, foram desenvolvidos alguns necessária que a pessoa procure um hospital, para a retirada do
arti- fícios para a obtenção da ereção. sangue retido nos corpos cavernosos através de uma seringa, com
posterior injeção de substância vasoconstritora nos mesmos.
5 - Prótese peniana, rígida ou
inflável.
A rígida proporcionará ereção constante. Apesar de sua rigidez, ela possue uma
ma- leabilidade, para que o pênis fique posicionado de acordo com as
necessidades. Geralmente ela é fabricada com uma parte interna metálica
maleável, envolta por silicone.
A inflável, proporcionará a ereção de acordo com o comando da pessoa. Através
Métodos para Obtenção e/ou Melhora da Ereção de um sistema de válvulas, recipientes e dutos, um líquido será bombeado para as
próteses, gerando a ereção, ou então, será bombeado para um recipiente colocado
Em alguns casos, a ereção pode não ser satisfatória ou insuficiente para o ato sexu- em locais próximos aos órgãos genitais, esvaziando as próteses, o que levará a não
al. Com orientações dadas por médicos especialistas em disfunção sexual na lesão ereção;
medular, estes problemas podem ser contornados e solucionados. Existem
Importante: este método também pode ser usado nos casos onde
diferentes métodos para a obtenção ou melhora da ereção, nos diferentes tipos de
disfunção, provocada por diferentes tipos de lesão medular. exis- te ou não a ereção, mas, por se tratar de uma cirurgia onde as
próteses serão colocadas nos corpos cavernosos, se constitui no
Nos casos onde existe a ereção, sem ser satisfatória ou suficiente para o ato último recurso a ser utilizado, pois estas “destruirão” os corpos
sexual, cavernosos. Caso haja o desejo de reversão da cirurgia para a
podem ser testados alguns métodos:
retirada das próteses, não ha- verá mais ereção por meios
1 - Testar diferentes posicionamentos do corpo, posição deitado com pernas naturais(do naturais (do próprio corpo), mesmo que ela existisse
abertas ou fechadas, ou então flexionadas e abertas; posição reclinado com as pernas antes da cirurgia.
aber- tas ou fechadas, ou flexionadas e abertas; posição sentado com pernas
esticadas, abertas ou fechadas; Emissão

2 - Provocar a ereção fazendo o uso de anéis reguláveis e com aberturas, afim de A emissão consiste na formação do esperma. Este é composto por espermatozóides
pre- cionar a raiz do pênis, sem correr o risco de não conseguir tirar o anel após a e por líquidos produzidos pelas vesículas seminais e próstata. Tais líquidos
ereção; constituem o meio para a sobrevivência dos espermatozóides.

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É comandada pelo centro situado em T11- na vagina. Esta é uma inseminação artificial caseira, com pouco custo. Este
L2. esperma também poderá ser levado à um laboratório, afim de fazer uma
inseminação artifi- cial laboratorial.
Ejaculação Este método só poderá trazer sucesso em casos onde o arco reflexo esteja
presente. A estimulação elétrica poderá ser utilizada em qualquer tipo de lesão.
A ejaculação é a expulsão do esperma através da uretra. Para que isto ocorra, O processo consiste em introduzir ao ânus um estimulador elétrico, até que chegue
são necessárias contrações de grupos músculares da região pélvica. Neste a região pró- xima a próstata. Estes estímulos provocarão a ejaculação. O esperma
momento, o esfincter se fecha ou permanece fechado, para que o esperma siga será recolhido para futura inseminação artificial. Tal processo deverá ser feito em
para fora do corpo e não entre em contato com a urina. Tais comandos se dão local adequado, como consultórios médicos, clínicas ou hospitais, sempre sob
pelos centros me- dulares T11-L2 e S2, S3 e S4. supervisão de médico especialista em disfunção sexual em lesão medular.
Os espermatozóides também podem ser recolhidos diretamente dos testículos,
Emissão e Ejaculação na Lesão Medular atra- vés de seringa ou por uma especie de biópsia, retirando uma mínima porção.
Ao voltar ejacular, depois de tempos prolongados de ausencia, o esperma terá
uma coloração escuro e pouca densidade. A medida em que as ejaculações forem
A emissão e a ejaculação estão muito mais comprometidas do que a ereção. Na
ocor- rendo, o esperma começará a adquirir coloração mais clara e maior
lesão medular, é muito mais comum a presença da ereção do que a da emissão e
densidade, até chegar aos padrões normais, caracterizando um esperma de boa
ejacula- ção.
qualidade.
Em lesões acima de T11, tanto os centros medulares da emissão como o da ejacula-
ção estão preservados. Desta forma, chegaríamos à conclusão de que tanto a emis-
são como a ejaculação não sofreriam nenhum tipo de alteração, mas ambas sofrem Feminino
uma disfunção de funcionamento, o que muitas vezes leva à uma baixa qualidade
do esperma. Alguns fatores contribuem para esta baixa, como ausencias de
ejaculação, aumento da temperatura das regiões dos testículos, infecções urinárias
frequentes, que se espalham até atingir os canais deferentes, provocando
cicatrizes e dificultan- do a passagem dos espermatozóides.
No momento da ejaculação, o processo correto consiste em fechamento do
esfincter ou permanecer fechado, para que o esperma siga o caminho para fora
do corpo. A falta de sincronismo neste momento leva à ejaculação retrógrada,
ou seja, no momento da ejaculação, o esfincter não se fecha totalmente ou
não permanece fechado, fazendo com que parte do esperma ou sua totalidade
siga para a bexiga. Os espermatozóides, depois de alguns minutos em contato
com a urina, acabam morrendo, pois ela não se constitue em um meio apropriado
para a sobrevivência dos mesmos. Isto não causa mal algum. Quando a pessoa
urinar, o esperma sairá junta- mente com a urina, deixando-a turva,
caracterizando um dos sintomas de infecção urinária. Na dúvida, deverá ser feito
um exame de urina para constatar se há ou não infecção.

Métodos para Obtenção e/ou Melhora da Emissão e da Ejaculação

Com o uso de um aparelho vibrador, escostado na glande próximo ao freio, a


emissão e ejaculação podem ocorrer. Esta intensa vibração serão estímulos que
chegarão até a medula, provocando a ereção e uma possível ejaculação. Se este
processo for feito com o intuíto de reprodução, o esperma pode ser colocado em
um recipiente estéril e posteriormente, com o uso de uma seringa, recolher o
esperma e injetá-lo

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O aparelho reprodutor feminino é composto basica- próximas, a vagina e regiões externas do órgão genital produzem uma lubrificação.
mente por dois ovários, duas trompas, útero, vagina, No orgasmo, a vagina apresenta contracções de maior ou menor intensidade,
pequenos lábios, grandes lábios e clitóris. depen- do do grau de excitação.
Os ovários são os locais onde se localizam as células
reprodutoras femininas, chamadas de óvulos. Lubrificação e Contrações Vaginais na Lesão
As trompas são dutos pelos quais os óvulos são trans- Medular
portados, desde os ovários até o útero.
O útero é o local onde uma nova vida se Tanto a lubrificação como as contrações vaginais, podem sofrer alterações devido
desenvolverá, a lesão. Para aumentar a lubrificação, deverá ser usado algum tipo de creme
caso haja uma fecundação. especial, afim de evitar ferimentos durante o intercurso sexual.
A vagina corresponde ao canal localizado entre o
colo
do útero e a parte externa do órgão genital. Gravidez e
Os pequenos lábios se localizam na entrada da vagina Parto
e os grandes correspondem à parte mais externa.
O clitóris é composto por um tecido erétil, localizado A gravidez acontece quando existe a fertilização, ou seja, a união do óvulo com o
à parte mais frontal da parte externa da genitália. espermatozóide, e posteriormente o alojamento desta nova vida no útero,
transfor- mando-se em embrião e mais tarde em feto. Preso ao útero, o feto se
Ovulação e Menstruação desenvolve, recebendo alimentos e oxigênio da mãe atravéz do sangue, até
alcançar o tempo necessário para o seu nascimento. Este tempo corresponde a
Durante o período em que estão aptas à reprodução, as mulheres passam por um aproximadamente 9 meses, contados a partir da fertilização.
ciclo menstrual, com a duração média de 28 dias. Durante este período, ocorre o
amadurecimento do óvulo, até chegar o momento em que ele é liberado do ovário FECUNDAÇÃO
e segue para a trompa. Neste momento, caso haja a fertilização, ou seja, a união
do óvulo com o espermatozóide, uma nova vida começará a desenvolver-se,
seguindo até o útero e se alojando em sua parede, tranformando-se em embrião e
posterior- mente em feto, desenvolvendo-se até o momento do nascimento. Caso
não ocorra a fecundação, toda a preparação que o útero criou para receber a
nova vida, será eliminada pelo corpo, o que levará à menstruação.

Ovulação e Menstruação na Lesão Medular

No início da lesão, a mulher pode entrar na fase de amenorréia, onde


temporiamen- te ficará sem ovular e menstruar. Tal período tem uma duração
média de alguns dias, podendo alcançar até alguns meses. Terminada esta fase, a
ovulação e menstruação volta a ocorrer como antes da lesão e a mulher poderá ter
filhos normalmente, des- de que seja acompanhada por médicos genecologistas e
obstetras especialistas em lesão medular, para que haja toda uma orientação
sobre os cuidados especiais e os procedimentos para uma gravidez tranquila e sem
riscos.

Lubrificação e Contracções
Vaginais

Frente a algo que lhe cause excitação, como aromas, situações, pensamentos, ou
mesmo com algum ato mecânico, como toques nos órgãos genitais ou em regiões
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O nascimento pode acontecer por parto normal ou através de uma cirurgia para a 11.2 Satisfação Sexual
retirada do bebê. O parto normal será possível quando as contrações úterinas e a
dilatação do colo forem o suficiente para expulsar o bebê do corpo da mãe. Na Nos casos de lesão medular, o
passa- gem do bebê pela colo, vagina e pela área perineal, fortes dores podem ser inter- curso sexual pode não se
geradas. Caso as contrações e dilatação não sejam o suficiente, a mãe será processar de modo espontâneo,
submetida a uma cirurgia para a retirada do bebê. faz-se neces- sária uma preparação,
como esvazia- mento da bexiga,
11.1 Gravidez e Parto na Lesão adequação de posi- ção, etc. A
Medular pessoa com lesão medular pode e
deve procurar sua satisfação sexual.
A mulher com lesão medular pode ter filhos normalmente. É imprescindível ter um A ênfase no genitalismo como única
acompanhamento médico especializado, por genecologistas e obstetras forma de expressão e gratifi- cação
especialistas em lesão medular, para que haja toda uma orientação sobre os sexuais pode ser trabalhada na
cuidados especiais e os procedimentos para uma gravidez tranquila e sem riscos. reabilitação, desde que haja in-
Os cuidados são praticamente os mesmos que uma mulher com lesão medular tem teresse, bem como se faz necessário
que ter com o seu corpo no dia a dia, más todos eles têm que ser reforçados. Na ter profissionais aptos a trabalharem
alimentação, a quantidade de fibras deverá ser aumentada, pois a medida em que com as questões emergentes.
o bebê se desenvolve, a massagem abdominal para a evacuação vai ficando mais
difícil, dificultando assim o processo. Os exercícios respiratórios deverão ser feitos Não raramente, a dependência física é acompanhada por dependência emocional,
ou aumentados, porque, com o crescimento do bebê, a ventilação dos pulmões levando o indivíduo a afastar-se do processo de busca de sua integridade psíquica
pode ficar diminuída, devido a falta de lugar para a expansão. Estes exercícios que muitas vezes é abalada. Alguns apresentam atitude de negação da realidade,
também serão importantes para aumentar a capacidade respiratória, para que, grandes expectativas, etc.
frente a uma gripe ou resfriado com um consequente acúmulo de secreção
pulmonar, não haja a falta de ar. Os cuidados com a bexiga também deverão ser Alguns comportamentos são esperados, como por exemplo: negação da própria
reforçados, afim de evitar infecções urinárias, para que não haja a necessidade da defi- ciência e depressão reativa consequente da perda da autoestima, mas
ingestão de antibióticos, o que pode ser prejudicial ao bebê, pois todo o tipo de podem, com o tempo e devido tratamento, ser substituídos pela aceitação da
substância que a mãe ingere acaba caindo na corrente sanguínea e levada até o realidade.
bebê, que se alimenta do sangue da mãe. Geralmente, durante a gravidez, as
pernas podem sofrer de inchaços. Na lesão medular, este fato pode ser agravado, Existem alguns aspectos que passam por um processo de adaptação e estão forte-
devido as alterações na circulação san- guínea, pelo fato da lesão no SNA. Para mente relacionados à sexualidade: imagem corporal, autoestima e identidade sexu-
contornar tais problemas, a mulher deverá usar meias elásticas e fazer repousos al. O ajuste sexual desempenha papel importante, justamente por estar interligado
regulares, posicionando as pernas em elevação, na posição de decúbito dorsal ou com a auto-estima autoestima.
em inclinação do tronco, para que ocorra o retorno venoso dos pés e pernas.
O nascimento pode ser por parto normal ou cesária, conforme a evolução do Podem aparecer também sentimentos de vergonha, medo, considerando alguns
trabalho do parto, pois as contrações e a dilatação não dependem da medula que sua deficiência venha a ser motivo de rejeição social e sexual, podendo
espinhal. Mesmo não havendo sensibilidade nas regiões ligadas diretamente ao acarretar em isolamento por parte da pessoa com lesão medular, contribuindo
parto, é necessário que se faça todo o trabalho de anestesia, pois tais para dificuldades no ajuste sexual.
transformações durante o parto podem levar a uma crise autonômica hipertensiva.
A amamentação também não sofrerá nenhum tipo de alteração, portanto poderá e Com a instalação da deficiência, muitas vezes se faz necessário ocorrerem novas
deverá ser feita normalmente. adaptações no relacionamento sexual que, se não forem discutidas e experimenta-
das, poderão resultar numa inadequação sexual, o que pode significar um prejuízo
para a reabilitação global da pessoa.

A falta de disposição de um paciente para falar sobre sexualidade não significa,


ne-
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cessariamente, falta de interesse, podendo estar ansioso ou temeroso sobre as ATENDIMENTO DE
impli- cações sexuais acarretadas pela lesão, ou pode ainda não ser o momento URGÊNCIA
adequado para se trabalhar esse aspecto.

Segundo Krusen (1986), a sexualidade é uma questão que faz parte da saúde e Todo paciente politraumatizado é considerado como suspeito de lesão medular.
bem- Este paciente desde o local do acidente deve ser imobilizado com colar cervical,
-estar de um indivíduo. A reabilitação preocupa-se com o paciente integralmente ser mobilizado em bloco, posicionado em prancha rígida e ser transferido para o
e, portanto, a sexualidade, como função natural, faz parte desse todo. O processo pronto socorro.
de ajustamento sexual varia de acordo com cada paciente e depende de alguns Saber como ajudar adequadamente alguém que teve uma lesão na coluna pode re-
fatores, incluindo ajustamento psicológico prévio, qualidade do sistema de duzir os riscos de danos à medula espinhal.
apoio, idade, sexo, saúde física, sistema de crenças e tipo de lesão. Os profissionais de saúde serão mais capazes de avaliar e lidar com potenciais
lesões na coluna vertebral, e terão equipamentos especiais para o transporte de
Profissionais da área da saúde precisam ter cuidado para que as pessoas com pessoas com esses tipos de lesões. Então não mova a vítima, a menos que ela
lesão medular possam aprender mais sobre si mesmas, não se limitando a esteja em pe- rigo imediato de lesão adicional ou se você precisar desobstruir uma
informações focais ou generalizadas, quando não errôneas, a respeito de suas via respiratória para que ela possa respirar. Estabilize a vítima para evitar
capacidades. qualquer movimento da cabeça, pescoço ou do corpo. Você precisa manter a
vítima totalmente imóvel até que a ajuda profissional chegue, se possível.
A obtenção da satisfação sexual por estimulação dos órgãos sexuais por si só não é Dê os primeiros socorros, sem mover a cabeça ou o pescoço da vítima. Se a pessoa
determinante da satisfação sexual de forma geral, havendo outros fatores que po- não estiver respirando ou mostrando sinais de circulação, inicie a Ressuscitação
dem interferir positiva ou negativamente nessa busca, compondo um complexo que Car- dio Pulmonar- RCP (RCP), mas não levante o queixo para abrir as vias aéreas.
pode envolver capacidade criativa, capacidade de imaginação, compreensão do(a) Em vez disso, você deve puxar a mandíbula delicadamente para frente.
parceiro(a), etc. A necessidade de adaptações para a retomada da prática sexual Aguarde o auxílio médico chegar. Permaneça com a vítima até que a ajuda
parece dificultar o (re)estabelecimento da satisfação sexual, na medida em que chegue.
gera hesitação quanto à retomada da prática sexual em virtude da falta de
orientação. Assim como a reabilitação física, a reabilitação sexual também é um Sua melhor opção é evitar remover a vítima, se possível. No entanto, se for
processo que passa por várias fases com ocorrência de alterações, em que o necessá- rio remover a vítima para evitar mais danos, siga estes passos.
trabalho realizado e as elaborações decorrentes podem direcionar o processo para
uma efetiva readap- tação sexual. 1 Puxe-a pelas suas roupas. Segure o colarinho da camisa ou da blusa e use os seus
antebraços para apoiar a cabeça da vítima, puxando o corpo em uma linha reta.
A pessoa com lesão medular, tem condições de manter uma vida sexual que Este é um método preferido, já que a cabeça da vítima fica apoiada enquanto ela é
traga satisfação para si e para seu parceiro. Em se tratando de função sexual, os removida.
fatores psicológicos são fundamentais. Acreditar nas suas potencialidades; não
pensar em penetração como a única forma de relacionar-se sexualmente; procurar 2 Puxe a vítima pelos pés ou ombros. Use ambos os pés, ombros, ou puxe pelos bra-
em seu cor- po as zonas erógenas (partes do corpo que ao serem tocadas de ços segurando os dois braços sob as axilas.
diversas formas dão prazer); compartilhar com o parceiro suas vontades, desejos,
fantasias; ficar atento ao que vê, ouve, toca, sente cheiro ou gosto; preparar-se 3 Mantenha o pescoço e o tronco do corpo o mais reto possível, e puxe a vítima em
fisicamente esvaziando a bexiga e intestino e outros cuidados como tomar banho, uma linha reta. Não puxe o corpo para os lados!
colocar perfume; acei- tar a possibilidade de um “acidente” com bexiga ou
intestino, apesar dos cuidados prévios, e contar com a colaboração do parceiro Use pelo menos duas pessoas, caso seja necessário colocar a vítima na posição la-
para evitar constrangimentos são atitudes que permitirão uma vida sexual teral. Se você precisar rolar uma vítima com possível lesão medular para evitar que
gratificante. ela se asfixie no sangue ou vômito, ou por qualquer outro motivo urgente, use duas
pessoas. Role a vítima de tal modo que o pescoço, a cabeça, as costas e o torso
movam-se como uma unidade. Não deixe o corpo girar.
Ao solicitar ajuda médica, diga que você está lidando com uma vítima de uma lesão
na coluna. Eles serão capazes de lhe dar mais orientações na assistência a vítima.

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Se a vítima estiver consciente, tente mantê-la calma. Explique o que você está fa- muitas vezes psiquicamente negamos o fato pela
zendo e peça que ela permaneça imóvel. Qualquer movimento feito por uma vítima
com uma lesão na coluna pode resultar em paralisia ou morte.

Danos à medula espinhal são permanentes.

Não tente mover a vítima a menos que ela esteja em perigo


imediato!

Se a vítima estiver inconsciente ou tem um ferimento na cabeça, assuma,


automati- camente, que ela sofreu uma lesão na coluna.

ACOMPANHAMENTO
PSICOLÓGICO

O acompanhamento psicológico desenvolve-se integrado a uma equipe


multidisciplinar, cujo objetivo é a reabilitação biopsicossocial do paciente.
O trabalho do psicólogo na Reabilitação, centraliza-se na Psicoterapia Breve
focal, visando a reestruturação da auto-imagem e auto-estima autoimagem e
autoestima, frente a à deficiência física, seja essa congênita ou adquirida,
abordando as perdas, mas ressaltando principalmente suas potencialidades
residuais.
Qualquer paciente que sofre uma lesão Medular seja qual for sua causa (traumática
ou não traumática), sofre o impacto da perda física. Alguns pacientes elaboram
o trauma, outros apresentam grande dificuldade de adaptação às mudanças, e
essa adaptação dependerá das características de personalidade, história de vida,
dinâmica familiar entre outros fatores ambientais e comportamentais
O paciente portador de com lesão medular passa por Fases Comportamentais que
são as seguintes: Choque, Negação, Reconhecimento e Adaptação.

Fase de Choque: Paciente fica confuso e não tem noção da magnitude do fato
ocorrido. Suas funções psíquicas ficam “congeladas”, paciente interrompe o
vínculo com o mundo externo como forma de preservar-se. Nessa fase inicial, a
família tem o papel fundamental, de atuar pelo paciente, pois muitas vezes o
mesmo não tem condições nem físicas nem emocionais de agir frente à magnitude
do problema.

Fase de Negação: Paciente começa a fazer contato com a realidade, mas de


forma distorcida devido à fragilidade emocional. É muito comum essa fase ser
marcada pela frase: “Eu voltarei a andar, estou paralisado apenas
temporariamente”. O pa- ciente pode se comportar de forma passiva, ou
agressiva, projetando no externo sua revolta ou inconformismo por sua situação.
Nessa fase, a família deve estar bem integrada sobre a lesão e o prognóstico do
paciente, para auxiliá-lo com dados de realidade, para que ele possa aderir mais
às orientações. Há também a negação da família, pois é muito traumático e
angustiante, ver um membro que era ativo e produtivo, “paralisado”, então
agressão de ter que olhar para essa nova As fases podem não ocorrer nesta sequência, pois cada paciente vai vivenciá-las de
realidade. acordo com sua história e características de personalidade.

Fase de Reconhecimento: Nessa fase o paciente visualiza a deficiência como


defini- tiva, gerando intensos sentimentos de desamparo e ansiedade podendo REABILITAÇÃ
levar a um quadro de depressão e idéias suicidas. Em contrapartida, essa é a O
fase onde o pa- ciente deve ser estimulado a ter participação ativa para
desenvolver o máximo o seu potencial residual. Nessa fase, a família é de 1. Acompanhamento Fisioterapêutico, Neu-
extrema importância, para estimular o paciente em sua possível superação, a rofuncional e Respiratório
família tem nos profissionais da saúde, seu porto seguro por esse motivo temos
que ser claros e transparentes A qualidade de vida após a lesão medular
está fortemente associada à qualidade e
Fase de Adaptação: Essa é a fase que o paciente sente-se recompensado, põe quanti- dade da abordagem fisioterapêutica
seus esforços utilizando ao máximo sua capacidade, visualizando o processo de que deve ser instituída desde a fase aguda
Reabilita- ção como facilitador para sua reintegração biopsicossocial . inclusive na terapia intensiva. Esta deve ser
baseada não somente em técnicas
A equipe deve usar metas claras e linguagem única, pois se o paciente sentir- respiratórias para ma- nutenção da vida,
se traído por falsas informações ele poderá regredir as fases iniciais. Portanto, é mas também em aborda-
impor- tante que os profissionais da área da saúde que lidam com esta gens mais holísticas que previnam complicações que podem ter efeito devastador
população, tenham conhecimentos aprofundados sobre o diagnóstico, para não sobre a autonomia destes indivíduos, impedindo-os frequentemente de retornar ao
passar informações ir- reais para o paciente e família, serem sempre éticos convívio em sociedade.
para não pôr em risco todo o processo de reabilitação. A intervenção fisioterapêutica neurofuncional deve transcender a manutenção de
amplitudes articulares e o fortalecimento muscular acima do nível da lesão. É fun-
damental que esta tenha como objetivo utilizar o potencial plástico demonstrado

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através da escala ASIA Escala Asia na zona de preservação parcial de cada paciente de reabilitação devem estar envolvidos nos cuidados prestados à pessoa com lesão
para otimizar função e promover sua independência autonomia. medular imediatamente após a injúria, ainda na fase aguda. Os autores afirmam
Sendo assim, deve ser garantida a assistência fisioterapêutica especializada a todos que é fundamental o início precoce das mobilizações, ainda na primeira semana
os indivíduos com lesão medular, em especial durante o primeiro ano após lesão. após a lesão medular, e que as mesmas devem ser realizadas durante toda a fase
hospitalar. Ressaltam a importância de um programa de controle da hipotensão
2 . Terapia postural e posi- cionamento do paciente na postura sentada o mais rapidamente
Ocupacional possível, desde que com a liberação da equipe médica.

O programa de reabilitação de uma pessoa com lesão medular tem início no atendi-
mento prestado ao paciente ainda na urgência ou quando da definição do
diagnóstico nos casos não traumáticos, e segue até a reinserção do indivíduo no 3. Órteses
convívio social, passando por todas as esferas de atenção em saúde.
O prognóstico funcional vai depender de uma série de fatores que incluem o nível O uso de órteses para evitar a instala-
da lesão, o grau de comprometimento, o tempo decorrido desde a injúria ção das deformidades ortopédicas, em
medular, fatores pessoais como idade, peso, histórico de vida pregressa e indivíduos com lesão medular,
características de humor, além de fatores sócio-econômicos socioeconômicos como constitui uma importante estratégia de
o acesso aos serviços especializados de saúde, acessibilidade domiciliar e rede de prevenção secundária. Para os membros
apoio social. superiores podem ser utilizadas órteses
Na avaliação inicial, o profissional deve considerar todas as alterações sistêmicas de posicio- namento ou estabilizadores
inerentes a este tipo de lesão e suas correlações funcionais. A prevenção das de punho, principalmente para
úlceras por pressão, das deformidades do sistema músculo-esquelético e das indivíduos com ten-
complicações dos sistemas urinário, digestivo, circulatório e respiratório, além de dência a contratura em flexão de punho e dedos ou só de punho, respectivamente.
dificuldades no âmbito psicológico e manejo da dor, devem ser prioridades da Extensores de cotovelo podem ser prescritos na tentativa de evitar as
equipe na construção do projeto terapêutico do paciente. deformidades em flexão deste segmento associada à supinação do ante-braço
Para a definição do programa de reabilitação é de grande importância para o antebraço, relativamente co- muns em pacientes com lesões em C5 e C6, devido
Tera- peuta o conhecimento da classificação do paciente na ASIA Escala Asia e, na ao discinergismo entre agonistas
ausência da mesma, é importante que o profissional investigue os níveis motores e - flexores de cotovelo e antagonistas - extensores de cotovelo e pronadores. Nos
sensitivos preservados, visando melhor entendimento sobre o quadro. casos de contratura já instalada, tanto uma ortetização seriada com tala gessada ou
Classificado o nível funcional, o passo seguinte é a definição das metas de reabili- de termomoldável, quanto o uso de extensores dinâmicos ou com distrator para o
tação que, preferencialmente, devem ser traçadas em conjunto com o indivíduo e cotovelo, pode ser avaliado.
seus familiares. O início precoce do treino das Atividades de Vida Diária constitui Além destes, uma série de outros aparelhos – abdutores de polegar, órtese
um poderoso estímulo à prevenção das perdas neuromotoras, comuns nos casos de para tenodese, barra lumbrical, estabilizador de punho dorsal, etc. também
lesões do Sistema Nervoso Central (SNC). O rápido engajamento do indivíduo em podem ser prescritos e/ou confeccionados, para os diferentes níveis de lesão, caso
suas tarefas de rotina favorece a vivência do potencial produtivo, amenizando os os profissio- nais da equipe julguem necessário.
sentimentos de menos valia e a baixa auto-estima autoestima. As estratégias a Especificamente para pacientes que tenham capacidade para realizar a tenodese
serem adotadas dependem, obviamente, das condições clínicas e das possíveis ativa (uso da extensão ativa do punho e concomitante flexão passiva dos dedos
comorbidades asso- ciadas à lesão medular. para a função), o uso de uma luva flexora para dedos pode ser cuidadosamente
O uso de escalas funcionais como a Medida de Independência Funcional facilita o avaliado. Tal estratégia visa favorecer uma “contratura funcional” dos dedos em
processo de definição de metas, auxiliando os terapeutas ocupacionais na semi-flexo semiflexo, situação que facilita a realização das pinças e da preensão
construção do projeto terapêutico. cilíndrica durante a execução de atividades manuais.
Nas fases iniciais, como descrito anteriormente, especial atenção precisa ser dada
as estratégias preventivas, visando evitar o surgimento de complicações 4. Adaptações
decorrentes das alterações de sensibilidade e motricidade que acompanham a
lesão medular. Adaptações para atividades básicas como alimentação e higiene bucal podem ser
Já o Consortium for Spinal Cord Medicine (2008), recomenda que os profissionais pro-
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apresentar acessórios que permitam ajustes personalizados à condição funcional do
videnciadas para pacientes que apre- paciente. Apoios de braços
sentem lesões cervicais ainda na fase
hospitalar. As mais consagradas são
os substituidores universais de
preensão, os copos/canecas de alças
duplas, os engrossadores,
substituidores de pin- ça para
escrita, barra conten- sora de
alimentos, clips para digitação.
Mudan- ças na forma de realizar as
atividades, como a mudança na altura
onde ficam
dispostos os produtos de higiene e beleza no banheiro ou da apresentação da refei-
ção também podem ser propostas, no intuito de facilitar a realização destas
tarefas. A prescrição de cintas de transferências e/ou tábuas de transferência
também pode ser útil, desde que não haja contraindicações. Quando a unidade de
internação hos- pitalar permitir a entrada de computadores, o uso de softwares
softwares livres de controle do mouse por movimentos da cabeça como o câmera
mouse mouse, head mouse head mouse ou eviacam eviacam, para pacientes com
tetraplegia, pode ser iniciado. Com a estabilização do quadro neurológico a
escolha de dispositivos de apoio, as técnicas adaptadas para a realiza- ção das
AVD’s AVDs e adapta- ções ambientais definitivas devem ser consideradas.

5. Cadeiras de
Rodas

Para o indivíduo com lesão medular, a cadeira


de rodas deve garantir conforto, segurança e
posicio- namento adequado, além de
proporcionar melhor funcionalidade e maior
independência.

Nas fases iniciais após a lesão medular, o


paciente ainda se encontra inseguro e,
usualmente, prefere um equipamento que lhe
proporcione maior esta- bilidade. Á À medida
que o quadro evolui, torna-se viável a prescrição
de uma cadeira de rodas mais leve e com melhor
desempenho, acompanhando o quadro motor
apresentado pelo usuário (controle de tronco
conforme nível da lesão).
Quanto à estrutura, as cadeiras de rodas podem ser construídas em aço, alumínio
ou fibras sintéticas. As cadeiras em aço são mais resistentes, mas apresentam peso
elevado. O alumínio garante resistência e redução considerável do peso da cadeira,
porém com maior custo. Já as fibras sintéticas são muito mais leves que o aço e
alu- mínio, porém são menos resistentes e possuem custo elevado.
Independente Independentemente do tipo de quadro, a cadeira de rodas deve
e de pés reguláveis e ou rebatíveis, em folha simples ou dupla, freios de cobertura/capa, a temperatura da superfície da almofada em contato com a pele,
acionamen- to para frente ou para trás, protetores de roupas e de aros, rodas o preço e o desejo do indivíduo, são alguns dos elementos que o Terapeuta
com diâmetro e pneus diversos, cintos de vários modelos, são alguns exemplos. terapeuta precisa analisar antes de decidir por qual sistema de assento
O mancal compõe um sistema que permite a regulagem do centro de gravidade prescrever.
da cadeira de rodas. Este equipamento torna a condução mais leve à medida A prescrição da cadeira de rodas adequada a cada pessoa que sofreu uma lesão
que seu centro de gravidade é adiantado em relação ao alinhamento do ombro medular depende da interação entre fatores individuais, ambientais e inerentes ao
do paciente sentado. Em contrapartida, quando o mancal é ajustado atrás do equipamento. Esta análise deve ser feita de forma criteriosa pelo profissional res-
paciente, o equi- pamento fica mais estável, porém mais pesado para o ponsável, visando maximizar os benefícios decorrentes do uso da mesma.
cadeirante. Devem ser tomadas as medidas da largura do assento, profundidade do quadril,
As rodas anti-tombo antitombo previnem a queda da cadeira pra trás enquanto altura do apoio de pés, altura do apoio de braços e altura do encosto. Esta última
os aros de pro- pulsão podem ser simples (circulares ou oblongos) ou apresentar medida pode ser tomada até a cabeça, até os ombros, até a escápula e ainda
pinos ou fitas ade- rentes que facilitam a condução por pacientes que abaixo da escápula de acordo com as características da lesão e vontade do
apresentem déficits de preensão. As rodas traseiras obrigatoriamente devem paciente.
apresentar sistema quick-release, que permite a rápida montagem e A altura do encosto da cadeira de rodas está intimamente relacionada com o nível
desmontagem das mesmas, tornando o transporte da cadeira mais prático. Já as da lesão / estabilidade lesão/estabilidade do tronco. Pacientes com lesões mais
rodas dianteiras têm diâmetro variável, e como as trasei- ras, podem ser maciças altas ou que utilizem a cadeira de rodas a pouco tempo tendem a se sentir mais
ou infláveis e também podem ser removíveis. confortáveis com encostos mais altos. Já pacientes com lesões mais baixas ou que
Os sistemas de encosto e principalmente de assento devem ser prescritos de possuam experiência no ma- nejo da cadeira, preferem encostos mais baixos.
acordo com as medidas antropométricas apresentadas pelo paciente e podem É importante salientar que muitos pacientes tetraplégicos, mesmo dentre aqueles
ser impor- tantes aliados na prevenção do surgimento e/ou evolução das úlceras com lesões completas (ASIA) (Escala Asia), preferem cadeiras com encostos mais
por pressão, desde que corretamente indicados. baixos, conside- rando que os mesmos permitem maior liberdade de movimento
O peso, a estabilidade ou instabilidade do paciente sentado sobre a mesma, a para o tronco.
dis- tribuição/alívio de pressão proporcionado, o nível de atrito da

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6.6 intestinais e doença de Chagas).
O estoma resultante da cirurgia pode ser temporário ou permanente.
OSTOMIA
O QUE É A BOLSA COLETORA?
O QUE É PESSOA
OSTOMIZADA? A bolsa é um saco coletor que recebe as fezes ou a urina. Há vários tipos, e são indi-
cados de acordo com a localização do estoma, idade da pessoa e tipo de material a
É aquela que precisou passar por uma in- receber. Essas bolsas coletoras podem ser drenáveis ou não, opacas ou transparentes
tervenção cirúrgica para fazer no corpo
uma abertura ou caminho alternativo de
comunicação com o meio exterior, para
a saída de fezes ou urina, assim como
auxi- liar na respiração ou na
alimentação. Essa abertura chama-se
estoma.

O QUE É UMA
ESTOMIA?

É o nome da cirurgia que cria o estoma, um orifício, no abdômen ou na traqueia,


permitindo comunicação com o exterior. São
elas:

• Colostomia
Comunicação do intestino grosso com o
exterior.
• Ileostomia
Comunicação do intestino delgado com o
exterior.
• Urostomia
Cria um trajeto alternativo para a saída da
urina.
• Gastrostomia
Comunicação do estômago com o meio
exterior.
• Traqueostomi
a
Comunicação da traqueia com o
exterior.

POR QUE FAZER A


ESTOMIA?

A cirurgia é feita para auxiliar a pessoa que tem um câncer, ou sofreu acidente,
ou nasceu com problema, ou tem alguma doença (doenças inflamatórias
e em uma ou duas Como trocar sua bolsa
peças.
A maioria dos ostomizados esvazia a bolsa em média de 5 a É muito importante que você carregue sempre consigo uma bolsa extra e todo ma-
10 vezes ao dia. A bolsa deve ser trocada uma a duas terial necessário para uma troca imprevista. Você pode fazer isso em um
vezes por semana, (em alguns casos com mais frequência) banheiro público ou no mato, tudo depende da necessidade.
quando a re- sina se deteriorar ou quando descolar A troca feita na sua casa deve começar no vaso sanitário. Esvazie sua bolsa, lave
(atenção quando houver infiltração de fezes no adesivo, às e feche. Vá para o chuveiro tomar o seu banho e aproveite para ir descolando aos
vezes a bolsa não descola, mas qualquer vazamento pode poucos a bolsa. Retire-a e jogue-a no saco plástico, separado para isso, antes
irritar a pele). de jogá-la no lixo. Tome seu banho normalmente prestando uma atenção especial à
pele ao redor do estoma. Não deixe nenhum resíduo de adesivo nela. Você pode
Como esvaziar a usar seu sabonete comum desde que isso não irrite a sua pele. Se irritar, separe um
bolsa sabonete neutro só para isso.
Quando sair do banho coloque um pedaço de papel higiênico imediatamente sobre
Não espere sua bolsa encher mais que 1/3 da sua o estoma, para evitar que caiam fezes na pele. (Se você for portador de ileostomia
capacidade para esvaziá-la. A maioria das pessoas senta-se isso é imprescindível, já que o intestino funciona o tempo todo, provavelmente
de lado no vaso sanitário enquanto esvazia a bolsa. Após o você terá que trocar várias vezes esse papel até conseguir colocar a bolsa nova).
esvaziamento, lavar a bolsa com a ducha higiênica ou uma garrafa de água, Vista-se e vá tomar 5 minutos de sol, com o estoma protegido, antes de colocar a
enxugar a parte inferior da bolsa com papel higiênico e fechar a bolsa com o bolsa. Sua pele agradece. Agora certifique-se de que a pele ao redor do estoma
clipe. Observar sempre se a bolsa ficou, perfeitamente, fechada para evitar con- tinua limpa e seca. Retire o papel protetor adesivo e aplique a bolsa nova ao
acidentes. Lavar bem as mãos. redor do estoma. É mais fácil aplicar o adesivo de baixo para cima: pressione
Quando a bolsa se enche somente com gases não é necessário lavá-la, basta ir firmemente o lado do adesivo da bolsa à pele que rodeia o estoma, assegurando-se
ao banheiro de vez em quando para eliminar os gases. que está bem aplicado; nenhuma secreção intestinal pode entrar em contato com a
pele.

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é, existe chances maiores de ele ser herdado), que tem início na infância e que
Nas primeiras vezes, você vai achar meio complicado fazer essa troca, talvez
você estrague uma ou duas bolsas antes de aprender a recortá-las (se usar as
recortáveis) ou colá-las adequadamente. Você vai achar que chegou muito rápido o
dia de trocar a bolsa. Com o tempo isso vai se tornar parte do seu banho e você vai
pegar a bolsa junto com sua roupa íntima e achar muito agradável que hoje seja
dia de colocar uma bolsa nova.

Dicas Úteis

• Beba muita água. O consumo de líquidos durante dias quentes deve ser
aumentado
especialmente por ileostomizados.
• Coceira sob a bolsa pode ser sinal de desidratação. Tomar 2 ou 3 copos de
água durante um curto espaço de tempo pode aliviar o problema e evitar uma troca
pre- matura de bolsa. Coceira pode também indicar que fezes entraram em contato
com a pele.
• Quando for viajar leve com você o dobro de bolsas que você usaria normalmente.
Leve-as na sua bagagem de mão.
• Carregue sempre, além de uma bolsa extra, um clipe extra
também.
• Se quiser usar roupas justas, você não pode ter preguiça de fazer a higiene da
bol- sa mais vezes. Para isso carregue sempre uma garrafa de água, caso o banheiro
que você vá usar não tenha duchinha.
• Procure manter um peso adequado. O excesso de gordura pode atrapalhar a
fixação
da bolsa.
• Não exponha o ostoma à água muito quente porque ele não tem terminações ner-
vosas e você pode queimá-lo sem perceber.

ONDE ENCONTRAR O SERVIÇO EM


MANAUS

Policlinica da
Codajás
Endereço: Av. Codajás N°26 - Cachoeirinha
Manaus/AM,Brasil. Telefone: (92) 3612-441 / 3612-4497. e-
mail: paid@policodajas.am.org.br

6.7. TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E


HIPERATIVI- DADE - TDAH (TDAH)
O que é o
TDAH?

O TDAH é um transtorno neurobiológico, com grande participação genética (isto


pode persistir na vida adulta, comprometendo o funcionamento da pessoa em pelo contrário está sempre
vários setores de sua vida, e se caracteriza por três grupos de alterações: correndo, subindo em móveis, árvores, e frequentemente em locais
hiperatividade, impulsividade e desatenção. perigosos.
Uma criança mais hiperativa nem mesmo para comer consegue sentar, quanto
O que é a mais para assistir a um programa de televisão ou ler um livro ou uma revista.
Hiperatividade?
Como aparece a hiperatividade num adolescente ou num
Hiperatividade é o aumento da adulto?
atividade motora. A pessoa
hiperativa é inquieta, está quase Adolescentes e adultos hiperativos costumam se mostrar de forma um pouco dife-
constantemente em movi- mento. rente das crianças, pois é próprio dessas idades mais avançadas uma redução
Quando se trata de criança, os normal da atividade motora. Então, muitas vezes o que predomina no
professores descrevem que ela se adolescente e no adulto é uma sensação interna de inquietação, ou então, eles
levan- ta da carteira a todo instante, se mostram sempre ocupados com alguma coisa, dando a impressão de estarem
mexe com um ou com outro, fala sempre muito atare- fados, quando na verdade o que ocorre é uma dificuldade
muito. Parece que é elétrica, ou que em diminuir o nível de atividade. Adultos têm dificuldade em sair de férias, ou
está com um motorzinho ligado o comumente se ocupam com várias atividades ao mesmo tempo, na maior parte das
tempo todo. Raramente consegue vezes sem conseguir comple- tar nenhuma delas.
ficar sentada, mas se é ob- rigada
a permanecer sentada, se revira o Hiperatividade é sinônimo de
tempo todo, bate com os pés, mexe TDAH?
com as mãos, ou então acaba
adormecendo. Dificilmente consegue
Não, a Não. A rigor, hiperatividade significa apenas o aumento da atividade
se interessar por uma brincadeira motora, que
em que tenha que ficar quieta, mas
pode ser encontrada em diversos transtornos psíquicos, como o autismo, o trans-

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de um comer impulsivo, um comprar por impulso, e também por um tomar
decisões por impulso, como por exemplo, romper um relacionamento, ou assumir
um com- promisso com os demais.
Crianças e adultos impulsivos costumam ter reações explosivas súbitas, dizem o
que veio à cabeça, mas caracteristicamente essa reação logo passa, se
arrependem e tratam a outra pessoa como se não tivessem tido aquela reação
poucos minutos an- tes. Isso é importante para distinguir o TDAH de outros
transtornos nos quais a raiva e o ressentimento duram horas e até dias.

E a desatenção, como se apresenta?

A falha da atenção pode aparecer de di-


torno bipolar e em certos quadros ansiosos. A hiperatividade também pode ocorrer versas formas. A pessoa não consegue
em decorrência de certas doenças físicas (por exemplo, o hipertireoidismo); mais manter a concentração por muito tempo,
raramente pode ser causada por alguns medicamentos. daí que, se começar a ler um livro, na
metade da
O que é impulsividade? página não consegue lembrar o que aca-
bou de ler. Até mesmo numa conversa
Impulsividade é a deficiência no controle dos impulsos, é “agir antes de pensar”. é capaz de perder o fio da meada. A
Podemos entender impulso como a resposta automática e imediata a um estímulo. de- satenção é responsável por erros
Por exemplo, se vemos alguma coisa apetitosa, queremos comê-la; se estamos tolos que o estudante comete em
de dieta temos que controlar o impulso. Se alguém nos incomoda ou agride, nosso matérias que ele seguramente domina,
im- pulso é afastá-lo ou revidar, agredindo-o de volta; mas isto pode ser algo ruim mas que no mo- mento da
para todos e deve ser controlado. prova sua atenção caiu.
Se observarmos uma criança pequena, fica fácil ter-se uma idéia do que é impul- Outras vezes, a mente da pessoa com
sividade, porque nessa fase a criança naturalmente ainda não desenvolveu nenhum TDAH parece que não tem um “filtro”,
controle dos seus impulsos. Em outras palavras, ela não tem freio. Somente à me- e por isso qualquer estímulo é capaz de
dida que a criança cresce é que a educação vai criando esse freio interno, através desviar sua atenção. Assim é que numa
de um processo de inibição da resposta imediata. No TDAH, as reações tendem a aula, por exemplo, basta passar alguém no corredor ou acontecer um ruído na rua
ser imediatas, sem reflexão. para deixar a pessoa perdida em relação ao que está sendo falado pelo professor.
Uma outra O u t r a forma de falha da atenção é quando a pessoa não é capaz de
Como aparece a impulsividade na clínica? dar um recado, simplesmente por não se lembrar disso no exato momento em
que encon- tra a pessoa a quem deve dar o recado. No entanto, basta alguém
A pessoa impulsiva tem reações súbitas, de supetão, responde ou reage sem perguntar qual o recado que ela ficou de transmitir, que frequentemente irá
pensar, o que só ocorre depois. Costuma dar uma resposta sem escutar a lembrá-lo. Dito de outra forma, sua memória está conservada, a questão é que
pergunta por in- teiro, mas a “marca registrada” da impulsividade é a essa pessoa não consegue se lembrar de algo no momento em que deveria fazê-lo.
impaciência, a dificuldade de esperar. Costuma-se dizer que o verbo Adolescentes Bastante comum também é uma pessoa sair de uma parte da casa para outra a fim
e adultos impulsivos dirigindo um carro podem ser mais imprudentes ou de pegar algo, mas ao lá chegar não conseguir recordar o que foi procurar. Ou
cometerem mais infrações. Como não conseguem esperar, ultrapassam então pensar em dizer alguma coisa e logo em seguida já não ter a menor ideia do
perigosamente, avançam sinais, querem sempre chegar que ia falar. O que falha nessas pessoas é um tipo de memória denominada
rápido e por isso correm demais. A impulsividade também pode se mostrar através memória de curto prazo ou memória operacional.

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quadro
A desorganização é comum no
TDAH ?

A pessoa com TDAH é comumente muito desorganizada, graças em primeiro lugar à


falha da atenção, mas também devido à sua hiperatividade. Por isso,
frequentemente perde, ou não sabe onde colocou, objetos tais como canetas,
óculos, livros, chaves, telefone celular, etc... e não é raro depois achar esses
mesmos objetos nos locais mais estranhos, porque foram inadvertidamente
colocados ali num momento de dist- ração, quando um outro estímulo desviou a
atenção do que a pessoa estava fazendo.

O TDAH sempre se acompanha de


hiperatividade?

Ficou claro que TDAH e Hiperatividade hiperatividade não são sinônimos embora
seja comum se dizer que uma determinada pessoa é hiperativa quando se quer
dizer que ela apre- senta TDAH.
Por outro lado, toda pessoa com TDAH é desatenta (embora exista desatenção em
vários outros transtornos, como a depressão e a ansiedade).
Na maioria das vezes, a pessoa com TDAH é hiperativa sim, mas nem sempre
isso acontece. Em muitos casos, o TDAH se apresenta sem muitos sinais de
hiperatividade.

Como se reconhecem essas pessoas que apresentam o TDAH sem a hiperatividade?

Todas aquelas manifestações de desatenção descritas acima predominam no


clínico. Em outras palavras, a criança é quieta, calada, introvertida, às vezes Até poucos anos atrás era exatamente isso que a ciência acreditava: que as mani-
tímida, muitas vezes é até obediente, mas vive desatenta, não se concentra bem festações clínicas desapareciam espontaneamente quando a pessoa alcançava a
no que faz, parece que vive no mundo da lua, esquece-se frequentemente do que ado- lescência ou se aproximava da idade adulta.
tem a fazer. Esse tipo clínico sem hiperatividade é denominado de TDAH Todavia, estudos mais recentes vieram comprovar que, as características desse
Predominantemente Desatento. tran- storno persistem na adolescência e chegam até a idade adulta, perdurando
em maior ou menor grau por toda a vida da pessoa.
Esse tipo Predominantemente Desatento costuma passar mais
desapercebido O fator mais importante é o hereditário?
que os outros tipos em que também existe a
hiperatividade? Tanto isso é verdade que é que quando identificamos uma pessoa com TDAH, se
pes- quisarmos na mesma família, invariavelmente encontraremos outras pessoas
Muitas crianças com o tipo Predominantemente Desatento são erradamente com o mesmo problema, com frequência um dos pais ou algum irmão.
con- sideradas pelos professores e até mesmo pelos pais como pouco
inteligentes, sem aptidão para os estudos. Outras vezes são vistas como Em que idade começa o
preguiçosas, ou apenas muito tímidas. Como não são hiperativas, não TDAH?
“incomodam” em sala de aula e não são tão facilmente encaminhadas para
uma avaliação, como aquelas com sintomas de hiperatividade. Vale lembrar que As manifestações desse problema sempre têm início na infância. Ninguém adquire
a desatenção pode estar presente em vários outros transtornos que não o TDAH o transtorno na adolescência ou idade adulta.
(como ansiedade, depressão, etc.) Muitas vezes, os pais contam que já desde o berço notavam que aquela criança
era mais agitada, inquieta que os irmãos, que tinha uma dificuldade maior para
Os sinais do TDAH costumam desaparecer após a ador- mecer, ou então que era muito chorão e não tolerava nenhuma frustração.
adolescência?
Como é feito o diagnóstico?

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Não existe nenhum exame ou teste psicológico que permita fazer o diagnóstico 4. Não segue instruções e não termina deveres escolares, tarefas domésticas, ou
desse deveres profissionais. (O estudante não lê o que pede a questão e tenta adivinhá-la. O
transtorno. adulto não é capaz de ler um manual de instrução de um novo aparelho.)
Assim sendo, o profissional chega ao diagnóstico colhendo uma história da vida da
pessoa geralmente com a ajuda dos pais (no caso de crianças) e com ajuda do
marido ou da mulher (no caso de adultos).
Auxilia a investigação lançar mão de questionários, que podem ser listas de
verifica- ção de sintomas ou escalas de avaliação.

Como o diagnóstico é feito sem a ajuda de exames não existe o risco de se rotular
todas as pessoas como TDAH?

Não é diferente quando se trata de diagnosticar outros transtornos, como a


síndrome do pânico, a fobia social, o transtorno obsessivo compulsivo (TOC), o
autismo, etc.
Também não existem exames que permitam fazer tais diagnósticos. Além disso,
o profissional sempre procura verificar se o caso que ele está examinando atende
a determinados critérios diagnósticos que são necessários para ele poder dizer
que se trata desse ou daquele transtorno. Esses critérios diagnósticos são
estabelecidos pela Associação Psiquiátrica Americana Americana de Psiquiatria, ou
pela Organização Mundial de Saúde.

Quais são os critérios diagnósticos para o TDAH propostos pela Associação


Americana de Psiquiatria?

A Associação Americana de Psiquiatria, através de uma publicação oficial, chamada


de Diagnostic and Statistic Manual (DSM, que está na sua quarta edição, a DSM-IV,
no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (cuja versão DSM-IV
está em vigor desde 2004 e cuja quinta edição, o DSM-5, está prevista para ser
publicada em junho de 2013), propõe que para se diagnosticar o TDAH devem estar
presentes no mínimo 6 de uma lista de 9 sintomas de Desatenção e/ou no mínimo 6
de uma lista de 9 sintomas de Hiperatividade e Impulsividade.

Quais são os sinais de desatenção que o DSM-IV


menciona?

A pessoa apresenta com frequência (não apenas uma vez ou outra) as


características
abaixo:
1. Deixa de prestar atenção em detalhes e comete erros por descuido em
atividades escolares, no trabalho, ou em outras atividades. (É o caso do estudante
que sai da prova e percebe que errou muita coisa que ele próprio considera fácil.)
2. Tem dificuldade para manter a atenção em tarefas ou jogos. (Isso fica muito
claro na dificuldade de ler. Certas pessoas com TDAH jamais leram um livro até o
final).
3. Parece não escutar quando lhe dirigem a palavra. (As mães, pais, esposas e
mari- dos acham até que a pessoa parece surda.)
5. Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades. (A desorganização é balançar constante das pernas ou o bater com a ponta dos pés no chão.)
quase 2. Abandona sua cadeira na sala de aula ou em outras situações em que deveria
sempre muito permanecer sentado.
grande.)
6. Evita, antipatiza ou reluta em envolver-se em tarefas que exijam esforço
mental constante, como tarefas escolares ou deveres de casa. (O estudante com
TDAH quase nunca consegue fazer os deveres por conta própria, e os adia até a
última hora.)
7. Perde coisas necessárias para tarefas ou atividades, por exemplo,
brinquedos,
lápis, livros. (Nunca sabem onde guardaram as
coisas.)
8. Distrai-se por estímulos alheios à tarefa. (Basta às vezes o menor ruído que a
pes- soa perde o fio do que estava fazendo ou ouvindo.)
9. Apresenta esquecimento nas atividades diárias. (Quando recebem um recado,
difi- cilmente transmitem corretamente. Se lhes pede para comprar duas ou três
coisas fatalmente alguma vai ser esquecida.)

E quais são os sinais de Hiperatividade mencionados no DSM-


IV? 3. Corre ou sobe demais, de forma não apropriada. Em adolescentes e adultos pode
se limitar a uma sensação subjetiva de inquietação.
A pessoa apresenta com frequência (e não apenas ocasionalmente) as seguintes 4. Está “a mil” ou age como se estivesse “a todo vapor”. (Nossas avós diziam que a
car- acterísticas: criança parecia que tinha “bicho no corpo inteiro”, que por vício de linguagem aca-
1. Agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira. (É característico o bou em “bicho carpinteiro”)

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5. Fala em demasia. (Essas pessoas são más ouvintes, mas por outro lado são a 1. Situações familiares desfavoráveis, como por exemplo, um casal em briga ou em
alegria de uma reunião porque nunca deixam ter um minuto de silêncio.)

E os sinais de Impulsividade, de acordo com o DSM-IV?

A presença frequente dos sinais:

1. Dá respostas precipitadas antes de ouvir a pergunta inteira.


2. Interrompe ou se intromete em assuntos dos outros, como conversas ou
brincadei- ras de outras pessoas.

3. Tem dificuldade para esperar sua


vez. (Não conseguem esperar numa fila de
banco, ou quando estão dirigindo um carro.
É difícil também que esperem o melhor
momento para falar sua opinião, ou para
tomar uma decisão qualquer.)

Que outras exigências faz a Associação Psiquiátrica Americana Americana de


Psiquiatria para se diagnosticar o TDAH?

Além dos sintomas vistos anteriormente e a frequência ao qual ocorrem, é


necessário que esses sintomas existam desde a infância (ou início da adolescência).
Também se requer que esses sintomas estejam causando prejuízo no
funcionamento
da pessoa em duas ou mais áreas de sua vida.
Por último, outra condição é que esses sintomas não estejam sendo provocados
por
nenhum outro transtorno conhecido.
Como vemos, então, não é qualquer pessoa que apresente alguns dos traços
descritos
que preenche os critérios diagnósticos fixados da Associação Psiquiátrica Americana
Americana de Psiquiatria.

Que outros transtornos se parecem com o TDAH e podem ser confundidos com ele?

Ao avaliar uma pessoa na intenção de fazer diagnóstico de TDAH, o profissional


tem em mente algumas outras condições que podem se confundir com esse
transtorno.
vias de separação, ou a existência de um pai alcoolista, podem causar sintomas de realização abaixo da sua capacidade, não são raros.
pare- cidos aos do TDAH numa criança. 5. As pessoas com TDAH são mais propensas ao uso de álcool e drogas, até porque
2. Dificuldades sensoriais, como uma diminuição da audição ou da visão, às vezes essas substâncias podem atenuar passageiramente alguns sintomas do transtorno.
ai- nda ain-da não detectadas, são capazes de deixar uma criança desinteressada e 6. Estatisticamente, sabe-se também que essas pessoas são mais propensas a
desatenta, e até mesmo inquieta. vários
3. O uso de certos medicamentos e algumas doenças clínicas também podem tipos de acidentes, em particular os acidentes de trânsito.
provo- car hiperatividade. 7. Essas pessoas apresentam um risco maior de contraírem outros transtornos,
4. Alguns transtornos psíquicos, como o autismo, a depressão, o transtorno como depressão, transtornos ansiosos, etc.
bipolar,
os quadros de ansiedade, com frequência se confundem bastante com o Quer dizer que o TDAH frequentemente ocorre acompanhado de outros
TDAH. transtornos?
(COMORBIDADES)

É verdade que uma pessoa com TDAH, quando não é muito acentuado, pode Uma das características do TDAH é exatamente essa alta incidência com outros
passar pela vida sem maiores complicações. Todavia, o mais comum é que os tran- stornos que chamamos de comorbidade. Estima-se que até 70% das
sintomas do TDAH (desatenção, hiperatividade e impulsividade) tragam alguns crianças com TDAH apresentam simultaneamente outros transtornos, assim como
comprometimen- tos. os adultos, que também costumam apresentar um número elevado de outros
1. Dificuldades no rendimento escolar são umas das primeiras consequências transtornos siumltâ- neos.
desse transtorno. Esse transtorno é considerado a principal causa de fracasso nos
estudos. Quais são os transtornos que se associam mais frequentemente com o
2. Dificuldades de relacionamento são frequentes. TDAH?
3. Em função dessas situações expostas nos dois itens anteriores a regra é a pessoa 1. Transtornos do Aprendizado (dos quais os mais comuns são os transtornos de lei-
desenvolver uma baixa auto-estima autoestima. tura, de escrita e de matemática);
4. Problemas profissionais, como mudanças frequentes de trabalho, demissões, 2. Transtorno de Desafio e Oposição e Transtorno de
nível Conduta;

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3. Tiques pelos demais (e às vezes também pelo próprio portador pela própria pessoa) ao longo
; de toda a vida: “só lembra o que interessa”, “não tem persistência em nada”, “não
4. Transtorno Ansiosos (Pânico, Fobia Social, Transtorno de Ansiedade Generalizada leva nada a sério”, “não se dedica”, “se realmente se importasse com os outros,
pânico, fobia social, transtorno de ansiedade generalizada); teria lembrado”, “é vagabundo”, etc.
5. Transtornos do Humor (Depressão, Distimia, Transtorno Bipolar
depressão, distimia, transtorno bipolar);
6. Abuso de Drogas e
Alcoolismo.

Qual é o primeiro passo no tratamento do


TDAH?

O primeiro passo e, talvez o mais importante de todos, é o conhecimento. A


própria pessoa, os pais, o marido, a esposa, enfim, todos precisam aprender
sobre TDAH, saber como ele se apresenta, como isso compromete o modo da de a
pessoa ser e agir no cotidiano, suas reações, e, principalmente, que isso não é
culpa de ninguém, nem da pessoa nem de seus pais.
Alguém pode ser culpado se uma criança nasce com diabetes ou miopia, por exem-
plo?

Quais são os outros recursos para tratar o


TDAH?

O programa de tratamento, de modo geral, deve sempre incluir esses 3


componentes:
1. Informação e conhecimento;
2. Medicação;
3. Recursos
psicoterápicos.

Por quanto tempo é necessário que se faça uso da medicação? Por toda a vida?
O tratamento, incluindo ou não medicamentos, deve ser longo o suficiente para um
controle dos sintomas durante um período maior, contornando ou minimizando
os problemas na vida escolar, familiar e social. Como foi dito, o TDAH pode ser
crônico em alguns casos e persistir na vida adulta.
Muitas vezes, com a conscientização acerca do transtorno, com o aprendizado de
certas estratégias de comportamento, é possível depois de algum tempo reavaliar a
necessidade de se manter o medicamento ou não.

Do ponto de vista psicológico o que pode ser feito para ajudar a pessoa com
TDAH?

O primeiro passo e, muitas vezes, o mais importante é dar à pessoa


conhecimentos científicos sobre o transtorno, porque só isso já modifica a baixa
auto-estima autoestima e certa carga de culpa que o portador a pessoa
provavelmente carrega.
Muitos sintomas de TDAH (e suas consequências) são interpretados erroneamente
Em seguida pode ser útil aprender certas estratégias de comportamento para
administrar os sintomas do TDAH.
Por exemplo, quando o portador sofre de uma pessoa com TDAH apresentar
7. ESPORTE, LAZER E
dificuldade crônicas de organização e por causa disso acaba se esquecendo de CULTURA
compromissos, torna-se muito útil estimular o uso de agenda, mural e outros
recursos (especialmente eletrônicos, quando pos- sível).
Existem algumas estratégias para quando a pessoa tem dificuldade em manter
7.1 ESPORT
a atenção em leituras ou em aulas; também existem estratégias para E
minimizar a impulsividade.
O professor pode ser um grande aliado no tratamento. Quando ele tem Há uma gama de esportes a serem praticados por pessoas com deficiência, o que os
conheci- mentos sobre TDAH, ele se torna capaz de adotar estratégias de ensino as impede é a ausência de lugares específicos para a prática das modalidades
capazes de favorecer o aprendizado dos alunos com TDAH. adaptadas e a falta de incentivo e recursos para compra e manutenção do material
A psicoterapia também pode ser útil, seja ela familiar, individual ou de casal (no necessário as às atividades escolhidas.
caso de adultos casados), quando é for necessário tratar as consequências do
TDAH na vida do portador dessa pessoa e das pessoas de outras que sejam MODALIDADES PARAOLÍMPICAS:
importantes em sua vida.
Atletismo

É importante lembrar que o uso de medicamentos deve Atletas com deficiência física e ou visual, de ambos
ser os sexos, podem praticar a modalidade. As provas
são de acordo com a deficiência dos
realizado após prescrição (receita) competidores, di- vididas entre corridas, saltos,
médica. lançamentos e arre- messos. Nas provas de pista
(corridas), dependendo do grau de deficiência
visual do atleta, ele pode ser

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acompanhado por um atleta-guia, que corre ao seu lado ligado por uma cordinha. site: www.cviam.org.br - e-mail: cvi.am@hotmail.com
Ele tem a função de direcionar o atleta, mas não deve puxá-lo, sob pena de
desclas- sificação. As competições seguem as regras da Federação Internacional de Bocha
Atletismo (IAAF), com algumas adaptações para o uso de próteses, cadeira de
rodas ou guia, mas sem oferecer vantagem em relação aos seus adversários. No Competem na bocha paraolímpica pessoas com
Brasil, a modali- dade é administrada pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro. paralisia cerebral severa que utilizem cadeira de
A Classificação consiste na categorização recebida pelos atletas em função da rodas. O objetivo do jogo é lançar bolas coloridas
capa- cidade de realizar movimentos, evidenciando as potencialidades dos o mais perto possível de uma bola branca
resíduos mus- culares, de sequelas de algum tipo de deficiência, bem como os chamada de jack jack (conhecida no Brasil como
músculos que não foram lesados. bolim). É per- mitido o uso das mãos, dos pés ou
A avaliação é feita através de teste de força muscular, teste de coordenação de instrumentos de auxílio para atletas com
(re- alizado geralmente para atletas com paralisia cerebral e desordens grande comprometi- mento nos membros
neuromotoras) e teste funcional (demonstração técnica do esporte realizado pelo superiores e inferiores. Há três maneiras de se
atleta). Os clas- sificadores analisam o desempenho do atleta considerando os praticar o esporte: individual, duplas ou equipes.
resultados obtidos nos testes. Antes de começar a partida, o árbitro tira na moeda (cara ou coroa) o direito de
escolher se quer competir com as bolas de couro vermelhas ou azuis. O lado que
Basquetebol em Cadeira de escolhe as vermelhas inicia a disputa, jogando primeiro o jack jack e uma bola
Rodas vermelha. Depois, é a vez da bola azul entrar em ação. A partir de então, os
adversários se revezam a cada lance para ver quem consegue posicionar as bolas o
A modalidade é praticada por atletas de am- mais perto pos- sível do jack jack. As partidas ocorrem em quadras cobertas,
bos os sexos que tenham alguma deficiência planas e com demarcações no piso. A área do jogo mede 6m de largura por 12,5m
físico-motora, sob as regras adaptadas da de comprimento.
Federação Internacional de Basquete em Ca- Para ganhar um ponto, o atleta tem de jogar a bola o mais próximo do jack jack.
deira de Rodas (IWBF). As cadeiras são Caso este mesmo jogador tenha colocado outras esferas mais próximas do alvo,
adapta- das e padronizadas, conforme cada uma delas também vale um ponto. Se duas bolas de cores diferentes ficam à
previsto na regra. A cada dois toques na mesma dis- tância da esfera branca, os dois lados recebem um ponto. Vence
cadeira, o jogador deve quicar, passar ou quem acumula a maior pontuação.
arremessar a bola. As dimensões da quadra As partidas são divididas em ends ends, que só terminam após todas as bolas serem
e a altura da cesta são as mesmas do lança- das. Um limite de tempo é estabelecido por end end, de acordo com o tipo
basquete olímpico. No Brasil, a modalidade de disputa. A contagem começa quando o árbitro indica quem fará o lance até
é administrada pela Confedera- quando a bola para. Nas competições individuais, são quatro ends ends e os
ção Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas atletas jogam seis esferas em cada um deles. Nas duplas, os confrontos têm
(CBBC). quatro partes e cada atleta tem direito a três bolas por período. Quando a
Cada atleta é classificado de acordo com comprometimento físico-motor e a escala disputa é por trios, seis ends ends compõem as partidas. Neste caso, todos os
obedece aos números 1, 2, 3, 4 e 4,5. Com objetivo de facilitar a classificação e a jogadores têm direito a duas esferas por parte do jogo. No Brasil, a bocha é
participação de atletas que apresentam qualidades de mais de uma classe distinta administrada pela Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE)
(os chamados casos limítrofes) foram criadas quatro classes intermediárias: 1,5, (Ande).
2,5 e 3,5. O número máximo de pontuação em quadra não pode ultrapassar 14 e Além da paralisia cerebral, também podem participar atletas com outras deficiên-
vale a regra de que, "quanto maior a deficiência, menor a classe". cias severas (como distrofia muscular), que também são elegíveis para competir na
bocha.
ONDE ENCONTRAR ESTA MODALIDADE EM
MANAUS

Centro de Vida Independente do Amazonas (CVI-


AM)
Endereço: Rua Acaraí N°50,Conj. Atílio Andreazza - Japiim (ônibus 612, 613 ou 614
) CEP: 69077-620 - Manaus/AM,Brasil. Telefone: +55 (92) 3615-2652.
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142 143
Ciclismo (FIE).
As pistas de competição têm 4m de compri-
Pessoas com paralisia cerebral, deficiência mento por 1,5m de largura. A diferença para
visual, amputação, e ou com lesão medular a esgrima olímpica é que os atletas têm suas
(ca- deirantes), de ambos os sexos, cadeiras fixadas no solo. Caso um dos esgri-
competem no ciclismo. Existem duas mistas se mexa, o combate é interrompido.
maneiras de ser praticada serem Os equipamentos obrigatórios da modalidade
praticadas: individual ou em equipe. As são: máscara, jaqueta e luvas protetoras. Nos
regras seguem as da União Internacional de duelos de florete, a arma mais leve, há uma
Ciclismo (UCI), mas com pequenas alterações proteção para as rodas dacadeira da cadeira.
relativas à segurança e classificação dos Nas dispu- tas de espada, uma cobertura
atletas. No Brasil, a modalidade é metálica é uti-
(CBC). administrada organiza- da pela lizada para proteger as pernas e as rodas da cadeira. As competições se dividem em
Confederação Brasileira de Ciclismo categorias de acordo com a arma: florete, espada e sabre.
As bicicletas podem ser de modelos convencionais ou triciclos para paralisados Internacional administra a modalidade, que segue as regras da Federação
cere- brais atletas com paralisia cerebral, segundo o grau de lesão. O ciclista Internacional de Esgrima
cego compete em uma bicicleta dupla – conhecida como “tandem” tandem – com
um guia no banco da frente dando a direção. Para os cadeirantes, a bicicleta é
“pedalada” com as mãos: é o handcycling handcycling. As provas são de
velódromo, estrada e contra-relógio contrarrelógio.

Velódrom
o

As bicicletas não têm marchas e a competição


acontece em uma pista oval que varia entre 250 e 325
metros de extensão. Velocidade em todas as provas é
fundamen- tal.

Estrada
Os ciclistas de cada categoria largam ao mesmo
tempo. As competições são as mais longas da
modalidade, com até 120 km de percurso.

Contra-relógio Contrarrelógio
Exigem mais velocidade que resistência. Os atletas lar-
gam de um em um minuto, pedalando contra o tempo.
Nesta prova a posição dos ciclistas na pista não diz,
ne- cessariamente, a colocação real em que se
encontram, pois tudo depende do tempo.

Esgrima em Cadeira de
Rodas

A esgrima requer dos atletas capacidade de adaptação, criatividade, velocidade,


reflexos apurados, astúcia e paciência. Somente competem pessoas com
deficiência locomotora. O Comitê Executivo de Esgrima do Comitê Paraolímpico
Nos combates de florete, os pontos só podem ser computados se a ponta da pontuação ao final do combate. Caso haja empate, há prorrogações de um minuto
arma tocar o tronco do oponente. Também na espada, o que vale é tocar o até que um dos atletas atinja o outro, numa espécie de “morte-súbita”.
adversário com a ponta da arma em qualquer parte acima dos quadris, mesma
área de pontuação adotada nos duelos de sabre. Com este tipo de arma, o Futebol de 5 Futebol de 5
esgrimista pode atingir seu rival tanto com a ponta quanto com a lâmina do
sabre. O futebol de cinco 5 é exclusivo para pessoas com
Uma das peculiaridades da esgrima em cadeira de rodas é a forma na qual são de- ficiência visual. As partidas normalmente são em
com- putados os pontos. As vestimentas dos atletas têm sensores que indicam uma quadra de futsal adaptada, mas desde os Jogos
quando o atleta foi tocado. Tanto o público quanto os esgrimistas e juízes podem Paraolímpicos de Atenas também tem têm sido
acompanhar o placar do duelo. Quando o toque da arma resulta em ponto, uma praticadas em campos de grama sintética. O goleiro
das luzes – ver- melha ou verde – que representa os atletas se acende. Quando tem visão to- tal e não pode ter participado de
ocorre um toque não válido, é acesa uma luz branca. competições oficiais da FIFA Fifa nos últimos cinco
Na primeira rodada dos torneios individuais, os confrontos duram no máximo anos. Junto às linhas laterais, são colocadas bandas
quatro minutos. O vencedor é quem marca cinco pontos até o fim do combate. que impedem que a bola saia do campo. Cada time é
As etapas seguintes têm três tempos de três minutos cada, com intervalos de formado por cinco jogadores – um
um minuto. Ganha o esgrimista que fizer 15 pontos ou o que tiver a maior

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144 145
goleiro e quatro na linha. Diferente dos estádios com a torcida gritando, as intelectual não é comprometida.
partidas de futebol de cinco são silenciosas, em locais sem eco.
A bola tem guizos internos para que os atletas consigam localizá-la. A torcida só Goalball
pode se manifestar na hora do gol. Os jogadores usam uma venda nos olhos e, se
tocá-la, é falta. Com cinco infrações, o atleta é expulso de campo e pode ser Ao contrário de outras modalidades
substituído por outro jogador. Há ainda um guia, o chamador, que fica atrás do paraolímpi- cas, o goalball foi desenvolvido
gol, para orientar os jogadores, dizendo onde devem se posicionar em campo e exclusivamente para pessoas com deficiência –
para onde devem chutar. O jogo tem dois tempos de 25 minutos e intervalo de 10 neste caso, a visual. A quadra tem as mesmas
minutos. No Brasil, a mo- dalidade é administrada pela Confederação Brasileira dimensões da de vôlei (9m de largura por 18m
de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV). de comprimento). As partidas duram 20
Em Jogos Paraolímpicos, esta modalidade é exclusivamente praticada por atletas minutos, com dois tempos de 10. Cada
cegos totais, que não têm nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos; ou equipe conta com três jogadores titulares e
têm percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma três reservas. De cada lado da quadra tem um
mão a gol com nove metros de largura
qualquer distância ou e 1,2 de altura. Os atletas são, ao mesmo tempo, arremessadores e defensores. O
direção. arremesso deve ser rasteiro e o objetivo é balançar a rede adversária.
A bola possui um guizo em seu interior que emite sons – existem furos que
Futebol de 7 permitem a passagem do som – para que os jogadores saibam sua direção. O
O futebol de sete 7 é praticado por Goalball é um esporte baseado nas percepções tátil e auditiva, por isso não pode
atletas do sexo masculino, com paralisia haver barulho no ginásio durante a partida, exceto no momento entre o gol e o
cerebral, decorrente de sequelas de reinício do jogo. A bola tem 76 cm de diâmetro e pesa 1,25 kg. Sua cor é
traumatismo crânio-encefálico ou alaranjada e é mais ou menos do tamanho da de basquete. Hoje o goalball é
acidentes vasculares cerebrais. As regras praticado em 112 países nos cinco continentes. No Brasil, a modalidade é
são da FIFA Fifa, mas com algumas administrada pela Confederação Brasileira de Desporto para Deficientes Visuais
adaptações feitas pela Associação (CBDV).
Internacional de Esporte e Recreação para Nesta modalidade, os atletas com deficiência visual competem juntos, ou seja,
Paralisados Cerebrais (CP-ISRA). O do atleta completamente cego até os que possuem acuidade visual parcial. Aqui
campo tem no máximo 75m x 55m, com também vale a regra de que quanto menor o código de classificação, maior o
balizas de 5m x 2m e a marca do pênalti grau da deficiência. Todas as classificações são realizadas através da mensuração
fica a 9,20m do centro da linha de gol. do melhor olho e da possibilidade máxima de correção do problema. Todos os
Cada time tem atletas, inclusive
sete jogadores (incluindo o goleiro) e cinco reservas. A partida dura 60 minutos, os com visão parcial, utilizam uma venda durante as competições para que todos
divi- didos em dois tempos de 30, com um intervalo de 15 minutos. Não existe possam competir em condições de igualdade.
regra para impedimento e a cobrança lateral pode ser feita com apenas uma das
mãos, rolando a bola no chão. Os jogadores pertencem às classes menos Halterofilismo
afetadas pela paralisia cerebral e não usam cadeira de rodas. No Brasil, a
modalidade é administrada pela Associação Nacional de Desporto para Deficientes No halterofilismo, os atletas permanecem
(ANDE) (Ande). deita- dos em um banco, e executam um
Os jogadores são distribuídos em classes de 5 a 8, de acordo com o grau de com- movimento conhecido como supino. A prova
prometimento físico. Quanto maior a classe, menor o comprometimento do atleta. começa no momento em que a barra de apoio
Durante a partida, o time deve ter em campo no máximo dois atletas da classe 8 é retirada – com ou sem a ajuda do auxiliar
(menos comprometidos) e, no mínimo, um da classe 5 ou 6 (mais comprometidos). central – deixando o braço totalmente
Os jogadores da classe 5 são os que têm o maior comprometimento motor e, em estendido. O atleta flexiona o braço descendo
muitos casos, não conseguem correr. Assim, para estes atletas, a posição mais a barra até a altura do peito. Em seguida,
comum é a de goleiro. Vale lembrar que a paralisia cerebral compromete de elevam-na até a posição inicial, finalizando o
variadas formas a capacidade motora dos atletas, mas, em cerca de 45% dos movimento. Hoje, competem atle-
indivíduos, a capacidade
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146 147
tas com deficiência física nos membros inferiores ou paralisia cerebral. As provas como dos 50m aos 400m no estilo livre,
categorias são subdivididas pelo peso corporal de cada um. São dez categorias dos 50m aos 100m nos estilos peito, costas e
femininas e dez masculinas. O atleta pode realizar o movimento três vezes, o borboleta. O medley medley é disputado em
maior peso é vali- dado. Os árbitros ficam atentos a à execução contínua do provas de 150m e 200m. As provas são
movimento e a parada nítida da barra no peito. No Brasil, a modalidade é divididas na catego- ria masculino e feminino,
organizada pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro através da Coordenação de seguindo as regras do IPC Swimming IPC
Halterofilismo. Swimming, órgão responsável pela natação no
É a única modalidade em que os atletas são categorizados por peso corporal, como Comitê Paraolímpico Internacional.
no halterofilismo convencional. São elegíveis para competir atletas amputados, As adaptações são feitas nas largadas, viradas e
out- ros ou-tros com limitações mínimas, atletas das classes de paralisia cerebral chegadas. Os nadadores cegos recebem um avi-
e atletas das classes de lesões na medula espinhal. Os competidores precisam ter a so do tapper tapper, por meio de um bastão
habilidade de estender completamente os braços com não mais de 20 graus de com ponta
perda em ambos cotovelos para realizar um movimento válido de acordo com as de espuma quando estão se aproximando das bordas. A largada também pode ser
regras. feita na água, no caso de atletas de classes mais baixas, que não conseguem sair
do bloco. As baterias são separadas de acordo com o grau e o tipo de deficiência.
Hipismo No Brasil, a modalidade é administrada pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro.
O atleta é submetido à equipe de classificação, que procederá a à análise de
O hipismo paraolímpico é praticado por atletas resíduos musculares por meio de testes de força muscular; mobilidade articular e
com vários tipos de deficiência, em cerca de testes mo- tores (realizados dentro da água). Vale a regra de que quanto maior a
40 países. A competição de Hipismo hipismo é deficiência, menor o número da classe. O atleta pode ter classificações diferentes
mista, ou seja, cavaleiros e amazonas para o nado peito (SB) e o medley medley (SM).
competem juntos nas mesmas provas. Outra
característica da modalidade é que não só os Rem
competidores recebem medalhas, mas os o
cavalos também. No Brasil, o hipismo é
organizado pela Confederação Brasilei- ra de O termo “adaptado” quer dizer que o equipa-
Hipismo (CBH). As habilidades funcionais de mento é modificado para a prática do esporte e
cada cavaleiro definem o enquadramento da não propriamente “adaptado” a cada atleta. A
classificação. Federação Internacional de Remo (FISA) (Fisa) é
o órgão máximo do Remo mundial. As corridas
Judô são real-izadas rea-lizadas num percurso de
1000 metros para todas as quatro classes. No
Brasil, a modalidade é or- ganizada pela
A entidade responsável pelo esporte é a Confederação Brasileira de Remo (CBR). Podem
Federa- ção Internacional de Esportes para competir pessoas com lesão medu- lar, paralisia
Cegos, fun- dada em Paris, em 1981. Nesta cerebral, amputação de membros e outros.
modalidade, os atletas deficientes visuais
competem juntos, ou seja, do atleta Rugby em Cadeira de
completamente cego até os que possuem Rodas
acuidade visual parcial.
O rugby rugby (rúgbi) se assemelha bastante ao futebol americano, por ter quase
os mesmos ob- jetivos e ser um jogo que envolve forte contato físico. As equipes
são formadas por quatro jogadores e há oito reservas à disposição do técnico. Esta
Natação grande quantidade de suplentes é explicada pela intensidade das colisões entre
competidores e cadeiras. Homens e mulheres tetraplégicos com tetraplegia atuam
Na natação, competem atletas com diversos tipos de deficiência (física e visual) juntos. É necessário ter agilidade para manusear a bola, acelerar, frear e
em direcionar a cadeira.
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Quadras de basquete de 15 metros de equipes. As partidas consistem em uma
largura por 28 metros de comprimen-
to são utilizadas no rugby rugby em
cadeira de rodas, ao contrário dos
campos de grama convencionais. A
quadra é di- vidida em duas áreas.
Há um círculo central e duas áreas-
chave (um tipo de “grande área”), que
ficam à frente das linhas de gol. Os
jogadores de ataque só podem ficar
dentro da área-chave por no máximo
dez segundos, enquanto três jogadores
de defesa têm o direito
de permanecer no local por tempo indeterminado. A entrada do quarto jogador na
área-chave resulta em uma penalidade (falta).
O objetivo do rugby rugby é marcar o gol, delimitado por dois cones verticais na
linha de fundo da quadra. Entretanto, para fazê-lo é preciso passar a linha de gol
adversária com duas rodas da cadeira. O atleta deve, obrigatoriamente, segurar a
bola. O início do jogo funciona como no basquete: dois atletas permanecem dentro
do círculo central na disputa pela bola, jogada ao alto pelo árbitro. Os atletas
podem conduzí-la sobre suas coxas, passá-la para um companheiro de time ou
quicá-la. O jogador pode ter a posse da bola por tempo indeterminado, mas
precisa quicá-la pelo menos uma vez a cada 10 segundos. O time que tem a posse
da bola não pode demorar mais de 12 segundos para entrar no campo do
oponente e 40 segundos para finalizar a jogada. Esta medida visa tornar a
modalidade o mais dinâmica possível.
As partidas são divididas em quatro períodos de oito minutos, cada. Entre o
primeiro e o segundo quarto, há pausa de um minuto. Assim também ocorre entre
a terceira e a última etapa. Do segundo para o terceiro período, cinco minutos são
dados para o intervalo. Caso o jogo termine empatado, uma prorrogação de três
minutos é dis- putada. Durante o tempo normal, assim como no basquete, cada
time tem direito a dois tempos técnicos e cada atleta tem direito a quatro tempos
de 30 segundos. Na prorrogação, um tempo técnico fica disponível para ambas as
equipes.
No Brasil, a modalidade é organizada pela Associação Brasileira de Rugby em
Cadeira
de Rodas
(ABRC).

Tênis de Mesa

No tênis de mesa, participam atletas do


sexo masculino e feminino com paralisia
cerebral, amputados amputação e
cadeirantes. As competições são divididas
entre atletas andantes e cadeiran- tes. Os
jogos podem ser individuais, em duplas ou por
melhor de cinco sets, sendo que cada um deles é disputado até que um dos ter sido medicamente diagnosticada uma
jogadores atinja 11 pontos. Em caso de empate em 10 a 10, vence quem defi- ciência relacionada com a
primeiro abrir dois pontos de vantagem. A raquete pode ser amarrada na mão do locomoção, em outras palavras, deve ter
atleta para facilitar o jogo. A instituição responsável pela modalidade é a total ou substan- cial perda funcional de
Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF). Em relação ao tênis de mesa uma ou mais par- tes extremas do corpo.
convencional, existem apenas algumas diferenças nas regras, como na hora do Se, como resultado
saque para a categoria cadeirante. No Brasil, a modalidade é organizada pela dessa limitação funcional, a pessoa for incapaz de participar de competições de
Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM). Os atletas são divididos em tênis convencionais (para pessoas sem deficiência física), deslocando-se na
onze classes distintas. Mais uma vez, segue a lógica de que quanto maior o quadra com velocidade adequada, estará credenciada para participar dos torneios
número da classe, menor é o comprometimento físico-motor do atleta. A de tênis para cadeirantes.
classificação é realizada a partir da mensuração do alcance de movimentos de
cada atleta, sua força muscular, restrições locomotoras, equilíbrio na cadeira de Tiro com
rodas e a habilidade de segurar a raquete. Arco

Tênis em Cadeira de Em cada tentativa, a concentração é funda-


Rodas mental para os arqueiros. As regras da mo-
dalidade são quase as mesmas das adotadas
Incorporada à Federação Internacional pela Federação Internacional de Tiro com
de Tênis (ITF), que hoje é a Arco (FITA) (Fita). A entidade responsável
responsável pela administração, regras e pelo ge- renciamento e desenvolvimento
desenvolvimento do esporte em nível do esporte é o Comitê de Tiro com Arco
global. do Comitê Paraolímpico Internacional
O único requisito para que uma pessoa (IPC). Tetraplé- gicos, paraplégicos e
possa competir em cadeira de rodas é pessoas com mobi-

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150 151
lidade limitada Atletas com tetraplegia, paraplegia ou mobilidade reduzida nos tância, o tipo do alvo, posição de tiro, número
membros inferiores competem. Estes últimos podem escolher
atuar em pé ou sentados num banco.
Uma distância de 70m separa os atletas do alvo, que mede 1,22m de diâmetro,
sendo formado por dez 10 círculos concêntricos. O mais externo vale um ponto. A
partir daí, quanto mais próxima do círculo central estiver a flecha, maior a
pontuação obtida. Dez 10 pontos são dados para quem acerta o centro do alvo,
lance que requer muita precisão. Caso a flecha fique no limite entre dois círculos,
é considerado o de maior valor. Se uma seta perfurar a outra, a mesma
pontuação da primeira é dada à se- gunda.
O formato de disputa do tiro com arco durante os Jogos Paraolímpicos é chamado
de “Round Round Olímpico”. Um total de 96 arqueiros – 64 homens e 32 mulheres –
participam da competição tanto no individual como por equipe. Entretanto, antes
deste sistema de jogo ser iniciado, há uma eliminatória: é o Ranking Round
Ranking Round. Nesta fase, cada ar- queiro tem direito a seis seqüências
sequências, compostas por 12 flechas (total de 72). Após todas as tentativas, os
confrontos da próxima etapa, o Round Round Olímpico, são defini- dos. A lógica da
formação das chaves é a seguinte: o 1º colocado enfrenta o 32º, o 2º encara o 31º e
assim por diante. Os arqueiros têm direito a seis seqüências sequências de três
flechas, com 40 segundos permitidos por tentativa. Quem vence, joga a próxima
fase sob estas mesmas regras (18 flechas). Das quartas-de-final até a grande
final, em cada etapa, o sistema de disputa é composto por quatro seqüências
sequências de três flechas para todos os oponentes.
As seleções por equipe são formadas por três competidores. Os resultados obtidos
pelos compatriotas no Ranking Round Ranking Round são somados. Com isso, as
equipes masculinas são ranqueadas de 1 a 16 e as femininas de 1 a 8. Na primeira
fase do Round Round Olím- pico, as seleções atuam simultaneamente. As
tentativas consistem em três sequências de nove flechas, com cada uma durando
três minutos no máximo. Vão à final as quatro melhores parcerias. Na decisão, as
seleções têm direito às mesmas três seqüências sequências de nove setas da etapa
preliminar.
No Brasil, a modalidade é organizada pela Confederação Brasileira de Tiro com
Arco
(CBTarco).

Tiro Esportivo

O Comitê de Tiro Esportivo do Comitê


Paraolím- pico Internacional (IPC) é
responsável por ad- ministrar a modalidade.
As regras das com- petições têm apenas
algumas adaptações. Pessoas amputadas,
paraplégicas, tetraplégicas e com Atletas com
amputação, paraplegia, tetraplegia e outras
deficiências locomotoras podem competir
tanto no masculino como no feminino. As
regras variam de acordo com a prova, a dis-
de disparos e o tempo que o atleta tem para atirar. Em cada competição as incluem apenas duas classes.
disputas ocorrem numa fase de classificação e numa final. As pontuações de
ambas as fases são somadas e vence quem fizer mais pontos. O alvo é dividido Vel
em dez 10 circunferências que valem de um a dez 10 pontos e são subdivididas, a
cada uma, entre 0.1 e 0.9 pontos. A menor e mais central circunferência é a que
vale mais, dez pontos. Pessoas com deficiência locomotora ou visual po-
A tecnologia está sempre presente na modalidade. Durante os Jogos dem competir na modalidade. A Vela
Paraolímpicos, os alvos são eletrônicos e os pontos são imediatamente paraolím- pica segue as regras da Federação
projetados num placar. Nem as roupas e as armas utilizadas fogem da evolução Internacional de Iatismo (ISAF) (Isaf) com
tecnológica. Há uma diferença das vestimentas nas provas para cada tipo de algumas adaptações feitas pela Federação
arma. Nas competições de rifle, por exemplo, é necessário usar uma roupa com Internacional de Iatismo para De- ficientes
a espessura estipulada pela Federação Internacional de Tiro Esportivo (ISSF). (IFDS). Três tipos de barco são utilizados nas
Em eventos de pistola, os atiradores só são obrigados a usar sapatos especiais competições paraolímpicas: o barco da classe
feitos de tecido, que dão mais estabilidade aos atletas. 2.4mR 2.4m tripulado por um único atleta; o
Rifles e pistolas de ar, com cartuchos de 4.5mm, são utilizados nas provas de barco da classe Sonar, com 3 atletas; e o
10 metros de distância. Já nos 25 metros, uma pistola de perfuração é utilizada barco SKUD-18 Skud-18 para 2 tripulantes
com projéteis de 5.6mm. Rifles de perfuração e pistolas são as armas das provas paraplégicos com paraplegia, sendo obrigatoria-
de 50m, também com as balas de 5.6mm de diâmetro. mente 1 tripulante feminino.
O tiro utiliza um sistema de classificação funcional que permite que atletas As competições, denominadas de “regatas”, são percursos sinalizados com bóias,
com diferentes tipos de deficiência possam competir juntos, tanto no individual feitas de acordo com as condições climáticas, de forma que o atleta teste todo seu
como por equipes. Dependendo das limitações existentes (grau de conhecimento de velejador. Barcos com juízes credenciados pela ISAF Isaf
funcionalidade do tronco, equilíbrio sentado, força muscular, mobilidade de fiscalizam o percurso, podendo o atleta ser penalizado com pontos, caso infrinja
membros superiores e inferiores), e das habilidades que são requeridas no tiro, alguma regra. Uma competição é composta de várias regatas, ganhando o evento
os atletas são divididos em três classes, mas as competições paraolímpicas aquele que tiver

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melhor resultado, após a somatória de todos as suas colocações nas Após 12 dias de Paraolimpíada e 11 de competição, o Brasil chegou ao melhor des-
regatas. empenho de-sempenho da história do país País em Jogos Paraolímpicos. Com 21
Os vencedores das regatas normalmente são os velejadores que conseguem medalhas de ouro, 14
imprimir uma maior velocidade nos barcos, realizar melhores manobras e buscar as
melhores condições de vento (tática de regata).
O sistema de pontuação baseado no nível de habilidade permite que atletas com
diferentes tipos de deficiência possam competir juntos. Após a avaliação dos
atletas pelo comitê classificador, são concedidos pontos, baseados nas habilidades
funcio- nais, que vão de 1 a 7, indo do mais baixo ao mais alto nível de
funcionalidade, respectivamente. Atletas com deficiência visual são situados em
uma das três classes de competição, baseadas em sua acuidade visual e campo de
visão. Para assegurar a participação de atletas com todas as contagens de pontos
e todas as classes de deficiências, a pontuação agregada não pode ser maior do
que 14, o que permite aos velejadores com mais deficiência participar das
competições.

Voleibol
Sentado

No voleibol sentado, competem atletas amputa-


dos com amputação, principalmente de
membros inferiores (mui- tos são vítimas de
acidentes de trânsito) e pes- soas com outros
tipos de deficiência locomotora (sequelas de
poliomielite, por exemplo). Em re- lação ao
convencional, a quadra é menor, com dez 10 por
seis metros, e a altura da rede é inferior à da
modalidade, com 1,15m do solo no masculino e
1,05m para o feminino. Os atletas jogam senta-
dos na quadra. No voleibol paraolímpico, o saque pode ser bloqueado.
A quadra se divide em zonas de ataque e defesa. É permitido o contato das pernas
de jogadores de um time com os do outro, porém as mesmas não podem atrapalhar
o jogo do adversário. O contato com o chão deve ser mantido em toda e qualquer
ação, sendo permitido perdê-lo somente nos deslocamentos. Cada jogo é decidido
em melhor de cinco sets sets, vencendo o time que marcar 25 pontos no set set.
Em caso de empate, ganha o primeiro que abrir dois pontos de vantagem. Há ainda
o tie breakde tie break de 15 pontos.
O voleibol paraolímpico é organizado internacionalmente pela Organização Mundial
de Voleibol para Deficientes (WOVD). No Brasil, a modalidade é administrada
pela
Associação Brasileira de Voleibol Paraolímpico
(ABVP).

RESULTADO BRASILEIRO NAS


PARAOLIMPÍADAS
de prata, e oito de bronze, chegando a marca de 43 medalhas no total, assim o 14. Joana Silva (50 m borboleta - Feminino - S5)
país País garantiu a sétima posição no quadro geral de medalhas e fez do evento
de Londres algo memorável para o esporte paraolímpico do Brasil. Segue abaixo • ATLETISMO (18)
os nomes dos nossos medalhistas: OURO
1. Yohansson Nascimento (200 m rasos T46 – Masculino)
• NATAÇÃO (14) 2. Terezinha Guilhermina (200 m rasos T11 – Feminino)
OURO 3. Alan Fonteles (200 m rasos T44 – Masculino)
1. Daniel Dias (50 m livre - Masculino - S5) 4. Felipe Gomes (200 m rasos T11 – Masculino)
2. André Brasil (50 m livre - Masculino - S10) 5. Terezinha Guilhermina (100 m rasos T11 – Feminino)
3. André Brasil (100 m borboleta - Masculino - S10) 6. Shirlene Coelho (Lançamento de dardo F37/38 – Feminino)
4. Daniel Dias (200 m livre - Masculino - S5) 7. Tito Sena (Maratona T46 – Masculino)
5. Daniel Dias (100 m peito - Masculino - SB4) PRATA
6. Daniel Dias (50 m costas - Masculino - S5) 8. Jerusa Santos (200 m rasos T11 – Feminino)
7. André Brasil (100 m livre - Masculino - S10) 9. Odair Santos (1500 m T11 – Masculino)
8. Daniel Dias (50 m borboleta - Masculino - S5) 10. Daniel Silva (200 m rasos T11 – Masculino)
9. Daniel Dias (100 m livre - Masculino - S5) 11. Yohansson Nascimento (400 m rasos T46 Masculino)
PRATA 12. Jerusa Geber Santos (100 m rasos T11 – Feminino)
10. André Brasil (200 m medley - Masculino - SM10) 13. Lucas Prado (400 m rasos T11 – Masculino)
11. André Brasil (100 m costas - Masculino - S10) 14. Lucas Prado (100 m rasos T 11 – Masculino)
12. Edênia Garcia (50 m costas - Feminino - S4) 15. Claudiney dos Santos (Lançamento de dardo F57/58 – Masculino)
13. Phelipe Rodrigues (100 m livre - Masculino - S10) BRONZE

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BRONZE
16. Jonathan de Souza Santos (Lançamento de disco F40 – 7.2 LAZER
Masculino)
17. Jhulia Santos (100 m rasos T11 – Quanto ao lazer, é um outro aspecto da vida das pessoas com deficiência que ainda
Feminino) precisa ganhar mais espaços na sociedade. A visão de que as pessoas com deficiência
18. Felipe Gomes (100 m rasos T 11 – não saem de casa, não possuem vida, precisa ser quebrada imediatamente. Podemos
Masculino) tomar alguns exemplos na cidade para exemplificarmos esta situação.
Dos 5 cinemas existentes na cidade de Manaus, nenhum deles obedece na íntegra o
• BOCHA que o Decreto nº 5.296 estabelece. Os espaços reservados a pessoas com deficiência
(4)
OURO
1. Dirceu Pinto e Eliseu dos Santos (Duplas
BC4)
2. Maciel Santos (Individual Misto BC2)
3. Dirceu Jose Pinto (Individual Misto
BC4) BRONZE
4. Eliseu dos Santos (Individual Misto BC4)

• ESGRIMA EM CADEIRA DE RODAS


(1)
OURO
1. Jovane Silva Guissone (Espada - Individual Masculino - Categoria B)

• FUTEBOL DE 5
(1)
OURO
1. Por Equipe (Futebol de 5 –
Masculino)

• JUDÔ (4)
PRAT
A
1. Lucia da Silva Teixeira (Até 57 kg –
Feminino)
BRONZE
2. Michele Ferreira (Até 52 kg – Feminino)
3. Daniele Bernardes (Até 63 kg – Feminino)
4. Antonio Tenório (Até 100kg –
Masculino)

• GOLBOL
(1)
PRAT
A
1. Equipe (Final Masculina)
não possuem boa visibilidade, eles estão separados dos demais lugares,
concentra- dos em um único lugar, portanto, segregados de público.
Não existe nenhum parque adaptado para pessoas com deficiência em Manaus,
o ideal seria que as instalações e espaços acessíveis ou adaptados pudessem ser
uti- lizados por todos, sejam pessoas com deficiência, pessoas com mobilidade
reduzida ou outras pessoas que não estão nessas condições, sejam elas de todas
as idades e capacidades.

Um exemplo de parque adaptado que poderia ser adotado em Manaus, está


local- izado loca-lizado em Socorro, interior de São Paulo. Recebe o nome de
C7.3CULT
Parque dos Sonhos, suas atividades podem ser desenvolvidas por pessoas com e
sem deficiência, abaixo algu- mas imagens do lugar. URA 7.3
CULTURA

Em Manaus, a maioria dos museus e lugares históricos a serem visitados estão está
situa-dos da em construções antigas com longas escadas e quase todos foram
tombados pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan), portanto, não podem sofrer modificações nos pisos de paralelepípedo e
escadas. Como exemplo, temos o Teatro Amazonas, que só possui acessibilidade no
primeiro piso. O Palácio Rio Negro, o Museu de Ciências Naturais, a Casa Eduardo
Ribeiro, entre tantas outras construções históricas que retratam a nossa cultura e
estão abertas a à visitação, e não possuem acessibilidade como estas citadas
anteriormente.

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A classificação abaixo, foi construída com base nas diretrizes gerais da ADA-
American with Disabilities Act Americans with Disabilities Act (ADA), porém não é
definitiva e pode variar segundo alguns autores.
A importância das classificações no âmbito da tecnologia assistiva se dá pela pro-
moção da organização desta área de conhecimento e servirá ao estudo, pesquisa,
desenvolvimento, promoção de políticas públicas, organização de serviços,
cataloga- ção e formação de banco de dados para identificação dos recursos mais
apropriados ao atendimento de uma necessidade funcional do usuário final.

AUXÍLIOS PARA A VIDA DIÁRIA E VIDA


PRÁTICA

CATEGORIAS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA

Teatro Amazonas Palacete Provincial

8. ACESSO A AJUDAS TÉCNICAS OU


TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

No Brasil, o Comitê de Ajudas Técnicas - CAT Brasileiro de Tecnologia Assistiva


(CAT), instituído pela PORTARIA N° Portaria n° 142, DE 16 DE NOVEMBRO DE 2006
de 16 de no vemb ro de 2006, propõe o seguinte conceito para a tecnologia
assistiva: “Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica
interdiscipli- nar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias,
práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à
atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade
reduzida, visando sua au- tonomia, independência, qualidade de vida e inclusão
social” (ATA Ata VII - Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) - Coordenadoria Nacional
para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE) - Secretaria Especial
dos Direitos Humanos Brasileiro de Tecnologia Assistiva (CAT), da Secretaria
Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNPD), da
Secretaria de Direitos Humanos - Presidência da República).

OBJETIVO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA -


TA (TA)

Proporcionar à pessoa com deficiência maior autonomia, independência,


qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação,
mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado, trabalho e
integração com a família, amigos e sociedade.
Materiais e produtos que favorecem desempenho autônomo e independente em
ta- refas rotineiras ou facilitam o cuidado de pessoas em situação de Alimentação
dependência de auxílio, nas atividades como se alimentar alimentar-se,
cozinhar, vestir-se, tomar banho e execu- tar necessidades pessoais.
São exemplos os talheres modificados, suportes para utensílios domésticos,
roupas desenhadas para facilitar o vestir e despir, abotoadores, velcro velcro,
recursos para trans- ferência, barras de apoio, etc.

Vestuário

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Materiais escolares favorecendo recorte, escrita e leitura

CAA - COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E


ALTERNATIVA (CAA)

Destinada a atender pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre Teclado IntelliKeys IntelliKeys, acionadores com mouse mouse adaptado, mouse
sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever. mouse por movimento da cabeça, monitor com tela de toque e órtese para
Recursos como as pranchas de comunicação, construídas com simbologia gráfica digitação.
(BLISS Bliss, PCS e outros), letras ou palavras escritas, são utilizados pelo usuário
da CAA para expressar suas questões, desejos, sentimentos, entendimentos. A alta
tecnologia dos vocaliza- dores (pranchas com produção de voz) ou o computador
com softwares softwares específicos, garantem grande eficiência à função
comunicativa.

Dispositivo de saída LinhaBraille Linha Braille e software software para controle do


computador com
síntese de voz.

Prancha de comunicação, vocalizador com varredura e vocalizador


SISTEMAS DE CONTROLE DE
portátil. RECURSOS DE ACESSIBILIDADE AO COMPUTADOR AMBIENTE

Conjunto de hardware hardware e software especialmente idealizado para tornar Através de um controle remoto, as pessoas com limitações motoras, podem
o compu- tador acessível, no sentido de que possa ser utilizado por pessoas com ligar, desligar e ajustar aparelhos eletro-eletrônicos eletroeletrônicos como a luz,
privações sensoriais e motoras. o som, televisores, ven- tiladores, executar a abertura e fechamento de portas e
São exemplos de equipamentos de entrada os teclados modificados, os teclados vir- janelas, receber e fazer chamadas telefônicas, acionar sistemas de segurança,
tuais com varredura, mouses mouses especiais e acionadores iversos diversos, entre outros, localizados em seu quarto, sala, escritório, casa e arredores. O
softwares softwares de reconhecimento de voz, ponteiras de cabeça por luz entre controle remoto pode ser acionado de forma direta ou indireta e, neste caso, um
outros. sistema de varredura é disparado e a seleção do aparelho, bem como a
Como equipamentos de saída, podemos citar a síntese de voz, monitores especiais, determinação de que seja ativado, se dará darão por acionadores (localizados em
os qualquer parte do corpo) que podem ser de pressão, de tração, de sopro, de piscar
softwares softwares leitores de texto (OCR), impressoras braile e de olhos, por comando de voz etc.
linha braile.
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Representação de controle de ambiente.
Prótese de membro inferior e órtese de mão.

PROJETOS ARQUITETÔNICOS PARA ADEQUAÇÃO POSTURAL


ACESSIBILIDADE
Ter uma postura estável e confortável é fundamental para que se consiga um
Projetos de edificação e urbanismo que garantem acesso, funcionalidade e bom desempenho funcional. Fica difícil a realização de qualquer tarefa quando se
mobilida- de a todas as pessoas, independente independentemente de sua está inseguro com relação a possíveis quedas ou sentindo desconforto.
condição física e sensorial. Adaptações estruturais e reformas na casa e/ou Um projeto de adequação postural diz respeito à seleção de recursos que garantam
ambiente de trabalho, através de rampas, ele- vadores, adaptações em posturas alinhadas, estáveis e com boa distribuição do peso corporal.
banheiros, mobiliário, entre outras, que retiram ou reduzem as barreiras Indivíduos cadeirantes, por passarem grande parte do dia numa mesma posição,
físicas. serão os grandes beneficiados da prescrição de sistemas especiais de assentos e en-
costos que levem em consideração suas medidas, peso e flexibilidade ou alterações
músculo-esqueléticas existentes.
Adequação postural diz respeito a recursos que promovam adequações em todas as
posturas, deitado, sentado e de pé portanto, pé. Portanto, as almofadas no leito
ou os estabiliza- dores ortostáticos, entre outros, também podem fazer parte deste
capítulo da TA.

Projetos de acessibilidade arquitetônica em elevadores, calçadas e banheiros.

ÓRTESES E
PRÓTESES

Próteses são peças artificiais que substituem partes ausentes do


corpo.
Órteses são colocadas junto a um segmento corpo, garantindo-lhe um melhor posi-
cionamento, estabilização e/ou função. São normalmente confeccionadas sob me- Poltrona postural na escola e no carrinho para transporte.
dida e servem no auxílio de mobilidade, de funções manuais (escrita, digitação,
utilização de talheres, manejo de objetos para higiene pessoal), correção postural,
entre outros.
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AUXÍLIOS DE MOBILIDADE lhas táteis) e agendas eletrônicas.

A mobilidade pode ser auxiliada por bengalas, muletas, andadores, carrinhos,


cadei- ras de rodas manuais ou elétricas motorizadas, scooters scooters e qualquer
outro veículo, equipamento ou estratégia utilizada na melhoria da mobilidade
pessoal. Termômetro falado, relógio falado e em
relógio braile.

AUXÍLIOS PARA PESSOAS COM SURDEZ OU COM DÉFICIT


AUDITIVO

Auxílios que inclui vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para


surdez, telefones com teclado-teletipo (TTY), sistemas com alerta táctil-visual
tátil-visual, entre ou- tros.

Cadeira de rodas manual e motorizada.


Telefone com teclado (TTY) e celular com
mensa- gens escritas e chamadas por vibração.

ADAPTAÇÕES EM
VEÍCULOS

Acessórios e adaptações que possibilitam uma pessoa com deficiência física dirigir
um automóvel, facilitadores de embarque e desembarque como elevadores para
Cadeira de rodas especial para praia e andador com freio. ca- deiras de rodas (utilizados nos carros particulares ou de transporte coletivo),
rampas para cadeiras de rodas, serviços de auto- escola autoescola para pessoas
com deficiência.
AUXÍLIOS PARA CEGOS OU PARA PESSOAS COM BAIXA VISÃO
SUBNORMAL

Equipamentos que visam a autonomia e a independência das pessoas com


deficiência visual na rea- lização de tarefas como: consultar o relógio, usar
calculadora, verificar a tempera- tura do corpo, identificar se as luzes estão acesas
ou apagadas, cozinhar, identificar cores e peças do vestuário, verificar pressão
arterial, identificar chamadas telefôni- cas, escrever, ter mobilidade independente
autônoma etc. Inclui também auxílios ópticos, lentes, lupas e telelupas; os
softwares softwares leitores de tela, leitores de texto, ampliadores de tela; os
hardwares hardwares como as impressoras braile, lupas eletrônicas, linha braile Elevador para cadeiras de rodas e adaptação em veículo para dirigir
(dispositivo de saída do computador com agu-
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BB Crédito meses;
Acessibilidade

Em novembro/2011, a Presidenta Dilma Rousseff lançou o Viver sem Limite –


Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Por meio de ações
estratégicas em educação, saúde, inclusão social e acessibilidade em prol da
promoção à cidadania e ao fortalecimento da participação da pessoa com
deficiência na sociedade, da sua autonomia, eliminando barreiras e permitindo o
acesso e o usufruto, em bases iguais, aos bens e serviços disponíveis a toda a
população.
O BB Banco do Brasil integra as ações de fortalecimento da acessibilidade e
elaborou uma linha de crédito para aquisição de produtos de Tecnologia Assistiva
tecnologia assistiva, com foco no público com renda até 10 salários
mínimos.
A linha BB Crédito
Acessibi- lidade
disponibilizada pelo Banco
do Brasil, permite que os
clientes tenham acesso
ao crédito para comprar
os equipamentos
necessários para o bem
estar no dia a dia. Esta
modalidade destina-se a
à própria pessoa com
defici- ência ou a um
terceiro que queira
adquirir tais equi-
pamentos para destinar a
outra pessoa.

Características

Linha de crédito destinada ao financiamento de bens e serviços voltados para


Pessoas com Deficiência pessoas com deficiência.

Quem pode contratar

Clientes pessoas físicas, correntistas do Banco do Brasil, com limite de crédito dis-
ponível e renda mensal bruta de até 10 salários mínimos.

Valor financiamento mínimo de R$ 70,00 e máximo de R$ 30.000,00

- Taxa de juros: de 0,57% ao mês para quem recebe até 5 salários mínimos e de
0,64% ao mês para quem recebe mais de 5 até 10 salários mínimos;
- Prazo: 04 4 a 60
- Carência: até 59 dias para o vencimento da primeira informados na lista poderão ser financiados).

parcela. Veja como contratar: Lista de


Produtos
Se você for correntista do Banco do
Brasil Auxílios para ampliação da habilidade auditiva, auxílios para qualificação da habili-
dade visual, adequação postural, auxílios de mobilidade, auxílios para vida diária,
Procure uma agência e informe-se a respeito da sua situação cadastral e qual o CAA-Comunicação Aumentativa, Esporte e Lazer, Órteses e Próteses, Projetos
limite disponível para financiamento. Para isso, leve seus documentos de ar- quitetônicos para acessibilidade, Recursos de Acessibilidade ao Computador,
Identidade, CPF, comprovante de renda e endereço. Siste- mas de controle ao ambiente, Elevadores Adaptados para residência,
De posse dessas informações, solicite uma simulação do financiamento: nº de Acionadores, Adaptação de Veículo Automotor, Alternativa de Output por Voz;
pres- tações, valor das prestações etc. Andadores; Cadeira de Rodas com Adequação Postural, Cadeiras de Rodas
Motorizadas, Leitores com Sof- tware OCR, Leitores de Tela, Lupas Eletrônicas de
Se você não for correntista do Banco do Mesa, Lupas Eletrônicas Portáteis, Mobiliário Acessível, Mouses Alternativos,
Brasil Scanner de Mesa, Computador Portátil Braille, Guincho de Transferência,
Impressora Braille, Interfaces Para os Acionado- res, Scanner Leitor Portátil,
Procure uma agência e informe-se sobre as condições da linha de crédito e Software de Comunicação Alternativa, Teclado Braille, Vocalizadores.
saiba como abrir a sua conta corrente. Se for o caso, leve seus documentos de Comunicação a umentativa, e sporte e l azer, ó rteses e p róteses, p rojetos ar-
Identidade, CPF, comprovante de renda e endereço. quitetônicos para acessibilidade, recursos de acessibilidade ao computador, siste-
A abertura da conta corrente bem como a disponibilização do limite está sujeita mas de controle ao ambiente, elevadores adaptados para residência, acionadores,
a à pesquisa cadastral. adaptação de veículo automotor, alternativa de output por voz; andadores; cadeira
de rodas com adequação postural, cadeiras de rodas motorizadas, leitores com
Como adquirir o bem software OCR, leitores de tela, lupas eletrônicas de mesa, lupas eletrônicas
portáteis, mobiliário acessível, m ouses a lternativos, s canner de mesa,
De posse da informação de quanto há de limite de crédito disponível, c omputador p ortátil braile, guincho de transferência, impressora braile,
prestação e prazo, compareça até o estabelecimento comercial, adquira o(s) interfaces para os acionado- res, scanner leitor portátil, software de comunicação
bem(ns) e/ou serviço(s) constante(s) na lista de produtos (somente os bens alternativa, teclado braile, vocalizadores.

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Ver lista de produtos detalhada nas Agências agências do Banco do Brasil e ONDE ENCONTRAR O SERVIÇO EM
pelo site site: www. MANAUS
bb.com.br
Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência - SEPED
Como contratar a sua operação (Seped) Endereço: Av. Mário Ypiranga Monteiro, N°1600,
Adrianópolis. Telefone: (92) 3878-0599 / 3878-0499 - Gerência de
Após a aquisição do bem, leve a nota fiscal ou o cupom fiscal até uma agência do Atendimento.
BB para a efetivação do financiamento. O crédito será liberado diretamente na sua
conta corrente, devendo ficar uma cópia da nota na agência.
9.2 PROGRAMA MINHA CASA, MINHA
Somente serão aceitos documentos fiscais emitidos com prazo máximo de 30 dias.
VIDA
Garantia
Quem pode se
Esta modalidade não exige garantida de bens ou de terceiros. beneficiar?

Toda família com renda bruta de


9. ACESSO A HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL até R$ 5 mil, desde que não possua
casa própria ou financiamento em
9.1 PROGRAMA VIVER MELHOR - HABITAÇÃO qual- quer unidade da federação.
Também não é permitido que os
Tem como objetivo promover a acessibilidade nas moradias das pessoas com participantes tenham recebido
defici- ência que possuem um baixo nível socioeconômico, com base no Decreto anteriormente be- nefícios de
Federal nº 5296/2004 5.296/2004 e normas técnicas da ABNT – NB 9050:2004. São natureza habitacional do Governo
executadas nos imóveis obras e serviços de engenharia e adaptação Federal.
arquitetônica, tais como: rampa de acessibilidade, adequação de portas e Para as famílias com renda de até
banheiros e melhorias no local de repouso. Para que a Pessoa com Deficiência R$ 1.600: a prioridade é atender a
pessoa com d eficiência possa participar do Programa VIVER MELHOR Viver popu- lação de baixa renda, pois
Melhor, basta o responsável (não precisa trazer a pessoa com deficiência) se entre todos que precisam de uma
dirigir à sede, da SEPED Seped portando cópias do RG, CPF e Laudo Médico laudo casa, existem aqueles que precisam
médico da pessoa com deficiência e realizar o cadastro do mesmo. de mais apoio para conseguir a sua.

Processo de
Seleção:

Fase 1 - Seleção de candidatos pelo município


Os candidatos deverão estar inscritos nos cadastros habitacionais dos municípios,
estados ou DF. Na seleção dos candidatos, têm prioridade
famílias:
• desabrigadas que perderam seu único imóvel, ou ainda residentes em áreas de
risco ou insalubres;
• com mulheres chefes de família;
• que possuam pessoas com
deficiência.
Obs.: reserva de no mínimo 3% das unidades habitacionais para atendimento aos
idosos e às famílias que tenham pessoas com deficiência.
Fase 2 - Inserção no Cadastro Único (CADÚNICO)
(CadÚnico)
A prefeitura providencia a inclusão ou atualização dos candidatos selecionados Fase 3 - Apresentação dos indicados
no A relação de candidatos selecionados é oficializada na instituição financeira
Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. respon- sável.

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Fase 4 - Verificação das em geral.
informações A internet, por exemplo, oferece serviços de utilidade pública, comerciais e de en-
As informações dos candidatos selecionados são verificadas comparando com outros tretenimento que ajudam a todos. Parece ser natural que as pessoas que
cadastros. O candidato que omitir ou prestar informação falsa é excluído do tenham mais dificuldades de mobilidade para irem a um banco, supermercado,
processo de seleção. lojas de com- pras, de verificarem andamento de processos, lerem jornais e
Para conhecer os critérios locais de seleção e as condições para famílias com outros serviços que demandariam locomoção ou ajuda de outras pessoas para
renda até R$ 1.600 entre em contato com a sua prefeitura. serem realizados, sejam nela incluídas, proporcionando-lhes liberdade de ação,
Conforme a Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009 que dispõe sobre o Programa comunicação e obtenção de informações.
Minha Casa, Minha Vida, as pessoas com deficiência, com mobilidade reduzida e Para entendermos o modo de uso da Internet internet por
idosos, de- vem ser disponibilizadas unidades adaptáveis ao seu uso, de acordo com algumas pessoas, devemos lembrar que existem muitos
a demanda. Na ausência de legislação municipal ou estadual acerca de condições usuários que atuam em contexto muito diferente do
de acessibi- lidade que estabeleça regra específica, será assegurado que, do total comum. É o caso dos que não têm a capacidade de ver,
de unidades habitacionais construídas no âmbito do PMCMV em cada Município, ouvir ou deslocar-se, dos que tenham grandes
no mínimo, 3% (três por cento) sejam adaptadas ao uso por pessoas com dificuldades, quando não mesmo a impossibilidade, de
deficiência. (Art. 73) interpretar determinados tipos de in- formação, dos que
não são capazes de utilizar teclado ou mouse e/ou que
necessitam tecnologias assistivas específi-
10. ACESSO À INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃO cas associadas e necessárias à navegação, como navegadores por voz ou que apenas
apresentem texto.
ACESSIBILIDADE NOS MEIOS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO O decreto federal nº 5296 5.296, regulamentador da lei de acessibilidade nº 10098,
no que é relativa à acessibilidade na internet, telefonia, televisão e tecnologias
Marco Antonio de Queiroz - MAQ (MAQ). assistivas em técnicas e serviços, nos chama a atenção em alguns aspectos
http://www.bengalalegal.com/meios fundamentais que de- verão, com a Convenção sobre os Direitos da Pessoa das
Pessoas com Deficiência, ser ampliados. No decreto nº 5296 5.296, o acesso pleno à
Muitas pessoas não sabem o que é, nem que importância tem, a acessibilidade as- rede mundial de computadores (internet) está limitado às pessoas com deficiência
sociada aos meios de informação e comunicação, incluindo várias pessoas com de- visual, assim como somente aos portais do go- verno. No artigo 9 da Convenção,
ficiência que não se utilizam de tecnologias específicas para tornar o acesso a elas item 2 pode-se ler que os Estados Partes deverão tomar medidas apropriadas para:
pleno e possível. “Promover o acesso de pessoas com deficiência a novos sistemas e tecnologias da
Hoje em dia, existe tecnologia para se comunicar por telefone com uma pessoa informação e comunicação, inclusive à internet;” E, no artigo 21, referindo-se ao
surda, apesar desse meio de comunicação ser prioritariamente auditivo; a pessoa acesso às informações a providenciarem: “Instância junto a entidades privadas que
cega ou com limitação física severa pode se comunicar via internet, escrever, ler oferecem serviços ao público em geral, inclusive por meio da internet, para que
e navegar por suas páginas. Já é possível assistir televisão, filmes e noticiários, forneçam informações e serviços em formatos acessíveis, que possam ser usados
sem que alguém tenha que ajudar a descrever as cenas mudas para um assistente por pessoas com deficiência;”.
cego ou narrar, por meio de sinais, os diálogos televisivos para uma pessoa surda. As palavras-chave “entidades privadas” e “pessoas com deficiência” põem por
Pessoas com deficiência visual ou auditiva podem participar de conferências que terra as limitações do decreto brasileiro. Essas limitações legais levavam o
tenham vídeos, palestras somente faladas ou com qualquer outro tipo de barreira mercado de desenvolvimento de sites a fazer permanentemente a pergunta:
de comunicação que, sem as tecnologias assistivas adequadas, impediriam o enten- “quantas pessoas com deficiência visual existem como usuárias da internet?”,
dimento das informações. A utilização do Braille, da língua brasileira de sinais, da além da acomodação por parte das empresas particulares por não terem sido
audiodescrição, da legenda oculta ou não, do sistema DAISY Daisy para livros em inseridas no decreto. Além disso, muitos sites governamentais ficaram restritos em
formatos acessíveis, inclusive para pessoas com deficiência física que não seu acesso às pessoas cegas, deixando pessoas com baixa visão, diminuição
possuam coorde- nação para virar páginas de livros e muitas outras formas de auditiva, surdez e pouca destreza manual sem acesso. Alguns sites sites
adequação dos meios de informação às pessoas com deficiência estão atualmente chegaram mesmo a fazer versões especiais para pessoas com deficiência visual,
disponíveis, apesar de muito pouco ou nada utilizadas pelas emissoras de televisão, criando sites paralelos e excludentes, fora de um acesso comum para todos, com
editoras de livros, com- panhias telefônicas, conferencistas, pois permanecem ou sem deficiência.
desconhecidas pelas pessoas O Decreto nº 5.296/2004, regulamentador da lei nº 10.098, em seu capítulo VI, de-
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dicou 14 artigos ao Acesso à Informação e Comunicação das pessoas com está dividida em Proteção Social Básica e Proteção Social Especial.
deficiência, regulamentando a telefonia acessível e a utilização dos intérpretes
de libras da L ibras em locais públicos. Felizmente, inúmeras providências foram
tomadas levando em consi- deração tecnologias como a audiodescrição, legenda
oculta e outras.
O governo brasileiro, através do que denominou Governo Ele-
trônico, estipulou diretrizes para que seus sites fossem aces-
síveis. Não faltaram iniciativas oficiais para que se realizasse
acessibilidade nos sites públicos. No caso da audiodescrição,
infelizmente, o governo, através do Ministério das Comunica-
ções, tem protelado a execução da lei e seu decreto regulamentador a pedido das
emissoras de TVs, emitindo inúmeras portarias incongruentes, não respeitando a
própria lei de acessibilidade, seu decreto regulamentador, nem a Convenção já
rati- ficada pelo Congresso Nacional.
Consideramos que, devido à relevância que possui para a acessibilidade das pessoas
com deficiência aos meios de comunicação e informação existentes em uma socie-
dade moderna, este tema foi tratado com respeito na Convenção, mas interesses
diversos podem não trazer os avanços esperados, ainda levando as pessoas com de-
ficiência a muitas lutas, inclusive a de se cumprir a própria lei. Para países onde
o tema sequer existe ou é pouco mencionado, será importante para alavancar
novas iniciativas.
As empresas, legisladores, governos e sociedade precisam entender que nós,
pessoas com deficiência, somos consumidores de serviços, produtos, pagadores de
impostos e estamos aí querendo igualdade no tratamento e respeito às nossas
diferenças.
* A Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência Comentada /
Coordenação de Ana Paula Crosara Resende e Flavia Maria de Paiva Vital. -
Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Coordenadoria Nacional para
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência Secretaria de Direitos Humanos.
Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com
Deficiência. Brasília/DF, 2008.
Artigo 9 - Acessibilidade, Flávia Maria de Paiva Vital e Marco Antonio de Queiroz,
Pag. 44 Subtítulo: “Acessibilidade nos meios de informação e comunicação”,
Marco Antonio de Queiroz - pág. 46.
Reprodução autorizada, desde que citada a fonte de referência. Distribuição
gratuita.Impresso no Brasil. Copyright 2008 by Secretaria Especial dos de Direitos
Humanos.

11. PADRÃO DE VIDA E PROTEÇÃO SOCIAL


ADEQUADOS
Este artigo da CDPD trata do direito da pessoa com deficiência e de sua família de
ter um padrão de vida adequado, de ter acesso a programas de proteção social e
de redução da pobreza, bem como a programas e benefícios de aposentadoria. A
Prote- ção Social é uma importante ferramente de inclusão social e combate a
pobreza, ela
CADASTRO Suas informações são regulamentadas pelo Decreto nº 6.135/07, pelas Portarias
ÚNICO nº 177, de 16 de junho de 2011, e nº 274, de 10 de outubro de 2011, e Instruções
Nor- mativas nº 1 e nº 2, de 26 de agosto de 2011, e as Instruções Normativas nº 3 e
O Cadastro Único (CadÚnico) para Programas Sociais do Governo Federal nº 4, de 14 de outubro de 2011, e podem também ser utilizadas pelos governos
(Cadastro Único) é um instrumento que identifica e caracteriza as famílias de estaduais e municipais para obter o diagnóstico socioeconômico das famílias
baixa renda, entendidas como aquelas que têm: cadastradas, pos- sibilitando o desenvolvimento de políticas sociais locais.
Famílias com renda superior a meio salário mínimo também podem ser
- renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa cadastradas, desde que sua inserção esteja vinculada à inclusão e/ou permanência
ou em programas sociais implementados pelo poder público nas três esferas do
- renda mensal total de até três salários Governo.
mínimos.
- Isenção de Taxas em Concursos
O Cadastro Único permite conhecer a realidade socioeconômica dessas famílias, Públicos
tra- zendo informações de todo o núcleo familiar, das características do
domicílio, das formas de acesso a serviços públicos essenciais e, também, dados Essa ação prevê a isenção do pagamento de taxa de inscrição em concursos
de cada um dos componentes da família. públicos realizados pelo Poder Executivo Federal. Poderá ser beneficiado com a
O Governo Federal, por meio de um sistema informatizado, consolida os dados isenção de pagamento o candidato que: estiver inscrito no Cadastro Único; e for
cole- tados no Cadastro Único. A partir daí, o poder público pode formular e membro de família de baixa renda (com renda mensal per capita de até meio
implementar políticas específicas, que contribuem para a redução das salário mínimo ou a que possua renda familiar mensal de até três salários
vulnerabilidades sociais a que essas famílias estão expostas. Atualmente, o mínimos).
Cadastro Único conta com mais de 21 milhões de famílias inscritas. O candidato deverá formular a solicitação de isenção da taxa de inscrição à
O Cadastro Único é coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e entidade ou órgão executor do concurso público. O documento deverá conter: os
Comba- te à Fome (MDS), devendo ser obrigatoriamente utilizado para seleção seguintes dados cadastrais: nome completo do candidato, NIS, data de nascimento,
de beneficiá- rios de programas sociais do Governo Federal, como o Bolsa número da identidade, data de expedição do RG, órgão expedidor do RG, CPF e
Família. , nome da mãe;

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declaração de que pertence à família de baixa programas
renda.
O órgão ou entidade responsável pelo concurso público consultará o MDS para
verifi- car a veracidade das informações prestadas pelo candidato. Declarações
falsas esta- rão sujeitas às sanções previstas em lei, aplicando-se, ainda, o disposto
no parágrafo único do art. 10 do Decreto no 83.936, de 6 de setembro de 1979.
O edital do concurso público definirá a forma de apresentação e os prazos necessá-
rios para a solicitação de isenção, além de divulgar a resposta ao candidato. Em
caso de indeferimento do pedido, o candidato deverá ser comunicado antes do
término do prazo previsto para as inscrições, para que possa realizar o
pagamento da taxa cobrada.
A isenção do pagamento de taxa de inscrição em concursos públicos está prevista
no Decreto nº 6.593/08, regulamentado pela Lei nº 8.112/90. O Decreto aplica-se
aos concursos realizados no âmbito do Poder Executivo Federal e aos processos
seletivos simplificados para a contratação de pessoal por tempo determinado para
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.

- Tarifa Social de Energia


Elétrica

A Tarifa Social de Energia Elétrica é um desconto na conta de luz destinado às


famí- lias inscritas no Cadastro Único com renda de até meio salário mínimo per
capita ou que tenham algum componente beneficiário do Benefício de Prestação
Continuada da Assistência Social (BPC). O desconto concedido varia de acordo com
consumo de energia.
As famílias indígenas e quilombolas que estão inscritas no Cadastro Único e
possuem renda per capita de até meio salário terão direito ao desconto de 100% na
conta de energia elétrica, até o limite de consumo de 50 KWh/mês.
As famílias inscritas no Cadastro Único com renda mensal de até três salários mí-
nimos que tenham entre seus membros pessoas em tratamento de saúde, que ne-
cessitam usar continuamente aparelhos com elevado consumo de energia, também
recebem o desconto.
Para obter informações adicionais, acesse a Lei nº 12.212, de 20 de janeiro de
2010, que dispõe sobre a Tarifa Social de Energia Elétrica.

PROTEÇÃO SOCIAL
BÁSICA

A proteção social básica tem como objetivos prevenir situações de risco por meio
do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de
vínculos familiares e comunitários. Destina-se à população que vive em situação de
vulnera- bilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência de renda,
precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou, fragilização de
vínculos afetivos
– relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero
ou por deficiências, dentre outras). Prevê o desenvolvimento de serviços,
e projetos locais de acolhimento, convivência e socialização de famílias e de CRAS ENDEREÇO TELEFONE
indiví- duos, conforme identificação da situação de vulnerabilidade apresentada. ALFREDO NASCIMENTO R. 08, nº 522 3646-
Deverão incluir as pessoas com deficiência e ser organizados em rede, de modo 4857
a inserí-las nas diversas ações ofertadas. Os benefícios, tanto de prestação CIDADE NOVA R. C, nº 48, Conj. Fcª. Mendes, QD.67
continuada como os eventuais, compõem a proteção social básica, dada a 36363849
natureza de sua realização. Os CRAS (Centro Centros de Referência da TERRA NOVA Av. Itapemirim, nº 230 3641-
Assistência Social (Cras) fazem parte deste nível de proteção. 2612
MUTIRÃO R. 83, Qd/10, nº 1 3214-6081
CRAS - CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS) NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO R. Águas Marinhas , nº 142 3631-7245
CACHOERINHA Av. Carvalho Leal, s/nº 3631-
Localizado em áreas de vulnerabilidade social, que abrange um total de até 8607
1.000 famílias/ano. Executa serviços de proteção social básica, organiza e BETÂNIA R. São Lázaro, nº 26 3237-7678/3215-
coordena a rede de serviços socioassistenciais locais da política de assistência 9001
social. CRESPO R. Magalhães Barata Bc.Olaria, s/nº 3214-3307
O CRAS Cras atua com famílias e indivíduos em seu contexto comunitário, visando COMPENSA I R. da indústria, nº 20 3671-
a orien- tação e o convívio sociofamiliar e comunitário. Neste sentido é 4767
responsável pela oferta do Programa de Atenção Integral às Famílias - PAIF COMPENSA II R. da Prosperidade, s/nº 3673-5053/3625-
(Paif), prestando serviços de : acolhimento, acompanhamento em serviços 2688
socioeducativos e de convivência ou por ações socioassistenciais, GLÓRIA R. São Bento, s/nº 3625-8620/3625-
encaminhamentos para a rede de proteção social existente no lugar onde vivem 6033
e para os demais serviços das outras políticas sociais, orienta- ção e apoio na ALVORADA I R. 04, esquina com a Av. A 3238-
garantia dos seus direitos de cidadania e de convivência familiar e comunitária. 9505
ALVORADA III R. 13, s/nº 3239-
2003
RELAÇÃO DOS
REDENÇÃO R. Olinda com Bagé, s/nº 3654-
CRAS
7775
UNIÃO R. Barreirinha, nº 18 3634-5078
JORGE TEIXEIRA R. 01, s/nº, próx. Av. Itaúba 3638-6057

Centro de Vida Independente do Amazonas CVI-AM

174 175
SÃO JOSÉ III R. 04, s/nº 3639-
BOLSA FAMÍLIA MUNICIPAL CONSORCIADA - PROGRAMA DE
7996
SÃO JOSÉ IV R. Marginal, s/nº 3648- TRANSFERÊNCIA DE RENDA MÍNIMA (LEI Nº 1.402, DE 14/01/2010)
4903
Criado para prestar assistência social às Famílias famílias de Manaus, ampliando as
possibili- dades de melhoria da qualidade de vida, minimizando os índices de
evasão escolar e repetência, e garantir que o cronograma de vacinação seja
BOLSA FAMÍLIA - PROGRAMA DE TRANSFERÊNCIA DE RENDA DO cumprido.
GOVER-
NO FEDERAL (Decreto nº 5.209, de 17/09/2004) É Destinado a famílias em estrema pobreza (aquelas que recebem até R$ 70,00 por
pessoa) que tenham entre seus dependentes crianças e adolescentes entre 0 e 15
Este Programa tem foco na promoção do acesso aos serviços públicos anos.
principlamente de saúde, educação e assistência social, com vistas ao combate a É necssário que a família esteja inscrita no Cadastro Único (CADÚNICO) do Governo
fome, a segurança alimentar e nutricional, estimulando a participação das famílias Federal.
que vivem em situ- ação de pobreza e extrema pobreza através da transferência de O valor a ser recebido é de R$ 60,00 por família.
renda.
É destinado à famílias em situação de pobreza (aquelas que recebem até R$ 140,00 BPC - BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO
por pessoa) e extrema pobreza (aquelas que recebem até R$ 70,00 por pessoa). CONTINUADA (BPC)
Tipos de
O benefício de prestação continuada é a garantia de
benefício:
um salário mínimo mensal à pessoa com deficiência
e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que
- benefício básico, no valor mensal de R$ 70,00 (setenta reais), destinado a
comprovem não possuir meios de prover a própria ma-
unidades familiares que se encontrem em situação de extrema pobreza;
nutenção nem de tê-la provida por sua família
- Não é necessário ter contribuído para a
- benefício variável, no valor mensal de R$ 32,00 (trinta e dois reais) por benefi-
Previdência Social;
ciário, até o limite de R$ 160,00 (cento e sessenta reais) por família, destinado a
- A renda mensal bruta por pessoa deve ser inferior a
unidades familiares que se encontrem em situação de pobreza ou extrema pobreza e
1/4 (um quarto) do salário mínimo vigente;
que tenham em sua composição: gestantes, nutrizes, crianças entre 0 e 12 anos ou
- Pessoas que compõem a família: a pessoa com defi-
adolescentes até 15 anos;
ciência ou idoso; esposa/esposo (companheiro/compa-
nheira), os pais e, na ausência de um deles, a madrasta
- benefício variável vinculado ao adolescente, no valor mensal de R$ 38,00 (trinta
ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados
e oito reais) por beneficiário, até o limite de R$ 76,00 (setenta e seis reais) por
solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o
família, destinado a unidades familiares que se encontrem em situação de pobreza
mesmo teto;
ou extrema pobreza e que tenham em sua composição adolescentes com idade de
- O BPC será suspenso pelo INSS quando a pessoa com deficiência exercer
dezesseis a dezessete anos matriculados em estabelecimentos de ensino;
atividade remunerada, inclusive na condição de microempreendedor individual;
Obs.: Uma vez fora do mercado de trabalho ou da atividade empreendedora, e
- benefício variável de caráter extraordinário: constitui-se de parcela do valor dos quan- do for o caso, encerrado o prazo de pagamento do seguro-desemprego e não
benefícios das famílias remanescentes dos Programas Bolsa Escola, Bolsa Alimenta- tendo o beneficiário adquirido direito a qualquer benefício previdenciário, poderá
ção, Cartão Alimentação e Auxílio Gás que, na data da sua incorporação ao Programa ser re- querida a continuidade do pagamento do BPC
Bolsa Família, exceda o limite máximo fixado para o Programa Bolsa Família que foi suspenso, sem necessidade de realização de perícia médica ou reavaliação
O pagamento dos benefícios do Programa Bolsa Família é temporário e não gera da deficiência e do grau de incapacidade.
di- reito adquirido, devendo ser revisto a cada 2 (dois) anos. - Caso a pessoa com deficiência seja contratada como aprendiz, ela continua rece-
bendo o BPC , o recebimento do benefício é limitado a 2(dois ) 2 (dois) anos.

176
Cen
tro
de 177
Vida
Inde
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dent
e do
Ama
zon
as
CVI-
AM
dentro deste nível de proteção.
Isso significa que a pessoa com deficiência irá receber seu salário como aprendiz
através do empregador e o BPC por meio do INSS. Aumentando assim sua renda
mensal.
- Para solicitar o BPC, a pessoa com deficiência ou idosa deve procurar uma
agência do INSS mais próxima;

O Programa BPC na Escola instituído pela Portaria Interministerial nº 18, de 24


de abril de 2007 visa identificar os beneficiários do BPC prioritariamente entre 0 e
18 anos que:
- estão inseridos na escola e aqueles que não estão,bem como a permanência dos
mesmos no sistema de ensino;
- identificar as barreiras que podem impedir ou dificultar o acesso das pessoas com
deficiência à escola;
- propor ações e políticas que promovam a inclusão no contexto
escolar.

PROTEÇÃO SOCIAL
ESPECIAL

A proteção social especial Proteção Social Especial é a modalidade de


atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em
situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos
físicos e, ou, psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento
de medidas sócio-educativas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho
infantil, entre outras.
São serviços que requerem acompanhamento individual e maior flexibilidade nas
soluções protetivas. Da mesma forma, comportam encaminhamentos monitorados,
apoios e processos que assegurem qualidade na atenção protetiva e efetividade na
reinserção almejada.
Os serviços de proteção especial têm estreita interface com o sistema de garantia
de direito exigindo, muitas vezes, uma gestão mais complexa e compartilhada com
o
Poder Judiciário, Ministério Público e outros órgãos e ações do
Executivo.
A Proteção Social Especial está dividida
em:
- Proteção Social Especial de Média Complexidade: aqueles que oferecem
atendi- mentos às famílias e indivíduos com seus direitos violados, mas cujos vínculos
fami- liar e comunitário não foram rompidos.
- Proteção Social Especial de Alta Complexdade: Os serviços de proteção social es-
pecial de alta complexidade são aqueles que garantem proteção integral –
moradia, alimentação, higienização e trabalho protegido para famílias e
indivíduos que se encontram sem referência e, ou, em situação de ameaça,
necessitando ser retirados de seu núcleo familiar e, ou, comunitário. Os CREAS
(Centro de Referência Especia- lizado da Assistência Social Centros de Referência
Especializado da Assistência Social (Creas) fazem parte dos serviços ofertados
CREAS - CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DA Benjamin Constant Rua General Carromberg, 211 - Centro (97)3415-6108
ASSISTÊNCIA SOCIAL (CREAS) Canutama Teodoro Botinelly, s/nº - Centro (97)3334-1300
Carauari Rua Samuel Amaral, s/nº - Samuel Amaral (97)3491-1313
Voltado à proteção social de média complexidade, responsável por prestar Careiro da Várzea BR 310 KM 13 - Comunidade São Francisco (92)3369-2147
orienta- ção, apoio e acompanhamento contínuo a indivíduos e seus familiares, Coari Rua Gonçalves Ledo, s/nº - Centro (97)3561-
vítimas de direitos violados como: idoso, deficientes, população de rua e etc. 4638
Além de crianças e adolescentes, no CREAS Creas devem ser atendidas famílias e Humaitá Rua República Ocidental, s/n - São
indivídu- os que vivenciam violações de direito por ocorrência de: violência José
física, psicológica e negligência; violência sexual: abuso e/ou exploração sexual; Itacoatiara Rua Adamastor de Figueiredo, nº 2357 - Centro 3521-1847
afastamento do con- vívio familiar devido à aplicação de medida socioeducativa Manacapuru Avenida Pedro Moura, nº 790 - Terra Preta 3361-3021
ou medida de proteção; tráfico de pessoas; situação de rua e mendicância; Manaus Rua Libertador, 535 - Nossa Senhora das Graças 3232-
abandono; vivência de trabalho infantil; discriminação em decorrência da 7886
orientação sexual e/ou raça/etnia; des- cumprimento de condicionalidades do Manaus Rua Curió, 28 - Cidade Nova I 3214-6514/3214-
Programa Bolsa Família e do PETI Peti em decorrência de violação de direitos e 6510
outras formas de violação de direitos decorrentes de discriminações/submissões Maués Estrada dos Moraes, nº 367 - Centro 3542-1952
a situações que provocam danos e agravos a sua condição de vida e os impedem Nhamundá Rua Nelson de Melo, s/n - Centro 3534-8163
de usufruir autonomia e bem estar bem-estar. Nova Olinda do Norte Rua Meuclides Assunção, s/n - Santa Maria 3318-
Devem ser atendidos também adolescentes em cumprimento de medidas 1232
socioedu- cativas em meio aberto de Liberdade Assistida e de Prestação de Parintins Rua Raul Góes, s/nº - Nossa Senhora de Nazaré 3533-
Serviços à Comu- nidade. 2340
Presidente Figueiredo Avenida Sucupira, s/n - Bairro: Centro 3324-
1419
RELAÇÃO DOS Parintins Rua Raul Góes, s/nº - Nossa Senhora de Nazaré 3533-2340
CREAS Rio Preto da Eva Rua Gov. Domingos Monteiro, nº 5 - Área Administrativa
3328-1087
CREAS ENDEREÇO São Gab. da Cachoeira Avenida Dom Pedro Massa, s/nº- Centro 3471-
TELEFONE 1769

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178 179
Tabatinga Rua da Pátria, 568 - São Francisco (97)3412-4444 Relação das situações em que o aposentado por invalidez terá direito ao
Tapauá Avenida Pres. Castelo Branco, s/nº - Centro (97)3391-1290 aumento:
Tefé Rua Japurá; nº 30 - Juruá (97)3343-2035 1 - Cegueira total.
Tonantins Rua Leopoldo Peres, s/n - Centro (97)3464-1324 2 - Perda de nove dedos das mãos ou superior a
esta.
Urucará Rua Antenor Tiago Melo, s/nº - São Jorge (92)3571-1317 3 - Paralisia dos dois membros superiores ou
inferiores.
4 - Perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for
CENTRO POP - CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO PARA POPULA- impossível. 5 - Perda de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja
possível.
ÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA (CENTRO POP)
6 - Perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese for impossível.
7 - Alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e so-
O Centro POP representa espaço de referência para o convívio grupal, social e para cial.
o desenvolvimento de relações de solidariedade, afetividade e respeito. Na 8 - Doença que exija permanência contínua no leito.
atenção ofertada no Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua serviço 9 - Incapacidade permanente para as atividades da vida diária.
especializado para pessoas em situação de rua, deve-se propor- cionar vivências
para o alcance da autonomia, estimulando, além disso, a organiza- ção, a
mobilização e a participação social.
O órgão funciona articulado à sede do SAIE Saie Amine Daou Lindoso, cuja
IPVA(IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES)
capacidade de abrigamento é de 70 leitos, com alojamentos masculino, feminino (IPVA)
e para pessoas com deficiência. O local conta, ainda, com enfermaria, lavanderia,
cozinha, refeitó- rio, salas de atendimento psicossocial, área de recreação para A pessoa com deficiência física proprietária de veículo adaptado tem direito a
jogos em grupo e um espaço amplo e aberto para a prática de atividades físicas. redu- ção em 50% no valor do IPVA, conforme estabelecido no Decreto Nº 26.428,
de 29 de Dezembro dezembro de 2006.
Localizado a Rua Silva Ramos, nº 420, Para ter acesso a isenção, é necessário solicitar através de requerimento a ser
Centro. entre- gue entregue no Departamento de arrecadação da SEFAZ ( Secretaria de
Estado da Fazenda) (Sefaz). Documentos necessários:
1. requerimento (dirigido ao DEARC Dearc –
APOSENTADORIA POR 2 vias);
INVALIDEZ 2. cópia da CNH com a deficiência
atestada;
No âmbito da seguridade social está a aposentadoria por invalidez, que se consti- 3. cópia do laudo de perícia médica do DETRAN Detran que ateste a
tui como um benefício concedido aos trabalhadores que, por doença ou acidente, deficiência física e a necessidade de uso de veículo adaptado;
forem considerados pela perícia médica da Previdência Social incapacitados 4. comprovante de adaptação do veículo (cópia da nota fiscal de
para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento. aquisição, cópia da nota fiscal do serviço de adaptação ou termo de
Não tem direito à aposentadoria por invalidez quem, ao se filiar à Previdência vistoria do DETRAN-AM Detran-AM);
Social, já tiver doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a 5. cópia do documento do veículo (CRV/CRLV) ou comprovante de
incapacidade resultar no agravamento da enfermidade. précadastro (veículo novo);
Quem recebe aposentadoria por invalidez tem que passar por perícia médica de 6. procuração (original ou cópia autenticada), quando for o
dois em dois anos, se não, senão o benefício é suspenso. A aposentadoria deixa caso;
de ser paga quando o segurado recupera a capacidade e volta ao trabalho. 7. cópia da identidade do procurador, quando for o
Para ter direito ao benefício, o trabalhador tem que contribuir para a caso;
Previdência Social por no mínimo 12 meses, no caso de doença. Se for acidente, 8. taxa de expediente.
esse prazo de carência não é exigido, mas é preciso estar inscrito na Previdência
Social. (Ministério da Previdência Social) Endereço da SEFAZ Sefaz: Avenida André Araújo, 150 - Aleixo, Manaus - AM,
O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência 69060-000 Dúvidas: (092) 2121-1811 (Subgerência de IPVA).
permanente de outra pessoa terá aumento de 25% (vinte e cinco por cento).
ATENDIMENTO O Decreto nº 5.296, de 02/12/2004, traz em seu Art. art. 6º que o atendimento
PRIORITÁRIO prioritário compreende tratamento diferenciado e atendimento imediato as
pessoas com defici- ência e mobilidade reduzida. Em seu parágrafo IV friza que o
atendimento as pessoas

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180 181
com deficiência visual, mental e múltipla deve ser realizado por pessoal - Ao se afastar, avise-a. É muito chato falar sozinho;
capacitado. - NÃO BRINQUE! Nunca distraia o cão guia cão-guia, pois
ele não
COMO pode ser desviado de seu dever: guiar seu dono;
- Por Lei Federal lei federal a pessoa com deficiência
ATENDER visual tem o direito de ingressar e permanecer em
ambientes de uso coletivo acompanhada de cão-guia
- Não atender uma pessoa com deficiência como se ela fosse doente, pois ela não (Lei nº 11.126 de 27/06/2005).
é;
- Haja naturalmente, ela tem impedimentos, mas é um ser humano como
você;
- O atendimento não deve ser especial, porém precisa ser adequado a cada
necessi-
dade, mas sem excessos para não haver discriminação;
- Refira-se a pessoa não por sua deficiência ou apelidos, mas por seu
nome;
- O atendimento é preferencial por respeito e por regulamentação de
Lei;
- Não devemos fingir que a deficiência não existe, mas não podemos subestimar as
capacidades e potencialidades de cada pessoa;
- Cada tipo de deficiência exige um atendimento personalizado, por isso é de
funda- mental importância a capacitação dos profissionais de atendimento;
- Se o auxílio oferecido for recusado, não se irrite e nem se ofenda, pois nem
todas as pessoas com deficiência necessitam de ajuda; uma pessoa pode precisar
de ajuda em alguma situação e não em outra.
- Se relacionar o nosso relacionamento com pessoas diferentes as mais diversas
nos traz aprendizado, ele nos faz também ver, com olhos melhores, o mundo e as
pessoas seus habitantes. com olhos melhores;

Deficiência
Visual

- Pergunte à pessoa se necessita de ajuda e de que forma pode auxiliá-


la;
- Ofereça seu braço para que ela segure e nunca a puxe pelo
braço;
- Ao atravessar lugares estreitos, ponha seu braço para trás, para que ela possa
segui-lo;
- Seja o mais claro possível ao explicar os obstáculos que existem em um local. Por
exemplo: para indicar a presença de degraus, fale as pa-
lavras “sobe” ou “desce”;
- Ao encontrar um conhecido cego, identifique-se ao se
aproximar;
- Ao ajudá-la a sentar-se, coloque a mão livre dela no
encosto da cadeira para que ela se situe;
- Ao entrar em um carro, coloque a mão dela na porta
para que ela se oriente em relação ao carro;
Deficiência - Não a ignore, cumprimente e despeça-se dela, pois ela é uma pessoa como outra
Auditiva qualquer;
- Ajude apenas quando realmente for necessário;
- O ideal é que se tenha um profissional intérprete de LIBRAS - Não superproteja. Deixe que ela faça ou tente fazer sozinha tudo o que
da Libras; puder;
- Na ausência de um intérprete. Falar Fale devagar, sem - Trate crianças como crianças e adultos como
precisar gritar, e mantenha contato visual para que a pessoa adultos;
perceba que está falando com ela, ela precisa ver seus lábios; - Não infantilize a pessoa com deficiência
- Quando não entender, peça para que a pessoa com
deficiência auditiva repita ou escreva; intelectual. Deficiência Física
- Respeite o ritmo de cada pessoa e tenha disponibilidade
para -Pergunte se a pessoa precisa de auxílio e como fazê-lo, pois não há pessoa melhor
realizar o para orientar como deve ser feito;
atendimento; - Escolha sempre um caminho com menos obstáculos;
- A maioria das pessoas com deficiência auditiva não são mudas é muda! Com o - As maiores dificuldades é o acesso as máquinas e de locomoção dentro do
auxílio de fonoaudiólogo, muitas vezes elas conseguem desenvolver a linguagem ambiente;
oral. Então, não se surpreenda se a pessoa surda o o(a) cumprimentar ou - Garantir entradas acessíveis é o mínimo que precisa ser feito;
agradecer. falando. - Se for conversar com uma pessoa em cadeira de rodas por mais que alguns
minutos, procure sentar, sentar-se, pois é incômodo ficar olhando para cima por
Deficiência Intelectual muito tempo;
- Se estiver acompanhando uma pessoa que anda devagar, procure acompanhar o
- Em geral, elas pessoas com esta deficiência estão acompanhadas; tempo dela.
- Não subestime a pessoa com deficiência intelectual, cumprimente, converse e
dê atenção; No acesso a à justiça, o atendimento prioritário se dá pela Lei nº 9.784, de
- Não a trate como incapaz, oriente no que for necessário, não precisa pressa e 29/12/1999, alterada pela Lei nº 12.008, de 2009. Sua redação tras Ela determina
man- tenha sempre o respeito. que a pessoa com deficiência

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182 183
física ou mental terá prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os
procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado. (Art. 69-
A. e parágrafo II).
CAPÍTULO III
NOT
A
Devido a dificuldade que encontramos para fazer a compilação da legislação, existe a
possibi- lidade de alguma lei não ter sido incluída na relação abaixo.

1. LEGISLAÇÃO DE GARANTIA DOS DIREITOS DA PESSOA


COM DEFICIÊNCIA: ESFERAS INTERNACIONAL, FEDERAL,
ESTADUAL,MUNICIPAL E NORMAS TÉCNICAS (ABNT).

1.1 INTERNACION
AL

DOCUMENTOS DO SISTEMA
ONU

1990 - Declaração Mundial sobre Educação para Todos


(Unesco).
1993 - Normas sobre a Equiparação de Oportunidades para Pessoas com Deficiência
(ONU).
1993 - Inclusão Plena e Positiva de Pessoas com Deficiência em Todos os Aspectos
da
Sociedade (ONU).
1994 - Declaração de Salamanca e Linhas de Ação sobre Educação para
Necessidades Especiais (Unesco).
1999 - Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de
Discrimi- nação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência [conhecida como a
Convenção da Guatemala] (OEA).
2001 - Classificação Internacional de Funcionalidade, Deficiência e Saúde (OMS),
[que substituiu a Classificação Internacional de Impedimentos, Deficiências e Inca-
pacidades, de 1980].
2004 – Declaração de Montreal sobre Deficiência Intelectual (OMS-
Opas).
2006 - Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU), [adotada
em
13/12/06].

DOCUMENTOS DE OUTROS ORGANISMOS


MUNDIAIS
1992 - Declaração de Vancouver / 1993 - Declaração de 1999 - Carta para o Terceiro Milênio / 1999 - Declaração de
Santiago 1993 - Declaração de Maastricht / 1993 - Declaração Washington
de Manágua 2000 - Declaração de Pequim / 2000 - Declaração de Manchester sobre
Educação

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184 185
Inclusiva / 2002 - Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão - de 501 a 1000 funcionários.............. 4%
2002 - Declaração de Madri / 2002 - Declaração de Sapporo - de 1001 em diante funcionários..............5%
2002 - Declaração de Caracas / 2003 – Declaração de
Kochi Lei N° 8.899, de 29/06/1994 – Concede passe livre às pessoas portadoras de com
2003 – Declaração de Quito / 2004 – Declaração de Montreal sobre Deficiência Inte- deficiên- cia deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual.
lectual
2009 - Declaração de Kampala
2011 - Declaração de Durban

Decreto Legislativo N° 198, de 2001 – Fica aprovado o texto da Convenção


Interame- ricana de todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas
Portadoras de com Defici- ência, concluída em 7 de junho de 1999, por ocasião do
XXIX Período Ordinário de Sessões da Assembléia Assembleia Geral da Organização
dos Estados Americanos, realizado no período de 6 a 8 de junho de 1999, na
cidade da Guatemala, capital da Guatemala.

Decreto Legislativo N° 186, de 2008 - Aprova Ratifica o texto da Convenção sobre


os Direi- tos Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo,
assinados em Nova Iorque York, em 30 de março de 2007. Publicado no DOU, de
10/07/2008, Seção 1,p.1. Publicado o texto da Convenção no DSF de 11/6/2008.
“Os Tratados e Convenções Internacionais sobre Direitos Humanos que forem
apro- vados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais”, procedimento previsto no Art. art. 5°,§ 3° da Constituição
Federal.

Decreto 6.949, 25 de agosto de 2009 - Promulga a Convenção sobre os Direitos


das
Pessoas com
Deficiência.

1.2 FEDERAL

Lei N° 7.853, de 24/10/1989 – Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de


com defi- ciência deficiência, sua integração social, sobre a então Coordenadoria
Nacional para integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE) (Corde),
hoje Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência
(SNPD), institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas
pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público. Define crimes.
Lei N° 8.213, de 24/07/1991 – Art. 93 - a empresa com 100 ou mais funcionários
está obrigada a preencher de dois a cinco por cento dos seus cargos com
beneficiários reabilitados, ou pessoas portadoras de deficiência, na seguinte
proporção:
- até 200
funcionários..............2%
- de 201 a 500
funcionários...........3%
Lei N° 9.656, de 03/06/1998 – Dispõe sobre os planos e seguros privados de art. 135 da Lei n° 4.737, que institui o Código Eleitoral, determinando a
assistência social. Art. 14. Em razão da idade do consumidor, ou da condição de expedição de instruções sobre a escolha dos locais de votação de mais fácil acesso
pessoa por- tadora de com deficiência, ninguém pode ser impedido de participar para o eleitor deficiente físico. Art. 135. § 6. Os Tribunais Regionais Eleitorais
de planos privados de assistência à saúde. deverão, a cada eleição, expedir instruções aos juizes eleitorais, para orientá-los
Art. 13. A Câmara de Saúde Suplementar será integrada: ...h) das entidades de na escolha dos locais de votação de mais fácil acesso para o eleitor deficiente
por- tadores de pessoas com deficiência que atuem na áreas saúde suplementar; físico. Lei N° 10.436, de 24/04/2002 – Dispõe sobre a Língua
Lei N° 10.048 de 08/11/2000 10.048, de 08/11/2000 – Dá prioridade no Brasileira de Sinais (LIBRAS) (Libras). Art. 1° É reconhecida como meio legal de
atendimento às pessoas que especi- fica especifica, e dá outras providências. Art. comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) (Libras) e outros
1°. As pessoas portadoras de com deficiência física, os idosos com idade igual ou recursos de expressão a ela associados.
superior a sessenta anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas de Lei N° 10.671, de 15/05/2003 – Dispõe sobre o Estatuto de defesa Defesa do
criança de colo terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei. Torcedor. Art. 13° Parágrafo Único. Será assegurado assegurada acessibilidade ao
Lei N° 10.098, de 19/12/2000 – Estabelece normas gerais e critérios básicos para torcedor portador de com deficiência ou com mobilidade reduzida.
a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de com deficiência ou com Lei N° 10.708, de 31/07/2003 – Institui o auxílio-reabilitação psicossocial para
mobilida- de reduzida. pa- cientes acometidos de transtornos mentais egressos de internações.
Lei N° 10.182, de 12/02/2001 – Restaura a vigência da Lei n° 9.989, que Lei N° 10.845, de 05/08/2004 – Institui o Programa de Complementação ao
dispõem dispõe sobre a isenção de imposto sobre produtos industrializados (IPI) atendi- mento Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de
na aquisição de automóveis destinados ao transporte autônomo de passageiros e Deficiência pessoas com deficiência.
ao uso de portadres de pessoas com deficiência física, reduz o imposto de Lei N° 11.096, de 13/01/2005 – Institui o Programa Universidade para Todos –
importação para os produtos que especifica. Lei N° 10.216 de 06/04/2001 – PROUNI (Prouni), regula a atuação de entidades beneficentes de assistência
Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de com social no ensino supe- rior superior; altera a Lei n° 10.891. Art. 2° A bolsa será
transtornos mentais e redireciona o modelo de assistência em saúde mental. destinada: II – a estudante portador de com deficiência.
Lei N° 10.226, Diário Oficial da União, de 17/5/2001 – Acrescenta parágrafos ao Lei N° 11.126, de 27/06/2005 – Dispõe sobre o direito do portador de da pessoa
com deficiência

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visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo acompanhado do ra de com deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos
cão-guia. direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à
Lei N° 11.129, de 30/06/2005- Institui o Programa Nacional de Inclusão de Jovens previdência so- cial, à assistência social, ao transporte, à edificação publica, à
– Projovem. Art. 2°. § 2§. Fica assegurada ao jovem portador de com deficiência a habitação, à cultura, ao amparo à infância e a maternidade, e de outros que,
partici- pação no Projovem e o atendimento de sua necessidade especial. decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e
Lei N° 11.133, de 14/07/2005 – Institui o Dia Nacional de Luta da Pessoa econômico.
Portadora de com Deficiência. Art. 1° É instituído o Dia nacional de Luta da Decreto N° 3.691, de 19/12/2000 – Regulamenta Lei 8.899, de 29/06/1994, que
Pessoa Portadora de com Deficiência, que será celebrado no dia 21 de setembro. dis- põe sobre o transporte de pessoas portadoras de com deficiência no sistema de
Lei Nnº 11.982, de 16 de julho de 2009 - Acrescenta parágrafo único ao art. 4o da transpor- te coletivo interestadual.
lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, para determinar a adaptação de As empresas permissionárias e autorizatárias de transporte interestadual de passa-
parte dos brinquedos e equipamentos dos parques de diversões às necessidades geiros reservarão dois assentos de cada veículo, destinado a serviço convecional,
das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. para ocupação de pessoas beneficiadas pela lei Lei 8.899.
Lei 12.190/2010, de 13/01/2010 - concede indenização por dano moral às pessoas Decreto N° 3.956, de 08/08/2001 – Promulga a Convenção Interamericana para a
com deficiência física decorrente do uso da talidomida, altera a lei n° 7.070, de Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de
20 de dezembro de 1982, e dá outras providências. com Deficiência.
Lei Nº 12.401, de 28 de abril de 2011 - Altera a Lei no 8.080, de 19 de setembro Decreto N° 4.228, de 13/05/2002 – Institui no âmbito da administração Pública
de 1990, para dispor sobre a assistência terapêutica e a incorporação de tecnologia Fede- ral o Programa Nacional de Ações Afirmaivas Afirmativas.
em saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. Decreto N° 4.544, de 26/12/2002 – Regulamenta a tributação, fiscalização,
LEI Nº 12.764, de 27/12/2012 - Institui a Política Nacional de Proteção dos arrecada- ção e admistração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3o do art. 98 Decreto N° 4.904, de 01/12/2003 – Concede induto condicional, comutação e dá
da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990. ou- tras providências.
Decreto N° 1.744, de 08/12/1995 – Regulamenta o Beneficio de Prestação Art. 1° É concedido induto condicional ao: IV – condenado a à pena privativa de
Continuada devido à pessoa portadora de com deficiência e ao idoso. liber- dade que seja: a) paraplégico, tetraplégico ou portador de com cegueira
Decreto N° 2.181 de 20/03/1997 – Dispõe sobre a Organização Nacional de Defesa total, desde que tais condições não sejam anteriores à prática do ato e
do Consumidor (SNDC), estabelece as normas gerais de aplicação das sansões admi- comprovadas por laudo mé- dico oficial ou, na falta deste, por dois médicos,
nistrativas... designados pelo Juízo de Execução.
Art. 26. Consideram-se circunstâncias agravantes: VII – ter a prática infrativa Decreto N° 5.085, de 19/05/2004 – Define as ações continuadas de assistência
ocorri- da em detrimento de menor de dezoito ou maior sessenta anos ou de social. Art. 1° São consideradas ações continuadas de assistência social aquelas
pessoas porta- doras de com deficiência física, mental ou sensorial, interditadas ou financia- das pelo Fundo Nacional de Assistência Social que visam o atendimento
não. Decreto N° 2.745, de 24/08/1998 – Aprova o Regulamento do periódico e sucessivo à família, à criança. Ao adolescente, a à pessoa idosa, e à
Procedimento Licita- tório Simplificado da Petróleo Brasileiro S.A.(PETROBRAS) portadora de pessoa com deficiência...
(Petrobras) previsto no art. 67 da Lei 9.478. Decreto N° 5.296, de 02/12/2004 – Regulamenta as Leis 10.048, que dá prioridade
CAPITULO II – 2.1.A Licitação poderá ser dispensada nas seguintes no atendimento à pessoas que especifica, e Lei 10.098, que estabelece normas
hipóteses: gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras
j) na contratação de instituições brasileiras, sem fins lucrativos, incumbidas regi- de com deficiência ou com mobilidade reduzida.
mental, ou estatutariamente da pesquisa, ensino, desenvolvimento institucional, Decreto N° 5.626, de 22/12/2005 – Regulamenta a lei 10.436, que dispõe sobre a
da integração de portadores de com deficiência física, ou programas baseados no Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS (Libras).
Estatuto da Criança e do Adolescente, desde que detenham inquestionável Decreto N° 5.904, de 21/09/2006– Regulamenta a Lei 11.126, que dispõe sobre o
reputação ético- di- reito da pessoa com deficiência visual de ingressar e permanecer em
-profissional. ambientes de uso coletivo acompanhadas de cão-guia.
Decreto N° 3.298, de 20/12/1999 – Regulamenta a Lei 7.853, dispõe sobre a Art. 1o 1° A pessoa com deficiência visual usuária de cão-guia tem o direito de
Política Nacional para a Integração Inclusão da Pessoa Portadora de com ingressar e permanecer com o animal em todos os locais públicos ou privados de
Deficiência, consolida as normas de proteção. uso coletivo.
Art. 2° Cabe aos Órgãos e as entidades do poder público assegurar à pessoa Art. 6o 6° O descumprimento do disposto no art. 1o sujeitará o infrator às
portado- seguintes sanções, sem prejuízo das sanções penais, cíveis e administrativas
cabíveis:
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I - no caso de impedir ou dificultar o ingresso e a permanência do usuário com o sobre produtos industrializados - ipi incidente sobre produtos utilizados por pessoas
cão- com deficiência.
-guia nos locais definidos no caput do art. 1o 1º ou de condicionar tal acesso à Decreto Nº 7.617, de 17 de novembro de 2011 - Altera o regulamento do benefício
separa- ção da dupla: Sanção - multa no valor mínimo de R$ 1.000,00 (mil reais) e de prestação continuada Benefício de Prestação Continuada, aprovado pelo
máximo de R$ 30.000,00 (trinta mil reais); II - no caso de impedir ou dificultar o decreto no 6.214, de 26 de setembro de 2007.
ingresso e a permanência do treinador, instrutor ou acompanhantes habilitados Decreto Nº 7.618, de 17 de novembro de 2011 - Altera o decreto nº 4.665, de 3
do cão em fase de socialização ou de treinamento nos locais definidos no caput de abril de 2003, que aprova a estrutura regimental e o quadro demonstrativo dos
do art. 1o 1º ou de se condicionar tal acesso à separação do cão: Sanção - multa no car- gos em comissão do ministério das cidades, e dispõe sobre remanejamento de
valor mínimo de R$ 1.000,00 (mil reais) e máximo de R$ 30.000,00 (trinta mil cargo em comissão.
reais); e III - no caso de reincidência: Sanção - interdição, pelo período de trinta Portaria N° 8, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão de 23/01/2001 – O
dias, e multa no valor mínimo de R$ 1.000,00 (mil reais) e máximo de R$ Ministro do Estado no uso de suas atribuições...........tendo em vista a necessidade
50.000,00 (cinqüenta mil reais). de rever, atualizar e consolidar os procedimentos operacionais adotados pelas
Decreto Nº 6.089, de 07 de fevereiro de 2007 - Aprova o plano de metas para uni- dades de recursos humanos para a aceitação, como estagiários, de alunos
univer- salização. regular- mente matriculados e que venham freqüentando frequentando,
Decreto 6.039, de 07/02/2007 - Aprova o plano de metas para a universalização do efetivamente, cursos de educação superior, de ensino médio, de educação
ser- viço telefônico fixo comutado em instituições de assistência às pessoas com profissional de nível médio ou de educação especial, vinculados à estrutura do
deficiência auditiva. ensino publico público e particular resolve:
Decreto Nº 6.180, de 03 de agosto de 2007 - Regulamenta a Lei no 11.438, de 29 ...Art. 2°...será reservado 5(cinco) 5 (cinco) por cento das vagas para estudantes
de dezembro de 2006, que trata dos incentivos e benefícios para fomentar as portadores de com deficiência, compatível com o estagio realizado.
atividades de caráter desportivo. Portaria Inmetro N° 260, de 12/07/2007 – Art. 3º Determinar que, para as
Decreto Nº 6.214, 27/09/2007 - Regulamenta o benefício de prestação adaptações que irão conferir acessibilidade aos veículos de características urbanas
continuada da assistência social devido à pessoa com deficiência e ao idoso de para o trans- porte coletivo de passageiros, deverão ser observados os requisitos
que trata a lei Lei n° 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e a lei Lei n° 10.741, de estabelecidos no Regulamento Técnico da Qualidade, ora aprovado.
1° de outubro de 2003, acresce parágrafo Art. 4º Determinar que as adaptações de acessibilidade aos veículos de caracterís-
Decreto Nº 6.571, de 17 de setembro de 2008 - Dispõe sobre o atendimento educa- ticas urbanas para o transporte coletivo de passageiros, deverão ser realizadas no
cional especializado, regulamenta o parágrafo único do art. 60 da lei no Lei n° prazo máximo de 24 (vinte e quatro) meses, contados a partir da data de
9.394, de 20 de dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo ao decreto no publicação desta Portaria no Diário Oficial da União.
Decreto n° 6.253, de 13 de novembro de 2007. Portaria Interministerial N° 3, de 10/04/2001 – Art. 1°. Disciplinar a concessão do
Decreto N° 6.949, de 25/08/2009 – Promulga a Convenção Internacional sobre os passe livre às pessoas portadoras de com deficiência, comprovadamente
Di- reitos da Pessoa das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo. carentes, no sistema de transporte coletivo interestadual, nos modais rodoviário,
Art. 1º A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo ferroviário e aquaviário e revoga a Portaria/MT n°1, de 09/01/2001.
Facultativo, apensos por cópia ao presente Decreto, serão executados e cumpridos Art. 1°. Aos portadores do passe livre serão reservados dois assentos em cada
tão inteiramente como neles se contém. veiculo ou embarcação do serviço convencional de transporte interestadual de
Decreto Nº 7.235, /2010 19/07/2010 - Regulamenta a lei Lei nº 12.190, de 13 de passageiros. Portaria Interministerial N° 2, de 21/11/2003 – Define critérios e
janeiro de 2010, que concede indenização por dano moral às pessoas com requisitos para a emissão de laudos de avaliação de Pessoas Portadoras de pessoas
deficiência física decorrente do uso da talidomida. com Deficiência Mental Severa ou Profunda deficiência intelectual, ou Autista com
Decreto Nº 7.611, de 17 de novembro de 2011 - Dispõe sobre a educação especial, autismo, com a finalidade da obtenção da isenção de Imposto sobre Produtos
o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Industrializados (IPI), na aquisição de Automóveis para utilização no Transporte
Decreto Nº 7.612, de 17 de novembro de 2011 - Institui o plano nacional dos Autônomo de Passageiros, diretamente ou por intermédio de seu representan- te
direitos da pessoa com deficiência - plano viver sem limite Plano Nacional dos representante legal.
Direitos da Pessoa com Deficiência - Plano Viver Sem Limite. Portaria Interministerial Nº 362, de 24/10/2012 - Dispõe sobre o limite de renda
Decreto nº 7.613, de 17 de novembro de 2011 - Altera o decreto no Decreto n° mensal dos tomadores de recursos nas operações de crédito para aquisição de bens
5.992, de 19 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a concessão de diárias no e serviços de Tecnologia Assistiva destinados às pessoas com deficiência e sobre o
âmbito da administração federal direta, autárquica e fundacional. rol dos bens e serviços.
Decreto Nº 7.614, de 17 de novembro de 2011 - Reduz a zero as alíquotas do Portaria Ministerial SEDH N° 36, de 15/03/2004 – Dispõe sobre o Conselho Nacional
imposto
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dos Direitos da Pessoa Portadora de com Deficiência – CONADE (Conade). deficiência”, leia-se “política nacional para inclusão da pessoa com deficiência”;
Portaria MS/GM N° 2.073, de 28/09/2004 – Institui a Política Nacional de Atenção
a Saúde Auditiva.
Portaria N° 319, de 26/02/1999 - Fica instituída no Ministério da Educação,
vinculada à Secretaria de Educação Especial/SEESP e presidida pelo titular desta,
a Comissão Brasileira do Braile, de caráter permanente.
Portaria N° 1.679, de 02/12/1999 – Dispõe sobre requisitos de acessibilidade de
pes- soas portadoras de deficiências com deficiência, para instruir os processos de
autorização e de reco- nhecimento de cursos, e de credenciamento de instituições.
Portaria N° 818, de 05/06/2001 – Art. 1°. Criar, na forma do disposto desta
portaria, mecanismos para a organização e implantação de Redes Estaduais de
Assistência à Pessoa Portadora de com Deficiência Física.
Portaria N° 1.060, de 05/06/2002 – Art. 1°. Aprovar, na forma de anexo desta
porta- ria, a Política Nacional de Saúde da Pessoa Portadora de com Deficiência.
Portaria N° 22, de 30/04/2003 – Art. 1°. Instituir o Programa de Valorização
Profissio- nal da Pessoa Portadora de com Deficiência no âmbito da Secretaria
Especial de Direitos Humanos.
Portaria N° 3.284, de 01/11/2003 – Dispõe sobre requisitos de acessibilidade de
Pes- soas Portadoras de Deficiências pessoas com deficiência, para instruir
processos de autorização e de reconhecimento de cursos, e de credenciamento de
instituições.
Portaria Nº 2.344, de 3 de novembro de 2010 - O Ministro de estado chefe da
secre- taria de direitos humanos da presidência da república Estado Chefe da
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, no uso de suas
atribuições legais, faz publicar a resolução Nº 1 de 15 de outubro de 2010, do
Conselho Nacional dos direitos da pessoa portadora de deficiência - conade Direitos
da Pessoa com Deficiência (Conade), que altera dispositivos da
www.fiscolex.com.br/doc_396310_resolucao_n_35_6_julho_2005.aspx resolução
Resolução nº 35, de 6 de julho de 2005, que dispõe sobre seu regimento interno:
art. 1º - esta portaria dá publicidade às alterações promovidas pela resolução nº 1,
de 15 de outubro de 2010, do conselho nacional dos direitos da pessoa portadora
de deficiência - conade Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência
(Conade) em seu regimento interno.
art. 2º - atualiza a nomenclatura do regimento interno do conade Conade,
aprovado pela
www.fiscolex.com.br/doc_396310_resolucao_n_35_6_julho_2005.aspx resolução
Resolução nº 35, de 6 de julho de 2005, nas seguintes hipóteses:
i - onde se lê “pessoas portadoras de deficiência”, leia-se “pessoas com
deficiência”; ii - onde se lê “secretaria especial dos direitos humanos da
presidência da repúbli- ca”, leia-se “secretaria de direitos humanos da presidência
da república”;
iii - onde se lê “secretário de direitos humanos”, leia-se “ministro de estado chefe
da secretaria de direitos humanos da presidência da república”;
iv - onde se lê “coordenadoria nacional para integração da pessoa portadora de
deficiência”, leia-se “secretaria nacional de promoção dos direitos da pessoa com
deficiência”;
v - onde se lê “política nacional para integração da pessoa portadora de
Portaria Nº 197, de 17 de dezembro de 2010 - Altera a norma regulamentadora Resolução N° 2, do SuperiorTribunal de Justiça, de 25/01/2005 - O STJ STJ
n.º 12 conferirá prioridade no julgamento dos processos cuja parte seja pessoa portadora
- máquinas e equipamentos, aprovada pela portaria nº 3.214, de 8 de junho de de com deficiência, desde que a causa em juízo tenha vínculo com a própria
1978. Instrução Normativa N° 001, /2001 de 10/04/2001 – Disciplina a concessão do deficiência, conforme o disposto no art. 9º da Lei nº 7.853, de 24 de outubro de
Passe Livre à pessoas portadora de deficiência, nos transportes ferroviário e 1989.
rodoviário. Instrução Normativa SRF N° 607, de 5/1/2006 – Disciplina a aquisição de Resolução CONTRAN Contran N° 304, de 18/12/2008 – Dispõe sobre as vagas de
automóveis com isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), por estaciona- mento destinadas exclusivamente a veículos que transportem pessoas
pessoas portadoras de com deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou portadoras de com deiciência e com dificuldade de locomoção.
autistas intelectual ou com autismo. ...Art 3°Os veículos estacionados nas vagas reservadas de que trata esta
- Norma de Serviço IAC N° 2.508, de 1/07/1996, do Departamento de Aviação Resolução deverão exibir a credencial que trata o art.2° sobre o painel do veículo,
Civil (DAC), do Ministério da Aeronáutica – Estabelece diretrizes, procedimentos e ou em local visível para efeito de fiscalização.
normas para assegurar o acesso ao transporte de passageiros que necessitem de ...Art 4°O uso de vagas destinadas às pessoas portadoras de com deficiência e
assistência especial. com di- ficuldade de locomoção em desacordo com o disposto nesta Resolução
Convênio CONFAZ Confaz/ICMS N° 03, de 19/01/2007 – Concede isenção do ICMS caracteriza infração prevista no Art. 181, inciso XVII do CTB.
nas saídas de veículos destinados a Pessoas Portadoras de Deficiência Física Resolução Nº 4, de 2 de outubro de 2009 - Institui diretrizes operacionais para
pessoas com deficiência física. o atendimento educacional especializado na educação básica, modalidade
Resolução N° 2, da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de educação especial.
Educação, de 11/09/2001 – Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Resolução CODEFAT Codefat N° 621, de 05/11/2009 – Autoriza o Ministério do
Especial na Educação Básica. Trabalho e Em- prego a remanejar os recursos do orçamento do FAT não
Resolução CNE/CEB N° 1, Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de transferidos aos convenen- tes, no exercício de 2009, para execução das ações do
Edu- cação, de 21/01/2004 – Estabelece Diretrizes Nacionais para a realização Sistema Público de Emprego e Renda, no âmbito do Sistema Nacional de Emprego-
de Estágio de alunos da Educação Profissional e do Ensino Médio, inclusive nas SINE, e estabelece percentual para destinação de vagas de cursos de qualificação
modalidades de Educação Especial e de Educação de Jovens e Adultos. social e profissional para porta- dores de pessoas com deficiência.

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Decreto N° 6.980, de 13/10/2009 – Cria a Sub-Secretaria Nacional de Promoção I - As pessoas com deficiência física, auditiva, visual, mental intelectual e demais
dos Direitos da Pessoa com Deficiência. reconhecidas por Lei ou Decreto”
Recomendação CNJ Nº 27, de 16 de dezembro de 2009 - Recomenda aos tribunais Art 2°. Acrescenta o §1° e incisos I e II e transforma o parágrafo único em §2° que
re- lacionados nos incisos II a VII do art. 92 da Constituição Federaal de 1988 que passam a ter a seguinte redação:
adotem medidas para a remoção de barreiras físicas, arquitetônicas, de “§1° - Nos casos previstos nos incisos I e II, observa-se-á:
comunicação e ati- tudinais de modoa promover o amplo e irrestrito acesso as I - a reserva de 02 (duas) vagas gratuitas por veículo ou embarcação para aqueles
pessoas com deficiência às suas dependências, aos serviçõs que prestam e às que
respectivas carreiras, para a conscientização de servidores e jurisdicinados sobre possuam renda igual ou inferior a 02 (dois) salários-mínimos;
a importância da acessibilida- de enquanto garantia ao pleno exercicio de direitos, II - desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo, no valor das passagens,
bem como para que instituam comissões de acessibilidade visandoao para
planejamento, elaboração e acompanhamen- to de projetos e metas direcinados aqueles que excederem as vagas gratuitas.
à promoção da acessibilidade às pessoas com deficiênciabrasileiros possibilitem o §2° - Cabe aos propietários de transporte coletivo rodoviário e aquaviário, a
acesso de pessoas portadoras de necessidades especiais. fixação neste do teor deste artigo, incisos e parágrafos, em local visível para o
Recomendação Nº 03, de 14 de dezembro de 2010 - Dispõe sobre a orientação a conhecimen- to dos usuários”.
ser dada aos conselheiros estaduais e municipais para a implementação e Lei n° 2.685, de 10/10/2001 -Torna obrigatória a disponibilização de cadeira de
acompanha- mento das políticas publicas para a PcD e encaminhamento ao Conade rodas por parte dos shopping, hipermercados e assemelhados, para a utilização por
dos respecti- vos relatórios, e dá outras providências. pesso- as portadoras de c o m deficiência física.
Lei n°12.072, de 29 de outubro de 2009 - Dispõe sobre o Dia da Inclusão Lei n° 2.894, de 31/05/2004 -Dispõe sobre as vagas oferecidas em concursos
Social – O Vice-Presidente da República, no exercício do cargo de Presidente da vestibu- lares pela Universidade do Estado do Amazonas.
República, faço saber: o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Lei n° 3.006, de 29/11/2005 -Dispõe sobre o serviço Público de Transporte
Fica instituído o dia 10 de dezembro de cada ano como o Dia da Inclusão Social, Rodoviário
com o objetivo de promover e conscientizar toda a sociedade sobre a importância Intermunicipal Coletivo de
dos direitos humanos e sua efetividade. Medida Passageiros.
Provisória Nº 550, de 17 de novembro de 2011 - Altera a lei no 10.735, de 11 de Lei n° 3.040, de 02/03/2006 -Institui o Programa RENDA CIDADÃ Renda Cidadã, e
setembro de 2003, que dispõe sobre o direcionamento de depósitos à vista capta- dá outras provi- dencias.
dos pelas instituições financeiras para operações de crédito destinadas à população Lei n° 3.173, de 20/09/2007 -Disciplina as atividade de “Lan Houses”,
de baixa renda e a microempreendedores, e dá outras providências. “Cybercafés”, “Cyberoffice” “lan houses”, “cybercafés”, “cyberoffice”
Medida Provisória N 549, de 17 de novembro de 2011 - Reduz a zero as alíquotas estabelecimentos congêneres no Estado do Amazonas.
da contribuição para o pis/pasep, PIS/Pasep, da contribuição para o financiamento Art.4... – IV- ser adaptados para possibilitar acesso aos portadores de à s
da seguridade social - cofins, Contribuição para o Financiamento da Seguridade p e s s o a s c o m deficiência física.
Social (Cofins), da contribuição para o pis/pasep contribuição para o PIS/Pasep Lei n° 3.177, de 11/10/2007 - Dispõe sobre a promoção, prevenção, atenção e
- importação e da cofins importação e da Cofins - importação incidentes sobre a reabi- litação do cidadão portador de com dano e sofrimento psíquico.
importação e a receita de venda no mercado interno dos produtos que menciona. Lein°3.243, de28/03/2008 -Altera na forma que especifica, a Lei n°31 de
09/03/1989, que dispõe sobre medidas de integração das pessoas portadoras de
deficiências com deficiência no mercado de trabalho e dá outras providências.
1.3 ESTADUA Art 1°. Os artigos 3° e 6° da Lei n°31, de 9/03/1989, passam a vigorar com a
L seguinte
redação:
Emenda Constitucional n° 65, de 18/12/2008 - Dá nova redação ao caput caput e “Art 3°. Os órgãos daq Administração Pública Direta e Indireta ficam obrigados a
inciso I do art. 255, da Constituição do Estado do Amazonas, acrescenta §1° e manter em seus quadros de pessoal o mínimo de 5% (cinco por cento) de pessoas
incisos I e II e transforma o parágrafo único em §2°. portadoras de com deficiência física, para provimento de cargo, cujas atribuições
Art 1°. O art. 255, caput e inciso I, da Constituição do estado Estado do Amazonas sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras que possuem.
passam a §1° O candidato portador de com deficiência, em razão da necessária igualdade de
vigorar com a seguinte redação: condi- ções condições, concorrerá a todas as vagas, sendo reservado o percentual
“Art 255 - São isentos de pagamento de tarifa no sistema de transporte coletivo in- contido no “caput” caput deste artigo, em face de classificação obtida.
termunicipal rodoviário e aquaviário: §2° Caso a aplicação do percentual de que trata o “caput” caput deste artigo
resulte em número fracionado, este deverá ser elevado até o primeiro número
inteiro sequente”.

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194 195
“Art 6°O Órgãos da Administração Pública e as empresas privadas com mais de 100 braille”. Dia Estadual do Sistema Braille.
(cem) empregados, encaminharão, respectivamente á Comissão Estadual de Apoio Decreto Governamental n° 26.817, de 13/07/2007 – Institui a CEPADE - Comissão Es-
Permanente aos Deficientes e ao Ministério do Trabalho e Emprego, anualmente, tadual de atenção Atenção aos Direitos da Pessoa com Deficiência (Cepade).
a relação dos servidores e empregados portadores de com deficiência existentes
nos seus quadros, bem como o número de vagas oferecidas a eles nos concursos
públicos re- alizados.
Lei n° 3.432, de 15/09/2009 - Cria a Politica Estadual de Atenção a Pessoa com
Defi- ciência, o Fundo Estadual de Apoio a Pessoa com Deficiência e o Conselho
Estaduaal de Atenção a Pessoa com Deficiência.
Lei Promulgada Lei Promulgada n° 31 de 09/03/1989 - Dispõe sobre medidas de
integração de pesso- as pessoas portadoras de com deficiência no mercado de
trabalho e dá outras providências.
Lei Promulgada Lei Promulgada n° 32 de 20/06/1989 - Estende benefícios da
Lei n°825, de 06
/12/1969, aos idosos,deficientes físicos e estudantes e dá outras providências.
Lei Promulgada Lei Promulgada n° 47 de 03/05/2000 - Dispõe sobre a
obrigatoriedade das Casas de Espetáculo, Casas de Diversão, Cinemas, e Similares
casas de espetáculo, casas de diversão, cinemas e similares reservarem lugares
apropriados para as pessoas portadoras de com deficiência física ou com
dificuldades de locomoção.
Lei Promulgada Nº 100, de 30 de novembro de 2011 - Inclui o Autista como
Portador de Deficiência a pessoa com autismo como pessoa com deficiência, para
fins de fruição dos direitos assegurados nos artigos 244, X e 248, da Constituição do
Estado do Amazonas.
Lei Promulgada Nº 10, de 30 de novembro de 2011 - Disciplina a meia entrada
para deficientes fisicos pessoas com deficiência física em salas de cinema, em
espetáculos de teatro e circo, em museus, parques e eventos educativos,
esportivos e de lazer, realizados em todos os locais públicos de cultura, em casa
de diversões, espetáculos, praças esportivas e similares do Estado do Amazonas.
Lei Complementar n° 51, de 03/05/2007 - Altera dispositivos da Lei
Complemmentar n° 30, de 27/12/2001, Dispõe dispõe sobre o Regime Próprio de
Previdência do Estado do Amazonas, estabelece seus Planos de Benefícios e
Custeio, cria o Órgão Gestor.
Lei ordinária 3212, /2007 de 28/12/2007 - Propõe que os estabelecimentos
bancários sejam obrigados a disponibilizar, em suas agências, caixas eletrônicos
preferenciais e adequados ao atendimento da pessoa portadora dedeficiência com
deficiência. Lei ordinária 3243, /2008 de 02/04/2008 - Altera, na
forma que especifica, a lei n.° 31, de 9 de março de 1989, que “dispõe sobre
medidas de integração das pessoas portadoras de deficiências com deficiência no
mercado de trabalho e dá outras providências”
Lei Ordinária 3552, /2010 de 20/08/2010 - Dispõe sobre a obrigatoriedade de
instala- ção e manutenção de brinquedos adaptados para crianças com deficiências
deficiência nos par- ques parques e áreas de lazer, e dá outras providências. (de
autoria da deputada conceição sampaio Conceição Sampaio)
Lei ordinária 3340, /2008 de 30/12/2008 - Estabelece a visão monocular como
defici- ência visual
Lei ordinária 3414, /2009 - 30/07/2009 - Institui o “dia estadual do sistema
de idosos, gestantes, mulheres com crianças de colo e deficientes pessoas com
Decreto Governamental n° 28.902, de 06/08/2009 – Cria o Comitê Gestor
deficiência em estabelecimentos comer- ciais, de serviços e similares no município
Estadual pela inclusão Inclusão das Pessoas com Deficiência, com vistas a à
de Manaus.
implementação de ações de promoção e defesa dos Direitos da Pessoa com
Lei n° 295, de 17/07/1995 - Determina a reserva de 04(quatro) assentos nos
Deficiência direitos da pessoa com deficiência, em regime de cooperação com os
veículos de transporte coletivo de Manaus, destinados as gestantes, idosos, e
Municípios e Governo Federal.
deficientes físicos pessoas com deficiência física.
Decreto 26.428, de 2006 - Arts. 3° e 4°, Documentação necessária para
solicitação Lei n° 297, de 25/07/1995 - Fica autorizado o Executivo Municipal a instituir o
Pro- grama de Prevenção Audiovisual nas escolas municipais.
de isenção de
ipva. Lei n° 406, de 24/11/1998 - Dispõe sobre a obrigatoriedade das casas de
Art.4... – a) possuem no núcleo familiar pessoa portadora de necessidades espetáculos, casas de diversão, cinemas, e similares, reservar lugares apropriados
especiais com deficiência e/ou vulnerabilidade social. às pessoas por- tadoras de com deficiência física ou com dificuldade de locomoção.
Resolução CERCON Cercon/GDP//ARSAM Arsam n° 002, /2009 de 01/09/2009 - Lei n° 436, de 09/01/2000 - Dispõe sobre o livre acesso para deficientes físicos
Disciplina os proce- dimentos procedimentos a serem observados pelas empresas pessoas com deficiência física e acompanhantes, a locais e atividades sócio-
que exploram o sistema de transporte rodoviario intermunicipal de passageiros culturais socioculturais sobre a administração ou con- trole controle do Poder
relativamente a gratuidade e o desconto no valor das passagens direito este Público Municipal.
concedido aos idosos e deficientes idosos e pessoas com deficiência através da Lei n° 552, de 10/07/2000 - Torna obrigatória a instalação de rampas ou
EC/65 de 18/12/2008. elevadores para acesso a deficientes físicos alunos com deficiência física em
escolas municipais.
Lei n° 553, de 10/07/2000 - Dispõe sobre a obrigatoriedade das auto-escolas
1.4 LEGISLAÇÃO autoescolas possu- írem possuírem um veiculo apropriado para a instrução de
MUNICIPAL aulas de direção a paraplégicos aulas de direção a pessoas com paraplegia na
cidade de Manaus.
Lei n° 747, de 06/01/2004 - Institui a semana Municipal de Luta das Pessoas Lei n° 558, de 01/09/2000 - Dispõe sobre a inclusão da Língua Brasileira de
Porta- doras de Necessidades Especiais com Deficiência da cidade de Manaus, a Sinais-
ser realizada na semana do dia 21 de setembro. -LIBRAS (Libras), no currículo escolar da Rede Municipal de Ensino.
Lei n° 250, de 05/07/1994 - Dispões Dispõe sobre o atendimento preferencial Lei n° 561, de 20/09/2000 - Torna obrigatória, nas Bibliotecas Municipais, a oferta
de material para deficientes visuais. pessoas com deficiência visual.

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196 197
ser comemorado no dia 11 de outubro, e dá outras provi-
Lei n° 567, de 09/11/2000 - Assegura a informação e o atendimento aos
Deficientes Auditivos às pessoas com deficiência auditiva em órgãos públicos do
Município, por meio da Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS (Libras).
Lei n° 569, de 09/11/2000 - Assegura matriculas aos estudantes portadores de com
defi- ciência deficiência locomotora em escolas, da rede municipal de ensino,
mais próxima de suas residências.
Lei n° 582, de 27/12/2000 - Dispõe sobre a Olimpíada Municipal do Atleta
Portador de com Deficiência Física.
Lei n° 2.032, de 21/08/1989 - Determina regras básicas para a facilidade de acesso
a locomoção de pessoas portadoras de com deficiência.
Lei n° 0046, de 28/12/1990 - Dispõe sobre o atendimento bancário a deficientes
físicos pessoas com deficiência física.
Lei n° 060, de 07/11/2001-Cria vagas nos estacionamentos para pessoas
portadoras
de com deficiência
física.
Lei n° 949, de 10/03/2006 - Dispõe sobre diretrizes do Sistema de Bilhetagem e
Direi- tos dos Usuários do Transporte Coletivo de Manaus.
Lei n° 1.161, de 31/10/2007 - Dispõe sobre a insltalação de rampas de acesso
para deficientes físicos pessoas com deficiência física nos caixas eletrônicos
bancários.
Lei n° 1.170, de 26/11/2007 - Institui a Política Municipal de Atenção a Pessoa
com Deficiência, o Conselho Municipal do Direito da Pessoa com Deficiência e o
Fundo Municipal da Pessoa com Deficiência.
Lei n° 1.216, de 11/03/2008 - Torna obrigatória nos estabelecimentos bancários,
no âmbito do Município, a instalação de um caixa eletrônico em cada agência,
para utilização do usuário portador de necessidades especiais com deficiência.
Lei n° 1.215, de 11/03/2008 - Torna obrigatória aos estabelecimentos que
vendam serviços tangíveis e intangíveis a adaptação de suas entradas /saídas para
portadores de necessidades especiais pessoas com deficiência.
Art. 1º Todos os estabelecimentos que atendam pessoas e vendam serviços
tangíveis (Ex: lojas, farmácias, feiras, mini-mercados minimercados, lanchonetes,
agências bancárias, óti- cas ópticas, açougues, lojas de informática,
importadoras, locadoras de vídeo, pizzarias e etc) ou intangíveis (Ex: escritórios
jurídicos, clinicas, empresas de consultoria, esco las escolas de inglês, lan houses
lan houses, colégios, faculdades, cursinhos etc) deverão ser adaptados com rampas
de inclinação adequada para que o cadeirante possa movimentar-se so- zinho
sozinho; a parte interna dos estabelecimentos deverá ser adequada para o
movimento das cadeiras de rodas.
Lei n° 879, de 12 de setembro de 2005 - Dispõe sobre a reserva de 5% das vagas
nos
estacionamentos públicos e privados.
Lei Sancionada n° 1405 1.405, de 18 de janeiro de 2010 - Dispõe sobre a reserva
de van- tagem vantagem em apartamentos térreos para idosos e pessoas com
deficiência física nos conjuntos populares e dá outras providências.
Lei Sancionada n° 1562 1.562, de 17 de maio de 2011 - Institui o dia municipal da
pessoa com deficiência visual DIa Municipal da Pessoa com Deficiência Visual , a
dênci NBR 14020 – Acessibilidade a Pessoa Portadora de com Deficiência – Trem de
as. Longo Per- curso;
Lei Sancionada n° 1614, de 12 de dezembro de 2011 - Disciplina a implantação NBR 14021 - Transporte - Acessibilidade no sistema de trem urbano ou
de provadores diferenciados para os portadores de pessoas com deficiência e metropolitano; NBR-14022 (dez-97) - Transporte - Acessibilidade da pessoa com
idosos nas lojas de de- partamentos e confecções e dá outras providências deficiência a ônibus e trolebus, para atendimento urbano e intermunicipal;
Lei Sancionada n° 1631, de 04 de janeiro de 2012 - Dispõe sobre a criação da NBR 14022:2006 - Acessibilidade em veículos de características urbanas para o
“semana da consciência da pessoa com deficiência” Semana da Consciência da trans-
Pessoa com Deficiência, no âmbito do município de manaus, e dá outras porte coletivo de passageiro;
providências. NBR 14273 – Acessibilidade a Pessoa Portadora de com Deficiência no Transporte
Lei Promulgada n° 260, de 01 de março de 2011 - Dispõe sobre a reserva de Aéreo Comercial;
vagas para pessoas portadoras de com deficiência (ppd) nas contratações para NBR 14970-1 - Acessibilidade em Veículos Automotores- Requisitos de
prestação de serviços com fornecimento de mão-de-obra mão de obra ao Dirigibilidade; NBR 14970-2 - Acessibilidade em Veículos Automotores- Diretrizes
município de manaus Manaus, e dá outras providências. para avaliação clínica de condutor;
Lei Promulgada n° 250, de 10 de novembro de 2010 - Dispõe sobre a instalação NBR 14970-3 - Acessibilidade em Veículos Automotores- Diretrizes para avaliação
de brinquedos destinados às crianças portadoras de doenças com transtornos da dirigibilidade do condutor com mobilidade reduzida em veículo automotor
mentais, ou deficiência física, nos parques de diversões e dá outras apropria- do;
providências. NBR 15250 - Acessibilidade em caixa de auto-atendimento
autoatendimento bancário; NBR 15290 - Acessibilidade em
1.5 NORMAS TÉCNICAS - comunicação na televisão;
NBR 15320:2005 - Acessibilidade à pessoa com deficiência no transporte
ABNT rodoviário; NBR 15450:2006 - Acessibilidade de passageiro no sisma de
transporte aquaviário; NBR 15570 - Transporte - Especificações técnicas para
NBR 9050 - Acessibilidade a Edificações Mobiliário, Espaços e Equipamentos fabricação de veículos de ca- racterísticas urbanas para transporte coletivo de
Urbanos; NBR-13994 (aprovada em 2000) - Elevadores para transporte de pessoas passageiros;
com defici- ência deficiência; NBR 15599 - Acessibilidade - Comunicação na Prestação de
Serviços;

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198 199
NBR 16001 - Responsabilidade social - Sistema da gestão - CAPÍTULO IV
Requisitos;

OBS: Norma Técnica é o documento que estabelece as regras e caracteristicas mi-


nimas que determinado produto, serviço ou processo deve cumprir, permitindo
1. CONSELHOS DE DIREITOS MUNICIPAIS, ESTADUAIS
uma ordenação e padronização dessas atividades ou produtos. E ORGÃOS DE FISCALIZAÇÃO
PARA OUTRAS NORMAS TÉCNICAS VER NO SITE:
1.1 CONSELHOS DE DIREITOS DA PESSOA COM
http://www.abnt.org.br DEFICIÊNCIA

CMDPD-MANAUS - CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA PESSOA COM


DEFICIÊNCIA DE MANAUS.

O CMDPD foi Criado criado pela Lei Municipal n° 1.170, de 26/11/2007 – Vinculado
a estru- tura à estrutura da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos
Humanos – SEMASDH (Semasdh), é um órgão Controlador, Fiscalizador, e
Normatizador controlador, fiscalizador e normatizador da Política Municipal de
Atenção a Pessoa com Deficiência da Cidade de Manaus.

CONTATO: AV. PERIMETRAL Nº 22, CONJ. CASTELO BRANCO - CENTRO SOCIAL


URBANO
- BAIRRO PARQUE DEZ, TEL: (92) 3646-1157 - E-MAIL:
CMDPD.MANAUS@UOL.COM.BR

CONEDE – CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA DO


AMA- ZONAS.

O Conselho Estadual de Atenção ao Direitos da Pessoa com Deficiência foi Criado


criado pela Lei Estadual n° 3.432, de 16/09/2009, Vinculadaa estrutura da
Secretaria Estadual de Assistência Social –SEAS (Seas), é um órgão de deliberação
coletiva, normatizador, controlador e fiscalizador da Política Estadual de Atenção
a Pessoa com Deficiência do Estado do Amazonas.

ENDEREÇO: SEDE DA SEPED – AVENIDA MARIO IPIRANGA, 1600 – ADRIANOPOLIS


TELEFONE: (92) 3878-0496

1.2 ORGÃOS DE FISCALIZAÇÃO DO PODER


JUDICIÁRIO

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO
AMAZONAS
CONTATO: Av André Araújo, 358 - Aleixo – CEP: 69.060- 000 Telefone: (92) 3611-3180

Centro de Vida Independente do Amazonas CVI-AM

200 201
MINISTERIO PÚBLICO DO ESTADO DO AMAZONAS - MPE REFERÊNCIAS

-PRODEDIC - PROCURADORIA DE ACESSO A CIDADANIA E ATENÇÃO AS PESSOAS COM AMAZONAS. Resolução nº 002/2009-CERCON/GDP/ARSAM. Gratuidade no
DEFICIÊNCIA. transporte intermunicipal.
AMAZONAS. HIV/Aids. Coordenação Estadual de DST/Aids do Amazonas, em colabo-
-SICORDE – SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA CORDENADORIA NACIONAL PARA A ração com o International Service-Brasil e a Save the Children-Suécia (2002)
INTEGRA- ÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA AMAZONAS. Instituições de atendimento. Secretaria de Estado de Atenção aos Direi-
tos da Pessoa com Deficiência (Seped).
AMAZONAS. Programas habitacionais. Secretaria de Estado de Atenção aos Direitos
CONTATO: Av. Coronel Teixeira Nº 7995 – Bairro Nova Esperança, CEP: 69.030-480 da Pessoa com Deficiência (Seped).
- TEL: (92) 3655-0500 AMAZONAS. Dados sobre transporte. Superintendência Municipal de Transportes Ur-
banos (SMTU).
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO TRABALHO E EMPREGO DO AMAZONAS - SRTE/AM AMAZONAS. Dados sobre escolas estaduais. Secretaria de Educação e Qualidade do
SRTE-AM Ensino (Seduc).
APRAESPI. Prevenção das deficiências. http://www.apraespi.org.br/prev_def.htm.
-ATUA NA FISCALIZAÇÃO DA LEI DE COTAS. BANCO DO BRASIL. Crédito Acessibilidade. Banco do Brasil: www.bb.com.br/credi-
(3663-1520) (92) 3663-1520 toacessibilidade.
BERSHCH, Rita. Tecnologia assistiva. Porto Alegre RS Alegre/RS: Centro
CONTATO: Av André Araújo, 140- Aleixo - Manaus - AM Tel: (92) 3216-9254 / Especializado em De-
3216- senvolvimento Infantil, 2008.
9242 / 3216-9242 / 3216-9243. BERSTROM, N.; BRADEN, B.J.; KEMP, M.; CHAMPAGNE, M.; RUBY, E. Multi-site of in-
cidence of pressure ulcers and the relationship between risk level, demographic
characteristics, diagnoses, and prescription of preventive interventions. 1996.
BRASIL. Decreto n° 1.128, de 29/07/2011. Gratuidade no transporte municipal.
BRASIL. Lei nº 1.402, de 14/01/2010. Bolsa Família Municipal Consorciada:
Programa de Transferência de Renda Mínima.
BRASIL. Acidentes de Trânsito e álcool. http://www.jornalpequeno.com.br
BRASIL. Atenção à saúde das pessoas ostomizadas. Brasília/DF: nov. 2009.
BRASIL. Cateterismo Intermitente Limpo.
http://www.drfernandoalmeida.com.br BRASIL. Decreto nº 6.949, de 25/08/2009.
Promulga a Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU 2006).
BRASIL. Função Sexual na Lesão Medular.
http://webleones.home.sapo.pt/sexual. html
BRASIL. Manual de Orientação: Reeducação Sexual do Lesado Medular. Melânia Maria
Jansen
BRASIL. Um estudo sobre a satisfação sexual de pessoas portadoras de lesão medular.
Andréa Santarelli Alves; Maria Helena Delanesi Guedes; Vera Lúcia Rodrigues Alves
BRASIL. Secretaria de Direitos Humanos. www1.direitoshumanos.gov.br
BRASIL. Como ajudar uma vítima com lesão medular. serlesado.com.br
BRASIL. Resolução Anac nº 9, de 05/06/2007. www2.anac.gov.br/biblioteca/resolu-
cao/resolucao09.pdf
BRASIL. A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. 2.ed. Brasí-
lia/DF, Ministério do Trabalho e Emprego/SIT, 2007.

202 Centro
de
Vida
Inde
pen 203
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e do
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zon
as
CVI-
AM
BRASIL. Decreto nº 5.296, de 02/12/2004. Lei da Acessibilidade. in-
BRASIL. Decreto nº 5.209, de 17/09/2004. Bolsa família: Programa de
Transferência
de Renda do Governo Federal.
BRASIL. Lei n° 8.899, de 29/06/1994. Gratuidade no transporte coletivo interesta-
dual.
BRASIL. Lei nº 8.213, de 24/07/1991. Aposentadoria por
invalidez. BRASIL. Lei nº 7.853, de 24/10/1989. Lei da Corde.
BRASIL. Programa Minha Casa Minha Vida. www.cidades.gov.br
BRASIL. Isenção do IPVA. www.denatran.gov.br.
BRASIL. Esportes paraolímpicos. Comitê Paraolímpico Brasileiro: www.cpb.org.br.
BRASIL . Ministério da Saúde. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Lesão
Medular. Brasília -DF, 2012.
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assistiva.com.br,
BRASIL. Dados sobre transportes. Ministério dos Transportes:
www.transportes.gov. br/index/conteudo/id/36024
BRASIL. Pronatec. Ministério da Educação: pronatecportal.mec.gov.br/index.html.
BRASIL. Cartilha ‘Direitos sexuais e reprodutivos na integralidade da atenção à
saúde de pessoas com deficiência’. Brasília/DF: Ministério da Saúde/Área técnica
de Saúde da Pessoa com Deficiência; Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas da Secretaria de Atenção à Saúde (Dapes/SAS).
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BRASIL. Associação Brasileira do Déficit de Atenção. www.tdah.org.br
BURKE, Bedard & KUDWIG. Cartilha ‘Crianças com Deficiência’, s/d; Cartilha
‘Mitos e realidade sobre o abuso sexual contra crianças com deficiência’, s/d.;
Cartilha ‘Abuso e violência sexual’, s/d., p.55.
CARTILHA ‘PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE DROGAS’. 2004.
DANBURY HOSPITAL. Cateter Externo: http://www.danburyhospital.org
FEBRABAN. Cartilha ‘Atendendo bem pessoas com deficiência’. Coleção Febraban
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Inclusão Social. Junho 2006.
GARCIA, Vinicius Gaspar. Manifestação pública contra a flexibilização da lei de
cotas.
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GODOY, Andréa et alii. Cartilha da Inclusão. Belo Horizonte: PUC/MG, nov. 2000.
GROCE, Nor. DST/Aids e pessoas com deficiência. Global Health Division Yale
School of Public Health, 60 College Street, New Haven, Connecticut, 06520, EUA.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo populacional 2010.
www.
ibge.gov.br.
JORNAL DA UNICAMP. Mercado de trabalho formal exclui pessoa com deficiência
- revela estudo; tese mostra que ‘lei de cotas’ e políticas públicas não garantem a
clusão. Universidade Estadual de Campinas/Assessoria de Comunicação e MANAUS. Proteção social. semasdh.manaus.am.gov.br
Imprensa. E-mail: imprensa@unicamp.br. Campinas/SP: Cidade Universitária NATIONAL PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL. [citado em 03/01/2007]. Disponível em
‘Zeferino Vaz’. MAIOR, Izabel. Saúde sexual e reprodutiva da pessoa com url: http://www.npuap.org.
deficiência. Anais do 1° Seminário Nacional de Saúde: Direitos Sexuais e QUEIROZ, Marco Antonio de. Acessibilidade nos meios de informação e comunicação.
Reprodutivos e Pessoas com Defici- ência. Brasília/DF: Corde, mar. 2009. Disponível em: http://www.bengalalegal.com/meios.
MANAUS. Lei nº 1.350, de 07/07/2009. SASSAKI, Romeu Kazumi. Deficiência psicossocial: a nova categoria de deficiência.
MANAUS. Lei nº 569, de 09/11/2000. Educação. Fortaleza: Agenda 2011 do Portador de Eficiência, 2010.
MANAUS. Credencial de estacionamento. Manaustrans. SASSAKI, Romeu Kazumi. Deficiência mental ou intelectual? Doença ou transtorno
MANAUS. Dados sobre escolas municipais. Secretaria de Educação mental? Atualizações semânticas na inclusão de pessoas. Revista Reação, São
(Semed). MANAUS. Bolsa Universidade. Paulo, ano IX, n.43, mar./abr. 2005, p.9-10. Jornal do Sinepe/RJ (Sindicato dos
bolsauniversidade.manaus.am.gov.br. MANAUS. Serviços de saúde. Estabeleci- mentos Particulares de Ensino no Estado do Rio de Janeiro), Niterói,
Secretaria Municipal de Saúde. ano XIV, n.88, jul./set. 2005, p.10-11.
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http:// www.hepcentro.com.br; http://www.espacocomenius.com.br Revista Reação, São Paulo, ano 5, n.24, jan./fev. 2002, p.6-9.

Centro de Vida Independente do Amazonas CVI-AM

204 205
Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática

ALGUMAS CAMPANHAS QUE APOIAMOS


> 2> o
.a :. "Nada Sobre Nós,

Sem Nós"
-

ÚLCERAS POR
PRESSÃO
CAUSAM
ÓBITO EM
MILHÕES DE Acessibilidade .Siga essa idéia.
PACIENTES POR
ANO. MANCHA NA PELE
PODE SER UMA DOENÇA
SÉ.RIA. PROCURE UM POSTO
DE SAUDE.

CAMPANHA DE COMBATE À
HA.HSENI'A.SE.
Cen(r<> de Vida Independente do
_C_V_I ----------------------- - :Ji'
·A-A 0
Amazonas
206
207
Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática "Nada Sobre Nós Sem Nós"

RESPEITE A

Sem o cinto de segurança,


ela pode não ter volta.

Drogas? ...
PROTEJA . Diga
.,,_.,.c-as rlan as e
• o r ci não.
l ij.!QIIQ:I.i3·i,?llltt1M06 i·fll.'pt.(ll
i:•I•I

CAMFANHA PELO RESPE TO A S NALIZAÇAC RlSPERO l lBOM


PARA PESSOI>.S COM DEFICI NCIA
EU GOSTO
208 Centro de
Vida
Inde CVI·AM
pen
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e do
Am
azo
nas
Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”

LEMBRETE IMPORTANTE

É Direito
Seu e Dever de
Todos,
Denunciar
o
Descumprimento
de qualquer uma
das leis que garantem os
Direitos da Pessoa com
Deficiência...
É direito seu
e dever de todos
denunciar o
descumprimento
de qualquer uma
das leis que garantem os
direitos da pessoa com
deficiência...

...Faça valer os
seus, e os nossos
direitos ...

...DENUNCIE...
*Todas as pessoas tem têm um
nome pelo qual são chamados,
chamadas. portanto P o r t a n t o ,
ao se
dirigir a uma Pessoa com Deficiência pessoa com
deficiência, chame-a pelo nome.
*Se Você você tiver conhecimento de Violência ou Maus Tratos à Pessoa com
Deficiência violência ou maus tratos à pessoa com deficiência, ligue para uma
Delegacia delegacia de polícia mais próxima, ou:

Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência-CMDPD-MANAUS


Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”
(92) 3632-2644

Conselho Estadual de Atenção aos Direitos da Pessoa com Deficiência-CONEDE-AM


(92) 3878-0496

Que Serão serão tomadas as medidas necessárias para garantir a proteção e a


digni-
dade dignidade da Pessoa com Deficiência pessoa com deficiência.

Obrigado!

Centro de Vida Independente do Amazonas CVI-AM

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REALIZAÇÃO
ANOTAÇÕES
Centro de Vida Independente do Amazonas (CVI-AM)
Endereço: Rua Acaraí N°50,Conj. Atílio Andreazza - Japiim, Cep: 69077-
620 Manaus/AM,Brasil. Telefone: +55 (92) 3615-2652.
site: www.cviam.org.br - e-mail: cvi.am@hotmail.com

Elaboração, Compilação e Diagramação

Ronaldo André Bácry Brasil


rabbrasil@uol.com.br

Josyneiva Alves de Alencar


josyneiva_alencar@msn.com

Apoio

Romeu Kazumi Sassaki


romeukf@uol.com.br

Manoel Paiva
paiva.manoel@gmail.com

Hélio Augusto Veras Marques


havmarques@yahoo.com.br

Tatyana Costa Amorim Ramos


tcaramos@hotmail.com

Layout

Suelem Cabral
suelemcabral@gmail.com

Personagens

Renato

Lima

Todos os direitos reservados: Não é permitida a reprodução parcial ou integral desta


Cartilha
sem a autorização prévia do Centro de Vida Independente do Amazonas - CVI-AM
(CVI-AM). Tiragem: 1 ª Edição - 2012 - 3.000 exemplares.
Centro de Vida Independente do Amazonas CVI-AM

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